Clínica Veterinária n. 107

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Oncologia

50

Clínica

60

Policitemia vera e farmacodermia em cão – relato de caso Polycythemia vera and cutaneous drug reaction in a dog – a case report Policitemia vera y farmacodermia en perro – relato de caso

Avaliação de glicosímetros portáteis na mensuração glicêmica de 71 psitacídeos e rapinantes Evaluation of portable glucometers for glycemic measurement of 71 parrots and birds of prey Evaluación de glucómetros portátiles en la medición de la glucemia de 71 psitácidos y aves de rapiña

Clínica

70

Uso do diurético torsemida no tratamento de cães com insuficiência cardíaca congestiva – relatos de três casos Use of the diuretic torsemide in the treatment of dogs with congestive heart failure – a threecase report Uso del diurético torsemida en perros con insuficiencia cardiaca congestiva – relato de tres casos

Cirurgia

80

Penectomia associada a uretrostomia em quatro cães – relato de casos Penectomy associated with urethrostomy of four dogs – case report Penectomia y uretrostomia en cuatro perros – relato de casos

Anestesiologia

88

Anestesia geral inalatória em jabutipiranga (Chelonoidis carbonaria) para a realização de penectomia – relato de caso Inhalational anesthesia in the penectomy of a Jabuti Piranga (Chelonoidis carbonaria) – a case report Anestesia inhalatória en tortuga de patas rojas (Chelonoidis carbonaria) para la realización de una penectomia – relato de caso 4

Diagnóstico por imagem

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Aspectos radiográficos e tomográficos da displasia do cotovelo – revisão de literatura Radiographic and tomographic features of elbow dysplasia – a literature review Aspectos radiográficos y tomográficos de la displasia del codo – revisión de la literatura

Errata No artigo Anestesia epidural em Chinchilla lanigera – relato de caso, publicado na edição 105, na página 66, a legenda deve ser Figura 5 Sistema de anestesia avalvular semiaberto (Baraka) No artigo Desvio portossistêmico extra-hepático congênito em cadela schnauzer miniatura – relato de caso, publicado na edição 105, nas páginas 88 e 89, na figuras 3 e 4, as datas corretas são: 3/2/2009, 26/2/2009.

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Bem-estar animal

• Os bons-tratos gerados pelos ativistas • Meio ambiente realizou audiência sobre maus-tratos • Vivissecção: um negócio indispensável aos "interesses" da ciência? • Direitos aos animais • A revolução dos bichos • Entendendo a experimentação animal • 2º Max Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais

Medicina veterinária do coletivo

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Saúde pública

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E se o Instituto Royal fosse em Curitiba?

• Cães com leishmaniose visceral poderão ser tratados • Pesquisa sobre o sistema de vigilância da raiva canina em SP

Ecologia

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Opinião

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Notícias

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Ecologia e conservação de grandes carnívoros As dirofilárias voltaram!

• Cardiologia veterinária, especialidade em expansão • Linha Vanguard alcança 25 milhões de doses aplicadas • Curso prático de ecocardiografia veterinária • Zoetis lança linha Witness de diagnósticos rápidos de precisão • I Simpósio de Obesidade e Síndrome Metabólica

• • • • •

Curso de especialização em Endocrinologia e Metabologia Virbac Skin International Edition Linha Vanguard alcança 25 milhões de doses aplicadas IV Simpósio Agener União – Neurologia Veterinária Merial investe em moderno conceito de vacinação

Medicina veterinária legal

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Comportamento

112

Arquitetura e construção

114

Mercado pet

116

Pet food

120

Gestão, marketing e estratégia

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Lançamentos Guia veterinário Vet Agenda

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Abuso animal e violência doméstica: o papel do médico veterinário Animais não são presente! Sala ecumênica para pets

• Fórum Pet Brasil 2013 • 12ª Edição da Pet South America supera expectativas

Grupo brasileiro ganha os dois prêmios oferecidos no Waltham International Nutritional Sciences Symposium Qual o impacto da informalidade no seu negócio?

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Distribuidor autorizado:

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EDITORES / PUBLISHERS

Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br

Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br

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EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING Editora Guará Ltda.

CAPA / COVER: -

Cadela da raça rhodesian ridgeback

Anke van Wyk / Shutterstock

roteger os animais contra maus-tratos e qualquer tipo de abuso deveria ser uma característica inerente a todos os médicos veterinários. Essa é a expectativa de milhares de pessoas que se dedicam a proteger os animais e que cada vez mais estão se mobilizando contra qualquer tipo de abuso. O bem-estar animal é uma ciência e deveria estar presente como matéria obrigatória em todas as faculdades de medicina veterinária. Na prática, ainda há muito pouco. A esse respeito, o dr. Leopoldo Polo Estol, da Argentina, criou uma petição na internet para ser direcionada ao presidente da Associação Mundial de Medicina Veterinária (World Veterinary Association): Bienestar animal, enseñada por especialistas diplomados, una materia obligatoria para ser veterinario (Bemestar animal, ensinada por especialistas diplomados, uma matéria obrigatória para ser veterinário) – https://secure.avaaz.org/es/petition/BIENESTAR_A NIMAL_ensenada_por_ESPECIALISTAS_DIPLOMADOS_una_MATERIA_OBLIGATORIA_para_ser_ VETERINARIO/ Somente no Brasil, há cerca 200 faculdades de medicina veterinária, e lamento conhecer apenas uma universidade que investiu no bem-estar animal e adquiriu diversos manequins para a capacitação de seus alunos: a Anhembi-Morumbi. É vasta a lista de manequins adquiridos, permitindo, por exemplo, práticas de procedimentos emergenciais, punção venosa e sondaKit da Rescue Critters gem traqueal (Clínica para prática de castração Veterinária n. 77, página em fêmeas 12, nov/dez, 2008). A empresa norte-americana Rescue Critters (http://www.rescuecritters.com/) possui uma grande variedade de manequins e kits para a capacitação de estudantes. Umas das novidades lançadas por ela são os kits para a prática de castração em machos e fêmeas. Temos empresas nacionais dedicadas ao setor. A Nacional (http://www.ossos.com.br/), por exemplo, produz ossos artificiais e chegou a fazer um pré-lançamento de linha veterinária, mas não houve avanços. Talvez, se houvesse uma política nacional de educação humanitária, a situação seria outra. "Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece à sua compulsão de ajudar toda vida que ele é capaz de assistir e evita ferir toda coisa que vive." (Albert Schweitzer – 1875-1965).

Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral e bilingue (português e espanhol), dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.

Arthur de Vasconcelos Paes Barretto 8

Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, novembro/dezembro, 2013



CONSULTORES CIENTÍFICOS Adriano B. Carregaro

Cassio R. A. Ferrigno

Francisco J. Teixeira N.

Juliana Brondani

Marta Brito

Alberto Omar Fiordelisi

Ceres Faraco

F. Marlon C. Feijo

Juliana Werner

Mary Marcondes

Alceu Gaspar Raiser

César A. D. Pereira

Franz Naoki Yoshitoshi

Julio C. C. Veado

Masao Iwasaki

Alejandro Paludi

Christina Joselevitch

Gabriela Pidal

Julio Cesar de Freitas

Mauro J. Lahm Cardoso

Alessandra M. Vargas

Cibele F. Carvalho

Geovanni D. Cassali

Karin Werther

Mauro Lantzman

Alexandre Krause

Clair Motos de Oliveira

Geraldo M. da Costa

Leonardo Pinto Brandão

Michele A. F. A. Venturini

Alexandre G. T. Daniel

Clarissa Niciporciukas

Gerson Barreto Mourão

Leucio Alves

Michiko Sakate

Alexandre Lima Andrade

Cleber Oliveira Soares

Hannelore Fuchs

Luciana Torres

Miriam Siliane Batista

Alexander W. Biondo

Cristina Massoco

Salles Gomes C. Empresarial

Hector Daniel Herrera

Lucy M. R. de Muniz

Moacir S. de Lacerda

Daisy Pontes Netto

Hector Mario Gomez

Luiz Carlos Vulcano

Monica Vicky Bahr Arias

Daniel C. de M. Müller

Hélio Autran de Moraes

Luiz Henrique Machado

Nadia Almosny

Daniel G. Ferro

Hélio Langoni

Marcello Otake Sato

Nayro X. Alencar

Daniel Macieira

Heloisa J. M. de Souza

Marcelo A.B.V. Guimarães

Nei Moreira

Denise T. Fantoni

Herbert Lima Corrêa

Marcelo Bahia Labruna

Nelida Gomez

Dominguita L. Graça

Iara Levino dos Santos

Marcelo de C. Pereira

Nilson R. Benites

Edgar L. Sommer

Iaskara Saldanha

Marcelo Faustino

Nobuko Kasai

Edison L. P. Farias

Idael C. A. Santa Rosa

Marcia Kahvegian

Noeme Sousa Rocha

Antonio M. Guimarães

Eduardo A. Tudury

Ismar Moraes

Márcia Marques Jericó

Norma V. Labarthe

Aparecido A. Camacho

Elba Lemos

Jairo Barreras

Marcia M. Kogika

Patrícia Mendes Pereira

A. Nancy B. Mariana

Eliana R. Matushima

James N. B. M. Andrade Marcio B. Castro FMV/UTP

UNB

Arlei Marcili

Elisangela de Freitas

Jane Megid

Marcio Brunetto

Paulo César Maiorka

Aulus C. Carciofi

Estela Molina

Janis R. M. Gonzalez

Marcio Dentello Lustoza

Paulo Iamaguti

Aury Nunes de Moraes

Fabiano Montiani-Ferreira Jean Carlos R. Silva FMV/UFPR

UFRPE, IBMC-Triade

Márcio Garcia Ribeiro

Paulo S. Salzo

Ayne Murata Hayashi

Fabiano Séllos Costa

João G. Padilha Filho

Marco Antonio Gioso

Paulo Sérgio M. Barros

Benedicto W. De Martin

Fabricio Lorenzini

João Pedro A. Neto

Marconi R. de Farias

Pedro Germano

Berenice A. Rodrigues

Fernando C. Maiorino

Jonathan Ferreira

Maria Cecilia R. Luvizotto Pedro Luiz Camargo

Camila I. Vannucchi

Fernando de Biasi

Jorge Guerrero

M. Cristina F. N. S. Hage Rafael Almeida Fighera FMV/UFV

FMV/UFSM

Carla Batista Lorigados

Fernando Ferreira

José de Alvarenga

Maria Cristina Nobre

Rafael Costa Jorge

Carla Holms

Filipe Dantas-Torres

Jose Fernando Ibañez

M. de Lourdes E. Faria

Regina H.R. Ramadinha

José Luiz Laus

Maria Isabel M. Martins

Renata Afonso Sobral

FZEA/USP-Pirassununga FCV/UBA

DCPA/CCR/UFSM FCV/UBA

Endocrinovet FMV/UFSM

Universidade Metodista

CMV/Unesp-Aracatuba UFPR, UI/EUA

Aline Machado Zoppa FMU/Cruzeiro do Sul

Aloysio M. F. Cerqueira UFF

Ana Claudia Balda FMU, Hovet Pompéia

Ananda Müller Pereira

Universidad Austral de Chile

Ana P. F. L. Bracarense DCV/CCA/UEL

André Luis Selmi

Anhembi/Morumbi e Unifran

Angela Bacic de A. e Silva FMU

DMV/UFLA

FCAV/Unesp-Jaboticabal FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FCAV/Unesp-Jaboticabal UESC

FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP; IVI

Médica veterinária autônoma FMVZ/USP-São Paulo FMU

Anclivepa-SP

FMVZ/USP-São Paulo FACCAT/RS

UAM, UNG, UNISA

FMVZ/USP-São Paulo UNICSUL

FMVZ/USP-São Paulo ANCLIVEPA-SP EMBRAPA

FMV/UEL

UFSM/URNERGS ODONTOVET FMV/UFF

FMVZ/USP-São Paulo FMV/UFSM PROVET UFPR

DMV/UFRPE FioCruz-RJ

FMVZ/USP-São Paulo

FMVZ/Unesp-Botucatu FCV/UBA

DMV/UFRPE FAMi

FEJAL/CESMAC/FCBS DCV/CCA/UEL

FMVZ/USP-São Paulo CPAM

Carlos Alexandre Pessoa Flávia R. R. Mazzo

FMVZ/Unesp-Botucatu UFERSA Provet

FCV/UBA

ICB/UFMG

DMV/UFLA

ESALQ/USP

Instituto PetSmile FCV/UBA

EMV/FERN/UAB

Dep. Clin. Sci./Oregon S. U. FMVZ/UNESP-Botucatu FMV/UFRRJ

ODONTOVET

Koala H. A. e Inst. Dog Bakery Lab. Badiglian UFLA

FMV/UFF FioCruz

FMVZ/Unesp-Botucatu FMV/UEL

FCAV-Unesp-Jaboticabal UAM

Odontovet

Universidade da Pennsylvania FMVZ/USP

FALM/UENP

FMVZ/Unesp-Botucatu Lab. Werner e Werner FMVZ/UFMG UEL

FCAV/Unesp-Jaboticabal Ceva Saúde Animal FMV/UFRPE

FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/Unesp-Botucatu FMVZ/Unesp-Botucatu FMVZ/Unesp-Botucatu FM/UFTO

FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo UAM e UNISA

FMVZ/USP-São Paulo

FMVZ/USP-Pirassununga Biogénesis-Bagó Saúde Animal FMVZ/Unesp-Botucatu FMVZ/USP-São Paulo PUC-PR

CMV/Unesp-Aracatuba

FMV/UFF

VCA/SEPAH

DCV/CCA/UEL

FMVZ/USP-São Paulo CMV/Unesp-Araçatuba FMVZ/USP-São Paulo FALM/UENP

Psicologia PUC-SP ODONTOVET

FMVZ/Unesp-Botucatu FMV/UEL UNIUBE

FMV/UEL FMV/UFF FMV/UFF

CMV/UFPR FCV/UBA

FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMV/Unesp-Botucatu FMV/UFFe FioCruz DCV/CCA/UEL

Paulo Anselmo Zoo de Campinas

FMVZ/USP-São Paulo

FMVZ/Unesp-Botucatu UNIMES, UNIBAN

FMVZ/USP-São Paulo FSP/USP

DCV/CCA/UEL

Hovet Pompéia FMV/UFRRJ

Onco Cane Veterinária

www.animalexotico.com.br

Provet

Carlos E. S. Goulart

Flavia Toledo

José Ricardo Pachaly

M. Jaqueline Mamprim

Renata Navarro Cassu

Carlos Roberto Daleck

Flavio Massone

José Roberto Kfoury Jr.

Maria Lúcia Z. Dagli

Renée Laufer Amorim

Carlos Mucha

Francisco E. S. Vilardo

Juan Carlos Troiano

Marion B. de Koivisto

Ricardo Duarte

FTB

FCAV/Unesp-Jaboticabal IVAC-Argentina

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Univ. Estácio de Sá FMVZ/Unesp-Botucatu Criadouro Ilha dos Porcos

FCAV/Unesp-Jaboticabal UNIPAR

FMVZ/USP FCV/UBA

FMVZ/Unesp-Botucatu FMVZ/USP-São Paulo

CMV/Unesp-Araçatuba

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Unoeste-Pres. Prudente FMVZ/Unesp-Botucatu Hovet Pompéia


Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR

Ricardo S. Vasconcellos CAV/UDESC

Rita de Cassia Garcia FMVZ/USP-São Paulo

Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ

Rita Leal Paixão FMV/UFF

Robson F. Giglio

Hosp. Cães e Gatos; Unicsul

Rodrigo Gonzalez

FMV/Anhembi-Morumbi

Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu

Ronaldo C. da Costa CVM/Ohio State University

Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio

Rosângela de O. Alves EV/UFG

Rute C. A. de Souza UFRPE/UAG

Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA

Sady Alexis C. Valdes ICBIM/UFU

Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu

Silvia E. Crusco UNIP/SP

Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap

Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo

Silvia R. R. Lucass FMVZ/USP-São Paulo

Silvio A. Vasconcellos FMVZ/USP-São Paulo

Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM

Simone Gonçalves Hemovet/Unisa

Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu

Tiago A. de Oliveira UEPB

Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR

Valéria Ruoppolo

Int. Fund for Animal Welfare

Vamilton Santarém Unoeste

Vania M. de V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu

Victor Castillo FCV/UBA

Viviani de Marco

UNISA e NAYA Especialidades

Wagner S. Ushikoshi

FMV/UNISA e FMV/CREUPI

Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional

Instruções aos autores A Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais, que são discutidas detalhadamente. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo até 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de dez anos de publicação. Critérios editoriais Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet (cvredacao@editoraguara.com.br) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências.

No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Evitar citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Procurar se restringir ao "Material e métodos" e às "Conclusões" dos trabalhos. Sempre buscar pelas referências originais consultadas por esses autores. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência. Não são aceitos Apuds. A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado

Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br

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BEM-ESTAR ANIMAL

Os bons-tratos gerados pelos ativistas Tripoli, Aurélio Miguel e Gilberto Natalini. Mas desde então a situação vem mudando Manifestação CCZ/2009 para melhor. No caso da invasão do Instituto Royal, que aconteceu no mês outubro de 2013, não está sendo diferente. A repercussão da mobilização criada pelos atihttp://goo.gl/NThZ58 vistas gerou visibilidade nacional e internacional para a problemática. Além disso, a frequência com a qual o tema vem sendo amplamente discutido está gerando interesse pela população sobre os testes em animais e se eles são ou não necessários. Discutir a experimentação animal é Em 2009, ação de ativistas foi vital para a qualidade de vida dos importante, mas também é fundamental animais mantidos no CCZ/SP: “CCZ, muda ou fecha!” manter em evidência o desenvolvimento da educação humanitária. Nesse coná mais de quatro anos atrás, em Paulo (CCZ/SP), cobrando mudanças texto, a profa. dra. Irvênia Prada, coorabril de 2009, cerca de 600 ati- na gestão dos animais mantidos no cendenadora do grupo Medicina Veterinávistas reuniram-se na frente do tro. Essa situação foi acompanhada por ria e Espiritualidade (Medvesp), que Centro de Controle de Zoonoses de São vereadores do município de São Paulo, realiza encontros mensais na Faculdaque realizaram uma diligência ao de de Medicina Veterinária e ZootecCCZ/SP e também levaram o caso para nia da Universidade de São Paulo discussão dentro de comissão instalada (FMVZ/USP), é um exemplo de incenna Câmara Municipal de São Paulo. tivo. Foram meses de trabalho intenso Métodos substitutivos no ensino para os ativistas e para os vereadores não deveriam ser opcionais, mas sim que formaram a comissão: Roberto obrigatórios em qualquer instituição. A Rescue Critters, por exemplo, oferece dezenas de soluções excelentes: http://www.rescuecritters.com/ .

H

Postagem no Facebook de Estopinha, cadela educada por Alexandre Rossi, com sua foto e o texto “Um dia os pesquisadores descobrirão que os animais é que eram o remédio”, feita no dia 20 de outubro, terminou o mês com mais de 64.000 compartilhamentos e com mais de 93.000 pessoas que curtiram a mensagem. Isso reflete o desejo da população por mudanças. Também faz uma alusão aos excelentes benefícios das terapias assistidas por animais. http://www.facebook.com/estopinha/ 14

Nina Rosa Jacob, do Instituto Nina Rosa, que proferiu palestra em outubro e a professora Irvênia Prada (à direita) http://www.fb.com/MEDVESP

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Meio ambiente realizou audiência sobre maustratos a animais a pedido do deputado Tripoli

A

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou, no dia 23 de outubro de 2013, requerimento do deputado Ricardo Tripoli (SP) para a realização de audiência pública destinada a debater as denúncias de maus-tratos a animais no Instituto Royal, situado no município de São Roque, SP. Dias antes, no fim de semana, o laboratório da empresa foi invadido por ativistas, que libertaram 178 cães da raça beagle. O deputado é relator da comissão especial formada para acompanhar e investigar o caso. Também coordenador da Fauna da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, afirma que o tema precisa ser discutido, dada a gravidade e a amplitude que teve. Os cães foram resgatados na madrugada do sábado da ala de maternidade e das dependências destinadas a pesquisa. De acordo com o Movimento de Proteção Animal, o instituto é acusado de maltratar cães usados em pesquisas e testes de produtos cosméticos e farmacêuticos, além de utilizar, para tal finalidade, também coelhos e ratos. A denúncia de maus-tratos a animais no Instituto Royal foi discutida em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, no dia 29 de outubro. O foco foi a libertação de 178 cães da raça beagle que seriam usados em testes científicos no laboratório do instituto, em São Roque, interior paulista. A diretora e os funcionários do instituto foram convidados a participar da discussão, mas compareceu apenas o advogado da empresa. O deputado Ricardo Tripoli, que pediu a audiência, quer esclarecer essa polêmica e buscar soluções efetivas para problemas que vêm se repetindo há vários anos. "Existem várias formas de maus-tratos, e dentre eles apareceu agora esse caso Royal, que é, na verdade, caracteristicamente um aspecto de maustratos, pela forma como os elementos

eram utilizados para, segundo eles, experimentos científicos." Tripoli também é o relator da comissão externa criada pela Câmara para investigar o caso Royal. Os arquivos de áudio da audiência podem ser baixados na página da Câmara dos Deputados: http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/Re sultado.asp?txtCodigo=46273/ . Estão disponíveis as falas: • do relator da comissão especial formada para acompanhar e investigar o caso, o deputado Ricardo Tripoli; • do presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Animais, Ricardo Izar; • do advogado do Instituto Royal, Alexandre Domingues Serafim; • do professor Stélio Pacca Luna, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/Botucatu) ; • do coordenador da campanha Libertese da Crueldade, da organização Humane Society International, Helder Constantino; • da ativista Luisa Mell, presente na invasão; • da profa. Paula Papa, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo; • do Assessor da Dimon – Diretoria de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Pedro Canísio Binsfeld, representando o Diretor-Presidente Dirceu Brás Aparecido; • da presidente da UIPA - União Internacional Protetora dos Animais, Vanice Orlandi; • dos deputados Penna, Acelino Popó, Otoniel Lima, Domingos Sávio e da deputada Iara Bernardi. Crime No dia 23 de outubro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, classificou a invasão como “crime”. "Esse ato foi feito à revelia da lei. Quando a legislação foi de-

batida, abordou-se também a necessidade de a comunidade científica, as agências públicas, as universidades e as empresas fazerem testes com relação a novos medicamentos. Em todo o mundo é assim, não só no Brasil”, declarou. Tripoli rebate a acusação de invasão lembrando que maus-tratos também constituem crime. "Embora o Código Penal [Decreto-Lei n. 2.848/40] trate das questões de furto e invasão, a Lei dos Crimes Ambientais [n. 9.605/88] determina também que maus-tratos aos animais constituem crime. O mundo avançou muito – estão aí os prêmios Nobel de Medicina e a formação de células humanas em laboratório –, e não há mais necessidade de os animais sofrerem como vêm sofrendo em atividades como essa", rebateu Tripoli. “Em diversos países europeus e em Israel já não permitem a comercialização de produtos que utilizam animais vivos para a pesquisa, o que levou a uma solução alternativa para garantir o desenvolvimento do setor com utilização de outras técnicas, como pele e cabelo sintético”, acrescenta o deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ), que também pediu o debate. O prof. dr. Stélio Pacca Luna, da Unesp de Botucatu, em sua apresentação na audiência feita na Câmara dos Deputados, no dia 29 de outubro, frisou que “é necessário a revisão da legislação para testes de cosméticos, pois, assim como na Europa, não deveríamos usar animais. No ensino (vivissecção), sua utilização é 100% desnecessária. Na pesquisa, ainda estamos na fase de redução, susbtituição e refinamento”. Enquanto isso, o Projeto de Lei 2833/2011 aguarda sua inclusão na pauta de votações. De autoria do deputado Ricardo Tripoli, a proposta eleva consideravelmente as penas dos crimes cometidos contra cães e gatos e das práticas que atentam contra a vida, a saúde ou a sua integridade física.

Fontes: Agência Câmara e assessoria do deputado Ricardo Tripoli

http://www.psdbnacamara.com.br/wordpress/?p=99502 | http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/CIENCIA-E-TECNOLOGIA/455612-DIRETORA-DO-INSTITUTO-ROYAL-EXPLICA-OCASO-DOS-BEAGLES-NESTA-TERCA-NA-CAMARA.html

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BEM-ESTAR ANIMAL

Vivissecção: um negócio indispensável aos "interesses" da ciência?*

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s cientistas e pesquisadores que investigam as doenças que afligem os seres humanos são treinados em centros de pesquisa na prática criminosa da vivissecção, proibida pela Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, quando há métodos substitutivos. Em muitos casos, a vivissecção é o único método no qual a inteligência científica recebe treinamento. Nos últimos quarenta anos, a pesquisa biomédica centrou esforços em experimentos com "modelos" obtidos às custas do sofrimento e da morte de animais não humanos, usados para espelhar as doenças produzidas num ambiente físico e mental humano. Entre essas estão o câncer, os acidentes vasculares, a hipertensão, a hipercolesterolemia, o diabetes, a esclerose múltipla, as degenerações neurológicas conhecidas por mal de Parkinson e mal de Alzheimer, a "depressão" e outras formas de sofrimento psíquico. Ratos, camundongos, cães, símios, cavalos, porcos e aves são comercializados no mercado vivisseccionista. Só para dar um exemplo: calculase que haja 2,6 milhões de seres humanos sofrendo de esclerose múltipla ao redor do planeta. Os medicamentos obtidos a partir da vivissecção de roedores fracassaram. Os cientistas reconheceram que a causa da doença é "ambiental", contribuindo para ela diferentes genes, não apenas um. Os medicamentos disponíveis hoje, de origem microbiana, não resultaram da vivissecção, e sim da codificação da estrutura físico-química deles (Greek & Greek, Specious Science – Nova York: Continuum, 2000). Não sendo aquelas doenças nem de origem genética nem hereditárias, qual seria o propósito científico de

*Fonte: Pensata animal – http://www.pensataanimal.net/

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insistir na arquitetura do modelo animal para buscar a sua cura ? Talvez se possa saber a resposta olhando para os interesses financeiros (reais "benefícios humanos"?), que cercam a atividade vivisseccionista acadêmica e os negócios que ela encobre. Consultando-se a tabela de preços das empresas que fornecem camundongos geneticamente modificados para pesquisas vivisseccionistas, por exemplo, começamos a ter uma ideia do que se esconde por detrás do argumento do "benefício humano", que os vivisseccionistas defensores da legalização dessa prática antiética usam como escudo para se proteger das críticas abolicionistas. A pesquisa com animais vivos "beneficia interesses humanos": o preço de um camundongo geneticamente modificado, para citar apenas uma espécie usada na vivissecção, pode variar de U$100,00 a U$15.000,00 a unidade. Os utensílios para o devido manejo de um animal desses não são oferecidos por preços camaradas. Um aparelho para matar de forma "humanitária" animais usados na pesquisa, desativando-lhes as enzimas cerebrais, custa algo em torno de U$70.000,00 a unidade. Os aparelhos para conter ratos, cães, gatos e macacos podem custar entre U$4.500,00 e U$8.500,00 a unidade. Os "produtores" de animais também são parte dessa cadeia que forma a "dependência da ciência em relação à vivisseccção", sem a qual ela não pode sobreviver hoje, e à qual a vida e a saúde humana estão algemadas. Em 1999, relatam Greek & Greek, a venda de camundongos nos Estados Unidos alcançou 200 milhões de dólares. A de outros animais chegou a 140 milhões de dólares. Mas os "benefícios humanos" aos quais os vivisseccionistas se referem em sua defesa pública da regulamentação da vivissecção no Brasil não se restringem apenas ao que os empresários produtores de

animais e fabricantes de aparelhos para contê-los nos biotérios e laboratórios faturam. Também os editores de revistas, jornais e livros são parte dessa comunidade humana "beneficiada" pela vivissecção. E, finalmente, o benefício humano mais espetacular está no faturamento da indústria química e farmacêutica, uma cadeia de negócios à qual estão atreladas todas as farmácias ao redor do planeta e todas as pessoas que compram medicamentos alopáticos na esperança de cura ou alívio de seus males, e alimentos processados, cujos componentes levaram os animais a sofrer o Draize Test e o LD 50. Mas, quando os vivisseccionistas publicam artigos defendendo a legalização de sua prática antiética de matar animais para inventar modelos que possam espelhar doenças humanas, mesmo sabendo que cada organismo tem sua própria realidade ambiental e não existe um meio que possa curar uma mesma doença em todos os indivíduos, pois cada um a desenvolve de modo peculiar, os "benefícios contábeis" e os "benefícios acadêmicos" acumulados em todos os elos dessa cadeia vivisseccionista são escondidos do leitor. Ninguém publica, no Brasil, um relato minucioso do montante destinado pelas agências financiadoras à pesquisa vivisseccionista. Por isso, não temos conhecimento dos custos do fracasso vivisseccionista (aids, câncer, mal de Parkinson, mal de Alzheimer, esclerose múltipla, diabetes, colesterolemia – doenças ambientais, muito mais do que genéticas). A pesquisa com animais levou a indústria farmacêutica ao apogeu nos últimos vinte anos. Não casualmente, nestes últimos vinte anos multiplicaram-se as mortes por insuficiência circulatória, hipertensão, diabetes, câncer, síndromes neurológicas degenerativas, cirrose hepática e infecções. O componente ambiental dos males

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humanos não pode ser espelhado no organismo de ratos e camundongos. Ao mesmo tempo, os vivisseccionistas insistem em defender a lei que legalizará sua prática, dando a entender ao público leigo que a vivissecção é a "saída" para a cura dos males humanos. Seus artigos "científicos" não produzem efeito, nem sobre seus pares vivisseccionistas. Como poderiam produzir efeito sobre a saúde humana? 80% dos artigos publicados em revista especializada são citados no máximo uma vez em outros veículos, e 50% dos artigos vivisseccionistas jamais são citados, seja na mesma, seja em outras revistas (Greek &Greek, op. cit.). Os milhões de animais mortos para que tais artigos sejam publicados e para que seus autores os contabilizem em sua produtividade acadêmica tiveram a vida destruída em troca de nenhum outro "benefício humano" a não ser dar a seus autores o título de mestre e doutor, ou a concessão de bolsas de produtividade. São esses os reais "benefícios humanos" da prática vivisseccionista, dos quais ninguém pode abrir mão? Sônia T. Felipe - felipe@cfh.ufsc.br Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781199P4 Doutora em Teoria Política e Filosofia Moral, pela Universidade de Konstanz, Alemanha (1991); co-fundadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Violência (UFSC, 1993); ex-voluntária do Centro de Direitos Humanos da Grande Florianópolis (1997-2000); autora dos livros, Ética e Experimentação Animal - fundamentos abolicionistas (Florianópolis; Edufsc, 2006) e Por uma questão de princípios (Florianópolis; Boiteux, 2003); co-autora de A violência das mortes por decreto (Florianópolis; Edufsc, 1998), O corpo violentado (Florianópolis; Edufsc, 1998), Justiça como Eqüidade (Florianópolis; Insular, 1998, esgotado). Colaboradora nas coletâneas, Instrumento Animal (Bauru: Canal 6, 2007), Éticas e políticas ambientais (Lisboa: Centro de Filosofia, 2004), O

utilitarismo em foco (Florianópolis: Edufsc, 2007), Filosofia e Direitos Humanos (Florianópolis: Editora UFC, 2006), Tendências da ética contemporânea (Petrópolis: Vozes, 2000); autora de dezenas de artigos editados nos sítios: Sociedade Vegetariana Brasileira – http://www.svb.org.br/; Pensata Animal – http://www.pensataanimal.net/; e na revista Ethic@ (http://www.cfh.ufsc.br/ethic@/); coordena o Laboratório de Ética Prática, do Departamento de Filosofia da UFSC; é professora e pesquisadora do Programa de Graduação e Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, da UFSC; é membro Permanente do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Bioethics

Institute da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento, Lisboa; coordena o projeto de pesquisa: Feminismo ecoanimalista: contribuições para a superação da violência e discriminação especistas, revisando a literatura sobre defesa de animais e ecossistemas produzida por mulheres (doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, UFSC, 20092011); é membro fundador da Sociedade Vegana.

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BEM-ESTAR ANIMAL

Direitos aos animais* Por Anderson Furlan, mestre e doutorando em Ciências Jurídico-Econômicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, é juiz federal e autor de livros

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os primórdios, as necessidades dos bandos de caçadores-coletores e das primeiras civilizações conduziram os seres humanos à apropriação dos animais, principalmente para alimentação. A necessidade se transformou em cultura, e a cultura encontrou na ignorância científica e em postulados religiosos contraditórios fundamentos para a instrumentalização de animais, sem restrições. Se Aristóteles construiu um muro conceitual para separar humanos e animais, outorgando ao ser humano a condição de epicentro de toda ordem universal, Darwin vergou a linha evolutiva para incluir o ser humano como mais um das centenas de elos da cadeia da vida, devolvendo-o ao reino animal. Watson e Crick, desvendando o segredo do DNA em 1953, abriram as portas para que a ciência mapeasse o genoma de centenas de seres vivos, denunciando enfaticamente a animalidade comum e a proximidade chocante dos humanos com demais seres – humanos e chimpanzés compartilham mais de 98% do mesmo DNA. Em julho de 2012, contrariando Tomás de Aquino, René Descartes e tantos outros, foi publicada a Declaração de Cambridge, em que um grupo internacional de neurocientistas categoricamente reconheceu que os animais, assim como os humanos, experimentam estados afetivos e possuem os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e

neurofisiológicos de estados de consciência e capacidade de exibir comportamentos intencionais. Sendo humanos e animais partes do todo, compartilhando estruturas genéticas, constituição física e química, sentidos e capacidades neuronais, estando irremediavelmente unidos pelo medo da morte e da dor, não exige a racionalidade um tratamento jurídico que garanta minimamente direitos fundamentais a algumas espécies de animais? A não ser por uma esquizofrenia antropocêntrica, parece não fazer muito sentido acreditar ou defender que um punhado de células embrionárias tenha mais proteção jurídica que centenas de outras formas de vida abandonadas ao jugo humano em laboratórios ou frigoríficos. A legislação atual, em várias partes do mundo, trata os animais como coisas, podendo seus donos usar e dispor delas como bem entenderem. Pesquisas mundiais, entretanto, revelam que a esmagadora maioria das pessoas condena a crueldade contra animais. Muitos países, como o Brasil, proíbem a crueldade contra os animais, mas, para tornar mais eficiente a defesa de outros seres vivos, discute-se a possibilidade de se outorgar efetivos direitos aos animais. Isso depende de uma decisão política. Depende de uma comunidade reconhecer legalmente que animais merecem respeito e consideração a ponto de serem titulares de alguns direitos

fundamentais, como o direito à vida e à liberdade. Sonegar aos animais um catálogo mínimo desses direitos frauda a própria animalidade que nos vivifica e a racionalidade que nos anima. Obviamente, nem todos os direitos humanos são passíveis de serem outorgados aos animais. Esta diferenciação é a pedra angular do Direito, que trata desigualmente os desiguais na medida de suas diferenças. Não tem sentido se falar em se outorgar o direito ao voto aos animais, por exemplo. Os direitos devem ser outorgados e exercidos de acordo com as características dos titulares. As grandes transformações nunca aconteceram na base do tudo ou nada. A outorga de direitos aos animais é um debate moral. Embora não seja o ideal, é imperativo que se comece a outorgar alguns direitos, ainda que dentro de limites, como apregoa Steve Wise, da Harvard Law School. O que não se concebe mais é que uma folha de papel, denominada pessoa jurídica, tenha direito subjetivo à sua dignidade moral enquanto animais conscientes são tratados como coisas, e que a violação de uma sepultura ou cadáver humano seja mais relevante para a legislação que o sofrimento de animais.

Fonte: Gazeta do Povo – http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1420793&tit=Direitos-aos-animais/

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BEM-ESTAR ANIMAL

A revolução dos bichos*

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animal não é, por natureza, um ser político. Em vista dessa condição, animais não possuem direitos. E por uma razão muito simples: o direito é propriedade fundamental de seres que reconhecem, evocam e comunicam o que lhe é próprio, a parte que lhe cabe, o que é seu, bem como reconhecem aquilo que é de cada um, isto é, o justo. A pior coisa para o direito – e aqui está uma de suas principais fragilidades – é a possibilidade de a justiça ser corrompida no delírio da utopia: quando o critério fundamental de medida do justo está submetido aos devaneios da imaginação utópica, então já não há mais condições de se falar da realidade efetiva do direito. A visão de que animais devem ter direitos equivalentes aos dos seres humanos implica um desses ideais de mundo que precisa desconfigurar a realidade das coisas a fim de fazer sentido. No mundo da fantasia tudo é possível: tubarões, leões, escorpiões, raposas, coelhos, zebras, cordeiros... e humanos são todos amigos e vivem felizes para sempre: Imagine all the people (principalmente mulheres e baratas) living life in peace.

Por Francisco Razzo (mestrando em Filosofia pela PUC-SP)

Por que seres humanos têm direitos e os animais não têm? Ora, porque o ser humano é o único – dentre todos os animais – capaz de reconhecer o que é seu e, só por isso, reclamar o que lhe é próprio; além disso, também é capaz de reconhecer o que é próprio dos outros, inclusive dos animais. Não há direito quando a balança da justiça é unilateral. E não é possível estabelecer relações morais, políticas e, consequentemente, jurídicas com animais a não ser numa via de mão única. Direito pressupõe a relação entre partes, ou seja, seres profundamente conscientes de sua própria natureza – racional, autoavaliativa, volitiva, comunicativa, livre e limitada. Meu cão mata o gato do vizinho. Quem responderá por esse dano? Eu, que responderei ao meu vizinho (política ou juridicamente)! Não o meu cão a uma suposta comunidade política ou jurídica formada por gatos. A condição de todo direito também implica a realidade da comunidade política – definida pela comunidade dos seres conscientes e falantes – cuja finalidade consiste em criar meios a fim de se distribuir bem a parte que pertence a cada um, os membros dessa comunidade, por direito.

Ser capaz de responder pelos próprios atos e escolhas – o que pressupõe um animal racional, livre e sócio de outros animais igualmente racionais, livres e também capazes de responder pelos próprios atos e escolhas – é a condição fundamental da realidade do direito. Como não há possibilidade de o ser humano participar de uma comunidade política com outros animais, então não há como estabelecer com eles uma relação de direito. Uma alface, uma mosca, um cão ou um macaco não têm direito à vida, eles simplesmente vivem. Os danos que um ser humano pode provocar a um animal não são danos morais ou jurídicos, são danos biofísicos. A pergunta correta que devemos – nós, humanos – sempre fazer a nós mesmos é: até que ponto é moralmente lícito a nós, seres humanos, sermos a causa de danos biofísicos a outros animais em benefício de nós mesmos? Essa é uma reflexão humana, de seres humanos para seres humanos. E, independentemente da resposta, ela não implica a propriedade de direito e de estatuto moral aos animais; pelo contrário, ela implica, na verdade, o reconhecimento do limite da nossa própria condição enquanto humanos.

Fonte: Gazeta do Povo – http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1420792&tit=A-revolucao-dos-bichos

Entendendo a experimentação animal

A crítica científica ao uso de animais como modelos de pesquisa para a saúde humana Leitura indispensável para aqueles que procuram se aprofundar nas críticas científicas à utilização de animais como modelos de pesquisa para a saúde humana. Resultado da pesquisa de doutorado do prof. dr. Thales Tréz, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Alfenas, campus avançado de Poços de Caldas (MG). Trata-se de uma obra acadêmica, resultado de 4 anos de pesquisa junto ao Programa de PósGraduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC. A íntegra da tese pode ser acessada a partir deste material. O conteúdo do documento tem como principal objetivo divulgar informações importantes para a compreensão da corrente científica crítica à modelagem animal para fins de pesquisa e desenvolvimento de produtos voltados para o ser humano. Surge em um momento bastante oportuno da libertação de animais até então confinados em um instituto de pesquisa. Disponível para download em: http://www.1rnet.org/literatura/experimentação_animal_versao1.pdf 20

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BEM-ESTAR ANIMAL

2º Max Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais Com o propósito de orientar, capacitar e beneficiar o trabalho de pessoas que se dedicam à causa da proteção animal, a fabricante de alimentos para cães e gatos Total Alimentos realizou pelo segundo ano consecutivo o Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais, ENAPA. O evento ocorreu no dia 6 de outubro, das 9 às 17h, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, SP. “Esta é uma oportunidade que os protetores têm de conhecer melhor o assunto e achar soluções para seus problemas. Hoje o tema está cada vez mais em pauta nas mídias sociais. Há muitas pessoas querendo fazer o bem, mas muitas

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vezes, sem o conhecimento necessário. Só por meio da educação é que mudaremos a nossa realidade”, afirma Artur Ribas, gerente de marketing da Total Alimentos. Fizeram parte da programação temas como: os benefícios da formalidade na prática; o uso das mídias sociais na causa; a educação humanitária na prevenção de maus tratos; a relação entre os maus-tratos animais e a violência contra as pessoas; formas de fazer acontecer sem pedir dinheiro; nutrição emergencial para recém-nascidos; a importância da parceria com veterinários e da castrações de baixo custo; entre outros pontos.

Além do conhecimento compartilhado através das palestras, os presentes terão muito a ganhar com os benefícios gerados pelo programa Max em Ação (http://www.maxemacao.com.br), cujo propósito é levar ajuda aos animais necessitados de todo o Brasil, por meio do trabalho de ONGs e protetores. “Temos 320 ONGs cadastradas e 206 protetores, somando 526 ativistas em prol da causa animal. Desde o lançamento do projeto, já foram doados mais de 75.600 kg de rações Max por meio deste projeto. Nossa expectativa é aumentar cada vez mais nossa participação em causas do bem”, aponta Ribas.

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E se o Instituto Royal fosse em Curitiba?

Alexander Welker Biondo, médico veterinário, ocupa, desde 1º de fevereiro de 2013, o cargo de Diretor do Departamento de Pesquisa e Preservação da Fauna, órgão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que responde pelo Zoológico do Parque Iguaçu, Museu de História Natural e Rede de Defesa e Proteção Animal http://www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br/

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1. Não duraria uma semana. O telefone 156 da Prefeitura não pararia de tocar, receberia pelo menos umas 100 denúncias todos os dias, parte dos próprios funcionários revoltados, parte das protetoras ferozes postando fotos e mais fotos nas redes sociais; 2. Não precisaria invasão. Já teríamos feito a vistoria há tempos, com parceria do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), apoio da Guarda Municipal de Proteção Animal de Curitiba e entrada garantida pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente do Paraná; 3. Não precisaria polêmica nos maus-tratos. O laudo de bem-estar animal da Rede de Proteção Animal e de responsável técnico do CRMV-PR já estariam disponíveis para consulta; 4. Não precisariam escondê-los. A lei municipal de maus tratos em Curitiba 13.908/2011 garante adoção imediata nos casos em que se configurem os maus tratos; 5. Não ficaria a dúvida de quem é quem. Todos animais estariam microchipados, evitando recolhimento de qualquer beagle como suspeito de ter sido resgatado; 6. Não seria preciso roubá-los. A prefeitura faria um evento "Amigo Bicho Royal" apenas para adoção de beagles examinados, microchipados, vacinados e castrados gratuitamente; 7. Não precisariam procurá-los. Curitibano sempre leva seu cão a passear no Parcão aos sábados e no Barigui aos domingos ...

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SAÚDE PÚBLICA

Cães com leishmaniose visceral poderão ser tratados

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decisão do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, publicada no dia 8 de outubro de 2013, vale para todo país. A íntegra do documento pode ser acessada através do portal do Supremo Tribunal Federal, através do endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ , sob o número 4653209. No documento assinado pelo ministro encontra-se citação de matéria sobre o Brasileish publicada em edição de 2012 da revista Clínica Veterinária – http://www.revistaclinicaveterinaria.com.br/: “A petição da interessada também traz publicação mais recente, contida no número 101, ano XVII, da revista Clínica Veterinária, novembrodezembro de 2012, p. 28-29. O texto apresenta as conclusões de encontro do Brasileish – Grupo de Estudos em Leishmaniose Animal, ocorrido em 26 de outubro de 2012, e ressalta a necessidade de se adotarem iniciativas preventivas como o controle da população canina por meio de esterilização, a vacinação e o cadastramento de proprietários, bem como o incentivo pelo poder público à utilização de inseticidas,

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em especial os colares, cuja utilização nos cães é considerada imperativa. O grupo também recomenda que o diagnóstico da leishmaniose visceral seja feito exclusivamente por médico veterinário, por meio de exames que não se restrinjam ao de sorologia, devendo ser adotado o critério de duplo teste a fim

Assista a entrevista com o dr. Wagner Leão do Carmo, advogado do Abrigo dos Bichos, no BOM DIA MS (18/10/2013) – http://g1.globo.com/videos/matogrosso-do-sul/bom-dia-ms/t/edicoes/v/decisao-do-stf-derruba-portaria-que-proibe-o-tratamento-decaes-com-leishmaniose/2896762/

de excluir falsos positivos. Por fim, o Brasileish também sugere que o proprietário do animal seja previamente informado das alternativas existentes diante da confirmação do diagnóstico de leishmaniose visceral canina. Se a opção for pelo tratamento, o médico veterinário responsável deve realizá-lo por meio de protocolos que confiram melhora ou cura clínica do animal e redução da carga parasitária, a serem atestadas por meio de exames clínicos e laboratoriais”. Brasileish A Anclivepa Minas e o Brasileish vão realizar, de 13 a 15 de dezembro, em Belo Horizonte, MG, o X Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina. O evento, sempre na vanguarda, promete continuar surpreendendo, qualificando e elevando as discussões.

http://www.anclivepa-mg.com.br

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Pesquisa sobre o sistema de vigilância da raiva canina em SP

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Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Instituto Pasteur estão avaliando o sistema de vigilância da raiva canina no Estado de São Paulo e precisam saber a opinião dos médicos veterinários clínicos. Para participar, basta acessar o questionário online, a ser respondido exclusivamente pelos veterinários clínicos atuantes no Estado de São Paulo. Para contribuir, acesse o endereço eletrônico http://www.surveymonkey.com/s/raiva_clinico com a chave de acesso: raiva. Participe! A sua opinião é muito importante! Mais informações: camila@vps.fmvz.usp.br Para informar-se sobre o diagnóstico laborial da raiva canina, acesse o manual produzido pelo Ministério da Saúde: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_diagnostico_raiva.pdf

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ECOLOGIA

Ecologia e conservação de grandes carnívoros

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a primeira quinzena do mês de outubro de 2013, uma equipe de especialistas ficou acampada na ESEC de Taiamã, Unidade de Conservação situada no Pantanal, no estado de Mato Grosso, com o objetivo de encontrar onças-pintadas para colocação de colares GPS-Satélite. “Foi uma semana de muito trabalho e contratempos enfrentando investidas de marimbondos carniceiros e muita chuva,

mas a recompensa veio no dia 14 de outubro, por volta de 0h30, quando o alarme disparou no laço montado a trezentos metros de nossa base. Lá estava ela, uma linda fêmea com cerca de 70kg. Tudo correu de maneira tranquila, e logo começamos a receber dados”, relatou Ronaldo Gonçalves Morato, do CENAP-ICMBio, pesquisador cuja linha de trabalho é focada na ecolo- Equipe de veterinários; Selma Onuma (ESEC gia e na conservação de Taiamã-ICMBio), Gediendson Araújo (UFV), mamíferos carnívoros. Ronaldo Morato (CENAP-ICMBio), Tarcízio de O colar sistema GPS-Saté- Paula (UFV) e Antonio Carlos Csermak (UFV) lite permite monitoramento contínuo e os pesquisadores recebem as informações em seus com- ao trabalho de conservação. Nesse putadores, por meio de um webservice, caso, especificamente, o conhecimento a cada 12 horas. Tais informações for- do padrão de movimentação e do pronecem subsídios para estudar os hábitos cesso de uso e seleção de habitat vai da espécie, o que é fundamental para o contribuir para a proposição de ampliadesenvolvimento dos estudos relativos ção da unidade de conservação. Número temático recém-publicado da revista científica BioBrasil promove discussão sobre manejo de unidades de conservação, por diversas perspectivas, e sobre conservação e manejo de espécies ameaçadas, com ênfase na fauna: http://www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR/issue/current

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Jack Hanna Tuesday, January 21, 2013 • 7:30 PM Gaylord Palms Resort & Convention Center Doors open at 7:00 PM Jungle Jack Hanna explores the corners of the globe as one of the most respected animal ambassadors. His enthusiasm and “hands-on” approach to wildlife conservation has won him widespread acclaim as a conservationist, television personality, author and Director Emeritus of the Columbus Zoo and Aquarium.


OPINIÃO

As dirofilárias voltaram!

Cães com atividades ao ar livre são mais expostos à infecção

N

o início da década de 2000 a doença do verme do coração deixou de ser frequente em todo o Brasil. Entretanto, de 2009 até hoje o número de casos novos de infecção canina pelo parasito Dirofilaria immitis aumentou significativamente, tanto aqui como em todo o mundo. No Brasil, a infecção voltou a ser frequente em lugares onde no passado havia grande número de cães infectados, e a infecção apareceu em alguns locais onde não havia registros de sua ocorrência. Na verdade, todos nós, médicos veterinários clínicos de pequenos animais, temos a missão de proteger nossos pacientes contra esses vermes do coração, informando aos responsáveis pelos animais sobre o parasito, sobre os riscos que representa para a saúde e como evitar a infecção. Para aumentar nossa responsabilidade, recentemente, nos Estados Unidos da América (EUA), populações de vermes do coração resistentes à ação das moléculas utilizadas na prevenção (lactonas macrocíclicas) foram identificadas. Essas populações são raras lá, e

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sua resistência não se restringe a uma molécula, mas a toda a família das lactonas macrocíclicas. Na verdade, a resistência detectada é focal, e a prevenção só falha quando malfeita ou em presença de populações resistentes. Quando os produtos forem utilizados corretamente, na maioria das vezes protegerão os animais de maneira eficiente. No Brasil, não há comprovação da circulação de populações resistentes, mas há indícios que sugerem sua ocorrência. Essa novidade aumenta nossa responsabilidade perante nossos pacientes e clientes. Assim, precisamos seguir as recomendações dos especialistas: i. recomendar cada vez mais que todos os cães recebam medicação preventiva doze meses por ano, de forma contínua, a fim de protegê-los da infecção; ii. lembrar que a existência de poucas populações resistentes aos produtos disponíveis não significa que estes não funcionem como medicação preventiva. Ao contrário, as lactonas macrocíclicas (as quatro moléculas disponíveis

no mercado brasileiro) funcionam como medicação preventiva na maioria dos casos; iii. realizar exames específicos (pesquisa de microfilárias e de antígenos) antes do início do tratamento preventivo, seis meses após o início dele e, depois disso, anualmente; iv. caso se pretenda trocar a medicação preventiva administrada a um animal, os exames específicos deverão ser realizados imediatamente antes da troca e seis meses após. Agindo de acordo com as recomendações dos especialistas, garantiremos a saúde de nossos pacientes e a satisfação dos responsáveis por eles. Se você ainda não se deparou com o resultado “presença de microfilárias” em hemograma cuja suspeita clínica em nada se relaciona com esse achado, prepare-se! A maioria das infecções cursa de forma assintomática! Norma Labarthe CRMV-RJ 1394 labarthe@centroin.com.br

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NOTÍCIAS

Cardiologia veterinária, especialidade em expansão

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Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária (SBCV – http://www.sbcv.org.br/) foi fundada no ano de 1994. Portanto, ano que vem completarará 20 anos de atividades. Guilherme Goldfeder, presidente da SBCV, conta que, “quando foi fundada, a cardiologia veterinária brasileira contava com poucos profissionais especializados. Nos 16 anos anteriores à gestão atual, foram realizados cinco cursos internacionais importantes, com a presença das maiores autoridades veterinárias no assunto, como Robert Hamlim, John Bonagura, Stephen Ettinger, Matt Miller e Mark Oyama, além da technician June Boon, referência na área da ecocardiografia veterinária. Como resultado, muitos colegas brasileiros passaram a se interessar por essa nobre especialidade, dedicando-se a ela". Goldfeder detalha que “em 2010, quando iniciamos a nossa gestão, o cenário era bem diferente. O excessivo número de faculdades de veterinária, aliado ao fortalecimento econômico brasileiro, fez com que aumentasse a procura de profissionais pela especialização. Sabíamos que essa corrida por uma melhor sorte profissional, associada ao surgimento de cursos de um fim de semana, que prometem ao aluno aprender eletro e/ou ecocardiografia em 48 horas, iria acelerar o processo de apren-

dizado e, consequentemente, impactar a qualidade dos cardiólogos brasileiros. Decidimos que era hora de a SBCV crescer e se difundir por todo o país. Investimos na divulgação da nossa marca; criamos as regionais da SBCV; organizamos o I Congresso Brasileiro de Cardiologia Veterinária em 2012; realizamos sete cursos internacionais; coordenamos duas grades científicas em congressos nacionais, em 2011 e 2013, com a presença de colegas da França e da Itália; atualizamos nosso estatuto e criamos o nosso regimento interno, que nos habilitou junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) a outorgar o título de cardiologista veterinário. Com essas ações, obtivemos mais visibilidade no país e um crescimento exponencial do número de associados. Em 2010, nosso quadro associativo contava com 40 membros, e atualmente somos 260 associados”. Goldfeder acrescenta que “os cursos internacionais são direcionados a profissionais que trabalham quase que exclusivamente com cardiologia veterinária. Os tópicos escolhidos por nossa comissão científica são literalmente direcionados à linha de pesquisa do palestrante. Com essa medida, acabamos com as corriqueiras reclamações sobre os palestrantes internacionais, que vinham ao Brasil falar apenas sobre o básico. Agora, a cada curso, somos inquiridos pelos ouvintes sobre quando será o próximo, devido ao grande contentamento com os conhecimentos adquiridos”. Em 2013, a SBCV promoveu mais de 15 cursos em sete diferentes estados do Brasil, além do Distrito Federal, direcionados aos clínicos de pequenos animais e aos Guilherme Goldfeder, presidente da estudantes de SBCV, entidade que realizou, em graduação. “O 2012, o I Congresso Brasileiro de objetivo maior Cardiologia Veterinária

da SBCV é manter a cardiologia nacional em alto nível. Oferecemos anualmente cursos básicos, intermediários e avançados. Cabe ao clínico e ao profissional dedicado à cardiologia veterinária a missão de atualizar-se”, frisa Goldfeder. Entre os avanços da cardiologia veterinária brasileira, Goldfeder informa que “estamos tomando os primeiros passos na área da correção cirúrgica percutânea de algumas cardiopatias congênitas. Enquanto isso, nos Estados Unidos, mais de 30 centros veterinários já realizam esse tipo de procedimento. No Brasil, nos últimos anos, apenas raros colegas se aventuraram por essa área, que tem um futuro muito promissor. Além disso, também se encontra em testes, em alguns centros privados e públicos, a ecocardiografia 3d/4d, que vai nos fornecer uma definição melhor da anatomia cardíaca e quiçá um melhor entendimento da fisiopatologia e do tratamento das enfermidades cardíacas”. Segundo Goldfeder, uma característica importante da cardiologia veterinária brasileira é o elevado conhecimento dos especialistas e a alta casuística verificada nas clínicas e nos hospitais veterinários. Porém, “o número de publicações brasileiras internacionais não acompanhava o nível do nosso conhecimento técnico. E isso não é uma afirmação minha, mas da dra. Sydney Moise, da Universidade de Cornell (EUA)”, destacou Goldfeder. “Em função disso, programamos para novembro de 2013 a realização do Simpósio Internacional de Metodologia Científica, ministrado por: Aparecido Antônio Camacho, professor titular da Unesp/Jaboticabal e editor-associado da revista ARS Veterinária; Sydney Moise, profa. da Universidade de Cornell (EUA) e editora científica chefe da Journal of Veterinary Cardiology; Romain Pariaut, editor científico da Journal of Veterinary Cardiology; e Adrian Boswood, revisor científico de vária revistas científicas, como Journal of Veterinary Internal Medicine e The Veterinary Record, entre outras.

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NOTÍCIAS

Curso prático de ecocardiografia veterinária

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Naya Cardiologia Veterinária – http://nayacardiovet.com.br/ – lança o curso Imersão em ecocardiografia veterinária, que será o segundo módulo de seu já reconhecido curso de imersão. Esse módulo intermediário consiste em aulas e treinamentos realizados por profissionais com grande experiência na ecocardiografia veterinária, e principalmente na cardiologia veterinária, requisito fundamental para atuação nessa subespecialidade. O curso será ministrado na sala de convenções do Eduardo’s Park Hotel (http://www.eduardoshotel.com.br), localizado no km 4 da Estrada de Caucaia do Alto (saída 39 da rodovia Raposo Tavares), Cotia, SP. A inscrição dá direito a hospedagem no Eduardo’s Park Hotel durante o período do curso, incluindo refeições (café da manhã,

almoço e jantar, exceto bebidas). princípios da ecocardiografia, bem O fato de ser realizado em local como algum grau de treinamento prátiagradável, na cidade de Cotia, SP, com co na execução do exame, são prétodos os inscritos hospedados no hotel requisitos para o bom aproveitamento do evento, garante melhor aproveita- do aluno. mento, livrando os participantes dos congestionamentos e de grandes deslocamentos nos dias do curso. Os alunos receberão o software MyLabDesk®, da Esaote, instalado em seus notebooks, com arquivos de exames para treinamento, possibilitando continuidade dos estudos mesmo após o curso. Para tanto, é fundamental que cada aluno traga um notebook (e não Tela do MyLab ® Desk, que oferece a praum netbook), com os seguintes ticidade da edição e gestão de imagens e sistemas operacionais: Windows relatórios. Também permite o armazenaXP, Vista, Windows 7 ou Mac OS. mento de dados em dispositivos USB ou Os conhecimentos básicos dos o seu compartilhamento através de rede

Zoetis lança linha Witness de diagnósticos rápidos de precisão

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linha Witness de diagnósticos com uma pequena amostra de soro ou detecção de anticorpos anti-Ehrlichia rápidos é focada nas clínicas plasma. O teste é indicado para o diag- canis/erliquiose monocítica canina; veterinárias e nos nóstico da prenhez, a Witness Giardia: teste indicado para o laboratórios de referência. avaliação da necessi- diagnóstico de infecções por parasitas “A ideia é auxiliar o diagdade de um trata- em apenas 5 minutos – detecção do nóstico por meio de um mento de pseudocie- antígeno de Giardia intestinalis nas recurso mais rápido e eficaz, se e a confirmação fezes; além de seguro”, diz Tiago de reabsorção fetal, Witness LH: teste indicado para o Papa, diretor da Unidade de além de confirmação diagnóstico de hormônios da reproduNegócios Animais de Comd e ção em apenas 20 minutos – panhia da Zoetis. Segundo o detecção de hormônio luteiexecutivo, uma vez feito o Witness Relaxin realiza nizante (LH). Avalia o diagnóstico, o veterinário teste de gravidez para momento de ovulação em pode partir diretamente para cadelas e gatas em 10 cadelas objetivando a reproo tratamento do animal. “A minutos dução e a situação de castrarapidez na detecção do proção em cadela e gata; blema pode ser um fator decisivo para prenhez indesejada Witness Parvo: teste indio tratamento adequado e transmite uma antes do tratamento cado para diagnóstico de ótima imagem dos médicos veteriná- abortivo; Witness Parvo: detecção infecções virais em apenas rios junto aos proprietários de animais Witness Dirofilaria: do antígeno de parvo10 minutos – detecção do de companhia”, completa. teste indicado para o vírus antígeno de parvovírus em diagnóstico de infecfezes de cães; LINHA WITNESS ções por parasitas em Witness FeLV – FIV: teste Witness Relaxin: primeiro teste de apenas 10 minutos – detecção do antí- indicado para o diagnóstico de infecgravidez para cadelas e gatas do mer- geno solúvel de D. immitis; ção viral em apenas 10 minutos – cado brasileiro. É possível ter uma Witness Ehrlichia: teste indicado para detecção do antígeno do vírus de leuceresposta sobre a gestação dos animais o diagnóstico de infecções transmitidas mia felina e do anticorpo do vírus da de companhia em apenas 10 minutos, por vetores em apenas 10 minutos – imunodeficiência felina.

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NOTÍCIAS

I Simpósio de Obesidade e Síndrome Metabólica em Cães e Gatos Nos dias 21 e 22 de setembro de 2013, no auditório Newman da PUCPR Campus Curitiba, no Paraná, a Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária e a NESTLÉ Purina promoveram a 1ª edição do Simpósio de Obesidade e Síndrome Metabólica em Cães e Gatos. Com a participação de mais de 100 profissionais, o evento abordou o tema obesidade, doença frequente na clínica de cães e gatos e que reduz em dois anos a expectativa de vida dos pets. Entre os principais temas discutidos destacam-se: abordagem do paciente obeso, fisiopatologia da doença, tratamento medicamentoso e dietético, alterações comportamentais relacionadas, consequências da doença e resistência insulínica. A palestra da profª MSc. Carolina Z. Cavalcanti (PUCPR) ressaltou as relações entre a hipertensão

e a obesidade, enquanto que a MSc. Alessandra M. Vargas (Endocrinovet) discorreu sobre um tema extremamente atual, a síndrome metabólica. Tendo em vista o sucesso desta 1ª edição do simpósio, em novembro de 2014 será realizado em São Paulo o

Da esquerda para a direita: Álan Gomes (UniRitter e ABEV), Patricia Barbosa (Nestlé Purina), Alessandra Vargas (Endocrinovet e ABEV), Carolina Cavalcanti e Paulo Renato (professores da PUCPR)

Simpósio Internacional de Obesidade em Cães e Gatos.

Curso de especialização em Endocrinologia e Metabologia Veterinária O renomado pesquisador da Universidade Texas A & M - EUA, dr. Panagiotis G. Xenoulis, esteve pela primeira vez no Brasil entre os dias 3 e 7 de outubro de 2013, para ministrar aulas no 2º curso de especialização em Endocrinologia e Metabologia Veterinária da ANCLIVEPA-SP (primeira pós-graduação Lato sensu do Brasil). Além dos alunos da 2ª turma do curso, também tiveram o privilégio de assistir às aulas os associados que realizaram a 1ª edição do curso. Prestigiaram o evento alguns integrantes da atual diretoria executiva da ABEV (Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária). Durante as 12 horas de aulas teóricas o dr. Xenoulis discorreu sobre metabolismo de lipídeos, hiperlipidemias e doenças associadas, hipertireoidismo e acromegalia em felinos, além de apresentar seus principais trabalhos. As aulas (realizadas na sede da Anclivepa-SP) 38

Dr. Panagiotis Xenoulis, Alessandra Vargas (coordenadora do curso) e alunos da 2ª turma do curso de especialização em endocrinologia e metabologia da Anclivepa-SP

foram ministradas em inglês e a tradução simultânea (realizada pela médica veterinária Melanie Klemm e sua equipe Global Intérpretes), foi patrocinada integralmente pela Nestlé Purina. A docente e coordenadora do curso, Alessandra Martins Vargas destacou: “Nosso objetivo é proporcionar que nossos alunos tenham aulas com professores e profissionais de destaque nacional e internacional. Para a 3ª turma do

curso (2014-15), já temos confirmadas as presenças da profa. dra. Margarethe Hoenig (Universidade de Illinois EUA) e da profa. dra. Claudia Reusch (Universidade de Zurique - Suiça), além da participação de professores nacionais que já colaboram com o curso: dra. Márcia Jericó, dra. Aline Bonfim, dr. Ricardo Duarte e dra. Viviani de Marco, o que demonstra o elevado nível técnico-científico do nosso curso.”

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Virbac Skin International Edition

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Virbac, multinacional francesa dedicada exclusivamente à saúde animal, realizou um sonho nos últimos dias de agosto de 2013, o primeiro Virbac Skin International Edition. Há alguns anos a empresa realiza os cursos Virbac Skin, compostos por três módulos de aperfeiçoamento técnico em dermatologia. Realizados regionalmente, ministrados e coordenados pelo prof. dr. Ronaldo Lucas, os cursos contam normalmente com a presença de aproximadamente 100 veterinários, e sempre foram um sucesso.

Da esquerda para a direita: Daniela Baccarin (Virbac), prof. dr. Pablo Manzuc (Argentina), profa. dra. Sandra Koch (EUA), prof. dr. Ronaldo Lucas e Marcos Moreira (Virbac)

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Surgiu a questão: por que não realizar um projeto com palestrantes internacionais? Assim nasceu o Virbac Skin International Edition, projeto realizado com excelência nos dias 30 e 31 de agosto, no Hotel Bourbon Resort & SPA, na cidade de Atibaia (SP), com a participação de aproximadamente 700 veterinários dos mais diversos estados brasileiros. Renomados palestrantes abordaram temas atuais da dermatologia veterinária mundial: do exterior, a profa. dra. Sandra Koch (USA) e o prof. dr. Pablo Manzuc (Argentina); e do Brasil, o prof. dr. Carlos Eduardo Larsson e o prof. dr. Marconi Rodrigues de Farias. Além deles, como coordenador geral do evento e também palestrante, contou-se com a presença do prof. dr. Ronaldo Lucas. Durante o evento, os principais assuntos abordados foram: efeitos dos glicocorticoides na pele, novos fármacos para dermatologia veterinária e terapia tópica dermatológica. O primeiro Virbac Skin International Edition superou as expectativas dos participantes e de toda a equipe da própria Virbac.

Confira o álbum de fotos: http://goo.gl/L4VihI

Estavam presentes 220 veterinários de todo o Brasil, e ainda foi feita a transmissão em tempo real pela internet para aproximadamente 480 outros profissionais. A transmissão pela internet dos dois dias de curso foi possibilitada pela equipe da Equalis, referência em cursos de pós-graduação e parceira da Virbac

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Ca Carlos arlos Macias

EXÓTICOS EQUINOS Andrés Montesinoss Barceló

M Mónica Aleman |

Jo John ohn Madigan


NOTÍCIAS

IV Simpósio Agener União – Neurologia Veterinária

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Agener União realizou nos dias 21 e 22 de setembro de 2013 o IV Simpósio Agener União – Neurologia Veterinária, com o prof. dr. Ronaldo Casimiro da Costa (MV, MSc, PhD, Dipl. ACVIM – Neurologia). Foram 16 horas dedicadas a vasto conteúdo sobre importantes tópicos da neurologia veterinária presentes tanto no atendimento clínico quanto cirúrgico. O dr. Ronaldo Casimiro da Costa é professor e chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia Veterinária da The Ohio State University, em Columbus, EUA, e referência mundial em neurologia veterinária, ministrando palestras em congressos internacionais, como ocorreu no Congresso do Colégio Americano de Cirurgiões Veterinários (ACVS), em outubro de 2013, no Texas, EUA. No IV Simpósio Agener União, o professor começou sua apresentação frisando conceitos básicos da neurologia veterinária: “É comum ouvir dizer que neurologia é muito difícil e complicada. Este dogma tem se disseminado e talvez por isso a neurologia é frequentemente deixada por último plano nos currículos acadêmicos. O fato é que a neurologia não é mais difícil ou mais fácil que outras especialidades, mas requer, diferentemente de outras áreas, que se aborde o paciente iniciando pelo mais importante fundamento da neurologia clínica que é a localização de lesões. Quando se aborda o paciente suspeito de ter um problema neurológico usando um exame rápido e tentando estabelecer logo de início o diagnóstico ou possíveis diagnósticos, muitas vezes o diagnóstico final é equi-

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Prof. dr. Ronaldo Casimiro da Costa no IV Simpósio Agener União

vocado. De nada adianta ter o melhor recurso diagnóstico possível (por exemplo, ressonância magnética) quando não se sabe a região a ser examinada. Portanto, para que se obtenha sucesso no diagnóstico e tratamento de problemas neurológicos é fundamental que o processo se inicie pela localização das lesões”. O simpósio foi realizado no Hotel Blue Tree Morumbi, em São Paulo, SP, e pode-se afirmar que foi mais um evento de sucesso realizado pela Agener União, pois contou com a participação de 500 veterinários de todo o Brasil e obteve alto índice de satisfação dos participantes: 95%.

"Durante a abordagem clínica de pacientes com sinais neurológicos é muito importante avaliar a locomoção do animal. Ela é normal ou anormal? Se anormal, quais membros estão afetados? Pélvicos, todos, ipsilaterais?", destacou o prof. dr. Ronaldo Casimiro da Costa

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Oncologia Policitemia vera e farmacodermia em cão – relato de caso Polycythemia vera and cutaneous drug reaction in a dog – a case report Policitemia vera y farmacodermia en perro – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 50-58, 2013 Verônica Behning Manzi médica veterinária DMV/CCA/UEL

vero_bmanzi@hotmail.com

Lucas Alécio Gomes MV, dr., prof. adjunto DMV/CCA/UEL lagomes@uel.br

Selwyn Arlington Headley MV, dr., prof. DMV/CCA/UEL

headleysa@gmail.com

Patrícia Mendes Pereira MV, dra., profa. adjunta DMV/CCA/UEL pmendes@uel.br

Resumo: A policitemia vera é distúrbio mieloproliferativo que se caracteriza pelo aumento do número de hemácias, do volume globular e da concentração de hemoglobina. O tratamento visa reduzir o aumento de células da linhagem eritroide, a hiperviscosidade sanguínea, a formação de trombos e a má oxigenação tecidual. Nesses casos, preconiza-se a hidroxiuréia. Virtualmente, qualquer medicamento pode desencadear farmacodermia, incluindo a hidroxiureia. Em seres humanos as reações que o uso prolongado de hidroxiureia pode ocasionar na pele estão bem documentadas. Neste trabalho relata-se o caso de um cão, macho, sem raça definida, de dez anos de idade, com policitemia vera, que estava sendo tratado com hidroxiureia e apresentou farmacodermia. Com a redução da dosagem de hidroxiureia, houve recuperação da pele; entretanto, o animal morreu por tromboembolismo após um ano. Unitermos: eritrocitose, quimioterapia, trombose, hidroxiureia Abstract: Polycythemia vera is a myeloproliferative disorder characterized by an increase in the number of erythrocytes, the packed cell volume and hemoglobin concentration. The treatment aims to reduce the increase in the number of cells of erythroid lineage, thrombus formation and poor tissue oxygenation. In these cases, the use of hydroxyurea is recommended. However, virtually any drug can trigger adverse drug reactions, including hydroxyurea. Skin reactions caused by long-term therapy with hydroxyurea are well documented in humans. This work reports the case of a ten-year-old mixed-breed male dog with polycythemia vera that presented pharmacodermia due to treatment with hydroxyurea. Although the skin recovered with the reduction in the dosage of hydroxyurea, the animal died due to thromboembolism. Keywords: erythrocytosis, chemotherapy, thrombosis, hydroxyurea Resumen: La policitemia vera es un trastorno mieloproliferativo que se caracteriza por un aumento en el número de eritrocitos, del volumen globular y de la concentración de hemoglobina. El tratamiento trata de reducir el aumento de células de la línea eritroide, la hiperviscosidad sanguínea, la formación de trombos y la deficiente oxigenación de los tejidos. En esos casos está indicada la hidroxiurea. En humanos, las reacciones dermatológicas que puede provocar el uso prolongado de la hidroxiurea se encuentran bien documentadas. En este trabajo se relata el caso de un perro macho, mestizo de diez años, con policitemia vera, que estaba siendo tratado con hidroxiurea y presentó una farmacodermia. Con la disminución de la dosis de hidroxiurea, la piel se recuperó; no obstante, el animal murió por tromboembolismo después de un año. Palabras clave: eritrocitosis, quimioterapia, tromboembolismo, hidroxiurea

Introdução O aumento do número de hemácias, no volume globular e na concentração de hemoglobina no sangue, é conhecido historicamente como policitemia 1-4. Apesar de ser denominado dessa forma em quase toda a literatura, o termo mais apropriado para o aumento apenas da série vermelha do sangue é eritrocitose, uma vez que o nome policitemia denota o aumento de todas as linhagens do sangue, incluindo leucócitos e plaquetas, o que geralmente ocorre em seres humanos, mas é raro em cães e gatos 2,4,5. O primeiro relato de ocorrência de policitemia vera em seres humanos data de 1892 6. A policitemia pode ser classificada em dois grupos: a relativa e a absoluta 3,5. A policitemia 50

relativa é frequente em medicina veterinária, e é decorrente da hemoconcentração, pela diminuição do volume plasmático, o que ocorre na desidratação ou após a contração esplênica, em resposta a exercícios físicos intensos ou por liberação de epinefrina em pacientes submetidos a estresse ou medo. Nos exames laboratoriais, além do aumento do volume globular, é comum a elevação do valor de proteínas plasmáticas 3,7. Após a resolução do quadro inicial, o volume globular tende a voltar ao normal. Algumas raças apresentam normalmente o volume globular elevado, como é o caso de cães das raças greyhound e dachshund, cujo volume globular costuma variar entre 55% e 65% 2. A policitemia absoluta pode ser classificada como primária

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Clínica Avaliação de glicosímetros portáteis na mensuração glicêmica de 71 psitacídeos e rapinantes Evaluation of portable glucometers for glycemic measurement of 71 parrots and birds of prey Evaluación de glucómetros portátiles en la medición de la glucemia de 71 psitácidos y aves de rapiña Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 60-68, 2013 Natalia Philadelpho Azevedo médica veterinária PPGPEC/FMVZ/USP

natalia_azevedo@yahoo.com.br

Luciana Allegretti

MV, mestre PPGPEC/FMVZ/USP

lu_allegretti@yahoo.com.br

Yamê Miniero Davies

MV, residente Ambulatório de Aves - FMVZ/USP yamedavies@gmail.com

Luciana B. Medeiros de Araújo MV, profa. dra. FMVZ/UFG

lbmzoovet@gmail.com

Resumo: O uso de glicosímetros portáteis é mundialmente consagrado em seres humanos, sendo considerado uma excelente forma de acompanhamento de pacientes com diabetes melito ou que recebem fluidoterapia glicosada. No entanto, estes precisam ser mais bem avaliados na medicina veterinária, para determinar a eficácia das diferentes marcas entre as diversas espécies de animais. O objetivo deste estudo foi comparar os diferentes métodos de dosagem glicêmica e avaliar a utilização dos glicosímetros humanos portáteis em 71 aves, utilizando três anticoagulantes: heparina lítica, fluoreto e ácido edético (EDTA). De forma geral, a marca OneTouch Ultra Mini ® obteve os parâmetros de glicemia mais fidedignos quando comparados aos dados obtidos por colorimetria, em relação ao glicosímetro da marca Accu-Chek Active ®. Unitermos: sangue, glucose, heparina, fluoreto de cálcio, ácido edético Abstract: Portable blood glucose meters are used worldwide in humans, and are considered an excellent tool for monitoring patients that have diabetes or that receive fluidotherapy containing glucose. However, these glucometers need to be better evaluated in veterinary medicine, in order to determine the effectiveness of different brands when applied to different animal species. The aim of this study was to compare different methods of dosing glycemic values and evaluate the use of human portable glucometers in 71 birds, using three anticoagulants: lithium heparin, fluoride and edetic acid (EDTA). In general, the parameters obtained with the OneTouch Ultra Mini ® brand glucose meter were more reliable when compared to data obtained by colorimetry, in comparison to the Accu-Chek ® Active glucometer. Keywords: blood, glucose, heparin, calcium fluoride, edetic acid Resumen: La utilización de glucómetros portátiles está consagrada mundialmente en los seres humanos, considerándoselos una excelente forma de control para pacientes con diabetes mellitus, o en aquellos que reciben fluidoterapia con glucosa. No obstante, estos aparatos tienen que ser mas bién analizados en medicina veterinaria, afín de determinar la eficiencia de las diferentes marcas en diferentes especies de animales. El objetivo de este estudio fue comparar los diferentes métodos de evaluación de la glucemia y evaluar la utilización de glucómetros humanos portátiles en 71 aves, utilizando tres tipos de anticoagulantes: heparina lítica, fluoruro y EDTA. En términos generales, la marca OneTouch Ultra Mini® fue la que obtuvo los parámetros de glucemia mas fidedignos en comparación a la marca Accu-Chek Active®, en relación a los datos obtenidos por colorimetría. Palabras clave: sangre, glucosa, heparina, fluoruro de calcio, EDTA

Introdução A glicose é um carboidrato monossacarídeo, utilizado pela maioria dos tecidos em condições de homeostasia. É o nutriente mais acessível às células e, quando necessário, pode ser sintetizada por substratos diferentes do carboidrato 1. As alterações da glicose sérica são comumente observadas em seres humanos e em animais, havendo ampla bibliografia sobre o assunto. Entretanto, na medicina veterinária de 60

aves existem poucos estudos sobre ela, e a prática de mensuração glicêmica raramente faz parte da rotina clínica, principalmente pela falta de referências dos valores normais de todas as espécies e pela divergência entre os valores encontrados na literatura. Diversas doenças podem alterar a homeostase da glicemia nos animais e nos homens, causando hipoglicemia ou hiperglicemia. Em aves, a hipoglicemia pode estar relacionada às

Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, novembro/dezembro, 2013



Clínica Uso do diurético torsemida no tratamento de cães com insuficiência cardíaca congestiva – relatos de três casos Use of the diuretic torsemide in the treatment of dogs with congestive heart failure – a three-case report Uso del diurético torsemida en perros con insuficiencia cardiaca congestiva – relato de tres casos Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 70-77, 2013 Samuel José Gabriel Filho MV, especialista ICVET-CAVET/Ribeirão Preto sjg232@icvet.com.br

Resumo: A insuficiência cardíaca congestiva é uma complicação comum, devido à progressão da insuficiência valvular atrioventricular crônica. O tratamento visa amenizar os sinais clínicos, melhorar a qualidade de vida e prolongar o tempo de sobrevida, e inclui, além dos diuréticos inibidores da enzima conversora de angiotensina, vasodilatadores e inotrópicos positivos. Os diuréticos têm sido considerados a pedra angular no tratamento dos quadros congestivos. A furosemida é o diurético de alça mais comumente prescrito. Seu uso crônico, errático ou em altas doses pode levar a perda da função diurética, conhecida como resistência a diuréticos. A torsemida é um diurético de alça que tem mostrado resultados satisfatórios e superioridade com relação à furosemida. Este artigo relata três casos de cães diagnosticados com insuficiência cardíaca congestiva refratária em que a furosemida foi substituída pela torsemida. Unitermos: canino, coração, diurese, resistência Abstract: Congestive heart failure is a common complication due to the progression of chronic atrioventricular valve disease. The treatment aims to ameliorate the clinical signs, improve quality of life and lifespan, and includes inhibitors of the angiotensin converter enzyme, vasodilators and positive inotropes, in addition to diuretics. The latter have been considered the cornerstone in the treatment of congestive signs. Furosemide is the most frequently prescribed loop diuretic. Chronic incorrect usage or high doses of the drug may promote the loss of diuretic function, known as diuretic resistance. Torsemide is a loop diuretic that has shown satisfactory results and superiority in comparison to furosemide. This paper reports three cases of dogs diagnosed with refractory congestive heart failure, in which furosemide was replaced by torsemide. Keywords: canine, heart, diuresis, resistance Resumen: La insuficiencia cardíaca congestiva es una complicación frecuente de los cuadros progresivos de insuficiencia crónica de válvula atrioventricular. El tratamiento tiene como objetivo amenizar los signos clínicos, mejorar la calidad de vida y prolongar el tiempo de supervivência, y dentro de las alternativas terapéuticas, se incluyen los diuréticos inhibidores de la enzima convertidora de la angiotensina, vasodilatadores e inotrópicos positivos. Los diuréticos han sido considerados el eje central en el tratamiento de los cuadros congestivos. La furosemida es el diurético de asa más indicado en estos casos. Su utilización crónica, errática o en altas dósis puede llevar a la pérdida de la función diurética conocida como resistencia a los diuréticos. La torsemida es un diurético de asa que ha mostrado resultados satisfactorios, e inclusive superiores en relación a la furosemida. Este trabajo describe tres casos de perros con insuficiencia cardíaca congestiva refractaria donde la furosemida fue reemplazada por la torsemida. Palabras clave: canino, corazón, diuresis, resistencia

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Figura 1 - Imagem ecocardiográfica do paciente do caso 1, em janela paraesternal direita, eixo transversal, mostrando aorta e átrio esquerdo. Observar o átrio esquerdo dilatado Samuel J. G. Filho

Caso 1 Um cão da raça maltês de doze anos de idade e pesando 6 kg havia sido diagnosticado com insuficiência de válvula mitral e tricúspide, disfunção sistólica e hipertensão pulmonar moderada quando tinha nove anos. As figuras 1 e 2 ilustram algumas das alterações ecocardiográficas encontradas. Nos últimos dois anos, o animal foi admitido pelo médico veterinário local inúmeras vezes com quadro de tosse seca,

Samuel J. G. Filho

Introdução Os diuréticos são usados tradicionalmente no tratamento de insuficiência cardíaca, tanto em cães quanto em seres humanos. Na insuficiência cardíaca congestiva, os diuréticos são usados para controlar os sinais de congestão pulmonar e de edema distal ou periférico, por meio da modificação dos mecanismos da fisiologia renal, com o objetivo de aumentar o fluxo de urina pelo aumento da excreção de íons sódio. Os diuréticos são classificados de acordo com seu mecanismo e localização de ação nos túbulos renais. Os diuréticos de alça são usados preferencialmente por promoverem maior natriurese e diurese, mesmo na presença da disfunção renal que geralmente acompanha os quadros de insuficiência cardíaca congestiva avançada 1. A furosemida, um diurético de alça, é na atualidade um dos principais medicamentos utilizados no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva em cães, em conjunto com outros medicamentos, como os inibidores da enzima conversora de angiotensina, inodilatadores e vasodilatadores 2. Nos casos agudos de congestão, usam-se elevadas doses de furosemida (4 a 8 mg/kg), e após a remissão, prescreve-se uma dose mais baixa (2 a 3 mg/kg). Contudo, nos casos crônicos e recidivos, muitos cães ainda sofrem com sinais de congestão, mesmo com elevadas doses. A ação reduzida da furosemida e a necessidade do aumento da dose ou a adição de outros diuréticos não somente indica progressão da doença como também resistência a diuréticos. A resistência a diuréticos é uma condição bem determinada em seres humanos portadores de insuficiência cardíaca congestiva severa. A hipertrofia dos néfrons, a baixa biodisponibilidade oral, a pobre perfusão renal, a doença renal concomitante e a ativação de mecanismos como sistema renina-angiotensina-aldosterona e o eixo da vasopressina são explicações para a complexa fisiologia da resistência aos diuréticos 3. Nos pacientes com resistência a furosemida, a restauração da diurese é muito importante para o sucesso da terapia. A torsemida é um diurético de alça e bloqueador de canal de íons cloro. Dentro do néfron, a torsemida atua na alça ascendente de Henle (porção espessa), promovendo a excreção de íons de sódio, de cloro e da água 1. Em seres humanos, a torsemida tem maior biodisponibilidade, tempo de ação e duração do que a furosemida, sendo portanto mais efetiva. O uso da torsemida em cães com insuficiência cardíaca congestiva mostrou boa tolerância e resultados satisfatórios quando combinados com outros medicamentos 4,5. Este artigo descreve o caso de três cães com quadros de insuficiência cardíaca congestiva refratária em que a furosemida foi substituída pela torsemida.

Figura 2 - Imagem ecocardiográfica do paciente do caso 1 evidenciando a velocidade de regurgitação da válvula mitral, Vmáx: 5,36 m/s (gradiente de pressão: 114.9 mmHg)

cianose e edema pulmonar, e nove vezes no Instituto de Cardiologia Veterinária (IVCET) para reajuste de doses e recomendações. A figura 3 mostra os parâmetros ecoDopplercardiográficos na primeira avaliação no ICVET. O paciente estava com a corrente prescrição: enalapril a 0,5 mg/kg, VO, a cada doze horas, furosemida b 3,3 mg/kg, VO, a cada oito horas, espironolactona c 2,1 mg/kg, VO, a cada doze horas, amlodipina d 0,83 mg/kg, VO, a cada doze horas, sildenafil e 1,5 mg/kg, VO, a cada doze horas e pimobendan f 0,3 mg/kg, VO, a cada doze horas. O proprietário relatava que as crises de tosse estavam se tornando mais intensas e que era cada vez mais demorado retirar o animal do quadro de edema pulmonar. Além disso, o animal começou a ter síncopes após os episódios de tosse. A furosemida passou a ser ministrada a cada seis horas por via oral, como orientação do veterinário local. Em virtude de não ter ocorrido melhora, a furosemida passou a ser injetada na mesma dose, porém a cada oito horas. Infelizmente, não houve melhora expressiva. Baseado no histórico de insuficiência cardíaca congestiva esquerda refratária e na progressão para as síncopes, substituiu-se a furosemida pela torsemida g na dose de 0,3 mg/kg, a cada

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Cirurgia Penectomia associada a uretrostomia em quatro cães – relato de casos Penectomy associated with urethrostomy of four dogs – case report Penectomia y uretrostomia en cuatro perros – relato de casos Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 80-87, 2013 Marina Botelho Soares de Brito MV, residente FCAV/Unesp-Jaboticabal

marina.brito.39@facebook.com

Rafael Ricardo Huppes

MV, Msc PPGCV/FCAV/Unesp-Jaboticabal rafaelhuppes@hotmail.com

Andrigo Barboza de Nardi MV, prof. Depto. de Clín. Cir. Vet. FCAV/Unesp-Jaboticabal

andrigobarboza@yahoo.com.br

Josiane Morais Pazzini

médica veterinária PPGCV/FCAV/Unesp-Jaboticabal josipazzini@hotmail.com

Paola Castro Moraes

MV, profa. Depto. de Clín. Cir. Vet. FCAV/Unesp-Jaboticabal

pcastromoraes@yahoo.com.br

Ana Paula Rodrigues Simões MV, residente FCAV/Unesp-Jaboticabal paulasimoes@ymail.com

Eduardo Luis Serafim

acadêmico CMV/FCAV/Unesp-Jaboticabal

eduardoluis.serafim@gmail.com

Resumo: O prepúcio pode ser acometido por neoplasias que comumente afetam a pele, como mastocitomas e carcinomas. O tratamento é cirúrgico e em alguns casos o pênis deve ser removido parcial ou totalmente, devido à dificuldade de obter margens de segurança. Objetiva-se relatar quatro casos de neoplasias que acometeram o prepúcio de cães – um mastocitoma e três casos de carcinomas de células escamosas. Os animais foram submetidos a penectomia e urestrotomia escrotal, seguidas de quimioterapia, no intuito de evitar possíveis recidivas. As principais complicações dos procedimentos cirúrgicos consistiram em estenoses uretrais e deiscência de sutura. A exérese cirúrgica associada à quimioterapia antineoplásica é uma boa alternativa de tratamento para as neoplasias prepuciais, contribuindo para a diminuição de recidivas locais e de metástases, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Unitermos: cirurgia, pênis, uretra, canino, neoplasia Abstract: The foreskin can be affected by neoplasms that commonly affect the skin, such as mast cell tumors and carcinomas. The treatment is surgical, and in some cases the penis must be removed partially or totally, due to the difficulty in obtaining safety margins. The objective of this article is to report four cases of foreskin neoplasms in dogs: a mastocytoma and three cases of squamous cell carcinomas. All animals underwent penectomy and scrotal urethrostomy followed by chemotherapy in order to prevent possible relapses. The main complications of the surgical procedures were urethral stricture and wound dehiscence. Surgical excision associated with cancer chemotherapy is a good alternative treatment for preputial neoplasms, contributing to decrease the frequency of local recurrences and metastases, and improving the quality of life of patients. Keywords: surgery, penis, urethra, canine, neoplasm Resumen: El prepucio puede ser afectado por neoplasias frecuentes de la piel como mastocitomas y carcinomas. El tratamiento es quirúrgico y en algunos casos el pene debe ser extirpado parcial o totalmente debido a la dificultad para obtener márgenes de seguridad. El objetivo del presente trabajo es relatar cuatro casos de neoplasias localizadas en el prepucio de perros – un mastocitoma y tres casos de carcinomas de células escamosas. A fin de evitar posibles recidivas, se realizó la penectomía y la uretrostomía escrotal, seguidas de quimioterapia. Las principales complicaciones de las cirugías fueron la estenosis uretral y la dehiscencia de puntos. La extirpación quirúrgica asociada a la quimioterapia antineoplásica fue una buena alternativa terapéutica en las neoplasias prepuciales, disminuyendo la recidiva local y metástasis, además de mejorar la calidad de vida de los pacientes. Palabras clave: cirugía, pene, uretra, canino, neoplasia

Introdução As neoplasias comuns da pele como os mastocitomas e carcinomas espinocelulares podem acometer o prepúcio e invadir o pênis. Além dos mastocitomas e carcinomas, também são encontrados no pênis e na mucosa prepucial hemangiomas, melanomas, papilomas, histiocitomas, hemangiossarcomas e os tumores venéreos transmissíveis 1. Em seres humanos, a ocorrência de mastocitomas é menos frequente em comparação com a incidência dessa doença em 80

cães, visto que esse é o segundo tumor cutâneo mais diagnosticado nessa espécie 2, representando 27% dos casos 2,4-6. Já os carcinomas são comumente diagnosticados tanto em seres humanos como em cães e gatos 3, no entanto, afetam principalmente os felinos, sendo considerados uma neoplasia localmente agressiva, com baixo índice de metástase 7. Os mastocitomas de cavidade oral, leito ungueal ou de regiões inguinal, prepucial e perineal geralmente apresentam comportamento mais agressivo 4,8-10. Essas neoplasias acometem

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metástase e eliminar células neoplásicas residuais que possam existir após a ressecção cirúrgica 14. A radioterapia também é uma modalidade de tratamento oncológico, porém sua utilização ainda é restrita, devido às dificuldades de aquisição dos equipamentos e à falta de profissionais especializados. O principal objetivo da radioterapia consiste em causar a morte das células neoplásicas, porém, assim como na quimioterapia, as células normais circunvizinhas também vão ser atingidas pela radiação 18. O mecanismo de ação da terapêutica radioterápica ocorre devido à deposição de energia no DNA ou próximo dele, lesionando-o de forma direta ou devido à formação de radicais livres no interior da célula 18. O presente estudo objetiva relatar o tratamento de quatro casos de neoplasias em prepúcio em cães, abordando a ressecção cirúrgica e o tratamento quimioterápico desses tumores. Relato de caso Foram atendidos no Hospital Veterinário Governador Laudo Natel, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp/FCAV), Campus de Jaboticabal, quatro cães com aumento de volume na região do prepúcio, sugestivo de neoplasias cutâneas. O primeiro cão, um labrador de sete anos, pesando 45 kg, de pelagem caramelo, apresentava lesão de aspecto nodular, com 7 cm de comprimento, 4 cm de largura e 3 cm de espessura (Figura 1). Na manipulação foi possível observar que a Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais – Unesp, Jaboticabal

principalmente cães de meia-idade, de oito e nove anos, e podem apresentar aumento da incidência com o avanço da idade 11, sendo mais predispostos ao mastocitoma os animais das raças boxer, boston terrier, bull terrier, labrador retriever, fox terrier, beagle e shnauzer 11-13. Em casos de carcinomas espinocelulares, as raças mais predisponentes são as que têm áreas de pigmentação clara, como pitbull, labrador, schnauzer, basset hound, collie e boxer 14. A etiologia dos mastocitomas ainda permanece desconhecida, mas alguns estudos indicam que uma anormalidade na proteína p53 (proteína que bloqueia o ciclo celular na fase G1 e permite o reparo do dano em seu DNA) e a superexpressão do c-Kit (gene que codifica o receptor tirosina-quinase) podem estar relacionadas com o aparecimento dos mastocitomas 15-17. As causas dos carcinomas espinocelulares também são desconhecidas; entretanto, alguns fatores são considerados predisponentes para a sua ocorrência, como a radiação ultravioleta, o contato com metais pesados do tipo arsênio, o papilomavírus, doenças preexistentes como dermatites crônicas e imunossupressão 14. Os tratamentos para os mastocitomas e carcinomas penianos são a excisão cirúrgica do tumor e a quimioterapia ou a associação de ambos 14. No entanto, essas neoplasias devem ser removidas por meio da amputação peniana parcial ou completa, devido à grande dificuldade de obter margens seguras e à alta possibilidade de ocorrer recidiva. Após o procedimento cirúrgico, normalmente a quimioterapia antineoplásica é instituída 1. Os agentes quimioterápicos mais utilizados no tratamento de mastocitomas são principalmente os glicocorticoides 18-20, que podem ser associados a outros fármacos, como vimblastina, ciclofosfamida, hidroxiureia ou lomustina 21,22. Nos carcinomas espinocelulares, o piroxicam, a cisplatina, a carboplatina, a mitoxantrona e a bleomicina são os fármacos mais utilizados 14. A escolha do tipo de tratamento a ser utilizado depende de vários fatores, como o estágio do tumor, mas também do grau de aceitação do proprietário em relação aos efeitos colaterais e às mudanças estéticas, além da disponibilidade de equipamentos e fármacos. Dentre as modalidades de tratamento disponíveis, a cirurgia consiste em remover tecido suficiente para deixar as margens cirúrgicas livres de células neoplásicas, ao mesmo tempo em que mantém a função do órgão e a estética 1. Já a quimioterapia tem como objetivo prolongar a expectativa de vida dos pacientes, tratando doenças sistêmicas e metastáticas, além de evitar recidivas locais e o aparecimento de

Figura 1 - Mastocitoma – primeiro cão com lesão de aspecto nodular de 7 cm de comprimento, 4 cm de largura e 3 cm de espessura

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Anestesiologia Anestesia geral inalatória em jabutipiranga (Chelonoidis carbonaria) para a realização de penectomia – relato de caso Inhalational anesthesia in the penectomy of a Jabuti Piranga (Chelonoidis carbonaria) – a case report Anestesia inhalatória en tortuga de patas rojas (Chelonoidis carbonaria) para la realización de una penectomia – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 88-98, 2013

Jairo Ramos de Jesus MV, mestre, prof. adjunto CMV/ULBRA-Canoas vetjairo@gmail.com

Ingrid Horlle Schein médica veterinária PPGCV/UFRGS

ingridschein@yahoo.com.br

Sabrina Tabajara de Souza MV autônoma

binatabajara@hotmail.com

Aline Fantinel Pazzim aluna de graduação CMV/Ulbra-Canoas

alinetecvet@gmail.com

Karine Gehlen Baja

MV, mestre, profa. adjunta CMV/ULBRA-Canoas

karinegehlen@yahoo.com.br

Tatiana Lichmann MV autônoma

tatizinha_vet@hotmail.com

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Resumo: Os répteis representam um desafio para os anestesistas veterinários, e a eficiência do procedimento anestésico requer paciência, planejamento e conhecimento, estando o paciente hígido ou portando enfermidade. O sucesso anestésico dependerá de maior conhecimento acerca dos requisitos específicos de cada espécie e do entendimento acurado da anatomia e da fisiologia desses pacientes. A anestesia inalatória é eficaz, e existem grandes vantagens no seu uso em répteis: ela permite ajustar com maior precisão a profundidade; exercer controle permanente da ventilação; e assegurar uma recuperação mais rápida. O presente caso tem por objetivo relatar uma anestesia geral inalatória realizada em jabutipiranga (Chelonoidis carbonaria), utilizando-se como medicação pré-anestésica butorfanol e cetamina, e isoflurano para indução e manutenção anestésica em vaporizador calibrado com circuito aberto de Baraka. Unitermos: quelônios, butorfanol, quetamina, isoflurano Abstract: Reptiles represent a challenge for the veterinary anesthesiologist. Anesthesia efficiency requires planning, patience and knowledge for either healthy or diseased patients. The anesthetic success depends on knowledge about the specific requirements of each species and accurate understanding of the anatomy and physiology of these patients. Inhalation anesthesia is effective and presents major advantages in reptiles, for it allows more accurate adjustment of anesthesia depth and permanent control of ventilation, as well as a quicker recovery. The present article reports an inhalational anesthesia performed in a Jabuti Piranga (Chelonoidis carbonaria). Ketamine and butorphanol were used as pre-anesthetic medication and isoflurane was used for anesthesia induction and maintenance in a vaporizer calibrated with a Baraka open circuit. The anesthetic protocol proved effective for the species. Keywords: chelonians, butorphanol, ketamine, isoflurane Resumen: Los reptiles suelen representar un desafío para los veterinarios anestesistas donde la eficacia del procedimiento dependerá de paciencia, un buen plan anestésico y del conocimiento del mismo, ya sea en pacientes sanos o en aquellos que sufren alguna enfermedad. El éxito del procedimiento dependerá de un conocimiento profundo sobre las necesidades específicas para cada especie, y del manejo y dominio de la anatomía y la fisiología de esos pacientes. La anestesia inhalatória es una técnica eficiente y tiene grandes ventajas en reptiles, ya que permite ajustar con mayor precisión la profundidad anestésica, ofrece control sobre la respiración del paciente y asegura una recuperación mas rápida. El presente trabajo tiene como objetivo relatar un procedimiento de anestesia inhalatória realizado en una tortuga de patas rojas (Chelonoidis carbonaria), en donde se utilizó como medicación preanestésica butorfanol y ketamina, la inducción y mantenimiento fueron realizados con isofluorano utilizado un vaporizador calibrado y un circuito abierto Baraka. Palabras clave: quelonios, butorfanol, ketamina, isofluorano

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Diagnóstico por imagem Aspectos radiográficos e tomográficos da displasia do cotovelo – revisão de literatura Radiographic and tomographic features of elbow dysplasia – a literature review Aspectos radiográficos y tomográficos de la displasia del codo – revisión de la literatura Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, p. 100-108, 2013 Alessandra Sendyk-Grunkraut médica veterinária PPGCV/FMVZ/USP asendyk@usp.br

Lenin Arturo Villamizar-Martinez MV, Ms PPGCV/FMVZ/USP leninvet@usp.br

Carina Outi Baroni MV, Ms PPGCV/FMVZ/USP

carinaouti@yahoo.com.br

Karen Maciel Zardo médica veterinária PPGCV/FMVZ/USP zardo@usp.br

Claudia Matsunaga Martin MV, Ms PPGCV/FMVZ/USP cmmartin@usp.br

Ana Carolina B. de C. F. Pinto MV, dra. profa. FMVZ/USP

anacarol@usp.br

Resumo: A displasia do cotovelo (DC) é uma condição comum em cães jovens e adultos jovens e uma das mais frequentes causas de claudicação relacionadas aos membros torácicos. A DC tem como causas: a não união do processo ancôneo (NUPA), a fragmentação do processo coronoide medial (FPCM), a osteocondrose/ osteocondrite dissecante (OCM) da porção medial do côndilo umeral e a incongruência articular (IA). O diagnóstico radiográfico da DC apresenta alguns desafios, porque, apesar de a osteartrose e a IA serem mais fáceis de diagnosticar no exame radiográfico simples, a OCM e a FPCM podem demandar análise por outras modalidades diagnósticas mais complexas para o estabelecimento do diagnóstico, como a tomografia computadorizada (TC) e a imagem de ressonância magnética. Esta revisão tem por objetivo apresentar aspectos radiográficos e tomográficos da DC, evidenciando as vantagens da TC do cotovelo em comparação com o exame radiográfico simples. Unitermos: cães, radiologia, articulação Abstract: Elbow dysplasia (ED) is a frequent condition in young and young adult dogs and one of the most frequent causes of thoracic limb lameness. The main causes of ED are: ununited anconeal process (UAP), fragmented medial coronoid process of the ulna (FMCP), osteochondrosis/osteochondritis dissecans of the distomedial aspect of the humeral trochlea (OH) and articular incongruity (AI). Radiographic diagnosis of ED poses many challenges to the clinician. OA and AI can be easily detected in radiographic exams, but OH and FMCP may demand further analysis with other imaging modalities for the final diagnosis to be established, such as computed tomography and magnetic resonance imaging. The aim of this review is to discuss the radiographic and tomographic features of ED, as well as the advantages of computed tomographic images in relation to the radiographic exam. Keywords: cães, radiologia, articulação Resumen: La displasia del codo (DC) es una enfermedad común en perros jóvenes y adultos jóvenes, y representa una de las causas mas frecuentes de claudicación de los miembros anteriores. La DC tiene como posibles causas la no unión del proceso ancóneo (NUPA), la fragmentación del proceso coronoide medial (FPCM), la osteocondrosis/osteocondritis disecante (OCM) de la porción medial del cóndilo humeral, y la incongruencia articular (IA). El diagnóstico radiográfico de la DC presenta algunos desafíos, ya que a pesar de que la osteoartrosis y la IC son simples para diagnosticar en la radiografía simple, la OCM y la FPCM pueden requerir de otro tipo de exámenes diagnósticos mas complejos como la tomografía computada (TC) y la resonancia magnética. La presente revisión de literatura tiene como objetivo presentar aspectos radiográficos y tomográficos de la DC, mostrando las ventajas de la TC del codo en relación a los exámenes radiográficos simples. Palabras clave: perros, radiología, articulación

Introdução A displasia do cotovelo é considerada uma afecção com causas multifatoriais 1,2 que incluem genética 3, taxa de crescimento 4 e dieta nutricional 1,5-7. Entretanto, a fisiopatologia é ainda pobremente compreendida 1,6. 100

A displasia do cotovelo é uma condição comum em cães jovens e adultos jovens e uma das mais frequentes causas de claudicação relacionadas aos membros torácicos 1,4,6,8,9. Originalmente, esse termo era relacionado apenas à artrose secundária ou à não união do processo ancôneo 6,10. Hoje,

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Anatomia do cotovelo e etiologia de suas principais afecções A articulação do cotovelo é formada pelos ossos úmero (Um), rádio (Ra) e ulna (Ul), que se articulam com precisão (Figura 1). A porção distal do úmero (Um) é o côndilo umeral, formado pela tróclea (porção central e medial do côndilo) e o capítulo (porção lateral). A tróclea do úmero articula-se com a incisura troclear da ulna, formando a articulação umeroulnar. O capítulo do úmero articula-se com a cabeça do rádio, formando a articulação umeroradial 29. A cabeça do radio articula-se com a incisura ulnar, formando a articulação radioulnar, que representa a maior parte da articulação do cotovelo 23,29 e permite a rotação do antebraço 23. A articulação umerorradial suporta a maior parte do peso do membro torácico, e a articulação umeroulnar estabiliza e restringe o movimento da articulação no plano sagital 29. Os movimentos laterais do cotovelo são mínimos, devido aos fortes ligamentos colaterais e ao encaixe do processo ancôneo (PA) da ulna na profunda fossa do olécrano do úmero 29. Observam-se ainda na figura 1 detalhes anatômicos ósseos tais como o processo coronoide medial (PCM), o processo coronoide lateral (PCL), o côndilo umeral (EL) e o tubérculo do olécrano (TO). O processo ancôneo da ulna é um centro de ossificação secundário, que se mineraliza entre dez e dezesseis semanas de idade e completa sua fusão na ulna com aproximadamente vinte semanas 7,30. A partir de então, caso seja observado separadamente do olécrano, já pode ser considerado como não união do processo ancôneo (NUPA). A etiologia exata da NUPA não está completamente elucidada 7. Fatores traumáticos, metabólicos e genéticos têm sido apontados como causas de NUPA 7. A osteocondrose foi definida como uma condição idiopática caracterizada pela interrupção da ossificação endocondral 31. Essa interrupção pode causar afilamento e retenção da cartilagem, necrose da camada basal da cartilagem articular retida, defeito em osso subcondral, fratura subcondral e produção de

Lenin Arturo Villamizar Martinez

sabe-se que displasia do cotovelo é o nome dado a um conjunto de condições que afetam a articulação umerorradioulnar, como fragmentação do processo coronoide medial (FPCM), osteocondrose/osteocondrite dissecante da porção medial do côndilo do úmero (OCM), não união do processo ancôneo (NUPA) e incongruência articular (IA) umerorradial, umeroulnar e/ou radioulnar 1,5,7,9,11-17. A própria etimologia da palavra displasia, “desenvolvimento anormal”, ajuda a definir esse termo 1. Alguns métodos diagnósticos têm sido amplamente utilizados para detectar afecções da articulação umerorradioulnar: radiografias simples, artroscopia 1,4,5,9,14,15,18-22, ultrassonografia 23, tomografia computadorizada 1,4,5,9,14,15,18-22, ressonância magnética 3,24,25,26 e cintilografia 27,28. Dentre as modalidades de imagem disponíveis e financeiramente mais acessíveis, a tomografia computadorizada oferece uma minuciosa avaliação e diagnóstico de fragmentação do processo coronoide medial e de osteocondrose/osteocondrite dissecante, que são de difícil diagnóstico radiográfico, uma vez que permite observação de muitos detalhes dessa articulação e sem a complexa sobreposição de estruturas ósseas 5.

Figura 1 - Detalhes anatômicos ósseos do cotovelo. A) Vista mediolateral da articulação cotovelo. B) Vista craniocaudal da ulna. (Um) úmero; (R) rádio; (Ul) ulna; (pa) processo ancôneo; (pcm) processo coronoide medial; (pcl) processo coronoide lateral; (el) côndilo umeral; e (to) tubérculo do olécrano

fragmentos ósseos acarretando defeitos biomecânicos 31. O termo osteocondrite dissecante foi descrito como uma condição patológica da cartilagem epifisária, que produz fragmentos osteocondrais em articulações de animais jovens, sem artrite ou trauma severo associado. Anteriormente, a hipótese mais aceita em relação à origem desses fragmentos incluía trauma, proliferação de tecido periarticular e necrose espontânea em cartilagem articular. O termo osteocondrite dissecante é considerado um termo comum, porém impróprio 31. A etiologia da osteocondrose não está precisamente definida, e acredita-se que seja uma afecção multifatorial, tendo como possíveis origens a taxa de crescimento, a nutrição, a predisposição genética, falhas endócrinas e fatores biomecânicos 31. A fragmentação do processo coronoide medial da ulna é a causa mais comum da displasia do cotovelo 8,32. As primeiras manifestações clínicas associadas à FPCM geralmente ocorrem de quatro a seis meses de idade, podendo chegar aos seis a oito meses. Podem ser observadas distensão articular moderada e crepitação durante a movimentação e em casos avançados 32. Uma hipótese da causa de FPCM é o crescimento assíncrono entre rádio e ulna; o crescimento excessivo da ulna em comparação com o do rádio deve ser a principal causa de FPCM 8. Em uma mesma articulação pode haver fragmentação do processo coronoide medial (FPCM) e OCM; já as descrições de Nupa e FPCM em uma mesma articulação são raras 2.

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MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL

Abuso animal e violência doméstica: o papel do médico veterinário

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uantas vezes um veterinário se deparou com um caso de abuso animal na sua clínica cujos algozes eram membros da própria família? Ou com traumas “acidentais” cujos fatos relatados são discrepantes com as lesões apresentadas? E quantas vezes chegaram a desconfiar dessas situações? Atrás daqueles rostos, há histórias que nunca poderão ser completamente conhecidas, situações de violência familiar que permanecerão às escondidas. Animais, crianças, idosos, mulheres vulneráveis... todos envolvidos em uma rede de abuso. Milhares de médicos veterinários no Brasil estão à margem das iniciativas que visam prevenir e combater a violência doméstica em nosso País, sendo uma condição paradoxal, já que os médicos veterinários em sua prática ocupam uma posição privilegiada para reconhecer esses agravos, particularmente, por terem acesso ao ambiente familiar (Faraco; Seminotti, 2006). Nesse sentido, o médico veterinário é o “médico” da interrelação humanos e animais, é uma peça fundamental na sociedade para a avaliação dessa interação (Calderon, 2013). O abuso animal, complexo que inclui os maus-tratos, a crueldade e a negligência, frequentemente é considerado incidente isolado e totalmente separado da violência familiar, mas há uma conexão entre eles: a violência doméstica, o abuso a adultos vulneráveis (idosos, mulheres), o abuso infantil e o abuso animal estão interligados (Arkow, 2013; Ascione; Kaufmann; Brooks, 2000). Mas nem sempre essas conexões são consideradas pelos profissionais da medicina veterinária, saúde mental e direito, entre outros profissionais, a quem cabe a responsabilidade na identificação e prevenção da crueldade contra animais (Arluke; Lockwood, 1997) A violência doméstica envolve situações de violência física, sexual,

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psicológica, abandono e negligência contra crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, geralmente idosos e mulheres. Estão presentes em todas as classes sociais com um nível de complexidade dos fatores envolvidos que requer abordagem multidisciplinar de assistentes sociais, psiquiatras, psicólogos e médicos (Ferrari; Vecina, 2002). O abuso animal, além de trazer como consequência o sofrimento animal, pode causar a dessensibilização humana para a violência e para a habilidade de ter empatia com as vítimas e, no futuro, com os próprios seres humanos (Ascione; Arkow, 1999). Currie, 2006, encontrou que crianças expostas à violência doméstica eram três vezes mais cruéis para com os animais. Muitos países incluíram o abuso animal dentro da violência doméstica devido à grande quantidade de pesquisas que demonstram o elo existente entre a violência humana e o abuso animal e à necessidade do trabalho intersetorial, integrado, conjunto, entre as diversas autoridades, sejam as que protegem as crianças, sejam as que protegem os animais (Linzey, 2009). O abuso animal tem sido utilizado como um indicador de que a família apresenta problemas em relação à violência doméstica, necessitando de diagnóstico, avaliação do risco da situação, medidas preventivas e de proteção ao mais vulneráveis. Quando os animais estão sendo abusados, as crianças também estão em risco. Em levantamento feito com mulheres vítimas de espancamento, 71% delas relataram que o agressor já havia machucado e/ou matado o(s) seu(s) animal(is) de companhia (Ascione, Weber e Wood, 1997). Dentre a importância de se diagnosticar o abuso animal encontra-se o fato de que as vítimas humanas geralmente não falam sobre o abuso direcionado a elas, mas se sentem mais confortáveis falando sobre o abuso dos seus animais

Violência doméstica: como, quando e porque notificar o conselho tutelar: http://youtu.be/iwHVzfSOrjA

de companhia, que reflete o que elas próprias estão passando. Vizinhos também denunciam mais facilmente o abuso animal do que a falta de cuidados com as crianças, a violência doméstica e o abuso de adultos vulneráveis. Nesse sentido, veterinários, entidades de proteção animal e centros de controle de zoonoses podem ser os primeiros a receberam denúncias sobre o abuso animal e, consequentemente, a violência doméstica (Ascione; Arkow, 1999). Os traumas não acidentais (TNA) aos animais podem servir de evidência da existência da violência doméstica e já é usado em muitos países para acionar órgãos de proteção às crianças e/ou aos adultos vulneráveis. Os sinais que indicam TNA são similares nas crianças e nos animais, como por exemplo, queimaduras com água quente (geralmente em membros), queimaduras por cigarro e fraturas. Geralmente as injúrias no TNA são repetidas e as histórias contadas tanto pelos responsáveis pelas crianças traumatizadas como pelos animais também apresentam o mesmo padrão: histórias inconsistentes e discrepantes. Geralmente o abusador reluta em falar sobre o histórico do trauma e muda de comportamento quando questionado (Munro, 1996). Durante o exame clínico, o animal abusado pode apresentar comportamento de medo e submissão ou desespero; medo de homem; feliz quando hospitalizado; agrada o abusador (Linzey, 2009).

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Os veterinários devem estar prontos para fazer o diagnóstico de TNA e, mesmo que gere uma desconfiança, medidas devem ser tomadas não somente para proteger o animal de mais abusos, mas para prevenir que crianças também sejam abusadas. Os conselhos tutelares das cidades podem ser comunicados para se iniciar um trabalho em conjunto. A Secretaria da Saúde e da Assistência Social da cidade também deve ser comunicada, bem como o serviço de controle de zoonoses local, para que ações conjuntas sejam realizadas a fim de se diagnosticar a violência doméstica, os abusos que estão ocorrendo e desencadear as medidas cabíveis para a proteção de pessoas e animais. Arkow, P. O Elo entre a violência humana e o abuso animal. Palestra apresentada In: Seminário Internacional, 30 e 31 de julho de 2013,

Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal; Instituto Técnico de Educação e Controle Animal. São Paulo, 2013. Arluke, A.; Lockwood, G. R. Understanding cruelty to animals. Society and Animals, v.3, n.5, p.83-93, 1997. Ascione, F. R.; Arkow, P. Child abuse, domestic violence and animal abuse: linking the circles of compassion for prevention and intervention. Purdue University Press. 380p. 1999.

Faraco, C.B.; Seminotti, N. A crueldade com animais: como identificar seus sinais? O Médico Veterinário e a prevenção da violência doméstica. Brasília: Revista CFMV, v. 37, p. 66-71, 2006. Ferrari, D. C. A.; Vecina, T. C. C. O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática. Editora Ágora, 337p. São Paulo, 2002. Linzey, A. The link between animal abuse and humane violence. Sussex Academic Press. 350p. 2009.

Ascione, F. R.; Kaufmann, M. E.; Brooks, M. E., In: Fine, A. A Handbook on animal-assisted therapy: theoretical foundations and guidelines for practice. San Diego: Academic Press, 590p., 2000. Ascione, F. R.; Weber, V.; Wood, D. S. Animal Welfare and Domestic Violence. The Geraldine R. Dodge Foundation, April 25, 1997. Calderón, N. A. Maldonado. Bioética e o oficial de controle animal. Palestra. In: Curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (Curso FOCA), Embu, 2013. Currie, C. L. Animal cruelty by children exposed to domestic violence. Child Abuse & Neglect 30 (2006) 425–435.

M.V. Rita de Cassia Maria Garcia, MSc., PhD MVC Consulting; Pós-doutoranda da Faculdade de Medicina, USP; Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal (ABMVL); Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC)

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COMPORTAMENTO

Animais não são presente!

Há diferença entre roupas, brinquedos, celulares e animais de estimação?

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stá à procura de um cão ou de um gato para surpreender os entes queridos no Natal? Aconselho a pensar duas, três ou quantas vezes forem necessárias, porque, ao contrário do que muitos imaginam, os animais são diferentes de brinquedos, sapatos, acessórios e de todos os objetos inanimados – serão membros legitimos da família, embora singulares. A mídia, o comércio e as representações sociais deram às pessoas a ideia de que cachorros e gatos podem ser um presente dos mais especiais e valorizados. Assim, o retorno para quem os oferta será muito positivo. No entanto, o futuro é frequentemente preocupante. Muitas famílias ficam surpresas porque os animais comem (com horários), porque urinam e defecam em qualquer lugar da casa (quando os filhotes ou os adultos não são bem ensinados), porque adoecem (são seres vivos), porque vocalizam (têm comunicação) e porque necessitam de sociabilização e afeto (são sociais). E, para dificultar ainda mais, como animais não humanos, demandam aquisição de conhecimentos sobre suas necessidades específicas, percepções e formas de comunicação. 112

Diante destas “desagradáveis” descobertas, o animal que é objeto do presente torna-se para alguns mais uma frustração do que um prazer. A fantasia do animal que nasce sabendo onde é o banheiro, que será feliz mesmo ao ficar oito horas do dia isolado, que estará plenamente satisfeito apenas com o passeio dominical e que será “ligado” ou “desligado” conforme a vontade e disponibilidade dos tutores é rompida. Em consequência, vários dos cães e gatos comprados/adotados em datas festivas ou nas férias acabam sendo abandonados. É a tragédia que se repete no primeiro ano de vida e determina que o abandono seja o “agravo endêmico” com maior ocorrência nesse período. Quando você ouvir falar de pessoas que pretendem dar um animal de estimação como um presente, por favor, aproveite a oportunidade para educá-las e alertá-las. Os animais não podem falar por si, mas você pode ser a voz deles e transmitir a mensagem de que eles não são descartáveis e precisarão de cuidados por toda a vida, ou seja, são um compromisso para os próximos 10 ou 20 anos. Os animais de estimação não devem ser objeto de uma compra/adoção por impulso. As pessoas podem incluir um animal em suas vidas, mas só quando for a hora certa. Muitos não têm tempo, dedicação, vida estável ou condições financeiras para cuidar de um animal a longo prazo. Quando a novidade se transforma em realidade do dia a dia, com tarefas repetitivas e constantes, o encanto inicial desaparece, e o tutor movido por impulso esmorece. Os animais nunca deveriam ser um presente surpresa. Todos, incluindo as crianças, devem se preparar buscando orientações qualificadas para decidir se o estilo de vida familiar é compatível com o que os animais necessitam. É fundamental entender que as coisas vão mudar em casa e que toda a família deverá trabalhar em conjunto para tornar o animal um membro bem-vindo. Os primeiros dias são fundamentais para a adaptação dos animais de estimação. Essa etapa inicial vai afetar a capacidade e a habilidade do animal para se relacionar com os seres humanos e adquirir confiança no novo ambiente. Uma introdução estressante, sem planejamento, poderá ter efeitos negativos e deixar sequelas que dificultarão muito a integração bem-sucedida na família. Um adulto sempre deverá ser o responsável por esse ani mal de estimação, e não as crianças. Estas não têm

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atenção, autodisciplina e maturidade para assumir compromissos dessa natureza. O tutor deve estar disposto a aceitar a responsabilidade de cuidar desse animal de estimação pelos próximos anos, o que pode significar despender tempo mesmo após as crianças deixarem a casa. Em vez de comprar o cachorrinho ou o gatinho fofinho como um presente, dê livros e vídeos sobre animais, suas características e necessidades, sua forma de aprendizagem, e os cuidados de saúde e alimentação. Esses presentes são uma estratégia excelente para introduzir as alegrias e os deveres para com o animal de estimação. Dessa forma, contribuem para a família ou o indivíduo decidir corretamente sobre a inserção de um animal em casa. As crianças na fase escolar e pré-adolescente geralmente redirecionam sua atenção para os amigos, a escola, as atividades sociais e o mundo virtual, entre outros. Nessa etapa, não há como colocar o animal de estimação no armário, já que a novidade e o interesse podem ter terminado. Além disso, "pets como brinquedos" é uma mensagem errada para ensinar às crianças e adolescentes. Perde-se a oportunidade de vivenciar na família um modelo de respeito e consistência nas atitudes e, ao contrário, o que se ensina é a falta de comprometimento e de vinculação. Portanto, pense muito bem antes de ter ou recomendar um animal de estimação, e lembre-se de que ele pode ser motivo de infindáveis alegrias, mas para isso é necessário que seja criado com respeito, afeto e seriedade. Quando o fato é consumado e o “presente” já foi recebido, invista na orientação veterinária. Pessoas despreparadas em cuidar de um animal podem causar danos de difícil reparação. Principalmente no que se refere ao comportamento dos animais. Alguns capítulos do livro Fundamentos do comportamento canino e felino, de Ceres B. Faraco e Guilherme M. Soares (São Paulo: MedVet, 2013), focam

bastante em técnicas para a prevenção dos problemas comportamentais, sendo excelentes para compartilhar com os clientes, principalmente na primeira consulta de um filhote. Compete aos médicos veterinários o compartilhamento desse conhecimento. Atitudes como essa promovem a guarda responsável de animais e também podem se tornar uma importante ação de fidelização de clientes. Aproveite as oportunidades... “Os animais dividem conosco o privilégio de terem alma” (Pitágoras). Eles não devem ser presentes ou objetos. Merecem compaixão e respeito.

Profa. dra. Ceres Berger Faraco

Instituto de Saúde e Psicologia Animal (INSPA) www.psicologiaanimal.com.br Médica veterinária, clínica de comportamento animal, doutora em psicologia e presidente da AMVEBBEA (Associação Médico-Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal) www.amvebbea.com.br

Arthur de Vasconcelos Paes Barretto Médico veterinário, editor da revista Clínica Veterinária

www.revistaclinicaveterinaria.com

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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO

Sala ecumênica para pets

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or mais que a medicina veterinária tenha avançado e a qualidade de vida dos animais tenha melhorado, eles também têm o seu o momento de partir. Decidir pela eutanásia ou escolher o que fazer depois que o melhor amigo nos deixa são justamente momentos difíceis para o proprietário que ama seu bicho de estimação. Por acreditar que o dono tem um vínculo importante com o seu melhor amigo e que o pet também tem esse laço com o seu proprietário, o Hospital Veterinário Santa Inês criou um espaço ecumênico para que, em casos que não haja mais tratamentos para o animal, ele e seu dono tenham um momento tranquilo e reservado para dizer adeus. A sala ecumênica conta com uma estrutura adaptada para dar conforto para o proprietário e para os animais durante a eutanásia assistida. Construída em uma área interna, mas isolada da rotina do hospital, conta com cadeiras, mesa de granito, sistema de controle de temperatura e suporte hospitalar, garantindo a tranquilidade aos membros da família. Não há custo para utilizar o local e velar o bicho. “Criamos esse espaço porque vimos a necessidade de haver um lugar calmo para deixar o dono à vontade para se

despedir do amigo, com todo o respeito que ambos merecem”, explica Eduardo Pacheco, diretor clínico do Hospital Veterinário Santa Inês. Para oferecer um serviço completo, o hospital firmou parceria com o Pet Memorial, empresa especializada em cremação de animais de estimação e que está no mercado há mais de 12 anos prestando esse suporte aos donos. Caso haja interesse, o proprietário pode contratar o serviço de cremação, que é feita de forma individual, e até adquirir uma bela urna para guardar as cinzas do pet. Outra opção é o encaminhamento do corpo, após refrigeração, para as empresas Loga ou Ecourbis. Elas recolhem semanalmente os bichos que morrem em clínicas e hospitais, por serem considerados resíduos sólidos de saúde. Após a coleta, eles são levados para uma usina de incineração coletiva e é cobrada uma taxa pelo serviço. Segundo a lei, a responsabilidade de destinação final de um animal morto é do proprietário, mas existe a certeza que depois de tantos anos juntos, dar um fim digno ao melhor amigo é algo importante e ameniza o sentimento de ter perdido um companheiro.

SOBRE O HOSPITAL O Hospital Veterinário Santa Inês, localizado na zona norte de São Paulo (SP), se destaca por ter uma das melhores, mais capacitadas e multidisciplinares equipes de especialistas, tecnologia de ponta e um dos centros de diagnóstico em medicina veterinária mais avançados do Brasil. Esses recursos fazem com que o hospital seja considerado referência em atendimentos de emergência, casos clínicos complexos, recuperação e tratamentos preventivos de doenças. Inaugurado em 2000, o Santa Inês conta com mais de 40 profissionais, a grande maioria com residência médica ou formação avançada (mestres e doutores) em suas áreas. O hospital ocupa um espaço de aproximadamente 1.200 m², divididos em dois prédios. No principal estão localizados o atendimento médico, centro de diagnóstico e de emergência, consultórios, setor de imagem (tomografia, raio X digital, ecodoppler e ultrassom), laboratório de análises clínicas, centro cirúrgico, internação, UTI e administração. No segundo prédio ficam o centro de treinamento (utilizado para reciclagem mensal dos profissionais), esterilização e imunização, além da loja e de uma sala especialmente adaptada para reabilitação e fisioterapia.

Sala ecumênica: área é reservada para o dono se despedir do melhor amigo de forma digna e tranquila

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MERCADO PET

Crescimento do mercado pet no Brasil é destaque nos resultados do Fórum Pet Brasil

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á três anos a Gouvêa de Souza (GS&MD) vem se dedicando a pesquisar e apresentar dados no mercado pet brasileiro. Ela tem mais de 20 anos de atuação no varejo, marketing e distribuição, sendo reconhecida no mercado pela sua expertise. Os dados que a GS&MD vem obtendo do mercado pet brasileiro estão sendo muito úteis para todos os envolvidos nesse setor, que tem grande crescimento, mas que também carece de profissionalização e de formalização. Eles vêm sendo compartilhados por todos os profissionais do setor interessados na evolução do mercado pet através do Fórum Pet Brasil, evento anual que já se consagrou no mercado. Fórum Pet Brasil 2013 A pesquisa realizada pela GS&MD contou com entrevistas realizadas com 2.730 consumidores nos pontos de

Regiões onde foram realizadas as pesquisas, perfil dos entrevistados e principais animais de estimação

fluxo das regiões sudeste, nordeste, sul e centro-oeste, abrangendo as classes econômicas A, B e C. Nos resultados apresentados este ano destacam-se: • levantamento da população de pets de aproximadamente 30 milhões de cães e 10 milhões de gatos; • faturamento de R$ 14,4 bilhões em 2012 e, para 2013, previsão de cresci-

mento real de 7,5%, quase o dobro da média de crescimento do varejo brasileiro, que está em apenas 4%; • expectativa de faturamento de 20 bilhões em 2020. Outro detalhe observado é que o mercado pet é extremamente pulverizado. Os maiores varejistas desse setor especializado detêm apenas 4% do mercado. No setor de eletrodomésticos,

Em 2013, a expectativa do mercado pet é de quase o dobro do varejo. 116

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Comparação entre o crescimento real do varejo e o varejo pet brasileiro (em %)

por exemplo, os cinco maiores varejistas detêm cerca de 44% e, no setor de supermercados, os cinco maiores estão com cerca de 45% do mercado. O principal ponto positivo da pulverização do mercado pet são as inúmeras oportunidades para vários tipos de empreendimentos. Ou seja, quem souber trabalhar bem, poderá conseguir manter uma boa fatia do mercado, sem que precise ser uma megaloja para isso. As clínicas e hospitais veterinários têm uma participação importante no mercado, pois os médicos veterinários são formadores de opinião e podem fazer com que essa participação aumente, até porque há cada vez mais produtos e alimentos especializados e de prescrição. Porém, a taxa brasileira de medicalização é muito baixa. Ao investirmos mais na prevenção, a taxa de medicalização subirá e, aos poucos, o canal veterinário poderá ganhar maior destaque.

Participação do mercado pet por canal. Dados de 2012 e em porcentagem

Como o animal chegou na casa Este levantamento mostra o quanto a adoção proveniente de abrigos ou CCZs está baixa e o quanto as pessoas permitem a reprodução de seus animais de estimação, gerando grande número de filhotes indesejados que precisam ser “adotados”. Se não houvesse essa procriação desnecessária e as adoções provenientes de abrigos fossem efetivas, seria possível controlar melhor a população de animais e reduzir o sofrimento de centenas de animais que carecem de adoção

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MERCADO PET

12ª Edição da Pet South America supera expectativas

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Pet South America, feira especializada organizada pela NürnbergMesse Brasil, teve lugar entre os dias 29 e 31 de outubro de 2013 no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. O evento reuniu médicos veterinários e profissionais do setor, que conferiram as últimas novidades e tendências do segmento. Esta foi a 12ª edição da Pet South America, que recebeu mais de 200 marcas nacionais e internacionais em exposição, apresentou 75 novos expositores e quatro pavilhões - SEBRAESP, Chinês, Aquarismo e Cafelândia – o mais novo pólo industrial de acessórios para animais de companhia, que escolheu a feira para lançar oficialmente sua iniciativa. Diversas atividades paralelas foram promovidas. O Congresso Paulista das Especialidades foi organizado pela Sociedade Paulista de Medicina Veteriná-

ria (SPMV) em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) e recebeu renomados especialistas nos três dias do evento, registrando 1.489 congressistas. O 9º Seminário de Gestão e Marketing e a apresentação do Estudo Pet Brasil 2013, desenvolvidos pela GS&MD, também enriqueceram esta edição. O evento contou ainda com o apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (SINDIRAÇÕES) e com a parceria da COMAC – Comissão de Animais de Companhia do SINDAN – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal. Lançamentos Logo ao entrar no pavilhão, os visitantes encontraram um grande lança-

mento: a nova linha da PremieR Pet: PremieR Nutrição Clínica, que chega para atender às necessidades dos consumidores que há algum tempo vinham sinalizando o desejo de manter a marca PremieR pet para a alimentação de seus cães e gatos também em situações de tratamento clínico. Segundo Madalena Spinazzola, gerente de planejamento estratégico e marketing corporativo da empresa, foram quase quatro anos de pesquisas no Centro de Desenvolvimento Nutricional exclusivo da empresa, com intensa dedicação de uma equipe de especialistas, para alcançar as formulações que a marca está apresentando ao mercado. Além da linha PremieR Nutrição Clínica, que chega com sete produtos, a empresa apresentou mais quatro lançamentos na categoria Super Premium para cães e gatos. Outra novidade na feira foi a estreia

Profissionais dos mercados pet e veterinário marcaram presença na 12ª edição da Pet South America 118

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A Pet South America recebeu 23.112 visitantes nesta edição, 16% a mais que a edição de 2012 na Pet South 2013 da Cymbo, empresa que possui uma linha de produtos à base de citronela: xampus, condicionadores, repelentes, desinfetantes, entre outros. Na parte de diagnóstico veterinário destacaram-se: a Bio Brasil, que lançou 3 analisadores de última geração, econômicos, portáteis, leves e de fácil utilização; a Zoetis, que lançou a linha Witness de diagnósticos rápidos de precisão; e a Fujifilm, com soluções em diagnóstico por imagem de extrema qualidade e praticidade. A Vetnil destacou cinco produtos

recém-lançados: o Geripet®, o Shampoo Pelo & Derme® Hipoalergênico, a nova apresentação do Promater® e as linhas Periovet®, para higiene oral de cães e

gatos, e Aurivet®. Além dessas novidades, a empresa sorteou um carro 0km entre os clientes que participaram da promoção realizada na feira.

Carro 0Km sorteado na Vetnil

Radiografia digital Fujifilm

PremieR Nutrição Clínica: lançamentos para cães e gatos

A revista Clínica Veterinária, por sua vez, lançou aplicativos para tablets e smartphones: http://play.google.com/store/apps/ details?id=com.revistaclinicaveterinaria

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PET FOOD

Grupo brasileiro ganha os dois prêmios oferecidos no Waltham International Nutritional Sciences Symposium

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ntre 1 e 4 de outubro de 2013 ocorreu em Portland, Oregon, EUA, o Waltham International Nutritional Sciences Symposium (WINSS). O evento reuniu especialistas em alimentação e nutrição de animais de estimação do mundo todo e também alguns profissionais da linha da nutrição humana. Além das palestras de importantes nomes na área, como Rob Knight, Kelly Swanson, Alex German, Richard Butterwick e Denise Elliott, entre outros, o congresso foi bastante prestigiado e teve muita adesão. Compareceram os principais pesquisadores da Europa, o grupo da Austrália e todos os principais laboratórios de pesquisa americanos. Foram mais de cem trabalhos, e o “Laboratório de pesquisas em nutrição e doenças nutricionas Prof. Dr. Flávio Prada” da FCAV/Unesp-Jaboticabal/SP levou 14 pôsteres e duas exposições orais que receberam muitos comentários e questionamentos. Os trabalhos foram avaliados por um comitê científico e os autores do melhor pôster e do melhor trabalho oral foram premiados com uma viagem em breve para o Centro de Pesquisa Waltham, na Inglaterra. O grupo da FCAV/Unesp ganhou os dois. “Fiquei muito feliz e surpreso”, comentou o prof. dr. Aulus C. Carciofi, docente e orientador das pesquisas. “Os prêmios são o reconhecimento de que o Brasil está mais maduro, de que temos uma boa estrutura de pesquisa no país e de que damos aos pós-graduandos um treinamento que tem a mesma qualidade dos que existem lá fora.” Raquel Silveira Pedreira, médica veterinária, aluna de mestrado do mesmo centro de pesquisa, foi a vencedora do melhor trabalho exposto sob a forma de palestra. O trabalho Insoluble fiber delays gastric emptying and colonic filling time of dogs fed kibble diets (Fibras insolúveis retardam o esvaziamento gástrico e tempo de preenchimento do cólon de cães alimentados com ração 120

seca), que tem como coautores: F. L. Silva; M. L. Avante; B. A. Loureiro; L. F. O. Matheus; C. S. Ferreira; J. C. Canola e A. C. Carciofi, demonstrou de forma inédita o comportamento da fibra ao longo do trato digestório dos cães. Outros trabalhos já haviam mensurado o tempo total de deslocamento do ingrediente, sem, entretanto, entender como ele agia em cada órgão especificamente. O trabalho apresentado por Fabiano Cesar Sá, médico veterinário, estudante de doutorado no programa de pós-graduação da UNESP de Jaboticabal, foi escolhido como o melhor trabalho em pôster do congresso. Intitulado Digestibility and palatability of foods for dogs and cats extruded with different amounts of mechanical and thermal energy (Digestibilidade e palatabilidade de alimentos para cães e gatos extrusados com diferentes quantidades de energia mecânica e térmica), tem também

Raquel Pedreira, Denise Elliott, Fabiano Sá e Aulus Carciofi no WiNSS 2013 http://www.waltham.com/eventsnews/winss-next-event/

Fabiano César Sá, premiado na categoria de melhor trabalho apresentado em pôster

como autores: E. M. Souza, G. Rokey, K. S. Venturini, J. N. Werneck, K. N. V. Gonçalves e A. C. Carciofi. Esse trabalho avaliou o efeito da energia térmica e mecânica no cozimento proporcionado pela extrusão. O doutorando Fabiano explica: “Ele foi bastante interessante, pois mostrou que a aplicação de energia térmica favorece a palatabilidade das dietas e está relacionada à menor perda de nutrientes, ao menor desgaste do equipamento e à economia de energia elétrica. Acreditava-se que os gatos preferissem alimentos cozidos com energia mecânica, mas o experimento mostrou que não; já os cães preferem alimentos com energia mecânica e térmica moderados”. O prof. Aulus conta que o grupo frequenta eventos internacionais desde 2004 e que ele incentiva e se esforça para isso: “É a oportunidade de você encontrar os pesquisadores que são referência na área, partilhar os estudos com eles, verificar o que eles têm feito e como têm feito. Também é importante para criar um vínculo pessoal que possibilita trabalhos conjuntos e o intercâmbio de estudantes. A ciência é compartilhada com a comunidade. É assim que ela funciona!”

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Segundo ele, essa experiência de estar frente a frente com pesquisadores importantes, pessoas atualizadas e críticas, gera muito amadurecimento no aluno: “Sempre faço com que eles exponham a pesquisa e se responsabilizem por defender o estudo, o que é uma grande ferramenta de aprendizado”. A nutrição tem se destacado cada vez mais no atendimento à saúde dos pequenos animais e é bom saber que o Brasil está atualizado no assunto e com cada vez mais pessoas capacitadas envolvidas. É possível ver mais fotos de momentos do evento acessando: http://nutricao.vet.br/midia_002_premio_waltham_2013.php Outra importante atividade do grupo da FCAV/Unesp é a realização do V Simpósio sobre nutrição clínica de cães e gatos - A inter-relação entre

Auditório onde os trabalhos orais foram apresentados

nutrição e doença, a ser realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2013. As inscrições podem ser feitas acessando: http://www.nutricao.vet.br/simp_nut _clin.php/. Nos vemos lá.

Cristiana S. Prada omelhorparaoseucliente@nutricao.vet.br

Médica veterinária, Ms nutrição.Vet - www.nutricao.vet.br

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GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA

Qual o impacto da informalidade no seu negócio?

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Brasil é um país de oportunidades e, ao mesmo tempo, de muitas dificuldades para aqueles que se dispõem a ter seu próprio negócio. No meio de tantas regras e leis, abrir uma empresa se torna um grande desafio, consumindo paciência, tempo e dinheiro. O processo é tão difícil, complexo e depende de tantos órgãos que o empresário acaba iniciando as atividades antes de estar 100% regularizado. No mercado veterinário não é diferente, já que o profissional sai da faculdade sem nenhuma experiência em gestão e não tem ideia de quais são as exigências para abrir um consultório, uma clínica ou uma pet shop. Quando se fala em pagamento de impostos a situação é ainda pior, pois o contribuinte – que se sente “roubado” ao ter que dar parte do dinheiro obtido com tanto suor para um governo que oferece serviços públicos de baixa qualidade – vê a sonegação como algo justificável. Apesar de não ser o ideal, essa forma de iniciar um negócio é comum em quase todos os setores, mas, com o passar do tempo, muitas empresas conseguem progredir, tornando-se lucrativas e corrigindo os processos inadequados. Quanto mais “maduro” for o mercado, maior será a proporção de empresas que atuam formalmente, mas, infelizmente, o mercado pet é um dos mais imaturos que existem no Brasil. Por isso, ainda insiste na competição por preços baixos e descontos, uma estratégia adequada para empresas capazes de vender grandes volumes, mas totalmente errada para prestadores de serviços, já que compromete substancialmente o faturamento. O mais grave é que poucos têm consciência das consequências dessa estratégia, pois não possuem um registro preciso sobre o faturamento e as despesas da empresa. Na figura 1 temos um exemplo do impacto da informalidade no lucro de uma empresa de serviços veterinários, considerando despesas fixas de R$ 10.000,00 (aluguel, pró-labore e outros), salários de R$ 3.000,00 e custos variáveis de R$ 5.000,00. É possível perceber que o faturamento é insufi-

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DRE FORMALIDADE 100% FORMALIDADE 40% Faturamento R$ 22.000,00 R$ 22.000,00 Despesas R$ 15.000,00 (-) R$ 15.000,00 (-) Lucro sem impostos R$ 7.000,00 R$ 7.000,00 Base de cálculo R$ 22.000,00 R$ 8.800,00 IR (lucro presumido) R$ 6.083,00 (-) R$ 2.433,20 (-) ISS R$ 440,00 (-) R$ 176,00 (-) INSS R$ 600,00 (-) R$ 600,00 (-) Lucro líquido R$ 123,00 (-) R$ 3.790,80 Lucratividade 0,56% (-) 17,23% Figura 1: Comparativo entre a lucratividade da empresa operando 100% dentro da formalidade e apenas 40% dentro da formalidade DRE = demonstrativo de resultado

ciente para que a empresa seja lucrativa pagando os impostos integralmente (100% de formalidade). Ao perceber que a conta não fecha no final do mês, a alternativa para fazer “sobrar” algum dinheiro é, literalmente, dar o calote em alguém; e geralmente isso é feito com o governo por meio da informalidade tributária, nome sutil para a sonegação de impostos (40% de formalidade). Esse processo cria uma falsa ilusão de lucro e beneficia somente o consumidor que paga pelos serviços um valor mais baixo do que o necessário para a saúde fiscal do empreendimento. O problema é que há algum tempo a receita vem apertando o cerco contra a informalidade por meio da informatização dos processos de arrecadação (cupom fiscal e nota fiscal eletrônica) e da coleta sistemática de informações sobre a empresa e o empresário. Ao perceber essa nova realidade, alguns empresários têm se preocupado em arrumar a casa nos últimos anos, mas a maioria começa a se conscientizar somente agora do grande risco de multas e cobranças atrasadas, que podem estar relacionadas a irregularidades ocorridas até cinco anos atrás. Para estar entre aquelas que crescerão, a empresa deverá tomar algumas providências: • buscar informação: advogado, contador, Sebrae etc; • investir em gestão para aumentar o faturamento e o lucro; • fazer um DRE (demonstrativo de resul-

tado) com dados reais para descobrir onde é possível melhorar; • reavaliar a estratégia, a constituição social, a forma de tributação (lucro real, presumido ou simples nacional); • aumentar o capital de giro e adequar o fluxo de caixa para investimentos em processos, TI e pessoas; • criar um fundo de reserva para eventuais autuações fiscais; • criar uma meta e prazo para aumentar o grau de formalidade. Apesar de desagradável, essa mudança será muito importante, já que forçará a profissionalização do setor e tornar a competição mais justa para as empresas que trabalham corretamente e dentro da lei. É provável que algumas tenham que fechar, por não terem condições de se adaptar às novas regras, mas as que sobreviverem vão se tornar mais fortes e lucrativas. Para avaliar melhor a situação de sua empresa, preparamos uma planilha do Office (Microsoft) no endereço http://goo.gl/VtjDv9 na qual você poderá inserir alguns dados e verificar qual o lucro que sua empresa obtém por meio da informalidade e como ele ficará ao pagar integralmente os impostos (informações válidas para empresas de serviço optantes pelo lucro presumido). Renato Brescia Miracca renato.miracca@q-soft.net

Médico veterinário, bacharel em direito, MBA Q-soft Brasil Tecnologias da

Informação - www.qvet.com.br

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ACUPUNTURA

Início: março de 2014 São Paulo - SP Curso de especialização acupuntura veterinária http://www.qualittas.com.br/ 5 e 6 de abril de 2014 Belo Horizonte - MG VII Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária http://www.institutojp.com.br/

ANESTESIOLOGIA

10 a 12 de dezembro Botucatu - SP I Curso teórico-prático de anestesia loco-regional em cães e gatos http://bioethicus.com.br/anestesia_loco_regional/ 25 a 27 de abril de 2014 Campos do Jordão - SP WIIAV - 1º Workshop Internacional de Intensivismo e Anestesiologia Veterinária http://www.wiiav.com.br/ Início: abril de 2014 Inscrição: 01/10/13 a 31/01/2014 São Paulo - SP Pós-graduação em anestesia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br/ Início: julho de 2014 Inscrições até junho de 2014 Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em anestesia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br/ 2 e 3 de agosto de 2014 Curitiba - PR Pós-graduação em anestesia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br/

ANIMAIS SELVAGENS

2013 Online - EAD Atualização em animais silvestres - início imediato https://www.equalis.com.br/ 19 e 20 de novembro Lavras - MG Ciclo de palestras em animais selvagens http://migre.me/grzeo

29 de novembro São Paulo - SP Biologia, manejo e conservação de animais silvestres e exóticos http://www.qualittas.com.br/

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7 e 8 de dezembro Rio de Janeiro - RJ Curso de manejo e clínica de felinos selvagens http://www.sollarisambiental.com.br 15 a 18 de maio de 2014 Uberlândia - MG VII ENANSE VII e II Simpósio sobre Medicina e Conservação da Fauna do Cerrado www.facebook.com/enanse2014

AUXÍLIAR VETERINÁRIO

2013 São Paulo - SP Curso de formação técnica em veterinária - Provet cursotecnico@provet.com.br (11) 3579-1427

Fevereiro de 2014 Taboão da Serra - SP Curso de auxiliar veterinário http://www.cladosbichoscursos.com

BEM-ESTAR ANIMAL

28 a 30 de novembro São Paulo - SP Ong Brasil 2013 http://www.ongbrasil.com.br/

CARDIOLOGIA

2013 Curitiba - PR Curso teórico-prático de eletrocardiografia computadorizada (um aluno por turma em cada módulo) http://www.jamesandrade.com 6 a 8 de dezembro São Paulo - SP Curso de emergências cardíacas http://www.cetacvet.com.br/ janeiro de 2014 São Paulo - SP Especialização em cardiologia veterinária http://www.qualittas.com.br/ 15 a 17 de janeiro de 2014 Viçosa - MG Curso de cardiologia em pequenos animais (31) 3899-8300 18 a 20 de julho de 2014 São Paulo - SP Curso de eletrocardiografia teórico-prático em cães e gatos módulo final de semana http://ivi.vet.br/

CIRURGIA

22 de novembro Londrina - PR

Osteossíntese biológica em cães e gatos - Pet Eventos http://www.peteventos.com.br/ 23 de novembro São Paulo - SP Cirurgia de tecidos moles "módulo de penectomia / uretrostomia perineal em felinos teórico e prático http://www.hovetpompeia.com.br/ 23 e 24 de novembro Belo Horizonte - MG Manejo das doenças ortopédicas em animais senis Complicações no tratamento de fraturas - Anclivepa MG http://www.anclivepamg.com.br/agenda-cientifica/ 6 e 7 de dezembro São Paulo - SP Módulo placas e hastes bloqueadas - CIPO: Curso Intensivo Prático de Ortopedia http://www.cipo.vet.br 14 a 16 de dezembro Viçosa - MG Curso de cirurgias em pequenos animais - CPT (31) 3899-8300 16 a 18 de dezembro Viçosa - MG Curso de cirurgias ortopédicas em pequenos animais - CPT (31) 3899-8300 fevereiro de 2014 SP, RS, RJ, MG, PR e GO Curso de criocirurgia veterinária http://www.qualittas.com.br/ 1º de fevereiro de 2014 São Paulo - SP Curso de técnica cirúrgica (11) 2305-8666 20 a 22 fevereiro de 2014 São Paulo - SP Módulo avançado de ortopedia http://www.cipo.vet.br 22 de fevereiro de 2014 a 28 de fevereiro de 2015 Campinas - SP Curso de cirurgia em pequenos animais - Echoa (19) 3365-1221

CLÍNICA

janeiro de 2014 Presidente Prudente - SP Clínica médica e cirúrgica de pequenos animais http://www.qualittas.com.br/

Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 107, novembro/dezembro, 2013

janeiro de 2014 Rio de Janeiro - RJ Curso de diálise peritoneal http://www.qualittas.com.br/ 0800 725 6300 7 a 9 de fevereiro de 2014 São Paulo - SP Pós graduação em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais 0800-701-6330 março de 2014 (início) Jaguariúna - SP Curso de pós-graduação em patologia clínica veterinária (19) 3937-4693 março de 2014 (início) São Paulo - SP Medicina laboratorial: análise e interpretação - 6 meses (11) 2265-6911 http://www.santainesvet.com.br/

COMPORTAMENTO

28 de novembro Online - EAD Manejo do estresse do cão e gato: prevenindo problemas comportamentais http://psicologiaanimal.com.br/ 2013 Online - EAD Etologia geral - Fundamentos do comportamento animal http://psicologiaanimal.com.br/ 2013 Online - EAD Agressividade canina (aberto estudo dirigido) http://psicologiaanimal.com.br/ 2013 Online - EAD Fisiologia do comportamento de cães e gatos (aberto - estudo dirigido) http://psicologiaanimal.com.br/ 2013 Online - EAD Ansiedade por separação em cães (aberto - estudo dirigido) http://psicologiaanimal.com.br/ 2013 Online - EAD Psicofarmacologia - Princípios http://psicologiaanimal.com.br/

DERMATOLOGIA

24 de novembro São Paulo - SP Onicopatias em cães e gatos http://www.sbdv.com.br


DERMATOLOGIA

29 de novembro a 1º de dezembro Belo Horizonte - MG Dermatologia para todos: novos olhares sobre velhos problemas http://www.vet.ufmg.br/eventos/e xibir/270 janeiro de 2014 SP, RJ, PR e RS Dermatologia em animais de companhia - Qualittas http://www.qualittas.com.br/ 9 de janeiro a 9 de março de 2014 São Paulo - SP Manipulação veterinária - dermatologia e embelezamento (teóricoprático) - Instituto Racine http://www.racine.com.br/ 28 a 30 de março de 2014 Rio de Janeiro - RJ Curso de pós-graduação em dermatologia veterinária - IBVET http://www.ibvet.com.br/Front/Tur mas.aspx?codigo=126

11 a 14 de abril de 2014 Jaguariúna - SP Curso de pós-graduação em dermatologia veterinária - IBVET http://www.ibvet.com.br/Front/Tur mas.aspx?codigo=126 (19) 3937-4693

21 a 23 de março de 2014 (início) Jaguariúna - SP Pós-graduação em geriatria de cães e gatos - IBVET http://www.ibvet.com.br/Front/Tur mas.aspx?codigo=128 (19) 3937-4693

ENDOCRINOLOGIA

4 a 6 abril de 2014 (início) Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em geriatria de cães e gatos - IBVET http://www.ibvet.com.br/Front/Tur mas.aspx?codigo=128/ (19) 3937-4693

2013 Online - EAD Atualização em endocrinologia http://www.equalis.com.br/

FISIOTERAPIA

9 a 24 de novembro São Paulo - SP VI Curso intensivo de fisioterapia veterinária - Fisiocarepet (11) 99591-1206 http://fisiocarepet.com.br/

GERIATRIA

23 de novembro Londrina - PR Ortopedia no paciente geriátrico (43) 9151-8889

GESTÃO

27 de novembro a 1º de dezembro São Paulo - SP Curso de gestão e marketing http://www.gioso.com.br/ Início: fevereiro de 2014 Curitiba - PR Pós-graduação em auditoria e gestão em saúde http://pos.utp.br/

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IMAGENOLOGIA

21 e 22 de novembro Rio de Janeiro - RJ SINDIV - Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário http://migre.me/fAuI5 27 de novembro a 5 de dezembro São Paulo - SP Curso teórico e prático de ultrassonografia abdominal - Provet http://www.provet.com.br/ (11) 3266-2299 29 de novembro a 1º de dezembro Viçosa - MG Curso de interpretação radiográfica em pequenos animais (31) 3899-8300 3 a 11 de dezembro Brasília - DF Curso de ultrassonografia abdominal e pélvica - Qualittas http://www.qualittas.com.br/ 0800 725 6300

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IMAGENOLOGIA

17 a 19 de dezembro Viçosa - MG Curso de interpretação ultrassonográfica em pequenos animais (31) 3899-8300

15 a 21 de fevereiro de 2014 Campinas - SP Curso de radiodiagnóstico veterinário - Echoa (19) 3365-1221

19 a 21 de dezembro Viçosa - MG Curso: interpretação radiográfica (31) 3899-8300

21 a 23 de fevereiro de 2014 Campinas - SP Curso intensivo: cabeça e pescoço - Echoa (19) 3365-1221 http://www.echoa.com.br/

20 de janeiro de 2014 a 26 de fevereiro de 2014 São Paulo - SP Curso teórico-prático de ultrassonografia abdominal em pequenos animais http://ivi.vet.br/

14 a 16 de março de 2014 Jaguariúna - SP Pós-graduação em diagnóstico por imagem em pequenos animais - SP - IBVET http://www.ibvet.com.br (19) 3937-4693

24 a 26 janeiro de 2014 Campinas - SP Curso intensivo: músculo-esquelético - Echoa (19) 3365-1221 http://www.echoa.com.br/

abril de 2014 (início) São Paulo - SP Tomografia (teoria e prática) duração de 6 meses (11) 2265-6911 http://www.santainesvet.com.br/

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4 a 6 de abril de 2014 Londrina - PR Pós-graduação em diagnóstico por imagem em pequenos animais - PR - IBVET http://www.ibvet.com.br

21 de julho a 27 de agosto São Paulo - SP Curso teórico-prático de ultrassonografia abdominal em pequenos animais (11) 3016-0200

11 a 13 de abril de 2014 Porto Alegre - RS Pós-graduação em diagnóstico por imagem em pequenos animais - RS - IBVET (19) 3837-2925

março de 2014 (início) São Paulo - SP Ultrassonografia em pequenos animais - pós-graduação http://www.inbrapec.com.br

11 de abril de 2014 a 12 de abril de 2015 São Paulo - SP Curso de especialização em radiodiagnóstico veterinário módulo final de semana - IVI http://ivi.vet.br/

18 de novembro Porto Alegre - RS Curso de imersão teórico-prático em emergência e terapia intensiva http://www.equalis.com.br/

6 de maio a 26 de junho de 2014 São Paulo - SP Curso de aprimoramento teóricoprático em radiodiagnóstico http://ivi.vet.br/

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INTENSIVISMO

24 de novembro São Paulo - SP Urgências e emergências "módulo básico" - prático II (simulação de atendimento) http://www.hovetpompeia.com.br/ (11) 3673-9455



INTENSIVISMO

29 de novembro a 1º de dezembro Viçosa - MG Curso de interpretação radiográfica em pequenos animais (31) 3899-8300 30 de novembro de 2013 a 20 de julho de 2014 São Paulo - SP Medicina intensiva (11) 3341-5393 29 a 31 de janeiro de 2014 Botucatu - SP I Curso de ventilação mecânica em pequenos animais - Instituto Bioethicus (14) 3814-6898 http://www.bioethicus.com.br/ventilacao/ Início: 1º semestre de 2014 PE - RS - RJ - PR Curso de imersão teórico-prático em emergência e terapia intensiva http://www.equalis.com.br/

MED. ALTERNATIVA

21 a 24 de novembro Canoas - RS Curso de quiropraxia veterinária http://quiropraxiaanimal.com/brasil.html 14 e 15 de dezembro Botucatu - SP III Curso teórico-prático de ozonioterapia em medicina veterinária http://www.bioethicus.com.br/ 14 a 16 de fevereiro de 2014 Jaguariúna - SP Pós-graduação em medicina veterinária holística - SP - IBVET (19) 3837-2925

1º de fevereiro de 2014 a 9 de novembro de 2014 São Paulo - SP Curso de medicina felina 2014 http://www.cetacvet.com.br/ 8 de fevereiro de 2014 a 14 de fevereiro de 2015 Campinas - SP Clínica médica e cirúrgica de felinos - Echoa (19) 3365-1221 14 a 16 de março de 2014 Porto Alegre - RS Pós-graduação em medicina clínica de felinos - RS - IBVET (19) 3837-2925 Início: abril de 2014 Rio de Janeiro e Jaguariúna Pós-graduação em medicina clínica de felinos - IBVET (19) 3937-4693

MEDICINA VET. LEGAL

2014 (início) Curitiba - PR Medicina veterinária legal - perícia veterinária http://pos.utp.br/ março de 2014 (início) São Paulo - SP Medicina veterinária legal - perito veterinário - pós-graduação http://www.inbrapec.com.br

NEUROLOGIA

2014 São Paulo Curso de neurologia com o Dr. Ronaldo Casimiro http://neuronaldo.com.br/

NUTRIÇÃO

20 a 23 de fevereiro de 2014 Canoas - RS Curso de quiropraxia veterinária info@quiropraxiaanimal.com

22 e 23 de novembro Jaboticabal - SP V Simpósio sobre nutrição clínica de cães e gatos ‘A inter-relação nutrição e doença’. http://www.nutricao.vet.br

11 a 13 de abril de 2014 Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em medicina veterinária holística - RJ - IBVET http://www.ibvet.com.br/ (19) 3837-2925

13 a 15 de dezembro Botucatu - SP III Curso de dietoterapia para pequenos animais – Food Therapy secretaria@bioethicus.com.br

MEDICINA FELINA

12 de janeiro de 2014 a 9 de fevereiro de 2014 São Paulo - SP Curso de medicina felina 2014 Juna Eventos (11) 2995- 9155

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Novas turmas em 2014 Botucatu - SP Food Therapy - Dietoterapia para animais de pequenos porte http://www.bioethicus.com.br/food therapy_novo/ (14) 3814-6898

ODONTOLOGIA

23 de novembro São Paulo - SP (USP) Ondontologia veterinária - Pósgraduação Lato Sensu (11) 3091-1358 24 de novembro Online - EAD Curso de odontologia veterinária https://www.portaleducacao.com.br 18 a 20 de janeiro de 2014 Viçosa - MG Curso de odontologia em pequenos animais - CPT (31) 3899-8300

OFTALMOLOGIA

janeiro de 2014 (início) São Paulo - SP Especialização em oftalmologia veterinária e microcirurgia ocular http://www.qualittas.com.br/ março de 2014 (início) São Paulo - SP Oftalmologia veterinária - pósgraduação http://www.inbrapec.com.br

ONCOLOGIA

21 a 23 de março de 2014 Botucatu - SP VI curso de atualização em oncologia veterinária e 1º Simpósio internacional de oncologia veterinária - FMVZ Unesp http://www.fmvz.unesp.br/

REPRODUÇÃO

17 de novembro a 17 de dezembro Online - EAD Curso online: citogenética http://migre.me/gryI3

7 e 8 de dezembro São Paulo - SP Curso teórico e prático de inseminação artificial em cães e gatos - Provet (11) 3266-2299

PATOLOGIA

novembro de 2013 Rio de Janeiro - RJ Curso teórico-prático de citopatologia em cães e gatos - básico http://www.qualittas.com.br/ 14 a 16 de março de 2014 Jaguariúna - SP Pós-graduação em patologia clínica veterinária - SP - IBVET http://www.ibvet.com.br (19) 3937-4693

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5 de maio a 2 de julho de 2014 São Paulo - SP Curso teórico e prático de interpretação e diagnóstico em patologia clinica veterinária - IVI (11) 3016-0200

SAÚDE PÚBLICA

8 e 9 de novembro Mariana - MG 1º Seminário de manejo populacional de cães e gatos (31) 3558-2209 29 de novembro Goiânia - GO Encontro estadual sobre atuação médico veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) http://www.crmvgo.org.br/ 29 e 30 de novembro Curitiba - PR IV Conferência internacional medicina veterinária do coletivo e I Smpósio: saúde única e participação social https://www.facebook.com/conferenciamedvetcoletivo 13 a 15 de dezembro Belo Horizonte - MG IX Simpósio Internacional de Leishmaniose (31) 3227-8544

SEMANAS ACADÊMICAS

12 a 17 de abril de 2014 São Paulo - SP XXIV SACAVET - Semana Acadêmica Veterinária (FMVZUSP) http://www.sacavet.com.br

FEIRAS E CONGRESSOS

15 a 17 de novembro São Paulo - SP Simpósio internacional de metodologia científica - SBCV http://www.sbcv.org.br 18 a 21 de novembro Salvador – BA 40º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária - Conbravet http://www.conbravet2013.com.br 4 a 6 de dezembro Foz do Iguaçu - PR OIE - “A Conferência Global sobre Educação Veterinária e o Papel das organizações na Medicina Veterinária” http://www.oie.int/eng/A_EDUVSB 2013/introduction.htm


FEIRAS E CONGRESSOS

2014 Goiânia - GO XXV Encontro dos Médicos Veterinários e Feira Petgree 2014 http://crmvgo.org.br/encontro/ 4 a 7 de fevereiro de 2014 Porto Alegre - RS XXX Congresso Brasileiro de Zoologia - Mapeando a Biodiversidade - Sociedade Brasileirea de Zoologia http://www.sbzoologia.org.br/ 27 a 29 de abril de 2014 Novo Hamburgo - RS Feipet - Feira de Negócios para Animais de Estimação (51) 3066-7453 30 de abril a 2 de maio de 2014 Belo Horizonte - MG 35º Congresso da Associação Brasileira de Clínicos Veterinários

de Pequenos de Animais Anclivepa http://anclivepabrasil.com.br maio de 2014 Recife - PE 38ª edição do Congresso da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB) http://www.szb.org.br/ 21 a 23 de julho de 2014 São Paulo - SP *Feira Internacional de Produtos para Pequenos Animais - FIPPA * 12º CONPAVEPA http://www.fippa.com.br/ 21 a 23 de outubro de 2014 São Paulo - SP Pet South America http://www.petsa.com.br 27 a 30 de novembro de 2014 Recife - PE PetNor - Produtos e serviços para a linha pet e veterinária http://www.fenapet.com.br/

Belo Horizonte, MG

A capital mineira oferece muito entretenimento. Encontre a programação dos cinemas, bares, restaurantes, shows, festas, cinema e teatro no Guia BH – http://guiabh.com.br/

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18 a 20 de novembro Quito - Equador 6º Congreso LAVECCS http://www.ecveccs.com

Internacional SAÚDE PÚBLICA

21 a 23 de novembro Montevideo - Uruguai Congreso Internacional de Veterinaria www.congresoveterinario.com.uy

2014

18 a 22 de janeiro de 2014 Orlando - Flórida - EUA North American Veterinary Conference 2014 (NAVC) http://www.navc.com 17 a 21 de fevereiro de 2014 Singapura - Península Malaia

17 a 20 de novembro Davos - Switzerland One Health Summit One Health - One Planet - One Future: Risks and Opportunities http://www.onehealth.grforum.org

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12 a 14 de março de 2014 Orlando - Estados Unidos Global Pet Expo http://globalpetexpo.org 3 a 6 de abril de 2014 Birmingham - UK BSAVA Congress 2014 (British Small Animal Veterinary Association) http://www.bsava.com/ 22 a 25 de abril Lima - Peru Latin American Veterinary Conference - LAVC 2014 http://www.tlavc-peru.org

FEIRAS E CONGRESSOS

15 a 18 de novembro Guangzhou - China CIPS - The Most Influential International Pet and Aquarium Product Trade Show in AsiaPacific Region www.cipscom.com/en/#sthash.1 uYbkbOn.dpuf

Eurasia Veterinary Conference Singapore http://www.eurasia-vc.com/

Birmingham,

a segunda maior cidade do Reino Unido

http://blog.culturainglesa-ce.com.br/viagens/destino-birmingham-inglaterra

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11 e 12 de maio Buenos Aires - Argentina Jornadas Veterinarias http://jornadasveterinarias.com info@intermedica.com.ar




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