Divulga Ciência - Abril/2012

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Jornal do Inpa Manaus ,Abril 2012 - Ano IV - Ed.20- ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop Adapta

EDIÇÃO ESPECIAL IV WORKSHOP ADAPTA

O evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro Foto: Ricardo Oliveira

Foto:Ricardo Oliveira

Foto: Luiz Augusto Gomes

Foto: Ricardo Oliveira

IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônica

Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradas

Consequências de crescimento populacional foram abordadas no IV WorkShop Adapta

O INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das pesquisas. Pág. 03

Pesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana.

O Workshop do Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais.

Boa leitura Grupos de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea) Reúne os assuntos mais relevantes dos encontros mensais sobre a Amazônia. Pág. 02

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Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos Pág. 02

Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa Pág. 02

Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades

Inpa realizou “Open Day”

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Página 02 - Abril 2012 Expediente Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Barcellar, Delbert Bittencourt, Jéssica Vasconcelos, Josiane Santos e Sefóra Antela. Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: Fernanda Farias - Fotos: Eduardo Gomes, Luiz Augusto Gomes, Rodrigo Amaral, Ricardo Oliveira Tiragem: 1000 - Edição 20 -Abril- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

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Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência Foto: Rodrigo Amaral

Foto: Eduardo Gomes

Foto: Eduardo Gomes

Peixe-boi nascido em cativeiro no Inpa completou 14 anos

Inpa realizou “Open Day”

Educarte debateu projetos de educação ambiental no Inpa

Erê foi o primeiro peixe-boi da Amazônia concebido, gerado e nascido em cativeiro no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). No dia 8 de abril ele comemorou 14 anos no Laboratório dos Mamíferos Aquáticos (LMA) juntamente com biólogos e tratadores da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Para o veterinário do Inpa, Anselmo d'Affonseca, esse foi um acontecimento importante para obtenção de mais informações sobre a biologia da espécie. “A partir desse nascimento, começamos a ter mais dados sobre a interação de mãe e filhote, a composição do leite, da vocalização da mãe e filhote, da época de desmame. Foi possível também começar a comparar o crescimento do Erê com os filhotes órfãos”, explicou.

A Coordenação de Tecnologia da Informação (CTIN) junto com o Serviço de Documentação e Informação (SDIN), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), promoveu dia 20 de abril, o “Open Day” (dia aberto). O evento teve como objetivo levar a comunidade do Instituto e o público externo a conheceram a rotina e as atividades das coordenações. Além de oferecer palestras sobre os avanços da tecnologia junto à ciência. “Tivemos uma ótima resposta do público, o comparecimento de pesquisadores e bolsista do Inpa e alunos de outras faculdades e da população interessada no assunto. Nas palestras houve uma excelente interação com os participantes”, afirmou o coordenador do CTIN, José Laurindo.

O Auditório do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu dia 26 abril, o Educarte, evento realizado pelo Museu da Amazônia (MUSA) com o objetivo de debater a educação científica e ambiental em diferentes mídias e espaços, reunindo representantes de projetos de todo o país. A pesquisadora do Inpa, Mª Inês Higuchi, apresentou e debateu sobre jogos educativos desenvolvidos para educação ambiental, com o objetivo de mobilizar a preservação do meio ambiente. O projeto Educke, desenvolvido desde 1996 contou com apoio da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Conselho Nacional de desenvolvimento cientifico e tecnológico (CNPq).

Boa Leitura | Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea) Em mais uma obra do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea), os pesquisadores reuniram os assuntos mais relevantes dos encontros mensais. Tudo para que os Estados se enriqueçam, ainda mais com informações sobre o desenvolvimento da Amazônia. Envolvendo os temas: Agricultura, Educação, Papel do Estado Brasileiro, Setor Energético, e ainda a relação entre ciência e humanismo, como diz na sinopse do livro, “O objetivo maior da ciência é servir a humanidade”. por isso a obra promove também uma reflexão sobre estratégias em relação às questões ambientais. E ainda neste edição, o grupo traz uma reflexão poética sobre a ciência, juntamente com o poeta Thiago de Mello, onde em um depoimento vigoroso fala sobre a necessidade da Ciência estar em defesa da floresta amazônica, visivelmente ameaçada pela ganância da humanidade. Os interessados em adquirí-la podem entrar em contato com a Editora Inpa, por meio do telefone 3643-3223.


Educação e Sociedade

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IV Workshop Adapta iniciou falando sobre adaptações da biota aquática amazônica O INCT Centro e Estudo de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta) realizou do dia 2 a 4 de abril, no Auditório da Ciência, o IV Workshop Adapta com o intuito de apresentar resultados e discutir os novos rumos das Foto: Ricardo Oliveira

|Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

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respiratory Compromise in the Amazon Oscar”. Durante a solenidade de abertura, o diretor do Inpa e coordenador geral do projeto, Adalberto Val, destacou as expectativas com relação aos novos resultados obtidos. “Estamos muito

Estamos muito entusiasmados com o desenvolvimento do projeto até aqui

máticas e como isso influencia no desenvolvimento de outros ambientes. Edições anteriores O primeiro workshop Adapta teve as discussões voltadas para as estratégias de trabalho. No segundo, um conjunto de resultados dos experimentos que já estavam sendo realizados empregando as estratégias definidas, durante o primeiro evento, foi relatado. E o terceiro workshop do Adapta apresentou resultados e uma série de pontos de integração que estavam previstos no projeto.

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Os impactos causados pelo crescimento urbano em ambientes aquáticos, e principalmente, as mudanças climáticas globais causadas pela intervenção humana, continuam preocupando pesquisadores de todos os cantos do planeta. Entretanto, é notório como muitas espécies conseguem se adaptar às novas condições ambientais. Com o intuito de discutir e demonstrar resultados de pesquisas sobre essas adaptações, com foco nos organismos aquáticos, começou dia 2 de abril, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o IV Workshop Adapta, um dos quatro Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do Instituto. O evento ocorreu até o dia 4 de maio e contou com a participação de pesquisadores de vários estados do Brasil e também do exterior. São cientistas que estudam animais e plantas que se relacionam com as águas, como o professor convidado do departamento de biologia da McMaster University (Canadá), Christopher Wood, que ministrou a palestra de abertura do evento, intitulada “The Unusual Osmo-

entusiasmados com o desenvolvimento do projeto até aqui". Fizemos algumas expedições cientificas em que tudo está indicando que por trás dessa diversidade biológica que a gente tem na Amazônia há um conjunto imenso de outras informações de nível molecular extremamente relevantes para o avanço da ciência”, destacou o pesquisador. O workshop é um espaço em que pesquisadores debatem, a partir dos resultados das pesquisas, como os seres da biota aquática da Amazônia estão se adaptando as mudanças cli-

Sobre Adapta É um projeto ligado aos INCTs do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e trabalha com um conjunto de quatro microcosmos reproduzindo os cenários de mudanças climáticas com os dados previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para o ano de 2100. O Adapta buscar um novo momento no estudo das Adaptações de organismos aquáticos da Amazônia.


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Meio Ambiente

Paiol da Cultura do Inpa abriu temporada de exposições de artes

GEEA discute sobre Hidrelétricas e alternativas de energias Na oportunidade houve o lançamento do quarto volume do livro do grupo

“Numa exposição de artes você consegue viajar por vários locais em uma única sala”, comenta o artista plástico João Bosco Foto: Eduardo Gomes

|Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência

Iniciando as exposições de artes do Paiol da Cultura do Bosque da Ciência, localizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o artista plástico João Bosco apresentou suas obras de artes até o dia13 de maio, onde visitantes puderam conhecer mais sobre as artes plásticas e também sobre a cultura da nossa região. Manaus é cortada por vários igarapés e, nas suas margens, ainda é possível encontrar palafitas. É exatamente isso que o artista plástico João Bosco, traduz em seus quadros. “Hoje em dia, muitas crianças não sabem o que é uma palafita. Daí a importância de retratar em obras de arte, a cultura do caboclo amazonense, pois se elas desaparecerem do cenário urbano, estará eternizada nos quadros”, comenta. O artista ressalta que é a primeira vez que apresenta uma exposição temática, pois geralmente suas exposições são bem ecléticas. “O turista quando vem pra Manaus, espera conhecer mais da nossa região, por isso escolhi esse tema bem regional para expor aqui no Paiol do Inpa”, expõe Bosco.

Popularização das Artes Plásticas Os moradores mais antigos com certeza sabem bem como é uma palafita. A “arquitetura do ribeirinho”, como é conhecida, se caracteriza por ser construída em torno de rios e igarapé. Como sempre é retratado em livros, documentários e também em obras de artes. “É fundamental para essa nova geração conhecer nossa história, a cultura do ribeirinho. Acho que as escolas, tanto públicas, como particulares, tem que levar mais os estudantes para conhecerem e incentivarem, desde cedo, o gosto pela cultura popular, conhecerem o lugar onde vivem, os costumes, as origens e tudo mais”, afirma o artista. Arte em madeira no Paiol Durante todas as exposições do ano de 2012, o artista, também autodidata, Adevaldo Soares, irá expor seus artesanatos feitos a partir de resíduos provenientes da natureza. Apresentando peças únicas, com sementes, folhas secas e madeira caída, tudo para que o visitante que for ao Paiol da Cultura, sinta-se privilegiado com sua aquisição.

|Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência

Em mais um encontro do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), pesquisadores se reuniram para discutir temas que envolvem o desenvolvimento na Amazônia. Nesta edição o grupo abordou um tema em evidência: “As hidrelétricas e as alternativas de fontes de energia renováveis”, com palestra do diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de PósGraduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), Luiz Pinguelli. Várias indagações sobre as construções das hidrelétricas foram expostas por Pinguelli, como o impacto ambiental e social que acarreta na construção de reservatórios. “As emissões de gases do efeito estufa, principalmente nas regiões tropicais, são um agravante na construção de hidrelétricas, mas mesmo assim, emitem menos gases tóxicos que as termelétricas a combustíveis fósseis”, argumentou. Pinguelli mostrou em gráficos o quanto o consumo de energia cresceu nos últimos anos e, consequentemente, a emissão dos gases que causam o aquecimento global. “Entre 1970 e 2004, a quantidade de gases tóxicos emitidos para a atmosfera, que geram o efeito estufa, foi de 70%”, explicou. Energia alternativa É de conhecimento geral que os países precisam desenvolver ainda mais as energias renováveis, como usar resíduos provenientes de áreas urbanas e rurais, que são encontrados em abundância. Tudo para substituir as energias oriundas de combustíveis fósseis. “Precisamos atentar aos resíduos que são descartados diariamente pelas residências e indústrias, pois além de acarretar um grande acúmulo nos lixões, acaba sendo uma matéria prima desperdiçada”, explica Pinguelli.


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Divulga Ciência

Pesquisa sobre peixes da Amazônia e mudanças climáticas foi destaque no IV Workshop Adapta O evento contou com a apresentação de resultados de estudos e discussão de novas soluções para o futuro Foto:Ricardo Oliveira

|Delber Bitencourt Da equipe do Divulga Ciência

Algumas das mudanças previstas, pesquisadas por Val, são: o aumento da temperatura e o da concentração de gás carbônico das águas, mudanças que podem atingir todo o ecossistema do planeta, não somente a Amazônia. “Essas mudanças no clima, para o tambaqui por exemplo, poderão acarretar em várias per-

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Essas mudanças no clima, para o tambaqui por exemplo, poderão acarretar em várias perturbações

turbações", apesar de ser um animal com grau elevado de adaptação a diversos ambientes. E isso afetaria tanto o consumo da proteína como o sustento econômico”, alerta. Logo após, a pesquisadora do Inpa, Noemia Kazue, palestrou sobre o crescimento de fungos e cogumelos na Amazônia, primeiro resultado de pesquisa fora do microcosmos, onde

serão reproduzidos os cenários de mudanças climáticas. “Os resultados obtidos confirmam a característica térmica dos cogumelos coletados em Manaus, por apresentar maior produção de biomassa a 35°C em um tempo maior de incubação. É necessário ampliar o tempo de incubação para este cogumelo atingir a fase estacionária do crescimento micelial, no entanto na avaliação a 45° e aplicar estratégias para contornar a redução do meio de cultura por evaporação”, avaliou Kazue.

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Na manhã do segundo dia de seminários do IV Workshop Adapta, 3 de abril, foi dado destaque aos resultados de projetos e discussões sobre novos rumos das pesquisas, com palestras de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O diretor do Inpa e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Adapta, Adalberto Val, realizou a palestra “Peixes da Amazônia e mudanças climáticas”, onde buscou esclarecer quais os efeitos das mudanças climáticas sobre os peixes amazônicos, uma das pesquisas que o projeto realiza. “As mudanças climáticas estão associadas com a atividade do homem no aumento de queimadas com o desmatamento. A Amazônia tem um papel importante no ciclo de carbono planetário, e pode ser considerada como uma região de grande risco do ponto de vista das influências das mudanças climáticas”, afirmou o coordenador.

Apoiadores O workshop é patrocinado pela Biotec-Controle ambiental, Applied Biosystems, Prisma e conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).


Ciência e Teconologia

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Plantas estrategistas contribuem para recuperação de áreas alteradas Pesquisador do Instituto desenvolve trabalho com plantas que demonstram capacidade de melhorar solos de áreas prejudicadas pela ação humana. Foto: Luiz Augusto Gomes

| Jéssica Vasconcelos CTPetro

cumaru, jacarandá, e outros que são árvores de grande porte encontradas na Amazônia”, acrescenta.

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Plantas estrategistas Classificadas como plantas estrategistas, as Fabaceae, contribuem para a melhoria dos solos em áreas degrada-

O Brasil tem um estoque genético muito grande dessas espécies, como a copaíba, cumaru, jacarandá, e outros

fixação do nitrogênio, acontecendo então uma das mais práticas relações ecológicas entre os vegetais e os microrganismos”, esclarece Luiz Souza. No processo da fixação de nitrogênio (passagem deste elemento da forma gasosa para a estrutura dos compostos orgânicos do interior da planta), a leguminosa alimenta a bactéria com produtos da fotossíntese e a bactéria é responsável pela assimilação do nitrogênio que está na atmosfera tornando-o disponível para o desenvolvimento da planta, onde o nitrogênio está presente principalmente nas folhas e, desta forma, entra no solo e nos sistemas de produção agrícola. Para o pesquisador, apesar da região amazônica possuir “uma mata exuberante”, as áreas de terra firme apresentam problemas relacionados ao solo, pois muitas vezes estes são ácidos ou arenosos e podem ter níveis excessivos de alumínio trocável, o que compromete a fertilidade, em decorrência da baixa capacidade de retenção de nutrientes ou mesmo pela presença de elementos tóxicos.

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Com a finalidade de explorar mais a biodiversidade da região Amazônica, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Luiz Augusto Gomes, dedica sua carreira a estudar uma família de plantas extremamente diversificada e que na região amazônica é bastante numerosa, as Fabaceae, conhecidas também como leguminosas. A necessidade de valorizar a biodiversidade é apoiada em pesquisas sobre os recursos da vegetação. “Neste cenário das espécies de Fabaceae nas matas primárias de terra firme, campinaranas, igapós, torna-se essencial para um aumento das possibilidades de aproveitamento das espécies nesta parte da Amazônia”, explica Souza. Há uma grande variedade dentro da família botânica das leguminosas e as espécies variam de ervas anuais à árvores de grande porte. “O Brasil tem um estoque genético muito grande dessas espécies, com a copaíba,

das ou mesmo em práticas relacionadas com a agricultura sustentável. Uma das particularidades que compõem essa família de plantas é a capacidade de captação do nitrogênio atmosférico através da associação com bactérias do solo, conhecidas como rizóbios. “Há a formação nas raízes das plantas, de estruturas benéficas chamadas de nódulos radiculares, onde ocorre a


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Divulga Ciência

Crescimento populacional e conseqüência em rios foram abordados no IV WorkShop Adapta O Workshop Adapta está na sua quarta edição e reuniu pesquisadores do Inpa, Ufam, Ufopa e de Instituições internacionais Foto: Ricardo Oliveira

| Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência

das em diversos níveis da sociedade e do governo para que seja construída uma consciência ecológica para tentar recuperar essas águas”, alertou. A pesquisadora do Inpa, Fabíola Xochilt Valdez Domingos, apresentou a pesquisa sobre “Efeitos ultraestruturais do petróleo de Urucu nas brânquias do peixe amazônico tambaqui (Colossoma macropomum)”, cujo

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quial do tambaqui. O IV WorkShop Adapta encerrou suas atividades no dia 4 de abril. O Adapta representa uma rede de atividades de Biologia Aplicada e tem como proposta buscar um novo momento no estudo das Adaptações de organismos aquáticos da Amazônia por meio da incorporação de novos equipamentos, da estruturação de um serviço de bioinformática, da capacitação de pessoal em todos os níveis, além da produção de livros paradidáticos sobre os estudos.

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O principal assunto discutido no segundo dia de debate do IV Workshop do Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), foi o desenvolvimento econômico e o crescimento populacional e suas conseqüências nos igarapés e peixes da região. A primeira pesquisa apresentada durante a tarde tratou do crescimento populacional e sua consequência no lago do Iripixi, localizado em Oriximiná, no Pará, apresentado pelo acadêmico do curso de ciências biológicas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Marcelo Alves de Souza, que também fez parte da pesquisa. O objetivo era avaliar a qualidade da água, os parâmetros biológicos e físico-químicos. Marcelo Alves ressalta que uma das contribuições que mais podem surtir efeito no combate à poluição é a educação ambiental. “Para reverter esse quadro é preciso tomar ações articula-

Para reverter esse quadro é preciso tomar ações articuladas em diversos níveis da sociedade e do governo

objetivo foi avaliar os efeitos do petróleo e também de um óleo inerte para verificar se somente a presença de uma camada de óleo traz efeito prejudicial na questão morfológica nas brânquias do peixe. Segundo a pesquisa, tanto o petróleo quanto a presença de um óleo inerte é capaz de afetar a estrutura bran-

Apoiadores O Workshop é patrocinado pela Biotec – Controle ambiental, Applied Biosystems, Prisma e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Inpa.


Educação e Sociedade

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Projeto Circuito da Ciência do Inpa iniciou atividades Na primeira edição participaram cerca de 350 estudantes das escolas: Zenaira Bentes Pastor, Esmeraldo Bessa, Hermenegildo de Campos e Primeiro de Maio Foto: Eduardo Gomes

|Por Delber Bittencourt e Séfora Antela Da equipe do Divulga Ciência

Mamíferos Aquáticos da Amazônia, realizado por pesquisadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa) e da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Durante o passeio, os estudantes conheceram, de forma lúdica, a biologia dos cinco mamíferos aquá-

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Circuito dos Mamíferos Aquáticos Quarenta alunos da Escola Estadual Hermenegildo de Campos foram contemplados com o mini-circuito dos

trabalho do projeto Clube de Ciências, projeto da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é a construção do conhecimento, baseada no método da descoberta e suas técnicas: redescoberta, problema e projeto. Os universitários, a cada semestre realizam visitas nas escolas, principalmente aquelas localizadas na periferia, numa tentativa de sensibilizar os estudantes a participarem do Clube.

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O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) promoveu o 1ª edição Circuito da Ciência de 2012, tendo como destaque os 17 anos do Bosque da Ciência. O evento contou com a participação do vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro de Paula; o Coordenador de Extensão, Carlos Bueno; do Circuito Ciência, Jorge Lobato; e o representante da empresa Moto Honda da Amazônia, Josué Campos. O vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro, deu as primeiras declarações sobre o circuito. ‘’Esses 17 anos simbolizam a abertura do Inpa para a comunidade em especial para a Amazônia e, principalmente, para a cidade de Manaus, mas o significado maior que todas atividades em torno de três anos tem mobilizado as comunidades a procura de uma solução de problemas ambientas e de recurso naturais”.

Esses 17 anos simbolizam a abertura do Inpa para a comunidade em especial para a Amazônia

ticos que habitam a Bacia Amazônica: peixe-boi, a lontra neotropical, a ariranha, tucuxi e boto-vermelho. Além disso, os alunos participaram de uma oficina de reciclagem de óleo, ministrada por alunos da Escola Estadual Antonio Nuñez Jimenez que fazem parte do Projeto Sabão Ecológico, coordenado pela professora Rosineide Oliveira. Clube de Ciências A abordagem teórica que sustenta o

Tartarugas da Amazônia O objetivo do projeto é gerar informações e sensibilizar a população sobre a problemática dos quelônios, acreditando que estas iniciativas tornarão o consumo mais consciente nos centros de comércio ilegal. Através de dados de monitoramento de espécies adultas e praias de desova, o projeto mostra também para as comunidades locais, como o consumo desenfreado está afetando o status das populações locais de quelônios


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