Jornal do Inpa Manaus, Janeiro 2012 - Ano IV - Ed.17- ISSN 2175-0866
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Inpa deposita nove pedidos de patentes em 2011
Arte: CETI
“O nosso desafio é fazer a interação das nossas pesquisas com o setor produtivo”, afirma a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Rosângela Bentes
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Foto: Eduardo Gomes
Bosque da Ciência: difusão científica e lazer nas férias Com atendimento diferenciado nas férias, o bosque funcionou todos os dias, de 9h às 17h
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Foto: Eduardo Gomes
Foto: Carla Nogueira - CTpetro
Estudo faz levantamento de espécies de plantas colonizadoras na base petrolífera de Urucu “Essas plantas são consideradas pioneiras, ou seja, elas evoluíram para ocupar ambientes que, por algum motivo, a vegetação original foi profundamente alterada”, afirma a bolsista Carla Nogueira Pág. 05
Ampa gerenciará dois novos projetos em 2012 A Organização foi contemplada com o “Edital de Apoio à Projetos” da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O recurso será destinado à conservação do peixe-boi e golfinhos da Amazônia Pág. 08
Boa leitura Noções básicas de NUTRIÇÃO e HIGIENE
Tecnologia e Inovação: Inpa promove educação ambiental e Pág. 02 capacitação Reunião pretende renovar ações políticas e avaliar os progressos
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Exibição de audiovisuais auxiliam na divulgação de pesquisas
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Inpa recebe ministro de relações exteriores e debate propostas Pág. 04
Página 02 - Janeiro 2012 Expediente Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Clarissa Bacellar, Josiane Santos, Eduardo Phillipe, Jéssica Vasconcelos, Fernanda Farias e Séfora Antela Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Fernanda Farias Fotos: Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro Tiragem: 1000 - Edição 17 - Janeiro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI. Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação
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Tome Ciência Divulgação
Foto: Eduardo Gomes
Flávio Ribeiro
Tecnologia e Inovação: Inpa promove educação ambiental e capacitação
Reunião pretende renovar ações políticas e avaliar os progressos
Exibição de audiovisuais auxiliam na divulgação de pesquisas
A equipe do laboratório de celulose e papel/carvão vegetal da Coordenação de Tecnologia e Inovação do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou dia 22 de fevereiro, um workshop com um grupo produtivo no bairro japiim, zona centro sul de Manaus, no Centro do Grupo de Mulheres Produtivas. “A pesquisa é financiada pela sociedade, e nada mais justo que as nossas pesquisas sejam aplicadas em melhorias para toda população, em seus vários ramos” comenta Marcela Amazonas, responsável pelo laboratório. Para repassar toda tecnologia desenvolvida nos laboratório do Instituto, o laboratório sempre realiza Educação Ambiental em várias palestras, workshops, seminários, para que todos os interessados aprendam as técnicas.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), conhecida também como Rio + 20, este ano ocorrerá no Brasil do dia 20 a 22 de junho. O intuito é renovar as ações políticas das nações envolvidas e avaliar os progressos. A edição irá marcar o 20° aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), promovida em Joanesburgo em 2002. Os temas escolhidos para o evento foram “Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza” e “O quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”.
A cada semana, a Coordenação de Extensão (COEX) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) exibe produções de vídeos pouco divulgados em circuito nacional. A atividade é realizada todas as quartas-feiras, a partir das 13h, na Casa da Ciência, localizada no Bosque da Ciência, com entrada franca. O objetivo do Cine Ciência é divulgar séries de vídeos científicos e ambientais, estimular a comunidade científica do Inpa a utilizarem os meios audiovisuais para divulgação de pesquisas em todas as áreas do conhecimento científico, bem como promover e difundir a produção audiovisual científica da região, apresentando conteúdos sobre a difusão de Ciência e Tecnologia e questões ambientais.
Boa leitura| Noções básicas de NUTRIÇÃO e HIGIENE Quais são os alimentos necessários para manter a saúde do nosso corpo? Qual é a melhor forma de prepará-los? Será que estou fazendo a higienização correta? Todos essas perguntas são respondidas no livro “Noções básicas de Nutrição e Higiene”, de autoria de Lucia Yuyama e Lília Pantoja. Em uma obra bem elaborada e repleta de gravuras, a publicação procura conscientizar principalmente as crianças sobre os cuidados necessários para uma boa alimentação. Com uma linguagem simples e direta, as autoras sintetizam as etapas mais importantes para a manipulação correta dos alimentos. Então, que tal aliar a curiosidade infantil e o estimulo à alimentação saudável para o bom desenvolvimento do organismo? Essa prática pode ser feita durante o dia a dia e divertindo a criançada ao mesmo tempo. Para adquirir o livro é só entrar em contato com a editora do Acta do Inpa, por meio do número 3643-3223.
Educação e Sociedade - Divulga Ciência
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Bosque da Ciência: difusão científica e lazer nas férias Com atendimento diferenciado nas férias, o bosque funcionou todos os dias, de 9h às 17h Foto: Eduardo Gomes
|Eduardo Gomes Da Equipe do Divulga Ciência
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compõe o local, possibilitando ao visitante obter mais informações em relação à fauna, flora e aos ecossistemas amazônicos existentes. Um dos projetos que trabalha a educação ambiental no local é o Circuito da Ciência, onde todos os meses par-
O bosque vem se consolidando como um instrumento importante para o Instituto, onde é feito esse processo de difusão científica
portas abertas”, explicou. ATRATIVOS Quem visitar o local poderá conhecer a Ilha da Tanimbuca (Buchenavea huberii), árvore com mais de 600 anos, que remete sua existência ao tempo em que o Brasil foi descoberto. Além de outros destaques como a Casa da Ciência, tanque de peixes-bois da Amazônia, viveiros de ariranhas e jacarés, condomínio de abelhas, casa da madeira, recanto dos inajás, local composto por uma vegetação de palmeiras conhecidas como inajás (Maximiliana maripa), com pequeno lago artificial, onde vivem os poraquês (Eletrophorus Electricus) e plantas aquáticas pesquisadas pelo Inpa.
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Aproximadamente 13 mil pessoas passaram pelo Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), somente em janeiro de 2012. O local que recebeu cerca de 130 mil visitas, durante todo o ano passado, consolidase como um dos principais pontos turísticos da cidade, possibilitando ao visitante um maior contato com árvores centenárias, macacos, cutias, pássaros, mamíferos aquáticos, tartarugas da Amazônia, grande diversidade de plantas, trilhas educativas, além da interação entre pesquisa e sociedade. Para o Coordenador de Extensão do Inpa, Carlos Bueno, a oportunidade de aprender sobre a Amazônia, proporcionada aos visitantes, é de grande relevância. “Estamos de braços abertos para receber a população e gostaríamos que o número de visitações este ano possa ser bem maior. Cada um que vem aqui e aprende um pouco, já é um resultado bastante significativo”, declarou. Com 15 anos de existência, o bosque possui uma área de aproximadamente 130 mil metros, interligado por trilhas de acesso aos atrativos que
ticipam cerca de 350 estudantes de escolas estaduais e municipais da cidade, somando anualmente cerca de 80 mil crianças e jovens visitando o espaço. Segundo o coordenador do projeto e do bosque, Jorge Lobato, essas atividades aproximam a sociedade ao conhecimento procedente de resultados dos estudos desenvolvidos pelo Instituto. “O bosque vem se consolidando como um instrumento importante para o Instituto, onde é feito esse processo de difusão científica, oferecendo para a sociedade um Inpa de
Serviço O Bosque da Ciência fica localizado na Av. Otávio Cabral, Petrópolis, zona centro-sul de Manaus. O valor da entrada é de R$ 5,00 para público em geral e crianças até 10 anos não pagam. Visitas de grupos escolares devem ser agendadas com antecedência. Para mais informações ligue: (092) 36433192 / 3643-3312 e 3643-3293.
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Pesquisa - Divulga Ciência Inpa recebe ministro de relações exteriores e debate propostas
Tese de Doutorado vira livro e expõe impactos em rios na Espanha A pesquisa realiza uma análise de três estações de tratamento de esgoto localizados próximos à cidade de Granada Arte: Editora
|Eduardo Phillipe Da equipe do Divulga Ciência
O livro é um recopilado da tese de doutorado da técnica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Deborah Oliveira Rodrigues. Intitulado “Impactos sobre a qualidade biológica dos rios Fardes, Grande e Pinãr”. A publicação desenvolvida no Instituto de Água e no Departamento de Biologia Animal e Ecologia, pelo programa de pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Granada, na Espanha, faz uma análise comparativa da eficiência de três estações de tratamento de esgoto em municípios próximos à cidade de Granada. A ideia foi diagnosticar a eficiência, o controle e verificar se ocorreu de fato a minimização dos impactos dos vertidos após implantação de estações de tratamento na região de Villanueva de las Torres, Jayena e Pinãr, respectivamente. Com o apoio da Diputacion Provincial e Secretaria de Meio Ambiente de Granada, o estudo fez um levantamento completo de diversos parâmetros físico-químico, como a Demanda Química de Oxigênio
(DQO), Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), os sólidos em suspensão, nitrogênio e fósforo total, Carbono Orgânico Dissolvido (COD), alcalinidade, pH e oxigênio dissolvido. Além dessas análises, há um capítulo dedicado à presença de tensoativos aniônicos na entrada e saída das estações nos rios, nos sedimentos e na água intersticial. Há também outro tópico que prevê a toxicidade existente nos efluentes presentes na água intersticial, a biodegradabilidade de certos compostos, e a capacidade de autorecuperação dos rios, o que vem a complementar o estudo que caracteriza a eficiência das estações. “O impacto dos rios foram avaliados com o índice IBMWP, que é uma adaptação de um método inglês BMWP para a península ibérica. O método trata-se de um detalhado protocolo que segue as diretrizes da nova ‘‘Directiva Marco Europea del Agua’’, e que especifica o uso de macroinvertebrados para avaliar o estado ecológico dos cursos de água, onde conseguimos precisar o impacto dos efluentes sobre a qualidade biológica dos rios”, explica Oliveira.
A reunião foi marcada pela elaboração do plano de realização de seminário sobre o desenvolvimento social. |Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val, recebeu o ministro e diretor do Departamento da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Clemente Baena Soares e a diplomata Ana Prates, para tratarem sobre a realização de um seminário sobre desenvolvimento social na Amazônia. Do Inpa também estavam presentes o vice-diretor, Estevão Monteiro; a coordenadora de cooperação e intercâmbio (COCI), Magalli Henriques; o coordenador de extensão (COEX), Carlos Bueno; a coordenadora de capacitação (COCP), Beatriz Ronchi Teles e o coordenador de administração (COAD), Raimundo Otaíde. Além da elaboração do plano a ser seguido para realizar o seminário, previsto para maio deste ano, foram discutidas as possibilidades de preparação de um “observatório amazônico”, que serviria como centro de informações a ser compartilhado, não somente com a comunidade científica brasileira, mas também com todos os países que formam a Amazônia. “Não pode ser uma coisa isolada, a Amazônia não é só brasileira. Nós temos que trabalhar em conjunto”, frisou o diretor do Inpa. “À ciência, cabe a integração das regiões”, afirmou Val, e com a criação de indicadores amazônicos (específicos e independentes), como o Wikiflora, podese facilitar a comunicação entre pesquisadores e estudantes de outros países com os brasileiros, que passam a ter acesso às informações com mais rapidez e veracidade. Uma nova reunião para tratar do termo de referência para o seminário será realizada em Março, quando a diplomata Ana Prates voltar a Manaus. Pretende-se, ainda, realizar uma apresentação dos resultados do seminário na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio + 20, que irá ocorrer no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, de 20 a 22 de junho de 2012.
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Pesquisa - Divulga Ciência
Estudo faz levantamento de espécies de plantas colonizadoras na base petrolífera de Urucu “Essas plantas são consideradas pioneiras, ou seja, elas evoluíram para ocupar ambientes que, por algum motivo, a vegetação original foi profundamente alterada”, afirma a bolsista Carla Nogueira Fotos: Carla Nogueira/ CTPetro
|Jéssica Vasconcelos CTPetro
Nogueira explica que em Urucu existem áreas de jazidas e de poços que eles desmatam, retiram a vegetação para utilização e depois recuperam. “ O objetivo do trabalho era identificar quais plantas que estão crescendo nessas áreas, pois algumas são espécies pioneiras e outras são herbáceas iniciais (ervas que
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Essas espécies têm maior facilidade de propagação, pois resistem ao sol
aparecem primeiro) fazem cobertura do solo, e que favorecem o aparecimento de espécies pioneiras tardias”, explica. Dentre as espécies destaca-se as do gênero Vismia, da família Hypericacea, conhecidas popularmente como “lacres”, que em Urucu apresentam mais de 10 espécies diferentes e a Bellucia (Melastomataceae), conheci-
das como goiaba-de-anta. “Essas espécies têm maior facilidade de propagação, pois resistem ao sol. Já espécies de mata vão nascer depois porque elas precisam de sombra”, expõe. Fase atual Em 2011, teve início uma nova fase do projeto, que é a quarta avaliação de monitoramento das clareiras. Como conclusão da pesquisa, foi elaborado um guia de campo pelas pesquisadoras Carla Nogueira, Ieda Leão do Amaral, Francisca Dionísia de Almeida Matos e Maria de Lourdes da Costa Soares, que está em fase de conclusão . O livro “Guia de Plantas Colonizadoras das áreas desflorestadas para exploração de Petróleo e Gás Natural no Rio Urucu – Amazonas’’ contará com informações sobre as plantas como nome científico e popular, além de fotos, descrição morfológica, distribuição e usos.
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Cada vez mais, cresce o número de empreendimentos nas áreas de exploração de petróleo e gás natural, entretanto esse crescimento também causa uma fragmentação da floresta. Projetos que desenvolvem economicamente a região amazônica tem provocado o surgimento de áreas abertas, as chamadas clareiras. Essas ações têm propiciado o aparecimento de plantas que evoluíram para ocupar ambientes que, por algum motivo, a vegetação original foi alterada. Desde 2003, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), que fazem parte da Rede CTPetro Amazônia, atuam nas clareiras abertas na base petrolífera de Urucu, no município de Coari (AM). O objetivo da pesquisa realizada pela bolsista Carla Luciane Bentes Nogueira, em 2009, orientada pela pesquisadora Ieda Leão do Amaral, no projeto de iniciação científica, foi identificar quais são as primeiras plantas que aparecem nas áreas degradadas.
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Inpa investe em produtos de baixo custo em prol da sociedade A tecnologia social agrega as pesquisas do Instituto à benefícios reais que façam parte do cotidiano da sociedade, utilizando resíduos provenientes da Amazônia Foto: Eduardo Gomes
| Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência
Para levar uma gama de benefícios para toda população, o laboratório de celulose e papel/carvão vegetal da Coordenação de Tecnologia e Inovação, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), investe em tecnologia social com inovações de baixo custo, para promover a interação das suas pesquisas ao cotidiano da sociedade. Uma das inovações protegidas de 2011 foi “O Filtro”, que se trata de um sistema de filtragem de água, que possui como base o uso de carvão, para torná-la de boa qualidade. O experimento foi realizado pela tecnologista Marcela Amazonas, juntamente com técnicos e estudantes de Pibic, do Instituto. Por ser de baixo custo, o filtro proporciona às comunidades isoladas ou as classes menos favorecidas usufruírem de um bom sistema de tratamento de água.
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produtos patenteados com grande valor útil à sociedade. O papel de cauaçu, um briquete de açaí e outro de tucumã. Todos são produzidos a partir de resíduos locais e não de matéria-prima virgem oriunda de locais distantes. Uma das patentes é o papel de cauaçu, que é feito a partir de resíduos do
A tecnologia social contribui para o desenvolvimento sustentável, beneficiando a sociedade sem agredir a natureza
Tecnologia social/Resíduos Entende-se por Tecnologia Social, toda aquela tecnologia que atinge as classes menos favorecidas, preservando seu baixo custo. “A tecnologia social contribui para o desenvolvimento sustentável, beneficiando a sociedade sem agredir a natureza”, ressalta. Todos sabem o quanto a floresta amazônica é rica e oferece uma diversidade enorme de resíduos, mas seu uso sem o conhecimento técnicocientífico pode gerar excessos “É preciso entender que o resíduo sem o devido amparo, é dinheiro perdido, por isso nosso dever é desenvolver uma tecnologia com esses resíduos para disponibilizar para sociedade”, comenta.
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Produtos patenteados O laboratório de celulose e papel/carvão vegetal já possui três
e possuem ótimo poder calorífico.
cauaçu, o resíduo foi processado e seu papel apresentou ótimos resultados para impressão. Já os briquetes de tucumã e açaí, feitos com os resíduos dessas frutas, funcionam como uma fonte alternativa, para empreendimentos que utilizam carvão vegetal como fonte de energia. Os briquetes oferecem vários benefícios: são mais fáceis de transportar, não contribuem com o desmatamento
Educação ambiental e capacitação Para repassar toda tecnologia desenvolvida dos laboratório do Inpa, é realizado educação Ambiental em palestras, workshops e seminários, onde os interessados aprendem todas as técnicas.
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Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
Inpa deposita nove pedidos de patentes em 2011 “O nosso desafio é fazer a interação das nossas pesquisas com o setor produtivo”, afirma a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Rosângela Bentes Foto: Eduardo Gomes
| Fernanda Farias Da Equipe do Divulga Ciência
“Néctar”, um processo que extrai o néctar da fruta com baixa caloria. A “Mesa Modular”, uma invenção que se refere a um sistema de mesa modular, formulado por arquitetos e engenheiros. E ainda o “Filtro”, uma nova forma de filtrar água, com várias camadas para purificação efetiva. Também em 2011, biólogos e químicos do Instituto criaram um novo
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Produtos protegidos Os pedidos de patentes enviados para o Inpi ano passado foram de diversas áreas: nutrição, engenharia, arquitetura, entre outros. São novidades como o “Indutor de Biodegradável”, que é uma estrutura biodegradável que recupera áreas degradadas e o
criaram produtos alimentícios em forma de geléia, com composto bioativo e frutas amazônicas, contendo alto valor nutricional e poucas calorias. E ainda, o pedido de patente de uma bebida láctea, a base de frutas amazônicas.
Dos laboratórios para o mercado A Ceti é um setor do Inpa que trabalha com a proteção das pesquisas realizadas em seus laboratóSempre é um grande desafio rios. Já efetuou três transferêncirealizar essa interação as em 2011, com os produtos: do meio científico farinha de pupunha; um procespara o setor so para obtenção de zerumbona; produtivo econômico e uma composição farmacêutica com extrato de zingiber. Quem assinou o contrato para uso desmétodo de coloração celular, utilisas patentes foram as emprezando vegetais em composição. sas, Biozer da Amazônia e NécUma “Barra de Cereal” foi formulada tar Frutos da Amazônia. com extratos vegetais de frutas ama“Sempre é um grande desafio realizônicas, com alto valor nutricional. Um zar essa interação do meio científico “Sistema Bioabsorvível” que promete para o setor produtivo econômico. Mas realizar um sistema de sutura absorví- é necessário, pois só assim a inovação vel pelo organismo. será concretizada de fato”, enfatizou Pesquisadores da área de nutrição Bentes.
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Completando 71 produtos em processo de patente, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) terminou o ano de 2011 com nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A Coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação (Ceti), Rosângela Bentes, explicou como é realizado o processo para a obtenção de patentes, e o que o Inpa faz para que essas novidades cheguem ao mercado. “A Lei de Propriedade Industrial prevê três critérios primordiais para um produto ser patenteado: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial”, esclareceu.
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Meio Ambiente - Divulga Ciência
Ampa gerenciará dois novos projetos em 2012 A Organização foi contemplada com o “Edital de Apoio à Projetos” da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O recurso será destinado à conservação do Peixe-boi e golfinhos da Amazônia Foto: Eduardo Gomes
|Séfora Antela AMPA
tal desse mamífero aquático, endêmico de nossa região”, explica a coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental da Ampa, Gália Mattos. Esse projeto irá subsidiar a terceira edição do Programa de Reintrodução de peixes-bois da Amazônia.
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A proposta, segundo pesquisadores, é fazer desse local uma “Comunidade amiga do Peixe-boi’’
A proposta, segundo pesquisadores, é fazer desse local uma “Comunidade amiga do peixe-boi”.
lizados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), distante de Manaus cerca de 700 km, é o aumento da matança para a pesca da piracatinga (Callophysus macropterus), peixe necrófago conhecido como “urubu d'água”. Por essa razão, a Ampa, em parceria com o Inpa, criou o Projeto de Pesquisa: “Nova ameaça aos golfinhos da Amazônia: Analisando a utilização do boto-vermelho e do tucuxi como isca na pesca da piracatinga”. O projeto tem o objetivo de caracterizar a pesca da piracatinga na região de Manacapuru e Beruri, incluindo a RDS Piagaçu-Purus, avaliando como e com que quantidade se dá a utilização dos golfinhos e as implicações desta atividade para a conservação das populações neste locais. Estão previstas como ações deste projeto, além das atividades de campo para caracterizar a pesca, a contratação de comunitários, para auxiliar o monitoramento, eventos de Educação Ambiental e palestras em pelo menos 10 comunidades da região.
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A Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), que atua em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), receberá apoio financeiro, a partir do início desse semestre, da “Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza” para dois projetos de conservação e pesquisa dos mamíferos aquáticos da Amazônia que, atualmente, sofrem com a caça predatória. São eles: o peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis), o botovermellho (Inia geoffrensis) e o tucuxi (Sotalia fluviatilis). O recurso destinado ao peixe-boi será por meio do “Projeto Educação Ambiental: Estratégia de conservação do Peixe-boi da Amazônia nas comunidades ribeirinhas e alunos das escolas no município de Manacapuru – Amazonas”. “Esse financiamento vai nos ajudar a expandir as nossas ações. Trabalharemos não apenas com os alunos, mas também com os professores que poderão se tornar agentes multiplicadores na luta pela preservação ambien-
Conservação dos golfinhos da Amazônia Pesquisas realizadas por cientistas do Inpa, através do Projeto Boto, mostram que a população de boto-vermelho vem diminuindo 10% ao ano, em algumas regiões da Amazônia. Uma das razões para essa redução, segundo estudos rea-