Manaus, Julho 2013 - Ano V - Ed.34 - ISSN 2175-0866
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Divulga Ciência Jornal do Inpa
59anos
Pesquisa do Inpa avalia os impactos de um derramamento de óleo em espécies de peixes no rio Negro A pesquisa constatou alta toxicidade do óleo para as espécies de peixes analisadas, mesmo após três meses do ocorrido, quando uma balsa da empresa Chehuan Navegações tombou provocando o derramamento de 60 mil litros da composição asfáltica primária CAP 20 Pág.03
Foto: Daiani Kochhann
Foto: Josiane Santos
Foto: Daiani Kochhann
Foto:Eduardo Gomes
Ações ambientais, coleções científicas e pesquisas com frutos da Amazônia são destaques do Inpa na SBPC
Pesquisa revela que abelhassem-ferrão amazônicas defendem meliponários contra saques de outras abelhas
Copa 2014: Inpa apresenta produtos e frutas da Amazônia com potencial de mercado durante evento em Manaus
“Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa”, disse o coordenador de Extensão Carlos Bueno
Estudo descobre que abelhas nativas sem ferrão da Amazônia detectam a presença de abelhas ladras e defendendo suas colônias
O encontro foi promovido com o objetivo de preparar o mercado local de alimentos para atender a demanda da Copa
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Boa Leitura “Aves do Pantanal” Fotos ilustrativas das aves do pantanal, descrições de tamanho e mais Pág.02
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Publicação do Inpa reúne informações sobre espécies de Fabaceae Pág.02
Inpa estabelecerá parceria com instituições portuguesas Pág.02
Inpa apresenta planetário durante evento ambiental em Itapiranga no AM Pág.02
SBPC: Ministro de C,T&I propõe Plano de Desenvolvimento para Amazônia
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Expediente TomeExpediente Ciëncia Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Daniel Jordano, Clarissa Bacellar, Josiane Santos e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Clarissa Bacellar - Fotos: Eduardo Gomes, Daniel Jordano e acervo pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 34 - Julho - ISSN 21750866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
Julho 2013 - Página 02 Fale com a Redação +55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI
Tome Tome Ciência Ciëncia Foto: Eduardo Gomes
Foto: Acervo pesquisador
Foto: Daniel Jordano
Obra reúne pesquisa sobre a família Fabaceae pesquisadas no Alto Rio Negro
Inpa estabelecerá parceria com instituições portuguesas
Inpa apresenta planetário durante evento ambiental em Itapiranga no AM
Como resultado do Projeto Fronteira, desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) na região do Alto Rio Negro (AM), o ‘Guia da Biodiversidade de Fabaceae do Alto Rio Negro’ reúne dados descritivos de 125 espécies de plantas da família Fabaceae com informações e ilustrações das plantas que poderão auxiliar estudantes e pesquisadores na realização de pesquisas aplicadas. Os trabalhos foram desenvolvidos em diferentes ambientes ecológicos dos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro. O guia é uma documentação da pesquisa de campo no Alto Rio Negro, e trata-se de uma descrição das plantas nas áreas em que a atividade de bioprospecção foi realizada.
A coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação (CETI) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Rosângela Bentes, visitou durante vinte e oito dias instituições em Portugal com o objetivo de conhecer e articular parcerias estratégicas internacionais em empreendedorismo e inovação. Ao final, foram pré-estabelecidas parcerias com o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (Uptec/UPorto), com a TecMinho da Universidade do Minho e a Inovisa, diretamente ligada ao Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. “O objetivo era, primeiro, conhecer e saber o funcionamento destas universidades que são referências na Europa e contam com importantes tecnologias”, expllicou a coordenadora.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentou no dia 12 o planetário itinerante durante o Show das Águas, promovido pela Fundação Rede Amazônica. A ação é feita em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e tem o objetivo de levar ao público curiosidades e estudos científicos sobre estrelas e planetas. Ao entrar no planetário o público tem a sensação de “viajar” pelo o universo. O estudante de física da Ufam e instrutor no planetário, Antônio Oliveira, afirmou que a nova estrutura ajudará a divulgar estudos ligados a astronomia. “O Planetário faz com que os alunos e o público em geral conheçam os planetas, identifiquem as constelações e tenham um pouco de conhecimento de astronomia”, ressaltou.
Foto: Eduardo Gomes
Boa Leitura Tome Ciëncia Geralmentequandovemosumpássarovêmlogováriasperguntasnacabeça.“Qualéessa espécie?, Onde tem?, O que ela come? Como se reproduz? Foi pensando em responder de maneira simples e clara essas perguntas que o pesquisador do Inpa, Renato Cintra, produziu a obra “Aves do Pantanal”, que atraem milhares de visitantes por ano. O guia traz fotos ilustrativas das aves do pantanal, descrições de tamanho e cores e plumagem, além de anotações sobre comportamento, status, habitat dieta dos pássaros, se tornando uma ótima oportunidade para quem gosta de aprender a identificar pássaros. O livro não é apenas destinado a estudantes de ecologia e pesquisadores, mas a todos que se interessam por essas fascinantes criaturas que habitam os céus. Quem estiver interessado no guia “Aves do Pantanal”, entre em contato com a Editora Inpa, no contato (92) 3643-3223 ou pelo e-mail: editora.vendas@gmail.com
Pesquisa do Inpa avalia os impactos de um derramamento de óleo em espécies de peixes no rio Negro A pesquisa constatou alta toxicidade do óleo para as espécies de peixes analisadas, mesmo após três meses do ocorrido, quando uma balsa da empresa Chehuan Navegações tombou provocando o derramamento de 60 mil litros da composição asfáltica primária CAP 20 Foto: Acervo pesquisador
Derramamento de óleo ocorreu em março deste ano no rio Negro. | Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência
Uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) está analisando os efeitos do derramamento do óleo em algumas espécies de peixes, ocorrido em março deste ano no rio Negro próximo ao Porto do São Raimundo em Manaus (AM). “O monitoramento que estamos realizando, avalia a resposta de enzimas e outros biomarcadores relacionados aos processos de desintoxicação dos organismos. A validação desses marcadores de exposição e efeito dos hidrocarbonetos do petróleo para as espécies de peixes analisadas é importante para o desenvolvimento de técnicas robustas para o monitoramento da qualidade da água do rio Negro frente a contaminações por hidrocarbonetos petrogênicos”, explica a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-BADPI) do Inpa, Helen Sadauskas, sob a orientação da pesquisadora do Inpa Vera Maria Fonseca de Almeida e Val. Fazem parte da equipe: os estudantes do BADPI Daiani Kochhann (doutorado) e Derek Campos (mestrado), e a estudante de ciências naturais na Universidade Federal
do Amazonas (Ufam) e de iniciação científica do Inpa, Susana Bras Mota. Resultados preliminares Segundo Sadauskas, os biomarcadores analisados até o momento foram efetivos em demonstrar os efeitos negativos do derramamento do óleo para os peixes coletados,
“O monitoramento avalia a resposta de biomarcadores relacionados aos processos de desintoxicação dos organismos” Helen Sadauskas
uma vez que foram encontradas alterações nas enzimas que processam os hidrocarbonetos bem como em enzimas que indicam danos no funcionamento do fígado e alterações metabólicas, que causam prejuízos à sobrevivência dos peixes nesses ambientes. Além disso, a presença de hidrocarbonetos do petróleo (benzo[a]pireno, pireno e naftaleno) foi detectada na bile desses animais. Os resultados indicam que os peixes coletados ativaram vias me-
tabólicas reconhecidas pela biotransformação e eliminação dos hidrocarbonetos do petróleo, em função do aumento da absorção dessas substâncias tóxicas pelos animais. Além disso, acrescenta Sadauskas, o benzo[a]pireno encontrado na bile dos peixes é amplamente reconhecido por causar problemas reprodutivos, uma vez que esse composto pode atuar como desregulador endócrino a longo prazo, o que poderia causar, entre outros efeitos, a diminuição do sucesso reprodutivo e a mudança de sexo dos animais, com profundo efeito sobre as populações e comunidades de peixes naquela área. Na primeira fase do monitoramento, ocorrida 12 dias após o acidente, foi coletado aproximadamente 150 indivíduos de cinco diferentes espécies de peixes, em três diferentes pontos da área comprometida, entre as quais quatro espécies de ciclídeos (tucunaré-paca, acará-boari, acará-bicudo e acará papa-terra) e uma espécie de caracídeo (aracu). A cada coleta serão analisados os mesmos biomarcadores nos peixes sendo comparadas com as respostas analisadas nas fases anteriores do monitoramento.
Meio Ambiente
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SBPC: Ministro de C,T&I propõe Plano de Desenvolvimento para Amazônia “O plano Amazônia será lançado em setembro, e pretendemos propagar o desenvolvimento da região especialmente por meio da utilização de seus recursos naturais”, disse o ministro de C,T &I, Marco Raupp Foto: Josiane Santos
SBPC: Inpa realiza lançamento de 24 livros na ExpoT&C O Inpa tradicionalmente lança livros produzidos pela Editora Inpa e de projetos parceiros nas reuniões anuais da SBPC | Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência
Conferência sobre trajetória recente da ciência Nacional. | Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência
Recife (PE) O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Raupp, apresentou no dia 22, novos projetos que o ministério pretende executar ainda este ano, entre eles o Plano Amazônia, que visa o desenvolvimento sustentável da região Amazônica. Raupp participou da conferência “Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação: Trajetória recente e novos desafios” durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O plano vai ser lançado em setembro deste ano, e pretendemos propagar o desenvolvimento da região especialmente por meio da utilização de seus recursos naturais e para isso contaremos com a participação das instituições de C&T e do governo dos estados da região na elaboração e execução do plano”, explicou. Raupp destacou ainda as ações do ministério para qualificar o campo de C,T&I, pois, segundo ele, a ciência é o eixo fundamental para melhoria da economia nacional, e para o progresso seja contínuo, o governo criou o Plano Inova Empresa, para fortalecer as relações entre as empresas e as Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), e entre o setor público. “Para que o Brasil continue com o
crescimento econômico precisamos de uma maior participação das empresas privadas, pegando exemplo dos países de primeiro mundo, onde as empresas também fazem pesquisas, o governo criou o plano Inova Empresa, para justamente criar esse vínculo e dessa forma, elevar a produtividade e a competitividade da economia brasileira, investindo em inovação”, disse. O ministro enfatizou também a importância da atuação dos institutos de pesquisas na interação da pesquisa com o mercado consumidor. “Nos institutos de pesquisas, além de fazerem descobertas científicas, e produzir recursos humanos eles também têm esse contato próximo com as empresas para implementar a inovação no mercado consumidor, o que é fundamental para o desenvolvimento econômico”, finalizou. Amazônia na SBPC O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) esteve em Recife (PE), e realizou palestras sobre educação ambiental, tecnologias sociais, saúde para o interior do Amazonas, geração de ciência e tecnologias na Amazônia, formação de pessoal especializado e criação de peixes em canais de igarapés na Amazônia.
Recife (PE) O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) lançou 24 livros e apresentou duas publicações da Editora Inpa, no dia 24, durante a 65ª Reunião A nual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), anunciados pelo diretor do Inpa, Adalberto Val. Nas últimas edições da SBPC, o Inpa realizou lançamentos de livros dentro da ExpoT&C como forma de criar oportunidades para pessoas de outros estados conhecerem os trabalhos do Instituto, além de aumentar o conhecimento sobre ciência desenvolvida na Amazônia. “Eu creio que a socialização da ciência no Brasil tem crescido de forma significativa. As instituições de pesquisa têm investido de forma importante nessa matéria e para nós do Inpa, isso é um momento especial porque traduzimos aquilo que fazemos durante o ano nessas publicações e depois são compartilhadas com a sociedade”, destacou. Dentre os livros lançados, 19 foram desenvolvidos durante a vigência do Projeto Fronteira (20072011), formato por equipes multidisciplinares do Instituto e apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto teve como principal objetivo estudar a biodiversidade do Alto Rio Negro no Amazonas. As demais obras lançadas foram: Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos - Tomo V.; Flora da Amazônia no Bosque da Ciência; e ainda três edições da Revista Acta Amazonica. Outras publicações apresentadas ao público foram: Aves da Região de Manaus e Cozinhando com pupunha. Todos são de autoria de pesquisadores e técnicos do Inpa. Quem estiver interessado em adquirir as obras da Editora Inpa, entre em contato, pelo número (92) 36433223 ou pelo e-mail: editora.vendas@gmail.com.
Ações ambientais, coleções científicas e pesquisas com frutos da Amazônia são destaques do Inpa na SBPC “Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa, e interagiram com os expositores, certamente aprenderam algo sobre a potencial”, disse o coordenador de Extensão Carlos Bueno Foto:Fernanda Farias
Visitantes degustando produtos amazônicos no estande do Inpa. | Fernanda Farias e Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência
Recife (PE) O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) participou intensamente das atividades da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), envolvendo desde palestras de pesquisadores que atuam no Instituto até degustação de alimentos feitos com frutos amazônicos. No estande do Instituto na SBPC, foi exibido um pouco das coleções científicas que mantém em Manaus (AM). Todos os anos o instituto leva para a reunião uma estrutura que expõe as mais diversas pesquisas ao que concernem as pesquisas desenvolvidas na região Amazônia. “Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa, e interagiram bastante com os expositores, certamente aprenderam algo sobre a potencial, necessidade de preservação e a interação que Amazônia precisa com outras regiões”, declarou o coordenador de Extensão (COEX), do Inpa Carlos Bueno . Segundo a responsável pela Editora do Inpa, Shirley Cavalcante, os visitantes sempre se interessam muito pelas pesquisas do instituto. “As
pessoas são curiosas, gostam de conhecer mais sobre a região, pois muitas nunca foram para lá, e com o contado direto com as obras sobre as pesquisas o interesse deles aumenta”, comentou.
“As pessoas são curiosas, gostam de conhecer mais sobre a região (Amazônica), pois muitas nunca foram lá”
sentou a comunidade foi a atividade educacional “Show das Águas” que foi realizada em Itapiranga (AM), e ainda a de tecnologia de criação de peixes em canais de igarapés na Amazônia, além da apresentação que levou o livro “Frutos amazônicos encontrados nas feiras de Manaus”. Outra ação que o Inpa realizou foi o lançamento de livros que este ano teve 24 novas obras, das quais 19 foram desenvolvidos durante a vigência do Projeto Fronteira (2007-2011), formato por equipes multidisciplinares do Instituto e apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
na SBPC foi a palestra que apresentou seus meios de popularizar o conhecimento. “É muito importante o instituto mostrar para sociedade que além de realizar pesquisas referente a Amazônia, ele também se preocupa em disseminar todo esse conhecimento, por meio de educação ambiental, das publicações da editora, e ainda da assessoria de comunicação do Inpa”, afirmou o coordenador do Bosque da Ciência, Jorge Lobato. Outras palestras que o Inpa apre-
SBPC A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), é uma entidade civil, sem fins lucrativos, voltada para a defesa do avanço científico e tecnológico, e do desenvolvimeno educacional e cultural do Brasil. Fazem parte da SBPC cientistas, técnicos, profissionais, amigos da ciência, estudantes, pessoas dos mais diversos interesses, mas que acreditam na importância da ciência, com o desejo de contribuir de algum modo para o progresso da ciência no País.
Inpa na ExpoT&C Uma novidade que o Inpa mostrou
Shirley Cavalcante
Educação e e Socieddade
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Pesquisa revela que abelhas-sem-ferrão amazônicas defendem meliponários contra saques de outras abelhas Estudo publicado em junho na revista científica Acta Amazonica, do Inpa, e financiado pela Fapesp, e pelo CNPq, apresenta descoberta de que abelhas nativas sem ferrão da Amazônia são capazes de detectar a presença de abelhas ladras na vizinhança e contra-atacar defendendo suas colônias Foto: Acervo pesquisador
Após o fim da pesquisa o local dos estudos continua sendo monitorado. | Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência
Um estudo realizado por pesquisadores formados no curso de Pós-graduação em Botânica (PPGBOT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), André Rodrigo Rech e Mayá Schwade e pelo estudante do curso de Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Maurico Adu Schwade, revela que abelhas amazônicas sem ferrão defendem suas colônias contra roubos de outras abelhas. O objetivo do estudo foi documentar a resposta de abelhas da espécie Duckeola ghilianii quando uma colônia de outra espécie, próxima a esta, é atacada. As observações foram realizadas em outubro de 2010, e os ninhos foram monitorados posteriormente para verificar como as abehas se comportaram após o ataque. O local da pesquisa foi o sítio Bom Futuro no ramal do Urubuí localizado no município de Presidente Figueiredo, interior do Amazonas, onde existe um criterioso acompanhamento das colônias, registrando os saques por abelhas ladras como um dos principais fatores na perda de colmeias de Apis mellifera (abelha do mel, af-
ricanizada) e enfraquecimento das colônias de abelhas nativas, especialmente as do gênero Scaptotrigona. Há um tempo Schwade percebia que as colônias que estavam próximas às abelhas da espécie Duckeola ghilianii pareciam ser menos atacadas por abelhas ladras (chamadas biologicamente de cleptobióticas,
“O trabalho traz contribuições para entender a evolução do comportamento de defesa ao roubo em abelhas” Maurico Schwade
pelo hábito especializado de roubar pólen e mel de outras abelhas). Com base nessa percepção os autores desenvolveram a ideia de que Duckeola ghilianii deveria atuar na defesa de territórios livres de roubo e que dessa forma protegiam colônias na vizinhança contra os mesmos ataques. Desenvolvimento da ideia Os pesquisadores localizaram uma colônia de abelha-sem-fer-
rão(Scaptotrigona sp.) que estava sendo atacada por abelhas ladras, as Lestrimelitta rufipes, conhecidas como abelha-limão, e a introduziram em um meliponário onde já existia uma colônia de Duckeola ghilianii. Segundo os autores, no experimento perceberam que as operárias de Duckeola ghilianii rapidamente respondem ao odor produzido pelas abelhas ladras e iniciam uma patrulha e ataque, retirando as ladras de dentro da colônia e impedindo que continuem a saquear. “A presença de comportamento defensivo em gêneros não proximamente relacionados sugere que ele tenha evoluído mais de uma vez”, observam. Considerando esse comportamento os pesquisadores sugerem a criação de espécies nativas resistentes em meliponários de regiões onde elas forem nativas, devido ao potencial de defesa. “O trabalho traz contribuições para entender a evolução do comportamento de defesa ao roubo em abelhas e faz inferências sobre manejo de abelhas-sem-ferrão na Amazônia, onde o ataque por abelhas ladras é um fator importante reduzindo a produção de mel”, frisam.
Pesquisa
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Copa 2014: Inpa apresenta produtos e frutas da Amazônia com potencial de mercado durante evento em Manaus O encontro foi promovido pela Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP COPA) Manaus com o objetivo de preparar o mercado local de alimentos para atender a demanda da Copa | Daniel Jordano Da equipe do Divulga Ciência
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentou, no dia 19, a produtores e empresários do setor de alimentos, os produtos e frutas da Amazônia que possuem potencial de mercado. A apresentação ocorreu durante o encontro “Alimentos na Copa”, promovido pela Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e tem o objetivo de preparar o setor local de alimentos para atender as demandas que serão geradas pela Copa do Mundo de 2014. O coordenador de extensão (COEX) do Inpa, Carlos Bueno, falou aos participantes sobre as pesquisas do Instituto que geraram produtos alimentícios com potencial econômico para a região. De acordo com Bueno, frutas como camu-camu, cubiu, araçá-boi, pupunha e o mapati (fruta considerada a uva da Amazônia), possuem mercado. Ele destacou que o Inpa já tem produtos gerados a partir da pesquisa científica como a farinha de pupunha. “Possuímos 80 patentes das quais 30% são relacionadas a alimentos”, afirmou. Bueno apresentou ainda uma tecnologia que consiste na criação de peixe (matrinxã) em canal de igarapé. Já o pesquisador do Inpa Nilson Carvalho falou dos produtos feitos após pesquisas com processamento do pescado como hamburger, quibe, panquecas e filé de peixe. Para o pesquisador o evento ajuda a aproximar setor produtivo da pesquisa. Ele pediu maior participação do setor privado. “O setor privado precisa estar mais presente”, salientou. Perspectivas Para o consultor Moisés Leite Mota o encontro realizado pela UGP colabora para solução de problemas do setor de alimentos. “Antes havia uma lacuna entre a pesquisa e do setor produtivo. Esse tipo de evento colabora para uma maior aproximação entre os institutos e as empresas para que a sociedade seja beneficiada”, ressaltou.
Foto: Eduardo Gomes
Bueno apresentando alguns produtos feitos pelo Inpa.
Segundo o coordenador da UGP Copa Manaus, Miguel Capobiango, produtos da Amazônia podem ser inseridos nos cardápios dos restaurantes para a copa. “Nossa ideia é apresentar e reapresentar esses pratos para que os empresários possam enxergar oportunidade de negócios e ver isso como inovação”, disse A Coordenação de Extensão Tecnologia e Inovação do Inpa, visa estimular e aprimorar o estímulo à
proteção das criações, assim como facilitar o contato das empresas incubadas com a tecnologia desenvolvida nos laboratórios do instituto. Hoje, nove empresas fazem parte da incubadora do Inpa, e participam do processo de transferência de tecnologia para o setor privado e assim colocar no mercado inovação. A Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, foram as duas últimas empresas a integrarem a incubadora do instituto.
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Empresas assinam contrato com Inpa durante a cerimônia de comemoração dos seus 59 anos de implantação “O Inpa não faz pesquisas para colecionar, mas sim para benefício de toda população, por isso nos preocupamos em transferir todo conhecimento dos laboratórios para o mercado consumidor”, afirmou o diretor do Inpa, Adalberto Val Foto: Eduardo Gomes
Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, agora fazem parte da incubadora do Inpa. | Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência
Na tarde do dia 30, em comemoração aos 59 anos de implantação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foram assinados contratos de convênios com as empresas, Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, que a partir da assinatura fazem parte das empresas incubadas pelo instituto. Na oportunidade foi lançado também o selo que as empresas ligadas à incubadora do Inpa usarão em seus produtos, como forma de identificação visual, para que a transferência de tecnologia do nstituto para o comércio seja devidamente representada. Na solenidade o diretor do Inpa, Adalberto Val, proferiu palavras de agradecimentos a todos aqueles que colaboraram com o instituto e aos que hoje contribuem nas pesquisas e na divulgação de todo trabalho. E ressaltou ainda, a articulação do instituto com o meio produtivo. “Essa transferência de tecnologia que o Inpa faz com as empresas incubadas, nada mais é que uma prestação de contas com a sociedade, pois dessa forma fazemos a integração das pesquisas desenvolvidas nos laboratórios do instituto com toda população”, declarou o diretor.
Sobre as empresas A empresa “Cia Flora”, representada por Octavio Nogueira, é uma companhia amazonense de florestas onde objetiva fomentar o manejo florestal sustentável de pequena escala junto a pequenos produtores rurais no Amazonas, identificação de produtores, realização conjunta das etapas de manejo até a exploração e paga-
apresentado as publicações que o instituto lançou este ano: 18 publicações do Projeto Fronteiras, “Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos - Tomo V”; “Flora da Amazônia no Bosque da Ciência”; e ainda três edições da Revista Acta Amazonica, as últimas edições do jornal “Divulga Ciência” e a revista “Ciência para Todos”.
“Essa transferência de tecnologia que o Inpa faz com as empresas incubadas, nada mais é que uma prestação de contas com a sociedade”
Transferência de Tecnologia Em outubro do ano passado, a empresa Hightech Componentes da Amazônia, assinou acordo de transferência de tecnologia do “Água Box”, produto desenvolvido pelo pesquisador do Inpa, Roland Vetter. O projeto de desinfecção de água é um método para proteção contra bactérias e outros micro-organismo. Essa tecnologia já era testada dentro das instalações do Inpa, e desde 2008, está instalado em cinco comunidades indígenas próximo ao rio Juruá, no Amazonas. A pesquisa dedicou-se a estudar método para desinfecção da água por meio de radiação ultravioleta tipo C. O sistema é capaz de torna águas sujas de rios e lagos em água potável, livre de germes.
Adalberto Val
mento pelo direito de exploração da madeira. Divulgar e executar a legislação ambiental, é a principal meta da empresa “Amazônia Sócio Ambiental”, representada por Diego Brandão, além de promover o uso sustentável dos recursos da Amazônia por meio da integração de conhecimentos que atendam aos interesses socioambientais. Também durante a cerimônia foi
Tecnolofgia e Inovação
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