Prato do dia Publicação do Evento Mesa de Cinema janeiro 2022 Produção:Mesa Produtora Edição: Rejane Martins Redação: Loraine Luz Direção de arte e diagramação: Cid D´Ávila www.instagram.com/mesadecinema/ Foto Capa Divulgação/Mesa de Cinema
Veneza sem clichês
Debate Uma (única) vez nessa Veneza Presencial
Aperol Spritz, leve e borbulhante Menus Sabores Venezianos
Fotos: Pedro Heinrich
Duas Receitas
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Veneza
sem clichês
Em Uma Vez em Veneza, nosso Mesa de Cinema de janeiro, a Zapata Filmes levou para tela cenários surpreendentes – não só porque se trata de uma das cidades mais interessantes do mundo, quando se pensa em destino turístico, mas principalmente porque vimos, na tela, uma Veneza para além do óbvio. Com a ajuda de produtores locais, a Zapata filmou em cantinhos e locações que fugiram do lugar comum, acentuando a atmosfera intimista que permeia a história. A Veneza do filme também carrega outro aspecto único: o filme foi produzido pré-pandemia, então, fica a impressão de que nunca mais veremos aquela cidade do mesmo jeito. Na trama, Maria (Bella Carrijo) e Maximiliano (Peter Ketnath) são dois desconhecidos que topam passar um dia juntos percorrendo a cidade mais romântica do mundo. Com visões distintas sobre o amor, eles de certo modo não conversam apenas entre si, mas
dialogam com a cidade também. Filmado dando liberdade aos atores, o filme tem uma roupagem experimental, improvisada. Tudo isso garantiu ao nosso evento “uma viagem” até Veneza de forma única e original. Nessa edição comemoramos o aniversário do Mesa de Cinema em dois formatos: on-line e presencial (no Cine Grande Café, em Porto Alegre).
O FILME
Uma Vez em Veneza
1h 17min / Comédia romântica / 2020 Direção: Juan Zapata / Zapata Fimes Coprodução entre Brasil, Alemanha e Itália
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Debate
Uma (única) vez nessa Veneza
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avia tanto o que dizer que Uma Vez em Veneza rendeu dois debates. Foi circunstancial, é verdade. Durante o evento, no Cine Grand Café, em Porto Alegre, a transmissão do bate-papo direto da sala de cinema deixou a desejar para quem acompanhava tudo de casa. Então, por causa da instabilidade da internet, Rejane Martins, Roger Lerina e o produtor executivo do filme, Douglas Limbach, se reuniram virtualmente, dias
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depois, para um novo debate. Nessa ocasião, a chef Claudia Wagner participou também, contando detalhes de como o menu foi criado já que o filme não trazia cenas explícitas de gastronomia. Para isso, foram fundamentais as informações compartilhadas por Douglas de tudo o que ele viu enquanto o filme era rodado, numa Veneza anterior à ameaça do Covid-19. Detalhes dos bastidores das filmagens foram destaques durante o bate-papo.
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Sendo um produção pequena, que apostou no improviso e na experimentação, ficamos por dentro dos desafios do projeto, perrengues que sequer imaginamos quando já vemos o filme pronto na telinha. Também fica claro que a cidade de Veneza é em si uma personagem. Há toda uma singularidade na escolha de cenários incomuns, que fugiram dos clichês turísticos associados à região. Complementando toda essa originalidade, o fato de tudo ter sido filmado antes da pandemia, quando o mundo sequer sonhava com o que viria pela frente, tornou a produção ainda mais especial. Como bem destacou o Roger Lerina durante o debate, não haverá Segunda Vez em Veneza. Não daquele jeito que o filme pôde mostrar. É impossível não gostar da gastronomia italiana. Qualquer coisa que os italianos põem a mão fica maravilhoso. Foi um desafio maravilhoso, como sempre é participar do Mesa de Cinema. Cláudia Wagner
O improviso exigiu muito mais dos atores. Todos os dias tivemos reuniões para definir o que faríamos. É um grande risco, mas graças a Deus tudo certo. O grupo entrosado ajuda a incorporar essas coisas orgânicas ao roteiro. Douglas Limbach
Um filme, mesmo de ficção, é sempre retrato de uma época. E um filme que usa cenários realistas, como Uma Vez em Veneza, ele adquire ainda mais esse caráter de documento. Roger Lerina Uma coisa bacana que tem no filme é a relação do casal com o Aperol. Porque a bebida dá uma guinada na história deles em determinado momento. O drink permeia todo o filme. Rejane Martins
www.youtube.com/c/MesadeCinema/videos
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ão foi uma decisão fácil esta de reunir as pessoas num evento presencial. Juntamente com a equipe do Cine Grand Café, pensamos muito, avaliamos, reavaliamos e decidimos encarar. Medidas de segurança protocolares e extras nos deixaram mais seguros e o resultado se traduziu em carinho, alegria e, sim, um sentimento de vitória. Por estarmos vivos, por estramos nos vendo, por estarmos juntos: sobrevivemos! E nada mais justo do que comemorar. Os brindes com aperol spritz, no espírito do filme, marcaram esse reencontro e a façanha iniciada lá em 2005 e que, graças a esse carinho e acolhimento do público, permanece ano após ano, superando sustos, crises, pandemias. Seguimos! Obrigada!
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Fotos: Pedro Heinrich
Presencial
Maira e Jacques Nocchi fiéis seguidores do Mesa de Cinema, retomaram a rota dos encontros presenciais. “Uma alegria reencontrar “o mesa”.
Airton Gama, Luciana Schreiner e Adriana Arent brindaram em petit comitê.
Elisa Schmitz, Sandra Kravetz e Adriana Deffenti – que fez a intervenção surpresa da noite, cantando “Cry me a river” para o público. A área livre em frente ao cinema e ao bistrô propiciou tranquilidade e segurança para a confraternização entre amigas como Diana Marchi, Isabel Petry e Sylvia Bojunga.
Helena Frantz
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Presencial Em todas as etapas do evento, foram seguidas medidas de segurança que garantiram um encontro presencial com tranquilidade.
Abaixo, o trio protagonista do debate: Douglas Limbach, Rejane Martins e Roger Lerina
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Francine Coreixas, Jairo José de Oliveira Andrade e Luciana Filchtiner Figueiredo.
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Aperol spritz leve e borbulhante
Os participantes do Mesa de Cinema ganharam um mimo especial nessa edição (obrigada, bebagull.com!). Especial, personalizado e emblemático. Um pouco de história... Esse coquetel é uma aposta preferida dos italianos por mais de meio século. O nome pode ser ainda mais antigo. Alguns registros vão até os anos 1800, quando partes da região de Veneto, no norte da Itália, eram controladas pelo Império Austro-Húngaro. Dizia-se que visitantes e soldados de outras partes do império achavam os vinhos italianos fortes demais e os aliviavam com um respingo (um “spritz”, em alemão) de água. O Aperol finalmente entrou em cena no
início de 1900, quando os irmãos Luigi e Silvio Barbieri herdaram a empresa de bebidas de seu pai em 1912 e, após sete anos de experimentação, estreou a ousada bebida technicolor Aperol, inspirada no termo francês para aperitivo: “Apéro”. A marca cresceu em popularidade ao longo do início do século 20 e nos anos 1950 o coquetel ganhou a notoriedade que carrega até hoje. A aquisição pelo Grupo Campari no início dos anos 2000, com uma forte campanha publicitária, popularizou ainda mais o coquetel Aperol Spritz.
Para fazer em casa A receita experimentada durante o evento é minimalista, mas encantou os participantes do presencial. Especialmente por não ficar muito doce. Confere aí: 70ml de água com gás 90ml de Aperol 140ml de Prosecco Coloque uma rodela de laranja para aromatizar e se quiser fazer tal qual ao filme, coloque junto um palito com azeitona. A presença da azeitona compõe o “spritz veneziano” clássico.
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Menu
Sabores venezianos A culinária veneziana, propriamente dita, quase não aparece no filme. Os atores parecem fazer uma dieta líquida, como brincou o próprio produtor do filme durante o debate. A tradução do filme para o prato foi um desafio que exigiu pesquisa das chefs Claudia Wagner (responsável pelo jantar no formato presencial, no bistrô do Cine Grand Café) e Michelle Landgraf (entrega em casa).
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Claudia Wagner comanda o novo bistrô do Cine Grande Café. Morou anos na Itália, adquirindo experiência e realizando cursos de gastronomia. Essa bagagem foi fundamental para interpretar o filme Uma Vez em Veneza Coquetel Aperol Spritz ou espumante Minipanini com rúcula e formaggio, alcachofra defumada e abobrinha
Michelle Landgraf é especialista em enogastronomia e adepta do movimento Slow Food. É apaixonada por comportamento alimentar e viaja o mundo para descobrir tendências e culturas gastronômicas. Tem uma afinidade enorme com a cozinha italiana. Opção vegetariana: espaguete vegano com molho de cogumelos defumados e pérolas de tomates
Antipasto Baccalà mantecato e polenta (polenta com pasta de bacalhau) Opção vegetariana: polenta com pasta de azeitonas
Secondo Piatto Pescada a baixa temperatura + legumes confitados e molho cítrico Opção vegetariana: moranga a baixa temperatura + legumes confitados em molho citrico
Primo Piatto Spaghetti neri al profumo di mare (espaguete em tinta de lula com camarão grelhado, molho de ostras defumado e pérolas de tomates)
Dolce Tiramisù (base de biscoitos, café, cacau, vinho marsala e creme mascarpone)
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Duas Receitas
Tiramisù
Acredita que as chefs não nos confidenciaram as receitas dos Tiramisù que elas serviram? Aprovadíssima, no delivery e no presencial, essa sobremesa é a cara da Itália e principalmente da região de Vêneto. Aqui vai uma versão super clássica.
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Ingredientes 300g Ladyfingers Savoiardi (ou qualquer biscoito “lady fingers” similar). Uma recomendação made in Italy é o BALOCCO SAVOIARDI LADYFINGERS 500g de queijo mascarpone 4 ovos médios 100 g (1/2 xícara) de açúcar granulado 300 ml (1 ¼ xícara) de café (melhor se for expresso)
2 colheres de sopa de Rum ou Marsala cacau em pó sem açúcar Como fazer Faça o café, adicione 2 colheres de Rum ou vinho Marsala. Isso é opcional. Se você não gosta de licores ou está fazendo Tiramisu para crianças, não use. Fica ótimo sem também. Reserve e deixe esfriar. Separe as claras das gemas. Pegue uma tigela e bata as claras em neve: você vai conseguir quando as claras não se mexerem se você virar a tigela. Lembre-se apenas que, para bater as claras bem firmes, não deve haver nenhum vestígio de gema nelas. Quando estiver pronto, reserve.
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Bata as gemas com o açúcar até ficar esbranquiçado e liso, 3 a 5 minutos. Enquanto isso, despeje o queijo mascarpone em uma tigela e trabalhe com uma colher para deixá-lo mais macio. O queijo mascarpone deve ser de excelente qualidade, cremoso e espesso. Quando as gemas estiverem prontas, adicione o queijo mascarpone. Bata o creme de mascarpone lentamente por 2 ou 3 minutos. Agora adicione as claras em neve. Misture com uma colher de pau, de baixo para cima. Misture lentamente até ficar homogêneo e cremoso. Agora vamos fazer as camadas de chantilly e
creme de mascarpone. Você pode fazer 2 ou mais camadas, dependendo da largura e profundidade da sua forma. Então mergulhe rapidamente (1 ou 2 segundos) cada biscoito no café. IMPORTANTE! Não encharque. Arrume-os para cobrir o fundo da forma. Espalhe o creme de mascarpone por cima dos biscoitos. Adicione outra camada de biscoito e depois cubra com mais creme de mascarpone. Se for fazer a última camada, espalhe bastante creme. O tiramissu está pronto! Por fim, polvilhe com cacau em pó. Deixe descansar 3 horas na geladeira antes de servir.
Buranelli Buranellis são biscoitos ou bolachas ou cookies típicos da região de Veneza. A chef Michelle Landgraf, responsável pelo jantar do delivery, assou a iguaria e enviou de presente para os participantes do evento on-line. Aqui está a receita que ela preparou. Ingredientes 500g farinha 300g açúcar 150g manteiga 7 ovos Pitada de sal Raspas de limão siciliano (opcional) Como fazer Bata na batedeira o açúcar e os ovos até formar um creme fofo, acrescente a manteiga e bata até incorporar. Adicione a farinha e as raspas por último e misture bem até formar uma massa lisa (sem sovar)
Faça tiras da massa e molde em círculos ou em formato de “S”. Forre uma assadeira com papel manteiga, coloque a massa moldada com cuidado para não encostar uns nos outros. Pré aqueça o forno a 180° e asse os biscoitos por cerca de 10m ou até dourar levemente. Espere esfriar para desenformar.
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