Clínica Fatores pré-analíticos na patologia clínica de animais selvagens Preanalytical factors in the clinical pathology of wildlife Factores pre-analíticos en la patología clínica de animales salvajes
Oftalmologia
40
56
Biomicroscopia ultrassônica na oftalmologia veterinária – revisão de literatura Ultrasound biomicroscopy in veterinary ophthalmology – literature review Biomicroscopía ultrasónica en oftalmología veterinaria – revisión de literatura
Clínica
66
Avaliação da frequência de efeitos colaterais e distúrbios metabólicos em cães tratados com prednisona e deflazacorte Evaluation of side effects and metabolic disorders in dogs treated with prednisone and deflazacort Evaluación de los efectos secundarios y las alteraciones metabólicas en perros tratados con prednisona y deflazacorte
Clínica
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Dermatofibrose nodular em cão – caso clínico Nodular dermatofibrosis in a dog – case report Dermatofibrosis nodular en perro – caso clínico 4
Na internet
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Site http://revistaclinicaveterinaria.com.br
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Intoxicação por sementes de pitombeira (Talisia esculenta) em um cão – relato de caso Intoxication by pitomba (Talisia esculenta) seeds in a dog – case report Intoxicación con semillas de pitombeira (Talisia esculenta) en un perro – reporte de caso
Dermatologia
@
Pet Vet TV http://youtube.com/PetVetTV
Contato Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, Brasil Central de assinaturas: 0800 887.1668 cvassinaturas@editoraguara.com.br Telefone/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
Bem-estar animal • O fim das tradições e a evolução da humanidade
Notícias • CONPAVEPA evolui e terá novo espaço em 2017 • WSAVA 2016 na Colômbia
Ensino • O CONCEA e os métodos alternativos ao uso de animais no ensino
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Medicina veterinária legal
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Pet food
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Gestão, marketing e estratégia
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Especialidades
• Medicina felina em evidência • Cursos extras no XII Congresso de Cirurgia do CBCAV • Simpósios internacionais ABNV
Medicina veterinária do coletivo • Medicina veterinária do coletivo na Paraíba
Saúde pública • Aedes aegypti e os verdadeiros riscos para os pets • Aprovado produto veterinário para tratamento da leishmaniose visceral canina
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28 30
• Neurociência e proteção animal • Ingredientes nutricionais para controle da epilepsia • Cães pequenos com cálculos urinários: apenas uma questão de tamanho de croquete? • Usando o mundo digital • Tempos de economia
Lançamentos • Alimentos para diferentes sensibilidades dos felinos • Análogo sintético do odor materno canino • Vacina diferenciada para a prevenção da leucemia felina • Alimento para cães sensíveis • Novo alimento para gatos, livre de corantes, conservantes e aromatizantes artificiais • Antiparasitário oral
Vet Agenda • www.vetagenda.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
94 98 102 106
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O
ano de 2016 termina com muitas expectativas para 2017. Principalmente no que se refere à vida dos cães. Isso se deve ao registro nos órgãos oficiais brasileiros do medicamento Milteforan, fabricado pela multinacional Virbac, que, em 2017, já estará comercializando o produto no Brasil.
EDITORES / PUBLISHERS Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br
Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br
PUBLICIDADE / ADVERTISING midia@editoraguara.com.br
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING Editora Guará Ltda.
CAPA / COVER: Nota Técnica Conjunta MAPA/MS autorizou o registro do produto Milteforan, indicado para o tratamento da leishmaniose visceral canina: http://goo.gl/e4Mw8a O tratamento canino contra a leishmaniose visceral é uma realidade que veio trazer alegria para muitas famílias. Porém, trouxe também a importância da prática da guarda responsável Nesse momento, cabe aos clínicos informar-se para poder esclarecer as dúvidas desse período de transição no qual as autarquias federais – sistema CFMV/CRMVs – recepcionarão a Nota Técnica Conjunta Mapa/MS. Os tutores de animais podem questionar a possível falta de informação sobre o tratamento canino nos materiais disponíveis e compartilhados pelos conselhos regionais. Por isso, é importante esclarecer a legalidade do tratamento. Em breve, e até mesmo antes do lançamento oficial do Milteforan, muita informação já deve estar atualizada. A distribuição do produto no Brasil será rastreada pela Virbac por meio de aplicativo desenvolvido pela empresa. Esse procedimento visa atender às exigências estabelecidas para o registro do medicamento. Os médicos veterinários terão em mãos uma excelente ferramenta para o tratamento da leishmaniose visceral canina. Mas é essencial que sigam as instruções que serão compartilhadas pela Virbac por ocasião do lançamento oficial do produto. Que usem bem para usar sempre! “Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos de que as grandes proezas da história foram conquistas daquilo que parecia impossível” (Charlie Chaplin).
Arthur Paes Barretto
Andy Dean Photography / Shutterstock
Lagarto fotografado no Parque Nacional Tayrona, na Colômbia.
Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto CRMV-MG 10.684
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Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
CONSULTORES CIENTÍFICOS Adriano B. Carregaro
Carlos Roberto Daleck
Flavia Toledo
José Ricardo Pachaly
Marion B. de Koivisto
FZEA/USP-Pirassununga
FCAV/Unesp-Jaboticabal
Univ. Estácio de Sá
UNIPAR
CMV/Unesp-Araçatuba
Álan Gomes Pöppl
Carlos Mucha
Flavio Massone
José Roberto Kfoury Jr.
Marta Brito
FV/UFRGS
IVAC-Argentina
FMVZ/Unesp-Botucatu
Alberto Omar Fiordelisi
Cassio R. A. Ferrigno
Francisco E. S. Vilardo
FCV/UBA
FMVZ/USP-São Paulo
Criadouro Ilha dos Porcos
Alceu Gaspar Raiser
Ceres Faraco
Francisco J. Teixeira N.
DCPA/CCR/UFSM
FACCAT/RS
Alejandro Paludi
César A. D. Pereira
FCV/UBA
UAM, UNG, UNISA
Alessandra M. Vargas
Christina Joselevitch
Endocrinovet
FMVZ/USP-São Paulo
Alexandre Krause
Cibele F. Carvalho
FMV/UFSM
UNICSUL
Alexandre G. T. Daniel
Clair Motos de Oliveira
Universidade Metodista
FMVZ/USP-São Paulo
Alexandre L. Andrade
Clarissa Niciporciukas
CMV/Unesp-Aracatuba
ANCLIVEPA-SP
Alexander W. Biondo
Cleber Oliveira Soares
UFPR, UI/EUA
EMBRAPA
Aline Machado Zoppa
Cristina Massoco
FMU/Cruzeiro do Sul
Salles Gomes C. Empresarial
Aline Souza
Daisy Pontes Netto
UFF
FMV/UEL
Aloysio M. F. Cerqueira
Daniel C. de M. Müller
UFF
UFSM/URNERGS
Ana Claudia Balda
Daniel G. Ferro
FMU, Hovet Pompéia
ODONTOVET
Ananda Müller Pereira
Daniel Macieira
Universidad Austral de Chile
FMV/UFF
Ana P. F. L. Bracarense
Denise T. Fantoni
DCV/CCA/UEL
FMVZ/USP-São Paulo
André Luis Selmi
Dominguita L. Graça
Anhembi/Morumbi e Unifran
FMV/UFSM
Angela Bacic de A. e Silva
Edgar L. Sommer
FMU
FMVZ/Unesp-Botucatu
F. Marlon C. Feijo UFERSA
Franz Naoki Yoshitoshi Provet
Gabriela Pidal FCV/UBA
Gabrielle Coelho Freitas UFFS-Realeza
Geovanni D. Cassali ICB/UFMG
Geraldo M. da Costa DMV/UFLA
Gerson Barreto Mourão ESALQ/USP
Hannelore Fuchs Instituto PetSmile
Hector Daniel Herrera FCV/UBA
Hector Mario Gomez EMV/FERN/UAB
Hélio Autran de Moraes Dep. Clin. Sci./Oregon S. U.
Hélio Langoni FMVZ/UNESP-Botucatu
Heloisa J. M. de Souza FMV/UFRRJ
Herbert Lima Corrêa
FMVZ/USP
Juan Carlos Troiano FCV/UBA
Juliana Brondani FMVZ/Unesp-Botucatu
Juliana Werner Lab. Werner e Werner
Julio C. C. Veado FMVZ/UFMG
Julio Cesar de Freitas UEL
Karin Werther FCAV/Unesp-Jaboticabal
Leonardo Pinto Brandão Ceva Saúde Animal
Leucio Alves FMV/UFRPE
Luciana Torres FMVZ/USP-São Paulo
Lucy M. R. de Muniz FMVZ/Unesp-Botucatu
Luiz Carlos Vulcano FMVZ/Unesp-Botucatu
Luiz Henrique Machado FMVZ/Unesp-Botucatu
Marcello Otake Sato
Marcelo Bahia Labruna FMVZ/USP-São Paulo
Marcelo de C. Pereira FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo
Antonio M. Guimarães
Edison L. P. Farias
Koala H. A. e Inst. Dog Bakery
Marcelo S. Gomes
DMV/UFLA
UFPR
Iaskara Saldanha
Zoo SBC,SP
Aparecido A. Camacho
Eduardo A. Tudury
Lab. Badiglian
FCAV/Unesp-Jaboticabal
DMV/UFRPE
Idael C. A. Santa Rosa
A. Nancy B. Mariana
Elba Lemos
UFLA
FMVZ/USP-São Paulo
FioCruz-RJ
Arlei Marcili
Eliana R. Matushima
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
Aulus C. Carciofi
Elisangela de Freitas
FCAV/Unesp-Jaboticabal
FMVZ/Unesp-Botucatu
Aury Nunes de Moraes
Estela Molina
UESC
FCV/UBA
Ayne Murata Hayashi
Fabian Minovich
FMVZ/USP-São Paulo
UJAM-Mendoza
Beatriz Martiarena
Fabiano Montiani-Ferreira
FCV/UBA
FMV/UFPR
Benedicto W. De Martin
Fabiano Séllos Costa
FMVZ/USP; IVI
DMV/UFRPE
Berenice A. Rodrigues
Fabio Otero Ascol
Médica veterinária autônoma
IB/UFF
Camila I. Vannucchi
Fabricio Lorenzini
FMVZ/USP-São Paulo
FAMi
Carla Batista Lorigados
Fernando C. Maiorino
FMU
FEJAL/CESMAC/FCBS
Carla Holms
Fernando de Biasi
Anclivepa-SP
DCV/CCA/UEL
Carlos Alexandre Pessoa Fernando Ferreira www.animalexotico.com.br
FMVZ/USP-São Paulo
Carlos E. Ambrosio
Filipe Dantas-Torres
FZEA/USP-Pirassununga
CPAM
Carlos E. S. Goulart EMATER-DF
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James N. B. M. Andrade FMV/UTP
Jane Megid FMVZ/Unesp-Botucatu
Janis R. M. Gonzalez FMV/UEL
Jean Carlos R. Silva UFRPE, IBMC-Triade
João G. Padilha Filho FCAV/Unesp-Jaboticabal
João Luiz H. Faccini UFRRJ
João Pedro A. Neto UAM
Jonathan Ferreira Odontovet
Jorge Guerrero Universidade da Pennsylvania
José de Alvarenga FMVZ/USP
FMVZ/USP-São Paulo
Mauro J. Lahm Cardoso FALM/UENP
Mauro Lantzman Psicologia PUC-SP
Michele A.F.A. Venturini ODONTOVET
Michiko Sakate FMVZ/Unesp-Botucatu
Miriam Siliane Batista FMV/UEL
Moacir S. de Lacerda UNIUBE
Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL
Nadia Almosny FMV/UFF
Nayro X. Alencar FMV/UFF
Nei Moreira CMV/UFPR FCV/UBA
FMVZ/USP-São Paulo
Iara Levino dos Santos
FioCruz
Masao Iwasaki
Nelida Gomez
PROVET
Jairo Barreras
CMV/Unesp-Araçatuba
Marcelo A.B.V. Guimarães
Marcelo Faustino
FMV/UFF
Mary Marcondes
FM/UFTO
ODONTOVET
Ismar Moraes
FMVZ/USP-São Paulo
Marcia Kahvegian FMVZ/USP-São Paulo
Márcia Marques Jericó UAM e UNISA
Marcia M. Kogika FMVZ/USP-São Paulo
Marcio B. Castro UNB
Marcio Brunetto FMVZ/USP-Pirassununga
Marcio Dentello Lustoza Biogénesis-Bagó Saúde Animal
Márcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-Botucatu
Marco Antonio Gioso FMVZ/USP-São Paulo
Marconi R. de Farias
Nilson R. Benites FMVZ/USP-São Paulo
Nobuko Kasai FMVZ/USP-São Paulo
Noeme Sousa Rocha FMV/Unesp-Botucatu
Norma V. Labarthe FMV/UFFe FioCruz
Patricia C. B. B. Braga FMVZ/USP-Leste
Patrícia Mendes Pereira DCV/CCA/UEL
Paulo Anselmo Zoo de Campinas
Paulo César Maiorka FMVZ/USP-São Paulo
Paulo Iamaguti FMVZ/Unesp-Botucatu
Paulo S. Salzo UNIMES, UNIBAN
Paulo Sérgio M. Barros FMVZ/USP-São Paulo
Pedro Germano FSP/USP
Pedro Luiz Camargo
PUC-PR
DCV/CCA/UEL
CMV/Unesp-Aracatuba
FMV/UFSM
FMV/UFV
Hovet Pompéia
Maria Cecilia R. Luvizotto Rafael Almeida Fighera M. Cristina F. N. S. Hage Rafael Costa Jorge Maria Cristina Nobre FMV/UFF
M. de Lourdes E. Faria
Regina H.R. Ramadinha FMV/UFRRJ
Renata A. Sermarini
VCA/SEPAH
ESALQ/USP
Maria Isabel M. Martins
Renata Afonso Sobral
DCV/CCA/UEL
Onco Cane Veterinária
Jose Fernando Ibañez
M. Jaqueline Mamprim
FALM/UENP
FMVZ/Unesp-Botucatu
Renata Navarro Cassu
Flávia R. R. Mazzo
José Luiz Laus
Maria Lúcia Z. Dagli
Provet
FCAV/Unesp-Jaboticabal
FMVZ/USP-São Paulo
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
Unoeste-Pres. Prudente
Renée Laufer Amorim FMVZ/Unesp-Botucatu
Ricardo Duarte All Care Vet / FMU
Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR
Ricardo S. Vasconcellos CAV/UDESC
Rita de Cassia Garcia FMV/UFPR
Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ
Rita Leal Paixão FMV/UFF
Robson F. Giglio Hosp. Cães e Gatos; Unicsul
Rodrigo Gonzalez FMV/Anhembi-Morumbi
Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu
Rodrigo Teixeira Zoo de Sorocaba
Ronaldo C. da Costa CVM/Ohio State University
Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio
Rosângela de O. Alves EV/UFG
Rute C. A. de Souza UFRPE/UAG
Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA
Sady Alexis C. Valdes Unipam-Patos de Minas
Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu
Silvia E. Crusco UNIP/SP
Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap
Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo
Silvia R. R. Lucas FMVZ/USP-São Paulo
Silvio A. Vasconcellos FMVZ/USP-São Paulo
Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM
Simone Gonçalves Hemovet/Unisa
Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu
Tiago A. de Oliveira UEPB
Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR
Valéria Ruoppolo Int. Fund for Animal Welfare
Vamilton Santarém Unoeste
Vania M. de V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu
Victor Castillo FCV/UBA
Vitor Marcio Ribeiro PUC-MG
Viviani de Marco UNISA e NAYA Especialidades
Wagner S. Ushikoshi FMV/UNISA e FMV/CREUPI
Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional
Instruções aos autores A Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para a apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais. Devem incluir uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o assunto (no mínimo 30 referências) e conter uma discussão detalhada dos achados e conclusões do relato à luz dessa pesquisa. A pesquisa bibliográfica deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Critérios editoriais Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet (cvredacao@editoraguara.com.br) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser relacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. O primeiro autor deve necessariamente ter diploma de graduação em medicina veterinária. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem
necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Não citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Sempre buscar pelas referências originais. O texto do autor original deve ser respeitado, utilizando-se exclusivamente os resultados e, principalmente, as conclusões dos trabalhos. Quando uma informação tiver sido localizada em diversas fontes, deve-se citar apenas o autor mais antigo como referência para essa informação, evitando a desproporção entre o conteúdo e o número de referências por frases. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen () entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds nem revisões de literatura (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabaho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado.
Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br
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BEM-ESTAR ANIMAL
O fim das tradições e a evolução da humanidade
Vaqueiros protestam contra projeto de lei que proíbe a vaquejada e a justificam com base em antiga tradição
E
ntre as definições de cultura estão as práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicas) e as manifestações humanas. É uma palavra muito complexa que envolve outras definições, como a erudição, a qual pode ser classificada como cultura popular ou erudita. Atualmente, muitos tentam defender manifestações culturais que passam a não ser aceitas por estudiosos e por parte da sociedade por conta de serem reconhecidas como de maus-tratos. A cultura romana é amplamente estudada nas apostilas de história das escolas. Porém, felizmente algumas das práticas culturais foram extintas, como, por exemplo, as grandes festas em arenas, promovendo a política de pão e circo, às custas das vidas de pessoas, entre elas, muitos escravos, que eram jogados para lutar por suas vidas, seja com outros lutadores ou com leões, ursos ou elefantes. Para nós, cidadãos do século XXI, pode parecer óbvia a extinção das práticas culturais vivenciadas na Roma Antiga. Porém, a política do pão e circo vem sobrevivendo há muitos séculos na história da humanidade. 12
Vale ressaltar também que, mesmo nos dias de hoje, ainda há povos que insistem em manter tradições que envolvem mutilações obrigatórias, como, por exemplo, o corte de partes do clitóris e dos pequenos e grandes lábios da vagina de mulheres na África e no Oriente Médio. Uma tradição cultural que persiste há mais de cinco mil anos. Neurociência Em 2012, neurocientistas se mobilizaram e compartilharem o Manisfesto de Cambridge, no qual destacam a capacidade de sentir dos animais. Um dos reflexos disso manifestou-se em 2015, na França, quando o Parlamento francês alterou o Código Civil e passou a reconhecer os animais como seres sencientes. É importante destacar o artigo de 2002, da célebre profa. dra. Irvênia Prada, Bases metodológicas e neurofuncionais da avaliação dor/sofrimento em animais: http://goo.gl/3qA9fu. Outro documento importante, que também contou com a participação da dra. Irvênia Prada, foi publicado em 2008: a avaliação do rodeio de Barretos,
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
A Arena de Verona, na Itália, já foi palco de lutas sangrentas entre gladiadores, tradição da época... Hoje, o local virou um espaço para espetáculos culturais, como espetáculos de grandes artistas
compartilhando evidências de maus tratos e crueldade contra os animais durante o rodeio, na Clínica Veterinária n. 76, pelo Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal (FNDPA) - http://goo.gl/dZwBwh. Inconstitucionalidade da vaquejada No Brasil atual, o reconhecimento por juristas, estudiosos e até pela população de que há práticas com animais que ultrapassam o limite que possa garantir o seu bemestar vem polemizando o cenário nacional. Em 6 de outubro de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os espetáculos de vaquejada no Estado. Com o entendimento da Corte Máxima do país, a vaquejada passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maustratos a animais e, por portanto, proibida. A descisão contou com voto da ministra Cármen Lúcia, que desempata mais uma no STF: http://youtu.be/lCX8a-ALrF4 . A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questionava, especificamente, a legislação cearense. Contudo, a decisão do STF poderá ser aplicada nos demais estados e no Distrito Federal. O julgamento, iniciado em agosto do ano passado, terminou com seis votos a favor da inconstitucionalidade e cinco contra. “Sempre haverá os que defendem que vem de longo tempo, que se encravou na cultura do nosso povo. Mas
cultura também se muda e muitas foram levadas nessa condição até que houvesse outro modo de ver a vida e não só a do ser humano”, destacou a ministra Carmen Lúcia. Durante o julgamento da lei cearense, o ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que os animais não podem ser tradados como “coisa” e citou princípios da Carta da Terra, declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica, de iniciativa da ONU - http://goo.gl/b4H4ey . Destaca-se também que em audiência pública realizada em 25 de outubro de 2016, a profa. dra. Carla Molento, presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, declarou que o CFMV possui posicionamento contra a vaquejada, em função de sua intrínseca relação com maus-tratos aos animais http://goo.gl/i5ZjSy . “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante” - Albert Schwweitzer (Nobel da Paz - 1952).
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br
Médico veterinário, editor da revista Clínica Veterinária
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
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NOTÍCIAS
CONPAVEPA evolui e terá novo espaço em 2017
Clínica Veterinária marcando presença com seu book truck
Atenta ao potencial do mercado pet e sensível à realidade de que muitos médicos veterinários detêm negócios Público veterinário, grande diferencial da Vet Expo no setor pet, a Pet Shop Expo, focada exclusivamente nos programação científica do 14º CONPAVEPA, rea- setores pet e grooming, estreou com sucesso. As duas feiras foram dispostas de modo simultâneo e lizado de 13 a 15 de setembro, em São Paulo, SP, foi diversificada e comparável a grandes congres- contíguo, permitindo que os profissionais e congressistas sos como o WSAVA. Um grande diferencial este ano foi tivessem acesso a ambas. Os três dias ficaram marcados quanto às formas de participar do congresso: presencial pelo ressurgimento de uma feira com aproximadamente ou online. Quase todas as palestras do congresso foram 4.000 m² de área de exposição, dividida entre 130 empresas, e pelo nascimento da Pet Shop Expo, dedicada ao transmitidas pela internet, ao vivo e em tempo real! A Vet Expo, por sua vez, continuou voltada para o mé- profissional do mercado pet. Vale destacar o sucesso do 1º dico veterinário, com estandes técnicos, favorecendo o rela- Campeonato Master Groom, com a participação de mais cionamento com os profissionais, situação que foi aprovei- de 350 tosadores, quase o dobro da previsão inicial, o que fez dele o maior campeonato de tada para a realização de lançaApple Store: http://goo.gl/SdAonS tosa da América Latina. mentos. A Labyes, por exemplo, Google Play: http://goo.gl/47YQ9T A grande novidade para 2017 lançou a linha Labyderm; a MSD, a é o novo local: o já conhecido Nobivac® Feline 1-HCPCh+FeLV, Hotel Transamérica, que possui única vacina contra a FeLV com padrão de resort, mas dentro de dois anos de duração de imunidade São Paulo. Sucesso garantido! após a segunda vacinação. Além disso, a MSD, por conta do lançamento, realizou o Simpósio sobre Leucemia Viral Felina, que contou com as dras. Mitika K. Hagiwara e Fernanda Vieira Amorim da Costa.
A
Na Pet Shop Expo, constantes demonstrações favoreceram o compartilhamento de novidades 14
Sempre facilitando a vida do veterinário, a Medcom aproveitou a feira para promover o lançamento do seu aplicativo, que tem como maior benefício a agilidade para realização de cotações
Na Labyes, sucesso com o lançamento da linha Labyderm
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CURSOS EM
MEDICINA VETERINÁRIA CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO VIII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ONCOLOGIA VETERINÁRA 500 horas, 26 finais de semana Início: Março de 2017 Aulas teóricas e práticas Curso pioneiro no Brasil
X CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIATRIA, FISIOTERAPIA E
REABILITAÇÃO VETERINÁRIA
Curso em novo formato! 21 módulos, 100 horas de prática! Início: Maio de 2017 Abordagem a pequenos animais e equinos Presença de palestrante internacional
CURSOS INTENSIVOS III CURSO DE DERMATOLOGIA
E MEDICINA COMPLEMENTAR EM PEQUENOS ANIMAIS
Dias 16, 17 e 18 de Dezembro de 2016 Palestrantes: Profa. Carolina Haddad e Prof. Luis Fernando de Moraes Abordagem clínica, nutracêutica, fitoterápica, dietética e com acupuntura dos dermatopatias.
II CURSO PRÁTICO DE CITOPATOLOGIA
VETERINÁRIA
Módulo I: 18 e 19 de Fevereiro de 2017 Módulo II: 18 e 19 de Março de 2017 Palestrante: Profa. Dra. Marcela Marcondes P Rodrigues *Aulas ministradas por meio de microscopia digital
I CURSO DE ABORDAGEM DOS TRANSTORNOS
DE COMPORTAMENTO PELA MEDICINA VETERINÁRIA TRADICIONAL CHINESA
Dias 18 e 19 de Março de 2017 Palestrante: Prof. Dr. Jair Guilherme dos Santos Junior Visão ocidental e oriental dos transtornos de comportamento em pequenos animais.
I SIMPÓSIO DE ONCOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS E I WORKSHOP DE ELETROQUIMIOTERAPIA Dias 11, 12 e 13 de Novembro de 2016, em Ribeirão Preto/SP. Presença dos palestrantes internacionais: Enrico P Spugnini (Itália), Michael O Childress (EUA) e Juan F Borrego Massó (Espanha), além da presença de renomados palestrantes nacionais.
Rua Vicente Giacobino, 45 Jardim Santa Mônica Botucatu - SP - 18605-545 www.bioethicus.com.br secretaria@bioethicus.com.br (14) 3814 6898 ou (14) 3813 3898
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NOTÍCIAS
WSAVA 2016 na Colômbia Texto e fotos: Arthur Paes Barretto
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Os projetos de normatização da WSAVA o mês de setembro, entre os (guidelines) visam compartilhar variadas dias 27 e 30, foi realizado em Cartagena, na Colômbia, o con- diretrizes para a conduta, o diagnóstico e/ou tratamento de enfermidades ou condições gresso anual da World Small Animal de relevância global. Entre as diretrizes disVeterinary Association (WSAVA). poníveis há material para descarregar sobre Coincidentemente, um dia antes, o dor, nutrição, enfermidades hereditárias, governo colombiano e as Farc assinavam vacinação, enfermidades hepáticas, indentifio suposto acordo de paz na mesma cidacação por microchip, entre outras. de de realização do WSAVA 2016: Use o leitor de QR Code ou digite: Cartagena! Era inevitável que esse tema http://wsava.org/guidelines estivesse por todo lado. Felizmente, em nada atrapalhou o congresso. Porém, no final, quando muitos pensavam em aproveitar as praias do Caribe, chega a notícia de aproximação do furacão Matthew. Na programação social do congresso, havia uma grande festa de encerramento ao ar livre, na praia. Mas o tempo ajudou e a festa foi realizada com sucesso. Mais no final da festa, porém, a maré começou a subir e, logo mais, veio a chuva. O furacão não atingiu Cartagena diretamente, mas causou uma enorme chuva que alagou a cidade, intensificou marés e deixou em alerta toda a orla marítima. E era dia da votação do plebiscito para decidir pela paz. Pelo sim ou pelo não... Como dizia a propaganda do WSAVA 2016, Colombia és passion! Muita intensidade, muito calor, mas tudo dando certo! Foi uma satisfação estar com os amigos e fazer Representantes dos comitês de especialistas da WSAVA reunidos durante novos! apresentação dos comitês e das diretrizes disponíveis (guidelines)
Filipe Dantas-Torres, PhD, Dip. EVPC, um dos destaques do Brasil no WSAVA
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epois da Colômbia, o Brasil foi a maior delegação no WSAVA 2016
Em uma de suas palestras, compartilhou: como lobos mudam rios: http://youtu.be/S1wR9HBC49M 16
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WSAVA e educação continuada A realização anual do congresso pela WSAVA faz parte de um complexo de ações que visam a educação continuada. A melhor forma de conferir isso é acessando a página da WSAVA na internet: http://wsava.org . Na barra de menu, vá em [ACTIVITIES], onde estão relacionados os diversos comitês (dor, nutrição, saúde única, entre outros). Esses comitês são formados por especialistas de variadas origens, inclusive do Brasil. O comando do lado direito na barra de menu é [GUIDELINES], onde estão relacionadas todas as diretrizes disponíveis para descarregar, sendo que algumas delas, como a de nutrição, contam com tradução para diversos idiomas. Continuando a navegação para a direita na barra do menu, ao lado temos [EDUCATION], onde deverão estar disponíveis os anais do congresso desse ano. Nessa mesma seção, um dos comandos permite acessar o congresso do ano passado [WSAVA CONGRESS 2015], onde se encontram várias palestras na íntegra, disponíveis gratuitamente, a maioria delas em inglês. Programação científica A programação científica do WSAVA 2016 foi bastante diversificada. Porém, como os animais estão com uma expectativa de vida maior, as palestras sobre geriatria, enfermidades crônicas, como a doença renal, problemas cardíacos, entre outras, foram bem apropriadas. Para a grande delegação brasileira havia uma sala
reservada com palestras todos os dias em português. Outra peculiaridade do WSAVA 2016 foi a realização de palestras sobre gestão, marketing e estratégias. Betina Rama (Argen ti na), Marco Antonio Gioso (Brasil) e Richard Nap (Holanda) discorreram com muita propriedade sobre ações que fidelizam, otimizam e aumentam o faturamento do estabalecimento médico veterinário. “Co mo diz a Endeavor, ONG que fomenta empreendedorismo: ‘quem não mede, não gere, morre’. Isto é, quem não sabe todos os seus números, não consegue gerenciar, manejar as finanças, os gastos, morre, ou entra em falência”, destacou Gioso. Richard Nap, por sua vez, enfatizou bastante a importância de proporcionarmos ao cliente a experiência da satisfação. COLAVAC/FIAVAC O COLAVAC (Comité Latino Americano de Vacunología en Animales de Compañía), ligado à FIAVAC (Federación Iberoamericana de Asociaciones Veterinarias de Animales de Compañía) marcou presença no WSAVA 2016 promovendo palestras sobre as diretrizes vacinais no Brasil e na Argentina. As diretrizes brasileiras foram publicadas na edição n. 124 da revista Clínica Veterinária, setembro/outubro de 2016. O principal recado que foi compartilhado é que mais do que vacinar um indivíduo com muitas vacinas, deve-se buscar vacinar um número cada vez maior de indivíduos com as vacinas essenciais.
Tanto a abertura do congresso quanto seu encerramento foram marcados pela alegria e simpatia colombianas. À direita, imagem de abertura de um pequeno clip da festa de encerramento, mesclando o show de Carlos Vives com algumas fotos. Confira!
Encerramento WSAVA 2016 http://youtu.be/KiweRyMnyK8
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NOTÍCIAS
Empresas e equipes brasileiras no WSAVA 2016
VETNIL
BAYER
Fatos e fotos da Colômbia Tração animal: abusos e substituição Apesar dos abusos na tração animal, a evolução para os triciclos e similares está acontecendo...
SYNTEC
Raiva urbana
Controle populacional de cães e guarda responsável: essenciais para o sucesso no controle da raiva urbana
MSD
TOTAL ALIMENTOS
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Conservação
O Parque Nacional Tayrona possui 12 mil hectares de vegetação praticamente intocada – http://goo.gl/fXTgQ7. Por trás do parque está a Serra Nevada de Santa Marta, maior cadeia montanhosa costeira do mundo, atingindo 5.775 m de altitude a apenas 42 quilômetros do oceano. A presença de primatas não-humanos e de cães e gatos na área do parque são fatores importantes para se levar em conta no controle da raiva silvestre
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ENSINO
O CONCEA e os métodos alternativos ao uso de animais no ensino
O
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) realizou o simpósio Métodos Alternativos ao Uso de Animais no Ensino, nos dias 5 e 6 de outubro de 2016, em São Paulo (SP). Na ocasião, a Rede de Educação Humanitária (RedEH – http://www.instituto1r.org/redeh), idealizada pelo Instituto 1R, manifestou-se publicamente durante o evento e formalizou solicitação ao CONCEA. Confira a seguir o conteúdo do documento. “São Paulo, 6 de Outubro de 2016 AC Ilma. Dra. Sra. Monica Levy Andersen DD Coordenadora do CONCEA
Prezada Senhora Coordenadora Diante do avanço ético e científico, que passa necessariamente pela promoção da educação humanitária e da mudança dos métodos e técnicas ensinadas na formação científica, viemos solicitar ao CONCEA uma determinação legal para substituição total do uso prejudicial de animais no ensino superior e nos cursos técnicos de nível médio. O uso prejudicial de animais diz respeito a qualquer e toda ação, deliberada ou não, contrária ao bemestar presente ou futuro do animal, através da negação ou limitação de liberdades inerentes ao animal, como liberdade para viver, expressar comportamento natural, fazer parte de uma estrutura social ou ecossistêmica, através da restrição ou negação da autonomia para saciar a fome, sede ou fugir de desconforto, podendo as práticas prejudiciais ainda causar dor, ferimento, doenças, medo e sofrimento1. Reconhecemos que esse tema tem sido tratado pelo CONCEA de forma progressista e convergindo para esse objetivo. A preocupação por uma formação científica e de qualidade, associada com o pensamento crítico com base ética e de forma humanitária, foi recentemente invocada pelo CONCEA nas Diretrizes de Integridade e de Boas 1 - Para um maior detalhamento sobre métodos prejudiciais ao uso de animais e políticas alternativas ao uso prejudicial de animais no ensino, seguir o guia da política da InterNICHE para alternativas na educação e treinamento <http://www.interniche.org/en/about/policy> 2 - Resolução Normativa nº 32, de 06 de setembro de 2016. Diário Oficial da União (08/09/2016), seção I, <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0240/240120.pdf> 3 - Diretriz Brasileira Para o Cuidado e a Utilização de Animais em Atividades de Ensino Ou de Pesquisa Científica - DBCA), item 5.1.1.J e 5.1.1.O. Diário Oficial da União (03/02/2016), seção I <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0238/238685.pdf> 4 - Para conhecer mais os integrantes da RedEH, visite o site http://www.instituto1r.org/#!redeh/cn8r 5 - Souza, M. F. de A. e. (2014). Status moral dos animais: percepções e ações sociais no Brasil. UFRJ/UFF/UERJ/FIOCRUZ. P. 96-98
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Práticas para Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica2. Também a postura de aceitar a objeção de consciência e a criação de uma ouvidoria para receber sugestões e reclamações sobre o uso prejudicial de animais demonstra um interesse colaborativo em proteger e fixar na academia os estudantes interessados em trabalhar na ciência sem o uso prejudicial de animais3. Atualmente o Brasil já possui uma caminhada importante no desenvolvimento e aplicação de novas técnicas de ensino, embora muitas vezes restritas às instituições onde os métodos foram desenvolvidos. Para a divulgação das técnicas e métodos desenvolvidos nas instituições Brasileiras, o Instituto 1R idealizou a RedEH (Rede de Educação Humanitária), buscando formar um grupo independente, autogestado e horizontal. Hoje, esse grupo conta com 25 professores em mais de 20 instituições de ensino superior no Brasil, na maioria em universidades públicas e em 10 diferentes estados. Também participam da RedEH quatro contatos internacionais: professores da Espanha, Portugal e Colômbia. Todos esses profissionais desenvolvem e aplicam novos métodos para ensino abrangendo as mais diferentes áreas da ciência da vida e saúde e agrárias. Outros membros também trabalham nas áreas de design de produtos, jogos virtuais e divulgação científica através de ferramentas digitais4. Na primeira década do Século XXI, diversas instituições brasileiras e departamentos universitários já se posicionaram contrários ao uso prejudicial de animais no ensino, substituindo totalmente em seus cursos essa prática. Nessa lista encontra-se a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que substituiu o uso prejudicial de animais vivos no curso de medicina humana e em outros cursos da área da saúde. Em 2008, a mesma instituição substituiu as aulas práticas prejudiciais aos animais nas disciplinas de fisiologia e farmacologia. A Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) baniu completamente o uso prejudicial de animais vivos de todos os cursos em 2007. Neste mesmo ano, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Famed/UFRGS) implementou o Laboratório de Técnica Operatória e também promoveu a substituição total do uso prejudicial para a formação médica. Também, em 2007, a utilização prejudicial de animais vivos na Faculdade de Medicina na Fundação do ABC (SP) foi proibida por incentivo interno do curso, substituindo as práticas por softwares interativos nas disciplinas de fisiologia e farmacologia, e por cadáveres de animais obtidos de fontes éticas. Para a formação de medicina veterinária, a Universidade Federal Rural de Pernambuco aboliu o uso de animais vivos na disciplina de técnica cirúrgica há mais
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de 16 anos, utilizando cadáveres obtidos de fontes éticas e conservados, modelos sintéticos, simuladores desenvolvidos no curso, e muitos outros materiais desenvolvidos no dia a dia. Em 2009, o curso de medicina veterinária do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte) também aboliu o uso prejudicial de animais, sendo reconhecido com a medalha de mérito Brás Cubas em abril de 2009 por essa iniciativa. A Universidade de Brasília (UNB) substituiu o uso prejudicial de animais por simulações computadorizadas para aulas práticas em 1998. O treinamento em técnicas de microcirurgia foi substituído por simuladores que utilizam como interface de ensino um rato de PVC ligado ao simulador computacional 5. A equipe da profa. dra. Júlia Matera da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP também criou um marco importante para o desenvolvimento da educação humanitária, com reconhecimentos internacionais pelo desenvolvimento da técnica de conservação pela solução de Larssen modificada, onde a maior concentração de glicerina e baixa concentração de formol permitem a conservação de cadáveres obtidos eticamente por um período de até 1 ano, podendo ser descongelados de 6 a 10 vezes sem prejuízo do material. Além da baixa toxicidade para os estudantes e para os técnicos e professores, pela redução na concentração do formol, o material conservado mantém coloração e textura ideais para aulas práticas de anatomia, técnica operatória e outras disciplinas específicas, como ortopedia6. Na educação veterinária, desde 2006, as aulas de fisiologia do Centro de Educação Superior de Campos Gerais (CESCAGE) envolvem os estudantes no desenvolvimento de modelos de estudos, de forma a colaborar com a construção do conhecimento e auxiliar na resolução de problemas. Em 2015, foram apresentados 27 modelos representativos de baixo custo para circulação renal, homeostase da respiração, sistema digestório de ruminantes e nãoruminantes, ovulação, espermatogênese e modelos de sinapses. Já em 1990 a Universidade Federal Fluminense (UFF) substituiu o uso prejudicial de animais para as disciplinas de fisiologia da área biomédica. A Universidade Federal do Vale de Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) implementou o desenvolvimento de métodos alternativos desde 2013 para as disciplinas de anatomia animal e fisiologia animal no curso de zootecnia de Diamantina sob coordenação do prof. Alexandro Aluisio Rocha. A profa. Simone Tostes também trabalha com estudantes e pesquisadores no desenvolvimento de modelos para ensino de medicina veterinária na Universidade Federal do Paraná (UFPR), utilizando manequins como arcabouço 6 - Silva, R. M. G. Da. (2003). Avaliação do método de ensino da técnica cirúrgica utilizando cadáveres quimicamente preservados. Dissertação (mestrado) – Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia (Vol. 3). Retrieved from http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/view/3263
para modelos de diferentes sistemas para treinamento, como para cistocentese, coleta de sangue em cachorros e gatos e palpação prostática. Mais recentemente, em 2015, o prof. Luciano Alonso idealizou um projeto para implementar e desenvolver técnicas humanitárias de ensino para os cursos de veterinária e biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), utilizando conservação de cadáveres obtidos de fontes éticas, desenvolvimento de modelos e interação com a comunidade das escolas públicas da região para a divulgação da educação humanitária e divulgação científica, buscando também a colaboração de estudantes para o desenvolvimento das atividades. Esse envolvimento horizontalizado para a busca da substituição das aulas é visto como um desafio aos estudantes, sendo considerado pelos professores como parte da formação acadêmica e profissional. Souza (2014) descreveu a evolução do pensamento moral e social sobre os animais no Brasil, considerando especialmente o uso de animais como instrumento científico, incluindo as aulas práticas. Após fazer uma análise detalhada dos trabalhos publicados em educação humanitária e uso de animais no ensino, bem como a opinião dos estudantes frente à opinião dos professores, a autora concluiu que o uso de animais para ensino não pode ser aceito nem por questões éticas, nem jurídicas ou pedagógicas. Assim, no intuito de promover e acelerar a mudança de paradigma para um ensino humanitário e para a formação de uma ciência atualizada, crítica e ética, e pela construção do conhecimento através da liberdade e autonomia do estudante, nós solicitamos e apoiamos: (1) determinação legal para substituição total do uso prejudicial de animais nos cursos técnicos de nível médio e no ensino superior; (2) desenvolvimento nacional e promoção de métodos e abordagens educacionais sem uso prejudicial de animais. Para esses objetivos, sugerimos também: a) disponibilizar em base nacional virtual uma biblioteca de materiais, softwares e vídeos para acesso acadêmico; b) promover e fomentar o aperfeiçoamento, iniciativas e projetos em educação humanitária e métodos alternativos ao uso prejudicial de animais no ensino; c) elaborar um curso on-line para todos os membros de comissão de ética tratando da importância da educação plural e humanitária e do desenvolvimento educacional em uma perspectiva de uma ciência sem animais d) responsabilizar toda instituição com atividade de pesquisa na área da saúde a disponibilizar espaços de aprendizagem e reflexão sobre ética, educação humanitária e métodos alternativos ao uso de animais. Vimos ainda constatar que o Simpósio de Métodos Alternativos ao Uso de Animais no Ensino, organizado pelo CONCEA, corrobora academicamente a viabilidade e a necessidade da promoção da educação humanitária no Brasil, com o fim do uso prejudicial de animais para o ensino.”
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ESPECIALIDADES
Medicina felina em evidência
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urante o ano de 2016, além de serem lançados diversos produtos para felinos, foram realizados vários eventos com foco na medicina felina. Tudo isso contribui de maneira muito positiva para a saúde dos gatos. Cat In Rio No início de 2016, no Rio de Janeiro, foi realizado com grande sucesso o primeiro Cat In Rio, evento estruturado para ocorrer em um curto espaço de tempo, com grandes nomes da medicina felina. O Cat In Rio 2017 já está programado e tem a expectativa de ser ainda melhor! Estarão presentes grandes nomes da medicina felina, compartilhando conhecimento de temas atuais e muitas novidades sobre os felinos: Heloisa Justen, Alexandre Daniel, Andrigo Barboza De Nardi, Maria Alessandra Del Barrio, Raquel Calixto, Giovana Mazotti, Bruno Benetti J. Torres, Fabian Minovich, Ludmila Moroz, Paulo Tabanez e André Lacerda.
Foi lançada, pela Equalis Editora, a obra Medicina Felina Essencial – Guia Prático, de Giovana Adorni Mazzotti e Marcello Rodrigues da Roza. “Seu maior mérito está em abordar temas atuais escolhidos pelos seus editores e autores, que viram a necessidade de fazer uma medicina felina com excelência e não mediram esforços para que os temas abordados entretenham a todos”, destacou a profa. dra. Heloisa Justen. A obra, amplamente ilustrada, contém quase 1.000 páginas e aborda temas como: anestesiologia, neurologia, oncologia, sistema genitourinario, ortopedia, sistema respiratório, procedimentos no ambiente hospitalar, dermatologia, odontologia, endocrinologia, cirurgia, doenças infectocontagiosas, intoxicações, métodos diagnósticos, oftalmologia, sistema digestório, cardiologia, entre outros. ABFel A ABFel, Academia Brasileira de Clínicos de Felinos, foi fundada em 25 de maio de 2007, como sociedade civil sem fins lucrativos, que tem como objetivo congregar médicos veterinários e estudantes de medicina veterinária interessados na medicina felina. Em outubro de 2016, a ABFel realizou seu congresso nacional em Belo Horizonte, MG, com a participação de diversos especialistas. Na ocasião, Myrian Iser, presidente da ABFel destacou: “Estamos criando bases para que ocorram com maior frequência eventos regionais, assim como outras programações científicas. Buscaremos realizar anualmente o Congresso da ABFel. Portanto, Myrian Iser, presidente preparem-se! Teremos mais um em 2017, com novidades!”. da ABFel
Giovana Adorni Mazzotti e Marcello Rodrigues da Roza, editores da obra Medicina Felina Essencial – Guia prático
Medicina Felina Essencial No início do segundo semestre de 2016 houve uma importante contribuição para a medicina felina brasileira. 22
Marcello Roza, Heloisa Justen, Carmen H. Vasconcellos, Cristiano Nicomedes, Myrian Iser e Giovana Mazzotti, marcando presença no Congresso ABFel 2016
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ESPECIALIDADES
Cursos extras no XII Congresso de Cirurgia do CBCAV
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urante o XII Congresso de Cirurgia do CBCAV e II Congresso Internacional de Cirurgia do CBCAV, também serão realizados cursos complementares, principalmente no turno livre da manhã. Estão identificados como cursos transcongresso e para se inscrever neles é necessário já estar inscrito no congresso. Estão programados os seguintes cursos transcongresso: 24/11 (quinta-feira) • Manejo pré, trans e pós-operatório da dor em pequenos animais (4h – manhã/teórico) – Marília Teresa Oliveira • Cirurgia do sistema locomotor em ruminantes (4h – manhã/teórico) – Rogério Elias Rabelo, Luiz Antonio Franco da Silva, Bruno Moraes Assis 25/11 (sexta-feira) • OVH e OVE por videocirurgia em pequenos animais (4h – manhã/teórico) – Paul Coronel Participe: http://cbcav.iweventos.com.br/congresso2016 Reyes, João Pedro Scussel Feranti • Cirurgia do sistema respiratório (4h – Fernando Pedroti manhã/teórico) – André Lacerda de Oliveira, Marcelo Borges e Patrício Torres • Endoscopia na rotina: aparelho respiratório, urinário e 26/11 (sábado) • Manejo perioperatório em animais silvestres (4h – manhã/teórico) – Michelli Westphal de Ataíde, Luis
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endoscopia de canal auditivo (4h – manhã/teórico-prático) – Fausto dos Santos Brandão
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ESPECIALIDADES
Simpósios internacionais ABNV ntre os dias 8 e 10 de outubro de 2016, em E São Paulo, SP, foram realizados os Simpósios Internacionais da ABNV (Associação Brasileira de Neurologia Veterinária). Este ano, os convidados internacionais foram o dr. Simon Platt e o dr. Marc Vandevelde.
pois eles reduzem os processos inflamatórios e ajudam no restabalecimento do animal. O artigo Traumatismo craniano em uma Puma concolor – relato de caso, publicado na Clínica Veterinária 115, é um exemplo da utilização de cefalosporina de 3ª geração – http://revistaclinicaveterinaria.com.br .
Neurologia clínica Neuropatologia veterinária O simpósio de neurologia clíniO dr. Marc Vandevelde foi o ca ocorreu durante os dias 8 e 9 de grande destaque no simpósio de outubro e contou com palestras do neuropatologia. Suas apresentadr. Simon Platt. Um dos temas comções demonstraram sua grande partilhados pelo dr. Platt foi o diagexperiência na área e, ao mesmo nóstico e tratamento das meningoentempo, muita simplicidade. Na página cefalomielites bacterianas e fúngicas. dos simpósios, estão disponíveis os Nos casos em que a antibioticoterapia é Dr. Ronaldo arquivos PDF de suas palestras, entre elas, indicada, destacou a importância da eleição Casimiro da Costa, como coletar, apresentar e evitar problemas do metronidazol, fluorquinolonas ou cefalospresidente da para obter os melhores resultados de patologia: porinas de 3ª geração, pois elas atravessam a barABNV http://simposios.abnv.com.br . reira hematoencefálica (BHE). Enfatizou também a importância de associar o uso de corticosteróides,
Dr. Marc Vandevelde com os membros da diretoria da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária (ABNV)
Simon R. Platt, BVMS, Dipl. ACVIM – Neurologia, Dipl. ECVN. Professor de neurologia e neurocirurgia da University of Georgia, nos EUA; co-editor do Platt S, Olby N. BSAVA Manual of Canine and Feline Neurology 3a e 4a edições. BSAVA, 2004 e 2013; ex-presidente do grupo de neurologia do American College of Veterinary Internal Medicine. Reconhecido mundialmente pelas pesquisas e publicações nas áreas de trauma crânio-encefálico e neoplasias intracrianianas 26
Acesse a aba Simpósios 2016 e confira os trabalhos científicos apresentados durante os simpósios internacionais da ABNV e também os arquivos das palestras proferidas: http://simposios.abnv.com.br
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SAÚDE PÚBLICA
Aedes aegypti e os verdadeiros riscos para os pets
Ilustração: Fernando Gonsales, médico veterinário e cartunista, criador do personagem Níquel Náusea – http://goo.gl/aI5aqg
As doenças transmitidas por vetores (DTVs) constituem um grupo importante de enfermidades que afetam animais domésticos, silvestres e seres humanos em todo o mundo. Por definição, vetores são organismos vivos capazes de transmitir doenças a seres humanos ou animais durante o repasto sanguíneo1. Dentre eles, os mosquitos são considerados os mais importantes devido à sua abundância, mobilidade aérea e “eficiência” na transmissão de patógenos causadores de doenças 1. O termo Mosquito-Borne Diseases (doenças Figura 1 – Embora o Aedes aegypti seja responsável por transmitransmitidas por mosquitos) refere-se às enfermi- tir doenças graves para os seres humanos, como a dengue, zika dades que são adquiridas por meio da picada de vírus e a febre chikungunya, até a presente data não há descrição mosquitos infectados e que podem afetar tanto de infecção ou doença causadas por esses patógenos virais em seres humanos quanto animais. A Associação animais de companhia Americana de Controle de Mosquitos 2 refere-se aos mosquitos como os organismos que causam o maior se encontra disperso em todo o mundo, tendo sido introsofrimento aos seres humanos. Vários mosquitos pos- duzido no Brasil provavelmente pelas embarcações suem alta capacidade vetorial para transmissão de doen- envolvidas com o tráfico de escravos, provenientes da ças, ocasionando mundialmente mais de um milhão de África 2. Difícil acreditar que em 1958 o Brasil foi considerado óbitos por ano. A capacidade vetorial é definida como a taxa, geralmente diária, segundo a qual uma população de livre do mosquito Aedes aegypti pela Organização vetores (mosquitos, carrapatos, pulgas, piolhos) que se Mundial de Saúde (OMS), época do programa nacional alimentam de sangue do hospedeiro é capaz de realizar de erradicação da Febre Amarela Urbana 5. Entretanto, o novas inoculações de um patógeno, a partir de um hospe- relaxamento do programa de controle permitiu a sua reindeiro infectado, sendo esta a característica epidemiológi- trodução no final da década de 1960, tornando-se endêca mais importante quando avaliamos um vetor biológico 1. mico, e nos últimos anos a expansão territorial do mosEmbora o aumento nos casos de doenças veiculadas quito Aedes aegypti tem trazido grande preocupação aos por mosquitos esteja sempre associado às mudanças cli- agentes de saúde, uma vez que focos de infestação são máticas, outros aspectos devem ser considerados. O cres- encontrados na maioria dos municípios brasileiros. A presente epidemia de zika vírus e a preocupação com cimento da população de suscetíveis, associado às mudanças sociais, que envolvem intervenções na saúde pú- os casos de microcefalia associados a esta enfermidade blica, questões socioeconômicas, impactos gerados pela demonstram, apesar dos contínuos investimentos e esforatividade humana – como a construção de cidades e áreas ços, o insucesso da estratégia nacional de controle de seu agrícolas – e até mesmo a maneira pela qual os seres potencial vetor. O número crescente e alarmante de casos humanos e animais desenvolveram, evolutivamente, uma de dengue, zika vírus e febre chikungunya, todos transproteção contra patógenos, são aspectos cruciais que mitidas por Aedes aegypti, pode também demonstrar a devem ser analisados quando se pretende estudar o quan- capacidade de adaptação frente aos programas nacionais adotados. O mosquito também é capaz de transmitir to a ocorrência das DTVs está acentuada ou atenuada 3. Dentre os mosquitos, o gênero Aedes é o de maior rele- enfermidades de reconhecido potencial zoonótico como a vância, está presente em todos os continentes e possui cerca febre amarela e a dirofilariose. Embora o ciclo urbano da de 110 espécies classificadas, das quais o Aedes aegypti é febre amarela, que envolve o mosquito Aedes aegypti, o de maior importância na saúde pública, sendo reconhe- tenha sido erradicado do país em 1942, a dirofilariose é cido pela sua capacidade vetorial em transmitir doenças im- considerada uma doença emergente para animais e possiportantes como sengue, vírus da zika e febre chikungunya 4 velmente negligenciada em humanos 6 (Figura 2). Com as atuais epidemias das três viroses veiculadas (Figura 1). O Aedes aegypti é origenário do Egito e hoje 30
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Figura 2 – Embora não sejam suscetíveis a doenças virais tais como a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya, cães podem ser infectados por dirofilariose quando certas espécies de mosquitos estiverem carreando o agente, particularmente em regiões litorâneas endêmicas
pelo Aedes aegypti, a dúvida sobre a possibilidade de os animais de companhia também serem afetados por potenciais doenças transmitidas por este mosquito vem sendo especulada pela mídia e tem intrigado os proprietários de pequenos animais. Mas qual é de fato o risco que o Aedes aegypti representa para os pets? Na América do Sul, pesquisas apontam indícios de infecção por dengue 7 e zika vírus 8 em animais silvestres, como pequenos mamíferos e primatas não humanos. Entretanto, a presença desses agentes em animais de companhia ainda não foi descrita. A dirofilariose canina, cujos hospedeiros definitivos são os cães e canídeos silvestres, pode causar distúrbios pulmonares e cardiovasculares em cães 9. Apesar do parasitismo por D. immitis e D. repens ocorrer principalmente em cães, esses patógenos são considerados zoonóticos, uma vez que podem causar infecções em seres humanos 6,10. Em algumas regiões dos Estados Unidos, o mosquito Aedes aegypti é considerado o vetor primário da dirofilariose 11. No Brasil, ainda não existe um consenso entre os pesquisadores a respeito de qual seria a principal espécie de mosquito envolvida na transmissão desta enfermidade. Estudos conduzidos na cidade do Rio de Janeiro sugerem uma maior importância para os mosquitos Aedes taeniorhynchus e, de forma secundária, Culex quinquefasciatus 12, enquanto que no município de Maceió/AL, o mosquito Cx. quinquefasciatus é a espécie mais prevalente na região, apesar das taxas de infecção por D. immitis terem sido superiores em Aedes taeniorhynchus 13. Para que o mosquito vetor seja infectante para a dirofilariose nos animais, a larva deve atingir um terceiro estágio de evolução (L3) dentro do organismo do mosquito. Em pesquisas realizadas no Brasil e na Argentina, a presença de larvas L3 já foi constatada em mosquistos Aedes aegypti 14,15,16,17, apontando este mosquito como um possível vetor para a dirofilariose. É importante ressaltar que apenas as pesquisas realizadas na Argentina envolveram mosquitos de vida livre, enquanto no Brasil foram avaliados 32
apenas Aedes aegypti mantidos em laboratório. Antes de se considerar o Aedes aegypti um vetor de real importância na transmissão da dirofilariose, alguns critérios devem ser avaliados. Embora o vetor seja responsável pelo desenvolvimento e transmissão das larvas, a ingestão das mesmas pode levar o mosquito à morte, se este não for capaz de controlar a quantidade de larvas ingeridas. Em estudos prévios, foi constatado que o Aedes aegypti provavelmente possui essa capacidade diminuída, sofrendo altas taxas de mortalidade após infecção por microfilárias de D. immitis 15. Quando comparado à espécie Cx. quinquefasciatus, as taxas de mortalidade do Aedes aegypti foram significativamente superiores 14. Outro fator que deve ser considerado é a predileção de hospedeiros demonstrada pelos mosquitos, pois a preferência por sangue humano é um ponto crítico nos parâmetros que analisam uma doença vetorial de importância na saúde pública 18. Em estudo realizado na Tailândia, uma frequência mais alta de sangue humano foi observada em fêmeas engorgitadas de Aedes aegypti capturadas em vida livre 18. No Brasil, pesquisas com iscas humanas e animais demonstrou maior atração de Aedes aegypti por seres humanos 13. Além disso, o mosquito Aedes aegypti obtém mais “benefícios” ao ingerir sangue humano quando comparado à ingestão de sangue de outros animais, devido a uma otimização da demanda energética 19. O aumento no uso de microfilaricidas como a ivermectina tem sido um fator protetivo para cães domiciliados contra a infecção por D. immitis 20, provavelmente por diminuição da ingestão de microfilárias presentes no sangue do animal infectado por Aedes aegypti, um mosquito de hábitos domiciliares. Considerando que o uso de microfilaricidas não é comum em várias regiões do país, pode-se sugerir que esse fato tem influenciado no aumento da prevalência de cães infectados por D. immitis em pelo menos três regiões brasileiras, segundo estudo recente 21, acionando um alerta para a saúde animal e a saúde pública em todo o Brasil. Embora a leishmaniose seja outra doença transmitida por vetor que desperta grande preocupação em veterinários e proprietários de pequenos animais, ainda não há indícios da transmissão de Leishmania infantum (leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis (leishmaniose cutânea) pelo mosquito Aedes aegypti no Brasil. Mesmo que um estudo in vitro tenha demonstrado que células do mosquito Aedes aegypti são capazes de ser infectadas e de abrigar o desenvolvimento por cerca de uma semana da Leishmania panamensis, causadora da leishmaniose cutânea na Colômbia 22, ainda não há comprovação de sua transmissão em estudos de campo. Além disso, outro estudo demonstrou que o Aedes aegypti não possui em suas glândulas salivares enzimas hialuronidases, que facilitam a infecção do protozoário e estão presentes em flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis,
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principal vetor na transmissão da leishmaniose Doença Hospedeiro Referência / ano visceral 23. Dengue Seres humanos 24 / 2016 Em gatos, outra doença de grande preocupação é 7 / 2009 Primatas não humanos a micoplasmose hemotrópica, hemoplasmose ou Chikungunya Seres humanos 24 / 2016 anemia infecciosa felina, anteriormente conhecida Zika Seres humanos 24 / 2016 como hemobartonelose. Esta enfermidade pode ser Primatas não humanos 8 / 2016 causada por três espécies de bactérias: Mycoplasma Febre amarela Seres humanos 25 /2014 Primatas não humanos 26 / 2013 haemofelis, Candidatus Mycoplasma haemominutum Seres humanos 27 /2016 e/ou Candidatus Mycoplasma turicensis. Gatos com Dirofilarioses Canídeos 28 / 2016 hemoplasmose podem apresentar anormalidades Gatos 29 / 2014 clínicas que variam de uma infecção subclínica a Aves 30 / 2005 crescente letargia, anorexia e febre, que pode evoHemoplasmose Gatos 31 / 2016 luir para um quadro hemolítico fatal. Apesar de pulFigura 3 – Doenças que podem ser potencialmente gas da espécie Ctenocephalides felis serem referidas como o principal vetor, acredita-se que os mosqui- transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti a hospedeiros tos desempenhem um importante papel na transmis- vertebrados já descritos na literatura são dessas bactérias em regiões com alta prevalência da ; GAFF, H. ; GUMEL, A. ; LADEAU, S. ; LENHART, S. ; MICKENS, doença e livres de pulgas C. felis. Em um estudo experiR. E. ; NAUMOVA, E. N. ; OSTFELD, R. S. ; READY, P. D. ; THOMAS, M. B. ; VELASCO-HERNANDEZ, J. ; MICHAEL, E. mental realizado nos Estados Unidos, foi sugerido que Climate, environmental and socio-economic change: weighing up mosquitos Aedes aegypti podem atuar como vetores the balance in vector-borne disease transmission. Philosophical mecânicos de M. haemofelis e Ca. M. haemominutum, Transactions of the Royal Society B, v. 370, n. 1665, p. 1-17, embora outras pesquisas devam ser conduzidas para ava2016. doi: 10.1098/rstb.2013.0551. liar a real capacidade vetorial desses mosquitos. 04-PORTAL DA SAÙDE. Orientação e prevenção. 2016. Disponível Considerações finais Embora o Aedes aegypti seja responsável por transmitir doenças graves para os seres humanos como a dengue, zika vírus e a febre chikungunya, até a presente data não há descrição de infecção ou doença causadas por estes patógenos virais em animais de companhia (Figura 3). Entretanto, como médicos veterinários sanitaristas, devemos sempre combater os fatores que favoreçam a reprodução de vetores, zelando não apenas pela saúde animal, mas também pela saúde pública e pela saúde ambiental (saúde única). Com relação à dirofilariose animal, o mosquito Aedes aegypti parece possuir menor importância no seu ciclo epidemiológico, provavelmente por sua baixa capacidade vetorial e predileção por sangue humano. Em locais com a presença de mosquitos Aedes scapulari, Aedes taeniorhynchus ou Cx. quinquefasciatus, são esses os principais responsáveis pela transmissão descritos até o momento. Finalmente, o desempenho de um possível vetor deve ser sempre avaliado por diferentes critérios, que somados influenciam de fato na eficiência de sua capacidade vetorial no ciclo epidemiológico da doença em questão. Referências sugeridas 01-WORLD HEALTH ORGANIZATION. 2016. Disponível em: <http://www.who.int/en>.
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Anna Claudia Baumel Mongruel - MV. Residente em Patologia Clínica Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. annaclaudiamongruel@gmail.com
Thállitha Samih Wischral Jayme Vieira - MV, MSc, PhD. Laboratório de Zoonoses e Epidemiologia Molecular do Hospital Veterinário, UFPR – Universidade Federal do Paraná. thallitha.vieira@ufpr.br Alexander Welker Biondo - MV, MSc, PhD Professor de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo do Departamento de Medicina Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. abiondo@ufpr.br Rafael Felipe da Costa Vieira - MV, MSc, PhD. Disciplinas de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses do Departamento de Medicina Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. rvieira@ufpr.br
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MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
Medicina veterinária do coletivo na Paraíba
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medicina veterinária do coletivo é uma área em ascensão. Ela tem grande importância para a saúde única e para o bem-estar dos animais. É uma área abrangente da medicina veterinária, que leva em consideração a gestão e o controle da população animal com base em programas de guarda responsável, esterilização e educação em saúde, assim como, as políticas públicas governamentais e a relação harmoniosa entre meio ambiente, ser humano e animal. o Brasil, o Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC) há anos vem promovendo a medicina veterinária do coletivo, por meio dos cursos de Formação de Oficiais de Controle Animal (FOCA) e das Conferências Internacionais de Medicina Veterinária do Coletivo. Essa antiga jornada do ITEC, compartilhando conhecimento e soluções humanitárias, também espalhou sementes: uma delas germinou em Areia, na Paraíba: o I Encontro de Medicina Veterinária do Coletivo da Paraíba, que acontece nos dias 3 e 4 de dezembro de 2016, em Areia, PB (I Emevec-PB). O evento é voltado para estudantes e profissionais de diversas áreas, responsáveis por ONGs, representantes e profissionais dos serviços de controle de animais e de zoonoses. Divulgue e participe do I Emevec-PB: http://goo.gl/Z9txQ9
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Clínica Veterinária (suplemento): anais da VII Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo, 2016 – http://goo.gl/q1pfrg
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Clínica Veterinária Revista de educação continuada do clínico veterinário de pequenos animais
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SAÚDE PÚBLICA Por Arthur de V. Paes Barretto - CRMV-MG 10.684
Aprovado produto veterinário para tratamento da leishmaniose visceral
A
aprovação do MilteforanTM, Milteforan TM desenvolvido pelo laboratório farmacêutico veterinário Virbac para o tratamento da leishmaniose visceral canina, representa um marco na medicina veterinária brasileira. Desde 2008, está em vigor a Portaria Interministerial 1426, que proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Legalmente, o poder dessa portaria já foi muito discutido e contestado. Porém, agora não importa, pois o produto que será comercializado no Brasil, o MilteforanTM, foi aprovado tanto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) quanto pelo Ministério da Saúde (MS). Isso consta expressamente em um documento assinado em conjunto por ambos os ministérios. O registro do MilteforanTM no Brasil representa maior segurança para os donos dos cães, pois é notório o fato de que muitas pessoas, por não aceitarem sacrificar seus cães, importavam o medicamento de forma ilegal e sem qualquer garantia em relação à qualidade do produto. Vale destacar que a bula do medicamento registrado no Brasil é diferente da do medicamento europeu. Na Europa, quando há a orientação médico-veterinária de repetição da dose do MilteforanTM, ela é sugerida a cada 6 meses. No Brasil, por conta das nossas características climáticas e pelo maior desafio a que os cães são submetidos, a indicação de bula para a administração de nova dose é de 4 meses. Por isso, quem compra o medicamento de forma ilegal e se propõe a tratar sem o devido acompanhamento médico-veterinário pode acabar fazendo um mau tratamento. O acompanhamento regular do médico veterinário é indispensável. LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
As condutas devem ser diferentes, adequadas a cada caso, mas há um aspecto muito importante e que deve ser respeitado em todos: o uso permanente de repelentes 36
Acesse o documento que dispõe sobre o registro do MilteforanTM: http://goo.gl/e4Mw8a O tutor que insiste em tratar por conta própria está colocando vidas em risco, inclusive, a do próprio cão. Tratamento canino para leishmaniose visceral O tratamento canino busca a cura clínica. Na Europa, ele é praticado há muito tempo e há protocolos que permitem a utilização de vários fármacos e associações. O artigo científico “LeishVet guidelines for the practical management of canine leishmaniosis”, de autoria do grupo europeu de especialistas em leishmanioses, o LeishVet, orienta sobre os procedimentos a serem tomados e detalha como deve ser o tratamento e o monitoramento do cão com leishmaniose visceral (http://goo.gl/QngIpm).
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SAÚDE PÚBLICA
MilteforanTM: testado e aprovado
Instalações do canil experimental montado no Hospital Veterinário Mundo Animal, em Andradina, SP Dr. Fábio Nogueira submetendo cão à prova de xenodiagnóstico, técnica laboratorial que consiste em submeter um suspeito de doença parasitária à picada de um inseto sadio da espécie vetora e, em seguida, investigar, nesse inseto, a presença do parasita “Foram 18 anos da minha vida profissional com total dedicação na tentativa de dar qualidade de vida aos cães com leishmaniose visceral. Quem me conhece sabe que, durante todos estes anos, foram inúmeras batalhas, tristezas, sofrimento, muitas palestras em todas as regiões do Brasil e em outros países, mas enfim conseguimos a liberação de um fármaco de uso veterinário para o tratamento desta terrível enfermidade. O MilteforanTM foi testado em Andradina, no Hospital Veterinário Mundo Animal, com o acompanhamento dos pesquisadores responsáveis: Fábio dos Santos Nogueira, Ingrid Menz e Márcio Moreira. O momento representa um marco na medicina veterinária, pois encerra uma discussão que já dura mais de 60 anos. Foram vários profissionais envolvidos e agradeço a Ana Paula Lopes Romariz, Dayrine Candido, Claudia Oka, Elis Nalu, Letícia Molla, no auxílio e tratamento dos animais e na realização do xenodiagnóstico; Márcio Moreira pesquisador responsável pelas análise citológicas e imunoistoquímica de pele; profa. Vera Chioccola, pela realização do PCR em tempo real; equipe da profa. Eunice Gallati e Fredy Galvis, na leitura do xenodiagnóstico”, declarou o médico veterinário Fábio dos Santos Nogueira 38
Cães antes e depois do tratamento contra leishmaniose visceral canina
Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, novembro/dezembro, 2016
Clínica Fatores pré-analíticos na patologia clínica de animais selvagens Preanalytical factors in the clinical pathology of wildlife Factores pre-analíticos en la patología clínica de animales salvajes Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, p. 40-54, 2016
Evelyn de Oliveira MV, aluna de mestrado PPGCA/EVZ/UFG evelyn_oli18@hotmail.com
Danieli Brolo Martins MV, dra., profa. adj. Depto. Medicina Veterinária – EVZ/UFG vetdanielimartins@yahoo.com.br
Adelly Caroline Mota MV, residente HV/EVZ/UFG adelly_mota@hotmail.com
Abstract: Laboratory tests play an important role in the study of wildlife animals, providing information concerning the physiological aspects of the patients. Laboratory tests follow standardized protocols, producing reliable results. The processing of biological samples is divided into preanalytical, analytical and postanalytical stages. The preanalytical phase has the highest chance of error, resulting in equivocal information. The clinical pathology of wild animals is still a growing or even unknown area by many practitioners. There are several factors prior to laboratory analysis that must be standardized in order to obtain correct results. The aim of this paper is therefore to review the main factors related to the pre-analytical phase in the processing of wildlife specimens in the area of clinical pathology. Keywords: laboratory testing, handling of samples, analytical phases
Tiago Jubé de Oliveira MV, residente HV/EVZ/UFG tiago.jube@gmail.com
Suelen Lorena da Silva aluna de graduação EVZ/UFG suelenlorena@gmail.com
Thawanne Delefrate Queiroz aluna de graduação EVZ/UFG annedelefrate@gmail.com
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Resumo: Os exames laboratoriais exercem importante papel na clínica de animais selvagens, fornecendo informações concernentes ao aspecto fisiológico do paciente. A realização de provas laboratoriais segue um protocolo-padrão, produzindo resultados seguros. Dentro de um ensaio de laboratório, o processamento de amostras biológicas é dividido em três etapas distintas: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase préanalítica é a que tem mais chances de apresentar erros, resultando em informações equivocadas. No tocante à patologia clínica de animais selvagens, essa é uma área ainda em crescimento e até mesmo desconhecida por muitos médicos veterinários. Vários são os fatores que antecedem a análise laboratorial e que devem ser padronizados, a fim de obter resultados corretos. Por isso, o objetivo deste trabalho é revisar os principais fatores relacionados à fase pré-analítica do processamento de amostras de animais selvagens na área de laboratório clínico. Unitermos: ensaio laboratorial, manejo de amostras, fases analíticas
Resumen: Los exámenes de laboratorio cumplen un papel importante en la clínica de animales salvajes, dando informaciones sobre aspectos fisiológicos del paciente. La realización de las pruebas laboratoriales sigue un protocolo estándar y ofrece resultados seguros. Dentro de las pruebas de laboratorio, el procesamiento de muestras biológicas se divide en tres etapas: preanalítica, analítica y postanalítica. La etapa preanalítica es aquella que tiene más posibilidades de presentar errores, lo que redunda en informaciones equivocadas. En lo relacionado con la patología clínica de animales salvajes, esta es un área que aún está en fase de crecimiento, e incluso resulta desconocida para muchos médicos veterinarios. A fin de obtener resultados correctos, existen varios factores que anteceden al análisis de laboratorio y que deben ser estandarizados. Por esta razón, el objetivo del presente trabajo es analizar los principales factores relacionados con la etapa preanalítica del procesamiento de muestras de animales salvajes en el área del laboratorio clínico. Palabras clave: pruebas de laboratorio, manipulación de muestras, etapas analíticas
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Introdução Existem aproximadamente 56.000 espécies de animais vertebrados 1, sendo que destas, apenas 50 são de animais domésticos. As demais são classificadas como animais selvagens 2. Apenas as particularidades fisiológicas e anatômicas de algumas dessas espécies são conhecidas. A carência de subsídios sobre esses parâmetros dificulta o diagnóstico de inúmeras enfermidades 1. Contudo, nos últimos anos vêm sendo realizados estudos com o objetivo de compreender melhor as particularidades dessa classe de animais, incluindo a determinação de valores hematológicos e bioquímicos de referência. Tais informações são importantes, pois possibilitam uma avaliação geral desses valores, bem como auxiliam a determinar a melhor conduta terapêutica, quando necessária 3. A área de animais selvagens, que antes se limitava a cuidar de animais de zoológicos, atualmente é uma especialidade médica-veterinária em ascensão, visto que cada vez são criados mais programas de educação ambiental. A conscientização coletiva de preservação e conservação da fauna, principalmente de animais ameaçados de extinção,
estimulou o estabelecimento de criadouros e centros de triagem, ampliando o campo de atuação do veterinário especializado nessa área 2. Com isso, a casuística de atendimento clínico dessa classe de animais vem aumentando consideravelmente, incitando novos estudos sobre seus aspectos fisiológicos e anatômicos. Os exames laboratoriais desempenham papel fundamental na clínica médica, fornecendo informações sobre os aspectos fisiológicos específicos de cada espécie. Por isso, a realização de provas de laboratório deve seguir um protocolo-padrão, na tentativa de produzir resultados fidedignos, com o mínimo de interferência possível 4. A definição de valores de referência para uma determinada espécie, sejam eles hematológicos ou bioquímicos, requer uma atenção ainda maior, já que esses valores serão utilizados como base para definir se outros indivíduos da mesma espécie se encontram em estado de saúde ou de doença. Também auxiliam na determinação do prognóstico, êxito do tratamento e progressão da doença 5. Existem três fases distintas em um ensaio laboratorial para o processamento de uma amostra biológica: a fase
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Oftalmologia Biomicroscopia ultrassônica na oftalmologia veterinária – revisão de literatura Ultrasound biomicroscopy in veterinary ophthalmology – literature review Biomicroscopía ultrasónica en oftalmología veterinaria – revisión de literatura Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, p. 56-64, 2016 Juliana de Souza Jorge Médica veterinária Clínica Vetmasters jjofta@gmail.com
Eduardo Perlmann MV, mestre, dr. Clínica Vetmasters perlmann@ig.com.br
Michelle B. Pereira Braga Sá MV, mestre, dra. Clínica Vetmasters michelle.brg@hotmail.com
Angélica de Mendonça Vaz Safatle MV, mestre, dra. Clínica Vetmasters asafatle@gmail.com
Resumo: A biomicroscopia ultrassônica (UBM) ou ultrassonografia de alta frequência (35-100 MHz) é uma ferramenta utilizada na ecografia ocular. Por ter alcance de 4 a 8 mm de profundidade, é capaz de avaliar com maiores detalhes o segmento anterior do bulbo ocular, auxiliando no diagnóstico, no prognóstico e no monitoramento das oftalmopatias. É um exame não invasivo, capaz de individualizar diferentes estruturas do bulbo ocular, tais como córnea, esclera, câmara anterior, íris, corpo ciliar, câmara posterior, ângulo iridocorneano de drenagem e lente. Esta revisão bibliográfica tem por objetivo apresentar o uso da UBM na medicina veterinária de pequenos animais, demonstrando suas vantagens, limitações e indicações na clínica oftalmológica. Unitermos: pequenos animais, ultrassom ocular, oftalmopatia, glaucoma, córnea, ângulo iridocorneano Abstract: Ultrasonic biomicroscopy (UBM) or high frequency ultrasound (35-100 MHz) is a tool used for ocular imaging. The 4 to 8 mm tissue depth range enables assessment of the anterior segment of the eye, aiding in the diagnosis, prognosis and monitoring of ocular diseases. It is a noninvasive test able to identify different structures of the eye, such as cornea, sclera, anterior chamber, iris, ciliary body, posterior chamber, iridocorneal drainage angle and lens. This review aims to present the use of UBM in veterinary medicine, demonstrating its advantages, limitations and indications in the ophthalmology of small animals. Keywords: Small animals, ocular ultrasound, ophthalmopathy, glaucoma, cornea, iridocorneal angle Resumen: La biomicroscopía ultrasónica (UBM) o ultrasonografía de alta frecuencia (35-100 MHz) es una herramienta utilizada en el estudio ecográfico del globo ocular. Debido a su alcance de 4 a 8 mm de profundidad, es posible analizar con mayor detalle el segmento anterior del ojo, ayudando en el diagnóstico, pronóstico y control de las enfermedades oculares. Es un examen no invasivo capaz de individualizar estructuras como la córnea, esclera, cámara anterior, iris, cuerpo ciliar, cámara posterior, ángulo irido corneal (drenaje) y cristalino. Esta revisión de literatura tiene como objetivo presentar el uso de la UBM en medicina veterinaria de pequeños animales, mostrando sus ventajas, limitaciones e indicaciones en oftalmología. Palabras clave: Pequeños animales, ecografía ocular, oftalmopatía, glaucoma, córnea, ángulo iridocorneal
Introdução A biomicroscopia ultrassônica (ultrasound biomicroscopy – UBM) é um método diagnóstico ultrassonográfico que produz imagens de tecidos com definição microscópica, especialmente utilizada para avaliação do segmento anterior do bulbo ocular 1,2. A ultrassonografia vem sendo utilizada no diagnóstico de doenças oculares em seres humanos desde 1956. Seu 56
uso na oftalmologia veterinária foi descrito pela primeira vez por Rubin e Koch em 1968 (apenas o modo A – modulação de amplitude) 3. A utilização da ultrassonografia bidimensional em tempo real (modo B) no diagnóstico de doenças oculares foi relatada na medicina veterinária inicialmente em 1980 3,4. No entanto, a pesquisa para o desenvolvimento de ultrassom de frequências muito altas iniciou-se em 1979, com a criação de transdutores que
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Eduardo Perlmann – Clínica Vetmasters
utilizam polímeros de difluoreto de polivinilideno (PVDF) 5. A ultrassonografia ocular é um procedimento não invasivo que permite avaliar quantitativa e qualitativamente várias anormalidades intraoculares e orbitárias, como nos casos que podem apresentar opacidade ocular de moderada a severa, tais como edema de córnea, hifema, catarata e hemorragia vítrea 1,6-10. Outras indicações envolvem a determinação do comprimento axial do olho e o cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares na cirurgia de catarata 7. A ultrassonografia ocular convencional utilizada na rotina da oftalmologia veterinária emprega frequência entre 7 e 15 MHz, mostrando-se de grande valia na detecção, diferenciação e mensuração das estruturas oculares; sua penetração no tecido varia de 4 a 5 cm 1,8,9. Nessas frequências, as imagens só se tornam bem definidas a partir de 12 mm da superfície do transdutor, permitindo a avaliação das estruturas oculares a partir da face posterior da lente até o segmento retrobulbar 11. As imagens de estruturas próximas ao transdutor, como córnea, câmara anterior e íris, frequentemente sofrem interferência de artefatos de reverberação na técnica de varredura convencional 7 . Seu uso já está bem estabelecido, e é fundamental para avaliar o segmento posterior do bulbo ocular quando há opacidades de meios transparentes como córnea, humor aquoso, lente ou humor vítreo 8,9. Entretanto, a avaliação do segmento anterior é limitada por esse método 10,12. Os transdutores ultrassônicos de alta frequência (UBM) – entre 35 e 100 MHz – são acoplados a um scanner modo B, com alcance de 4 a 8 mm de profundidade, sendo capazes de obter imagens das estruturas do segmento anterior do bulbo ocular, com resolução axial e transversal de aproximadamente 25 µm e 50 µm, respectivamente 10,13. Essa resolução excede cerca de 4 a 6 vezes a obtida com ultrassom convencional de 10 MHz 7,10,13,14. As altas frequências permitem melhor resolução e medidas mais precisas; no entanto, a menor penetração nos tecidos é um fator limitante para avaliar imagens após a face posterior da lente, como, por exemplo, ruptura da cápsula posterior, descolamento de retina e hemorragia intraocular 10.
Figura 1 – Imagem obtida por biomicroscopia ultrassônica de olho de cão mostrando em corte axial as estruturas e suas aferições normais
A UBM propicia uma visão detalhada das estruturas do segmento anterior do bulbo ocular e também permite mensurar e avaliar as relações anatômicas das estruturas entre si (Figura 1). No entanto, não possibilita a avaliação do comprimento do bulbo ocular, pois apresenta limitação na penetração do tecido 15,16-19. O exame A UBM é baseada no uso de transdutores de alta frequência (35 a 100 MHz), acoplados a um scanner modo B 7,10,13. É uma técnica não invasiva que permite visualizar 360° do segmento anterior, incluindo córnea, ângulo iridocorneano, câmara anterior, orifício pupilar, íris, câmara posterior, sulco iridociliar, corpo ciliar e cápsula anterior da lente, porém de atuação limitada no segmento posterior) 15,20. No transdutor, um cristal piezoelétrico responde a um estímulo elétrico com deformação mecânica e emissão de ondas sonoras que se propagam através dos tecidos e são refletidas pelas interfaces formadas entre diferentes densidades e níveis de impedância acústica. Esses ecos são filtrados e amplificados, resultando em sinais dispostos numa tela 7. O aparelho de UBM é integrado a uma sonda para o contato direto com a córnea do animal. O animal é colocado sobre a mesa, em posição sentada, com o auxílio do responsável para efetuar a contenção manual (Figura 2) 14,21,22.
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Clínica Avaliação da frequência de efeitos colaterais e distúrbios metabólicos em cães tratados com prednisona e deflazacorte Evaluation of side effects and metabolic disorders in dogs treated with prednisone and deflazacort Evaluación de los efectos secundarios y las alteraciones metabólicas en perros tratados con prednisona y deflazacorte Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, p. 66-76, 2016
Viviani De Marco MV, mestre, dra., profa. Unisa NAYA Especialidades vivianidemarco@gmail.com
Stephanie Frey Lima Médica veterinária autônoma stephanie.frey.lima@gmail.com
Mariana A. P. Di Vincenzo Médica veterinária Hemovet e Vet Quality mazinha_ap@hotmail.com
Mauricio Zago Flocke Médico veterinário HV Pet Care mauflocke@terra.com.br
Fabio Novelli Martorelli MV, mestre Unisa fnovellivet@gmail.com
Ronaldo Lucas MV, mestre, dr., prof. Universidade Anhembi-Morumbi Dermatoclínica ronaldolucas@me.com
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Resumo: Este estudo tem como objetivo avaliar a frequência dos efeitos adversos e metabólicos provocados pelos glicocorticoides na terapia antipruriginosa de cães. Foram estudados dois grupos, sendo: grupo 1, composto de seis cães tratados com prednisona na dose de 0,5 mg/kg a cada 24 horas, durante sete dias; posteriormente, em dias alternados durante uma semana, e depois duas vezes por semana até completar 30 dias de tratamento; e grupo 2, composto de seis cães tratados com deflazacorte na dose de 0,2 mg/kg a cada 72 horas, durante 30 dias. As alterações clínicas e laboratoriais foram evidentes já aos 15 dias em ambos os grupos. No entanto, o deflazacorte promoveu mais alterações metabólicas do que a prednisona com relação a hiperlipidemia, hiperglicemia e elevação de ALT e FA. Após o aumento do intervalo entre as doses de prednisona, as alterações melhoraram, reforçando a importância de protocolos com doses espaçadas nas terapias crônicas. Unitermos: prurido, glicocorticoides, terapia, hiperlipidemia Abstract: The aim of this study was to evaluate the frequency of adverse and metabolic effects caused by glucocorticoids used as antipruritic therapy in dogs. Two groups were studied. Group 1 consisted of six dogs treated with 0.5 mg/kg prednisone every 24 hours for seven days, subsequently on alternate days for one week, and then twice a week until 30 days of treatment were completed. Group 2 consisted of six dogs treated with 0.2 mg/kg deflazacort every 72 hours for 30 days. Clinical and laboratory changes were already evident 15 days after treatment onset in both groups. However, deflazacort promoted more metabolic alterations compared to prednisone with respect to hyperlipidemia, hyperglycemia, and high levels of ALT and ALP. These values improved after the interval between prednisone administrations was increased, which reinforces the importance of protocols with spaced dosage in chronic therapies. Keywords: pruritus, glucocorticoids, therapy, hyperlipidemia Resumen: El objetivo del presente estudio fue analizar la frecuencia de los efectos secundarios y metabólicos provocados por los glucocorticoides en la terapia antipruriginosa en perros. Fueron estudiados dos grupos: el grupo 1, formado por seis perros tratados con prednisona a una dosis de 0,5 mg/kg cada 24 horas durante 7 días; posteriormente, a días alternados durante una semana; y después dos veces por semana hasta completar 30 días de tratamiento; el grupo 2 estuvo compuesto por seis perros tratados con deflazacorte a una dosis de 0,2 mg/kg cada 72 horas durante 30 días. Las alteraciones clínicas y laboratoriales ya eran evidentes a los 15 días en ambos grupos. No obstante, el deflazacorte provocó más alteraciones metabólicas que la prednisona, provocando hiperlipidemia, hiperglucemia y aumento de ALT y FA. Después de aumentar el intervalo entre las dosis de prednisona, las alteraciones mejoraron, lo que destaca la importancia de utilizar protocolos con dosis espaciadas durante los tratamientos de mucha duración. Palabras clave: prurito, glucocorticoides, tratamiento, hiperlipidemia
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Introdução Os glicocorticoides (GCs) são assim chamados devido à sua influência sobre o metabolismo de glicose. O mecanismo de ação dos glicocorticoides (GCs) ocorre por meio da interação com a superfamília de receptores nucleares 1. Esses agentes são capazes de atravessar a membrana celular graças à sua solubilidade e se ligam às proteínas receptoras localizadas no interior do núcleo, modificando dessa forma a sua expressão gênica. Esses receptores são encontrados em todos os tecidos, e por esse motivo as alterações clínicas observadas em pacientes submetidos cronicamente a elevadas concentrações de cortisol sanguíneo são bastante diversificadas, causando prejuízos à saúde do animal 2,3. Alterações na estrutura dos GCs sintéticos garantiram o desenvolvimento de compostos com grande atividade glicocorticoide, que, por sua vez, se correlaciona com sua atividade anti-inflamatória e com a baixa atividade mineralocorticoide, reduzindo o efeito de retenção de sódio, hipertensão e hipocalemia 4. Dessa forma, essa classe de drogas é amplamente utilizada em medicina veterinária como anti-inflamatório, antialérgico, antipruriginoso e imunossupressor, dependendo da dose empregada. Dentre
os glicocorticoides mais prescritos, destacam-se os de ação intermediária, como a prednisona e a prednisolona, principalmente nas terapias crônicas 5. Cães submetidos a terapia crônica com prednisona podem apresentar diversas alterações clínicas e laboratoriais típicas do hipercortisolismo, tais como poliúria, polidipsia, polifagia, obesidade abdominal, hiperlipidemia, hiperglicemia, elevação das enzimas hepáticas, trombocitose, diminuição da densidade urinária e infecção urinária 6. Tais efeitos adversos são mais evidentes em protocolos com doses imunossupressoras (2 a 4 mg/kg a cada 12 horas), mas também podem ocorrer em protocolos com doses anti-inflamatórias (0,5 a 1 mg/kg a cada 24 horas) ou mesmo em pulsoterapia (0,5 mg/kg a cada 72 horas), se administrados cronicamente. No entanto, a manifestação de efeitos colaterais e o momento em que eles surgem podem variar bastante entre os indivíduos, sendo na maioria das vezes imprevisíveis os efeitos adversos com protocolos em baixas ou altas doses de corticoides. Há relatos na literatura de ocorrência de diabetes melito transitória, pancreatite e hepatite em cães submetidos em curto intervalo de tempo ao corticoide exógeno 7.
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Clínica Intoxicação por sementes de pitombeira (Talisia esculenta) em um cão – relato de caso Intoxication by pitomba (Talisia esculenta) seeds in a dog – case report Intoxicación con semillas de pitombeira (Talisia esculenta) en un perro – reporte de caso Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, p. 78-84, 2016
Thaygo Marçal da Mota MV, aluno de mestrado UFRPE thaygosport@gmail.com
Aldrin Ederson Vila Nova Silva MV, aluno de doutorado UFRPE aldrin.ederson@univasf.edu.br
Edson Vilela de Melo Filho MV, dr., autônomo edson.vilela@yahoo.com.br
Jackson de Oliveira Siqueira MV, aluno de mestrado UFRPE jackson.osiqueira@hotmail.com
Danyelle Rayssa Cintra Ferreira MV, residente UFMG danycintraf@gmail.com
Henio Monteiro Groschke MV, autônomo heniomonteiro@gmail.com
Richelle da Silva Braz MV, aluna de mestrado UFRPE richellebraz@hotmail.com
Marcelo Wenstein Teixeira MV, dr., prof. UFRPE
Resumo: Uma cadela sem raça definida, de cinco anos de idade, deu entrada para atendimento apresentando sintomatologia neurológica aguda caracterizada por ataxia, rigidez muscular de membros torácicos, marcante depressão, letargia, fraqueza, incoordenação, midríase e diminuição bilateral de reflexo pupilar. A paciente foi internada, sendo observada uma evolução do quadro para tetraparesia com sialorreia e prostração após 12 horas. Houve dois episódios de vômito 24 horas após o internamento, evidenciando-se grande quantidade de sementes de Talisia esculenta inteiras e trituradas. A literatura cita casos de intoxicação por ingestão de folhas e frutos da T. esculenta em bovinos e ovinos com sintomatologia semelhante. O objetivo do presente relato é registrar o referido caso, uma vez que não foram encontradas referências abordando tal tema em animais de companhia na literatura consultada. Unitermos: lectina, talisina, doença tóxica, pitomba Abstract: A five-year-old mongrel bitch was admitted for acute care presenting neurological symptoms such as ataxia, muscular stiffness on forelimbs, pronounced depression, lethargy, weakness, incoordination, mydriasis and bilaterally decreased pupillary reflex. Twelve hours post-admittance, the patient developed tetraparesis, salivation and prostration; 24 hours post-admittance, the patient vomited both crushed and intact seeds of Talisia esculenta. Literature reports cases of sheep and cattle poisoning with similar symptoms by ingestion of fruits and leaves of T. esculenta. The aim of this article is to report this case, since no such records in companion animals are available. Keywords: lectin, talisin, toxic disease, pitomba Resumen: Una perra mestiza de cinco años fue atendida presentando sintomatología neurológica aguda caracterizada por ataxia, rigidez muscular en miembros anteriores, marcada depresión, letargia, debilidad, incoordinación, midriasis y disminución bilateral del reflejo pupilar. La paciente fue internada y se pudo observar una evolución del cuadro a una tetraparesia con sialorrea y postración después de 12 horas. Veinticuatro horas después de internada, la paciente vomitó, momento en el cual se hizo evidente la presencia de una gran cantidad de semillas enteras y trituradas de Talisia esculenta. La literatura cita casos de intoxicación por ingesta de hojas y frutos de T. esculenta en bovinos y ovinos, que presentan una sintomatología similar. El objetivo del presente relato es registrar el caso referido, ya que no se encontraron trabajos en la literatura consultada, relacionados con este tema en animales de compañía. Palabras clave: lectina, talisina, enfermedad toxica, pitomba
marcvet21@gmail.com
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de células mononucleares e neutrófilos em camundongos 15. São citados em literatura relatos de intoxicação de ovinos e bovinos que consumiram, natural e experimentalmente, folhas e frutos da Talisia esculenta. Os animais afetados apresentaram sinais clínicos de constipação, Thaygo Marçal da Mota
Introdução Existem centenas de plantas potencialmente tóxicas para seres humanos e animais. A maioria delas não é palatável, e dessa forma são consumidas apenas em situação de estresse ou por ingestão acidental 1. Cães e gatos podem ter acesso a várias dessas plantas em seu ambiente doméstico, podendo mastigar e deglutir folhas, caules, flores e, ocasionalmente, sementes. A ingestão pode desencadear quadro variável de intoxicação, sendo os cães mais propensos que os gatos, por sua habitual curiosidade 2. Uma dessas plantas potencialmente tóxicas é a Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk, conhecida popularmente como pitomba ou pitombeira (Figura 1), pertencente à família das sapindáceas. É encontrada em regiões tropicais de clima temperado em todo o mundo, e foi descrita como causa de intoxicação em animais 3. A árvore é originária do Brasil, sendo encontrada em quase todo o território nacional, desde o Amazonas até o Rio de Janeiro, além de Bolívia e Paraguai 4. Na Região Nordeste, tem grande aceitação popular, onde é encontrada em quintais ou em concentrações arbóreas em determinadas propriedades 5. O composto tóxico das sementes e folhas da Talisia esculenta ainda é desconhecido 6, no entanto, a lectina da Talisia esculenta (TEL) ou talisina foi identificada em sementes de pitomba 7. As lectinas são proteínas ou glicoproteínas que apresentam a característica de reconhecer e se ligar, reversivelmente, a carboidratos na superfície da célula, geralmente causando aglutinação celular 8. Primariamente, observou-se apenas o efeito tóxico das lectinas, principalmente as de origem vegetal 9; no entanto, vários estudos foram desenvolvidos abordando as diversas aplicações benéficas dessas proteínas. Dentre elas consta a sua utilização como ferramenta no auxílio de diagnóstico de doenças, em tipagem sanguínea, inibidores de desenvolvimento de microrganismos e identificação de suas cepas 9,10. Vários estudos demonstraram que a TEL tem propriedades de hemaglutinação de eritrócitos no homem e em animais, e inibe o crescimento de alguns fungos 7,10. A TEL demonstrou também atividade inseticida, como mecanismo de defesa natural da planta contra pragas 11-14, bem como a indução de resposta inflamatória com recrutamento
Figura 1 – Seta preta indicando a árvore Talisia esculenta (pitombeira). A) Frutos maduros, B) Frutos na árvore
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Dermatologia Dermatofibrose nodular em cão – caso clínico Nodular dermatofibrosis in a dog – case report Dermatofibrosis nodular en perro – caso clínico Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 125, p. 86-93, 2016 Raquel Pavão Ruiz MV, aluna do PPGDPA Universidade Anhembi Morumbi mv.raquel@yahoo.com.br
José Guilherme Xavier MV, dr., prof. titular Universidade Metodista de São Paulo Xavier2126@gmail.com
Silvia Regina Kleeb MV, dra., profa. titular Universidade Metodista de São Paulo Silvia.kleeb@gmail.com
Nathalie Fontana Nagase Médica veterinária Hospital Veterinário Metodista nathalie.nagase@metodista.com.br
Emerson Flávio Freitas Mota MV, mestre HISTOPET emerson.mota@histopet.com.br
Monique Evelyn Martins Médica veterinária Hospital Veterinário Metodista moni1211@uol.com.br
Milton Kolber MV, dr., prof. adjunto Universidade Metodista de São Paulo milton.kolber@metodista.br
Aline Finco Perinelli MV, mestre Hospital Veterinário Metodista aline_vet_perinelli@yahoo.com.br
Paulo Sérgio Salzo MV, prof. assistente Universidade Metodista de São Paulo paulosalzo@hotmail.com
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Resumo: A dermatofibrose nodular é uma síndrome em que o aparecimento de nódulos dérmicos fibróticos é associado a uma doença cística renal concomitante e progressiva, que se apresenta em cães de meia-idade a idosos da raça pastor alemão. Supõe-se que para essa síndrome haja base genética. Os principais sinais clínicos são dermatológicos, e incluem pápulas e nódulos nos membros (carpo, tarso, metacarpo e metatarso), dígitos, região cefálica, perilabial e, mais raramente, tronco. Os nódulos são firmes e hiperpigmentados, podendo ser cutâneos ou subcutâneos. Sinais sistêmicos também são observados e relacionados. Há insuficiência renal secundária devido à presença de cistos renais unilaterais ou bilaterais, cistadenoma ou cistadenocarcinoma renal, além de leiomiomas uterinos concomitantes. O diagnóstico é obtido por histopatológico das lesões cutâneas e massa renal. Não existe tratamento efetivo para essa síndrome. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de dermatofibrose nodular em um cão macho da raça pastor alemão. Unitermos: nódulos cutâneos, cistos renais, pastor alemão Abstract: Nodular dermatofibrosis is a syndrome that affects middle-aged to old German shepherds, in which the appearance of dermal fibrotic nodules is associated with a concomitant and progressive kidney cystic disease. The cause is putatively genetic and the main clinical signs are of dermatological character, including papules and nodules on the limbs (carpus, tarsus, metacarpus and metatarsus), digits, cephalic region, and the trunk, albeit less frequently. The nodules are firm and hyperpigmented and can be cutaneous or subcutaneous. Systemic signs are also observed and related. There can be kidney insufficiency secondary to unilateral or bilateral kidney epithelial cysts, kidney cystadenoma or cystadenocarcinoma, as well as concomitant uterine leiomyomas. Diagnosis is obtained by histopathology of skin lesions and of the kidney mass. There is no effective treatment for this syndrome. The aim of this study is to report a case of nodular dermatofibrosis in a male German shepherd. Keywords: cutaneous nodules, kidney cysts, German shepherd Resumen: La dermatofibrosis nodular es un síndrome en el cual se asocian la presencia de nódulos dérmicos fibróticos a una enfermedad renal cística y progresiva, que suele presentarse en perros Ovejeros alemanes de edad media a viejos. Se cree que existe una base genética para este síndrome. Los principales signos clínicos son dermatológicos, como pápulas y nódulos en los miembros (carpo, tarso, metacarpo y metatarso), dígitos, región cefálica, región perilabial y, raramente, en tronco. Los nódulos son firmes e hiperpigmentados, y pueden ser cutáneos o subcutáneos. También pueden observarse alteraciones sistémicas relacionadas con esta enfermedad. La insuficiencia renal es secundaria a la presencia de quistes renales (uni o bilaterales), y neoplasias como adenomas y adenocarcinomas de riñón, además de leiomiomas uterinos. El diagnóstico se consigue a través de la histopatología de las lesiones cutáneas y de la masa renal. No existe un tratamiento efectivo contra este síndrome. El objetivo de este trabajo es relatar un caso de dermatofibrosis nodular en un perro Ovejero alemán. Palabras clave: nódulos cutáneos, quistes renales, ovejero alemán
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Introdução A dermatofibrose nodular é uma síndrome que cursa com nódulos cutâneos e cistos renais benignos ou malignos em um ou em ambos os rins 1-4. O primeiro relato de caso foi descrito na Suíça, seguido de relatos da Europa e na Austrália, em cães da raça pastor alemão e em um golden retriever 4. Estudos baseados na genética da raça pastor alemão têm comprovado a presença de um gene autossômico dominante no desenvolvimento da doença 1,4,5. A dermatofibrose nodular é observada principalmente em cães adultos e não tem predileção de sexo 2,4. Os nódulos cutâneos podem ser observados meses ou anos antes do diagnóstico da lesão renal 2. Em um estudo genético de cães pastores alemães identificou-se uma região do cromossomo 5 como um fator responsável para que se desenvolva a dermatofibrose nodular. Uma segunda teoria é que a secreção de fatores de crescimento (TGFβ e TGFα) pelos tumores renais pode promover a síntese de colágeno e, consequentemente, desenvolver uma síndrome paraneoplásica 1,2. Em geral, os primeiros sinais clínicos são dermatológicos, caracterizados por nódulos múltiplos e firmes na derme, de preferência nas extremidades dos membros; comumente são nódulos ulcerados, resultando na claudicação dos animais acometidos. A região cefálica também pode ser acometida 2. Sinais sistêmicos também são observados como os associados com insuficiência renal secundária ao surgimento de cistos epiteliais renais unilaterais ou bilaterais, cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma renal; leiomiomas uterinos concomitantes podem estar presentes 2,3-8. O mecanismo que associa o desenvolvimento de dermatofibrose nodular com as alterações císticas renais é pouco claro 2. O diagnóstico é baseado nos sinais dermatológicos e sistêmicos principalmente quando se trata de um cão da raça pastor alemão 3,4. A aparência histológica da dermatofibrose pode ser similar ao hamartoma de colágeno, ao fibroma ou à cicatriz nodular, por isso precisa de histórico clínico para poder ser relacionado com a doença renal. O fibroma e o hamartoma de colágeno são lesões geralmente solitárias. O hamartoma de colágeno afeta primeiramente a derme superficial e provoca uma lesão expan-
siva que desloca os anexos cutâneos para a periferia. O fibroma é mais celular e tem um padrão de feixes de colágeno hipertróficos e hialinizados, enquanto os feixes de colágenos na dematofibrose nodular têm seu número aumentado, mas são morfologicamente normais 9. O hemograma, o perfil bioquímico, a urinálise e os exames por imagem abdominal (radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada, nefrografia de contraste) são indicados para investigar doença renal ou uterina. A biópsia uterina (para identificar presença de leiomiomas uterinos) e a biópsia renal devem ser realizadas para confirmar o tipo de doença 8. A biópsia renal pode revelar proliferação hiperplásica multifocal do epitélio ou com grau de malignidade elevado, enquanto na biópsia uterina os feixes cruzados de células de músculo liso são consistentes com leiomioma 9. Infelizmente, não existe tratamento efetivo para essa síndrome. A eficácia da quimioterapia não está comprovada no carcinoma renal. Pode-se realizar a excisão cirúrgica de nódulos cutâneos, a nefrectomia unilateral de rins císticos benignos ou mais gravemente afetados pelo tumor ou a histerectomia para tumores uterinos em fêmeas. Se a neoplasia renal for unilateral e o paciente não apresentar metástase em outros órgãos, a nefrectomia do rim acometido é realizada e o paciente deve ser monitorado. Porém, se a neoplasia renal for bilateral, a nefrectomia unilateral é raramente curativa e, portanto, a esperança de vida não parece depender do diagnóstico precoce. No entanto, com vista a minimizar as possíveis complicações e a compressão de outros órgãos, a nefrectomia unilateral do rim mais aumentado e não funcional deve ser uma opção. A urografia excretora pode ser usada para decidir se uma nefrectomia deve ser realizada; e a concentração da creatinina sérica pode indicar a diminuição da filtração glomerular, pois quando há fluxo sanguíneo renal diminuído devido à presença de cistos, há aumento da creatinina 10-13. Quando os nódulos cutâneos afetam a locomoção, o animal deve ser avaliado em suas condições para uma possível intervenção cirúrgica ou crioterápica, que podem aliviar temporariamente a sintomatologia 11. Dada a probabilidade de a hereditariedade ser comprovada, esses cães não devem ser destinados a reprodução 8.
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Neurociência e proteção animal
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que há em comum entre o Estatuto da Criança e recente que considerou inconstitucional a prática da do Adolescente e as leis que regem a proteção vaquejada: “Embora ainda não se reconheça a titularidaanimal? Em uma comparação básica podemos de de direitos jurídicos aos animais, como seres sencienfazer analogias e perceber semelhanças por se tratarem de tes, têm eles pelo menos o direito moral de não serem legislações que protegem seres vulneráveis, incapazes de submetidos à crueldade” (STF, ADI 4.983, Rel. Ministro falar por si e que precisam de adultos que por eles se res- Marco Aurélio Mello). Ainda assim, muito há que ser ponsabilizem. E o que há de neurociência em tudo isso? visto não apenas na adequação das leis, mas também na Há neurociência a partir do momento em que tentamos garantia de sua aplicação, um problema visto em todas as esferas do Direito no Brasil. compreender o interior de outros seres, humaNa tentativa de discernimento do nos ou não, para julgar o que, no caso que forma o self de humanos ou deles, pode ser considerado como não humanos, acabamos cheviolência e o que se configura gando aos níveis básicos de como respeito. consciência e sentimenPodemos ouvir da criantos, conseguindo algum ça e do adolescente palabalizamento por meio vras e expressões que das neurociências: nos lembram que já temos uma janela estivemos nesses de acesso. No estágios em algum entanto, o segundo momento de nossas aspecto comum vidas. Há que se não é nada positiconcordar que as vo: os diplomas lembranças são antinão têm consideragas e vagas, e, do os insights e mesmo com toda a inferências advindos empatia possível, são da neurociência para apenas imagens revisitabasear suas regulações, das. No caso dos animais, como visto recentemente porém, não temos nem no caso da redução da maiomesmo esse recurso da memóridade penal. O cérebro ria, temos apenas a empatia. humano está plenamente A proteção animal hoje, no desenvolvido em suas faculBrasil, encontra-se expressa dades de discernimento, plabasicamente no Artigo 225 da Hoje, a neurociência permite que cães sejam nejamento e compreensão de Constituição Federal e na Lei de comparados a crianças de até 3 anos consequências por volta dos Crimes Ambientais – Lei 25 anos de idade. Antes desse 9.605/98, que contêm avanços se comparadas às legislações de outros países, mas ainda marco, o cérebro opera no modo dos ensinamentos guardam certa visão antropocêntrica da época em que morais, punições e reforços, contra os quais se rebela por estarem os jovens em pleno momento de desafiar limites foram criadas. Alguns juristas já buscam em suas decie criar experiências e regras próprias. Diminuir a maiorisões respeitar o conhecimento da senciência animal, a dade penal apenas reforça o sistema de punição, não consexemplo do juiz Leandro Katscharowski Aguiar, titular trói cidadania, não educa, não trabalha a base da moral da da 7ª Vara Cível da comarca de Joinville, que declinou civilidade, da ética ou da empatia. competência em favor de uma das Varas da Família em Na questão do direito dos animais, a analogia é inevium caso de disputa pela guarda de uma cadela no curso de processo de divórcio, “sob o entendimento de que os anitável, ainda que em pior situação: apesar de reconhecidamais de estimação já estão por merecer tratamento jurídimente sencientes, são apenas objetos materiais dos delitos co distinto daquele conferido a um simples objeto”. e crimes, não são protegidos por si – são protegidos como Também cabe mencionar o voto do Ministro do Supremo bens ou reserva para os interesses dos humanos, não são Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, em decisão protegidos por empatia. Nossa legislação insiste em regular 94
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MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL
Nossos antepassados não tiveram acesso ao nível e quantidade de informação que temos hoje. Desenvolvemo-nos a partir de emoções límbicas básicas. Para sermos capazes de sobreviver tivemos que nos juntar e suportar a vida em grupo, portanto foi desenvolvido um sistema de recompensa límbica para o “fator companhia”. Do mesmo modo, os animais vivem em grupos ou bandos. A ocitocina nos permitia a paixão e o cuidado pelas crias, evoluindo posteriormente para o conceito de família. Mas o resultado final é o mesmo de outras espécies animais: cuidar de seus filhotes até que os mesmos tenham capacidade de sobreviver e se alimentar sozinhos. A amígdala cerebral nos alertava para situações potencialmente perigosas, causando aversão – seja o sentimento de pavor de uma mulher traficada como objeto sexual, privada do domínio sobre seu corpo, seja o pavor de uma ave que termina em cativeiro, privada de suas necessidades etológicas. Em que ponto de nossos diplomas consideramos as emoções dos animais, se as emoções humanas são percebidas apenas timidamente? Em que ponto nossos diplomas reconhecem a semelhança entre o desenvolvimento infantil e animal? Por meio da neurociência podemos comparar o desenvolvimento cognitivo dos animais domésticos ao de crianças em diversas faixas etárias. Os cães, por exemplo, podem ser comparados a crianças de até cerca de 3 anos de idade. Muito mais que proteger o meio ambiente, como um conceito apenas concreto, nosso sistema jurídico precisa se lembrar que foi criado para proteger os que são passíveis de abuso. Precisa se lembrar dos preceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, que desde a Revolução Francesa inspiram as Constituições dos países democráticos a olhar para o seu semelhante. Se não é aceitável que um ser humano sofra, sendo ele sujeito de direito, qualquer ser capaz de sentir sofrimento merece gozar dos mesmos direitos de proteção e cuidado. As leis e os diplomas evoluíram com o pensamento e a filosofia. As ciências biológicas evoluíram a partir do empirismo e hoje alcançam o status de evidências. Já é tempo de trazer ao Direito as evidências biológicas que podem nortear o entendimento filosófico. Correntes filosóficas distintas sempre existirão, concorrerão e podem ou não se harmonizar. No entanto, evidências científicas comprovadas são imparciais. Com o tempo talvez consigamos conhecer o nome e o modo exato dos sentimentos dos animais, como ocorre quando as crianças aprendem a se expressar. Por hora, basta saber que sentem algo, assim como crianças que nunca crescerão, cujo mundo observamos por uma janela, com suficiente clareza para compreender o que lhes causa prazer ou sofrimento, e poder, para lhes garantir o respeito devido. 96
Referências sugeridas 01-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.ht m>. Acessado em: 30/06/2016. 02- PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Brasília, 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acessado em: 30/06/2016. 03-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 8.069, de 13 de julho 1990. Brasília, 1988. Disponível em de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acessado em: 30/06/2016. 04-UNESCO. Declaração universal dos direitos dos animais. Bruxelas: Unesco, 1978. Disponível em <http://portal.cfmv.gov.br/portal/uploads/direitos.pdf>. Acessado em: 30/06/2016. 05-ONU. Declaração dos direitos da criança - 1959. Comissão de Direitos Humanos da USP. Disponível em <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Crian%C3%A7a/declaracao-dos-direitosda-crianca.html>. Acessado em: 30/06/2016. 06-CRIVELLA, M. Projeto de lei do senado nº 631, de 2015. Atividade Legislativa. 2015. Disponìvel em <http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/123276>. Acessado em: 30/06/2016. 07-PODER JUDICIÁRIO DE SANTA CATARINA. Juiz entende que cão não é objeto e remete disputa por animal para Vara de Família. Florianópolis: PJSC, 2016. Disponível em <http://portal.tjsc.jus.br/web/sala-de-imprensa/-/juiz-entende-que-cao-nao-eobjeto-e-remete-disputa-por-animal-para-vara-de-familia>. Acessado em: 30/06/2016. 08-SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A Revolução Francesa de 1789 e seus efeitos no Brasil. 2009. Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteu do=110843>. Acessado em: 30/06/2016. 09-TOLEDO, M. I. V. A tutela jurídica dos animais no Brasil e no direito comparado. Revista Brasileira de Direito Animal, ano 7, v. 11, p. 197-223, 2012. 10-KURATOMI, V. A. Os animais como sujeitos de direito no ordenamento jurídico brasileiro. 2011. 75 f. Monografia (Bacharelado em Direito) – Faculdade de Ciências Jurídicas & Ciências Sociais, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2011. 11-SALOMÃO, A. N. D. Apostilas e anotações de aula no curso “Medicina Legal”. Disciplina: Noções de Direito. 2016.
Ingrid Bueno Atayde Médica Veterinária, MSc, PhD. Especializanda em Medicina Veterinária Legal. Membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV.
Sérvio Túlio Jacinto Reis Perito Criminal Federal - Departamento de Polícia Federal; Pós-Graduado em Medicina Veterinária Legal; Mestre em Perícias Criminais Ambientais; Presidente da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal - ABMVL servio.reis@gmail.com
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PET FOOD
Cães pequenos com cálculos urinários: apenas uma questão de tamanho de croquete?
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s urolitíases pH mais alto e maior ou cálculos supersaturação uriurinários são nária, o que pode um tipo específico contribuir para a alta de doença do trato prevalência de cálurinário inferior, caculos de oxalato de racterizada pela precálcio nesta raça 7. sença de cristais Cães pequenos (cristalúria) ou de também apresentam concreções macrosalto risco de desencópicas (pedras) volver doença peassociadas a maniriodontal, pois têm festações clínicas do maior volume dentrato urinário infetal em comparação rior, como disúria, com os cães de polaciúria e hematúmaior porte, o que ria 1. Na América do facilita a aderência Norte e na Europa de restos alimentaCães pequenos e suas particularidades Ocidental, as urolitíares aos dentes 8. O ses são responsáveis por 15-20% das consultas relaciona- depósito de cálculo dental pode ser limitado por meio de das ao trato urinário inferior em gatos e cães 2. O desenvol- duas estratégias relacionadas ao alimento: a abrasão mecâvimento de cálculos urinários está relacionado a diversos nica do croquete ao dente (que promove a desorganização fatores de risco e pode ser causado por tipos diferentes de do biofilme bacteriano) e a inclusão de tripolifosfato de agregados minerais1. sódio na dieta (que quela o cálcio salivar, atrasando a calA urolitíase é, tipicamente, uma doença de animais adul- cificação da placa dental) 9. O apetite desses animais tamtos, e a idade média de diagnóstico em cães é entre 6 e 7 bém tende a ser mais caprichoso. Há influência de fatores anos. Cães apresentam predisposição racial para a formação comportamentais (por exemplo, o fornecimento de alimende alguns urólitos e são mais suscetíveis à formação de cál- to caseiro ao animal, tornando-o seletivo), mas também culos de estruvita secundários a infecção bacteriana do que componentes anatômicos que podem colaborar com a selegatos 1. Cadelas parecem ter maior risco de desenvolver cál- tividade de cães de pequeno porte. Quando comparamos o culos de estruvita, urato e fosfato de cálcio, enquanto pedras número de células olfatórias de acordo com o porte dos de oxalato, cistina e sílica são mais observadas em machos 1. cães, vemos que cães pequenos têm um número significaContudo, mais de 90% dos cálculos de gatos e cães são com- tivamente menor destas em seu organismo. Por exemplo, postos por estruvita (fosfato de amônio magnesiano hexa- dachshunds têm 125 milhões de células olfativas, enquanhidratado) ou oxalato de cálcio mono ou di-hidratado 3. to pastores-alemães têm 200 milhões. Além da variação Cães de raças pequenas tendem a desenvolver urolitíase por porte (pequeno versus grande), há também diferenças com maior frequência do que cães de raças grandes 4, 5. Essa na capacidade olfatória entre as raças (cães da raça shih maior predisposição pode ser explicada pelo menor volu- tzu, por exemplo, possuem cerca de 60 milhões de células me de urina produzido por esses cães e pela menor fre- olfatórias). Isso significa uma menor capacidade de sentir quência de micção, levando a um maior tempo de retenção odores, portanto cães pequenos podem apresentar maior urinária 6, 7. Em estudo conduzido no Canadá, 60% dos cál- exigência alimentar, com apetite altamente caprichoso, culos analisados eram de cães de raças puras pequenas, e necessitando de alimentos muito palatáveis. as cinco mais acometidas foram shih tzu, schnauzer miniaPor essas razões, produtos para cálculos urinários de tura, bichon frisé, lhasa apso e Yorkshire terrier 5. Outro estruvita ou oxalato de cálcio, especificamente formulados estudo verificou significativas diferenças na composição para a cães de pequeno porte, devem conter matérias-primas urinária de cães schnauzer miniatura e labradores, apesar com baixos teores de minerais e de compostos precursores de todos os animais serem alimentados com a mesma dieta. de cristais, controlar o pH urinário e aumentar o volume uriOs schnauzer miniatura produziram menor volume uriná- nário produzido, atuando assim na dissolução e/ou na dimirio, apresentaram maior concentração de cálcio urinário, nuição da recidiva da urolitíase de forma mais completa. 100
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Considerando também a influência da nutrição como coadjuvante no auxílio do manejo de outras particularidades desse porte (como os cálculos dentais e o apetite caprichoso), abordá-las de forma intencional na formulação do alimento trará benefícios adicionais aos cães pequenos acometidos por urolitíases. Rerefências sugeridas 01-CASE, L. P. ; DARISTOTLE, L. ; HAYEK, M. G. ; SAARSCH, M. F. Dietary management of urolithiasis in cats and dogs. In:___. Canine and feline nutrition – a resource for companion animal professionals. 3. ed. Missouri: Mosby Elsevier, 2011. p. 359-380. ISBN: 978-0323066198. 02-OSBORNE, C. A. ; LULICH, J. P. ; POLZIN, D. J. ; SANDERSON, S. L. ; KOEHLER, L. A. ; ULRICH, L. K. ; BIRD, K. A. ; SWANSON, L. L. ; PEDERSON, L. A. ; SUDO, S. Z. Analysis of 77,000 canine uroliths. Perspectives from the Minnesota Urolith Center. The Veterinary Clinics of North America. Small Animal Practice, v. 29, n. 1, p. 17-38, 1999. doi: http://dx.doi.org/10.1016/S01955616(99)50002-8. 03-BARTGES, J. ; KIRK, C. Nutritional management of lower urinary tract disease. In: FASCETTI, A. J. ; DELANEY, S. J. Applied veterinary clinical nutrition. 1. ed. West Sussex: Wiley-Blackwell, 2012. p. 269-287. ISBN: 978-0-8138-0657-0. 04-HOUSTON, D. M. ; MOORE, A. E. P. ; FAVRIN, M. G. ; HOFF, B.
Canine urolithiasis: a look at over 16,000 urolith submissions to the Canadian Veterinary Urolith Centre from february 1998 to april 2003. The Canadian Veterinary Journal, v. 45, n. 3, p. 225-230, 2004. 05-HOUSTON, D. M. ; MOORE, A. E. P. Canine and feline urolithiasis: examination of over 50,000 urolith submissions to the Canadian Veterinary Urolith Centre from 1998 to 2008. The Canadian Veterinary Journal, v. 50, n. 12, p. 1263-1268, 2009. 06-LING, G. V. ; FRANTI, C. E. ; RUBY, A. L. ; JOHNSON, D. L. Urolithiasis in dogs. II: breed prevalence, and interrelations of breed, sex, age, and mineral composition. American Journal of Veterinary Research, v. 59, n. 5, p. 630-642, 1998. 07-STEVENSON, A. E. ; MARKWELL, P. J. Comparison of urine composition of healthy Labrador retrievers and miniature schnauzers. American Journal of Veterinary Research, v. 62, n. 11, p. 1782-1786, 2001. doi: 10.2460/ajvr.2001.62.1782. 08-HARVEY, C. E. ; SHOFER, F. S. ; LASTER, L. Association of age and body weight with periodontal disease in North American dogs. Journal of Veterinary Dentistry, v. 11, n. 3, p. 94-105, 1994. 09-COX, E. R. ; LEPINE A. J. Use of polyphosphates in canine diets to control tartar. IADR CONFERENCE, 80., 2002, San Diego. Proceedings... San Diego: IADR, 2002.
M. V. Christiane S. Prosser Coordenadora de Comunicação Científica Royal Canin Brasil
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GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA
Usando o mundo digital
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inha vida sempre foi educar, sou professor. E esta é uma das poucas coisas que afeta minha modéstia, hoje: tenho orgulho disto. No final do século passado, o ensino começava a usar as ferramentas digitais e da web que hoje é praxe utilizar. Antes, elas não existiam para o público. Dar aula pela internet é novo e para alguns seres “analógicos”, nascidos no século passado, pode ser intrigante, e causar perplexidade e até resistência. Mas é inevitável. A cada dia é menor o número de reuniões presenciais realizadas. Elas não acabarão, mas serão usadas em momentos diferentes, simbólicos. Como a internet ainda engatinha na humanidade, a espécie humana atual aprende a melhor forma de utilizá-la, e padece de ansiedade na obtenção da informação. As decisões do que escolher tornaram-se difíceis, pois há muitas alternativas: que website consultar, de qual país, qual curso, qual professor, curso pago ou gratuito, estou sendo enganado, perderei tempo, e uma infinidade de dúvidas. Para vencer essa ansiedade, existem alternativas. Uma essencial é escolher exatamente o que se deseja “aprender”. Pois também nisto as possibilidades são inúmeras. Pense exatamente por que você quer aprender algo, e para quê, onde vai aplicar. Seria para intelectualizar-se mais, foro íntimo, sem necessariamente ter aplicação prática? Ou você precisa ter novos conhecimentos para usar no seu ofício? Gastar tempo com algo apenas porque é bacana, interessante, legal, pode ser improdutivo e caro, mas a decisão é sua. Agora você deve saber qual canal de conhecimentos adquirir, quem é a equipe responsável, quem é o professor
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principal. Você percebeu que muitos se lançaram no mundo digital, com ações maravilhosas de marketing, programas fantásticos, vídeos incríveis, show de luzes e de pessoas? Mas você já pensou no conteúdo dessas pessoas? Na experiência de vida delas? Na prática de ensinar, de entender sobre capacitação de adultos? Será que a bagagem de quem se lança neste mundo é suficiente para ensinar e mudar vidas? Uma maneira de saber isto é exatamente estudar a vida da pessoa, seu background, suas experiências no que se refere a auxiliar outras pessoas. Falar bem em público, ser carismático, jovial, simpático não significa transformar gente. Logo, as indicações de quem fez e teve resultados são essenciais. Infelizmente, existem preconceitos em relação a pessoas muito jovens ou muito velhas. Em relação ao jovem, porque paira sobre ele a sina de ser inexperiente, e em relação ao velho, pelo receio de que esteja desatualizado. Estudar o intelecto de ambos, com boas indicações, pode ajudar sua decisão de escolha do curso online. O mundo digital permite a qualquer um aventurar-se e produzir conteúdo. Muitas vezes, no entanto, trata-se apenas de propaganda bem produzida, capaz de captar clientes desavisados, mas que se arrependerão mais tarde. Tudo deve ser feito, claro, sem preconceitos, mas buscando informações palpáveis. Prof. dr. Marco Antonio Gioso gioso@usp.br
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo – FMVZ/USP http://www.usp.br/locfmvz
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GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA
Tempos de economia
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os últimos dois anos, pelo menos, tenho visto muitos artigos dando dicas de como economizar em tempos de crise: nas compras, academia, carro, viagens, aluguel, casa própria etc. Mas ultimamente, o que me chamou a atenção foi o aumento dos artigos sobre a economia que pode ser feita com os pets! Algumas dicas de economia para o segmento pet supreenderam-me. Veja a seguir os destaques: • Alimentação: “compre sacos maiores de ração, pois o valor, proporcionalmente, sairá mais barato. Troque a ração usual de seu cão ou gato por uma mais barata”. Alguns dão dicas para que as pessoas passem a dar comida feita em casa para seus pets – não fiz as contas, mas considerando o tempo que é gasto para fazer a comida e a dificuldade em fazer uma refeição balanceada, difícil ver economia; • Consultas veterinárias: “consultas preventivas saem bem mais barato do que as de emergência. Leve regularmente seu animal para consultas e nunca se esqueça da vacinação”. Este conselho em particular coincide com tudo o que nós, médicos veterinários, desejamos; • Banho e tosa: para animais de pelo curto, principalmente, os artigos orientam a diminuição dos banhos de uma vez por semana para duas vezes por mês. E acrescentam: “se a pessoa tiver a possibilidade de dar banho em casa, melhor”; • Passeios e creche: a orientação é que as pessoas reservem um tempo para passear com seus pets diariamente – à noite, quando chegam do trabalho e aos finais de semana – para economizar com petwalkers; • Petiscos e brinquedos: orientam para cortar petiscos e fazer brinquedos em casa ao invés de comprar.
Você deve estar se perguntando: “E o que eu tenho a ver com isso?” E a minha resposta é: “Absolutamente tudo!” Essas mudanças de consumo influenciarão diretamente seu negócio e sua relação com seus clientes, e algumas decisões dos proprietários podem ter um impacto importante na saúde e bem-estar de seus pacientes. Por isso, meu conselho é que você fique sempre atento às tendências do mercado e aproveite as oportunidades que poderão surgir, por exemplo: • Alimentação: oriente sempre seus clientes quanto à importância da boa alimentação dos pets. Explique quais as consequências de longo e médio prazo quando se troca a ração de um animal para uma mais barata e muitas vezes de menor qualidade. Se você tiver pet shop e isso for possível, faça promoções de ração de qualidade – acredito que você só venda em seu pet shop produtos nos quais você confia, por isso parto da premissa que não há ração de baixa qualidade em sua loja. Alerte sempre os proprietários da 104
complexidade de fazer e oferecer ração caseira para os pets. Comprar ração caseira pronta não é uma opção neste caso, pois elas não são nada baratas e são muito perecíveis; • Consultas veterinárias: Prevenir é bem melhor do que remediar, por isso, proponha aos seus clientes pacotes de consultas preventivas e vacinação. Faça as contas. Você não ganhará muito por consulta, porém ganhará sempre, pois terá presença constante de seus clientes em sua clínica. Reforce com seus clientes este conceito, pois além de proporcionar mais saúde a seus pacientes, você aumentará o faturamento da clínica; • Banho e tosa: Se você oferece esses serviços em sua clínica, lembre-se que pacotes promocionais e programas de fidelidade são sempre muito bem-vindos aos olhos e bolso dos clientes. Informe os donos que os animais não podem ser lavados com qualquer tipo de produto e, para algumas raças, é preciso secar muito bem o pelo. Explique que não é um procedimento tão simples assim e que o banho do pet inclui corte de unhas, limpeza de ouvidos etc. e por isso pode valer mais a pena para o seu cliente manter os banhos com preços promocionais. Vocês dois saem ganhando. • Passeios e creches: Se sua clínica tem serviço de creche, pense em oferecer pacotes aos seus clientes. Tente agregar benefícios para aqueles clientes que frequentam a creche – banho ou leva-e-traz gratuitos podem animar os proprietários a manter seus pets na creche. O importante é que estes serviços, como o banho, sejam realizados nos horários do dia mais ociosos dentro da clínica, assim você também conseguirá otimizar sua equipe. • Petiscos e brinquedos: Até acho válido reduzir os petiscos dos pets, afinal muitos dos animais que conheço estão acima do peso porque os donos adoram agradar e dar guloseimas a seus pets. Agora, com relação aos brinquedos, é importante explicar aos proprietários que é possível fazer brinquedos para cães e gatos em casa, mas deve-se tomar muito cuidado com o tipo de material usado para confeccioná-los. Vale lembrar que há materiais que podem ser tóxicos para os bichinhos ou que eles podem engolir, e o resultado da brincadeira seria uma cirurgia de remoção de corpo estranho no animal. Aí, então, o barato sai caro! Além de veterinário, entenda que você é um empresário em um país que está passando por uma crise econômica. Prestar atenção às tendências e mudanças de comportamento do consumidor pode ser um fator fundamental para se manter e prosperar no mercado. Boa sorte! Renato Brescia Miracca renato.miracca@pontualsoftware.com
Médico veterinário, bacharel em direito, MBA Pontual Software Solutions www.pontual.pt
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LANÇAMENTOS
ALIMENTOS PARA DIFERENTES SENSIBILIDADES DOS FELINOS
A
linha Feline Care Nutrition da Royal Canin® está com embalagens mais modernas, inovadoras e com visual mais sofisticado. O material que acondiciona os 4 alimentos é construído com três camadas: a primeira em PET (poliester), a segunda em PET MET (poliester metalizado) e a terceira em PE (polietileno). Além da proteção oferecida pela embalagem, os produtos são embalados sob uma atmosfera controlada, retirando todo o oxigênio e injetando nitrogênio. Essa tecnologia assegura a perfeita preservação das propriedades nutricionais dos alimentos, com um prazo de validade estendido de 18 meses. As embalagens trazem as impressões em verniz Matt, garantindo efeito chumbo platinado ao material, técnica que permite controlar o grau de fosco que se deseja. O grande benefício desta inovação é que a embalagem com
efeito fosco tende a ficar menos marcada no ponto de venda, o que é natural devido ao manuseio durante o processo de distribuição.
Feline Care Nutrition é uma linha específica de cuidados nutricionais para as diferentes sensibilidades dos felinos
ANÁLOGO SINTÉTICO DO ODOR MATERNO CANINO
Fórmula patenteada, não medicamentosa, é uma réplica sintética do odor materno canino, que traz a sensação de segurança e proteção para os cães
Socialização de filhotes, adoção, adaptação em um novo ambiente, barulho alto, fogos de artifício, transporte, viagens e visitas ao veterinário são alguns desafios na vida dos cães, e, consequentemente, para muitos donos, que não sabem lidar com a situação. Para auxiliar no bem-estar e conforto dos cães diante de situações desafiadoras do dia-a-dia, a Ceva Saúde Animal, unidade de Paulínia - SP, traz ao Brasil um grande sucesso mundial vendido nos Estados Unidos e Europa, o ADAPTIL™, um análogo sintético do odor materno canino, que auxilia na adaptação dos cães em momentos adversos do dia a dia, trazendo a sensação de segurança e proteção no ambiente. “Durante a amamentação, as cadelas produzem um odor específico que transmite conforto aos filhotes. Com tecnologia patenteada, criamos o ADAPTIL™, considerado 106
a réplica desse odor”, explica a médica veterinária e gerente de produtos da Unidade Pet da Ceva, Priscila Brabec. Comercializado em três versões: Kit Inicial: ADAPTIL™ Difusor elétrico + Refil, ADAPTIL™ Refil de 48 ml e ADAPTIL™ Spray de 60 ml, a fórmula não possui contraindicações, e é espécie-específica, ou seja, somente os cães conseguem detectar no ambiente. “Vale ressaltar que a fórmula não é sedativa, não tem efeito em pessoas e em outras espécies de animais que convivem no mesmo ambiente”, esclarece a gerente. ADAPTIL™ Difusor deve permanecer constantemente ligado na tomada do cômodo onde o cão passa a maior parte do tempo. A área de cobertura é de 50 a 70 m2. Para ajudar nos períodos de fogos de artifício, o ideal é iniciar o uso sete dias antes do evento e continuar por mais três dias após os fogos de artifício. Para ajudar a controlar mudanças de comportamento em outras situações desafiantes, como em adoção, mudança de casa, novos membros na família, hospedagem em local desconhecido, deve-se plugar o ADAPTIL™ no mínimo 24 horas antes de o cão ter de enfrentar a nova situação. ADAPTIL™ SPRAY é indicado principalmente para transporte e viagens. Deve ser borrifado na caixa de transporte e no carro, pelo menos 15 minutos antes de colocar o cão. O ADAPTIL™ não é indicado para casos de hiperatividade ou agressividade entre cães ou com pessoas. O comportamento canino é muito complexo, por isso, recomendamos sempre a orientação do médico veterinário ou de profissional habilitado”, finaliza Priscila.
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LANÇAMENTOS
VACINA DIFERENCIADA PARA A PREVENÇÃO DA LEUCEMIA FELINA
A
leucemia felina é um problema extremamente grave, causador de linfomas, anemias e imunodeficiências, e responsável por mais de 30% das mortes de gatos com câncer – é, portanto, uma doença relativamente frequente no mundo destes animais. Ela enfraquece o sistema imunológico dos gatos que, sem proteção, acabam ficando vulneráveis a outros problemas que podem ser fatais. Causada por um retrovírus conhecido como FeLV (sigla em inglês para Feline Leukemia Virus), a leucemia viral felina tem uma incidência importante entre os gatos brasileiros, o que torna sua prevenção algo essencial. Para proteger os gatos da leucemia felina, a MSD apresenta uma solução que vai auxiliar na rotina clínica dos médicos veterinários. Nobivac® Feline 1-HCPCh+FeLV é uma vacina contra a FeLV com dois anos de duração de imunidade após a segunda vacinação. Além da fração FeLV, ela também imuniza os animais contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose. “Nobivac® Feline 1-HCPCh+FeLV chega para complementar o portfólio de vacinas para felinos da MSD Saúde Animal, que já contava com Nobivac® Feline 1-HCPCh e Nobivac® Raiva, esta última indicada também para a imunização de cães e ferrets”, destaca Daniela Baccarin, Gerente de Produto da linha de vacinas Nobivac® da MSD Saúde Animal. A nova vacina é a escolha ideal para os gatos que vivem em ambientes externos ou que eventualmente têm acesso à rua e contato com outros animais, e é indicada
A segunda vacinação com Nobivac® Feline 1-HCPCh+FeLV promove imunidade contra FeLV com duração de dois anos
para a vacinação de gatos saudáveis a partir de 9 semanas de vida ou mais. A vacinação com Nobivac® Feline 1HCPCh+FeLV pode ser realizada a cada dois anos, sempre intercalada com a vacina Nobivac® Feline 1-HCPCh, que confere proteção por um ano. Apesar dos sinais clínicos, o diagnóstico da leucemia felina somente pode ser feito por meio de exames laboratoriais. O papel do médico veterinário é fundamental, não somente na análise, mas na orientação dos proprietários com relação à prevenção das doenças e a importância de manter os animais vacinados.
ALIMENTO PARA CÃES SENSÍVEIS
A
Total Alimentos adicionou mais um produto ao seu portfólio de alimentos super premium para cães: Equilíbrio Sensitive Fish, que é elaborado com proteína de peixe para proporcionar alta digestibilidade e tem níveis balanceados de ômegas 3 e 6 para contribuir para a nutrição da pele e a beleza da pelagem. O produto é lançamento da nova geração da Equilíbrio Cães, que já contava com um alimento para cães sensíveis, mas elaborado com cordeiro (Equilíbrio Sensitive). 108
Sobre EQUILÍBRIO CÃES EQUILÍBRIO é uma linha de alimentos super premium desenvolvida com matérias-primas nobres e com ingredientes de alta qualidade. É elaborada para suprir as necessidades dos cães de acordo com idade (filhote, adulto e sênior) e porte (miniatura, pequeno, médio ou grande). Possui ótimo balanço de vitaminas, minerais, fibras e ingredientes funcionais, como: probióticos e prebióticos, para manutenção da saúde do intestino; ômegas 3 e 6, que ajudam na nutrição da pele e na beleza da pelagem; e hexametafosfato de sódio, agente que, associado ao atrito da mastigação, ajuda a prevenir a formação do tártaro, mantendo a saúde bucal. Além das opções para cães sensíveis (Equilíbrio Sensitive Fish e Equilíbrio Sensitive), há a opção de alimento livre de glúten e de ingredientes transgênicos na formulação: Equilíbrio Grain Free.
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NOVO ALIMENTO PARA GATOS, LIVRE DE CORANTES, CONSERVANTES E AROMATIZANTES ARTIFICIAIS
U
m mercado que está em grande ascensão é o de de qualidade, na medida certa, por meio dos cereais intealimentos livres de corantes e conservantes artifi- grais e da novidade: extrato de frutas e vegetais incorporaciais para os animais de estimação. Pensando dos às partículas. nisso, a linha Premium Especial da Total Alimentos, Confira as opções do lançamento, que abrange todas as Naturalis, lançou um novo produto: Naturalis Gatos. fases nutricionais dos felinos: Gatos Filhotes Peixe & Antes, o produto existia apenas para cães, mas agora Frango; Gatos Adultos Frango & Vegetais; Gatos Adultos também estará disponível para os felinos. Com fórmula Salmão & Frutas; Gatos Castrados Frango & Peru. 100% natural, o lançamento é extremamente palatável e de alta performance, pois leva em sua composição ingredientes nobres de alta digestibilidade e utiliza fontes de proteínas selecionadas de salmão, frango e peru. O produto é livre de corantes, conservantes e aromatizantes artificiais. Além disso, fornece fibras Naturalis Gatos tem opções para todas as fases nutricionais dos felinos
ANTIPARASITÁRIO ORAL Ação contra carrapatos, pulgas e sarnas
E
xtremamente seguro, Simparic (sarolaner) é o único antiparasitário do mercado que pode ser usado em cães a partir de 1,3 kg de peso e oito semanas de idade. Outro diferencial está relacionado à comodidade da administração: o comprimido é mastigável e palatável, sendo facilmente aceito pelos animais. Segundo o fabricante, nos testes realizados, 94% dos cães consumiram o produto voluntariamente em menos de um minuto.
Simparic (sarolaner) tem ação contra pulgas, carrapatos e sarnas (demodécica, otodécida e sarcóptica). Destaca-se também sua aplicação na estratégia para o controle da dermatite alérgica à picada de ectoparasitas (DAPE). Na literatura científica é possível encontrar vários artigos publicados na Veterinary Parasitology (http://goo.gl/r2BgWe) e na Parasites & Vectors (http://goo.gl/GplQfR) que comparam a ação do Simparic (sarolaner) com outras moléculas, frente a diferentes vetores.
Simparic (sarolaner) oferece apresentações contendo um e três comprimidos por embalagem. Foi desenvolvido para cães de todos os portes e possui seis diferentes apresentações para cães de 1,3 kg até 60 kg, para que o cão receba sempre a dose ideal, sem exageros
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ACUPUNTURA Maio de 2017 Botucatu - SP III Simpósio Internacional de Acupuntura Veterinária secretaria@bioethicus.com.br
ANESTESIOLOGIA 13 a 15 de novembro Curitiba - PR XII Congresso Brasileiro de Anestesiologia Veterinária http://congressocbav.com.br 2 a 4 de dezembro Viçosa - MG Curso de anestesia locorregional em pequenos animais (31) 3899-8300
ANIMAIS SELVAGENS 16 de novembro Rio de Janeiro - RJ Workshop medicina de aves (21) 98856-0396 / 2581-9175 18 a 20 de novembro Viçosa - MG Curso de animais silvestres e não-convencionais na clínica de pequenos animais http://cptcursospresenciais.com.br (31) 3899-8300
BEM-ESTAR ANIMAL 3 e 4 de dezembro Areia - PB I Encontro de Medicina Veterinária do Coletivo da Paraíba http://www.fb.com/IEMEVEC
CARDIOLOGIA 12 e 13 de novembro São Paulo - SP Simpósio internacional sobre síndrome cardiorrenal - SBCV http://www.sbcv.org.br 14 de novembro São Paulo - SP Simpósio Pan-Americano de arritmias cardíacas - SBCV http://www.sbcv.org.br
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21 a 25 de novembro Jaboticabal - SP 16º Curso teórico-prático de eletrocardiografia em cães e gatos http://www.funep.org.br
CIRURGIA 19 e 20 de novembro Belo Horizonte - MG (Uni-BH) Cirurgias de cabeça e pescoço (31) 3297-2282 | 99627-2002 21 a 23 de novembro Viçosa - MG Curso de cirurgias em pequenos animais http://cptcursospresenciais.com.br 8 a 10 de dezembro Viçosa - MG Curso de cirurgias de urgência em pequenos animais http://cptcursospresenciais.com.br (31) 3899-8300 21 a 23 de abril de 2017 Jaboticabal - SP IV Curso e II Simpósio Internacional de Cirurgia Reconstrutiva em Cães e Gatos http://www.funep.org.br
CLÍNICA 24 de novembro Belo Horizonte - MG Hemoparasitas em cães e gatos Jornada do Conhecimento 2016 http://www.tecsa.com.br 26 e 27 de novembro Belo Horizonte - MG (Tecsa) Atualização em doenças infecciosas (babesiose, cinomose, erlichiose, Fiv, FelV, leishmaniose e parvovirose) (31) 3297-2282 (31) 99627-2002 2 a 4 de dezembro Viçosa - MG Curso de realização e interpretação dos exames laboratoriais: hematologia e bioquímica clínica (31) 3899-8300
COMPORTAMENTO 12 a 15 de novembro Jaboticabal - SP XXXIV Encontro Anual de Etologia – Voltando às origens e desenhando o futuro http://www.eae2016.com 3 e 4 de dezembro São Paulo - SP Curso básico de comunicação com os animais http://entreespecies.com.br/ (11) 96860-1797 25 a 26 de março de 2017 Bragança Paulista - SP II Seminário Em Busca do Day Care Ideal http://dogsolution.com.br/seminario2.pdf (31) 99726-7461
ENSINO 22 e 23 de novembro São Paulo - SP V Seminário Nacional de Residência em Medicina Veterinária. Residência integrada ao SUS e acreditação dos programas http://cfmv.gov.br
GESTÃO 20 de novembro Belém - PA Meeting de gestão hospitalar veterinária – Desafios da gestão de clínicas e hospitais veterinários (91) 3252-2708 23 de novembro São Paulo - SP Dando feedback para a equipe http://www.cursogestaoemarketing.com.br
IMAGENOLOGIA 24 a 25 de novembro Florianópolis - SC VI SINDIV - Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário http://abrv.org.br
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17 a 19 de dezembro Viçosa - MG Curso de ultrassonografia em pequenos animais (31) 3899-8300 23 e 24 de janeiro de 2017 Rio de Janeiro - RJ Curso internacional avançado de tomografia computadorizada abdominal http://goo.gl/JTesBL
INTENSIVISMO 6 a 8 de dezembro Viçosa - MG Curso de emergências e pronto atendimento em pequenos animais (31) 3899-8300
MEDICINA ALTERNATIVA 26 e 27 de novembro São Paulo - SP 2º Simpósio de Medicina Veterinária Holística – dermatologia http://www.spmv.org.br 11 de março de 2017 (início) São Paulo - SP I Curso de Formação em Homeopatia Veterinária da SPMV (1º sábado de cada mês - 10 meses) http://www.spmv.org.br
MEDICINA FELINA 31 de março a 1º de abril de 2017 Rio de Janeiro - RJ Cat In Rio http://www.catinrio.com.br
NUTRIÇÃO 24 de novembro a 2 de dezembro Jaboticabal - SP VIII Curso teórico-prático de nutrição de cães e gatos: uma visão industrial http://goo.gl/TbMcAs 12 e 13 de dezembro Viçosa - MG Curso: como montar um fábrica de ração em seu município (31) 3899-8300
NUTRIÇÃO
ORTOPEDIA
PATOLOGIA
16 a 18 de dezembro Viçosa - MG Curso de boas práticas de fabricação de ração – BPF implementação e gestão (31) 3899-8300
23 a 25 de novembro Viçosa - MG Curso de cirurgias ortopédicas em pequenos animais http://cptcursospresenciais.com.br (31) 3899-8300
10 de fevereiro de 2017 (inscrição) Botucatu - SP II Curso Prático de Citopatologia Veterinária http://www.bioethicus.com.br
ODONTOLOGIA
26 a 28 de novembro Viçosa - MG Curso de cirurgias ortopédicas em pequenos animais (módulo avançado) (31) 3899-8300
14 a 16 de dezembro Viçosa - MG Curso de inseminação artificial e exame andrológico e congelamento de sêmen de cães (31) 3899-8300
15 a 17 de janeiro de 2017 Viçosa - MG Curso de odontologia em pequenos animais (31) 3899-8300 17 a 19 de janeiro de 2017 Viçosa - MG Curso de periodontia em pequenos animais (31) 3899-8300
ONCOLOGIA 11 a 13 de novembro Ribeirão Preto - SP I Simpósio de oncologia de pequenos animais http://www.bioethicus.com.br/simposio-oncologia/
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2 e 3 de dezembro São Paulo - SP Módulo hastes e placas bloqueadas - CIPO http://www.cipo.vet.br (11) 3819-0594 20 e 21 de janeiro de 2017 São Paulo- SP Curso de TTA e TPLO (c/ Rodrigo Luis Morais da Silva) http://www.cipo.vet.br (11) 3819-0594
REPRODUÇÃO
SAÚDE PÚBLICA 11 a 13 de novembro Belém - PA Doenças infectocontagiosas Anclivepa/PA (Mitika Hagiwara) http://www.crmvpa.org.br/eventos.php 3 e 4 de dezembro Areia - PB I Encontro de Medicina Veterinária do Coletivo da Paraíba http://www.fb.com/IEMEVEC
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SEMANAS ACADÊMICAS 8 a 13 de abril de 2017 São Paulo - SP XXVII SACAVEV Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da FMVZ/USP http://sacavet.com.br
FEIRAS & CONGRESSOS 13 a 15 de novembro Curitiba - PR XII Congresso Brasileiro de Anestesiologia Veterinária http://congressocbav.com.br 24 a 25 de novembro Florianópolis - SC VI Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário http://sindiv.com.br 24 a 27 de novembro Águas de Lindóia - SP XII Congresso de Cirurgia http://cbcav.iweventos.com.br
AGENDAInternacional 23 a 25 de novembro Santiago - Chile Congreso Veterinario de Santiago - CVDS 2016 http://migre.me/ubmSO 3 a 7 de dezembro New Orleans, Louisiana, EUA 2016 ACVP (American College of Veterinary Pathologists) and ASVCP (American Society for Veterinary Clinical Pathology) Concurrent Annual Meeting http://goo.gl/WXKavV 4 a 10 de dezembro Uvita - Costa Rica Veterinary workshops: cruciates in Costa Rica 2016 - Helping veterinarians excel in the art of surgery http://goo.gl/XBcMfi 7 a 11 de dezembro Buenos Aires - Argentina 44th IVU World Vegfest / 10 ° Vegfest Latinoamericano 12 ° Vegfest Argentino UVA http://www.fb.com/VegFestOK
2017 4 a 8 de fevereiro Orlando, Florida - EUA NAVC 2017 (North American Veterinary Conference) http://navc.com 10 a 12 de março Berlim - Alemanha 5th International Berlin Bat Meeting: Are bats special? http://www.batlab.de/5th-ibbm 11 a 18 de março Snowbird, Utah - EUA VOS 2017 Conference – Veterinary Orthopedic Society http://www.vosdvm.org
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17 a 19 de março Punta del Este - Uruguai LAVECCS 2017 http://laveccs2017.com 4 a 7 de abril Lima - Peru Latin American Veterinary Conference (LAVC) http://tlavc-peru.org
7 a 10 de agosto Aarhus, Dinamarca ISAE 2017: undestanding animal behaviour http://isae2017.com 27 a 31 de agosto Incheon - Korea 33th World Veterinary Congress http://www.worldvet.org
6 a 9 de abril Lahaina, Hawaii - EUA VECCS 2017 Spring Symposium http://www.veccs.org
Setembro (data a confirmar) León - México Congreso Veterinario de León http://cvdl.com.mx
11 de abril Washington - EUA Veterinary Vaccine Conference 2017 https://go.evvnt.com/59912-0
4 a 8 de septembro Kuala Lumpur, Malásia WAAVP 2017 (International Conference of the World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology) http://www.waavp2017kl.org
19 a 21 de abril Haia - Holanda European Veterinary Conference Voorjaarsdagen http://www.voorjaarsdagen.eu 26 a 29 de abril Lake Buena Vista, Florida - EUA North American Veterinary Dermatology Forum http://www.navdf.org
7 a 9 de setembro Lausanne - Suíça ESVD-ECVD Annual Congress (European Society of Veterinary Dermatology - European College of Veterinary Dermatology) http://esvd-ecvdcongress.com
16 a 20 de maio Toledo - Espanha 6th WorldLeish -World Congress on Leishmaniasis http://www.worldleish2017.org
13 a 17 de setembro Nashville, Tennessee - EUA IVECCS 2017 – International Emergency & Critical Care Symposium http://www.veccs.org
28 de junho a 2 de julho Brighton - Inglaterra ISFM World Feline Congress 2017 (International Society of Feline Medicine) http://icatcare.org/isfm-congress
25 a 28 de setembro Copenhaguen - Dinamarca World Small Animal Veterinary Association Congress and FECAVA Eurocongress http://wsava2017.com
30 de julho a 4 de agosto Estoril - Portugal Behaviour 2017 35th International Ethological Conference http://icatcare.org/isfm-congress
28 de setembro a 1 de outubro Berlim - Alemanha 11th International conference on behaviour, physiology and genetics of wildlife http://goo.gl/QqXW9Y
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2 a 4 de outubro Vancouver, Canada 8th Animal Health & Veterinary Medicine Congress http://animalhealth.conferenceseries.com 26 a 28 de outubro Portland, Oregon - EUA Veterinary Cancer Society Conference http://www.vetcancersociety.org 9 a 11 de novembro Barcelona - Espanha SEVC 2017 (Southern European Veterinary Conference) Congreso Nacional AVEPA (Asociación de Veterinarios Españoles Especialistas en Pequeños Animales) http://sevc.info 23 a 25 de novembro Montevideo - Uruguai XIV Congresso Iberoamericano FIAVAC (Federação Iberoamericana de Associações Veterinárias de Animais de Companhia) XI Congresso Nacional SUVEPA (Sociedad Uruguaya de Veterinarios Especialistas en Pequeños Animales) http://www.suvepa.org.uy http://fb.com/SuvepaFiavac2017 2018 Singapura - Malásia WSAVA 2018 http://www.wsava.org Rio de Janeiro - Brasil XV Congresso Iberoamericano FIAVAC http://fiavac.org 2020 Japão World Veterinary Cancer Congress - WVCC 2020 http://www.vetcancersociety.org