Quixadá, Ceará | Junho de 2017
Preservação e Reflorestamento no Semiárido A experiência da comunidade de Riacho Verde no sertão de Quixadá A agroecologia está presente na comunidade de Riacho Verde, localizada 12 quilômetros da sede de Quixadá. E não temos como falar em preservação ambiental, sem citarmos o agricultor Francisco Rodrigues, conhecido como Chicão, de 42 anos. Tudo começou a partir do desejo desse agricultor de formar uma associação, a ARVERDE (Associação dos Moradores de Riacho Verde) fundada em 1999 e que atualmente conta com setenta sócio/as. As ações de reflorestamento, preservação das matas nativas e o cuidado com o rio iniciou-se com a associação em parceria com as famílias da comunidade, foi fundamental nesse momento a colaboração do Senhor João Sales (já falecido) ao ceder uma área de quatro hectares para esse trabalho, outro apoio importante foi dado pelo projeto Petrobras Ambiental através da doação de mudas de espécies da caatinga. Como resultado dessa iniciativa podemos contemplar uma diversidade de fauna e de flora nativa. Temos angicos, aroeiras, cedros, ingás, jucás, juremas brancas, mutambas, paus brancos entre outras espécies. Nesse espaço chama atenção o canto dos pássaros atraídos pela vegetação da Área de Proteção Permanente. A Área de Proteção Permanente foi dividida em seis bosques - bosque dos sabiás, bosque das aroeiras, bosque das mutambas, bosque dos jucazeiros, bosque das oiticicas e bosque das umarizeiras.
A caminhada por esse lugar é cheia de surpresas, temos lá a pedra do descanso onde ao seu redor existe uma pequena lagoa, ali bem perto se encontra também a gruta da santa de pedra conhecida por todos de Nossa Senhora da Gruta. Esse paraíso situado no coração do semiárido é conhecido internacionalmente, para Chicão mais importante é que as famílias, escolas e o próprio município reconheçam e valorizem essa iniciativa. O agricultor destaca a assessoria do CETRA as 32 famílias através do Projeto Sertão Agroecológico, para ele esse foi o divisor de águas, o momento em que a comunidade despertou para a necessidade de preservar e viver de forma sustentável junto com a caatinga. “É muito importante que desde pequena a criança seja ensinada a amar e preservar a natureza, quem conhece e ama sua região vai preservar e cuidar pela vida toda. Eu, por exemplo, nunca cacei ou matei um passarinho, um tatu, um peba. Acredito que visitar e ter momentos na APP, vai mostrar isso. Foram seis anos de seca e o Riacho Verde depois das chuvas desse ano derramou suas águas no açude Cedro, se não tivesse preservado, nem lá chegaria”, conta com orgulho Chicão. A consciência e a mudança de postura assumida pela comunidade de Riacho Verde juntamente com as ações da assessoria têm colaborado como o trabalho de reflorestamento e preservação dessa importante área do semiárido. Manter esse espaço vivo e próspero é essencial para as atuais e as futuras gerações.
Realização
Apoio
Parceria
Redes