Mesa em Revista Chef
Publicação do Evento Mesa de Cinema outubro 2021 Produção:Mesa Produtora Edição: Rejane Martins Redação: Loraine Luz Direção de arte e diagramação: Cid D´Ávila
Foto Capa Divulgação/Mesa de Cinema
www.instagram.com/mesadecinema/
Humanos é o que somos
Abe: Mesa que une Uma bebida leve e dourada Debate: A delícia de viajar com um filme Frases do debate
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Opinião do público Menus: Profusão de delícias Menus dos Chefs
Receita do filme Mesa fim de ano
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Humanos
é o que somos
Sabe o que é bom mesmo? Em 16 anos de Mesa de Cinema, conseguir surpreender você aí, que aceita essa experiência. Tenha certeza: o prazer é muito maior do lado de cá. A edição com o filme Chef foi cheia de reconhecimentos. Não me refiro aos acertos de um filme que poderia escorregar pela pieguice sem volta, nem ao sensível e perspicaz debate protagonizado pelos adoráveis Vitor Necchi e Ricardo Castanho e sequer ao talento dos chefs que fizeram os jantares... obrigada Nati Tussi, Sergio Rabaioli Jr e Victor Dimitrow. Tudo isso é sim fundamental, claro. Mas, quando digo que foi uma noite de reconhecimentos, me refiro a reconhecer a humanidade em nós mesmos, seja pelo cinema, seja pelo encontro de ideias ou naquela comunhão em volta de uma mesa de
jantar. Essa humanidade comum a todos, que nos faz sentir em casa, onde quer que estejamos, e que se revela assim, no desfrute compartilhado de pequenos prazeres, quando nos permitimos romper a rotina e dizer sim a uma nova experiência. Com erros, acertos, e muita vontade de seguir. E assim vamos. Dia 3 de dezembro, uma sextafeira, vamos nos abraçar em torno de uma mesa e de um filme que traz a mensagem que a gente mais quer sempre: união. Abe é o filme da vez. Nas páginas a seguir falamos um pouco sobre edição com o filme Chef e movidos por essa energia de tantas lembranças boas, já ensaiamos os nossos passos para as delícias que vêm por aí. Vem com a gente!
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Mesa que une
irigido por Fernando Grostein Andrade, Abe (2019) conta a história de um menino de 12 anos que vive no Brooklyn, Nova York, com a mãe judia de origem israelense e o pai palestino de origem muçulmana. Para contornar os conflitos familiares causados pelos contrates culturais, Abe usa da gastronomia para unir a família. Além de belas imagens de pratos e sua elaboração, um dos bons acertos do filme é o elenco, com nomes como Seu Jorge
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(Marighella) e Noah Schnapp (Stranger Things). Um filme com Seu Jorge em cena é sempre uma boa razão para conferir. Em Abe, o personagem Chico, um chef de restaurante de rua, tem papel fundamental e serve como mentor culinário do protagonista (Noah Schnapp). Seu Jorge sendo Jorge e a gente querendo mais. A mistura cultural e gastronômica, conflitos e tentativas de fusão/união é o apelo maior do filme. Abe se vê dividido entre suas origens israelense e a muçulmana e busca encontrar um ponto de equilíbrio através da mesa.
Fotos Divulgação/Mesa de Cinema
Fernando Grostein Andrade, que é meioirmão de Luciano Huck, conta que o enredo de Abe tem referências autobiográficas: “Sou filho de casamento misto. De um lado, eu tenho família de origem judaica e, de outro, de origem católica. Eu troquei o lado católico pelo palestino para dar voz e visibilidade à questão palestina. Quis fazer esse filme com vários níveis de profundidade, assim pessoas de várias idades poderiam assistir e busquei passar uma mensagem que, para mim, é muito importante: de que cada um deve buscar sua própria identidade e ser você mesmo.” Para a edição de 3 de dezembro, estaremos em Lajeado, Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo, além de Porto Alegre.
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Uma bebida
leve e dourada
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espumante Courmayeur Brut, escolhido para acompanhar o jantar inspirado no filme “Chef”, foi recebido com curiosidade pelos participantes do Mesa de Cinema. Muitos experimentariam a bebida pela primeira vez. E, em termos gerais, aprovaram a experiência. Vamos repetir a dose, oferecendo novamente o espumante para acompanhar os menus inspirados no filme “Abe”.
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Localizada em Garibaldi, na Serra Gaúcha, a
Courmayeur Espumantes e Vinhos é uma empresa familiar, ligada à tradição vinícola italiana, por isso o olhar atento à modernidade, posicionando seus produtos lado a lado com o que há de mais contemporâneo no segmento. Sua capacidade produtiva é de aproximadamente 650 mil litros, totalizando 72 tanques entre autoclaves, fermentadores e tanques de estocagem para seis linhas de produtos.
Espumante Courmayeur Brut Chardonnay (90%) e Pinot Noir (10%) Vinhedos: Serra Gaúcha, RS. Tempo de guarda: 2 anos. Método de elaboração: Método Charmat Álcool: 11,5% Açúcar: 12 g/L Tempo de autoclave: 3 meses
Prêmios Medalha de Ouro 2018, 2019 e 2021 - Seleção dos Melhores Vinhos, espumantes e Sucos de Garibaldi Medalha de Ouro - IX Concurso Internacional de Vinhos do Brasil – Brasil Wine Challenge | BRASIL (2018) Medalha de prata - International Wine Challenge - Londres (2019)
Opiniões do público Um espumante leve, convidativo e descomplicado, perfeito para uma noite à toa com os amigos ou a família. Equilibrada, bastante aromática e refrescante em boca, foi excelente companhia enquanto assistia ao debate e depois, harmonizando o menu da chef Nati Tussi. Tati Feldens jornalista
Photo by Heather Smith from Pexels
Fotos Divulgação/Mesa de Cinema
Em 1931, o bisavô da atual geração da família, Leonel Nicolini, foi um dos responsáveis pela fundação e primeiro presidente de uma das principais cooperativas vinícolas da região. Courmayeur é o nome de uma comuna italiana localizada na região do Valle D’Aosta. Situa-se no Norte da Itália, na divisa com o território francês, tradicionalmente conhecido por suas estações de esqui. É a maior comuna da região e também a mais alta, com 1224 metros de altitude. Por isso seu nome, que deriva do latim Curia Maior, mais alto cume da cadeia de montanhas.
Gostei. Estava muito bom e combinou perfeitamente com o jantar. Um brut bem suave. Se fosse para beber sozinho, poderia ser um pouco mais seco. Rafael Daudt arquiteto Nós gostamos muito do espumante! Consideramos uma qualidade ótima e o preço muito bom! Paula Araújo professora (Biociências – Ufrgs)
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Debate
A delícia de viajar
com um filme Fotos Divulgação/Mesa de Cinema
Para onde um filme pode nos levar? Chef começa em Los Angeles, Califórnia, mas tudo de mais importante acontece em Miami, na Flórida. Isso sem falar nas paradas significativas em New Orleans, na Louisiana, e em Austin, no Texas, depois, quando Carl Casper e o filho voltam juntos
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para casa a bordo do food truck mais legal do cinema. Mas a viagem não termina aí. Essa necessidade nata de bater papo após assistir a filme, refletindo em voz alta, faz a gente conhecer outros lugares – os da nossa memória, acessados
afetivamente por causa das emoções que uma história na telinha faz brotar na gente. Por isso, o Mesa de Cinema tem orgulho dos debates que promove. Quem nos assistiu sabe: Vitor Necchi foi parar em Tramandaí, no litoral do Rio Grande do Sul, mais precisamente em cima de uma ponte que liga essa praia ao balneário vizinho. Ricardo Castanho voou até os tempos em que era repórter e depois editor do Guia Quatro Rodas e nos deliciou com pequenos recortes de situações e histórias ouvidas em restaurantes, com chefs. Ficou curioso? Dá para ver o debate na íntegra no nosso canal do YouTube.
Chef é uma lição de adaptação às circunstâncias, uma redenção, uma volta por cima, uma “jornada do herói” como bem lembrou Vitor. E na jornada de Carl Casper, se identificou todo aquele que, em algum momento da vida, precisou rever suas ambições. Quem nunca?
https://bityli.com/pdqEGN mesa em revista Chef
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FotoTati Feldens
Frases do debate
Ele teria tudo para ser um filme quase simplório, mas não é. É um filme que cria uma conexão. O filme explora muito bem a jornada do herói, como estrutura narrativa. Vitor Necchi
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Tem uma questão do reencontro e da superação. Reencontro consigo mesmo, com o papel do pai, com a gastronomia como arte e o reencontro amoroso. Rejane Martins
“Eu acho maravilhosa essa frase do Garcia Marques: “a vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda e como recorda para contá-la.” Vitor Necchi
“A crítica gastronômica que o Carl sofre e dá início a toda confusão não foi só agressiva, foi criminosa. Me pareceu fora do ponto.” Ricardo Castanho
“Hoje, pós-pandemia, quem vai aceitar uma crítica? Somos todos sobreviventes. Imagina chegar a um restaurante que sobreviveu nesses tempos e dizer que um prato é ruim?” Rejane Martins “Quem é que não enriquece psicanalista com questões de conflito familiar? Quem aqui não tiver conflito, a Rejane vai enviar de presente uma caixa da espumante que está no evento!” Vitor Necchi
“O filme sugere que, não porque a gente quer, mas porque a gente precisa, é preciso uma redução de ambições.” Vitor Necchi
O jantar romântico para a Scarlett foi uma das cenas mais engraçadas pra mim. Ele fez uma pasta e usou não alguns dentes de algo, mas uma cabeça inteira.
Foto Divulgação/Mesa de Cinema
Ricardo Castanho
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Photo by Andrew Neel from Pexels
Opinião do
público
Maria Cristina Leandro
Luciana Katz
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Fátima Guterres
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Marisa Silveira
Luciana Teixeira
Luciano Rohde
Cláudio Ribeiro
Vitor Necchi
Ricardo Castanho
Rodrigo Bittencourt
Laura Glüer
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Menus
Profusão de Foto Nati Tussi
Cada chef à sua maneira traduziu a diversidade e a fartura gastronômica que aparecem na trama. A virada de chave do personagem Carl Casper foi sair de um restaurante com seu status de chef de cuisine estrelado e reencontrar sua criatividade cozinhando em um food truck. E aí estava o desafio para os nossos chefs da edição. Fazer comida de rua no Mesa de Cinema, resgatar o espírito do personagem na noite, sintetizar a profusão de delícias...
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mesa em revista Chef Foto Divulgação/ Peti Restaurante
delícias Foto Luciana Katz
Não foi nada fácil e não houve unanimidade no resultado. A gente entende todo mundo e agradece os feedbacks. Eles são muito importantes para nós, que desejamos promover sempre uma experiência única. Cada chef à sua maneira traduziu com dedicação a diversidade e a fartura gastronômica que aparecem na trama. Confira os menus e suas motivações para entender um pouco mais como foi.
mesa em revista Chef Foto Ricardo Castanho
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Menus
PORTO ALEGRE, CANOAS, NOVO HAMBURGO E SÃO LEOPOLDO A chef Nati Tussi ousou e propôs algo inédito nas edições do Mesa: praticamente colocou o público na cozinha para elaborar três dos quatro pratos do menu. Os elogios à qualidade dos ingredientes selecionados e o sabor final dos pratos reiteraram o talento inquestionável da chef, porém mesmo com a maioria entrando na brincadeira sem piscar e se divertindo muito, houve relatos de quem não recebeu muito bem a surpresa e a missão de cozinhar... A gente entende e agradece muito o retorno e, claro, espera poder cotar com todos em uma nova e prazerosa edição. Foto Nati Tussi
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Foto Nati Tussi
Amuse bouche: Tostones + carne ahumada + cilantro salsa Entrée: Grilled cheese Main course: Cuban medianoche + roast mojo pork + pickles + mustard mayonnaise + butter Dessert: Berries + cream
Foto Luciane Teixeira
Foto Cláudio Ribeiro
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Menus
LAJEADO
Foto Leo Katz
Em sua estreia no Mesa de Cinema, o chef Sergio Rabaioli Jr. Elaborou um menu que equilibrava pratos “de restaurante” com os destaques da comida de rua que desfilaram no filme. O resultado agradou e cheio o público de lajeado e a gente fica torcendo para que mais gente possa se deliciar na próxima edição.
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mesa em revista Chef
Fotos Sérgio Rabaioli Jr.
Couvert: Tostones de yuca com camarão grelhado e molho golf Entrada: Medianoche com sobrepaleta suína marinada em Mojo Verde Cubano Principal: Arroz com Pollo, Andouille e chips de plátanos Sobremesa: Beignets recheados com lava de chocolate meio amargo
O Chef Sérgio entregou pessoalmente os jantares
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SÃO PAULO (Capital)
Culinária multicultural com qualidade e produtos originais e uma tônica nos menus assinados pelo criativo Victor Dimitrow. E não foi diferente desta vez, cada item do menu trazia a referência ao filme aliado ao toque do chef com itens inusitados. Já estamos com saudade.
Foto Divulgação/ Peti Restaurante
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Menus
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Foto Ricardo Castanho
Couvert: Tostones com maionese de avocado e pó de coentro Entrada: Beignet de costela defumada, salada de ervas e laranja sanguínea Principal: Copa lombo cozida a baixa temperatura, musseline de mandioca, alface romana na brasa e molho de tucupi preto Sobremesa: Petit Gateau de chocolate meio amargo, chantili de cumaru e frutas vermelhas
Fotos Divulgação/ Peti Restaurante
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Receita do filme
Beignets do Café du Monde
É praticamente impossível mencionar beignets sem relacioná-los ao Café du Monde, em Nova Orleans, uma das paradas de Carl Casper e seu filho em Chef. Afinal, este é considerado o lugar do melhor beignet do mundo. O status folclórico dessa iguaria que lembra os nossos bolinhos de chuva –mas com massa mais seca e leve - é tão importante que levou o governo da Louisiana a nomeá-lo o “donut” oficial do Estado, em 1986.
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Com mesas ao ar livre e atendimento quase como de comida de rua, o Café du Monte fica aberto 24h (com filas a qualquer hora do dia) e se gaba de fazer a receita original, o que explica o sucesso e o fato de estar obrigatoriamente na rota de qualquer turista na região. O carro chefe da casa são os beignets fritos em óleo de semente de algodão e o café au lait – de preferência com raiz de chicória (planta muito usada na culinária da Louisiana).
Ingredientes • 250ml de água • 2 colheres de chá de fermento biológico • 120g (1/2 xícara) de açúcar • 180ml de leite integral • 3 colheres de sopa de manteiga derretida • 1 gema de ovo • 1 ovo • 600g de farinha de trigo • 1 colherzinha de sal • óleo para fritar (cerca de 500ml) • açúcar de confeiteiro para polvilhar
Modo de fazer 1 Na tigela da batedeira ou em uma tigela grande o suficiente, misture água morna, fermento e uma colher de sopa de açúcar. Deixe agir por alguns minutos. Adicione o resto do açúcar, leite, manteiga derretida, ovo inteiro e gema de ovo, sal e misture bem. Adicione a farinha aos poucos e mexa, seja com batedeira, espátula ou à mão e sove até obter uma massa bem lisa. 2 Deixe a massa dobrar de volume por no mínimo 90 minutos ou mais. Quanto mais tempo descansar, melhor. 3 Espalhe um pouco de farinha sobre uma mesa para abrir a massa. Esta massa tem uma tendência para ficar pegajosa, mas isso é parte
do segredo da receita tradicional. 4 Abra a massa com uma espessura de cerca de 1 cm. Talvez tenha de colocar um pouquinho de farinha para trbalhar melhor. Vá polvilhando conforme a necessidade para que a massa não grude no rolo. Corte em quadrados de cerca de 5 cm x 5 cm. Coloque mais um pouquinho de farinha por cima dos quadradinhos. 5 Coloque óleo para aquecer, com cerca de 1/3 de uma panela de uns 15cm de altura e com fundo grosso. Assim que estiver quente (180 graus – se não tiver termômetro, coloque um palito de fósforo no óleo até que ele pegue fogo), coloque os quadradinhos para fritar por cerca de 2 minutos de cada lado. Frite uns 4 bolinhos por vez para não baixar muito a temperatura do óleo. Depois da primeira rodada, baixe o fogo e siga fritando até terminar. 6 Vá retirando os bolinhos com uma escumadeira e coloque em uma grade para ou sobre papel toalha. Deixe esfriar um pouco e polvilhe com bastante açúcar de confeiteiro.
Dica
Coloque uma colher de cachaça, conhaque ou rum no óleo antes de começar a fritar. Os bolinhos vão sair mais sequinhos.
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Mesa Fim de Ano
FESTAS E CONEXÕES Que tal um evento diferente para encerrar o ano? O Mesa de Cinema pode ser realizado para grupos fechados em confraternização de empresas, famílias, confrarias. Reúna sua turma e passe momentos de prazer e conexão unindo duas artes irresistíveis: cinema e gastronomia.
FALE CONOSCO instagram: @mesadecinema email: mesaprodutora@gmail.com whats: +55 51 98029 1235
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Uma pitoca
no Mesa de Cinema
E quando mamãe e papai estão às voltas com um bebê que recém começou a comer papinhas, mas não abrem mão de participar do Mesa de Cinema... O que fazemos? A gente comenta com a chef, sugere uma surpresinha e a chef topa! Foi assim que aconteceu com o casal Greta e Gregory. Papais de primeira viagem, eles ganharam o jantar de presente da Jacqueline Sanchotene, avó materna da pequena Laura. E a bebê ganhou papinhas exclusivas assinadas pela chef Nati Tussi. Pelas fotos, foram muito bem aprovadas.
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