07 09 editorial
Breves Músicas
22 28 3 educar hoje 1
educar hoje 2
A idade da teimosia
Formar na honestidade
44 48 Colunista
QUALIDADE DE VIDA
A família como berço da ética
Transtorno Bipolar na adolescência
educar
O dilema do o trilema do
10 16 intimidade
entrevista
Conhecimento: a ferramenta que faltava
2 36 40 hoje 3
século xx e século xxi
Sociedade
E aí, meu amigo, vai uma balinha hoje?
comportamento Comunicação, fonte de alegria
51 52 entretenimento
viagem e cultura Orlando além da diversão
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D
“
e médico e de louco, todo mundo tem um pouco”... Talvez os médicos não concordem com isso. Depois de estudar por vários anos, fazer residência, deparar-se com inúmeras complicações por consequência de “tratamentos” sem orientação, o médico é o primeiro a desaconselhar a automedicação. Ele sabe o que diz porque se preparou para isto. E nós continuamos a “achar” que podemos nos automedicar. Caso semelhante ocorre com relação à educação dos filhos. Parece que basta ser pai, somar um pouquinho de bom senso e está tudo resolvido. Numa sociedade na qual os valores estão constantemente em cheque, onde os adolescentes e jovens têm frases prontas para desconcertar os pais, apenas servir-se do bom senso pode ser arriscado. Nesta edição, o leitor terá condições de saber um pouco mais sobre a Orientação Familiar no formato de educação continuada. O Instituto Ser Família, na vanguarda dos tempos, tem profissionais altamente preparados para oferecer aos pais esta capacitação através dos seus cursos Ser Pais Kids e Teens. Quem é que sabe educar a sexualidade dos filhos? E a educação dos sentimentos? Como podemos educar em algo que não fomos educados? Temos que nos conscientizar de que, infelizmente, somos uma geração de “analfabetos sexuais e sentimentais”. Assim como dizia uma propaganda “não basta ser pai, tem que participar”, podemos lançar um novo jargão: “Não basta ser pai, tem que se formar”. Equipe Ser Família.
A Revista Ser Família é uma publicação bimestral que oferece respostas criativas, alternativas inteligentes e soluções eficazes para viver bem. Presidente Ludmila G. Antunes de Souza Diretor Executivo Autimio A. de Souza Neto Conselho Editorial Dora Porto Carmen Silvia Porto Conselho Consultivo José Carlos Reis de Magalhães Projeto gráfico e Direção de Arte Claudio Tito Braghini Junior claudiojuninho@hotmail.com
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ar d u j a e d po a c i s ú m s A o r u t a m de e r p mbém po a s t e ê s o b r u t ma os be bebês pre s la boca. o d r o d de ntação pe
el me as duzir o nív de transição da ali e r e aseiam su d b o , p á a d o a ic s o s n s a ú e Am batiment ta , n o C r o proc r o a e r m le lb a e A r c a f a v o a r b se sity b ês ajudá-los dos que o da Univer u s t e s r e o que os be e d r v a o o is d n u e e q d s d e u o p Os o gra evisã x igênio e em uma r o s e e õ d s l na e lu c ív con ção, o n lmassem a a c ir a p s e e s r s a e ele ir. cardíaco, m u até a q u ciam sent o e r d a u j p ex ames, u a s a a o r r c a i u s t p a ú e m m u ,a pre ang dos casos ol her o s c e ia r r o a i r a a p m Na u l ha p e t a r a ag s es) e e d a r so. York Tim ho o r w e lo o N d e o (Th ent p ro c e d i m
Psicolo
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ilha, desliga esse celular! Não é possível que vocês ainda tenham assunto! Acabaram de se encontrar!” Você, leitora, pode estar se recordando desta frase vinda da boca de seus pais, quando ainda namorava aquele que é atualmente o seu marido. No tempo de namoro, parece que o assunto flui, que temos tanta coisa em comum! Os sentimentos de um são tão importantes para o outro! Mas... Depois de casados... O que acontece? O que ocorreu com aquele rapagão tão bom de conversa, que encantava sua namorada com seus múltiplos assuntos e agora, depois de alguns anos, parece que se transformou numa “ostra”! Onde foram parar aqueles temas de conversa que pareciam intermináveis para ambos? Na consultoria familiar notamos, com certa frequência, que as esposas têm uma queixa em comum: meu marido é mudo! Nunca tem nada para conversar comigo a não ser cobranças e reclamações. Mas, misteriosamente, esse mesmo “marido ostra”, quando encontra com seus amigos, vira um conversador, é divertido, alegre, cheio de assunto. Será que os casais se dão conta de que esta é uma das necessidades emocionais que as mulheres sentem muita falta e,
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em geral, não são plenamente compreendidas pela ala masculina? É bastante raro que um esposo se queixe ao consultor ou orientador familiar que sua esposa já não fala mais com ele. Esta queixa vem sempre das mulheres. Imagine o diálogo: - “João, nós precisamos conversar mais. Você anda sempre calado, o que acontece?” -Nada! -Como nada?
na consultoria familiar notamos, com certa frequência, que as esposas têm uma queixa em comum: meu marido é mudo! -OK, Maria, então me diga: Sobre o que é que você quer conversar?” Essa pergunta, para a maioria das esposas quer dizer o seguinte: “ Se você não sabe nem o quê conversar comigo, eu posso pensar que nós não temos mais nada em comum!” E por quê? Porque por um bom período de tempo, como dissemos, João escutava atentamente o que dizia Maria,
e mesmo quando estavam em grupos grandes, sempre encontravam um cantinho para conversar a sós . Parecia que os interesses dos dois se completavam e isso foi fazendo com que se tornassem excelentes amigos. Passado mais um tempinho, perceberam que era mais do que amizade aquilo que nutriam um pelo outro e sua união foi se tornando irresistível. Torno a dizer que parece inconcebível que este casal que tinha uma complementaridade tão incrível, depois de alguns anos de casados, possam se estranhar. Pesquisas com vários casais demonstraram que o que os distingue é o motivo da conversa. Homens acham que devem conversar quando têm algo para dizer, já as mulheres gostam de “conversar por conversar”. Reparem, por exemplo, nas conversas telefônicas de ambos. As mulheres, em geral (há exceções), são capazes de ficar horas ao telefone com as amigas, mãe ou irmãs, falando sem parar
Mas então, por que na época da conquista os homens conseguiam conversar com suas namoradas? Por que eram capazes de manter a conversação por tempo indeterminado? Porque tinham uma intenção bem clara: queriam causar boa impressão e conversar fazia parte do “kit”. Queriam aprender como ser atraentes para sua amada. Se ela gostava que ele lhe telefonasse durante o dia, ele o fazia de bom grado! Não precisava ser muito esperto para perceber que ela não gostava que ficasse falando sobre si mesmo a noite toda. Isto indica que a conversa que, de verdade, agrada às mulheres e da qual elas realmente necessitam é conversar sobre o seu dia, as pessoas que ela encontrou naquele dia, as coisas que fez, mas, acima de tudo, o que mais lhe interessa é o que ela sentiu e pensou de tudo aquilo. Ou seja, a mulher necessita de atenção verbal.
Desse modo, se o marido realmente deseja seriamente suprir as necessidades emocionais de sua esposa e ganhar cada vez mais intimidade, precisará, o quanto antes, aprender a dar à sua esposa 15 horas de atenção indivisa semanal e muitos homens podem pensar que, para isso, precisariam ter um dia de 36 horas! Mas veremos que não é bem assim. Se examinarmos o que acontecia no período de
homens acham que devem conversar quando têm algo para dizer, já as mulheres gostam de “conversar por conversar” namoro, verificaremos que os dois sempre procuravam encontrar atividades em que pudessem estar juntos. Todos conhecemos mulheres que acompanhavam seus namorados nos mais variados esportes, de rodeio a boliche, de futebol a golfe, e estavam felizes, pois qualquer atividade era motivo para estarem juntos! Portanto, depois de casados, não existe motivo para que tudo separe o casal ao invés de unir. Evidentemente será
necessária uma aprendizagem para que possam crescer unidos e homogeneamente.
Interesses de João
Interesses de João
Interesses de Maria
Interesses de mútuos
sobre “quase nada” (na opinião dos homens). Mas sentem prazer em falar e ouvir seus próprios sentimentos. Já os homens, até podem ficar horas falando, mas necessariamente precisam ter uma intenção bem clara: um negócio, uma venda, uma pesquisa, onde vão jogar futebol, sobre a corrida de Fórmula 1, sobre esportes... Mas, raramente falam sobre o que estão sentindo, ou sobre eles mesmos.
Interesses de Maria
Figura 1
A figura 1 mostra como é possível unir interesses, sem abrir mão completamente dos seus interesses pessoais. Não resta dúvida de que é necessário um esforço inicial, principalmente para vencer o natural egoísmo de querer sempre que prevaleçam os nossos interesses. Com certeza o relacionamento vale muito mais do que qualquer atividade que possamos desenvolver. Mas você pode estar perguntando: qual é a vantagem de termos interesses mútuos? A resposta é muito simples. Quanto mais atividades fizermos juntos, mais assuntos nós teremos, e nossa comunicação vai melhorar demais. Isto evidentemente não quer dizer que marido e mulher devam fazer absolutamente tudo juntos. De maneira alguma. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Mas cultivar alguns interesses mútuos é mais do que saudável, é fundamental. 13
Veja a seguir alguns inimigos daquela conversa fluida entre esposos e, na sequência, enumeraremos os amigos da boa conversa: Inimigos da boa conversa
Amigos da boa conversa
Inimigo n°1: restringir o tempo de conversa para falar sobre assuntos de dinheiro. Sobretudo sobre os gastos de sua mulher.
Amigo n° 1: desenvolver o interesse nos temas favoritos do outro.
Inimigo n°2: usar o tempo da conversa para manifestar sua raiva ou desagrado. Inimigo n° 3: usar a conversa para forçar o outro a concordar com suas ideias ou sentimentos. Inimigo n°4: insistir sobre erros passados ou presentes.
Amigo n° 2: aprender a balancear a conversa. Não monopolizar nem fazer muitas interrupções. Amigo n° 3: usar a conversa para informar, investigar e entender sua esposa. Ou seja, criar um clima emocional favorável. Amigo n° 4: dar um ao outro “atenção indivisa”. Não vale falar com a esposa, enquanto vê o noticiário na televisão.
Dicas para esposas e maridos: 1. Lembrem-se de quando eram namorados. Transmitam seus sentimentos um ao outro. 2. A mulher tem uma necessidade muito grande de conversar sobre suas coisas, seus interesses. Não custa nada dar-lhe um pouco de atenção a cada dia. 3. Maridos, se seu trabalho os afasta constantemente de casa (longos períodos) pensem seriamente se não é o caso de fazer alguma mudança. Caso seja impossível, tenham em mente que a cada retorno será necessário restaurar o grau de intimidade. 4. Maridos, lembrem-se que quando suas esposas se apaixonaram por vocês, o nível de afeto e conversa era muitíssimo maior. Pensem nisso e invistam para mantê-las apaixonadas. 5. As considerações financeiras, que são necessárias, não devem ser o único tema de conversa e nem a interferência número 1 entre vocês. 6. Nunca use o tempo de conversa para criticar, punir, ridicularizar, ser sarcástico, irônico. Respeite os sentimentos e maneiras de ser de sua esposa, especialmente se vocês se veem tão diferentes. 14
quanto mais atividades fizermos juntos, mais assuntos nós teremos, e nossa comunicação vai melhorar demais 7. Desenvolva interesse pelos interesses do outro (esposas, o time de futebol, o jornal, o noticiário da TV têm sobre os homens a capacidade de torná-los “surdos” para todo o resto!). 8. Aprenda a balancear suas conversas. Evite interromper ou tirar conclusões precipitadas. Na maioria das vezes o outro só precisa e quer ser ouvido. É como se estivesse ouvindo a si próprio. 9. Use a conversa para informar, investigar e entenderse mutuamente. Informar sobre seus interesse, as coisas que está fazendo no trabalho, investigar sobre os sentimentos dela, sem necessariamente querer que ela mude. Por exemplo, se você vê que sua esposa está meio triste, de nada adianta falar: “acho que você precisa consultar um médico”. Ela só precisa de atenção e carinho. Cura na hora! 10. E finalmente aprendam a entender-se mutuamente. Saiba que aquilo que o faz muito feliz pode não ter a menor repercussão para sua esposa e vice-versa. Você pode estar eufórico porque conseguiu entradas para o futebol de 4a feira, mas não necessariamente sua esposa vai vibrar com essa notícia! Um conselho final para os dois: Conversem mais (atentos aos conselhos) e sejam felizes! Adaptação de texto do livro His needs, her needs. Dr.W.Hilary. Dora Porto Máster em Matrimonio e Familia – Instituto de Ciencias para la Familia – Universidade de Navarra Espanha
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Máster em Matrimonio e Familia – Instituto de Ciencias para la Familia – Universidade de Navarra Espanha
Dora Porto
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Conhecimento: a ferramenta que faltava
vo i t e j b o o l ua s q o , r s i a r b nt a o c o a e d a, i l is l í a a n P m i f a r a F e S “ e Mas, ituto Ser ão ” ç s a d t i n t K s e i s n i s r I a e O o P õ d a ç r ca m Se i l e “ t b s s i u o curs , se já ex ras, as p cação t ” u s s d e n l e a e a e p T lo e s r e a b , p r o s a s o li Fami ngressos romovid p co s o s d o e to , s o h il dos f o? t u t i t s In
Com a palavra, a Professora Dora Porto... “Uma forte característica do nosso tempo é que somos muito imediatistas, queremos resolver tudo rapidamente. No campo da educação familiar isso se traduz em acharmos que assistir a uma palestra sobre educação já é o suficiente para sermos bons educadores. Mas não é assim que funcionam as coisas. Esses cursos (Ser Pais Kids e Ser Pais Teens) surgiram da necessidade de oferecer aos pais uma formação contínua. A proposta desses cursos é justamente desenvolver uma verdadeira orientação familiar: uma coisa continuada, refletida. São oito aulas por ano (com o mesmo grupo), nas quais as pessoas podem trocar experiências, perceber que os problemas que elas têm em casa também existem nas casas dos outros. Não é o suficiente para sermos educadores “experts”, mas é a dose homeopática inicial. A partir dai, muitas pessoas acabam se interessando por aprofundar mais nos estudos, muita gente vai buscar um curso de orientação familiar porque entende que isso é muito importante para si e para a sua família...” Qual a diferença entre esses cursos e a orientação familiar propriamente dita? Os cursos, na verdade, preparam as pessoas para a 18
orientação familiar, caso elas necessitem disso. Pode ser que durante o próprio curso, uma pessoa veja que nem precisa da orientação... Que, na verdade, ela tinha alguns problemas pontuais, e que consegue resolver apenas com os
as pessoas entendem sexualidade como sinônimo de sexo e nós entendemos a sexualidade como uma característica do ser humano, que é um ser sexuado, homem ou mulher, em todas as suas dimensões, e que atua em consequência
conhecimentos adquiridos. Mas também tem o caso da pessoa que percebe, durante o curso, que ela realmente precisa de uma orientação particularizada. Para uma pessoa fazer bom proveito de uma orientação familiar, ela já precisa chegar com uma base de conhecimento, senão aquilo vira uma terapia.
Que tipos de conhecimento são transmitidos nos cursos e que oferecem essa base para uma futura orientação familiar, caso ela seja necessária? Basicamente, o que os pais precisam conhecer é antropologia. O principal objetivo desses cursos é fundamentar, dar conhecimentos teóricos e práticos de como funciona a natureza humana nas diferentes idades, bem como a “natureza humana homem” e a “natureza humana mulher”. Esses conhecimentos adquiridos serão aplicados pelos pais nas suas próprias casas. E aí sim, eles poderão discernir se precisam ou não de uma orientação individualizada. E quando as pessoas já querem fazer direto a orientação familiar? Qual a sua conduta? Geralmente as pessoas me procuram para uma orientação familiar particularizada porque têm algum pequeno ou grande problema em casa, e querem resolver aquilo especificamente. A minha proposta é que, nesse caso, a pessoa invista nessa formação pessoal por meio de cursos, para criar uma base. Dá para fazer um teste: a pessoa
começa o curso e percebe qual a modificação. Se, mesmo assim, ela ainda acha que precisa de uma orientação individualizada, é claro que pode ser oferecida e é realmente feita com muitas pessoas, mas começar por meio dos cursos é o que funciona melhor. O tema da sexualidade é abordado nos cursos? Não só é abordado, como é parte integrante dos cursos, porque a sexualidade é uma palavra muito mal compreendida e interpretada. As pessoas entendem sexualidade como sinônimo de sexo e nós entendemos a sexualidade como uma característica do ser humano, que é um ser sexuado, homem ou mulher, em todas as suas dimensões, e que atua em consequência. Conhecer a sua sexualidade e a do outro é fundamental para que as pessoas possam atuar. Principalmente em momentos como a adolescência, em que a sexualidade mal entendida, mal compreendida e mal vivida pode criar muitos problemas para os filhos. Os pais que já entenderam o que é viver com inteligência a sua sexualidade podem ajudar muito os filhos. Quem chega antes, leva muita vantagem, então quem começa a se preparar para orientar os filhos enquanto eles são pequenos, quando eles chegam na adolescência tem muito mais facilidade para orientá-los. Que tipo de problemas os pais que fazem esses cursos já estão aptos para resolver?
Por exemplo, para quem tem crianças pequenas: a alimentação. Às vezes é um martírio ver que um filho não come, ou come errado, não quer comer verduras... Isso pode ser um grande problema. Cria muitos conflitos em casa, brigas entre marido e mulher... E é uma coisa tão simples! Outro exemplo, agora para adolescentes: a comunicação com eles. Até os 10 anos a criança tem um comportamento
basicamente, o que os pais precisam conhecer é antropologia. O principal objetivo desses cursos é fundamentar, dar conhecimentos teóricos e práticos de como funciona a natureza humana
e a partir dos 11 ou 12, ela pode mudar completamente! E isso desconserta os pais! E de repente, eles começam a achar que o filho tem problema... Quando eles fazem o curso, veem mais 20 pais que têm a mesma reação, e percebem que o filho não está com algum problema, ele está adolescente. Quando eu compreendo o que
acontece na adolescência, a minha ansiedade diminui, a minha angústia diminui, eu tenho mais serenidade para tomar as atitudes necessárias, conversar com o meu filho sem ficar histérica achando que o meu filho vai entrar para o mundo das drogas porque ele está calado e não conversa com ninguém. Os cursos diminuem muito a ansiedade dos pais e dão condições de atuarem com muito mais tranquilidade, o que já resolve metade do problema. O que queremos com esses cursos é que a pessoa crie uma autonomia para a educação dos filhos. Já pensou se precisássemos de um orientador familiar para resolver todos os problemas pequenos do dia a dia? Qual a principal carência dos pais, hoje em dia, em relação à educação dos filhos? As carências são muitas! Mas se formos pensar no que falta, é melhor vermos primeiro o que sobra: sobra informação aleatória... As pessoas têm acesso a muitas informações, entre livros e internet. Mas falta conhecimento. Você pode ter informações de mil coisas, principalmente nos campos da sexualidade, comunicação, drogas... Essas coisas que os pais morrem de medo. Eles até têm informação, mas basta saber, por exemplo, quais são todos os tipos de drogas que existem para evitar que um filho use drogas? Claro que não! Se você entrar num site 19
de busca e escrever “drogas”, você vai conseguir tudo que tem a respeito de drogas, e o que você vai fazer com isso? É preciso transformar a informação em conhecimento. Mas conhecimento não se adquire em meia hora. Então, o que falta para os pais? Conscientizarem-se de que precisam adquirir conhecimento sobre educação dos filhos e realmente tomarem a decisão de investir nisso. E, para terminar, o que você diria aos pais que se sentem capazes de educar os filhos apenas com o seu bom senso? Eu diria que eles correm sério perigo! Não sei se houve um tempo em que o bom senso era suficiente. Ele é necessário e é importante que sempre nos acompanhe, mas hoje, esse excesso de informações que nós
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temos, e informações dúbias, pode nos deixar um pouco confusos. Uma das
as carências são muitas! Mas se formos pensar no que falta, é melhor vermos primeiro o que sobra: sobra informação aleatória
características do marketing, por exemplo, é “dourar a pílula”, fazer com que a informação caia bem nos nossos ouvidos. Os “antivalores” são apresentados de uma forma tão bonita, tão
atraente, tão vibrante, que podemos nos entusiasmar com aquilo e realmente ficarmos em dúvida. Precisa-se de informação que entre pela inteligência e não só pelos sentidos, os nossos sentidos nos enganam. Precisamos saber o porquê das coisas: por que é importante que o meu filho aprenda a respeitar a si mesmo, ao seu corpo, aos outros? Por quê? Nós temos que chegar a essas respostas, para termos convicções e exigir dos filhos o que eles precisam. Nas gerações anteriores, havia mais coincidência de valores nos diferentes âmbitos sociais: casa, escola, igreja, clube... As pessoas se ajudavam mutuamente, porque não havia tanta influência da mídia. O mundo de hoje isolou um pouco as pessoas... Não digo que os valores tenham mudado tanto, mas as pessoas têm receio de colocar à vista quais são os seus valores, de ir contra a corrente. Existe aquela proposta de ser politicamente correto, e se não estudarmos a fundo para chegar nos porquês das coisas, só tentaremos ser politicamente corretos, para não incomodar a maioria e o nosso “bom senso” pode acabar sendo desvirtuado, sem percebermos.
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A idade da teimosia
Por Autimio Antunes autimio@serfamilia.com.br
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odos os pais observam uma mudança de conduta em seus filhos por volta dos 3 anos, em média.É muito comum os pais manifestarem “meu filho era tão obediente e bonzinho e agora está tão desobediente e com uma teimosia incansável”! “Papais”, tenho uma notícia boa e uma ruim para dar: a ruim é que não existe receita para estabelecer condutas, e a boa é que a educação está baseada em tendências naturais de desenvolvimento. Por exemplo, é natural que a criança aprenda a falar por imitações dos pais, a partir de uma certa idade, que aprenda a andar com uma certa idade etc... Todo desenvolvimento, quer seja emocional, racional, ou físico, tem um momento e uma forma ideal de acontecer. Voltando às crianças de 3 anos, percebemos que passam a protestar quando são exigidas, querem impor sua vontade aos irmãos e amigos. Passam a distinguir entre o “meu” e o “teu”, e os conflitos e brigas tendem a aparecer, principalmente quando querem tirar seu brinquedo. E em algumas ocasiões se isola dos demais, brinca sozinha e fala consigo mesma. Este novo comportamento, que denota rebeldia, recebe o nome de obstinação (teimosia), e nas meninas se inicia antes do que nos meninos.
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A obstinação pode unir-se à violência: a criança mantém sua própria opinião e seu próprio desejo, ao qual se fixa com violência contra a oposição e desejos alheios. Como aquela mãe que nega um sorvete para o filho, por
aos 3 anos, a criança começa a reconhecer e diferenciar as pessoas, pais, irmãos e amigos como “outros”. Assim se inicia a primeira crise de identidade, na qual a criança terá de se identificar como um “eu”, único e irrepetível motivos que julga importante, e ele reage com chutes tapas, mordidas, gritos etc. Como se explica a aparição da fase de obstinação, violência e desobediência? Que forças e funções psíquicas atuam por trás deste modo de conduta próprio desta idade? Precisamos saber a respeito desta fase para não atrapalhar o desenvolvimento e crescimento das crianças para a independência e autonomia,
além do crescimento e conhecimento de sua identidade, uma vez que, até então, ela não reconhecia um “eu” e um “tu”. Até os 3 anos a criança se considera um prolongamento da mãe e os outros são apenas ‘coisas’. Vocês já devem ter percebido como as crianças, antes dos 3 anos, empurram as outras crianças como se fossem algo material, uma cadeira e uma outra pessoa não têm diferença; são usadas ou empurradas da mesma forma. Mas aos 3 anos, a criança começa a reconhecer e diferenciar as pessoas, pais, irmãos e amigos como “outros”. Assim se inicia a primeira crise de identidade, na qual a criança terá de se identificar como um “eu”, único e irrepetível. Entretanto, os conflitos fazem parte deste processo de identidade. Por isso devemos encarar as brigas entre amigos e irmãos como algo natural, muitas vezes interferir numa briga pode atrapalhar este processo de amadurecimento e independência. Levando em conta o bom senso, é importante deixar que resolvam seus conflitos por conta. É muito comum presenciarmos em parquinhos infantis discussões entre mães porque o Joãozinho tirou o brinquedo do Pedrinho e este bateu no outro. Se as mães encarassem como um processo normal
de desenvolvimento infantil, com certeza abrandariam, e muito, os seus ânimos. O próprio fato de uma criança tirar um brinquedo da outra faz com que ela vá percebendo que existe um outro que também tem desejos e opiniões que devem ser respeitados. E a intervenção da mãe pode querer dizer: “filho, você e seus desejos são únicos e não podem ser contrariados”, com o agravante de que a criança já tem esta convicção em mente, de que todos tem opiniões e desejos iguais aos seus. “Mamães”, não queiram educar seus filhos na generosidade como meta nesta fase, afinal é muito comum, também, as mães falarem para seus filhos: “você tem que emprestar seus brinquedos para seu amigo/irmão”. Chegará o momento propício para educá-los em generosidade. O mais importante neste momento é saber identificar as outras crianças com desejos, opiniões e brinquedos próprios e que devem ser respeitados. Mesmo porque, as crianças só conseguirão desenvolverse bem nas próximas etapas, se ganharem a maturidade e autonomia próprias desta fase. Num primeiro momento, na idade da obstinação se produz uma mudança decisiva: o
• Possessivos: um impulso possessivo que não se refere somente às suas coisas, mas também O próprio fato de uma em relação às pessoas. A criança quer que criança tirar um brinquedo as pessoas que a da outra faz com que ela rodeiam, especialmente a mãe, se dediquem vá percebendo que existe exclusivamente à ela. um outro que também tem A criança tem grande necessidade de carinho. despertar da consciência do “eu” manifestando o rompimento
desejos e opiniões que devem ser respeitados. E a intervenção da mãe pode querer dizer: “filho, você e seus desejos são únicos e não podem ser contrariados”, com o agravante de que a criança já tem esta convicção em mente, de que todos tem opiniões e desejos iguais aos seus.
• Egoísmo: é tarefa educativa importante não satisfazer todos os desejos da criança. Do contrário, o egoísmo se tornará marca permanente de seu caráter.
simbiótico da criança com o mundo e esta individualidade, em relação ao ambiente, ela descobre através de um conhecimento prático, e não teórico. O sintoma desta individualidade e consciência do “eu” é exatamente o uso, pela primeira vez, da palavra “eu”, enquanto que antes só falava de si na terceira pessoa. Marcas características da idade da obstinação: 25
• Manifestações de diferenças dos sexos: os meninos querem ser admirados pelo que fazem, enquanto as meninas querem ser admiradas pela beleza e suas roupas. • Independência: as crianças tem necessidade de ampliar seu universo de conhecimento e descoberta de lugares novos e maiores. Esta ampliação do raio de ação traz novos perigos: escapam, sobem em árvores, atravessam ruas... • O despertar da consciência do “eu” gera o despertar da “vontade”. A criança começa a se dar conta de sua capacidade de querer e tenta fazer uso dela constantemente. No princípio, não possui o conhecimento dos valores e, por isso, não pode exercer uma conduta visando a um fim que tenha um valor em si, mas sim devido ao prazer que lhe produz. Isto
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explica a mudança constante de objetivos com tanta facilidade.
a criança tem de se submeter a imposições e, ao mesmo tempo, adquirir a consciência da sua capacidade de livre arbítrio Nesta idade, a educação é fundamental para incutir os fundamentos para a posterior formação da consciência. Para isso são necessárias duas coisas: a criança tem de se submeter a imposições e, ao mesmo tempo, adquirir a consciência
da sua capacidade de livre arbítrio. Mas no início sua percepção moral é ainda ingênua. Capta o que é bom ou mal quando está de acordo com as ordens e proibições, especialmente dos pais. Os pais tem de saber a medida adequada entre a liberdade e a imposição. Por um lado, impor limites onde julgar absolutamente necessário e deixá-los livres naquilo que se pode permitir. Uma criança nesta idade que não aprendeu a colocar-se em seu lugar e a renunciar a seus caprichos, não o saberá fazer depois e se tornará egoísta. Ao mesmo tempo, a criança que tem sua vontade paralisada por incompreensões, ou castigos corporais, não terá força nem audácia para defender seus justos objetivos. Será um adulto sem iniciativas e sem confiança em si mesmo.
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Formar Por Fábio Henrique Prado de Toledo Juiz de Direito em Campinas e um dos fundadores do Colégio Nautas. fabiotoledo@apamagis.com.br
na
honestidade
E
m certa ocasião, fazia um passeio de bicicleta com um de meus filhos. Após um longo percurso, chegamos a uma pequena estância turística. Logo na entrada, havia uma ponte de madeira sustentada por cabos de aço sobre o rio que atravessa a cidade. A travessia da ponte era por demais convidativa, pois representaria uma aventura. Mas ao chegar mais perto, deparamo-nos com um aviso, em madeira já desgastada e letras pouco visíveis: PROIBIDO ATRAVESSAR DE BICICLETA. Sem esconder a decepção, estacionamos as bicicletas e iniciamos a travessia a pé. Porém, notamos que os moradores do local ignoravam o anúncio e quase nos atropelavam ao atravessar com suas bicicletas velhas. Diante disso, meu filho me disse: “acho que essa regra não vale mais, pois todo mundo a descumpre”. Uma situação como essa nos remete para uma indagação fundamental para os pais e educadores: vale a pena ser honesto mesmo vivendo numa sociedade moralmente doente? E, se o vale, como educar nossos filhos e alunos nesses valores diante de tantos maus exemplos? Penso que somente é possível formar pessoas íntegras e honestas se, antes disso, estivermos absolutamente convencidos de que vale a pena. Mais que isso: que o vale em toda e qualquer circunstância. Há alguns anos, conversava com um grande amigo sobre esse assunto. Ele comentava que, no seu modo de pensar, deve se esforçar por trabalhar bem e,
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acima de tudo, ser radicalmente honesto. “Se não for assim”, argumentava ele, “quando meu filho crescer, poderá descobrir o que eu não fiz de bom, e então como ficarei diante dele?”. Penso que o motivo que ele encontrou para levar uma vida honrada é muito forte, afinal, trata-se de dar bom exemplo ao filho. Mas será suficiente para sustentar uma
Penso que somente é possível formar pessoas íntegras e honestas se, antes disso, estivermos absolutamente convencidos de que vale a pena. Mais que isso: que o vale em toda e qualquer circunstância. postura durante toda uma vida? Há pessoas, não poucas, que também se esforçam por ser honestas de modo a ter uma boa reputação. Isso também é um motivo muito forte. Afinal, quem não gosta de ser estimado por seus semelhantes? Porém, acredito que a boa fama também não é uma razão suficiente. Há muitas pessoas honradas e radicalmente honestas que, num determinado momento de suas vidas, são injustamente caluniadas e difamadas, fazendo ruir toda sua reputação sem
qualquer culpa de sua parte. Será que alguém que viesse a passar por tal desgosto poderia se queixar, com ar melancólico, que não valeu a pena ter sido sempre honesto? Há ainda uma situação em que é especialmente difícil para a pessoa honesta: os corruptos parecem se dar bem, e seguem impunes, apesar de denúncias comprovadas de irregularidades. Ainda que essas situações sejam verdadeiramente
revoltantes, penso que também nelas vale a pena manter a honradez. E o que justifica sempre e em qualquer ocasião a radical opção pela honestidade é a própria consciência. A sós, no silêncio de nosso interior, é que encontramos a resposta a todas essas indagações. Um dos exemplos mais eloquentes dessa radical opção por seguir a voz da consciência foi dado por Thomas More. Depois de ocupar altos cargos no Reino Inglês, ele se indispôs com o rei e foi condenado à morte por não prestar um juramento que feria sua consciência. E caminhou até o lugar em que foi decapitado
resoluto e sereno, com a paz que somente tem quem não encontra dentro de si próprio nada que o acuse. A todas essas indagações que agora nos fazemos, esse grande homem diria que não é uma utopia, que vale a pena. Vale a pena ser honesto sempre e em qualquer circunstância, e por toda a vida. É que a felicidade depende muito da fidelidade com que seguimos a voz da nossa consciência. Mas, uma vez que estejamos fortemente convencidos de que a honestidade é algo fundamental, permanecemos diante de outra indagação: como formar os filhos e alunos nesse valor, apesar de tantos maus exemplos? O mais importante é que haja luta pessoal por adquirir essa virtude. Se ninguém dá o que não tem, seria impossível formar alguém se não praticássemos isso em nossa vida. Mas é preciso estar atento para o que poderíamos chamar de um medíocre conceito de honestidade. Quando nos examinamos sobre esse assunto, é intuitivo pensarmos em algo do tipo: “não roubo, não cometo falcatruas e costumo pagar pontualmente as minhas contas, logo, sou uma pessoa suficientemente honesta”. No entanto, podemos sempre ser mais exigentes conosco mesmos. Por exemplo: não haverá muitas perdas de tempo inúteis durante o horário de trabalho que o fazem render menos? Não seria isso uma desonestidade com a instituição para a qual trabalho? Será que me esforço por ser pontual no horário de chegar em casa, para então honrar o compromisso grave que tenho
de me dedicar à esposa (ou ao marido) e aos filhos? E além de nos esforçarmos constantemente por adquirir a virtude, também é necessário dar bom exemplo aos filhos. Não se trata de dissimular diante deles para que então aprendam com nosso fingido modelo de pai ou de mãe. Isso seria uma hipocrisia que, além de fazer um grande mal, seria notado por eles, com graves consequências na formação de suas personalidades. Mas é necessário estar de “antena ligada” quando estamos com eles para aproveitar as oportunidades
é preciso estar atento para o que poderíamos chamar de um medíocre conceito de honestidade educativas que surgem. Certa vez, levava meus filhos ao colégio e, ao me aproximar do semáforo, notei que ficou amarelo. Ao invés de reduzir, aumentei a velocidade e quando a travessia se completou já estava vermelho. Na classe de minha filha, então com quatro anos, trabalhava-se a virtude da sinceridade, que tinha como lema: “digo a verdade ainda que me custe?”. Pois bem, diante do notório mau exemplo do pai, ela perguntou: “Pai, você passou no sinal vermelho?”. Tentei consertar, fugindo do assunto: “filha, acho que ainda estava amarelo”. Ela retrucou: “Pai,
sinceridade. Diga a verdade ainda que lhe custe”. “Que vergonha”, pensei, “além de fazer algo errado, ainda tentei escondê-lo com uma mentira”. Para dar bom exemplo diante dos filhos e dos alunos não se trata de fingirmos ações que não as praticamos quando estamos em suas companhias. Porém, quando estamos com eles deve haver um esforço ainda maior, cientes da grave responsabilidade que temos. Além do bom exemplo, conforme nossos filhos vão crescendo, é necessário que os façamos pensar. Não basta que estejamos convencidos de que vale a pena ser honesto. É necessário que eles, pensando por conta própria, ainda que com nossa ajuda, adquiram uma firme convicção. Certo dia, meu filho de 13 anos me relatou um fato que lhe ocorreu que bem pode ficar como conclusão. Ao receber a prova de geografia, notou que o professor errou na soma das notas das questões, de modo que a sua nota real seria oito e meio, e não nove e meio, como foi lançada. Levantou-se, foi até o professor e lhe disse discretamente: “Professor, o senhor errou na nota e me deu um ponto a mais”. Imediatamente o professor lhe respondeu com palavras que fazia questão de que fossem ouvidas por toda a classe: “Pode ficar com seu nove e meio. Para mim a honestidade vale muito mais que um ponto na nota”. Fábio Henrique Prado de Toledo Juiz de Direito em Campinas e um dos fundadores do Colégio Nautas. fabiotoledo@apamagis.com.br 31
O dilema
e o trilema
educar hoje 3 >> pág. 33
do século xx
do século xxi
É
muito comum encontrarmos jovens angustiados com o futuro profissional. Pesquisas recentes têm revelado que o assunto mais desejado, entre 70% dos jovens, a ser discutido com a família, é profissão e carreira. A imagem de uma carreira sólida é vista através da pessoa bem sucedida, que alcançou um alto posto de comando na corporação, liderando pessoas, ou desenvolvendo projetos que causam impacto na sociedade. Mas... O que fazer e como fazer para alcançar o sucesso? Essa é a questão que os jovens querem debater. Os pais, muitas vezes, estão perdidos neste universo de profissão e carreira... Antes, competência e comprometimento eram sinônimos de emprego garantido. Agora, executivos e diretores do alto escalão são demitidos “em massa”. O que dizer então aos jovens sobre o que fazer para construir uma carreira sólida? A geração atual está crescendo em um mercado altamente competitivo, onde a velocidade da informação é surpreendentemente rápida e vence quem melhor fizer uso dela. A almejada busca do sucesso profissional torna o processo tão massificante que, muitas vezes, acaba levando os jovens a decidirem por uma carreira que julguem ser mais promissora, mesmo 34
que eles não se sintam à vontade em suas atividades. Percebemos, cada vez mais, que num determinado momento da vida eles se sentem angustiados com a forma como estão lidando com a profissão. Muitas
antes, competência e comprometimento eram sinônimos de emprego garantido. Agora, executivos e diretores do alto escalão são demitidos “em massa” vezes, carregam um sentimento de culpa pela possível escolha errada e tendem a partir para uma outra carreira. Buscam um sucesso objetivo e esquecemse da subjetividade de valores que envolvem uma escolha profissional. Acreditam que vão ganhar sem perder e não se preparam
para abrir mão de valores ou situações não previstas. Não há vitória sem luta e não existe ganho sem perda. Há vinte ou trinta anos, as pessoas passavam por um dilema na escolha da carreira. Tinham que escolher uma profissão e o lugar para trabalhar. O demais era tudo igual, ou seja, quanto mais fiel às empresas e mais dedicação, nas mesmas proporções, viria a recompensa com promoções e benefícios. Não era necessário mais nada. Hoje, as regras são outras. Não adianta só fidelidade e dedicação. É preciso inovar, alterar rotas, saber se relacionar, adaptar-se a mudanças e às novas regras, pois o mercado está diferente a cada ano. Não existe mais o dilema. Hoje, existe o “trilema”: o que eu sou? Como me percebo? E ao que me submeto? Entrar no mercado de trabalho sem se questionar quanto a esses três pontos é, com certeza, correr um grande risco de pegar o “bonde” errado. Como construir uma carreira de sucesso se não sei quem eu sou, nem como me percebo ou me percebem e, principalmente, ao que vou me submeter nesse mercado tão competitivo? Essa submissão nada mais é do que fazer escolhas quando, por exemplo, talvez a carreira exija viagens constantes que, se por um lado proporcionam conhecimento de diversas
culturas, pode interferir na construção de uma família; ou pode ter que se deparar na escolha entre uma empresa e seus valores pessoais e/ou espirituais. Entendendo desta forma ao que se submete, facilita o processo de construção da carreira. A realização vem antes do sucesso e essa ordem não pode ser invertida. Somente vivendo o “trilema” é que se descobre que essa fórmula é pessoal, e não equivalente para todos, já que passa pelas nossas motivações, percepções, tomadas de decisão e estilo de vida.
Não se pode mais dissociar a realização pessoal da escolha profissional. É ela, a realização, que ajuda o indivíduo a aguentar a pressão para o cumprimento de objetivos, o estresse do tempo e todas as dificuldades vividas num ambiente corporativo. Com as empresas cada vez mais enxutas, não é raro executivos acumularem cargos e funções para diminuir custos e aumentar a faixa de lucro. Sem realização, não há carreira que se sustente. A base de uma carreira sólida está em primeiro se conhecer como pessoa. O autoconhecimento é a
linha que divide a carreira interna da carreira externa. Uma carreira interna bem constituída traz a realização profissional, que é vista e vivida na carreira externa. E, consequentemente, a carreira externa retorna com o sucesso. Alinhar as ambições pessoais aos objetivos profissionais que sejam compatíveis com os valores e motivações internas, com as crenças, e onde isso o levará e porquê. Só assim será possível saber qual preço se está disposto a pagar para alcançar o que se acredita ser sucesso, e não para alcançar o sucesso que o outro impõe a você.
não adianta só fidelidade e dedicação. É preciso inovar, alterar rotas, saber se relacionar, adaptarse a mudanças e às novas regras
Por Fernanda Angerami Sócia Diretora Angeramis – Desenvolvimento Profissional www.angeramis.com.br
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sociedade >> pรกg. 36
Por Silvia Kuntz
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enhorita, me dá licença, vai querer uma balinha?
Muitos de nós já nos deparamos nos faróis com alguns vendedores de bala que nos fizeram estas ou perguntas semelhantes. Também aconteceu comigo num farol perto de minha casa. Porém, havia um porém, como passava diariamente pelo mesmo local pude observar edificada como aquele rapaz trabalhava bem. O que quero dizer com isto? Que vendia muito? Que faturava muito? Não sei e nem poderia, pelo pouco que permanecia naquele farol. Mas, chamou-me a atenção outros aspectos que, muitas vezes, ficam bem obscurecidos em qualquer tipo de trabalho. Primeiro: a ordem e a limpeza com que apresentava aquelas balas ao seu público. Mesmo depois de recolher as incontáveis tentativas de venda sem sucesso, empilhava-as com cuidado, para não amassar, guardava o dinheiro numa bolsa que levava na cintura e, o que é mais incrível, recomeçava a cada abertura de farol com o mesmo bom humor, a mesma diligência e o mesmo cuidado. Estabelecia uma logística bem feita entre os
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carros, de forma que pudesse dirigir a cada pessoa um sorriso, uma palavra amável, um agradecimento, mesmo àqueles que não compravam suas balas. Surpreendeu-me, sobretudo, a sua capacidade para ouvir negativas, uma atrás da outra, e nem por isso desanimar ou falar às costas algum impropério. Havia dias que se percebia, trazia sua mãe para ajudá-lo, e era admirável o carinho e a paciência com que tratava a senhora, que não possuía as mesmas qualidades. Animava-a com alguma palavra, ou uma ajuda que passava despercebida a muitos. No saquinho de balas que colocava sobre o retrovisor, colocava uma frase bem humorada que amenizava o cansaço do trânsito dos motoristas. E isso dia após dia, sem cansaço, ou melhor, sem manifestar o seu cansaço, com uma alegria realmente invejável! Este rapaz me ensinou muitas coisas sobre o trabalho. Em última análise, a relação do trabalho com o amor. É muito comum não percebermos, ou não darmos a importância
que merece o trabalho. Você já se perguntou: Por que eu trabalho? Como eu trabalho? E para que eu trabalho? Colocar-se essas questões, e respondê-las, pode dar um novo colorido à nossa vida de todos os dias. Pensemos em como responderia essas questões o nosso amigo citado logo acima... Por que trabalharia? Certamente, responderão alguns, para ganhar dinheiro, para sustentar sua família. Certo, mas isto é suficiente? Será que este era o trabalho sonhado por este rapaz? Será que esta não era, naquele momento, sua única alternativa? Então por que trabalhava com tanta alegria, delicadeza com os outros, bom humor? Certamente porque havia descoberto que o trabalho, quando nasce do amor, manifesta o amor e se dirige para o amor. Talvez tenha descoberto mais que muitos, que a finalidade do trabalho não se mede pela coisa produzida, mas pelo sujeita que a produz; que o objetivo primordial do trabalho não é fabricar objetos, mas edificar a pessoa. Portanto são prioritárias as duas últimas perguntas: o como e o para quê se trabalha.
Ninguém pode negar que um bom trabalho proporciona, ao sujeito que o executa, o grande serviço de ajudar-lhe a amar os outros. O rapaz em questão, vendendo ou não, tendo maior ou menor sucesso econômico, fazia bem às pessoas, queria o bem, ou seja, amava. As pessoas, e eu me incluo, se sentiam respeitadas nas suas decisões, e percebiam que independente das respostas, mais ou menos simpáticas, o vendedor continuava amavelmente feliz. Tenho certeza que, como eu, muitos acabaram comprando, vez ou outra, uma balinha, como forma de “agradecer” a aula de humanidade que recebiam naquele farol. O trabalho realizado por amor e com amor não é um trabalho realizado com sentimento, mas por uma vontade forte, decidida e perseverante. Como se confunde amor com sentimento, muita gente pensa que trabalhar por amor é trabalhar sem ganhar, é trabalhar em obras filantrópicas, mas nunca pensa que se possa trabalhar na Bolsa de Valores por amor. Se transportarmos nosso vendedor de balas para o pregão da Bolsa, será que seu comportamento não poderia ser imitado? E se abstrairmos um pouco mais, veremos que não há ambiente onde se possa realizar um trabalho honrado que não se possa realizá-lo com amor. Com certeza, estamos cercados de “adversários” que se encarregam de desvirtuar nossas intenções quando trabalhamos: o orgulho, a vaidade de querer
ser o melhor, a prepotência que nos afasta das pessoas, a frivolidade, a superficialidade que só vê a forma, a pressa que faz com que descuidemos de pequenos detalhes de serviço e delicadeza, o mau humor que azeda o ambiente, a impaciência, e tantos outros que vão, pouco a pouco, cegando nossos olhos, para que nos detenhamos apenas no cansaço que produz e não vejamos o serviço que presta. Tais “inimigos” querem reduzir nossa intenção apenas àquelas coisas que nos dão prazer, sem gastar tempo com o
aprender a trabalhar significa aprender a amar; assim se amadurece o caráter do interessado e se edificam as pessoas que o trabalho alcança que precisam as outras pessoas, querem escravizar nosso estado de ânimo, de modo que tenhamos “tolerância zero” com os inoportunos, inconvenientes, querem nos convencer a que prevaleçam os ciúmes, as desconfianças, as invejas, os atropelos e as precipitações. Os adversários do amor coincidem com os que se opõem à perfeição humana do trabalho. E com perfeição humana estamos nos referindo à perfeição do amor! São
incontáveis as qualidade humanas que se adquire quando se trabalha sob esta perspectiva. Portanto, pode–se afirmar que aprender a trabalhar significa aprender a amar; assim se amadurece o caráter do interessado e se edificam as pessoas que o trabalho alcança. Como, por exemplo, poderse-ia considerar digna uma atividade comercial onde o dono se encarrega de enganar seus fregueses? Se faltar a retidão, a justiça e a lealdade entre os que se relacionam por meio do trabalho, como haverá progresso de uma sociedade? Como haverá desenvolvimento harmônico entre as pessoas? Redescobrir o vínculo do trabalho com o amor (querer o bem dos outros) certamente dará novas luzes ao nosso dia a dia e não haverá trabalho,por mais insignificante que possa parecer, que não adquira um grande valor e uma grande transcendência. Não sei como se chama, nem de onde é, nem onde vive o nosso amigo vendedor de balas. Mas de uma coisa estou certa: ele demonstra com sua postura que nos dá um banho de humanidade!
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Comunicação, fonte de alegria
Por Autimio Antunes
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egundo um provérbio chinês, um homem disse à sua mulher: “tenho muito o que fazer, mas tudo o que faço, faço por ti”. No entanto, não encontravam tempo para conversar e, no dia em que conseguiram, já não sabiam o que dizer... A solidão é uma experiência pela qual todos, alguns mais outros menos, já passamos ao longo da vida. E com a solidão chega a tristeza. O ser humano é um ser dialógico, necessita da comunicação para poder compartilhar suas ideias, sentimentos, pensamentos e assim crescer em comunhão. Os bens imateriais são os únicos que podem crescer sem limites, ao contrário dos bens materiais, que podem ser repartidos, mas não compartilhados. E a linguagem é a forma que temos para compartilhar nossa intimidade, que pode ser expressa de muitas maneiras. Eis aqui a experiência que deveria fazer parte de cada vida matrimonial: a comunicação aberta e profunda com o cônjuge, como fonte de alegria, de paz e de superação da solidão. Claro que nem sempre é fácil se comunicar com uma pessoa amargurada, deprimida, triste. Ou então quando se tem vergonha de pedir um pouco de ternura, num momento de necessidade. Por vários motivos algumas pessoas evitam se mostrarem como realmente são e, por isso, permanecem parcialmente desconhecidas aos olhos do cônjuge.
No casamento, comunidade de vida e amor, a comunicação é fundamental para que se realize o encontro dos corações e para não cair no perigo de reduzir-se ao encontro dos corpos, ou, pior ainda, à união de saldos bancários. Comunicar-se é algo mais do que um simples conversar. Comunicar-se é compartilhar, fazer o outro participar dos nossos pensamentos, sentimentos, alegrias, necessidades e esperanças; é
Eis aqui a experiência que deveria fazer parte de cada vida matrimonial: a comunicação aberta e profunda com o cônjuge, como fonte de alegria, de paz e de superação da solidão. colocar-se em contato com o outro para conhecê-lo profundamente. Muitas vezes pode-se falar muito e não comunicar nada. Muitas pessoas têm facilidade para falar sobre esportes, moda, dinheiro, fofocas... Mas não são capazes de estabelecer um contato íntimo com seu cônjuge para falar de coisas mais profundas, como projetos em comum. Os espaços vazios acabam sendo preenchidos pela TV,
jornal, um hobby, telefonemas... E, de maneira especial, a profissão pode se transformar em um refúgio para evitar o diálogo cara a cara. Inclusive há pessoas que vivem uma solidão tão profunda que não podem conviver com o silêncio. Esse silêncio pode causar dor! A intimidade é o que compartilham aqueles que se amam, aquilo que só os amigos podem saber, o que não se diz em público. Por isso, os que querem se amar de verdade têm que desenvolver uma boa comunicação, que é o caminho para compartilhar nossa intimidade. Ao compartilhar, nasce o desejo de continuar compartilhando (a alegria na presença da pessoa amada nasce da vontade de não se separar, de ficarem mais tempo juntas). Um aspecto muito importante para a comunicação no matrimônio é o afeto. O afeto, esse “sentir que se quer bem”, produz familiaridade, proximidade física. E, por outro lado, sua ausência pode ser causa da “incomunicação”. Há alguns aspectos que contribuem para o agravamento dessa “incomunicação”, como a dificuldade na educação dos filhos, problemas econômicos, jogar na cara os defeitos, apelar aos ressentimentos, criticar a família do outro... E, para que não cheguemos a esse ponto, vale a pena expor algumas “regras” que podem favorecer a comunicação: 41
- Saber escutar é a primeira condição para se estabelecer um diálogo. Para compreender os sentimentos e pontos de vista do outro é necessária uma compreensão empática, abandonando os próprios pensamentos (não existe pessoa mais interessante e simpática que quem sabe nos escutar). - Repetir, às vezes, com nossas próprias palavras, o que a pessoa acabou de dizer. Isso mostra que prestamos atenção. - Responder! Para que a comunicação exista, de fato, a resposta é necessária. Só escutar não basta! E não precisam ser respostas longas... às vezes, basta um “sim” ou um “não”. - Palavras e gestos adequados. O modo de se portar deve ser coerente com as manifestações em palavras (quando dizemos “pode falar, estou te escutando”,
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temos que parar o que estávamos fazendo, desligar a TV, fechar o programa do computador...)
O afeto, esse “sentir que se quer bem”, produz familiaridade, proximidade física. E, por outro lado, sua ausência pode ser causa da “incomunicação”. - Ser assertivo. Quando devemos corrigir o outro, temos de fazê-lo no melhor momento e de forma positiva. Ao invés de dizer “você é um egoísta! As suas coisas você não
esquece, né?”, poderíamos perfeitamente dizer “sua atitude me causou pena! Estava confiante em ti”. - Aprender a discutir. Não devemos evitar as discussões a todo custo, reprimindo as emoções e os sentimentos. O mais importante é saber superar os conflitos. O amor conjugal não morre por causa das brigas, mas sim por não se saber colocar o remédio e recompor a paz o quanto antes. A comunicação esponsal não é importante só para que funcione a relação conjugal. Como disse Aquilino Polaino, a comunicação esponsal é muito mais que isso. A deficiência dessa comunicação é, inclusive, a origem e uma das causas da profunda crise familiar atual e não só familiar, mas até cultural.
Saber escutar as s s o n m o c , s e z e Repetir, àpas lvavras, o que a pessoa próprias e dizer. acabou d Responder! dos. a u q e d a s o t s e g Palavras e Ser assertivo. ir. t u c s i d a r e d n e Apr
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como berÁoda Ètica
Por Valdir Reginato
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ecentemente uma propaganda a respeito das consequências da indústria da “pirataria” de CDs abordou a questão da “esperteza” em função de atitudes nada recomendáveis (condenáveis mesmo!) para a boa educação dos filhos. O pai, quando verifica a mesma “estratégia” que ele teve para comprar um CD “pirata” sendo utilizada pelo filho, para passar sem estudar, colando, fica estupefato! A educação sempre foi atribuída aos costumes vividos na intimidade do lar. Nada mais lógico, visto que o ser humano torna-se pessoa mediante o seu desenvolvimento dentro da família. Antes de falar ou andar, ele já percebe o que acontece ao seu redor. Quais as circunstâncias e as características do ambiente, o comportamento das pessoas que lá estão. Observa como elas se relacionam entre si e com ele. “Pelo comportamento de uma criança conhecerás seus pais”, diz o ditado. A criança, de modo geral, não faz outra coisa, inicialmente, senão ser reflexo do ambiente em que está. Recordo-me do comentário de um pai ao seu filho: “Você é muito mal educado!” E o filho respondeu: “foi você quem me educou”. A família é o primeiro lugar onde começamos a perceber a necessidade de conviver socialmente, e isto implica na presença de limites. Limites que são oferecidos mediante algumas normas para que todos possam se sentir melhor. Assim
se estabelecem costumes, ou seja, modos de atuar, de conviver; alguns de ordem geral para a sociedade, outros específicos de acordo com as tradições daquela família. São costumes que têm um objetivo: todos se sentirem bem. Este panorama nada mais é do que o comportamento ético... O conjunto de normas que orientam este comportamento passou a constituir a moral, que deverá se refletir nos usos e costumes de uma população.
o modo de atuar de um adulto não será necessariamente aquele que lhe foi educado na infância, mas leva em consideração os referenciais que foram apresentados pelos pais Portanto, tanto a minha atitude ética como os princípios morais devem estar de acordo na direção do Bem. Mas o que é o agir para o Bem? Nesta palavrinha – bem encontramos outra que nos vem de imediato: o mal. E como saber se estamos agindo bem? Ou pelo contrário, agindo mal, ainda que desejando fazer o bem? Nestas “perguntinhas” reside todo o grande dilema e polêmica da ética.
Atualmente, o tema da ética tem retornado à sociedade, às escolas, instituições, com muita força. Alguns acreditam que a ética não pode ser ensinada nas escolas ou em cursos, pois isto é decorrente da educação da infância, que imprime os valores que regem o seu comportamento por uma vida inteira. O berço da ética está realmente na família. Esta afirmação, mais uma vez, reporta-nos à importância dos pais como responsáveis no processo educacional de seus filhos. A educação deve estar vinculada ao objetivo de conduzir o ser humano a ser uma pessoa livre, ou seja, com capacidade de pensamentos próprios, com discernimento para concordar ou discordar, mediante os critérios que lhe foram passados e apreendidos. Isto significa que o modo de atuar de um adulto não será necessariamente aquele que lhe foi educado na infância, mas leva em consideração os referenciais que foram apresentados pelos pais. Neste processo de educação, estão contemplados: valores, virtudes, modelos de exemplos com o objetivo de se desenvolver uma pessoa amada e que entenda o que é amar. Como já tivemos a oportunidade de ler em vários artigos desta revista - Ser Família -, conhecer bem os valores vividos em família, e a maneira de vivê-los virtuosamente, não é tarefa pequena e nem para poucos dias. Pode demandar uma vida inteira! Para isto, é sempre reprisado que tudo começa no 45
exemplo dos pais. E, neste contexto, quem são os pais, senão pessoas que vivem o seu dia-a-dia em busca de um Bem maior para a família, exercendo suas atividades profissionais e domésticas? Assim sendo, os comentários que se fazem em casa a respeito da realização de negócios; das observações do comportamento de colegas de serviço; de “espertezas” para se tirar o “melhor proveito”; não ser “tolo” para os outros; a importância de se obter “vantagem”... Ressoam nos ouvidos dos filhos como “lições de ética e moral”. É o caso do CD “pirata” comentado no princípio. Muitos outros casos poderiam ser mencionados a título de exemplos: doar aos pobres alimentos que já estão com validade um “pouco vencida”; atrasar o pagamento da funcionária, porque deu ao filho o dinheiro para viajar com a turma no fim de semana, sem que este tenha feito aviso prévio; ou até jogar a casca da banana pela janela do carro, porque “ninguém está vendo”... São todas atitudes antiéticas, que passam despercebidas, ou com aparência inocente no cotidiano familiar e que, posteriormente, podem acarretar, em outras escalas, efeitos bem mais catastróficos. A importância dos pequenos gestos desvirtuados pode crescer para situações da vida em grandes proporções. A projeção em maiores dimensões levou o homem à devastação de áreas enormes pelo armazenamento inadequado do lixo – a exemplo 46
da casca da banana na rua (que ninguém vê). O comércio fraudulento de mercadorias contrabandeadas em alta escala, que compromete o salário justo de muitas pessoas, nasceu da compra de um inofensivo CD pirata da barraquinha. A doação de alimentos vencidos aos pobres e o atraso do pagamento da funcionária podem gerar um patrão truculento e ditatorial, sem respeito à dignidade de condições de alimentação, trabalho e direitos de seus funcionários na fábrica...
a importância dos pequenos gestos desvirtuados pode crescer para situações da vida em grandes proporções Estas atitudes que envolvem o respeito às pessoas, que desafiam os limites da sobrevivência da natureza, chegando ao ponto de comprometer as condições de vida digna a gerações futuras, levaram à criação de um novo termo: Bioética. Uma ética relacionada ao comportamento humano voltado à proteção da vida na sua plenitude, ou seja, desde o seu início, na concepção, até o seu fim natural, vivida num ambiente no qual a natureza seja respeitada para poder oferecer condições dignas para o seu desenvolvimento. É comum nos preocuparmos com poluições, aquecimento
global, desmatamento da Amazônia... E deixarmos de observar como as nossas atitudes no ambiente de família estão orientando nossos filhos a respeito de questões éticas mais “familiares”. As comissões de bioética que estudam os problemas do planeta, sem dúvida, são importantes, mas existe uma questão que deve alertar todos os pais para uma realidade que cresce aos nossos olhos: o respeito à vida humana. É justo que falemos que toda forma de vida (das bactérias às baleias) deve ter atenção dentro do tema da Bioética, mas não se pode perder a prioridade da ética no comportamento humano, mais precisamente, da própria existência da vida humana. Este tema, que foge dos fóruns de discussão meramente científicos, e alcança intelectuais de diversas naturezas (filósofos, antropólogos, teólogos, historiadores etc) está agora penetrando e envolvendo a intimidade familiar, por intermédio dos diferentes veículos da mídia, e não pode ficar desvinculado do processo de educação dos filhos. As decisões sobre a polêmica da existência da vida humana, em todos os seus aspectos - entre a vida e a morte - outrora de interesse restrito ao mundo da ciência, está acarretando consequências que afetam o comportamento social e, portanto, diretamente as famílias. Questões como início da vida, concepção, aborto, eutanásia, respeito à criança, aos idosos, compaixão com os doentes,
solidariedade humana, estão muito mais vivas no seio da família, onde realmente acontecem concretamente, do que nos bancos das universidades, onde são discutidos em teorias filosóficas. A educação dos filhos dentro de valores que respeitem a vida nos seus limites naturais, que promovam a responsabilidade de solidariedade com o sofrimento humano e com os menos favorecidos, deve estar contemplada nas atitudes de uma família que busca valores éticos e, portanto, na direção do Bem. Os pais são os grandes professores de ética dos seus filhos. Procurar manter a casa em condições agradáveis para a convivência de todos, mediante a ordem e a
disciplina (não de quartel, mas familiar). Falar bem dos demais, estimulando os exemplos virtuosos que estão no noticiário, ao invés de murmurar e promover os inúmeros exemplos de corrupção, tráfico e exploração. Elogiar o trabalho que foi bem feito pela filha, ao invés de criticar em sala de almoço a nota baixa de quem não estudou. Deixar o pedaço de bolo para aquele que vai chegar mais tarde. Alegrar-se com a gravidez da cunhada, ao invés de se assustar por ser o terceiro filho! Discutir com profundidade o aborto que foi feito pela amiga de classe da filha adolescente, por ser uma “gravidez indesejada”. Procurar animar a visita àquele tio, um tanto carrancudo, mas que está doente e só. Ter paciência com
a vovó que já não compreende bem o que se fala, pela sua demência, mas que se alegra com um sorriso e um carinho no rosto... Isto é ética em família! Destas situações se constrói o berço da ética de futuros cidadãos, que atuarão numa sociedade que deverá buscar no amor ao próximo a sua “base filosófica”, e na felicidade o seu objetivo a ser alcançado. Pessoas felizes se ocupam por preservar o mundo em condições de dignidade para os que virão; porque, como se lê no diário encontrado de um jovem aventureiro, na busca de seu sentido pela vida, enquanto estava isolado nas florestas do Alaska: “a felicidade só existe quando compartilhada” (do livro Na Natureza Selvagem de Jon Krakauer).
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qualidade de vida >> pรกg. 48
Tran na
Fontes: American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, University of Virginia Health System. www.familydoctor.org
storno Bipolar ^ adolescencia
O
Transtorno Bipolar não é “coisa de adultos”. Atualmente, é muito comum ver adolescentes que padecem dessa desordem e, por não ser tratado a tempo, pode ser muito perigoso para a saúde mental do jovem. Mesmo que na adolescência sejam normais essas alterações emocionais, como passar de um estado de ânimo a outro em poucos minutos, no Transtorno Bipolar as mudanças são mais extremas e frequentes do que o comum. Essa é uma doença que pode aparecer na infância, ou na adolescência, e continua na idade adulta, portanto não é questão de idade, é um problema psicológico crônico que deve ser atendido por profissionais. O que é o Transtorno Bipolar? Conhecido também com o nome de Psicose Maníaco-depressiva, é uma desordem contínua no estado de ânimo ou humor, que oscila rapidamente entre extremamente alto (euforia) e extremamente baixo (depressão). Flutua-se entre a alegria e a tristeza de uma maneira muito mais acentuada. Esta doença pode afetar qualquer um. Alguns estudiosos afirmam que se deve a um desequilíbrio químico de uma substância do cérebro e se um dos pais tem uma desordem bipolar, há maior probabilidade de que os filhos a desenvolvam. A história familiar de abuso de drogas ou de álcool pode também estar associada com
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um maior risco de desenvolver o Transtorno Bipolar. Características dos períodos altos (eufóricos) Imagem pouco realista da autoestima: por exemplo, o adolescente que se sente como um super-herói, com poderes especiais. Energia desmedida: o jovem
essa é uma doença que pode aparecer na infância, ou na adolescência, e continua na idade adulta, portanto não é questão de idade, é um problema psicológico crônico que deve ser atendido por profissionais pode estudar durantes dias, sem dormir, e não se sentir cansado. Falar excessivamente: o adolescente não deixa de falar e o faz muito rápido, muda de tema constantemente e não permite que os outros o interrompam. Distração: a atenção do adolescente passa de uma coisa a outra constantemente. É difícil se concentrar. Seu comportamento é arriscado: pode apresentar abuso de álcool, drogas e sexo.
Características dos períodos baixos (depressivos) Irritabilidade, depressão, tristeza persistente, choro frequente. Pensamentos relacionados com a morte ou suicídio. Diminuição da capacidade para desfrutar de suas atividades preferidas. Queixas frequentes de malestar físico, tais como dor de cabeça e de estômago. Nível baixo de energia, fadiga, pouca capacidade de concentração e queixas constantes de sentir-se aborrecido. Comer e dormir muito mais do que o normal. Tratamento O tratamento dos transtornos do estado de ânimo se baseia numa avaliação integral do adolescente e da família, sempre levando em conta: a idade; seu estado geral de saúde e seus antecedentes médicos; a gravidade dos sintomas; a tolerância a determinados medicamentos ou terapias; as expectativas para a evolução do transtorno; e a opinião dos pais e daqueles que convivem com o adolescente. O tratamento pode incluir: medicamentos que estabilizem os estados de ânimo, antidepressivos, psicoterapia, terapia familiar, consulta na escola do adolescente, entre outros. A presença ativa dos pais é vital neste processo... Grande parte do êxito depende do entorno familiar em que o jovem vive.
entretenimento >> pág. 51
Apenas Uma Vez (Once) Dois corações e dois destinos diferentes, que caminham por uma estrada e um cenário em comum: a paixão pela música e as ruas de Dublin. Ele ganha a vida com um violão e ajuda o pai a consertar aspiradores de pó. Ela vende rosas e toca piano como ninguém... Os dois caminhos se cruzam, proporcionando a eles uma experiência fantástica! Além dos encantos da trilha sonora, o filme é uma lição de fidelidade!
Fique de Olho
Cher Ami O ano é 1918, a época, por enquanto, sossegada, pelo menos para eles: um grupo de amigos felizes e tranquilos... Tranquilos até que as consequências da Grande Guerra cheguem até eles. Todos estariam dispostos a lutar, não fosse por um pequeno detalhe: são todos pombos! Mas isso é pouco para impedir que eles façam o que podem! Conscientes de suas responsabilidades, eles se convertem em audazes mensageiros e, com seus extraordinários valor e coragem, tentarão salvar a vida de um batalhão de americanos. O filme já foi lançado na Europa e pode sair a qualquer momento no Brasil!
viagem e cultura >> pรกg. 52
Orlando alem da diversao Texto e fotos: FamĂlia Muller
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alavras como sonho, imaginação, alegria, princesa, herói, castelo, pirata, baleia, golfinho... Todas carregam consigo a mágica do bem estar, da fantasia, principais atrativos de Orlando, certamente o maior motivo que leva as pessoas ano a ano a visitarem esse paraíso. Ao relembrar vários momentos da minha vida, nos quais visitei a cidade, percebi que a diversão nos parques é apenas uma aliada para que as relações familiares e as possibilidades educacionais possam se revelar numa viagem cheia de encantos para todas as idades. Planejar A data ideal para a viagem é bem longe da temporada de férias, mas como quase sempre isto se torna impossível, planejar dia a dia o que se pretende fazer é a garantia de não perder nada. Nenhum dos grandes parques de Orlando pode ser dispensado. Esta deve ser a primeira regra para quem escolhe a cidade como destino, assim, o ideal é reservar pelo menos 12 dias para visitá-los. Depois de definidas as datas, a primeira coisa a fazer é acessar os sites dos parques. Explore, assista aos vídeos dos brinquedos, veja as fotos, divirta-se com sua família. Há 10 dias da partida, consulte o calendário de cada parque e programe o dia para visitá-lo, checando: eventos, shows, especiais (special events) e horários de funcionamento.
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Para atenuar a ansiedade “das crianças”, compre os ingressos antes de viajar, evitando filas logo na entrada, pois, apesar de os parques oferecerem opções para minimizar o tempo dos visitantes nas filas dos brinquedos, em algum lugar ela vai te pegar. Não reclame, aproveite a oportunidade para treinar a paciência e a educação,
mesmo que você ainda não seja fera no inglês, é interessante tentar entender o que estão dizendo e fazer com que seus filhos coloquem em prática um pouco daquele curso de inglês que você paga há anos é um ótimo motivo para observar o entorno e comentar sobre as diferenças culturais existentes entre povos e línguas. Todos os brinquedos possuem nos corredores um cenário bem elaborado e, mesmo que você ainda não seja fera no inglês, é interessante tentar entender o que estão dizendo e fazer com que seus filhos coloquem em prática um pouco daquele curso de inglês que você paga há anos! A segunda regra, talvez a mais importante, é o comprometimento de entregar-se, viver intensamente
cada momento incentivando seus filhos a fazerem o mesmo, seja feliz! Parques Os shows do Hollywood Studios despertam a emoção em todas as idades, mas sem dúvida o Fantasmic é o que melhor representa o foco principal dos desenhos da Disney: a batalha entre o bem e o mal. Este sentimento dúbio habita os seres humanos desde a infância, normalmente expressados em atitudes e pensamentos. As fantásticas produções de luzes, som e tecnologia são conduzidas por Mickey Mouse, que sonha em livrar-se das maldades dos vilões do mundo Disney. Entre os belos cenários e muitos efeitos especiais, Mickey vence os desafios com coragem e determinação tornando-se herói de seu próprio sonho. Fazer a relação entre o figurativo e a realidade torna-se fácil com este exemplo, ótima oportunidade de trabalhar os medos e inseguranças infantis: você é capaz de ser maior do que si próprio. Além da velha e boa lição de que o bem sempre supera qualquer mal. Comece a visita ao Epcot Center pela famosa “bola”, ou o Space Ship Earth. Felizmente você poderá ouvir em português toda a história da humanidade, uma importante fonte de informações para ser usada em várias situações escolares...
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Incentive seus filhos a ouvir atentamente enquanto vivenciam cada situação. Atrações como The Seas with the Nemo friends, que leva o visitante para conhecer um pouco da vida nos oceanos e Living with the land, onde a bordo de um barco você percorre uma floresta tropical, o deserto africano e as planícies americanas, além das estufas experimentais, são bons momentos para mostrar as diferenças dos ecossistemas e falar de preservação ambiental. Conhecer partes especiais do planeta é a proposta do World Show Case. Visite todos os países, aproveite os shows de rua, converse com as crianças sobre os costumes, culinária, arquitetura e a cultura destes povos. Dentro do Pavilhão do México, não perca o passeio de barco. Na
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fazer a relação entre o figurativo e a realidade torna-se fácil com este exemplo, ótima oportunidade de trabalhar os medos e inseguranças infantis: você é capaz de ser maior do que si próprio. Além da velha e boa lição de que o bem sempre supera qualquer mal. Noruega, uma viagem num barco Viking é uma forma divertida de aprender história. Em Magic Kingdom, a proposta
é soltar a imaginação e viver a fantasia. As atrações que contam histórias são perfeitas para incentivar futuras leituras, para os maiores, não deixe de visitar a Tom Sowyer Island. A Haunted Mansion (mansão assombrada) lida com a morte de forma leve e divertida. Momento ideal para satirizar de forma suave o medo do escuro e de fantasmas. O desejo de um mundo globalizado que vive em paz e feliz é o que atrai as pessoas à It´s Small World, esclareça esta proposta às crianças. O melhor da Universal Studios é atiçar a curiosidade em relação aos filmes: como foram feitos, falar dos efeitos especiais, observar a perfeição dos cenários e até fazer parte de uma produção, proposta do novíssimo Os Simpsons. Atrações
como Man in Black proporcionam a possibilidade de trabalhar a coordenação motora da criança. Blue Man Group é um show que agrada o público de todas as idades. Excelente para despertar a astúcia, já que os artistas são mímicos. A figura do herói é uma das máximas retratadas em Islands of Adventure. É importante que as crianças entendam a proposta de cada herói e se identifiquem com o exemplo das boas ações. O Pirates Dinner Adventure fecha com um jantar seu dia de aventuras. Em meio a um fiel cenário de um navio pirata, atores cantam, dançam e disputam, na luta de espadas, o amor de uma das damas. O show é interativo e as crianças podem torcer por um dos piratas, além de participar do elenco em algumas cenas. O jantar é servido durante o espetáculo. www.piratesdinneradventure.com Parques com animais A preocupação globalizada com a preservação da natureza comoveu
empresas, governos, escolas e chegou com força aos parques
Orlando abriga os maiores parques que unem diversão, adrenalina e educação voltada à preservação da natureza, focada principalmente no reino animal, onde os antigos cativeiros foram substituídos por grandes espaços que recriam com perfeição os habitats naturais das espécies temáticos nos Estados Unidos. Orlando abriga os maiores
parques que unem diversão, adrenalina e educação voltada à preservação da natureza, focada principalmente no reino animal, onde os antigos cativeiros foram substituídos por grandes espaços que recriam com perfeição os habitats naturais das espécies. Esta iniciativa tem valor inestimável para o futuro das próximas gerações e para o planeta. Sem dúvida a melhor forma de preservar o futuro é investir no presente. Criança que conhece, interage, aprende e gosta dos animais, pensará muitas vezes antes de destruir seu habitat e, consequentemente, o animal. A vida marinha é o principal foco do Sea World, além dos shows apresentados por orcas, golfinhos, leões marinhos, entre outros... O parque propicia experiências extraordinárias aos seus visitantes. Em algumas das atrações é possível interagir com animais como golfinhos e arraias. Para quem pretende ir além, e literalmente mergulhar no mundo submarino, o Discovery Cove oferece a oportunidade única de nadar com golfinhos, 57
Diversão só para adultos O Walt Disney World Speedway, situado em um terreno triangular próximo ao estacionamento do Magic Kingdom, oferece a oportunidade de dirigir carros que foram usados nos eventos Indianápolis 500. Depois do treinamento, os motoristas vestem o macacão de piloto, calçados e capacetes, como numa autêntica corrida, e são acomodados dentro do carro. No circuito, que é um tri-oval, quem participa da prova vivencia a experiência de dirigir e sentir a velocidade de uma verdadeira corrida IndyCar. Indy Racing Experience: www.indyracingexperience.com arraias e mergulhar num recife de coral. Uma vivência inesquecível! Com mais de 50 anos de história, o Bush Gardens é um dos pioneiros em exibir, cuidar e preservar os animais e o meio ambiente. Conta com mais de 2.000 animais exóticos. Nos habitats perfeitamente recriados estão algumas das espécies mais ameaçadas de extinção, não deixe de ler as placas informativas de cada animal, comparar espécies e ressaltar a importância da preservação ambiental. Celebrar o Reino Animal é o intuito principal do Animal Kingdom. O parque conta com 1.700 animais, de 250 espécies, ambientados em diferentes ecossistemas, uma chance imperdível de desvendar a majestade de parte de nossa natureza. Não deixe de visitar a Conservation Station, uma atração dedicada à preservação do meio ambiente e aos animais em extinção. Dentro do Walt Disney World Resort, outro parque que permite o contato e interação com os animais é o Typhoon Lagoon. Entre as atrações encontramos no Shark Reef a possibilidade de realizar um mergulho livre (com snorkel fornecido pelo parque gratuitamente) em meio a um recife de corais repleto de peixes, arraias e até tubarões de 58
pequeno porte, boa chance de conhecer este maravilhoso ecossistema marinho. Poucos lugares no mundo oferecem a oportunidade de compartilhar com nossos filhos o potencial educacional e cultural de forma tão rica e divertida como em Orlando. Nas suas próximas férias com a família, não deixe escapar esta valiosa experiência.
Para mais informações sobre os parques acesse os sites: Epcot Center, Magic Kingdom, Animal Kingdom, Hollywood Studios, Typhoon Lagoon:
www.waltdisneyworld.com Universal Studios e Island of Adventure:
www.universalorlando.com Sea World: www.seaworld.com Discovery Cove: www.discoverycove.com Aquática: www.aquaticabyseaworld.com Bush Gardens: www.buschgardens.com As reportagens da Família Muller têm o patrocínio de: Trilhas & Rumos: www.trilhaserumos.com.br Timex: www.timex.com.br Apoio de:
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