Juรงara Costa artista plรกstica
Curricullum vitae Formação:
1966- DESENHO NA UNIVERSIDADE DE COMMACK- N.Y. - U.S.A 1977- FUMA- DECORAÇÃO 1987- FREQUENTOU POR UM MÊS O ATELIE DE ADO MALAGOLI EM PORTO ALEGRE 1990- ARTES PLÁSTICAS - ESCOLA GUINHARD 1990- VARIAS PARTICIPAÇÕES EM SEMINÁRIOS E FESTIVAIS DE INVERNOVÁRIOS CURSOS LIVRES, FESTIVAIS E FOI UMA CONSTANTE ARTISTA DE PAISAGEM AO AR LIVRE. 1990- CURSO DE ARTE FIGURATIVA COM LUISA CATANEA E CARLO ESPERANZA- ROMA, Itália
PARTICIPAÇÕES
1982-PARTICIPAÇÃO DO XII SALÃO NACIONAL DE ARTE-MUSEU E ARTE DE B.H. 1985- PARTICIPAÇÃO NO SALÃO DE ARTE DE 1985 - FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO 1985- CLASSIFICADA PELA COMISSÃO DE SELEÇÃO NO SEGUNDO SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE GOVERNADOR VALADARES- FUNESC- MG 1985- PREMIO SALÃO DO CARNAVAL DE MONTES CLAROS COM PEITOS DE CONFETES 1985- PREMIO SALÃO DA MARINHA EM BRASILIA 1985- SELECIONADA NO II PREMIO PIRELLI - MASP SAO PAULO 1985- PREMIO SALÃO DA CULTURA - MONTES CLAROS 1985- PARTICIPAÇÃO NO SALÃO DE ARTE DE 1985- DA FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO 1988- SALÃO SERGIPIANO DE ARTES PLASTICAS 1989- SALÃO DE ARTE USIMINAS 1989- SALÃO DE ARTE DE PERNAMBUCO 1989- SALÃO DE ARTE NELLO NUNO 1990- MENÇÃO HONROSA NO SALÃO DE ARTE MÍSTICA DE GOVERNADOR VALADARES 1983- PREMIO MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE MINAS GERAIS 1980- CRIAÇÃO E EXECUÇÃO DO FIGURINO DA PEÇA ASSEMBLÉIA DE MULHERES 1979- ILUSTRAÇÃO NA REVISTA OPÇÃO 1978- EXECUÇÃO DO CENÁRIO DA PEÇA LITERATO O RATO QUE ERA LIDER DE ANDRE CARVALHO 1983- LECIONOU ARTES PARA CRIANÇAS 1985- ILUSTRAÇÃO DA CAPA DO LIVRO CINZAS DE ROGÉRIO SALGADO 1985- ILUSTRAÇÃO DO CARTAZ DO CINQUENTENÁRIO DO AERO CLUB DE MINAS GERAIS
Exposições:
1976- LANÇADA POR PALHANO JUNIOR NO SALÃO JOVEM DO MINAS TENIS CLUB - BH, MG 1977- INDIVIDUAL NA GALERIA EURICO DE CASTRO - BH, MG 1982- INDIVIDUAL- GALERIA KUARUP ESPAÇO DE ARTE - BH, MG 1982- EXPOSIÇÃO PRIVADA COM JESSICA ROYE - HOUSTON, TEXAS- U.S.A 1982- ILUSTRAÇÃO NO PROGRAMA E CARTAZ EM LA GRAND NOTICIA - TEATRO HISPANO HOUSTON, U.S.A 1984- EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL GALERIA MANDALA - BH, MG 1990- INDIVIDUAL NA CASA DOS CONTOS - BH, MG 1990- PARTICIPAÇÃO NA MOSTRA DI ARTISTI BRASILIANI - CITTA DI ROMA - GALERIA LA BITTA E CASINA EPORTINA, Roma, Itália 2009- ESPAÇO CULTURAL V & M DO BRASIL- BH, MG 2010- CENTRO CULTURALE TURISMO REGIONAL DR PIO SARES CANEDO- MURIAÉ, MG 2012- INDIVIDUAL NO MUSEU INIMA DE PAULA - BH, MG 2012- INDIVIDUAL CLUBE TRANSATLÂNTICO - SÃO PAULO, SP 2015- LANÇAMENTO E APRESENTAÇÃO DO PROJETO DESENHOS BORDADOS COM EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL NO VIADUTO DAS ARTES - BH, MG
trajetória Com mais de 40 anos de carreira, Juçara Costa participou de
diversas exposições individuais, coletivas e salões em várias partes do Brasil e do exterior. Ao longo de sua trajetória Juçara Costa coordenou diversos grupos de iniciantes em pintura. Fundou na década de 80 o Juçara Costa Expressões Artísticas, na Av. Raja Gabáglia, primeiro espaço multidisciplinar de BH que, durante 6 anos, movimentou a vida artística da cidade com exposições, cursos, palestras, eventos e lançamentos de artistas. A arte de Juçara reflete seguramente o registro da integração de sua obra com um trabalho espiritual profundo e sólido, que marcou suas fases artísticas como nas catedrais, nas mandalas, nos labirintos, nos bambus, e nas marcantes figuras do xamanismo. A energia que move seu trabalho está integrada numa egrégora de grupos que, nos últimos anos, têm se formado com meditações, oficinas terapêuticas, e workshops de desenvolvimento pessoal. Atualmente Juçara é proprietária do Juçara Costa Espaço de Arte e Vida - JCEAV, que ainda carrega a essência multidiciplinar com atividades ligadas a arte e espiritualidade. Em 2012 a artista iniciou um trabalho com tecidos, estampando suas pinturas em roupas, acessários e peças de decoração. Os produtos são comercializados em um showroom no JCEAV. “ O percurso da arte na minha vida é de buscar a essência através da técnica. Os desenhos que faço sempre me ensinam coisas da vida. Eu só entendi as sombras quando percebi que os objetos sem elas voavam. Isso me ajudou muito a entender as sombras do nosso ego, que mostram as infinitas formas de prazeres ou desprazeres que criamos com o nosso pensamento. Comecei assim a entender a arte além da estética, a arte além do homem, a Arte junto com a Vida.”
Juçara Costa Espaço de Arte e Vida Rua Pouso Alto, 199, Serra - BH / MG / BR (31) 9297-1467 | 3586-3422 | 9297-1463 jucarapessoal@gmail.com www.jucaracosta.com - www.jceav.blogspot.com
A minha base não é de terra, É de A minha base não é de pedras É de Minha mãe apontou a vida com um dedal Minha base é de tias, avós e mãe
linhas botões
bordadeiras! É passado bordado
É um carretel de tempo que mora na minha memória na minha base construí a vida esparramada em fios e nós. sinto dó,sinto pena, quando assisto sem nada poder fazer O feminino guardado ...
Juçara Costa
“A história dos desenhos bordados começou há mais de 15 anos, com esse vestido feito com saco de açúcar. Assim como nada fica pronto na vida, comecei a bordar e a usá-lo inacabado, deixando sempre um fio solto marcando onde parei. Depois vieram os mantos, que faço para deixar para os meus filhos como forma de um abraço concreto. Quando eles passam por alguma situação de vida que pede minhas orações, rezo bordando.”
Juçara Costa
Série Desenhos bordados Exposição Viaduto das Artes
- 2015
Série Desenhos bordados
“Tenho o privilegio de acompanhar de “camarote” o trabalho desta grande artista. Desde quando eu estava em sua barriga, nas suas pinturas ao ar livre, até os dias atuais, Juçara me surpreende com um trabalho autêntico, de composição apurada, que nos remete imediatamente à sua espiritualidade. Nos anos 90 eu era adolescente e ficava intrigado com o processo criativo que levava a produção de suas catedrais. Quando todos garantiam que o quadro estava pronto, ela realizava interferências com uma “borracha d’água”. Lavava a tela retirando grande parte da tinta ainda fresca. Desconstruía para voltar ao seu ofício, criando novas formas e cores... novas possibilidades. Esta é a artista Juçara Costa, destemida e criativa, que agora nos apresenta os “desenhos bordados”. Mais uma vez, fui beneficiado com o meu “camarote” e acho que fui a primeira pessoa a ver esse novo trabalho. É o meu predileto, pois considero uma síntese de Juçara Costa, um trabalho de enorme sensibilidade, que nos surpreende não só pela sua beleza estética, como também pelo seu contexto e poesia única.”
Gustavo Costa
“Tenho uma amiga que vive me surpreendendo com suas realizações. Em pleno século 21, ela é capaz de pintar, bordar, dançar, representar, interpretar muitos papéis no palco ou na vida. Outro dia ela me deixou perplexa, quando disse que há três anos está bordando um manto para cada um de seus filhos. Décio e Gustavo vão receber um dia os mantos sagrados da mãe, que borda sem parar, principalmente aos domingos quando dedica mais tempo ao ofício de colorir o linhão. O bordado mágico da minha amiga não tem nada de convencional, é espontâneo, pois onde a linha cai no pano, ela vai bordando sem um desenho prévio. Pura intuição, apesar do dom ardente. Ela acha que vai demorar muitos anos para cobrir todo o tecido com linhas de todas as cores e desenhos. Enquanto borda o manto, a minha amiga mentaliza coisas boas para os filhos. É como um mantra, uma oração que vai chegar ao coração dos filhos onde eles estiverem. Ela pretende deixar para eles uma lembrança de alegria. Nada de nostalgia, de desespero. Ela não quer que os filhos chorem a sua ausência, mas festejem a sua presença quando tocarem o manto, como se fosse um abraço. Depois que ela se for, todas as vezes que os filhos sentirem saudade que possam se abrigar no manto e espantar a ausência para pensar na presença dela. Muitas vezes, enquanto borda a minha amiga vê surgirem formas que lembram coisas boas e ela aproveita para mandar toda essa força para a vida dos filhos. Fiquei horas vendo a minha amiga bordar os mantos, de onde surgiam raios de luz e mandalas. Às vezes os traços apontavam longos caminhos, ela então pedia para que seus filhos tenham persistência para percorrer toda a trajetória de vida, para que lutem pelo que desejam. A minha amiga não tem pressa de terminar os mantos. Ela vai bordando, com graça e leveza, mas lentamente. E pode estar bordando até o último dia de sua vida. O ponto final – ainda bem – está longe de ser dado. Pois ela tem um desejo – que a cultura da morte mude. E nada melhor do que deixar, ponto a ponto, a energia da presença dela. Eu, que nem sei bordar nem fazer tricô ou crochê nem pintar fiquei encantada com os pontos coloridos que minha amiga vai construindo no pano. Tive vontade de propor a todas as mulheres, mães ou não, que deixassem registradas nos panos as cicatrizes de suas próprias histórias, que exorcizassem os fantasmas desse mundo no cruzar das linhas coloridas. Que todas as mulheres pudessem com a ponta da agulha transformar mágoas, frustrações, medo, decepções e desencontros em pontos de libertação!”
Déa Januzzi
Série Desenhos bordados
Por um fio
Todo o sim do mundo está nas mãos da mulher. Sem ela não germina, não rebenta, não brota. Nem a morte há. A vida seca antes sem o sim da mulher. Sua boca, seu colo, seu ventre é o principio o meio e fim. Mas tudo é recomeço, é retorno. E novamente lá está ela, como se o tempo não existisse. Como se nem o antes houvera, para que o traço do fio da vida se refaça em outro, outro, outro e outro mais ... Surpreendendo os olhos humanos, com novas cores, novas formas, novos sentidos e pensares. Novos quereres. Espia comigo: uma mulher esta de cócoras, bordando um manto, e assim reza repetidamente - o que que cose? Carne quebrada, osso rendido, nervo torcido. Carne quebrada, osso rendido, nervo torcido... Pensa ela que em cada nó desse mantra, está a cura. A cura de tudo que o contrário despeja no mundo. E no seu pequeno gesto de enredar sua história no visgo do ponto, ela renasce e faz nascer em nós um sentimento de esperança, carinho e dor, que tem como codinome amor. E se suas palavras se transmutam em versos de linha e se o seu pensar é uma flecha rumo ao sonho, ela está completa no seu oficio. Reter a história da vida em um pergaminho de tecido, onde existe um fio livre, solto a espera do sim de uma outra mulher. Kalluh Araujo
Hors- Ligne
Um dia, ela viu uma linha fazendo bainha. Bainha todo mundo pode fazer, pensou. Com esta mesma linha, Juçara resolveu fazer o mundo. E no mundo da linha da Juçara não falta água límpida, nem ar puro. Juçara e seu mundo da linha esbanja beleza, inspira, transcende. Em seu percurso fora da linha, Juçara faz a vida virar poesia. Juçara é Hors-ligne. Jair Raso
SĂŠrie Desenhos bordados
Ju
Quando se fala em tecelagem, fios e bordados, a imagem que nos vem é a de Ariadne. E Ju é metade isso: uma mulher solar durante o dia e a noite aboleta-se sobre a cama, solitária e introspectiva, abrigada sobre seus mantos de tramas e alinhavos. Nesse momento a lua “tece” os destinos; a aranha sua teia, enquanto as fiandeiras Moiras atam destinos criando novas formas de vida. Ju remenda seus mundos imaginários ao seu mundo real. Na união desses mundos nascem a trama, as urdiduras, nas suas guerras interiores travadas madrugada à dentro. Ela não cria, pois tal como uma aranha, tira de si sua própria teia. Seus bordados não são desmanchados tal qual as da mulher mitológica. Seu ritmo vital e a sua alternância são marcas de sua passagem por esse mundo. As amarras de suas linhas são, ao mesmo tempo, um ‘fio de prumo” e um “fio da navalha”. Enquanto você vai aí tecendo, noite à dentro, visto a capa de Sherazade para lhe contar algumas histórias. Escuta essas: Disseram-me, certa vez, que no norte da África tecer significa o mesmo que lavrar, pois ambas as atividades estão associadas à obra criadora. Contaram-me também, que a palavra tantra (essa você vai gostar!) deriva-se igualmente da noção de fio e de urdidura, o que gera a interdependência das coisas, das causas e dos efeitos. (entendi muito bem não! mas você, creio, entenderá.)
E, por fim, contaramme que fio é símbolo da busca espiritual que liga o princípio de todas as coisas. (a sua cara, não? ) Quer outra? Aí vai: a noção de labirinto e roca são as mesmas a nos provocar a necessidade de transcender os contrários, de abolir a polaridade que caracteriza a condição humana, a fim de alcançar a realidade última. Pois é, minha amiga, como você me conhece sabe que essas informações estão comigo de graça, sem uso, e eu nem sei porque as gravei. (Acho que cabeça também é lixeira!) Mas, veja!: agora achei serventia. Elas estavam esperando essa sua exposição, onde cada alinhavo do seu trabalho é o reflexo do que você pensa e é. Talvez tenha aprendido isso com você e chegou a hora da devolução. A lei do eterno retorno. Mais um alinhavo, mais uma amarra, mais um nó. Como queira! Como na nossa tradição exige que acrescente uma moral para fazer esse texto pedagogicamente aproveitável, cabe a você enquanto tece, penetrar nesse seu labirinto mágico e ajustá-lo como queira. Caso você se perca aí dentro e se martirize, lembre-se da esvoaçante Ariadne. Retire o fio da agulha, marque sua volta, confiante de que o labirinto é apenas a trama que o destino nos armou. (por enquanto, nessas suas mil e uma noites mal dormidas, só me resta dizer: _ bons sonhos!) Miguel Gontijo
Série Escadas
Exposição Museu Inimá de Paula
- 2012
SĂŠrie Escadas
SĂŠrie Escadas
SĂŠrie Escadas
SĂŠrie Escadas
SĂŠrie fragmentos
Pinturas diversas