Revista de educação continuada do clínico veterinário de pequenos animais
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Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, di rigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente com partilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total res ponsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.
Índice
Caracterização da conduta de médicos veterinários no atendimento de cães com crises epiléticas no Distrito Federal .......................................................................................................................... 9 Discinesia paroxística em 17 cães maltêses................................................................................... 10 Estimativa de perda sanguínea em cirurgias da coluna vertebral em cães.................................... 11 Fenda (slot) ventral na recuperação clínica de cães com compressões lateralizadas em decorrência da doença do disco intervertebral cervical – 20 casos (2008-2018) ..........................12 Percepção dos alunos de pós-graduação sobre o manejo do trauma cranioencefálico (2013-2017)..................................................................................................................................... 13 Perfil de cães epiléticos atendidos no hospital veterinário da Universidade de Brasília - DF (2017-2019)..................................................................................................................................... 14 Retorno à deambulação de cães paraplégicos sem nocicepção igual ou superior a 96 horas por extrusão de disco intervertebral submetidos a hemilaminectomia toracolombar............................ 15 Valor prognóstico da proteína ácida fibrilar glial em cães com meningoencefalite de origem desconhecida................................................................................................................................... 16
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CARTA DO PRESIDENTE DO SIMPÓSIO
16, a 18 de Agosto de 2019 LOCAL: NOVOTEL | Barra da Tijuca. Av Lúcio Costa, 5210
Rio de Janeiro, RJ
É com grande satisfação que apresento os anais do sétimo evento da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária (ABNV) e do quinto simpósio que promovemos de forma independente. Seguindo o caminho traçado há 7 anos, este ano estaremos abordando temas altamente relevantes a neurologia veterinária brasileira. O tema principal dos nossos simpósios será epilepsia e distúrbios de movimento. Teremos a felicidade de contar com dois renomados palestrantes internacionais, o Dr. Dennis O’Brien da Universidade de Missouri nos EUA, e o Dr. Holger Volk da Universidade de Hannover na Alemanha. Contaremos também com a presença do Dr. Luiz Eugênio Mello da Escola Paulista de Medicina, do Dr. Rogério Martins Amorim da UNESP de Botucatu, e deste que vos escreve. A organização desses simpósios é fruto de muito trabalho e para tal gostaria muito de agradecer todos membros da diretoria que trabalharam e trabalham de forma incessante para o sucesso desse e de todos outros simpósios. Gostaria de agradecer também a Andrea Sanchez e Ondala pelo trabalho de organização, e aos nossos patrocinadores e parceiros, a Purina Proplan, a IDEXX, o CRMV-RJ, e a revista Clínica Veterinária pelo apoio. Finalmente gostaria de agradecer a todos os participantes pela confiança. Podem ter certeza que nosso objetivo é sempre organizar eventos de altíssimo nível para avançar a neurologia e a medicina veterinária brasileira.
Ronaldo Casimiro da Costa, MV, MSc, PhD, Dipl. ACVIM – Neurologia Presidente da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária
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Palestrantes Dennis O’Brien, DVM PhD Dr. Dennis O’Brien, Pofessor Emérito de Neurologia Comparada pela Universidade de Missouri. se formou na Universidade de Ilinois onde fez também a residência em Neurologia e PHD em Neurociências. Diplomado pelo ACVIM em Neurologia, recebeu um prêmio chamado Kirk Award de Excelência como professor. Sua aérea de pesquisa é focada em Doenças Hereditárias e Adquiridas do Sistema Nervoso, incluindo Epilepsia, Desordens do Movimento, Doenças do desenvolvimento e Doenças Degenerativas.
Holger A. Volk, DVM, PGCAP, PhD, DipECVN, FHEA, MRCVS Holger é atualmente Professor de Doenças de Pequenos Animais e chefe do Departamento de Clínica de Pequenos Animais da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover. Ex-Presidente do Colégio Europeu de Neurologia Veterinária e atual tesoureiro do Conselho Europeu de Especialização Veterinária. Ele se formou na Universidade de Medicina Veterinária de Hannover em 2001, onde também fez seu Doutorado em Neurofarmacologia, estudando os mecanismos básicos da epilepsia farmacorresistente. Ele completou sua educação clínica especializada fazendo o internato e a residência em Neurologia e Neurocirurgia na Royal Veterinary College. Dr. Holger é conhecido internacionalmente por seu trabalho no campo da malformação semelhante à Chiari / siringomielia e da epilepsia. Ele tem presidido a Força-Tarefa Internacional de Epilepsia Veterinária, que publicou recentemente sete artigos de consenso sobre epilepsia canina e felina e foi coautor da recente publicação do consenso publicado pelo ACVIM sobre o tratamento farmacológico da epilepsia veterinária. Ele recebeu vários prêmios de excelência em ensino (Jim Bee, Bourgelat Award da BSAVA e o International Canine Health Award do Kennel Club). Ele publicou vários livros e capítulos de livros, mais de 170 artigos originais e mais de 100 resumos em conferências internacionais, e é um passageiro frequente no circuito internacional de conferências.
Professor Luiz Eugenio Mello Mello é pesquisador na área de neurociências. Ao longo de sua carreira publicou mais de 150 artigos em periódicos de circulação internacional que alcançaram com mais de 5 mil citações. Tem contribuições importantes nas áreas de plasticidade neuronal e no campo da epilepsia. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino, professor titular da Escola Paulista de Medicina. Tem ou teve posições de direção junto a Universidade Federal de São Paulo, FeSBE, ANPEI e Vale SA.
Rogério Martins Amorim, DVM, MSC, PhD Possui graduação em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia -Unesp campus Botucatu (1991), Residência em Clínica de Grandes Animais (1992-1993) com especialização em Neurologia Veterinária, Mestrado (1997) e Doutorado (2002) em Clínica Veterinária pela FMVZ-Unesp. Pós-doutorado em Terapia Celular no Veterinary Institute for Regenerative Cures – University of California, Davis – USA. Atua nas áreas de Clínica Veterinária, Neurologia Veterinária e Terapia Celular.
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Palestrantes Ronaldo Casimiro da Costa, MV, MSc, PhD, Dipl. ACVIM – Neurology Antes de assumir o serviço de neurologia e neurocirurgia na The Ohio State University em 2008, o Dr. Ronaldo foi professor na Universidade Federal do Paraná (Campus Palotina) de 1997-2008, a mesma universidade onde ele se formou em medicina veterinária. Depois disso, o Dr. Ronaldo obteve o título de mestre em cirurgia pela Universidade Federal de Santa Maria e, posteriormente, fez sua residência em neurologia e neurocirurgia e PhD no Ontario Veterinary College, University of Guelph no Canadá. Além de ser autor e coautor de dezenas de artigos científicos e diversos capítulos em livros de referência, ele também foi editor convidado da Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice sobre doenças da coluna vertebral e medula espinhal, e é co-editor do livro “Dewey e da Costa – Neurologia Canina e Felina – guia prático”. O Dr. Ronaldo tem uma atuação profissional ativa, servindo a profissão como membro do ACVIM, AVMA e outras associações internacionais, além de ser o Presidente fundador e atual da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária. Ele não só lidera um serviço clínico muito ativo, mas também é coordenador de um programa multidisciplinar de pesquisa que investiga várias doenças medulares, principalmente a síndrome de Wobbler. Ao longo de sua carreira, ele recebeu mais de 30 prêmios por excelência acadêmica em pesquisa e em ensino. O Dr. Ronaldo é conferencista frequente em congressos tanto nacionais como internacionais e tem um imenso prazer em ensinar. Ele foi condecorado com 12 prêmios de excelência didática, incluindo o Pfizer Norden Excellence in Teaching Award (a premiação máxima em ensino universitário nos EUA) e recebeu por duas vezes o prêmio por Excelência Didática na Pós-graduação na Ohio State University. O Dr. Ronaldo também teve a honra de ser finalista de seleção do prêmio de melhor professor de medicina veterinária dos EUA.
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h c h r
h t t p s : / / w w w. e v e n t b r i t e . com.br/e/animalhealth-south-americaregistration-62501537782
Envio de artigos
A
Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bemestar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para a apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais. Devem incluir uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o assunto (no mínimo 30 referências) e conter uma discussão detalhada dos achados e conclusões do relato à luz dessa pesquisa. A pesquisa bibliográfica deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Critérios editoriais Enviar por e-mail (cvredacao@editoraguara.com.br) ou pelo site da revista (http://revistaclinicaveterinaria. com.br/blog/envio-de-artigos-cientificos) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na lar gura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens 8
digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de reda ção cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail) e uma foto 3x4 de rosto de cada um dos autores. Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser relacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. O primeiro autor deve necessariamente ter diploma de graduação em medicina veterinária. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 12, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais
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dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Não citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Sempre buscar pelas referências originais. O texto do autor original deve ser respeitado, utilizando-se exclusivamente os resultados e, principalmente, as conclusões dos trabalhos. Quando uma informação tiver sido localizada em diversas fontes, deve-se citar apenas o autor mais antigo como referência para essa informação, evitando a desproporção entre o conteúdo e o número de referências por frases. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições an te riores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds nem revisões de
literatura (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). Somente autores de trabalhos originais devem ser citados, e nunca de revisões. É preciso ser ético pois os créditos são daqueles que fizeram os trabalhos originais. A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabalho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. Nesse subtítulo devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado. Revista Clínica Veterinária / Redação Rua Adolf Würth, 276, 06713-250, Cotia, SP cvredacao@editoraguara.com.br
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Consultores científicos
Adriano B. Carregaro FZEA/USPPirassununga Álan Gomes Pöppl FV/UFRGS Alberto Omar Fiordelisi FCV/UBA Alceu Gaspar Raiser DCPA/CCR/UFSM Alejandro Paludi FCV/UBA Alessandra M. Vargas Endocrinovet Alexandre Krause FMV/UFSM Alexandre G. T. Daniel Universidade Metodista Alexandre L. Andrade CMV/UnespAracatuba Alexander W. Biondo UFPR, UI/EUA Aline Machado Zoppa FMU/Cruzeiro do Sul Aline Souza UFF Aloysio M. F. Cerqueira UFF Ana Claudia Balda FMU, Hovet Pompéia Ana Liz Bastos CRMV-MG, Brigada Animal MG Ananda Müller Pereira Universidad Austral de Chile Ana P. F. L. Bracarense DCV/CCA/UEL André Luis Selmi Anhembi/Morumbi e Unifran Angela Bacic de A. e Silva FMU
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Antonio M. Guimarães DMV/UFLA Aparecido A. Camacho FCAV/UnespJaboticabal A. Nancy B. Mariana FMVZ/USP-São Paulo Aulus C. Carciofi FCAV/UnespJaboticabal Aury Nunes de Moraes UESC Ayne Murata Hayashi FMVZ/USP-São Paulo Beatriz Martiarena FCV/UBA Benedicto W. De Martin FMVZ/USP; IVI Berenice A. Rodrigues MV autônoma Camila I. Vannucchi FMVZ/USP-São Paulo Carla Batista Lorigados FMU Carla Holms Anclivepa-SP Carlos Alexandre Pessoa www.animalexotico. com.br Carlos E. Ambrosio FZEA/USPPirassununga Carlos E. S. Goulart EMATER-DF Carlos Roberto Daleck FCAV/UnespJaboticabal Carlos Mucha IVAC-Argentina Cassio R. A. Ferrigno FMVZ/USP-São Paulo Ceres Faraco FACCAT/RS César A. D. Pereira UAM, UNG, UNISA
Christina Joselevitch IP/USP-São Paulo Cibele F. Carvalho UNICSUL Clair Motos de Oliveira FMVZ/USP-São Paulo Clarissa Niciporciukas Anclivepa-SP Cleber Oliveira Soares Embrapa Cristina Massoco Salles Gomes C. E. Daisy Pontes Netto FMV/UEL Daniel C. de M. Müller UFSM/URNERGS Daniel G. Ferro Odontovet Daniel Macieira FMV/UFF Denise T. Fantoni FMVZ/USP-São Paulo Dominguita L. Graça FMV/UFSM Edgar L. Sommer Provet Edison L. P. Farias UFPR Eduardo A. Tudury DMV/UFRPE Elba Lemos FioCruz-RJ Eliana R. Matushima FMVZ/USP-São Paulo Elisangela de Freitas FMVZ/Unesp-Botucatu Estela Molina FCV/UBA Fabian Minovich UJAM-Mendoza Fabiano MontianiFerreira FMV/UFPR Fabiano Séllos Costa DMV/UFRPE Fabio Otero Ascol IB/UFF Fabricio Lorenzini FAMi
Felipe A. Ruiz Sueiro Vetpet Fernando C. Maiorino Fejal/CESMAC/FCBS Fernando de Biasi DCV/CCA/UEL Fernando Ferreira FMVZ/USP-São Paulo Filipe Dantas-Torres CPAM Flávia R. R. Mazzo Provet Flavia Toledo Univ. Estácio de Sá Flavio Massone FMVZ/Unesp-Botucatu Francisco E. S. Vilardo Criadouro Ilha dos Porcos Francisco J. Teixeira N. FMVZ/Unesp-Botucatu F. Marlon C. Feijo Ufersa Franz Naoki Yoshitoshi Provet Gabriela Pidal FCV/UBA Gabrielle Coelho Freitas UFFS-Realeza Geovanni D. Cassali ICB/UFMG Geraldo M. da Costa DMV/UFLA Gerson Barreto Mourão Esalq/USP Hector Daniel Herrera FCV/UBA Hector Mario Gomez EMV/FERN/UAB Hélio Autran de Moraes Oregon S. U. Hélio Langoni FMVZ/Unesp-Botucatu Heloisa J. M. de Souza FMV/UFRRJ
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Herbert Lima Corrêa Odontovet Iara Levino dos Santos Koala H. A. e Inst. Dog Bakery Iaskara Saldanha Lab. Badiglian Idael C. A. Santa Rosa UFLA Ismar Moraes FMV/UFF Jairo Barreras FioCruz James N. B. M. Andrade FMV/UTP Jane Megid FMVZ/Unesp-Botucatu Janis R. M. Gonzalez FMV/UEL Jean Carlos R. Silva UFRPE, IBMC-Triade João G. Padilha Filho FCAV/UnespJaboticabal João Luiz H. Faccini UFRRJ João Pedro A. Neto UAM Jonathan Ferreira Odontovet Jorge Guerrero Univ. da Pennsylvania José de Alvarenga FMVZ/USP Jose Fernando Ibañez FALM/UENP José Luiz Laus FCAV/UnespJaboticabal José Ricardo Pachaly Unipar José Roberto Kfoury Jr. FMVZ/USP Juan Carlos Troiano FCV/UBA Juliana Brondani FMVZ/Unesp-Botucatu
Juliana Werner Lab. Werner e Werner Julio C. C. Veado FMVZ/UFMG Julio Cesar de Freitas UEL Karin Werther FCAV/UnespJaboticabal Leonardo D. da Costa Lab&Vet Leonardo Pinto Brandão Ceva Saúde Animal Leucio Alves FMV/UFRPE Luciana Torres FMVZ/USP-São Paulo Lucy M. R. de Muniz FMVZ/Unesp-Botucatu Luiz Carlos Vulcano FMVZ/Unesp-Botucatu Luiz Henrique Machado FMVZ/Unesp-Botucatu Marcello Otake Sato FM/UFTO Marcelo Bahia Labruna FMVZ/USP-São Paulo Marcelo de C. Pereira FMVZ/USP-São Paulo Marcelo Faustino FMVZ/USP-São Paulo Marcelo S. Gomes Zoo SBC,SP Marcia Kahvegian FMVZ/USP-São Paulo Márcia Marques Jericó UAM e Unisa Marcia M. Kogika FMVZ/USP-São Paulo Marcio B. Castro UNB Marcio Brunetto FMVZ/USPPirassununga Marcio Dentello Lustoza Biogénesis-Bagó S.
Animal Márcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-Botucatu Marco Antonio Gioso FMVZ/USP-São Paulo Marconi R. de Farias PUC-PR Maria Cecilia R. Luvizotto CMV/UnespAraçatuba M. Cristina F. N. S. Hage FMV/UFV Maria Cristina Nobre FMV/UFF M. de Lourdes E. Faria VCA/Sepah Maria Isabel M. Martins DCV/CCA/UEL M. Jaqueline Mamprim FMVZ/Unesp-Botucatu Maria Lúcia Z. Dagli FMVZ/USP-São Paulo Marion B. de Koivisto CMV/UnespAraçatuba Marta Brito FMVZ/USP-São Paulo Mary Marcondes CMV/UnespAraçatuba Masao Iwasaki FMVZ/USP-São Paulo Mauro J. Lahm Cardoso Falm/Uenp Mauro Lantzman Psicologia PUC-SP Michele A. F. A. Venturini Odontovet Michiko Sakate FMVZ/Unesp-Botucatu Miriam Siliane Batista FMV/UEL Moacir S. de Lacerda Uniube
Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL Nadia Almosny FMV/UFF Natália C. C. A. Fernandes Instituto Adolfo Lutz Nayro X. Alencar FMV/UFF Nei Moreira CMV/UFPR Nelida Gomez FCV/UBA Nilson R. Benites FMVZ/USP-São Paulo Nobuko Kasai FMVZ/USP-São Paulo Noeme Sousa Rocha FMV/Unesp-Botucatu Norma V. Labarthe FMV/UFFe FioCruz Patricia C. B. B. Braga FMVZ/USP-Leste Patrícia Mendes Pereira DCV/CCA/UEL Paulo Anselmo Zoo de Campinas Paulo César Maiorka FMVZ/USP-São Paulo Paulo Iamaguti FMVZ/Unesp-Botucatu Paulo S. Salzo Unimes, Uniban Paulo Sérgio M. Barros FMVZ/USP-São Paulo Pedro Germano FSP/USP Pedro Luiz Camargo DCV/CCA/UEL Rafael Almeida Fighera FMV/UFSM Rafael Costa Jorge Hovet Pompéia Regina H. R. Ramadinha FMV/UFRRJ Renata A. Sermarini Esalq/USP
Renata Afonso Sobral Onco Cane Veterinária Renata Navarro Cassu Unoeste-Pres. Prudente Renée Laufer Amorim FMVZ/Unesp-Botucatu Ricardo Duarte All Care Vet / FMU Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR Ricardo S. Vasconcellos CAV/Udesc Rita de Cassia Garcia FMV/UFPR Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ Rita Leal Paixão FMV/UFF Robson F. Giglio H. Cães e Gatos; Unicsul Rodrigo Gonzalez FMV/AnhembiMorumbi Rodrigo Mannarino FMVZ/UnespBotucatu Rodrigo Teixeira Zoo de Sorocaba Ronaldo C. da Costa Ohio State University Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio Rosângela de O. Alves EV/UFG Rute C. A. de Souza UFRPE/UAG Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA Sady Alexis C. Valdes Unipam-Patos de Minas
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Sheila Canavese Rahal FMVZ/UnespBotucatu Silvia E. Crusco UNIP/SP Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo Silvia R. R. Lucas FMVZ/USP-São Paulo Silvio A. Vascon cellos FMVZ/USP-São Paulo Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM Simone Gonçalves Hemovet/Unisa Stelio Pacca L. Luna FMVZ/UnespBotucatu Tiago A. de Oliveira UEPB Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR Valéria Ruoppolo I. Fund for Animal Welfare Vamilton Santarém Unoeste Vania de F. P. Nunes FNPDA e Itec Vania M. V. Machado FMVZ/UnespBotucatu Victor Castillo FCV/UBA Vitor Marcio Ribeiro PUC-MG Viviani de Marco UNISA e NAYA Wagner S. Ushikoshi UNISA e CREUPI Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional
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Caracterização da conduta de médicos veterinários no atendimento de cães com crises epiléticas no Distrito Federal MORTARI, A. C. 1* ; REZENDE, G. S. 2 ; MOTA, A. L. A. A. 3 ; SILVA, J. H. 4 1- Professora Adj, Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais e Neurologia da UNB, DF, Brasil. ana_mortari@yahoo.com.br 2 - Aluna de graduação, UNB, DF, Brasil 3 - MV, Laboratório de Epidemiologia Veterinária, UNB, Brasil 4 - MV, aluno de pós-graduação em saúde animal, UNB, Brasil * - Universidade de Brasília
A
s crises epiléticas são distúrbios neurológicos mais frequentes nos cães e apesar disso, não há uniformidade no atendimento. O objetivo deste estudo foi analisar a abordagem de médicos veterinários em cães com crises epiléticas no Distrito Federal. Foi utilizado um questionário em 43 clínicas. No perfil dos entrevistados 49% eram graduados há mais de 10 anos, 28% entre cinco e 10 anos, 19% entre um e cinco anos e 5%, há menos de um ano. 53% concluiu curso de especialização, 9% fizeram residência e 9% tinham mestrado e 26% não tinham nenhum tipo de formação complementar. Quanto ao diagnóstico, 12% (n = 6) realizam exame clínico neurológico. Exames hematológicos foram citados por 85% (n = 37) e a tomografia por 72% (n = 31). Exames sorológicos eram realizados por 30% dos veterinários (n = 13). Em relação a classificações das crises epiléticas, 72% (n = 31) dos veterinários não as utilizam. Quanto ao tratamento, 51% iniciam imediatamente e 49% consideram a frequência e/ou a gravidade. Todos afirmaram receitar o fenobarbital e 19% (n = 9) o brometo de potássio, mas sempre em associação ao fenobarbital. 5% (n = 2) usam homeopatia e 5% (n = 2) terapia adjuvante nutricional. 58% (n = 25) tratam por toda vida do paciente, 28% (n = 13) retiram após boa resposta e 14% (n = 5) deixam de administrar entre seis meses e um ano. A dosagem sérica de fenobarbital é feita por 51% (n = 22). Apesar da maioria dos entrevistados terem formação complementar, os resultados divergiram de pontos importantes preconizados pelo consenso em epilepsia canina, evidenciando a necessidade de atualização. Unitermos: cães, convulsão, epilepsia
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Discinesia paroxística em 17 cães maltêses POLIDORO, D. 1* ; CORNELIS, I. ² ; VAN HAM, L. ³ ; BHATTI, S. F. M. ² 1 - Residente ECVN, Faculdade de Medicina Veterinária de Ghent, Bélgica. dakir.polidoro@ugent.be 2 - Médico-veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária de Ghent, Bélgica 3 - Professor, Faculdade de Medicina Veterinária de Ghent, Bélgica
* - Ghent University
D
urante a última década, as discinesias paroxísticas (DPs) têm sido cada vez mais reconhecidas em cães. As DPs são um grupo heterogêneo de distúrbios do movimento, hipercinéticos e involuntários, caracterizados por episódios bem definidos de movimentos anormais sem alteração de consciência. Este estudo retrospectivo fornece a descrição fenotípica, tratamento e resultado de uma DP observada em 17 Maltês. A idade média de início clínico foi de 5,6 anos (1-11 anos). Em 13 cães, os episódios foram testemunhados por análise de vídeo e em quatro cães baseado na descrição detalhada dos proprietários. Em 11 cães os episódios foram desencadeados por exercício, estresse ou excitação, enquanto em seis cães ocorreram durante repouso. Os movimentos anormais foram caracterizados principalmente por cifose e flexão involuntária alternada de um ou mais membros. Três apresentaram sialorreia. Todos os cães permaneceram conscientes durante os episódios. A frequência variou de quatro vezes ao dia a episódios mensais e a duração média foi de 15 minutos (1-60 minutos). O exame clínico e neurológico, hemograma e bioquímica sérica (17), ressonância magnética e análise do líquor (2) e exame eletrofisiológico (1) não apresentaram nenhuma anormalidade. Terapia com acetazolamida (4), dieta sem glúten (4) e fluoxetina (1) proporcionaram melhora significativa na frequência e/ou duração dos episódios. Três cães nunca receberam tratamento e continuaram apresentando os episódios. Um nunca respondeu a nenhum tratamento. Em quatro cães, os episódios cessaram espontaneamente. A aparência fenotípica de uma discinesia paroxística em cães Maltês é descrita, embora casos adicionais, expansão de pedigree e análise genética são necessários. Unitermos: discinesia paroxística, distúrbios do movimento, maltês
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Estimativa de perda sanguínea em cirurgias da coluna vertebral em cães FERRARIN, D. A. 1* ; SCHWAB, M. L. 1 ; RIPPLINGER, A. 1 ; HERCULANO, L. F. S. 1 WRZESINSKI, M. R. 1 ; MAZZANTI, A. 2 1 - Aluno de pós-graduação UFSM, RS, Brasil. denisferrarin@hotmail.com 2 - Professor titular UFSM, RS, Brasil
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sangramento excessivo durante uma cirurgia pode aumentar as complicações transoperatórias, bem como o tempo de recuperação. Não foram encontrados ainda, pesquisas que demonstrassem as perdas sanguíneas durante cirurgias na coluna vertebral em cães. Diante disso, o objetivo deste estudo foi mensurar a perda de sangue em cães submetidos a diferentes procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral. Foram incluídos 34 cães com lesões na medula espinhal e sem alterações hemodinâmicas sistêmicas. Destes, 22 foram submetidos à hemilaminectomia e fenestração de disco (HF), oito à estabilização da coluna vertebral (ECV), três à fenda ventral (FV) e um à laminectomia dorsal cervical (LDC). Foram mensuradas perdas sanguíneas provenientes da pele, musculatura, do osso vertebral e plexo venoso vertebral. A perda de sangue foi quantificada por meio de pesagem de gazes e compressas e da mensuração do sangue aspirado durante a cirurgia. A perda sanguínea foi estimada de acordo com a porcentagem de sangue total (77,5 ml/kg de peso vivo). A média e mediana da perda sanguínea dos cães submetidos à HF foi de 8,79%/5,18% (±11,16) do sangue total; na ECV de 19,37%/14,53% (±12,71); na FV de 17,47%/17,41 (±5,68) e na LDC de 12,44%, respectivamente. As perdas sanguíneas observadas não causaram alterações hemodinâmicas dos cães no trans e pós-operatório. Embora o número de cães deste estudo fosse baixo, pôde-se fornecer, mesmo que estimado, dados referentes às perdas de sangue em diferentes procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral, auxiliar na classificação da intensidade de sangramento e orientar nos procedimentos de prevenção e tratamento. Palavras-chave: hemorragia, cirurgia de coluna, hemilaminectomia. Protocolo de Ética no 3512090617 (CEUA/UFSM)
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Fenda (slot) ventral na recuperação clínica de cães com compressões lateralizadas em decorrência da doença do disco intervertebral cervical – 20 casos (2008-2018) MOCELLIN, C. P. 1* ; SCHWAB, M. L. 2 ; WRZESINSKI, M. R. 2 ; FERRARIN, D. A. 2 ; RIPPLINGER, A. 2 ; MAZZANTI, A. 3 1 - Aluno de graduação UFSM, RS, Brasil. cami7mocellin@gmail.com 2 - Aluno de pós-graduação UFSM, RS, Brasil 3 - Professor adjunto UFSM, RS, Brasil
* - Universidade Federal de Santa Maria
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fenda por acesso ventral é a técnica cirúrgica descompressiva mais empregada nas compressões da medula espinhal ocasionadas pela doença do disco intervertebral (DDIV) cervical em cães. Ela possibilita a visualização ventral da medula espinhal cervical, não sendo indicada para compressões lateralizadas. Para este tipo de compressão, a técnica recomendada é a hemilaminectomia. Entretanto, não foram encontradas referências do uso da fenda ventral nesses tipos de situações. Desta forma, o objetivo desse estudo foi verificar a recuperação clínica de cães submetidos a descompressão cirúrgica por fenda ventral em compressões lateralizadas da medula espinhal cervical ocasionada pela DDIV. Foram selecionados 20 pacientes com diagnóstico definitivo de compressões lateralizadas por DDIV cervical observadas na mielografia e que foram submetidos a técnica de fenda ventral. A recuperação clínica pós-operatória foi avaliada nos pacientes decorridos, no mínimo, dois meses do procedimento cirúrgico, sendo classificada em satisfatória, para os paciente que recuperaram a função motora e sem hiperestesia cervical, e insatisfatória, para os cães que não recuperaram a função motora, permaneceram com hiperestesia cervical ou tiveram deterioração dos sinais neurológicos. Houve recuperação satisfatória em 19 cães (95%) e insatisfatória em outro (5%), demonstrando melhora clínica significativa (p<0,05) no emprego desta técnica em casos de compressões lateralizadas. Dois cães (10%) que apresentaram claudicação de membro torácico no pré-operatório tiveram remissão desse sinal após o procedimento cirúrgico. A fenda ventral promove recuperação clínica satisfatória de cães que apresentam compressões lateralizadas da medula espinhal ocasionadas pela DDIV cervical e pode ser indicada como alternativa cirúrgica. Unitermos: compressão medular, DDIV, fenda ventral, cão Protocolo de Ética: nº 6553011217/2017 (CEUA-UFSM)
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Percepção dos alunos de pós-graduação sobre o manejo do trauma cranioencefálico (2013-2017) SCARABUCCI, P. A. 1* ; CRUZ, E. P. 2 ; TORRES, B. B. J. 3 1 Doutoranda EVZ-UFG, GO, Brasil. p.scarabucci@hotmail.com 2 Mestranda EVZ-UFG, GO, Brasil 3 Professor Adjunto de Neurologia e Neurocirurgia EVZ-UFG, GO, Brasil * - Universidade Federal de Goiás
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bjetivou-se avaliar o conhecimento dos alunos de pós-graduação em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais sobre o manejo do paciente com trauma cranioencefálico (TCE) entre 2013 e 2017 por meio de questionários. Foram obtidas 420 respostas discursivas, de oito estados brasileiros, que foram avaliadas e classificadas em corretas, incompletas, incorretas e desconhecimento do manejo. Foram consideradas incompletas 80,71% das respostas, 13,1% incorretas, 4,29% consideradas como desconhecimento do manejo e apenas 1,9% estavam completas. As respostas foram avaliadas com base em cinco quesitos: oxigenação, ventilação, perfusão, diminuição da pressão intracraniana e avaliação neurológica/tratamento antiepiléptico. Das respostas incompletas, a maioria (59,9%) acertou um ou dois quesitos somente. Outro fator importante observado foi o índice de pessoas que instituiriam o corticosteroide na terapia do TCE: 34,76% (146/420), o que reflete na falta de preparo do médico-veterinário, uma vez que esta afecção necessita de uma intervenção imediata e assertiva para que o risco de óbito do paciente seja reduzido. Dessa forma, sugere-se uma nova abordagem do conteúdo na graduação a fim de aumentar o conhecimento teórico-prático dos alunos. Unitermos: medicina veterinária, questionário, traumatismos cranioencefálicos
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Perfil de cães epiléticos atendidos no hospital veterinário da Universidade de Brasília - DF (2017-2019) MORTARI, A. C. 1* ; DUARTE, R. P. C. 2 ; SILVA CAMPOS, P. D. G. 3 1 - Professora Adj - clínica cirúrgica de pequenos animais e neurologia - Universidade de Brasília. priscillagonçalves1@gmail.com 2 - Aluno de iniciação científica - Universidade de Brasília 3 - Médica Veterinária - Clínica CVET - Cirurgia de pequenos animais e neurologia - Brasília * - Universidade de Brasília
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epilepsia é uma doença decorrente da predisposição persistente do cérebro a gerar crises epiléticas e é a doença neurológica crônica mais comum em cães. O termo epilepsia refratária descreve uma condição em que o animal não apresenta um controle satisfatório de suas crises epiléticas ou sofre efeitos colaterais intoleráveis apesar da terapia apropriada com fármacos antiepiléticos convencionais. Este trabalho objetivou traçar o perfil dos cães epiléticos atendidos pelo serviço de neurologia do Hvet-UnB entre 2017 e 2019. Foram avaliados vinte e quatro cães que apresentaram crises epiléticas e um estudo retrospectivo considerando sexo, raça, etiologia, fármaco antiepilético e a refratariedade terapêutica desses animais foi realizado. Os resultados mostraram que 54% dos animais eram machos e 46% eram fêmeas. As raças mais afetadas foram SRD (50%) e os outros 50% de diversas raças puras de porte pequeno a grande. Etiologicamente, 59% dos cães tinham epilepsia provável idiopática, 12,5% idiopática e 21% estrutural, e 12,5% crises reativas. A monoterapia com fenobarbital foi instituída em 75% dos casos, 4% estavam sendo tratados com brometo de potássio, 12,5% dos cães com associação de fenobarbital e brometo de potássio e 8,5% com associação de fenobarbital, brometo de potássio e levetiracetam. Considerou-se refratariedade terapêutica em 37,5% dos cães. Conclui-se que o perfil avaliado foi composto principalmente por cães machos e sem raça definida, com maior frequência de epilepsia provável idiopática, com predominância da monoterapia com fenobarbital. A taxa de adequado controle das crises foi maior que a porcentagem de refratariedade terapêutica. Unitermos: cães, epilepsia, perfil
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Retorno à deambulação de cães paraplégicos sem nocicepção igual ou superior a 96 horas por extrusão de disco intervertebral submetidos a hemilaminectomia toracolombar WRZESINSKI, M. R. MAZZANTI, A. 2
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; SCHWAB, M. L. 1 ; RIPPLINGER, A. 1 ; AIELLO, G 1 ; FERRARIN, D. A. 1 ;
1 - Aluno de pós-graduação UFSM, RS, Brasil. mathias_reginatto@hotmail.com 2 - Professor Titular UFSM, RS, Brasil
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cirurgia descompressiva em cães paraplégicos sem nocicepção (dor profunda) após 48 horas, ocasionada por extrusão de disco permite retorno à deambulação em mais de 50% dos casos. Há pouco dados, no entanto, sobre os resultados obtidos em cães submetidos à cirurgia com tempo de perda de nocicepção igual ou superior a 96 horas (quatro dias). Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a recuperação de 35 cães paraplégicos sem nocicepção igual ou superior a 96 horas acometidos de extrusão de disco intervertebral toracolombar e submetidos à cirurgia. Os 35 cães desse estudo foram distribuídos em três grupos de acordo com a duração de perda de dor profunda: grupo I para aqueles com perda de dor profunda entre quatro e sete dias; II entre oito e 15 dias e III acima de 15 dias. Dos 16 cães do grupo I, 50% apresentaram recuperação funcional satisfatória, 25% recuperação satisfatória sem dor profunda (andar espinhal) e 25% insatisfatória. Dos nove cães do grupo II, 66,67% voltaram a caminhar, em 11,11% a recuperação foi satisfatória, mas sem retorno da dor profunda (andar espinhal) e 22,22% não recuperaram os movimentos. No grupo III, em 30% (n = 3) a recuperação foi satisfatória, 10% (n = 1) houve recuperação sem dor profunda e em 60% (n=6) a recuperação foi insatisfatória. De acordo com os resultados, o retorno à deambulação poderá ocorrer em cães com perda de dor profunda superior a 15 dias, sendo os melhores resultados para aqueles com perda até sete dias. Unitermos: neurologia, medula espinhal, doença do disco intervertebral, nocicepção, animais de companhia
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Valor prognóstico da proteína ácida fibrilar glial em cães com meningoencefalite de origem desconhecida ELIAS, B. C. 1* ; BHATTI, S. F. M. 3 ; HAM, L. V. 4 ; COX, E. 4 ; CORNELIS, I. 5 ; GOMES, L. A. 2 1 - Doutorando em Ciência Animal, UEL, PR, Brasil. bcelias@gmail.com 2 - Professor UEL, PR, Brasil 3 - Chefe do Departamento de Neurologia, UGent, Merelbeke-Bélgica 4 - Professor UGent, Merelbeke-Bélgica 5 - MV Departamento de Neurologia, UGent, Merelbeke-Bélgica
* - Universidade Estadual de Londrina
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té o momento, pouco se sabe sobre os fatores prognósticos para cães diagnosticados com meningoencefalite de origem desconhecida (MUO). O objetivo deste estudo foi avaliar o valor prognóstico a curto prazo do biomarcador Proteína Ácida Fibrilar Glial (GFAP), no líquido cérebro-espinal (LCE) e soro de cães com diagnóstico de MUO. Trata-se de estudo retrospectivo com 27 cães, sendo, cinco no grupo controle (GC) e 22 no grupo MUO (GM). Os cães do GC eram todos adultos e saudáveis, Beagle. O diagnóstico de MUO se deu por exclusão mediante os achados de exame neurológico, ressonância magnética, análise do LCE e testes para doenças infecciosas. O biomarcador GFAP foi mensurado por ELISA no LCE e soro no momento do diagnóstico MUO. No GM as concentrações de GFAP no LCE foram significativamente maiores em comparação ao GC (P = 0,013). Em conclusão, GFAP é expressa no LCE e soro de cães saudáveis e cães com MUO, com diferença significativa entre os dois grupos. Os resultados são promissores, entretanto, estudos em maiores proporções serão necessários para consolidar a correlação da GFAP no LCE e seu valor prognóstico. Unitermos: neurologia, cerébro, biomarcadores, muo Fonte de Financiamento: CAPES Protocolo de Ética: EC 2015/140
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