ECOLOGIA DO FUTURO José Amâncio de Carvalho
ECOLOGIA DO FUTURO José Amâncio de Carvalho
Espaço Cultural Vallourec Junho de 2018
ECOLOGIA DO FUTURO A arte não nasce por acaso. Ela é gerada pela alma, expelida pelo peito, nascida pelas mãos e moldada pelos olhos. A arte comanda meus impulsos num rumo certo às minhas realizações. Em cada obra, as formas tomam conta dos espaços e contracenam com o espectador. Cria-se um diálogo e no entendimento, nasce a poética da maestria artística. Fazendo arte, tridimensionando formas, ocupando áreas, formatando imagens, criando e formalizando ideias, é fazer nascer a realidade do belo, do curioso, do discurso formal ou informal da implantação de uma nova criação. Corpo que ocupa espaço para o deleite dos olhos que vislumbram com a passarela das formas e leitura do mundo fantástico do fazer arte. Através desse conceito, estas novas formas que ora apresento, traz um apelo à preservação da fauna e flora remetendo ao futuro a imagem das obras presentes. Memorial fragmentado de reciclagens de materiais agressivos, em retaliações às depredações aos desmazelos humanos. O uso de pregos, grampos de cercas, arame farpado, chapas pontiagudas e chapas modeladas, adormecem nas construções em cada criação, levando esses registros para a eternidade nas páginas ecológicas do futuro. José Amâncio Artista
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Em uma visita à casa do Amâncio, com meu amigo Miguel Gontijo, tivemos uma conversa longa e descontraída sobre arte. Amâncio nos mostrou sua trajetória e vários trabalhos espalhados pelo jardim de sua casa. Conhecemos seu ateliê e sua história. Amâncio é natural de Passa Tempo, atualmente com mais de 70 anos e uma longa carreira artística. É formado pela Escola Guignard e foi professor da UFMG, onde aposentou-se. Atualmente o artista dedica-se à escultura e poesia. Durante a visita, Amâncio nos mostrou vários trabalhos de madeira, mas o seu forte é o ferro. Destaca-se em seu trabalho o Cristo Redentor, que orgulhosamente ele descreve como sua principal obra. Uma escultura que ultrapassa 40 m de altura. Esta obra está localizada em uma cidade do interior de Minas. Artista premiado e com várias exposições e obras pelo mundo. No amo passado, Amâncio participou da exposição na UFMG, “Dom Quixote – Portinari e Drummond – Releituras de Cervantes”, em comemoração aos 90 anos de fundação da Instituição. No seu novo trabalho o artista mostra-se preocupado com a ecologia, o futuro, a evolução da indústria e a situação ambiental. Nessa exposição, Amâncio utiliza vários materiais descartados de diversas fontes e cria sua visão da natureza. Retalhos de chapas, canos, arames, transformam-se em raízes e flores. Essa é sua forma de ver o mundo. Robson Soares Curador
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Curadoria: Robson Soares Fotos: Gustavo Djalma Textos: José Amâncio e Robson Soares Projeto gráfico: Ideiário Design - Clara Gontijo