Jornal do Inpa Manaus, Fevereiro 2012 - Ano IV - Ed.18- ISSN 2175-0866
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Inpa desenvolve estruturas biodegradáveis em áreas que precisam de recuperação Os pesquisadores perceberam a necessidade de desenvolver técnicas que ajudassem nos processos de regeneração, baseando-se nos princípios da sucessão primária (processo em que uma área desmatada começa a regenerar com espécies vindas das áreas da vizinhança) e que evitassem a erosão superficial do solo Acervo do Pesquisador
Foto: Márcio Ferreira
Foto: Eduardo Gomes
Foto: Eduardo Gomes
Inpa avalia efeitos de mudanças climáticas na população de tambaquis
Inpa inicia curso internacional sobre o monitoramento de carbono
Inpa cataloga frutos nativos da Amazônia em obra literária
O tambaqui (Colossoma macropomum) é hoje a primeira espécie cultivada na Amazônia e a segunda no Brasil
A abertura oficial do curso aconteceu na manhã do dia 13. O curso foi realizado na reserva experimental ZF-2 do Inpa até o dia 9 de março
Os 38 frutos ilustrados em aproximadamente 600 fotografias podem ser encontrados nas feiras de Manaus, no Amazonas.
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Boa leitura Reserva Ducke A biodiversidade amazônica através de uma grade
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General do CMA debate Segurança Nacional na Amazônia
Projeto desenvolve cartilha de turismo. Pág. 02
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Inpa realiza curso de modelagem espacial Pág. 02
Jovens do Amazonas desenvolvem projetos com abelhas
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Página 02 - Fevereiro 2012 Expediente Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Jéssica Vasconcelos, Josiane Santos, Eduardo Phillipe e Fernanda Farias,Jamyly Macedo - Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: Fernanda Farias - Fotos: Eduardo Gomes, Flavio Ribeiro, Leonor Souza e Márcio Ferreira Tiragem: 1000 Edição 17 - Fevereiro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
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+55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA/MCTI
Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência Foto: Eduardo Gomes
Divulgação
Acervo PCE
General do CMA debate Segurança Nacional na Amazônia no Inpa
Curso de modelagem espacial utilizando a plataforma Dinâmica EGO
Projeto de escola pública desenvolve cartilha de turismo
No dia 23 de fevereiro, os membros e colaboradores do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), debateram sobre a Segurança Nacional na Amazônia, na 21ª reunião do Grupo, com o General do Comando Militar da Amazônia (CMA), Eduardo Dias Villas Bôas, no auditório da diretoria. Com o pensamento mais científico sobre a Amazônia, o General Eduardo Villas Bôas, em seu discurso, usou uma abordagem do ponto de vista militar, baseado também nas suas experiências de contato com a realidade das comunidades. Falou da grande importância que é a participação de todos os setores da sociedade na defesa da Amazônia, tanto como o militar, o comando é também área científica.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) dos Serviços Ambientais da Amazônia (SERVAMB), promove nos dia 9 a 13 de abril o “Curso Introdutório de mudança de uso e cobertura da terra com o Dinâmica EGO”. Dinâmica EGO é um software de modelagem ambiental que permite elaborar modelos de uso da terra para simular o desmatamento futuro. O software foi desenvolvido pelo Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) do Instituto de Geociência da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O curso disponibiliza 15 vagas. Os interessados precisam justificar o interesse em participar do curso e sua experiência no uso do Sistema de Informação Geográfica (SIG).
Todo mundo realmente conhece os pontos turísticos da cidade? Essa foi uma das perguntas que motivaram a professora Raquel Vieira, da Escola Municipal Themístocles Pinheiro Gadelha, a criar uma Cartilha Turística. Parceiro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI),o projeto faz parte do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e conta com o apoio das secretarias Estadual (Seduc) e municipais (Semed – Manaus e Itacoatiara) de Ensino. A ideia da cartilha surgiu a partir da necessidade de criação de um material didático para o ensino de Geografia do Amazonas, abordando não somente a geografia física, mas também as localizações e paisagens em Manaus.
Boa Leitura | Reserva Ducke Embora o desmatamento causado pela expansão urbana de Manaus esteja isolando a Reserva Ducke de outras florestas, a proximidade da cidade favoreceu o crescimento de uma grande quantidade de estudos científicos, alguns dos quais foram sintetizados nesta obra. A importância desses estudos para a Amazônia é enorme, pois a experiência adquirida revela-se determinante no planejamento de estratégias de pesquisa no Brasil todo, dentro do contexto do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). A obra é organizada pelos pesquisadores Marcio L. Oliveira, Fabrício B. Baccaro, Ricardo Braga-Neto e William E. Magnusson. Os interessados podem adquirí-la no setor de vendas da editora Inpa, localizada nas dependências do Instituto ou contate-os pelo telefone 3643-3223
Pesquisa - Divulga Ciência
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Inpa avalia efeitos de mudanças climáticas na população de tambaquis O tambaqui (Colossoma macropomum) é hoje a primeira espécie cultivada na Amazônia e a segunda no Brasil Foto: Márcio Ferreira
|Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência
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nas alterações ambientais que presenciamos atualmente em escala mundial, como o derretimento das calotas polares. “Esses fenômenos podem se tornar preocupantes para a biodiversidade, devido ao aquecimento global. E para a Amazônia, isto se torna ainda
Se o aumento da temperatura e do Co2 resultar em diminuição do crescimento do tambaqui, a população ribeirinha será afetada
tidos a temperaturas mais elevadas e com níveis elevados de Co2", expõe Vera. Com esse aumento, o tambaqui, considerado uma espécie com alto grau de adaptação aos diferentes ambientes em que é submetido, pode desenvolver perturbações fisiológicas que ocasionarão, entre outros desequilíbrios, uma inibição do seu crescimento, afetando a população que o tem para sustento. “Se o aumento da temperatura e do CO2 resultar em diminuição do crescimento do tambaqui, a população ribeirinha será afetada, pela redução na oferta de proteína dessa espécie”, esclarece. A pesquisadora explica ainda que o experimento começou fora do microcosmo, em tanques onde a temperatura e o CO2 foram controlados apenas na água. A partir disso, deu-se início aos experimentos no microcosmo, onde a atmosfera é controlada. “Podemos equilibrar a temperatura e o CO2 da água no microcosmo. Depois vamos expor os tambaquis a um período de tempo maior e verificar sua resposta fisiológica e zootécnica, como ganho de peso e crescimento”, resume.
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Com intuito de aprofundar estudos sobre uma das mais importantes espécies para a piscicultura na Amazônia e no Brasil, o projeto intitulado "Crescimento do tambaqui em cenários de mudanças climáticas", coordenado pelo pesquisador e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val, e pelas pesquisadoras, Vera Almeida Val, e Alzira Oliveira, teve início em 2011 e analisa como as condições ambientais, daqui a 100 anos, afetarão o crescimento das espécies de tambaqui. Segundo os pesquisadores do Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (ADAPTA) , o objetivo do projeto é analisar os efeitos das condições ambientais a partir das previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para 2100. “Nunca se testou o efeito dos cenários previstos para daqui a 100 anos sobre organismos vivos porque é impossível recriar uma paisagem exatamente igual a que ocorrerá no futuro. Entretanto, podemos submeter os organismos vivos a uma atmosfera parecida”, explica a pesquisadora Vera Val A proposta da pesquisa se apoiou
mais alarmante, por estar situada no cinturão equatorial, e ter grande diversidade de espécies”, explicita Val.
Clima poderá interferir no crescimento dos tambaquis Muitas espécies de peixes desenvolveram mecanismos adaptativos para sobreviverem às mudanças ambientais naturais, como o aumento do gás carbônico presente na água. “Os experimentos que estamos realizando, nos chamados microcosmos, vão esclarecer à sociedade o que poderá acontecer com organismos aquáticos subme-
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Pesquisa - Divulga Ciência
Comitiva de Instituto português visita o Inpa para firmar parceria A proposta é consolidar uma cooperação na troca de informações relacionadas à pesquisa Foto: Eduardo Gomes
|Eduardo Phillipe Da equipe do Divulga Ciência
No dia 27 de fevereiro, professores do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) de Portugal, conheceram as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). A oportunidade serviu para firmar uma cooperação futura entre os dois Institutos em áreas específicas de conhecimento. Na ocasião, a coordenadora de Capacitação do Inpa, Beatriz Ronchi, apresentou os programas de pós-graduação. Além do professor e coordenador do curso de doutorado em Ciências Médicas do IHMT, Henrique Silveira, apresentar toda a estrutura em conhecimento que são ministrados pelo Instituto português, a professora Fátima Nogueira falou sobre a importância na troca de conhecimentos relacionados à parasitologia e o intercâmbio de alunos e professores portugueses. “Viemos saber o que o Inpa faz em relação à investigação e ensino”, disse Nogueira. O coordenador de Malária e Dengue do Inpa, Wanderli Tadei, destacou a qualidade dos trabalhos dos lusitanos em relação às pesquisas sobre o controle de malária, e frisou
o fortalecimento de uma parceria. “Queremos que os nossos cursos de pós-graduação possam ter um vínculo internacional. Seria um entrosamento interessante, pois novas áreas seriam introduzidas em nossos cursos, ampliando as linhas de pesquisas”, destacou. Sobre o Instituto IHMT O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) é uma escola de pósgraduação da Universidade Nova Lisboa (UNL). Com uma linha de pesquisa diversificada na área de saúde, são oferecidos cursos de doutorado, mestrado, dentre outros. Uma das competências do IHMT é a prestação de serviços à comunidade no âmbito da saúde pública e da medicina tropical. Palestra Além das reuniões em busca da parceria, no dia 29 de Fevereiro, no mini-auditório da Diretoria (Campus I), foi realizada palestra proferida pela professora Fátima Nogueira sobre seus trabalhos no IHMT, relacionados à resistência de parasitas aos antimaláricos.
Inpa realiza palestra para guias de turismo da cidade de Manaus “É importante os guias de turismo saberem sempre mais sobre a Amazônia, para estarem qualificados a receber os turistas” |Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência
A afirmação é do coordenador de Extensão (COEX) do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCTI), Carlos Bueno, dada no dia 27 durante palestra que realizou sobre os estudos voltados para a Amazônia, que o Instituto realiza, para que guias turísticos da cidade de Manaus conheçam mais sobre a região e possam transmitir informações corretas aos turistas. O coordenador começou falando sobre os jargões que são usados indevidamente na mídia, como: “Amazônia, pulmão do mundo”. “É preciso desfazer muitos mitos que ouvimos hoje sobre a Amazônia. Vemos muitos jornalistas falando informações equivocadas sobre a região, o que acaba sendo uma referência para os cidadãos. Temos que desmistificar esses termos, para os profissionais de comunicação, e para os profissionais de turismo, pois eles também disseminam informações sobre a Amazônia’’, explicou Bueno. Durante a palestra, o coordenador explicou como as pesquisas ajudam no desenvolvimento da Amazônia e a importância que é difundir o conhecimento adquirido nos laboratórios para a população. Apresentou ainda, aos guias de turismo, a biodiversidade que a região apresenta, explicando sobre as frutas e espécies de árvores que a floresta possui. “Os turistas são curiosos, querem saber todos os detalhes sobre a Amazônia. Daí a importância de estar preparado para recebê-los”, destacou. Para a presidente do Sindicato Estadual de Guias de Turismo, Rocilda de Oliveira, esta palestra foi de suma importância para todos os guias de Manaus, para que cada vez mais estejam qualificados. “Nós que trabalhamos com o ecoturismo, mostrando a natureza amazônica todos os dias para os turistas, precisamos saber realmente do que estamos falando, para passar as informações certas para os turistas”.
Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
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Inpa inicia curso internacional sobre monitoramento de carbono A abertura oficial do curso aconteceu na manhã do dia 13. O curso foi realizado na reserva experimental ZF-2 do Inpa até o dia 9 de março Foto: Eduardo Gomes
|Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência
tecnologias para a Amazônia, também conserva essa imensa região. É um desafio a gente fazer com que a Amazônia continue existindo para o futuro dos nossos filhos, e dos nossos netos”, destacou. O curso faz parte do Programa de Treinamento para Terceiros Países (TCTP) que realiza treinamen-
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É um desafio a gente fazer com que a Amazônia exista no futuro para nossos filhos, nossos netos
tos oferecidos por instituições brasileiras à países da América Latina, África e Ásia, com o objetivo trocar tecnologia e conhecimento em diversas áreas: meio ambiente, saúde, agricultura, governança entre outros. Na cerimônia de abertura estavam presentes o cônsul geral do Peru, Cesar de Las Casas; representantes da Jica no Brasil; da Agência Brasileira
de Cooperação (ABC); e os 20 participantes do curso. Os participantes representam Instituições como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e instituições de países como a Venezuela, Colômbia, Equador e Peru. O curso conta com o apoio do Laboratório de Manejo Florestal (LMF) do Inpa e o financiamento da Jica e ABC.
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O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) promoveram o I Curso Internacional sobre Elaboração, Execução e Monitoramento de Projeto de Carbono, com a participação de representantes de instituições de pesquisa e universidades de países da América do Sul. “Nossa proposta é trazer todo o nosso conhecimento acumulado ao longo de 25 anos. Nossa intenção não é passar uma receita de como fazer e monitorar um projeto de carbono, mas juntar toda nossa experiência, e construir algo a mais para esses projetos futuros de carbono”, afirmou o pesquisador do Inpa e responsável pelo curso, Niro Higuchi. A Coordenadora de Cooperação Inter nacional do Inpa, Magali Henriques, citou que o curso representa a missão do Inpa, disseminar e gerar conhecimento e tecnologia. “O Inpa, ao mesmo tempo em que pesquisa e desenvolve
Projeto Cadaf O Laboratório de Manejo Florestal (LMF), em parceria com instituições brasileiras e japonesas, aprovaram o projeto Dinâmica do Carbono das Florestas da Amazônia (Cadaf), com duração de quatro anos, com objetivo de aprimorar o monitoramento de projetos de carbono na Amazônia, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC).
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Pesquisa - Divulga Ciência
Inpa desenvolve estruturas biodegradáveis em áreas que precisam de recuperação Os pesquisadores perceberam a necessidade de desenvolver técnicas que ajudassem nos processos de regeneração, baseando-se nos princípios da sucessão primária (processo em que uma área desmatada começa a regenerar com espécies vindas das áreas da vizinhança) e que evitassem a erosão superficial do solo Acervo do Pesquisador
| Jéssica Vasconcelos CT Petro
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causas da perda de sedimentos e nutrientes, influenciando diretamente nos processos regenerativos e causando alta mortalidade das mudas plantadas”, afirma o pesquisador do Inpa e coordenador do projeto Tecnologia de Regeneração Artificial em Clareiras da Rede CT Petro Amazônia, Gil Vieira.
Pensamos que o melhor material é aquele que degrade lentamente no ambiente e propicie a fixação de espécies colonizadoras
são em plantios (feixe cilíndrico com capim e envolto com tela de polietileno), apesar de ter baixo custo, sua decomposição é rápida e deixa resíduos plásticos no campo”.
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O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Gil Vieira, juntamente com o mestre em Ciências de Florestas Tropicais e bolsista da Rede CT Petro Amazônia, Robson Disarz, desenvolveram a confecção de estruturas biodegradáveis com matérias primas regionais de fácil aquisição e baixo custo, tendo como base técnicas de bioengenharia. Estas estruturas poderão ser utilizadas na recuperação ou restauração de áreas degradadas, para indústrias de petróleo e mineradoras da região. O produto foi desenvolvido com dupla funcionalidade e procura conter a erosão superficial do solo em áreas de restauração ecológica, evitando assim a perda de nutrientes e sementes de espécies de plantas consideradas pioneiras. ‘’Pensando em novas técnicas e tendo como base estudos já realizados, como o que demonstrou que em algumas clareiras, a erosão superficial do solo, era uma das principais
De acordo com Disarz, uma busca foi realizada em empresas que trabalham com controle de erosão, no mercado nacional e internacional. “Há vários produtos, mantas sintéticas ou confeccionadas em fibras naturais e tipos de blocos de concretos. A finalidade destes produtos é para serem utilizados em contenção de erosão em rodovias e ferrovias. Encontramos um produto para controle de ero-
Funcionalidade A outra funcionalidade é propiciar o estabelecimento de espécies colonizadoras, aumentando assim a diversidade da flora. Para isto as estruturas quando colocadas, serão preenchidas com solo da floresta (rico em matéria orgânica, nutrientes e sementes de espécies pioneiras). “As estruturas serão fixadas com estacas vegetais de espécies que se mostraram capazes de se propagar com características adequadas a restauração ecológica”, explica Vieira.
O pesquisador Gil Vieira esclarece que, nos testes que estão sendo realizados em campo, será possível avaliar a durabilidade e eficácia do processo. “Pensamos que o melhor material é aquele que degrade lentamente no ambiente e propicie a fixação de espécies colonizadoras’’, explicou.
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Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
Jovens do Amazonas desenvolvem projetos com abelhas Adolescentes de 16 e 17 anos, cursando o ensino médio regular, fazem parte do Programa Ciência na Escola (PCE), que estimula e desenvolve pesquisas científicas em escolas públicas Foto: Leonor Souza
| Jamyly Macedo PCE
pensável para inserir e incentivar a pesquisa científica na escola, ‘‘Além de demonstrar a importância das abelhas no ecossistema amazônico, desenvolvem a capacidade do aluno, ajudando a reduzir a taxa de evasão escolar e aproximando, assim, a escola da comunidade’’. Para esses jovens a pesquisa desenvolvida com abelhas auxilia
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de abelhas sem ferrão, “tornando-as indispensáveis para a manutenção da biodiversidade e contribuindo com a polinização de 38% das plantas”. Criatividade O principal material utilizado pelos jovens cientistas são caixas de abelhas que foram cedidas pelo projeto desenvolvido pelo GPA. As caixas ficam guardadas dentro de uma sala na escola, que é utilizada como laboratório, onde os adolescentes verificam não só a quantidade de potes de mel diariamente, mas estudam também o tempo de vida desses insetos e as pragas que os cercam. Apesar de pouco tempo de projeto, o reconhecimento da pesquisa tem crescido bastante no meio científico, servindo como motivação para que outros estudantes ingressem no projeto, contribuindo com a inovação e se tornando um diferencial, não somente em suas escolas, mas também em todo o Estado do Amazonas.
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Quando se ouve falar de abelhas qual a primeira coisa que vem a sua mente? Mel, cera ou geléia? Parceiro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolve com um grupo de estudantes da Escola Estadual Maria Madalena, localizada no bairro Armando Mendes (Manaus/AM) projetos com esse inseto. De forma dinâmica os alunos trabalham as técnicas de tratamento e cuidados com a colmeia, além de conhecerem e trabalharem com os produtos naturais como, mel, própolis e cera, eles ainda estudam os seus inimigos naturais, a importância da alimentação artificial em tempos de seca, além do conhecimento sobre como manejar adequadamente essas abelhas para mantê-las sempre saudáveis. Para a professora e coordenadora responsável pelo projeto, Janeide Dantas, esta é uma ferramenta indis-
O Brasil concentra a maior população de abelhas sem ferrão, “tornando-as indispensáveis para a manutenção da biodiversidade não só na redução do abandono escolar, mas também conscientiza os alunos e a comunidade de que essas abelhas são importantes para manter a fertilidade das florestas. Segundo a pesquisadora e coordenadora do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA/Inpa), Gislene Almeida, o Brasil concentra a maior população
Educação e Sociedade - Divulga Ciência
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Inpa cataloga frutos nativos da Amazônia em obra literária Os 38 frutos ilustrados em aproximadamente 600 fotografias podem ser encontrados nas feiras de Manaus, no Amazonas. Foto: Eduardo Gomes
|Eduardo Gomes Da equipe do Divulga Ciência
ssário, primeiro, a caracterização botânica de cada espécie, onde foram destacados a descrição das plantas, hábito de crescimento, flores, folhas, frutos e sementes, além de exemplificar os principais usos, época da comercialização e preços dos frutos nas feiras, retra-
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ção de leis para proteção de fruteiras raras presentes em fragmentos florestais urbanos e para socialização do conhecimento científico”. O autor explicou que a maioria das fruteiras nativas da região não apresentam potencial florestal madeireiro. Elas produzem frutos com qualidades e sabores bastante variados, com paladar aprazível. “Em geral, os frutos são consumidos na forma in natura, mas determinadas espécies apresentam frutos com potencial para uso na culinária e na agroindústria. Entretanto, pouco se sabe sobre a comercialização desses frutos nas feiras livres da cidade de Manaus”, complementou Rabelo.
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“Tucumã, cupuaçu ou açaí? Tem pra todos os gostos e não custa caro viu freguês”. Ao ler o início desta matéria, você pode ter se imaginado dentro daqueles mercados ou feiras regionais, repletos de frutos nutritivos, exalando cheiro à quilômetros de distância. Mas será que ao ir nessas feiras você costuma comprar frutos nativos da região amazônica? Ou melhor, será que você conhece esses frutos? Foi pensando nisso, que o técnico especializado em sistemática de palmeiras e fruteiras nativas da Amazônia, da Coordenação de Biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Afonso Rabelo, publicou recentemente o livro “Frutos Nativos da Amazônia comercializados nas feiras de ManausAm”. A obra é resultado de dois anos de pesquisas, e explana sobre 38 espécies diferentes de fruteiras nativas da Amazônia, catalogadas em dez feiras livres na cidade de Manaus. Para o processo de criação do livro foi nece-
Os conhecimentos deste livro servirão também de fonte de consultas para trabalhos voltados para pesquisas
tados em aproximadamente 600 fotografias. O livro apresenta uma linguagem simples e objetiva, para que possa ser usado pela sociedade, sobretudo, por pequenos agricultores, estudantes e pesquisadores. Segundo Rabelo, os conhecimentos deste livro servirão também de fonte de consultas para “trabalhos voltados para pesquisas que visam, especialmente, à incorporação das fruteiras nativas em sistemas agroecológicos e no agronegócio, na cria-
Serviço A obra publicada pela Editora Inpa pode ser adquirida na livraria da editora, na avenida André Araújo, 2936, Aleixo, Manaus-Am, ou contate-os pelo telefone (92)3643-3223.