Divulga Ciência - Maio/2013

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Jornal do Inpa Manaus, Maio 2013 - Ano V - Ed.31- ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

“Podemos esperar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, afirma pesquisador A afirmação é do pesquisador do Inpa Mário Cohn-Haft, sobre a estimativa gerada pela pesquisa que participou e que descobriu 15 novas espécies de aves na Amazônia Pág. 06

Foto: Acervo pesquisador

Foto: Eduardo Gomes

Foto: Eduardo Gomes

Foto: Daniel Jordano

Inpa integra grupo que estuda como implementar nova técnica de combate à dengue

Pesquisas desenvolvidas pelo Inpa no Alto Rio Negro resultam em livro

Inpa fará diagnóstico das potencialidades agronômicas de Manaquiri, no AM

A técnica, consiste em usar uma bactéria para bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti

Quatro anos de estudos resultaram em novas descobertas importantes beneficiando os moradores locais da região do Alto Rio Negro

O encontro debateu um projeto integrado de desenvolvimento econômico com base em pesquisa científica

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Boa Leitura Boa Leitura Cubiu: aspectos Controle agronômicos e Vetorial: nutricionais Treinamento reúne em Controle de informações Vetores de nutricionais do Doenças fruto Tropicais Pág. Pág.02 02

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Governo Federal lança 5° Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Inpa

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Tartarugas da Amazônia recebe artista plástico Pág. 02

Jornalista e estudantes recebem prêmio da Fapeam Pág. 02

Circuito da Ciência bate recorde de recebimento de escolas Pág. 04


Página 02 - Maio 2013 Fale com a redação

Expediente Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Bacellar, Daniel Jordano e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Clarissa Bacellar - Fotos: Eduardo Gomes, Flávio Ribeiro, Daniel Jordano e acervo pesquisador Tiragem: 1000 - Edição 31 - Maio - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência Foto: Eduardo Gomes

Foto: Acervo pesquisador

Foto: Fávio Ribeiro

Governo Federal lança 5° Prêmio ODM no Inpa

Tartarugas da Amazônia recebe artista plástico Alexandre Huber

Jornalista e estudantes do Inpa recebem prêmio da Fapeam

No dia 23, o Governo Federal realizou o lançamento estadual do 5° prêmio ODM Brasil (Objetivo de Desenvolvimento do Milênio) em evento sediado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). O objetivo do prêmio é dar visibilidade às ações, programas e projetos do poder público e entidades sociais que contribuam para o cumprimento dos oito objetivos. As inscrições seguem até o dia 2 de agosto. O prêmio é de iniciativa do Governo Federal, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Movimento Nacional Pela Cidadania e Solidariedade “Nós Podemos” e tem no Amazonas a parceria com a Secretaria de Articulação de Políticas Públicas aos Movimentos Sociais e Populares (Searp).

No dia 31, o Projeto Tartarugas da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), recebeu o artista plástico Alexandre Huber, no Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (CEQUA). Huber foi convidado a realizar pintura dos animais nas novas instalações do CEQUA, localizado no Bosque da Ciência do Inpa (zona centro-sul de Manaus/AM). O artista também ministrou duas oficinas para cerca de 60 crianças, da Escola Estadual Professor Jocimar da Silva Gama. “O Alexandre além de pintar o prédio, trouxe 60 telas e em sua oficina buscou envolver as crianças com sua arte, trabalhando a sensibilização ambiental por meio da pintura”, afirmou a bióloga, Fernanda Rodrigues.

Três representantes da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foram premiados na noite do dia 21, durante a solenidade de entrega do IV Prêmio Fapeam de Jornalismo Científico. A jornalista Josiane Santos, editora chefe da revista Ciência para Todos, do Inpa, e os estudantes de jornalismo Juan Matheus e Eduardo Phillipe Gomes, colaboradores, foram os premiados por reportagens sobre pesquisas realizadas no Instituto. Além dos profissionais indicados e vencedores do Inpa, premiados de veículos de comunicação de massa que venceram o prêmio ao longo dos quatro anos tiveram como base de produção ou fonte de informação, pesquisas realizadas no Instituto.

Controle Vetorial: Treinamento em Controle de Vetores de Doenças Tropicais O manual “Controle Vetorial: Treinamento em Controle de Vetores de Doenças Tropicais”, organizado pelo pesquisador Wanderli Tadei, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do projeto Fronteiras: Alto rio Negro, ensina de maneira eficaz ações contra os vetores, destinado às secretarias de saúde, agentes de endemias e quem estiver apto a trabalhar com inseticidas. A técnica se trata de uma borrifação intradomiciliar. A obra explica que o inseticida é aplicado nas paredes das casas, porque é onde os mosquitos têm contato com o inseticida e morre. Essas informações e mais noções básicas sobre borrifação intradomiciliar e as técnicas de painel de treinamento, vem ilustradas passo a passo, com linguagem simples e dinâmica. Quem quiser adquirir o manual, basta entrar em contato com a Editora Inpa, por meio do número (92) 3643-3223 ou pelo e-mail: editora.vendas@gmail.com


Educação e Sociedade

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Inpa integra grupo que estuda como implementar nova técnica de combate à dengue A técnica, apresentada no dia 15, a pesquisadores do Inpa e autoridades em saúde, consiste em usar uma bactéria para bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti Foto: Eduardo Gomes

|Daniel Jordano Da equipe do Divulga Ciência

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Sem riscos Ainda de acordo com o pesquisador a técnica é segura, pois a bactéria usada está presente em 70% dos inse-

tos do mundo e não oferece risco à saúde humana. A técnica já está em estudo na Austrália, Vietnã, Indonésia, China e no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). “Estamos começando no Rio. Acreditamos que será eficaz e, dando certo, pode ser implementado em outras regiões”, expõe.

Acreditamos que será eficaz e, dando certo, pode ser implementado em outras regiões

controle ao mosquito da dengue. Dentre as técnicas está o método que utiliza Cal e Cloro para evitar a proliferação do mosquito nas construções de edifícios em Manaus. Durante a obra são feitos testes de infiltração e para isso preciso o acúmulo de água nos banheiros de cada apartamento, criando o ambiente favorável para a proliferação do mosquito da dengue. A combinação das propriedades do cal e do cloro oxida as larvas e é considerada ambientalmente correta, uma vez que é biodegradável e pode ser aplicada em focos de água parada pelos próprios funcionários das construtoras, desde que treinados. A pesquisa foi apresentada em 2011 e colaborou para a redução dos casos de dengue naquele ano. Outra pesquisa realizada pelo Laboratório de Malária e Dengue o Inpa é o uso do cravinho da índia para combater o mosquito da dengue, onde pesquisadores usaram uma solução a base do cravo-da-índia na água que fica no vaso das plantas. A técnica, que controla a reprodução dos mosquitos é uma das patentes do Inpa de 2012 .

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Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) farão parte de um grupo de trabalho que analisará como implementar em Manaus, uma pesquisa que usa a bactéria Wolbachia como bloqueio natural de transmissão do vírus da dengue através do Aedes aegypti. Também farão parte do grupo de trabalho representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Amazonas. A pesquisa começou a ser realizada na Austrália e foi trazida ao Brasil pelo pesquisador da Fiocruz de Belo Horizonte (MG), Luciano Moreira. Ele explica que a técnica é capaz de inibir a transmissão do vírus. “Com a bactéria, o vírus não consegue se desenvolver dentro do mosquito a ponto que ele vá picar uma pessoa e transmitir a doença. Ela imuniza o mosquito, digamos assim”, afirmou.

De acordo com o entomólogo e pesquisador do Inpa, Wanderli Tadei, haverá um planejamento para a análise e possível implantação do projeto em Manaus. “As etapas serão cumpridas para a implementação. Será muito boa para Manaus essa pesquisa. Esse controle é inédito”, afirmou. O secretário de saúde do município, Evandro Melo, disse que a pesquisa é de interesse do Executivo Municipal. “Estamos colocando Manaus à disposição para que o teste, hoje feito no Rio, possa ser feito aqui”, garantiu. O Inpa já desenvolve pesquisas de


Divulga Ciência

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Circuito da Ciência bate recorde de recebimento de escolas Além das quatro escolas programadas para o sábado, o projeto recebeu a Escola Municipal Neuza dos Santos, do Ramal do Pau Rosa, e a Escolinha de futebol Os Primos, do bairro Cachoeirinha Foto: Eduardo Gomes

|Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

No dia 25, o Circuito da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), programa que visa aproximar ciência e educação ambiental de estudantes de escolas públicas, recebeu mais duas escolas além do programado, e mais os visitantes regulares, totalizando cerca de 500 pessoas no Bosque da Ciência. Segundo o coordenador do Bosque, Jorge Lobato, o programa bateu o recorde com seis escolas presentes, quando geralmente são quatro. Na terceira edição de 2013, o Circuito trouxe, por meio de um ônibus fornecido pelo Instituto, a Escola Municipal Neuza dos Santos do Ramal do Pau Rosa. “Como discutimos no Workshop de Planejamento, nós estamos conseguindo integrar as escolas rurais no circuito da ciência. Esse ano ainda atenderemos escolas de Presidente Figueiredo e Iranduba, e teremos edições extras do Circuito dentro de um outro formato, no município de Manaquiri. Isso quer dizer que o trabalho que o Inpa vem desenvolvendo no intuito de popularizar a ciência está ecoando”, afirmou. O professor de matemática Moisés Lucena contou que foi a primeira vez da escola Neuza dos Santos no Circui-

to. “Os alunos tem pouco acesso a cidade, então está sendo algo inusitado. Mesmo os alunos tendo muito contato com a natureza, eles não conhecem certos aspectos da questão urbana e aqui estamos tendo esta interação”, disse . Circuito da Ciência O Circuito da Ciência é um projeto do Inpa que visa difundir conhecimento e educação ambiental para estudantes de escolas públicas realizado no último sábado de cada mês. Por meio de estandes e outras atividades, os jovens podem acompanhar e aprender sobre projetos científicos de várias instituições, além de interagir com o meio natural amazônico que o Bosque oferece. Parceiros O Circuito da Ciência é uma realização do Inpa com patrocínio da Petrobras e Moto Honda da Amazônia e com o apoio de: Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (SECIS/MCTI), Governo do Estado do Amazonas (Seduc), Prefeitura de Manaus (Semed, Semsa), Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), entre outros.

Geea do Inpa recebe escritor amazonense Márcio Souza O encontro debateu questões culturais do país, com o objetivo de promover a inserção da cultura no processo de pesquisa | Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

Em sua 28ª reunião, o Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), recebeu no dia 29, o escritor amazonense Márcio Souza, que palestrou sobre o “Processo cultural da Amazônia”. Para o secretário-executivo do GEEA, Geraldo Mendes, discutir o processo cultural é essencial para o avanço da sociedade brasileira. Ainda de acordo com Mendes, a ideia é promover a inserção da cultura no processo de pesquisa. “As instituições científicas dedicadas ao estudo da biodiversidade não costumam inserir o ser humano em suas pesquisas. Isso é uma lacuna, pois este é o ser que mais impacta o planeta e único consumidor do conhecimento. O GEEA ajuda no preenchimento dessas lacunas trazendo para o foco de suas análises as questões diretamente relacionadas a sociodiversidade amazônica”, explica. Conhecer o passado é essencial O escritor fez um compilado resumido de fatos históricos e personalidades que marcaram a formação da identidade cultural amazônica. Movimentos históricos como a Cabanagem fizeram parte do panorama dinâmico e atualizado versados no discurso do autor do célebre “Mad Maria”. Relembrou, também, conceitos comuns ao povo brasileiro, como o de que a Amazônia é precária, prioritariamente indígena e sem avanço tecnológico, como se estas características inverídicas fossem fora do padrão de modernidade . “Ao contrário do sul do Brasil, que foi construído, a Amazônia foi desmontada. Há problemas de integração complicados no Brasil. O tratamento que nossa região recebe como se não tivesse vida inteligente aqui”, afirmou. As discussões finais foram direcionadas as bases evolutivas culturais, como a falta de estudos sobre a evolução e produção cultural de povos indígenas.


Meio Ambiente

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Pesquisas desenvolvidas pelo Inpa no Alto Rio Negro resultam em livro Quatro anos de estudos resultaram em novas descobertas importantes, beneficiando os moradores locais da região do Alto Rio Negro Foto: Eduardo Gomes

| Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

aquela região fronteiriça, onde o Brasil faz limites com a Colômbia e Venezuela”, explica Souza. As descobertas da obra incluem o primeiro registro de águas vermelhas, além do emprego de técnicas de biologia molecular para identificar novas espécies de peixes elétricos. O livro se divide em seis partes: o meio

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tégias para a conservação das tartarugas; pesquisas pioneiras sobre a diversidade de insetos aquáticos naquela região; registro de espécies de abelhas que polinizam orquídeas; entre outras.

As atividades de pesquisas naquela área de difícil acesso da Amazônia foram inicialmente motivadas por interesse militar ambiente físico; recursos vegetais e agrobiodiversidade; diversidade da fauna; diversidade da classe insecta; endemias e doenças tropicais; e educação ambiental e biblioteca digital. Dentre os capítulos, é possível encontrar pesquisas diversificadas, como: estudos com cubiu, incluindo receitas diversas para consumo; estra-

Capacitação Embora a região de São Gabriel da Cachoeira, município localizado a 852 km de distância de Manaus (AM) e que foi referência para as pesquisas, apresente um ecossistema rico e de grande potencial para estudos e turismo, há também carência em recursos naturais que podem dificultar a qualidade de vida da população local. Visando a junção de pesquisas com os benefícios sociais e econômicos para a sociedade, durante o desenvolvimento do projeto foram oferecidos treinamentos como criação de peixes em tanques ou em canais de igarapés, técnicas de marchetaria para confecção de pequenos objetos de madeira e a implantação de unidades pilotos de meliponicultura (criação de abelhas).

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O Projeto Fronteira, desenvolvido por equipes multidisciplinares do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) entre os anos de 2007 e 2011, com o financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), teve como principal objetivo estudar a biodiversidade do Alto Rio Negro. As pesquisas realizadas nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro resultaram em um livro intitulado “Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do Alto Rio Negro”, que reúne informações sobre a diversidade da região, inclusive novas descobertas. A obra foi organizada pelos pesquisadores do Inpa, Luiz Augusto Gomes de Souza e Eloy Castellón, e contou com a colaboração de mais de trinta pesquisadores. “As atividades de pesquisas naquela área de difícil acesso da Amazônia foram inicialmente motivadas por interesse militar. A ideia era de levar conhecimento científico para


Pesquisa

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“Podemos esperar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, afirma pesquisador A afirmação é do pesquisador do Inpa Mário Cohn-Haft, sobre a estimativa gerada pela pesquisa que participou e que descobriu 15 novas espécies de aves na Amazônia Foto: Acervo pesquisador

| Raiza Lucena Da equipe do Divulga Ciência

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Whitney, do Museu Nacional de Ciência Natural da Universidade Estadual de Louisiana (EUA). “Esse trabalho foi uma colaboração de vários pesquisadores e seus grupos de pesquisas. Cada um já fazia suas descobertas e colaboravam sempre uns com os outros”, explica Cohn-Haft.

O diferencial deste trabalho é que decidimos publicar todas as espécies juntas

usando três técnicas: morfologia, vocalizações e genética; em locais como o sul do Amazonas e do Pará, além do Acre, Rondônia e outros ambientes da Amazônia. Os nomes populares divulgados de algumas espécies são: chorozinho-esperado, chorozinho-doaripuanã, choquinha-do-bambu, cantador-de-rodon, arapaçu-do-tapajós, rapazinho-estriado-do-oeste e choquinha-do-rio-roosevelt. Já os nomes científicos das espécies serão divulgados na publicação. “O diferencial deste trabalho é que decidimos publicar todas as espécies juntas. O que acontece é que a cada nova descoberta, o artigo já é descrito e publicado, e isso permite passar batido a taxa de descoberta da Amazônia, que é extraordinária”, afirmou. O pesquisador atenta para a importância das descobertas em relação à conservação ambiental: “Ainda há muito para se descobrir na Amazônia e decisões de áreas que importam ou não, são muito prematuras. Por isso temos que ter cautela no desenvolvimento de certas áreas, pois ainda há muita coisa para ser descoberta”,disse.

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Após o anúncio da descoberta de 15 novas espécies de aves na Amazônia, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Mário Cohn-Haft, disse que mais algumas novas espécies de aves poderão ser descritas nos próximos anos. “Ainda há muitas espécies que foram estudadas que não deu para colocar na publicação, então podemos verificar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, adianta. Cohn-Haft fez parte do grupo de pesquisadores que realizaram, ao longo de anos, estudos que resultaram na descoberta e descrição das 15 novas espécies de aves na região. O reconhecimento foi feito por vocalizações, DNA e pela aparência das aves. Os autores das descrições são: Mário Cohn-Haft, do Inpa; Alexandre Aleixo, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Luís Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP); e Bret

O livro é o último da enciclopédia “Handbook of the birds of the world” (Enciclopédia de pássaros do mundo), sendo o 17º da série. Nele, haverá a publicação descritiva das 15 novas espécies, além de um artigo introdutório para contextualizar o assunto. Descoberta e identificação O reconhecimento das aves foi feito


Tecnologia e Inovação

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Inpa fará diagnóstico das potencialidades agronômicas de Manaquiri, no AM O anúncio foi feito durante o l Encontro de Desenvolvimento Sustentável e Tecnologias Sociais realizado pelo Instituto. O encontro debateu também um projeto integrado de desenvolvimento econômico com base em pesquisa científica Foto: Daniel Jordano

| Daniel Jordano Da equipe do Divulga Ciência

cesso de capacitação, vamos investir pesado tanto na capacitação através das tecnologias sociais quanto em pequenos cursos”, afirmou. Plano integrado O Inpa já trabalha com a capacitação de produtores rurais há oito anos por meio de um projeto desenvolvido pelo pesquisador Juan Revilla. Ao todo, aproximadamente dez pes-

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O nosso objetivo é identificar os problemas na cadeia produtiva

prática. A aplicação das pesquisas representa alternativa de geração de renda”, assegurou. De acordo com o presidente da Cooperativa de Produtores Rurais e Beneficiadores de Plantas Medicinais (Copefizto) de Manaquiri, Antônio Santa Rita, o evento contribuiu para a formação de políticas públicas no setor primário. “Com eventos como esse, Manaquiri poderá melhorar sua produção. É um passo para valorizar o produtor rural”, disse. O vice-prefeito do município, Jair Becil, afirmou que a parceria do poder público com o Inpa ajudará na conservação dos recursos naturais e trará fonte de emprego e renda para a cidade. “É um meio de geração de emprego para os produtores e a qualificação deles. A população recebe esse projeto integrado muito bem e os produtores estão ansiosos para ver ele em prática, pois já estamos em fase de implantação”, disse. O evento contou com a parceria de várias instituições e secretárias de Estado.

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O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em parceria com outras instituições, produziu um diagnóstico para avaliar o potencial agronômico do município de Manaquiri, interior do Amazonas. O anúncio foi feito no dia 8, durante o l Encontro de Desenvolvimento Sustentável e Tecnologias Sociais realizado pelo Inpa no município e teve o objetivo de debater um projeto integrado de desenvolvimento econômico com base em pesquisa científica e qualificação de produtores. O evento reuniu representantes de indústrias, de comunidades rurais, da prefeitura de Manaquiri e pesquisadores. De acordo com o diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro, o objetivo é atrelar ciência e geração de renda. “Vamos desenvolver atividades com base nas pesquisas que já são desenvolvidas aqui e fazer esse diagnóstico. O nosso objetivo é identificar os problemas na cadeia produtiva”, disse. Ainda de acordo com o diretor substituto, a capacitação continuará. “Vamos usar a pesquisa científica no pro-

quisas são desenvolvidas pelo Inpa no centro de treinamento do município, entre elas, o uso do amendoim da Amazônia para fabricação de óleo, que pode ser usado pela indústria de cosméticos e tem potencial econômico. De acordo com Revilla a ação em Manaquiri representa a possibilidade de aplicar as pesquisas na prática. “Agora vamos colocar tudo isso em


Divulga Ciência

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IPCC: após reunião internacional, realizada no Inpa, documento será enviado aos governos O evento, que reuniu pesquisadores brasileiros e estrangeiros, teve o objetivo de debater sobre os métodos para medir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa referentes às áreas alagadas Foto: Daniel Jordano

| Da redação da Ascom Da equipe do Divulga Ciência

quase 200 governos membros do IPCC. Eles vão dizer se acatam ou não o relatório em 15 de outubro na Geórgia (EUA). Aí, com a aprovação, o documento torna-se público”, disse. O último manual metodológico do IPCC foi finalizado em 2006.

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to de águas residuais. A coordenadora de cooperação e intercâmbio do Inpa, Nadja da Cunha, destacou a importância da reunião em Manaus. “Vários dos temas foram fechados e os resultados dos debates foram positivos”, avaliou.

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No período de 20 a 24 de maio, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) sediou a 4ª Reunião de autores do Suplemento ao Manual 2006 para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).Os autores de suplemento do Manual 2006 do Painel deverão entregar até julho aos governos membros um documento com os métodos para medir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa referentes às áreas alagadas. De acordo com a co-presidente da Força Tarefa em Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do IPCC, a pesquisadora brasileira Thelma Krug, o documento ainda não é público. Ainda de acordo com ela, haverá uma nova rodada de debates em outubro deste ano onde serão anunciados os novos métodos. “Aqui em Manaus os autores conseguiram elaborar uma minuta quase que final que deverá ser finalizada em julho. Depois dessa finalização o documento vai para os

Depois dessa finalização o documento vai para os quase 200 governos membros do IPCC

Durante toda a semana, cientistas brasileiros e estrangeiros reuniram-se no Inpa e foram divididos em sete grupos para debater cada capítulo do suplemento que preenche, portanto, importantes fontes de emissão não consideradas anteriormente devido à falta de conhecimento científico à época da elaboração do Manual. Dentre as não abrangidas estão as áreas alagadas em solos minerais; manguezais; e áreas alagadas para tratamen-

O IPCC Painel de governos criado em 1988 para prover o mundo com uma visão científica do estado do conhecimento em mudança do clima e seus potenciais impactos ambientais e sócio-econômicos, o IPCC é um corpo científico que opera sob os auspícios das Nações Unidas. Faz revisões e levantamentos das informações mais atualizadas sobre mudança do clima, envolvendo centenas de pesquisadores renomados de todos os continentes, os quais contribuem de forma voluntária ao trabalho do Painel, que é aberto a todos os países membros das Nações Unidas, contando hoje com 195 países.


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