Divulga Ciência - Setembro/2013

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Manaus, Setembro 2013 - Ano V - Ed.36 - ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Divulga Ciência Jornal do Inpa

59anos

Duas novas espécies de peixes elétricos descobertas em área de várzea da Amazônia Central Pesquisadores do Inpa e dos Estados Unidos acreditam que a espécie Brachyhypopomus bennetti pode liberar a mesma carga elétrica do poraquê (Electrophorus electricus) como forma de defesa e para capturar presas. Na biologia, esta pode ser uma forma inédita de mimetismo Pág.05

Foto: Acervo pesquisador

Foto: Daniel Jordano

Foto: Hellienay Souza

Foto:Eduardo Gomes

Pesquisa do Inpa aumenta o tempo de vida útil de tambaqui refrigerado oriundo de piscicultura

Aprovados em concurso para técnicos do Inpa recebem termo de posse em cerimônia realizada em Manaus

Estudos sobre biodiversidade e atividades de capacitação no Alto Rio Negro são divulgados à sociedade

Tratamento do pescado em atmosfera modificada e a vácuo com uso de ácido cítrico comercial possibilita maior tempo de armazenamento

Na oportunidade, o diretor Adalberto Val, fez um breve resumo da estrutura funcional do Inpa modificada recentemente

Durante dois dias, cerca de 100 pessoas participaram da apresentação dos resultados obtidos pelo Projeto Fronteira.

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Boa Leitura Livro traz resultados de pesquisas alternativas para agricultura sustentável no Trópico Úmido Pág.02

Pesquisa analisa adaptabilidade de palmeiras nativas para o paisagismo

Biólogas são primeiras mulheres do Inpa a receber bolsa 1 A do CNPq

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Comissão técnica avaliará estrutura física de árvore de 600 anos Pág.02

Inpa agracia cientistas com menção honrosa Rio Negro Pág.06


Expediente TomeExpediente Ciëncia Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Cimone Barros - Repórteres: Eduardo Phillipe, Cimone Barros, Fernanda Farias, Josiane Santos e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Cimone Barros - Fotos: Eduardo Gomes, Daniel Jordano, Alberto França e acervo pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 36 - setembro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

Setembro 2013 - Página 02 Fale com a Redação +55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

TomeCiëncia Ciência Tome Foto: Eduardo Gomes

Foto: Alberto França

Foto: Eduardo Gomes

“Insetos do Brasil- Diversidade e Taxonomia” é finalista na 1a fase do Prêmio Jabuti

Engenheiros e biólogos do Inpa avaliam estrutura física de Tanimbuca centenária

Estudo analisa adaptação de palmeiras da Amazônia para o mercado de paisagismo

A obra “Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia”, que contou com a participação do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o biólogo José Albertino Rafael, está entre as dez finalistas na primeira fase do Prêmio Jabuti na modalidade Ciências Naturais. O mais tradicional prêmio literário do País conta com 29 categorias e duas fases.   Para o pesquisador, a indicação é um reconhecimento da importância da obra na formação de recursos humanos. “Para todos que participaram da produção do livro é um grande reconhecimento na área de ciências naturais”, disse Rafael.   O livro traz informações sobre vários tipos de insetos da fauna brasileira, produzido por diversos especialistas brasileiros.

Uma comissão técnica de pesquisadores e técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) vai avaliar a estrutura física de uma unidade centenária da tanimbuca (Buchenavea huberii) e os riscos dela cair. A árvore de 600 anos que dá nome a Ilha da Tanimbuca, no Bosque da Ciência, está com cerca de 50% do tronco oco.   Segundo o coordenador de extensão do Inpa, Carlos Bueno, nos últimos 20 anos, o Instituto faz acompanhamento de fenologia da árvore (comportamento das atividades biológicas, como está a vida da planta) e a situação dela é praticamente a mesma. Agora, para aumentar a segurança, serão adotadas outras medidas preventivas. Os integrantes ainda serão definidos.

Fontes naturais de alimento e abrigo, as palmeiras da Amazônia ainda são pouco utilizadas nos projetos de paisagismo de casas, condomínios, shopping e canteiros públicos na região. Mas estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) pretende mudar essa realidade.   Para a pesquisadora do Inpa, Ires Miranda, o entrave principal da produção em larga escala de palmeiras ornamentais nativas visando o mercado de paisagismo é a adaptabilidade dessas plantas às condições extremas da cidade. O Laboratório de Estudos em Palmeiras estuda há 30 anos as palmeiras regionais e agora está criando protocolos para o cultivo comercial de dez palmeiras, como açaí, buriti, caiaué, piaçava brava e paxiubinha.

Foto: Eduardo Gomes

Boa Leitura Tome Ciëncia   Alinhado à necessidade de aproximação da realidade das populações rurais da Amazônia, o livro “Pesquisas Agronômicas para a Agricultura Sustentável na Amazônia Central” apresenta resultados de estudos sistemáticos desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos Amazônicos (NERUA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI). O enfoque principal dos 20 capítulos, alguns em parcerias com outras instituições, é no desenvolvimento de tecnologias agrícolas aptas a responder aos desafios exigidos para produção agrícola sustentável na Amazônia, especialmente na fruticultura (pupunha, cupuaçu, laranja, camu-camu) e hortaliças (tomate, cubiu e uma variedade de pimentas).   Um dos resultados mais importantes é o lançamento de uma nova variedade de tomate, o cultivar Yoshimatsu, que é tolerante a uma doença muito comum na região a “murcha bacteriana”, que impede a produção desta hortaliça. A obra é organizada por Hiroshi Noda, Luiz Augusto Gomes de Souza e Danilo Fernandes da Silva Filho.


Estudo do Inpa utiliza processamento mínimo para ampliar de cinco para 35 dias tempo de vida útil de tambaqui refrigerado Tratamento do pescado em atmosfera modificada (a partir de gases) e a vácuo (sem oxigênio) com uso de ácido cítrico comercial irá possibilitar maior tempo de armazenamento do pescado e facilitar o transporte para outros mercados Foto: Hellienay Souza

A pesquisa beneficia consumidores e produtores de pescado no Amazonas | Cimone Barros Da equipe do Divulga Ciência

A utilização de tratamentos em atmosfera modificada (a partir de gases) e a vácuo (sem oxigênio) usando ácido cítrico comercial para conservação de cortes de tambaqui (Colossoma macropomum) oriundo da piscicultura permitiu estender a vida útil do pescado refrigerado para 35 dias em condição corrente de consumo. Sem tratamento acidificado, o pescado embalado apenas em saco plástico durou cinco dias.   Esse é o resultado da dissertação do professor licenciado de Ciências Agrícolas, Hellienay Souza, intitulada “Utilização de atmosfera modificada e de refrigeração na conservação de cortes de tambaqui de piscicultura”. O estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) e orientado pelo doutor Rogério de Jesus.  Com espaço na mesa do amazonense e bem apreciado em outras regiões brasileiras, o tambaqui refrigerado - fresco via refrigeração mecânica - é uma alternativa para ampliar o mercado e criar um novo nicho. Hoje é comum encontrar apenas o peixe congelado ou salgado.

De acordo com Rogério de Jesus, o aumento do tempo de prateleira do pescado refrigerado, a partir de um processamento mínimo, é um ganho importante para a indústria pesqueira por possibilitar maior tempo de armazenamento e facilitar o transporte para outros mercados consumidores.   A situação proporciona ainda ao

“As embalagens em atmosfera modificada não demonstraram diferença de qualidade comparada com as embalagens a vácuo” Rogério de Jesus

consumidor produtos de valor agregado (fácil preparo ou pré-pronto) atendendo às necessidades da vida moderna. Métodos e resultados   Segundo Hellienay Souza, o estudo avaliou o efeito das embalagens em atmosfera modificada em cortes de tambaqui (costela, lombo e posta) a fim de obter um produto alimentício de conveniência proveniente da

aquicultura. Para isso, as amostras foram submetidas a sete tratamentos: 100% CO2 (gás carbônico), 60% CO2 e 40% N2 (nitrogênio) e a vácuo; os três nas condições acidificada (ácido cítrico comercial 1%) e não acidificada, além da amostra controle (saco plástico). Todas foram mantidas sob refrigeração a 2°C, variando um grau para mais ou menos.   No processo são avaliadas as perdas de qualidade do pescado conforme as características que ele apresenta. De acordo com os pesquisadores, o pescado alcançou os 35 dias de refrigeração em atmosfera acidificada com uma qualidade de consumo corrente (28 dias em boa qualidade e 14 dias em condições excelentes) e chegou a 21 dias em atmosfera modificada não acidificada, o que representa uma ampliação de 14 dias de vida sob refrigeração.   “Outro resultado interessante é que embalagens em atmosfera modificada (gases) não demonstraram diferença significativa de qualidade comparada com as embalagens a vácuo. Portanto, a vácuo é o tratamento mais indicado para ser utilizado pelos pequenos empresários”, afirma Rogério de Jesus.

Tecnologia e Inovação

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Biólogas são primeiras mulheres do Inpa a receber bolsa produtividade em pesquisa nível 1 A do CNPq Albertina Lima e Neusa Hamada agora fazem parte de um grupo seleto de sete pesquisadores do Estado que têm a bolsa de produtividade do nível mais alto do órgão governamental de incentivo à pesquisa. Foto: Josiane Santos

Estudantes participam de atividades do Circuito da Ciência O Inpa realiza no último sábado de cada mês visitas, exposições, oficinas, ações educativas e culturais. As ações são voltadas principalmente para estudantes | Cimone Barros Da equipe do Divulga Ciência

As pesquisadoras possuem mais de 100 trabalhos publicados | Cimone Barros Da equipe do Divulga Ciência

Em reconhecimento à produção científica de alta qualidade em veículos representativos da área, as biólogas Albertina P. Lima e Neusa Hamada chegaram ao topo das bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Elas são as primeiras mulheres do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) a receber esse tipo de bolsa na categoria 1 A .   No Amazonas, há apenas sete pesquisadores com bolsas de produtividade em pesquisa 1 A, todos do Inpa. Além de Lima e Hamada, também fazem parte dessa categoria os pesquisadores do Inpa Adalberto Val (diretor do Instituto), Fhilip Fearnside, William Magnusson, Richard Vogt e Niro Higuchi, de acordo com os dados de agosto do CNPq.  Em todo o Norte, são 13 pesquisadores com esse nível. Apenas Amazonas e Pará constam no ranking, sendo que o Estado vizinho tem seis pesquisadores - um do Instituto Evandro Chagas (IEC) e cinco da Universidade Federal do Pará (UFPA), dentre eles a bióloga Maria Paula Schneider.   Pelos dados do CNPq, a região com o maior número de pesquisadores 1A

é a Sudeste com 979, seguida pela Sul com 187, Nordeste com 101 e Centro-Oeste com 38.  Para a doutora em Ecologia (ciência que estuda as interações entre os seres vivos e o meio ambiente) Albertina Lima, a mudança do nível dela de 1B para 1A é uma conquista e o reconhecimento do trabalho diário construído ao longo dos anos no Instituto.   A doutora em Entomologia (ciência que estuda os insetos) Neusa Hamada concorda com Lima e destaca ainda a possibilidade de, a partir de agora, concorrerem a editais específicos para pesquisadores com esse enquadramento. “É o reconhecimento do que fazemos”, disse Hamada.  As bolsas de pesquisa de produtividade são concedidas para pesquisadores de todas as áreas do conhecimento com o objetivo de distinguir seu trabalho e valorizar sua produção. Entre os critérios para a concessão estão a produção científica, a participação na formação de recursos humanos e a efetiva contribuição para a área de pesquisa.   O período de vigência da bolsa para pesquisador nível 1A é de 60 meses; níveis 1B, 1C e 1D de 48 meses; para a categoria 2 o período é de 36 meses.

Aprender ciências de maneira lúdica e divertida. É assim que crianças e adultos têm contato com o conhecimento científico e tecnológico produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), através do projeto Circuito da Ciência. A 7ª edição do ano aconteceu no último sábado de setembro (28), quando cerca de 500 pessoas, entre estudantes de escolas públicas, acadêmicos e visitantes, participaram das atividades de popularização da ciência e de educação ambiental.   Várias atividades lúdicas, educativas, esportivas e culturais são desenvolvidas no Bosque da Ciência, localizado dentro das dependências do Inpa, no bairro Petrópolis. O visitante dispõe de oficinas, exposições científicas, jogos educativos, apresentações culturais (música e teatro), além de toda a composição da biodiversidade, que por si chama a atenção do visitante.   Para Raquel Gomes, 12, aluna da Escola Estadual Professor Reinaldo Thompson, localizada no bairro Coroado I, a experiência mais interessante foi manusear a aranha caranguejeira, na oficina de invertebrados terrestres vivos. O animal tem aspecto agressivo, mas é dócil, apesar de todas as aranhas serem venenosas. “Estou estudando sobre as aranhas na escola e já vim certa de que iria tocar nelas. Foi uma sensação ótima, apesar do arrepio”, disse Gomes.   Na edição de setembro, além da Reinaldo Thompson, outras escolas convidadas participaram do evento.  O Circuito da Ciência ocorre uma vez por mês, sempre no último sábado do mês, das 8h às 12h.   O projeto existe há 14 anos e nesse período cerca de 50 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos, conheceram as produções científicas do Inpa.


Espécie de peixe elétrico descoberta em área de várzea da Amazônia central imita carga elétrica do poraquê Os pesquisadores Jansen Zuanon (Inpa/MCTI), Cristina Cox e John Sullivan, ambos dos EUA, afirmam que esta pode ser uma forma inédita de mimetismo como forma de defesa na biologia Foto: Acervo pesquisador

A diferença entre as duas espécies está na carga elétrica. | Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência

Duas novas espécies de peixes elétricos, Brachyhypopomus walteri e Brachyhypopomus bennetti, foram descobertas na área de várzea da Amazônia. A última espécie produz a mesma carga elétrica do poraquê (Electrophorus electricus), que a utiliza para se defender de possíveis predadores.   A descoberta foi feita pelos pesquisadores Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI); Cristina Cox, do departamento de biologia da Universidade de Massachusetts; e John Sullivan, do Museu de Vertebrados da Universidade de Cornell, ambos dos Estados Unidos (EUA).   Segundo o pesquisador do Inpa, Jansen Zuanon, as duas espécies emitem um sinal elétrico fraco, impossível de sentir ao contato com o ser humano. “Essas espécies não são como o poraquê, que tem uma carga elétrica muito forte, capaz de atordoar uma pessoa que tenha contato com ele”, explicou.   As duas novas espécies são muito semelhantes entre si e foram classificadas no subgênero Odontohypopomus, por serem as únicas do gênero Brachyhypopomus que possuem uma

pequena dentição no pré-maxilar.   Ainda de acordo com estudo, os sinais elétricos desses peixes são utilizados basicamente para comunicação entre as espécies, além de ajudar na movimentação noturna e também é útil na localização de presas e predadores.   Conforme Zuanon, o que difere

“Essas novas descobertas na várzea nos fazem lembrar que ainda temos muito o que conhecer da diversidade de peixes” Jansen Zuanon

essas duas espécies são as cargas elétricas. A espécie Brachyhypopomus walteri possui o órgão elétrico longo e fino, com a carga elétrica bifásica, mais comum de ser visto, enquanto a espécie Brachyhypopomus bennetti, tem o órgão elétrico achatado, com a carga monofásica positiva, e por isso seus sinais elétricos irregulares se assemelham ao do poraquê.   “Acreditamos que o Brachyhypopomus bennetti possa imitar esses

sinais elétricos, justamente como forma de defesa contra os predadores, se tornando uma forma inédita de mimetismo na biologia”, disse o pesquisador do Inpa. Hábitos   Os dois peixes são comuns e abundantes em ambientes de várzea da Amazônia, que são as áreas alagadas de rios de águas barrentas, e vivem entre os capins flutuantes (macrófitas) encontrados ao longo dos rios da região central região, onde se alimentam e se reproduzem no meio das raízes. Estudos   Ainda de acordo com Zuanon a descoberta revela o potencial da biodiversidade da Amazônia. “Essas novas descobertas na várzea, que é o ambiente mais conhecido da Amazônia, nos fazem lembrar que ainda temos muito o que conhecer da diversidade de peixes”, disse Zuanon.   A descrição das duas espécies descobertas foi publicada pela revista acadêmica científica “Zookeys” no dia 28 de agosto, publicação internacional especializada na temática da biodiversidade.

Pesquisa

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Cientistas recebem menção honrosa do Inpa por contribuições para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação Medalha Rio Negro é oferecida a cientistas brasileiros ou estrangeiros. Este ano os agraciados foram os cientistas Hebert Schubart, ex-diretor do Inpa; Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, e Wanderli Tadei, pesquisador da casa. Foto: Daniel Jordano

A homenagem contou com a presença de personalidades da ciência. | Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou no dia 27 de setembro, no auditório do Bosque da Ciência em Manaus (AM), a entrega da medalha Rio Negro a cientistas em reconhecimento ao trabalho e contribuições para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação prestados ao Instituto e à região amazônica. Os agraciados foram os cientistas Hebert Otto Roger Schubart, ex-diretor do Inpa; Jorge Almeida Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Wanderli Pedro Tadei, pesquisador do Instituto.   De acordo com o diretor Inpa, Adalberto Val, é extremamente importante que a sociedade reconheça o trabalho de pessoas excepcionais. “Essa menção reconhece o trabalho de pessoas que contribuíram de forma marcante com a educação, a ciência e a tecnologia na Amazônia”.   Segundo Val, o professor Tadei atua fundamentalmente na área de doenças amazônicas de maneira geral, principalmente com os vetores transmissores de malária e dengue. Schumart, ex-diretor e pesquisador

da casa, contribuiu de forma marcante para que a pesquisa fosse realizada por todos, no sentido de socializar a informação gerada pela pesquisa científica; e o professor Jorge, um ícone nacional, tem lutado para ampliar o acesso à pós-graduação e ao ensino superior no País.

“Essa menção reconhece o trabalho de três pessoas que contribuíram de forma marcante com a ciência e a tecnologia na Amazônia” Adalberto Val

Homenageados   A primeira homenagem contou a trajetória de Herbert Schubart, que atuou no Inpa desde 1966, como bolsista, até chegar a diretor-geral em 1985. “Estou muito orgulhoso pela homenagem, sobretudo pelos amigos que estão aqui. Quando cheguei ao Inpa, tudo estava em fase de construção e por muito tempo fui o único doutor do Instituto. Então, ajudei a formar alunos e hoje vejo

o quanto mudou e estou satisfeito em ver que no pouco que contribuí, melhorou”, afirmou Schubart.   O segundo condecorado foi Jorge Guimarães, que teve seus trabalhos científicos destacados. Atualmente, o homenageado é presidente da Capes, trabalho no qual Guimarães destaca o contínuo desenvolvimento na região. “Estou muito contente com essa medalha. Usando as palavras do diretor Adalberto Val certamente não planejamos nosso trabalho com vista a este tipo de reconhecimento e isso é muito agradável”, ressaltou Guimarães.   O último homenageado foi o pesquisador e coordenador do programa de pós-graduação em Entomologia do Inpa, Wanderli Tadei, que desenvolve importantes pesquisas para a prevenção e controle da malária e dengue na Amazônia. “Eu recebo a menção honrosa em meu nome, mas compartilho com toda a equipe técnica que temos no laboratório do Inpa e com as instituições em que trabalhei como a Fundação Municipal de Saúde (FMS), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Fundação de Vigilância em Saúde”, afirmou Tadei.

Divulga Ciência

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Aprovados em concurso público para técnico do Inpa recebem termo de posse em cerimônia realizada em Manaus A assinatura do termo foi feita pelo diretor do Inpa, Adalberto Val, que na oportunidade fez um breve resumo da estrutura funcional do Instituto, modificada recentemente | Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência

O quadro de pessoal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) ganhou um reforço importante para consolidar as pesquisas na região. No dia 11 de setembro, 69 técnicos recém-empossados do último concurso do Instituto, realizado em 2012, receberam o termo de posse, no auditório da Biblioteca da sede do Inpa.   No Edital nº1, de 6 de junho de 2012, foram oferecidas 78 vagas, das quais 77 vagas foram homologadas pela Portaria nº 643 de 4 de julho de 2013. Destas, oito ainda não foram preenchidas, sendo que uma delas não houve candidato classificado.   Para as outras sete vagas, a Instituição já está providenciando a nomeação dos próximos colocados obedecendo a ordem de classificação do certame. O processo da contratação de 11 pesquisadores e 2 tecnologistas já foi encaminhado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para homologação e nomeação.   Os técnicos estão distribuídos nas áreas de educação ambiental; apoio à pesquisa; design gráfico e web design; comunicação social; análise de material biológico; coleções de aves e mamíferos; material radioativo; segurança do trabalho; estações experimentais; criação de animais em laboratório (biotério); laboratório; microscopia; microrganismo; coleções de répteis e anfíbios; insetos e invertebrados; rede de computadores; desenvolvimento de software; auxiliar de biblioteca; conduções e manejo de embarcações; hidráulica; extensão rural; propriedade intelectual; eletrônica; telecomunicações; e coleções - plantas. Os técnicos irão trabalhar nos campi de Manaus (AM) e nos núcleos de apoio à pesquisa do Inpa localizados em Santarém (PA), Porto velho (RO) e Boa Vista (RR). De acordo com Val, esse foi o maior concurso para contração de técnicos realizado pelo Inpa nos últimos anos, o que vai ajudar a consolidar as pesquisas na região. “A carreira de técnico permite não só apoiar o desenvolvimento

Foto: Daniel Jordano

Concursados são efetivados em pouco mais de um ano

das pesquisas, mas também permite preparar o indivíduo para apoio à pesquisa”, destacou. Presentes na cerimônia estavam os coordenadores dos quatros focos institucionais de pesquisas (biodiversidade; tecnologia e inovação; dinâmica ambiental; e sociedade, ambiente e saúde), além dos coordenadores e chefes de setores administrativos.

O coordenador de biodiversidade, Claudio Ruy, destacou a formação dos técnicos aprovados. “O técnico com titulação não é só capaz de auxiliar o pesquisador nas pesquisas, mas também de intervir. É capaz de usar equipamentos de última geração e contribuir com resultados densos. São amplas as possibilidades para quem chega ao Instituto nessa forma”.

Recursos Humanos

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Pesquisas sobre biodiversidade e atividades de capacitação no Alto Rio Negro são apresentadas à sociedade Durante dois dias, cerca de 100 pessoas participaram da apresentação dos resultados obtidos pelo Projeto Fronteira em São Gabriel da Cachoeira Foto: Eduardo Gomes

O projeto desenvolveu pesquisas em São Gabriel e Santa Isabel do Rio Negro | Da redação da Ascom

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) apresentou os resultados do projeto Fronteira, nos dias 18 e 19 de setembro, em São Gabriel da Cachoeira (município a 852 quilômetros de Manaus). Desenvolvido de 2007 a 2012, o projeto realizou uma série de estudos sobre a biodiversidade de São Gabriel e de Santa Isabel do Rio Negro, além de promover a capacitação da população local.   A expectativa agora é ter um escritório do Inpa em São Gabriel da Cachoeira, região de fronteira do Brasil com a Colômbia, e tornar o projeto permanente na região do Alto Rio Negro. “Precisamos dar continuidade às pesquisas, quem sabe o projeto não vire um programa juntamente com outras instituições do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação”, disse o coordenador do Projeto Fronteira, Wanderli Tadei.   O III Workshop do Projeto Fronteira reuniu, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), cerca de 100 representantes de diferentes segmentos da sociedade, como professores, pesquisadores, alunos, autoridades, agentes públicos, produtores e colaboradores. “Queremos

encontrar, por meio da pesquisa, meios de capacitar ainda mais a população dessa região, pois conseguindo agregar valor utilizando os recursos naturais, podemos desenvolver a economia desses municípios”, disse a coordenadora executiva do Projeto Fronteira, Elizabeth Gusmão.   São Gabriel da Cachoeira possui 41,5 mil habitantes e cerca de 90%

“Queremos encontrar, por meio da pesquisa, meios de capacitar ainda mais a população dessa região” Elizabeth Gusmão

deles são indígenas, de acordo com as estimativas para 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A nossa região precisa de maior qualificação e com o projeto Fronteira podemos conhecê-la melhor”, disse o representante regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), André Fernando.   Durante o projeto, os pesquisadores publicaram 19 obras sobre os conhecimentos gerados a partir

dos estudos na região. Dentre elas está “Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do Alto Rio Negro”, lançada durante o evento. Palestras   Reduzir os problemas de malária em São Gabriel da Cachoeira, por ser uma região propícia para a reprodução do Anophelis Darlingi, foi um objetivos atingidos pelo projeto. “Quando chegamos, nos deparamos com esses criadouros. Treinamos os agentes e iniciamos as aplicações de biolarvicidas e os números da malária começaram a cair”, revelou Wanderli Tadei durante a palestra que mostrou as ações feitas pelo Inpa na região.   O “Potencial dos recursos genéticos vegetais para o uso sustentável na agricultura familiar no município também foi apresentado no evento. O projeto apresentou ainda subtemas, como: a Diversidade de peixes elétricos na bacia do Rio Negro, criação de matrinxã em canais de igarapés no Alto Rio Negro, levantamento entomológico na região de São Gabriel da Cachoeira, malária em São Gabriel: fatores entomológicos, dinâmica de transmissão e controle.

Educação e Sociedade

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