Divulga Ciência - Setembro/2012

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Jornal do Inpa Manaus, Setembro 2012 - Ano IV - Ed.25- ISSN 2175-0866

www.inpa.gov.br

Inpa apresenta estudos sobre a história evolutiva recente de sapos na Amazônia O estudo investigou diversas características em diferentes populações de espécies de sapos recém-descobertas, entre elas a variabilidade genética e de seus sinais sexuais Pág. 08

Foto: Igor Kaefer

Acervo PCE

Foto: Josiane Santos

Inpa recebe Associação Alemã de Jornalistas Científicos

Programa apresenta aos professores o projeto Puxirum para incentivo à pesquisa nas escolas

Informações sobre as pesquisas do Instituto, obtidas pelos jornalistas, foram veiculadas nos meios de comunicação da Alemanha

O PCE também busca aumentar o número de professores participantes do programa realizado pelo Inpa

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Foto: Eduardo Gomes

Curso de Controle de Vetores do Inpa debate sobre formas de contágio e controle da malária Os debates tiveram como tema as espécies de protozoários plasmodium falciparum e o plasmodium vivax, mais predominantes no Brasil, associados à malária

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Boa leitura Aves da região de Manaus

Inpa recebe visita do Embaixador do Japão no Brasil Pág. 02

Capes lança edital para promover a ciência na Amazônia

Bosque da Ciência recebe crianças da promoção “Uma Aventura Selvagem” Pág. 02 GEEA debate educação e novo humanismo

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Página 02 - Setembro 2012 Fale com a redação

Expediente Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Bacellar, Josiane Santos e Juan Mattheus Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão:Clarissa Bacellar - Fotos: Equipe Ascom e Acervo PesquisadoresTiragem: 1000 Edição 25 -Setembro- ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 digital.inpa@gmail.com ascom_inpa Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência Foto: Eduardo Gomes

Foto: Juan Mattheus

Foto: Logo Capes

Inpa recebe visita do Embaixador do Japão no Brasil

Bosque da Ciência recebe crianças da promoção “Uma Aventura Selvagem”

Capes lança edital para promover a ciência na Amazônia

A Diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu no dia 14, o Embaixador do Japão no Brasil, Akira Miwa, que realizou visita oficial ao Estado do Amazonas. Acompanhado pelo Cônsul Geral do Japão em Manaus, Hajime Naganuma e pela Vice-Cônsul, Michiko Shibata, o embaixador reuniu-se com o diretor do Inpa, Adalberto Val, que explanou sobre os acordos de cooperação que o Instituto possui com o Japão, suas consequências e perspectivas. “A cooperação científica para nós ocupa, na estrutura organizacional, uma posição extremamente importante, e a cooperação com o Japão é de grande relevância. Nós temos interesse em manter, estreitar e ampliar essas relações com outras instituições japonesas’’, disse.

Com clima de muita diversão, as gravações do programa “Aventura Selvagem”, do SBT, foram realizadas nas dependências do Bosque da Ciência no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) no dia 24. As crianças escolhidas pela promoção “Viva uma aventura selvagem”, proporcionada pela TV Em Tempo, percorreram diversos pontos do Bosque, guiados pelo apresentador do programa, Richard Rasmussen, que promove grandes encontros interativos com os mais variados animais, e acompanhados por pesquisadores do Instituto. As crianças visitaram vários lugares de “parada obrigatória” para quem visita o Bosque, como as trilhas, a Ilha da Tanimbuca e o Condomínio das Abelhas.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) lançou em Manaus, no dia 26, o edital Pró-Amazônia – criado para a região com o objetivo de reforçar projetos de pesquisa e promover o intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores e estudantes, nas modalidades pósdoutorado, iniciação científica, doutorado e professor visitante sênior. O lançamento do edital aconteceu no Auditório da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em meio à programação do segundo dia da Reunião Regional Norte do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação das Instituições de Nível Superior Brasileiras (Foprop), com a participação de reitores e pró-reitores de diferentes universidades da Amazônia.

Boa Leitura - Aves da Região de Manaus Muitas pessoas não fazem ideia da diversidade de aves que a cidade de Manaus abriga, por isso a paixão pelos pássaros levou os ornitólogos Ingrid Torres de Macedo e Mário Cohn-Haft, à produção deste livro, para que as pessoas possam conhecer e apreciar a variedade existente. Com belíssimas fotografias feitas pelo veterinário do Inpa, Anselmo d´Affonseca, e textos, em português e inglês, dão seu devido complemento com informações precisas sobre cada espécie, como nome científico, habitat e ícones da dieta. Durante a leitura, percebe-se que as lentes de Anselmo parecem deixar todos os pássaros muito a vontade, já que em cada registro, apresentam um comportamento natural e sereno e na obra deixa claro, que a vontade de realização dos colegas pesquisadores, na busca dessas espécies, foi cumprida, pois fascina o leitor pela riqueza dos detalhes. Nos registros estão vários passarinhos de Manaus, sabiás das ruas e praças, beija-flores da janela, arapaçus do quintal, choquinhas, galo-da-serra. Para adquiri-lo entre em contato por meio dos e-mails: editora@inpa.gov.br ou editora.vendas@gmail.com ou pelo telefone (92)3643-3223.


Educação e Sociedade

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GEEA debate educação e novo humanismo O Grupo, que existe desde 2007, tem como proposta debater questões de interesse estratégico para a região amazônica Foto: Clarissa Bacellar

| Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

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pessoas, compartilhando recursos e experiências em prol da melhoria da qualidade de vida de todos. Para tanto, o palestrante destaca a necessidade da revitalização da esfera pública global, com mudanças no fluxo das redes de comunicação, com

Nós notamos a dominação da tecnologia na nossa vida, sem valores humanos.

entes onde foram feitos os estudos, como a Europa, fato que distancia da realidade da educação de outros países como o Brasil, além de destacar as tecnologias como novos educadores. “Boa parte do conhecimento já está disponível nos computadores e me pergunto se o papel dos professores vai ser realmente ajudar a conectar de novo cérebro e coração, tentar incentivar os estudantes a olhar ao redor”, justificou a pesquisadora.

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O Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), debateu na manhã do dia 25, o tema “Humanismo e educação”, com palestra proferida pelo presidente da Educação Virtual Global - UNESCO e professor de Educação em Mídia na Universidade de Helsinki (Finlândia), Tapio Varis. A 25ª reunião do Grupo, que aconteceu no auditório da Diretoria do Inpa, buscou abordar subtemas como a mudança da percepção, interação e aprendizado na atualidade, que influenciam no entendimento do que é o humanismo. A problemática global que envolve sociedade e conhecimento foi discutida sob várias óticas, mas sempre abordando o “controle ditador tecnológico”. “Nós notamos a dominação da tecnologia na nossa vida, sem valores humanos. A tecnologia tem que servir aos interesses humanos, não o contrário”, defendeu o palestrante. Priorizando a educação global, Varis também abordou a importância de se realizar intercâmbios que contem com participação e o comprometimento das

ética e responsabilidade, pensando em um novo humanismo. “Necessitamos autonomia. No contexto da comunicação e da tecnologia não é possível criar independências, somos interconectados. Autonomia significa que necessitamos produzir mensagens usando a língua, símbolos, imagens, arte, poesia, cultura, para sobreviver e coexistir e dialogar, pois o diálogo só é possível entre iguais. Estamos buscando educação global”, expôs Varis. A Coordenadora de Cooperação e Intercâmbio do Inpa, Magali Henriques, questionou o professor sobre os ambi-

Sobre o GEEA Formado por pesquisadores de instituições de ensino, órgãos governamentais e sociedade civil organizada, o GEEA surgiu no ano de 2007 a partir da percepção de que a sociedade apresenta inúmeras demandas de questões ambientais. Muitas dessas informações são fundamentais para as ações vivenciadas no cotidiano O Grupo é formado por pesquisadores, professores, empresários, humanistas e gestores que se reúnem geralmente a cada dois meses para debater um tema escolhido previamente e apresentado por um especialista de renome.


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Meio Ambiente

Programa apresenta aos professores o projeto Puxirum para incentivo à pesquisa nas escolas O PCE também busca aumentar o número de professores participantes do programa realizado pelo Inpa Acervo PCE

|Jamyly Macedo PCE

A pesquisadora do projeto “Tartaruga’’O Programa Ciência na Escola (PCE), executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), realizou no dia 26, o I Puxirum PCE, que busca formar professores das redes públicas estaduais e municipais de Manaus, incentivando-os a participar do programa. Puxirum é de origem Tupi e significa mutirão, trabalho coletivo de um dia só. O I Puxirum aconteceu no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), onde aconteceu apresentação para os professores interessados em concorrer ao edital, seguido da Oficina de Elaboração de Projetos Científicos Escolares, que foi ministrada simultaneamente em 10 salas de aula, com capacidade para até 50 pessoas cada. A oficina trabalhou os principais pontos do Edital e pode ser conferido na página oficial da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM); explicando passo a passo como elaborar um projeto científico, auxiliando assim os professores que ainda tem dúvidas e querem submeter suas propostas. Ciência na Escola O PCE está chegando a sua sétima edição com a meta de receber mais de 500 projetos inscritos, uma vez que

são apenas 320 vagas divididas entre interior e capital. Vale ressaltar que os projetos aprovados recebem um incentivo de R$ 4.840 para desenvolverem suas pesquisas em um período de seis meses, auxiliando também alunos e professores com bolsas. O programa é considerado pioneiro e inovador, servindo de base para outros estados e países como Minas Gerais e Portugal, onde programas semelhantes foram implantados aos moldes do PCE. O principal objetivo do programa é viver a prática das pesquisas, levando os jovens pesquisadores ao mundo da iniciação científica, ampliando a visão dos estudantes, criando expectativas de que é possível melhorar e eles são o caminho para isso. O Programa Ciência na Escola – (PCE) é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em parceria com Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secti), a Secretaria de Estado de Educação do Amazona (SEDUC) e Secretaria Municipal de Educaçao (SEMED) e objetiva a participação de professores e estudantes de escolas públicas municipais e estaduais no Estado do Amazonas.

Sétima edição do Circuito da Ciência apresenta novas atividades O evento ocorreu dia 29, das 8h às 12h no Bosque da Ciência, com atividades socioambientais e oficinas educativas Juan Mattheus Da equipe do Divulga Ciência

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou em setembro a sétima edição de 2012 do projeto “Circuito da Ciência”, que tem se revelado como uma das ferramentas mais importantes de difusão das pesquisas realizadas pelo Inpa para a comunidade. As escolas selecionadas para o evento foram: Escola Municipal Moisés França Viana (Tancredo Neves), Escola Municipal Alfredo Linhares (São José I), Escola Estadual Professor Roberto dos S. Vieira (Cidade Nova) e a Escola Estadual Antonio Nunes Jimenez (Zumbi). Entre as atividades realizadas estavam o circuito de atividades sócioambientais, as oficinas educativas e exposições sobre a malária e dengue, leishmaniose, insetos aquáticos, mamíferos aquáticos da Amazônia, invertebrados vivos terrestres, Tartarugas da Amazônia, herbário e carpoteca. “Com isso, estamos apostamos nas crianças como multiplicadoras do conhecimento, que é o foco do nosso evento”, afirmou o coordenador do Circuito, Jorge Lobato. A 7ª edição contou com uma nova exposição, da Associação Nipo Brasileira, que realizará uma divulgação dos 100 anos da imigração dos japoneses na Amazônia e também sobre atividades ambientais no Amazonas. Além disso, aconteceram apresentações nos estandes dos parceiros, como: Saúde Bucal (Uea-Ufam); Clube de Ciências (Ufam); Com Posição Certa (Uniniltonlins); Com Postura (Fametro); Projeto: Despertando a Consciência (Uninorte); Sala de Ciências (Sesc); Nutrição (INSTITUTO IRMANAR); Resíduos Sólidos (Semmas); Fitoterápicos – Óleos Amazônicos (Unicel); Gestão de Resíduos (Moto Honda); Distribuição de Revistas (Sesi); entre outros.


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Divulga Ciência

Inpa recebe Associação Alemã de Jornalistas Científicos Informações sobre as pesquisas do Instituto, obtidas pelos jornalistas, serão veiculadas nos meios de comunicação da Alemanha Foto: Josiane Santos

|Fernanda Farias Da equipe do Divulga Ciência

visitaram o Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos (CPPMA), em Balbina, e, recebidos pelas pesquisadoras Daniela Ribeiro e Stella Lazarini, esclareceram dúvidas sobre as ameaças que os mamíferos aquáticos da Amazônia sofrem, além de conhecerem como é realizada a educação ambiental nas

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Adapta/LMA/CPPMA Na segunda-feira (24) os jornalistas

Apenas dessa forma os jornalistas vão obter em primeira mão informações de instituições que trabalham aqui na Amazônia

comunidades ribeirinhas “A vinda dos jornalistas científicos aqui no CPPMA é uma oportunidade única de troca de experiências, onde podemos mostrar todo o trabalho que é feito aqui com os mamíferos aquáticos, das pesquisas até nosso trabalho com a comunidade, pela tentativa de preservação das espécies ameaçadas”, comentou a veterinária do CPPMA,

Daniela Ribeiro. Projetos visitados Durante a visita ao Instituto na terçafeira (25), acompanhados da pesquisadora Maria Tereza Piedade, os jornalistas visitaram as instalações do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), e ainda as ações que o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) realiza juntamente com a Associação Amigos do Peixeboi (Ampa), com o auxílio da pesquisadora Vera Silva. Tiveram ainda uma conversa com os pesquisadores Phillip Fearnside, William Magnussum e Niro Higuchi sobre suas respectivas pesquisas. A visita da comitiva alemã terminou com uma excursão fluvial ao redor de Manaus no dia 26, organizada pelo projeto Inpa/Max Planck, onde alguns pesquisadores os acompanharam para debater sobre áreas úmidas e outros assuntos.

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Durante quatro dias, 17 jornalistas da Associação Alemã de Jornalistas Científicos (WPK), tiveram a oportunidade de conhecer de perto algumas pesquisas que o Instituto Nacional de Pesquisas Amazônia (Inpa/MCTI) realiza na região amazônica. No domingo (23), acompanhando os jornalistas, estavam os pesquisadores Jochen Schöngart, Antônio Manzi e Prakki Satyamurty, que apresentaram toda a estrutura do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) durante visita à Reserva Biológica de Cuieiras, Km 34 da BR-174. “Apenas dessa forma os jornalistas vão obter em primeira mão informações de instituições que trabalham aqui na Amazônia e o Inpa vem realizando pesquisas relevantes na nossa região ao que concernem as mudanças do clima e outras preocupações referentes à Amazônia”, explicou Schöngart.


Ciência e Tecnologia

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Inpa sedia reunião internacional para elaborar fórum sobre estudo da biodiversidade amazônica Reunião da OTCA discutiu a criação do Observatório da Amazônia Foto: Eduardo Gomes

|Clarissa Bacellar Da equipe do Divulga Ciência

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ativas nacionais que poderiam ser integradas ao esforço de implementação do Observatório Regional da Amazônia. “O objetivo dessa reunião é estabelecer as bases do projeto do Observatório Amazônico que deverá ser apresentado na próxima reunião dos Chanceleres dos oito países, o fórum máxi-

O objetivo dessa reunião é estabelecer as bases do projeto do Observatório Amazônico

Soares, e de uma reunião preparatória que reuniu os diretores do INPA, IIAP e SINCHI, na sede do SINCHI em Letícia (Colômbia), ficou acordado que essa reunião seria realizada no Instituto, visando a elaboração de diretrizes para a implementação do Observatório”, esclarece Henriques. Missão do observatório da Amazônia O Tratado de Cooperação Amazônica tem como compromisso "promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da Bacia Amazônica". Em 1995, as oito nações criaram a OTCA. Com a criação do Observatório, a OTCA visará a operacionalização de um sistema de informações e indicadores sobre o desenvolvimento dos Países membros em suas regiões amazônicas, que permita construir cenários e monitoramento da sustentabilidade no desenvolvimento regional relacionado ao social, econômica, ecológica, área demográfica e cultural, além de permitir e incentivar o debate sobre desenvolvimento regional amazônico.

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O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) sediou, nos dias 11 e 12, a reunião dos representantes dos oito países da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA) - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela para discutir o estabelecimento do Observatório Regional da Amazônia, um fórum permanente de instituições voltado à elaboração de estudos de interesse para a região, com ênfase no estudo da biodiversidade amazônica. Incluindo a Plataforma para a Cooperação na área ambiental, que consiste no sistema integrado de informação e uma formação regional de capacitação, o encontro em Manaus teve também o compromisso de constituir um sistema integrado de informação, cursos de intercâmbio e seminários regionais. Segundo a Coordenadora de Cooperação e Intercâmbio do Inpa, Magali Henriques, os representantes dos países-membros discutiram inici-

mo de decisão da OTCA. Após aprovação dos Chanceleres, o Observatório entrará na fase de implementação”, explicou. De acordo com a coordenadora, o Inpa é uma das três instituições que participou desta reunião como consultora da OTCA, para essa fase de concepção do Observatório. “A partir da elaboração de um termo de referência, a pedido do Ministro Clemente Baena


Divulga Ciência

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Curso de Controle de Vetores do Inpa debate sobre formas de contágio e controle da malária Os debates tiveram como tema as espécies de protozoários plasmodium falciparum e o plasmodium vivax, mais predominantes no Brasil, associado à malária Foto: Eduardo Gomes

| Josiane Santos Da equipe do Divulga Ciência

agentes de controle de malária e um tratamento intensivo das pessoas doentes”, destacou Rodrigues. O Brasil possui o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCTV) que tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma vacina para o plasmodium vivax, espécie de malária mais amplamente distribuída no mundo.

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O problema de se estudar anemia é que as causas da anemia e da malária são múltiplas e elas interagem entre si

conta de outras patologias como anemia, apontada como principal complicação daplasmodium vivax, especialmente entre crianças, e dengue. Ambas tem ocorrências comuns nos municípios amazonenses. “O problema de se estudar anemia é que as causas da anemia e da malária são múltiplas e elas interagem entre si de uma forma muito peculiar: a medula óssea não produz hemácia de forma satisfatória juntando à isso a desnutrição, infecções concomitantes – HIV, B19, entre outros. É muito complicado estudar anemia e mais ainda comparar os dados que nós temos com dados,porque as doenças de outros países podem ser diferentes e as caraterísticas genéticas também”, explicou Lacerda.

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No dia 4, durante o XII Seminários em Doenças Tropicais e Controle de Vetores promovido pelo Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o professor Maurício Martins Rodrigues, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), proferiu palestra sobre o 'Desenvolvimento e Vacina contra Malária'. Rodrigues citou a importância das vacinas como um dos fatores que colaboraram para o aumento na expectativa de vida nos últimos 100 anos, mostrou alguns avanços nas vacinas e destacou, também, a importância de programas de controle da doença. “Se você tiver programas bem desenvolvidos, mesmo que não envolvam vacinas, você consegue controlar a malária como é o caso de Sri Lanka, em que eles reduziram os números de casos de malária de 300 mil para praticamente zero. Aqui no Brasil, a estratégia utilizada para o controle da malária nos últimos 10 anos foi a contratação de

Contribuintes da doença Marcus Lacerda, pesquisador em malária da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMTHDV) do Amazonas, falou ao público sobre malária e coinfecções citando alguns casos de pacientes que tiveram seu quadro clínico complicado por

Foto: Eduardo Gomes


Pesquisa - Divulga Ciência

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Inpa apresenta estudos sobre a história evolutiva recente de sapos na Amazônia O estudo investigou diversas características em diferentes populações de espécies de sapos recém-descobertas, entre elas a variabilidade genética e de seus sinais sexuais Foto: Igor Kaefer

|Juan Mattheus Da equipe do Divulga Ciência

Foram utilizados na pesquisa, além dos caracteres de genética que são comumente empregados em estudos evolutivos, marcadores morfológicos e comportamentais que, no caso, foram os acústicos. “A utilização desses marcadores serviu para entender

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Os sons que eles emitem, o sinal sexual, são estudados para entender como a variação dessas vocalizações indicam o status de cada população como se deu a evolução relativa de cada característica”, explica Kaefer.

obter informações que permitissem separar essas populações em unidades evolutivas. Segundo Kaefer, as populações que foram estudadas são bastante diferenciadas e estruturadas geneticamente, mas não necessariamente isso aparece nas características que são usadas para determinar as espécies. Foi observada uma diferenciação genética muito mais pronunciada do que aquela do fenótipo, indicando que a riqueza em espécies nesses grupos pode estar sendo altamente subestimada.“É como se os sapos tivessem sotaques. "Os sons que eles emitem, o sinal sexual, são estudados para entender como a variação dessas vocalizações indicam o status de cada população", explana. Os estudos foram realizados em áreas de várzea e terra firme nos estados do Amazonas e Pará, e também testaram o efeito que os rios Solimões/Amazonas e Madeira.

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É comum encontrá-los em todos os cantos, ouvindo seus coaxares, seja no quintal de casa ou na beira de igarapés. Os anuros, grupo de anfíbios que não possuem cauda e possuem estrutura de esqueleto adaptada para locomoção aos saltos, representam a mais diversa ordem de anfíbios da região amazônica, sendo mais de trezentas espécies catalogadas. Assim, a Amazônia ocidental tem a mais rica fauna destes animais no mundo. Observando isso, o estudo de doutorado realizado pelo pesquisador formado pelo Programa de Pós (PPG-Eco) Graduação em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Igor Kaefer, orientado pela também pesquisadora do Instituto, Albertina Pimentel e coorientado pela pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Izeni Farias, teve como foco a integração de diferentes classes de caracteres para entender a história evolutiva recente de algumas espécies de anfíbios pouco estudados na Amazônia brasileira.

O Sotaque dos Sapos Uma das descobertas que atrai a atenção é a diferença na evolução dessas variadas classes de caracteres nesses anfíbios. A morfologia e o canto evoluem de uma forma não necessariamente igual àquela do DNA mitocondrial. Foram feitas análises de propriedades temporais e espectrais dessas vocalizações para


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