É
uma grande oportunidade poder participar do II Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária (II CIABEV). Além da sublime estadia em Búzios, RJ, os congressistas tem o privilégio da presença de Richard W. Nelson, DVM, DACVIM (Small Animal Internal Medicine), Director of Small Animal Clinical Services (UC Davis). Além de possuir mais de 120 artigos publicados, mais de 60 capítulos em livros, co-autor do livro "Medicina Interna de Pequenos Animais", o mais vendido e utilizado no Brasil, co-autor do livro de endocrinologia de pequenos animais mais conhecido e respeitado mundialmente: "Canine and Feline Endocrinology and Reproduction", o American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM), agraciou, este ano, o Dr. Nelson com o Prêmio Robert W. Kirk de excelência profissional. Outra participação importante é a do dr. Mark E. Peterson, pois propaga, no Brasil, a imagem do especialista em endocrinologia veterinária. Nos Estados Unidos da América, dr Peterson atende em duas unidades de clínica especializada, a Animal Endocrine Clinic: uma em New York City e outra em Westchester County. Conta-se também com Jacqueline S Rand (BVSc, DVSc Australia, Escola de Veterinária, Universidade de Queensland), Paula Pessina (Uruguai, Laboratório de Técnicas Nucleares, Faculdade de Veterinária, UDeLaR - Universidade da República), palestrantes brasileiros de grande experiência no dia a dia do atendimento dos casos relatados no Brasil e diversos trabalhos científicos que estão sendo registrados nesse suplemento da Clínica Veterinária. Parabéns a todos que seguem participando da evolução dessa especialidade que muito tem a contribuir com a medicina veterinária brasileira. Arthur de Vasconcelos Paes Barretto
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Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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MICROSCOPIA DAS ADRENAIS DO TAMANDUA TETRADACTYLA (LINNEAUS, 1758)
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ANÁLISE HISTOLÓGICA DAS ADRENAIS DO CEBUS APELLA (LINNEAUS, 1758)
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IMUNOLOCALIZAÇÃO DE SEROTONINA EM CÉLULAS ENDÓCRINAS DO INTESTINO GROSSO DO MUÇUÃ KINOSTERNON SCORPIOIDES (KINOSTERNIDAE).
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ESTUDO MORFOLÓGICO DAS ADRENAIS DO EIRA BARBARA (LINNEAUS, 1758)
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QUALIDADE DO SÊMEN CRIOPRESERVADO DE PIRACANJUBA BRYCON ORBIGNYANUS APÓS INDUÇÃO COM OVAPRIM® E EXTRATO BRUTO DE HIPÓFISE
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CONSUMO DE GLICOSE E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO SÊMEN SUÍNO RESFRIADO E ADICIONADO DE IGF-I E VITAMINA E
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CONCENTRAÇÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE A INSULINA TIPO I (IGF-I) NO FLUIDO FOLICULAR SUÍNO COLETADO DE FOLÍCULOS OVARIANOS DE DIFERENTES TAMANHOS
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RELAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE ESTRÓGENO E PROGESTERONA NO FLUIDO FOLICULAR SUÍNO COLETADO DE FOLÍCULOS OVARIANOS DE DIFERENTES DIÂMETROS
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CONTROLE DOS NÍVEIS GLICÊMICO E DE COLESTEROL TOTAL EM RATOS DIABÉTICOS COM DOENÇA PERIODONTAL TRATADOS COM β-GLUCANOS
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HIPOPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO - RELATO DE DOIS CASOS
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PERFIL CLÍNICO E LABORATORIAL DE GATOS HIPERTIREOIDEOS
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AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA EM GATOS DOMÉSTICOS DIABÉTICOS
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AVALIAÇÃO DO CORTISOL SÉRICO EM CÃES COM INFECÇÃO NATURAL POR EHRLICHIA CANIS
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AVALIAÇÃO DO DHEA-S SÉRICO EM CÃES COM INFECÇÃO NATURAL POR EHRLICHIA CANIS
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ADRENOCORTICAL EM CÃES COM ERLIQUIOSE
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE CÃES COM DIABETES O (DM) ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (HV-UEL)
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ADRENAL EM CÃES SADIOS COM BAIXA DOSE DE ACTH SINTÉTICO (TETRACOSACTÍDEO)
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ADRENAL EM CÃES PORTADORES DE DOENÇAS CRÍTICAS
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ASPECTOS CLÍNICOS DO HIPOTIREOIDISMO CANINO: ESTUDO RETROSPECTIVO
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ASPECTOS LABORATORIAIS DO HIPOTIREOIDISMO CANINO: ESTUDO RETROSPECTIVO
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ASPECTO CLÍNICOS DO HIPERCORTISOLISMO ESPONTÂNEO EM 20 CÃES: ESTUDO RETROSPECTIVO
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ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE A FOSFATASE ALCALINA, O COLESTEROL, A DENSIDADE URINÁRIA ESPECÍFICA E CORTISOL DE CÃES COM HIPERCORTISOLISMO ESPONTÂNEO
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FUNÇÃO TIREOIDIANA EM CÃES SOB TERAPIA ORAL COM CARPROFENO E SULFATO DE CONDROITINA
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HIPOPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO EM CÃO - RELATO DE CASO
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CREATINE KINASE SERUM ACTIVITY IN FELINE HYPERTHYROIDISM
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VALIDAÇÃO DOS MONITORES PORTÁTEIS BREEZE® 2 E CONTOUR TS® PARA A MENSURAÇÃO DA GLICEMIA EM CÃES
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EFICIÊNCIA DA MENSURAÇÃO DE PROGESTERONA SALIVAR PARA IDENTIFICAR OVULAÇÃO EM CADELAS. 31 RESULTADOS PRELIMINARES DA AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE TESTOSTERONA NO PÊLO DE CÃES
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SÍNDROME METABÓLICA EM CADELA DA RAÇA SCHNAUZER
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ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERLIPIDEMIA, DIABETES MELLITUS E HIPOTIREOIDISMO EM SCHNAUZERS IRMÃOS DE NINHADA.
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CARDIOMIOPATIA DILATADA EM UM CANINO FILA BRASILEIRO COM HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO A TIREOIDITE LINFOCÍTICA
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ACURÁCIA NA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO AO DESENVOLVIMENTO DA DIABETES MELLITUS CANINA E SOBREVIDA APÓS DIAGNÓSTICO
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FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE DIABETES MELLITUS EM CÃES: ESTUDO CASO-CONTROLE PAREADO
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DIABETES MELLITUS JUVENIL EM UM DACHSHUND
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NANISMO HIPOFISÁRIO E HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO EM UM CÃO
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EFEITOS METABÓLICOS ASSOCIADOS À TERAPIA COM DEFLAZACORT NAS DERMATITES ALÉRGICAS CANINAS
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE HIPERTIROIDISMO FELINO: 24 CASOS (2003 – 2012)
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DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DA PROTEINÚRIA PATOLÓGICA EM CÃES OBESOS
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DIABETES INSIPIDUS EM GATO – RELATO DE CASO
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PARÂMETROS CARDIOVASCULARES EM GATOS COM CARDIOMIOPATIA TIREOTÓXICA
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HIPERADRENOCORTICISMO SECUNDÁRIO A MACROADENOMA HIPOFISÁRIO EM CÃO – RELATO DE CASO
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MIELOLIPOMA DE ADRENAL FUNCIONAL EM UM CÃO: RELATO DE CASO
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE INSULINOMA CANINO: SEIS CASOS (2003 - 2012)
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CLINICAL-PATHOLOGICAL CHARACTERIZATION OF A POPULATION OF CATS WITH HYPERTHYROIDISM
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AVALIAÇÃO DA FREQUENCIA DE HIPERLIPIDEMIA E RESISTÊNCIA INSULÍNICA EM SCHNAUZERS MINIATURA HÍGIDOS
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Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
Anais - Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária - Búzios, RJ, 2012
Microscopia das adrenais do Tamandua tetradactyla (Linneaus, 1758) Adrenal Tamandua tetradactyla (Linneaus, 1758) microscopy THAMARA COZZI GONÇALVES1, ÉRIKA BRANCO1, ELANE GUERREIRO GIESE1, MARINA PRATAGY ESTRELA PINTO1, ANA RITA LIMA1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – (UFRA) INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL1
Tamandua tetradactyla, popularmente conhecido como tamanduá-de-colete ou mirim, é um mamífero pertencente a ordem Xenarthra. Esta espécie ocorre na América do Sul e, no Brasil, pode ser encontrada em todos os biomas. As glândulas adrenais estão localizadas craniomediais aos rins e estão intimamente ligadas aos principais vasos no abdome. Seu interior é dividido em córtex (revestido por cápsula fibrosa) e medula. Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o papel destas glândulas para o sistema endócrino da espécie em questão, estudou-se a microscopia de um tamanduá macho proveniente da área de Mina Bauxita de Paragominas/PA, doado ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMA) da UFRA. O sistema arterial foi preenchido por látex Neoprene. O animal foi fixado em solução aquosa de formaldeído a 10% e conservado em solução idêntica para posterior dissecação e retirada do material para análises histológicas. Os resultados revelaram que a cápsula fibrosa não possui invaginação medular. Na zona glomerulosa, os cordões celulares são mais discretos e não apresentam conformação padrão de arcos, entretanto permanecem septando as demais zonas do córtex de maneira eficiente. A produção de hormônios demonstra a relevância dessas glândulas para a endocrinologia. Palavras-chave: glândula adrenal, tamanduá-mirim, animal selvagem Keywords: adrenal gland, tamandua tetradactyla, wild animal email: t_cozz1@hotmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Anais - Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária - Búzios, RJ, 2012
Análise histológica das adrenais do Cebus apella (Linneaus, 1758) Hystologic assay of Cebus apella (Linneaus, 1758) adrenal THAMARA COZZI GONÇALVES1, ÉRIKA BRANCO1, ELANE GUERREIRO GIESE1, ROGÉRIO ANTONIO RIBEIRO RODRIGUES1, ANA RITA LIMA1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – (UFRA) INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL1
Cebus apella é um primata não-humano, também conhecido como macaco prego, amplamente distribuído no continente Americano. Em geral, as adrenais possuem formato triangular e estão localizadas na região cranial aos rins, além de apresentar uma cápsula fibrosa que circunda as regiões cortical e medular. Aspectos morfológicos foram utilizados objetivando o melhor entendimento das mesmas como glândulas endócrinas. Para a realização deste trabalho foi utilizado um exemplar macho proveniente do Centro Nacional de Primatas (Cenp) doado ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMa) da UFRA. Foi realizada a canulação arterial, seguido de fixação e dissecação por meio de incisão na linha alba e retirada do material para análises histológicas. Os resultados revelaram que a cápsula apresenta uma invaginação em direção à medula. Na zona glomerulosa do córtex, as células apresentaram conformação poliédrica e a marcante presença de ácinos. Os cordões celulares, responsáveis pela orientação da divisão cortical, não puderam ser claramente visualizados. Os dados demonstram a relevância dessas glândulas para o sistema endócrino, uma vez que por meio da liberação de hormônios, asseguram a homeostase corporal. Palavras-chave: glândula adrenal, histologia, macaco-prego Keywords: adrenal gland, hystology, tufted capuchin email: t_cozz1@hotmail.com
Imunolocalização de serotonina em células endócrinas do intestino grosso do muçuã Kinosternon scorpioides (Kinosternidae). Serotonin immunolocation in endocrine cells of muçuã Kinosternon scorpioides (Kinosternidae) large intestine DEBORAH CRISTINA MARQUINHO SILVA1, FERDINAN ALMEIDA MELO1, ANA LÚCIA ABREU SILVA1, MAYRA SILVA OLIVEIRA1, JOSÉ GOMES PEREIRA1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO1
Os primeiros relatos sobre a presença de células endócrinas no sistema digestório foram de HEIDENHAIN (1870) e PEREIRA (2000) identificou células endócrinas do tipo argirófilas e argentafins no epitélio de revestimento da mucosa do intestino grosso de K. scorpioides. Sendo assim, com a finalidade de preencher a lacuna proporcionada pela escassez de dados biológicos e morfológicos sobre muçuã, objetivou-se com a presente pesquisa identificar, mediante a utilização de imunohistoquímica o peptídeo serotonina em células endócrinas no intestino grosso dessa espécie de réptil. Do segmento do intestino grosso foram preparadas cerca de 10 lâminas contendo pelo menos dois cortes em cada uma. Os cortes dos segmentos de intestino grosso foram submetidos à técnica da Estreptoavidina peroxidase para detecção de antígenos de serotonina presente no epitélio de revestimento. Células imunorreativas à serotonina foram identificadas no epitélio de revestimento do intestino grosso do K. scorpioides. Os resultados observados nesta pesquisa em K. scorpioides são semelhantes àqueles descritos no homem (SEKIZUKA et al., 1975). São poucos os trabalhos que relatam a presença de células imunorreativas à serotonina na mucosa do intestino grosso de anfíbios (ZHENG et al., 1990), no Bufo bufo gargarizans. Em répteis (PEREZ-TOMAS et al.,1989), observaram no Testudo graeca. PEREIRA (2010) identificou células imunorreativas à serotonina nas regiões do esôfago, estômago e intestino delgado mais precisamente no duodeno de K. scorpioides. A análise dos resultados do presente trabalho permitiu concluir que: Confirmou-se a presença de células imunorreativas à serotonina no intestino grosso do muçuã, e que as células imunorreativas à serotonina são restritas ao epitélio de revestimento da mucosa do intestino grosso. Palavras-chave: gastrointestinal, imunohistoquímica, quinosternídeos Keywords: gastrointestinal, immunohistochemistry, kinosternidae email: deborah.cristina7@hotmail.com 12
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Estudo morfológico das adrenais do Eira barbara (Linneaus, 1758) Adrenal Eira barbara (Linneaus, 1758) morphological study THAMARA COZZI GONÇALVES1, ANA RITA LIMA1, ELANE GUERREIRO GIESE1, ROGÉRIO ANTONIO RIBEIRO RODRIGUES1, ERIKA BRANCO1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – (UFRA) INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL1
Eira barbara é um mamífero pertencente a família Mustelidae, também conhecido como irara ou papa-mel, que encontra-se distribuído nos biomas brasileiros. Em geral, as adrenais possuem formato de meia lua e estão dispostas no pólo cranial dos rins, além de apresentar duas zonas envoltas por uma cápsula fibrosa. Por meio da análise dos aspectos morfológicos, estudou-se as adrenais com o objetivo de melhor compreender o papel destas como glândulas endócrinas. Para a realização deste trabalho foi utilizado um exemplar adulto macho proveniente da área de Mina Bauxita Paragominas/PA doado ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMa)- UFRA. A técnica utilizada foi: canulação arterial, fixação seguido de dissecação por meio de incisão na linha alba e retirada do material para análises histológicas. Os resultados revelaram que a cápsula apresentava uma invaginação centrípeta. Na zona glomerulosa puderam ser claramente visualizadas as trabéculas ou ninhos, locais de produção de mineralocorticóides, formando cordões celulares os quais dividem as regiões do córtex. Na zona fasciculada, os espongiócitos não puderam ser claramente visualizados. A produção de hormônios demonstra a importância dessas glândulas para o sistema endócrino. Palavras-chave: animais silvestres, glândulas adrenais, irara Keywords: wild animals, adrenal glands, tayra email: t_cozz1@hotmail.com
Qualidade do sêmen criopreservado de piracanjuba Brycon orbignyanus após indução com ovaprim® e extrato bruto de hipófise Cryopreservated semen quality of piracanjuba Brycon orbignyanus before induction with ovaprim® and crude extract of hypophysis ARIANE FLÁVIA DO NASCIMENTO1, ANTONIO CARLOS SILVEIRA GONÇALVES1, ISABELA DI CHIACCHIO1, MARCELO DE CASTRO LEAL1, ANA TERESA DE MENDONÇA VIVEIROS1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS1
O extrato bruto de hipófise (EBH) é comumente utilizado para induzir espermiação e desova em várias espécies de peixe mantidas em cativeiro. Em nosso estudo anterior, desenvolvemos um método eficiente de criopreservação de sêmen para a piracanjuba Brycon orbignyanus, após indução com EBH. A recente proibição do uso de EBH pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tornou necessária a busca por outros hormônios indutores. O objetivo desse trabalho foi avaliar a congelabilidade do sêmen de piracanjuba, após indução com Ovaprim® (Syndel, Canadá; GnRH-A de salmão associado a um agente antidopaminérgico) em comparação com EBH de carpa (EBHC; Argent Chemical Laboratory, USA). O experimento foi realizado na estação de piscicultura de Furnas Centrais Elétricas SA, São José da Barra, MG. Os machos (n = 18) foram divididos em três grupos e cada grupo recebeu uma dose dos seguintes hormônios: 0,125 mL/kg de Ovaprim®; 0,250 mL/kg de Ovaprim®; e 3,0 mg/kg de EBHC como controle. Após 4 horas, o sêmen foi coletado e diluído em meio composto por diluidor (BTS® a 5%; glicose, sais, EDTA e sulfato de gentamicina) e crioprotetor (metilglicol a 10%). O sêmen diluído foi envasado em palhetas de 0,25 mL e congelado em botijão de vapor de nitrogênio a -170°C. Após o descongelamento em banho maria, o sêmen foi avaliado quanto à motilidade e velocidades (curvilinear = VCL; linear = VSL; e média de percurso = VAP) através do Analisador Computadorizado de Sêmen (SCA™ 2010; Microptics, SL, 5.1, Barcelona). Não houve diferença quanto à qualidade do sêmen criopreservado dos machos induzidos com Ovaprim® nas duas doses testadas em relação aos induzidos com EBHC; os valores médios obtidos foram: 42 ± 21% de motilidade, 161 ± 39 µm/s de VCL, 103 ± 38 µm/s de VSL e 133 ± 41 µm/s de VAP. O sêmen de machos induzidos com Ovaprim® possui a mesma congelabilidade em relação aos induzidos com EBHC. Palavras-chave: pituitary, semen, peixe Keywords: pituitary, semen, fish email: arianefn@hotmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Proceedings - International Congress of the Brazilian Association of Veterinary Endocrinology - Búzios, RJ, 2012
Consumo de glicose e atividade antioxidante do sêmen suíno resfriado e adicionado de IGF-I e vitamina E Glucose expenditure and antioxidant activity of cold swine semen and added of IGF-I and vitamin E BARBARA AZEVEDO PEREIRA1, MÁRCIO GILBERTO ZANGERONIMO1, MANUEL FERNANDO BOBADILLA MENDEZ1, LUIZ GUSTAVO PESSOA ROCHA1, BRUNA RESENDE CHAVES1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS1
Adição de substâncias às doses inseminantes pode auxiliar na manutenção das funções espermáticas durante o armazenamento. Dentre estas substâncias destacam-se o IGF-I, um hormônio com capacidade de acelerar o metabolismo energético do espermatozoide e a vitamina E, com seu potencial antioxidante e protetor de membranas. Desta forma, objetivou-se avaliar os efeitos da adição dessas substancias sobre o consumo de glicose e atividade antioxidante. Para isso 12 ejaculados foram diluídos e resfriados a 15°C. Durante o processamento do sêmen, diferentes concentrações de vitamina E (0, 100, 200, 300 e 400 µg/mL) foram adicionadas. Após 0, 24 e 72 horas de armazenamento, o sêmen foi incubado a 37 ºC e adicionados ou não de 30 ng/mL de IGF-I. As análises de concentração de glicose foram realizadas aos 10 e 120 minutos de incubação e a concentração de MDA (ácido malondialdeído) aos 120 minutos. Não foi observada interação (P>0,05) entre a vitamina E e o IGF-I sobre a concentração de MDA e consumo de glicose. A adição de IGF-I reduziu (P<0,05) a concentração de MDA nas doses armazenadas por 72 horas que não receberam vitamina E, enquanto que a adição de 400 µg/ml de vitamina também reduziu (P<0,05) em todos os tempos de avaliação. Antes do resfriamento, o IGF-I reduziu o consumo de glicose (P<0,05) somente nas amostras suplementadas com vitamina E. Não houve efeito (P>0,05) da vitamina E sobre esse parâmetro. Dessa forma recomenda-se a adição de 400 µg/ml de vitamina E associado ao IGF-I nas doses a fim de auxiliar no combate a peroxidação lipídica da membrana espermática. Palavras-chave: somatomedina, porco, vitaminas, sêmen Keywords: somotamedin-I, pig, vitamins, semen email: barbaraap.vet@gmail.com 14
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Concentração do fator de crescimento semelhante a insulina tipo I (IGF-I) no fluido folicular suíno coletado de folículos ovarianos de diferentes tamanhos Insulin-like growth factor I (IGF-I) concentration in swine folicular fluid collected from different size ovarian folicules GUILHERME OBERLENDER1, ADRIANA CRISTINA DA SILVA1, TILA DE ALCANTARA MENEZES1, LUIS DAVID SOLIS MURGAS1, MÁRCIO GILBERTO ZANGERONIMO1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) – DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA (DMV), LAVRAS/MG1
No desenvolvimento folicular ovariano há um coordenado processo de replicação e diferenciação das células da granulosa. Assim, tem-se estudado o papel dos fatores de crescimento nesse processo, sendo o IGF-I capaz de promover tanto o crescimento como a diferenciação dessas células. Objetivando determinar a concentração de IGF-I livre no fluido folicular (FF) a partir de folículos de diferentes diâmetros, obtiveram-se ovários de 500 fêmeas suínas pré-púberes (5-6 meses/peso aproximado de 100 kg) imediatamente após o abate em Matadouro/Frigorífico. Após a coleta, os ovários foram transportados para o laboratório do DMV/UFLA em solução NaCl 0,9% a 37ºC. Os folículos localizados na superfície de cada ovário foram classificados em pequenos (FPs, 2–5 mm de diâmetro) e grandes (FGs, 5–10 mm de diâmetro) e, o FF obtido a partir da aspiração dos folículos, com o auxílio de seringa e agulha. O pool de FF obtido em cada uma das categorias foi centrifugado e o sobrenadante armazenado a – 20ºC. Determinou-se a concentração de IGFI livre através de kit de ensaio imunoenzimático (ELISA), sendo o processo realizado de acordo com o protocolo do fabricante. Os dados obtidos foram comparados pelo teste t de Student (P<0,05). A concentração de IGF-I foi superior (P<0,05) nos FGs em comparação com os FPs. Os FGs (170,92 ± 88,29 ng/mL) apresentaram níveis de IGF-I 2,3–3 maiores (P<0,05) que os FPs (67,39 ± 49,90 ng/mL). Durante o desenvolvimento folicular há um aumento dos níveis de IGF-I secretados pelas células da granulosa sugerindo uma regulação desses níveis por essas células. Palavras-chave: fator de crescimento, fluido folicular, suíno Keywords: growth factor, folicular fluid, swine email: guilherme_oberlender@yahoo.com.br
Relação entre a concentração de estrógeno e progesterona no fluido folicular suíno coletado de folículos ovarianos de diferentes diâmetros Estrogen and progesteron concentration relation in a swine folicular fluid collected of ovarian folicules of different diameter THAIS PREISSER PONTELO1, GUILHERME OBERLENDER1, MÁRCIO GILBERTO ZANGERONIMO1, LUIS DAVID SOLIS MURGAS1, ADRIANA CRISTINA DA SILVA1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) – DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA (DMV), LAVRAS/MG1
O fluido folicular (FF) é composto por exudato plasmático e secreções dos folículos que refletem a atividade das células foliculares. Os hormônios esteróides, principalmente o estrógeno (E) e progesterona (P), estão presentes no FF e seus níveis variam com a fase de desenvolvimento do folículo. Objetivando determinar a relação entre a concentração de E e P livre no FF de folículos de vários tamanhos, ovários de 500 fêmeas suínas pré-púberes (5-6 meses/peso aproximado de 100 kg) foram coletados imediatamente após o abate em Matadouro/Frigorífico. Após foram conduzidos para o laboratório do DMV/UFLA em solução NaCl 0,9% a 37ºC. Os folículos localizados na superfície de cada ovário foram classificados em pequenos (FPs, 2–5 mm de diâmetro) e grandes (FGs, 5–10 mm de diâmetro) e o FF obtido a partir da aspiração dos folículos, com o auxílio de seringa e agulha. O pool de FF obtido em cada uma das categorias foi centrifugado e armazenado a – 20ºC. Determinou-se a concentração de E, P e a relação E:P através de kit de ensaio imunoenzimático (ELISA) seguindo o protocolo do fabricante. Os resultados foram comparados pelo teste t de Student (P<0,05). A concentração de E e P foi maior (P<0,05) nos FGs (13,19 ± 5,43 e 350,18 ± 246,37 ng/mL) que nos FPs (1,37 ± 0,81 e 130,96 ± 43,21 ng/mL). A relação E:P foi de 1,17 nos FPs e 4,95 nos FGs. Durante o desenvolvimento folicular há um aumento nos níveis de E e P que correspondem ao início da maduração e crescimento dos folículos ovulatórios. Também, esses hormônios são responsáveis pelos eventos do estro, ovulação e formação do corpo lúteo. Palavras-chave: estrogênio, progestágenos, ovário, porcos Keywords: estrogens, progestagens, ovary, pigs email: guilherme_oberlender@yahoo.com.br Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Controle dos níveis glicêmico e de colesterol total em ratos diabéticos com doença periodontal tratados com β-glucanos Glicemic and total cholesterol control in diabetics rats with periodontal disease treated with β-glucanos VIVIAM DE OLIVEIRA SILVA1, RAQUEL VIEIRA LOBATO1, ISABELA PEIXOTO RABELO1, ERIC FRANCELINO ANDRADE1, LUCIANO JOSE PEREIRA1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS1
O diabetes mellitus (DM) e a doença periodontal (DP) são patologias multifatoriais que possuem características crônicas e bidirecionais, com alta prevalência em humanos e animais. Os β-glucanos são os principais componentes estruturais da parede celular de fungos, plantas e algumas bactérias e têm sido associados ao controle glicêmico. Objetivouse avaliar o efeito do β-glucano oriundo de Saccharomyces cerevisae sobre a glicemia e os níveis de colesterol total em ratos. Foram utilizados 48 ratos Wistar machos, induzidos ao DM com 80 mg/kg de estreptozotocina intraperitoneal e à DP através de protocolo de ligadura. Os animais receberam 30mg/kg/dia de β-glucano por gavagem, durante 28 dias. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial, com seis repetições. A glicemia foi aferida antes da administração da primeira dose do β-glucano e no ultimo dia do experimento, através de glicosímetro comercial. Os grupos com DM apresentaram glicemia inicial maior que os grupos controle (P < 0,05), comprovando indução do DM. Ao final do período, a glicemia e os níveis de colesterol foram superiores nos animais diabéticos (P < 0,05) em relação aos controles. Os mesmos parâmetros foram ainda superiores (P < 0,05) nos animais diabéticos com DP em relação aos animais diabéticos sem DP. Nos grupos com DM, o β-glucano reduziu a glicemia e os níveis de colesterol (P < 0,05). Conclui-se que a DP influenciou negativamente o controle metabólico de ratos diabéticos e que o uso de β-glucanos apresentou efeito benéfico sobre estas alterações. Palavras-chave: doença periodontal, roedores, diabetes mellitus, colesterol Keywords: periodontal disease, rodents, diabetes mellitus, cholesterol email: vivian_osbio@yahoo.com.br 18
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
Proceedings - International Congress of the Brazilian Association of Veterinary Endocrinology - Búzios, RJ, 2012
Hipoparatireoidismo primário - relato de dois casos Primary hypoparathyrodism – two cases report ALICE RIBEIRO DE OLIVEIRA LIMA ALBUQUERQUE1, RENATA SANTIAGO ALBERTO CARLOS2, TATIANI VITOR HARVEY3, FABIANA LESSA SILVA2 VETERINÁRIA CASA DO BICHO1, UESC - PROF ADJUNTA2, GRADUANDA UESC3
Hipoparatireoidismo Primário (HP) tem como sinais clínicos tetania e tremores musculares. O diagnóstico é confirmado com dosagem reduzida de cálcio e de PTH. O tratamento inclui administração de gluconato de cálcio e de dihidrotaquisterol. Objetiva-se relatar 2 casos de HP. Um cão macho apresentou sinais clássicos de HP, incluindo tremores musculares e tetania, crises associadas a arranhadura constante numa porta, por conta de ansiedade de separação. A gata foi diagnosticada, inicialmente, com cardiomiopatia hipertrófica e lipidose hepática decorrente de anorexia prolongada, apresentando alterações comportamentais e fraqueza muscular. Ambos os animais apresentaram concentrações reduzidas de cálcio e PTH. Gluconato de cálcio foi administrado na terapia emergencial do cão e, em ambos os casos, foi prescrita a administração contínua de carbonato cálcio associado a vit. D3. Durante um ano de tratamento, o cão manifestou três crises graves, desenvolveu IRA, vindo a óbito. A gata foi eutanasiada por não responder adequadamente ao tratamento. Não houve disponibilidade de dihidrotaquisterol no comércio farmacêutico local, não ocorrendo resposta adequada ao tratamento em ambos os casos. O cão, provavelmente por conta do excesso de consumo de cálcio nas contrações musculares em momentos de agitação, pois não foi cumprida a recomendação de redução de atividades musculares e a gata teve sua condição geral prejudicada pelas outras doenças concomitantes. Associado á essas variáveis, pode-se supor também que o tratamento instituído não tenha atingido o efeito desejado nos casos relatados. Palavras-chave: PTH, hipocalcemia, canino, felino Keywords: PTH, hypocalcemia, canine, feline email: renatinhasantiago@ig.com.br Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Perfil clínico e laboratorial de gatos hipertireoideos Clinical and laboratory profile of hyperthyroideo cats VANESSA PIMENTAL FARIA1, KATIA BARÃO CORGOZINHO2, KENIA EL-JAICK2, ANA MARIA REIS FERREIRA2, HELOISA JUSTEN MOREIRA DE SOUZA3 VETERINÁRIA AUTÔNOMA1, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE2, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO3
O hipertireoidismo é uma endocrinopatia que leva a alterações clínicas e laboratoriais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil clínico, laboratorial e ecocardiográfico de gatos hipertireoideos. Foram coletadas amostras para tiroxina total (T4 total) de 178 gatos domésticos com idade superior a sete anos de idade durante a rotina clínica geriátrica. Os animais com valor de T4 total acima de 29,9 µg/dL foram inclusos nesse trabalho. A avaliação clínica e o perfil laboratorial foram descritas. Dos 178 animais analisados, 51 (29%) apresentaram T4 total aumentado. Esses animais apresentaram a média de idade de 13 anos, sendo 24 fêmeas e 27 machos, variando o peso entre 1,9 a 8,3 kg (4,5 ± 1,6). Na avaliação clínica, o escore de condição corporal (ECC) observado foi de 33% com ECC 2, 51% com ECC 3 e 16% com ECC 4 e ECC 5, a frequência respiratória (FR) estava acima do normal em 84% dos gatos e 53% apresentaram alterações na ausculta cardiopulmonar. A pressão arterial sistólica (PAS) estava aumentada em 37% dos pacientes e a palpação cervical da tireóide foi detectada em 25 animais sendo 64% com comprometimento unilateral. Na avaliação laboratorial, 61% dos animais apresentaram aumento na atividade sérica da alanina aminotransferase e 19% na fosfatase alcalina. O ecocardiograma realizado em 61% dos animais (31/51) apresentou hipertrofia do septo interventricular em 74%. Os animais hipertireoideos apresentam FR, FC e PAS maiores que os animais eutireoideos e o diagnóstico precoce previne o aparecimento de alterações sistêmicas. Palavras-chave: tireoide, felino, laboratório Keywords: thyroide, feline, laboratory email: katia.barao@gmail.com
Avaliação da pressão arterial sistólica em gatos domésticos diabéticos Systolic arterial blood pressure evaluation in diabetic domestic cats MARIANA MOURA1, KATIA BARÃO CORGOZINHO1, MARIA CRISTINA NOBRE E CASTRO1, HELOISA JUSTEN MOREIRA DE SOUZA2, ANA MARIA REIS FERREIRA1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE1, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO2
A diabetes mellitus pode resultar em alterações na maioria dos sistemas corpóreos como a hipertensão arterial sistêmica. O objetivo desse estudo foi avaliar a pressão arterial sistólica em gatos diabéticos. Foram incluídos no estudo gatos diabéticos sem outras doenças concomitantes. A média de idade dos gatos foi de 10,8 anos, com peso variando entre 4 a 8 kilogramas, sendo onze machos e seis fêmeas. O hemograma, alanino aminotransferase, fosfatase alcalina, potássio, fósforo, creatinina e uréia estavam dentro da normalidade. A glicemia média foi de 348,88 mg/dL e a concentração sérica média de frutosamina foi de 3,57 mmol/L. A média da pressão arterial sistólica (PAS) foi de 154,45 mmHg, sendo a menor pressão aferida de 130mmHg e a máxima de 182 mmHg. Houve correlação positiva e significante entre a frutosamina e a pressão arterial sistólica. Considerando-se os riscos de lesão em órgãos alvo segundo a American College of Veterinary Internal Medicine, dois gatos (11,8%) apresentaram PAS abaixo de 150 mmHg apresentando risco mínimo de desenvolver lesões em órgãos alvo, dez gatos (58,5%) apresentaram pressão entre 150-159 mmHg apresentando risco leve, quatro gatos (23,5%) apresentaram pressão entre 160-179 mmHg apresentando risco moderado e um gato (5,9%) apresentou pressão acima de 180 mmHg, apresentando risco grave. O controle da diabetes deve ser adequado nesses pacientes permitindo um maior controle da frutosamina e consequentemente da pressão arterial sistólica, diminuindo assim o risco de lesões em órgãos alvos. Palavras-chave: diabetes mellitus, hipertensão, felino Keywords: diabetes mellitus, hypertension, feline email: katia.barao@gmail.com 20
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Avaliação do cortisol sérico em cães com infecção natural por Ehrlichia canis Serum cortisol evaluation in dogs with Ehrlichia canis natural infection MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, PÂMELA BONGIOVANNI CATANDI2, CARLA ROBERTA FRESCHI1, REINALDO JUAN GARRIDO PALACIOS JUNIOR1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FCAV/UNESP/JABOTICABAL-SP1
A erliquiose canina pode conduzir ao óbito por alterações hematológicas ou outras que se explicam por seu caráter catabólico. O comprometimento adrenocortical pode ocorrer devido aos desafios imunológicos gerados por infecções e inflamações. Este estudo visou avaliar o cortisol sérico de cães naturalmente infectados por Ehrlichia canis positivos na identificação de anticorpos anti-E.canis (Dot-ELISA) e DNA da bactéria (nPCR) e negativos para Babesia canis e Leptospira spp (n=21; Grupo I) e compará-lo ao cortisol sérico de cães saudáveis (n=10; Grupo II). Os cães dos grupos I e II foram submetidos ao teste de estimulação com ACTH (5µg/kg IV). Cortisol foi dosado por radioimunoensaio de amostras coletadas pré e uma hora pós-ACTH. Os valores foram analisados pelo teste Tukey-Kramer e o delta cortisol pelo teste T Student, adotando-se p<0,05. Houve diferença significativa entre os valores de cortisol pré e pósACTH nos grupos I (28,78ng/mL;143,80ng/mL) e II (38,52ng/mL;165,72ng/mL), de modo que os valores pré-ACTH foram menores. Não houve diferença entre os valores de cortisol pré e pós-ACTH entre os grupos ou nos valores de delta cortisol entre o grupo I (115,02ng/mL) e grupo II (127,2ng/mL). Os cães deste estudo demonstraram resposta adequada ao teste de estimulação com ACTH. O mesmo foi observado quanto ao delta cortisol, mostrando que mesmo sob condição de doença o eixo hipófise-adrenal se manteve responsivo, o que sugere a integridade da reserva adrenocortical. Este estudo aventa que a erliquiose naturalmente adquirida não interfere na capacidade do cão secretar cortisol. Palavras-chave: erliquiose, canino, glicocorticóide Keywords: ehrlichiosis, canine, glucocorticoid email: marianarondelli@hotmail.com
Avaliação do DHEA-S sérico em cães com infecção natural por Ehrlichia canis Serum DHEA-S evaluation in dogs with Ehrlichia canis natural infection MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, PÂMELA BONGIOVANNI CATANDI1, CARLA ROBERTA FRESCHI1, REINALDO JUAN GARRIDO PALACIOS JUNIOR1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FCAV/UNESP/JABOTICABAL-SP1
A erliquiose canina é uma doença estressante e catabólica, com possível comprometimento adrenocortical, devido aos desafios impostos ao sistema imune. Este estudo visou avaliar o sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S) sérico de cães naturalmente infectados por Ehrlichia canis positivos na identificação de anticorpos anti-E.canis (Dot-ELISA) e DNA da bactéria (nPCR) e negativos para Babesia canis e Leptospira spp (n=21; Grupo I) e compará-lo ao DHEAS de cães saudáveis (n=10; Grupo II). Os cães dos grupos I e II foram submetidos ao teste de estimulação com ACTH (5µg/kg IV) e o DHEA-S foi dosado nas amostras pré e pós-ACTH por ELISA, empregando-se kit comercial In Vitro (catálogo nº 55060). Os resultados foram analisados pelo teste Tukey-Kramer, adotando-se p<0,05. Não houve diferença significativa nos valores do hormônio pré e pós-ACTH no grupo I (0,064µg/mL;0,071µg/mL) e no grupo II (0,021µg/mL;0,023µg/mL), mas esta foi significativa nos momentos pré e pós-ACTH entre os dois grupos, observando-se concentrações maiores no grupo I, em ambos os momentos. A concentração do hormônio DHEA-S não mostrou variação entre os momentos pré e pós-ACTH nos grupos, o que sugere que a resposta ao estímulo hormonal não foi detectada uma hora após o ACTH. As maiores concentrações de DHEA-S no grupo I ilustram o estresse envolvido na erliquiose naturalmente adquirida, pois este hormônio tende a aumentar em concentração frente ao estresse patológico. O aumento do DHEA-S em cães com erliquiose de ocorrência natural sugere que a doença compromete o eixo hipotálamo-hipófise-adrenocortical. Palavras-chave: erliquiose, canino, DHEA-S Keywords: ehrlichiosis, canine, DHEA-S email: marianarondelli@hotmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Avaliação da atividade adrenocortical em cães com erliquiose Adrenocortical activity evaluation in dogs with erlichiosis PÂMELA BONGIOVANNI CATANDI1, MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, THIAGO DEMARCHI MUNHOZ1, JOICE LARA MAIA FARIA2, MIRELA TINUCCI COSTA1 FCAV/UNESP/JABOTICABAL-SP1, UNIUBE/UBERABA-MG2
Diversas doenças podem provocar distúrbios na secreção endócrina adrenocortical, prejudicando suas funções. Este estudo visou avaliar o estresse orgânico que a erliquiose pode causar nos cães, por meio da dosagem de cortisol e DHEA-S (sulfato de dehidroepiandrosterona). Cortisol foi dosado por radioimunoensaio e DHEA-S por ELISA (kit comercial In Vitro catálogo nº 55060) em soros criopreservados (-20ºC) de 5 cães saudáveis (Grupo I), de 5 cães em fase aguda da infecção experimental por Ehrlichia canis (Grupo II) confirmada por RIFI e nPCR, e de soros de 5 cães com infecção naturalmente adquirida por E. canis (Grupo III), confirmada por Dot-ELISA e nPCR. Excluíram-se cães infectados por Babesia canis. Os resultados foram analisados pelo teste Tukey, adotando-se p<0,05. Houve diferença significativa do cortisol entre os cães do Grupo I (6,94ng/mL) e do Grupo III (23,58ng/mL). A média de cortisol dos Grupos II e III (22,5ng/mL) foi significativamente maior que a do Grupo I (6,94ng/mL). Não se constataram diferenças entre os Grupos quanto ao DHEA-S embora o valor médio deste hormônio em cães doentes (Grupos II e III) (0,3µg/mL) foi maior que em cães saudáveis (0,05µg/mL). Os resultados demonstram que cães com erliquiose têm maiores concentrações de cortisol em relação aos cães saudáveis, não importando se a infecção foi adquirida natural ou experimentalmente. Os valores de DHEA-S, apesar de não significativos, mostraram-se elevados em cães com a doença. A erliquiose é capaz de causar estresse orgânico nos cães infectados, quer na doença natural ou experimentalmente adquirida. Palavras-chave: erliquiose, adrenal, canino Keywords: ehrlichiosis, adrenal, canine marianarondelli@hotmail.com
Estudo retrospectivo de cães com Diabetes melito (DM) atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (HV-UEL) A retrospective study of Diabetes mellitus (DM) in Dogs from a teaching Veterinary Hospital of Londrina (HV-UEL) MARCELO DE SOUZA ZANUTTO1, CAMILA CARDOSO DIOGO2, FRANCINE MARIA DE FRANÇA SILVA2, KARINA KELLER MARQUES DA COSTA FLAIBAN3, SUELY NUNES ESTEVES BELONI1 DCV-CCA-UEL1, UFRPE2, DMVP-CCA-UEL3
A DM é uma doença comum em cães, podendo ser classificada em DM dependente de insulina ou DM não dependente de insulina, sendo a primeira mais observada nessa espécie. Essa enfermidade pode ocorrer principalmente em fêmeas, adultas ou idosas, das raças Poodles, Dachshund e Terrier. A ausência repentina e completa da secreção de insulina resulta na necessidade de tratamento com insulina exógena. Os principais sinais clínicos verificados na DM são poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. Acredita-se que essa doença tenha etiologia multifatorial. O diagnóstico da DM é representado pela hiperglicemia associada à glicosúria. O objetivo do trabalho é caracterizar o perfil clínicolaboratorial de cães diabéticos atendidos no HV-UEL no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2010. Esse estudo foi realizado através da análise retrospectiva de prontuários, obtidos do arquivo do HV. Foram avaliados 60 cães e verificou-se que as fêmeas (77%) foram mais acometidas que os machos. As raças mais predispostas foram SRD (33%) e Poodles (32%). A maioria dos cães apresentava escore corporal normal (43,3%) ou obesos (25%) e eram idosos (58,3% maiores que 10 anos e 41,7% de 2 a 9 anos). Os sinais clínicos mais observados foram polidipsia, poliúria, vômito, perda de peso, anorexia, diarréia, apatia e perda de visão. Catarata foi verificada em 27 cães. À urinálise destes animais observou-se glicosúria, cetonúria, bacteriúria e proteinúria. Dos animais estudados, 32 estavam em cetoacidose no momento do diagnóstico. A E. coli foi a bactéria mais isolada naqueles com cistite bacteriana. Palavras-chave: diabetes mellitus, canino, pâncreas Keywords: diabetes mellitus, canine, pancreas mzanutto@gmail.com 22
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Avaliação da função adrenal em cães sadios com baixa dose de ACTH sintético (tetracosactídeo) Adrenal function evaluation with low dose of sintetic acth (tetracosactideo) in health dogs MÁRCIA MARQUES JERICÓ1, FERNANDO MATHIAS BENTO1, PRISCILA VIAU FURTADO2, ROGÉRIO MÁRCIO SOILA2 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI1, LABORATÓRIO DE HORMÔNIOS-PROVET2
Os protocolos recomendados para avaliação da função adrenal em cães por meio da estimulação com hormônio adrenocoticotrófico (ACTH) sintético, recomendam a colheita de amostras de sangue antes e após 1h do de 250ug/IV por cão, ou, mais recentemente, a dose de 5ug/kg. Esta confere maior economia na utilização do ACTH sintético. Contudo, tem sido demonstrado que doses ainda menores podem levar à estimulação do córtex adrenal em cães. O presente trabalho avaliou a resposta adrenal em cães sadios à baixa dose (1,0 ug/kg/IV) de ACTH sintético (tetracosactídeo). Foram selecionados 10 cães clinicamente sadios, sem histórico de doenças prévias ou uso de medicamentos. Coletaram-se amostras de sangue venoso para mensurações de cortisol em condições basais e 1 hora após estímulo com ACTH sintético, na dose de 1,0 µg/kg/IV, pelo método de radioimunoensaio. O Δ-cortisol foi instituído (diferença entre as mensurações). Os resultados foram expressos por valores de percentis 5 e 95 (mínimo e máximo) e para cortisol basal, encontraram-se resultados de 1,69 e 3,76 µg/dL; para cortisol pós-ACTH, encontram-se percentis 5 e 95 de 8,16 e 15,13 µg/dL, respectivamente. Em relação ao Δ-cortisol, os valores obtidos, resultaram em variação de 6,34 e 23,76 µg/dL, respectivamente. Os valores obtidos de cortisol basal e após estimulação com ACTH mostraram diferença significativa entre si (p<0,05, teste de Wilcoxon). Com estes resultados, concluiu-se que o teste de estímulo com ACTH sintético na dose proposta (1,0 ug/kg) mostrou-se bem eficaz na avaliação da função adrenal de cães sadios. Palavras-chave: corticotrofina, cortisol, canino Keywords: corticotrophin, cortisol, canine email: fembento@gmail.com
Avaliação da função adrenal em cães portadores de doenças críticas Adrenal function evaluation in dogs with critical illness MÁRCIA MARQUES JERICÓ1, FERNANDO MATHIAS BENTO1, RICARDO DUARTE2, PRISCILA VIAU FURTADO3, FELIPE BRAZ4 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI1, ALL CARE VET2, LABORATÓRIO DE HORMÔNIOS-PROVET3, HOSPITAL VETERINÁRIO POMPÉIA4
Doenças críticas geram várias respostas do organismo para suprir as necessidades de sobrevivência A disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), sob a forma de insuficiência corticosteroide relativa, e reversível, em pacientes críticos tem sido investigada na medicina humana e na veterinária. Objetivou-se avaliar a função adrenal em cães portadores de doenças graves, estabelecendo correlações à sobrevida. Avaliaram-se cães criticamente doentes (n=16), com pancreatite, sepse, cetoacidose diabética ou falência renal, não tratados previamente. Determinaram-se as concentrações dos hormônio adrenocorticotrófico endógeno (ACTH), de cortisol basal e 1h após estímulo com ACTH sintético (1,0µg/kg/IV), e do Δ-cortisol (diferença entre as mensurações). Os valores obtidos foram comparados aos de cães normais (n=10). Constatou-se que o teste de estimulação com ACTH na dose proposta se mostrou eficaz para avaliação da função adrenal em ambos os grupos (p<0,05; Wilcoxon). Os cães doentes diferiram ao apresentar valores maiores de cortisol basal (p<0,05; Mann-Whitney). Não foram encontradas diferenças significativas entre os dois grupos para os valores de ACTH endógeno, cortisol após estimulação ou Δ-cortisol, assim como na sobrevida dos cães doentes. A partir dos valores de normalidade estabelecidos no grupo Controle, oito cães apresentaram diminuição do ACTH endógeno, do cortisol basal e/ou do Δ-cortisol. Concluiu-se que uma parcela considerável da população de cães críticos aqui estudada apresentou evidências de resposta corticosteroide inadequada frente ao estresse. Palavras-chave: cortisol, doença grave, canino Keywords: cortisol, severe disease, canine email: fembento@gmail.com 24
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Aspectos clínicos do hipotireoidismo canino: estudo retrospectivo Clinical signals of canine hypothyroidism: a retrospective study CAROLINE GODOI AOKI1, REINALDO JUAN GARRIDO PALÁCIOS JUNIOR1, MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, MÁRCIA FERREIRA DA ROSA SOBREIRA1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS/UNESP JABOTICABAL1
O hipotireoidismo é umas das endocrinopatias mais frequentes na rotina clínica e de maior ocorrência em cães. Esse estudo pretende analisar retrospectivamente dados da resenha e sinais clínicos de cães com hipotireoidismo do HV/UNESP-Jaboticabal, nos quais foram selecionados 41 prontuários no período de 2007 a 2012. As raças mais acometidas foram Labrador Retriever (17%), American Pitbull Terrier (12%), Cocker Spaniel (12%), sem raça definida (12%), Beagle (10%) e Dachshund (7%). A idade variou entre 1 a 4 anos (32%), 5 a 7 anos (22%) e acima de 8 anos (46%), sendo a prevalência maior em fêmeas (66%) comparada aos machos (34%). Os sinais clínicos mais observados foram obesidade (39%), otite externa fúngica crônica (29%), piodermite recorrente (27%), letargia (20%), alopecia (17%), alopecia na cauda (“cauda de rato”) (15%), distúrbio de queratinização (12%), mixedema (10%), termofilia (10%), pododermatite crônica (7%), lesões ulceradas disseminadas (9%), otite externa bacteriana recorrente (5%) e alteração neurológica (5%). Diferindo-se da literatura, que relata não haver diferença entre os sexos, em nossa casuística a maior prevalência do hipotireoidismo ocorreu em fêmeas. A maioria dos cães com essa condição tinha idade média de sete anos e os sinais clínicos mais evidentes, em 67% dos casos, eram dermatológicos, concordantes com os dados da literatura. Perante essas informações, concluímos que o hipotireoidismo manifesta-se de forma pleomórfica e acomete ampla faixa etária, o que dificulta o rápido diagnóstico nos casos em que sua apresentação mais frequente não ocorre. Palavras-chave: cães, medicina interna, tireoide Keywords: dogs, internal medicine, thyroid email: aoki.cg@gmail.com
Aspectos laboratoriais do hipotireoidismo canino: estudo retrospectivo Laboratory signalment of canine hypothyroidism: a retrospective study CAROLINE GODOI AOKI1, REINALDO JUAN GARRIDO PALÁCIOS JUNIOR1, MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, MÁRCIA FERREIRA DA ROSA SOBREIRA1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS/UNESP JABOTICABAL1
O hipotireoidismo é uma condição resultante da produção diminuída da tiroxina (T4) e da triiodotironina (T3) pela tireoide cuja ocorrência espontânea é a mais comum em cães. Este estudo pretende avaliar os exames laboratoriais de 41 cães diagnosticados com hipotireoidismo, atendidos no HV/Unesp-Jaboticabal, de 2006 a 2012. Dentre os exames de triagem 24% dos cães apresentaram anemia normocítica, normocrômica e não-regenerativa com valores médios de hematócrito iguais a 41,6% (±8,4), 15% apresentaram hipertrigliceridemia (109,09 mg/dL ± 80,47) com variação de 24 a 336,19 mg/dL, 22% hipercolesterolemia ( 254,39mg/dL ± 166,36) variando de 100 a 692mg/dL e 15% aumento de ambos. O diagnóstico foi baseado na avaliação hormonal, sendo que nos 41 cães a dosagem de T4 livre foi realizada, resultando em uma média de 0,32ng/dL (±0,25), demonstrando valores abaixo da referência e em 21 deles o TSH foi avaliado (média de 0,49ng/dL ± 0,46) em conjunto com o T4 livre. Em nosso estudo, a prevalência da anemia foi condizente com os dados de literatura, porém nossos achados de hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia foram aquém do esperado. Observamos que apenas 24% das dosagens de TSH resultaram em valores acima da referência, enquanto que os demais se mantiveram nos limites, demonstrando maior sensibilidade quando o diagnóstico é baseado no T4 livre. Admite-se que a avaliação das concentrações séricas de T4 livre e TSH nem sempre é simples devido ao custo e, às vezes, à inconfiabilidade do teste, assim tornando a avaliação clínica e laboratorial indispensáveis na decisão do tratamento. Palavras-chave: cães, achados laboratoriais, tireoide Keywords: dogs, laboratory findings, thyroid email: aoki.cg@gmail.com 26
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Aspectos clínicos do hipercortisolismo espontâneo em 20 cães: estudo retrospectivo Clinic signs of spontaneous hypercortisolism in 20 dogs: retrospective study REINALDO JUAN GARRIDO PALÁCIOS JUNIOR1, CAROLINE GODOI AOKI1, MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, MÁRCIA FERREIRA DA ROSA SOBREIRA1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS/UNESP JABOTICABAL1
Hipercortisolismo (HC) espontâneo é uma condição frequente em cães pela maior longevidade conquistada e pelo avanço nos meios diagnósticos, o que nos faz atentar para o assinalamento, história e sinais clínicos dos cães com esta síndrome. Para analisar tais aspectos, um estudo retrospectivo avaliou os prontuários de cães diagnosticados com HC espontâneo com testes de supressão com baixa dose de dexametasona ou de estimulação com ACTH, atendidos no HV/UnespJaboticabal de 2006 a 2012. Selecionaram-se 20 cães, 18 com HC ACTH dependente e 2 ACTH independente, com prevalência da raça Poodle (30%), seguidos de cães SRD (20%), Dachshund (15%) e Husky Siberiano, Boxer, Lhasa Apso, Maltês, Shih Tzu, Rottweiller e Fox Paulistinha (5% cada). A idade média dos cães foi de 9 anos (4 a 14 anos) e faixa etária de 7 a 9 anos sendo 50% dos casos. Fêmeas foram a maioria (65%). Os sinais clínicos mais evidentes foram polidipsia e poliúria em 95% dos casos, seguidos de polifagia e abdômen abaulado em 70%, dermatopatias (alopecia, piodermite, rarefação pilosa, telangectasia) em 60%, alterações do trato respiratório (35%) e cistite bacteriana (20%). A raça Poodle foi a mais identificada com HC contudo, é uma das raças mais atendidas em neste HV. A maioria dos casos é de cães de meia idade, como descrito na literatura, embora três cães tivessem idade menor que seis anos. Os sinais clínicos mais observados foram os mais classicamente elencados no HC. Diante disto, nossos achados são também os encontrados na literatura e a resenha, anamnese e sinais clínicos são muito úteis no diagnóstico da HC. Palavras-chave: cortisol, canine, manifestações clínicas Keywords: cortisol, dogs, clinic signs email: aoki.cg@gmail.com
Estudo da correlação entre a fosfatase alcalina, o colesterol, a densidade urinária específica e cortisol de cães com hipercortisolismo espontâneo Correlation between alkaline phosphatase, cholesterol, urinary gravity and cortisol in dogs with spontaneous hypercortisolism MARIANA CRISTINA HOEPPNER RONDELLI1, REINALDO JUAN GARRIDO PALACIOS JUNIOR1, EVANDRO ZACCHÉ1, CAROLINE GODOI AOKI1, MIRELA TINUCCI COSTA1 FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS/UNESP/JABOTICABAL-SP1
As concentrações de fosfatase alcalina (FA), de colesterol (COL) e a densidade urinária específica (DUE) estão alteradas na maioria dos cães com hipercortisolismo, devido aos efeitos metabólicos da secreção excessiva do cortisol, e constituem ferramentas importantes para a suspeição da doença. Pouco se sabe acerca da correlação destes parâmetros com o cortisol em cães com hipercortisolismo. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a presença ou a ausência de correlação entre a FA, o COL, a DUE e o cortisol nos tempos T0, T4 e T8, de 13 cães com hipercortisolismo espontâneo, submetidos ao teste de supressão com baixa dose de dexametasona para fins diagnósticos. A FA média dos cães avaliados foi 456,48 (±349,48), o COL médio foi 402,91 (±237,37) e a DUE média foi 1,016 (± 0,01), sendo que os dois primeiros estavam acima e a DUE aquém dos valores de referência para cães. As correlações foram avaliadas pelo método de Pearson e os dados foram submetidos ao teste de normalidade de resíduos. Os dados que não apresentaram distribuição normal passaram por transformação logarítmica. Diante destas análises, não houve correlação entre a FA, entre o COL, ou entre a DUE e os tempos do teste, avaliados individualmente. Este estudo não contesta a importância de se avaliar a FA, o COL e a DUE em cães com hipercortisolismo, mas aventa a necessidade de outras análises para se concluir acerca da correlação entre os dados estudados, especialmente na intenção de estabelecer o prognóstico de cães com hipercortisolismo que apresentam elevadas concentrações séricas de FA, COL ou isostenúria. Palavras-chave: fosfatase alcalina, colesterol, cortisol, canine Keywords: alkaline phosphatase, cholesterol, cortisol, dogs email: reinaldojgpjunior@gmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Função tireoidiana em cães sob terapia oral com carprofeno e sulfato de condroitina Thyroid function in dogs with carprofen and condroetin sulphate oral therapy MAURO JOSE LAHM CARDOSO1, GABRIELA ALVES1, ALINE MARIA CARVALHO DA SILVA1, SAMIRA GONÇALVES DANIEL1, LAURA CAROLINA BARBOSA1 UENP-CLM-CCA, BANDEIRANTES-PR1
As alterações nas concentrações dos hormônios tireoidianos em resposta a doenças não tireoidianas, obesidade ou fármacos como os anti-inflamatórios não esteroidais caracteriza a síndrome do doente eutireoideo. O objetivo deste estudo foi avaliar a função tireoidiana em cão com doença osteomuscular recebendo carprofeno ou sulfato de condroitina. Foram utilizados 23 cães de ambos os sexos com histórico de doença osteomuscular crônica divididos em 2 grupos: o Grupo C que recebeu diariamente de carprofeno(2,2mg/kg)e Grupo SC sulfato de condroitina (30mg/kg), duas vezes/dias por 45 dias. Os animais foram avaliados em 4 momentos (M): momento inicial (M0), antes da administração do carprofeno ou do sulfato de condroitina, 15 (M1), 30 (M2) e 45 (M3). A mensuração da TT4 e do TSH foi realizada por RIE e da FT4 por diálise de equilíbrio. No grupo C a TT4 estava abaixo do valor de referência a partir de M2, enquanto FT4 e TSH permaneceram dentro dos valores de referência para cães. Os valores da TT4 de M2 e M3 apresentaram diferença estatística em relação com M0 e M1, mas não diferiram entre si. Os valores da FT4 não apresentaram diferença entre os momentos analisados. Foi observada diferença estatística na concentração de TSH entre M0 e M3 e, entre M1 e M3. No grupo SC houve redução nos valores da TT4, mas permaneceram dentro dos valores referência, com diferença estatística entre MO e M1 com relação a M2 e M3. Os valores da FT4 e TSH não apresentaram diferença estatística entre os diferentes momentos. Conclui-se que o carprofeno no protocolo utilizado diminui as concentrações de TT4. Palavras-chave: tireoide, canino, carprofeno, sulfato de condroetina Keywords: thyroid, canine, carprofen, condroetin sulphate email: maurolahm@uol.com.br
Hipoparatireoidismo primário em cão - relato de caso Primary hypoparathyreoidism in dog – a case report MAURO JOSE LAHM CARDOSO1, MAIRA MELUSSI2, FERNANDA LAIS OGUIDO1, JULIANA MAISTRO1, ADEMIR ZACARIAS JUNIOR1 UENP-CLM-CCA, BANDEIRANTES-PR1; PET CENTER LONDRINA CLÍNICA VETERINÁRIA, LONDRINA-PR2
O hipoparatireoidismo primário (HPP) é uma endocrinopatia incomum em cães, resultante da deficiência absoluta ou relativa na secreção do paratormônio (PTH) que irá causar a hipocalcemia e hiperfosfatemia devido à perda da ação do PTH sobre ossos, rins e intestino. O objetivo desde trabalho é descrever um caso de HPP no Brasil. Foi atendido um canino Schnauzer miniatura, fêmea de 4 anos de idade, não castrada com histórico de espasmos musculares, tetania e câibras com evolução para convulsões tônico-clônicas, febre, êmese e prurido facial intermitente, ansiedade, agitação, taquipnéia com evolução de 7 dias. Ao exame físico observou-se hipertermia, taquicardia, arritmia fisiológica, taquipnéia, dismetria, discreta incoordenação, tremores e tetania. As alterações nos exames complementares foram diminuição do cálcio total (6,4mg/dL) e ionizado (3,63mg/dl), hiperfosfatemia (7,7mg/dl), ondas T com amplitude e duração aumentadas e diminuição do PTH sérico (<3,0pg/ml). A terapia inicial intravenosa foifluidoterapia com solução glicofisiológica,gluconato de cálcio em bolus, dipirona e diazepam.Os sinais clínicos compatíveis com hipocalcemia e a diminiuição do cálcio ionizado associado a diminuição do PTH confirmaram o diagnóstico do HPP. O tratamento de manutenção foi calcitriol e carbonato de cálcio por via oral. Após 12 meses de tratamento o cão não apresentou mais sinais de hipocalcemia e está sendo realizada a redução do carbonato de cálcio. Mesmo raro, o HPP deve ser incluído no diagnóstico diferencial das hipocalcemias, devendo mensurar PTH, fósforo, cálcio total e ionizado. Palavras-chave: paratireoide, cálcio, metabolismo Keywords: parathyrod, calcium, metabolism email: maurolahm@uol.com.br 28
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Creatine kinase serum activity in feline hyperthyroidism MAURO JOSE LAHM CARDOSO1, MAIRA MELUSSI2, FABIANO SÉLLOS COSTA3, GABRIELA ALVES1, ALINE MARIA CARVALHO DA SILVA1 UENP-CLM-CCA, BANDEIRANTES-PR1; PET CENTER LONDRINA CLÍNICA VETERINÁRIA, LONDRINA-PR2; UFRPE, RECIFE-PE3
Hyperthyroidism is an endocrine disease common in cats, resulting from the excessive secretion of T4 and T3. The aim of this study is to determine the occurrence of CK serum activity in cats with hyperthyroidism and its associations with clinical-pathological alterations and with total (TT4) and free (FT4) thyroxin. This study included 19 cats with diagnosis of feline hyperthyroidism. The elevation of serum concentrations of TT4 (34.88-294.98nmol/L) and free T4 (2.83-52.9nmol/L) were used to confirm the diagnostic of spontaneous hyperthyroidism. Average CK serum activity was 312.74U/L (136 to 873U/L). Nine (47.3%) from the 19 cats presented an increase in CK activity, and from these, only two increases three times greater than the normal value. These two animals presented cardiomyopathy. CK activity was higher (p=0.048) in cats with hypertrophic cardiomyopathy secondary to thyrotoxicosis. Among the cats with normal serum activity for creatine kinase, four presented echocardiographic cardiac alterations. There was no statistical difference among the serum activity of ALT, AST, GGT and FA among the cats with increased CK serum activity and those with CK within normal values. CK presented weak positive association with all the variables analysed in cats with or without heart conditions. In cats with heart conditions, creatine kinase presented a weak negative association with the values for TT4 and FT4, which has not happened with the cats without heart conditions. In this study, it was not possible to establish a clear association between hyperthyroidism and the increase of CK. Palavras-chave: tireoide, gatos, creatinina quinase Keywords: thyroid, cats, creatine kinase email: maurolahm@uol.com.br
Validação dos monitores portáteis Breeze®2 e Contour TS® para a mensuração da glicemia em cães Portable monitor Breeze®2 and Contour TS® validation in dogs blood glucose measurement CLAUDIA VERONICA CALAMARI1, RICARDO DUARTE SILVA2, VIVIANI DE MARCO3, ALESSANDRA MARTINS VARGAS4, PRISCILA VIAU FURTADO1 LABORATÓRIO DE HORMÔNIOS-PROVET1, ALL CARE VET UTI VETERINARIA2, NAYA ESPECIALIDADES3, ENDOCRINOVET4
A mensuração da glicose sanguínea através de monitores portáteis tem sido utilizada na veterinária no diagnóstico de enfermidades, e a importância clínica de um erro em particular depende do quanto à conduta terapêutica é alterada pelo resultado do monitor, quando comparada com a decisão que teria sido tomada com base no resultado laboratorial. O objetivo deste estudo foi avaliar os aparelhos Breeze 2 e Contour TS e compará-los com os resultados da bioquímica seca. Amostras de sangue (n=181) foram obtidas de cães através da punção da veia jugular ou cefálica e testadas nos 2 monitores e no aparelho Vitros 250 (bioquímica seca). As amostras foram classificadas em 3 categorias glicêmicas: normoglicêmicos (n=127), hiperglicêmicos (n=31) e hipoglicêmicos (n=23). A precisão clínica foi analisada pelo método de grade de erros que permite categorizar erros nas mensurações com base em suas possíveis conseqüências clínicas. Através da análise 96% dos resultados do aparelho Breeze 2 e 86% dos resultados do aparelho Contour TS permaneceram na zona A (indica precisão analítica) e apenas 4% e 14% respectivamente foram dispostos na zona B (sugere erro de >20%, sem repercussão negativa ao tratamento) revelando que os aparelhos não induzem ao erro e ao tratamento desnecessário. De acordo com os resultados apresentados os aparelhos Breeze 2 e Contour TS são capazes de mensurar a glicemia em cães com precisão analítica nas diferentes categorias glicêmicas avaliadas, com valores muito semelhantes aos resultados obtidos pela bioquímica seca. Palavras-chave: glicose, monitor, canino, sangue, hiperglicemia Keywords: glucose, monitor, canine blood, hyperglycemia email: priviau@gmail.com Apoio: Bayer 30
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Eficiência da mensuração de progesterona salivar para identificar ovulação em cadelas Efficiency of salivar progesteron measurements for identification of bitches ovulation PATRÍCIA ROTTA LOPES1, PRISCILA VIAU FURTADO1, CLAUDIO ALVARENGA DE OLIVEIRA1 LABORATÓRIO DE DOSAGENS HORMONAIS-VRA/FMVZ/USP1
O monitoramento do ciclo estral em cadelas com a determinação do momento da ovulação é importante para a aplicação de técnicas de reprodução assistida. Sabe-se que estas práticas não são simples e por isso é altamente recomendável a utilização de exames clínicos complementares. O objetivo do presente estudo foi verificar a eficiência da mensuração das concentrações de progesterona na saliva, como método alternativo para identificar a ovulação. Para este experimento foram utilizadas 13 cadelas, de diferentes raças e idades. Amostras de sangue e saliva foram colhidas simultaneamente em todos os animais a partir dos primeiros sinais clínicos de proestro. Amostras salivares foram obtidas com o uso de dispositivo comercial específico denominado Salivette®. As concentrações de progesterona no soro foram determinadas pela técnica de radioimunoensaio e na saliva por enzimaimunoensaio (EIE), ambas com kits comerciais. O teste de correlação de Pearson foi utilizado para verificar a relação entre as dosagens sérica e salivar de progesterona. Observou-se uma relação linear crescente e positiva com coeficiente de correlação r=0,704 (p<0,0001). Um animal apresentou ciclo anovulatório, no qual, durante 13 dias, as concentrações séricas de progesterona se mantiveram entre 1,67 e 3,76ng/mL e as concentrações salivares de progesterona entre 0,02 e 0,24ng/mL. Conclui-se que a concentração de progesterona salivar mensurada pela técnica de EIE pode ser utilizada para avaliar a ocorrência ou ausência de ovulação em cadelas. Palavras-chave: imunoensaio, ciclo estral, canino, reprodução Keywords: immunoassay, estrous cycle, canine, reproduction email: priviau@gmail.com Apoio: Fapesp
Resultados preliminares da avaliação das concentrações de testosterona no pêlo de cães Evaluation of testosterone concentration in dogs hair: preliminary results CLAUDIA VERONICA CALAMARI1, PRISCILA VIAU FURTADO1, MARCILIO NICHI2, CLAUDIO ALVARENGA DE OLIVEIRA1 LABORATÓRIO DE DOSAGENS HORMONAIS-VRA/FMVZ/USP1, LABORATÓRIO DE ANDROLOGIA-VRA/FMVZ/USP2
Utilizadas em diversas espécies, as técnicas de monitoramento não invasivo consistem na extração de hormônios e seus metabólitos de diferentes matrizes biológicas. O pêlo apresenta vantagens como: fácil armazenamento e transporte, a coleta não envolve dor ou possíveis infecções, a análise não é afetada pelo estresse da captura e proporciona valioso complemento para determinação de eventos ocorridos no passado. O objetivo do experimento foi determinar as concentrações de testosterona e seus metabólitos no pêlo de cães através de dois protocolos diferentes de extração e avaliar as possíveis diferenças de concentração do hormônio no pêlo de acordo com a região da colheita: cabeça, corpo e membros. As amostras de pêlos de cães poodles (n=31) foram avaliadas através do protocolo 1 (solvente éter de petróleo) e do protocolo 2 (solvente metanol) e quantificadas por radioimunoensaio (RIE). O resultados demonstram que as concentrações de testosterona obtidas a partir dos protocolos 1 e 2 correlacionam-se entre si (r=0,76; p>0,0009) nas 3 regiões de colheita do pêlo (cabeça, corpo e membros) apesar do protocolo 2 apresentar maior recuperação hormonal do que o protocolo 1. Os resultados mostram que é possível determinar as concentrações do hormônio testosterona no pêlo de cães e a aplicabilidade desta metodologia pode proporcionar um complemento e método prático para extração de outros hormônios a fim de se avaliar eventos ocorridos no passado. Palavras-chave: hormônio, radioimunoensaio, não invasivo Keywords: hormone, radioimmunoassay, non-invasive email: priviau@gmail.com Apoio: Capes Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Sindrome metabólica em cadela da raça schnauzer Metabolic syndrome in a schnauzer bitch HILKA FATIMA FRISON MENDES NEVES1, BASSETO CC1, RAMOS VK1, ROLAN RT1, SOUSA CM1 FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE GUARULHOS1
A Síndrome Metabólica (SM) é uma associação de obesidade visceral, dislipidemia, resistência insulínica (RI) e hipertensão arterial (HA). A gordura visceral observada em pacientes humanos obesos apresenta características metabólicas diferentes de outras gorduras depositadas o que contribui para deterioração da sensibilidade à insulina com consequente diabetes mellitus tipo 2. A constatação da SM se dá pela existência dessas complicações, visto a sua grande morbidade e mortalidade na população humana. Uma cadela da raça Schnauzer com seis anos de idade foi atendida no Hospital Veterinário da UnG com histórico de polifagia e ganho de peso. Ao exame físico, foi observada obesidade abdominal e hepatomegalia. Nos exames laboratoriais as principais alterações foram aumento de colesterol 343 mg/dl, triglicérides 321 mg/dl, fosfatase alcalina 1,387 UI/L, insulina 42,69 uU/mL pareada com glicemia 86 mg/dl e HA 220 mmHg. Diante disso, foi investigado o Hiperadrenocorticismo, mas o teste cortisol com baixa dose de dexametasona foi normal. Após 60 dias, realizou-se o teste de estimulação com ACTH, mantendo-se na normalidade. A RI foi constatada através do cálculo HOMA (homeostasis model assessment) usado na medicina humana e atualmente em cães. O animal foi submetido à terapia com inibidor de eca e dieta para obesidade. A maioria dos cães obesos apresenta alterações compatíveis com SM, uma vez que a obesidade tem sido considerada uma epidemia na medicina veterinária. Desta forma, esses cães devem ser avaliados visando à melhoria do estado clínico e diminuição da mortalidade. Palavras-chave: resistência insulínica, obesidade, canino, hipertensão Keywords: insulin resistance, obesity, canine, hypertension email: hilkaneves@yahoo.com.br
Associação entre hiperlipidemia, Diabetes mellitus e hipotireoidismo em schnauzers irmãos de ninhada. Hyperlipidemia, Diabetes mellitus and hypothyroidism association in a litter of schnauzers breed NILSON JUNIOR DA SILVA NUNES1, ÁLAN GOMES PÖPPL2, ELISA MENDIETA COELHO3 HCV/UFRGS1, SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA HCV/UFRGS2, HCV/UFRGS3
Schnauzers são frequentemente afetados por hiperlipidemia familiar ou secundária a endocrinopatias. São descritos 2 casos de associação entre hiperlipidemia, diabetes mellitus (DM) e hipotireoidismo (HpoT). Cão 1: Schnauzer, 9 anos, macho, 11,2 kg, apático, prostrado, com diagnóstico de DM após 15 dias de poliúria/polidipsia. Apresentava anemia normocítica-normocrômica (ANN), glicemia 580mg/dL, colesterol (Col) 1701mg/dL e triglicerídeos (Tg) 5442 mg/dL em jejum, glicosúria e fosfatase alcalina 601 U/L. Após iniciar com ração rica em fibras (RRF) e insulina NPH 7U BID, utilizou-se bezafibrato 2,5mg/kg BID, devido a hiperlipidemia. A persistência de apatia, hipotermia (37,8°C) e Col 496 mg/dL, apesar da normalização dos Tg (86mg/dL) motivaram a pesquisa de HpoT, confirmado por T4 livre bifásico(T4lbf) 0,08ng/mL e TSH 0,7ng/mL. Obteve-se bom controle das condições com uso de levotiroxina sódica (Levo) 22 mcg/kg SID, RRF, bezafibrato e insulina 11U NPH BID. Cão 2: Schnauzer, 9 anos, macho, 9,2 kg, com DM em tratamento com insulina 9U NPH BID e RRF. Apatia, sonolência, pelagem seca e opaca com rarefação pilosa, hipotermia (37,7°C) e bradicardia (70bpm), ANN, Col 1175 mg/dL, Tg 1868mg/dL em jejum, e fructosamina 650mmol/L motivaram a pesquisa de HpoT, confirmado por T4lbf 0,35ng/mL e TSH 0,77ng/mL. Substituiu-se a RRF por dieta Low Fat e iniciou-se Levo 22mcg/kg SID, obtendo controle clínico com redução da insulina para 7U BID. DM e HpoT cursam com dislipidemias, e quando em conjunto, costumam ter origem auto-imune. Origem reforçada nestes casos por serem irmãos de ninhada. Palavras-chave: metabolismo de lipídeos, pâncreas, tireoide, canino Keywords: lipid metabolism, pancreas, thyroid, canine email: njunior1990@gmail.com 32
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Cardiomiopatia dilatada em um canino fila brasileiro com hipotireoidismo secundário a tireoidite linfocítica Dilated cardiomyopathy in a fila brasileiro dog with Linfocitic thyroiditis secundary hypothyroidism NILSON JUNIOR DA SILVA NUNES1, ÁLAN GOMES PÖPPL2, ELISA MENDIETA COELHO3, SAULO PETINATTI PAVARINI4, DANILO CARLOTO GOMES5 HCV/UFRGS1, SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA HCV/UFRGS2, HCV/UFRGS3, UFRGS4, UFRGS5
Consequências dermatológicas, metabólicas e cardíacas são comuns no hipotireoidismo (HpoT). Um cão, Fila Brasileiro, 11 anos, macho, com histórico de ceratoconjuntivite seca há 13 meses, ganho de peso de 59kg para 70kg em 2 anos, apatia e postura deprimida contínua foi apresentado evidenciando mixedema facial, alopecia e hiperpigmentação da cauda, TR 37,8°C, bradicardia (78bpm) e bradisfigmia sem alterações de ritmo/sopro. Apresentou hipoalbuminemia 22 g/L, anemia normocítica-hipocrômica (eritrócitos 4,76 x106/mm3, Ht 29% e Hb 9,2 g/dL) e colesterol 242 mg/dL. Confirmou-se HpoT por mensuração de T4 livre bifásico (0,22 ng/mL) e TSH (0,81ng/mL). Após 3 semanas da introdução gradual de levotiroxina sódica (Levo) 22mcg/kg (inicio com 1/4 da dose seguido de aumentos a cada 5 dias), apresentou apatia, adipsia e anorexia, vindo a óbito. Na necropsia ficou evidente ascite, fígado congesto, edema pulmonar e coração globoso e aumentado, com áreas esbranquiçadas no miocárdio (Mio) e dilatação dos dois ventrículos. As tireóides estavam diminuídas e pálidas. Na histologia havia infiltrado de adipócitos entre os cardiomiócitos e na tireoide infiltrado difuso de linfócitos, plasmócitos e macrófagos entremeados aos folículos remanescentes (tireoidite linfocítica). Alterações como bradicardia e reduzida função do Mio podem ocorrer no HpoT, porém, a ocorrência de cardiomiopatia dilatada secundária ao HpoT é controversa. Porém o desfecho ressalta a necessidade de introdução lenta de Levo em pacientes idosos com Hpot devido aos efeito inotrópico sobre o Mio que podem não ser bem tolerado. Palavras-chave: doença cardíaca, canino, hipotireoidismo Keywords: heart disease, canine, hypothyroidism email: njunior1990@gmail.com
Acurácia na análise de fatores de risco ao desenvolvimento da diabetes mellitus canina e sobrevida após diagnóstico Risk factor assay accuracy in canine diabetes mellitus development and survival after diagnostic ALAN GOMES PÖPPL1, BRUNA MEYRER2, GUILHERME LUIZ CARVALHO DE CARVALHO3, LUIS GUSTAVO CORBELLINI4, FÉLIX HILÁRIO DÍAZ GONZÁLEZ5 SERVIÇO ENDOCRINOLOGIA - HCV/UFRGS1, LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS - UFRGS2, SERVIÇO ENDOCRINOLOGIA - HCV/UFRGS3, LABORATÓRIO DE EPIDEMIOLOGIA (EPILAB) - FAVET/UFRGS4, LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS - UFRGS5
Ferramentas de investigação clínica dependem de uma boa acurácia, sendo o nosso objetivo avaliar a acurácia de um questionário (QSTo) de fatores de risco (FR) associados à diabetes mellitus canina (DMC). Um QSTo desenvolvido para avaliar dieta, sedentarismo, sobrepeso (SP), saúde oral, reprodução, pancreatite, exposição a corticoides, e sobrevida (SV), foi aplicado em donos de 110 cães com DMC diagnosticados entre 2004 e 2011. A sensibilidade (SE), especificidade (ESP) e Kappa (K), das respostas foram determinadas comparando-as com prontuários médicos padronizados das primeiras consultas. Obteve-se concordância média por questão de 95% (65 a 100%), todas com K > 0.81 (p ≤ 0,001), exceto para as questões que avaliaram histórico de SP (0.57) e diestro (0,38), com concordância média por QSTo de 92% (72 a 100%), SE média 86,1% (44 - 100%), e ESP média 98,1% (93 - 100%). O percentual de verdadeiro-positivos expostos à dieta não-balanceada (71%), SP (76%), diestro (68%) e pancreatite (20%) anteriores ao diagnóstico foi considerado elevado. Na aplicação do QSTo, 58 pacientes (53%) já haviam morrido, sendo que 5 (4,5%) viveram poucos dias (1 a 5), e outros 6 (6,6%) viveram 1 a 3 semanas após o diagnóstico, com uma SV média de 24,4 (1 a 120) e moda 3 meses para os demais. A média de SV dos pacientes vivos na aplicação do QSTo foi de 31,8 meses (11 a 96). Assumiuse o QSTo como boa ferramenta na avaliação da exposição à FR para DMC, sendo diestro e SP mais sujeitos a vieses nas respostas. Na análise de SV fica claro que as primeiras semanas após diagnóstico são mais críticas. Palavras-chave: fator de risco, diabetes melito, cão, diagnóstico laboratorial Keywords: risk factor, diabetes mellitus, dog, laboratorial diagnostic email: gomespoppl@hotmail.com 34
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Fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus em cães: estudo caso-controle pareado Risk factor in development of canine Diabetes mellitus in dogs: study of casecontrol matched ALAN GOMES PÖPPL1, LUIS GUSTAVO CORBELLINI2, FÉLIX HILÁRIO DÍAZ GONZÁLEZ3 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA - HCV/UFRGS1, LABORATÓRIO DE EPIDEMIOLOGIA (EPILAB) - FAVET/UFRGS2, LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS - UFRGS3
A diabetes mellitus canina (DMC) vem sendo associada à diversos fatores de risco (FR). O objetivo do trabalho foi identificar FR à DMC em um estudo caso-controle. Foram incluídos 110 casos (CS) de DMC atendidos entre 2004 e 2011, e 136 controles (CTR) pareados por raça, sexo, idade e local de atendimento. Os donos foram contatados por telefone ou email, e solicitados a responder um questionário avaliando exposição à FR relacionados à dieta, sobrepeso (SP), atividade física, saúde oral, reprodução, pancreatite e corticoides. As respostas foram dicotomizadas para avaliar exposição ou não-exposição ao FR em estudo com a criação de 2 modelos estatísticos. 1) ModMF: machos e fêmeas sem incluir FR relacionados ao ciclo estral. 2) ModF: só fêmeas (81 CS e 104 CTR) com todos os FR em estudo. Após análise de regressão logística univariada condicional (RLUC) para selecionar FR potenciais associados à DMC, ofereceu-se aos modelos multivariados (MMV) as variáveis com um valor de p < 0,20, construídos com seleção forward das variáveis de menor critério de informação Akaike na RLUC, seguida de eliminação backward das com valor de p ≥ 0,05. No ModMF dieta desbalanceada (OR 4,85 - IC 95% 2,2-10,7), e sobrepeso (OR 3,5 – IC 95% 1,6-7,5), foram associadas (p ≤ 0,01) à DMC. No ModF foram associados à DMC (p < 0,04) diestro (OR 5,5 IC 95% 1,9-16,3), table scraps (OR 3,6 IC95% 1,1-12,3), dieta desbalanceada (OR 4,1 IC95% 1,9-12,7) e SP (OR 3,9 IC95% 1,2-12,6). Os resultados permitem criação de estratégias de prevenção ao apontar para nutrição, sobrepeso e diestro como FR importantes à DMC. Palavras-chave: fator de risco, pâncreas, cão Keywords: risk factor, pancreas, dog email: gomespoppl@hotmail.com
Diabetes mellitus juvenil em um dachshund Juvenile Diabetes mellitus in a dachshund ALAN GOMES PÖPPL1, NILSON NUNES2, MARIANE TESSARIOLI3, JOAO PIGATTO3 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA - HCV/UFRGS1, LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS - UFRGS2, SERVIÇO DE OFTALMOLOGIA - HCV/UFRGS3, SERVIÇO DE OFTALMOLOGIA - HCV/UFRGS3
Apesar da maioria dos casos de diabetes mellitus canina (DMC) ter origem autoimune, ra ramente observa-se o surgimento da doença como observado na diabetes tipo I (DM I) em humanos, também chamada diabetes juvenil, assemelhando-se mais a diabetes autoimune latente do adulto (LADA). Um filhote de Dashchund com cerca de 3 meses foi adotado da rua com extremo grau de caquexia, com sinais gastrintestinais (GI) intensos, correlacionados a infecção pelo vírus da cinomose devido à presença de pústulas, linfopenia e corpúsculos de Lentz no esfregaço sanguíneo. Após um período de tratamento sintomático de cerca de 3 semanas, sem uso de corticoides, o paciente apresentou boa recuperação sem sequelas neurológicas. Após algumas semanas o paciente foi vacinado, sendo relatado pelo proprietário começo de poliúria e polidipsia, associadas à polifagia e perda de peso, dias após vacinar, com rápida formação de cataratas. Frente à glicemia 323 mg/dL, fructosaminemia 371 µmol/L e fosfatase alcalina 214 U/L sem demais alterações hematológicas ou bioquímicas, assumiu-se o diagnóstico de DMC. Iniciou-se insulina NPH, 2U BID, com dieta comercial rica em fibras, servida 3x por dia, mas que posteriormente foi restrita aos horários da insulina pela dificuldade no controle glicêmico. Houve bom ganho de massa corporal de 3 para 4kg em um mês, porém sem crescimento ósseo significativo para a idade estimada de 7 meses. Assume-se uma provável DM I neste caso, que em humanos pode estar associada a infecções virais e GI. Os próximos passos serão ultrasom e biópsia pancreática para avaliar outras etiologias. Palavras-chave: diabetes melito, canino, juvenil Keywords: diabetes mellitus, canine, juvenil email: gomespoppl@hotmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Nanismo hipofisário e hipotireoidismo secundário em um cão Pituitary dwarfism and secundary hypothyroidism in a dog ALINE BOMFIM VIEIRA1, ANDRÉ FERNANDES DE AZEVEDO2, THATIANA LEITE PINTO3, ALICE AVELAR ALBERONI4, MARIANA PEREIRA DE MOURA2 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE1, CLÍNICA VETERINÁRIA PET&VET2
O nanismo hipofisário é uma condição rara caracterizada pela deficiência congênita do hormônio do crescimento (GH). No Pastor Alemão, a doença é transmitida por um gene autossômico recessivo e pode ocorrer de forma isolada ou em conjunto com a deficiência de outros hormônios da adenohipófise. Um cão pastor alemão de 1 ano de idade foi atendido com sinais de déficit de crescimento. Além da estatura reduzida, o cão demonstrava retardo no desenvolvimento mental, macroglossia, pelagem de filhote e persistência dos dentes decíduos. As alterações bioquímicas incluíram hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. As dosagens séricas de somatomedina C (IGF-1) (5,0 nmol/L – referência 4,0 a 95,0), tiroxina (T4) total (1,9 ng/mL – referência 15 a 30), tiroxina livre por diálise de equilíbrio (0,04 ng/dL – referência 0,08 a 3,0) e tireotropina (TSH) (0,05 ng/ml – referência 0,05 a 0,5) foram realizadas por radioimunoensaio. A dificuldade de mensuração do GH faz com que o IGF-1 seja uma boa opção no diagnóstico de nanismo hipofisário uma vez que este é estimulado diretamente pelo GH. Espera-se que filhotes tenham níveis altos de IGF-1 e valores no limite mínimo são considerados diagnósticos. Os valores reduzidos de T4 total e T4 livre por diálise juntamente com o TSH sérico em seu limite mínimo, associados à presença de dislipidemia confirmam o hipotireoidismo secundário concomitante. Deficiências combinadas de GH e TSH já foram descritas no Pastor Alemão e acredita-se que sejam causadas pela deficiência primária de diferenciação do ectoderma craniofaríngeo da bolsa de Rathke. Palavras-chave: nanismo, tireoide, canino, hormônios, crescimento Keywords: nanism, thyroid, canine, hormone, growth email: andre_azevedo_81@hotmail.com
Efeitos metabólicos associados à terapia com deflazacort nas dermatites alérgicas caninas Metabolic effects of deflazacort therapy in canine allergic dermatitis MARIANA DE ALDEMUNDO PEREIRA1, STEPHANIE FREY LIMA1, MAURÍCIO ZAGO FLOCKE1, FÁBIO NOVELLI1, VIVIANI DE MARCO1 UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO1
Os glicocorticoides (GC) são amplamente empregados na medicina veterinária em diversas doenças, essencialmente as dermatopatias alérgicas, porém seu uso prolongado pode causar efeitos adversos. O deflazacort (DFZ) é um glicocorticoide sintético com poucos efeitos colaterais segundo a literatura humana. Trabalhos avaliando os efeitos metabólicos do uso crônico de DFZ sugerem que o ganho de peso, a dislipidemia e a resistência insulínica são menos frequentes em comparação a outros glicocorticoides de potência similar e no mesmo período de tempo, como a metilprednisolona e prednisona. Este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de alterações clínicas e laboratoriais observadas trinta dias após início da terapia com Deflazacort na dose de 0,2 mg/kg duas vezes por semana em cinco cães com dermatite atópica. Observou-se que 66,6% dos animais apresentaram polifagia, 40% apresentaram polidipsia, 60% apresentaram poliúria e houve uma média de ganho de peso de 500 gramas após trinta dias de administração do deflazacort. Além das alterações clínicas, foram observados alterações laboratoriais em relação aos valores basais, como aumento de ALT em 40% dos casos, aumento de FA em 80%, elevação do colesterol em 40% dos animais e de triglicérides em 60% e hiperglicemia em 40% dos casos. O deflazacort se mostrou bastante eficiente no manejo do prurido das dermatites alérgicas, mas ao contrário da literatura humana, causou diversas alterações metabólicas que devem ser cuidadosamente monitoradas durante a terapia. Palavras-chave: dermatites, alergia, cães, metabolismo, deflazacort Keywords: dermatitis, allergy, dogs, metabolism, deflazacort email: mazinha_ap@hotmail.com 36
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
Proceedings - International Congress of the Brazilian Association of Veterinary Endocrinology - Búzios, RJ, 2012
Estudo retrospectivo de hipertiroidismo felino: 24 casos (2003 – 2012) A retrospective study of feline hyperthyroidism: 24 cases (2003-2012) ALINE BOMFIM VIEIRA1, ALICE DE AVELAR ALBERONI2, FLAVYA MENDES DE ALMEIDA3, LIZA CRISSIUMA GERSHONY4, MARIA CRISTINA NOBRE E CASTRO5 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA UFF1, SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA UFF2, PROFESSOR ADJUNTO - UFF3, MÉDICA VETERINÁRIA AUTÔNOMA4, PROFESSOR ADJUNTO - UFF5
O hipertireoidismo é a doença endócrina mais comum em gatos em outros países e resulta da excessiva produção e secreção de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) causada na maioria das vezes pela hiperplasia adenomatosa multinodular, que pode envolver os dois lobos (70%) ou apenas um. Acredita-se que fatores imunológicos, nutricionais, ambientais e genéticos possam estar envolvidos. O objetivo do presente estudo retrospectivo é descrever os principais achados de 24 gatos com hipertireoidismo. Foram incluídos 24 felinos com diagnóstico baseado nos sinais clínicos, palpação de tireóide e dosagem sérica de T4 total pelo método de radioimunoensaio ou quimioluminescência. Dos 24 felinos, 10 eram fêmeas (41,7%) e 14 machos (58,3%). A faixa etária variou de 8 à 25 anos (13,95 ± 3,55) e o peso entre 1,9kg e 4,6kg (3,11 ± 0,84). Os sinais observados incluíram a perda de peso (100%), vômitos (67%), polifagia (54%), poliúria e polidipsia (50%), disorexia (38%), agressividade (13%), alopecia (13%), anorexia (8%) e diarreia (3%). Em 6 gatos (25%) a tireóide não pôde ser palpada, em 12 gatos (50%) o aumento era bilateral e em 6 unilateral (25%). Todos os animais apresentaram T4 total acima dos valores de referência (média 10,8 ng/mL). O tempo necessário para o diagnóstico variou de 6 meses a 5 anos e em 50% dos gatos já haviam sinais de complicações cardíacas e/ou renais. Conclui-se que o hipertireoidismo felino está presente na rotina clínica veterinária, mas seu diagnóstico parece ser tardio. A dosagem de T4 total deve ser sempre incluída na avalição de gatos doentes acima de 8 anos. Palavras-chave: hormônio, gato, doença da tireóide Keywords: hormone, cat, thyroid disease email: aliceaalberoni@gmail.com
Determinação sequencial da proteinúria patológica em cães obesos Sequential determination of proteinura in obese dogs STEPHANY BUBA LUCINA1, CAROLINA ZAGHI CAVALCANTE1, JULIANE POSSEBOM1, CHIARA DOMINGUES1, RAFAEL GANHO1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ1
A obesidade é um acúmulo excessivo de tecido adiposo no corpo, suficiente para prejudicar as funções fisiológicas do organismo. O tecido adiposo secreta hormônios e fatores proteicos denominados adipocitocinas, além de produzir citocinas pró-inflamatórias, sendo considerado um tecido imunologicamente ativo. A obesidade é um importante fator para a progressão da doença renal crônica promovendo ou agravando a proteinúria pré existente. O objetivo deste estudo é verificar a frequência de proteinúria renal patológica persistente em cães obesos atendidos na Unidade Hospitalar de Animais de Companhia (UHAC -PUCPR). Foram coletadas amostras sequenciais de urina de quatorze animais obesos ou com sobrepeso, machos e fêmeas, de idades e raças variadas. As amostras de urina foram submetidas ao exame de urina e a determinação da razão proteína creatinina urinária (RPC) sequencial. A pressão arterial sistólica foi aferida e foram realizados hemograma completo e avaliações de bioquímica sérica. Quanto aos resultados obtidos: cinco amostras de urina apresentaram o valor limítrofe de proteinúria (RPC entre 0,2 e 0,5) e outras sete amostras apresentaram valor anormal (RPC > 0,5). Das amostras de urina que apresentaram valor aumentado de RPC dois animais apresentaram proteinúria renal patológica persistente. De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que os cães obesos apresentam proteinúria renal patológica e persistente. Na medicina veterinária ainda são necessários diversos estudos para avaliar qual é a exata freqüência de proteinúria renal patológica persistente em cães obesos. Palavras-chave: proteinúria, canino, obesidade Keywords: proteinury, canine, obesity email: carolina.cavalcante@pucpr.br 38
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Diabetes insipidus em gato – relato de caso Diabetes insipidus in a cat – case report GABRYELLA FRAGA RAMOS MELLO1, THAIS ARAÚJO GRUNHO1, MARIANA ALDEMUNDO PEREIRA1, MAURÍCIO ZAGO FLOCKE1, VIVIANI DE MARCO1 UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO1
Diabetes insipidus é uma doença rara em cães e gatos que leva a uma alteração no mecanismo de excreção e retenção da água, cursando em poliúria (PU), polidipsia (PD) e baixa densidade urinária. Pode ser causada pela secreção ou síntese deficiente do hormônio antidiurético (ADH) pela neurohipófise (Diabetes insipidus central-DIC) ou pela incapacidade tubular renal em responder ao ADH (Diabetes insípido nefrogênica-DIN). O DIC idiopático é a forma mais comum. Outras causas incluem: trauma cefálico, neoplasia e má formações hipotalâmicas-pituitárias. Um felino macho, 3 kg, sem raça definida, 1 ano de idade foi atendido no Hospital Veterinário com histórico de PU e PD há 5 meses. Os exames laboratoriais demonstraram hipostenúria (densidade 1,006) e elevação discreta de creatinina sérica (1,9 mg/dL) sem outras anormalidades hematológicas, bioquímicas, eletrolíticas e ultrassonográficas, descartando doença renal, hepática, hiperadrenocorticismo, Diabetes mellitus, hipokalemia e hipercalcemia. Devido à presença de azotemia prérenal e discreta desidratação, não foi realizado o teste de privação hídrica. Foi proposto então o diagnóstico terapêutico com o uso de acetato de desmopressina (DDAVP) no saco conjuntival a cada 12 horas durante 7 dias. A ingestão hídrica média antes do DDAVP era de 200 mL/kg/dia e depois passou a ser 56 mL/kg/dia; já a densidade urinária aumentou de 1,006 para 1,028, confirmando o diagnóstico de DIC. Apesar de ser uma doença rara em gatos, ressaltase a importância de incluir o diabetes insípido no diagnóstico diferencial de doenças que causam PU e PD. Palavras-chave: felino, poliúria, polidipsia, hipófise. Keywords: feline, polyuria, polydpsia, hypophysis email: gabryella25@yahoo.com
Parâmetros cardiovasculares em gatos com cardiomiopatia tireotóxica Cardiovascular parameters in cats with thyreotoxic cardiomyopathy ALINE BOMFIM VIEIRA1, CAROLINA DO VALLE ABEN ATHAR2, ALICE DE AVELAR ALBERONI1, ANDRÉ FERNANDES DE AZEVEDO1, THATIANA LEITE PINTO1 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA UFF1, RESIDENTE UFRRJ2
A tireotoxicose causa vasodilatação periférica, aumento do debito cardíaco, ativação simpática e hipertensão sistêmica. Os efeitos diretos sobre o miocárdio associados a um estado hipermetabólico levam a cardiomiopatia tireotóxica. O objetivo do presente estudo é descrever a incidência e os parâmetros cardiovasculares encontrados em felinos com cardiomiopatia tireotóxica (CMT). Foram incluídos no estudo 8 gatos com diagnóstico de CMT oriundos de uma população de 24 animais hipertireoideos. Os animais foram submetidos a exame físico, ecocardiográfico e aferição da pressão arterial sistólica (PAS) por Doppler. A média de idade dos gatos foi de 12,6 anos e do peso de 2,9 kg. A taquicardia sinusal estava presente em todos (227 ± 28bpm), assim como o sopro sistólico com graus variando entre III e IV/VI. Apenas 6 animais aferiram a PAS (187 ± 28mmHg) e destes 5 eram hipertensos (PAS>160mmHg). A ecocardiografia revelou 6 gatos com CMT avançada e 2 com a doença em fase inicial. Os animais com CMT avançada apresentavam aumento da parede livre do ventrículo esquerdo e/ou septo interventricular e aumento de átrio esquerdo. Apesar de apenas 1 animal com CMT avançada apresentar fração de encurtamento acima dos valores de referência (63%), a contratilidade global do coração foi considerada aumentada em todos (entre 55-59%). Conluímos que cerca de 33% dos felinos diagnosticados com hipertireoidismo nesta população já apresentavam sinais clássicos de CMT, e destes 75% apresentavam CMT avançada. A taquicardia sinusal, o sopro sistólico e a hipertensão são achados comuns nos gatos com CMT. Palavras-chave: doença cardíaca, hipertireoidismo, felino, eletrocardiograma, ecocardiograma Keywords: heart disease, hyperthyroidism, feline, electrocardiogram, echocardiogram email: aliceaalberoni@gmail.com Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Anais - Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária - Búzios, RJ, 2012
Hiperadrenocorticismo secundário a macroadenoma hipofisário em cão – relato de caso Secundary hyperadrenocorticism in pituitary macroadenoma in a dog – a case report GABRYELLA FRAGA RAMOS MELLO1, ANDRESSA ANTUNES MACHADO2, KATIA PIMENTA GUIMARÃES3, MAURÍCIO ZAGO FLOCKE4, VIVIANI DE MARCO5 UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO1, UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO2, UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO3, UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO4, UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO5
O hiperadrenocorticismo (HAC) constitui uma das endocrinopatias mais comuns em cães e está associado a administração ou produção excessiva de glicocorticoides. Quando espontâneo o hipercortisolismo pode ser considerado dependente de adrenal ou pituitária (HDP), sendo a grande maioria destes, desencadeados por um adenoma hipofisário de células corticotróficas. O presente relato descreve os principais aspectos clínicos do macroadenoma hipofisário (MAH- tumor maior ou igual a 10mm) em um cão, macho, sem raça definida, de 8 anos e 30 Kg atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Santo Amaro com histórico de poliúria, polidipsia e polifagia há 4 meses e alterações neurológicas (ataxia e head tilt) há 3 dias. Os exames complementares evidenciaram hipostenúria, aumento das enzimas hepáticas (ALT: 843,3 U/L; FA: 578,9 U/L) e alteração no cortisol oito horas após baixa dose de dexametasona (7,43 µg/dL). Em 20 dias animal apresentou piora do quadro neurológico, com alteração de estado mental, além de alteração na termorregulação (41,0 °C) evoluindo a óbito. Animal foi submetido à necropsia e análise histopatológica, que demonstrou aumento bilateral de adrenais e adenoma hipofisário (1,5 cm de diâmetro). Embora a real incidência de MAH seja desconhecida, acredita-se que seja entre 10-50% dos cães com HDP, nos quais além dos sinais característicos do hipercortisolismo, provocam sinais neurológicos como resultado do crescimento do tumor pituitário para o hipotálamo e tálamo. A detecção precoce tem importância indubitável visando início do tratamento e melhor qualidade de vida. Palavras-chave: cortisol, macroadenoma, hipófise, canino Keywords: cortisol, macroadenoma, hypophysis, canine email: gabryella25@yahoo.com
Mielolipoma de adrenal funcional em um cão: relato de caso Functional myelolipoma of adrenal in a dog: a case report CAROLINA ZAGHI CAVALCANTE1, JULIANE POSSEBOM1, ANTONIO FELIPE PAULINO DE FIGUEIREDO WOUK1, SILVANA MARIS CIRIO1, MARCONI RODRIGUES DE FARIAS1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ1
Mielolipoma é uma neoplasia benigna, composta de tecido adiposo bem diferenciado com células hematopoiéticas. É considerado raro em medicina veterinária e tem sido descrito ocasionalmente em cães, gatos, aves exóticas e ferrets. O presente relato descreve o caso de um animal da espécie canina, fêmea, 12 anos, sem raça definida, com poliúria, polidipsia, polifagia e obesidade central. Os exames complementares revelaram hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, isostenúria com proteinúria e o teste de supressão com baixa dose de dexametasona confirmou a hipercortisolemia. No ultrassom abdominal foi constatado aumento unilateral de adrenal. A ressonância magnética evidenciou a adrenal direita aumentada de tamanho, heterogênea, sem invasão de veia cava caudal e nódulos em baço. A paciente foi submetida a adrenalectomia e esplenectomia e as amostras foram encaminhadas para histopatológico, em que foi constatado adipócitos maduros e elementos hematopoiéticos em diferentes fases de maturação, além de macrófagos com hemossiderina, sendo estas alterações compatíveis com mielolipoma de adrenal e de baço. Existem atualmente raras descrições de mielolipoma de adrenal em cães e estas descrevem uma neoplasia endocrinamente inativa na totalidade dos casos, no entanto no presente caso a hipercortisolemia foi identificada a partir dos achados clínicos e laboratoriais. Em cães o mielolipoma foi identificado também no baço, fígado, tecido subcutâneo, omento e canal vertebral, não sendo até o presente momento descrito nenhum caso de mielolipoma de adrenal e baço em cães. Palavras-chave: Adrenal, mielolipoma, hiperadrenocorticismo, canino Keywords: adrenal, myelolipoma, hyperadrenocorticism, canine email: carolina.cavalcante@pucpr.br 40
Clínica Veterinária, Ano XVII, suplemento, 2012
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Estudo retrospectivo de insulinoma canino: seis casos (2003 - 2012) A retrospective study of canine insulinoma: six cases (2003-2012) ALINE BOMFIM VIEIRA1, THATIANA LEITE PINTO1, ANDRÉ FERNANDES DE AZEVEDO1, MARIANA COSTA BECHO2, CÉSAR AUGUSTO MARTINS RIBEIRO3 SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE1, CLÍNICA VETERINÁRIA CANNE & GATTO2, ACADEMIA BRASILEIRA DE MEDICINA VETERINÁRIA INTENSIVA (BVECSS)3
Os insulinomas são tumores malignos raros em cães, oriundos das células β; pancreáticas que produzem insulina e levam a hipoglicemia. O objetivo do presente estudo retrospectivo é avaliar seis casos de insulinoma canino. Foram incluídos seis cães com diagnóstico de insulinoma, com faixa etária entre 7 e 16 anos, sendo 4 fêmeas e 2 machos. As raças se distribuíram entre Poodle (2), Boxer (2), Beagle (1) e SRD (1). O diagnóstico baseou-se nos sinais clínicos e dosagem de insulina sérica por radioimunoensaio no momento de hipoglicemia (n=6), além da presença de massa pancreática por exame de imagem (n=4). Todos os cães apresentaram como sinais iniciais a incoordenação, fraqueza e/ou convulsões e a média de tempo até o diagnóstico foi de 2,2 meses. Destes, dois cães já possuíam tomografia craniana e estavam sendo tratados com fenobarbital. A hipoglicemia (média 34,67 mg/dL ± 13,54 – referência 70 – 110mg/dL) era a única alteração laboratorial presente e a hiperinsulinemia acima de 20 µu/mL (média 118 µu/mL ± 75,11) se confirmou em todos dos cães. Apenas 4 apresentavam tumor visível no momento do diagnóstico. O exame histopatológico realizado em 3 cães confirmou o caráter maligno dos tumores (carcinomas neuroendócrinos) e a avaliação imunohistoquímica de dois casos demonstrou marcação positiva somente para insulina. Conclui-se que cães com sinais de fraqueza ou convulsão devem ser sempre submetidos à avaliação glicêmica. Naqueles em que a hipoglicemia, mesmo que leve, for documentada, a dosagem de insulina sérica se faz necessária. Palavras-chave: canine, insulinoma, pâncreas, insulina, glicose Keywords: dog, insulinoma, pancreas, insulin, glucose email: thatianalp@gmail.com
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Proceedings - International Congress of the Brazilian Association of Veterinary Endocrinology - Búzios, RJ, 2012
Clinical-pathological characterization of a population of cats with hyperthyroidism Clinical-pathological characterization of a population of cats with hyperthyroidism ANGELICA MARIA ARAYA SANDOVAL1, MARÍA CAROLINA MOYA1, MARCELA VALENZUELA1 UNIVERSIDAD MAYOR1
Introduction: The feline hyperthyroidism is a disease characterized by an excessive level of thyroxine (T4) and triiodothyronine (T3). It has been reported that this diseases is the most common endocrine pathology observed in cats, being its clinical-pathological signs quite variable. Aims: characterize cats with hyperthyroidism by determining the most frequent clinical and pathological manifestations associated with this pathology. Methods: a population of 30 cats, older than 7 years old, with clinical signs associated with disease and diagnosed with hyperthyroidism was studied. The diagnosis was carried out by measuring the total of serum T4 through an ELISA test. These patients also underwent test to measure blood glucose, hematology, blood chemistry, urine specific density and blood pressure measurement. In addition, in the presence of heart murmur, an echocardiography was performed. Results: Since the cats studied were senile patients, some cases suffering from concomitant illnesses were found. The main clinical signs shown were weight loss, palpable thyroid gland and vomiting. Hematological alterations more common were policythemia and lymphopenia. Of all the biochemical changes, the increased activity of at least one of the liver enzymes was the most often change associated with hyperthyroidism. The urine density in these hyperthyroid cats turned out to be less than 1035. Three patients who underwent echocardiography murmur were diagnosed with thyrotoxic hyperthrophic cardiomyopathy. 47% of studied cats had apathetic hyperthyroidism. Conclussions: the frequency of occurrence of the signs associated with feline hyperthyroidism observed in this study were consistent with that described in the veterinary literature. Palavras-chave: felino, doença da tireoide, perfil Keywords: feline, thyroid disease, profile email: angelica.araya@gmail.com
Avaliação da frequencia de hiperlipidemia e resistência insulínica em schnauzers miniatura hígidos Evaluation of hyperlipidemia and insulin resistance incidence in health miniature schnauzers VIVIANI DE MARCO1, NETTO MFG2, MELLO GFR3, CAPPELLANES M4, KARAMM MA5 DOCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA UNISA1, GRADUANDA MEDICINA VETERINÁRIA UNISA2, MV APRIMORANDA DO HOSPITAL VETERINÁRIO UNISA3, MV HOSPITAL VETERINÁRIO CÃES E GATOS4, MV HOSPITAL VETERINÁRIO POMPÉIA5
A hiperlipidemia é caracterizada pela elevação sérica de triglicérides (TG) e/ou colesterol (COL) e pode ser classificada em primária ou secundária. A forma secundária é mais frequente e, geralmente, está associada a endocrinopatias ou obesidade. A hipertrigliceridemia primária e idiopática do Schnauzer miniatura é uma condição bastante conhecida e pode predispor o desenvolvimento de pancreatite, convulsões, além do comprometimento hepático e do pâncreas endócrino. Foram incluídos nesse estudo 55 cães hígidos da raça Schnauzer miniatura, dos quais 31 (56,3%) apresentaram hiperlipidemia após 12 horas de jejum alimentar. A hipertrigliceridemia isolada foi identificada em 13 animais (23,6%) com média e desvio padrão de 332 ± 363 mg/dL; a hipercolesterolemia isolada em 11 animais (20%), com valores médios de 336 ± 59 mg/dL e a hiperlipidemia mista em 7 animais (12,7%). Em 12 cães, a hipertrigliceridemia foi considerada leve (TG entre 100 e 400 mg/dL) e em 8, moderada a grave (TG > 400 mg/dL). A maior incidência de hiperlipidemia foi encontrada em animais com idade entre 5 e 10 anos. Dentre os animais hiperlipidêmicos, 90,3% (n=28/31) apresentaram resistência insulínica (HOMA > 2,7), sendo o valor médio de 6,57 ± 4,26 . Visto à elevada incidência de hiperlipidemia encontrada em nossa casuística, a investigação laboratorial de hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia mesmo em cães hígidos da raça Schnauzer miniatura é de grande importância para permitir o diagnóstico precoce de tal enfermidade e evitar o aparecimento de comorbidades metabólicas. Palavras-chave: dislipidemia, hiperinsulinemia, canino Keywords: dyslipidemia, hyperinsulinemia, canine email: vivianidemarco@terra.com.br 42
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