Revista Ser Familia 21 edição

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Ser Família A sua revista de desenvolvimento familiar e muito mais

Ano III • Nº21 • Set/Out

COMPORTAMENTO Imaginação = imagem + ação?

Perfil

Um Sonho Possível

INTIMIDADE

Os 4 “P”s essenciais para a realização completa da mulher

COLUNISTA

Adultos, não deixem de sonhar!

Sonhar!

Para escolher o melhor da vida.


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Revista

Ser Família A Revista Ser Família é uma publicação bimestral que oferece respostas criativas, alternativas inteligentes e soluções eficazes para viver bem.

editorial

Presidente Ludmila G. Antunes de Souza Diretor Executivo Autimio A. de Souza Neto Conselho Consultivo Arthur Dissei Ciro Ferraz Porto José Carlos Reis de Magalhães Paulo Brito

Projeto gráfico e Direção de Arte Claudio Tito Braghini Junior e-mail: claudiojuninho@hotmail.com Jornalista responsável Silvia Kuntz Pinto Lima – Mtb 47.467 e-mail: redacao@serfamilia.com.br Colaboradores Dora Porto Carmen Silvia Porto Encar Torre-Enciso Luis Fernando Carbonari Firmina Floripes Ferreira Renato Rodrigues Impressão Ediouro Fale com a gente (55 11) 3849-0909 site: www.serfamilia.com.br e-mail: revista@serfamilia.com.br Tiragem - 40.000 exemplares Para anunciar Pedro Dias Telefax: (55 11) 9476-1650 e-mail: comercial@serfamilia.com.br Meses de veiculação Setembro/Outubro

Instituição beneficiada Do Berço para a vida toda Do Berço para a vida toda

Telefone: (55 11) 5844-1915 site: www.obradoberco.org.br Presidente Honorária Renata de Camargo Nascimento Presidente Vera Helena M. Pires Oliveira Dias

E

sta edição, da qual o tema de fundo é a possibilidade de tornar realidade os nossos sonhos, coincide com a consolidação de um nobre e grande sonho: o projeto de parceria entre a revista Ser Família, a Obra do Berço e a Drogasil, que hoje é uma realidade de sucesso. Os grandes ideais, porém, não nascem num piscar de olhos... Pelo contrário, precisamos ressaltar que, acima de tudo, são necessárias pessoas de audácia e de visão. Dizem que de 10 empresários, apenas um se torna vitorioso, porque soube encarar o “medo”. Apostar em um projeto como este, em que, por meio da Obra do Berço, poderemos “ajudar a ajudar” as crianças e suas famílias a terem um futuro melhor, é apostar num Brasil melhor. A revista Ser Família se sente honrada em poder participar deste projeto tão valioso e poder levar a você, leitor, a possibilidade de ampliar seus horizontes de conquistas. Por isso elaboramos um conteúdo editorial para te ajudar a encontrar em seus sonhos a via mais rápida para sua realização pessoal e familiar. Parabéns, Drogasil! Parabéns, Obra do Berço! Parabéns, Ser Família! Parabéns a você, que enxergou o mesmo que nós!

Autimio Antunes

Vice Presidente Aline Rios Ramalho Foz Secretária Marta Hegg

Estes são os patrocinadores:

Financeira Maria Bernadette Magalhães Captação de Recurso Cristina X. da Silveiras

Patrocínio

A revista Realização | Parceira Revista

Ser Família

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Toda a receita arrecadada, descontados os impostos, é repassada 100% para que aplica os recursos na realização de seu objetivo social

Do Berço para a vida toda


09 10 14 18 24 28 32 36 40 45 46 Breves Valores E- drugs

intimidade Insegurança feminina

educar hoje 2

educar hoje 3

Os filhos sem amigos

Adolescência: que felicidade!

PERFIL

Qualidade de Vida

Dr. Pablo González Blasco Um sonho possível

Entretenimento

Obesidade infantil

educar hoje 1 Momento de escolha

Colunista Sonhar pede audácia!

comportamento Imaginação, imagem e ação

viagem e cultura Campos do Jordão



breves >> pág. 9

Valores “Estrela do programa de namoro na TV ‘Se Você É o Escolhido’, a modelo Mau Nou, 22, cunhou a frase talvez mais debatida neste ano na China. ‘Prefiro chorar numa BMW do que sentar na garupa da sua bicicleta sorrindo’, disparou, ao rejeitar o convite de um pretendente para passear em um dos símbolos do cotidiano chinês. A frase não passou incólume pela censura. Preocupada com comentários jocosos sobre sucesso financeiro, Pequim proibiu que o programa, até há pouco o mais visto no país, debatesse a questão. Agora, eles falam de temas como prestação de serviços comunitários...” (Programa de Namoro líder de audiência na TV é alvo de censura na China – Folha de São Paulo. 27/07/2010. Mundo)

E-drugs “Um novo fenômeno da internet começou a ganhar força na França com o nome de e-drugs, ou drogas digitais sonoras, com efeitos ainda desconhecidos. As e-drugs se baseiam em um fenômeno neurológico que consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido e que estimula o cérebro, produzindo sensações de euforia, estados de transe ou de relaxamento. As sessões possuem entre 15 e 30 minutos de sons que podem ser obtidos em sites especializados a preços que variam de sete a 150 euros e transmitem sensações fora do comum aos usuários...” (Agência EFE)


intimidade >> pรกg. 10

Inseguranรงa


Feminina

Por Dora Porto Master em Matrim么nio e Fam铆lia pela Universidade de Navarra, Espanha Representante do Programa Protege tu Coraz贸n no Brasil www.protegetucorazon.com


Q

uais os motivos que provocam insegurança nas mulheres? Você já pensou sobre isto? Fazer o diagnóstico é algo relativamente fácil...

casa dá à mulher a ocasião de se sentir realizada num tempo mais breve. Isto é da natureza! A família, os filhos, os netos também nos realizam, mas leva certo tempo para que notemos.

Repararam como fazemos coisas tão variadas, e o que é mais incrível, tudo ao mesmo tempo?

O perigo é que o trabalho pode escravizar. Para dar conta de todo este universo de coisas por fazer, podemos facilmente perder o foco. E é muito frequente que as mulheres mergulhem de cabeça no trabalho (muitas vezes é uma fuga) e acabem deixando de lado outras atribuições até mais importantes.

Trabalhamos, cuidamos da família, da casa, muitas ainda encontramos tempo para fazer um trabalho voluntário, levamos e pegamos os filhos na escola, nas aulas de esporte, sem contar as reuniões e encontros com as coordenadoras, dirigimos sempre “atrasadas” num trânsito enlouquecedor! Mas também desenvolvemos apresentações para clientes, elaboramos orçamentos, escrevemos relatórios, escrevemos matérias, fazemos cirurgias, atendemos clientes, participamos de reuniões de planejamento, de avaliação! E no “frigir dos ovos”, muitas de nós não nos sentimos satisfeitas, realizadas, independente do nível social em que nos encontremos... E por quê? Pensemos nos âmbitos em que a mulher se desenvolve... Profissional: hoje, mais do que nunca, a maioria das mulheres trabalha. Mas trabalha por quê? Será que é só pelo salário? Se analisarmos friamente, veremos que não. O trabalho profissional fora de 12

Está certo que as mulheres foram desenhadas para assumir diferentes tarefas ao mesmo tempo. Mas, convenhamos, a tecnologia e a rapidez com que as coisas se desenrolam hoje levam a mulher a um nível muito grande de estresse. Familiar: este âmbito é também muito curioso. Hoje acompanhamos moças solteiras crescendo profissionalmente, com carreiras brilhantes. Algumas até têm um nível salarial bastante alto. Mas quando questionadas sobre o que querem de suas vidas, a resposta é: “quero casar, ter filhos, formar uma família”. Mas, ao mesmo tempo, não querem perder os bônus que a vida profissional traz consigo. E sentem-se diminuídas e inseguras se têm que “largar” a profissão para dedicar-se integralmente à família. Muitas se sentem bastante mal e gostariam de conseguir conciliar o trabalho com a família.

Na sequência, acabam mesmo casando, e, aparentemente, sentem-se muito realizadas. Daí começam a vir os filhos (cada vez menos), a meta passa a ser voltar ao trabalho... E começa tudo de novo. Começam também as “neuras” com relação ao corpo: “talvez seja isto”, dizem algumas...“Olhem no que me transformei! Numa ‘senhora’ gorducha, sem aqueles atrativos que exibia aos 20 anos! Eu era feliz e não sabia!” Novamente, bate nessas mulheres uma grande insegurança de perder o marido! De que seu marido as substitua por outra mais nova! E a insegurança nos faz muito mal, até fisicamente. É bastante frequente que esta insegurança esteja na história de muitas depressões,de muitas brigas e de muitas separações! Mas essas situações, longe de transformar as mulheres para pior, são ocasiões excelentes de adquirir competências humanas e profissionais extraordinárias! No meu livro “Pais inteligentes, filhos resolvidos”, cito a Prof. Nuria Chinchilla, expert em conciliação trabalho/família. Ela afirma que “a família é uma organização sumamente complexa e rica em matizes e dirigi-la pode ajudar a nos desenvolver”. E dirigir uma família é procurar assegurar o pleno desenvolvimento de cada um de seus membros, o que não é pouca coisa.


As competências adquiridas no âmbito familiar podem ser aplicadas a qualquer outro âmbito. O tempo que uma mulher dedica a estar mais em casa, a cuidar dos filhos e, por isso, diminuir as horas de trabalho, em hipótese alguma é um tempo estéril. As empresas europeias que têm o selo de “familiarmente responsáveis” garantem que a mulher, depois de ser mãe, adquire competências que elevam seu nível profissional. Mas o nosso problema é que sempre estamos insatisfeitas de estar onde estamos. Falta-nos foco, metas, planejamento e avaliação. E sem isto, nem profissional, nem familiarmente nos realizaremos. E sem autorrealização, a nossa autoestima cai por terra. Acabamos nos tornando pessoas desinteressantes, cansativas, carentes... Se soubéssemos dar a cada fase e momento de nossas vidas sua real importância, certamente evitaríamos muitos dissabores no nosso dia a dia. Temos, enfim, que colocar os meios para chegarmos a esta segurança que tanto desejamos! Donna Brooks, no seu livro “Seven Secrets of Successful Women”, aponta-nos algumas luzes que podem certamente nos ajudar: trata-se de utilizar a estratégia dos 4 “P”s... Em cada sucesso alcançado estão na retaguarda quatro componentes essenciais:

Performance: pensar no seu desempenho. Como mãe e esposa, e também como profissional. Se você é uma profissional e está, por exemplo, num novo emprego, vai se organizar, estabelecer metas, procurar conhecer o dia a dia da empresa para render ao máximo. E na sua casa? Não é porque não há novidade todos os dias que você não pode “profissionalizar” o seu lar. Quando seu desempenho profissional dentro de casa melhora, a família sente, fica animada e, consequentemente, você se sente muito mais feliz e realizada. Perseverança: continuar o começado, ultrapassando as dificuldades e resistências que possam aparecer. Isto nos soa muito familiar! Afinal, quem nunca fez planos de melhora? “Agora vai!”, dizemos tantas vezes. Mas por que não vai? Talvez falte essa virtude espetacular, que se adquire com a repetição de atos. Para ser perseverante, começa-se “não sendo”, mas agindo como se fosse! Faça-se esta pergunta: se eu fosse perseverante, diante dessa dificuldade o que eu faria? E faça! Muitas vezes! Até adquirir o hábito.

a dia. Por exemplo: fechar todos os dias aquela gaveta do banheiro; determinar todos os dias que comida vai fazer; guardar todos os dias cada coisa no seu lugar. Parece pouco? Experimente! Depois transfira esta experiência para qualquer outro âmbito de atuação. Paciência: naturalmente vamos precisar de muita paciência! E sabem o que é a paciência? É a ciência da paz. É aprender a padecer (qualquer tipo de incômodo, grande ou pequeno) sem perder a paz. Não há trabalho, situação, sucesso, que não esteja recheado de muitas horas de paciência. E quem cultiva a paciência é muito mais sereno, muito mais feliz. Aliás, quando você achar que está “perdendo a paciência”, uma boa notícia: a paciência não se perde num momento, como não se adquire num só instante. O que perdemos é a serenidade, e esta nós podemos recuperar começando tudo de novo: performance, perseverança, prática e... Paciência! Temos tudo para sermos felizes! Só é preciso saber e querer!

Prática: muito unida à perseverança está a prática. Pois como vimos, é preciso agir como se já fôssemos possuidores dessa competência. Isto requer praticar nas coisas mais insignificantes do nosso dia 13


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n o o e t M m de

a h l o s e c Fundadora dos

glano Julia Manulação infantil

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A

escolha da primeira escola dos filhos não é uma decisão fácil e, muitas vezes, causa ansiedade nos pais. Dentre uma gama tão grande de propostas pedagógicas, o dilema é grande. É uma decisão muito importante, que deve ser bem ponderada e cuidadosamente estudada, já que afeta o futuro acadêmico e pessoal da criança. A escola tem um impacto grande no desenvolvimento físico, intelectual e social, principalmente na educação infantil. Na primeira infância, o desenvolvimento físico e da inteligência são muito acelerados. O cérebro se desenvolve em 85% até os seis anos e, se devidamente estimulado, a criança pode desenvolver qualquer habilidade. Nesta fase, começa a se forjar o caráter dos filhos, por meio da aquisição de hábitos bons, do exemplo dos pais e do modelo dos educadores.

escolha, como, por exemplo: que a escola seja limpa e ordenada, tenha instalações adequadas e seguras, uma área de lazer ao ar livre, seja uma escola autorizada, tenha um horário adequado para a família.

a escola tem um impacto grande no desenvolvimento físico, intelectual e social, principalmente na educação infantil Todos os pais querem que seus filhos sejam felizes. Mas, a partir desta meta global, devem pensar em metas educativas mais específicas que atendam às necessidades da criança nos seus três níveis de desenvolvimento: - extrínseco (necessidades físicas e de desenvolvimento motor);

Uma primeira consideração é ver as possibilidades econômicas da família e definir uma faixa de despesas com educação... A partir daí, apenas considerar as escolas que estejam dentro deste critério.

- intrínseco (necessidades cognitivas e de desenvolvimento intelectual e de habilidades);

Também definir outros prérequisitos mínimos para a

A partir destas metas educativas, fica mais fácil

- e transcendente (necessidades afetivas e de desenvolvimento do caráter).

comparar os benefícios das escolas visitadas e perceber qual atende melhor às expectativas de desenvolvimento da criança. Dicas na hora da visita à escola: - Observar o ambiente da escola, sentir as crianças, se estão felizes e ativas. - Observar a equipe pedagógica, se é bem humorada e alegre, se tem brilho nos olhos. - Pedir para observar um pouco as aulas e ver como as professoras tratam as crianças. Ver se as crianças têm prazer em aprender. - Perguntar à diretora, ou coordenadora que esteja apresentando a escola, pelo Ideário, ou seja, qual é a missão e quais são os valores da escola, porque é importante que os valores passados em casa não sejam conflitantes com os da escola. - Na questão do sistema ou projeto pedagógico, para pais leigos na área, simplesmente perguntar quais os objetivos a serem alcançados com os alunos, nos vários níveis de desenvolvimento, e questionar o que é feito e como é feito para alcançá-los. - Perguntar qual é a formação e treinamentos que a equipe recebe para ver se existe uma 15


preocupação com o constante aperfeiçoamento profissional e pessoal da equipe. - Averiguar se são oferecidos cursos ou palestras para os pais, ou seja, se há uma preocupação também com a formação dos pais. - Perguntar qual o número de crianças por educadora, porque a educação é mais personalizada com menos crianças por educadora.

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- Observar as horas da entrada e da saída das crianças, para conhecer o perfil dos pais e ter a oportunidade de falar com algum deles. - Prguntar se a escola tem indicações ou depoimentos de outros pais cujos filhos já frequentaram ou frequentam a escola. - Ver a qualidade das instalações e se existem espaços amplos e alegres.

devem pensar em metas educativas mais específicas que atendam às necessidades da criança nos seus três níveis de desenvolvimento



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Os filhos sem amigos

Adaptado por Autimio Antunes da nota tĂŠcnica do prof. Gerardo Castillo


Q

ue as relações de amizade podem contribuir para a melhora pessoal dos nossos filhos, já sabemos. Sendo assim, é lógico que os filhos sem “amigos” nos preocupem e que desejemos ajudá-los. Para enfrentar este problema, os pais precisam conhecer as causas, que não são as mesmas em todos os casos, ainda que algumas se repitam bastante. Cada pai terá que averiguar qual das causas atribula seu filho. A falta de amigos é, algumas vezes, um problema circunstancial da idade e, por isso, passageiro. Em outros casos, as dificuldades são permanentes. Em determinados momentos, as causas do problema estão fundamentalmente no próprio filho (em sua forma de ser). Outras vezes residem no ambiente familiar e social. Vejamos, em primeiro lugar, algumas causas frequentes durante a terceira infância (dos seis aos 11 anos). Nesta etapa, chamamos “amigos” aos companheiros de brincadeiras. Nesta faixa etária, as crianças costumam ser muito sociáveis e se integram com facilidade. No entanto, passar a frequentar o meio escolar é uma mudança forte (pelo menos inicialmente). Eles têm que superar uma etapa de adaptação ao novo ambiente, para que não permaneçam isolados.

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O começo da idade escolar supõe entrar em um momento novo, distante da atmosfera afetiva da família. Neste novo mundo a criança é valorizada pelo que sabe e pelo que é capaz de fazer; tem de compartilhar a atenção do professor com

o fator que torna a adaptação ao meio mais difícil é uma educação familiar inadequada durante a fase pré-escolar, na qual o protecionismo é especialmente prejudicial muitas crianças; necessita aprender a conviver com crianças de caráter muito diferente... Passar do grupo de brincadeiras e jogos de dois ou três para um grupo artificial e regulamentado de uma classe costuma produzir algum desconcerto. No começo, não se sentem ligados afetivamente nem ao grupo de classe em seu conjunto, nem a algum companheiro em particular. Neste ambiente são frequentes os temores e receios mútuos e a falta de solidariedade. Uma mostra disto é que as crianças se acusam entre si.

No meio familiar, a criança é aceita independente de sua forma de ser e de se comportar, no meio escolar é necessário fazer por merecer para ser aceito no grupo. Nossos filhos descobrem que seus colegas valorizam de forma especial certas qualidades e condutas. Quem tem tais qualidades se integrará mais rapidamente no grupo e terá menos dificuldades, com o tempo, para ter amigos. Um fator que favorece a aceitação por parte dos colegas é estar bem dotado de algo, como o atrativo físico, a inteligência, ideias práticas, competência nas atividades estimadas pelo grupo. Os pequenos que possuem alguma destas características têm mais confiança em si mesmos, o que, por sua vez, reforça sua aceitação no meio do grupo. Um segundo fator que ajuda as crianças é o bom caráter. As qualidades mais estimadas são alegria, sentido de humor, amabilidade, lealdade e sociabilidade. Para ser preferido pelos colegas tem que ser “alegre” e “amigável”. As crianças com alguma limitação física (que impede de participar com destaque dos jogos e brincadeiras), com algum defeito sensorial, ou a falta de habilidade para usar as coisas, têm uma dificuldade especial para conectar-se ao grupo. As de caráter difícil costumam ser ignoradas


(muito nervosos, instáveis, reservados, egoístas, “mandões”, agressivos, caprichosos e briguentos). O fator que torna a adaptação ao meio mais difícil é uma educação familiar inadequada durante a fase pré-escolar, na qual o protecionismo é especialmente prejudicial. Os filhos acostumados com seus pais continuamente pendentes de suas necessidades, dificilmente saberão adaptar-se às necessidades dos demais; serão mais egocêntricos que o normal. As crianças que encontram resolvidos todos os seus problemas, dificilmente estarão dispostos a enfrentar os problemas que surgirem na convivência com os colegas do colégio. Estas crianças não estão preparadas para lutar com seus companheiros nos jogos e brincadeiras competitivas.

Aqueles que são mimados, acostumados a que seus pais lhes concedam todos os caprichos, não aceitarão facilmente as regras que regem os diferentes jogos. E como durante toda a infância a amizade se baseia no jogo competitivo e normatizado, as crianças não aptas ficarão deslocadas. O protecionismo familiar tem sua origem, muitas vezes, no medo. Alguns pais têm um medo exagerado dos perigos que o filho pequeno pode correr: que caia da escada, que seja agredido por outra criança, que se resfrie fora de casa etc. Então esses pais não deixam seu filho fazer quase nada e praticamente lhe obrigam estar somente com eles (pais), e não dão a oportunidade para o filho conviver com outros garotos de sua idade. Por outro lado, a ansiedade dos pais acaba se convertendo em ansiedade dos filhos.

Possíveis consequências da falta de amigos A falta de amigos durante a infância pode originar problemas de tipo afetivo, ansiedade, sentimento de inferioridade, tristeza etc. O filho sem amigos costuma sofrer um atraso em seu desenvolvimento evolutivo pela falta de estímulos e experiências que a vida de amizade proporciona.

Diante dessa situação, algumas crianças desenvolvem mecanismos de defesa... Um deles é o dos “amigos imaginários”. Valendo-se de sua poderosa fantasia, a criança cria substitutos para os amigos reais que não tem. Brinca com eles como se fossem pessoas reais. A “criança de verdade” é a que manda e as imaginárias são submissas. A questão é que essa “saída” jamais será uma solução para o problema . Não é conveniente desempenhar sempre o papel de mandatário, nem conseguir tudo o que se deseja. Tampouco é bom que se prescinda da convivência com os demais colegas. Tudo isso torna a adaptação social mais difícil ainda. Se o isolamento obedece a circunstâncias passageiras (não adaptação inicial ao meio escolar, incorporação tardia à escola, excessivas faltas etc), não costumam ocorrer consequências especiais. Mas é preocupante quando o problema decorre da falta de qualidade amistosa. Neste último caso, o filho é rechaçado sistematicamente por seus colegas, o que pode gerar problemas de personalidade.

Algumas orientações para os pais - Dar a devida importância a este problema: não se deve crer que o filho prefere estar sozinho e que assim é feliz. A 21


carência de amigos tem repercussões afetivas e atrapalha no desenvolvimento de melhora pessoal.

- Falar deste tema sem ir diretamente ao assunto. Provocar conversas relacionadas com o tema.

- Os pais não devem querer resolver por si mesmos o problema de falta de amigos de seus filhos. A amizade não se pode programar nem conseguir por necessidade ou obrigação. A amizade é uma relação que requer uma admiração mútua e desejar o bem do amigo.

- Às vezes, as melhores pistas são os comentários espontâneos que os filhos fazem de seus colegas de classe ou brincadeiras. Os professores podem colaborar nesta observação.

- Os pais devem se preocupar, primeiramente, em averiguar a causa da falta de amigos. O problema não tem sempre a mesma origem. - Refletir sobre a forma de ser e atuar de seu filho. Convém observar também como atuam com os irmãos, colegas de estudo e amigos.

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- Vale mais a pena estimular as condutas positivas ou “amistosas”, do que corrigir os hábitos que os separam dos demais. - Criar oportunidades de ambientes onde os filhos possam encontrar amigos. - O pais devem facilitar, desde as primeiras idades, a comunicação e a convivência de seus filhos com outras

crianças. Não é bom que eles se acostumem a estar sempre dentro de casa. Convém evitar, também, que passem a maior parte de seu tempo livre com pessoas mais velhas. Quando o isolamento de um filho se deve a uma limitação física ou intelectual, a ajuda dos pais deverá ser de outro tipo: pedir aos professores que deem oportunidades para que ele se destaque no que pode e sabe fazer bem, e assim possa adquirir mais confiança em si mesmo e mais admiração por parte de seus colegas. Também é importante que os professores tentem melhorar o clima humano da classe: que os alunos respeitem mais uns aos outros. Em um clima positivo, uma limitação pessoal não é, necessariamente, motivo de isolamento.


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ADOLESCÊNCIA: QUE FELICIDADE! T

ornou-se comum dizer que “a adolescência é a fase da aborrescência”. Muitos pais expressam assim os seus sentimentos, quando se referem aos seus filhos que passam por esta maravilhosa fase da vida! É preciso de uma vez por todas quebrar este paradigma de que a adolescência é um sofrimento, como tomar um remédio amargo: se é preciso, é melhor engolir depressa. Vamos verificar, sem preconceitos, o que se passa nesta fase que, para muitos, é a mais marcante ao longo de toda a vida. Crescimento, transição, ação... Em uma palavra: liberdade. E o que pode ser melhor para o homem do que descobrir que nasceu para ser e viver livre!? Para os pais, o crescimento físico se traduz em maior responsabilidade e mais deveres. A transição é vista como rebeldia, querer lançar-se ao desconhecido, expor-se ao perigo, dar o passo maior que a perna. Ação significa arrogância, tempestuosidade, libertinagem. Mudemos de lado e vamos aos nossos jovens: crescimento é visto como independência, autonomia, mais direitos. A transição oferece a oportunidade de crescer o meio de amigos, saindo dos limites familiares, capacidade de fazer sem vigilância. Ação é energia, vontade, força...

Por Valdir Reginato


Afinal, qual será a melhor definição? Não se trata de querer agradar a todos, mas se pudéssemos sentar numa “mesa de negociações”, concluiríamos que os dois lados têm razão e que os tópicos não são contraditórios. O velho adágio “frei exemplo é o melhor pregador” é válido em muitas circunstâncias, mas talvez em nenhuma outra se aplique tão precisamente quanto no processo de educação dos filhos. Educar, que significa indicar, mostrar o caminho, não pode ser um livro de histórias contadas como lendas. Educar é um caminho pelo qual os pais se esforçam em trilhar, porque acreditam ser o melhor, e aí gostariam que seus filhos também andassem... Mas isto não tira a liberdade? Não é anacrônico na pedagogia e ditatorial na formação? Afirmo que não. Percorrer um caminho que se acredita, não significa que todos que passam por aquele caminho são iguais. Muito menos que todos devam andar na mesma velocidade. E tampouco que não existam outros caminhos. É uma questão de coerência. Se alguém que queira se dirigir a um determinado lugar afirma “para mim, o melhor trajeto é este, mas vou por aquele, ou outro qualquer”, ao ouvinte isto parecerá, no mínimo, estranho, para não dizer

“esquizofrênico”. Por que não escolheu ir pelo caminho que considera o melhor?! O mesmo se passa na educação... Temos conhecimento de muitos caminhos, mas optamos por um. Seria injusto que os pais caminhassem por uma estrada e abandonassem seus filhos em outros caminhos que, em sã consciência, jamais fariam. As crianças não têm capacidade de julgar, por falta de critérios e experiências. Seguem os pais, às vezes por vias inadequadas, mas seguem, porque querem estar próximos dos pais. Isto é o mais importante para eles nesta fase: estar com os pais, não importa se no meio do furacão ou na traquilidade de casa. Contudo, na adolescência ocorre o crescimento, que favorece a transição e exige uma ação. A companhia do pai passa a ser considerada fiscalização, que censura o olhar que agora alcança mais longe (estão mais “altos”), e descobre que existem muitos outros, diferentes do caminho em que ele está. A curiosidade é inata e, ao mesmo tempo, motor de arranque para o desenvolvimento. Desenvolvese a “autonomia” para poder decidir, mas muitas vezes sem a necessária capacidade de realizar. A dependência financeira, bastante comum, torna-se uma corrente angustiante para o adolescente que repleto de imaginações não pode concretizá-las. A ação é

uma exigência da transição que percorre seus “nervos”, como uma corrente elétrica, em busca de novas experiências, frustradas pelos limites impostos pelos tempos modernos: a “liberdade” está cada vez mais cara! É o desejo de conhecer, experimentar e viver novas sensações e aventuras, na descoberta de um novo corpo que se diferencia e atrai na sexualidade. Surge a noção do compromisso de fidelidade, que abre para amizades, ao invés do coleguismo. O interesse pelo que fazer no futuro diante de tantos caminhos profissionais. A experiência de compartilhar e se responsabilizar pelos sentimentos de outro(a) no namoro... É maravilhoso! Não é difícil de entender (o que não significa concordar) que ocorra uma fuga para meios que possam romper as amarras, e que a impetuosidade possa conduzir ao furto, à droga, à ilegalidade. Para os que são favorecidos financeiramente pelos pais, sem a devida orientação, os caminhos não são diferentes (exclui-se o risco de prisão por roubo, mas não por agressão). Ainda que a rebeldia seja necessária para a adolescência, vive-se atualmente uma adolescência mais do que rebelde: violenta, sem limites para consequências. O que fazer diante do impasse: “amaldiçoar” a adolescência até 25


que passe, e ficar esperando passivamente? “Amarrar” o adolescente por medida de segurança? “Evitar” todos os possíveis riscos? Ou “abandonálo” à própria sorte? Com certeza, nenhuma dessas opções estaria na vontade de um pai que ama seu filho, e deseja ajudá-lo, apesar das dificuldades. Não é difícil verificar que não se pode “prender” o adolescente num quarto. Melhor dizendo, não se deve “prender” e privar o adolescente da convivência com o mundo. Esta falsa segurança, quando concretizada, acarretará quase sempre respostas futuras que comprometerão o desenvolvimento da pessoa na sua maturidade. Existirá uma saída? “Uma dinâmica complicada entre estar próximo sem ser convidado, saber o que ‘rolou’ sem ser investigador de polícia, conhecer o que fazem sem ser bisbilhoteiro, aconselhar sem parecer autoritário, ouvir sem se assustar”.(*) Não é uma missão fácil, mas também não é impossível. Não é verdade que o adolescente deseja os pais a uma distância de “anos-luz”. A adolescência é uma fase de transição e isto gera insegurança, ainda que revestida de uma coragem superficial. Contudo, é importante que os pais saibam que devem estar próximos dos filhos, não tanto fisicamente, mas numa presença que permita ao filho saber que estão lá, e interessados pelo 26

que está acontecendo com ele. Desejar estar só por alguns momentos - uma condição muito própria e necessária da adolescência - não significa gostar do abandono ou da indiferença. Alguns pais acreditam colaborar com a autonomia de seus adolescentes abandonando-os à própria sorte, justificando que precisam aprender a “se virar”. O crescimento da liberdade não se faz pelo desprezo ou indiferença, mas pela participação, sugerindo e trocando ideias que alimentarão critérios para suas escolhas. Permitir que escolham posições e caminhos diferentes é o maior desafio da educação da liberdade, mas é necessário. Admitir escolhas novas não significa concordar com elas, o que poderia, em algumas situações, ser a negação de tudo que os pais procuraram passar até então, e pareceria uma grande incoerência. É necessário, porém, que os pais percebam que o processo de educação continua, nesta etapa, obedecendo ao modelo do exemplo. Não mais um exemplo no qual o filho não tem uma opção, como na infância, mas um exemplo que passa a ser seguido por se acreditar nele por convicção, na livre aceitação dos seus valores, pela coerência de conduta e comportamento na vida e, principalmente, por enxergar

neste caminho um rumo à felicidade vivida no amor. Se é verdade que o meio e a mídia, atualmente, influenciam muito os adolescentes (não só a eles!), não podemos negar que o exemplo oferecido na convivência com pais é de enorme importância. Não se deve omitir. O esforço dos pais em colaborar neste período não significa superproteção, mas a demonstração de confiança daqueles que, conscientes do que fizeram na infância, esperam ajudar no desenvolvimento dos filhos. Isto não quer dizer que eles farão o que os pais projetaram, mas o que eles, mediante a formação, acreditam ser o melhor caminho. Ter confiança, sem deixá-los desamparados. Incentivar, sem medo de possíveis tropeços. Guardá-los sempre no coração, ainda que à distância de um continente. Conviver com alegria é o que contagia e atrai espontaneamente. Permanecer livremente vinculado por uma corrente de amor. Se você não acredita em nada disso, talvez seja porque esqueceu da sua adolescência, ou desistiu de seu filho, antes de procurar conhecê-lo melhor. A adolescência existe, e teremos que passar por ela, os pais e os filhos. Por que não a enxergarmos com os olhos da felicidade? (*) Aprendendo a ser pai em dez lições. Reginato, V.; Paulinas 3ª Ed , p 143



SONHAR

COLUNISTA >> pรกg. 28

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Por Autimio Antunes


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s sonhos estão muito além dos desejos. Estes se manifestam sem querer, mas aqueles estão escritos no nosso coração. Faz bem sonhar. O sonho é uma diretriz, uma meta a ser alcançada. Os grandes sonhos costumam brotar ainda na infância e ganham corpo e forma na adolescência. Eles nascem do coração, e é por isso que o coração deve estar livre. Falar sobre “sonho” é arriscado: cair numa análise ingênua e superficial é muito fácil. Enquanto pensava nesse risco, “dei de cara” com a biografia de Disney numa estante da livraria que costumo passar meus tempos livres. Eu sabia que a resposta estaria ali! Ao folhear o livro, os questionamentos surgiam... Será que todo mundo sonha? As crianças com certeza. Mas, e os adultos? Também sonham? Os filmes de Walt Disney respondem, uma vez que são adorados e venerados tanto por crianças, como por adultos. Naturalmente, buscamos explicações de como Walter Ellias Disney conseguiu penetrar nos corações de milhões de pessoas e fazer cultura. Uma maneira de entender a cultura é interpretá-la como a forma que uma sociedade estabelece para satisfazer suas necessidades, sejam elas

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intelectuais, artísticas, materiais, de diversão etc. Sendo assim, Walt Disney rompeu fronteiras e estabeleceu, mais do que uma cultura americana, uma cultura ocidental, com a inocência de seu trabalho, com uma receita fantástica para restaurar a confiança, a volta à infância e o poder em devolver a fé na perseverança e na vitória do bem. Tudo isto que temos no

será que todo mundo sonha? As crianças com certeza. Mas, e os adultos? Também sonham? Os filmes de Walt Disney respondem coração, mesmo os adultos, é o que nos faz atraídos pelos filmes de Disney. Ao assisti-los, damos asas à nossa imaginação e passamos a perceber o poder e a força que ela produz em nós. Identificamo-nos com os personagens, com suas formas de ser e atuar. Com o contexto em que se desenvolve a história. Com seus ideais e sonhos. Passa a brotar em nosso íntimo uma satisfação, como se tudo o que acontecesse na tela fosse como na vida real. Não é verdade que saímos do cinema com uma vontade de sermos melhores e

alcançarmos aquilo que vale a pena? Como se disséssemos a nós mesmos: “Puxa! Os sonhos se realizam”, mas precisamos lutar por isso, e essa luta é possível, é real. Como no filme “Carros”, em que o estreante Relâmpago, sensação da temporada, aproveita a fama e as glórias das suas vitórias. Até o dia em que, no caminho para a corrida mais importante de sua vida, perde-se na estrada. Ele conhece Sally, Mate e Doc Hudson, que lhe ajudam a descobrir que há coisas mais importantes na vida do que troféus e fama. Quem não se identificou com esta história?! Todos nos pegamos envoltos, vez ou outra, por uma ansiedade de alcançar o inalcançável, e esquecemos das coisas mais importantes presentes em nosso dia a dia. O que não podemos é deixar a imaginação nos fazer acreditar que vamos “matar ursos pela rua”. “Ratatouille” é mais um dos inúmeros exemplos... Um ratinho que gosta de cozinhar, sonha em se tornar um renomado chefe de cozinha e, contrariando os desejos da família, segue sua vocação. Junto com Linguini segue em busca de seu sonho. Muitos adultos se identificam com o roteiro e, ao assistirem a este filme, tenho certeza que “viajam” e se deliciam pensando: “sabia que valeria a pena seguir em frente, mesmo contrariando os que me chamaram de louco”.


resgatar o fato de que os sonhos podem se tornar realidade (...) depende de termos um coração puro

Percebem, agora, por que os filmes de Disney atraem e agradam tanto os adultos? Reforçam ideais, convicções, crenças, decisões. Além, claro, de valer o investimento educacional para os filhos. E o que falar de “A Família do Futuro”, em que Lewis descobre que o destino do mundo está em suas mãos e que não conseguirá salvá-lo sem a ajuda de toda a família Robison, que tem como lema sempre seguir em frente e nunca desistir de si mesmo. Ressalta-nos a importância da família e dos amigos na busca de nossos objetivos e nas horas de dificuldade. Quando

assistimos a este filme, refletimos em como uma boa família ajuda no pleno desenvolvimento pessoal e na satisfação psicológica. Poderia citar cada um dos filmes de Walt Disney e ir retirando belas lições de vida e de amor, tentar explicar a magia e o poder de nos levar de volta à infância, onde tudo podíamos, quando tudo era razão para vibrarmos, sabíamos encontrar alegria em todas as coisas, pois tínhamos um coração puro. Nada interferia na alegria do mundo que carregávamos dentro de nós. O externo não era empecilho para nossos

sonhos. A alegria de jogar uma partida de futebol era a mesma, com chuva ou com sol. A simplicidade, que garante a serenidade, sempre reinou enquanto crianças. E o dia de amanhã não produzia suas ansiedades, porque o bom era aproveitar o dia presente. Resgatar o fato de que os sonhos podem se tornar realidade, “quer sejam seus contos de fada, ou as aventuras de um garoto, ou seu castelo, ou a Rua Principal ou a canoa de Mark Twain na Disneylândia”, como dizia Walt Disney, depende de termos um coração puro. 31


PERFIL >> pรกg. 32

Pa b l o G o n z รก l e z B l a S c o e m . . .

um sonho

possร vel Por Silvia Kuntz


M

édico de Família e Doutor em Medicina, Pablo González Blasco também é Membro Fundador e Diretor Científico da SOBRAMFA – Sociedade Brasileira de Medicina de Família, e Membro Internacional da STFM -Society of Teachers of Family Medicine. Mas não são suas competências técnicas e profissionais, pura e simplesmente, que destacaremos neste espaço, e, sim, uma espécie de “luz” que ele teve ao exercer a profissão. Promover a reflexão para ajudar as pessoas na descoberta de si mesmas - extraindo do íntimo de cada uma o compromisso por melhorar - é uma das atividades à qual se dedica, utilizando-se de enredos de filmes. Um exemplo sempre ajuda. Ainda mais quando se pode contar com ferramentas capazes de prender a atenção, por provocarem certo envolvimento emocional: nada melhor do que usar personagens e situações de filmes para suscitar uma reavaliação de nossas atitudes e aplicar as conclusões em nossas vidas. Além de fazer isso em aulas e conferências (muitas vezes levando o público a tal grau de reflexão, que se traduz em lágrimas, sejam de arrependimento ou de emoção), Pablo virou blogueiro. Em sua página da internet, não se limita a analisar comportamentos de personagens, mas é um verdadeiro critico de cinema. Ler um de seus textos, depois

de ter assistido ao filme em questão, dá uma sensação de ser tarde demais e, na maioria das vezes, a vontade é de assistir uma vez mais.

resumo: na dúvida, coloque sonho no título que acaba valendo e encaixa bem.

Um de seus últimos textos nos ajuda a refletir sobre a liderança feminina, com a ajuda do filme “Um Sonho Possivel” - The Blind Side, no original -, estrelado por Sandra Bullock...

O Lado Cego – nada melhor do que focar-se na ideia do título original- é o flanco débil do atacante do futebol americano, o entorno que o jogador não consegue enxergar quando arma a jogada. Se for atacado pela defesa contrária, a jogada morre na fonte. Para proteger essa fragilidade é preciso destacar um zagueiro que, não possuindo a habilidade nem a rapidez do atacante armador, consegue blindar com sucesso o companheiro. Sua função, aparentemente sem brilho, é protegê-lo das agressões que lhe chegam pelo lado cego. Assim começa o filme, num campo de futebol americano, e neste contexto se desenvolve o argumento e se inserem os protagonistas: Big Mike, o zagueiro com 98% de instinto de proteção nos testes escolares, e Leigh Anne, com um modelo revolucionário de liderança além de um merecido Oscar de melhor atriz.

“’Um sonho possível’ não tem nada a ver com o miolo do filme. Não diz absolutamente nada, e rebaixa a força da proposta original. Os sonhos, no nosso mercado de traduções, são tão frequentes como inúteis. Tem os sonhos que o são de verdade, como os de Shakespeare na Noite de Verão, ou os de Kurosawa; tem os sonhos aceitáveis (Um sonho de Liberdade -The Shawshank Redemption, 1994; Um sonho distante -Far and Away, 1992), e tem os sonhos nos títulos que são fruto da invenção simplória do tradutor (Sonhos de um Sedutor –Play it again, Sam, 1972; Foi apenas um sonho – Revolutionary Road, 2008).O caso que nos ocupa se inclui neste último grupo, que continua presidido pela pior tradução ao vernáculo já feita e que todos lembram: A Noviça Rebelde – The Sound of Music, 1965, um exemplo genuíno de como se pode destroçar um filme com um título desafortunado. Neste último não tem sonhos –que até seriam mais aceitáveis do que o resultado iconoclastamas serve para exprimir a ideia que estamos ventilando. Em

(...)

Vai aqui o primeiro recado, que a entusiasta protagonista dá ao treinador da equipe, e a nós. É preciso conhecer as pessoas – os que trabalham do nosso lado, a própria família- para aproveitar o potencial de cada um, e colocá-lo onde realmente pode ser útil. Não somente útil, como muitas vezes, insubstituível. Li, anos atrás, um pensamento que releio com 33


metódica periodicidade: “Não digas de nenhum dos teus subordinados: não presta. – Quem não presta és tu: porque não sabes colocá-los no lugar em que podem funcionar bem.” Uma verdade tremenda, que esquecemos com perigosa frequência. A teoria é clara, o conselho é magistral, mas na hora de pôr em prática, dá o branco. Não um branco mental, mas um branco afetivo que nos faz também sofrer. Irritamonos com as limitações dos outros, ao invés de apoiar-nos nas suas capacidades. Gostaríamos que fossem de um jeito –do nosso jeito- e, sendo diferentes, além de sentir-nos incomodados, escalamos as pessoas em posições inadequadas. (...) O segundo recado do filme – que podemos batizar como liderança em 360˚- é menos explícito mas, ao meu modo de ver, inovador e de capital importância. O comentário de um amigo meu sobre a determinação serena da protagonista que envolve no seu projeto de vida toda a família fez-me pensar. E trouxe à memória os comentários de Ortega acerca do comando das mulheres que, sem fazer barulho, como o clima faz com o vegetal, transformam o ambiente que as cerca, com uma influência que condiciona a vida possível e fecunda. Uma liderança –vamos chamar atmosférica- que determina a ecologia do sistema no qual estão inseridas. 34

A empreitada não é fácil, mas parece-me um modelo essencial nos dias que vivemos. Saber colocar tudo numa coisa só: trabalho, família, projetos, sonhos, e o afã de fazer um mundo melhor. Ou talvez , mais do que colocar, a questão é colocar-se, ser único e o mesmo para todas as dimensões que nos ocupam e que amamos. Surpreende a naturalidade com Leigh Anne envolve toda a família no seu projeto de vida. O exemplo do filme é chocante –na verdade é uma metáfora por ser distante da realidade da maioria dos cidadãos- mas serve para ler nas entrelinhas. Tudo funciona como um contágio fantástico desse modus vivendi, porque a protagonista tem a questão da própria unidade resolvida. E arrasta toda a família com o exemplo, não com teorias. As amigas –gente da sociedade como ela- não parecem entender tudo isto. Pode ser até que trabalhem em ONGs para proteger crianças pobres, mas certamente há um horário para tudo isso e ninguém leva os problemas para casa. Aqui pode parecer exagerado – provavelmente o é- levar para a própria casa o emblemático desamparado, mas a leitura por trás do símbolo é suficiente para entender que se os projetos que temos fora – profissionais, do trabalho, atividades sociais- não entram no nosso lar e vice-versa , é porque não entraram na nossa alma. (...)

O Lado cego, o lado oculto de cada um de nós. Aí se incluem nossas fraquezas e limitações, nosso calcanhar de Aquiles, que temos de levar com paciência e sem desistir. Talvez o que nos protege é mesmo a abertura aos outros, colocar nosso sistema operacional em função de terceiros, superando o egocentrismo que nos cerca. Vou cuidar da minha vida – ouvimos com frequência. Atitude esta que na verdade significa ter várias vidas, porque quem tem uma só, não cuida dela, mas a vive em plenitude, com alegria. Quando estamos divididos, o esforço por cuidar da vida implica na inútil tentativa de que umas vidas não contaminem as outras, sem entender que somos uma pessoa só, que as divisões mentais e de agenda que fazemos por atender tudo, é um câncer que, antes ou depois, dará metástases e nos devastará numa divisão que não é fisiológica. As divisões, os compartimentos, o “eu não misturo” é uma bomba relógio, porque a nossa vida é misturada e temos de encontrar a unidade que consegue abraçar, com o mesmo coração, cabeça e potencialidades, tudo no qual nos envolvemos. Esse é o caminho para envolver os outros, em cada ambiente. Até na própria família. Essa é a liderança em 360˚, um belo projeto a perseguir.” Pablo reuniu e publicou várias análises desse tipo, dando “vida” ao livro Educação da Afetividade através do Cinema. www.pablogonzalezblasco.com.br www.sobramfa.com.br



qualidade de vida >> pรกg. 36

OBESIDADE

INFANTIL

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O

país que, há pouco tempo, elegeu seu presidente com a campanha defendendo o “Fome Zero”, no intuito de terminar com a miséria da alimentação, vê agora nos noticiários, com perplexidade, que as crianças estão cada vez mais obesas, inclusive no Brasil! Política à parte, vamos ao que está preocupando cada vez mais, no mundo todo, desde pediatras até administradores de prestadores de serviços de saúde. Se os pediatras pesam a responsabilidade de poder controlar os seus pequenos obesos, os administradores da saúde já projetam os maiores gastos do setor, com uma população que cresce no potencial de complicações como diabetes, doenças cardiovasculares (hipertensão, infartos, acidentes vasculares etc), doenças articulares, e outras que, seguramente, afastarão precocemente um grande contingente da futura população produtiva. Uma população que é cada dia menor, tendo em vista que, com o controle indiscriminado da natalidade, o número de filhos está abaixo do necessário para “repor” a população necessária para sustentar aqueles que já colaboraram com a vida para a sociedade. Onde está a origem de tudo isto? Costumo dizer que quando queremos entender os grandes fenômenos sociais é sempre melhor começar com

um olhar apurado para o que está acontecendo no núcleo familiar. É como fazer uma “biópsia” (tirar um pedacinho do órgão doente) para verificar no microscópio o tipo de alteração na célula que está gerando a doença. Não se trata

uma arte (...) da qual o resultado está em oferecer à criança o desenvolvimento do paladar e da maneira correta de se alimentar de aplicar aqui julgamentos, mas observar e verificar o que está acontecendo. As causas podem ser múltiplas e variadas. Atualmente presenciamos um número crescente de famílias cujos filhos crescem distantes dos pais. O motivo pode variar desde o trabalho externo de ambos, até a separação do casal. Estas situações, que ocorrem por uma gama enorme e complexa de fatores, abrem portas para inúmeras consequências no âmbito familiar. Com quem ficam as crianças? Creches, babás, empregadas, avós, tios, ou, se crescidinhas, sozinhas. Esta condição gera mudanças significativas na disciplina e no comportamento de modo geral.

Neste aspecto, alimentação é um dos itens mais comprometidos na infância. Depois do período de amamentação, a criança deve iniciar um processo de educação para se alimentar bem. Isto exige observação da criança para cumprir o ritual da refeição. São considerações importantes: ambiente, apresentação do prato, qualidade e quantidade dos alimentos, introdução progressiva da diversidade de sabores etc. Uma verdadeira arte, que exige tempo e dedicação, da qual o resultado está em oferecer à criança o desenvolvimento do paladar e da maneira correta de se alimentar. Infelizmente as condições sociais não têm favorecido este importantíssimo aprendizado, e ocorreu a substituição pelo método da velocidade e praticidade. O ambiente muitas vezes é o carro, o escritório da mãe, ou um parque de diversões... Andando, deitado no sofá vendo TV e até na frente de um computador! O alimento “engolido” é geralmente industrializado, com “enormes garantias” de ser saudável. O leite e o suco natural podem ser substituídos até por refrigerante! As verduras, frutas e legumes (mais perecíveis, e de difícil preparação) são raramente oferecidos, e as gorduras e carboidratos assumem a liderança do cardápio, numa enorme variedade de opções, 37


bem coloridas, atraentes, com embalagens muito práticas para transporte, resistentes às aventuras de uma mochila ou de uma lancheira. Aí não faltará chocolate (com certeza), batatas (industrializadas), pães (de preferência com algum recheio salgado gorduroso ou de doces). Tudo fácil para que você tenha uma “refeição” em qualquer tempo ou lugar. Se isso acontecesse em situações esporádicas de passeios, ainda não se detectaria as consequências que se assiste hoje em dia. Porém, este tipo de refeição torna-se regra, em muitos lares, mesmo para o cotidiano. As crianças são seduzidas tanto pela apresentação e facilidades mencionadas, como também são impulsionadas pela enxurrada de propagandas em horários televisivos estrategicamente planejados para este público. Não há como resistir! Associa-se a este fato o sedentarismo infantil, ou pela falta de espaço de lazer no condomínio, ou pela postura prolongada informatizada (sentado diante do computador ou TV) e teremos a fórmula da obesidade infantil. E tudo isto

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em lares que se esforçam por manter uma tranquilidade familiar. Mas se acrescentarmos umas “pitadas” de nervosismo da mãe, uma bronca

a orientação médica e o uso de remédios quando necessário devem estar presentes, mas sem se prescindir de uma participação amorosa e exigente... “apimentada” do pai, e algumas “fritadas” na escola, sejam dos colegas ou da professora, teremos um tempero de ansiedade e angústias que se apresentam a uma criança que não sabe como suportar esta pressão. Alguns pediatras já falam da depressão infantil! Resultado: gula por compensação. A obesidade gera maior insatisfação com a

aparência pessoal, cada vez mais precocemente valorizada até de modo sensual, chega a uma frustração que pode resultar em mais “gula”, e cresce o círculo. Qual a saída? Antes de qualquer coisa, parar para pensar. Refletir no ambiente de família. Considerar as circunstâncias que possam estar provocando perturbações. Conhecer melhor as características de cada filho. Conviver mais. Favorecer as refeições em ambiente de família, pelo menos o jantar. Caprichar na apresentação dos pratos, de modo particular nos finais de semana. Promover um cardápio variado, rico em verduras, legumes e frutas. Incentivar a participação em atividades esportivas. Disciplinar o sedentarismo informatizado. Paciência e perseverança. A orientação médica e o uso de medicamentos quando necessário devem estar presentes, mas sem se prescindir de uma participação amorosa e exigente, com exemplo, por parte dos pais e familiares.


Ser Família Ser Família, feita por quem entende de educação, garante: os pais que sabem o que fazem educam melhor. A revista

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COMPORTAMENTO>> pág. 40

Imaginação,

imagem

e ação.

Antonio Jorge Pereira Júnior Doutor e Mestre em Direito pela Universidade de São Paulo. Diretor Acadêmico do Centro de Extensão Universitária, Departamento de Direito do Instituto Internacional de Ciências Sociais. E-mail: ajorge@iics.org.br


A atmosfera interior e a imaginação

com atores e atrizes simpáticos, a curiosidade por experimentar certos comportamentos, ou será que ficaria o sonho de um relacionamento fiel?

Em julho, preparava uma aula sobre danos morais. Para ilustrar, recordava o caso de uma ação judicial movida pelo A imaginação como Ministério Público do Rio de potência humana Janeiro por causa da novela A criadora Próxima Vítima, que passara em 1995, às 21h e fora A imaginação é estimulada, reprisada no ano 2000, às entre outras fontes, pela 14h30. A motivação da ação educação, pelas artes e pela judicial era a presença de cenas mídia. de sexo e violência, contrárias aos interesses do público infanto-juvenil, quando a os grandes planos novela foi retransmitida em horário vespertino. A dependem da empresa não respeitara a capacidade de classificação indicativa. Na sinopse da novela imaginá-los antes. Se a narram-se em abundância situações de traição, imaginação carece de infidelidade, crimes... recursos, a pessoa é Estrelada por grandes atores, com produção e prejudicada figurino excepcionais, a novela recebeu diversos prêmios. Leonardo Polo, filósofo espanhol, no livro Ajudar a A despeito da boa intenção dos Crescer, afirma que os projetos autores e da qualidade de humanos, em parte, dependem produção, a atmosfera da da capacidade de imaginá-los. A novela era de sensualidade, imaginação condiciona a ação traição e crime. Ou seja, o da inteligência e da vontade. conjunto majoritário das Uma inteligência que não imagens e cenas projetadas consegue imaginar fica muito aguçava a plateia ao redor limitada. Se as ferramentas da dessas questões. Trabalhava-se imaginação são precárias para com a atração mórbida do ser os grandes projetos da vida, se humano a tais temas: todos estão ausentes imagens que têm, de certa forma, essa estampam valores, tolhe-se a curiosidade. Com esses criação de uma atmosfera ingredientes, o que se esperaria interior que propiciaria que ficasse no imaginário de melhores projetos. Os grandes uma criança em face desse conteúdo? O glamour da planos dependem da traição e do sexo promíscuo, capacidade de imaginá-los

antes. Se a imaginação carece de recursos, a pessoa é prejudicada. Quem não consegue imaginarse casado, e fiel ao cônjuge por toda a vida, dificilmente planejará algo assim. Essa imagem é apresentada hoje em dia aos jovens? Em 1995 a Associação Americana de Medicina denunciava que 95% das situações de relacionamento sexual, nos filmes, eram apresentadas fora de uma situação matrimonial e a maior parte delas em contexto de traição. Se a imagem de felicidade que chega aos jovens está associada a comportamentos egoístas e frívolos, gera-se ceticismo com relação ao comportamento oposto. Por que muitos jovens julgam ser boba a pessoa honesta e avaliam como “tonto” o homem fiel? Quem imagina que possa haver apenas relações fugazes, induzido pela imaginação que assim se alimentou, não projetará relações diferentes. A imaginação tem a ver com esperança e expectativa, porque ela antecipa as possibilidades da ação. Imagem e ação, nessa perspectiva, são termos correlacionados. Portanto, o conjunto de imagens de condutas humanas que se recebe, especialmente associado a algum prazer, facilita a predisposição ao comportamento visto. Com 41


administrar, em alguma medida, a imaginação. Percebe-se o gerenciamento ativo da imaginação pela ação da inteligência. A inteligência trabalha imaginando e concebendo imagens. Novas imagens podem ser criadas, interiormente, a partir das formas que se tenha no banco de imagens interior.

isso joga a publicidade. Assim, o repertório de estímulos audiovisuais pode interferir na atmosfera interior das pessoas, ajudando-as a serem melhores ou piores.

Afetividade: a linha de relação da inteligência com a imaginação O que alimenta a imaginação das pessoas? Como se relacionam imaginação e capacidade de planejar? Qual a relação entre os atos de imaginar, sonhar e projetar? Abaixo está o quadro com três dimensões do ser humano: inteligência, vontade e afetividade. A afetividade está associada à sensibilidade: o verbo sentir está nesse plano, assim como os verbos relacionados aos sentidos externos. A imaginação se alimenta primeiramente das imagens do mundo. A pessoa é passiva ao receber as primeiras impressões, assim como é passiva aos sentimentos que lhe afetam. Mas, assim como a pessoa pode exercer algum poder de orientação sobre os afetos, também é possível

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Quando a inteligência trabalha com os recursos da imaginação, uma pessoa pode, conscientemente, conduzir um ato de imaginar ou de sonhar. Nestes casos, a inteligência tem um papel ativo: ela pode aproveitar a bagagem de imagens, ordená-las e coordená-las segundo projetos. A partir daí, a vontade pode se comprometer com o projeto traçado e imaginado, e pode ativar a imagem projetada para estimular a constância na busca do objetivo, especialmente nos momentos mais duros do caminhar. A capacidade de imaginar-se superando obstáculos, por exemplo, a capacidade de resgatar uma imagem de vitória, em momentos de cansaço, é um recurso

importante. Nesse procedimento, integram-se imaginação (ativa) e vontade. Mas, para que a capacidade de imaginar seja um bom instrumento a serviço dos projetos de vida, é preciso que a imaginação seja bem alimentada. O “sonho” é uma narrativa de imagens, uma sucessão de quadros. O sonho se alimenta do banco de imagens que se tenha ou se crie. A palavra “sonho”, no sentido ativo, se relaciona ao termo “projeto”. O projeto de vida é o sonho para uma vida. Coloco-me em posição de sonhar para, a partir daí, projetar. O “sonhar” passivo acontece quando a pessoa deixa fluir uma sucessão de cenas pelo simples influxo de um deleite artístico, de um sentimento insuflado por um filme ou uma música. Neste caso, o tempo do sonho é como que involuntário: a pessoa é arrebatada. Este sonho se esgota na pura sensação fantasiosa, diferente daquele primeiro caso (ativo), em que o tempo do sonho é querido.

Dimensões ou potências humanas

Afetividade

Inteligência

Vontade

Objetos de atração

Beleza

Verbos ao redor do projeto de vida

Imaginar (passivo) Sonhar (passivo)

Verdade Imaginar (ativo) Sonhar (ativo) Refletir/Projetar (ativo)

Atos próprios (exemplos)

Sentir, apreciar, deleitar-se, gostar

Conhecer, pensar, ponderar

Bondade (Valores) Comprometer-se (ativo) Estimular-se (ativo) Executar Querer, decidir, deliberar, amar, comprometer-se

Tipos de educação diretamente implicados

Educação artística

Educação formal (escolar)

Educação ética


Que imagens chegam às crianças e adolescentes por meio da mídia, dos enredos, das histórias? Que tipo de imaginação eles terão a partir disso? Que suporte se dará para sonharem? Que poderão projetar?

O papel da literatura Os clássicos da literatura trazem histórias que, lidas, alimentam o interior da pessoa com situações bem emolduradas. Ou seja, os elementos da vida humana são descritos em contextos que aperfeiçoam a visão correta das coisas. Mesmo a violência e o sexo, quando são retratados, estão sob moldura que permite inferir o que é mais nobre à pessoa. Mas, antes de chegar às ideias, o leitor reconstrói o que lê com sua própria imaginação. A imaginação permite, assim, a criação de uma realidade interior própria, a partir da qual se pode observar os fenômenos e aprender deles, ainda que seja uma assimilação assistemática, pela simples retenção de fatos que comoveram durante a leitura do romance. Quando se lê, antes de se abstrair ideias, cria-se dentro de si um retrato, um filme. A partir desse “instantâneo”, ou desse filme, surge uma atmosfera, um ambiente. Podese assim passar à reflexão, ou guardar-se simplesmente uma impressão compactada, “zipada”, que poderá ser aberta

em outro momento. Quanto mais firme o hábito de ler obras de literatura, mais rapidamente se opera tal situação. Nesse processo, dãose as mãos a imaginação, a memória e a inteligência. E, a partir daí, prossegue-se a atuação da vontade. Quando se quiser projetar algo, essa reserva interior atuará. Mas, se essa reserva não existir, a projeção será mais pobre. Há um intercâmbio, portanto, entre imaginação, memória e reflexão. A inteligência, munida pela imaginação, pode reordenar as imagens, montar cenários e, assim, projetar melhor. Mas, para imaginar e sonhar bem, é preciso ter boas imagens. As imagens, tal qual a linguagem, de certa forma condicionam a percepção da realidade e a reflexão. A linguagem dá vozes ao intelecto e permite seu desenvolvimento. Em paralelo, as imagens assimiladas servem de reservatório à imaginação. Muitas vezes, o intelecto necessita imaginar para dar azo a certos projetos. Nestes casos, a ausência de uma reserva de boas imagens pode comprometer alguns projetos. Quando os meios de comunicação e a publicidade massificam imagens e situações de traição, sensualidade, egoísmo, e apresentam tais situações como “vida normal”, ou seja, sob moldura inadequada,

povoa-se a imaginação de crianças e jovens com modelos deformados. A falta de imagens que favoreçam a sedimentação de bons cenários interiores faz com que decaia a capacidade de projeção de vida segundo bons critérios. Desse modo, ao sonegar imagens de exemplos de vida, de valores vivenciados, prejudica-se a capacidade de sonhar mais alto.

Alimentar os bons sonhos é alimentar a realidade O sonho, em sua dimensão ativa, portanto, depende dos recursos da imaginação, em sua dimensão passiva. Que atmosfera se cria na imaginação com a cultura atual, filmes, novelas e livros? Que categoria de homem e de mulher, e que estilos de vida os jovens veem? Que tipo de homens e mulheres eles projetarão? Com o que eles sonharão? Que bagagem esse conjunto de imagens traz? Sonham em construir relacionamentos sólidos, criar filhos, abraçar causas grandes? Ou, pelo contrário, sonham em possuir o máximo de bens e prazeres, estar absolutamente sem compromissos com pessoas ou causas que não a satisfação pessoal circunstancial? Assim como muitos cuidam da qualidade dos alimentos, pensando na saúde física, é importante o cuidado com a 43


qualidade das imagens que se ingere. Quando penso em uma pessoa a lutar por vencer obstáculos, que imagem me ocorre? Essa imagem me inspira? Recordo-me, por exemplo, de alguém a pedir perdão com nobreza? Quando ouço palavras como fidelidade, amor, amizade, que representações surgem em minha imaginação? Com esse exercício, posso perceber expressões da grandeza humana que se tenham fixado em meu imaginário. A fixação e a recordação das boas imagens podem me valer e me auxiliar a ajudar os demais. Boa literatura e cinema, boas conversas, bons exemplos, produzem imagens que se arquivam na memória imaginária. Também vale o contrário: más impressões podem inspirar negativamente. Será que programas no estilo “Big Brother” constroem um bom imaginário? Será que as novelas e os filmes produzidos para a massa estão construindo isso? O que tem alimentado os reservatórios do imaginário humano?

Cuidar da imaginação Cada pessoa deve buscar o melhor para sua imaginação, pois dela depende muito a 44

atmosfera interior que permite sonhar e projetar. É importante selecionar o que se vai usar dela e saber que, por vezes, convém distanciar-se do que entrou ali, e não deveria ter entrado. Pois a imaginação é arquivo e reserva de elementos para nossos sonhos e projetos. Sem boa imaginação, não há bom sonho. Sem bom sonho, não há bom projeto. Vale a pena perguntar-se: com o que tenho sonhado? Tenho me dado tempo para sonhar ativamente? Ou será que tenho me deixado levar por uma miríade de “sonhos de consumo”, projetados por uma atmosfera consumista, ou por “sonhos de prazeres”, que se esgotam rapidamente? Com o que sonham meus filhos, colegas e amigos? A natureza dos sonhos que nos movem denuncia a trajetória de vida que estamos a percorrer. Os sonhos nos conduzem. Sejam falsos ou verdadeiros, grandes ou pequenos, eles vêm para a realidade das nossas vidas, consumando-as em plenitude de sentido, ou consumindo-as. Se insuficientes, ou falsos, a vida ficará sem sentido. A existência se revelará um mau sonho, um pesadelo. Caso notemos que estamos a sonhar assim, precisamos realimentar nosso imaginário. Respirar e registrar imagens de nobreza humana – há tantas em nossa cultura! - , que possam nos inspirar grandes projetos. Assim voltaremos a sonhar grande, requisito para uma autêntica boa vida.


entretenimento >> pág. 45 “Mãos Talentosas - A História de Ben Carson” (Gifted Hands: The Ben Carson Story) “Ben Carson era um menino pobre de Detroit, desmotivado, que tirava más notas na escola. Entretanto aos 33 anos, ele se tornou o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. Em 1987, o Dr. Carson alcançou renome mundial por seu desempenho na bemsucedida separação de dois gêmeos siameses, unidos pela parte posterior da cabeça – uma operação complexa e delicada que exigiu cinco meses de preparativos e vinte e duas horas de cirurgia. Sua história, profundamente humana, descreve o papel vital que a mãe, uma senhora de pouca cultura, mas muito inteligente, desempenhou na metamorfose do filho, de menino de rua a um dos mais respeitados neurocirurgiões do mundo”. “O PequeNo Nicolau” (Editora: Martins Fontes) “As divertidas aventuras do Pequeno Nicolau, um menino igual a muitos outros, são narradas com humor perspicaz por Groscinny, o inesquecível autor do Asterix, e ilustradas pelo genial Sempé. Em cinco títulos, situações como a visita do inspetor à escola, os recreios tumultuados, as férias na praia, a chegada do irmãozinho, a visita da vovó... São contadas com graça e sensibilidade. As travesuras do Nicolau e suas observações hilariantes sobre os colegas, os pais, os professores e as situações do cotidiano têm cativado crianças e adultos do mundo todo”. Obras da série: - O Pequeño Nicolau - As férias do Pequeno Nicolau - Novas aventuras do Pequeno Nicolau - O Pequeno Nicolau e seus colegas - O Pequeno Nicolau no recreio “Querido John” (Best-Seller do New York Times ) “Nicholas Sparks, autor número 1 de best-sellers, traz agora uma história inesquecível de um jovem que tem que tomar a decisão mais difícil de sua vida, em nome de seu grande amor. ‘Querido John’, dizia a carta que partiu um coração e transformou duas vidas para sempre. Quando John Tyree conhece Savannah Lynn Curtis, descobre estar pronto para recomeçar sua vida… Com um futuro sem grandes perspectivas, ele, um jovem rebelde, decide alistar-se no exército, após concluir o ensino médio. Durante sua licença, conhece a garota dos seus sonhos, Savannah. A atração mútua cresce rapidamente e logo transforma-se em um tipo de amor que faz com que Savannah prometa esperá-lo concluir seus deveres militares. Porém, ninguém previa o que estava para acontecer… Os atentados de 11 de setembro mudariam suas vidas e do mundo todo. E assim como muitos homens e mulheres corajosos, John deveria escolher entre seu país e seu amor por Savannah. Agora, quando ele finalmente retorna para Carolina do Norte, ele descobre como o amor pode nos transformar de uma forma que jamais poderíamos imaginar.”


viagem e cultura >> pág. 46

Campos I

Jordão

nspirados pelo velho costume paulistano de subir a serra no inverno e passar alguns dias em Campos do Jordão, cariocas e mineiros começaram, há alguns anos, a fazer parte desta empreitada.

SP

do

Texto e fotos: Família Muller

Assim, a cidade foi ficando famosa em todo o Brasil e até no exterior. Os turistas vêm em busca do friozinho típico da montanha, do agito do centrinho, dos bons restaurantes, do ecoturismo e das atividades de aventura.

O charme das construções em estilo suíço, francês, alemão e inglês, estende-se por toda a cidade, embora mais presente em Capivari, a vila que abriga o centro turístico da cidade. Isto não quer dizer que a visita às outras vilas deve ficar esquecida.


Um jeito popular de conhecêlas é a bordo do bondinho em estilo inglês, que num percurso de 4 km entre as duas principais e mais arborizadas avenidas da cidade, leva às vilas Jaguaribe e Abernéssia. A natureza foi bem generosa com Campos do Jordão... Localizada na Serra da Mantiqueira, suas vastas florestas de araucária, as belas hortênsias, cachoeiras, vales e montanhas, são excelentes cenários para uma viagem em família com muita atividade na natureza.

Bicicleta e caminhadas no Horto Florestal O Horto Florestal é certamente um ótimo lugar para pedalar com as crianças. O parque oferece trilhas curtas

e fáceis, ou mais difíceis, para quem já tem prática em pedalar em terrenos “off road”, como a de São José dos Alpes, que dura por volta de 2h30m. Uma das trilhas que percorremos a bordo das mountain bikes, alugadas pela Zoom Aventura (www. zoomaventura.com.br), foi a da Cachoeira. Com nível fácil, e boa para percorrer com as crianças a partir de 8 anos, a trilha oferece poucas subidas e um visual natural muito bonito. As bicicletas ficam em um local apropriado e você percorre uma pequena trilha a pé até a cachoeira, onde o programa é entrar na água para refrescar-se da pedalada. Mas se as crianças são menores, ou não gostam de pedalar, é possível percorrer

esta e outras trilhas do Horto Florestal caminhando. Outra caminhada que agrada bastante é a Trilha das 4 pontes. Os pequenos adoram passar pelas pontes pulando e balançando sobre elas.

Tree Climbing – escalando as árvores Subir nos galhos das árvores é uma atividade recreativa muito antiga, mas a correria da vida moderna, a importância da preservação ambiental, além do receio dos pais, foram deixando esta prática cada vez mais longe das brincadeiras infantis. Com o intuito de preservar o prazer de subir numa árvore e observar a natureza de outro ângulo, como fazíamos na infância, e estender esta


atividade a qualquer idade, foi desenvolvida uma técnica vertical para escalar as árvores com toda a segurança e sem causar impacto. A técnica foi desenvolvida nos Estados Unidos por Peter "Treeman" Jenkins, um alpinista apaixonado pela natureza e fundador do Tree Climbers International, uma organização mundial de pessoas que gostam de escalar árvores. A Zoom Aventura trouxe para o Horto Florestal de Campos do Jordão esta atividade que permite a seus praticantes interagir de forma bem diferente com a natureza. Escolhemos uma árvore muito especial dentro do Horto Florestal para esta aventura: o Pinheiro Australiano. Além de preencher os requisitos e ser bem alta, é uma árvore linda! Seu tronco claro se destaca das outras árvores e os galhos fortes e grossos convidam para o descanso. 48

Para quem não está familiarizado com o equipamento utilizado na atividade, no início, é um pouco confuso coordenar o movimento de pés, pernas e braços, e a atenção é toda dedicada a este primeiro momento, mas, depois de pegar o jeito, começar a subir e observar a natureza de uma nova perspectiva, sua atenção estará voltada para a beleza natural do entorno e para a deliciosa sensação que a atividade proporciona. A atividade pode também se adequar a quem não pretende ou não consegue fazer qualquer esforço, como crianças pequenas (a partir de 5 anos) e portadores de necessidades especiais. Com a colaboração do guia que fica no chão, juntamente com o que está em cima, a escalada da árvore é bem tranquila.

Aventura no Rancho (www.aventuranorancho.com.br) Poucos metros antes do Horto Florestal, o Aventura no Rancho é

um local onde a aventura e o contato com a natureza da serra se encontram numa harmonia perfeita. Com boa estrutura de monitores e atividades, o Rancho agrada todas as idades. O arvorismo é uma das principais atrações e leva os aventureiros a enfrentar desafios atravessando a copa das araucárias. São dois circuitos: o aventura, indicado para crianças a partir de 5 anos, e o radical, que é o mais desafiador. Outra opção, mais radical, é a tirolesa de 800m, em que dois grossos cabos de aço levam o aventureiro a mergulhar no vazio e atravessar de uma montanha à outra. Você passa voando a aproximadamente 65 km/h, entre o céu e o verde vale abaixo, numa empolgante travessia. O Aventura no Rancho também oferece cavalgadas em cavalos treinados e selas especiais, por trilhas, estradas de terra e montanhas. A partir desta temporada, o Rancho oferece uma


atividade especial para crianças: uma fazendinha onde podem interagir com os animais. Antes de deixar o Rancho, não deixe de desfrutar alguns momentos no Borboletário Flores que Voam (www.floresquevoam.com.br), o único aberto para visitação no Brasil e que tem como objetivos a pesquisa, a educação ambiental e o lazer. A grande estufa abriga cerca de 35 espécies de borboletas nativas. É uma grande oportunidade de aprender sobre a curta vida de uma borboleta e de apreciar de perto o fascínio de suas cores, voos e as fases de sua curiosa metamorfose.

Ecoparque Pesca na Montanha

circuitos de arvorismo e duas tirolesas que atravessam o lago. Todas as atividades são monitoradas e oferecem toda segurança a quem pratica.

No alto da Serra da Mantiqueira, localizada entre as cidades de Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, está uma das áreas de lazer mais visitada da região, o “Pesca”, como é popularmente conhecido.

(www.pescanamontanha.com.br) No alto da Serra da Mantiqueira, localizada entre as cidades de Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, está uma das áreas de lazer mais visitada da região, o “Pesca”, como é popularmente conhecido. O ecoparque conta com uma vasta área com grande beleza natural, muita mata nativa, rios e lagos. Um ótimo programa para passar o dia ou se hospedar com a família, pois o parque tem chalés, restaurante e decks para relaxar. A atividade que as crianças mais apreciam é a pesca de trutas. E você ainda pode levar para casa as trutas que seus filhos pescaram, limpas e confinadas em embalagens apropriadas para viagem. O parque oferece também aluguel de bicicletas e cavalos, além de dois

Palácio Boa Vista (www.palaciodaboavista.com.br) Para incluir uma atividade cultural na sua viagem, a visita ao Palácio da Boa Vista é uma boa opção. Construída para servir como casa de veraneio do Governador do Estado, é aberta para visitação em determinadas épocas do ano. A visita é guiada por um monitor que explana sobre a história do palácio, sobre os cômodos, o mobiliário e obras de arte. O local abriga também uma capela e uma loja de suvenires. Este passeio agrada crianças a partir dos 10 anos.

Estrada do Horto, 7997, tel. 12 36634481 / 12 9727 3678 Pousada da Pedra (www. pousadadapedra.com.br) Rua Alecrim, 53 - Jd. Embaixador Tel: 12 3663-6262 / 12 3663-6608 Pousada Campos de Provence (www.camposdeprovence.com.br) Rua Dr. Eurico Sodré. 194 Tel: 12 3663-4003

Onde comer: Festival della Pasta Ristorante (www.festivaldellapasta.com.br) Av. José Manoel Gonçalves, 160 Só Queijo Restaurante (www. soqueijo.com.br) Av. Macedo Soares, 642 QG da pizza (www.qgdapizza.com.br) Av. Macedo Soares, 624, conta a história na sua decoração. Cantina do Parque Dentro do Horto Florestal. As reportagens da Família Muller têm o patrocínio de: Timex: www.timex.com.br Trilhas & Rumos: www.trilhaserumos.com.br Skygraf: www.skygraf.com.br

Apoio de: Copa Gastronomia e futebol: www.restaurantecopa.com.br VIP´s Tur e Câmbio: www.vipsturecambio.com.br Poddium Restaurante: www.poddium.net Gatorade: www.gatorade.com.br

Onde ficar:

Visite o site da Família Muller: www.familiamulleraventura.com.br

Chalés do Rancho Santo Antonio (www. chalescamposdojordao.com.br)

Para contratar nossa palestra motivacional envie um e-mail para: falecom@familiamulleraventura.com.br 49


Onde encontrar:

CORTINA

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