Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

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Manaus, Dezembro 2013 - Ano V - Ed.39 - ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Divulga Ciência Jornal do Inpa

59anos

Transformar a Ducke em Zona de Transição trará sérios impactos ambientais e sociais Mudança no Plano Diretor de Manaus estimula a expansão urbana para a zona Norte da cidade Pág.03

Foto: Sávio Filgueiras

Foto: Daniel Jordano

Foto: Acervo Pesquidador

Foto:Juan Matheus

ABC

Prêmio

Circuito

Pesquisador Niro Higuchi é eleito como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências da Terra

Pesquisa que desenvolve inseticida e repelente para combater mosquito da malária e dengue ganha prêmio Ingredientes Vegetais, da Natura

Projeto de popularização da ciência alcança 14 mil estudantes. Em 2014 Circuito da Ciência acontecerá na última sexta-feira de cada mês

Pág.05

Pág.08

Pág.02

Boa Leitura “Leguminosas para adubação verde na terma firme e na área de várzea da Amazônia Central” Pág.02

Inpa capacita alunos e produtores rurais durante curso de férias em Manaquiri Pág.02

Instituto promove semana de socialização de novos servidores e festa nataliana Pág.02

Pesquisadores debatem no Inpa classificação de áreas úmidas Pág.04

Três programas de pós-graduação do Inpa sobem no conceito da Capes Pág.06


Expediente TomeExpediente Ciëncia

Dezembro 2013 - Página 02 Fale com a Redação

Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Cimone Barros - Repórteres: Cimone Barros, Josiane Santos, Luciete Pedrosa e Raiza Lucena - Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Cimone Barros Fotos: Daniel Jordano, Eduardo Gomes, Juan Matheus, Sávio Filgueiras e acervo de pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 39 - Dezembro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

TomeCiëncia Ciência Tome Foto: Daniel Jordano

Foto: Eduardo Gomes

Foto: Daniel Jordano

Estudantes e produtores de Manaquiri participam de curso sobre produção de mudas

Inpa promove Semana de Socialização dos Servidores novatos e Festa Natalina

Pesquisador Niro Higuchi é novo membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC)

O Laboratório de Inventário Florístico e Botânica Econômica da Coordenação de Biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) selecionou 50 alunos para participar do 1º “Curso de Férias: produção de mudas, plantios e cuidados”, em ManaquiriAM (a 60 quilômetros de Manaus). Com início no dia 9 de dezembro, o curso buscou capacitar estudantes e produtores rurais.   Foram abordados os seguintes assuntos: filosofia do uso sustentável da floresta, tendências econômicas da Amazônia, produção de mudas, preparo e canteiro e tipos de plantio. Segundo o pesquisador do Inpa, Juan Revilla, o trabalho é direcionado a aproveitar a floresta com variadas formas de uso: alimentos, cosméticos e uso medici-

De 18 a 20 de dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou a Semana de Socialização Organizacional dos 81 novos servidores do Instituto. O objetivo foi integrar os servidores e informar sobre a estrutura organizacional, direitos e deveres. No último dia, também foi promovida a Confraternização Natalina do Inpa, que contou com sorteio de brindes e show do Zezinho Correa.   O diretor do Inpa ressaltou a importância da chegada dos novos servidores: pesquisadores, tecnologistas e técnicos. “A ciência se faz a partir de pessoal de apoio e de técnicos capacitados. Acredito que a partir de agora temos um novo cenário e vocês (novos servidores) têm um papel muito importante nesse processo”.

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Niro Higuchi, foi eleito no dia 18 de dezembro como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que congrega os mais eminentes cientistas nas ciências matemáticas, físicas, químicas, da Terra, biológicas, biomédicas, da saúde, agrárias, da engenharia e sociais. Ao todo, a ABC elegeu 24 membros titulares, seis correspondentes e um membro colaborador.   Higuchi possui graduação, Mestrado e Doutorado em Engenharia Florestal. “Trata-se de um importante reconhecimento para mim, para o Inpa e para a própria região”, afirmou o pesquisador, que também é membro do corpo editorial e de conselhos de vários organismos nacionais e internacionais.

Foto: Daniel Jordano

Boa Leitura Tome Ciëncia   O agricultor amazonense ainda não conhece bem a prática e o conceito do emprego de plantas adubadoras para melhorar o solo e aumentar a produção agrícola, principalmente de hortaliças folhosas, como alface, coentro e cebolinha. A adubação verde, ao contrário da compostagem, consiste em adicionar biomassa vegetal fresca ao solo antes de ser decomposta. Na adubação verde são empregadas plantas da família das leguminosas – como ingá-cipó, feijão-miúdo e malição – que são capazes de captar com eficiência mais nutrientes do que outras, especialmente o nitrogênio, que está presente na atmosfera. A cartilha “Leguminosas para adubação verde na terra firme e na várzea da Amazônia Central: um estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru”, de autoria do engenheiro agrônomo Luiz Augusto Gomes de Souza, ensina os agricultores como empregar essas plantas que já existem em suas propriedades para adubação verde. A cartilha é gratuita e pode ser adquirida na Editora do Inpa ou pelo e-mail editora.vendas@gmail.com.


Pesquisadores defendem a manutenção da reserva Ducke e o entorno conectados ao restante da floresta Transformar a Reserva Ducke em Zona de Transição trará sérios impactos ambientais e científicos Foto: Daniel Jordano

A Ducke é uma reserva florestal federal administrada pelo Inpa | Luciete Pedrosa e Cimone Barros Da equipe do Divulga Ciência

Pesquisadores, estudantes e líderes de movimentos sociais debateram no dia 4 de dezembro, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o novo Plano Diretor de Manaus, que está em fase final de votação e que transforma o entorno da Reserva Florestal Adolpho Ducke em Zona de Transição. Criada nos final dos anos de 1950, a Ducke é uma reserva federal administrada e gerenciada pelo Inpa.   “Praticamente metade das espécies de pássaros dos fragmentos florestais estudados ao Norte de Manaus desapareceu localmente em pouco tempo após a fragmentação ter ocorrido. Espécies de macacos, onças ou outros mamíferos que dependem de uma área contínua grande para sobreviver tendem a desaparecer também”, disse o pesquisador do Inpa, o Ecólogo José Luís Camargo, coordenador científico do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), em documento final do workshop intitulado “Consequências da fragmentação florestal na Amazônia: caso da Reserva Ducke”.   O vereador Elias Emanuel (PSD), relator do Plano Diretor de Manaus, afirmou que a cidade de Manaus pre-

cisa crescer para o Norte, mas com o desafio de crescer para si própria, já que 60% dos lotes de Manaus estão inutilizados. Na avaliação do vereador, a classificação como Zona de Transição no entorno da Reserva Ducke existe há 11 anos.   O professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal

“Espécies de macacos, onças ou outros mamíferos que dependem de uma área contínua grande para sobreviver tendem a desaparecer também” José Luís Camargo do Amazonas (Ufam), Marcos Castro, defende a proposta de transformar a área em Zona de Amortecimento permitindo que a reserva não perca o contato com a floresta. A intenção dos pesquisadores, segundo ele, é não desconectar a Ducke do restante da floresta, porque isso poderia causar problemas que podem transformar o entorno da reserva em fragmentos florestais urbanos e esses fragmentos vão sendo pressionados

e aos poucos diminuídos.   “A proposta do Plano Diretor é transformar aquela área em Zona de Transição, o que significa dizer que em pouco tempo poderá ser desmatada e no lugar abrigar núcleos habitacionais e um dia se transformar em Zona de Expansão Urbana”, disse Marcos Castro.   Conforme o Coordenador de Extensão do Inpa, Carlos Bueno, o debate foi planejado para que outros atores contribuam sobre a importância de se preservar não só a Ducke, mas também a área do entorno da reserva, mostrando os problemas que podem ser acarretados de ordem econômica, social e ambiental em função de um “desenvolvimento” da cidade no entorno dessa floresta.   “O debate também vai contribuir para que a Ducke não se transforme em um fragmento florestal, mas que continue a exercer o papel de uma floresta”, destacou Bueno.   Iniciativa do vereador Bibiano Garcia (PT), o workshop foi organizado pelo Inpa, em parceira com outros institutos: Ufam, Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Amazonas (CAU/AM) e o Instituto Amazônico da Cidadania (IACI).

Divulga Ciência

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Pesquisadores discutem classificação e as implicações das áreas úmidas brasileiras Esses ecossistemas são ameaçados por falta de uma legislação específica Foto: Jochen Schöngart (acervo pesquisador)

Projetos na área ambiental ganham impulso do CNPq Inpa é contemplado com auxílio financeiro do órgão de fomento | Luciete Pedrosa Da equipe do Divulga Ciência

AUs cobrem 20% do território brasileiro, segundo estudiosos | Josiane Santos e Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), o pesquisador Wolfgang Junk, fez uma palestra sobre “Classificação das áreas úmidas brasileiras e sua implicação para políticas públicas”, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), dia 18 de dezembro. O evento discutiu resultados e implicações quanto à classificação das áreas úmidas (AUs) brasileiras, para subsidiar planos de uso racional, recuperação e conservação desses ambientes vitais.   Junk faz parte do Grupo de Peritos em Áreas Úmidas Brasileiras, composto por especialistas de alto nível, criado em 2012, que busca reunir informações disponíveis sobre áreas úmidas e consolidar o conceito. Um dos resultados desse grupo foi a elaboração do documento Definição e Classificação de Áreas Úmidas (AUs): Base Científica para uma nova política de Proteção e Manejo Sustentável.   Após a elaboração do documento, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Nacional de Água (ANA) perceberam a necessidade de elaborar políticas públicas para dar arcabouço legal e para permitir o gerenciamento das áreas úmidas, que segundo análise oficial desses

órgãos cobrem de 5% a 6% da superfície do país, mas que de acordo com estimativas do grupo chegam a perfazer 20% do território brasileiro.   A versão final do Código Florestal Brasileiro não incluiu boa parte das áreas úmidas dos pequenos e grandes rios brasileiros, sendo necessária uma classificação das AUs do território brasileiro que permita e viabilize essa inclusão.   De acordo com Junk, as áreas úmidas brasileiras são fundamentais na regulagem do ciclo das águas e na absorção da água das chuvas, por exemplo. Porém, em boa parte dos rios das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país as AUs já foram retiradas da paisagem, sendo substituídas por edificações, lixões e outros, o que suprimiu do ambiente seu serviço ambiental de tampão na paisagem. “Como consequência, nessas regiões mais populosas do país, a cada ano as enchentes, deslizamentos e perdas materiais e humanas aumentam”, ressalta.   Participaram também dois pesquisadores do Inpa: a vice coordenadora do INCT ADAPTA, Maria Teresa Piedade, e Jochen Schöngart, ambos da Coordenação de Dinâmica Ambiental, e Florian Wittmann, pesquisador do Instituto Max-Planck de Química.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) foram selecionados para receber apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para projetos, que visam contribuir significativamente para o desenvolvimento científico do país, dentro do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA, na sigla em inglês). Ao todo, cerca de 60 propostas foram apresentadas para avaliação da Chamada Pública MCTI/CNPq/FNDCT/Ação Transversal nº 68/2013, das quais 14 foram aprovadas para financiamento com recursos no valor global estimado de R$ 11 milhões. Desse total de pesquisadores contemplados, quatro são do Inpa, sendo que os demais projetos incluem pesquisadores colaboradores da instituição.   A chamada foi feita para projetos inter e multidisciplinares e as propostas aprovadas representam uma ampla variedade de tópicos. Para o gerente científico do Programa LBA, Laszlo Naggy, a vinda desses recursos é inestimável e nesta segunda fase do LBA, a ênfase é a interdisciplinaridade e a integração. “O nosso trabalho, agora na direção científica do LBA, é estabelecer uma coordenação e buscar sinergias na implementação dos projetos para que a execução do Plano Científico do LBA possa ser maximizada”, disse.   Os pesquisadores do Inpa que tiveram suas propostas aprovadas pelo CNPq foram: Rita de Cassia Mesquita, Carlos Alberto Nobre Quesada, Maria Tereza Piedade e Bruce Ride Forsberg.   “Este edital do CNPq era muito esperado pelos pesquisadores do Inpa, porque são recursos que vão ajudar a apoiar pesquisas em diversas áreas de estudos na Amazônia”, ressaltou a gerente operacional do Programa LBA e pesquisadora do Inpa, Hillandia Brandão.


Estudo desenvolve inseticida e repelente naturais para combater mosquistos da malária e dengue na região Projeto que usa a pimenta-de-macaco ganhou o Prêmio de Ingredientes Vegetais Amazônicos, da Natura Foto: Acervo pesquisadora

Pesquisadora Ana Cristina da Silva Pinto estuda há dez anos as propriedades da planta | Luciete Pedrosa Da equipe do Divulga Ciência

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Programa de Capacitação Institucional (PCI), ganhou a 1ª edição do Prêmio de Ingredientes Vegetais Amazônicos, promovido pelo Programa Natura Campus com uma pesquisa que usa óleos essenciais de uma planta da Amazônia como repelente e inseticida naturais no combate aos mosquitos da dengue (Aedes aegypti) e malária (Anopheles darlingi). O prêmio, no valor de R$ 30 mil, visa reconhecer pesquisadores da Amazônia que contribuem para o avanço da ciência.   A pesquisadora Ana Cristina da Silva Pinto, bolsista PCI do Inpa, desenvolveu boa parte das pesquisas sobre esses ingredientes vegetais obtendo seis formulações de repelentes a partir do óleo essencial de Piper aduncum, conhecida como pimenta-de-macaco, durante o Mestrado em Química e o Doutorado em Biotecnologia com pesquisas sobre cultivo na Embrapa. O trabalho teve a orientação e coorientação dos pesquisadores do Inpa, Adrian Pohlit e Wanderli Tadei, respectivamente.   O estudo refere-se a formulações de repelentes e inseticidas à base

de óleo essencial de Piper aduncum (cultivada e coletada na Embrapa pelo pesquisador Francisco Célio Maia Chaves) e a uma substância chamada E-isodilapiol.  Ana Cristina explica que, na formulação, o derivado E-isodilapiol e o óleo foram adicionados conforme dosagens estabelecidas pela

“Este prêmio representa uma etapa muito importante na minha vida acadêmica e profissional, pois ter o trabalho reconhecido pela Natura é um grande incentivo”. Ana Cristina

Organização Mundial de Saúde (OMS) para produtos inseticidas, tendo em vista que eles apresentam baixa toxidade em camundongos e mortalidade de insetos adultos (Aedes e Anopheles) em estudos recentes do Grupo de Pesquisas de Malária e Dengue do Inpa. Ela explica ainda que os estudos demonstraram que a substância e o óleo essencial “tem alta atividade” contra Plasmodium falciparum (protozoário que provoca a

malária) da qual gerou a patente por meio da Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação (CETI/ Inpa).   “Este prêmio representa uma etapa muito importante na minha vida acadêmica e profissional, pois ter o trabalho reconhecido por uma instituição do porte da Natura é um grande incentivo para continuar desenvolvendo pesquisas dessa natureza no Inpa”, disse a pesquisadora Ana Cristina.   Para o pesquisador Adrian Polhit, o prêmio é uma oportunidade para o Inpa mostrar este trabalho, que é fruto de dez anos de pesquisas de Ana Cristina sobre plantas da região, e que se pode isolar substâncias químicas e dar novos usos com atividade de inseticida, repelentes, antimalárico e antioxidante. “São tentativas de desenvolver novos ingredientes com grande potencial para gerar no futuro novos produtos que podem beneficiar a população”, disse Polhit   A pesquisa já rendeu dois pedidos de patentes: um aprovado e outro em fase de aprovação no Inpa.   O prêmio visou reconhecer o pesquisador que apresentou produções dentro do tema Ingredientes Vegetais Amazônicos.

Pesquisa

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Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Inpa é o único do Amazonas a obter 6 na avaliação da Capes Oito dos nove programas strictu sensu do Inpa alcançaram nota 4 ou superior na avaliação trienal 2013

Foto: Alberto França

O Inpa já formou mais de 1.800 mestres e doutores em seus programas | Josiane Santos e Raíza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

Dos nove programas de pósgraduação que o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) oferece, oito obtiveram nota 4 ou superior na avaliação trienal 2013 divulgada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Desses, três cursos subiram de nível. As notas vão de 1 a 7, sendo que 6 e 7 equivalem a um padrão de qualidade de nível internacional.   O principal destaque é o Programa de Pós-Graduação em Ecologia, que obteve conceito 6, aumentando em um ponto seu desempenho em relação à última avaliação feita em 2010. A nota da Ecologia é a maior obtida pelos programas do Amazonas. Outro destaque é o Programa de Entomologia, que elevou a nota de 4 para 5 na avaliação da Capes.   O Programa de Pós-Graduação em Botânica subiu de 3 para 4 no conceito da Capes. O Programa de Ciências de Florestas Tropicais recebeu nota 5. Os programas Biologia de Água Doce e Pesca Interior, Genética, Conservação e Biologia Evolutiva e de Clima e Ambiente permanecem com nota 4. Já os programas Agricultura de Trópico Úmido

e o mestrado profissional em Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia, curso criado em 2010, receberam conceito 3.   Segundo o diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro de Paula, o resultado da avaliação da Capes representa o esforço institucional para formar mão-de-obra qualificada

“O Inpa capacita os estudantes tendo a Amazônia como o seu laboratório natural, oferecendo a ampla possibilidade de qualificação em várias linhas de pesquisa” Beatriz Ronchi Teles

na região. Em 40 anos são mais de 1.800 mestres e doutores. “É o resultado do trabalho que o Inpa vem desenvolvendo ao longo dos últimos oito anos para melhorar a qualidade de ensino nos seus cursos de pósgraduação. É uma vitória de todos. Destaque para o curso de nível 6 do programa em Ecologia que está entre um dos mais bem avaliados do Brasil”, afirmou.   Conforme a coordenadora de Capacitação do Inpa (COCP), Beatriz

Ronchi Teles, o que mais atrai os alunos é a região amazônica e o próprio Inpa por ser a referência mundial em biologia tropical. “O Inpa capacita os estudantes tendo a Amazônia como o seu laboratório natural, oferecendo a ampla possibilidade de qualificação em várias linhas de pesquisa sobre biodiversidade, que é um dos focos do Instituto”, revelou. Avaliação trienal   As notas da avaliação variam de 1 a 7. Os cursos com conceitos 1 e 2 representam desempenho fraco ou abaixo do padrão e podem perder o credenciamento pela Capes. A nota 3 é equivale ao padrão mínimo, a nota 4 representa bom desempenho, enquanto a 5 revela alto nível de desempenho e é considerada a maior nota para cursos só com mestrados. Já as notas 6 e 7 são para desempenhos equivalente aos centros de ensino e pesquisa internacionais.   A Capes avaliou 5.082 cursos de mestrado e doutorado do país. O processo considerou as informações prestadas pelos cursos durante os anos de 2010, 2011 e 2012. A avaliação é realizada no país ao longo de quase 40 anos.

Pesquisa

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Inpa capta recurso de R$ 300 mil para elaborar estudo de viabilidade de Parque Tecnológico no Amazonas Projeto pretende promover a cultura da inovação e do empreendedorismo entre empresas e institutos

Foto: Daniel Jordano

| Luciete Pedrosa Da equipe do Divulga Ciênciaa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foi contemplado com aporte financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a elaboração de Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) para a construção do primeiro Parque Tecnológico no Amazonas. O investimento é de R$ 300 mil, oriundo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Inpa.   Para o diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro de Paula, esses recursos públicos devem ser bem aplicados, tendo em vista que é um investimento relativamente caro quando se trata de implantar um parque tecnológico. “O Inpa realizará os estudos de viabilidade para ver se é viável ou não para depois fazer tomada de decisão”, destacou.  A coordenadora de Extensão de Tecnologia e Inovação do Inpa (CETI), Rosângela Bentes, explica que a proposta contemplada pelo Inpa visa realizar inicialmente o estudo para viabilizar a implantação do Parque Tecnológico em todos os seus aspectos para futura operacionalização, alinhada à política do Governo Federal para o crescimento, a competitividade e a inovação tecnológica no país.   “Também está alinhado à estratégia de ação da região e parceiros na valorização do que mais temos de valioso, que é a biodiversidade, utilizando-a de forma sustentável e agregando o conhecimento científico e tecnológico de forma competitiva para o mercado, levando a marca Amazônia”, disse Bentes.   O Parque Tecnológico é um ambiente especializado e cooperativo que promove e oportuniza a cultura da inovação e do empreendedorismo entre empresas e instituições de pesquisa, estimulando novos negócios, a criação de Spin-off (empresa que nasce de outra organização/empresa e seus criadores continuam na direção e na administração), Spin-out (empresa que surge de uma outra organização/empresa, mas os seus criadores não são majoritários e não

Em 2013, o MCTI investiu R$ 672 milhões em inovação exercem controle gerencial) e Startups (empresas jovens e inovadoras de qualquer segmento de atividade que desenvolve um modelo de negócio rentável) por meio da incubadora. “Isso possibilita de forma efetiva a interação de uma instituição pública com o setor produtivo e com resultados econômicos e sociais, sobretudo, na geração emprego e renda para a região”, frisou a coordenadora.   Rosângela Bentes demonstra otimismo em relação à proposta con-

templada por ela visar um compromisso do Inpa com a Amazônia na geração de resultados de pesquisas científica e tecnológica e a consequente transformação desse conhecimento em produtos inovadores. Em 2013, o aporte em ambientes de inovação chegou a R$ 672 milhões, de acordo com o MCTI. Os recursos aplicados foram distribuídos por meio do edital nº61/2013, do CNPq, e da chamada pública da Finep voltada a parques tecnológicos.

Infraestrutura

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Inpa se despede do Circuito da Ciência com marca de 50 mil visitantes em 14 anos de existância do projeto

Projeto volta em março de 2014 com novo horário e novidades. As visitas agora são na última sexta-feira Foto: Juan Matheus

Atividades lúdicas, científicas e culturais atraem os estudantes | Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

Quatro escolas visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) na 10ª edição do Circuito da Ciência de 2013, a última do ano. O projeto, que visa a popularização da ciência, volta em março de 2014 para dar oportunidade a outras escolas de participar.   Para a professora de Ciências da Escola Estadual José Milton Bandeira (bairro Vale do Sinai, zona Norte), Lorena Carvalho, é importante para as crianças saírem da sala para outro ambiente, ainda mais no fim de ano, quando elas estão cansadas da rotina escolar. “A visita será uma experiência inesquecível e ano que vem pretendo entrar em contato para retornar com outras turmas”, disse.   Já o estudante da Escola Municipal Nova Vida (bairro Mauazinho, zona Norte), Caio da Silva, se empolgou com o peixe-boi. “Foi o que mais gostei e aprendi que ele é o maior mamífero de água doce do Brasil”, contou Caio.   Segundo o coordenador do Bosque da Ciência e do projeto, Jorge Lobato, em média 50 mil estudantes passaram pelas edições do Circuito em 14 anos, além dos visitantes. O projeto volta ano que vem e pretende

ampliar as exposições para melhor aproveitamento dos alunos. “Dentro de toda a expectativa que tínhamos no início do ano, o sentimento é de dever cumprido. O projeto é consolidado há 14 anos e já atendemos 50 mil alunos diretamente, o que mostra que o Inpa reafirma seu compromisso em popularizar a ciência”, afirma Jorge Lobato.

“Dentro de toda a expectativa que tínhamos no início do ano, o sentimento é de dever cumprido. O projeto é consolidado há 14 anos” Jorge Lobato

Em 2014, a mudança começa com as datas. O Circuito será realizado na última sexta-feira do mês. “A troca ajuda, dentro do calendário escolar, no sentido de mobilização e de um envolvimento maior dos professores e dos alunos”, afirma Lobato.   O coordenador ainda adianta que irá propor uma reformulação dos estandes, trabalhar mais com o Programa Ciência na Escola (PCE) e dar visibilidade maior aos trabalhos de

alunos que atuam no programa. Torre   Durante a 10ª edição do Circuito da Ciência, os alunos puderam observar a implantação de uma torre de 30 metros, como parte de um projeto do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa). “A torre irá monitorar os aerossóis e servirá como uma estação de micrometeorologia em que poderá medir a umidade, velocidade e direção do vento, direção solar e a qualidade do ar”, afirma o técnico do Inpa, Hermes Xavier.   Esses dados serão monitorados em tempo real e expostos aos visitantes na sala de vidro que está sendo instalada em frente da torre. Segundo o titular da Coordenação de Extensão do Inpa (COEX), o pesquisador Carlos Bueno, os dados que serão monitorados podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da população.   “Verificar a qualidade do ar pode mostrar indicativos para melhorar a saúde. Esses serão dados científicos oferecidos pelo Inpa que poderão servir de base, inclusive, para a elaboração de políticas públicas”, afirma Carlos Bueno.

Educação e Sociedade

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