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Patrícia Petitinga Silva
Abordagem Pedagógica sobre Ensino Fundamental de Nove Anos
1ª edição
Salvador | 2012
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Copyright © Patrícia Petitinga Silva, 2011
Elaboração Revisão Editoração Revisão Final
Patrícia Petitinga Silva Rita Aragão / Vânia Queirós Carlos Henrique Maciel / Aires Machado Fflávia Goulart Roza
S586c Silva, Patrícia Petitinga Ciências / Patrícia Petitinga Silva. – Salvador: Martins e Martins, 2012. 24 p. il.-- (Coleção Ampliar) Abordagem pedagógica sobre ensino fundamental de 9 anos ISBN: 978-85-65063-07-4 1. Ciências. 2. Formação profissional 3. Prática de ensino I. Título. CDD: 507 Ficha catalográfica elaborada por Vânia Queirós CRB-5: 1045 Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.
Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA E DISTRIBUIDORA DE LIVROS MARTINS E MARTINS LTDA. Rua Comendador Gomes Costa, 49, sala 3 - Barris - 40070-120 - Salvador/BA Telefax: (71) 3013-6592 - Email: edmartinsemartins@yahoo.com.br
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dades para serem analisados tanto individual como coletivamente, na perspectiva de contribuir com a reflexão teórica e prática sobre os conteúdos tratados. Vejamos os livros desta Coleção Ampliar e seus respectivos temas para estudo:
Caríssimos/as leitores/as, Apresentamos a vocês a Coleção AMPLIAR – Abordagem Pedagógica sobre Ensino Fundamental de Nove Anos – com o objetivo de subsidiar os profissionais de educação, tanto osprofessores e professoras da docência como os demais gestores educacionais e escolares no desenvolvimento de ações para implementação desse novo regime, tais como: Regulamentação da mudança do regime do Ensino Funda-
mental; Estruturação do sistema de ensino; Organização administrativa e curricular da Rede de Ensino; Assessoramento ao processo de estudo e pesquisa da Equi-
pe da Secretaria da Educação e do Conselho de Educação; continuada para gestores e professores, pedagogos e secretários escolares; Monitoramento e avaliação do processo de implementação do novo regime. Formação
Pretendemos, que a Coleção Ampliar seja relevante, também, na elaboração como e na realização de propostas de formação continuada de gestores educacionais, gestores escolares, conselheiros municipais de educação, professores, pedagogos e secretários escolares. Por isso exploramos nesta publicação temas considerados estruturantes para um melhor entendimento sobre a implementação do novo Ensino Fundamental no atual cenário da educação brasileira. Os 13 livros que compõem a Coleção Ampliar foram estruturados de maneira independente, ou seja, o leitor pode escolher por onde deseja começar sua leitura sem se preocupar com uma sequência linear dos livros para compreender as diferentes temáticas abordadas. É importante pontuar, também, que em praticamente todos os livros apresentamos estudos de caso e propostas de ativi-
NOVOS E ANTIGOS DESAFIOS CURRICULARES. Temas de estudo Ensino Fundamental para Nove Anos; Currículo; Avaliação; Educação Inclusiva; Educação Ambiental e História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO. Temas de estudo As crianças de 6, 7 e 8 anos de idade e o desafio da alfabetização e do letramento; A revolução conceitual na alfabetização; Os contextos de alfabetização; A leitura pela criança; A escrita pela criança; A potencialidade da leitura como situação de reflexão sobre a escrita; A leitura pelo professor; A produção oral com destino escrito. LÍNGUA PORTUGUESA. Temas de estudo Fundamentação teórica; Concepção sobre o ensino de Língua Portuguesa; Fundamentos: objeto de ensino e suas características; Expectativas de aprendizagem: propostas para reflexão do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. ARTE. Temas de estudo A Arte no currículo escolar do Ensino Fundamental: breve abordagem; Arte: algumas metodologias; Arte: indicadores para formulação de atividades do 1º ao 9º ano nas diferentes linguagens; Bases para a construção do plano de atividades em Arte; A avaliação em Arte. EDUCAÇÃO FÍSICA. Temas de estudo Um pouco de história; Educação Física: componente curricular como os demais; Educação Física e currículo; Educação Física: seu papel no desenvolvimento curricular; O papel da Educação Física na escola; A Educação Física, a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos e a criança de seis anos de idade: desafios do contexto atual; Educação Física do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental: algumas expectativas de aprendizagem; Educação Física do 6° ao 9° ano do ensino fundamental: algumas expectativas de aprendizagem; Educação Física e os conte-
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údos do 1º ao 9º ano: reflexões e propostas; Procedimentos metodológicos no ensino da Educação Física; A estruturação de aulas e a relação professor – estudante; Características das atividades pedagógicas; Avaliação; Educação Física escolar: reflexões sobre teoria e prática. MATEMÁTICA. Temas de estudo Matemática: história, teorias e práticas; Matemática: conceitos e reflexões teóricas; Educação matemática: mudanças e desafios; Matemática e currículo; Matemática: algumas estratégias para o ensino dessa área; Matemática e o desafio da avaliação formativa; Matemática: expectativas de aprendizagem e conteúdos do 1º ao 9º ano. CIÊNCIAS. Temas de estudo Ciências da Natureza: concepções e reflexões curriculares; Expectativas de aprendizagens: algumas possibilidades do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. HISTÓRIA. Temas de estudo A História e seu valor educativo; Trajetórias metodológicas do ensino de História; Trilhando um caminho possível: entre o presente e o passado; Eixos curriculares para os anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental; Eixos curriculares para anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental. GEOGRAFIA. Temas de estudo algumas reflexões iniciais; Escola e Ensino de Geografia na contemporaneidade; A Geografia e as imagens; A Cartografia; Inovando um pouco, através das imagens; O domínio das imagens; Eixos de referência, temas e problemas e repertório de referência; Expectativas de aprendizagem da Geografia do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Metodológicas; O Professor de Língua Estrangeira Moderna; Fundamentos: objeto de Ensino e suas características; Formação Continuada; Avaliação. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Temas de estudo Educação de Jovens e Adultos: trajetórias e marcos legais; Educação de Jovens e Adultos: objetivos, sujeitos, características e identidades; Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA): diretrizes pedagógicas nacionais; Currículo: contexto geral e especificidades da EJA; Educação de Jovens e Adultos: desafios metodológicos; Educação de Jovens e Adultos: desafios da avaliação. GESTÃO EDUCACIONAL. Temas de estudo Sistema educacional brasileiro; A cidade que educa: desafios e perspectivas para uma educação de qualidade; Gestão educacional e gestão escolar: diálogos necessários; O projeto político pedagógico: eixo da ação educativa; O planejamento e os instrumentos da gestão; O Plano de Desenvolvimento da Educação; O Plano de Ações Articuladas (PAR); O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE); Os indicadores da qualidade na educação. Desejamos grandes oportunidades de estudos e significativas aprendizagens!
EDUCAÇÃO INFANTIL. Temas de estudo Educação Infantil: fundamentos e concepções; Fundamentos e concepção de currículo e metodologia; O ambiente; O uso do tempo; As propostas de atividades e a seleção de materiais; Indicadores da qualidade na Educação Infantil: subsídios para organização de conteúdos; A avaliação na Educação Infantil; Expectativas de aprendizagem. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA. Temas de estudo Fundamentação teórica; Concepção sobre o ensino de Língua Estrangeira; Expectativas de Aprendizagem; Orientações
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AMPLIANDO CONCEITOS
CIÊNCIAS DA NATUREZA: CONCEPÇÕES E REFLEXÕES CURRICULARES Educadores, psicólogos, cientistas vêm há muito tempo tentando explicar como transcorre o aprendizado das Ciências, construindo diferentes teorias que, uma vez aceitas e adotadas, podem fundamentar o trabalho do professor na sala de aula. (KRASILCHIK, 2004) É comum, muitas vezes, responsabilizar o docente pela não aprendizagem dos alunos. Entretanto nem sempre o problema está no que não é ensinado, e sim na natureza daquilo que se ensina. Há uma grande problemática escolar, hoje, em diferenciar o que é ensinado e o que deveria ser ensinado. A educação escolar possui um papel insubstituível como provedora de conhecimentos básicos e habilidades cognitivas e operativas necessárias para a participação na vida social e no que significa o acesso à cultura, ao trabalho, ao progresso e à cidadania. (LIBANEO, 1984) Dessa forma, torna-se impossível pensar no ensino de Ciências dissociando a teoria da realidade que está a sua volta. O homem constrói, na sua prática social cotidiana, um conhecimento do mundo que o cerca, e esse conhecimento permite que ele possa interagir com a sua realidade. Contudo a qualidade dessa interação pode ser ampliada se ele tiver acesso a explicações científicas, e não apenas de senso comum, para os fatos que ocorrem em seu cotidiano. Para ampliar as possibilidades de compreensão e participação efetiva no mundo, o aluno precisa apropriar-se dos códigos, conceitos e métodos relacionados à área de Ciências Naturais, além de compreender a relação entre ciência, tecnologia e sociedade.
O conhecimento científico permite uma participação mais ativa e crítica na sociedade atual. O objetivo de ensinar Ciências aos jovens não pode ser apenas a formação de futuros cidadãos, pois eles já são hoje integrantes de uma sociedade e podem decidir criticamente sobre o bem-estar da prática social da qual fazem parte. Assim, a formação em Ciências deve contribuir para a formação de cidadãos que sejam responsáveis pelos seus atos, tanto individuais como coletivos, conscientes e conhecedores dos riscos, ativos, solidários, críticos e exigentes diante daqueles que têm o poder de decidir. Mas como é possível uma formação integral do sujeito dentro da escola? Para responder essa pergunta, é necessário uma análise dos conteúdos escolares. Os conteúdos escolares, tradicionalmente, envolviam o corpus conceitual das diferentes disciplinas que faziam parte do currículo. Entretanto, hoje, há uma discussão mais ampla de conteúdo que envolve não somente o nível conceitual mas também os procedimentos e valores que fazem parte dele. A importância dessa abordagem é a de ter elevado à categoria de conteúdo os procedimentos, valores, atitudes etc., o que representa uma preocupação sobre como e quando eles serão ensinados e sobre como serão avaliados. Envolve também a necessidade de refletir sobre como são aprendidos os procedimentos ou os valores e quais poderiam ser as estratégias de ensino mais adequadas a cada caso. (WEISSMANN, 1998) Entretanto essa reformulação dos conteúdos escolares não garante, necessariamente, mudanças nas estratégias de ensino. O professor precisa investir na pesquisa sobre como se aprende e quais as melhores estratégias de ensino para a aprendizagem dos diferentes tipos de conteúdos. A tarefa docente, portanto, está relacionada a investigar como e por que o aluno aprende, não se limitando a uma apresentação de conteúdos, temas e atividades listadas na proposta curricular e apresentadas teoricamente nos livros didáticos. A ênfase dada aos conteúdos conceituais, quase sempre, distancia os alunos dos fenômenos que ocorrem no meio. Desse modo, o professor parte do conceito para depois verificá-lo na prática, ao invés de utilizar os fenômenos do meio para promover reflexões e questionamentos, partindo do problema para a construção do conceito.
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Nessa perspectiva de construção do conhecimento pelo aluno, o professor precisa propor que ele explore o meio em que está inserido, registrando as suas próprias impressões acerca de um determinado fenômeno ou problema identificado, pense sob diversos critérios, discuta com os colegas e, somente ao final, a partir de uma conceituação, possa ampliar sua compreensão sobre o fenômeno observado. Dessa forma, a metodologia desenvolvida pelo professor precisa fazer com que o aluno utilize a sua capacidade criativa, desenvolva um espírito crítico, valorize e coloque em prática o rigor científico, se interesse em comunicar os resultados de suas pesquisas e seja capaz de trabalhar de forma cooperativa, fazendo-se novas perguntas e provando suas ideias. No desenvolvimento curricular é importante assegurar alguns princípios metodológicos que valorizem: o cotidiano das crianças, adolescentes e jovens; o contexto histórico-social; o diálogo entre os campos de saberes; a relação entre ciência, tecnologia e sociedade; a relação entre ciência e cultura como pontos de referência para ensinar e aprender Ciências. Assim, a decisão sobre quais deveriam ser os conteúdos a serem trabalhados, que metodologias utilizar em sala, que tipos de recursos de apoio são necessários e qual a melhor forma de avaliação dependem da concepção que a escola tem sobre o seu papel e o de Ciências na formação do estudante. Parece coerente que haja o investimento em uma perspectiva interdisciplinar dos saberes, e essa deve provocar, naturalmente, o desafio de que as praticas pedagógicas em Ciências sejam planejadas e desenvolvidas com base nos diálogos investigativos. Logo, cada espaço escolar e, portanto, seus professores e coordenadores devem, na organização e seleção dos conteúdos, evitar tanto a fragmentação do conhecimento como práticas de ensino que levem a aprendizagens pouco relevantes para a formação integral dos estudantes.
ensino da Educação Básica para nove anos de duração, por meio da Lei no 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Assim, considera-se necessário ampliar o debate sobre as implicações pedagógicas que o ensino e a aprendizagem das Ciências Naturais, especialmente nos anos iniciais, com a entrada da criança de seis anos de idade, deve observar. Ressaltam-se, ainda, as orientações legais, no tocante às discussões curriculares para o ensino das Ciências Naturais promovidas pela homologação da Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, publicada pelo Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica, referente às Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, pois consta nessa Resolução, art. 15, que os conhecimentos a serem trabalhados no Ensino Fundamental se organizam em áreas que se desdobram em componentes curriculares e, consequentemente, devem constituir os conteúdos básicos, necessários, relevantes e significativos para a formação integral das crianças, adolescentes e jovens. Logo, a Ciências da Natureza é uma das áreas que deverá, necessariamente, compor o currículo do Ensino Fundamental. Ainda no tocante à referida resolução, art. 9º, é importante lembrar que se encontra explícita uma concepção de currículo para o Ensino Fundamental. Nessa concepção, o currículo é constituído pelas experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados, contribuindo para construir as identidades das crianças, adolescentes e jovens.
A determinação do currículo é, para o professor de Ciências, um desafio cada vez maior. Como o conhecimento vem se expandindo rapidamente, a própria Ciências vem sofrendo transformações em sua organização, tornando difícil para o professor decidir o que é realmente fundamental para o currículo e o que é desnecessário.
Entende-se que alguns critérios precisam ser estabelecidos para a seleção dos conteúdos, como, por exemplo, a escolha de temas que sejam necessários, atuais, relevantes e significativos para a formação ética, estética e política dos estudantes, ou seja, não basta o conteúdo ser só interessante para ser selecionado e compor o currículo. É preciso ainda propiciar aos estudantes oportunidades de dar coerência ao conjunto de conteúdos selecionados, o que é possível apresentando para eles as ligações entre os fatos, fenômenos, conceitos e processos aprendidos, ao invés de apresentar os conteúdos divididos em compartimentos estanques.
Destaca-se ainda que, no atual cenário da educação brasileira, o Ensino Fundamental vem sofrendo alterações significativas em sua reorganização, estrutura e duração com a ampliação dessa etapa de
Tendo-se decidido os objetivos, as expectativas ou expectativas de aprendizagem da área e dos componentes curriculares e os conteúdos a serem trabalhados, o professor precisa selecionar as
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atividades e experiências que melhor levem os alunos ao alcance dos objetivos propostos. A escolha da modalidade didática, por sua vez, vai depender do conteúdo e dos objetivos selecionados, da classe a que se destina, do tempo e dos recursos disponíveis, da mesma forma que dos valores e convicções do professor. (KRASILCHIK, 2004)
sa, participação em debates, relatórios de leitura, de experimentos e provas dissertativas ou de múltipla escolha. É importante notar que esses últimos instrumentos, as provas, muitas vezes são entendidos como a única forma de avaliação possível, perdendo-se a perspectiva da avaliação como elemento muito mais abrangente. (BRASIL, 1998)
Em se tratando da prática pedagógica para o ensino de Ciências Naturais é fundamental explorar as atividades voltadas para o desenvolvimento do espírito crítico, criativo e investigativo, bem como para a compreensão dos fenômenos naturais a partir da problematização e da argumentação como formas de tratamento dos conteúdos de Ciências. Torna-se imprescindível a perspectiva da educação em Ciências em uma lógica investigativa na qual as atividades tenham como foco a experimentação, a pesquisa em campo, as simulações, e as atividades que possibilitem produções e registros. É importante que o professor inclua no desenvolvimento da disciplina uma diversidade de modalidades didáticas, já que cada objetivo requer uma situação própria, além da variação das atividades atrair e interessar mais os alunos, atendendo às diferenças individuais.
Diante das múltiplas funções e possibilidades de avaliação, fica clara a necessidade de cautela do professor no momento de escolher e aplicar os instrumentos de verificação da aprendizagem. Muitas vezes, o professor propõe como um objetivo de aprendizagem o desenvolvimento da capacidade de pensar de forma crítica, mas ao preparar as provas utiliza questões que aferem apenas a capacidade de memorização.
Ainda no que se refere às possibilidades para a organização do trabalho pedagógico para o ensino das Ciências Naturais alguns estudiosos apostam na elaboração e no desenvolvimento de projetos coletivos de trabalho e no uso de ferramentas da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), pois essa escolha didática tem se mostrado produtiva para a construção de conhecimentos no ensino de Ciências. Coerentemente com a concepção de conteúdos e com os objetivos propostos, a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos com relação à aprendizagem não só de conceitos, mas também de procedimentos e de atitudes. Por isso é fundamental que o professor utilize diferentes instrumentos e situações para poder avaliar a aprendizagem. Em Ciências, são muitas as formas de avaliação possíveis dentre elas: individual e coletiva, oral e escrita. Os instrumentos de avaliação comportam, por um lado, a observação sistemática durante as aulas sobre as perguntas feitas pelos estudantes, as respostas dadas, os registros de debates, de entrevistas, de pesquisas, de filmes, de experimentos, os desenhos de observação etc.; por outro lado, as atividades específicas de avaliação, como comunicações de pesqui-
É importante que o estudante conheça de forma clara o que se espera dele ao final da disciplina, e que os professores abram mão do seu poder, que depende da importância das notas na vida do estudante, para que a equipe escolar possa definir, a partir dos resultados analisados, prioridades em suas ações educativas para a aprendizagem significativa do aluno.
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM: ALGUMAS POSSIBILIDADES Um dos grandes desafios dos educadores consiste no processo de seleção de conteúdos, já que a quantidade de conteúdos que se pode trabalhar com os estudantes é muito grande. O presente documento foi organizado com o objetivo de contribuir para a reflexão e discussão sobre o que os estudantes precisam aprender na área de Ciências da Natureza, e subsidiar as escolas para o processo de seleção e organização de conteúdos ao longo do Ensino Fundamental. Contudo é preciso instituir nas escolas um espaço de debate sobre aquilo que os estudantes devem aprender, levando em consideração o que é relevante e necessário para a inserção social e cultural dos indivíduos. A sequência de expectativas de aprendizagem apresentada busca respeitar o desenvolvimento e os interesses dos alunos em suas faixas etárias, para que eles possam aprender significativamente os conteúdos específicos de Ciências. Ao lado de outras áreas de conhecimento, Ciências da Natureza propicia condições para 9
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ampliar o conhecimento de mundo, promovendo valores humanos e fornecendo instrumentos para a percepção, interpretação crítica e transformação da realidade.
2o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Para posicionar-se criticamente frente a temas como preservação e degradação ambiental, produção e consumo de energia, de alimentos e bens em geral, campanhas de saúde pública, sexualidade, preconceitos etc., é muito importante que as crianças, adolescentes e jovens tenham conhecimentos científicos e saibam aplicá-los a situações-problema do seu próprio cotidiano.
1o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Identificar, no ambiente próximo (sala de aula, escola, casa), diferentes elementos, tanto do mundo natural como construídos pelo ser humano. Observar, identificar e classificar, no ambiente próximo, diferentes tipos de animais e plantas que ali habitam ou fragmentos deles, como sementes, folhas, frutos, penas, pelos, esqueletos. Estabelecer semelhanças e diferenças entre o ser humano e outros animais. Observar a natureza, valorizando cuidados necessários para a preservação da água limpa, dos animais e das plantas. Observar e identificar, no ambiente próximo, variados materiais, equipamentos, objetos e produtos industrializados, reconhecendo diferentes funções, usos e localização. Comparar e classificar diferentes objetos em relação a tamanho, textura, rigidez, cheiro, cor, temperatura, por meio de observação direta e utilização dos órgãos sensoriais. Identificar e valorizar comportamentos de segurança, prevenção de acidentes e conservação no uso de objetos, como faca, tesoura, vidros, latas, pregos – consideradas as suas características. Identificar os perigos de inalar, pôr na boca, ingerir e manipular alguns produtos de uso doméstico como álcool, água sanitária, inseticidas, perfumes e outros materiais tóxicos, valorizando atitudes seguras. Valorizar atitudes de higiene para a prevenção da saúde individual e dos grupos a que pertencem (sala de aula, escola e casa).
Reconhecer cuidados com a higiene em diferentes lugares de vivência para a promoção da saúde. Identificar responsabilidades para a manutenção do ambiente saudável em locais de uso individual e coletivo. Observar sinais vitais no próprio corpo, como batimento cardíaco, respiração pulmonar, temperatura e movimentos reflexos para a promoção da saúde e o autocuidado. Relacionar a dependência da vida aos elementos do ambiente, como água, ar, alimentação, calor e luz solar. Identificar diferentes tipos de alimentos, sua adequação e necessidade para o desenvolvimento do corpo e manutenção da saúde, incluindo informações de culturas diversas. Reconhecer que uma alimentação inadequada pode levar a distúrbios como desnutrição e obesidade, comprometendo a saúde. Comparar diferentes modos de alimentação, locomoção e reprodução entre os seres vivos que garantem a sobrevivência das espécies nos ambientes. Reconhecer a importância dos órgãos sensoriais dos seres vivos na percepção do ambiente onde vivem e seu papel na interação com os outros. Diferenciar comportamentos dos animais (procurar comida, procriar, fazer abrigos) daqueles, exclusivamente, humanos (ter amigos, conversar, desenhar, escrever, produzir alimento e cozinhar, viver em famílias, construir cidades), associando-os às necessidades de sobrevivência ou de relações sociais. Identificar e elaborar mapa com os locais de origem dos alimentos e de sua comercialização. Reconhecer os lugares onde se compram alimentos e suas características (congelado ou não; em área com refrigeração ou não; tempo de validade) e se são industrializados ou naturais.
3o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Identificar, no ambiente conhecido, diferentes recursos naturais que compartilhamos: água, ar, vento, solo, calor e luz solar por meio de observações diretas, fotos e ilustrações. Comparar a respiração, no meio terrestre, dos animais e plantas com a de algas e animais em meio aquático, identificando em todos a necessidade de oxigênio.
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Observar e identificar regularidades e modificações naturais no clima (umidade do ar, temperatura, ventos, chuvas, luz solar) durante um dia, ao longo de alguns dias ou semanas e no decorrer do ano. Reconhecer e registrar regularidades no dia e na noite ao longo de dias, semanas e ano, como luz solar, temperatura, presença de nuvens e de chuvas, identificando alterações inesperadas ou provocadas por ação humana, como enchentes na cidade durante o verão. Identificar diferentes classificações de água doce (limpa, potável, mineral, poluída) e associá-las aos tipos de água que consumimos. Observar e comparar infiltrações da água em diferentes tipos de terrenos (asfalto, mato e solo descoberto), com inclinações variadas. Reconhecer a formação do esgoto pelo uso doméstico da água, trajeto até os rios e destes ao mar. Reconhecer componentes hidráulicos básicos (torneiras, registros, canos, caixa-d'água, ralos) que permitem a circulação de líquido em casa e comparar o consumo doméstico de água em diferentes atividades. Reconhecer que a água dissolve muitos materiais, verificando essa propriedade em misturas com materiais e substâncias comuns. Identificar formas e tamanhos das sombras formadas pela luz do Sol, observando, comparando e associando-as às posições do Sol em diferentes horários do dia. Identificar diretamente no céu as mudanças no formato visível da Lua, nomeando suas principais fases e os seus tempos de duração registrando símbolos e confrontando com calendários. Identificar a sequência dia e noite em vários locais do Brasil e do mundo, manipulando globo terrestre.
4o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Identificar origem e processos básicos de produção de alguns alimentos não industrializados e industrializados, a partir de embalagens e outras referências. Reconhecer técnicas de conservação de alimentos, como resfriamento e adição de substâncias – sal, conservantes, ácidos.
Reconhecer sinais de transformações, como bolores, colônias de bactérias e gases, que ocorrem com a deterioração de alimentos ou de suas embalagens. Reconhecer misturas e transformações de materiais na realização de receitas caseiras simples, como pães e bolos. Identificar os principais tipos de nutrientes associando-os aos alimentos comuns da dieta diária. Descrever os processos básicos da digestão para aproveitamento do alimento pelo corpo. Identificar e descrever diferentes materiais, como metais, plásticos, madeira, vidro, em produtos naturais e industrializados presentes no cotidiano e compará-los quanto à origem, propriedades e ao processo de produção. Valorizar formas de redução do lixo doméstico pelo consumo consciente, reconhecendo modos adequados para sua deposição em casa e na escola. Identificar e registrar principais diferenças entre lixo orgânico e outros tipos de resíduos domésticos e compreender os impactos ambientais que podem provocar. Observar e identificar procedimentos que favoreçam a coleta seletiva, reconhecendo símbolos de reciclagem e de segurança em embalagens e rótulos de produtos industrializados. Identificar e comparar formas utilizadas pelos diferentes seres vivos para se comunicar e obter informações do ambiente. Identificar o sistema nervoso como responsável pelo armazenamento, transmissão e comando das informações. Identificar diferentes formas de comunicação e informação antes e após a invenção da eletricidade. Identificar e comparar sistemas e equipamentos que permitem visualizar o interior do corpo, como radiografia, ultrassonografia e tomografia. Descrever o uso de aparelhos que possibilitam ampliar o sentido da visão para observação de objetos ou seres muito pequenos ou muito distantes. Identificar os principais equipamentos e aparelhos domésticos utilizados na comunicação e transmissão de informações e compará-los em termos de função, formas de utilização, transmissão ou recepção de sons e imagens. Reconhecer comportamentos de segurança ao identificar símbolos de perigo, como radiação, explosão, alta voltagem e toxidez em estabelecimentos, veículos ou materiais transportados.
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Reconhecer riscos e benefícios presentes no uso de aparelhos e equipamentos de comunicação para diagnósticos relativos à saúde.
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Localizar os órgãos internos do corpo humano, reconhecendo as relações entre as funções biológicas entre si, e entre elas e os fatores emocionais, sociais e culturais. Relacionar a produção de hormônios com a menstruação ou a eliminação de esperma, identificando transformações no aparelho reprodutor feminino e masculino na puberdade. Valorizar a maternidade responsável, comparando diferentes partos e cuidados dispensados aos filhotes de animais mamíferos, especialmente aos do ser humano. Reconhecer a necessidade de manutenção das atividades básicas do corpo (nutrição, respiração, circulação e excreção) e do bom funcionamento do sistema nervoso para a preservação da saúde individual. Identificar limites e potencialidades de seu próprio corpo, compreendendo-o como semelhante, mas não igual aos demais. Identificar alguns sinais vitais no próprio corpo (como batimento cardíaco, ventilação pulmonar, temperatura corporal, resposta a estímulos) e sintomas comuns de doenças, como febre, valorizando o autoconhecimento do corpo para o autocuidado. Identificar algumas doenças contagiosas recorrentes e epidemias que aconteceram na cidade em passado recente, reconhecendo formas de prevenção e cuidados individuais. Identificar principais vacinas e reconhecer sua importância como forma de prevenção e erradicação de doenças. Reconhecer as principais causas e medidas de prevenção às enchentes na cidade. Ler e interpretar informações sobre temperatura e precipitação. Comparar diferentes meios de transporte usados na cidade e no Brasil em termos da totalidade de carga que carregam, velocidades alcançadas, quantidades de poluentes emitidos no ar e ocupação de espaço nas ruas. Argumentar quanto às vantagens e desvantagens da utilização de diferentes meios de transporte, reconhecendo formas de segurança no trânsito da cidade. Opinar, com argumentos, sobre medidas preventivas de acidentes e de melhorias do tráfego na cidade.
Pesquisar diferentes destinos dados aos resíduos sólidos na cidade – lixões, aterros, incineração, reciclagem – e compará-los em termos de seus benefícios e riscos. Reconhecer a importância do saneamento público para a saúde e a qualidade de vida da população. Pesquisar os principais sistemas de tratamento de água na cidade e a distribuição da água tratada. Pesquisar e realizar experimentalmente formas simples e domésticas de tratamento de água, como filtração e cloração. Reconhecer a necessidade do tratamento de esgotos para a vida nos rios da cidade.
6o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Registrar informações e dados obtidos a partir da observação de ambientes próximos. Reconhecer em ambientes locais os elementos vivos e não vivos presentes em ambientes nativos. Identificar a interferência de ações sociais e econômicas (pesca, rede de esgotos, efluentes industriais, desmatamento, urbanização, agricultura) na manutenção de ambientes terrestres e aquáticos. Valorizar atitudes individuais e coletivas que contribuam para a preservação do meio ambiente no país, na cidade e em sua comunidade. Elaborar hipóteses e realizar experimentos para investigar relações entre água, solo e vegetação. Relacionar os elementos físicos dos ambientes (água, solo, ar, calor) e suas interações à manutenção de qualquer forma de vida. Pesquisar diferentes formas utilizadas ao longo da história humana para aproveitar recursos naturais, como água e solo. Comparar e classificar diferentes materiais presentes em objetos do cotidiano segundo suas origens e principais finalidades. Reconhecer e valorizar o consumo criterioso de materiais, utilizando o conhecimento de suas propriedades para preservá-los. Elaborar roteiro de pesquisa, selecionando e organizando informações para estudar as interferências humanas no ciclo natural da água. Reconhecer a presença da água em seus diferentes estados físicos no planeta, nomeando e descrevendo processos de mudanças de estado em situações do cotidiano.
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Ler e interpretar tabelas e gráficos simples que mostram a distribuição das águas naturais no planeta, identificando a parcela disponível para uso humano. Reconhecer a importância da água para a manutenção da vida no planeta desde o surgimento das primeiras formas de vida. Identificar situações de desperdício de água no uso doméstico ou na escola, buscando meios para minimizá-los. Reconhecer a origem, trajetos e transformações da água que consumimos no dia a dia. Localizar Estações de tratamento de água (ETA) e Estações de tratamento de esgoto (ETE) da cidade ou de cidades próximas, compreendendo seu funcionamento e reconhecendo seu papel na saúde da população e na qualidade ambiental. Conhecer as principais etapas de tratamento de água, realizando procedimentos caseiros, como decantação, filtração, ebulição e cloração. Relacionar o ciclo da água, o solo e a vegetação com a permeabilidade e a erosão, comparando diferentes tipos de solo. Identificar a decomposição de materiais orgânicos como ciclo natural de nutrientes para o solo e para a manutenção de vegetação e compará-la com a decomposição de outros materiais presentes no lixo. Identificar diferentes modos de deposição e tratamento do lixo na cidade para avaliar os seus impactos sobre o solo e águas subterrâneas. Reconhecer e praticar formas adequadas de descarte do lixo doméstico ou escolar. Reconhecer que toda atividade humana produz resíduos e comparar a produção de lixo no mundo atual com a de outras épocas. Identificar os tipos e a quantidade de resíduos que compõem a maior parte do lixo na cidade e no país. Pesquisar produtos e embalagens utilizados nos dias atuais, comparando-os com os utilizados em outras épocas para avaliar as diferentes quantidades e tipos de lixo produzido. Identificar a relação entre produção e composição de lixo e padrão de consumo, valorizando mudanças nos hábitos individuais, como a redução da produção de lixo e a colaboração para sua reciclagem. Identificar diferentes objetos e materiais comumente descartados como lixo em casa ou na escola, discriminando orgânicos de não orgânicos, recicláveis ou não.
Debater e argumentar sobre formas de coleta e destinação do lixo na cidade, vantagens e desvantagens, riscos e benefícios associados a cada uma delas. Identificar nos grandes centros urbanos as principais fontes de poluição do ar, da água e do solo. Ler e elaborar esquemas de ciclos de algumas doenças contagiosas, principalmente na interação entre o ser humano e outros seres vivos. Reconhecer doenças infecciosas e contagiosas veiculadas pela água e pelo solo na cidade (tifo, disenteria, leptospirose, verminoses) e propor formas de evitá-las. Identificar as trocas gasosas entre os organismos vivos e a atmosfera, envolvidas na respiração. Reconhecer a importância da atmosfera para a existência dos seres vivos, conhecendo sua composição básica e principais camadas. Comparar as diferentes formas de respiração entre animais aquáticos, animais terrestres e as plantas. Diferenciar doenças crônicas causadas pela poluição do ar na cidade (como bronquite e asma) de outras contagiosas veiculadas pelo ar (como gripe, tuberculose, meningite bacteriana). Organizar e registrar informações sobre a duração do dia em diferentes épocas do ano e sobre os horários de nascimento e ocaso do Sol e da Lua. Reconhecer a natureza cíclica de movimentos da Terra, Sol e Lua, associando-os a fenômenos naturais, ao calendário e influências na vida humana. Relacionar o ciclo dia-noite e posições observadas do Sol com o movimento de rotação da Terra. Observar sombras de objetos como árvores, postes, pessoas e edifícios e associar suas formas e tamanhos às posições do Sol ao longo do dia. Localizar historicamente e comparar diferentes medidores de tempo, como relógio de sol, de água ou areia e os atuais. Reconhecer e representar, em desenhos e esquemas, as diferentes fases da Lua e identificar horários em que ela aparece e desaparece no céu, relacionando-os com a sua posição em relação à Terra e ao Sol. Reconhecer características da Lua, como dimensões, distância da Terra, movimentos e composição. Identificar e comparar as principais características de planetas do sistema solar, como dimensões e localização em relação ao Sol.
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CIÊNCIAS
Pesquisar explicações sobre formato, localização e movimentos da Terra, posição do Sol, movimento dos planetas e de outros astros no Universo em diferentes épocas e culturas. Representar, através de maquetes, esquemas, desenhos, analogias, dramatizações ou outras formas, as posições e dimensões dos planetas no sistema solar. Fazer observações do céu, identificando planetas, estrelas, constelações e asteroides. Reconhecer as principais características físicas e composição da Terra, como dimensões, formato e camadas, associando-as a fenômenos naturais como gêiseres, terremotos e vulcões.
7o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Elaborar perguntas, selecionar, organizar e registrar dados e ideias para investigar a dinâmica dos ambientes. Valorizar o conhecimento de comunidades tradicionais, como as indígenas, sobre o ambiente. Ler e identificar em textos e notícias de jornais diferentes argumentos sobre preservação ambiental. Localizar historicamente os principais eventos do movimento ambientalista. Investigar, organizar e divulgar informações sobre transformações nos ambientes e medidas de proteção e de recuperação em regiões brasileiras e particularmente na cidade em que vive. Valorizar e apreciar a vida em sua diversidade, as interrelações entre os seres vivos e a preservação de ambientes. Associar a rápida perda de diversidade da vida aos efeitos da ação humana. Elaborar, individualmente e em grupo, relatos orais e outras formas de registros acerca dos biomas brasileiros. Identificar e localizar em mapas os biomas brasileiros, comparando suas características estruturais e interações com atividades humanas. Comparar diferentes ecossistemas baianos quanto à vegetação e à fauna, suas inter-relações e interações com o solo, clima, disponibilidade de luz e de água. Investigar a diversidade dos seres vivos, compreendendo cadeias alimentares e outras relações e identificando desequilíbrios ecológicos produzidos por intervenção humana.
Comparar os organismos quanto à sua estrutura, relação com água e busca de alimentos, reprodução e crescimento, associados aos modos de vida e aos ambientes que habitam, para a compreensão de processos adaptativos ao longo do tempo geológico. Conhecer as formas pelas quais os diferentes organismos obtêm matéria e energia para viverem. Reconhecer transformações químicas nos seres vivos como fotossíntese, respiração celular e quebra de compostos orgânicos. Identificar padrões de semelhança e características comuns entre variedade de plantas, de animais e de outros seres vivos. Desenhar ou redigir legendas de esquemas de ciclo de reprodução de plantas e de animais. Identificar a reprodução como forma de continuidade da espécie no ambiente. Comparar a reprodução do ser humano aos processos reprodutivos das plantas e outros animais. Comparar o organismo humano aos de outros animais e plantas quanto à sua organização por células e tecidos e quanto às suas funções vitais. Elaborar hipóteses sobre a diversidade e as adaptações dos seres vivos. Identificar os sistemas organizados de classificação dos seres vivos como referência auxiliar no seu estudo. Reconhecer que os sistemas de classificação e de nomenclatura dos seres vivos são construções humanas para organizar o conhecimento da natureza. Ler e interpretar escalas de temperaturas representadas graficamente ou em termômetros caseiros. Relacionar e comparar temperaturas de diferentes ambientes, na Terra e no Universo. Identificar o calor como forma de energia e algumas de suas transformações, compreendendo trocas de calor e equilíbrio térmico no ambiente e nos seres vivos. Pesquisar fontes de calor naturais e tecnológicas usadas em casa e em outros ambientes, na cidade ou no campo, como lenha, carvão, gás, aquecedores elétricos e solares. Identificar, nos seres vivos e no corpo humano, processos de trocas de calor com o ambiente para explicar mecanismos envolvidos na transpiração, na proteção do frio ou do calor ou em situações de febre.
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Reconhecer alguns materiais condutores e isolantes térmicos, associando-os à sua utilização adequada no cotidiano. Buscar informações em diferentes fontes e argumentar sobre benefícios e riscos da luz solar para a saúde humana. Reconhecer procedimentos adequados para proteção dos raios solares e para a prevenção de acidentes no uso de materiais a altas temperaturas. Identificar a luz branca solar como composição de raios de luz de diferentes cores. Reconhecer que diferentes formas de energia utilizadas no mundo – como a da água, dos ventos e dos combustíveis – têm origem na energia solar. Comparar diferentes materiais presentes em objetos do cotidiano quanto à absorção, reflexão e passagem da luz. Identificar algumas características dos planetas do Sistema Solar, como a atmosfera, temperatura e presença de água para reconhecer aquelas favoráveis à vida na Terra. Reconhecer o Sol como uma estrela localizada na periferia de nossa galáxia, a Via-Láctea. Formular e debater hipóteses e explicações acerca da formação da Terra e do Sistema Solar. Conhecer visões e modelos explicativos sobre origem da Terra e do Sistema Solar ao longo da história e em diferentes culturas.
8o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Representar em uma linha do tempo eventos da história do planeta, como o surgimento da Terra, da água líquida, da atmosfera oxigenada e de grupos de seres vivos. Relacionar a história geológica do planeta e a evolução dos seres vivos, considerando mudanças na biosfera, atmosfera e litosfera para avaliar e respeitar o tempo para reposição dos materiais na natureza e para diversificação natural da vida. Participar de debates coletivos sobre a evolução da vida, registrando suas ideias por escrito ou oralmente, reconsiderando sua opinião com base em evidências obtidas por diferentes fontes de informação. Comparar as teorias evolutivas de Lamarck e de Darwin, considerando o papel das evidências e de suas interpretações para a elaboração de hipóteses explicativas.
Identificar fósseis como evidências de evolução ao compará-los aos seres vivos atuais. Comparar casos atuais ou históricos de seleção natural e de seleção artificial praticados na agricultura e pecuária para explicar a teoria da evolução. Elaborar tabela com dietas adequadas, considerando aspectos culturais presentes em sua alimentação. Ler e interpretar uma tabela de valores calóricos de alimentos, reconhecendo diferentes unidades de energia. Classificar os alimentos em grupos de construtores, energéticos e reguladores, caracterizando o papel de cada grupo no organismo humano. Identificar características e funções químicas de alguns componentes de alimentos, tais como sal, açúcar, óleos, vinagre. Reconhecer alguns alimentos como misturas de diferentes substâncias, identificando sua composição básica. Identificar necessidades calóricas do organismo humano, relacionando energia consumida pelos alimentos às suas transformações em diferentes atividades físicas e metabólicas. Avaliar a própria dieta, reconhecendo as consequências de alimentação inadequada e a perda de nutrientes na industrialização de alguns alimentos. Participar de debates coletivos para a solução de problemas relativos à produção e consumo de alimentos, registrando suas ideias por escrito ou oralmente. Reconhecer que os hábitos alimentares desenvolvem fatores emocionais, culturais e econômicos, além das necessidades orgânicas. Ler e interpretar informações contidas em rótulos de embalagens de alimentos, como informação nutricional, ingredientes, quantidade, prazo de validade e presença de aditivos. Identificar grandezas físicas e correspondentes unidades presentes em rótulos de alimentos, como massa, volume, valor calórico. Reconhecer sinais de transformações químicas que ocorrem na deterioração de alimentos ou de suas embalagens. Valorizar comportamentos de atenção ao consumo de alimentos e exercer os direitos de consumidor. Reconhecer, nas propagandas de produtos alimentícios, informações fundamentadas, discriminando possível propaganda enganosa.
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Pesquisar formas usadas pelo ser humano para coletar, produzir, transformar e conservar alimentos em diferentes épocas e sociedades. Comparar e explicar principais métodos de conservação de alimentos, reconhecendo o papel de aditivos, seus benefícios e danos à saúde. Compreender processos envolvidos nas funções vitais de nutrição do organismo, estabelecendo relações entre os fenômenos da digestão dos alimentos, a absorção de nutrientes e sua distribuição pela circulação sanguínea para os tecidos do organismo. Reconhecer reagentes e produtos de algumas transformações químicas na digestão e na respiração do organismo humano. Identificar os principais caminhos da circulação sanguínea, o papel do coração e as mudanças de composição do sangue ao percorrer os diferentes órgãos do corpo. Reconhecer o papel do sistema urinário na filtração do sangue e eliminação de substâncias tóxicas produzidas pelas células. Reconhecer formas de reprodução sexual e assexual, comparando a eficiência para a sobrevivência da espécie. Caracterizar a puberdade como processo natural que determina a capacidade reprodutiva humana e que produz mudanças físicas e emocionais. Descrever as etapas do ciclo menstrual e o caminho dos espermatozoides na ejaculação para explicar a possibilidade de gravidez e a disseminação de DST/AIDS, na ausência de preservativos durante relações sexuais. Representar em textos, esquemas e desenhos as transformações ocorridas no útero e nos ovários durante o ciclo menstrual, identificando o período fértil com a ovulação. Descrever os fatos principais da fecundação, da gravidez e do parto, conhecendo vários métodos anticoncepcionais e estabelecendo relações entre o uso de preservativos, a contracepção e a prevenção das DST/AIDS. Identificar, além do processo biológico, fatores sociais, psicológicos e culturais comprometidos na reprodução humana e no uso dos métodos anticoncepcionais, valorizando as relações sexuais protegidas e a gravidez planejada. Comparar a organização por células, tecidos, órgãos e sistemas do organismo humano aos de outros animais e plantas, bem como processos vitais comuns.
Elaborar, individualmente e em grupo, registros acerca do organismo humano, considerando informações obtidas em imagens, esquemas, textos históricos ou atuais, jornalísticos ou livros. Considerar o organismo humano como um todo, reconhecendo fatores internos e externos ao corpo que concorrem para a manutenção do equilíbrio e a promoção da saúde. Valorizar o cuidado com o próprio corpo, com atenção para a alimentação adequada e o desenvolvimento da sexualidade. Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da sua comunidade sobre a alimentação e a sexualidade, modos de prevenção de doenças comuns e preservação da saúde coletiva e individual. Identificar a pele e o sistema imunitário com a função de proteção e defesa do corpo, constituindo sequência de barreiras de defesa contra agentes invasores: substâncias, vírus e bactérias. Identificar a ação protetora das vacinas como auxiliar do sistema imunitário e como resultado de descobertas e pesquisas desde o século XVIII. Identificar o controle do sistema endócrino nos processos químicos que ocorrem em várias glândulas relacionadas aos hormônios, mantendo o metabolismo em equilíbrio.
9o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Organizar, individualmente e em grupo, relatos orais e outros registros acerca de questões ambientais, estabelecendo relações entre as informações obtidas através de fontes diversas, elaborando suas próprias sínteses mediante tabelas, gráficos, esquemas, textos ou maquetes. Valorizar o conhecimento científico para a participação em debates sobre o ambiente e que envolvem descobertas, novas teorias e aplicações desse conhecimento. Relacionar a fotossíntese, a respiração celular e a combustão nos ciclos do carbono e do oxigênio para compreender o papel da vegetação, do desmatamento e das queimadas na atmosfera. Relacionar alterações de dióxido de carbono e de ozônio da atmosfera à emissão de substâncias, compreendendo aquecimento global e buraco na camada de ozônio. Valorizar medidas de saneamento e de controle de poluição em geral e, particularmente, em sua cidade.
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Compreender o ciclo da água na cidade e em diferentes ambientes e identificar o modo pelo qual as águas subterrâneas são reabastecidas, reconhecendo a necessidade de preservação dos mananciais. Valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes sobre a atmosfera e mananciais de água aos membros da sua comunidade. Interpretar processo de recuperação ou de degradação em ambiente da sua região ou em local distante, utilizando conhecimentos sobre exploração de recursos naturais e interferência humana nos ciclos naturais. Compreender as relações de dupla mão entre o processo social e a evolução das tecnologias, associadas à compreensão dos processos de transformação de energia, dos materiais e da vida. Associar propostas de desenvolvimento sustentável a alternativas que integram a melhoria da qualidade de vida à proteção de recursos naturais para as gerações futuras. Argumentar e debater problemas sobre impacto ambiental decorrente dos meios de transporte. Comparar os meios de transporte na história, em termos de velocidades, carga que transporta, potências, combustíveis utilizados, consumos energéticos e emissão de poluentes. Comparar diferentes tipos de combustíveis, suas origens e usos, diferenciando os renováveis dos não renováveis. Reconhecer os principais problemas decorrentes do uso de petróleo e de outros combustíveis fósseis, propondo formas de reduzi-los. Reconhecer reagentes e produtos em reações químicas de combustão. Ler e representar, de forma nominal e simbólica, reações químicas, diferenciando reagentes e produtos. Considerar aspectos quantitativos de proporção e conservação de massa entre reagentes e produtos para compreender transformações químicas na natureza ou em sistemas tecnológicos. Compreender a relação entre velocidade e energia de movimento, para reconhecer o perigo das altas velocidades. Identificar e relacionar energia presente nos movimentos (cinética e potencial gravitacional), reconhecendo a conservação de energia mecânica. Sequenciar algumas transformações de energia que ocorrem em máquinas e equipamentos, tais como nos veículos, na iluminação, em eletrodomésticos e aparelhos de comunicação.
Relacionar trabalho, energia e potência em veículos, em máquinas e movimentos do corpo humano. Ler e interpretar informações contidas em uma conta de energia elétrica residencial. Pesquisar os hábitos de vida doméstica e social antes e depois do advento da eletricidade, comparando-os e identificando as principais transformações na sociedade. Identificar fontes diversas de energia e associá-las aos seus usos. Associar principais tecnologias utilizadas pelo ser humano, em diferentes épocas de sua evolução, para obter, armazenar e utilizar diferentes formas de energia (uso do fogo, invenção da roda, roda-d'água, moinho de vento, petróleo, eletricidade, energia nuclear etc.). Compreender a importância do uso de fontes renováveis de energia no mundo atual. Reconhecer e representar, em um esquema, os principais componentes e as etapas de funcionamento de uma usina geradora de eletricidade. Reconhecer as principais fontes e transformações de energia nas usinas de geração de eletricidade. Avaliar implicações sociais, econômicas e ambientais nos processos de geração e de transformação de energia. Comparar principais fontes e consumos de energia, presentes na matriz energética brasileira. Avaliar consumo de energia residencial, identificando necessidades e formas de economia e racionalização. Identificar e representar circuitos elétricos simples em instalações domésticas, identificando diferentes aparelhos, suas características e funções. Identificar símbolos e outras representações características de aparelhos elétricos, como potência e tensão. Conhecer diferentes critérios que orientam o uso de aparelhos elétricos e os direitos do consumidor. Investigar e comparar diferentes modelos explicativos da constituição da matéria ao longo da história. Conhecer a teoria atômico-molecular para explicar modelos de constituição e propriedades dos materiais. Associar a luz emitida pelas estrelas a uma forma de energia que tem origem nos núcleos atômicos. Identificar e estimar ordens de grandeza de espaço e tempo em escala astronômica, situando a Terra e o Sistema Solar.
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Comparar distâncias e tempos no Universo, relacionando unidades de medida. Reconhecer a existência da força gravitacional, associando-a à atração entre objetos na Terra e no Universo, relacionando-a às suas massas e respectivas distâncias. Comparar os modelos geocêntrico e heliocêntrico do Sistema Solar, relacionando-os a diferentes visões de mundo e a aspectos sociais, culturais ou filosóficos. Pesquisar viagens espaciais já realizadas, equipamentos utilizados, tempos de viagem e conhecimentos propiciados por elas. Participar de debates sobre atitudes de risco, colocando suas ideias e reconsiderando sua opinião em face de evidências obtidas por diferentes fontes de informação. Reconhecer os agravos à saúde física e mental no uso e abuso de drogas, no sexo desprotegido, nas ações violentas, nos esportes radicais, considerando fatores psicológicos, culturais e sociais. Compreender o corpo humano e sua saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, afetivas e sociais, relacionando a prevenção de doenças e promoção de saúde das comunidades ao autocuidado e a políticas públicas adequadas. Ficar atento à saúde individual e de seu grupo, divulgando os fatores individuais e sociais que promovem a saúde e diminuem os riscos. Identificar o sistema nervoso como regulador de todos os outros sistemas, através de estruturas centrais e nervos que geram ações e transmitem respostas aos estímulos recebidos tanto no funcionamento normal do corpo como em situações de risco ou na adição de substâncias nocivas. Relacionar os órgãos sensoriais (de visão, audição, olfato, paladar e tato) ao sistema nervoso, compondo com o sistema endócrino os sistemas de relação entre o corpo e o ambiente.
ESTUDO DE CASO
SITUAÇÃO – PROBLEMA 1 QUAL A MELHOR SEQUÊNCIA DIDÁTICA? POR QUÊ? 1. Analise as sequências didáticas abaixo: Sequência didática 1 O PROFESSOR 1. apresenta o tema Digestão no Corpo Humano a seus alunos. 2. faz um levantamento dos conhecimentos prévios que eles possuem a respeito, perguntando o que sabem sobre o assunto. 3. orienta-os para que, em casa, pesquisem em revistas e recortem figuras de partes do corpo para trazerem no dia seguinte. 4. na próxima aula, solicita aos alunos que, em pequenos grupos, montem um corpo humano com as partes que recortaram e trouxeram de casa. 5. em seguida, faz na lousa um esquema com os órgãos do tubo digestório, explicitando a função dos dentes, da língua e da saliva, e as transformações que ocorrem no estômago e no intestino delgado. 6. entrega o mesmo esquema a eles, numa folha individual, para que pintem com lápis colorido. 7. traz um filme sobre o sistema digestório para sistematizar as informações a respeito. 8. solicita que os alunos, em duplas, produzam um texto com a seguinte consigna: “o que eu aprendi sobre a digestão no corpo humano”.
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AO LONGO DE TODO O TRABALHO, O PROFESSOR
responde prontamente todas as questões colocadas pelos alunos, para que não fiquem com ideias distorcidas sobre os conteúdos. disponibiliza para a classe livros que abordem os conteúdos trabalhados a fim de que sejam consultados espontaneamente pelos alunos, de acordo com os seus interesses.
Em dupla, compare as duas situações, analisando em cada uma delas:
Sequência didática 2
O PROFESSOR
propõe que diferentes grupos de alunos desenhem a silhueta de um deles em um papel grande disposto no chão. a seguir pergunta: “O que acontece com a comida que vocês comem?”, solicitando que os alunos primeiro discutam e depois registrem o que concluíram na silhueta desenhada. solicita que exponham o resultado do trabalho para todos os colegas, discutindo a sequência de eventos da digestão que apareceu nos desenhos. oferece algumas informações gerais sobre as transformações sofridas pelos alimentos. levanta, e põe em discussão hipóteses sobre como a saliva pode transformar os alimentos na boca e que tipo de hábito pode favorecer o desenvolvimento de cáries. coordena a elaboração coletiva de um “Verdadeiro ou Falso” sobre todas as informações tratadas ao longo do trabalho (a ser afixada, sem respostas, no mural da escola), como forma de sistematizar os conhecimentos adquiridos.
AO LONGO DE TODO O TRABALHO, O PROFESSOR
devolve as dúvidas levantadas pelos alunos para todo o grupo e, quando não resolvidas pela discussão coletiva, propõe uma pesquisa bibliográfica orientada para buscar respostas para elas. traz filmes com informações sobre os alimentos, o sistema digestivo e as possibilidades de prevenção de cáries para serem assistidos e debatidos.
a ação do aluno; o significado da aprendizagem; as relações de parceria estabelecidas entre professor e alunos e entre os próprios alunos; o espaço para a curiosidade dos alunos por meio do debate; o incentivo à atitude investigativa; a escolha de filmes, segundo os objetivos, adequados para serem assistidos e utilizados como incentivo à discussão; a possibilidade de aprofundamento e as capacidades desenvolvidas.
SITUAÇÃO – PROBLEMA 2 O QUE A QUESTÃO AMBIENTAL TEM A VER COMIGO? 1. Cante e analise a letra da música Tempo Rei, de Gilberto Gil. Não me iludo Tudo permanecerá Do jeito que tem sido Transcorrendo Transformando Tempo e espaço navegando Todos os sentidos... Pães de Açúcar Corcovados Fustigados pela chuva E pelo eterno vento... Água mole Pedra dura Tanto bate Que não restará Nem pensamento... Tempo Rei! Oh Tempo Rei! Oh Tempo Rei! Transformai
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As velhas formas do viver Ensinai-me Oh Pai! O que eu, ainda não sei Mãe Senhora do Perpétuo Socorrei!... Pensamento! Mesmo o fundamento Singular do ser humano De um momento, para o outro Poderá não mais fundar Nem gregos, nem baianos... Mães zelosas Pais corujas Vejam como as águas De repente ficam sujas... Não se iludam Não me iludo Tudo agora mesmo Pode estar por um segundo... Tempo Rei! Oh Tempo Rei! Oh Tempo Rei! Transformai As velhas formas do viver Ensinai-me Oh Pai! O que eu, ainda não sei Mãe Senhora do Perpétuo Socorrei!... 1. Agora reflita e debata com os outros participantes sobre a questão: O que a questão ambiental tem a ver comigo? 2. Leia os textos abaixo: Texto 1 Conheci Maria Carvalho no verão passado, numa favela de Salvador, na Bahia. Maria, que prefere ser chamada de Miúda, aos 43 anos já é avó, mas continua analfabeta. Com o marido e quatro de suas filhas (a mais nova tem 2 anos), mora no subúrbio, num terreno
que não lhe pertence. As filhas mais velhas se casaram e saíram de casa para se estabelecer em outras favelas. [...] A vida é dura para Miúda. Ela se sente cansada, abatida, e parece bem mais velha do que é. Sua história nada tem de excepcional: pelo mundo afora, milhões de pessoas igualmente desfavorecidas suportam com coragem e dignidade seu fardo de miséria e solidão, seu quinhão cotidiano de problemas ambientais. [...] Todos nós, inclusive Miúda e as demais pessoas desfavorecidas, teremos de sofrer as consequências dos problemas mundiais do meio ambiente. Somos ou seremos todos afetados pela diminuição da camada de ozônio, pelas transformações do clima do planeta, pelo esgotamento dos recursos não renováveis, pelo desaparecimento de certos nichos ecológicos e o consequente empobrecimento biológico. Alguns de nós ainda temos tempo e condição para refletir e falar sobre isso – mas Miúda também os terá? Como querer que ela se preocupe com o desaparecimento de espécies vegetais da região, se sua família tem de desbastar um pedaço de floresta para viver em local menos insalubre? E seu companheiro poderá ter remorsos por despejar detritos no riacho quando sua própria casa é diariamente invadida pelos esgotos de outras? Será lícito pedir-lhe que pratique o planejamento familiar, para não alimentar a explosão demográfica, enquanto seus filhos são seus únicos amigos, o arrimo de sua velhice? Os ecologistas e as autoridades políticas devem refletir sobre tudo isso antes de traçar planos. Por mais que se estabeleçam programas de educação ambiental, como imaginar que pessoas desprovidas de ajuda em tais dificuldades possam se preocupar com os problemas ambientais coletivos? Seria lógico, ou mesmo sensato, deixar-se envolver por questões planetárias quando há tanto o que fazer bem perto de nós? Até o momento, os ecologistas preocuparam-se principalmente com as questões macrocósmicas, como o buraco na camada estratosférica de ozônio ou as marés negras; a mídia, os partidos políticos e a opinião pública mostraram-se bastante sensíveis a esses problemas, contra os quais adotaram-se instrumentos internacionais em curtíssimo tempo. Por outro lado, as dificuldades próprias a certas comunidades e restritas ao contexto local não obtêm qualquer repercussão. Costumam ser negligenciadas e classificadas na categoria dos problemas de saúde pública, habitação ou agricultura, atualmente menos prestigiadas que o meio ambiente.
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Não é difícil explicar esse fenômeno: as questões ambientais são impressionantes. Relativamente poucas, claramente definidas, cedo ou tarde afetarão a humanidade inteira. Em compensação, os problemas locais são demasiadamente prosaicos, numerosos, difíceis de serem equacionados e complicados por uma série de fatores locais. Além do mais, só interessam a poucos indivíduos. Entretanto, têm um caráter imediato, preciso, frequentemente dramático. E, na medida em que são interligados, esses múltiplos problemas exercem consideráveis efeitos conjugados sobre a saúde, os recursos econômicos e a sobrevivência ecológica. BORRINI, Grazia. Mulheres e meio ambiente, O Correio da Unesco. Unesco/Fundação Getúlio Vargas n. 5, ano 20, p. 24-26, maio 1992.
Texto 2
O HOMEM DEPENDE DA NATUREZA O grande problema da civilização moderna, industrial, tecnológica é talvez o de não ter percebido que ela ainda depende da natureza, ao menos em termos globais; que sua liberação ainda não é total e que, provavelmente, nunca será; que não é possível produzir artificialmente todo o oxigênio necessário à manutenção da composição atual da atmosfera nem toda a matéria orgânica necessária a seu próprio consumo; que não é possível manter, sem a participação da massa vegetal constituída pelas florestas, savanas e outros sistemas, os ciclos naturais da água de modo a garantir a estabilidade do clima, a constância e a distribuição normal das chuvas e a amenidade da temperatura. Consequentemente, o homem depende da existência de florestas e outras formações vegetais, e estas dependem da presença de animais e microrganismos que participam de seus processos de reprodução – como os insetos polinizadores, ou os pássaros, roedores e morcegos que disseminam e até enterram suas sementes – ou que promovem a reciclagem de elementos nutrientes. Por sua vez, esses insetos, pássaros e roedores dependem de predadores como aranhas, serpentes e animais carnívoros para manterem suas populações estáveis. Em resumo, o homem, quer queira quer não, depende da existência de uma natureza rica, complexa e equilibrada em torno de si. Ainda que ele se mantenha isolado em prédios de apartamentos, os ecossistemas naturais continuam constituindo o seu meio ambiente. BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 2001, p. 20-21.
1. Reúna-se com mais participantes e discutam a questão: É importante tratar da questão ambiental na escola? Por quê? 2. Socialize para todo o grupo o resultado da discussão feita.
SITUAÇÃO - PROBLEMA 3 QUAL É O PAPEL DA AVALIAÇÃO NA ESCOLA E EM QUE MEDIDA O QUE ESTAMOS AVALIANDO EM CIÊNCIAS É COERENTE COM ESSE PAPEL? Sente com um colega e analisem as questões abaixo, retiradas de uma prova de Ciências de 7º ano, discutindo principalmente o seu enunciado, as intenções do examinador, se essas intenções ficam claras no enunciado, as possibilidades de interpretação do examinado, bem como os conteúdos (conceitos, procedimentos e atitudes) que são necessários desenvolver nas aulas para o aluno ser capaz de responder questões desse tipo: a) Por que os anfíbios e os répteis vivem numa faixa equatorial e temperada do planeta enquanto as aves alcançam até os polos? b) Explique por que vazamentos de óleo ou petróleo nos mares prejudicam as aves aquáticas, como os pinguins. c) No Egito e locais vizinhos, algumas pessoas enganam os turistas vendendo para eles pequenos objetos supostamente muito antigos. O aspecto de envelhecido é obtido fazendo algumas aves ingerirem esses objetos e, depois de expelidos, limpá-los. Você consegue explicar como as aves “envelhecem” o objeto? d) Por que a temperatura das aves é tão alta? e) A seguir você encontra três grupos de aves. Desenhe o pé e o bico de cada um dos três grupos. Leve em conta os habitats de cada grupo, assim como as suas habilidades. GRUPO 1
GRUPO 2
GRUPO 3
Pintassilgo
Pato
Harpia
Sabiá
Ganso
Falcão
Pica-pau
Pinguim
Águia
1. Agora socialize com todo o grupo o resultado dessa análise.
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2. Discuta com os demais participantes a questão: Qual é o papel da avaliação na escola e em que medida o que estamos avaliando em Ciências é coerente com esse papel? 3. Reúna-se com mais três colegas e elaborem uma situação de avaliação, com base nos princípios debatidos. 4. Apresentem para os demais colegas a situação de avaliação proposta.
SITUAÇÃO – PROBLEMA 4 É POSSÍVEL DESENVOLVER CAPACIDADES NOS ALUNOS? COMO FAZER? Sente com um colega, analisem as situações propostas e apresentem sugestões:
Atividade
Capacidades que podem ser desenvolvidas
O que é preciso para que essas capacidades sejam desenvolvidas
Pesquisa sobre os seres vivos Visita ao campo para observação da vegetação local
1. Socializem para todo o grupo as sugestões propostas. 2. Debata com os colegas: a) É possível desenvolver capacidades nos alunos? b) Como garantir o desenvolvimento dessas capacidades? c) Qual o papel do professor no desenvolvimento de capacidades nos alunos?
APLICANDO CONCEITOS
Atividade 1 1. Reúna-se com os demais professores de Ciências da escola e discutam sobre as questões abaixo: a) Qual o papel de Ciências Naturais na formação do nosso aluno? b) Em que medida o que estamos trabalhando é coerente com esse papel? c) Que tipo de postura do professor é mais coerente com os objetivos do ensino de Ciências? d) O que ainda precisa ser feito para atender aos objetivos do ensino de Ciências? 2. Registre o resultado dessa discussão para socialização no próximo módulo.
Atividade 2 1. Utilize a tabela abaixo e registre uma descrição de suas atividades diárias. Em seguida, reflita e escreva quais dessas atividades implicam: Consumo
de energia, água, materiais; Produção de resíduos e descartes. Anote também onde ocorrem (em quais ambientes) as suas atividades cotidianas. Minhas atividades coletivas
Consumo de energia, água e materiais
Produção de resíduos e descartes
Ambientes em que ocorrem
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3. Reflita e escreva sobre a questão: o que minhas atividades cotidianas têm a ver com a natureza? 4. Agora liste questões ambientais sobre as quais tem conhecimento e relacione-as com suas atividades cotidianas. 5. Por fim, levando em consideração a realidade da sua escola, escreva uma proposta para trabalhar as questões ambientais na comunidade escolar.
Atividade 3 1. Discuta com colegas e liste o que pode ser atividade interessante para o ensino e a aprendizagem de Ciências. 2. Agora identifique os conteúdos que aparecem em cada atividade. 3. Em seguida, faça um levantamento na sua escola dos conteúdos de Ciências trabalhados do 1º ao 9º ano. 4. Faça uma análise comparativa entre o currículo de Ciências da escola e os conteúdos relacionados às atividades interessantes para o ensino e a aprendizagem de Ciências. 5. Reflita sobre a questão: o currículo de Ciências da minha escola favorece o planejamento de atividades interessantes para o ensino e a aprendizagem de Ciências?
Atividade 4 1. Reflita sobre a questão: é mais importante o professor não ter dúvidas e mostrar que sabe tudo aos alunos ou ter atitude investigativa ao tentar resolver suas dúvidas e as dos alunos? 2. Faça o teste! Em turmas diferentes, aproveite a situação de dúvida dos alunos e, para uma turma, dê a resposta prontamente, enquanto para a outra proponha a busca de informação coletiva. 3. Observe o interesse e motivação dos alunos em ambas as situações e faça registros reflexivos dessa observação.
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REFERÊNCIAS BRASIL. Lei no 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Presidência da República, Congresso Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 7 de fevereiro de 2006. _________. Resolução no 7, 14 de dezembro de 2010, Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos. Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília. 15 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 34. _________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 138p. KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. LIBANEO, J. C. Didáctica y práctica histórico-social. Associação Nacional de Educação, ano 4, n. 8, 1984. WEISSMANN, H. Didática das ciências naturais: contribuições e reflexões. Tradução por Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
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