Divulga Ciência - Outubro/2010

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Jornal do Inpa Distribuição Gratuita

Manaus, Outubro 2010 - Ano II - Ed.10 - ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Peixe-boi: seca eleva denúncias de caça no interior do Amazonas Somente em Silves (AM), 4 a 9 animais da espécie foram mortos diariamente. Um trabalho da Ampa e do Inpa está sendo feito para conscientizar a população ribeirinha. Pág. 03

Interciência 2010: “O ponto principal é a educação”

De portas abertas para a ciência Inpa recebe visitantes e oferece programação especial durante Semana Nacional de C&T Pág. 05

SBPC Regional: Inpa e instituições debatem pesquisas em regiões de fronteira O Simpósio Internacional Interciência deste ano foi realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Interciência em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). Pág. 07

Os debates foram marcados pelas propostas de integração e desenvolvimento de Ciência e Tecnologia

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Inpa realiza encontro de Ex-Pequenos Guias e Jovens Ambientalistas

Inpa participa do evento em comemoração ao Dia Mundial de Alimentação

Projeto do Inpa inicia implantação de projetos pilotos na RDS do Tupé

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Inscrições abertas para o XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia Pág. 02


Outubro de 2010 - Página 02 Expediente

Fale com a redação

Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) Editor Chefe: Daniel Jordano - Repórteres: Clarissa Bacellar, Eduardo Gomes, Josiane Santos e Wallace Abreu - Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Wallace Abreu - Secretário de Redação: Everton Martins. Fotos: Eduardo Gomes, Flavio Ribeiro e Tabajara Moreno

+55 92 3643-3100 / 3104 ascom@inpa.gov.br www.twitter.com/ascom_inpa

Tiragem: 1000 - Edição 10 - Outubro 2010 - ISSN 2175-0866. Produção: Divisão de Comunicação Social do Inpa/MCT.

Ministério da Ciência e Tecnologia

Tome Ciência Foto: Eduardo Gomes

Foto: Tabajara Moreno (Acervo Inpa)

Projeto do Inpa inicia implantação de projetos pilotos na RDS do Tupé

Inscrições abertas para o XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia

Inpa realiza encontro de ExPequenos Guias e Jovens Ambientalistas

O projeto BioTupé, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) através da Coordenação de Pesquisas em Biologia Aquática (CPBA) começa a fazer a implementação de projetos pilotos que preveem a instalação de sistemas de baixo custo e adaptados a região para captação e tratamento de água da chuva, estação de tratamento de esgoto doméstico e de resíduos através do sanitário seco/compostável. Os interessados em conheceros projetos devem procurar no Inpa/CPBA – Campus II, Aleixo. Mais informações pelo telefone 3643-3291.

Já estão abertas as Inscrições para o XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia. O evento é realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI). Os interessados devem fazer a inscrição no site do evento www.xixebi.org. As atividades ocorrem de 30 de janeiro a 04 de fevereiro de 2010.Segundo os pesquisadores, em 20 anos a ictiologia brasileira entrou em um patamar de excelência em várias áreas. Nos 22 anos da criação da SBI, é a primeira vez que o encontro será realizado Manaus e deve ser feito no Studio 5 - Centro de Convenções.

Em novembro, o Laboratório de Psicologia em Educação Ambiental (Lapsea) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) realizou o IV Encontro de Ex-Pequenos Guias e I Encontro dos Jovens Ambientalistas. Com programação a partir das 8h, o evento comemora os 15 anos do programa e aguarda a participação dos mais de mil jovens que já passaram pelo projeto. “Pequenos Guias” é um projeto de educação ambiental que envolve crianças e adolescentes e é uma realização do Inpa com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam)

Boa leitura |Plantas tóxicas da Amazônia A publicação, disponível na editora Inpa, traz uma relação de plantas da região que são tóxicas a bovinos e a outros animais que se alimentam de vegetais.Os autores Carlos Tokamia, Jürgem Döbereiner, Paulo Peixoto, José Diomedes Barbosa, Marilene Brito e Marlene Freitas Silva, fazem a análise das toxinas e a incidência geográfica das plantas além de sua ação do animal. O livro está na sua 2º edição e revela os resultados de pesquisas feitas in loco nas principais áreas de pecuária na Amazônia e traz também resultados de estudos com búfalos que, segundo os autores, são mais resistentes a ação das toxinas das plantas. O livro Plantas tóxicas da Amazônia a bovinos e outros herbívoros conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


Meio Ambiente - Divulga Ciência

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Ameaça aos peixes-bois: crescem denúncias de caça no interior do Amazonas Em Silves (AM), por exemplo, 4 a 9 animais da espécie são mortos diariamente. Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), ONG que atua em parceria com o Inpa, recebe denúncia de caça de animais presos em lagos devido a seca Séfora Antela

Foto: Séfora Antela

Especial para Divulga Ciência

Daniel Jordano Da Equipe do divulga Ciência

O filhote de peixe-boi tinha aproximadamente 1 ano e estava com marcas arpão

go próximo à colônia dos pescadores de Autazes secou muito e os animais estavam expostos, sendo vítimas de caça. Então, mobilizamos essa equipe para fazermos a fiscali-

“Historicamente, o peixe-boi amazônico é alvo de caça, por ter um grande interesse comercial, devido a sua carne, gordura e principalmente seu couro muito resistente. Hoje, mesmo protegido por lei, ele ainda é vítima de caça O peixe-boi amazônico é ilegal e esse fator se agrava nessas épocas alvo de caça, por ter um comenta Silva. grande interesse comercial, doOano”, pesquisador alerta devido a sua carne, gordura ainda que se o peixe-boi e principalmente seu couro continuar sendo caçado, ele pode deixar de existir. muito resistente. “O peixe-boi tem um zação e conscientização papel importante para o ambiental, a fim de proteger equilíbrio do ecossisteessa espécie”, explica o diretor ma,” ressalta. da Ampa, Jone César Silva. Há ainda denúncias de caça ao peixe-boi em outros municípios A estiagem do interior do Amazonas como Em período de seca, como Tefé e Coari. esclarece Silva, os peixes-bois Os números para que a populamigram para lagos profundos ção possa entrar em contato em aguardando a enchentes; casos semelhantes são: o entretanto, em secas mais Batalhão de Policiamento severas, como está ocorrendo Ambiental 3214-8904 e 190; o esse ano, os animais ficam do Ibama 3613-3094 e da Ampa muito mais vulneráveis ao abate. 3236-2739.

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Conscientização No dia 25 de outubro uma equipe da Ampa, Polícia Civil, Batalhão Ambiental, Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município de Autazes e representantes da colônia de pescadores fizeram uma ação de conscientização no município após denúncias de caça ao peixe-boi em um lago. “Fomos avisados de que um la-

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A Amazônia vive nos últimos meses uma grande seca e com a redução do nível das águas dos rios o peixe-boi, espécie ameaçada de extinção, está mais vulnerável à caça. A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), que atua em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), recebeu denúncias de caça do animal nos municípios de Autazes, Silves, Coari e Tefé. De acordo com o médico veterinário da Ampa/LMA, Anselmo d'Affonseca, peixes-bois estão sendo mortos em Silves . “Esse é um dos animais que foram mortos. Há informações que 4 a 9 estão sendo abatidos por dia naquela área. Isso é preocupante porque pois deve estar acontecendo em toda a bacia Amazônia”, enfatizou. A Ampa recebeu na noite desta quarta-feira (27) um filhote de peixe-boi fêmea morto de aproximadamente 1 ano com marcas de arpão, proveniente de Silves.


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Educação & Sociedade - Divulga Ciência

Inpa e Capes debatem cooperação na Amazônia O tema foi destaque no último dia de reuniões sobre o plano diretor do Inpa. Parcerias com empresa públicas e privadas foram discutidas Foto: Flavio Ribeiro

Inpa participa do evento em comemoração ao Dia Mundial de Alimentação O evento aconteceu no Parque Municipal do Mindú com a participação de estudantes de escolas municipais, universidades, secretária municipal de saúde e pesquisadores do Inpa |Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência

O evento contou com a presença de mebros do MCT , Ufam, UEA e Capes |Daniel Jordano Da equipe do Divulga Ciência

Parcerias para gerar novos processos de inovação. Esse foi o tema debatido no último dia de discussões do plano diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). Participaram dos debates membros do Inpa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) além da C o o r d e n a ç ã o d e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Coordenador Geral de Programas Estratégicos da Capes, Luciano Azevedo, destacou o papel das parcerias com empresas públicas e privadas para o desenvolvimento de novos processos de inovação. “A Amazônia tem um grande potencial e nós atuamos direcionando esforços para agregar processos inovadores. Uma das propostas debatidas aqui se refere a chamada pública, que concede isenção fiscal para projetos encaminhados pelas Instituições Científicas e tecnológicas, que caso o projeto seja

aprovado, podem ter financiamento de empresas para o desenvolvimento de produtos e processos”, explicou. Inovar para desenvolver Ainda de acordo com Azevedo o incentivo a inovação tecnológica gera benefícios para sociedade. “Quando se tem um estudo que contempla o aspecto inovação, todo investimento e a pesquisa retorna para o meio produtivo e no final se reflete na melhoria de vida da população”, disse. Para o diretor do Inpa, Adalberto Val, a inovação é o elo entre a pesquisa feita nos laboratórios e o produto ou processo gerado por ela. “Inovar significa transferir as informações produzidas nos laboratórios para o chão da fábrica. Para fazer isso, precisamos além da informação científica, um trabalho imenso que acontece após o trabalho nos laboratórios para se ter de fato novos processos e novos produtos, sendo produzido em escala comercial”, enfatizou.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) participou da 5ª Semana Municipal de Alimentação Saudável promovido pela Secretária Municipal de Saúde (Semsa). O evento foi feito em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação celebrado no último dia 16 de novembro. O Inpa apresentou ao público amostras de alguns frutos da região Amazônica de alto valor nutritivo como açaí, tucumã, pupunha, cubiu, camu-camu, entre outros. O Instituto desenvolve diversas pesquisas com esses frutos analisando o potencial nutricional e o uso para produção de biocosméticos. Alimentação Saudável De acordo com a pesquisadora do Inpa Dionísia Nagahama, o consumo de uma boa alimentação deve ser ensinado desde o préescolar como forma de acostumar ao consumo desses frutos. “A Amazônia tem uma biodiversidade de fauna e flora só que a alimentação é pobre por causa do desconhecimento. É lógico em um dia você não vai ensinar. Primeiro eles (estudantes) precisam entender que isso tem que aprender a partir do pré-escolar depois fundamental, temos que enfatizar por que isso é dia a dia”. A coordenadora de pesquisas do Inpa, Lúcia Yuyama, explica aos estudantes a importância de inserir no hábito alimentar o consumo dos nutrientes. “ Temos sim inúmeras espécies frutíferas e da mesma forma os pescados com potencial nutricional e riquíssimo em energia”, explica Yuyama.


Especial Semana de C&T

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ESPECIAL: Fotos: Eduardo Gomes Flavio Ribeiro

Semana de C&T: Atividades que aproximam a ciência das comunidades | Eduardo Gomes Da equipe do Divulga Ciência

Ao som do Hino Nacional tocado pela banda da Polícia Militar de Manaus, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) encerrou suas atividades na 7ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O Instituto realizou em apenas cinco dias, mais de 120 atividades registradas e a visitação de mais de 70 escolas e ao público em geral. Para o pesquisador e coordenador de extensão do Inpa, Carlo Bueno, o evento tem a possibilidade de atingir uma grande quantidade de municípios, ajudando a disseminar as informações produzidas pelo Inpa. “São mais de 500 municípios participando e desenvolvendo diversas atividades, isso mostra para a população o que é ciência, tecnologia e inovação e de que maneira isso vai interferir para a melhoria da vida de cada um”, explicou. Segundo o diretor do Inpa, Adalberto Val, o evento carrega a

oportunidade de expor os estudos realizados nos laboratórios, transferindo esse conhecimento para as crianças “É sempre desafiador para um ou vários profissionais da ciência, receber crianças nos nossos ambientes de trabalho de uma maneira geral, fundamentalmente o motivo e a partir dessa interação que criamos as condições para um futuro muito mais sustentável”, explicou. Circuito da Ciência O Instituto também esteve presente em seu stand, localizado no clube do trabalhador do SESI, com aproximadamente outras 50 Instituições, encerrando oficialmente as atividades no local. O Inpa realizou ainda uma edição especial do projeto Circuito da Ciência, que aconteceu no Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke, comemorando os 10 anos do Jardim Botânico e também o aniversário da cidade de Manaus. Para Val é preciso investir na estrutura educacional, considerando as crianças como a base e buscando investimentos pen-

sando no futuro. “As crianças são a realidade, um elo entre as diferentes gerações e é por isso que se torna vital investir massivamente nos processos educacionais, para que possamos garantir um futuro mais saudável, equilibrado, com mais inclusão social e mais geração de renda”, disse. O evento contou com a participação da Polícia Militar de Manaus (PMM), o Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros, Serviço Social do Comércio (SESC), Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e todas as Coordenações do Instituto.


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Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

Inpa encerra atividades na SBPC com debate sobre monitoramento da atmosfera amazônica A conferência sobre o projeto ATTO, desenvolvido pelo Inpa em cooperação internacional foi um dos eventos que enceraram as discussões da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A Reunião foi encerrada nesta sexta-feira (22) Foto: Daniel Jordano

O Inpa fez parte da organização do evento que ocorreu em Boa Vista (RR)

| Daniel Jordano Da equipe do Divulga Ciência

gação dos resultados já alcançados e consolida as pesquisas em toda a Amazônia. “A principal contribuição quando falamos em clima e mudanças climáticas é o debate sobre

de Mainz.

Os números da SBPC A reunião da SBPC realizada em Roraima teve 12 mesas redondas, 12 conferências e 31 mini-cursos. Aproximadamente 2 mil A importância desse pessoas participaram das evento é trocar atividades que ocorreram experiências, formular na Universidade Federal de propostas e debatê-las Roraima (UFRR). Para Luiz Pessone, prónacionalmente reitor de pesquisa e PósGraduação da UFRR, o a questão ambiental.Quanencontro em Roraima ajuda do se dá o foco ambiental a a consolidar uma integração questão se torna multidiscientre pesquisadores na plinar, dá uma abordagem mais região. “A vinda de pesquisadoampla” disse. res de todo o país com a colaboNo acordo bilateral, o Brasil está ração de pesquisadores e colarepresentado pelo Inpa e pela boradores locais possibilitou a Universidade do Estado do Ama- discussão de temas importantes zonas (UEA). Já pelo lado ale- para o Estado”, declarou ele. mão, está o Instituto Max Planck de Química, com sede na cidade

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No último dia de debates da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que ocorreu em Boa Vista (RR), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) apresentou detalhes sobre o projeto ATTO. Projeto, que é uma cooperação Brasil e Alemanha e gerenciado por pesquisadores do Inpa, consiste na construção de um grupo de torres, dentre elas uma de 320 metros de altura, para o monitoramento da atmosfera na Amazônia com o objetivo de analisar a dinâmica do clima da região. Para o pesquisador do Inpa e gerente do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), Antônio Manzi, as discussões sobre o clima da região em Roraima é importante, pois ajuda na divul-


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Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

Interciência 2010: “O ponto principal é a educação” O encontro foi encerrado com uma apresentação de considerações e recomendações obtidas durante todo o evento, que gerará a “Carta de Manaus” Foto: Eduardo Gomes

O simpósio reuniu cientistas que apresentaram propostas em Manaus

Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

vel", explicitado por Roberto Villas-Bôas , do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem); e “Monitoramento florestal”, explicado por Dalton de Morisson Valeriano, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), todos moderados

continente das Américas para tratar de um assunto que é a Amazônia, o último reduto de biodiversidade ainda existente no planeta que ainda pode ser explorado. Obviamente, o futuro da Amazônia não depende apenas dessa discussão, mas ficamos bastante satisfeitos e acredito que é bem positireunião tem aspecto vo o balanço da reunião”, político muito conclui Vera Val.

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O Simpósio Internacional Interciência deste ano realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Interciência em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) encerrou com o ciclo de palestras sobre o futuro da Amazônia. O painel “Desafios ambientais” abrangeu exposições sobre diversidade cultural, saúde, biodiversidade e desenvolvimento sustentável e bioinovação para as Américas. Segundo a professora mexicana Mayra De La Torre, do Centro de Pesquisas para Alimentação e Desenvolvimento (CIAD), “a plataforma da inovação em biotecnologia é formada por quatro grandes influências: Governo, Universidades, Empresários e a Sociedade civil”, que representam as ferramentas essenciais para as mudanças propostas se concretizarem. Outros temas debatidos foram: “O papel da Embrapa em bens e serviços para a Amazônia” ministrado por Tatiana Sá da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); "Indústrias de extração mineral sustentável em um bioma sensí-

importante, uma visão de cada sociedade para progresso da ciência por Augusto Sánchez Valle, da Associação Boliviana para o Avanço da Ciência (ABAC) e pela pesquisadora Vera Maria Fonseca de Almeida e Val do Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), projeto do Inpa. A pesquisadora do Inpa, Vera Val, afirma que o tema da reunião “O futuro da Amazônia” é muito ambicioso e é uma forma de chamar atenção sobre o que seria discutido. “A reunião tem um aspecto político muito importante, uma visão de cada sociedade para progresso da ciência de cada país se unindo em um

Carta de Manaus A partir das palestras que aconteceram durante todo o simpósio foram elaboradas 16 recomendações, as quais os participantes irão analisar e fazer suas próprias observações e sugestões, e que posteriormente irão resultar na chamada “Declaração de Manaus”, ou “Carta de Manaus”. A carta deve atingir os oitos países amazônicos mais a Guiana Francesa. “Nós entendemos que sem educação básica para todos, abrangente, inclusiva, nós não vamos avançar. Se nós queremos proteger essa região, o ponto número um da nossa atenção tem que ser a educação básica e fundamental abrangente”, explica Adalberto Val, diretor do Inpa.


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Pesquisa - Divulga Ciência

Expedições no rio Madeira para análise genética de botos Foto: Eduardo Gomes

Realizada no alto e médio rio Madeira, a excursão capturou 16 animais para retirada de amostra de tecido, com o fim de realizar estudo de variabilidade genética. Séfora Antela Especial para Divulga Ciência

Pesquisadores do Laboratório de Evolução e Genética Animal (Legal) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do L a b o r a t ó r i o d e Hidrobiogeoquimica da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e O estudo no Rio Madeira Rondônia (Unir), que atuam em iniciou em 2008 e, desde então, já foram feitas três parceria com o Laboratório de excursões para coleta Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), realizaram a terceira excursão queda d'água que serve como (flutuante localizado nas depenbarreira para as espécies. “Para dências do Hotel Ariaú Amazon para captura de Boto isso, fizemos coleta de material Towers). Nessa análise, segundo Ve r m e l h o n o R i o biológico dos botos dessa região Gravena, foi possível perceber Madeira, com o fim de que essas associações são extrair material para formadas unicamente para análise genética e Fizemos a coleta de receber alimentação.“Antecontaminantes. material biológico dos riormente, nós achávamos A doutoranda botos dessa região para que essas agregações eram Wa l e s k a G r a v e n a , descobrirmos o que formadas por indivíduos da responsável pela pode estar acontecendo mesma família, como ocorre expedição, explica com esses animais com espécies de golfinhos porque essa região foi marinhos. Mas, ao fazermos escolhida para o estuas análises, obtivemos do. “No Rio Madeira, existem para descobrirmos o que duas espécies de boto vermelho pode estar acontecendo com outros resultados,” explica. descritas, que teoricamente esses animais, antes do término estão separadas por uma da construção das duas barra- Sobre a Ampa barreira geográfica. Na região gens hidrelétricas de Jirau e A Ampa apóia e coordena atividado alto rio Madeira, existem 16 Santo Antônio, que poderão des de pesquisa científica e de cachoeiras ou corredeiras que separar as espécies permanen- educação ambiental com o peixeboi da Amazônia (Trichechus podem estar separando estas temente”, conta. inunguis) e com os outros mamíespécies em, Inia boliviensis, feros aquáticos existentes na acima das cachoeiras, e Inia Estudo sobre genética geoffrensis, abaixo das cachoeiOs trabalhos de genética com região: lontra neotropical (Lontra ras”, esclarece. b o t o s n o L a b o r a t ó r i o d e longicaudis), ariranha (Pteronura O estudo no Rio Madeira Evolução e Genética Animal brasiliensis), tucuxi (Sotalia iniciou em 2008 e, desde então, iniciaram em 2004 com estudo fluviatilis) e boto-vermelho (Inia já foram feitas três excursões de parentesco nos animais, que geoffrensis). para coleta de material. Gravena formam agregações para rece- A Associação é conveniada ao ressalta que nessas expedições ber alimento de turistas nos mu- LMA do Inpa e é patrocinada pela encontraram botos entre cada n i c í p i o s d o E s t a d o d o Petrobras e nos últimos anos tem uma das cachoeiras. Na oca- Amazonas: Novo Airão (flutuan- recebido importante apoio da sião, a equipe tentou identificar a te Boto Vermelho) e Iranduba Fundação O Boticário.

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