Divulga Ciência - Agosto/2012

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Jornal do Inpa Manaus, Agosto 2012 - Ano IV - Ed.24- ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Inpa desenvolve pesquisa com bioinseticida para o controle do mosquito Aedes aegypti O bioinseticida foi desenvolvido a partir de derivados de um extrato da planta Piper aduncum, conhecida como pimenta de macaco ou pimenta longa Acervo CSAS/INPA

Foto: Paulo de Lima

Foto: Juan Mattheus

Foto: Afonso Rabelo

Bosque da Ciência do Inpa recebe visita do Grupo Fotografia Manaus

Inpa apresenta novas tecnologias em comunidade da RDS do Rio Negro

Inpa pesquisa potencial de espécie de ingazeira de Manaus

Todo mês o grupo realiza saídas oficiais e se reúne em um local previamente escolhido para compartilhar experiências fotográficas. Em agosto, o Bosque da Ciência foi o escolhido.

A visita às comunidades serviu para mostrar o potencial das novas tecnologias desenvolvidas pelo Inpa e seu potencial para a ampliação das regiões de desenvolvimento sustentável.

A espécie é importante para o meio urbano, com potencial para arborização, paisagismo e reflorestamento, porém as potencialidades e características botânicas dessa fruteira são pouco conhecidas pela população Pág. 08

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Boa leitura A obra traz 38 espécies diferentes de fruteiras nativas da Amazônia

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Inpa participa do II Seminário Internacional de Segurança da Amazônia

Inpa participa de seminário pós Rio+20 na ALEAM

GEEA debate impactos das Hidrelétricas na Amazônia

Inpa abre ciclo de palestras do I Workshop de Tecnologias Sociais

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Página 02 - Agosto 2012 Fale com a redação

Expediente Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Eduardo Gomes, Clarissa Bacellar,Wallace Abreu, Josiane Santos e Juan Mattheus Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão:Clarissa Bacellar - Fotos: Equipe Ascom Tiragem: 1000 - Edição 24 -Agosto- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência Foto: Fernanda Farias

Foto: Josiane Santos

Foto: Fernanda Farias

Inpa participa do II Seminário Internacional de Segurança da Amazônia

GEEA debate impactos das Hidrelétricas na Amazônia

Inpa participa de seminário pós Rio+20 na ALEAM

O coordenador de Extensão do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Carlos Bueno, participou no dia 30, do II Seminário Internacional de Segurança da Amazônia (II SISAM) realizado pela Associação de Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Adepol-Am), no Auditório do Tropical Hotels & Resorts Brasil. Palestrando sobre “A inovação como condição de desenvolvimento sustentável na Amazônia”, Bueno destacou a importância da inovação e do desenvolvimento na Amazônia como questões a serem vistas com mais relevância. “Quando conseguirmos, com essa informação da pesquisa básica, transformar em tecnologia e essa tecnologia virar uma inovação, com certeza termos uma inversão destas questões”, afirmou o pesquisador.

A reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), que aconteceu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), contou com a apresentação do pesquisador Philip Fearnside, que abordou, os “Impactos e tomada de decisão sobre a política energética do Brasil”. Fearnside explicou sobre os impactos que as usinas hidrelétricas causam ao meio ambiente, principalmente as que são construídas em áreas tropicais. “As usinas hidrelétricas podem emitir mais gases do efeito estufa que as termelétricas”, afirmou. Um dos pontos do debate, foi sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no rio Xingu. Fearnside lembrou que para a sua construção, ¼ da cidade de Altamira (PA) será inundada.

Convidado a compor a mesa de debates do seminário sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio + 20, no dia 13, promovido pela Comissão do meio ambiente da Assembléia Legislativa do Amazonas (Caama/LEAM), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val, expôs ideais ao que concerne a “Ciência, Tecnologia e Inovação para a economia verde”. Val destacou a importância da implantação da economia verde para que os países possam executar a sustentabilidade.“Estamos em um momento de transição para um novo modelo econômico, e é preciso repensarmos uma nova maneira de organização social no mundo, com iniciativas em todos os níveis de organização”, disse.

Boa Leitura -

Frutos Nativos da Amazônia comercializados nas feiras de Manaus-AM “Tucumã, cupuaçu ou açaí? Tem pra todos os gostos e não custa caro viu freguês”. Ao ouvir essa frase, você pode ter se imaginado dentro daqueles mercados ou feiras regionais, repletos de frutos nutritivos, exalando cheiro à quilômetros de distância. Mas será que ao ir nessas feiras você costuma comprar frutos nativos da região amazônica? Ou melhor, será que você conhece esses frutos? Foi pensando nisso, que o técnico especializado em sistemática de palmeiras e fruteiras nativas da Amazônia, da Coordenação de Biodiversidade do Inpa (CBIO), Afonso Rabelo, publicou recentemente o livro “Frutos Nativos da Amazônia comercializados nas feiras de Manaus-AM”. A obra traz 38 espécies diferentes de fruteiras nativas da Amazônia, catalogadas em 10 feiras livres na cidade de Manaus, destacados a descrição das plantas, hábito de crescimento, flores, folhas, frutos e sementes, além de exemplificar os principais usos, época da comercialização e preços dos frutos nas feiras, retratados em aproximadamente 600 fotografias. Editora INPA - (92) 3643 3223 / 3642 3438 (fax) ou editora@inpa.gov.br - em março de 2012.


Educação e Sociedade

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Bosque da Ciência do Inpa recebe visita do Grupo Fotografia Manaus Todo mês o grupo realiza saídas oficiais e se reúne em um local previamente escolhido para compartilhar experiências fotográficas Foto: Paulo de Lima

| Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

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GFM visita o Bosque Ativo desde Outubro de 2010, o GFM promove saídas oficiais todos os meses com o grupo cada vez maior de apaixonados pela fotografia. “Antigamente era discutido em público com os membros (o destino das saídas), mas quando tínhamos menos de 500 membros. Hoje são mais de 2000, então, para ser prático, fazemos entre nós, mas sempre ouvimos sugestões dos membros do GFM”, explica o fotógrafo Paulo de Lima, que faz parte do grupo

desde janeiro de 2011. Lima expõe que muitos participantes não conheciam o Bosque e um comentário frequente foi: "Nossa que lugar legal, eu não sabia que existia. Acho uma pena isso, pois eu particularmente vou sempre, adoro este lugar”,

A experiência de fotografar no bosque sempre é fascinante por conta do que a gente encontra lá

za. No meu caso, dessa vez fui pra fazer macro fotografia, pois estou com uma lente nova para o celular e fui fazer o teste lá. Fotografei algumas aranhas que ficou bem legal”, conta. Grupo unido Para a universitária Diandra Manschein Mello, a fotografia “está no sangue”. “A saída foi muito boa, conseguimos belas foto e aprendemos, em todas as saídas, um com o outro sobre a fotografia. A cada passeio pessoas novas surgem e faz com que não apenas seja um grupo, mas uma grande família harmoniosa e é muito bom estar em meio a essas pessoas, desde os mais experientes aos mais novos, por causa dessa troca de conhecimento, aprendizagem e união, tudo com muita alegria, diversão, amor e prazer pelo que fazemos”, afirma a estudante. O fotógrafo Jorge Hérran não esteve presente na saída de agosto, mas faz questão de declarar: “Fotografo o Bosque da Ciência há muitos anos, sempre levei meus filhos desde pequenos para conhecer. Acredito ser o único lugar em que as pessoas podem ter uma ideia do que é realmente a Amazônia”.

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No dia 11, o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu fotógrafos profissionais e amadores que compõem o Grupo Fotografia Manaus (GFM), administrado pelo Foto Clube Lentes da Amazônia (FCLA), que promove o exercício fotográfico na capital amazonense. O grupo que participou da visita ao Bosque foi em busca de conhecimentos na área, além de produzir materiais que são compartilhados para críticas e sugestões de melhorias no grupo virtual do GFM, na rede social Facebook.

afirma o fotógrafo. Segundo a jornalista Larissa Cruz, que participa do grupo desde dezembro de 2010 e do FCLA desde a criação, em 27 de março de 2011, essa é a segunda saída oficial que o grupo faz ao Inpa. “A experiência de fotografar no bosque sempre é fascinante por conta do que a gente encontra lá, tanto na questão dos animais como o peixe-boi, os macaquinhos - que todo mundo adora fotografar - e o jacaré - que também é outra sensação - quanto na questão da parte de ir para um lugar arborizado, aprender a fazer fotos de nature-


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Meio Ambiente Inpa firma parceria com Instituições de pesquisa estrangeiras

Inpa abre ciclo de palestras do I Workshop de Tecnologias Sociais O evento oportunizoua divulgação de projetos e a prospecção de ações futuras. Foto: Clarissa Bacellar

|Da redação Ascom Da equipe do Divulga Ciência

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou nos dia 21 e 22 de agosto o I Workshop de Tecnologias Sociais com o tema “Ciência e Inovação em diálogo com comunidades da Amazônia”, no Auditório da Ciência, localizado no Campus I do Instituto. Vários pesquisadores participaram das palestras do workshop. Um deles foi a pesquisadora Ana Carla Bruno, que apresentou ao público presente o Projeto Casa de Andiroba, em conjunto com a pesquisadora, também do Instituto, Noemia Ishikawa, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, realizado na Região do Alto Solimões (Amazonas) com indígenas da região para produção de velas e óleo natural a partir da andiroba. “A ideia do projeto era trazer estabilidade, mas também que mantivesse todos os valores tradicionais: forma de falar a língua, como manter a história de extração do óleo, ou seja, não tirar o jovem da aldeia e levar para a cidade, manter a tradição social”, explicou a pesquisadora. Outra pesquisa apresentada foi a “Utilização de peles de peixes amazônicos para curtimento” desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Alimento do Inpa, que transforma o subproduto peles de

peixe em matéria-prima no processamento de couro utilizado em produtos como sapatos, carteiras, bolsas, entre outros, apresentado pelo pesquisador Nilson Luiz Carvalho Tecnologia Social O objetivo é disseminar soluções para problemas práticos ligados às necessidades concretas das pessoas. Vários pesquisadores do Instituto apresentaram e debateram pesquisas que envolvem comunidades regionais. A tecnologia social é todo produto, processo ou metodologia desenvolvida ou reaplicada de modo interativo com comunidades que produzam maior saúde, qualidade de vida, melhor educação e bem estar, podendo ser aplicada na alimentação, educação, acesso à água, energia, habitação, renda, saúde e ambiente. “A tecnologia social parte de problemas sociais, exige organização e sistematização das ações e potencializa inovação na comunidade. Seu método é sempre dialógico e interativo e, portanto, ouve e deixa falar dentro do jogo democrático, permitindo que o conhecimento científico se encontre com o conhecimento popular.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) firma acordos de cooperação Redação da Ascom Da equipe do Divulga Ciência

O diretor do Inpa, Adalberto Val, viajou no mês de agosto para o Japão com o propósito de assinar convênios com as Universidades de Tottori, Kyoto e Tsukuba, na busca de uma aproximação maior entre o Instituto e as universidades. “O Inpa vem desenvolvendo vários projetos em cooperação com instituições japonesas e já recebemos representantes dessas instituições para discutir esses projetos, de maneira que agora precisamos assinar esses convênios e memorandos de entendimento para que possamos avançar”, explica Val. Além dos acordos, o diretor também palestrou sobre o Inpa e sobre as características da região amazônica, além do novo momento que o Inpa vive com a recuperação da infraestrutura, preparação dos laboratórios e também da contratação de pessoal. Outro acordo internacional, que será firmado entre o Inpa e o Instituto Nacional de Biologia (NIB) da Eslovênia, são os estudos na área de mudanças climáticas. “O objetivo é estudar os efeitos das mudanças climáticas sobre organismos aquáticos da Eslovênia de forma comparativa com os efeitos dos peixes da Amazônia e também de microcrustáceos”, ressaltou Val. Acordos fechados “O acordo com o Instituto de Micologia de Tottori (TMI) proporcionará suportes legais à projetos na área de biologia, fisiologia e cultivo de fungos; e o acordo com a Wildlife Research Center ( WRC), à projetos sobre biodiversidade e conservação na Amazônia baseada no novo conceito de “Field Museum””, explica a pesquisadora do Inpa, Noemia Ishikawa, que também participou das reuniões. Para a pesquisadora toda troca de informação, serve para fortalecer mais a comunicação. “Houve um maior intercâmbio de informações sobre as pesquisas e missões entre o Inpa e as instituições japonesas”, afirmou.


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Divulga Ciência

Pesquisa monitora população de Cágados Vermelhos na Reserva Adolpho Ducke em Manaus O estudo foi desenvolvido em parceria com Gabriel Fonoff, da Universidade Federal de Alfenas e Romildo Augusto de Souza (bolsista PCI/ Inpa). O Projeto Tartarugas da Amazônia conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa PetroFoto: Virginia Bernardes bras Ambiental

| Wallace Abreu Tartarugas da Amazônia

A RFAD é uma reserva florestal de terra firme de 10 mil hectares, localizada dentro do perímetro urbano de Manaus. No entanto, a reserva vem sofrendo um processo de isolamento, devido à ocupação antrópica de áreas adjacentes, em consequência do acelerado crescimento urbano de Manaus. Na RFAD, a espécie

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É importante obter esses dados para entender esses aspectos da história natural da espécie

é encontrada em todos os igarapés (quatro bacias de igarapé). Bernardes destacou que em 20 anos de estudo com esses quelônios na Reserva Ducke, nunca foi encontrado um local em que estes fazem seus ninhos. Alguns aspectos reprodutivos foram identificados em estudos anteriores, e relacionam o período de desova desta espécie à época chuvosa. “É

importante obter esses dados para entender esses aspectos da história natural da espécie”, explicou a pesquisadora. Procedimentos Os animais foram capturados com uso de armadilhas do tipo funil com barreira entre elas (fyke nets) e armadilha de funil sem barreira (funnel trap). Elas foram dispostas no corpo d'água perto da corrente principal evitando áreas com troncos caídos com mais ou menos 200m de distância entre elas, seguindo o curso do Igarapé, totalizando um trecho de 2,5 km do Igarapé do Bolívia. Os funis foram abastecidos com iscas de carne crua mantida em um recipiente plástico com perfurações na última câmara. As armadilhas foram revisadas diariamente das 9h às 11h, entre os meses de maio e julho de 2012. Esses meses são referentes ao período de chuva na região e época reprodutiva em que os indivíduos estão mais ativos.

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A pesquisadora do projeto “Tartarugas da Amazônia – Conservando Para o Futuro”, Virgínia Bernardes, sob orientação do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e coordenador do projeto, Richard Vogt, realiza na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD), na zona Leste de Manaus, monitoramento da espécie de tartaruga recorrente na Amazônia popularmente chamada de Perema Vermelha ou Cágado Vermelho (Rhinemys rufipes). Esta espécie de tartaruga é encontrada somente em rios de água doce, e segundo Bernardes, possui um padrão característico de coloração vermelha na cabeça e nas patas, além de dimorfismo sexual, sendo que as fêmeas maiores adquirem uma coloração marrom na cabeça e membros. Sua distribuição conhecida inclui um número limitado de localidades em tributários no estado do Amazonas, indo do leste da Colômbia até Manaus, segundo revelam pesquisas anteriores.


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Ciência e Tecnologia

Inpa desenvolve pesquisa com bioinseticida para o controle do mosquito Aedes aegypti O bioinseticida foi desenvolvido a partir de derivados de um extrato da planta Piper aduncum, conhecida como pimenta de macaco ou pimenta longa Acervo CSAS/INPA

|Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência

Surtos de dengue são frequentes vegetais. O óleo é muito rico em dilapiol A pesquisa detectou efeitos da aplicaem várias regiões brasileiras. Estudar e este pode ser usado como bioinsetici- ção dos derivados do dilapiol nas laros mosquitos transmissores dos soroda contra o A. aegypti. “Dentre outras vas dos mosquitos em níveis genétitipos da dengue e os métodos alter(plantas) já testadas em outros mosqui- cos, ou seja, no DNA dos mosquitos nativos para o seu controle é uma tos essa foi uma das que teve maior observados, mediante más formações questão de saúde pública. Por isso, o efeito sobre mortalidade. Em outras nos cromossomos. “À medida que as Instituto Nacional de Pesquipesquisas, o óleo teve uma ação muito gerações se sucederam, a quantidade sas da Amazônia (Inpa/MCTI), eficiente porque tem quantidade eleva- de células defeituosas aumentaram tem estudado desde a genétitanto entre as células germinativas ca até métodos de controle do células envolvidas na reprodução Em outras pesquisas, Aedes aegypti, mosquito quanto nas somáticas – demais céluo óleo teve uma ação muito transmissor da dengue. las do corpo”, descreve Rafael. eficiente porque tem Por meio da utilização de quantidade elevada de dilapiol, Resultados derivados da planta Piper aduncomponente ativo dessas subs- Esse procedimento foi realizado cum, conhecida popularmente tâncias que trabalhamos como pimenta longa ou pimendurante quatro gerações sucessivas. ta de macaco, o mestre em Segundo Pedro Domingos, os Genética, Conservação e Bioresultados são vantajosos em relação da de dilapiol, componente logia Evolutiva (PPG-GCBEv) do a outros métodos convencionais com ativo dessas substâncias que Inpa, Pedro Rauel Cândido Domininseticidas sintéticos em altas contrabalhamos”, explica Miriam Rafael. gos, orientando da pesquisadora do centrações. Assim, os resultados deste O dilapiol é componente do sistema Inpa, Miriam Silva Rafael, estudou estudo sugerem a aplicação desses de defesa do Piper aduncum, podendo derivados no controle alternativo desse esses derivados para aplicação no ser utilizado como biodefensivo agríco- mosquito, pois se mostrou susceptível controle das larvas do mosquito A. la – combate aos insetos que conso- a esses compostos. Essa nova alternaaegypti. mem ou transmitem doenças aos plan- tiva poderá minimizar a utilização de Um componente natural de defesa tios agrícolas – ou para controle de inseticidas sintéticos nas ações de do Piper aduncum, o dilapiol, é extraívetores de doenças de grande impor- controle e, consequentemente, o seu do do óleo essencial dessa planta, tância epidemiológica, como a dengue. acúmulo no meio ambiente. como também de outras espécies

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Divulga Ciência

Inpa apresenta novas tecnologias em comunidade da RDS do Rio Negro A visita às comunidades serviu para mostrar o potencial das novas tecnologias desenvolvidas pelo Inpa e seu potencial para a ampliação das regiões de desenvolvimento sustentáveis Foto: Juan Mattheus

| Juan Mattheus Da equipe do Divulga Ciência

Um dos destaques foi o trabalho do pesquisador do Inpa Jadir de Souza Rocha, que utiliza técnicas de manuseio dos galhos do buritizeiro para o desenvolvimento de compensados para a utilização de forros, divisórias e artefatos. Durante o evento foi realizada uma experiência com os galhos da árvore do Inajá como meio de substituição aos galhos da arvore

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Tecnologias Sociais O Inpa apresentou a primeira Feira de Inovação, Ciência e Tecnologias Sociais, expondo diversos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do Instituto, como: Briquetes da Amazônia, Meliponicultura e Solução de Cravo-da-Índia e Cal e Cloro.

comunidades mais afastadas em forma de exibição de filmes, devido à alta taxa de analfabetismo”, comentou Projetos com a FAS Na opinião do Superintendente Geral da FAS, Virgílio Viana, é muito importante fazer com que os grandes avanços que o Inpa conseguiu em novas tecnologias relacionadas ao desenvolvimento sustentável na Amazônia cheguem às comunidades ribeirinhas do Amazonas. “Essa parceria entre o Inpa e a FAS, é uma forma de aproveitar a organização e a mobilização das comunidades e trazer muitos benefícios, como a melhoria de vida e a conservação ambiental. Em torno disso que a fundação se mobiliza”, enfatizou. Viana também explanou sobre a possibilidade de fazer com que os investimentos da FAS incluam também o apoio à implantação de novas tecnologias que foram desenvolvidas pelo Inpa e que as comunidades as identifiquem como prioritárias.

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O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em parceria com a Fundação Amazonzas Sustentável (FAS), visitou no dia 11 de agosto, algumas comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro. Entre as comunidades estão Santa Helena do Inglês, Saracá e a comunidade do Tumbiras. O grupo composto de pesquisadores e visitantes saiu pela manhã em direção à comunidade Santa Helena do Inglês, realizaram várias atividades educacionais, dentre elas a exposição de artesanatos locais; minicursos oferecidos pelo Mesa Brasil e Economia Doméstica, entre outros.

Essa parceria entre o Inpa e a FAS é uma forma de aproveitar a organização e mobilização das comunidades

do buriti, abundante na região, seria de fácil manuseio para os moradores da comunidade. Um dos integrantes da equipe da FAS, Marcelo Castro, falou da importância da divulgação dos trabalhos do Inpa. “É importante para alavancar e dar importância para as comunidades. A ideia é de levar a exposição para


Educação e Sociedade

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Inpa pesquisa potencial de espécie de ingazeira A espécie é importante para o meio urbano, com potencial para arborização, paisagismo e reflorestamento, porém as potencialidades e características botânicas dessa fruteira são pouco conhecidas pela população de Manaus Foto: Afonso Rabelo

|Juan Mattheus Da equipe do Divulga Ciência

nes. Entretanto, a falta de conhecimento sobre o potencial frutífero, paisagístico e ornamental da população de Manaus sobre essa espécie de ingazeira é grande, tornando-as esquecidas. Contudo, em outras partes do Bra-

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que não toleram luminosidade intensa e também na arborização urbana, paisagismo e estacionamentos para carros. “Essa espécie de árvore, por ser de rápido crescimento, é indicado como excelente planta para recuperação de mata ciliar”, comenta Rabelo. Para o cultivo da Inga laurina, deve-se colocar as sementes para germinar imediatamente após a coleta dos frutos maduros. “Após a semeadura, à emergência das plântulas ocorrem a partir de duas semanas, com alta taxa de germinação. ”, explica. Para mais informações sobre esta espécie e outras fruteiras nativas da Amazônia, acesse o blog: frutasnativasdaamazonia.blogspot.com ou adquira o livro “Frutas nativas da Amazônia comercializados nas feiras de Manaus-AM”, publicado pela Editora INPA - (92) 3643 3223 / 3642 3438 (fax) ou editora@inpa.gov.br - em março de 2012.

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O estudo que o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Afonso Rabelo, realizou sobre a Inga laurina (Sw.) Willd, conhecida popularmente como ingáchichica ou ingá-de-macaco, mostra que a espécie possui uma grande facilidade em se propagar em qualquer terreno, é resistente a períodos prolongados de estiagem, solos compactados de baixa fertilidade além de ter crescimento rápido e certa imunidade a pragas como ervas de passarinho e doenças. Possivelmente nativa da Amazônia, segundo o pesquisador, a espécie é comumente encontrada em florestas primárias e predominante em ecossistemas de terra firme, podendo ser encontrada na Reserva Ducke e em florestas de várzeas. É encontrada ainda, no sul da América do Norte, América Central e na América do Sul (em quase todos os Estados do Brasil). Esse tipo de ingazeira pode atingir até 15m de altura e, em áreas abertas, possui o caule curto, formando uma estrutura ornamental e com folhas pere-

Essa espécie de árvore, por ser de rápido crescimento,é indicado como excelente planta para recuperação de mata ciliar

sil, como a região Centro Oeste, ela é cultivada na arborização urbana. “Em Brasília (DF), a espécie é bastante cultivada no espaço chamado de Bosque dos Constituintes, com 62 plantas”, exemplifica o pesquisador.

Potencialidades da Espécie A utilização dessa espécie é ainda aconselhada em sistemas agroecológicos, criação de abelhas, recuperação de áreas degradadas, sombreamento para culturas


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