Oncologia
38
96
Diagnóstico por imagem
Osteocondroma intratraqueal em um cão idoso – relato de caso Intratracheal osteochondroma in an old dog – a case report Osteocondroma intratraqueal en un perro viejo – relato de caso
Sistema radiográfico digital – revisão de literatura Digital radiographic system – a literature review Sistema radiográfico digital – revisión de la literatura
Oncologia
Acupuntura
46
Tumor venéreo transmissível subcutâneo – relato de caso Subcutaneous transmissible venereal tumor – case report Tumor venéreo transmisible subcutáneo – relato de un caso
Clínica
56
Leishmaniose felina – revisão de literatura Feline leishmaniasis – review Leishmaniasis felina – revisión de literatura
Cirurgia
72
Ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica em gatos – revisão Total ear canal ablation and lateral bulla osteotomy in cats – review Ablación completa del conducto auditivo externo y osteotomía lateral de la bulla timpánica en gatos – revisión
Bem-estar animal
86
Perfil da comercialização de animais de estimação não convencionais no município de Concórdia, Santa Catarina: uma visão acerca da sanidade e do bem-estar dos animais Characterization of the trade of unconventional pets in Concórdia, Santa Catarina, with emphasis on animal sanity and welfare Caracterización del comercio de mascotas no convencionales en la ciudad de Concórdia, Santa Catarina: una visión sobre la salud y el bienestar de los animales 4
Farmacopuntura no acuponto yin tang e efeito sedativo em animais – revisão de literatura Pharmacopuncture in the Yin Tang acupoint and sedative effect on animals – literature review Farmacopuntura en el acupunto yin tang y el efecto sedante sobre animales – revisión de la literatura
@
106
Na internet
Facebook http://facebook.com/ClinicaVet Twitter http://twitter.com/ClinicaVet Site http://revistaclinicaveterinaria.com.br Apple Store - http://goo.gl/LiOuit Google Play - http://goo.gl/nEyv4Y
Pet Vet TV http://youtube.com/PetVetTV
Contato Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, Brasil Central de assinaturas: 0800 887.1668 cvassinaturas@editoraguara.com.br Telefone/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
14
Notícias • • • • •
Participe do WSAVA 2016 Feipet cresce mais de 40% Pesquisa sobre doença renal crônica em cães CRMV-SP lança aplicativo para consulta à legislação Bayer lança nova campanha publicitária da Seresto®
Especialidades • Dermatologia veterinária • Fisioterapia veterinária • Premiação no Congresso CBNA Pet
Bem-estar animal • É possível fazer ciência sem experimentação em animais
Medicina veterinária do coletivo • Por que temos cães?
Medicina veterinária legal • Cão comunitário: um sujeito de direito
6
22
26 32 114
Pet food • Particularidades dos cães pequenos e sua relação com o tratamento da obesidade
Gestão, marketing e estratégia • Planeje sua comunicação com os clientes
116 118
Lançamentos
120 • Antimicrobiano em suspensão oral • Antiparasitário de efeito imediato • Alimentos que contribuem para a perda de peso de cães e gatos • Alimento para o tratamento de cães com epilepsia e sinais neurológicos relacionados ao envelhecimento • Inovadora formulação contra pulgas, carrapatos e mosquitos Guia veterinário • www.guiavet.com.br
123
Vet Agenda
126
• www.vetagenda.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
H
á anos o Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (Itec) realiza o curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (Foca) – http://goo.gl/atT1CU –, que este ano, em abril, foi realizado em Jundiaí, SP. Na estrutura da prefeitura de Jundiaí, SP, está inserida a Coordenadoria de Bem-estar Animal (Cobema), órgão da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente que executa ações que estimulam a guarda responsável dos animais domésticos, promovendo o seu bem-estar por meio de medidas educativas, visando diminuir o abandono e os maus-tratos aos animais domésticos de estimação, de produção e silvestres http://goo.gl/DQZBBb . As aulas práticas do curso Foca foram realizadas na Cobema e foi onde registrei a capa desta edição. Além disso, também foi o primeiro trajeto realizado pela biblioteca itinerante, veículo da revista Clínica Veterinária que almeja compartilhar informação técnico-científica pelas faculdades e eventos de todo o Brasil.
EDITORES / PUBLISHERS Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br
Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br
PUBLICIDADE / ADVERTISING midia@editoraguara.com.br
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING Editora Guará Ltda.
CAPA / COVER: - gata para adoção na COBEMA (castrada e microchipada ) fotografada por Arthur Paes Barretto durante a realização de aula prática do Curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (FOCA), em Jundiaí, SP. COBEMA: (11) 4582-2685 / 4582-2649
Mais fotos: http://goo.gl/epAjJx
Diretoria do ITEC com alunos do Curso Foca (Jundiaí, SP) A capa desta edição seria outra, um filhote de pit bull, mas, após o registro dessa gata na Cobema, tudo mudou. A publicação de dois artigos científicos com gatos e a oportunidade de transformar a vida de um animal que está disponível para adoção fez com que tudo fosse alterado. Combater a crueldade e o abandono de animais é um trabalho de muita dedicação, característica que é marcante nos membros do ITEC. Há anos, educam e transformam. Já dizia Charles Chaplin: “A persistência é o caminho do êxito”. Vamos juntos transformar!
Biblioteca itinerante: em breve, próxima a você!
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto
Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.
CRMV-MG 10.684
8
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
CONSULTORES CIENTÍFICOS Adriano B. Carregaro
Carlos Roberto Daleck
Flavia Toledo
José Ricardo Pachaly
FZEA/USP-Pirassununga
FCAV/Unesp-Jaboticabal
Univ. Estácio de Sá
UNIPAR
Álan Gomes Pöppl
Carlos Mucha
Flavio Massone
José Roberto Kfoury Jr.
FV/UFRGS
IVAC-Argentina
FMVZ/Unesp-Botucatu
Alberto Omar Fiordelisi
Cassio R. A. Ferrigno
Francisco E. S. Vilardo
FCV/UBA
FMVZ/USP-São Paulo
Criadouro Ilha dos Porcos
Alceu Gaspar Raiser
Ceres Faraco
Francisco J. Teixeira N.
DCPA/CCR/UFSM
FACCAT/RS
Alejandro Paludi
César A. D. Pereira
FCV/UBA
UAM, UNG, UNISA
Alessandra M. Vargas
Christina Joselevitch
Endocrinovet
FMVZ/USP-São Paulo
Alexandre Krause
Cibele F. Carvalho
FMV/UFSM
UNICSUL
Alexandre G. T. Daniel
Clair Motos de Oliveira
Universidade Metodista
FMVZ/USP-São Paulo
Alexandre L. Andrade
Clarissa Niciporciukas
CMV/Unesp-Aracatuba
ANCLIVEPA-SP
Alexander W. Biondo
Cleber Oliveira Soares
UFPR, UI/EUA
EMBRAPA
FMVZ/Unesp-Botucatu
Aline Machado Zoppa
Cristina Massoco
FMU/Cruzeiro do Sul
Salles Gomes C. Empresarial
Aline Souza
Daisy Pontes Netto
UFF
FMV/UEL
Aloysio M. F. Cerqueira
Daniel C. de M. Müller
UFF
UFSM/URNERGS
Ana Claudia Balda
Daniel G. Ferro
FMU, Hovet Pompéia
ODONTOVET
Ananda Müller Pereira
Daniel Macieira
Universidad Austral de Chile
FMV/UFF
Ana P. F. L. Bracarense
Denise T. Fantoni
DCV/CCA/UEL
FMVZ/USP-São Paulo
André Luis Selmi
Dominguita L. Graça
Anhembi/Morumbi e Unifran
FMV/UFSM
Angela Bacic de A. e Silva
Edgar L. Sommer
FMU
F. Marlon C. Feijo UFERSA
Franz Naoki Yoshitoshi Provet
Gabriela Pidal FCV/UBA
Gabrielle Coelho Freitas UFFS-Realeza
Geovanni D. Cassali ICB/UFMG
Geraldo M. da Costa DMV/UFLA
Gerson Barreto Mourão ESALQ/USP
Hannelore Fuchs Instituto PetSmile
Hector Daniel Herrera FCV/UBA
Hector Mario Gomez EMV/FERN/UAB
Hélio Autran de Moraes Dep. Clin. Sci./Oregon S. U.
Hélio Langoni FMVZ/UNESP-Botucatu
Heloisa J. M. de Souza FMV/UFRRJ
FMVZ/USP
Juan Carlos Troiano FCV/UBA
Juliana Brondani FMVZ/Unesp-Botucatu
Juliana Werner Lab. Werner e Werner
Julio C. C. Veado FMVZ/UFMG
Julio Cesar de Freitas UEL
Karin Werther FCAV/Unesp-Jaboticabal
Leonardo Pinto Brandão Ceva Saúde Animal
Leucio Alves FMV/UFRPE
Luciana Torres FMVZ/USP-São Paulo
Lucy M. R. de Muniz FMVZ/Unesp-Botucatu
Luiz Carlos Vulcano FMVZ/Unesp-Botucatu
Luiz Henrique Machado FMVZ/Unesp-Botucatu
Marcello Otake Sato
FMVZ/USP-São Paulo
Marion B. de Koivisto CMV/Unesp-Araçatuba
Marta Brito FMVZ/USP-São Paulo
Mary Marcondes CMV/Unesp-Araçatuba
Masao Iwasaki FMVZ/USP-São Paulo
Mauro J. Lahm Cardoso FALM/UENP
Mauro Lantzman Psicologia PUC-SP
Michele A. F. A. Venturini ODONTOVET
Michiko Sakate FMVZ/Unesp-Botucatu
Miriam Siliane Batista FMV/UEL
Moacir S. de Lacerda UNIUBE
Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL
Nadia Almosny FMV/UFF
Nayro X. Alencar FMV/UFF
FM/UFTO
Nei Moreira
Marcelo A.B.V. Guimarães
Nelida Gomez
FMVZ/USP-São Paulo
Marcelo Bahia Labruna FMVZ/USP-São Paulo
CMV/UFPR FCV/UBA
Nilson R. Benites FMVZ/USP-São Paulo
Nobuko Kasai
Herbert Lima Corrêa
Marcelo de C. Pereira
ODONTOVET
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
PROVET
Iara Levino dos Santos
Marcelo Faustino
Noeme Sousa Rocha
Antonio M. Guimarães
Edison L. P. Farias
Koala H. A. e Inst. Dog Bakery
DMV/UFLA
UFPR
Iaskara Saldanha
Aparecido A. Camacho
Eduardo A. Tudury
Lab. Badiglian
FCAV/Unesp-Jaboticabal
DMV/UFRPE
Idael C. A. Santa Rosa
A. Nancy B. Mariana
Elba Lemos
UFLA
FMVZ/USP-São Paulo
FioCruz-RJ
Arlei Marcili
Eliana R. Matushima
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
Jairo Barreras
Aulus C. Carciofi
Elisangela de Freitas
FCAV/Unesp-Jaboticabal
FMVZ/Unesp-Botucatu
James N. B. M. Andrade Marcio B. Castro
Aury Nunes de Moraes
Estela Molina
UESC
FCV/UBA
Ayne Murata Hayashi
Fabian Minovich
FMVZ/USP-São Paulo
UJAM-Mendoza
Beatriz Martiarena
Fabiano Montiani-Ferreira
FCV/UBA
FMV/UFPR
Ismar Moraes FMV/UFF
Fabiano Séllos Costa
FMVZ/USP; IVI
DMV/UFRPE
Berenice A. Rodrigues
Fabio Otero Ascol
Médica veterinária autônoma
IB/UFF
Camila I. Vannucchi
Fabricio Lorenzini
FMVZ/USP-São Paulo
FAMi
Carla Batista Lorigados
Fernando C. Maiorino
FMU
FEJAL/CESMAC/FCBS
Carla Holms
Fernando de Biasi
Anclivepa-SP
DCV/CCA/UEL
Carlos Alexandre Pessoa Fernando Ferreira
Norma V. Labarthe
Zoo SBC,SP
Marcia Kahvegian FMVZ/USP-São Paulo
Márcia Marques Jericó UAM e UNISA
Marcia M. Kogika FMVZ/USP-São Paulo
FMV/UTP
UNB
FMVZ/Unesp-Botucatu
Janis R. M. Gonzalez FMV/UEL
Jean Carlos R. Silva UFRPE, IBMC-Triade
João G. Padilha Filho FCAV/Unesp-Jaboticabal
João Luiz H. Faccini UFRRJ
João Pedro A. Neto UAM
Jonathan Ferreira Odontovet
Jorge Guerrero Universidade da Pennsylvania
José de Alvarenga
www.animalexotico.com.br
FMVZ/USP-São Paulo
Carlos E. Ambrosio
Filipe Dantas-Torres
FZEA/USP-Pirassununga
CPAM
Carlos E. S. Goulart
Flávia R. R. Mazzo
José Luiz Laus
FTB
Provet
FCAV/Unesp-Jaboticabal
10
FMV/Unesp-Botucatu
Marcelo S. Gomes
FioCruz
Jane Megid
Benedicto W. De Martin
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP
Jose Fernando Ibañez FALM/UENP
Marcio Brunetto FMVZ/USP-Pirassununga
Marcio Dentello Lustoza Biogénesis-Bagó Saúde Animal
Márcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-Botucatu
Marco Antonio Gioso FMVZ/USP-São Paulo
Marconi R. de Farias PUC-PR
Maria Cecilia R. Luvizotto CMV/Unesp-Aracatuba
M. Cristina F. N. S. Hage FMV/UFV
Maria Cristina Nobre FMV/UFF
M. de Lourdes E. Faria VCA/SEPAH
Maria Isabel M. Martins
FMV/UFFe FioCruz
Patricia C. B. B. Braga FMVZ/USP-Leste
Patrícia Mendes Pereira DCV/CCA/UEL
Paulo Anselmo Zoo de Campinas
Paulo César Maiorka FMVZ/USP-São Paulo
Paulo Iamaguti FMVZ/Unesp-Botucatu
Paulo S. Salzo UNIMES, UNIBAN
Paulo Sérgio M. Barros FMVZ/USP-São Paulo
Pedro Germano FSP/USP
Pedro Luiz Camargo DCV/CCA/UEL
Rafael Almeida Fighera FMV/UFSM
Rafael Costa Jorge Hovet Pompéia
Regina H.R. Ramadinha FMV/UFRRJ
Renata A. Sermarini ESALQ/USP
DCV/CCA/UEL
Renata Afonso Sobral
M. Jaqueline Mamprim
Onco Cane Veterinária
FMVZ/Unesp-Botucatu
Maria Lúcia Z. Dagli
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Renata Navarro Cassu Unoeste-Pres. Prudente
Renée Laufer Amorim FMVZ/Unesp-Botucatu
Ricardo Duarte All Care Vet / FMU
Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR
Ricardo S. Vasconcellos CAV/UDESC
Rita de Cassia Garcia FMVZ/USP-São Paulo
Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ
Rita Leal Paixão FMV/UFF
Robson F. Giglio Hosp. Cães e Gatos; Unicsul
Rodrigo Gonzalez FMV/Anhembi-Morumbi
Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu
Rodrigo Teixeira Zoo de Sorocaba
Ronaldo C. da Costa CVM/Ohio State University
Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio
Rosângela de O. Alves EV/UFG
Rute C. A. de Souza UFRPE/UAG
Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA
Sady Alexis C. Valdes Unipam-Patos de Minas
Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu
Silvia E. Crusco UNIP/SP
Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap
Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo
Silvia R. R. Lucas FMVZ/USP-São Paulo
Silvio A. Vasconcellos FMVZ/USP-São Paulo
Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM
Simone Gonçalves Hemovet/Unisa
Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu
Tiago A. de Oliveira UEPB
Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR
Valéria Ruoppolo Int. Fund for Animal Welfare
Vamilton Santarém Unoeste
Vania M. de V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu
Victor Castillo FCV/UBA
Vitor Marcio Ribeiro PUC-MG
Viviani de Marco UNISA e NAYA Especialidades
Wagner S. Ushikoshi FMV/UNISA e FMV/CREUPI
Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional
Instruções aos autores A Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para a apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais. Devem incluir uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o assunto (no mínimo 30 referências) e conter uma discussão detalhada dos achados e conclusões do relato à luz dessa pesquisa. A pesquisa bibliográfica deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Critérios editoriais Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet (cvredacao@editoraguara.com.br) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser relacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. O primeiro autor deve necessariamente ter diploma de graduação em medicina veterinária. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem
necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Não citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Sempre buscar pelas referências originais. O texto do autor original deve ser respeitado, utilizando-se exclusivamente os resultados e, principalmente, as conclusões dos trabalhos. Quando uma informação tiver sido localizada em diversas fontes, deve-se citar apenas o autor mais antigo como referência para essa informação, evitando a desproporção entre o conteúdo e o número de referências por frases. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen () entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds nem revisões de literatura (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabaho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado.
Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
11
NOTÍCIAS
Participe do WSAVA 2016 Venha interagir com colegas de todo o globo em um ambiente empolgante, divertido e educacional
Q
ue tal participar do 41th World Small Animal Veterinary Association Congress (WSAVA 2016 – 41º Congresso da Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais)? O congresso será realizado na empolgante cidade de Cartagena, Colômbia, de 27 a 30 de setembro de 2016. Todas as informações para participar desse grande evento internacional que ocorre em território latino-americano estão disponíveis em português: http://goo.gl/JlCeXQ . O WSAVA 2016 contará com especialistas que são referência mundial. Uma oportunidade inesquecível para investir no aprendizado e conhecer os avanços em diversas especialidades que cada vez mais promovem a saúde e a qualidade de vida de pequenos animais em todo o mundo. PROGRAMA CIENTÍFICO O programa científico do WSAVA 2016 foi escolhido criteriosamente pelo Comitê Científico do WSAVA e concebido de acordo com os mais altos padrões, característicos dos congressos WSAVA. Conheça os especialistas que ministrarão palestras no congresso: http://goo.gl/CeXoyc.
Confira também a programação científica, disponível na página web do congresso: http://goo.gl/K9Sv3J PROGRAMAÇÃO SOCIAL O WSAVA 2016 também tem atividades divertidas e eventos empolgantes. Uma festiva cerimônia de abertura, banquetes e uma Corrida de Caridade para a angariação de fundos são apenas uma pequena parte das atividades extra disponíveis para os participantes inscritos, diferenciando o WSAVA de todos os outros congressos. INSCRIÇÃO ANTECIPADA A inscrição antecipada (até 1º de junho de 2016) oferece aos participantes um desconto de até US$ 300. Inscreva-se agora: http://goo.gl/bZyNa3
No dia 28/09 está programado o Dinner Party in White (Plaza de la Proclamación). No dia 30/09, a Festa na Praia, aberta a todos os participantes do congresso. Participe!
14
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
NOTÍCIAS
FEIPET cresce mais de 40%
P
elo segundo ano consecutivo, a revista Clínica Veterinária prestigia a FEIPET e o Simpósio Sulbrasileiro de Medicina Veterinária Pet, em Novo Hamburgo, RS. As evoluções dos eventos são evidentes, aumentando mais de 40% em relação ao ano anterior e ocupando pela primeira vez dois pavilhões no Centro de Eventos e Negócios Fenac. Com o crescimento do mercado pet e veterinário um pouco dessa evolução até ocorre naturalmente. Porém, nesse caso, há uma boa parcela que é decorrência de muito zelo da equipe organizadora em
todo o projeto. Já estão disponíveis as informações para participar da FEIPET 2017 – http://www.feipet.com.br . A lista completa de expositores, assim como a programação e mapa do evento, o visitante pode encontrar no aplicativo FEIPET que permanece disponível para download gratuito na Apple Store (http://goo.gl/9MpmO3) e no Google Play (http://goo.gl/kAYkTS) . Uma opção interessante é ir de carro e conferir algumas rotas na serra gaúcha, como a Rota dos Canyons e a Rota da Uva e Vinho. Programe-se para 2017. Fica a dica!
Álbum de fotos: http://goo.gl/Y66TeT
Simpósio Sul-brasileiro de Medicina Veterinária Pet
Máquina nacional para gravar plaquinhas de identificação. 1/3 do valor da importada!
16
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Programa de hidratação: dica compartilhada no Espaço Grooming. Por que vender uma hidratação? Venda o pacote!
NOTÍCIAS
Projeto de pesquisa sobre doença renal crônica em cães Departamento de Clínica Médica da Faculdade de O Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, campus São Paulo (FMVZ/USP-São Paulo),
está selecionando quarenta cães com doença renal crônica (DRC) nos estágios 2 ou 3, com quadro clínico estável ou compensado. Os animais devem apresentar concentrações de creatinina sérica entre 1,5 a 4,9mg/dL (em normovolemia) e estar livres de comorbidades relevantes. Os animais serão avaliados minuciosamente para participar no estudo a partir de diversos critérios de inclusão e de exclusão.
Os cães selecionados serão acompanhados por um período de doze meses no Serviço de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hovet da FMVZ/USP-São Paulo, com avaliações mensais – quadro clínico e diversos exames complementares, incluindo hemogasometria e eletrólitos e de imagem; sem custo para o proprietário. O estudo tem apoio da Fapesp e está protocolado na CEUA da FMVZ-USP. Os interessados (veterinários e proprietários) devem contatar os pós-graduandos pelos e-mails: cinthiarm@usp.br ou mv.douglas@usp.br .
CRMV-SP lança aplicativo para consulta à legislação om o intuito de auxiliar os profissionais médicosC veterinários e zootecnistas no acesso a legislação pertinente à profissão, o Conselho Regional de Medicina
Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) lança aplicativo para consulta. As versões para IOS e Android já estão disponíveis nas lojas da Apple (App Store) e da Google (Play Store). O objetivo é facilitar a pesquisa para usuários de tablets e smartphones. Até então, a consulta só podia ser realizada acessando o portal do CRMV-SP (http://www.crmvsp.gov.br), que até o momento não
possui campo de busca alfanumérica. Para usar o aplicativo só é preciso ficar online uma vez. Basta se conectar à internet, acessar sua loja de aplicativos, buscar CRMV-SP, baixar o programa e sincronizar o conteúdo. Depois disso, para fazer as pesquisas não é necessário estar conectado. Ao usuário do aplicativo será permitido ainda qualificar conteúdos e receber notificações sobre novas resoluções, leis, portarias, decretos e normas referentes à medicina veterinária e àzootecnia. Estnao disponíveis também informações sobre o Manual de Responsabilidade Técnica.
www.wvcc2016.com.br 18
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
NOTÍCIAS
Bayer lança nova campanha publicitária da Seresto® á pensou em tudo o que acontece em oito meses? Com J esse mote, a Saúde Animal da Bayer lança o novo comercial da Seresto , tecnologia que libera ativos na ®
pele e no pelo de cães e gatos para o controle de pulgas e carrapatos e prevenção contra leishmaniose, por até oito meses. O filme mostra quantos momentos especiais a família e os pets passam juntos durante o tempo em que o produto age, especialmente por estarem protegidos contra parasitas e doenças. O comercial, que estreou dia 11 de abril, com versões de 30” e 15”, foi produzido para veiculação tanto TV aberta – como a Globo das principais praças nacionais –, quanto em TV fechada (em diversos canais, como Discovery, GNT, Viva e Megapix). “Globalmente, Seresto® é um dos principais produtos da Bayer, por isso estamos investindo em um plano de mídia consistente que garantirá grande visibilidade, atraindo a atenção dos consumidores e impulsionando a experimentação nos pontos de vendas”, afirma Ana Leticia Gulin, gerente de produto da Saúde Animal da Bayer.
20
Também é apropriado utilizar o vídeo para compartilhar com clientes durante a consulta ou até mesmo enviando o link por email e/ou What's App.
Novo comercial compara os oito meses de proteção do produto com a relação do pet com a família – http://youtu.be/fb_r7jBM_po
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
SIGA A CLÍNICA VETERINÁRIA www.TWITTER.com/clinicavet
ESPECIALIDADES
Dermatologia veterinária
Fisioterapia veterinária rede Pet Fisio não para de crescer. As unidades mais A recentes são de Jundiaí-Campo Limpo Paulista e de Moema (São Paulo, capital). Seu sucesso está ligado ao
compromisso de contribuir com a evolução da fisiatria veterinária, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e, ao mesmo tempo, promovendo a satisfação dos tutores. Confira a localização das unidades: http://petfisio.com.br/unidades.php .
Prof. dr. Ronaldo Lucas, coordenador do Virbac Skin e co-autor do Tratado de Medicina Externa
10ª edição do Virbac Skin II foi realizada em abril, A em São Paulo, SP, sob a coordenação do prof. dr. Ronaldo Lucas. O evento contou com a participação de médicos veterinários de várias regiões do Brasil. Foram ministradas palestras de alta relevância para os clínicos de pequenos animais nesse evento já consagrado tanto no Brasil quanto no exterior. Se você ainda não participou de nenhum Virbac Skin, fique atento e faça contato com a Virbac para não perder o próximo.
Acima, setor de hidroterapia na nova unidade de Moema. Ao lado, o prof. Ricardo Lopes, durante palestra de inauguração da unidade Pet Fisio de JundiaíCampo Limpo Paulista
Premiação no Congresso CBNA Pet ela primeira vez no Congresso Pet do Colégio P Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), sob coordenação do prof. dr. Aulus Carciofi, o PhD Richard
Butterwick apresentou palestra para estudantes, pesquisadores e médicos veterinários brasileiros sobre os desafios da alimentação de animais idosos. “Precisamos transmitir a ciência e o conhecimento, esse é o principal papel de WALTHAM®. E nós fazemos isso de diversas maneiras, por meio de publicações científicas em revistas e jornais acessíveis a todos, de encontros como o WINSS – Simpósio Internacional de Ciências da Nutrição de WALTHAM® – e participando de encontros como o CBNA, no Brasil, onde podemos atuar e compartilhar um pouco do nosso conhecimento e informações”, destacou Butterwick. Um dos pontos altos do Congresso foi a premiação do melhor trabalho científico apresentado no CBNA 2016, onde a autora vencedora recebeu uma inscrição para o WINSS 2016 (http://goo.gl/88NDCV), que acontecerá em Chicago, EUA, de 18 a 21 de outubro de 2016. A premiada foi Joyce Sato, doutoranda na Universidade 22
Estadual de Maringá, PR, com o trabalho “Necessidades de proteínas e aminoácidos sulfurados para gatos em crescimento”, sob orientação do prof. Ricardo Vasconcellos.
Richard Butterwick no Congresso CBNA Pet. No destaque, Joyce Sato, premiada pelo melhor trabalho científico
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
BEM-ESTAR ANIMAL
É possível fazer ciência sem experimentação em animais A medicina translacional produz ciência com modelos espontâneos de doenças sem o uso prejudicial dos animais em experimentação
E
mbora apresentem complexa organização social, muitas capacidades, características e habilidades especiais, de um ponto de vista estritamente biológico, os seres humanos são apenas mais uma entre tantas outras espécies animais que habitam nosso planeta. Nesse sentido, os cientistas reconhecem que os animais e os seres humanos compartilham muitas características biológicas e mesmo sociais semelhantes, que se tornam relevantes quando os conceitos de saúde e doença são discutidos.. Este artigo discorre sobre o conhecimento acumulado de algumas soluções para doenças espontâneas nos animais criadas na medicina veterinária que podem ser transferidas para a medicina humana. A medicina translacional é a ponte científica que faltava entre essas duas modalidades de medicina, possibilitando o emprego dos dados obtidos a partir de doenças que ocorrem espontaneamente nos animais, de maneira não experimental e invasiva. Trata-se de um recurso ainda subutilizado pela medicina. A filosofia da medicina translacional, portanto, tem caráter multiprofissional e investiga as doenças de ocorrência natural tanto nos seres humanos quanto nos animais, particularmente nos animais de companhia, como cães e gatos 1,2. Por fim, de forma ilustrativa, são apresentados alguns exemplos selecionados de doenças oftálmicas que acometem pessoas e que, curiosamente, ocorrem espontaneamente em animais domésticos e exemplificam a aplicabilidade dos conceitos discutidos em todas as especialidades médicas. Modelos animais espontâneos Pelo fato de os animais muitas vezes padecerem espontaneamente das mesmas doenças que os seres humanos, do ponto de vista científico e obviamente deixando de lado aspectos legais e sociais, a distinção profissional de quem as está investigando é irrelevante. Vale frisar que aqui nos referimos estritamente a enfermidades de qualquer natureza que ocorram de forma natural e espontânea na prática clínica e cirúrgica veterinária, excluindo qualquer forma de indução de doença, linhagens mutantes de animais de laboratório ou camundongos geneticamente modificados que sofreram inativação de genes (knockout mices). Já há descrição de centenas desses modelos e também de laboratórios 26
Ilustração: Fernando Gonsales, médico veterinário e cartunista
que os produzem e comercializam internacionalmente 3,4. Por isso, os modelos espontâneos em cães, gatos, cavalos e mesmo gado bovino são curiosamente denominados coletivamente “modelos animais grandes”, em contraponto aos “modelos animais pequenos”, que se referem exclusivamente a camundongos e ratos. Adicionalmente, no mundo inteiro os animais portadores de doenças crônicas que necessitam de tratamento não são cobaias de laboratório, e sim cães, gatos e animais de fazenda que, em última análise, são filogeneticamente mais próximos dos seres humanos do que camundongos, ratos, porquinhos-da-índia ou coelhos. Além de filogeneticamente mais distantes, a maioria dos roedores e lagomorfos empregados em experimentos de doenças induzidas artificialmente é oriunda de linhagens consanguíneas (inbred). Os cientistas partidários desse tipo de pesquisa alegam que a vantagem de usar animais endógamos seria a consistência experimental, o que não é completamente errado. Todavia, os animais endógamos em que se induziu determinada doença não representam muito bem a população de seres humanos com a mesma necessidade de tratamento, pois nós, seres humanos, de modo geral, somos outbred. As diferenças menos óbvias seriam as características específicas anatômicas, a composição, a arquitetura e a função dos tecidos de animais e de seres humanos 5. As mesmas doenças naturais e espontâneas de interesse para a medicina ocorrem em muitos animais, e são diagnosticadas e tratadas de forma plenamente rotineira pelo médico veterinário, o que, em teoria, faz dele um cientista em potencial. Obviamente, para que se torne verdadeiramente um cientista na acepção pura da palavra, ele deve receber treinamento específico na forma de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), e sua atividade deverá ser exercida de maneira judiciosa, documentando metodicamente os achados da sua rotina e, sobretudo, publicando-os. Assim, salvaguardado pela liberdade de expressão
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Ricardo Pachaly
Modelos animais espontâneos selecionados na oftalmologia comparada Ceratoconjuntivite seca A ceratoconjuntivite seca (CCS), ou “olho seco”, é uma doença inflamatória da superfície ocular que afeta seres humanos (Figuras 1 A e B) e várias espécies de animais, mas particularmente os cães (Figuras 1 C e D). A enfermidade
afeta cerca de 7,1 milhões de pessoas acima dos 40 anos de idade apenas nos Estados Unidos 7. Um consenso sobre a fisiopatologia da sua forma mais típica é que há destruição imunomediada da glândula lacrimal (ou glândulas lacrimais, no caso dos cães), levando a um quadro de inflamação crônica da superfície ocular, dor e, em casos graves, até cegueira 1,7,8. Um fármaco de uso tópico com propriedades imunomoduladoras denominado ciclosporina é ainda a forma mais amplamente aceita e mundialmente utilizada para o tratamento da CCS. O fármaco foi identificado como agente terapêutico potencial para seres humanos após a comprovação de que o uso tópico da ciclosporina era eficaz em cães portadores de CCS de ocorrência natural 9. Essa formidável descoberta de um novo tratamento farmacológico de uma doença comum aos seres humanos e aos animais foi realizada por uma médicaveterinária, a dra. Renee Kaswan (Figura 2), cujo trabalho com animais abriu caminho para o sucesso do tratamento da mesma doença em Daniel Wasilewski
somada à legalidade de sua ação médica como profissional da saúde, esse profissional poderá exibir ao público e à comunidade científica seus achados, comparando-os com o conhecimento que já foi acumulado. Ou seja, trata-se de investigação clínica, não experimental, realizada de maneira menos complicada e muito menos eticamente discutível do que os resultados das pesquisas que empregam como modelos animais portadores de doenças induzidas experimentalmente. Certamente, a extrapolação da experiência e dos conhecimentos acumulados pela medicina veterinária para a medicina humana tem grande importância e enorme valor prático. Um ótimo exemplo é dado pela Ivermectina, um fármaco originalmente introduzido na medicina veterinária para tratamento de ampla gama de enfermidades causadas por parasitos internos e externos, e que atualmente é usado eficientemente em pessoas, desde o tratamento da prosaica pediculose até o combate a doenças desfigurantes e devastadoras, como a oncocercose e a filariose linfática, que desventuram a vida de milhões de desfavorecidos nas zonas tropicais 6. Reforça essa afirmação o fato de o grupo de pesquisadores (William C. Campbell e Satoshi Ōmura) responsável pela descoberta da avermectina, molécula-mãe da Ivermectina, ter ganhado o Prêmio Nobel de Medicina de 2015. Portanto, a investigação criteriosa e a consequente extrapolação do conhecimento das afecções que acometem espontaneamente animais e seres humanos historicamente têm contribuído para aumentar a compreensão da patogênese dessas mesmas enfermidades em diversas especialidades médicas. A “nova” abordagem de estudar modelos espontâneos em detrimento da indução das doenças em animais para estudá-las a seguir já é uma forma consagrada de pesquisa e já levou ao desenvolvimento de técnicas de diagnóstico, tornando possível verificar a eficácia de diferentes medidas preventivas e terapêuticas, sejam elas farmacológicas ou intervencionistas. Todas essas condições propiciaram o emprego do termo “doenças análogas”, em vez de “doenças idênticas”, mas muito mais importante que essa modificação semântica é a real oportunidade de investigar o genoma dos animais acometidos espontaneamente por determinadas doenças, buscando identificar possíveis alterações genéticas. Uma vez identificadas, essas alterações podem ser investigadas nos indivíduos com o intuito de buscar a prevenção de sua manifestação nas gerações futuras, tanto em animais quanto em pessoas.
Figura 1 – Ceratoconjuntivite seca em seres humanos e cães. A) Mulher de 40 anos com queixa de desconforto ocular (sensação de areia nos olhos), presença de secreção mucoide próxima à margem palpebral inferior do olho esquerdo e baixo resultado no teste lacrimal de Schirmer II (1 mm em 5 min). B) Mesma paciente, mesmo olho, com luz da lâmpada de fenda com filtro azul-cobalto, após o teste de tempo de rotura do filme lacrimal (TRFL) = 0 segundo. Nota-se ainda certa aderência do corante de fluoresceína após o teste, junto à superfície desidratada e irregular da córnea. C) Cão de anos sem raça definida com baixo resultado no teste lacrimal de Schirmer I (5 mm/min), observando-se a presença de espessa camada de secreção mucoide cobrindo a superfície do olho esquerdo. D) Mesmo paciente e mesmo olho iluminado com transiluminador de Finoff com filtro azul-cobalto, após o teste de tempo de rotura do filme lacrimal (TRFL) = 2 segundos. Nota-se também certa aderência do corante de fluoresceína junto à superfície desidratada, irregular, já pigmentada, vascularizada e edemaciada da córnea
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
27
BEM-ESTAR ANIMAL
pessoas (medicina de translação), com benefícios diretos para toda a humanidade. Mais recentemente ainda, de maneira similar, o lifitegrast, molécula que atua como agente imunomodulador, provou ser inicialmente eficaz no tratamento da CCS em cães e posteriormente também passou a ser empregado com sucesso em ensaios clínicos em seres humanos, consolidando de vez os cães com CCS espontânea como modelo para o manejo da afecção em pessoas 1,8.
Figura 2 – Dra. Renee Kaswan, a oftalmologista veterinária e pesquisadora americana responsável pela identificação da já existente molécula de ciclosporina como agente terapêutico para cães e seres humanos portadores de ceratoconjuntivite seca 28
Figura 3 – Distrofias progressivas de retina em seres humanos e em cães. A) Fundo de olho esquerdo de paciente do sexo masculino de 33 anos de idade apresentando uma forma inicial de retinose pigmentar, com atrofia do epitélio pigmentado da retina (EPR) em polo posterior e discreta dispersão pigmentar em setor temporal da retina. O disco óptico e os vasos retinianos apresentam-se normais. B) Fundo de olho direito de paciente do sexo feminino de 49 anos de idade apresentando uma forma clássica de retinose pigmentar avançada. Há diminuição intensa dos calibres dos vasos retinianos e palidez discreta do disco óptico. Na periferia superior da retina apresenta atrofia do EPR e intensa área de dispersão pigmentar. C) Fundo de olho esquerdo de um cão da raça cocker spaniel de sete anos de idade apresentando atrofia progressiva de retina. Observa-se diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, hiper-refletividade generalizada, mas em particular na região central da retina, e presença de dispersão pigmentar na região central da retina e na região de transição entre a área tapetal e não tapetal. D) Fundo de olho direito de um cão da raça labrador de seis anos de idade apresentando estágio final de atrofia progressiva de retina, com intensa diminuição do calibre dos vasos, intensa hiper-refletividade e palidez do disco óptico
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
F. Montiani-Ferreira e S. Petersen-Jones - MSU
Renee Kaswan
Mário Sato – CM/UFPR
Distrofias ou atrofias progressivas de retina As distrofias ou atrofias progressivas de retina nos animais e nos seres humanos são doenças hereditárias com manifestação clínica similar, mas com genótipo variado. Ou seja, vários genes diferentes podem estar afetados, com consequências clínicas similares. Pessoas e animais com distrofias de retina geralmente apresentam perda gradual da visão, pelo fato de os fotorreceptores (bastonetes e cones) progressivamente morrerem, em virtude de uma mutação genética que prejudica a produção de uma proteína imprescindível para a manutenção dessas células vivas. Muito embora diversas pesquisas estejam em andamento
para que se chegue a um protocolo terapêutico eficiente, infelizmente ainda não há cura. Na medicina de pequenos animais convencionou-se denominá-las atrofia progressiva de retina (APR) (Figura 3 A e B), e em pessoas a forma mais comum de distrofia de retina é denominada retinose pigmentar ou retinite pigmentosa (Figura 3 C e D). Como grupo, as distrofias progressivas de retina compõem a principal causa de cegueira herdada em seres humanos, afetando cerca de uma em cada 4 mil pessoas 10. Por se tratar de uma doença heterogenética, várias das muitas formas de APR em cães são consideradas excelentes modelos espontâneos para a retinose pigmentar em seres humanos, tais como a mutação no gene PDE6B na raça
setter irlandês 11, a mutação no gene PDE6A que ocorre na raça welsh corgi cardigan 12 ou a mutação no gene CNGB1 que ocorre na raça papillon 13. Recentes avanços com terapia genética demonstraram resultados promissores em cães afetados, e não seria uma surpresa se a cura fosse descoberta primeiro nos cães. Considerações finais A maioria das especialidades médicas e veterinárias tem muito a ganhar quando se aplica o conceito de medicina translacional. Mais precisamente, a oftalmologia veterinária e a oftalmologia médica certamente podem trabalhar em caráter integrativo na promoção da saúde dos seres humanos e dos animais. Quanto mais profissionais passarem a praticar essa filosofia, mais benefícios para a ciência, a educação, a pesquisa e a saúde aparecerão. As vantagens do estudo dos modelos espontâneos de doenças análogas em relação a indução de doenças em animais são muitas. As mais óbvias são aquelas de cunho ético, referentes ao bem-estar animal, e ainda as relacionadas à melhora da qualidade de vida proporcionada a pessoas e animais com o tratamento de tais afecções. A ceratoconjuntivite seca e a
atrofia progressiva de retina foram aqui apresentadas como exemplos de consagrados modelos espontâneos de doenças oculares análogas às dos seres humanos. Ainda na oftalmologia comparativa, outras doenças também já estão sendo consideradas modelos espontâneos, tais como a ceratite canina por Pseudomonas aeruginosa 5 e o carcinoma espinocelular palpebral no gado bovino 14. Do mesmo modo, em outras especialidades veterinárias já foram identificados outros excelentes modelos espontâneos de diferentes enfermidades que também ocorrem em pessoas, tais como doenças cutâneas, neoplásicas, endócrinas e musculoesqueléticas, entre outras. O conhecimento acumulado na prática e no estudo da medicina veterinária já provou ter extremo valor para a medicina humana, e a ciência merece essa fonte de informação. Assim sendo, arregacem as mangas do seu avental e mãos à obra: vamos fazer ciência. Referências 01-KOL, A. ; ARZI, B. ; ATHANASIOU, K. A. ; FARMER, D. L. ; NOLTA, J. A. ; REBHUN, R. B. ; CHEN, X. ; GRIFFITHS, L. G. ; VERSTRAETE, F. J. M. ; MURPHY, C. J. ; BORJESSON, D. L. Companion animals: Translational scientist's new best friends.
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
29
BEM-ESTAR ANIMAL
Science Tranlational Medicine, v. 7, n. 308, p. 308-321, 2015. doi: 10.1126/scitranslmed.aaa9116. 02-FERREIRA, F. M. ; FORNAZARI, G. ; VIEIRA, R. F. C. ; BIONDO, A. W. Zooubiquidade, transbiopolítica e medicina translacional. Clinica Veterinária, ano XXI, n. 121, p. 18-22, 2016. 03-MIGAKI, G. Compendium of inherited metabolic diseases in animals. Progress in Clinical and Biological Research, v. 94, p. 473501, 1982. 04-BRAUN, R. E. The Knockout Mouse Project (KOMP). 2016. Disponível em: <https://www.jax.org/research-andfaculty/tools/knockout-mouse-project>. 05-MARQUART, M. E. Animal models of bacterial keratitis. Journal of Biomedicine and Biotechnology, v. 2011, p. 1-12, 2011. doi: 10.1155/2011/680642. 06-CRUMP, A. ; ŌMURA, S. Ivermectin, 'wonder drug' from Japan: the human use perspective. Proceedings of the Japan Academy. Series B, Physical and Biological Sciences, v. 87, n. 2, p. 13-28, 2011. doi: 10.2183/pjab.87.13. 07-MANTELLI, F. ; MASSARO-GIORDANO, M. ; MACCHI, I. ; LAMBIASE, A. ; BONINI, S. The cellular mechanisms of dry eye: from pathogenesis to treatment. Journal of Cellular Physiology, v. 228, n. 12, p. 2253-2256, 2013. doi: 10.1002/jcp.24398. 08-MURPHY, C. J. ; BENTLEY, E. ; MILLER, P. E. ; MCINTRE, K. ; LEATHERBERRY, G. ; DUBIELZIG, R. ; GIULIANO, E. ; MOORE, C. P. ; PHILLIPS, T. E. ; SMITH, P. B. ; PRESCOTT, E. ; MILLER, J. M. ; THOMAS, P. ; SCAGLIOTTI, R. ; ESSON, D. ; GADEK, T. ; O’NEILL, C. A. The pharmacologic assessment of a novel lymphocyte function-associated antigen-1 antagonist (SAR 1118) for the treatment of keratoconjunctivitis sicca in dogs. Investigative Ophtalmology & Visual Science, v. 52, n. 6, p. 3174-3180, 2011. doi: 10.1167/iovs.09-5078. 09-KASWAN, R. L. ; SALISBURY, M. A. ; WARD, D. A. Spontaneous canine keratoconjunctivitis sicca. A useful model for human keratoconjunctivitis sicca: treatment with cyclosporine eye drops. Archives of Ophtalmology, v. 107, n. 8, p. 1210-1216, 1989. doi: 10.1001/archopht.1989.01070020276038. 10-HARTONG, D. T. ; BERSON, E. L. ; DRYJA, T. P. Retinitis pigmentosa. Lancet, v. 368, n. 9549, p. 1795-1809, 2006. doi: 10.1016/S0140-6736(06)69740-7. 11-SUBER, M. L. ; PITTLER, S. J. ; QIN, N. ; WRIGHT, G. C. ; HOLCOMBE, V. ; LEE, R. H. ; CRAFT, C. M. ; LOLLEY, R. N. ; BAEHR, W. ; HURWITZ, R. L. Irish setter dogs affected with rod/cone dysplasia contain a nonsense mutation in the rod cGMP phosphodiesterase beta-subunit gene. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 90, n. 9, p. 3968-3972, 1993. 12-TUNTIVANICH, N. ; PITTLER, S. J. ; FISCHER, A. J. ; OMAR, G. ; KIUPEL, M. ; WEBER, A. ; YAO, S. ; STEIBEL, J. P. ; KHAN, N. W. ; PETERSEN-JONES, S. M. Characterization of a canine model of autosomal recessive retinitis pigmentosa due to a PDE6A
30
mutation. Investigative Ophtalmology & Visual Science, v. 50, n. 2, p. 801-813, 2009. doi: 10.1167/iovs.08-2562. Epub 2008 Sep 4. 13-WINKLER, P. A. ; EKENSTEDT, K. J. ; OCCELLI, L. M. ; FRATTAROLI, A. V. ; BARTOE, J. T. ; VENTA, P. J. ; PETERSENJONES, S. M. A large animal model for CNGB1 autosomal recessive retinitis pigmentosa. PLoS One, v. 8, n. 8, 2013. doi: 10.1371/journal.pone.0072229. 14-DEN OTTER, W. ; JACOBS, J. J. ; BATTERMANN, J. J. ; HORDIJK, G. J. ; KRASTEV, Z. ; MOISEEVA, E. V. ; STEWART, R. J. ; ZIEKMAN, P. G. ; KOTEN, J. W. Local therapy of cancer with free IL-2. Cancer Immunology, Immunotherapy, v. 57, n. 7, p. 931-950, 2008. doi: 10.1007/s00262-008-0455-z.
Fabiano Montiani Ferreira - MV, MSc, PhD Disciplinas de Clínica de Pequenos Animais e Oftalmologia do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná montiani@ufpr.br
Gabrielle Fornazari - MV, MSc Equalis - Ensino e Qualificação Superior, Curitiba, PR. gfornazari@msn.com
Mario Teruo Sato - Médico, Msc, Drsc. Disciplina de Oftalmologia, Chefe do Departamento de Oftalmo-Otorrinolaringologia, Curso de Medicina, Universidade Federal do Paraná (UFPR). sato.mario@gmail.com José Ricardo Pachaly - MV, MSc, DrSc. Universidade Paranaense e Instituto Brasileiro de Especialidades em Medicina Veterinária – Especialvet. pachaly@uol.com.br
Alexander Welker Biondo - MV, MSc, PhD Professor de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo do Departamento de Medicina Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. abiondo@ufpr.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
Por que temos cães?
A
maioria das pessoas no Brasil relata que seus animais são membros da família, ou seja, são mais de 52 milhões de cães de companhia em quase metade dos lares brasileiros. O que nos faz ver nossos cães dessa maneira? Afinal, por que gostamos tanto deles? A explicação é científica. Cada pessoa é influenciada por fatores filogenéticos (referentes à nossa espécie), fatores ontogenéticos (referentes à experiência individual) e fatores culturais (referentes à sociedade em que estamos inseridos). A hipótese da biofilia está relacionada aos primeiros fatores, pois temos uma tendência inata de focar nossa atenção na vida e em seus processos 1. O termo biofilia expressa essa vontade de se afiliar às outras formas de vida e à natureza, que está presente geneticamente no homem. Todos nós, portanto, já apresentamos, desde o nascimento, a propensão de nos conectarmos aos seres vivos. Mas nem todas as pessoas acabam gostando de animais. Em parte porque, ao longo da vida, cada indivíduo terá diferentes experiências com eles. Duas teorias podem explicar nosso vínculo com os animais: a teoria do apego e a teoria da aprendizagem.
Teoria do apego A teoria do apego surgiu nos anos 1950, quando o psicólogo John Bowlby foi designado pela Organização Mundial da Saúde para fazer um relatório sobre a saúde mental de crianças europeias órfãs no pós-guerra. Sua grande conclusão foi que as crianças devem ter uma boa experiência numa relação íntima com seu cuidador para crescerem mentalmente saudáveis. No cenário da época, o comportamento do apego foi definido como um comportamento de aproximação com a figura de apego e que persiste ao longo do tempo, cuja função é proteger a criança de perigos e possibilitar o fornecimento de recursos pelo cuidador 2. Apesar da formação psicanalítica de John Bowlby, a teoria do apego é derivada de conceitos e métodos da etologia, ciência do comportamento animal. Logo, essa teoria pôde ser utilizada em estudos comparativos para compreender o sistema de apego, incluindo estudos com cães. Todos os resultados indicam que o relacionamento partilhado entre homem e cão está de acordo com os postulados da teoria, ou seja, o cão divide uma relação de proximidade e segurança com o homem que persiste ao longo do tempo. 32
Ilustração: Fernando Gonsales, médico veterinário e cartunista criador do personagem Níquel Náusea http://goo.gl/aI5aqg
A função dessa relação pode ser a mesma que existe entre os seres humanos: proteção (bem como proteger, por parte do cuidador) e possibilidade de fornecimento de recursos. Segundo a teoria, os vínculos iniciados entre criança e cuidador possibilitam a formação de outros vínculos futuros. Podemos incluir a formação de vínculos com animais dentro dessa perspectiva. Teoria da aprendizagem Outra hipótese para explicar nossa vinculação com os animais deriva da teoria da aprendizagem. Desde o nascimento, somos expostos a animais de diversas maneiras: bichos de pelúcia, estampas do vestuário, personagens de livros e programas de televisão. A partir dessa exposição, Brickel sugere que a teoria da aprendizagem postula que aprendemos a perceber que os animais representam estímulos cheios de propriedades emocionais positivas 3. Principalmente dentro da família, vemos a constante ligação da presença dos nossos pais, que são fonte de amor, com estímulos neutros como bichos de pelúcia. Com o passar do tempo e de repetidos pareamentos, aprendemos que essas situações são positivas. Se houver um animal em casa, as aproximações da criança com o animal também podem ser incentivadas e valorizadas pelos pais por meio de elogios, mostrando como fazer carinho, como demonstrar afeto e, é claro, por meio dos próprios comportamentos do animal (figura 1). Antropomorfização Quando essas interações acontecem na infância, há uma grande antropomorfização dos animais, ou seja, atribuemse características tipicamente humanas a eles. Nas brincadeiras ou fantasias da criança, os animais se tornam protagonistas, agentes de ações. A literatura infantil cria personagens fantásticos que se comunicam, pensam e agem como seres humanos, resultando numa forte identificação
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Figura 1 – Praticando a teoria da aprendizagem
das crianças com esses personagens, identificação essa que pode moldar a maneira de perceber e de se relacionar com os animais. Esta antropomorfização é apontada como necessária para o relacionamento entre humanos e animais, uma vez que, sem a atribuição de sentimentos, pensamentos, desejos e motivações consideradas humanas aos animais, esse relacionamento se tornaria insignificante 4. A antropomorfização faz com que o animal de companhia se torne um membro da família, com direito a fotografias, festas de aniversário e rituais fúnebres. Ele é visto como um ser dotado de valor, qualidades e características próprias, que lhe conferem personalidade e caráter. Eis que surge o cão e seus problemas Para aproximar essas expectativas de características humanizadas aos animais, o ser humano utilizou a seleção antropomórfica. Dessa forma, características físicas e comportamentais foram selecionados por meio de cruzamentos específicos, gerando animais que são mais próximos da percepção antropomorfizada do ser humano. Embora diferentes raças de equinos, muares e cães de guarda tenham sido selecionadas para o trabalho, e várias características de produção de carne e leite tenham sido aperfeiçoadas nos bovinos e nas aves poedeiras, muitas raças de animais foram selecionadas exclusivamente para dar companhia aos seres humanos.
Esse processo deu origem a vários problemas, como o que ocorre com a raça buldogue, por exemplo, a qual, para ser esteticamente agradável, sofre de diversos males físicos decorrentes da conformação do focinho, dos membros e da pelve 4. Outras raças de cães passaram ainda por outros sofrimentos, não só físicos (como o corte de orelhas e do rabo) mas também comportamentais, como ansiedade de separação e os relacionados a comportamentos ritualizados, os quais foram selecionados sem intenção ao se desejar animais mais dependentes ou “leais”. O autor traça nesta abordagem um limite para a reprodução de animais de companhia, que é a criação de animais com deficiências físicas e/ou comportamentais para a conveniência dos padrões da moda 4. Na nossa sociedade, a popularização das raças se dá na cultura pelo apelo fashion do cão (influência social), e não por sua função (características intrínsecas). Além disso, as raças mais populares têm mais problemas herdados, sugerindo que a saúde dos animais é desconsiderada no momento das práticas de reprodução, bem como na aquisição de um cão 5. Muitos cães e gatos vivem em péssimas condições para procriação, prejudicando sua saúde física e bem-estar. Nos Estados Unidos, há diversas legislações regulamentando os canis de produção, mas muitos estados ainda não possuem leis para a proteção desses animais, sendo que mais de 2 milhões de animais são provenientes desses estabelecimentos. No Brasil, pouco se sabe sobre a realidade dos estabelecimentos que produzem cães de raça para venda, mas há relatos de que as condições podem ser semelhantes às observadas nos Estados Unidos, como os recentes relatos de apreensões em Curitiba e outras capitais brasileiras (Figura 2).
“A tentativa de recriar o cão de fantasia por manipulação genética das reais características do animal resulta em sofrimento desnecessário dos animais de companhia.” 6
Figura 2 – Cão fêmea da raça beagle, adulta e utilizada como matriz reprodutiva, apreendida em baia de canil ilegal durante vistoria no município de Curitiba. A demanda e a comercialização indiscriminada de animais de raça sem a devida assistência médico-veterinária têm levado a situações claras de maus tratos com os animais, tipificado como crime federal segundo a Lei 9605/1998
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
33
MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO Essa é apenas uma das consequências adversas da antropomorfização. Outros também apontam os problemas de retratar os animais de forma humanística por desenhos, filmes e livros 6. Ao adquirir um animal, o homem passa a esperar certos comportamentos que eles não são biologicamente capazes de fazer. Cria-se uma representação deturpada dos animais, podendo gerar descontentamento com o animal de companhia adquirido. Dessa forma, as boas experiências incentivadas no início da infância são comprometidas por expectativas irreais criadas pelos pais e pela cultura. Teoria da aprendizagem social A exposição da criança aos elementos da cultura e à mídia envolvendo animais gera outro processo de aprendizagem: a aprendizagem por observação, conceito básico da teoria de aprendizagem social 7. Ela acontece quando a aprendizagem se dá por meio da observação do comportamento de outra pessoa. Dessa forma, quando a criança observa interações positivas com animais, ocorre um novo aprendizado. Isso pode ocorrer tanto por meio da mídia como também por meio da observação de interações reais da família com o animal de companhia do lar (Figura 3). A força da vinculação, portanto, entre nós e os cães está relacionada às primeiras interações positivas ou negativas na infância. Criamos preferências e afinidades, possibilitando a construção de uma concepção de família que englobe e perpetue o ciclo de valorização do animal de companhia. Além disso, somos exemplos constantes para a sociedade, por meio da convivência com os outros, das escolhas de produtos e serviços consumidos e dos modelos culturais que decidimos apoiar, sejam eles em forma de livro, filme, programa de televisão etc.
“Quem adota possui um vínculo mais forte com seu animal” 8
Figura 4 – Um bom exemplo é adotar um animal de companhia. Há evidências de que quem adota seu cão têm vínculo mais forte com ele 8
Portanto, a valorização que damos ao cão de companhia está presente não somente no modo como nos relacionamos com ele, mas também em nossas ações cotidianas, e, infelizmente, acabamos não percebendo que sofremos essas influências. Desse modo, para continuarmos valorizando os animais, nossas ações devem refletir nossos valores, proporcionando mais qualidade de vida e bem-estar aos animais. Nada menos do que eles nos dão todos os dias, fruto de nossas seleções baseadas em vontades e anseios antropocêntricos. Um bom exemplo é a adoção de um animal de companhia. Existem milhões de animais abandonados em todo mundo, sendo que alguns nunca tiveram um lar (Figura 4). Além de retirá-los de situações precárias – seja a rua, canis municipais ou abrigos superlotados – há evidências de que quem adota um cão têm um vínculo mais forte com ele, segundo mestrado realizado recentemente na Univer sidade de São Paulo 8. A Medicina Veterinária do Coletivo procura entender as relações entre o ser humano e os animais, buscando melhorar as boas relações e prevenir as relações deletérias tais como mordidas (Figura 5), depressões, doenças psicológicas, Figura 3 – A aprendizagem social sendo replicada no cotidiano familiar entre outras. 34
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
“Pets são as crianças de nossas crianças” 9
5-GHIRLANDA, S. ; ACERBI, A. ; HERZOG, H. ; SERPELL, J. A. Fashion vs. function in cultural evolution: the case of dog breed popularity. Plos One, v. 8, n. 9, 1-6, 2013. 6-HENDERSON, M. V, ; ANDERSON, A. J. Z. Pernicious portrayals: the impact of children’s attachment to animals of fiction on animals of fact. Society and Animals, v. 13, n. 4, p. 297-314, 2005. 7-BANDURA, A. Social learning theory. New York: General Learning Press, 1971. 46 p. 8-FRANK, AC. Semelhanças e diferenças entre adotar, comprar ou ganhar um cão de companhia na cidade de São Paulo. 2015. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-28012016143527/>. 9-CLISBY, H. Interview: Dr. Alan Beck, Diretor, Center for HumanAnimal Bond. Blogher, 2010. Acessado em 7/4/16 em http://www.blogher.com/interview-dr-alan-beck-director-centerhumananimal-bond. Alice de Carvalho Frank - psicóloga, mestrado na relação homem-animal. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (USP). Consultora autônoma. alice.frank@gmail.com
Figura 5 – Cão mestiço pit bull que atacou o rosto de adolescente de 14 anos no quintal de sua casa, e apresentando a pelagem tingida de sangue, recebe carinho e tristeza das mãos do seu dono e pai do garoto atingido em Curitiba. O professor e especialista Alan Beck (Purdue University, EUA) questiona a criação e a manutenção históricas de raças selecionadas artificialmente para briga de rinha entre cães
Camila Marinelli Martins - MV, PhD Pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (USP). camila@vps.fmvz.usp.br
Referências
Alexander Welker Biondo - MV, MSc, PhD Professor de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo do Departamento de Medicina Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. abiondo@ufpr.br
1-WILSON, E. O. Biophilia. Boston, 1. ed. Harvard University Press, 1984. 157p. http://www.blogher.com/interview-dr-alan-beck-directorcenter-humananimal-bond 2-BOWLBY, J. Apego e perda, tristeza e depressão. São Paulo, 1. ed. Martins Fontes, 1980. 540 p. 3-BRICKEL, C. M. Initiation and maintenance of the human-animal bond. Marriage & Family Review, v. 8, n. 3-4, p. 31-48, 1985. 4-SERPELL, J. A. Anthropomorphism and anthropomorphic selection – beyond the “cute response”. Society and Animals, v. 1, n. 1, p. 83100, 2003.
36
Ricardo Augusto Dias - MV, MSc, PhD. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (USP). dias@vps.fmvz.usp.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Oncologia Osteocondroma intratraqueal em um cão idoso – relato de caso Intratracheal osteochondroma in an old dog – a case report Osteocondroma intratraqueal en un perro viejo – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 38-44, 2016 Gabriela Neuman de Paula
médica veterinária Spécialité Diagnóstico Veterinário gabineuman11@gmail.com
Carla Aparecida Batista Lorigados MV, dra., profa. Departamento de Cirurgia – FMVZ/USP clorigados@usp.br
Gabriela Silva Rodrigues
MV, mestre, coordenadora de curso Anclivepa-SP/UNICSUL gabisr@yahoo.com
Abstract: Primary tracheal neoplasms are uncommon in dogs and cats. Affected animals are generally middle-aged or older, except those that develop osteochondromas. Clinical signs are consistent with upper airway obstruction, most often including cough, intolerance to exercise, breathing difficulty and cyanosis. Diagnosis is usually achieved with a simple radiographic evaluation, while the tracheoscopy allows direct visualization and sampling of the lesion. Neoplastic lesions should be differentiated from other structures such as foreign bodies and polyps. This article reports the case of a 15-year-old female German Shepherd that had a one-year history of progressive dyspnea and cough. Survey radiography helped disclose a mass, but the definite diagnosis was achieved by means of a tracheoscopy followed by biopsy and histopathological exam of the tumor. Keywords: radiography, trachea, endoscopy, polypectomy, neoplasia
Cláudia Matsunaga Martín
MV, dra., coordenadora de curso Anclivepa-SP/UNICSUL cmmartin@uol.com.br
Franz Naoki Yoshitoshi
MV, mestre Endoscopet
endoscopiaveterinaria1@gmail.com
Nelson Palla
médico veterinário Clínica Veterinária Granvet nelsonpalla@yahoo.com
Leandro Averaldo Guiguet Leal médico veterinário Spécialité Diagnóstico Veterinário leagleal@yahoo.com.br
Fernanda Auciello Salvagni
MV, dra. LAB&VET e Depto. de Pat. – FMVZ/USP salvagni.fa@gmail.com
Resumo: Neoplasias traqueais primárias são incomuns em cães e gatos. Os animais acometidos são geralmente de meia-idade a idosos, exceto aqueles que desenvolvem osteocondromas. As manifestações clínicas são consistentes com a obstrução das vias aéreas superiores, incluindo mais comumente tosse, intolerância ao exercício, dificuldade respiratória e cianose. O diagnóstico normalmente é feito por meio do exame radiográfico simples; a realização de traqueoscopia possibilita a identificação e a biópsia das lesões. Lesões neoplásicas devem ser diferenciadas de corpos estranhos e pólipos. Uma cadela da raça pastor alemão, de quinze anos de idade, apresentava histórico de dificuldade respiratória e tosse havia um ano, com piora progressiva. A identificação da formação foi realizada a partir do exame radiográfico simples, e o diagnóstico definitivo foi obtido pela traqueoscopia, seguida da biópsia e do exame histopatológico da formação. Unitermos: radiografia, traqueia, endoscopia, polipectomia, neoplasia
Resumen: Las neoplasias traqueales primarias son poco comunes en perros y gatos. Los animales afectados son generalmente de edad media a viejos, excepto los que desarrollan osteocondromas. Las manifestaciones clínicas son consistentes con obstrucción de las vías aéreas superiores, frecuentemente tos, intolerancia al ejercicio, dificultad respiratoria y cianosis. El diagnóstico se alcanza normalmente a través de exámen radiográfico simple; la traqueoscopía permite la identificación y biopsia de las lesiones. Las lesiones neoplásicas deben ser diferenciadas de cuerpos extraños y pólipos. Una perra Ovejero alemán de quince años presentó un histórico de dificultad respiratoria y tos desde hacía un año, con agravamiento progresivo. La identificación de la formación se consiguió a través de radiografías simples, y el diagnóstico definitivo se obtuvo por traqueoscopia, biopsia y examen histopatológico de la formación. Palabras clave: radiografía, tráquea, endoscopia, polipectomía, neoplasia
Introdução Neoplasias traqueais primárias são incomuns nas espécies domésticas, e ambas as formas, maligna ou benigna, podem ocorrer. Nos cães, as neoplasias são observadas mais frequentemente em animais idosos, com exceção do rabdomiossarcoma e do osteocondroma, que normalmente acometem animais jovens, pois estes possuem centros de ossificação endocondral ativos 1-3. 38
Formações intratraqueais podem comprometer o lúmen traqueal parcialmente ou em quase sua totalidade, ocasionando sintomas agudos ou progressivos de obstrução das vias aéreas superiores. A alteração clínica mais comum é a tosse, geralmente não produtiva, seguida de dificuldade respiratória, estridor respiratório, angústia inspiratória e expiratória, intolerância ao exercício e cianose 3,4. O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas e
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
nos achados radiográficos. O exame radiográfico simples é relativamente sensível, mas não específico para o diagnóstico de formações intratraqueais 1,5. A traqueoscopia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética também podem auxiliar na identificação da lesão 6,7. Os diagnósticos diferenciais para as neoplasias traqueais incluem granulomas decorrentes de doenças parasitárias como o nematódeo Oslerus osleri, que pode formar nódulos que se assemelham às neoplasias de traqueia e brônquios principais. Trombos secundários à colocação de tubo por traqueotomia podem obstruir o lúmen traqueal e promover sinais clínicos semelhantes às neoplasias de traqueia, assim como cistos e corpos estranhos como pedras, plantas ou outros objetos passiveis de inalação, que podem se alojar na traqueia ou nos brônquios 2,8. Nódulos inflamatórios, incluindo inflamação linfoplasmacítica, hiperplasia linfoide e traqueíte granulomatosa também devem ser incluídos como diagnósticos diferenciais para neoplasias traqueais 9. Foi relatado um caso de intussuscepção traqueal como um possível diagnóstico diferencial para formações traqueais, tanto pelas manifestações
clínicas como pelo aspecto radiográfico, caracterizado por uma pequena área radiopaca no lúmen traqueal 10. A endoscopia possibilita a visualização direta das formações, bem como a coleta de fragmentos para biópsia, e em alguns casos promove a remoção completa da estrutura. O diagnóstico definitivo do osteocondroma é realizado por meio da análise histológica da lesão 7. O presente trabalho tem como objetivo revisar as características e a ocorrência do osteocondroma em cães, e relatar um caso clínico com enfoque em seus meios de diagnóstico. Revisão da literatura As neoplasias primárias malignas que podem acometer a traqueia incluem o condrossarcoma, o adenocarcinoma, o rabdomiossarcoma, o linfoma, o plasmocitoma extramedular e o carcinoma de células escamosas. As neoplasias primárias benignas incluem o rabdomioma, o papiloma, o leiomioma e o osteocondroma. Pólipos traqueais também foram relatados como formações de aspectos semelhantes às neoplasias. As formações intratraqueais
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
39
Oncologia Tumor venéreo transmissível subcutâneo – relato de caso Subcutaneous transmissible venereal tumor – case report Tumor venéreo transmisible subcutáneo – relato de un caso Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 46-54, 2016 Thaís de Almeida Moreira MV, aluna de mestrado UFU thais-vet@outlook.com
Talita Cristina Modesto aluna de medicina veterinária UNIPAM talita.cris@hotmail.com.br
Ana Carla da Silva Corrêa MV UFU anacarlacorrea91@gmail.com
Luciano Francisco de Maria MV UFU lucianofm.vet@gmail.com
Rafael Rocha de Souza MV UFU rafaelrocha62@yahoo.com.br
Márcio de Barros Bandarra MV, dr., prof. Depto. de Patologia Animal, UFU mbandarra@yahoo.com.br
Resumo: O tumor venéreo transmissível (TVT) é neoplasia específica de caninos, de apresentação frequente em genitais. As metástases se dão por via hematógena ou linfática, e o acometimento extragenital é raro. A forma cutânea é relatada como lesão proliferativa verrucosa, de superfície ulcerada e friável, em geral concomitante à forma genital da doença. Para contribuir com dados clínicos, citopatológicos, prognóstico e devido à apresentação incomum, relata-se um caso de TVT subcutâneo em cadela adulta, sem raça definida, castrada, disseminado em forma de nódulos na face interna dos membros posteriores. O exame citopatológico revelou muitas células redondas com núcleo em geral excêntrico, cromatina frouxa e citoplasma amplo, muito vacuolizado, típicos de TVT plasmocitóide. Quatro sessões de quimioterapia com sulfato de vincristina levaram à remissão completa do tumor. É incomum ocorrer TVT apenas no subcutâneo, ainda mais quando não há lesões genitais a sugerir metástase. Unitermos: cães, pele, extragenital, TVT Abstract: Transmissible venereal tumor (TVT) is a specific cancer of the canine species that usually affects the genital region. Metastases occur by hematogenous or lymphatic routes. The extragenital form is rare and the cutaneous form is reported to be a warty proliferative lesion of ulcerated and friable surface, which usually presents itself concomitantly to the genital form of the disease. We hereby report a case of subcutaneous TVT in a mixed-breed neutered female, in order to contribute clinical and cytopathological data, as well as prognosis, due to unusual presentation of this neoplasm. The formation was disseminated as multiple nodules located on the inner face of the hind limbs. Diagnosis was achieved by cytological examination, which revealed the presence of round cells with predominantly eccentric nuclei, loose chromatin and large and intensely vacuolated cytoplasm, features of plasmacytoid TVT. Four courses of chemotherapy with vincristine sulfate were conducted, yielding complete remission of the tumor. The subcutaneous appearance of TVT is unusual, especially when no genital lesions that might suggest metastasis are found. Keywords: dogs, skin, extragenital, TVT Resumen: El tumor venéreo transmisible (TVT) es una neoplasia específica de los perros que se presenta con mayor frecuencia en región genital. Las metástasis pueden ocurrir por vía hematógena o linfática; es rara la presentación de tumores extragenitales. La forma cutánea se caracteriza como una lesión verrugosa proliferativa, de superficie ulcerada y friable, generalmente concomitante con la forma genital de la enfermedad. Con el objetivo de contribuir con datos clínicos, citopatológicos y de pronóstico, y dada su presentación tan poco frecuente, se relata un caso de TVT subcutáneo en una perra adulta, mestiza, castrada, que se diseminó en forma de nódulos en la cara interna de los miembros posteriores. El examen citopatológico mostró un gran número de células redondas con núcleo generalmente excéntrico, cromatina laxa y citoplasma amplio, muy vacuolizado, típicos de TVT plasmocitoide. Cuatro sesiones de quimioterapia con sulfato de vincristina llevaron a la remisión completa del tumor. Es poco común la presentación de un TVT exclusivamente subcutáneo, mas aún sin lesiones genitales que sugieran una metástasis. Palabras clave: perros, piel, extragenital, TVT
Introdução O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia específica da espécie canina que acomete frequentemente a região genital destes animais 1. Suas outras denominações 46
são condiloma canino, granuloma venéreo, sarcoma infeccioso e linfossarcoma venéreo. Entretanto, a sinonímia mais comum é tumor de Sticker ou sarcoma de Sticker, por ter sido descrito pela primeira vez de forma mais detalhada
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
por esse pesquisador em 1904, quando abordou as características de malignidade dessa neoplasia 1,2. A transmissão ocorre por meio da transplantação direta de células tumorais, geralmente por contato sexual. Embora se caracterize por afetar principalmente órgãos genitais de cães, também pode ser encontrada em regiões extragenitais susceptíveis ao contato direto com a massa 1,3,4, como cavidade bucal e nasal, regiões anal e perianal, conjuntiva ocular, tecido subcutâneo e pele 5,6. Apresenta maior incidência em animais sem raça definida, jovens, errantes e sexualmente ativos. A faixa etária em que mais se observa o TVT é entre quatro e seis anos de idade, período esse de maior atividade sexual 7. Destaca-se assim, uma maior incidência em fêmeas, provavelmente devido a estas aceitarem vários machos
Luciano Francisco de Maria/Thaís de Almeida Moreira
Luciano Francisco de Maria/Thaís de Almeida Moreira
A
durante o período fértil 8,9. Apesar de ser uma enfermidade cosmopolita, com ocorrência descrita em todos os continentes, predomina em regiões de clima tropical e subtropical 7. O Brasil é um dos países citados por apresentar uma maior prevalência em função da existência comum de cães errantes e escassez de qualquer forma de controle de sua atividade sexual 8,9. A etiologia ainda é desconhecida; contudo, trabalhos recentes feitos a partir de avaliação imunohistoquímica sugerem origem mesenquimal – uma vez que demonstra expressão de vimentina 10 –, e origem histiocítica – por também apresentar reações positivas a lisozima, alfa-1antitripsina, imunocoloração específica positiva para macrófagos e negativa para outros tipos celulares 11. O TVT apresenta duas fases: uma fase de crescimento
B
Luciano Francisco de Maria/Thaís de Almeida Moreira
Luciano Francisco de Maria/Thaís de Almeida Moreira
C
D
Figura 1 – Aspecto macroscópico de tumor venéreo transmissível canino subcutâneo. Lesões nodulares, múltiplas, firmes, aderidas a tecidos profundos da face interna dos membros posteriores. A e B) Nódulo maior, localizado no membro posterior direito, na face interna da região cranial do fêmur. C) Nódulos no membro posterior esquerdo, face interna da região cranial do fêmur. D) Nódulo no membro posterior esquerdo, face interna da região cranial da tíbia, drenando conteúdo sanguinolento Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
47
Clínica Leishmaniose felina – revisão de literatura Feline leishmaniasis – review Leishmaniasis felina – revisión de literatura Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 56-68, 2016 Perla Noe MV autônoma, mestre perlanoe@hotmail.com
Veronica Jorge Babo-Terra MV, dra., profa. FAMEZ/UFMS vjb@terra.com.br
Resumo: As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, e são um grande desafio para a saúde pública. Cães e várias espécies silvestres servem como reservatório do protozoário. Gatos domésticos e selvagens também podem ser infectados. Casos diagnosticados de leishmaniose felina têm crescido ultimamente em áreas endêmicas, sugerindo que a espécie já não pode ser considerada um hospedeiro incomum de Leishmania sp. Nos últimos anos, houve um grande avanço nas técnicas laboratoriais, o que pode ter contribuído para o número crescente de diagnósticos positivos. Diante disso é necessário entender o verdadeiro papel do gato na epidemiologia da doença e esclarecer se essa espécie pode se comportar como reservatório do protozoário. O objetivo desta revisão é reunir informações importantes sobre essa doença em gatos domésticos tais como epidemiologia, sinais clínicos e diagnóstico. Unitermos: felídeos, gatos, Leishmania, protozoário, infecção Abstract: Leishmaniases are diseases caused by protozoa of the genus Leishmania, and are a major challenge to public health. While dogs and various wild species serve as a reservoir of the protozoan, domestic and wild cats can also be infected. The number of diagnosed cases of feline leishmaniasis has recently grown in endemic areas, suggesting that this species can no longer be considered an unusual host of Leishmania sp. There was a great advance in laboratory techniques in recent years, which may have contributed to increasing the number of positive diagnoses. Thus, it is necessary to understand the real role of the cat in the epidemiology of the disease and clarify whether this species can behave like a protozoan reservoir. The purpose of this review is to gather important information about the disease in domestic cats, such as epidemiology, clinical signs and diagnosis. Keywords: felids, cats, Leishmania, protozoan, infection Resumen: La leishmaniasis es una enfermedad provocada por protozoarios del género Leishmania, y representa un problema desafiante para la salud pública. Los perros y varias especies silvestres actúan como reservorios del parásito. Los gatos domésticos y salvajes también pueden infectarse. El diagnóstico de leishmaniasis felina ha crecido recientemente en áreas endémicas, lo que sugiere que la especie ya no debería ser considerada como un huésped poco frecuente de Leishmania sp. En los últimos años hubo un gran avance en las técnicas laboratoriales, lo que puede haber influido en el creciente número de casos positivos. Frente a esto, se hace necesario entender el verdadero papel del gato en la epidemiología de la enfermedad, y determinar si esta especie puede comportarse como reservorio del protozoario. El objetivo de esta revisión es reunir informaciones importantes sobre la enfermedad en gatos domésticos como la epidemiología, signos clínicos y diagnóstico Palabras clave: felinos, gatos, Leishmania, protozoario, infección
Introdução A leishmaniose é uma enfermidade causada por protozoários do gênero Leishmania, podendo causar a leishmaniose tegumentar (LT), com manifestações cutâneas, mucocutâneas ou ainda cutâneas difusas, e a leishmaniose visceral (LV), com manifestações sistêmicas 1. Os hospedeiros vertebrados são animais silvestres como roedores, gambás, tamanduás, canídeos, primatas e preguiças; animais domésticos como cães e equinos; e o homem 2,3. Entre os animais domésticos, os cães estão envolvidos na 56
infecção humana da leishmaniose visceral, pois atuam como hospedeiros reservatórios do parasita, possibilitando a infecção do vetor 3,4. Gatos domésticos e felídeos selvagens podem ser infectados naturalmente e manifestar a leishmaniose tegumentar ou visceral 5,6. Apesar de se considerar que a leishmaniose felina (LF) ocorre raramente 6,7, nos últimos anos aumentou o número de casos relatados em todo o mundo. Nas últimas décadas, o grande avanço nas técnicas laboratoriais pode ter contribuído para o crescente número de
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
diagnósticos positivos. O objetivo desta revisão é reunir informações importantes sobre a leishmaniose felina e sua situação atual no mundo. Histórico e distribuição da LF A LF é relatada nos continentes africano, americano, asiático e europeu. Pesquisadores têm descrito a infecção natural por Leishmania sp. em felinos domésticos de vários países, principalmente em regiões endêmicas de leishmaniose desde 1912 (Figura 1). De maneira geral, os casos clínicos diagnosticados foram, no início, achados acidentais, já que o gato não está incluído na epidemiologia da leishmaniose. Além de gatos domésticos, felídeos selvagens como o serval (Felis serval phillipsi), no Sudão 5; onça-parda (Puma concolor), onça-pintada (Panthera onca), jaguatirica (Leopardus pardalis) e leão (Panthera leo), no Brasil 8,9, foram infectados naturalmente pelo parasita. Infecção experimental Na infecção experimental por Leishmania spp nessa espécie, pesquisadores têm obtido diferentes respostas. Gatos inoculados com promastigotas de L. infantum não apresentaram infecção pelo parasita 44. Na tentativa de reproduzir a doença, gatos saudáveis foram inoculados com polpa esplênica de crianças com leishmaniose visceral (L. infantum), porém, não houve sucesso 45. Após a infecção experimental de três gatos recém-nascidos com emulsão de vísceras de cão parasitado, rica em L. chagasi, via intraperitoneal, também não foi observada presença de infecção 4. Nos Estados Unidos, gatos foram inoculados por via intravenosa com amastigotas de L. donovani e L. chagasi; e por via intradérmica com promastigotas de L. chagasi. O parasita foi detectado em fígado, baço e medula óssea de animais inoculados apenas pela via intravenosa e nenhum dos animais desenvolveu a doença clínica; contudo, observou-se sorologia positiva em todos 46. Em estudo comparativo entre gatos não vacinados e vacinados com antígenos de L. braziliensis e posteriormente inoculados com promastigotas de L. braziliensis e L. amazonensis, por via intradérmica (região nasal), não foi observada disseminação do parasita, ou presença deste em fígado, baço ou linfonodos. Contudo, L. amazonensis foi isolada em cultura de tecido nasal dos não vacinados; e em todos se observou sorologia positiva 38. No Quênia, após inocular promastigotas de L. donovani em gatos por via intracardíaca e intravenosa, pesquisadores observaram que estes se mostraram refratários à infecção 47. No Brasil, gatos domésticos infectados com promastigotas de L. braziliensis por via intradérmica (orelhas e nariz) manifestaram, primeiramente, lesões de pele, e, após a remissão das lesões, foi detectada sorologia positiva 48.
O vetor e o gato doméstico Poucos estudos têm sido realizados com o intuito de esclarecer a interação entre o flebótomo e os felinos. Os vetores transmissores de Leishmania sp. para os hospedeiros vertebrados pertencem ao gênero Lutzomyia e País Argélia
autor n. de animais/observação 10 um – filhote de quatro meses, vivia numa casa com criança e cão portadores de LV 11 um Argentina 12 um Brasil 13 um – vivia em domicílio situado no interior da mata 14 um – região endêmica de LT 15 dois – região endêmica de LT 16 um – região não endêmica de LV 17 um – região endêmica de LV, gato com LT 18 um 19 um – região endêmica de LV, gato com LT 20 um – região endêmica de LV 21 um – região endêmica de LV Egito 22 dois – viviam com humano portador de LT Espanha 23 dois – região endêmica de LV 24 um – região endêmica de LV 25 um - região endêmica de LV EUA 26 um – região endêmica de LT 27 um – região endêmica de LT 28 oito – região endêmica de LT França 29 um – região endêmica de LV 30 um – região endêmica de LV 31 um – região endêmica de LV 32 dois – região endêmica de LV 33 um – região endêmica de LV Iraque 34 dois – região endêmica de LT Itália 35 um – região endêmica de LV 36 um – região endêmica de LV 37 quatro – região endêmica de LV 38 um – região endêmica de LV 39 um – região endêmica de LV Portugal 40 um – região endêmica de LV 41 um – região endêmica de LV Venezuela 42 quatro – região endêmica de LT Vietnã 43 um Figura 1 – Casos clínicos de leishmaniose felina reportados em vários países, segundo o número de animais relatados e tipo de região. LV: leishmaniose visceral; LT: leishmaniose tegumentar
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
57
Cirurgia Ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica em gatos – revisão Total ear canal ablation and lateral bulla osteotomy in cats – review Ablación completa del conducto auditivo externo y osteotomía lateral de la bulla timpánica en gatos – revisión Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 72-84, 2016
Adelina Maria da Silva MV, dra., profa. Depto. de Técnica Cirúrgica Veterinária FMV/Unesp-Araçatuba adelinasilva@fmva.unesp.br
Resumo: A ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica é um procedimento cirúrgico indicado no tratamento de otite externa crônica e otite média, pólipos auriculares e neoplasia do canal auditivo externo em gatos. Devido à complexidade da técnica operatória, há risco potencial de várias complicações cirúrgicas, como persistência ou recidiva da infecção, lesão do nervo facial, síndrome de Horner, lesão da orelha interna, comprometimento da função auditiva e alteração da posição do pavilhão auricular. Contudo, podem-se obter excelentes resultados com o emprego de técnica cirúrgica precisa e minuciosa. Deve-se dar também especial atenção ao controle da dor pós-operatória, porque a dissecção nessa cirurgia é muito profunda. O objetivo da presente revisão é relatar essas afecções da orelha em gatos e descrever a técnica cirúrgica de ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica. Unitermos: felino, neoplasias, pólipos, otite Abstract: Total ear canal ablation and lateral bulla osteotomy is a surgical procedure indicated for the treatment of chronic otitis externa and otitis media, aural polyps and neoplasia of external auditory canal in cats. Because of its complexity, there is potential risk of various surgical complications such as persistence or recurrence of infection, facial nerve damage, Horner’s syndrome, inner ear damage, auditory function impairment and poor ear carriage. Nonetheless, excellent results can be obtained by means of precise and meticulous surgical skills. Special attention should also be given to postoperative pain management due to the deep dissection in this kind of surgery. The aim of this review is to describe these feline ear diseases and the surgical technique of total ear canal ablation and lateral bulla osteotomy. Keywords: feline, neoplasms, polyps, otitis Resumen: La ablación completa del conducto auditivo externo y osteotomía lateral de la bulla timpánica son procedimientos quirúrgicos que se indican en el tratamiento de la otitis externa crónica y otitis media, presencia de pólipos y neoplasias del canal auditivo externo en gatos. Debido a la complejidad de la técnica operatoria, existen riesgos potenciales de que se presenten varios tipos de complicaciones quirúrgicas como la persistencia o recidiva de infección, lesiones en nervio facial, síndrome de Horner, lesión en oído interno, compromiso de la función auditiva y alteraciones en la posición de la oreja. No obstante, es posible tener excelentes resultados si se utiliza una técnica quirúrgica precisa y minuciosa. También debe prestarse una atención particular al control del dolor postoperatorio, debido a lo profundo de la disección durante la cirugía. El objetivo de la presente revisión es relatar las afecciones auriculares de los gatos, y describir la técnica quirúrgica de ablación total del canal auditivo externo asociada a osteotomía lateral de la bulla timpánica. Palabras clave: felino, neoplasias, pólipos, otitis
72
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
Figura 2 – Crânio de gato mostrando a osteotomia lateral da bula timpânica. Compartimento ventromedial (VM). Compartimento dorsolateral (DL). Septo ósseo (S)
Adelina Maria da Silva
Neoplasias do canal auditivo externo em gatos As neoplasias mais frequentemente observadas no canal auditivo externo dos gatos são o adenoma e o adenocarcinoma da glândula ceruminosa. O carcinoma espinocelular geralmente afeta o pavilhão auricular dos gatos, mas a presença dessa neoplasia no canal auditivo externo também já foi relatada 9. Estudo retrospectivo multicêntrico que analisou as fichas médicas de 56 gatos com neoplasia maligna no canal auditivo externo verificou que os animais apresentavam idade média de onze anos (variação de três a vinte anos). Foram diagnosticados 22 (39%) casos de adenocarcinoma da glândula ceruminosa, 20 (35%) de carcinoma espinocelular, 13 (23%) de carcinomas de origem indeterminada e somente 1 (2%) caso de adenocarcinoma da glândula sebácea. Trinta e um gatos foram operados, sete, tratados com radioterapia, dois, com quimioterapia e os outros 16 não foram tratados, porque a neoplasia estava em estado muito avançado. O acompanhamento de 40 felinos desse estudo permitiu constatar que os gatos diagnosticados com adenocarcinoma da glândula ceruminosa tiveram uma sobrevida superior a 49 meses, significativamente maior que a de gatos com carcinoma espinocelular, que apresentaram tempo
Figura 1 – Crânio de gato mostrando a bula timpânica (B), o meato acústico externo ósseo (ponta de seta) e o ossículo auditivo martelo (seta)
Adelina Maria da Silva
Anatomia da bula timpânica de gatos A bula timpânica do gato tem dois compartimentos separados por um septo ósseo interno. Esse septo tem uma fissura no aspecto caudomedial que permite a comunicação entre o compartimento maior (ventromedial) e o menor (dorsolateral) 4,5. A remoção parcial do septo deve ser realizada na osteotomia da bula timpânica para permitir ampla curetagem e drenagem da cavidade timpânica 6 (Figuras 1 e 2). Contudo, o aspecto dorsomedial não deve ser curetado, porque nesse local há o promontório. Nessa proeminência óssea estão alojadas as janelas da cóclea e do vestíbulo, estruturas anatômicas relacionadas respectivamente à audição e ao equilíbrio corporal 5,7 (Figura 3). Também sobre o promontório passam as fibras simpáticas pós-ganglionares que inervam o olho 8.
Adelina Maria da Silva
Introdução A ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica é uma técnica cirúrgica indicada principalmente no tratamento de otite externa crônica e otite média, pólipos auriculares e neoplasia do canal auditivo externo em gatos, mas também em casos de traumatismo auricular grave e abscesso periauricular 1,2. Na espécie canina essa cirurgia é frequentemente utilizada no tratamento de otite externa crônica 3. O objetivo desta revisão bibliográfica foi descrever a técnica cirúrgica da ablação total do canal auditivo externo aliada a osteotomia lateral da bula timpânica e discutir as indicações e possíveis complicações desse procedimento cirúrgico.
Figura 3 – Região temporal de crânio de gato mostrando a osteotomia lateral da bula timpânica. Compartimento ventromedial (VM). Compartimento dorsolateral (DL). Septo ósseo (S). Janela do vestíbulo (ponta de seta). Janela da cóclea (seta)
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
73
Bem-estar animal Perfil da comercialização de animais de estimação não convencionais no município de Concórdia, Santa Catarina: uma visão acerca da sanidade e do bem-estar dos animais Characterization of the trade of unconventional pets in Concórdia, Santa Catarina, with emphasis on animal sanity and welfare Caracterización del comercio de mascotas no convencionales en la ciudad de Concórdia, Santa Catarina: una visión sobre la salud y el bienestar de los animales Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 86-94, 2016
Mariele de Santi MV, aluna de mestrado FCAV/Unesp mariele.santi@gmail.com
Ana Carolina Gonçalves dos Reis MV, mestre, dra. IFC/Concórdia ana.reis@ifc-concordia.edu.br
Renata Assis Casagrande MV, mestre, dra., profa. UDESC casagrande_vet@yahoo.com.br
Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar o comércio de animais de estimação não convencionais em Concórdia, Santa Catarina. Doze estabelecimentos comercializavam animais ou alimentos, e nesses aplicou-se um questionário e realizou-se inspeção visual. Constatou-se que as aves são o grupo mais comercializado nos estabelecimentos visitados (77%), seguido por coelhos (55,5%), roedores (55,5%) e tigres d’água (44,4%). Adquiriam-se esses animais de criatórios legalizados ou informais e não realizavam-se quarentenas. Quanto à alimentação, esses estabelecimentos indicavam misturas de sementes para aves (91,7%) e roedores (83,3%), ração peletizada para coelhos (91,6%) e répteis (66,6%). Esses alimentos eram comercializados em embalagens próprias ou a granel. Percebe-se que o conhecimento da manutenção dessas espécies ainda é pouco difundido, ficando evidente a necessidade de capacitação dos funcionários, principalmente por meio da atuação de médicos veterinários. Unitermos: animais selvagens, comércio, saúde, nutrição Abstract: The aim of this study was to characterize the trade of unconventional pets in the city of Concórdia, Santa Catarina. Twelve establishments that traded animals or food were visually inspected and the respective owners were requested to fill in a questionnaire. It was found that birds are the most commercialized group (77%) in these establishments, followed by rabbits (55.5%), rodents (55.5%) and black-bellied sliders (44.4%). These animals were acquired from legalized or informal breeders and quarantine was not usually performed. Regarding the feed, these establishments indicated seed mixtures to feed birds (91.7%) and rodents (83.3%), and pelleted feed for rabbits (91.6%) and reptiles (66.6%). These supplies were acquired either in suitable containers or in bulk. Knowledge about the maintenance of these species is still not widespread, evincing the need for employee training by veterinarians. Keywords: wild animals, trade, health, nutrition Resumen: El objetivo de este estudio fue caracterizar el comercio de mascotas no convencionales en Concórdia, Santa Catarina, Brasil. Fue realizado un cuestionario e inspección visual en doce establecimientos donde se comercializaban animales o alimentos. Se pudo comprobar que las aves representan el grupo más comercializado en esos establecimientos (77%), seguido por los conejos (55,5%), roedores (55,5%) y tortugas pintadas (44,4%). Estos animales eran comprados tanto en criaderos legalizados como informales, y no realizaban cuarentena. En relación a la alimentación, estos establecimientos indicaban mezclas de semillas para aves (91,7%) y roedores (83,3%), y alimentos peletizados para conejos (91,6%) y reptiles (66,6%). Estos alimentos eran comercializados a granel o en embalajes propios. Mediante este estudio fue posible percibir que el conocimiento sobre la mantención de estas especies todavía es poco difundida, y resulta evidente la necesidad de capacitación de los funcionarios, principalmente mediante la participación de médicos veterinarios. Palabras clave: animales salvajes, comercio, salud, nutrición
86
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
Introdução A criação de espécies silvestres e exóticas como animais de companhia é uma prática muito antiga e cada vez mais comum no mundo todo 1,2. Somente no estado de Santa Catarina existiam, no ano de 2008, 79 criadores de animais silvestres autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 46 deles com fins comerciais 3. Entretanto, a carência de informações acerca do correto manejo dessas espécies ainda representa uma importante dificuldade para sua manutenção em cativeiro 4. A dificuldade para obter informações a respeito da alimentação, reprodução, comportamento e alojamento reside no fato de que existe uma pequena quantidade de literatura disponível, e, quando existe, refere-se principalmente às espécies mais populares como as aves do grupo dos Passeriformes e Psittaciformes e os mamíferos destinados à indústria alimentícia 5,6. A correta alimentação é fator determinante para a criação de espécimes em cativeiro 6. Atualmente sabe-se que as deficiências nutricionais podem provocar o aparecimento de diversas enfermidades como obesidade, alterações reprodutivas, ósseas, imunológicas, entre outras 4,6-8. A má nutrição é responsável por mais de 90% das afecções em aves cativas 9, sendo a causa mais comum em psitacídeos 10. A avaliação da dieta é um componente essencial no tratamento dos problemas dermatológicos das aves, já que a má nutrição pode afetar a pele e as penas de diversas maneiras 11. Assim como a alimentação, o ambiente do cativeiro também influencia muito na qualidade de vida do animal. Muitas doenças e estereotipias podem surgir quando os indivíduos são expostos a condições diferentes daquelas existentes em vida livre, o que frequentemente ocorre, já que o ambiente do cativeiro tende a ser muito diferente daquele encontrado na natureza 4. Estudos sugerem que algumas mudanças no ambiente do cativeiro podem influenciar positivamente o bem-estar do indivíduo, mas para que isso ocorra o proprietário precisa conhecer as necessidades de seu animal e estar disposto a provê-las de maneira adequada 5,12. No entanto, muitas vezes a boa vontade pode esbarrar na falta de informação disponível 5. Outro problema enfrentado na manutenção de animais silvestres e exóticos cativos são as enfermidades zoonóticas 13. A introdução dessas espécies nos domicílios traz consigo a possibilidade de disseminação de diversas doenças transmissíveis entre seres humanos e animais 14,15, principalmente com a criação de laços afetivos estreitos entre eles e quando os hábitos de higiene não são praticados 13. Répteis são considerados os principais reservatórios e portadores assintomáticos de Salmonella spp., e, ao serem submetidos às condições de estresse comuns no cativeiro, podem adoecer e acarretar graves problemas de saúde pública 16. Além disso, o comércio dessas espécies, principalmen-
te quando realizado por meio da captura indiscriminada de espécimes de vida livre, pode ser uma causa relevante de perda de biodiversidade e desequilíbrio ecológico 2. A demanda por animais destinados à companhia estimula seu tráfico no mundo todo. Segundo relatório divulgado em 2001 pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), no Brasil aproximadamente 38 milhões de espécimes são retirados anualmente da natureza de maneira ilegal, e estima-se que de cada dez animais capturados somente um sobreviva 17. Além de todos os fatores supracitados, o abandono também configura um ponto importante a ser abordado na problemática da criação desses espécimes. A perda de interesse ou indisponibilidade financeira para fornecer cuidados faz com que muitos animais sejam abandonados em algum ponto de suas vidas. Com a maturidade podemse desenvolver alguns comportamentos naturais à espécie que fazem com que o animal se torne indesejado pelo dono. O destino de animais selvagens cativos é regulamentado pela Instrução Normativa n. 179 do Ibama e existem diversos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) que podem receber esses animais; porém, muitos donos não procuram esses locais ou nem mesmo sabem de sua existência. Assim, muitos animais acabam indo parar na natureza, alguns deles de espécies exóticas que podem provocar grandes impactos nas populações locais, como a introdução de enfermidades 5. Diante do exposto, torna-se importante conhecer o comércio desses animais, para que medidas de conscientização possam ser implementadas no futuro. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento de dados sobre o comércio de espécies silvestres e exóticas em agropecuárias, clínicas veterinárias e pet shops no município de Concórdia, Santa Catarina, incluindo dados sobre o manejo dos animais nos estabelecimentos e as indicações de manejo alimentar aos proprietários. Localizado no oeste do estado de Santa Catarina, o município de Concórdia possui cerca de 72 mil habitantes e se caracteriza pela agricultura familiar e pela produção e pesquisa com suínos e aves para a indústria alimentícia. Devido a isso, a cidade possui diversos estabelecimentos comerciais voltados para a venda de máquinas e insumos agrícolas, sendo que em alguns desses locais também existe a comercialização de animais. Comercializam-se tanto os animais de estimação usuais, como cães e gatos, quanto aves, roedores e répteis, alguns dos quais pertencentes à fauna brasileira (silvestres) e outros não (exóticos). Essa comercialização também é observada em clínicas veterinárias e pet shops do município. Material e métodos O presente trabalho baseou-se na aplicação de questionários e inspeção visual de estabelecimentos agropecuários, clínicas veterinárias e pet shops do município de
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
87
Diagnóstico por imagem Sistema radiográfico digital – revisão de literatura Digital radiographic system – a literature review Sistema radiográfico digital – revisión de la literatura Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 96-104, 2016 Carina Outi Baroni MV, mestre FMVZ/USP carinaouti@gmail.com
Cláudia Matsunaga Martin MV, aluna de doutorado FMVZ/USP cmmartin@uol.com.br
Ana Carolina B. C. Fonseca Pinto MV, dra., profa. Depto. de Cirurgia – FMVZ/USP anacarol@usp.br
Resumo: A transição do sistema radiográfico convencional para os sistemas radiográficos digitais, ao longo de vinte anos, tem transformado as salas de laudos nos serviços de diagnóstico por imagem, tanto na medicina humana quanto na medicina veterinária. Atualmente, com a introdução do sistema radiográfico computadorizado e do digital direto na rotina de alguns hospitais e laboratórios de imagem, o uso das ferramentas de pós-processamento tem se tornado cada vez mais frequente e importante. Diante da necessidade de estudos acerca desses recursos, a presente revisão de literatura tem como objetivo contribuir para a compreensão da física envolvida no processo de aquisição das imagens radiográficas computadorizadas e apresentar ao leitor, de forma simples, a evolução das pesquisas realizadas para validar o uso da imagem digital na avaliação do tórax e as contribuições do pósprocessamento nas aplicações clínicas para o estabelecimento do diagnóstico. Unitermos: cães, gatos, filtros, pós-processamento, tórax Abstract: The transition from conventional to digital radiographic systems has transformed the diagnostic imaging services in both human and veterinary medicine in the last 20 years. The introduction of direct and indirect digital radiographic systems in the routine of many hospitals and image laboratories has turned the use of postprocessing tools more frequent and important. Thus, the need of knowledge about these resources motivated this literature review, which aims to contribute in a simple way to the understanding of the physics involved in the acquisition of computerized radiographic images. Additionally, we hereby present the research evolution to validate the use of digital images for thoracic evaluation and the contribution of postprocessing to clinical applications and diagnosis. Keywords: dogs, cats, filters, post-processing, thorax Resumen: La transición del sistema radiográfico convencional para los sistemas radiográficos digitales, a lo largo de veinte años, ha transformado la sala de diagnóstico de los servicios de radiología, tanto en medicina humana como en medicina veterinaria. Actualmente, con la introducción del sistema radiográfico computarizado y del digital directo en algunos hospitales y laboratorios de imagen, el uso de herramientas de postprocesamiento se ha hecho cada día más frecuente e importante. Frente a la necesidad de estudios sobre estos recursos, esta revisión de la literatura tiene como objetivo contribuir para el entendimiento de los conceptos físicos relacionados con la adquisición de radiografías computarizadas, y presentar al lector, de una forma simple, la evolución de las investigaciones realizadas para validar el uso de la imagen digital en los exámenes de la cavidad torácica, y las contribuciones del postprocesamiento en las aplicaciones clínicas para establecer un diagnóstico. Palabras clave: perros, gatos, filtros, postprocesamiento, tórax
Introdução Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) descobriu os raios X em 8 de novembro de 1895 e foi o primeiro a realizar uma imagem radiográfica da anatomia humana – a radiografia clássica da mão de sua esposa expondo o tecido ósseo 1-8. A partir dessa descoberta, originou-se o campo da radiologia, consagrando-se sua utilidade na medicina 8. Em 1901, Roentgen ganhou o Prêmio Nobel de Física por conta de sua descoberta, e desde então muitas inovações nesse campo foram apresentadas à comunidade médica. Em 1970, 75 anos após a descoberta dos raios X, a radiografia computadorizada (RC) foi introduzida ao meio 96
médico, tendo um crescente uso em meados de 1980 4,6,7,9-11. A RC foi introduzida na medicina veterinária também em meados dos anos 1980, porém, apenas um seleto grupo de veterinários teve acesso a essa tecnologia 12-14. Conforme seu uso foi se tornando mais conhecido e o custo mais acessível, a substituição da radiografia convencional pela computadorizada foi sendo realizada 4,6,7,9-13,15. Atualmente, o uso do pós-processamento de imagens radiográficas tem se tornado cada vez mais frequente 6,16,17. A fim de colaborar para o entendimento de como são obtidas essas imagens e da evolução de sua aplicação, e em especial da sua contribuição para o estabelecimento
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
do diagnóstico radiográfico das afecções torácicas, este artigo foi estruturado em duas partes, uma relacionada a conceitos físicos básicos das imagens digitais e outra sobre o uso das ferramentas de pós-processamento na avaliação das imagens radiográficas do tórax. Conceitos físicos básicos para a compreensão das imagens digitais Fundamentos da imagem digital A busca do homem pela melhora da informação visual e o processamento de dados de cenas para a percepção automática por meio de máquinas incentivou o desenvolvimento do processamento de imagens digitais 2. Ao longo das últimas três décadas, as imagens médicas sofreram uma revolução, e para continuar se aprimorando, os estudos e aplicações dos métodos de manipulação de imagens digitais foram essenciais 1-6,8-10,16,18-21. O termo “imagem digital” faz referência a todos os tipos de sistemas de imagens digitais, diretos ou indiretos (radiografia fotografada, escaneada, computadorizada e digital direta) 1-8,11,13,22,23. Imagens radiográficas digitais computadorizadas e diretas são a representação de uma função bidimensional de intensidade da luz f (x,y), em que x e y denotam as coordenadas espaciais, e o valor f em qualquer ponto (x,y) é proporcional aos níveis de cinza da imagem naquele ponto. Pode ser considerada uma matriz cujos índices de linhas e de colunas identificam um ponto na imagem com um determinado valor que corresponde a um nível de cinza característico 1-3,5,7,8. Os elementos da matriz digital podem ser chamados de elementos da imagem ou elementos da figura, termos traduzidos de picture elements, todavia suas abreviações pixels ou pels são mais utilizadas no cotidiano 1-3,5,8.
Os computadores funcionam num sistema binário que reconhece os números inteiros 0 e 1, e dessa forma a memória do computador é composta por bits (dígitos binários). A profundidade de um bit representa o valor binário 0 ou 1, e esses, respectivamente, correspondem a preto e branco. Para gerar tons de cinzas deve-se aumentar o número de bits, sendo que cada aumento é fornecido de forma exponencial – por exemplo, n bits tem 2n possibilidades de representação de dados 1-6,8. O olho humano consegue discernir uma quantidade limitada de tons de cinza 2,20. O número de 8 bits permite a detecção de 256 tons de cinza, indo de 0 a 255, sendo essa escala de tons suficiente para o diagnóstico radiográfico 1-3,8. Aquisição da imagem radiográfica digital O sistema de radiografia computadorizada permite a utilização do equipamento radiográfico convencional. Faz-se uso de um cassete que comporta em seu interior uma placa de imagem (image plate – IP) recoberta por uma camada de cristais de fósforo fotoestimuláveis 2-4,6,8,10,16,23. Os raios X incidem sobre essa placa, e a imagem latente é formada. Um leitor de placas ou escâner extrai a imagem por meio da incidência de um laser vermelho. Nesse processo, os elétrons energizados e aprisionados em estado de maior energia durante a exposição aos raios X são liberados para um nível menor de energia, promovendo a luminescência 3,4,6,10. Essa luminescência é detectada pelos tubos fotomultiplicadores do escâner, amplificada e convertida em sinal elétrico, ou seja, analógico, e, por meio de um conversor A/D, os dados digitais são gerados e transferidos a um computador 2-4,10,13. As imagens ficam disponíveis para serem vistas em monitores das estações de visualização ou impressas 3,4,6,11,15,24-27 (Figura 1).
Figura 1 – A) modelo de sistema computadorizado de imagem com equipamento radiográfico convencional que tanto pode ser usado com cassete convencional quanto com cassete digital. B) estação de visualização com escâner de leitura da placa de fósforo contida no cassete, e monitor comum para processamento de imagem. C) estação de trabalho com monitor com resolução de 3 MP e monocromático para avaliação oficial das imagens digitais Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
97
Acupuntura Farmacopuntura no acuponto yin tang e efeito sedativo em animais – revisão de literatura Pharmacopuncture in the Yin Tang acupoint and sedative effect on animals – literature review Farmacopuntura en el acupunto yin tang y el efecto sedante sobre animales – revisión de la literatura Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, p. 106-113, 2016
Carla Faria Orlandini MV, aluna de mestrado Universidade Paranaense carlaforlandini@gmail.com
Pollyana Linhares Sala MV, aluna de mestrado Universidade Paranaense pollysala@hotmail.com
Rafael Santos Tramontin MV, aluno de mestrado Universidade Paranaense rafael_tramontin@hotmail.com
Melissa Marchi Zaniolo MV, aluna de mestrado Universidade Paranaense melissaz.vet@gmail.com RG:
Talita Bianchin Borges MV, aluna de mestrado Universidade Paranaense t-borges@hotmail.com
Ana Maria Quessada MV, profa. CMV/Universidade Paranaense mariaquessada@unipar.br
Resumo: O objetivo deste artigo é revisar a utilização de farmacopuntura no acuponto yin tang para tranquilizar animais, enfatizando sua importância como ferramenta para o clínico veterinário na sua rotina diária. A acupuntura tem como objetivo atingir um efeito homeostático, restabelecendo o equilíbrio de estados funcionais alterados. A farmacopuntura vem sendo utilizada na sedação de cães. O acuponto yin tang é um ponto sedativo localizado entre as sobrancelhas, cujo estímulo produz sedação em seres humanos e animais. Vários estudos demonstram que a administração de subdose de acepromazina e xilazina nesse acuponto tem sido eficaz para produzir sedação em cães, com a vantagem de produzir efeito sedativo similar ao da dose terapêutica administrada por outras vias, mas sem provocar efeitos colaterais graves. Sugere-se que novos fármacos sejam pesquisados com o emprego da técnica, para utilização na prática clínica de animais. Unitermos: medicina tradicional chinesa, acupuntura veterinária, sedação, tranquilização Abstract: The purpose of this article is to review the use of pharmacopuncture in the Yin Tang acupoint to tranquilize animals, emphasizing its importance as a tool for the veterinary practitioner in his daily routine. The aim of the acupuncture is to achieve a homeostatic effect, restoring the balance of altered organic functions. Pharmacopuncture has been used to produce sedation in dogs. The Yin Tang acupoint is a sedation point located between the eyebrows that produces sedation in humans and animals upon stimulation. Several studies have shown that administration of a subdose of acepromazine and xylazine in this acupoint effectively induces sedation in dogs comparable to that of the therapeutic dose administered by conventional means, without causing serious side effects. We hereby suggest that new drugs should be tested with this technique for the clinical practice in animals. Keywords: Traditional chinese medicine, veterinary acupuncture, sedation, tranquilization Resumen: El objetivo del presente artículo es analizar la literatura relacionada con la utilización de la farmacopuntura en el acupunto yin tang para la tranquilización de animales, haciendo hincapié en su importancia como herramienta en la clínica diaria. La acupuntura tiene como objetivo conseguir un efecto homeostático, restableciendo el equilibrio de los estados funcionales alterados. La farmacopuntura está siendo utilizada para la sedación en perros. El acupunto yin tang es un punto sedativo localizado entre las cejas, cuyo estímulo produce sedación en seres humanos y en animales. Varios estudios muestran que la administración de subdosis de acepromacina y xilacina en este acupunto fue eficiente en la producción de efectos sedativos en perros, con la ventaja de inducir un efecto sedativo similar al que producen las dosis terapéuticas administradas por otras vías, aunque sin provocar los efectos colaterales graves. Se sugiere que se investiguen otros fármacos que puedan ser utilizados mediante esta técnica en la clínica de animales. Palabras clave: La tradicional medicina china, acupuntura veterinaria, sedación, tranquilización
106
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
CURSOS EM
MEDICINA VETERINÁRIA CURSOS INTENSIVOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO XI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA VETERINÁRIA 500 horas, 24 finais de semana Início: 27 e 28 de Agosto de 2016 Aulas práticas em todos os módulos Abordagem a pequenos e grandes animais Presença de palestrante internacional
IX CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIATRIA, FISIOTERAPIA E
REABILITAÇÃO VETERINÁRIA
Curso em novo formato! 21 módulos, 100 horas de prática! Início: 06 e 07 de Agosto de 2016 Abordagem a pequenos animais e equinos Presença de palestrante internacional
IX CURSO TEÓRICO-PRÁTICO DE
OZONIOTERAPIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
Dias 11 e 12 de Junho de 2016 Introdução ao uso do gás ozônio, suas indicações e diferentes formas de aplicação em medicina veterinária. Demostração prática em pequenos em grandes animais.
I CURSO DE ANESTESIA LOCORREGIONAL
GUIADA POR ULTRASSOM EM CÃES E GATOS
Dias 04 e 05 de Julho de 2016 Abordagem aos principais bloqueios anestésicos realizados em pequenos animais em aulas teóricas aplicadas e práticas interativas e workshops (hands-on).
I CURSO DE FUNDAMENTOS DO
HORSEMANSHIP
Dias 23 e 24 de Julho de 2016 Princípios da etologia aplicada aos equinos por meio de conceitos e técnicas relativos à linguagem corporal. Curso prático e interativo com os animais!
I SIMPÓSIO DE ONCOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS E I WORKSHOP DE ELETROQUIMIOTERAPIA
Dias 11, 12 e 13 de Novembro de 2016, em Ribeirão Preto/SP. Presença dos palestrantes internacionais: Enrico P Spugnini (Itália), Michael O Childress (EUA) e Anthony Mutsaers (Canadá), além da presença de renomados palestrantes nacionais. Inscrições com desconto até dia 01 de Agosto de 2016.
Rua Vicente Giacobino, 45 Jardim Santa Mônica Botucatu - SP - 18605-545 www.bioethicus.com.br secretaria@bioethicus.com.br (14) 3814 6898 ou (14) 3813 3898
+ 55 14 9 9740 4916 Instituto Bioethicus @bioethicus
MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL
Cão comunitário: um sujeito de direito
O
Érika Leitão
cão comunitário é aquele que vive nas ruas e que, remos assim a sua expectativa de vida e, consequenteapesar de não ter tutor definido e único, mas sim mente, sua potencial contribuição em termos de saúde um ou mais mantenedores, estabelece com a pública e bem-estar animal 2. Por isso a atenção ao cão população local vínculos de dependência e manutenção. comunitário como um indivíduo de direito vai ao enconEsse perfil de cão de rua sempre existiu no Brasil e no tro das novas abordagens de paradigmas relacionados à mundo, contudo o cão comunitário pode ser visto como saúde única e ao bem-estar único. uma alternativa no controle e monitoramento de cães Cães e gatos nas ruas são uma realidade em vários paíerrantes. ses. Atualmente, as recomendações dos programas Já se sabe que o recolhimento e o extermíde controle populacional contemplam a nio desses animais é uma estratégia ineassociação de estratégias como educaficiente no controle populacional, ção, saúde e bem-estar animal (vacidevido à alta taxa de fluxo e reponação e atendimento clínico), sição de indivíduos 1. Tal constalegislação, centro de reabilitatação ressalta ainda mais a resção e adoção, identificação e ponsabilidade das instituições registro do animal e controle e dos agentes públicos dedireprodutivo (castração) 3,4,5,6, cados a esse tema, tendo que podem ser alcançadas em vista a proibição da com a adoção, entre submissão dos animais à outras medidas, de procrueldade, conforme pregramas de cães comunivisão constitucional tários. (Inciso VII, Parágrafo 1º Há normas técnicas do Artigo 225 da que orientam para a Constituição Federal de construção de centros de 1988). Além disso, os controle de zoonoses, programas de cães comumas não existem regras nitários são uma oportunipara gerenciá-los a fim de dade de integrar os animais evitar, por exemplo, que se ao cotidiano da sociedade. tornem meros depósitos de Afinal, eles foram domesticaanimais. A castração por si dos com que propósito? só, sem o planejamento adeEm alguns lugares do Brasil, quado, tem eficácia limitada no como São Paulo, Curitiba, controle da densidade populacioAraucária, Rio Grande do Sul e Rio de nal, uma vez que os animais são recoCão comunitário Janeiro, existem programas de cães comulhidos e devolvidos às ruas sem que se nitários apoiados pelas prefeituras e pela legislatenha um controle da sua qualidade e expectatição, a exemplo do que prevê a lei estadual do Paraná no va de vida. Já se sabe que o abandono é uma das princi17.422, de 18 de dezembro de 2012, que dispõe sobre o pais causas da existência de cães nas ruas. Assim, a educontrole ético da população de cães e gatos (ver também cação em guarda responsável seria um dos pilares para Lei n. 12.916/08, Lei n. 1913/08, Lei n. 13.193/09 e Lei trabalhar e entender a questão. n. 4.956/08). Os animais são vacinados, desverminados, Diante disso, é importante ressaltar a interdependência identificados e castrados com recursos públicos. A comuentre as alternativas de controle e monitoramento da dennidade se responsabiliza por oferecer água, alimentação e sidade populacional dos animais nas ruas, pois eles se abrigo, além de informar qualquer eventualidade ao médicomplementam como ações preventivas. E que somente o co-veterinário da prefeitura. Os animais selecionados são esforço coletivo e sinérgico dos vários segmentos da dóceis e os que tenham um vínculo estabelecido com a sociedade envolvidos na problemática poderá dar resposcomunidade. tas aos anseios da população, pois as causas e consequênEsses animais podem contribuir com a comunidade cias da alta densidade de animais nas ruas são de responconstituindo barreiras sanitária e reprodutiva, ou seja, se sabilidade de todos, órgãos públicos e sociedade de uma mantivermos os cães saudáveis e esterilizados, aumentamaneira geral. 114
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Érika Leitão
APPLEBY, M. C. ; WEARY D. M. ; SANDØE, P. Dillemas in animal welfare. Wallingford: CABI Publishing, 2014. p. 102-123. ISBN: 9781780642161. 3-FAO. Dog population management. Animal production and health reports. In: FAO/WSPA/IZSAM EXPERT MEETING, 2011, Banna, Italy. Proceedings... Banna: FAO, WAP & IZSAM, 2011. Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-i4081e.pdf>. 4-ICAM – INTERNATIONAL COMPANION ANIMAL MANAGEMENT COALITION. Are we making a difference? A guide to monitoring and evaluating dog population management interventions. 2015. 129 p. Disponível em: <http://www.icamcoalition.org/downloads/ICAM_Guidance_Document.pdf>. 5-OIE – WORLD ORGANISATION FOR ANIMAL HEALTH. Stray dog population control. 2014. 12 p. Disponível em: <http://www.oie.int/fileadmin/Home/eng/Health_standards/tahc/20 10/chapitre_aw_stray_dog.pdf>. 6-ICAM – INTERNATIONAL COMPANION ANIMAL MANAGEMENT COALITION. Are we making a difference? A guide to monitoring and evaluating dog population management interventions. 2015. 129 p. Disponível em: <http://www.icamcoalition.org/downloads/ICAM_Guidance_Document.pdf>.
Cão comunitário no município de Pinhais, PR
Referências 1-WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO expert consultation on rabies. Second report. World Health Organization Thecnical Report Series. n. 982, p. 1-139, 2013. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24069724>. 2-MOLENTO, C. F. M. Public health and animal welfare. In: M.C.
Juliana Tozzi de Almeida MV. Mestranda em ciências veterinárias na UFPR, pelo Laboratório de Bem-estar Animal (LABEA) juli_tozzi@hotmail.com Sérvio Túlio Jacinto Reis Perito Criminal Federal - Departamento de Polícia Federal; Pós-Graduado em Medicina Veterinária Legal; Mestre em Perícias Criminais Ambientais; Presidente da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal - ABMVL servio.reis@gmail.com
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
115
PET FOOD
Particularidades dos cães pequenos e sua relação com o tratamento da obesidade
A
obesidade é uma síndrome clínica e ocorre pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo (obesidade: mais de 20% acima do peso ideal) 1. Segundo a Associação para a Prevenção da Obesidade em Pets, 53% dos cães e 55% dos gatos nos EUA estão acima do peso ideal 2. Fatores de risco como raça, idade, status reprodutivo, vida sedentária e causas nutricionais e de manejo alimentar já foram descritos para o seu desenvolvimento. Considerando a alimentação, o fornecimento de alimento errado (em geral em quantidade acima da necessidade energética) e de petiscos são os principais fatores para o desenvolvimento de obesidade 3-7. Cães de pequeno porte (<10 kg quando adultos) têm algumas particularidades fisiológicas. Além de necessidades nutricionais específicas, eles têm a tendência de desenvolver cálculos urinários 8-9, cálculo dental 10 além de apresentarem características morfológicas de mandíbula e maxila que demandam um croquete adaptado em termos de textura, tamanho e formato. Fatores genéticos e relacionados ao estilo de vida fazem com que cães de raças pequenas em geral acumulem mais peso, pois vivem em ambientes domiciliados e limitados, desenvolvendo um estilo de vida mais sedentário. Ademais, fezes de cães pequenos tendem a ser mais ressecadas, provocando constipação, pois geram maior reabsorção de água intestinal 11, menor tempo de trânsito colônico e menor fermentação no cólon 12-13. Essa tendência natural é exacerbada quando cães pequenos seguem dietas com maior teor de fibras insolúveis (como as destinadas à perda de peso). As fibras insolúveis e com alta retenção de água tendem a aumentar a consistência fecal, pois a água é “retida” em seu interior. Já as fibras fermentáveis tendem a hidratar as fezes, e têm capacidade gelificante, que promove a viscosidade e auxilia na regulação do trânsito intestinal. Por isso, produtos para perda de peso para cães de pequeno porte devem conter uma mistura específica de fibras, para promover a tolerância digestiva do animal. Considerando também a influência que a nutrição exerce, como coadjuvante no auxílio do não aparecimento de outras alterações comuns em cães desse porte, cabe abordá-la de forma intencional na formulação do alimento, além de atender às particularidades relacionadas à preensão e à mastigação desses cães. Referências sugeridas 01-CASE, L. P. ; DARISTOTLE, L. ; HAYEK, M. G. ; RAASCH, M. F. Development and treatment of obesity. In:___. Canine and feline nutrition: a resource for companion animal. 3. ed. Missouri: Mosby Elsevier, 2011. p. 313-342. ISBN: 978-0323066198. 02-PESQUISA APOP (Associação para a Prevenção de Obesidade em Pets). Estudo conduzido em 41 clínicas veterinárias norte-americanas, n. 459, 2011. 03-SCARLETT, J. M. ; DONOGHUE, S. ; SAIDLA, J. ; WILLS, J. Overweight cats: prevalence and risk factors. International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v. 18, n. S1, p. S22-S28, 1994.
116
Relação entre o tempo de trânsito colônico (TTC) e o tempo de trânsito total (TTT) de acordo com o porte de cães. Cães pequenos possuem um TTC aproximadamente 4x menor que cães grandes (HERNOT et al, 2006) 04-ROBERTSON, I. D. The influence of diet and other factors on owner-perceived obesity in privately owned cats from metropolitan Perth, western Australia. Preventive Veterinary Medicine, v. 40, n. 2, p. 75-85, 1999. doi: 10.1016/S0167-5877(99)00024-0. 05-LUND, E. M. ; ARMSTRONG, P. J. ; KIRK, C. A. ; KLAUSNER, J. S. Prevalence and risk factors for obesity in adult dogs from private US veterinary practices. International Journal of Applied Research in Veterinary Medicine, v. 4, n. 2, p. 177-186, 2006. 06-KIENZLE, E. ; MOIK, K. A pilot study of the body weight of pure-bred client-owned adult cats. The British Journal of Nutrition, v. 106, n. 1, p. S113-S115, 2011. doi: 10.1017/S0007114511001802. 07-DIEZ, M. ; NGUYEN, P. The epidemiology of canine and feline obesity. Waltham Focus, v. 16, n. 1, p. 2-8, 2006. 08-PIBOT, P. ; BIOURGE, V. ; ELLIOT, D. A. Encyclopedia of canine clinical nutrition, 1. ed. Aniwa: Royal Canin, 2008. 486 p. ISBN: 978-2747600842. 09-LEKCHAROENSUK, C. ; LULICH, J. P. ; OSBORNE, C. A. ; PUSOONTHORNTHUM, R. ; ALLEN, T. A. ; KOEHLER, L. A. ; URLICH, L. K. ; CARPENTER, K. A. ; SWANSON, L. L. Patient and environmental factors associated with calcium oxalate urolithiasis in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 217, n. 4, p. 515-519, 2000. doi: 10.2460/javma.2000.217.515. 10-HARVEY, C. E. ; SHOFER, F. S. ; LASTER, L. Association of age and body weight with periodontal disease in North American dogs. Journal of Veterinary Dentistry, v. 11, n. 3, p. 94-105, 1994. 11-WEBER, M. P. HERNOT, D. ; NGUYEN, P. G. ; BIOURGE, V. C. ; DUMON, H. J. Effect of size on electrolyte apparent absorption rates and fermentative activity in dogs. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 88, n. 9-10, p. 356-365, 2004. doi: 10.1111/j.14390396.2004.00494.x. 12-HERNOT, D. C. ; DUMON, H. J. ; BIOURGE, V. C. ; MARTIN, L. J. ; NGUYEN, P. Evaluation of association between body size and large intestinal transit time in healthy dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 67, p. 342-347, 2006. 13-WEBER, M. P. MARTIN, L. J. ; DUMON, H. J. ; BIOURGE, V. C. ; NGUYEN, P. G. Influence of age and body size on intestinal permeability and absorption in healthy dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 63, n. 9, p. 1323-1328, 2002.
M. V. Christiane S. Prosser Coordenadora de Comunicação Científica Royal Canin Brasil christiane.prosser@royalcanin.com
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA
Planeje sua comunicação com os clientes
O
conceito clássico de comunicação que aprendíamos nas aulas de marketing não existe mais. Hoje em dia, comunicar-se com o cliente vai muito além da simples propaganda de um produto ou serviço. Antes, a publicidade era a responsável por atrair o interesse do público, que, identificando-se com o anúncio, dirigia-se ao estabelecimento, comprava o produto ou recebia o serviço e ia embora. Ficava nas mãos dos publicitários a responsabilidade de elaborar novas e melhores propagandas para atrair novamente os clientes. Promover uma marca, produto ou serviço era caro e exigia uma capacidade criativa descomunal daqueles que tinham de elaborar propagandas cada vez melhores para chamar a atenção do consumidor. Atualmente, a comunicação é bem mais acessível e rápida, e podemos agradecer à tecnologia por isso. Temos hoje acesso a inúmeras ferramentas que permitem que nos comuniquemos com o mundo inteiro, literalmente, em tempo real. Os canais de comunicação ficaram mais baratos – muitos são gratuitos; mais rápidos – as informações são enviadas em tempo real; mais fáceis – hoje em dia, qualquer criança consegue postar fotos no Instagram ou vídeos no Youtube. A comunicação evoluiu, e, com isso, a forma de se comunicar com o consumidor também. Hoje, o cliente quer ter um relacionamento com seu fornecedor. Ele não quer mais ser perseguido pelas empresas, como acontecia no marketing de guerrilha, mas se interessa pelo produto ou serviço que vai consumir. Surgiu então o inbound marketing, que nada mais é do que a promoção de uma empresa, produto ou serviço feita por meio de marketing de conteúdo. Através de blogs, podcasts, vídeos, ebooks e newsletters, as empresas publicam informações com conteúdo relevante, atraindo assim a atenção de clientes e possíveis clientes. O consumidor passa a seguir o fornecedor, que constantemente lhe fornece informações significativas e interessantes. Dessa forma nasce o relacionamento e, consequentemente, a fidelização do cliente. Comunicar-se com o cliente é a chave do sucesso, porém não basta apenas enviar milhares de informações usando diferentes canais. Para ser eficiente, a comunicação depende basicamente de quatro coisas: • o que – o conteúdo da informação que será passada para o cliente deve ser claro, objetivo e específico. 118
• para quem – a seleção do grupo de pessoas que receberá a informação é de suma importância. Por exemplo, qual o retorno que seu petshop teria se fizesse uma promoção de antipulgas e enviasse a informação para uma lista de clientes dos quais 70% são donos de aves? • como – os canais de comunicação devem ser adequados ao público que você quer atingir. Hoje existem inúmeras formas de se comunicar com os clientes e com o público em geral. Para cada tipo de informação existem ferramentas que podem ser mais ou menos adequadas – blog, Facebook, aplicativos, Instagram, e-mails, Youtube por aí vai... Postar um vídeo institucional de sua clínica ou de um procedimento periodontal no Youtube é muito adequado, assim como utilizar um aplicativo ou SMS para comunicar ao cliente que a vacina de seu gato vai vencer daqui a duas semanas. • quando – o tempo é crucial, pois não adianta nada você querer comunicar algo importante para o grupo certo de pessoas no momento errado. Por exemplo, dicas sobre como evitar a hipertermia em pets devem ser passadas aos clientes em meados de novembro até final de fevereiro. Não resolverá muita coisa enviar esse tipo de informação aos proprietários em pleno inverno. É importante ressaltar que, para que os quatro itens acima funcionem acertadamente, a empresa precisa ter seu cadastro de clientes com todas as informações em ordem e atualizadas. O objetivo é fidelizar clientes e criar um relacionamento sólido com eles. Mandar cartão de felicitações pelo aniversário para um animal que já faleceu não vai melhorar sua relação com seu cliente. A comunicação sem a prévia organização também não funcionará satisfatoriamente. Nos dias de hoje, não há desculpa para uma empresa não se comunicar adequadamente com seus clientes. Comunicar-se com eficiência faz toda a diferença! Sua empresa terá clientes mais seguros de seu consumo, mais satisfeitos e mais fiéis ao seu serviço. Renato Brescia Miracca renato.miracca@q-soft.net
Médico veterinário, bacharel em direito, MBA Q-soft Brasil Tecnologias da Informação www.qvet.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
LANÇAMENTOS
ANTIMICROBIANO EM SUSPENSÃO ORAL
ANTIPARASITÁRIO DE EFEITO IMEDIATO família Effipro A aumentou e, recentemente, in -
Diaziprim em apresentação de 20 mL, acompanhado de seringa dosadora
O
mais novo lançamento da Syntec em 2016 é o Diaziprim (sulfadiazina + trimetoprima), antimicrobiano em suspensão oral pronto para o uso. Possui amplo espectro de ação e é eficaz em diferentes tipos de infecções. Age contra microrganismos bacterianos, coccídeos, clamídia e protozoários, inclusive Toxoplasma spp. Syntecvet: http://syntecvet.com.br
cor porou a versão Effipro Spray. Effipro Spray traz duas importantes inovações: possui efeito imediato e pode ser aplicado em cães e gatos a partir de dois dias de vida. O produto protege os pets de pulgas por até quatro semanas e de carrapatos por até duas semanas. Apresentações de Effipro Spray Uso em recém-nascidos (a partir de 2 dias de vida)
Virbac: http://www.virbac.com.br
ALIMENTOS QUE CONTRIBUEM PARA A PERDA DE PESO DE CÃES E GATOS umentam ao opções de alimentos para cães e gatos A que contribuem para a perda de peso: a Royal Canin traz ao Brasil Satiety Small Dog, Satiety Canine Wet e
Satiety Feline. Os lançamentos têm o objetivo de contribuir para a perda de peso saudável considerando as necessidades individuais dos gatos e cães. Satiety Small Dog: Indicado para a perda de peso em cães pequenos, com até 10kg quando adultos, que apresentam particularidades como maior tendência à constipação, ao acúmulo de cálculo dental, maior risco ao desenvolvimento de cálculos urinários, além de apresentarem particularidades relacionadas ao menor tamanho da mandíbula. Com foco na saciedade, o alimento traz um mix de fibras que contribui para a melhora da tolerância digestiva e o trânsito intestinal. Disponível em embalagens de 1,5kg e 7,5kg. 120
Satiety Canine Wet: Alimento úmido indicado para auxiliar o tratamento da perda de peso em cães de todos os portes. Contém nutrientes balanceados, alta quantidade de fibras e proteínas, que promovem a saciedade, além de textura macia e alta umidade para uma melhor diluição energética (menor quantidade de energia em uma maior quantidade de alimento). As embalagens são de 195g e 410g. Satiety Feline: Recomendado para a perda de peso em gatos adultos, acima de um ano de idade, castrados ou não. O alimento traz fontes de proteínas de altíssima qualidade, mix específico de fibras, palatabilidade reforçada e foco na saciedade e no combate ao comportamento pedinte do felino. Disponível em embalagem de 1,5kg. Royal Canin: http://royalcanin.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
LANÇAMENTOS
ALIMENTO PARA O TRATAMENTO DE CÃES COM EPILEPSIA E SINAIS NEUROLÓGICOS RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO
P
urina® Pro Plan® apresenta ao mercado brasileiro o primeiro alimento canino indicado para ajudar no controle da epilepsia idiopática e sinais neurológicos ligados à idade senil. Inédito no mundo, Pro Plan® Veterinary Diets NC Cuidado Neurológico faz parte da linha de alimentos coadjuvantes Veterinary Diets, composta por sete ® novos produtos que auxiliam no trataPro Plan Veterinary Diets mento ou amenizam os sintomas de NC Cuidado algumas disfunções de saúde de cães e Neurológico gatos. Pro Plan® Veterinary Diets NC Cuidado Neurológico possui em sua formulação alto teor de proteínas, carne de frango e óleo de peixe – rico em ômega 3, além de ser enriquecido com ácidos graxos de cadeia média, que fornecem uma fonte de energia cerebral alternativa e, dessa forma, colaboram na redução das manifestações neurológicas de epilepsia e aumentam o nível
de alerta e a destreza mental em cães de idade avançada. Os estudos realizados por Nestlé Purina® identificaram que os cães com idade avançada apresentam déficit de glicose cerebral e, com isso, podem apresentar sinais neurológicos como: ausência de interação social, perda de memória, dificuldade no reconhecimento de pessoas e na execução de tarefas simples. Por meio da suplementação alimentar com ácidos graxos de cadeia média, aplicada a uma dieta adequada, os estudos realizados pela Nestlé Purina® demonstraram que em apenas 30 dias os cães erraram menos nos testes de aprendizagem e tiveram aumento da função visuo-espacial e atenção. No estudo aplicado em cães com epilepsia, os animais reduziram significativamente os episódios de convulsão, quando comparados ao grupo que não recebeu essa dieta. Os resultados, visíveis em 90 dias, apontaram que 33% dos animais diminuíram pela metade a frequência e 14% eliminaram todos os ataques. Nestlé Purina: http://www.proplan.com.br
INOVADORA FORMULAÇÃO CONTRA PULGAS, CARRAPATOS E MOSQUITOS
S
ucesso nos Estados Unidos e em vários países da Europa, o Vectra 3D™ chega no Brasil e representa uma inovação no setor. “Vectra 3D™ é um produto mundial da Ceva, com tecnologia diferenciada e com o intuito de oferecer proteção para os cães contra os ectoparasitas, flebótomos e mosquitos”, ressalta a gerente de produtos da linha pet da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec. O Vectra 3D™ age por contato: melhor proteção contra a transmissão de doenças. Sua ação contra pulgas inicia-se cinco minutos após a aplicação. Possui efeito antialimentação, knock-down letal e tem duração de até dois meses contra pulgas adultas e formas
imaturas (ovos, larvas e pupas). Contra carrapatos, o produto começa a agir em apenas oito horas pós-aplicação. Sua duração e eficácia permanecem por 30 dias. A fórmula conta com o efeito antifixação (hot-foot) e age por contato, a melhor maneira de prevenir a transmissão de doenças para o cão. A ação repelente e inseticida contra mosquitos (transmissores da dirofilariose e da leishmaniose) dura 30 dias com proteção a partir do primeiro dia de aplicação. “A proteção e eficiência do produto permanecem mesmo se o cão tiver contato com água e banhos”, destaca Priscila. Ceva: http://www.ceva.com.br
O Vectra 3D™ possui cinco apresentações para cães de diferentes pesos. A formulação é sinérgica e exclusiva, com dinotefuran, piriproxifen e permetrina. Seus princípios ativos possuem ação rápida e duradoura. 122
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
ANESTESIOLOGIA 17 a 19 de junho Rio de Janeiro - RJ Pós Graduação "lato sensu" em anestesiologia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br 17 a 19 de junho Viçosa - MG Curso de anestesia locorregional em pequenos animais http://www.goo.gl/t9bTaa 4 e 5 de julho Botucatu - SP I Curso de anestesia locorregional guiada por ultrassom em cães e gatos http://www.bioethicus.com.br 3 e 4 de setembro Rio de Janeiro - RJ Pós Graduação "lato sensu" em anestesiologia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br 14 de setembro Recife - PE Tópicos sobre anestesiologia http://www.anclivepa-pe.com.br 13 a 15 de novembro Curitiba - PR XII Congresso Brasileiro de Anestesiologia Veterinária http://congressocbav.com.br
ANIMAIS SELVAGENS
selvagens - CRMV RS http://www.crmvrs.gov.br 4 e 5 de junho Pirassununga - SP II Simpósio GEAS USP-Pirassununga: "Conservação e Medicina de Felídeos Neotropicais" geas.fzea.usp@gmail.com 11 de junho São Paulo - SP I Encontro entre proprietários, criadores e veterinários de aves: calopsitas http://migre.me/tyQHS
BEM-ESTAR ANIMAL 11 e 12 de junho Niterói - RJ IV Seminário - Defesa dos Animais: desafio da sociedade civil e do poder público - FNPDA http://www.forumanimal.org 30 de agosto a 03/09/2017 Campos do Jordão - SP VegFest 2017 - VI Congresso Vegetariano Brasileiro http://www.vegfest.com.br
CARDIOLOGIA 20 a 22 de maio São Paulo - SP Simpósio internacional de cardimiopatias http://www.sbcv.org.br
Matrículas abertas 2016 São Paulo - SP Pós-graduação em medicina de animais silvestres e exóticos (11) 4007-1192
Junho São Paulo - SP VI Curso nacional de reciclagem em cardiologia veterinária http://www.sbcv.org.br
26 a 28 de maio Belo Horizonte - MG II Encontro de Grupos de Estudos em Animais Selvagens do Sudeste (EGEASS) http://goo.gl/jG1muo
2 de junho Macaé - RJ Dirofilariose - um inimigo em ascensão - SBCV http://www.goo.gl/ztu9up
2 a 4 de junho Santa Maria - RS Simpósio gaúcho de animais
126
8 de agosto a 29 de agosto São Bernardo do Campo - SP Curso básico de eletrocardiografia (11) 4122-3733
14 e 15 de outubro Ourinhos - SP Curso de cardiologia: "descobrindo o eletrocardiograma e tratando as arritmias" - GEAC - FIO http://www.fio.edu.br
CIRURGIA 18 a 20 de maio Viçosa - MG Curso de castração com técnica minimamente invasiva (técnica do gancho) em pequenos animais http://migre.me/tyTFm 22 e 23 de julho São Paulo - SP Miscelâneas cirúrgicas tóraco-abdominais - CIPO (11) 3819-0594 http://www.cipo.vet.br 16 e 17 de setembro São Paulo - SP Tópicos em cirurgias da cabeça e pescoço - CIPO (11) 3819-0594 http://www.cipo.vet.br 21 e 22 de outubro Recife - PE Minicurso sobre clínica cirúrgica do trato urinário - Anclivepa-PE http://www.anclivepa-pe.com.br
CLÍNICA 16 de agosto Belo Horizonte - MG Hematologia veterinária Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br 13 de setembro Belo Horizonte - MG Alergologia veterinária - Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br 24 de novembro Belo Horizonte - MG Hemoparasitas em cães e gatos Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
COMPORTAMENTO 2016 Online - EAD Curso de terapia assistida por animais (TAA) contato@psicologiaanimal.com.br http://psicologiaanimal.com.br 2016 Online - EAD Fisiologia do comportamento de cães e gatos: fundamentos http://psicologiaanimal.com.br 29 de maio a 3 de julho São Paulo - SP Curso de etologia clínica posgraduacao@unifeob.edu.br 23 e 24 de julho Botucatu - SP Fundamentos do horsemanship http://www.bioethicus.com.br/Horsemanship
DERMATOLOGIA 21 a 23 de maio Viçosa - MG Curso de dermatologia em pequenos animais (31) 3899-8300 http://www.goo.gl/wEZ8Ee 8 de junho Recife - PE Tópicos em nutrição animal & dermatologia - Anclivepa - PE http://www.anclivepa-pe.com.br 18 de outubro Belo Horizonte - MG Dermatologia Veterinária - Jornada do Conhecimento 2016 (31) 3281-0500 http://www.tecsa.com.br
ENDOCRINOLOGIA 20 e 21 de maio Recife - PE Minicurso de endocrinologia com o prof. dr. Mauro José Lahm Cardoso (UEL) - Anclivepa - PE http://www.anclivepa-pe.com.br
ENDOCRINOLOGIA
GERIATRIA
5 de julho Belo Horizonte - MG Diagnóstico e monitoramento das principais endocrinopatias - Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br
2016 Online - EAD Atualização - Geriatria veterinária http://goo.gl/GDgEDL
FISIOTERAPIA 20 a 22 de maio Rio de Janeiro - RJ Curso Intensivo de Fisioterapia Veterinária caramicofisiovet@gmail.com 29 a 31 de julho Curitiba - PR Curso Intensivo de Fisioterapia Veterinária caramicofisiovet@gmail.com 6 e 7 de agosto Botucatu - SP IX Curso de pós-graduação lato sensu em fisiatria, fisioterapia e reabilitação veterinária http://goo.gl/FB1CL1 27 e 28 de agosto São Paulo - SP 8º Curso Extensivo de Fisioterapia Veterinária - Fisio Care Pet. Inscreva-se para prova de seleção no dia 05/06/2016 http://goo.gl/Ggk4qr 1, 2, 23 e 24 de outubro São Paulo - SP X Curso Intensivo de Fisioterapia Veterinária caramicofisiovet@gmail.com
22 e 23 de outubro São Paulo - SP Jornada geriátrica em cães e gatos http://www.spmv.org.br
GESTÃO 14 de junho Belo Horizonte - MG Atendimento Personalizado. Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br
IMAGENOLOGIA 21 de maio Porto Alegre - RS Curso radiologia odontológica imaginarvet@gmail.com 31 de maio a 14 de julho São Paulo - SP Aprimoramento em radiodiagnóstico veterinário (11) 3016-0200 24 a 26 de junho São Paulo - SP Eletrocardiografia em cães e gatos – módulo final de semana http://www.ivi.vet.br 26 a 28 de junho Viçosa - MG Curso avançado de ultrassonografia em pequenos animais http://migre.me/tzCFu
25 de julho a 26 de agosto São Paulo - SP 35ª turma - Ultrassonografia em pequenos animais - IVI (11) 3016-0200 http://www.ivi.vet.br 2 de agosto a 18 de setembro São Bernardo do Campo - SP III Curso téorico-prático de ultrassonografia em pequenos animais (11) 4122-3733 2 de agosto a 15 de dezembro São Paulo - SP Curso livre de especialização em radiodiagnóstico veterinário – 2º semestre (21ª Turma) http://www.ivi.vet.br 29 de agosto a 28 de outubro São Paulo - SP Interpretação e diagnóstico em patologia clinica veterinária (11) 3016-0200 http://www.ivi.vet.br 2 de setembro de 2016 a 5 de março de 2017 São Paulo - SP Ultrassonografia em pequenos animais – módulo final de semana (11) 3016-0200 http://www.ivi.vet.br
INTENSIVISMO 21 e 22 de maio São Paulo - SP Urgências e emergências: "módulo básico" - teórico e prático (11) 36739455 http://www.hovetpompeia.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
MEDICINA ALTERNATIVA 2016 Online - EAD 4 cursos de aperfeiçoamento em homeopatia a distância http://goo.gl/CKpqih Inscrições abertas 2016 Belo Horizonte - MG Curso de formação de especialistas em homeopatia http://physishomeopatia.com.br Agosto de 2016 Botucatu - SP X Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Acupuntura Veterinária (14) 3814-6898 http://www.bioethicus.com.br 6 e 7 de agosto Campinas - SP XXIV Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária (19) 3208.0993 http://www.goo.gl/Peooxa 27 e 28 de agosto Botucatu - SP XI Curso de pós-graduação lato sensu em acupuntura veterinária - Instituto Bioethicus (14) 3814-6898 http://www.bioethicus.com.br 21 a 24 de setembro Belo Horizonte - MG XXIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil http://xxivspmb.qui.ufmg.br
127
MEDICINA FELINA 24 a 26 de junho Londrina - PR VIII Noites Infecciosas Felinas http://migre.me/tyQXx
MEDICINA VET. LEGAL 2016 Online - EAD Medicina veterinária legal - perito veterinário (4º turma) (11) 3567-4401
NEUROLOGIA 26 a 29 de maio Porto Alegre - RS II Curso internacional de neurologia em pequenos animais http://mundoaparte.com.br 2 a 4 de setembro Botucatu - SP Simpósio internacional de neurologia e animais de companhia. Com participação do prof. dr. Ronaldo Casimiro da Costa http://fb.com/gepa.botucatu
NUTRIÇÃO Novas turmas 2016 Botucatu - SP Curso de dietoterapia chinesa para pequenos animais http://www.bioethicus.com.br 5 de junho São Paulo - SP II Simpósio de nutrologia veterinária - dietas e suplementações http://www.spmv.org.br 8 de junho Recife - PE Tópicos em nutrição animal & dermatologia - Anclivepa - PE http://www.anclivepa-pe.com.br 10 a 12 de junho Botucatu - SP IV Curso de dietoterapia para pequenos animais - Food Therapy http://www.goo.gl/BJ2x73 24 de novembro a 2 de dezembro Jaboticabal - SP VIII Curso teórico-prático de nutrição de cães e gatos: uma visão industrial http://goo.gl/TbMcAs 28 de setembro Recife - PE Tópicos em nutrição animal & Palestra sobre "indicações clínicas da tomografia computadorizada abdominal" Anclivepa - PE http://www.anclivepa-pe.com.br
128
ODONTOLOGIA 21 de maio Porto Alegre - RS Curso radiologia odontológica imaginarvet@gmail.com 28 e 29 de maio São Paulo - SP Curso teórico de introdução à odontologia de cães e gatos http://www.govetscursos.com
ONCOLOGIA 26 a 30 de maio Foz do Iguaçu - PR World Veterinary Cancer Congress - WVCC 2016 http://www.wvcc2016.com.br
ORTOPEDIA 20 a 22 de maio Jaboticabal - SP IV Curso Internacional de Ortopedia e Traumatologia de Pequenos Animais http://migre.me/tyQg8 14 a 16 de julho São Paulo - SP Cirurgias da coluna vertebral (11) 3819-0594 http://www.cipo.vet.br 25 a 27 de agosto São Paulo - SP CIPO - Módulo básico de ortopedia http://www.cipo.vet.br
12 e 13 de agosto Recife - PE Minicurso de patologia clínica com o Prof. Dr. Paulo Ricardo de Oliveira Paes (UFMG) http://www.anclivep-pe.com.br 29 de agosto a 28 de outubro São Paulo - SP Interpretação e diagnóstico em patologia clinica veterinária (16ª turma) http://www.ivi.vet.br
REPRODUÇÃO 26 a 29 de maio Indaiatuba - SP Curso de inseminação artificial intravaginal e intrauterina, exame andrológico e congelamento do sêmen canino http://goo.gl/Rf9pmY
SAÚDE PÚBLICA 20 de maio São Paulo - SP 2º Simpósio paulista de leishmaniose visceral canina - SPMV http://www.spmv.org.br 16 a 18 de junho Porto Alegre - RS VII Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo http://migre.me/tyQVf
SEMANAS ACADÊMICAS
20 a 22 de outubro São Paulo - SP CIPO - Módulo avançado de ortopedia http://www.cipo.vet.br
16 a 20 de maio Jaboticabal - SP Secitap - semana de ciência e tecnologia em agropecuária http://www.fcav.unesp.br
9 de novembro Recife - PE Palestras sobre ortopedia e células-tronco - Anclivepa - PE http://www.anclivepa-pe.com.br
16 a 20 de maio Passo Fundo - RS XIV Semana Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (SAMV-UPF) http://migre.me/tyQ2y
2 e 3 de dezembro São Paulo - SP Módulo hastes e placas bloqueadas - CIPO http://www.cipo.vet.br
PATOLOGIA 17 de maio Belo Horizonte - MG Citopatologia Veterinária - Jornada do Conhecimento 2016 http://goo.gl/A4UG3j 21 de maio Natal - RN IV Simpósio de SEPSE em medicina veterinária http://www.hovetbotafogo.com.br
19 a 22 de maio Araçatuba - SP Semana de Estudos em Medicina Veterinária - UNESP http://www.fmva.unesp.br 30 de maio a 3 de junho Sorocaba - SP SAVS - Semana Acadêmica da Veterinária de Sorocaba - UNISO http://migre.me/tyUrV Agosto de 2016 Campinas - SP SEMEVUC XIV - UNIP http://fb.com/semevuc
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
5 a 9 de setembro Tubarão - SC SEMAVET - UNISUL camvet.unisul@gmail.com 12 a 16 de setembro São Paulo - SP JOVET - FMU http://jovetfmu.wordpress.com
FEIRAS & CONGRESSOS 12 a 14 de maio Goiânia - GO Congresso Brasileiro da Anclivepa http://www.cba2016.com.br 25 a 29 de maio Foz do Iguaçu - PR World Veterinary Cancer Congress http://www.wvcc2016.com.br 18 de junho São Paulo - SP 3ª Jornada Veterinária Incrível http://www.spmv.org.br 2 e 3 de julho São Paulo - SP 67ª Conferência Anual da SPMV http://www.spmv.org.br 5 a 7 de agosto Belo Horizonte - MG ExpoVet Minas http://www.expovet.com.br 30 de agosto a 1º de setembro São Paulo - SP Pet South America 2016 & 14º CONPAVET http://www.petsa.com.br 13 a 15 de setembro São Paulo - SP 14º CONPAVEPA / Vet Expo http://conpavepa.com.br 7 e 8 de outubro Campinas - SP Encontro IBVET 2016 http://www.ibvet.com.br 2 a 4 de novembro Florianópolis - SC II Congresso Sul Brasileiro da Anclivepa e 1º Encontro do Mercosul de Médicos Veterinários de Pequenos Animais http://www.anclivepasc.com.br 5 de novembro São Paulo - SP IV Jornada Veterinária Incrível http://www.spmv.org.br 24 a 27 de novembro Águas de Lindóia - SP XII Congresso de Cirurgia http://cbcav.iweventos.com.br
AGENDAInternacional 2016 Online - EAD “Exploring cultural influences on the perception of human-directed aggressive behaviour in dogs” (estudo científico) http://bit.do/human-directed-behaviour-in-dogs 17 a 22 de maio Erice - Itália Evolution of Emotions Conference - International Society for Applied Ethology http://www.applied-ethology.org 17 a 22 de maio Sicília - Itália Wokrkshop “Animal and Human Emotions” http://migre.me/tyTyj 19 a 20 de maio Ciudad de México - México Latinzoo - La Expo Veterinaria http://www.latinzoo.com/ 19 a 22 de maio Dublin - Irlanda 25th European Congress of Veterinary Dentistry http://www.evds.org
26 a 29 de maio Nurembergue - Alemanha Interzoo - International Trade Fair for Pet Supplies http://www.interzoo.com 27 a 29 de maio Rimini - Itália SCIVAC International Congress in collaboration with Zoomark http://goo.gl/nLCm7O 7 a 11 de junho Denver - EUA ACVIM Forum (American College of Veterinary Internal Medicine) http://www.acvim.org 8 a 11 de junho Tacoma, WA - EUA 2016 Joint Congress (Co-Sponsored by AAVA and IVAS) http://www.ivas.org 7 a 11 de junho Denver, CO - EUA 2016 ACVIM Forum (American College of Veterinary Internal Medicine) http://goo.gl/KBrnF0 22 a 25 de junho Viena - Áustria
FECAVA Congress 2016 and VOEK Meeting 2016 http://www.fecava2016.org 28 de junho a 1 de julho Denver, CO - EUA 2016 ACVIM Forum http://goo.gl/KBrnF0 28 de junho a 1 de julho Pádua - Itália Canine Science Forum http://www.csf2016.com/index.php
19 a 23 de julho Salt Lakke City - EUA JAM: Joint Annual Meeting - Animals and Science: Big Solutions for Grand Challenges http://goo.gl/K8TK6I 19 de agosto Shanghai - China Petfood Forum China http://www.petfoodforumevents.c om
6 a 10 de julho Estoril - Portugal Topics cardiology basic course 2016 - European School for Advanced Veterinary Studies http://goo.gl/nHlbns
8 a 10 de setembro Gotemburgo - Suécia 26 ECVIN-CA- Congress of the European College of Veterinary Internal Medicine - Companion Animals http://www.ecvimcongress.org
7 a 11 de julho Barcelona - Espanhal Exploring Human – Animal Interactions: a multidisciplinary approach from behavioral and social sciences http://isazbarcelona2016.com
15 a 17 de setembro Berlim - Alemanha 20th Congress of the European Society of Veterinary and Comparative Nutrition, ESVCN http://www.esvcn.eu/society/congress
12 a 16 de julho Edimburgo - Escócia ISAE Congress (International Society Applied Ethology) http://www.isae2016.co.uk
19 a 21 de setembro Dorking - Inglaterra 1ª Conferência Internacional “Human Behaviour Change for Animal Welfare” http://goo.gl/QCj8Yg 27 a 30 de setembro Cartagena - Colômbia WSAVA 2016 http://wsava2016.com 6 a 8 de outubro Belgrado - Sérvia EEVC - 1st Eastern European Veterinary Conference 2016 http://eevc.vet 18 a 21 de outubro Chicago, IL - EUA WINSS 2016 http://goo.gl/88NDCV 20 a 22 de outubro Granada - Espanha SEVC 2016 / Congreso Nacional AVEPA http://sevc.info
Foto: Roberta Domingues/ Fotos Públicas
Dublin, Província de Leinster – Irlanda. Catedral da São Patrício é a segunda mais antiga das duas catedrais medievais de Dublin. Essa catedral foi fundada em homenagem ao santo padroeiro da Irlanda, St. Patrick. Recebeu o grau de colegiado em 1191, e se elevou ao status de catedral em 1224, sendo que o edifício atual data de 1220. A Catedral é hoje a Catedral Nacional da Igreja da Irlanda (a Igreja da Comunhão Anglicana). http://www.guiairlanda.com.br 130
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 122, maio/junho, 2016
Dezembro de 2016 Uvita - Costa Rica Veterinary workshops: cruciates in Costa Rica 2016 - Helping veterinarians excel in the art of surgery http://goo.gl/XBcMfi 25 a 28 de setembro de 2017 Copenhague - Dinamarca DSAVA and WSAVA 2017 http://www.wsava.org