Miguelianas

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Gabinete de Arte da Câmara dos Deputados

Miguelianas t u d o

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Julho de 2012

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TEXTO institucional



Miguelianas

Tudo que é Sólido Desmancha no Ar As Miguelianas nasceram de uma tentativa de produzir uma série de pinturas que refletissem a iconografia de meu país e, essencialmente, a cultura do meu estado, Minas Gerais. Enfim, fazer um trabalho verde\amarelo. Ou melhor: vermelho e branco. Ser mineiro é gostar de citar Guimarães Rosas dizendo: “Minas é muitas”. Pessoalmente acho Minas muito igual, com características bem peculiares e unitárias. Seja pela sua paisagem, seja pelo caráter dos seus homens. O que Minas tem de ‘muitos’ são seus mistérios. E são nesses mistérios que pretendi me embrenhar. Porém confesso: eu, que tenho todas as características de um “bom mineiro” fiquei totalmente perdido em minha mineirice. O grande mistério que descobri é que bem na porta da minha alma Drumond já havia pregado a tabuleta: “Minas não há mais.” O miguel das tradições aliadas a um forte apelo da religiosidade; do mastro do Divino e das bandeirinhas; dos compadres e comadres; das carrancas e cerâmicas; do leite e do café, já transmutou em megabytes, em tablets, smartphones, rede sociais, em WWW e @. Cheguei ao topo da pirâmide e digo: “Uai!...21 séculos eu contemplo”. Vê só procê vê, sô: tô aqui, hi-tech, de butina gomeira e paieiro na boca . Isso posto, quem vem a me consolar é Macunaima. Um herói sem caráter que é transformado em um lindo príncipe e vai se metamorfozeando ao longo de sua história em índio negro que vira branco, inseto, peixe e até mesmo um pato, dependendo das circunstâncias. Ele vem a me ensinar que: “não vim ao mundo para ser pedra”. Nessa série de pintura me faço pedra e pelos olhos dos profetas de Congonhas, profetizo meu universo que, gradativamente, se dissolve no ar. Miguel Gontijo, maio de 2012.



























Tudo o que represento nos meus trabalhos é profanação. Não há nada que se torne público sem ter sido profanado. Quando termino meu quadro desligo a luz dou as costas e ele fala por mim. Sei que ele me trai. Porém nada posso fazer a não ser constatar que a ignorância deixa-me confortável com tudo que é explicável. E também saber que tudo que sei eu não quero explicar. Nos seus olhos iluminados vejo os estragos do fogo chamuscando minhas obras de inspirado. É nos seus olhos que reside o paraíso de minhas cinzas. Por isso, ainda lhe digo: _ eu faço!







A esfinge da estética Diante de um quadro de Miguel Gontijo a primeira reação do espectador se realiza por um intenso mergulho na sensibilidade. O universo criado pelo artista desafia, subverte, propõe percursos inéditos em sua linguagem exclusiva, associados às propostas temáticas que o olhar de cada um absorve e tenta digerir. A experiência mostra que não existe espaço para a atitude passiva nesse cenário. A paisagem da obra é instigadora, intencionalmente dialética, sem limites no debate do conhecimento. Depois da visita, dificilmente Você sairá desta exposição sem dialogar com o conteúdo vivo e intrigante de cada obra, mesmo porque ela não se reduzirá à permanência estática dos limites de uma parede. José Alberto da Fonseca


É de Kafka a frase: “não tenho nenhuma das qualidades necessárias para vencer na vida.” Eu também não! Vivi nas árvores com Tarzan, uma boa parte de minha vida, como meu herói, Edgar Rice Burroughs. Quando desci das folhagens, pedi uma máquina de escrever, um acordeom e tintas. Sempre pulei alto e mergulhei bem fundo para criar um mundo que fosse só meu. Em outras palavras: eu me apaixonava por tudo que fazia. Não me aquecia com um assunto, fervia. Ardia quando se tratava de uma lista de coisas mágicas e grandes que eu não poderia viver sem elas. Por isso tive que criar um universo só para mim. Sempre tive que inventar coisas para me tornar feliz. Cedo aprendi que esse meu mundo não sobreviveria sem os raios e trovões advindos do outro espaço, que é o mundo externo. Então passei a criar armas secretas. Inventei o “Elixir da Invisibilidade” para trafegar fora do meu mundo. Criei, também, o “Teletransporte” para fugir das chatas obrigações, visitando lugares exóticos; a “Garrafa do Gênio” para lançar dizeres bombas de autores

Um depoimento, ou: O Meu Pé de Laranja Mecânica

famosos e, assim, os incautos me igualariam a esses artistas. Roubei a “Capa do Zorro” dando à minha personalidade um ar de mistério; a “Cartola do Mandrake”, fornecendo ao meu mundo um ar sedutor; o “Anel do Fantasma” para carimbar minha passagem pelo mundo externo. Mas também fiz a bobagem

Aprendemos a ser gente quando, ao nascer, somos lançados às pessoas e imersos num mundo em que não se consegue compreender, fadado à desesperança e à alienação. Ao viver, tecemos nossos próprios fios, criando amores, amizades, ódios e antagonismos. O significado de minha vida depende de minhas atitudes. Eu e minhas circunstâncias. Vivo num amontoado de instantes e creio ser hercúleo querer procurar algum significado neles. É certo que alguns instantes se dão ares de serem significativos. Algumas vezes tenho a impressão de que há algo atrás de toda a minha significância. De que significo algo além de mim e o que me acontece significa algo além de si. Tentar procurar um significado é tentar fugir do nonsense que é a vida. A minha dignidade reside justamente no aceitar esses absurdos e no viver assim mesmo a despeito disso. Acredito que a vida não passa de matéria prima sobre a qual imprimo significados.

de espalhar kriptonitas em torno desse meu mundo, evitando, assim, a entrada dos alienígenas que é você, leitor. E foi dessa forma que eu não poderia deixar de ser outra coisa a não ser esse pretenso artista. Este é o depoimento de um menino que cresceu numa pequena cidade do Centro-Oeste de Minas Gerais – Santo Antônio do Monte – e que costumava a sair para olhar as estrelas e cismar sobre elas. É também a visão paternalista de um velho, sobre esse menino, que vive em Belo Horizonte, e não olha mais as estrelas. Devo começar dizendo que fui muitos em minha vida ensaiada e, agora, ao escrever, vários rostos de crianças vem ao meu encontro. Sei que somente pela narração dos outros é que conhecemos a nossa unidade. No fio de minha história contada pelos outros, acabei, ano após ano, parecido comigo mesmo.


Esse é também um depoimento no qual, nem o menino, nem

Juventude”. Tarzan, Luluzinha e Shazan puxavam fileiras e fileiras

esse senhor, que agora escreve, sentem-se confortáveis com a

de coleções de quadrinhos que eu guardava como preciosidade.

designação que o desenrolar da vida lhe impingiu: ser artista.

No princípio de minha vida não tive um diretor cinematográfico

Por mais que ‘nós’ tenhamos sempre feito coisas relacionadas às

preferido. Ia aos cinemas duas vezes por semana como se fosse um

artes, ser artista nunca foi nossa meta. Não me sinto e nem sei

ritual e vivia cada história intensamente. A estrutura de minha

se o que faço é Arte. O que faço é necessidade, é sobrevivência,

vida foi alicerçada nesse triângulo: literatura, quadrinho, cinema.

é comida, é água. Para quem colocou seus desejos no campo do insólito, nada melhor que colocar o corpo numa profissão

Dois momentos pontuam fortemente minha infância e apontam

confortável e respeitosa: Médico! O menino idealizou (sob as

para o eu que viria a ser: o primeiro foi uma conspiração

bênçãos do pai) e hoje, eu o culpo por ter sido uma criança tão

conjunta dos meus amiguinhos para levantar a saia da Nossa

negligente com o lado prático da vida. O fato é que nunca gostei

Senhora e ver o sexo dela. A imagem ficava em um altar muito

de que ninguém me ensinasse nada, portanto, odiei escolas e

alto e só descia de lá na Semana Santa. Um dia a encontramos

sua forma de ensinar através de respostas. Gosto de aprender é

na sacristia a espera de quem a carregasse para o adro da igreja.

através de perguntas. Nunca tive um professor inesquecível. Até

Fomos chegando silenciosos e cúmplices. O pezinho da imagem

hoje, não entendo como aprendia. Graduei-me indo à escola,

ressaltava sob o vestido enlutado e os olhos esbugalhados e

munido do meu “Teletransporte” e, enquanto o professor falava,

brilhantes pareciam dizer: - Não tente! Foi o Euler que começou

eu percorria todo o mundo em aventuras fascinantes. Porém,

a suspender o vestido. Arrastou um tamborete e destemido

passei grande parte da vida nos bancos e corredores escolares

saciou o desejo. Quando deparamos com o engradado que forma

e adorava um caderno novo! Munido de remorsos e sempre

o corpo da santa, houve uma debandada de risos e gritos igreja

jurando em me tornar um aluno comum, preenchia a primeira

à fora. Eu não. Foi ai que minha curiosidade acirrou. O que era

página com a acuidade de um sábio estudante. Mas só a primeira

aquilo? Como aquele emaranhado de réguas parafusos e pregos

página. O resto das folhas eram desenhos de mapas, heróis de

formavam um corpo tão perfeito? Como faziam aquilo? Minha

quadrinhos, desabafos poéticos, rabiscos, rasuras e grafismos.

cabeça passou a criar teorias e um forte desejo de ver a santa completamente despida para entender esse processo de criação.

Aprendi a ler muito cedo. Ao entrar no grupo escolar era

Um ano após eu vi o Senhor dos Passos sem sua vestimenta.

esperado como uma aberração. A notícia que aprendera a

Um deslumbramento! Um engradado a sustentar cabeça, pés e

ler sozinho já havia percorrido a cidade. Mas essa lenda se

mãos. Nesse momento descobri que o interessante da vida é o

destruiu rapidamente. Estragava a didática da professora, ao

que está por dentro dela. Por debaixo.

desenrolar os “emocionantes cartazes” de alfabetização, que eu

“Todo símbolo tem sua carne, todo sonho uma realidade.” *

lia rapidamente e logo perdia o interesse por aquela chatice

E, agora, Baudelaire sopra ao meu ouvido, embasando minha

do bê + a. Em um mês eu já havia feito todos os exercícios da

eterna curiosidade: “ quanto mais a matéria é, em aparência,

‘Cartilha da Lili’ e, em um ano, não havia aprendido nada além

positiva e sólida, mais sutil e laborioso é o trabalho da

do que já sabia. Foi, então, que minha mãe me mandou para um

imaginação.” E rapidamente meu menino, diante do santo de

professor de música e fui, assim, alfabetizado pela pauta musical.

roca, aprendeu que todas as imagens se desenvolvem entre dois polos e vivem dialeticamente seduções do universo e certezas

Na escala crescente de minhas preferências a leitura vem em

da intimidade.

primeiro lugar, seguida dos quadrinhos e do cinema. Muito cedo conhecia todos os livros de Monteiro Lobato e já havia devorado

O segundo episódio ocorreu em minha pré-adolescência,

Machado de Assis; abri parceria com Karl Mae para enfrentar

quando um funcionário de meu pai me entregou uma pequena

as infinitas aventuras com Winnetou; conheci o Brasil com

revistinha. Da pobre e rota capa eu gravei o nome: Zéfiro. Carlos

Jorge Amado e viajava constantemente dentro do “Tesouro da

Zéfiro. O pai do “catecismo” da pornografia. Ao abri-la foi como

*(O.Milos, L’amoureuse initiation)


se Pandora tivesse soltado todos os demônios sobre mim. Não

que vinham, de ‘um outro mundo’, como se fossem bilhetes de

consegui olhá-la. Devolvi rapidamente e saí como se fosse

sedução para ser aceito junto ao meu grupo.

um criminoso. Porém, como um bom ‘psicopata’ que sou até hoje, rapidamente decidi que deveria voltar ao local do crime e

Esses dois fatos extraídos de minha vida podem parecer, para

apossar-me do cadáver. Pedir ao Osvaldo (esse era o nome do

uma mente descuidada, travessuras de criança. Porém são fatos

funcionário) era como me revelar criminoso. Fingindo interesse

em que as metáforas adquiriram o sangue da vida. Einstein dizia

de ficar ao lado de meu pai, fiquei a observá-lo até que ele saiu

que não se pode construir uma casa sem utilizar andaimes e,

e roubei a revista. Sozinho era mais fácil me enfrentar. E ‘todo’

no entanto, eles não fazem parte da estrutura da casa. Essas

o universo da sexualidade se desvendou. Na manhã seguinte

situações moldaram meu olhar. Ensinaram-me a ver para o

era um novo menino. Coloquei a revistinha na pasta escolar

interior das coisas e detectar nas imagens e na minha história

e fui devolvê-la ao dono. Não era mais o garoto que fugiu

as suas falhas, as suas fendas e as fissuras pelas quais se pode

assustado. Eu entreguei a revista em suas mãos e disse

violar segredo das coisas. É essa vontade de ver no interior de

apenas: muito obrigado.

todas as coisas que me conferiu a ‘patente’ de artista. Estou sempre pronto para viajar à espessura da vida. Sempre pronto

Nasceu em mim o desejo de criar outra e outras dessas

a meter uma pá na terra e, de repente e pela primeira vez,

revistinhas. Passei a desenhá-las. O desenho, assim como a

deslumbrar-me com o conteúdo trazido por ela: milhões de

leitura, sempre foi um processo natural e fácil em minha vida.

fragmentos, raízes, vermes e bichinhos, até então enterrados.

Desenhá-las não seria o problema se não fosse o meu irmão. Ele

Sei que essa pá se renovará cada vez que entrar novamente na

era um sensor severo. Por um breve período, nesse momento,

terra e meu trabalho nunca terá fim, e que me revelará que uma

passei a ler fotonovelas (“Grande Hotel”, “Capricho”) e me

verdade profunda pode ser também uma mentira profunda. É

detinha nas partes que julgava eróticas e ali se baseavam meu

assim que tento me traduzir em meus quadros. Sei que tenho

‘zéfiros’, dentro do erotismo permitido pelas revistas e portando,

uma linguagem tortuosa, porém, creio, deixo claro a minha

pelo meu irmão. Porém, eu queria mais. (Até hoje eu prefiro o

visão libertária da vida.

pornográfico ao erótico.) Para ser preciso, fiz três revistinhas. Assinei-as, claro, como Carlos Zéfiro, e como não tinha coragem

Abrindo a janela do meu quarto, uma montanha barra o meu

de mostrá-las, simplesmente coloquei-as, escondido, nas pastas

olhar. É o ponto mais alto da minha pequena cidade. Imaginava

de três colegas. E fiquei ávido pela repercussão que elas teriam.

que, do lado de lá, começava o mar e que se uma onda ousasse

Apenas de um deles eu tive retorno, o mesmo que levantou a

no seu ímpeto, ela se entornaria do lado de cá. Lá, do outro lado,

saia da santa: Euler. E coube a ele ser o grande difusor da minha

não habitava apenas o mar. Quando eu escalasse essa montanha,

obra que acabou suscitando uma crise masturbatória em minha

veria, além dele, a cúpula de São Pedro, a Sistina, Quéops, a

geração. Das outras duas não tive notícia, até que, tempos

porta de Ishtar, a Vitória de Samotrácia, o Vesúvio e sua fumaça,

depois, encontrei uma delas dentro do livro de Gramática

os pombos da Praça de São Marcos, as sete cabeças das esposas

do meu irmão. Ela tinha adquirido vida própria e percorreu

de Henrique VIII, Napoleão Bonaparte, o Taj Mahal, os fornos de

caminhos que eu não previa.

Hitler, Carlos Magno e Cleópatra com a cobra. Enfim... do lado de lá estava todo o meu livro de História, completamente liberto

Desenhava compulsivamente. Copiava heróis de quadrinhos e

do tempo e do espaço. Tudo bem à minha mão, caso subisse a

aperfeiçoava cada vez mais o meu traço e quanto mais fazia

montanha. Hoje sei que meu trabalho não passa disso: coisas e

mais fácil a coisa se tornava. Isso era um lazer. Nada de arte.

tempos numa eterna promiscuidade.

Eu não jogava futebol, nem me embrenhava em matas com colegas. Tornava-me, cada vez mais, um alienígena. A única

Meu pai tinha uma indústria de laticínios e toda manhã, bem cedo,

forma de adentrar no universo deles era com meus desenhos,

um caminhão saia recolhendo o leite das fazendas da região.


Com o propósito de ‘conhecer o mundo’ pedi a meu pai

com desprezo. O único eixo que ainda a quer viva é o Mercado,

para fazer essa viagem. Com seu consentimento, acordei de

que é burro e despretensioso com o momento em que se vive.

madrugada, já com o chofer esperando-me à porta. Embora

A pintura nasceu amaldiçoada. A música, o teatro, a poesia

desconhecendo a rota, meu destino era que subíssemos a

sempre tiveram seus deuses. A pintura não teve o patrocínio

montanha. Não posso precisar se subimos ou não aquele monte.

do Panteon e dos heróis da Antiguidade. O pintor é antes de

Mas não posso esquecer da expectativa dos meus olhos ao ver

tudo um homem que trabalha com as mãos, o que significa que

desdobrar cada vez mais os montes, um atrás do outro, e a

ele não pode contemplar ideias de qualquer teoria, amaldiçoa

frustração de não ver o mar e nem Jerusalém. (Hoje percebo

Platão. Ser pintor é carregar a sina de inferioridade social.

que a paisagem natural nunca me foi sedutora, por mais que me

Posso até entender Platão e sua turma quando vejo essas ideias

impressione. O que sempre gosto é o efeito da mão do homem

como fonte de indagação da formação do nosso pensamento.

sobre ela, os nossos registros de passagem pela terra. A estrada

Mas não posso entender essa máxima, agora, em meu tempo,

é mais interessante que o vale verdejante que a margeia.) È,

ecoar até mesmo dentro das universidades. Subliminarmente a

numa dessas estradas, com esse mesmo chofer de menino, que

Arte Conceitual se apoia nisso. Para que fazer? a ideia basta!

descanso agora, já senhor, para escrever esse depoimento. Sei

Até mesmo “pintores” socialmente expressivos, em palestras,

que o chofer está ansioso para que eu me apresse, pois o leite

dizem: “mandei uma pintor habilidoso fazer, retalhei sua tela

tem que ser refrigerado rápido para que não azede e meu pai

e a remontei dessa e daquela forma”. E as grandes oficinas de

não nos repreenda.

pintura como a de Jeff Koons e Murakami onde o pintor é apenas o empresário? E eu, pequeno burguês, que já disse anteriormente não me sentir confortável com a alcunha de artista? Isso não passa de um ranço do pensamento Clássico e um reflexo de nossa época conturbada. Que a pintura está decadente e sem apontar nem definir rumos, é fato. Mas isso não a elimina. O que está decadente somos nós, pintores. A pintura é apenas um suporte de expressão. Ela em si não defende nada. O artista, sim. Após as Vanguardas as universidades se encheram de dogmas, esquecendo que nas Artes Plásticas “talvez” é uma forma de evolução, “certezas”, nunca.

II

Feito meu desabafo, caminhemos. A beleza plástica não me seduz. O que procuro é o algo que

De repente vejo-me desaguado na década de 60, preparando-

desperte meu pensamento e a tradução do insigne para com

me para ser pintor. Inegável que esse é um período de cores

as Artes Plásticas. A imagem do sublime é de fácil aceitação

fortes e ideais nobres e minha juventude se aqueceu nessas

quando se trata de uni-la à beleza e à poética do pieguismo.

efervescências. Porém não podia prever que essas cores já

Elegi fazer trabalhos através da estética do grotesco. Sempre

estavam desbotando e, se pretendia ser um pintor, teria que

soube que pagaria um alto preço por isso. As pessoas procuram

enfrentar moinhos de ventos, já já, na próxima esquina.

(e querem) a placidez das imagens e das cores. O público aceita a “Mulher que Chora”, de Picasso; “Saturno Devorando o Filho” de

Ser pintor numa época em que a pintura está aviltada, decadente

Rubens; “O Sabá das Bruxas”, de Goya e “A Cabeça de Medusa”,

e “fora de moda”, é difícil tarefa. Intelectuais, universidades,

de Caravaggio, entre outros, é pelos seus autores, não pela

bienais, galerias e até mesmo as Artes Plásticas referem-se a ela

obra. Foram necessários 500 anos para que Bosch saísse dos


porões dos museus. Foi necessário uma estrela pop – Madona

forma de expressão, se insere numa perspectiva que contempla

– tornar-se colecionadora pública de Frida Kalo para que ela

aspectos subjetivos da ambiguidade, do excesso e da repetição.

passasse a ser cultuada. Mesmo reconhecendo essa dificuldade

A forma labiríntica que componho a narrativa e a profusão de

que meu trabalho enfrenta, não vou abrir mão da estética

paródias acentuam essa característica, deixando tudo parecer

que escolhi. Normalmente as pessoas querem obras que não

um devaneio. Hoje, vários teóricos defendem a ideia de que o

exijam nada delas. A placidez do olhar é tudo. Sendo o humor

barroco não só define um período da história da cultura, mas

um componente intrínseco do grotesco, o meu trabalho apoia-

também como uma atitude generalizada e uma qualidade

se, também, dentro dessa vertente. Costumo dizer, com muito

formal dos objetos que o exprime. Ser barroco é uma categoria

orgulho, que não enfeito a casa de ninguém, porém defino a

do espírito, oposto ao clássico.

cara do dono de quem sustenta meu quadro em sua parede. Pintar é uma ação integral que inclui a ideia, a linguagem, a Nada em meus trabalhos aparecem via inconsciente. Tudo é

palavra, o símbolo, a história, o humor e a capacidade de reflexão

pensado e elaborado segundo meu modelo estético, seguindo

crítica da realidade. Estou sempre com uma caixa de diálogo

uma pré-intenção de desejos e significações. O resultado é

aberta, seja lá com os grandes mestres da arte, ou com um

surrealizante, porém eu não o vejo Surrealista, embora, muitas

panfleto roto encontrado pelas ruas, em busca de citações que

vezes, alguns conceitos se cruzem, como a abolição de uma ordem

elaboram significados e dão espessuraa às imagens que quero

temporal e espacial. Não existe o sonho como fonte criadora e

criar. O desenho acadêmico está presente como um fiel reflexo

eu abomino o onírico. Também não há super-realidades e nem

das minhas investigações, sempre a propor um olhar abrangente

sequências alucinatórias. Não existe na tela a paisagem para

do universo em que vivo. Esse desenho é uma atitude do meu

que os personagens se sustentem, porém cria-se sempre na

espírito inquieto que desliza entre o urbano e o rural, entre a

mente do espectador, uma linha imaginária subjetiva que divide

civilização e a barbárie, entre o imaginário e a realidade. Não faço

o quadro em dois planos: superior e inferior. Frequentemente

uma pintura narrativa. Apenas ofereço os dados ao espectador.

uso as diferenças para gerar significados. Identifico-me mais

Sempre espero que meus quadros construam um mundo

com a irreverência do Dadaísmo e encontro sempre em meus

autossuficiente, por isso dispensam explicações posteriores.

quadros um misto de ironia, cinismo e niilismo anárquico. Meu processo criativo é através da depuração das imagens que Às vezes deixo a sensação de que fiz uma colagem em minhas

habitam meu olhar. Para isso, levo em conta, simultaneamente,

pinturas. Esse jogo de gato e rato, real e imaginário, herdei

a representação e o meio pelo qual essa representação se dá.

do dadaísmo, utilizando essas dualidades com um propósito

Quero crer que minha estética está alicerçada em dois diretores

anárquico; ou do cubismo, dando a obra, deliberadamente, um

de cinema, que muito gosto. Quando aposso de uma imagem

duplo sentido. Porém, raramente, fiz alguma colagem nos meus

quero dar a ela as feições e ao seu espaço, o enquadramento

quadros. Tenho que resaltar que, sob certo sentido, todo o meu

felliniano. As sobreposições, inquietudes e acúmulos, identifico-

quadro não passa de uma colagem, onde a tesoura são os meus

me com o cinema de Greenaway.

olhos que recortam elementos que me interessam no contexto em que vivo e os ‘colam’ na tela, através dos meus pincéis

Não tenho uma receita culinária de como faço um quadro. Simplesmente faço. A tela em branco me fascina. Ao olhá-la nasce

Meu trabalho é, constantemente, identificado como barroco.

em mim o desejo de profanação, de violação e incitamento.

Embora essa identificação é comumente de caráter pejorativo,

Creio que o branco e o formato do espaço são as molas

como se eu não fizesse mais parte do contexto contemporâneo,

propulsoras iniciais da trama que vem a se desenrolar. A seguir,

estou, sim, inserido nessa escola. Seja pela herança cultural, seja

não sei precisar como, procuro numa caixa cheia de fotos (que

pela forma que elegi para me expressar. O barroco, na minha

coleciono aleatoriamente), uma imagem que meu instinto já


elegeu previamente e minha razão desconhece. Às vezes ela

de amores pela pintura. Gosto é da “ideia de pintura”. Gosto

é reproduzida literalmente na pintura, outras vezes torna-se

é de imagens. Morro, sim, é se não puder exercer o direito

apenas uma parca citação. Não adianta elejer uma imagem

de fazê-la. Executando-as, todos os meus instintos estão

previamente, ela não acontece. Creio que ela precisa adormecer

libertos e as emoções se renovam; porém, executadas, a regra

um tempo nessa caixa, para que meu cérebro a mastigue e

corrigiu todas as emoções.

rumine, até chegar a hora de seu acontecimento. No momento

Quando faço exerço o dom da coragem; quando fiz tenho a

em que a primeira imagem se define na tela abre-se um

sensação da covardia.

verdadeiro debate entre mim e o quadro. Entre o vela\revela,

Quando pinto posso falar de tudo e não ter medo da complexidade;

arrepende\retoma, evidencia\ofusca a pintura acontece.

quando pintei não existe como fugir da complicação gerada.

Acredito que, por mais perfeito que um quadro se torne, deve

Quando fiz, sinto-me fadado a retrospectiva infinita de tudo

sempre conter uma brecha para o inacabado, a imperfeição, o

que me procedeu.

vazio, para que propicie um eterno renascer no cerne do que há

Atrás de cada quadro há um miguel que desapareceu. É como se

de indecifrável em seu signo. Não gosto de teorizar uma ideia,

em cada quadro eu tivesse engolido o meu espelho, me tornado

para executar um quadro, antes de colocar a “mão na massa”.

transparente para mim e incapaz de criar novas ilusões. O que

Se teorizo, distorço os fatos para adaptá-lo a conceitos pré

me salva dessa tragédia é a compulsão que me impele a pintura.

estabelecidos, retirando da obra sua energia vital. Parece que a

É rir de mim mesmo.

teoria é o mal de grande parte da produção da arte de hoje, que

A pintura é um simulacro que me torna uma máquina a lutar

gosta de produzir obras mornas.

comigo. Não há nada, na vida e na arte, além da simulação. Sou artista porque tenho fé e fé é o que dá existência aquilo que

Não sou um pintor por excelência. Coloro meus desenhos. O

não existe. E a despeito de tudo, posso neuroticamente afirmar:

emprego das tintas e luzes ocorrem conforme a conveniência

sou feliz.

do momento, livre dos conceitos acadêmicos. Não tenho uma preocupação com os valores estruturais das teorias artísticas.

Encerrando esse depoimento, retomo a imagem do caminhão

Por meio de distorção da forma, acúmulos, alterações, hibridismo

de meu pai parado a minha porta, onde o chofer está ansioso

de linguagem, minha pintura se faz através de costuras e

a me esperar, apressando-me para que o leite não azede. A ele

comentários sobre a vida e sobre a própria historia da arte.

entrego um bilhete a meus pais, justificando esses longo tempo que nos separa:

Durante muitos anos fiz aquarelas. Abruptamente deixei de fazer, pois a técnica não me oferecia mais oportunidades. Cheguei ao

Lembra, pai, do meu encanto olhando a minha caixa nova de lápis John Faber?

meu limite. Aprendi sozinho, examinando os trabalhos alheios,

Agora, reabrindo-a, os lápis ainda estão lá, repousando lado a lado,

com acuidade e zelo, tentando chegar perto daquilo que via.

corpos coloridos que são atores a me interpretar.

Passei a pintar da mesma forma. A pureza, a limpeza, as certezas

Na ponta dos meus lápis a eterna cópula com o papel.

e a concepção prévia do que iria ocorrer na aquarela passou a

Nos meus traços de cores o meu código genético acarinha meu sonho.

me tolher. Queria o sujo, o removível, a liberdade de gestos e

Afinal, pai, até hoje o senhor não me respondeu:

ações. A pintura acrílica\óleo ofereceu-me essa oportunidade.

quem foi mesmo John Faber? Um cowboy galã, ou uma cor que nunca vi?

Não posso dizer que tenho um artista preferido. Sei que iria traí-lo. Jurei amor eterno a vários. O único que eventualmente vou descansar em sua companhia é Durer. Talvez Freud e Édipo expliquem, porque eram dele as ilustrações do missal de minha mãe. É perigoso o que vou afirmar, mas é honesto dizer que não morro

(31\03\12)




Ficha Técnica dos quadros Todos os dípticos apresentados nesta série possuem as dimensões 200 x 110 cm. São pinturas acrílicas e óleos sobre telas Título: Isaías Coleção: Sr. Ricardo Pentagna Guimarães (MG) Referências: Aleijadinho.

Título: Naum Coleção: Sr. Ricardo Pentagna Guimarães (MG) Referências: Aleijadinho; creme dental Kolynos

Título: Ezequiel Medidas: 1,00 X 1,10 m (cada) Coleção: do artista Referências: Grande Otelo (Macunaima); Gato Felix; Goya; cigarro Hollywood; Lexotan.

Título: Jonas Coleção: Mr. Marconi Barbosa (NY) Referências: Aleijadinho; bombom Sonho de Valsa; Picasso, Okusai; carta de tarôt; Zéfiro; Tarcila do Amaral (Abapuru); Disney (Zé Carioca); propaganda dec. 1950 caminhão Red; Emulsão Scott; Saunders, Teodore de Bry.

Título: Joel Coleção: Mr. Marconi Barbosa (NY) Referências: Aleijadinho; Picasso Lichtenstein, Irving Penn; Le Mond; Mc Donald.

Título: Amós Coleção: Mr. Marconi Barbosa (NY) Referências: Aleijadinho, Warhol (Campbell’s); Irving Penn.


Título: Baruc Coleção: Sr. José Alberto da Fonseca (MG) Referências: Aleijadinho; Péricles (Amigo da Onça); Picasso; sal de frutas Eno; lâmpada GE; Duchamp; Jeca Tatu (Um de Belmont e o outro de autor desconhecido do Almanaque Biotônico Fontoura).

Título: Daniel Coleção: Sr. Ruy Massid Hamidah (DF) Referências: Aleijadinho (profeta e assinatura do artista); Interwiw; Coca Cola; pó Royal.

Título: Abdias Coleção: Sr. Segismundo Marques Gontijo (MG) Referências: Aleijadinho; Batman; Superhomen; cédula Cruzeiro.

Título: Jeremias Coleção: Sr e Sra. José Salomão e Sônia Amorim (DF) Referências: Aleijadinho; Eckhout, chicletes Adans;

Título: Oséias Coleção: Mr. Marconi Barbosa (NY) Referências: Aleijadinho; Papsi, Ziraldo (turma do Perere); Picasso; Damien Hists; Batman; Superhomem; Doritos; Jonny Weissmuller, Maurren O’sullivan, Jonny Sheffield, Cheetah (Tarzan, Jane, Boy e Chita)

Título: Habaruc Coleção: Sr. José Salvador Silva (MG) Referências: Aleijadinho; Picasso (Guernica), Disney (Mickey); Mauricio de Souza (Mônica); Niemeyer (igrejinha da Pampulha); Toddy; Melhoral; Route US 66.


Trajetória Miguel Ângelo Gontijo, nasceu em Santo Antônio do Monte, MG, em 1949. Formado em História e Filosofia e Pós Graduado em Arte e Contemporaneidade. PARTICIPAÇÃO EM SALÕES OFICIAIS: 1985

• XVII Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1984

• XVI Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

• I Salão da Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

1982

• XXXIX Salão do Paraná – Curitiba, PR

1980

• XII Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1978

• II Salão Nello Nuno da Universidade de Viçosa – Viçosa / Juiz de Fora, MG

1975

• III Salão Global de Inverno – Palácio das Artes - Belo Horizonte, MG

• VII Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1973

• V Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1971

• Mostra de Arte – Olimpíadas do Exército – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

• III Salão do Artista Plástico Mineiro – Palácio das Artes – Belo Hte. – MG

PRÊMIOS – SALÕES DE ARTE OFICIAIS 1988

• II Bienal de Arte Mística – (primeiro prêmio) – Governador Valadares, MG

1981

• XII Salão Nacional de Artes Plásticas – Goiania – GO

• III Salão de Artes Plásticas de Salvador - BA

1980

• Salão do Futebol – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

• II Salão do Espírito Santo – Vitória – ES

1979

• II Salão Nacional de Artes – FUNARTE – Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, RJ

• Salão de Arte da Cidade de São Paulo – Paço das Artes - SP

1978

• XXXIV Salão Paranaense – Auditório Bento G.da R. Neto – Curitiba, PR

• I Salão de Arte do Conselho Estadual de Cultura – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

• III Salão de Arte e Cultura – Recife _ PE

• Salão da Cidade do Recife – PEa

1977

• III Salão Nacional de Artes Plásticas – Goiânia, GO

• IX Salão Nacional de Arte – (conjunto de desenhos) - Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

• IX Salão Nacional de Arte – (desenhos tema para o audio-visual “O que o Uso Fez do Costume”- Museu de Artes – Belo Hte., MG

• III Salão do Artista Jovem – São Paulo - SP

1976

• XIII Salão Nacional de Arte – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1971

• Salão de Arte de Divinópolis – Menção Honrosa – Divinópolis, MG


EXPOSIÇÕES COLETIVAS 2011

* “Atropelamentos” – Centro Cultural UFMG

2009

* 1000 Mona Lisa – Exposição itinerante

2008

* Contemporary Brazilian Art – United Nations Headquarters – New York – Est. Unidos

* “História do Brasil” – Museu Murilo Mendes – Juiz de Fora

* “Artistas Brasileiros” – Salão Negro do Senado Federal – Brasília – DF

2007

* Instituto Cultural Cida Brizola - B. Horizonte

2006

* “Modernidade, Tradição e Emoção” - 47ª. Reunião Anual das Assembléias de Governadores – BID – Belo Horizonte, MG

* “The Brasilian Artists Exhibition” – The National Arts Club – New York – EEUU

* “4 X 4” - Galeria Contemplo - Belo Horizonte – MG

* “Acervo Fundação Newton Paiva” - Montes Claros; S.J. del Rei; Tiradentes - MG

2005

* “ Pintura Mineira” – Galeria Agnus Dei

2004

* “Visões da Liberdade” – PIC – Belo Horizonte, Ouro Preto, Brasília

* “Uma Viagem de 450 anos/SP” Gal. Paulo Campos Guimarães – Belo Horizonte, MG

2003

* Hexagnus – Seis Artistas mineiros” – Museu da Inconfidência - Ouro Preto - Palácio das Artes - Belo Horizonte

* “Festas Populares” – Galeria Telemar

* “Portugal 2003” – Mosteiro São Francisco – Chaves – Portugal

* “Veja a Música” – Espaço Cultural Banco Desenvolvimento - BDMG – Belo Horizonte - MG

2002

* “Expressões” – Galeria Telemar _ B H, MG * Exposição do Ano _ Galeria Telemar

2000/01 * “Brasil do Novo Milênio: A Arte de Minas” - Proj. UF/JF - vários locais * “Poética da Morte na Cultura Brasileira” – MASC – Florianópolis, SC 2001

* Aquarelas – Galeria Agnus Dei – Belo Horizonte, MG

2000

* Galeria Agnus Dei – Belo Horizonte, MG

1996

* “Improviso Para Guignard” – (Projeto UFGM/J.Fora) J. Fora, Viçosa, Rio de Janeiro

1992

* “Utopia Contemporânea” – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

* “Cecília Meirelles: Uma visão mineira” – (Projeto UFMG/J.Fora) Várias localidades do Brasil

1988

* “O Sonho de Freud” (Comemoração 100 anos de morte) – Centro Cultural da UFMG/BH

* “O Surrealismo no Brasil” – Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP

1987

* “Geração e Arte” – ( Incentivo Cultural FIAT) – Belo Horizonte, MG

* Acervo Museu de Arte de Belo Horizonte (Comemoração BH/90 anos)

1983

* “Desenhistas Mineiros” – Curitiba, PR

* Galeria Otto Cirne (M. Gontijo, C. Maduro, Afonso) – Belo Horizonte, MG

1982

* “Picasso Reinterpretado” – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

1981

* Acervo “Amigas da Cultura” – Belo Horizonte, MG

1980

* “Três Desenhistas Mineiros” - Ouro Preto, MG

* “Artistas da Terra”- Pref. Municipal de Sto. Antônio do Monte, MG

* “Cinco Desenhistas Fantásticos Mineiros - ICBEU – Belo Horizonte, MG

* “O Desenho Mineiro” – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG


* “Aquarela do Brasil” – Palácio das Artes – Belo Horizonte, MG

* I Encontro de Artes de Patos de Minas – Patos de Minas, MG

* Museu de Rua (Coord. do Museu de Arte de Belo Horizonte) – várias cidades, MG

1979

* “Desenhistas Mineiros” – Curitiba, PR

* Galeria Otto Cirne (M. Gontijo, C. Maduro, Afonso) – Belo Horizonte, MG

1977

* Centenário da Cidade de Sto. Antônio do Monte – Sto. A. do Monte, MG

1971

* Desenhistas Mineiros – Veia Poética – Belo Horizonte, MG

1970

* Alunos da Escola Guignard – Belo Horizonte. MG

EXPOSIÇÕES INFIVIDUAIS: 2010

• “Pintura Contaminada” – Galeria Alberto da Veiga Guignard – Palácio das Artes - B. Hte.

2009

• “Enquanto Sô Lobo não Vem” – Espaço Cultural Dr. Pio Canêdo – Muriaé, MG.

2008

• “Círculo Vicioso” – Centro Cultural Mannesmann Vallourec – Belo Horizonte – MG

• “I Modi” – Pequena Galeria do Teatro da Cidade – Belo Horizonte - MG

2007

• “Manual de Instrução” – Museu da Casa dos Contos – Ouro Preto, MG

• “Enquanto você me Olha” – Espaço Beatriz Maranhão - B. Horizonte, MG

2006

• “Armarinho São Miguel” (Objetos) _ Centro Cult. Caixa – Gal. dos Arcos – Salvador, BA

2005

• “Armarinho São Miguel – Galeria da CEMIG – Belo Horizonte, MG

2004

• “A Pedra da Melancolia” – Museu Mineiro (B.Hte.), Museu Casa Alphonsus de Guimarães (Mariana);

Museu do Credito Real (Juiz de Fora); Museu Casa Guignard (Ouro Preto); Museu Casa Guimarães Rosa (Cordisburgo).

2000

• “Profanas Escrituras” – Galeria Agnus Dei - Belo Horizonte MG

• “Patética: Aforismos de Fim de Século” – Espaço Cultural da Prodenge – Belo Horizonte

1981

• “Coincidências Maneiras” – Galeria Kuarup – Belo Horizonte, MG

1980

• Desenhos – Fundação Cultural do Distrito Federal – Brasília, DF

• “Verdes Caminhos” – Galeria de Arte da Telemig – Belo Horizonte, MG

1979

• “Clinica Geral” (O Ex-voto) – ICBEU – Belo Horizonte, MG

1978

• “Ciclo do Ouro” e “Ciclo das Batinas” – Museu de Arte – Belo Horizonte, MG

1977

• “O Que o Uso Fez ao Costume” – ICBEU – Belo Horizonte, MG

DESTAQUES: • “Prêmio Mário Pedrosa 2010” – (Artista de linguagem contemporânea) ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte - SP • “Melhor Exposição do Ano” – Balanço 2000 - jornal Hoje em Dia (08/01/01) – Coluna Morgan Motta • “Retrospectiva da Década de 70” – Jornal Estado de Minas (13/01/80) Coluna Celma Alvim • “II Mostra de Desenho Brasileiro” – art. convidado - Sala de Esp/Teatro Guaíba – Curitiba - PR - 1980 • “II Salão do Futebol” – artista convidado – Palácio das Artes – Belo Hte. MG - 1980 • “Desenho do Ano” – Balanço 77 do Jornal Estado de Minas (01/01/78) Coluna Celma Alvim • “Destaque do Ano das Artes Plásticas Mineira” – Balanço 1977 do jornal Estado de Minas (31/12/77) Coluna Maristela Tristão • Capa catálogo Telefônico (Telemar) -Região Centro Oeste de Minas Gerais – versão 2002


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: •GONTIJO, Miguel, e MELO, Norma Rachel. “Pintura Contaminada”. Belo Horizonte, Vallourec & Mannesmann do Brasil, 2009 348p. •Brazil For Beginners – Documentário – Belgica – 2009. • “Um Século de História das Artes Plásticas em Belo Hte.” – Ed: c/Arte – BH – 1977 • ARANTES, Maria do Carmo. Revista “Telas e Artes”. N.º: 19 / 2000. • “Arte Brasil”. Editora R - 2000 •Anuário da Arte Brasileira – Editora R – 2001 e 2002. • PERKTOLD, Carlos. Revista Academia Mineira de Letras, vol:XXXII. 2004 “Talento e Beleza na Obra de Miguel Gontijo”, p.129. • GONTIJO, Miguel. “Do Sudário ao Ossuário”. Escola Guignard. p. 104. 2004. • GONTIJO, Miguel. “Profanas Escrituras. Index Rerun et Vervorum”. Expressoarte, Belo Horizonte, 2004. 88p.,ilust. • BARBOSA, Lúcia Mata Machado. “Ideologia e Mito na Literatura Fantástica”, Ed PUC, 2004. • Reverso. Revista Internacional de Psicanálise, Tema: “Perversão”. p.84. 2005 • “Miguel Gontijo” – Vídeo - TV Universitária – UNI BH – (30’ - 2003) • site: www.miguelgontijo.com

OBRAS EM ACERVOS PÚBLICOS:

Chester Dale Foundaction – Washington, EUA

Art Institute of Chicago – EUA

Museu de Arte de Belo Horizonte

Fundação Nacional de Arte, FUNARTE, RJ

Grande Auditório Bento Gonçalves R. Neto, Curitiba, PR

Caixa Econômica Federal, Goiânia e Rio de Janeiro

CEMIG - Centrais Elétricas de Minas Gerais, MG

TELEMIG – Telecomunicações de Minas Gerais, MG

DAE – Departamento de Água e Energia de MG

Amigas Da Cultura – Belo Horizonte, MG

Prefeitura Municipal de Divinópolis, MG

ICBEU - Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, Belo Horizonte, MG

A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, RJ

Fundação Newton Paiva, BH

Museu da Casa dos Contos – Ouro Preto - MG


Essa exposição foi idealizada graças ao apoio do Dr. Ruy Massid Hamidah. Curadoria da exposição: José Alberto Fonseca Projeto Gráfico: Clara Gontijo Fotografia das obras: Júlio Hübner Fotografia do atelier: Miguel Gontijo Texto: Miguel Gontijo e José Albeto da Fonseca www.miguelgontijo.com • miguelgontijo@hotmail.com




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