Tcc a família na ótica bíblica samuel

Page 1


1

FACULDADE KURIOS-FAK INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO-ISE VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA

SAMUEL DE SOUZA COSTA

TCC A Família Na Ótica Bíblica.

MARANGUAPE – CE 2014


2

FACULDADE KURIOS-FAK INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO-ISE VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA

TCC A Família Na Ótica Bíblica.

TCC apresentado em cumprimento às exigências parciais do curso de Graduação em Teologia; Da Faculdade Kurios-FAK. Para a obtenção do grau de bacharel em teologia.

MARANGUAPE – CE 2014


3

DEDICATÓRIA

Ao meu Refúgio, minha Fortaleza, meu Socorro bem presente na hora da angústia, a Ele, O meu Deus, por ter me resgatado e sustentado até aqui, tanto nas horas de alegria como de angústia, Ele foi e sempre será O meu Rochedo. Obrigado meu Deus por ter me dado à vitória. A minha querida esposa, que em todo este tempo esteve me apoiando tanto moral, como espiritualmente. Obrigado pela grande esposa que tem sido para mim. À minha querida mãe, que me ensinou os primeiros passos de minha vida. Em Fim A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram na realização desta obra. Os meus sinceros agradecimentos.

MARANGUAPE – CE 2014


4

AGRADECIMENTOS

Ao meu Refúgio, minha Fortaleza, meu Socorro bem presente na hora da angústia, a Ele, O meu Deus, por ter me resgatado e sustentado até aqui, tanto nas horas de alegria como de angústia, Ele foi e sempre será O meu Rochedo. Obrigado meu Deus por ter me dado à vitória.

MARANGUAPE – CE 2014


5

FOLHA DE APROVAÇÃO DO TCC

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof. Orientador: Alexsandro Alves. _____________________________________ Prof. Dr. : Augusto Ferreira da Silva Neto.

___________________________________ Prof. Dr. : Luiz Eduardo Torres Bedoya.

___________________________________ Prof. Dr. : Marlon Leandro Schock.

____________________________________ Prof. Ms. : Ladghelson Amaro dos Santos.

____________________________________ Graduando: SAMUEL DE SOUZA COSTA

Este TCC Foi aprovado em:

________de________________de________

MARANGUAPE – CE 2014


6

RESUMO

A intensidade de uma crise e sua complexidade, exige treinamento adequado de quem se sente chamado a exercer o ministério da consolação. Deve conhecer a sua capacidade de lidar com o estresse, estabelecer limites e de acompanhar as pessoas envolvidas sem dar sermões, moralizar, julgar ou pressionar. Deve o conselheiro, ter noção clara de quando um caso ultrapassa seu treinamento e sua capacidade de lidar com o problema, a fim de encaminhá-lo a uma pessoa ou profissional especializado. Este trabalho teve por objetivo estudar a crise conjugal e suas causas, como entender e buscar subsídios para aprender formas de ajuda, mostrando que é possível tirar bom proveito de um conflito. Também objetivou conhecer tipos de crises decorrentes no casamento, buscando soluções, apoio e ajuda para um procedimento restaurador e preventivo no acompanhamento das crises conjugais. Especificamente, buscou-se fazer inquirição à crise conjugal na história de casais com defasagens e informações baseadas em pesquisas realizadas e bibliografias sobre o assunto; estimular as instituições religiosas como comunidades terapêuticas na ação da prevenção, visando famílias mais saudáveis. Palavras-chave: casamento, família, crise conjugal, aconselhamento


7

ABSTRACT

The intensity of a crisis and its complexity, requires proper training of those who feel called to exercise the ministry of consolation. You must know your ability to handle stress, limit and monitor the people involved without lecturing, moralizing, judge or press. Should the counselor, have clear idea of when a case goes beyond your training and your ability to deal with the problem in order to refer you to a person or expert. This work aimed to study the marital crisis and its causes, how to understand and seek subsidies to learn ways to help, showing that you can take good advantage of a conflict. Also aimed to identify types of crises arising in marriage, seeking solutions, support and help for a restorative and preventive procedure monitoring of marital crises. Specifically, we sought to make inquiry to marital crisis in the history of couples with lags and information based on research conducted and bibliographies on the subject; encourage religious institutions as therapeutic communities in the action of prevention, aiming to healthier families. Keywords: marriage, family, marital crisis counseling


8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9 1

A Família e o Casamento .............................................................................................. 13

1.1 Comunicação no Âmbito Familiar ............................................................................... 18 2

A Família através do Olhar Bíblico ............................................................................. 21

2.1 Conflitos Conjugais ...................................................................................................... 24 3 3.1

As Crises Conjugais ....................................................................................................... 28 Enfrentando as Crises Conjugais; Sem Pensar em Desistir ................................... 33

4 O Reconhecimento do casamento na Ótica da Bíblia.................................................... 35 4.1 Os Ajustes Conjugais ................................................................................................... 37 5 Aconselhamento Matrimonial e o Enriquecimento do Matrimônio ............................ 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 56


9

INTRODUÇÃO

Os seres humanos sofrem com situações adversas, mudanças súbitas e perdas significativas que colocam à prova o equilíbrio emocional, a saúde e os relacionamentos. Traumas, perdas e crises parecem afetar nos dias de hoje, mais do que nunca, a vida das pessoas, famílias comunidades e povos inteiros. A simples convivência humana ou o desenvolvimento natural da família produzem tensões que levam a perdas, dores e crises. Nenhuma pessoa ou família parece estar imune às crises, independente de sua classe social, seu pano de fundo ético ou religião, devido ser acontecimentos universais. Quando acontecem desastres naturais ou provocados pelo homem produzindo situações de emergência, países, regiões ou cidades se mobilizam para oferecer ajuda. Quando é em relação aos aspectos emocionais, mentais e espirituais, não são considerados com igual urgência, o número de profissionais especializados disponíveis não é suficiente para atender à demanda, ou muitas pessoas dispostas a ajudar não sabem como agir nessas situações e temem fazer algo errado. Devido a isso, existem pessoas que se sentem chamadas a servir a Deus e ao próximo no ministério da consolação baseando-se em conceitos, princípios e ferramentas para o exercício desse trabalho, partindo da convicção de que todo povo de Deus pode equiparar-se para esse ministério. Consideram a família como espaço no qual as pessoas adoecem e são curadas, enfatizando mais os recursos que as carências, crendo que os que sofrem podem ser os protagonistas de sua própria recuperação e estando convencidos que o Deus de toda consolação conforta em toda a tribulação para que se possa consolar os que estiverem em angústia.


10

Sabe-se que as perdas, os traumas e as crises têm o potencial de colocar o ser humano no âmbito das questões sobre o sentido último da vida. A igreja, como comunidade de fé e esperança, está em situação privilegiada para que possa responder às perguntas sobre a vida e a morte, dor e desgraça, angústia e fé. Um conselheiro, clérigo ou leigo, acompanha uma pessoa, casal ou família em crise, ajudando-lhes a suportar o evento traumático e a processá-lo, de modo que os possíveis efeitos negativos diminuam e as probabilidades de desenvolvimento pessoal e familiar aumentem. Também, o conselheiro ou facilitador pastoral se envolve em assuntos de fé e, em momentos de crise, as ambigüidades da humanidade comum levantam perguntas sobre assuntos de significado transcendental. As questões de significado transcendental devem ser tratadas com delicadeza e respeito, sem que a fé seja escondida e sim, compartilhada com firmeza e confiança, sensibilidade e estando ciente de que as pessoas em crise atravessam momentos de vulnerabilidade existencial. A intensidade de uma crise e sua complexidade exige treinamento adequado de quem se sente chamado a exercer o ministério da consolação, devendo conhecer a sua capacidade de lidar com o estresse, estabelecer limites e de acompanhar as pessoas envolvidas sem dar sermões, moralizar, julgar ou pressionar. Deve o conselheiro ter noção clara de quando um caso ultrapassa seu treinamento e sua capacidade de lidar com o problema, a fim de encaminhá-lo a uma pessoa ou profissional especializado. Portanto, a crise conjugal trata-se de situação entre os cônjuges, onde não estão de acordo. Esta relação conjugal entende-se por duas pessoas de sexos diferentes unirem-se, encontrando dificuldades, entrando em crise que nem sempre é decorrente de conflitos.


11

Moraes (2002, p. 75) afirma que a crise “resulta de problemas não resolvidos, sendo um fator que tem causado conseqüências em todos os tempos, como por exemplo, separações, divórcios, amarguras, infelicidades, maus tratos, rancor, traições”. Por outro lado, muitos têm visto a crise conjugal como objeto de melhoramento nos relacionamento bem como aprendizado e encaixe harmônico realizando o sonho de uma união feliz, dando prevenção para outros acontecimentos danosos ao relacionamento do casal. Por ser um assunto amplo e importante, faz-se necessário ao conselheiro ter conhecimento para exercer uma prática efetiva.

Importante e necessário é que todo

conselheiro tenha uma bagagem de conhecimento sobre crises conjugais, assunto este que vai tomar seu espaço na sociedade. Na consciência desta necessidade, tem-se a pretensão de ajudar casais a enfrentar e superar qualquer crise em seu relacionamento, afirmando que a felicidade tão sonhada é possível se tornar realidade, mesmo que os fatos evidenciam o contrário. Este assunto revela grande necessidade e urgência, pois casais se magoam e se desfazem por falta de conhecimento e apoio. A busca por respostas à crise torna-se emergencial, e quanto antes houver ajuda, maior a probabilidade de uma solução, evitando fins trágicos e irreparáveis. Considerando-se o exposto, questionou-se: Por que existe a crise no relacionamento entre casais? Será a crise, o caminho para conflitos e separações?

Por que as pessoas em

crise buscam no divórcio uma fuga, antes mesmo de esgotar todas as possibilidades de superação?

Se a crise conjugal é temida, por que muitos casais abrem as portas para ela?

Por que muitas pessoas não buscam ajuda? Como hipótese procurou-se ver

que a crise é uma oportunidade para os cônjuges

se conhecerem e aprender a conhecer-se a si mesmo. Muitos cônjuges não sabem diferenciar


12

o erro do errante, rejeitam a pessoa ao invés da atitude. Um dos motivos que causaram uma crise conjugal é o egoísmo, o ter e não o ser, a razão e não o sentimento, agindo como árbitro e dono da verdade. Muitos vêem na crise uma frustração impotência e rua sem saída.


13

1 A Família e o Casamento:

O homem, ao nascer, torna-se automaticamente membro de uma entidade natural denominada família. Nesta, se desenvolve, se relaciona até o momento de constituir uma nova família, pelo casamento. A família, conforme o entender de Cícero (PITTMAN, 1994)1, que a chamava de Seminarium Republicae, é o núcleo, a base fundamental do Estado. Se a família é fortalecida, o Estado prospera; se, ao contrário, é fragilizada, ocorre decadência. A família não é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Quando se casa, sabe-se que, entre outras coisas, tem-se essa semente que pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade. Deve-se, portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre e com muito amor. Com o casamento, forma-se a família legítima que não possui personalidade jurídica e compõe-se dos cônjuges e da prole. Na realidade, casamento é a união permanente e exclusiva entre o homem e a mulher de acordo com a lei, tendo por finalidade a perpetuação da espécie, a ajuda recíproca e a criação dos filhos. É o contrato bilateral e solene pelo qual um homem e uma mulher se unem indissoluvelmente, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e educar a prole que de ambos nascer. A família, do ponto de vista legal, se constitui pelo casamento e, é por meio deste que todas as relações familiares virão a se desenvolver. Gerar os filhos criá-los e educá-los,

1

PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu editores, 1994.


14

construir um patrimônio tão importante quanto os sentimentos que possam levar um casal a se casar. Portanto, o casamento é todo tipo de coisas para todas as espécies de pessoas e, defini-lo de forma acertada fica difícil. Contudo, Florio (1986)2, tenta assim defini-lo: “o casamento é um relacionamento peculiar entre um homem e uma mulher, através do qual ambos procuram dar e receber a satisfação de suas necessidades e desejos sadios”. Culturas diferentes têm medidas diferentes para o sucesso de um casamento, incluindo a capacidade do marido de sustentar a família e acumular riqueza material; a capacidade do marido de gerar uma família grande; a capacidade do casal de criar os filhos nos costumes aceitos e padrões sociais da comunidade; a habilidade da esposa como dona-decasa; o casal permanecer na relação conjugal pela vida toda. Todavia, o ideal no mundo ocidental é um casamento em que a felicidade pessoal tem-se tornado um válido alvo, não importando até que ponto o casamento cumpra as expectativas da sociedade. Se o casal não vive feliz, o casamento não se torna um sucesso. Dentro deste contexto, o que significa a felicidade conjugal? Segundo Florio (1986)3, pode ser definida por fatores indicadores, que precisam manifestar-se no casamento para que os casais sintam que o relacionamento está feliz: a) Um forte laço emocional de afeição, carinho mútuo pelas necessidades um do outro, inclusive a disposição de se sacrificar em benefício um do outro; b) o fato de um gostar da personalidade do outro como companhia, implicando em muitos interesses e alvos que ambos compartilham; c) respeito um pelo outro como indivíduos; d) atração sexual e um padrão mutuamente satisfatório de expressar amor e dedicação através do ato sexual; e) sentimento de estabilidade no casamento; f) ter convicção da relação conjugal como sendo instituída por Deus e, por isso, tendo a adicional dimensão dos valores espirituais. 2

FLORIO, A. Preparação para o Casamento. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1986,p. 17. 3 FLORIO, A. Preparação para o Casamento. Rio de Janeiro. Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1986, p. 19.


15

Para isso, o casamento requer nível de maturidade que inclui disposição para assumir responsabilidade pelos seus próprios atos, seu próprio bem-estar e mais bem-estar do cônjuge e filhos, incluindo também, prontidão vocacional, capacidade de ganhar a vida, de modo que proveja adequadamente as necessidades de sua família. Jovens que desejam casar-se devem ser suficientemente maduros para reconhecer suas razões e as julgar corretas e adequadas. O amadurecimento para casar inclui o aprendizado das motivações para seus atos e como controlar seus procedimentos. A pessoa que vive à mercê dos sentimentos torna-se ameaça para si mesma e para as pessoas que a cercam. Adquirir auto-compreensão antes do casamento envolve informações e razões e isso faz com que a pessoa entenda a si mesma. Conhecendo seus pontos fortes, deve desenvolvêlos; conhecendo seus pontos fracos, deve corrigi-los; conhecendo as duas coisas vai se tornar uma pessoa mais feliz e autoconfiante, atraindo o cônjuge para ajustar o relacionamento, tornando-o mais estável e permanente. Na história de cada família descobre-se que houve dificuldades parecidas àquelas que se enfrentam nos dias de hoje, havendo brigas, separações, pais que abandonam a família, moças solteiras que engravidaram, alcoolismo e violência. Não se acha correto identificar a situação atual das famílias como resultado de um declínio dessa instituição social e de valores e regras morais que dirigem a relação entre seus membros.


16

Prefere-se dizer que hoje, segundo: Harpprecht e Streck4 (1996), a família é atingida pelas mudanças rápidas que ocorrem na sociedade pós-moderna e que transformaram de forma profunda o papel do homem e da mulher, convicções sobre o sentido do casamento, o comportamento sexual e a educação dos filhos.

Os filhos ainda são criados numa família do tipo tradicional e a maioria de homens e mulheres, mesmo aqueles que não se casam, procura um parceiro para uma relação duradoura, querendo ter um lar, compartilhar amor, sexo e intimidade, bens materiais e criar filhos. A convivência entre parceiros antes do casamento tornou-se prática comum, nova fase no ciclo de vida familiar, mas não substitui o casamento. Segundo Harpprecht e Streck (1996), aparentemente o tipo de família que hoje se estabelece deixou de ser instituição social passando a ser relação particular e o casamento adquiriu sentido transitório devido mudanças de valores a partir dos anos sessenta e de problemas econômicos no país. A situação econômica marca a diferença com as sociedades, colocando a família sob estresse e provocando mudanças. As mulheres passam a participar do sustento da família, trabalhando fora de casa e deixando filhos em creches ou com terceiros. À noite, enfrentam o serviço da casa, onde a dupla jornada de trabalho não deixa tempo, para o lazer e vida conjugal. Considerando a realidade pesada enfrentada pelas famílias, admira-se que ainda consigam cumprir suas tarefas como provedoras e viver momentos felizes e sadios, sendo surpreendente que a família funcione, mesmo com as dificuldades enfrentadas.

4

HARPPRECHT, C. S.; STREECK, V. S. Imagens da Família. São Leopoldo: Sinodal, 1996.


17

As mudanças numa família e os problemas subseqüentes não dependem apenas da capacidade de seus membros para ter uma vida sadia. Segundo Harpprecht e Streck (1996)5: A família é submetida a fortes influências exteriores, que mudam a cabeça e os costumes das pessoas e, para as gerações mais novas, a tradição familiar se afrouxou fazendo com que cada um decida por si como quer viver as relações com o outro sexo, se quer ter filhos ou não, se prefere uma relação duradoura com um parceiro ou se prefere trocar de companheiro quando o amor esfriou.

Isso faz repensar valores e princípios trazidos pelas famílias e repassados aos mais jovens, onde os mesmos não valorizam até certo ponto um relacionamento monogâmico. Já na psicologia familiar, as novas definições sobre a família tentam incluir grupos alternativos, sendo chamada a família de sistema íntimo de relações, envolvendo pessoas que se ligam através da confiança, processo de comunicação e de resolução de problemas em comum, não sendo a intimidade, característica exclusiva do par homem e mulher. Ainda para Harpprecht e Streck (1996), Mais importante no sistema íntimo de relação torna-se o objetivo de sustentar e enriquecer na vida de seus membros, que estão dispostos a desenvolver no grupo familiar, a mutualidade do querer, do sentir, do agir e do saber. Isso faz com que as orientações a serem dadas capacitem as pessoas para a escolha do seu jeito de viver em família e, para que a família se torne cristã é necessário que se sintam melhor quando orientam para sua convivência pelas regras cristãs de respeito mútuo, fidelidade, não-violência e relacionamento íntimo com Deus.

5

HARPPRECHT, C. S.; STREECK, V. S. Imagens da Família. São Leopoldo: Sinodal, 1996, p. 15.


18

Outro fator que contribui para o clima familiar, segundo Geertz 6 (1978), é a religiosidade, que surge quando o ser humano se confronta com os limites do seu saber, da sua moral e da sua capacidade de sofrer. Na religião, o indivíduo percebe que se liga a um além da vida como um todo, que depende de uma instância superior a qual não tem acesso imediato e esta relação se dá através de símbolos e rituais em comunhão com outros. A religiosidade reflete no clima familiar promovendo a solidariedade e a resolução de conflitos, contribuindo para abertura ou fechamento da família frente à vida social.

6

GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, p. 101.


19

1.1 Comunicação no Âmbito Familiar:

A comunicação familiar faz parte do amor que atinge o homem e a mulher, através de olhares, abraços e palavras. Quando existe alguma coisa negativa, isso se manifesta através de gestos e palavras, identificando-se na realidade familiar através da comunicação verbal ou não-verbal e definindo as relações que liga o casal. Segundo Geertz (1978), famílias são sistemas íntimos de comunicação e relações e o específico das relações humanas encontra-se na linguagem. A família como sistema, procura a homeostase, um equilíbrio quando encontra mudanças para que se mantenha como grupo e possa garantir sua segurança e bem-estar entre seus membros, orientando-se em relação a diferentes objetivos para manter o equilíbrio familiar.

O sistema familiar caracteriza-se como sendo a soma das partes e quando uma se altera, todo sistema é afetado, demonstrando as ações e reações uma em relação à outra. Existem também, limites de intimidade na comunicação, preservando a família como um espaço íntimo que, ao ser circundada por outros sistemas, devem ser preservados.


20

Ao longo do tempo estabelece-se nas famílias estilo próprio de comunicação, o qual segue regras próprias e isso, segundo Stierlin7 (1980), chama-se modos de interação, que são estruturas de relações que possuem efeito à longo prazo”. Estes efeitos de comunicação podem gerar conflitos entre pais e filhos.

A comunicação entre cônjuges deve ser mais que simples troca de informações, deve ir além da expressão de sentimentos através de palavras e pode-se definir comunicação no relacionamento marital como sendo a atividade levada a efeito entre duas pessoas, a qual implica em dar, receber e compreender informações e sentimentos. Dentro do relacionamento entre duas pessoas que se amam a comunicação é de suma importância, devendo os dois ouvir e se fazer entender. Casais têm se desentendido pelo fato de não saber como comunicar o que quer dizer, e a arte de falar deve ser cultivada por todos aqueles que desejam ter um lar feliz. A forma de falar pode determinar a reação daquele que ouve e, palavras ásperas e desprovidas de brandura produzem sentimentos de revolta e rejeição. Os cônjuges devem estar prontos a ter palavras sábias e doces, mesmo em situações de repreensão ou advertência, pois essas situações não anulam o sentimento de amor e bondade. Também, em momentos de tensão, o ser humano é levado a falar palavras ásperas e desprovidas de amor, o que não deve acontecer em casais que se amam. Portanto, tudo dentro do casamento deve ser organizado, mesmo na comunicação, devendo os cônjuges saber o momento certo de ouvir o outro.

7

STIERLIN, H. e outros. Das Erste Familiengespräch. Stuttgart: Klett-Cotta, 1980, p. 62.


21

Para Janzen8 (2007), um dos grandes defeitos na comunicação entre cônjuges é a falta de atenção ao que está sendo dito, tendo em vista que a maioria dos seres humanos gosta de falar, de expressar o que sente e muitas vezes esquecem que as outras pessoas também têm necessidade de ter alguém que as escute. Portanto, a arte de ouvir como a de falar deve ser cultivada nos relacionamentos. As pessoas esperam ser ouvidas e compreendidas e pouco se preocupam, em parar para ouvir o outro. O ser humano para ser feliz precisa cultivar o hábito de ouvir a pessoa amada para que juntos possam resolver os possíveis conflitos com a ausência da atenção. Também, dentro da comunicação encontra-se o que se chama de níveis ou estágios, os quais ajudam o homem a analisar o crescimento da comunicação entre casais e os que mais se aproximam são os que possuem abertura e aceitação, devido Haver confiança. Um casal cristão não pode e não deve ter preconceitos e barreiras que impeçam a comunicação. A Palavra de Deus em I João 4:18 diz que "no amor não existe medo", logo, tem-se que confiar plenamente naquele que escolhemos para ser companheiro, e não esquecer das palavras chaves da comunicação: Eu te amo. A seguir, abordam-se os conflitos existentes entre casais, os quais têm preocupado famílias e pessoas ligadas a elas, tendo em vista que nos dias de hoje, a falta de comunicação tem sido um dos fatores predominantes nas relações.

8

JANZEN, E. W. Conflitos, Oportunidade ou Perigo? Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2007.


22

2. A Família através do Olhar Bíblico:

Então o Senhor Deus9 declarou: “não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn. 2.18). Vive-se em dias em que a família, que é um projeto de Deus, tem sido atacada por todos os lados, em nome de uma modernização da sociedade. Porém, a sociedade só pode ser sadia se baseada em uma estrutura familiar sadia e, a família só pode ser sadia ser for conduzida debaixo de princípios eternos, imutáveis oriundos da Palavra de Deus que é a Bíblia Sagrada. O Salmo 127.1 diz: "Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção". E o Salmo 128 deixa bem claro que, aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos, será próspero e terá uma família próspera e estável e verá a sua descendência. Vale a pena ter a nossa família sendo conduzida pelos caminhos do Senhor. Além da qualidade de vida que se experimenta no âmbito familiar, tem-se outros benefícios oriundos desta aliança. Ninho de proteção emocional e físico, onde o grave problema da solidão é resolvido (Sl. 68.6). Desenvolvimento do amor e da afetividade. O modelo de amor verdadeiro, estável, sem riscos emocionais é vivido dentro da família. Local de ensinamentos de princípios que nortearão a vida de uma pessoa, para o bem viver diário, e para o sucesso ao longo da vida, local de formação de indivíduos úteis à sociedade. Em casa os membros da família aprendem a servir e construir o seu futuro em bases sólidas.

9

BÍBLIA SAGRADA, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição – Sociedade Bíblica do Brasil, S. P. 1993.


23

Porém, não se pode ficar iludido, além do adversário espiritual que luta contra a família para desintegrá-la, para que forme cidadãos disfuncionais, e que se tornem presas fáceis, tem-se também fatores desintegradores em ação. O que age contra a saúde da família, o modelo falido vindo através dos pais, tradições neuróticas e inúteis, modelo equivocado vindo através da mídia, prioridades invertidas dentro do lar, divisões vindas através de conflitos de interesses. Vê-se, porém, que se precisa lutar por uma sociedade sadia, igreja sadia, através de famílias

sadias

e

existem

medidas

necessárias

a

serem

tomadas:

preservar/proteger: abrir guerra contra todo tipo de ameaça contra a nossa casa; valorizar a família (pais e filhos): depois da salvação humana a família é a maior dádiva de Deus para o ser humano. Defender os valores familiares como: amor, comunhão, perdão, aceitação, companheirismo. Buscar modelos sadios na Bíblia e também através de uma liderança que seja modelo. Exercer o perdão a exemplo de Jesus. Tiago 2.13 diz: "Porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo". Exercer o ministério da reconciliação: 2 Coríntios 5.18 diz: "tudo isso provém de Deus10, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação". Depender de Jesus para cura das feridas emocionais e da auto-imagem: Salmo 147.3, diz: "Só Ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas". Pode-se concluir que a família é um projeto de Deus na terra, uma instituição indestrutível,

idealizada

pelo

próprio

Deus

e

por

Ele

defendida.

Sabe-se que hoje pode-se declarar que eu e minha casa serviremos ao Senhor (Josué 15.24). 10

BÍBLIA SAGRADA, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição – Sociedade Bíblica do Brasil, S. P. 1993.


24

2.1 Conflitos Conjugais:

Pesquisas feitas em relação à conjugalidade divergem das concepções de um par ideal, devido tratarem de aspectos relacionados ao casal e como suas inter-relações proporcionam a união ou a separação do par. Segundo Prado11 (2004), as pessoas podem ser realmente conhecidas pelo modo como lidam com as separações. Os que se classificam como mais calmos podem se tornar coléricos e, os rígidos, mais flexíveis, não havendo regra ou condição de se prever como podem reagir durante a união ou processo de separação, devido o conflito reviver décadas do aprendizado, de como cada um aprendeu e internalizou sua trajetória. Situações de discórdia entre o casal, manifestadas na forma de conflito conjugal, podem caracterizar-se por diferentes níveis de intensidade, freqüência, conteúdo e resolução, além de serem expressas no cotidiano familiar de forma aberta ou encoberta. Considera-se que todo o sistema familiar envolve certo nível de conflito, sendo inclusive um aspecto positivo no processo de desenvolvimento psicológico infantil a observação de que adultos podem discordar e encontrar, de alguma forma, uma maneira de resolver suas dificuldades (CUMMINGS, 1998)12. As dimensões mais importantes do conflito conjugal, entendido como um construto inter-relacionado e composto de diferentes situações particulares a cada caso, são a freqüência da ocorrência de interações conflitivas entre o casal, a intensidade das interações, o conteúdo

11

PRADO, L. C. Amor & violência nos casais e nas famílias. Porto Alegre: UFRGS, 2004. CUMMINGS, E. M. Children exposed to marital conflict and violence: Conceptual and theoretical directions. In G. Holden, B. Geffner & E. Jouriles (Eds.), Children exposed to marital violence: Theory, research, and applied issues. Washington, DC: American Psychological Association, 1998. 12


25

sobre o que está ocasionando o conflito e, finalmente, a forma como as interações conflitivas são resolvidas (GRYCH e FINCHAM, 1990)13. Portanto, os conflitos conjugais suscitam questões no sentido comunicacional, cultural, econômico, sociais, profissional, relacional, familiar e sexual. O casal, ao se unir, deve se despedir de antigos vínculos e estes, podem abalar a constituição da necessária cumplicidade entre ambos. Após a fase da paixão, da elaboração das perdas de suas famílias de origem, se estabelece o relacionamento de forma consciente e, quando os vínculos anteriores se tornam fortes, a nova união pode ser dificultada. Segundo Prado14 (2004), o aprendizado da conjugalidade demanda de ingredientes necessários como o amor, carinho, companheirismo, projeto em comum, o que auxilia no fortalecimento do casal, permitindo que ultrapasse as dificuldades que possam surgir. O contínuo aprendizado que o contato íntimo proporciona, fortalece a cumplicidade do casal, não importando como socialmente o casal se apresente, pois ao terem característica de unidade, adquirem força para crescerem. Conforme

Janzen15

(2007),

um

dos

sintomas

mais

característicos

nos

relacionamentos é a falta de maleabilidade nas regras e a impossibilidade de troca nos papéis, onde as mudanças não são permitidas e os papéis exatamente definidos. Disso então, surgem os conflitos, os quais vêm abalar o relacionamento e em conseqüência, trazendo a crise conjugal. Mas o que vem a ser um conflito? Percebe-se na vivência do mundo que caracterizase quando duas partes ou mais, descobrem que suas posições são incompatíveis e que, se um

13

GRYCH, J. H., & FINCHAM, F. D. Marital conflict and children's adjustment: A cognitivecontextual framework. Psychological Bulletin, 108, 267-290, 1990. 14 PRADO, Luiz Carlos. Amor & violência nos casais e nas famílias. Porto Alegre: UFRGS, 2004. 15 JANZEN, E. W. Conflitos: oportunidade ou perigo? Curitiba: Livraria Evangélica Esperança, 2007.


26

lado alcançar seu objetivo, bloqueia os objetivos da outra parte. Portanto, segundo Janzen16 (2007), “um conflito é uma disputa que surge sempre que as ações de uma pessoa interferem nos objetivos de outra”. Também, o fato das pessoas conviverem com personalidade e objetivos diferentes, pode resultar em tensões que originam conflitos e o modo como se reage vai fazer a diferença, devendo-se separar sentimentos de ações. Por mais que haja compreensão e amor entre duas pessoas, cedo ou tarde os conflitos acabam aflorando e, na realidade, torna-se importante que aconteçam, devido servirem para indicar onde o relacionamento não está harmônico e, assim, ser corrigido. Cada conflito deve ser, portanto, uma oportunidade de crescimento e de aproximação entre o casal. Em relação à crise, refere-se a um estado temporal de transtorno e desorganização que segundo Maldonado17 (2005), caracteriza-se por incapacidade do indivíduo ou da família para resolver problemas usando métodos e estratégias costumeiras e também, um potencial para gerar resultados radicalmente positivos ou negativos. Assim, ainda segundo Maldonado18 o autor diz que uma crise “é uma ruptura no interior de relações que exige uma busca de novas formas de funcionamento, melhor adaptação à nova situação por ela criada”. Em conseqüência disso, as crises produzem situações que de um lado ameaçam a estabilidade do sistema e, por outro, apresentam a oportunidade para que o sistema mude. Torna-se importante não se confundir uma crise com problema ou tragédia e sabe-se que os problemas existem sem que necessariamente sejam levados a uma crise.

16

JANZEN, E. W. Conflitos: oportunidade ou perigo? Curitiba: Livraria Evangélica Esperança, 2007, p. 13. 17 MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato Ltda, 2005, p. 15. 18 MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato Ltda, 2005, p. 15.


27

Uma pessoa ou sistema familiar pode entrar em crise ao perceber um acontecimento, uma situação ou estímulo inesperado e, neste caso, o tempo que transcorre entre o impacto da notícia e a vivência da crise pode ser mínimo. Porém, uma crise pode desencadear-se quando uma situação é interpretada como algo ameaçador e, ante a esses perigos, os quais são percebidos como demolidores, as pessoas se prostram se não encontrarem um caminho efetivo para enfrentá-los (MALDONADO, 2005)19. Também diz Maldonado20 (2005), “as crises acontecem quando os recursos habituais ou extraordinários tornam-se ineficazes para lidar com a situação, permitindo assim que a tensão aumente até ultrapassar as capacidades de manejo da pessoa ou do sistema familiar”. Não existe, portanto, uma relação causa-efeito entre o incidente que parece precipitar a crise e a crise em si mesmo e isso, se provoca no fato de as pessoas reagirem de diferentes maneiras diante da mesma situação. Para Maldonado21 (2005), tanto a crise como a resolução, dependem de uma combinação de fatores entre os quais se pode citar a intensidade do fator desencadeante como os recursos pessoais, familiares, comunitários, culturais e religiosos. Uma pessoa de fé, flexível, que sabe quem é pode contar com uma rede de apoio da igreja e comunidade, ficando melhor equipada para enfrentar as crises, não se devendo limitar o manejo das mesmas ao aspecto meramente emocional. Deve-se também trabalhar as dimensões cognitivas, comportamentais, relacionais e espirituais.

19

MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato Ltda, 2005, p. 18. MALDONADO, J. E. p. 18. 21 MALDONADO, J. E. p. 18. 20


28

3. As Crises Conjugais:

A família segundo Maldonado22 (2005), “é o espaço intermediário entre o indivíduo e a sociedade, de forma que tudo o que o afeta vai repercutir na família e na sociedade, de modo que as tensões, problemas e crises afetam a família e seus membros”. A classificação da crise depende do marco teórico de cada especialista e da forma como se interpreta a interação entre o fator desencadeante da mesma e a reação do indivíduo e da família. Segundo Slaikeu23 (1990) e Stone24 (1979), partindo da origem do estímulo, propõem dois tipos de crises, sendo uma as circunstanciais que são acidentais, inesperadas e vêm apoiadas em um fator ambiental, apresentando estresse manifesto e imprevisível, que surge de forças externas, alheias ao indivíduo e à família. Já as crises de desenvolvimento decorrem de mudanças evolutivas na vida familiar, aparecendo de forma sutil e gradual, enquanto outras, de forma súbita e dramática. As crises de desenvolvimento em uma família, ainda segundo Slaikeu e Stone (1990), ocorrem quando a estrutura da família parece incapaz de incorporar a nova etapa de desenvolvimento de alguns de seus membros ou do conjunto familiar entre si. Para Pittman25 (1994), existem as crises circunstanciais, de desenvolvimento, estruturais e de desvalia. As crises circunstanciais e de desenvolvimento já foram vistas anteriormente, agora fala-se das crises estruturais que, segundo Pittman26 (1994), são

22

MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato Ltda, 2005, p. 29. SLAIKEU, K. A. Crisis intervention; a handbook for practice and research. Boston: Allyn & Bacon, 1990. 24 STONE, H. W. Asesoramiento em situaciones de crises. Buenos Aires: La Aurora, 1979. 25 PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu editores, 1994. 26 PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu editores, 1994. 23


29

recorrentes e resultam do agravamento de dinâmicas internas da família e, este tipo de crise se produz como um esforço para evitar mudanças e, portanto, mais difícil de ser tratada em uma família. Mesmo as tensões sendo externas, reais e específicas nas crises estruturais, existe exacerbação dos temas de interação intrínsecos e essas crises surgem das tensões ocultas que não foram resolvidas e que estão subjacentes na própria estrutura familiar, anteriores às forças externas ou etapas de desenvolvimento (MALDONADO, 2005)27. A família não conseguindo resolver com êxito os problemas de personalidade de cada um de seus membros ou os problemas da estrutura familiar, as crises estruturais tornamse recorrentes e difíceis de tratar, já que os esforços das pessoas ou da família não se orientam para produzir mudanças e sim, para evitar qualquer mudança que ameace o frágil equilíbrio familiar (MALDONADO, 2005)28. As crises de desvalia, segundo Pittman29 (1994), surgem quando existem membros disfuncionais ou dependentes, quando a ajuda de que se precisa torna-se especializada ou difícil de ser substituída e, quando a família perde o controle daqueles que dela dependem. A maior possibilidade de ocorrer uma crise de desvalia segundo Maldonado30 (2005), acontece quando existem anciãos na família, quando o processo de envelhecimento é acelerado, quando se descobre doença crônica, quando ocorre uma queda, quando o cônjuge morre. Pittman31 (1994) lembra que não somente a velhice é suscetível a crises de desvalia.

27

MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato Ltda, 2005. MALDONADO, J. E. 29 PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu editores, 1994. 30 MALDONADO, J. E.. 31 PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu editores, 1994. 28


30

O casal, ao perceber as dificuldades no relacionamento, costuma definir estas circunstâncias como incompatibilidade de gênio e, segundo Michaelis32 (2000), a incompatibilidade quer dizer “qualidade de incompatível, que, a seu turno é que não pode existir juntamente com outro ou outrem, não harmonizando-se”. Já para Janzen33 (2007, p. 77), significa “espírito benigno ou maligno que acompanha a pessoa desde o nascimento até a morte, o modo de ser de cada pessoa”. No relacionamento humano, principalmente na vida conjugal, pode-se observar comportamentos e de início evidencia-se o poder do envolvimento e o êxtase exercido pela atração das partes que se conhecem. Para Moraes34 (2003), o par é escolhido pelo comportamento aparente e o que se quer para nós, deposita-se no outro. Existem fatores, segundo Janzen35 (2007), que contribuem para as dificuldades conjugais, citando-se principalmente as dificuldades financeiras, diferenças de educação, formação profissional, estilo de vida e objetivos. Problemas sexuais, infidelidade, estética, nascimento de filhos, personalidade, problemas psicológicos, diferenças de credo e fé também influenciam. Não existe regra que determine quais os fatores que levam à separação de casais, contudo, a vontade de se cuidar para o outro e tentar compreendê-lo estimula o interesse pela união. A complexidade de se entender como ser humano vem à tona e também na relação com o outro. Ao se observar os conceitos sobre vínculo afetivo e suas implicações no ser humano, prospecta-se formas favoráveis e desfavoráveis de relacionamento ao longo da vida e 32

MICHAELIS. Minidicionário Escolar da Língua Português. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 2000. 33 JANZEN, E. W. Conflitos: oportunidade ou perigo? Curitiba: Livraria Evangélica Esperança, 2007, p. 77. 34 MORAES, C. L. Por que os Casais se Separam? Internet, disponível em www.saudenainternet.com.br. Acesso em 20/02/08. 35 JANZEN, E. W. Conflitos: oportunidade ou perigo? Curitiba: Livraria Evangélica Esperança, 2007.


31

obstáculos nas relações ligam-se à precariedade de vínculos familiares anteriores, não conseguindo o casal perceber esta deficiência no relacionamento, focalizando os problemas em outras questões ou preferindo não tocar no assunto. O casal deve neste caso, buscar ajuda, crer numa solução de poucos recursos como o esperar o tempo como agente de mudanças é dar oportunidade para que a crise aumente (BOWLBY, 1990)36. Dialogar, entender-se bem, conversar com o coração aberto torna-se um primeiro passo para se compreender a vida a dois, modificando aquilo considerado inevitável, como a separação. Isso requer coragem e vontade para mudar, aceitar os problemas e lutar para transformar o prejudicial em saudável. Onde houver necessidade de crescimento por parte das pessoas envolvidas, o grau de maturidade pode determinar o quanto se quer conviver bem e as partes devem estar dispostas e comprometidas em participar desse processo, dando apoio um ao outro. O casal precisa administrar os problemas existentes dando lugar ao desenvolvimento qualitativo da vida, considerando que os resultados, conforme a vontade empregada no processo, pode trazer maior liberdade para viver individual e conjuntamente. Segundo a Bíblia Sagrada37 (1993), o casamento é uma ferramenta poderosa nas mãos de Deus para transformar os seres humanos em filhos e filhas. Devido à própria proximidade que esse relacionamento produz, é dentro dele que se sofrem as maiores dores, as mágoas mais profundas que alguém possa causar. Dentro dele que se torna mais conhecido, e por isso mesmo, mais vulnerável.

36

BOWLBY, J. Trilogia Apego e Perda. Volumes I e II. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BÍBLIA SAGRADA, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição – Sociedade Bíblica do Brasil, S. P. 1993. 37


32

Mas Deus já sabia de tudo o que se enfrentaria e veio ao encontro na vulnerabilidade, ensinando o melhor caminho para reverter a situação que hoje se vive e provendo um exemplo claro para que seja seguido. Esse exemplo, tanto para os maridos quanto para as esposas, é o próprio Senhor Jesus. Em 1 Pedro 3:1-7, se tem instruções simples e claras, tanto aos maridos quanto às esposas. Ao se dirigir a cada um dos dois, o apóstolo começa usando a palavra “igualmente”: “Mulheres, sede vós igualmente submissas a vosso próprio marido…” e “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar com discernimento….”. Quando o amor sobrenatural de Deus encher o coração do homem, este fica capacitado a olhar para a esposa pelos olhos amorosos do Senhor. Assim, é a entrega da vida um ao outro que ensina a viver no relacionamento conjugal. Por ser o lugar que permite a maior intimidade possível entre os seres humanos, é também onde se é fortemente provado na obediência a Deus. Mas quando, como Jesus, se entrega nas mãos Daquele que julga retamente, pode-se obedecer e deixar as conseqüências com Ele.


33

3.1 Enfrentando as Crises Conjugais; Sem Pensar em Desistir:

Não existe casamento sem problemas e todo casamento exige renúncia e adaptação. Nenhum casamento sobrevive sem perdão e restauração e nos dias de hoje se fala que família é o problema número um. A família tem sido atacada de forma vigorosa pelas perigosas filosofias pós-modernas. Os fundamentos têm sido destruídos. Vive-se no meio da era pósmoderna, onde os valores absolutos das Escrituras não estão sendo observados, mas repudiados. O que se tem não são comportamentos imorais e sim, a perda de critérios morais, enfrentando-se um colapso de significado, onde a verdade se apresenta de forma relativa, não existindo estabilidade e a vidas perdendo o sentido. O relativismo apresenta-se como falência dos valores morais, enfraquecendo a família e aumentando a infidelidade conjugal, sendo esta, uma marca da sociedade contemporânea. Para Lopes38 (2007), segundo algumas estimativas, 50 a 65% dos maridos e 45 a 55% das esposas têm sido infiéis até os 40 anos. Outros identificam que 26 a 70% das mulheres casadas e 33 a 75% dos homens casados têm se envolvido em casos extraconjugais que têm sido não apenas comuns, mas altamente destrutivos e o divórcio tem sido estimulado como solução. Como se sabe, o divórcio não se torna solução para casamentos em crise e sim, um agravante, outro problema que traz sofrimento e frustração, tornando-se mais danoso do que enfrentar crises juntos. As conseqüências e as seqüelas do divórcio são devastadoras a curto, a médio e à longo prazo e, existem casais e filhos com seqüelas emocionais trazidas pelo divórcio. 38

Revista Lar Cristão. Rev. Hernandes Dias Lopes - Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória – ES, 2007, p. 57.


34

A presença de casamentos em crise, casamentos quebrados e até mesmo do divórcio está aumentando não apenas entre os não cristãos, mas também dentro das comunidades evangélicas. As pessoas divorciadas flutuam dentro das comunidades evangélicas, como também, muitos líderes religiosos enfrentando divórcio, tornando-se uma realidade que não pode ser negada. Contudo, à luz das Escrituras, o divórcio não é a solução divina para a crise do casamento, não é sensato fugir do problema em vez de enfrentá-lo. De fato não existe casamento perfeito, não há casamento sem problemas, todo casamento exige renúncia e adaptação. Nenhum casamento sobrevive sem perdão e restauração, muitas pessoas hoje discutem e procuram divorciar antes de entender o que as Escrituras ensinam sobre casamento, que não é uma união experimental, a aliança conjugal não termina quando as crises chegam. Só há duas cláusulas de exceção para o divórcio nas Escrituras: a infidelidade conjugal (Mateus 19.9) e o abandono (1 Coríntios 7.15). Divórcio por quaisquer outros motivos e novo casamento constitui-se em adultério (Mateus 5.32) (LOPES, 2007, p. 58)39. Reconhecendo que o casamento não é uma invenção humana, mas uma instituição divina o casamento não é um expediente humano. O próprio Deus estabeleceu, instituiu e ordenou desde o início da história humana. Gênesis 2.18-24, revela que o casamento nasceu no coração de Deus quando não havia ainda legisladores, nem leis, nem Estado, nem igreja. Casamento é um dom de Deus para o homem e a mulher e Deus não apenas criou o casamento, mas também o abençoou (Gênesis 1.28). Qualquer esforço de atentar contra os

39

Revista Lar Cristão. Rev. Hernandes Dias Lopes - Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória – ES, 2007, p. 58.


35

princípios estabelecidos para o casamento conspira contra Deus, que o instituiu, por isso, ele odeia o divórcio (Malaquias 2.14) (LOPES, 2007, p. 58)

4. O Reconhecimento do casamento na Ótica da Bíblia:

Jesus, ao ser questionado pelos fariseus sobre o divórcio (Mateus 19.3-4), não o discutiu antes de falar sobre a natureza do casamento, de acordo com os princípios estabelecidos na própria criação (Mateus 19.4-8). De acordo com o padrão absoluto de Deus, estabelecido na criação, o casamento em primeiro lugar é heterossexual (Gênesis 1.27). União homossexual é abominação para Deus (Levítico 18.22; Romanos 1.24-28). Em segundo lugar, o casamento é monogâmico (Gênesis 2.24). Em terceiro lugar, o casamento é monossomático (Gênesis 2.24). A união do casamento, portanto, torna-se mais sagrada e profunda do que a união que liga os filhos aos pais. Nada, senão a morte, pode separá-los. Em quarto lugar, o casamento é indissolúvel (1 Coríntios 7.3). Jesus afirmou que marido e mulher não são mais dois, mas uma só carne e o que Deus uniu o homem não pode separar (Mateus 19.6) (LOPES, 2007, p. 59)40. Divórcio, portanto, é uma rebelião contra Deus e os seus princípios. Em quinto lugar, o casamento não é compulsório. O celibato é um dom de Deus, não uma imposição (I Coríntios 7.32-35). Embora a razão do casamento seja para resolver o problema da solidão, Deus chamou alguns para serem uma exceção à sua própria norma (Gênesis 2.18,24; Mateus 19.11-12; 1 Coríntios 7.7) (LOPES, 2007, p. 60)41.

40

Revista Lar Cristão. Rev. Hernandes Dias Lopes - Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória – ES, 2007, p. 59. 41 Revista Lar Cristão. Rev. Hernandes Dias Lopes - Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória – ES, 2007, p. 60.


36

Jesus disse para os fariseus que o divórcio nunca foi uma ordenança divina, mas uma permissão, e isso, por causa da dureza dos corações (Mateus 19.7-8) e o divórcio ocorre porque os corações estão endurecidos. Dureza de coração é a indisposição de obedecer a Palavra de Deus, é a indisposição de perdoar, restaurar e recomeçar o relacionamento conjugal de acordo com os princípios de Deus. De acordo com Jesus (BÍBLIA SAGRADA, 1993)42, o divórcio jamais torna-se compulsório, onde existe espaço para o perdão. Divórcio é conseqüência do pecado, não uma expressão da vontade de Deus. Perdão e restauração são melhores que o divórcio. Divórcio não é compulsório nem em caso de adultério, a restauração é sempre o melhor. Assim, ressalta-se que a igreja precisa dar ênfase à famílias fortes. Casamentos estáveis resultam em famílias, igrejas e sociedade saudáveis e a solução para o casamento e para a família não está nos modelos falidos da sociedade pós-moderna, mas na eterna e infalível palavra de Deus. O mesmo Deus que instituiu o casamento tem a solução para os casamentos em crise. Somente Deus pode curar relações quebradas, trazendo esperança onde os sonhos já morreram; trazendo vida, onde as sombras da morte já escurecem os horizontes; trazendo cura e restauração, onde as feridas estão cada vez mais doloridas. O grande desafio para a igreja e a sociedade contemporânea é retornar para Deus e obedecer aos seus mandamentos. O mesmo Deus que criou o casamento tem solução para ele.

42

A BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição- Sociedade Bíblica do Brasil S.P 1993.


37

Deus é o criador, sustentador e restaurador do casamento e, quando Ele reina no casamento, o divórcio não tem espaço (LOPES, 2007)43.

4.1 Os Ajustes Conjugais:

As mudanças na sociedade, na vida profissional, pessoal, familiar, acarretam crises e, estas não significam deterioração e sim necessidade de redirecionar o desenvolvimento pessoal, de um grupo que se faz parte ou do casamento. Ajustar-se às transformações torna-se um desafio inquietante, devido os seres humanos serem convidados pelas situações novas a equacionar rumos inéditos a existência, que requerem amadurecimento, capacidade de lidar com a frustração, resistir a fuga, lidar com a ansiedade e conviver com o imprevisível. Tais habilidades e competências devem ser aprendidas. O mundo atual exige de todos, principalmente a lidar com crises, muitas vezes muito próximas, como a conjugal (PRADO, 2004)44. Cria-se no relacionamento homem-mulher, expectativas irrealistas, mágicas de que o outro deve trazer soluções fantasiosas para todos os problemas, a esperança de um paraíso no casamento. A não realização desta magia decepciona e faz buscar novas relações que se sucedem muitas vezes em novas frustrações, até o momento que se consegue ajustar as expectativas de maneira mais realista. A idéia de um casamento, ou uma família idealizada faz muitas vezes desvalorizar o casamento, as conquistas e achar que sempre se consegue pouco, como se o relacionamento

43

Revista Lar Cristão. Rev. Hernandes Dias Lopes - Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória – ES, 2007, p. 65. 44 PRADO, Luiz Carlos. Amor & violência nos casais e nas famílias. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p. 112.


38

dos outros fosse sempre melhor que o que se tem. Esta maneira derrotista de perceber a construção afetiva quebra a estima do casal e em alguns casos a dos filhos também. No relacionamento, para Rivero45 (2006), atribui-se sentimentos, intenções, atitudes ao outro que podem não corresponder às verdadeiras maneiras de sentir, agir e compreender. Assume-se sem perceber o papel de acusadores, juízes, testemunhas, jurados e executores da pena. Precisa-se rever esta onipotência de adivinhar os sentimentos do outro. Torna-se fundamental no casamento aprender atitudes de expressar as emoções e pensamentos de maneira a sustentar o diálogo, criando um clima de confiança e intimidade com respeito à dignidade do parceiro(a). Fechar-se ou desabafar agredindo não leva a melhora da qualidade da relação. Deve-se aprender a negociar em cima de focos concretos, de determinados temas específicos, comunicando o reconhecimento de atitudes positivas do conjugue, valorizando pequenas atitudes que no dia a dia ficam no esquecimento da rotina. No diálogo, deve-se procurar antes de falar, ou responder a argumentação do outro, fazer um breve resumo, que demonstre a compreensão ao que o outro comunicou, são gestos promotores de aproximação e superação das crises. Para Rivero46 (2006), o relacionamento é uma construção de significados, trazendose a história pessoal plena de valores, atribuições e significações, o parceiro(a) também agrega ao relacionamento sua cultura familiar, social e pessoal; administrar este conflito de significados culturais é uma competência fundamental para o companheirismo ser bem sucedido. Deve-se fazer uma revisão de significados e crenças disfuncionais, bem como projeção de metas para o relacionamento.

45 46

RIVERO, Alexandre. Crise e Casamento. São Paulo, 2006, p. 75. RIVERO, Alexandre.


39

5. Aconselhamento Matrimonial e o Enriquecimento do Matrimônio:

O matrimônio para muitas pessoas representa área central de ajustamento de vida como também, pode marcar o passo para papéis importantes na vida (CLINEBELL, 2007)47. Sabe-se que no casamento a intimidade somente cresce quando o compromisso é incondicional e a longo prazo e a intimidade torna-se possível quando duas pessoas estão em igualdade. Ainda para Clinebell48 (2007), o enriquecimento matrimonial e familiar, bem como o aconselhamento de crises matrimoniais, estão entre “as mais importantes habilidades assistenciais de um Pastor e, quatro fatores inter-relacionados, torna imperativo que pastores desenvolvam habilidades na poimênica e aconselhamento do matrimônio e da família: Em primeiro lugar, pastores ocupam posição estratégica para o exercício da poimênica e aconselhamento da família, oferecendo acesso freqüente e natural a sistemas familiares, onde seu papel profissional lhes proporciona contato contínuo com casais e famílias nos sucessivos estágios e pontos de tensão no ciclo vital da família. Em segundo lugar, são os valores de conseqüências à longo prazo que entram em jogo e um bom matrimônio ou família existe quando há atenção e apoio mútuos para o crescimento contínuo em direção à realização plena das potencialidades dadas por Deus a cada pessoa. Outros fatores, são as atuais crises do matrimônio e da vida familiar onde a instituição do matrimônio está sendo desfiada na história humana através de divórcios, abandono da família, espancamento da esposa, abuso de crianças, sofrimento de infidelidades conjugais que constituem evidência de que o matrimônio [e ima experiência que traz dano à pessoa. Como quarto fator são as mudanças ocorridas nos papéis, relacionamentos e identidades de mulheres e homens durante a década passada que abalam e desintegram as funções dos matrimônios tradicionais devido as mulheres terem oportunidades eqüitativas e parelhas de desenvolver e usar as potencialidades dadas por Deus e, de participar em condições de igualdade nos processos de decisão fr uma família, representando ameaça para alguns homens. As complexidades e pressões do matrimônio em que marido e mulher trabalham estão sendo enfrentadas por maior número de casais e o enriquecimento e a educação 47 48

CLINEBELL, Howard. J. Aconselhamento Pastoral. São Leopoldo: Sinodal, 2007, p. 235. CLINEBELL, Howard. J.


40

matrimoniais podem fomentar o potencial de crescimento de matrimônios relativamente adequados. Também, a vida familiar oferece oportunidades de pactos de intimidade segundo Clinebell49 (2007), na cultura solitária tornando-se importante que a boa nova se torne realidade no cotidiano de relações familiares. Um matrimônio sadio que cresce faz uma relação humana compensadora e mais exigente onde as pessoas podem viver harmoniosamente. Para ajudar pessoas a reagir de forma criativa à tensão e às alterações no matrimônio e na vida familiar, as igrejas precisam desenvolver programas inovadores no sentido de educação através de eventos atraentes de enriquecimento matrimonial e de fortalecimento da família. Também, no sentido de aconselhamento pastoral que abrange em aconselhamento de famílias e matrimônios, centrado no crescimento, para aqueles que estão passando por períodos tempestuosos e tensos. Segundo Clinebell50 (2007), apesar de todo caos e problemas dos matrimônios, “as possibilidades e os anseios por relacionamentos profundos nos dias de hoje são maiores do que foi antes na história da humanidade”. A crescente liberação de mulheres e homens dos vínculos limitadores de crescimento dos papéis tradicionais abre possibilidades para intimidade e amor mais profundos. Portanto, o objetivo comum do aconselhamento e enriquecimento do matrimônio, orientados para a integralidade, faz com que se possa ajudar a cada casal a co-criar uma relação que ambos sejam capacitados a descobrir e desenvolver seus dons como indivíduos, por meios mutuamente profícuos. O amor libertador em qualquer relacionamento pode ser definido como atenção e compromisso para com a realização plena um do outro. 49 50

CLINEBELL, Howard. J. Aconselhamento Pastoral. São Leopoldo: Sinodal, 2007, p. 239. CLINEBELL, Howard. J.


41

E o que fazer, quando um pastor está numa crise? As crises não são necessariamente patológicas segundo Oliveira51 (2005), podendo ser conflitos, estados de transição ou situações difíceis, de identidade, vocacional, crise de relevância e metodologia, crise diante da queda de um colega, crise diante do desalento e temor, crises familiares, sociais, econômicas e crises espirituais. Assim, torna-se necessário que os pastores sejam humildes e reconheçam as limitações e busquem ajuda quando necessário. O envolvimento ativo como aconselhador não implica tomar decisões para os aconselhados, realizando o que eles próprios deveriam fazer e sim, ajudando-os a examinar as alternativas, encarar as consequências dos caminhos escolhidos, lidar com resistências anteriores e obter maior liberdade e objetividade de modo a poder tomar uma decisão com sabedoria.

51

OLIVEIRA, Roseli M. Kühnrich de. Cuidando de quem cuida: um olhar de cuidados aos que ministram a Palavra de Deus. São Leopoldo: Sinodal, 2005.


42

Sobrevivendo aos Conflitos Conjugais:

Em Gn 2.24, lemos que no casamento “deixará o homem pai e mãe, e une-si-a a sua mulher, e tomarão ambos uma só carne”. Aqui está um clássico texto que a muito é lido nos cerimoniais matrimoniais Collins evidencia nesse texto três ações importantíssimas. A primeira é “deixar”. Esse é um movimento de separação da família núcleo que caminha para uma união legal entre marido e esposa no casamento. Faz-se necessário essa separação para o desenvolvimento da família que se inicia. A segunda é “unir-se”. Quando não há essa união o casamento se torna vazio. União não só corporal mas emocional e espiritual. A terceira é corrolária da anterior “torna-se uma só carne”. Isso não implica em suplantar as individualidades, mas combiná-los para a completude do casamento. Para Merval Rosa “A família, que todos os cristãos reconhecem como tem sido organizada por iniciativa divina, não deixa, por isso, de ser uma instituição altamente complexa e problemática em muito dos seus aspectos”. Complexa e problemática porque são dois mundos, duas realidades diferentes e interesses que se chocam. Sabe-se que historicamente a família enfrenta uma serie de problemas que insurge contra-se a estabilidade sua harmonia e sua sobrevivência.

Problemas Conjugais: As origens

Segundo Collins, “O conflito no lar é quase universal. Antes do casamento, as pessoas que se amam tendem a enfatizar suas semelhanças e negligenciar suas diferenças (...) mas as tensões crescem e aparecem quando duas pessoas, vindas de ambientes diversos e com personalidades diferentes, começam a viver juntas (...) Os esforços mútuos para ajustar-se,


43

disposição para transigir e a experiência de aprender como solucionar conflitos, tudo isso ajuda os casais a conviverem e moldarem um casamento cheio de amor e funcionamento relativamente bem.” A não compreensão da diferença bio-psiquica-social por parte tanto do homem como da mulher, o querer que a mulher pensa e viva a partir da lógica masculina vice e versa, tornase-a numa problemática no casamento que em muitos casos provocam a separação, contudo, superando, não suprimindo as diferenças supracitadas, poderia se ter um casamento frutífero. Daí sugerir que: “Seria de todo aconselhável que aqueles que pretendem casar-se fizessem uma avaliação honesta de suas disposições e inclinações pessoais e as comparassem com as do seu pretendente ao matrimônio. Isto poderia ajudar bastante, pois colocaria muitos dos problemas pessoais das relações maritais em plano diferente. A compreensão da natureza das diferenças individuais tornaria as relações marido e mulher menos conflitantes.” (ROSA, Merval p47, 1979) Os conjugues precisam a natureza dessas diferenças, reconhecendo-as como reais saberão trata-los com naturalidade e numa aprendizagem mutua saberão responder a elas com amor que os uni dessa forma as diferenças não serão forças de expulsão sem, de atração a ponto de “eu” e o “tu” se fundirem num “nós” espontâneo. Outros pontos de origem para problemas conjugais são expressos por especialistas tais como:


44

Comunicação defeituosa: Para que haja comunicação é necessário que a mensagem seja compreendida não basta apenas ser enviada. Na maioria dos conjugues se preocupam com sua forma de se comunicar, mas é preciso entender como o outro é tocado na mensagem. Um presente para quem está dando pode representar “eu te amo”, porém quem recebe verbalizar “eu te amo” seria mais significativo. Os conjugues, numa aprendizagem mútua precisam compreender a melhor forma de se comunicarem. A comunicação defeituosa pode ocorrer por uma contradição entre a mensagem verbal e não – verbal (Collins). Pode-se verbalizar algo, mas a tonalidade da voz dizer outra coisa ou uma outra coisa com a expressão corporal etc. Em algumas situações o “não” pode ser um desabafo. Caberá aos conjugues ler não só o discurso mais o contexto e as emoções do e no discurso. Quando intenso e constante esses problemas na comunicação acarretam sérios problemas à relação matrimonial. “Foi sugerido que a falta de comunicação ocasional entre os cônjuges é inevitável – talvez até 20%. Mas quando essa falta começa a superar a comunicação o casamento corre perigo e provavelmente vai piorar, pois a má comunicação tende a gerar mais folhas nesse sentido. É preciso acrescentar que a comunicação é uma interação aprendida. Aquilo que não é bom pode ser transformado e aperfeiçoado.” (Collins)

Atitudes egocêntricas defensivas – ocorrem pelo medo que um dos conjugues tem de ser ferido ou que o outro conheça seus medos, inseguranças e fraquezas. Certas pessoas expressam esse medo, permanecendo emocionalmente distante. Algumas tornam-se criticas, afastando assim o companheiro. Querendo proteger-se e manter uma posição predominante, menospreza e manipulam o conjugue, gerando tensão e discórdia conjugal.


45

Tensão inter-pessoal – quando duas pessoas se casam trazem para o casamento suas experiências de vida, formação, valores e expectativas distintas. São dois mundos diferentes as vezes opostos . essas diferenças podem ser resolvidas mediante tolerância e síntese, mas as vezes há má vontade em modificar-se tornando-as em pontos de conflitos tais como:

Sexo – as origens dos problemas sexuais incluem falta de conhecimento correto, expectativas irreais, medo de um mal desempenho no ato, diferenças no impulso sexual, atitudes repressivas quanto ao sexo e privacidade insuficiente além da impaciência, frigidez e a infidelidade talvez os três problemas sexuais mais comuns. Papeis de gênero – com a libertação feminina advindo do movimento feminista provocou uma reavaliação dos papeis do homem e da mulher não só na sociedade, mas na família. O resultado muitas vezes é a discórdia, ameaça e competição.

Religião – “A religião pode ser uma força unificadora e forte no casamento, mas pode igualmente mostrar-se destrutiva”. Quando a mesma não é partilhada pelo casal.

Valores – como supracitado os indivíduos ao casarem já tem valores cristalizados que podem ser conflitantes por que revelam com as pessoas se relacionam com a vida em todos os aspectos. Demonstrando a que importante e/ou insignificante. Necessidades – são inerentes a condição existencial do homem e da mulher que vão desde das necessidades básicas (alimentação, descanso, ar, libertação do sofrimento) às psicológicas (segurança, amor, proteção...). mas há necessidades peculiares como a de controlar, dominar, possuir. Essas concretizam conflito quando quer dominar e outro também.


46

Finanças – abarca a maneira como os conjugues lidam com os recursos financeiros do casal. O descontrole das finanças por ambos ou por um dos conjugues pode acarretar conflitos insustentáveis.

Temperamentos – são aspectos da personalidade que ditam o modo de ser de cada pessoa. Hipócrates distinguiu quatro temperamentos: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico. O temperamento é refletido no comportamento criando hábitos significativos ou não. No cotidiano do casamento comportamentos e hábitos nocivos a saúde da relação marital entram em choque quando não modificados ou extintos paulatinamente mediante intenso conflito, degeneram o casamento.

Limites – se existe algum relacionamento em que os limites podem ser conflitos, é o casamento, no qual já na criação homem e mulher “serão os dois uma só carne”. Os limites promovem a separação. O casamento tem como um de seus objetivos desistir da separação torna-se, em vez de dois, um. Deixar o eu e o tu para ser um nós. Mas essa união (nós) pode ser propicia para a confusão para quem não tem limites bem definidos. Casamentos fracassam por falta de limites. Apresentar-se limite não como demarcação geográfica dentro do casamento (“Na cozinha quem manda sou eu” ou “Na sala de TV sou eu”), ou de bens (“Aquilo é meu”. “O som é seu.”), ou quem deve se responsabilizar pela contabilidade da casa e as tarefas em geral. Todos esses deveres podem ser realizados conforme as habilidades, interesses e disponibilidade de cada conjugue. Os limites podem ser confundidos e conflitantes quando se referem as características pessoais,s presente na alma no ser de cada conjugue.


47

“O problema surge quando um invade a área das características pessoais do outro, quando um cruza a linha e tenta controlar os sentimentos, as atitudes, e os comportamentos, as decisões e os valores do outro. Somente o próprio individuo pode controlar essas coisas. Se o conjugue tentar fazer isso, estará violando os limites do outro... Nosso relacionamento

como

Cristo,

assim

como

qualquer

outro

relacionamento bem sucedido, baseia-se na liberdade.” (Henry e John 1999)

4. Pressões externas – são as tensões conjugais muitas vezes estimuladas por pessoas ou situações externas ao casamento. Todas essas tensões podem e devem ser resistidas por constituírem uma ameaça a harmonia do casal. O casal pode evitar as pressões externas da seguinte maneira: 1ª. Cortando o cordão umbilical não as relações, sim a ascendência sobre o novo. A bíblia afirma deixará pai e mãe e se tornará uma só carne.

2ª. O melhor amigo do esposo é a esposa e dessa é o esposo se os conjugues devem ouvir alguém um ao outro.

3ª. Não permitir que as exigências profissionais, do clube de anjos, da associação etc. interferem na qualidade do tempo e na saúde matrimonial dos cônjuges.

4ª. Cuidar para que as necessidades dos filhos não interfiram nas necessidades do casal.


48

5ª. Tédio – acontece quando o casal se estabelece na rotina se acostumando na mesmice cotidiano fazendo desaparecer o prazer da vida a dois.

Assim como no item 4º o tédio pode ser evitado pelo casal desde que: 1º. O homem e a mulher compreendam que o casamento não é o troféu recebido por ter “conquistado o outro” acomodando-se, mas, que a conquista do outro deve ser vivida diariamente no casamento;

2º. O romantismo não seja uma simulação para se conseguir um casamento, mas elemento constituinte e construtivo do casamento;

3º. O casal não torne o ato sexual em obrigações conjugais, mas em expressão de amor surpreendendo os conjugues e sendo criativo;

4º. Realizem coisas juntos não com pesar, sim com o prazer de estarem juntos não importa se é uma faxina, um passeio pela praça ou uma viagem, o que importa é estarem juntos.


49

Aconselhamento Pastoral e os Problemas Conjugais:

Quando os casais não conseguem resolver os conflitos devem recorrer a ajuda de um pastor que possa orientá-los objetivando a solução para os problemas bem como o enriquecimento matrimonial para que a mais íntima das relações humanas, o casamento, possa se fazer satisfações aos conjugues evitando que se transforme numa fonte de frustração e miséria. O pastor é o conselheiro cristão capacitado que compreende o ensino bíblico e sabe empregar as técnicas de aconselhamento e está melhor qualificado para ajudar os casais a atingirem o ideal bíblico para o casamento, para tanto lança mão de alguns recursos. No primeiro contato com o casal o pastor deve: 1. Comunicar calor humano, demonstrar solicitude e disposição para ajudar.

2. Descobrir como cada um se senti por se encontrarem ali, descobrir o porquê, a motivação de buscarem ajuda.

3. Ajudar a motivar o parceiro menos motivado, despertando esperança realista.

4. Descobrir o tempo da crise.

5. Proporcionar oportunidade para cada pessoa descrever os problemas, seus sentimentos e as mudanças que precisam ocorrer.


50

6. Descobrir o que cada um ainda aprecia no outro e no casamento, pontos fortes e potenciais que tenham para fortalecer o matrimonio.

7. Ajudar o casal a realizar as tarefas a serem efetuadas em casa entre sessões.

8. Após essa primeira sessão perceber como se sentem.

9. Somente uso de recursos religiosos quando for apropriados para o casal em questão.

No aconselhamento pastoral as metas são várias. A seguir algumas:

1. Ajudar os conjugues a avaliarem objetivamente a si mesmos e um ao outro, e em seguida ajudá-los a detectar as causas de seus problemas.

2. Ajudar as esposas a aprenderem a se comunicar mutuamente.

3. Ajudar os conjugues a se relacionarem.

4. Ajudá-los a se afastarem das coisas destrutivas que produzem rixas e distanciamento.

5. Ajudar a encontrar soluções e colocá-los em prática.


51

6. Ajudar a desenvolver sua vida espiritual e a fazer uma consagração profunda a Cristo.

7. Ajudar a crescerem e se desenvolverem de forma que possam tomar decisões que sejam adequadas para elas. Mesmo com a ação planejada do pastor, para John Vayhinger, o casal aconselhado precisa manifestar algumas qualidades e atitudes para que o aconselhamento matrimonial se torne eficaz: a- Ter paciência, ou seja, ser capaz de perseverar. b- Estar disposto a expor seus pensamentos. c- Estar disposto a fazer experiências para solucionar seus problemas. d- Estar disposto a aceitar os muitos aspectos contraditórios de si mesmos.

O propósito de Deus para o casamento é a satisfação, a realização, a felicidade, contudo muitos casais não conseguem superar os desafios da existência quando surgem os conflitos os quais não tratados fazem os casais se desviarem do propósito de Deus. Porém, apresentamos recursos e pessoas que podem auxiliar os casais a superarem os conflitos e viverem o propósito de Deus para o casamento.


52

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Casamento é assunto complexo e causa ansiedade. Deus não apenas o estabeleceu como também determinou que não deve haver separação. Hoje, por não conhecerem a vontade de Deus, muitos agem segundo sua própria conveniência. O casamento não é apenas um acontecimento na vida e sim, experimentado como a própria vida, concentrando-se expectativas excessivas e idealizações irrealistas, que geram possibilidades de grandes frustrações. Perceber o casamento como processo com fases na vida facilita o manejo de conflitos no relacionamento, gerando esperança e motivação. Na Bíblia, se encontram todos os princípios estabelecidos para um casamento feliz e o mais importante deles, é a presença de Deus para que haja complementação, cooperação, fidelidade, respeito e perdão mútuos, paciência, sabedoria, satisfação verdadeira e amor. Deus é a base sólida para que se possa firmar quando se depara com os conflitos e dificuldades que surgem na vida matrimonial. Torna-se importante que casais, principalmente os que caíram na rotina, busquem renovar seu relacionamento conjugal porque em 2 Coríntios 5:7 diz que “se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. A vida não acontece simplesmente, precisa ser escolhida, pensada, buscada, trabalhada, orada e decidida. O risco e a angústia da incerteza fazem parte do desenvolvimento e crescimento humano, especialmente no casamento e na família. Esta passa por um processo de etapas de desenvolvimento, da mesma maneira que o casal em sua relação. Se os conselheiros podem ajudar demonstrando esse fato às pessoas, grande parte dos problemas familiares pode ser melhorada e resolvida.


53

Portanto, procurou-se estudar a crise conjugal e suas causas, como entender e buscar subsídios para aprender formas de ajuda mostrando que é possível tirar bom proveito de um conflito. Também, procurou-se conhecer tipos de crises decorrentes no casamento, buscando soluções, apoio e ajuda para um procedimento restaurador e preventivo no acompanhamento das crises conjugais.


54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil S.P 1993. BÍBLIA de Estudos Plenitude. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. BOWLBY, J. Trilogia Apego e Perda. Volumes I e II. São Paulo. Martins Fontes, 1990. CLINEBELL, Howard. J. Aconselhamento Pastoral. São Leopoldo: Sinodal, 2007. CUMMINGS, E. M. Children exposed to marital conflict and violence: Conceptual and theoretical directions. In G. Holden, B. Geffner & E. Jouriles (Eds.), Children exposed to marital violence: Theory, research, and applied issues. Washington, DC: American Psychological Association, 1998. FLORIO, A. Preparação para o Casamento. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1986. GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. GRYCH, J. H., & FINCHAM, F. D. Marital conflict and children's adjustment: A cognitivecontextual framework. Psychological Bulletin, 108, 267-290, 1990. HARPPRECHT, C. S.; STRECK, V. S. Imagens da Família: dinâmica, conflitos e terapia do processo familiar. São Leopoldo: Sinodal, 1996. JANZEN, E. W. Conflitos: oportunidade ou perigo? Curitiba: Livraria Evangélica Esperança, 2007. MALDONADO, J. E. Crises e Perdas na Família. Viçosa: Ultimato, 2005. MICHAELIS. Minidicionário Escolar da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 2000. MORAES, C. L. Por que os Casais se Separam? Internet, disponível em: www.saudenainternet.com.br. Acesso em 20/02/08. OLIVEIRA, Roseli M. Kühnrich de. Cuidando de quem cuida: um olhar de cuidados aos que ministram a Palavra de Deus. São Leopoldo: Sinodal, 2005. PITTMAN, F. S. Momentos decisivos: tratamiento de famílias em situaciones de crisis. Buenos Aires: Amorrotu Editores, 1994.


55

PRADO, L. C. Amor & violência nos casais e nas famílias. Porto Alegre: UFRGS, 2004. REVISTA LAR CRISTÃO. Rev. Hernandes Dias Lopes. Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória - ES. Cursando Doutorado em Ministério no "Reformed Theological Seminary" em Jackson, Mississippi, EUA. 2007. RIVERO, Alexandre. Crise e Casamento. São Paulo, 2006. SLAIKEU, K. A. Crisis intervention; a handbook for practice and research. Boston: Allyn & Bacon, 1990. STIERLIN, H. e outros. Das Erste Familiengespräch. Stuttgart: Klett-Cotta, 1980. STONE, H. W. Asesoramiento em situaciones de crises. Buenos Aires: La Aurora, 1979.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.