2015, São Paulo, Brasil
CAPA E CONTRACAPA Obra de Eliana Minillo A tentação, só ela é divina Óleo sobre tela 108 x 162 cm 2011/12
FIAT LUX Espaço Cultural Tecnologia e Arte da FATEC-‐SP
par%cipantes da mostra
charles oak cleusa rosse;o fernando ramos osvaldo mantovani convidada especial
eliana minillo
FIAT LUX Do latim com significado remetendo primeiramente a um termo Bíblico, como "Faça-‐se luz", ou "Haja Luz", usado por Deus durante a criação do universo, quando a luz foi criada a partir do nada. Também temos uma metáfora muito conhecida relacionada ao novo, ou indo mais além, quando enfatizamos a necessidade da dissipação da ignorância. Como exemplo, citamos o slogan "Fiat Lux -‐ Let There Be Light" utilizado pela Universidade da Califórnia, em seus programas de treinamento, com alusão ao ato de iluminar as muitas vias da descoberta. É inegável a importância da luz para a humanidade. A luz em suas múltiplas aplicações, seja na ciência ou adentrando e revolucionando nas áreas da física, engenharia, comunicação, artes visuais, farmacologia, fotossíntese artificial, tecnologias fotônicas, medicina e optometria, ou mesmo em estudos de novos materiais e, ademais de proporcionar a melhoria na qualidade de vida, reflete os aspectos culturais, econômicos e políticos da sociedade. Em consonância com o Congresso de Tecnologia da Fatec-‐SP que em 2015 homenageia o “Ano Internacional da Luz”, o Espaço Cultural Tecnologia e Arte também rende homenagem à Luz já que, no contexto em que vivemos, sem esta não haveria como criar e também apreciar a arte em sua plenitude. A luz enriquece o espaço com nuances de cores, formas e sombras o que permite criar atmosferas ou mesmo conferir um certo misticismo ao ambiente, conduzindo assim toda a essência da narrativa visual e contribuindo sobremaneira para a resposta emocional do espectador. Obras que jogam com a luz são muitas, porém, diante das limitações, principalmente a de espaço, foram selecionados para esta mostra artistas que de alguma forma exploram o tema. Charles Oak traz duas técnicas/narrativas. Numa primeira faz a narrativa empregando cores alucinantes e polarizadas como na representação explícita de uma forte luz externa, com poder de desnudar, ofuscar ou transmutar o ser representado. Ao penetrar no âmago deste ser, esta luz pode transformar-‐se numa luz lasciva ou mesmo lhe conferir uma sedução metálica. Em outra narrativa, dentro do estilo street art ( utilizando spray, estêncil e pinceladas em acrílico), retrata mulheres (reais ou ficcionais) e que mediante o jogo de texturas, cores e sombras, consegue uma energia suficiente, para desta vez, num percurso inverso, penetrar o observador.
Cleusa Rossetto costumada a trabalhar com recursos informáticos e com softwares, em sua maioria personalizados, como resultado de muitas pesquisas consegue produzir imagens digitais com elementos os quais remetem imediatamente à lembrança de símbolos, objetos, alegorias e metáforas. Para esta exposição, ademais de jogar com as cores, luzes e sombras, traz obras que intuem ao observador a refletir sobre as fontes de luz ou energia. Serão planetas longínquos? um sol? ou mesmo a energia/luz interior que move um indivíduo? Fernando Ramos e Osvaldo Mantovani trazem um trabalho em parceria, numa linguagem própria, utilizando uma trama geométrica como recurso estrutural para a propagação de imagens simbólicas. Um jogo ou um céu etéreo? Foram envolvidos no processo de criação o projeto da trama geométrica, o concept art, a modelagem das esculturas e confecção dos moldes, a reprodução em série dos módulos, o estudo cromático da composição e sua montagem. Um trabalho com muita pesquisa e no mínimo primoroso. A beleza se complementa ao ter seu efeito tridimensional realçado pela iluminação externa. Osvaldo Mantovani ainda nos brinda com uma obra que simboliza o efeito do magnetismo que a luz exerce sobre os seres vivos. Eliana Minillo, nossa convidada especial, é o que se poderia chamar de uma artista audaciosa, detalhista, caprichosa, pois joga com uma volumetria multifacetada, minuciosamente trabalhada e com os efeitos de luz e sombra, nas mais tênues graduações, conseguindo um resultado visual em 3D e cuja representação quase chega a nos roçar. Um trabalho de muita pesquisa, estudo e técnica apurada, e óbvio, de muita dedicação. Para enriquecer ainda mais este catálogo Eliana fala um pouco sobre seu trabalho e pesquisa e também nos concede um texto do Doutor em literatura J-‐P Gavard-‐Perret que bem soube traduzir sua produção artística. A magia da luz é inegável e nos leva a querer saber mais sobre esta, assim que, aproveitando a ocasião também foi especialmente elaborado um texto que trata sobre a luz nas artes. Enfim, um Fiat Lux para a cultura. Cleusa Rossetto Artista Visual / Organizadora / Curadora
A luz nas artes Em consonância com o Congresso de Tecnologia da Fatec-‐SP que em 2015 homenageia o “Ano Internacional da Luz”, o Espaço Cultural Tecnologia e Arte, em sua VII edição, apresenta este texto com o fim de chamar a atenção sobre as aplicações da luz nas artes. É inegável a importância da luz para a humanidade. A luz em suas múljplas aplicações, seja na ciência ou adentrando e revolucionando nas áreas da ksica, engenharia, comunicação, artes visuais, fa r m a co l o g i a , fo to s s í nte s e a r j fi c i a l , tecnologias fotônicas, medicina e optometria, ou mesmo em estudos de novos materiais, ademais de proporcionar a melhoria na qualidade de vida reflete os aspectos culturais, econômicos e políjcos da sociedade. As primeiras experiências do ser humano com a luz e a cor ocorrem quando este passa a ter contato com o mundo natural e o arjficial. O mundo natural nos presenteia com a refração ou a dobragem da luz nas gomculas de água em um arco-‐íris, as variações cromájcas visíveis nos: oceanos e rios, “céus”, minerais, vegetais, animais etc. Pesquisas cienmficas b u s c a m e n t e n d e r, p o r e x e m p l o , o funcionamento da iridescência nas asas das borboletas visando aplicar tais conhecimentos em novos materiais. Quem já não parou para
observar a brilhante variação de cores de um por do sol? Outra maravilha da natureza é a Aurora Boreal causada pela colisão do vento solar e a magnetosfera da Terra na região árjca e a Aurora Austral na região antárjca. Enfim, são tantas as experiências com a luz na natureza. Um dos exemplos mais anjgos do emprego da luz na arte, data por volta do século X, com os mosaicos ou vitrais das igrejas medievais na Europa. Estes dependem da luz natural para iluminar todos seus detalhes e que quando projetados no interior das edificações enriquecem o espaço com nuances de cores e formas conferindo um certo misjcismo ao ambiente. Alguns dos locais em que foram aplicados vitrais: Basílica de Saint-‐Denis e Catedral de Notre-‐Dame de Paris; na Catedral Lincoln, Inglaterra ou mesmo na Igreja de Saint Thomas em Nova York. Uma construção mais recente, a Capela de Notre-‐Dame du Haut em Ronchamp, projetada por Le Corbusier e construída entre 1950 – 1955 emprega um conceito diferente de vitral. Atualmente muitas construções ainda ujlizam este recurso de projetar a luz natural destacando partes da arquitetura e fazendo com que a própria construção se converta numa obra de arte. Não podemos deixar de citar a Catedral de Brasília projetada por Oscar Niemeyer, construída entre os anos 1959 a 1970.
Em murais e pinturas nas mais diversas culturas, os arjstas ujlizam a luz, a sombra e a cor para criar atmosferas. Para entender melhor sobre a influência do emprego da luz nas artes visuais deve-‐se conhecer aquele que foi apelidado de o “Mestre da Luz”, Rembrandt Harmenszoon Van Rijn. O mestre holandês levou o uso da luz a um patamar de extrema excelência. Naquela época o domínio da luz era uma obsessão originada dos Maneiristas e que se expandiu por todo o período Barroco. Da Wikipedia: No Barroco a luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece nas obras “Vocação de São Mateus”, de Caravaggio e “O Filósofo em Meditação” de Rembrandt. Os três grandes mestres barrocos da pintura holandesa no uso da luz foram: Frans Hals, Rembrandt e Johannes Vermeer. Hoje soluções tecnológicas modernas p e r m i t e m m a n u s e a r a l u z v i s a n d o performances diversas. Na arquitetura, por exemplo, a beleza das construções pode ser realçada com o uso de instalações de iluminação em grande escala. Com os avanços na tecnologia LED, a iluminação tornou-‐se uma forma comum de arte-‐luz podendo ser incorporada ao projeto com fins estéjcos, de celebração ou mesmo para a publicidade. Decorajva ou funcional a iluminação em LED pode ser bem flexível já que permite o uso de
imagens digitalizadas aplicadas de forma 2D ou 3D a um edikcio. Outra técnica é a arjficialização da natureza onde através de iluminação especial pode-‐se intensificar, maximizar, saturar e arjficializar, por exemplo, a cor verde original das plantas. Quando se fala em espetáculos com efeitos d e l u z e n c o n t r a m o s t o d o j p o d e equipamentos e lâmpadas. Temos máquinas de efeitos, moving-‐heads / scanners, bolas de cristal, lâmpadas de luz negra, lâmpadas estroboscópicas, laseres e também as tecnologias que ujlizam mídias digitais para uma projeção de luz sincronizada a movimentos em tempo real. Quando se fala nos espetáculos promovidos à laser, em razão de sua precisão e intensidade, este permite projeções não só sobre superkcies como também, em nuvens e fumaças, permijndo a construção de imagens em 3D mesmo a grandes alturas. Também há as imagens holográficas e aqui o campo do uso da luz se amplifica através de outras tecnologias. Em apresentações ao vivo, como no teatro e na dança, o projeto de iluminação cênica é um campo altamente técnico e que envolve equipes especializadas. A intensidade, cor, direção, foco e posição adequada das luzes tem papel importante no desenvolvimento do enredo e consequentemente na perfor-‐ mance da peça já que esta altera os cenários no tempo e no espaço, e define o tom
da peça. Aos interessados por maiores detalhes quanto a influência da luz no teatro consultar a dissertação de mestrado “Luz da Linguagem” de Cibele Forjaz Simões – USP, 2008. Muitos já experimentaram a influência da luz na produção de fotos e filmes. A exposição de uma foto, seja em um frame do filme ou em uma mídia digital, fará toda a diferença no resultado. Convém observar, no entanto, que a arte da iluminação para o cinema vai muito além da exposição de base já que esta conduz toda a essência da narrajva visual e contribui sobremaneira para a resposta emocional do espectador. Em 1922 um professor da Escola Bauhaus, László Moholy-‐Nagy, criou uma escultura em movimento injtulada Light-‐Space Modulator que ao ujlizar discos perfurados permijam a passagem da luz formando imagens geométricas variadas. A parjr de então abriu-‐se o caminho para uma sucessão de obras feitas quase que exclusivamente com ou pela luz. A luz também é um ponto forte nas exposições de arte e tecnologia. Algumas técnicas aplicadas nas artes visuais requerem pesquisas prévias sobre os materiais e/ou equipamentos a serem ujlizados na execução das obras. O recurso de Luz Negra (UV), por exemplo, será necessário para a aceleração da polimerização
de certos compostos (jntas, vernizes, resinas etc.). Muitas substâncias, quando expostas à radiação UV, se comportam de forma diferente de quando expostas à luz visível, tornando-‐se fluorescentes, assim que, aqui também é ujlizada a lâmpada ultravioleta para a obtenção desta fluorescência em jntas e pigmentos. Ainda dentro do emprego da luz na produção armsjca podemos citar o escaneamento a laser (2D e 3D) para a digitalização de imagens e sua posterior reprodução (2D e 3D). Podemos citar também as técnicas aplicadas em restauros de obras de arte. As peças que carregam uma forte ligação com a história e às culturas do passado devem de passar por processo de restauro seguindo diretrizes éjcas internacionais que buscam evitar a ocorrência de manchas ou qualquer jpo de dano a estas. Modernos laboratórios de c o n s e r va ç ã o u j l i za m e q u i p a m e n t o s cienmficos à base de luz como microscópios, espectrômetros e instrumentos de raio-‐X para e n t e n d e r m e l h o r o o b j e t o e s e u s componentes. Grandes instalações de Luz Síncrotron também possuem instrumentos específicos para estudos de obras de arte e entre estas podemos citar o European Synchrotron Radiajon Facility (ESRF) de Grenoble. Os dados coletados a parjr de tais invesjgações ajudam na decisão sobre os tratamentos de conservação a serem adotados. Também há de se considerar a
influência da luz no envelhecimento precoce das peças. A luz precisa ser controlada com o uso de filtros tanto nas lâmpadas como nos vidros, ou outros materiais de proteção, principalmente em obras feitas com materiais orgânicos como papel, tela ou madeira. Uma obra sem luz é uma obra sem “vida”, assim que, para a montagem de grandes exposições de arte também se faz necessário a experjse de especialistas em iluminação museológica quando da execução de um projeto luminotécnico correto. O espectador precisa apreciar as obras na sua íntegra, com todos os seus tons e texturas sem que haja desvirtuamento de cores.
junto a uma insjtuição de ensino como a FATEC-‐SP é a de aproximar, de maneira mais injmista, a comunidade às novas formas de suporte e expressões armsjcas e aumentar o próprio discernimento desta para a arte contemporânea. Estamos tentando aplicar o que cita Marcos Barreto Corrêa em seu livro “Do Markejng ao Desenvolvimento Cultural” -‐ “Cultura é o elemento que garante a todos – criadores, arjstas e plateias – o direito à celebração de sua idenjdade, à manifestação de sua sensibilidade e emoção, desenvol-‐ vendo, a um só tempo, o espírito críjco, a imaginação e o senjdo de colejvidade, num processo de conscienjzação, sociabilização e transformação social”.
Encontramos na dissertação de Cibele F. S. a seguinte citação: “a visualidade sobre uma obra provém de um processo de relações entre a luz, o mundo observado, os olhos do observador e a capacidade humana de representar e interpretar aquilo que é visto, através da subjejvidade. Ver é criar uma representação do objeto em si, é projetar-‐se sobre o objeto. A visão é, portanto, um p r o c e s s o a n á l o g o à d a l i n g u a g e m . Aprendemos a ver através da cultura e a ter prazer estéjco com isso. A fruição através da visão das artes pressupõe um processo c r i a j v o , d e r e i n v e n ç ã o d o m u n d o representado”. Neste mesmo raciocínio finalizo este texto, complementando que o papel do Espaço Cultural Tecnologia e Arte
Cleusa Rossetto Artista Visual / Organizadora / Curadora
charles oak ARTISTA VISU AL
www.charlesoak.com
Brasileiro, carioca, inicia a carreira como autodidata no desenho e na sequência estuda pintura no Plein Air Studio, local onde leciona desenho e técnicas de pintura acrílica atualmente. Reside e trabalha em São Paulo. Atuou durante 12 anos no mercado americano de comics, herdando daí a estrutura do desenho que embasa suas pinturas. Pesquisa sobre as cores e a relação existente entre elas. Tem predileção por acrílica sobre tela, mas também estuda outras mídias. Arjsta de retrato contemporâneo que mistura realidade e ficção, por vezes com referências da street art. Tem parjcipado de inúmeras exposições colejvas e individuais desde a mudança da carreira para pintura no ano de 2012, sendo o arjsta convidado a inaugurar o espaço cultural da Audi em São Paulo.
RebaGveis Acrílica s/ tela 130 x 200 cm 2015
Escolha Acrílica s/ tela 130 x 130 cm 2015
Viagem em grades virtuais Acrílica s/ tela 130 x 130 cm 2015
Luz lasciva Acrílica s/ tela 100 x 150 cm 2015
Sedução metálica Acrílica s/ tela 100 x 150 cm 2015
Sloane Street Acrílica s/ tela 140 x 150 cm 2013
Collins Avenue Acrílica s/ tela 140 x 150 cm 2013
cleusa rossetto ARTISTA VISU AL
h5p://cleusarosse5o.wix.com/rosse5o-‐art
Atua no âmbito da Ciência e da Tecnologia há mais de 30 anos. Sua formação profissional é ambivalente, pois é formada nas áreas de exatas (Tecnologia e Engenharia) e ainda na de ciências sociais aplicadas (Arquitetura). Atua portanto com o lado racional e emocional. Como docente da Fatec-‐SP e pesquisadora cienmfica trabalha com pesquisadores nacionais e internacionais e comumente explora recursos matemájcos e informájcos. Em 2005 resolveu conciliar sua vertente armsjca com o uso de computadores e so|wares personalizados para a produção de complexas imagens visando a inovação pictórica e visual. Conta com exposições no Brasil e no exterior. Já ganhou vários prêmios. É membro da MAV -‐ Mujeres en las Artes Visuales e Grupo pro Arte y Cultura na Espanha.
From the Moon to Pluto Papel fotográfico e laminação em metacrilato 80 x 80 cm 2015
Beyond Pluto Impressão Fine Art com jnta mineral 40 x 80 cm 2015
UMA Impressão Fine Art com jnta mineral s/ tela 50 x 70 cm 2011
Fluxor I Papel fotográfico e laminação em metacrilato 50 x 70 cm 2011
Sim, sim, sim!!! Impressão, adesivado, laminação em acrílico s/ manta magnéjca e base metálica 30 x 30 cm 2014
Mundo descuidado Impressão, adesivado, laminação em acrílico s/ manta magnéjca e base metálica 30 x 30 cm 2014
Innercell Papel fotográfico e laminação em metacrilato 50 x 100 cm Ano 2015
f e rn a n d o ramos ARTISTA VISU AL
fernandala@gmail.com
Fernando da Silva Ramos é arquiteto pela PUCC (1992), Mestre em Artes Visuais (2006) e Doutor em Artes Visuais (2012) pela UNICAMP. Suas pesquisas e interesses profissionais o levaram a uma área de encontro entre a arquitetura, design e artes plásjcas; neste terreno, explora linguagens, matérias e processos. Leciona em escolas de arquitetura e design, e é diretor do escritório SpaceMakers, especializado no projeto de oficinas de fabricação digital. Nesta exposição, traz um trabalho desenvolvido, entre 2005 e 2008, em parceria com o Designer e Arjsta Visual Osvaldo Mantovani em que a geometria é tratada como recurso de modulação com o propósito de propagar imagens simbólicas, tais como rostos em expressões sorridentes e pássaros de um céu etéreo.
osvaldo mantovani ARTISTA VISU AL
h5p://jmantesa.wix.com/osvaldo osvaldo@mpq.com.br
Formado em Comunicação Visual pela Universidade Mackenzie e outros como desenho armsjco e publicitário. Cursou ainda aerografia, gravura em metal e história em quadrinhos. Em 2002 foi selecionado pelo Programa Cultural ArAste en Residence, no Canadá, e convidado pelo Consulado Geral do Brasil em Montreal para parjcipar da Mostra Cultural Íbero-‐Lajno-‐ Americana (Fesjvalíssimo). Em 2007 expôs no “I Congreso Internacional de Innovación Docente” na Universidade de Barcelona. Eleito Personalidade Cultural pela Academia Brasileira de Letras e Artes -‐ Itapira/SP e reconhecido pela Fundação Abrinq pela contribuição na defesa dos direitos da criança e do adolescente. Já recebeu vários prêmios.
Fernando Ramos e Osvaldo Mantovani Céu Etéreo 1 Relevo em minério reconsjtuído s/ mdf 125 x 125 x 5 cm 2008
Fernando Ramos e Osvaldo Mantovani Céu Etéreo 2 Relevo em minério reconsjtuído s/ mdf 80 x 120 x 5 cm 2008
Fernando Ramos e Osvaldo Mantovani
Planetarium et Circenses Relevo em minério reconsjtuído s/ mdf 52 x 134 cm 2005
Joy Relevo em minério reconsjtuído s/ mdf 100 x 100 x 2 cm 2007
Osvaldo Mantovani Vaga-‐lumes Acrílica s/ tela 110 x 90 cm 1998
eliana minillo ARTISTA VISUAL
Convidada especial
www.facebook.com/Eliana.Minillo h5p://www.ar%sho.com/Eliana-‐Minillo
Educação Armsjca pela FAAP. Parjcipou do projeto do mural Anglo-‐brasileiro (direção do muralista britânico Walter Kershaw). Responsável pela pesquisa, documentação e catalogação das obras do arjsta alemão Walter Lewy. Coautora do filme/documentário "Walter Levy, Pintor do Silêncio" e ainda autora do documentário "Memoria Surrealista". Duas vezes premiada pelo Salon d'Automne de Paris; menção Honrosa na 1ª e 2ª Bienal do Egito e convidada de honra para a 3ª edição; Menção Honrosa no Salon d'Automne de Ryiad; parjcipação do Ano da França na Rússia e da edição comemorajva do Salão de Outono em Moscou. Integra a exposição «Salon d’Automne-‐ L’ART MODERNE DU XX° SIÈCLE» -‐de Renoir à David Hamilton. Por três vezes expõe no Salon d'Automne em Tokio. Membro da Fundação Taylor Paris e da Société du Salon d’Automne de Paris. Idealizadora, ao lado de Claude Marjn Vaskou, do Salão de Outono da América Lajna.
O homem não pode desembaraçar dele mesmo Óleo s/ tela 100 x 160 cm 2012
O excesso torna o desejo insaciável Óleo s/ tela 160 x 180 cm 2012/13
A soma dos nossos dias Óleo s/ tela 160 x 220 cm 2010
A verdadeira história da morte de cada homem Óleo s/ tela 89 x 89 cm 2010
Exercício de crueldade Óleo s/ tela 94 x 137 cm 2010
Bacus e a ambígua amargura dos nossos sonhos Óleo s/ tela 120 x 80 cm 2010
Eliana Minillo
Um pouco sobre seu trabalho e suas obras * Textos fornecidos pela ar%sta visual
As obras aqui apresentadas, compõem a pesquisa denominada: Do outro lado do espelho Eu quis pintar o vidro, eu quis pintar o espelho...pintar cabeças, não rostos; estruturas não corpos. Criar uma figura que acoplada ao espelho se revele, quando os ossos deixam de ser a estrutura material do corpo e, a carne já não é o material corpóreo da figura, negando assim qualquer principio de idenjdade ou narrajva. Pintar o "espirito ksico" do homem reflejdo no espelho. Como em Duchamp: "Je veux saisir les choses avec l'esprit". Nem seu corpo, nem seu reflexo. A figura enquanto corpo desfigurado, fonte de movimento em torno de si mesmo. A figura que ora se contrai, ora se dilata sofrendo a ação de um fundo que atrai , ou se despedaça dissipando-‐se na estrutura. Um corpo sem ossos e um rosto que ainda não encontrou sua face. A figura que deseja escapar da superkcie, por vezes saltando para fora dela mesma, outras , se decompondo em esjlhaços que voam para todos os lados num espasmo giratório tornando a figura apenas forma em movimento.
Essa pintura espelho que não sendo uma superkcie que reflete, não sendo ksico nem virtual, é superkcie pictórica e agente deformador, e portanto assume uma função espacializante. O espelho de Carroll –que culminou em uma exposição realizada no ano de 2005. O Senjdo e o Nonsense-‐ que evidencia uma desarjculação significajva em relação ao tema do corpo. Um corpo fragmentado e caójco-‐ tal qual fala Hal Foster em “O Retorno do Real”. Na exposição realizada em 2012 na Maison de l'Amerique LaAne de Monaco-‐ O Segredo Oculto sob os véus de Salomé-‐ a fragmentação do corpo evoca ao acéfalo, e me aproxima do pensamento de Bataille, onde -‐ o corpo soberano conduz a uma ruptura de forma radical.
O erojsmo e o sacrikcio das máquinas solteiras de Duchamp, aparecem aqui como máquinas-‐cromájcas, que se movimentam numa dimensão mecânico-‐plásjca, encarceradas num circuito narcisista. O que Duchamp faz em “Mariée mis a nu par ses célibataires même” é: desmenjr, pela nudez vazia da virgem, o segredo oculto sob os véus de Salomé. No jogo entre o velado e o desvelado, Wilde nos sugere a perda da unidade do corpo; enquanto Flaubert joga com o peso da cabeça, Wilde opta pelo jogo dos véus (…) eu não quero ver coisa alguma, eu não quero que as coisas me vejam (...)-‐ Herodes.
“Somos todos assassinos daquilo que amamos”. Em Wilde, a força do mito ecoa com eloquência. O espelho, portanto, não se apresenta como um reflexo, mas sim como um engano; de corpo fragmentado restam apenas fragmentos do corpo; deconstrução das formas do corpo objeto em objeto mesmo. Em Do outro lado do Espelho, projeto do qual fazem parte as obras aqui expostas, a deconstrução remete a um outro ritmo plásjco-‐dinâmico, despido de qualquer pretensão simbólica, que busca a construção de outra temporalidade; desorganizando o espaço por meio de planos e cores, propiciando um retrocesso ao estado de espelho-‐ tal qual nos fala Lacan: (…) a unidade da fase do espelho, produz uma fantasia retroajva de um estado prévio no qual nosso corpo estava em partes, uma fantasia de um corpo caójco, fragmentário e fluido, que nos acompanha pelo resto de nossas vidas(...) Lacan estabelece ainda uma analogia entre o estado de espelho e nossa relação com as maquinas autômatas; numa relação ambígua, o mundo que vemos reflejdo se completa. O Colapso do Mito de Narciso, que da jtulo a uma das obras desta série, refere-‐se na verdade ao Colapso do Mito de Marcel Duchamp. Na suposta superkcie do espelho onde se desvenda o presente em toda sua plenitude, ao mesmo tempo se constata a impossibilidade do representável. Assim como em Duchamp, são os espectadores, afinal, as verdadeiras testemunhas oculistas, fragmentariamente despidos por este espelho imaginário.
Eliana Minillo
OU O ENIGMA DA PINTURA J-‐P Gavard-‐Perret Doutor em literatura, professor da Universidade de Savoie, em Chambéry-‐França membro do Centre de Recherche Imaginaire et CréaAon.Especialista em Imagens do séc XX e da obra de Samuel BeckeQ. A obra de Eliana Minillo apesar de sua estrutura muito elaborada cria uma série de peregrinações intencionais: prolongadas, apoiadas e controladas, apesar do entusiasmo, que a fazem explodir em fagulhas paradoxais. O constrangimento e a efusão, unidos num lirismo especial que não se encontra na Europa. Apesar de seu background-‐ mais precisamente italiano, holandês e russo-‐ a obra é própria da encontrada em países como Argenjna e Brasil. O devaneio é orientado de modo que a "pele" de cada pintura se desdobre em um fascinante ritual. Nele a paixão transborda de maneira controlada. O tratamento abstrato não é em vão. Ele é que permite a Eliana Minillo encontrar sua medida. Nos cortes, em ziguezagues, em ascensão a fim de riscar o branco defensivo da tela, o espaço se desdobra. Nas conjunções de linhas, deixa eclodir. geometrias de fluxos ínjmos. A arjsta o simplifica em um buque de cores. A vida surge em êxtase, mas guarda seu mistério. Cada pintura torna-‐se uma maneira de perder o equilíbrio. O que parece decorar não tem, portanto, nada da ordem das aparências. Através do fluxo de cores o invisível insiste em manter a ordem das estruturas inevitáveis. Tudo está cheio de promessas. Uma circulação se produz e, portanto, o observador está como que frente a um muro muito alto, intransponível.
A própria essência da imagem permanece então o enigma. O olhar está imerso em uma interrogação. Procurando saber do que é feito o brilho ao qual ele lambe com os olhos. Diante daquilo sabiamente estruturado resta uma incerteza. Os jogos de linhas e cores criam um casal onde o primeiro guarda o sonho do segundo e vice-‐ versa. Aquilo que permanece escondido está diante de nós. Mas o espaço pictórico é menor que a unidade capaz de fazer surgir um efeito de pele interior. Temos aqui um teatro tão imenso quanto ínjmo, objejvamente subjejvo. Tanto quanto firme ele flutua no seio de uma perfeição formal. Se bem que podemos indagar se tal obra não encarnaria por excelência o enigma da mulher ao mesmo tempo pecadora e santa, asceta e sensual. Cada tela introduz ao centro de uma pura mitologia fantasmagórica nesta mistura indissociável de cores e de linhas, colocando a questão essencial, a saber: “ De onde surgem essas imagens?” O observador pode tão somente ficar em expectajva. Em estado de concentração. Resta apenas afirmar que, essa erupção de espasmos plásjcos se dissolve e renasce a cobiça tanto mísjca quanto sensorial. Em consequência, Eliana Minillo nutre nossos desejos pagãos de parjcipação carnal, sensual, telúrica, dionisíaca e panteísta. Atando ao mesmo tempo a uma exigência de espiritualidade. A sua maneira, a arjsta cria através de sua pintura um desejo especial. Longe de ser uma simples fantasia, aberta à fantasmagoria capaz de fazer voar a nossa imaginação. O impossível abraço do mundo, fragmenta-‐se numa festa, onde a arjsta tanto fixa quanto põe em movimento.
Para conhecer mais sobre as obras de Eliana Minillo visitar: www.facebook.com/Eliana.Minillo h5p://www.ar%sho.com/Eliana-‐Minillo
Exposição FIAT LUX Espaço Cultural Tecnologia e Arte da Fatec-‐SP 23 de setembro a 09 de outubro de 2015 Exibição: Faculdade de Tecnologia de São Paulo -‐ Fatec-‐SP Praça Coronel Fernando Prestes, 30, Bloco A Térreo -‐ Bairro Luz, 01124-‐060 -‐ São Paulo, SP. METRO Tiradentes -‐ Saída Fatec-‐SP Entrada pela Av. Tiradentes, 615 Local: Sala Verde -‐ Bloco A -‐ Térreo Data / Horário: Dia 23/09 das 17h às 20h Segunda à sexta das 10h às 20h Sábado das 10h às 14h Encerramento dia 09/10 às 14h
Vinculado ao
Organização e curadoria: Cleusa Rosse‰o / rosse‰o@fatecsp.br Apoio Organizacional: José Osvaldo Mantovani Contato: (+55 11) 3322-‐2225 / www.fatecsp.br e-‐mail: congresso@fatecsp.br, edificio@fatecsp.br Design e Layout: Cleusa Rosse‰o Escritos e imagens: Material fornecido pelos arjstas
Patrocínio
h5p://www.sanhidrel-‐engekit.com.br
Realização
Consultoria
VII tecnologia e arte
espaรงo cultural fatec-sp
EDIFร CIOS