3a edição
qua ren ta por qua ren
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Alexandre Rato Alisson Damasceno Álvaro Tomé Angelo Issa Augusto Fonseca Binho Barreto Breno Barbosa Bruno Duque Carol Peso Claudia Renault Cristina Marigo Daniel Jack Daniel Moreira Eimir Magalhães Fernanda Fernandes Gustavo Maia Helena VM Heloisa Brandão Hogenério Iago Gouvêa Igor Reis Isaura Pena Jade Liz João Martins Juçara Costa KK Bicalho Leandro Gabriel Leo Brizola Lígia Taka Lorena D’Arc Marconi Marques Maria Noviello Miguel Gontijo Paulo Torres Renata Laguardia Samuel Mendes Samuel Oliveira Sebastião Miguel Sérgio Vaz Tibério França
3a edição
2019
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qua ren ta por qua ren 6
A terceira edição da já tradicional exposição 40x40, comemora, mais uma vez a diversidade da produção contemporânea mineira. As duas primeiras edições, realizadas no Viaduto das Artes, espaço democrático e estruturado, que atendeu a uma vontade fundada na necessidade dos artistas, consagrados ou não, de mostrar seu trabalho. Neste ano, o Mama/Cadela recebe a nova edição da mostra. Como nas outras, não nos apoiamos em critérios avaliativos, nem em limites rígidos e rotulações tendenciosas. Tentamos oferecer uma janela que dá vistas às complexas e variadas nuances da nossa produção artística. Estamos conscientes, porém, das lacunas que contrariam a nossa vontade. Nem sempre os recursos estão a par das intenções. Porém, sabemos que esse recorte expositivo possui a abrangência necessária à um entendimento da expressão artística como reflexão plástica e discursiva, sobre as possibilidades e as metamorfoses da arte feita nos dias de hoje: diálogos, entremeios, proposições e desvios. Há de se levar em conta o sentido de companheirismo que claramente subfaz essa mostra. Esse companheirismo tem também uma conotação de ‘militância patrimonial’. Num país quase sem
museus de arte contemporânea e sem políticas públicas continuadas de apoio e promoção da prática artística, cabe a nós unirmo-nos como resistência e determinação. Funda-se, assim, como princípio desta coletiva, a promoção da Arte por seus próprios atores. O conjunto dos artistas aqui reunidos perfaz um grupo de diferentes gerações, perspectivas e projeta, pelo menos em parte, a arte que se faz hoje em Minas. Por acreditarmos que restrições de mercado e a falta de políticas públicas consistentes limitam e tornam incertas as oportunidades oferecidas, não propusemos definir nomes mais ou menos importantes, tarefa que certamente demandaria um juízo crítico diferente do olhar do artista. É fato que há figuras de importância no panorama artístico que não foram incluídos. Confiamos, contudo, no arbítrio desses artistas e esperamos que essa mostra não seja interpretada como mais uma história do esquecimento. Cada nome apresentado reverbera em outros tantos que também poderiam estar aqui, mas que, por razões diversas, ficaram de fora. A terceira edição da mostra 40x40 é o resultado de uma delicada e rigorosa seleção em meio a um manancial de possibilidades. Era preciso dar conta da amplitude e da importância que a pintura tem hoje na Arte Contemporânea, com todas as limitações e os riscos implicados em uma exposição como esta. Nossa função foi definir e, ao mesmo tempo, preservar a indefinição. Assim dito, esperamos alcançar o objetivo pretendido, que é realizar uma homenagem ao artista vivo, que mantém o desafio de fazer a arte de cada dia e que traz em si o poder criativo da arte propriamente dita. Miguel Gontijo e Sérgio Vaz
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Alexandre Rato Título: Retrato amorfo Técnica: lápis sobre papel Ano: 2019
A mutação incessante é um sopro farto que desconcerta a gravidade. No degradê da minha verdade existe uma interseção que funciona como a luz da tarde. Não é luz, nem sombra, é um sonho vivido em realidade. Um equilíbrio nato não me fará exato, por isso, assino diariamente um velho trato. Enquanto me locomovo, um novo jardim interno engato. Para atrair as mariposas que são esposas da serenidade e vivem numa cidade onde nenhuma veracidade é um fato.
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Alisson Damasceno Título: S/t Técnica: fotoperformance Ano: 2019
Aqui, o corpo é peça central desse jogo de provocações e conflitos entre quem sou eu e o mundo.
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Álvaro Tomé Título: Marta Técnica: acrílica sobre tela Ano: 2019
Nas pinturas geralmente apresenta críticas. Neste caso à matança de animais para retirada da pele para produção de casacos. Em algumas telas critica a pedofilia, em outras questiona o desmatamento. Representa na pintura montagens geralmente com armadilhas e pelúcias ou animais, criando metáforas para tais questionamentos. Cerca de setenta Martas são mortas para produção de apenas um casaco de pele.
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Angelo Issa Título: Adivinhe o que tenho na mão? Técnica: tinta acrílica, areia e cordões. Ano: 2018
“A obra recente de Angelo Issa me fez voltar a Kokoschka e aos expressionistas da vanguarda europeia. Seu caminho veio sendo trilhado pelas vertentes da arte figurativista, pela procura da cor e dos empastamentos, pelo encontro com a natureza e a descoberta de um espaço maior e infindável: a sua própria interioridade”. Angela Ancora da Luz
Historiadora e crítica de arte
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Augusto Fonseca Título: Que Rei Sou Eu? Técnica: óleo e acrílica sobre tela Ano: 2019
A década de 1980 é tema desta série de pinturas no qual Augusto Fonseca apresenta, de forma crítica, irônica ou bemhumorada, a influência e os excessos que a cultura de massa cria. Ao realizar conexões entre ícones pop da música, do cinema, da TV, e do modo de vida de um período, o trabalho reativa a memória afetiva do espectador para criar uma reflexão sobre o comportamento social de uma época e sua ligação com os dias atuais. O trabalho também aborda as questões formais e pictóricas relacionadas à arte contemporânea.
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Binho Barreto Título: Dizer o vento Técnica: tinta óleo sobre tela, 40 x 40 cm Ano: 2019
Em tempos de olhares utilitaristas para as mais triviais ações humanas, é importante dizer da imprecisão. Observando uma sociedade permeada por imagens digitalmente planificadas, que respondem a demandas por perfeição irreal, interessa-me, em minhas pinturas, o fascínio pela matéria espessa. Por meio da tinta a óleo trabalhada em camadas irregulares é proposto um manifesto pelo errático, pelo que guarda em si caminhos tortuosos e dissidências. A maneira de pintar, nesse caso, converte-se em uma espécie de cismógrafo poético, que busca captar algo do que escapa dos cálculos contemporâneos.
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Breno Barbosa Título: S/t Técnica: bico de pena e nanquim sépia Ano: 2019
Existe sempre uma alma aprisionada num corpo e vice-versa, ambos inquietos e atormentados em suas histórias, por sua natureza de forças contraditórias, pela realidade que vivenciam, com o desejo e o medo de se reconhecerem e em sua incessante busca por libertação. Então ataco com pena e nanquim, mergulho, investigo e rabisco tudo isso, certo de que assim encontrarei outros caminhos.
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Bruno Duque Título: Radiotrofia, Chernobyl Técnica: óleo sobre tela Ano: 2019
A falha humana tem medidas variadas. As minhas, quando o pincel escorrega da mão e borra a tela, que se comparam as do empresário, que incendeia sua fabrica de tinta e as dos diretores das usinas de Chernobyl e Fukushima, que aniquilaram temporariamente a vida em suas regiões. Mas seria o ser humano realmente capaz de exterminar algo além de si mesmo? Muito perto dos reatores de Chernobyl vêm surgido fungos radiotróficos, que se alimentam de radiação, contribuindo para a descontaminação da área. Só nos cabe o que nos é proporcional. 15
Carol Peso Título: Enredamento I Técnica: pintura acrílica sobre tela Ano: 2018
Seu trabalho trata da relação entre memória e espacialidade. Investiga o ambiente urbano e recorre a imagens que, por sua aparente banalidade, tornam-se quase invisíveis na paisagem. No processo, o fazer de pintora encontra a flânerie de cronista que vasculha na cidade as suas feições mais corriqueiras e supostamente irrelevantes. É justamente essa invisibilidade, fruto de uma excessiva familiaridade com as coisas, que lhe interessa. Entende que aí reside uma potência, pois é no cotidiano que se estruturam as memórias espaciais.
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Claudia Renault Título: S/t Técnica: mista Ano: 2019
Madeira, resto, fragmento, lasca, recolha, acaso, repetição, marca, tempo, rastro, olhar, textura, tons, veio, rachadura, associação, dialogo, gesto, material, pigmento, busca, afinidade, fazer, significado, apropriação, reunião, ressonância, vidro, transparência, sombra, superposição, inquietação,espaço, construção, reflexão, pensamento, memória, processo, liberdade, arte: matéria de poesia.
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Cristina Marigo Título: Passagem IV Técnica: mista/pintura Ano: 2019
Passagem IV faz parte de uma série denominada Breu, na qual utilizo a técnica do guache lavado, onde a passagem da água permite um desfile de imagens das quais se elege apenas uma. A meu ver, esta escolha e o descarte de todas as outras encontra similitude com o processo que acontece em nossa mente que nos faz recortar a percepção da realidade, escolher e descartar. Por meio de um povoamento de imagens recobertas, o guache lavado nos remete à nossa própria condição humana, com todos os seus limites e potencialidades.
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Daniel Jack Título: S/T Técnica: chapas de metal Ano: 2019
Em minhas obras apresento a experiência visual partindo de minha pesquisa e vivências no cerne do espaço público, assumo uma espécie de antropologia urbana. Minhas pinturas e instalações remetem à existência do suporte no ambiente urbano, seja um cartaz que foi afixado, ou placas de metal esquecidas. Pouco a pouco o suporte é destituído de sua totalidade. Com o passar do tempo, resquícios imagéticos começam a povoar o espaço urbano em camadas e sobreposições, e o que me interessa é a eventual pictorialidade que este processo revela. 19
Daniel Moreira Título: Estudo sobre Monet Técnica: fotografia médio formato Ano: 2017
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Eimir Magalhães Série: Bestiário do séc. XX, imagens Título: O Grande Deus Pan Técnica: gravuras em metal, água-tinta, impressão sobre papel canson,16 x15 cm Ano: 1986
Estas gravuras pertencem a uma série produzida ao final dos anos 1980, baseada em anotações e esboços de personagens fantásticos criados e retratados em situações absurdas onde impera o “non sense”.
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Fernanda Fernandes Título: Migrações Técnica: aquarela Ano: 2019
A série que intitulo como Amorfo logia traz estruturas pictóricas construídas a partir da pesquisa de fragmentos naturais. Folhas, gravetos, sementes, cascas de árvores, elementos vegetais residuais que tombam no chão. Ao longo da série, lidando com a lembrança da morfologia de um pequeno graveto, foram surgindo mutações plásticas, e uma pintura cada vez mais distante dessa primeira imagem de referência. Assim como o ciclo natural de renovação da matéria, que inclui sua desintegração, a memória é vulto, vestígio, ressignificada com a passagem do tempo. Não se lembra inteiro, sempre parte, sempre sobra, acompanhada de invenção.
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Gustavo Maia Título: Bug Técnica: técnica Mista Ano: 2019
Nessa série, emprego estratégias pictóricas que aproximam motivos apropriados do mundo tecnológico a modelos históricos da abstração geométrica na pintura, acolhendo a falha como processo. Exploro por meio da pintura a possibilidade e potencialidade estética dos erros digitais e de usos não projetados de dispositivos técnicos e software. Entrelaçando heranças do alto modernismo a imprevisibilidade de um bug.
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Helena VM Título: Bárbara Técnica: aquarela e guache sobre papel Ano: 2019
Os retratos são resultados de um longo processo de construção gestual que conjuga cores e formas, percepções e sentimentos meus acerca do mundo e das relações humanas. A escolha pela aquarela e o guache deve-se à fluidez e facilidade com que produzem efeitos de sobreposição e manchas que, incorporadas, vão compondo e evidenciando a gestualidade da pintura. Com a utilização de elementos e combinações cromáticas no segundo plano, procuro evocar aspectos subjetivos e criar uma atmosfera psíquica que dialogue com a figura principal.
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Heloisa Brandão Título: “Para dentro do Vazio” díptico (1de 2) Técnica: mista Ano: 2019
Os gestos livres na tela transformam a energia interna em campos de cores; espírito em matéria. The free gestures on the canvas transform inner energy into color fields; spirit into material.
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Hogenério Título: Flowers in Marilyn Técnica: acrílica e óleo sobre tela Ano: 2018/2019
“Quando eu era criança, tinha medo de engolir caroço de melancia ou mamão, pois achava que iria nascer mudas de plantas frutíferas dentro de mim. Meu pai era fazendeiro e eu fiquei sabendo na época, que Marilyn Monroe tomava banhos de leite, para manter a pele saudável e cada vez mais branca. E eu achava que se tomasse banhos de leite iria manter minha pele mais branca e saudável como a dela. Por anos relutei em produzir a mesma imagem de Marilyn, que Andy Warhol fez diversas imagens em serigrafia. Mas...”
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Iago Gouvêa Título: Nimbostratus de secagem lenta Técnica: cimento, ferrugem e bodado sobre tecido Ano: 2018
É comum ver uma Nimbostratus de secagem lenta através de janelas com grades ornamentadas. Também já se sabe que o cheiro de portão velho e enferrujado sussurra que um Vira pixo passou por ali. Talvez, porque a expressão gráfica urbana não sai mais das luvas do serralheiro, ou, talvez, porque os pardais foram todos embora. De qualquer forma, assim como plantar quebra-pedra em todo meio fio, é preciso bordar o cimento e a ferrugem. Para que de nossa boca não chova fuligem e de nossos olhos não brote chapisco.
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Igor Reis Da série cidade velada Título: Devagar, trânsito de criancas Técnica: óleo e cartazes sobre tela Ano: 2019
A série nasce da observação e de reflexões acerca da vida nas cidades, abordam temas como as relações sociais e políticas, cidadania, consumo e seus conflitos. Os cartazes coletados nas ruas, são como veladuras na pintura, representam a paisagem urbana em constante movimento, ao passo que, as placas de trânsito atuam na cidade como a comunicação mais direta entre governantes e governados. Ambos operam na pintura como apropriações símbolicas de elementos comuns a cidade, estabelecendo, portanto, relações ambíguas entre texto e imagem. 28
Isaura Pena Título: Caminho de canoa Técnica: desenho, nanquim sobre papel Ano: 2019
De cima, mesmo à noite podíamos perceber todas as interligações do caminho, linhas de água escura, às vezes mais alargado, às vezes mais estreito, mas sempre raso. Igarapé em tupi-guarani significa caminho de canoa.
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Jade Liz Título: E, assim, germina Técnica: óleo sobre tela Ano: 2019
“E, assim, germina” captura, como retratos íntimos, o processo silencioso do germinar. A transformação do corpo, suas mudanças de formas e a revelação do que antes estava oculto. Assim como o broto que cresce e desponta de dentro de uma semente, a boca como solo fértil. Através desse conjunto de pinturas, somos transportarmos no tempo, além de ser um convite para a auto-observação. Em um mesmo instante, é possível testemunhar diferentes fases da germinação, que por vezes refletem nossos próprios ciclos.
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João Martins Título: Foto de perfil Técnica: encaustica / ceira de abelha com pigmentos em pó sobre madeira Ano: 2019
Vivemos uma era em que quase nos tornamos a imagem de um instante no tempo, uma foto de perfil, uma cena estática como a expressão indecifrável da Monalisa. Esta pintura 40 X 40 remete a este quadrado místico da internet, onde coloca-se o rosto sob olhares secretos. A essa face disforme, sem sexo e que se esconde calada, mistura-se às formas, cores, texturas discretas e despercebidas mas ilimitavelmente grandiosas. É a imagem da figura que o olho busca, incessante, por uma explicação.
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Linha. De tão solta embaraça. Dá nó. Amarra, segura costura borda. Vai para onde ela quer e por isso interage comigo. Meus pincéis andam com ciúmes. Pudera, eles estão com inveja das linhas. Enquanto isso eu brinco com elas. 32
Juçara Costa Título: Entra linhas Técnica: DB- desenhos bordados Ano: 2019
KK Bicalho Título: S/t Técnica: recorte sobre papel Ano: 2019
Minuciosos detalhes recortados com a tesoura. Contornos controlados. Precisão do gesto. A tesoura desliza e delimita a forma, retirando o excesso. Ludicidade ao brincar com a realidade de uma cena comum. Que realidade é essa com que se brinca, onde figura e espaço lançam dúvidas sobre o que se vê? Suposta realidade essa nossa. O que seria de nós sem a arte? Dono de perspectivas improváveis, o trabalho de KK Bicalho revela enganos sobre a realidade. Ponto de vista expandido, entregue às possibilidades do que se pretende ver. Negando a simplicidade da forma, a obra inicialmente esvazia o olhar do observador, até que este seja novamente preenchido por outra perspectiva de percepção. Personagem e espaço encontram força no diálogo entre o vazio e o cheio. Há mais presença ou ausência ali? A pequenez do personagem recortado provoca cuidado no descobrimento do trabalho, revelado com intensidade e sutileza, indo além da representação da imagem e flertando com o espaço e seus limites. Curiosa performance com a tesoura, conduta de investigação e domínio da técnica a serviço da interpretação das ideias. Silhueta recortada como seleto pensamento dentro do espaço. Imobilidade humana em grande dimensão. Grandeza do pequeno. 33
Leandro Gabriel Título S/T: Técnica: interferência sobre ferro Ano 2019:
Leandro Gabriel nasceu em Belo Horizonte em 1970. É formado em Educação Artística pela Escola Guignard e pósgraduado em Arte pelo Centro de Pesquisa de Minas Gerais. Os objetos do artista propõem um diálogo entre estes, o observador e suas histórias, ou seja, um diálogo entre os elementos de engrenagem do progresso urbano. Esta busca da memória urbana desperta a atenção e reflexão do observador propiciando a elaboração de novos valores e pensamento crítico a respeito do desenvolvimento da sociedade.
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Leo Brizola Título: Das lutas de classe I Técnica: óleo sobre tela Ano: 2019
Essas duas telas fazem parte da produção recente de pinturas onde reflito, entre outras coisas, sobre o tempo caótico e polarizado que vivemos... as lutas de classe que, embora sempre tenham existido, estão recrudescidas e provocando profundas rupturas.
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Lígia Taka Título: Só mais um pouco Técnica: acrílica sobre tela Ano: 2019
Expresso os sentimentos em relação aos acontecimentos do meu cotidiano; falo da minha reação com o abandono e com a revolta diante do que percebo na maldade humana.
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Lorena D’arc Título: Lácteo I Técnica: desenho – leite sobre papel e calor Ano: 2019
Por meio da fluidez do leite e do calor do ferro, exploro a materialidade e a temporalidade na feitura do desenho. Nesse processo, o lácteo apresenta seu caráter ambíguo de ser ao mesmo tempo matéria-prima e símbolo. Como seiva, fonte ou seios, as formas do fluido queimado trazem no gesto a marca do ancestral e atual.
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Marconi Marques Título: “Alegoria da cultura ou rolo compressor” Técnica: pintura sobre placa de fibra de madeira sobre máquina elétrica (obra interativa) Ano:2019
Nasceu em Jordânia, Vale do Jequitinhonha, vive e trabalha em Belo Horizonte-MG. Pós-Graduado em “Artes Plásticas e Contemporaneidade” pela UEMG - Escola Guignard (2010). Integrante do coletivo Kaza Vazia, idealizador do projeto IN~MANTA. Participou de exposições individuais no Palácio das Artes (2007) e na Galeria de Arte Copasa (2006). Integrou várias exposições coletivas e residências artísticas; SP/Arte e 1ª Arte/BH Feira de Arte Moderna e Contemporânea (2018), representado pela Galeria Manoel Macedo. ---Uma das caraterísticas marcantes em sua obra é o alinhavo de “pinturas”, ou resquícios desta, com outras linguagens e suportes.
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Maria Noviello Título: Geometria Técnica: aquarela Ano: 2018
Geometria Do grego Geo (terra) Métron (medir) Medida de terra abaixo de nossos pés e também, acima… Medida de forma, espaço. Vida medida. Com este trabalho faço uma homenagem a você, meu pai, dono de uma obra sem medida. E espero nesse caminho que nada, a não ser a morte, medida de vida, me restrinja. Deixo aqui essas palavras escritas com amor e saudade desmedida. Para Décio Noviello 39
Miguel Gontijo Título: Refração Técnica: acrílica e óleo s/ MDF Ano: 2019
“Não tenho nada a dizer. Só mostrar. Não roubei coisas valiosas e nem surrupiei de formulações. Usei resíduos e farrapos para assim fazer-lhes justiça da única maneira possível: utilizando-os.” Walter Benjamin, meu 12º alter ego.
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Paulo Torres TĂtulo: Fragmentos Urbanos TĂŠcnica: mista sobre tela Ano: 2019
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Renata Laguardia Título: S/t Técnica: óleo e acrílica sobre tela Ano: 2019
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O fogo como caos. A água purificação. Ele como antíntese da esperança. Sufoco. Ela correndo, infinita. O fogo como cor, perpassa. A água tecendo desvios. O fogo contamina. Enquanto ela, refletindo, vai indo, indo. Ele avança. E a água ondulante torna tudo dois. Ele como perigo. Ela como vingança. Arma. Audaciosa, também fere e mata. Fumaça.
Samuel Mendes Título: ‘peso: sobre nós’ Técnica: fotografia/díptico Ano: 2013 - 2019
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Samuel Oliveira Título: S/t Técnica: óleo sobre MDF Ano: 2019
A representação e negação do tempo, através de intervalos ou hiatos cromáticos são adequados, àquilo que permanece como “não dito” a mim e por mim.
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Sebastião Miguel Título: Orfeu Técnica: base de encaústica, óleo e verniz sobre tela. Ano: 2019
Orfeu faz parte de uma serie de pinturas que chamei “pinturas extemporâneas”. Com temas na mitologia grega retoma um processo pictórico que realizei nos anos 1980. A temática da mitologia para assuntos contemporâneos.
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Sérgio Vaz Título: Romance II Técnica: grafite sobre papel Ano: 2019
Nas conjugações entre figura e suas contaminações procuro aquelas que acontecem na invisualidade. A imagem, alegoria, nas suas representações mais superficiais, me encanta por seus não ditos.
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Tibério França Título: Dentes #3 Tecnica: fotografia Ano: 2019
“Dentes” faz parte de um ensaio maior intitulado ABJETOS, produzido entre 1990 e 1999 com equipamento analógico de Grande Formato, que busca identificar objetos capazes de provocar rejeição. A referência para abjeção vem de Georges Bataille, que identifica a sociedade como um sistema de violência e exclusão, sendo o abjeto um tipo de coesão social. No momento em que o sistema não pode assimilar esse tipo de dialética, ele o rejeita. Abjetos constitui uma pesquisa formal entre atração e repulsão, onde esta ultima tem predominância.
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Curadoria: Sérgio Vaz Identidade Visual: Clara Gontijo (Ideiário Design) Fotos: Daniel Moreira: páginas 20, 34 Miguel Aun - página 18 Mariana Hauck - página 9 Samuel Mendes - páginas 14, 19, 23, 35, 36, 43 Samuel Oliveira - páginas 32, 40, 44 Tibério França - páginas 17, 29, 47
Mama / Cadela Rua Pouso Alegre 2048, Santa Tereza, Belo Horizonte / MG www.mamacadela.com.br
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