couvert Um desafio chamado Estômago Mesa em Revista Estômago
Presencial Porto Alegre
Publicação do Evento Mesa de Cinema agosto 2021
Presencial Gramado
Produção:Mesa Produtora Edição: Rejane Martins Redação: Loraine Luz Direção de arte e diagramação: Cid D´Ávila www.instagram.com/mesadecinema/
Debate: O peixe morre pela boca Frases Menu: São Paulo
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Menu: Gramado
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Foto Capa Divulgação/Mesa de Cinema
Fotos sem crédito Divulgação/Mesa de Cinema Fotos Pexels https://images.pexels.com
Menu: Porto Alegre Receitas do filme Vinhos da Rua do Urtigão
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Um desafio chamado
Estômago Uma fábula sobre poder, comida e sexo que nos envolve, nos surpreende e nos faz pensar e repensar sobre os papeis que ocupamos na sociedade como detentores de privilégios e de liberdade. A força de um filme como “Estômago” atiça nossa fome e nossa gula, assim como nosso sentimento por um mundo mais justo. Colocar este filme no repertório do Mesa de Cinema foi um desafio conquistado com prazeres inusitados.
“Estômago” apresenta o mundo como um metafórico bufê em que alguns privilegiados podem comer à vontade, outros com sorte conseguem as sobras – à maioria, no entanto, só resta o papel de ser servido como refeição. Raimundo Nonato evita virar repasto refugiandose na cozinha: manejando com talento e intuição panelas e temperos, o matuto escala a cadeia alimentar rumo ao topo e escapa ao destino de vida de gado.
Rejane Martins
Roger Lerina
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m oásis escondido em Porto Alegre, o Gota d’Agua se traveste de surpresa e encanto. Em seus mais de 500 metros quadrados, montamos uma salinha de cinema e sala de jantar para que um petit comitê pudesse saborear cada etapa do Mesa de Cinema com a segurança necessária nesses tempos em que tudo parece duvidoso. Foi uma noite de exceção, prazer e muito sabor.
As referências de pratos, ingredientes e personagens do filme se materializaram no menu assinado pela chef Michelle Landgraf como a pavlova com gorgonzola e molho de goiaba, que fechou o jantar presencial em Porto Alegre.
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efúgio para relax e romantismo, a Pousada La Vista, em Gramado, é um desses lugares onde o mundo parece estar em outra rotação. Em uma ambientação de puro charme e sossego, os hóspedes puderam assistir ao filme e ao debate no conforto de seus chalés e depois jantar no bistrô com serviço exclusivo e pratos assinados pela chef Arika Messa.
Coxinha e pastel marcaram a descoberta do talento de Raimundo Nonato no filme Estômago. A chef fez questão de colocar os dois quitutes na abertura do jantar servido em Gramado. Estela Marcia e Jose Carlos Ourique fizeram sua estreia no evento e aprovaram tudo sem restrições.
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Fotos (acima e ao lado): LaVista.com.br
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debate
O peixe
morre
pela boca
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Se não assistiu ao nosso debate, faça-o. Destacamos aqui alguns pontos, mas os convidados foram a fundo na análise de “Estômago” e você não verá o filme do mesmo jeito depois de ouvir o que eles perceberam. O título aqui dessa página é uma dessas percepções, pescadas pelo Ale Guerra. “A boca, as expressões, o mastigar, é isso que marca a Íria, muito mais do que a bunda”, acrescentou Danilo Fantinel em determinado momento. Personagens riquíssimos. Metáforas
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mil. Leituras impensáveis quando somos um só assistindo. É por isso que amamos demais essa etapa do evento, que reúne mentes pensantes apaixonadas por cinema e gastronomia, sempre procurando reunir convidados que realmente agreguem conhecimento, cultura e entretenimento.
Ale Guerra foi um dos precursores de blogs na internet. Ao longo dos anos se tornou referência no mercado gastronômico online e offline, conquistando respeito não só da audiência, mas de todos os profissionais do setor (chefs, especialistas e jornalistas). Em 2019, o seu Cuecas na Cozinha foi escolhido pelo prêmio Home Chefs, criado para premiar as melhores produções de conteúdo gastronômico na internet, um dos 5 melhores blogs de gastronomia do Brasil. Participantes: Ale Guerra, do @cuecasnacozinha, Danilo Danilo Fantinel é jornalista, mestre e doutor em Comunicação e Fantinel, Victor Dimitrow, Roger Lerina e Rejane Martins Informação pelo PPGCOM/UFRGS. Sua tese “Mitocrítica fílmica: para pensar o cinema no horizonte mítico”é uma proposta teóricometodológica para a pesquisa em cinema na perspectiva dos Estudos do Imaginário. Danilo ministrou cursos de extensão sobre cinema, atuou como professor substituto de produção fotográfica e audiovisual e foi docente de jornalismo e produção multimídia. Victor Dimitrow, chef convidado para interpretar o filme em um cardápio, nos deu a honra de sua presença também. É sempre muito difícil a participação dos chefs nos debates, porque estão envolvidos com a produção do dia. Dessa vez, o crítico de cinema Roger Lerina participou com entradas gravadas, porque estava envolvido com a cobertura do Festival de Cinema de Gramado no mesmo dia. DEBATE Estômago
Canal do YouTube/Mesa de Cinema https://www.youtube.com/watch?v=36rckTCmbbs)
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frases
Debate: um banquete de ideias Ale Guerra
Uma das coisas que o Estômago faz é cortar o nosso julgamento de valor, essa coisa de julgar as pessoas. O filme não é sobre o bem e o mal. (O crime) é uma coisa que aconteceu na vida dele (Nonato), sob o efeito do álcool. E não é qualquer álcool. É um Sassicaia.
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O diretor do filme, roteirista também, conhece o universo da cozinha. Isso me impressionou também. A cozinha tem glamour, mas a rotina real é muito pesada sim.
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Danilo Fantinel
Não é só uma questão de fome (o início do filme) mas de questões trabalhistas. A gente percebe como é precarizado o trabalho de quem é pobre, humilde e sem dinheiro. O filme é sobre um crime. Um crime ligado às pulsões de morte, sexo, comida. Mas a gente não pode fechar os olhos para a questão do feminicídio. Eu achei interessante a linguagem cinematográfica do filme. A questão da luz, da paleta de cores, da fotografia, muito bem feito. Mas destaco especialmente a montagem do filme. O Nonato é ingênuo, mas nem um pouco burro. Tem uma capacidade de adaptação muito grande. Mas a Íria é a personagem mais enigmática e dominante no filme.
Fotomontagem: Cid D´Avila a partir de imagens do filme
Drops do Chat Victor Dimitrow “Eu sinto que, além de tudo, a gastronomia une muito as pessoas. Vou ver o filme de novo depois desse debate. Vou ver com outros olhos.
Rejane Martins O Raimundo Nonato vai nos envolvendo, e a gente não consegue ficar contra ele.
Roger Lerina Estômago é um filme muito inusitado. Parte dele rodado dentro de uma prisão, outra parte dentro de um boteco de quinta categoria. E é nesses ambientes não muito afeitos à culinária que Nonato vai se desenvolver a sua gastronomia intuitiva e vai surpreender.
Nonato parece ingênuo, tem talento inato para cozinheiro, mas não podemos negar que ele tem um potencial para o crime, também. Estela Marcia Frois Ourique u não tinha visto o filme... desde o início E eu sabia que aquele Sassicaia tinha a ver com a prisão dele, mas nunca imaginava aquele final! Janice Prado Nonato come as coxinhas com uma fome absurda! A gente chega a sentir a fome dele! Janice Prado O mais importante: todo filme só acontece porque Raimundo Nonato não tem 3 Reais pra pagar 2 coxinhas. TRÊS REAIS. Henrique Ferraz Excelente observação sobre a questão trabalhista. Também me chamou atenção a precarização e aquela situação inicial de não pagamento já que receberia comida e lugar para dormir. Denise Ribeiro Denicol xcelente debate! E Silvia Regina Rios Vieira
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São Paulo
Diversão e arte
Victor Dimitrow, chef de São Paulo (Capital), é divertido! Ciclista na horas vagas, nos faz sorrir a cada cardápio “inventado” para o Mesa de Cinema. Um menu com técnicas afiadas, da cozinha contemporânea, extraído do bastantão Estômago? Sim, senhores. Victor faz arte. Desde criança já mostrava interesse pela cozinha e sempre foi estimulado a conhecer novas culturas. Acumulava boa experiência internacional quando abriu o restaurante Petí em 2015, na capital paulista.
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Couvert Minicoxinha com molho de pimenta fermentada. Entrada Ovo perfeito colorido, cogumelos refogados, creme de cará e massa folhada. Principal Terrine de músculo, cassoulet de feijão andú, legumes de inverno e creme de raiz forte. Sobremesa Brownie de gorgonzola, ganache de paçoca e compota de goiaba
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Gramado
Perspicácia Couvert Pastel de carne e azeitonas Coxinha de frango defumado, molho de pimenta caseiro e vinagrete clássico Entrada Ravioli de queijos à Putanesca Prato Principal Carne de Panela ao perfume de alecrim. Batatas coradas e farofa crocante de mandioca. Sobremesa Anita e Garibaldi (Gorgonzola e Goiabada) Arika Messa, chef em Gramado, é muito perspicaz ao captar a essência gastronômica de cada filme do Mesa e entregar quentinho e saboroso a cada participante. Em Estômago ela pegou cada uma pela mão (ou deveríamos dizer pelo paladar) e levou para dentro da trama. Formada em gastronomia pela Unisinos, Arika possui experiência em diferentes restaurantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Como chef consultora, trabalha na Serra Gaúcha com projetos especiais, eventos, feiras gastronômicas e jantares exclusivos.
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Porto Alegre
Inventividade
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Couvert foi surpresa! (Pipocas com toque de alecrim) Entrada Croqueta de feijão e maionese de wasabi A estreia de Michelle Landgraf na cozinha do Mesa deu o que falar. Que audácia dessa chef de servir singelas pipocas, abrindo os trabalhos, num evento que na medida do possível oferece menus de alta gastronomia?! Mas o recado metalinguístico com o filme estava claro, e quem captou o espírito da coisa adorou. Sommelier, cozinheira e churrasqueira, Michelle é muito inventiva. Idealizadora do projeto Divas do Fogo, curso de churrasco direcionado à mulheres e o formato de degustações virtuais às cegas com edições no RS, SC, SP e RJ.
Primeiro prato Xinxim de galinha com farofa de “formiga” Segundo prato Carne de panela com batatas bem coradas Sobremesa Minipavlova, chantili de gorgonzola e creme de goiabada.
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Receitas do filme
Nhoque de batata assada ao Alecrim com molho de Gorgonzola, damasco e nozes Por Ale Guerra, @cuecasnacozinha
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O Nhoque com Gorgonzola Damascos e Nozes é daquelas minhas receitas rápidas, práticas, fáceis, que todo mundo quer comer sempre que vem aqui em casa. Parece aqueles pratos que ninguém consegue tirar do cardápio sabe? O povo chia! rs. Rende 6 porções. Faz assim 250 grs de gorgonzola picados numa panela
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funda, leve ao forno para derreter, pique uns 100 grs de damascos, misture no gorgonzola derretido, coloque uns 200 ml de leite – prefiro leite do que creme de leite. Agora 1 kg de nhoque pré-cozido, mexe para esquentar o nhoque, esquentou, põe umas 100 grs de parmesão e mistura, pega os pratos põe os nhoques e enfeita com umas tiras de damasco e com nozes levemente moídas.
Coxinha de frango Por Vitor Dimitrow
MODO DE PREPARO Em uma panela, coloque um fio de óleo e refogue a cebola e o alho. Adicione o frango desfiado cozido e mexa por alguns minutos. Acrescente o molho de tomate e o copo de requeijão cremoso, e em seguida, tempere com sal e pimenta a gosto. Finalize adicionando salsinha, e reserve. Em uma panela grande, junte a água de cozimento do frango, o leite e a manteiga, e aguarde a manteiga derreter. Amasse as batatas cozidas e misture no caldo e tempere com sal. Adicione, de uma só vez, o trigo peneirado (é muito importante que seja peneirado, pois do contrário a massa ficará com bolinhas de trigo cru e irá interferir no resultado final). Cozinhe a mistura durante 10 a 15 minutos, mexendo sempre com uma colher de pau (o ponto ideal é quando a massa estiver consistente e desgrudando do fundo da panela). Coloque a massa em uma superfície fria e a abra com uma espátula. Em seguida, cubra a massa com plástico para que ela não seque, e deixe esfriar. Quando já fria, sove bem a massa até que esta fique bem lisa.
MONTAGEM Dica: passe um pouco de óleo nas mãos para que a massa não grude. Pegue um pouco da massa e faça uma bolinha nas mãos, logo em seguida, achate tal bolinha.
INGREDIENTES: 1 peito de frango cozido e desfiado 1 cebola 2 dentes de alho 4 colheres (sopa) de molho de tomate Q.b Salsinha Q.b Sal Q.b Pimenta-do-reino 500 ml da água de cozimento do frango 500 ml de leite 2 batatas cozidas (ponto de purê) 100 g de manteiga 3 xícaras de farinha de trigo peneirada 1 copo de requeijão cremoso 2 ovos Q.b Farinha de rosca Q.b Óleo de soja
Segurando a massa com a mão em forma de concha, coloque um pouco do recheio no meio e a feche como uma trouxinha (dica: não coloque muito recheio, pois a coxinha pode “estourar”). Para finalizar o formato coxinha, puxe um biquinho, e reserve. Em um prato, bata os ovos com um garfo, e em seguida passe as coxinhas nos ovos, e logo após, na farinha de rosca. Frite as coxinhas em óleo quente até que elas dourem. Se for utilizar uma air fryer, frite as coxinhas com um fio de óleo sobre elas, por volta de 12 minutos.
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Vinhos da Rua do
Urtigão Os participantes do Mesa de Cinema presencial em Porto Alegre foram surpreendidos pela carta de vinhos sugerida para harmonizar com os pratos da noite. Três rótulos dos Vinhos da Rua Urtigão agradaram com sua personalidade e sabor. Médico cardiologista, morador de Taquara, Rubem Kunz tornou-se vinhateiro por paixão, sem se preocupar muito com as certezas (e incertezas) do mundo comercial. Sua produção utiliza leveduras nativas com vinificação pelo método natural, praticamente sem intervenções e sem insumos enológicos. O nome Vinhos da Rua do Urtigão surgiu em função do endereço onde era feito o desengace e armazenagem das barricas de vinho, em Araricá, no Vale do Sinos. A vinícola foi transferida para Taquara em 2018. “Mantivemos o nome por questões sentimentais, pela história e porque sempre gostei dele”, explica Rubem Kunz.
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