artigos científicos
34
Saúde pública
Parasitos com potencial zoonótico nas fezes de cães, em locais públicos, na cidade de Barueri, SP, Brasil
34
Parasites with zoonotic potential in dog feces found in public places in the city of Barueri, SP, Brazil Parásitos potencialmente zoonóticos en materia fecal de perros de la ciudad de Barueri, São Paulo, Brasil
44
Oncologia
Colangiocarcinoma em uma cadela jovem – relato de caso
44
Cholangiocarcinoma in a young bitch – case report Colangiocarcinoma en una perra joven – reporte de caso
54
Ortopedia
Tratamento conservativo para hiperextensão tibiotársica bilateral em cão – relato de dois casos Conservative treatment for bilateral tibiotarsal joint hyperextension in dogs – a report of two cases Tratamiento conservador de hiperextensión tibiotársica bilateral en perro – relato de dos casos
Diagnóstico por imagem
62
Cistos renais em macaco-prego (Sapajus libidinosus) – relato de caso Kidney cysts in a capuchin monkey (Sapajus libidinosus) – case report Quistes renales en mono capuchino (Sapajus libidinosus) – reporte de un caso
54
70
Clínica
62
Anemia hemolítica imunomediada em cadela da raça teckel – relato de caso Autoimmune hemolytic anemia in a dachshund bitch – a case report Anemia hemolítica autoinmune en una perra Teckel – reporte de un caso
Ortopedia
80
70
Fisioterapia da articulação escapuloumeral em cães com osteocondrite dissecante – revisão da literatura Physiotherapy of the scapulohumeral joint in dogs with osteochondritis dissecans – literature review Fisioterapia de la articulación escapulo humeral en perros con osteocondritis disecante – revisión bibliográfica
4
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
80
14
Notícias
14
• CBA 2017 em Olinda, PE
18
Especialidades • • • • • • •
Obtendo o título de dermatologista veterinário Brasileish parcitipa do World Leish 6 Excelência na prática e no ensino da ultrassonografia Nefrologia e urologia em evidência Neurologia veterinária no Brasil e na América Latina Aprimoramento em ortopedia e terapia intensiva Pesquisa em nutrição de pequenos animais
24
Bem-estar animal • CFMV lança campanha sobre bem-estar animal
18
26
Interação homem-animal • Cães torcedores ganham espaço no Mineirão
28
Saúde pública
28
• Cães como sentinela da Saúde Única
100
• I Workshop de Polícia de Proteção Animal
26
Agência i7/Mineirão
Medicina veterinária legal
102
Pet food
102
• Aspectos nutricionais da alimentação úmida de cães pequenos
103
Mercado pet
100
• Resultados de 2016 do mercado pet
Gestão, marketing & estratégia 104 • Publicidade na medicina veterinária
106
Lançamentos • Novidades do mercado veterinário e pet
Vet Agenda
108
• www.vetagenda.com.br
6
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
106
CURSOS EM
MEDICINA VETERINÁRIA CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO X CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
FISIATRIA, FISIOTERAPIA E REABILITAÇÃO VETERINÁRIA Curso em novo formato! 21 módulos, 100 horas de prática! Início: Maio de 2017 Abordagem a pequenos animais e equinos Presença de palestrante internacional
CURSO EXTENSIVO XI CURSO DE EXTENSÃO EM
FITOTERAPIA CHINESA VETERINÁRIA
XII CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA VETERINÁRIA
Início: Julho de 2017 Término: Junho de 2018 60 horas de duração
500 horas, 24 módulos Início: Agosto de 2017 Aulas teóricas e práticas Abordagem a pequenos e grandes animais Presença de palestrante internacional
VI CURSO DE DIETOTERAPIA CHINESA PARA PEQUENOS ANIMAIS
– Food Therapy Dias 14, 15 e 16 de Julho de 2017 Curso ministrado na Bélgica, Espanha e Austrália · Princípios básicos da alimentação caseira · Princípios básicos da dietoterapia segundo a Medicina Tradicional Chinesa · Dietoterapia para tratamento das principais desordens de cães e gatos Palestrantes: Profas. Carolina Haddad e Celina Okamoto Okubo “Que seu alimento seja o seu remédio” Hipócrates Rua Vicente Giacobino, 45 Jardim Santa Mônica Botucatu - SP - 18605-545 www.bioethicus.com.br secretaria@bioethicus.com.br (14) 3814 6898 ou (14) 3813 3898
+ 55 14 9 8208 0302 Instituto Bioethicus @bioethicus
A
quantidade de médicos veterinários que integram a Associação de Veterinários Abolicionistas da Tauromaquia (Avatma), e que se mobilizam contra os maus-tratos aos animais enobrece nossa profissão. No dia 13 de maio de 2017, em Madri, na Espanha, fizeram uma grande manifestação contra as touradas. Touradas, vaquejadas, rodeios, farras-do-boi, todas essas manifestações já foram tecnicamente identificadas como causadoras de maus-tratos aos animais. Atualmente, no Brasil, tramita na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição nº 304-A, de 2017, do Senado Federal, que "acrescenta § 7° ao art. 225 da Constituição Federal para determinar que práticas desportivas que utilizem animais não são consideradas cruéis, nas condições que especifica – http://goo.gl/KhrF1d . Porém, no final de 2016 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), declarou oficialmente por meio de ofício ao presidente do Senado Federal que, em prmeiro lugar, "A declaração do título de patrimônio cultural é atribuição exclusiva deste instituto (Iphan)"; "O Iphan apoia e valoriza todas as formas e as manifestações culturais presentes nas
comunidades brasileiras, mas não reconhece como constitucional o projeto de lei nº 1.767/2015 que eleva o rodeio, a vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial do Brasil”. Temos também a nota pública da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal (ABMVL) quanto à inconstitucionalidade da vaquejada – http://goo.gl/RAB16q . O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) também manifestou seu posicionamento contrário à vaquejada – http://goo.gl/JHD4ce . Enquanto os parlamentares decidirem sobre seus salários e mantiverem todas as suas regalias, teremos a chance de ver a perpetuação da vaquejada e de outras práticas cruéis, pois todo o conteúdo técnico, científico, jurídico, ético e humanitário será colocado de lado, fazendo-se valer apenas os interesses econômicos de certos grupos. A sociedade que busca um futuro sem violência para seus filhos não terá sucesso apoiando barbáries. Reflita. Faça sua escolha pela vida. “Seja a mudança que você quer ver no mundo” (Mahatma Gandhi).
avatma
avatma
http://avatma.org
Manifestação em Madrid, Espanha, contra touradas - 13 de maio de 2017
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto CRMV-MG 10.684
8
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
EXPEDIENTE
Consultores científicos EDITORES / PUBLISHERS Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br
Adriano B. Carregaro
Ana Claudia Balda
Benedicto W. De Martin
FZEA/USP-Pirassununga
FMU, Hovet Pompéia
FMVZ/USP; IVI
CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br
Álan Gomes Pöppl
Ananda Müller Pereira
Berenice A. Rodrigues
FV/UFRGS
Universidad Austral de Chile
Médica veterinária autônoma
Alberto Omar Fiordelisi
Ana P. F. L. Bracarense
Camila I. Vannucchi
FCV/UBA
DCV/CCA/UEL
FMVZ/USP-São Paulo
CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br
Alceu Gaspar Raiser
André Luis Selmi
Carla Batista Lorigados
DCPA/CCR/UFSM
Anhembi/Morumbi e Unifran
FMU
PUBLICIDADE / ADVERTISING
Alejandro Paludi
Angela Bacic de A. e Silva
Carla Holms
midia@editoraguara.com.br
FCV/UBA
FMU
Anclivepa-SP
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING
Alessandra M. Vargas
Antonio M. Guimarães
Carlos Alexandre Pessoa
Endocrinovet
DMV/UFLA
www.animalexotico.com.br
Alexandre Krause
Aparecido A. Camacho
Carlos E. Ambrosio
Editora Guará Ltda.
FMV/UFSM
FCAV/Unesp-Jaboticabal
FZEA/USP-Pirassununga
CAPA / COVER:
Alexandre G. T. Daniel
A. Nancy B. Mariana
Carlos E. S. Goulart
Universidade Metodista
FMVZ/USP-São Paulo
EMATER-DF
Alexandre L. Andrade
Arlei Marcili
Carlos Roberto Daleck
CMV/Unesp-Aracatuba
FMVZ/USP-São Paulo
FCAV/Unesp-Jaboticabal
Alexander W. Biondo
Aulus C. Carciofi
Carlos Mucha
UFPR, UI/EUA
FCAV/Unesp-Jaboticabal
IVAC-Argentina
Aline Machado Zoppa
Aury Nunes de Moraes
Cassio R. A. Ferrigno
FMU/Cruzeiro do Sul
UESC
FMVZ/USP-São Paulo
Aline Souza
Ayne Murata Hayashi
Ceres Faraco
UFF
FMVZ/USP-São Paulo
FACCAT/RS
Aloysio M. F. Cerqueira
Beatriz Martiarena
César A. D. Pereira
UFF
FCV/UBA
UAM, UNG, UNISA
Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br
http://fb.com/ClinicaVet
http://twitter.com/ClinicaVet
Web
Pet Vet TV
http://revistaclinicaveterinaria.com.br
http://youtube.com/PetVetTV
Google Play
Apple Store
http://goo.gl/nEyv4Y
http://goo.gl/LiOuit
Cão senior fotografado no outono em um parque por Annette Shaff (Shutterstock) Clínica Veterinária é uma revista técnicocientífica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.
10
http://www.vetagenda.com.br
Contato Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, Brasil Central de assinaturas: 0800 887.1668 | Whats App: (11) 98250-0016 Telefone/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845 cvassinaturas@editoraguara.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Christina Joselevitch
Franz Naoki Yoshitoshi
Juliana Werner
Mary Marcondes
Ricardo G. D’O. C. Vilani
FMVZ/USP-São Paulo
Provet
Lab. Werner e Werner
CMV/Unesp-Araçatuba
UFPR
Cibele F. Carvalho
Gabriela Pidal
Julio C. C. Veado
Masao Iwasaki
Ricardo S. Vasconcellos
UNICSUL
FCV/UBA
FMVZ/UFMG
FMVZ/USP-São Paulo
CAV/UDESC
Clair Motos de Oliveira
Gabrielle Coelho Freitas
Julio Cesar de Freitas
Mauro J. Lahm Cardoso
Rita de Cassia Garcia
UFFS-Realeza
UEL
FALM/UENP
FMV/UFPR
Geovanni D. Cassali
Karin Werther
Mauro Lantzman
Rita de Cassia Meneses
ICB/UFMG
FCAV/Unesp-Jaboticabal
Psicologia PUC-SP
IV/UFRRJ
Geraldo M. da Costa
Leonardo Pinto Brandão
Michele A.F.A. Venturini
Rita Leal Paixão
DMV/UFLA
Ceva Saúde Animal
ODONTOVET
FMV/UFF
Gerson Barreto Mourão
Leucio Alves
Michiko Sakate
Robson F. Giglio
ESALQ/USP
FMV/UFRPE
FMVZ/Unesp-Botucatu
Hosp. Cães e Gatos; Unicsul
Hannelore Fuchs
Luciana Torres
Miriam Siliane Batista
Rodrigo Gonzalez
Instituto PetSmile
FMVZ/USP-São Paulo
FMV/UEL
FMV/Anhembi-Morumbi
Hector Daniel Herrera
Lucy M. R. de Muniz
Moacir S. de Lacerda
Rodrigo Mannarino
FCV/UBA
FMVZ/Unesp-Botucatu
UNIUBE
FMVZ/Unesp-Botucatu
Hector Mario Gomez
Luiz Carlos Vulcano
Monica Vicky Bahr Arias
Rodrigo Teixeira
EMV/FERN/UAB
FMVZ/Unesp-Botucatu
FMV/UEL
Zoo de Sorocaba
Hélio Autran de Moraes
Luiz Henrique Machado
Nadia Almosny
Ronaldo C. da Costa
Dep. Clin. Sci./Oregon S. U.
FMVZ/Unesp-Botucatu
FMV/UFF
CVM/Ohio State University
Hélio Langoni
Marcello Otake Sato
Nayro X. Alencar
Ronaldo G. Morato
FMVZ/UNESP-Botucatu
FM/UFTO
FMV/UFF
CENAP/ICMBio
Heloisa J. M. de Souza
Marcelo A.B.V. Guimarães Nei Moreira
Rosângela de O. Alves
FMV/UFRRJ
FMVZ/USP-São Paulo
CMV/UFPR
EV/UFG
Herbert Lima Corrêa
Marcelo Bahia Labruna
Nelida Gomez
Rute C. A. de Souza
ODONTOVET
FMVZ/USP-São Paulo
FCV/UBA
UFRPE/UAG
Iara Levino dos Santos
Marcelo de C. Pereira
Nilson R. Benites
Ruthnéa A. L. Muzzi
Koala H. A. e Inst. Dog Bakery
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
DMV/UFLA
Iaskara Saldanha
Marcelo Faustino
Nobuko Kasai
Sady Alexis C. Valdes
Lab. Badiglian
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
Unipam-Patos de Minas
Idael C. A. Santa Rosa
Marcelo S. Gomes
Noeme Sousa Rocha
Sheila Canavese Rahal
UFLA
Zoo SBC,SP
FMV/Unesp-Botucatu
FMVZ/Unesp-Botucatu
Ismar Moraes
Marcia Kahvegian
Norma V. Labarthe
Silvia E. Crusco
FMV/UFF
FMVZ/USP-São Paulo
FMV/UFFe FioCruz
UNIP/SP
Jairo Barreras
Márcia Marques Jericó
Patricia C. B. B. Braga
Silvia Neri Godoy
FioCruz
UAM e UNISA
FMVZ/USP-Leste
ICMBio/Cenap
James N. B. M. Andrade Marcia M. Kogika
Patrícia Mendes Pereira
Silvia R. G. Cortopassi
FMV/UTP
FMVZ/USP-São Paulo
DCV/CCA/UEL
FMVZ/USP-São Paulo
Jane Megid
Marcio B. Castro
Paulo Anselmo
Silvia R. R. Lucas
FMVZ/Unesp-Botucatu
UNB
Zoo de Campinas
FMVZ/USP-São Paulo
Janis R. M. Gonzalez
Marcio Brunetto
Paulo César Maiorka
Silvio A. Vasconcellos
FMV/UEL
FMVZ/USP-Pirassununga
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
Jean Carlos R. Silva
Marcio Dentello Lustoza
Paulo Iamaguti
Silvio Luis P. de Souza
UFRPE, IBMC-Triade
Biogénesis-Bagó Saúde Animal
FMVZ/Unesp-Botucatu
FMVZ/USP, UAM
João G. Padilha Filho
Márcio Garcia Ribeiro
Paulo S. Salzo
Simone Gonçalves
FCAV/Unesp-Jaboticabal
FMVZ/Unesp-Botucatu
UNIMES, UNIBAN
Hemovet/Unisa
João Luiz H. Faccini
Marco Antonio Gioso
Paulo Sérgio M. Barros
Stelio Pacca L. Luna
UFRRJ
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/USP-São Paulo
FMVZ/Unesp-Botucatu
João Pedro A. Neto
Marconi R. de Farias
Pedro Germano
Tiago A. de Oliveira
UAM
PUC-PR
FSP/USP
UEPB
Jonathan Ferreira
Maria Cecilia R. Luvizotto Pedro Luiz Camargo
Tilde R. Froes Paiva
Odontovet
CMV/Unesp-Aracatuba
FMV/UFPR
Jorge Guerrero
M. Cristina F. N. S. Hage Rafael Almeida Fighera
Valéria Ruoppolo
Universidade da Pennsylvania
FMV/UFV
FMV/UFSM
Int. Fund for Animal Welfare
José de Alvarenga
Maria Cristina Nobre
Rafael Costa Jorge
Vamilton Santarém
FMVZ/USP
FMV/UFF
Hovet Pompéia
Unoeste
Jose Fernando Ibañez
M. de Lourdes E. Faria
Regina H.R. Ramadinha
Vania M. de V. Machado
FALM/UENP
VCA/SEPAH
FMV/UFRRJ
FMVZ/Unesp-Botucatu
José Luiz Laus
Maria Isabel M. Martins
Renata A. Sermarini
Victor Castillo
FCAV/Unesp-Jaboticabal
DCV/CCA/UEL
ESALQ/USP
FCV/UBA
José Ricardo Pachaly
M. Jaqueline Mamprim
Renata Afonso Sobral
Vitor Marcio Ribeiro
UNIPAR
FMVZ/Unesp-Botucatu
Onco Cane Veterinária
PUC-MG
José Roberto Kfoury Jr.
Maria Lúcia Z. Dagli
Renata Navarro Cassu
Viviani de Marco
FMVZ/USP
FMVZ/USP-São Paulo
Unoeste-Pres. Prudente
UNISA e NAYA Especialidades
Juan Carlos Troiano
Marion B. de Koivisto
Renée Laufer Amorim
Wagner S. Ushikoshi
FCV/UBA
CMV/Unesp-Araçatuba
FMVZ/Unesp-Botucatu
FMV/UNISA e FMV/CREUPI
Juliana Brondani
Marta Brito
Ricardo Duarte
Zalmir S. Cubas
FMVZ/Unesp-Botucatu
FMVZ/USP-São Paulo
All Care Vet / FMU
Itaipu Binacional
FMVZ/USP-São Paulo
Clarissa Niciporciukas ANCLIVEPA-SP
Cleber Oliveira Soares EMBRAPA
Cristina Massoco Salles Gomes C. Empresarial
Daisy Pontes Netto FMV/UEL
Daniel C. de M. Müller UFSM/URNERGS
Daniel G. Ferro ODONTOVET
Daniel Macieira FMV/UFF
Denise T. Fantoni FMVZ/USP-São Paulo
Dominguita L. Graça FMV/UFSM
Edgar L. Sommer PROVET
Edison L. P. Farias UFPR
Eduardo A. Tudury DMV/UFRPE
Elba Lemos FioCruz-RJ
Eliana R. Matushima FMVZ/USP-São Paulo
Elisangela de Freitas FMVZ/Unesp-Botucatu
Estela Molina FCV/UBA
Fabian Minovich UJAM-Mendoza
Fabiano Montiani-Ferreira FMV/UFPR
Fabiano Séllos Costa DMV/UFRPE
Fabio Otero Ascol IB/UFF
Fabricio Lorenzini FAMi
Fernando C. Maiorino FEJAL/CESMAC/FCBS
Fernando de Biasi DCV/CCA/UEL
Fernando Ferreira FMVZ/USP-São Paulo
Filipe Dantas-Torres CPAM
Flávia R. R. Mazzo Provet
Flavia Toledo Univ. Estácio de Sá
Flavio Massone FMVZ/Unesp-Botucatu
Francisco E. S. Vilardo Criadouro Ilha dos Porcos
Francisco J. Teixeira N. FMVZ/Unesp-Botucatu
F. Marlon C. Feijo UFERSA
DCV/CCA/UEL
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
11
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
A
Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para a apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais. Devem incluir uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o assunto (no mínimo 30 referências) e conter uma discussão detalhada dos achados e conclusões do relato à luz dessa pesquisa. A pesquisa bibliográfica deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação.
Critérios editoriais Para a primeira avaliação, os autores devem enviar através do site da revista um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg - http://revistaclinicaveterinaria.com.br/blog/envio-de-artigos-cientificos/. As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser relacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. O primeiro autor deve necessariamente ter diploma de graduação em medicina veterinária. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências.
No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Não citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Sempre buscar pelas referências originais. O texto do autor original deve ser respeitado, utilizando-se exclusivamente os resultados e, principalmente, as conclusões dos trabalhos. Quando uma informação tiver sido localizada em diversas fontes, deve-se citar apenas o autor mais antigo como referência para essa informação, evitando a desproporção entre o conteúdo e o número de referências por frases. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds nem revisões de literatura (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabaho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem serlistados, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. Para todos os itens listados é necessario citar, nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado.
Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br
12
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
NOTÍCIAS
CBA 2017 em Olinda, PE
N
ASCOM - Anclivepa Brasil
o dia 3 de maio, com o Teatro Guararapes lotado, Alves da Conceição, de Niterói, RJ, que, além de clínico, teve início a cerimômia de abertura do 38º é tesoureiro da Anclivepa-RJ. Congresso Brasileiro da Anclivepa (Associação No discurso de abertura, o presidente da Anclivepa de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais), que con- Brasil, Marcello Rodrigues da Roza, relatou a conquista tou com a presença de Marcelo Weinstein Teixeira, presi- que representou a escolha do Rio de Janeiro para sediar o dente da Anclivepa-PE, Marcello Rodrigues da Roza, XV Congresso Internacional da Fiavac (Federación presidente do congresso e da Anclivepa Brasil, a reitora Iberoamericana de Asociaciones Veterinarias de da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Animales de Compañia), que será realizado juntamente Maria José de Sena, e Fabiano Séllos Costa, vice-presi- com o 39º Congresso Brasileiro da Anclivepa, em 2018, dente da Anclivepa-PE e diretor científico do congresso. entre os dias 6 e 8 de junho, no Centro de Convenções Durante a cerimônia foram entregues dois prêmios: o SulAmérica – Rio de Janeiro. “Gostaria de agradecer a Prêmio Frimer 2017 e o Prêmio Veterinário do Ano Vetnil todos os membros da diretoria da Anclivepa Brasil pelo Anclivepa Brasil 2016. trabalho realizado por cada um. Concorremos com Lisboa, O Prêmio Frimer homenageia, por meio de votação, e graças ao trabalho dessa diretoria, nós conseguimos traum médico veterinário do Estado em que se realiza o con- zer este evento para o Brasil. Um evento imperdível”, desgresso da Anclivepa. O homenageado deste ano foi o per- tacou Roza. nambucano João Emílio Finalizando a cerimônia houve a divertida apreO XV Congresso Internacional Cruz. sentação do humorista curitibano Diogo Portugal. da FIAVAC será no Brasil, em O Prêmio Veterinário Durante os três dias conjunto com o CBA 2018, no do Ano Vetnil Anclivepa do congresso apresentaRio de Janeiro. Uma grande Brasil 2016, dado pela ram-se 121 palestrantes notícia compartilhada por Vetnil, foi entregue ao simultâneamente em 14 Marcello Roza durante a cerimônia de abertura do CBA 2017 médico veterinário Diogo salas.
Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, PE 14
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Cristiano de Sá, diretor de Marketing e Novos Negócios da Vetnil entrega o prêmio a Diogo Alves da Conceição (RJ)
Diogo Alves da Conceição foi o grande vencedor da 5ª edição do Prêmio Veterinário do Ano Vetni Anclivepa Brasil 2016, uma das mais importantes premiações do segmento. Seu objetivo é homenagear os médicos veterinários atuantes na clínica de pequenos animais que mais se destacaram durante o ano, por meio da indicação de colegas da área. Diogo recebeu uma placa com a homenagem e um prêmio em dinheiro no valor de R$ 5.000,00. De Niterói (RJ), o vencedor formou-se em medicina vete-
rinária pela Universidade Federal Fluminense em 2002. A paixão pela profissão foi herdada de seu pai, Paulo Roberto da Conceição, também formado pela mesma universidade e um dos fundadores da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais no Rio de Janeiro. Além do Prêmio Veterinário do Ano Vetnil – Anclivepa Brasil, Diogo também recebeu, em 2016, a Medalha São Francisco de Assis, concedida pela Prefeitura Municipal de Niterói. Trata-se de uma das condecorações mais importantes de sua cidade, e ela lhe foi concedida devido aos relevantes serviços prestados à causa animal no município. “Estou muito lisonjeado por mais este reconhecimento. Sem dúvida, cuidar dos animais está no meu DNA e é um dos maiores prazeres que tenho na vida. Ganhar este prêmio, de uma empresa tão reconhecida no mercado nacional como a Vetnil, é de suma importância para a minha carreira. Só tenho a agradecer aos meus colegas de profissão que votaram em mim. Premiações como esta engrandecem ainda mais a medicina veterinária de nosso país. Ter o nome reconhecido pelos colegas do Brasil inteiro me faz crer que, quando se trabalha com amor, carinho, dedicação e principalmente com ética profissional, o reconhecimento vem”, declarou Conceição. Atualmente ele está à frente de duas clínicas veterinárias no Rio de Janeiro e se tornou membro do conselho efetivo da nova gestão do CRMV-RJ em setembro de 2016. Continua também atuando como gestor da tesouraria da Anclivepa-RJ e participando da organização dos eventos da entidade e do Congresso da FIAVAC, maior evento de animais de companhia das Américas, que, em 2018, será no Rio de Janeiro. A votação do Prêmio Veterinário do Ano Vetnil aconteceu entre outubro de 2016 e março de 2017. É importante ressaltar que todos os profissionais que disputaram o prêmio foram indicados pelos próprios companheiros de profissão ou associações de classe.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
15
NOTÍCIAS
Milteforan® sendo divulgado com destaque! Parabéns à Virbac e a todos os pesquisadores que se dedicaram para que isso acontecesse. A leishmaniose tem cura clínica e o Milteforan® é uma excelente opção de tratamento
Professores Vítor Ribeiro (MG), Sílvio Xavier (MG), Ronaldo Casimiro da Costa (Columbus, EUA) e Arthur Paes Barretto (editor da revista Clínica Veterinária)
Royal Canin presente no CBA. Compartilhou novidades, promoveu o Fórum de Especialidades Royal Canin e também realizou, no próprio estande, workshops esclarecedores para a promoção da saúde de cães e gatos com atopias
Heloisa Justen, Fernanda Amorim e Simone Cunha durante lançamento do livro Oncologia felina, publicado pela LF Livros, no estande da Royal Canin
Durante o congresso a Vetnil realizou o 2º Simpósio de Nutrição Vetnil e compartilhou algumas novidades, como o relançamento do Pet Milk, que teve sua fórmula enriquecida, e a divulgação do 3º Encontro Vetnil de Residentes em Medicina Veterinária 16
Premier Cookie e Premier Gourmet (alimentação úmida) foram novidades que a Premier Pet compartilhou
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Linha Dermocalmante IBASA (com fitoesfingosina), novi- UNINASSAU expondo manedade compartilhada pela empresa durante o congresso: quins importados para educa“Mais hidratação, menos coça-coça” ção humanitária na faculdade
Editora Guará esteve presente com a revista Clínica Veterinária e compartilhando grande lançamento na área de neurologia veterinária: http://goo.gl/uPtsGn
B.E.T., há 33 anos dedicando-se exclusivamente à endocrinologia veterinária
Linha KONG: excelência em qualidade e diversas soluções para enriquecimento ambietal dos pets
Praia dos Carneiros: muitos congressistas passaram por ela. Enorme a quantidade de vida marinha presente nas piscinas formadas pelos corais – http://www.icmbio.gov.br/apacostadoscorais/guia-do-visitante.html Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
17
ESPECIALIDADES
Obtendo o título de dermatologista veterinário Acham-se abertas, até 30 de setembro de 2017, as inscrições para obtenção do título de dermatologista veterinário, através de avaliação curricular e de submissão às provas, segundo as normas regulamentadoras de concessão e perpetuação de título de especialista em dermatologia veterinária, pela Associação Brasileira de Dermatologia Veterinária (ABDV), habilitada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, por meio da Resolução CFMV 1036/27122013 (DOU 199/14102013), embasada no disposto na Resolução CFMV 935/10122009 e nos capítulos I, VI e VII do estatuto da ABDV. A íntegra do teor desse edital e de seus anexos está disponível na página da ABDV – http://www.sbdv.com.br .
Brasileish participa do World Leish 6
D
e 16 a 20 de maio, acontece o World Leish 6, em Toledo, na Espanha. Especialistas de diversas partes reunem-se para apresentar novidades e discutir os avanços das pesquisas envolvendo as leishmanioses. A presença de pesquisadores brasileiros e de membros do Brasileish é muita positiva para que as discussões que envolvem as políticas públicas sempre tenham respaldo científico. Abaixo, trabalhos apresentados no World Leish 6 por membros do Brasileish: • Ocorrência da hipertensão arterial em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum no estudo clínico da infecção; • Investigação da presença de gatos infectados por Leishmania infantum e sua importância no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral em Minas Gerais; • Manejo clínico de cães soropositivos para leishmaniose visceral, assintomáticos, e seu potencial de infectividade para flebotomíneos; • Estudo comparativo entre métodos imunocromatográficos sorológicos, elisa e imunofluorescência indireta para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina; • Avaliação preliminar de diferentes testes sorológicos no diagnóstico da infecção natural por Leishmania infantum em cães em Belo Horizonte, MG; • Culturas urinárias em cães naturalmente infectados com Leishmania infantum: agentes mais comuns e sua suscetibilidade com antibióticos. A participação do Brasileish no World Leish é muito importante e trará muito conteúdo a ser compartilhado no XVIII Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina, a ser realizado em Belo Horizonte, nos dia 4 e 5 de novembro de 2017. Confira a programação! Para saber mais sobre o World Leish, acesse o endereço http://www.worldleish.org . Confira também na Clínica Veterinária n. 105 o World Leish 5. 18
Dia 4 de novembro 8h30 – 9h: Abertura – Anclivepa Brasil, Anclivepa MG, Brasileish, CRMV – MG, CFMV, Mapa, MS 9h – 9h50: Saúde Única – leishmaniose visceral humana e animal. Dr. Octávio Estevez (Brasileish – Argentina) 10h20 – 11h10: Aspectos do diagnóstico e tratamento da leishmaniose visceral humana no Brasil. Dr. Gustavo Homero (UnB) 11h10 – 12h: Situação atual da leishmaniose visceral canina no Brasil – diagnóstico, ações de controle, desafios e inovações. Dr. Francisco Adilson e dr. Lucas Edel Donato (MS) 14h – 14h50: Ações de controle da leishmaniose visceral centradas na população canina – o abate, inseticidas, vacinação e outras ações. Dr. Davi Soeiro Barbosa (UFMG) 15h20 – 16h10: Regulamentação e ações de controle da leishmaniose visceral em Portugal e na Europa. Dr. Luís Cardoso (Portugal / Leishvet) 16h10 – 18h: É melhor prevenir do que remediar! Dr. Filipe Dantas Torres (Fiocruz Pernambuco / Brasileish) Dia 5 de novembro 8h30 – 09h20: Regulamentação do uso de produtos para o tratamento da leishmaniose visceral canina – a experiência do Milteforan. Dr. Égon Vieira da Silva (Mapa). 9h20 – 10h10: A pesquisa do uso do miltefosina no tratamento da leishmaniose visceral canina. Dr. Fábio Nogueira (Brasileish) e dra. Ingrid Menz (Brasileish) 10h40 – 12h00: Ações de diagnóstico, estadiamento e tratamento da leishmaniose visceral humana e canina em Portugal e na Europa. Dr. Luís Cardoso (Portugal / Leishvet) 14h – 14h50: Diagnóstico da leishmaniose visceral canina e a avaliação da carga parasitária no Brasil. Dr. Sydnei Magno (UFU) 15h20 – 16h10: Estadiamento e tratamento da leishmaniose visceral canina no Brasil – medicamentos disponíveis. Dr. Paulo Tabanez e dr. Vitor Ribeiro (Brasileish) 16h20 – 17h10: Centros de controle de zoonoses e a medicina do coletivo frente à leishmaniose visceral canina. Dr. André Fonseca (Brasileish) e dra. Ana Liz Bastos (CCZ Itabirito/MG) 17h10 – 18h: Portaria Interministerial – debate em mesa redonda
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Excelência na prática e no ensino da ultrassonografia
Auditório lotado no I Encontro Internacional Naus
O
Núcleo de Aperfeiçoamento em Ultrassonografia Veterinária (Naus) é uma instituição que ministra cursos livres. Foi idealizado e fundado em 2015 pela médica veterinária Cibele Figueira Carvalho, mestre, doutora e pós-doutora em diagnóstico por imagem, diplomada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária, com experiência de mais de 25 anos na área. O objetivo do Naus é ser um centro de ensino privado de excelência no treinamento e na difusão do conhecimento, proporcionando oportunidades de ampliação das perspectivas profissionais dos seus alunos. No dia 30 de abril, organizou o I Encontro Internacional Naus, trazendo com exclusividade grandes nomes de reconhecimento internacional, como o dr. Robert T. O'Brien e o dr. Eric C. Lindquist, além da brasileira dra. Daniela A. Garcia, para compartilhar o conhecimento e as novidades em ultrassonografia e tomografia computadorizada. O evento foi realizado em São Paulo e contou com a presença de mais de 160 profissionais de todo o Brasil, e também de participantes vindos da Argentina, Colômbia e Peru. Além disso, proporciou a alguns alunos a oportunidade de realizar um hands on experience – literalmente,
Dra. Daniela Garcia, dr. Eric Lindquist, dra. Cibele Carvalho e dr. Robert O'Brien
No centro, o dr. Eric Lindquist e a dra. Cibele Carvalho com os alunos no hands on experience
uma experiência prática – com o dr. Lindquist, sob a coordenação da CEO e diretora científica da empresa, a dra. Cibele Carvalho. Fique atento aos próximos eventos: http://naus.vet.br .
Nefrologia e urologia em evidência
O
Confira as fotos do CINUV 2017 – http://goo.gl/lqTJJU
Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinárias (CBNUV) realizou com grande êxito, de 8 a 10 de março, o Congresso Internacional de Nefrologia e Urologia Veterinária (CINUV 2017), em Belo Horizonte, MG. Recentemente, também realizou o Encontro CBNUV durante o 38º Congresso da Anclivepa, em Olinda, PE. O CBNUV futuramente concederá o Título de Título de Especialista Efetivo em Nefrologia e Urologia Veterinárias (Teenuv), um certificado de especialização em nefrologia e urologia veterinárias, a fim de qualificar especialistas dessa área. Fique atento!
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
19
ESPECIALIDADES
Daniel Valenti Fotografia http://danielvalenti.com.br
Daniel Valenti Fotografia http://danielvalenti.com.br
Neurologia veterinária no Brasil e na América Latina IX Simpósio Agener União: neurologia de cães e gatos
N
o início de abril, o prof. dr. Ronaldo Casimiro da Costa discorreu sobre a neurologia de cães e gatos no IX Simpósio Agener União. O tema abordado no sábado e na manhã de domingo consistiu em como identificar a lesão neurológica e os casos mais rotineiros, como as síndromes de Wobler e da cauda equina. Durante a realização do IX Simpósio Agener União também ocorreu o lançamento do livro Neurologia canina e felina: guia prático, que o palestrante organizou juntamente com o dr. Curtis Wells Dewey, e que foi lançado em português pela Editora Guará. No início de maio, o dr. Ronaldo também ministrou palestras durante o Congresso Brasileiro da Anclivepa. No segundo semestre, Belo Horizonte, MG, sediará o simpósio internacional da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária (ABNV), e em Medellín, na Colômbia, ocorrerá o VI Congresso Internacional Neurolatinvet. IX Simpósio Agener União. Acesse o álbum Participe!
Sessão de áutografos no Congresso Brasileiro da Anclivepa. Acesse o álbum de fotos: http://goo.gl/yEMWMT
VI Congresso Internacional Neurolatinvet: de 20 a 23 de setembro, em Medellín, na Colômbia
de fotos: http://goo.gl/RJmF19
20
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Aprimoramento em ortopedia e terapia intensiva
E
xistem vários cursos regulares de ortopedia no Brasil. Alguns são intensivos, como os cursos CIPO, outros são de pós-graduação. A atual diretoria da Anclivepa Minas organizou um curso em vários finais de semana, cujos módulos podem ser feitos independentemente, sem que o profissional precise se inscrever em todos. O Curso de Capacitação em Ortopedia e Traumatologia em Pequenos Animais será realizado de 15 de julho a 19 de novembro. Confira abaixo os 5 módulos: Curso 1: Conceitos e exame clínico na ortopedia veterinária – dr. Leonardo Muzzi. Dias 15 e 16/7/2017; Curso 2: Fixação interna de fraturas. Placas, pinos e parafusos – dr. Bruno Testoni Lins. Dias 12 e 13/8/2017; Curso 3: Fixação externa e técnicas híbridas para fixação de fraturas – dra. Nathália Gonçalves Santana. Dias 16 e 17/9/2017; Curso 4: Afecções cirúrgicas da articulação coxofemoral e cotovelo – dr. André Selmi. Dias 21 e 22/10/2017; Curso 5: Afecções cirúrgicas da articulação do joelho –
dr. Leonardo Muzzi. Dias 18 e 19/11/2017. A Anclivepa Minas também organizou outro curso semelhante, e com foco nas emergências e terapia intensiva: Curso 1: Curso internacional de hemodinâmica – dr. André Shih. Dias 29 e 30/7/2017; Curso 2: Curso de intensivismo com ênfase em hemogasometria e distúrbios eletrolíticos – monitorização do paciente crítico – dr. Eutálio Pimenta. Dias 26 e 27/8/2017; Curso 3: Curso internacional de intensivismo – dr. Nuno Paixão. Dias 30/9 e 1/10/2017; Curso 4: Curso teórico-prático de procedimentos cirúrgicos no paciente crítico – dra. Patrícia Coleto. Dias 28 e 29/10/2017; Curso 5: Curso de intensivismo internacional com ênfase em doenças gastrintestinais e hepáticas – dr. João Felipe Galvão. Dias 2 e 3/12/2017; Curso 6: Curso teórico-prático de imagem na emergência – Daniel dos Santos Baptista. Dias 27 e 28/1/2018.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
21
ESPECIALIDADES
Pesquisa em nutrição de pequenos animais
N
os meses de abril e maio houve duas premiações envolvendo a pesquisa em nutrição de pequenos animais: o 3º Prêmio de Pesquisa PremieR Pet (entregue em abril) e o Prêmio WALTHAM® de Pesquisa (entregue em maio, durante o XVI Congresso CBNA PET 2017).
Prêmio de Pesquisa PremieR pet Voltado para profissionais de medicina veterinária e nutrição de pequenos animais, o 3º. Prêmio de Pesquisa PremieR Pet contemplou os vencedores no dia 27 de abril, em evento exclusivo, em São Paulo, SP. Entre uma centena de convidados estavam os participantes do prêmio, acadêmicos de algumas das mais importantes faculdades de medicina veterinária do país, clínicos veterinários parceiros da PremieR Pet e formadores de opinião. A premiação foi precedida de uma apresentação de Thiago de Carvalho, mestre em ensino de negócios pela New York University e professor de empreendedorismo e inovação no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). O palestrante abordou o tema: “Não é sobre você. É sobre o que você pode fazer”, estimulando os presentes a refletirem sobre empreendedorismo e inovação em suas atividades cotidianas. “É com grande satisfação que celebramos pelo terceiro ano consecutivo o Prêmio de Pesquisa PremieR Pet. Sabemos que poucos são os prêmios que se consolidam no mercado, alcançando o prestígio e o reconhecimento que vemos aqui. Recebemos inscrições de trabalhos de todo o Brasil, e hoje contamos com a presença dos mais ilustres expoentes da área”, afirma Madalena Spinazzola, diretora de planejamento estratégico e marketing corporativo da PremieR Pet. A executiva ressalta que a PremieR Pet sabe de seu papel no mercado como incentivadora da pesquisa e trabalha lado a lado com professores, clínicos e estudantes, promovendo e disseminando os mais modernos conhecimentos na área de nutrição pet. Os vencedores e seus orientadores foram homenageados pelos presentes, e seus trabalhos constavam nas pautas da noite, com temas que envolviam o uso de mirtazapina em cães e gatos doentes, a dieta coadjuvante para tratar reações adversas ao alimento e o uso de prebióticos em casos de doença renal crônica. Todos os trabalhos inscritos no 3º Prêmio de Pesquisa PremieR Pet foram avaliados por uma comissão julgadora formada por profissionais do Departamento de Capacitação Técnico-Científica e pelo Centro de Desenvolvimento Nutricional (CDN) da PremieR Pet, por meio de sistema que garante o anonimato dos candidatos. Fizeram parte da comissão julgadora a dra. Cristiana Fonseca Pontieri,a dra. Juliana Toloi Jeremias, a MV MSc. Raquel Silveira Pedreira e a MV MSc. Brana S. Alô Bonder. 22
Vencedores do 3º. Prêmio de Pesquisa PremieR pet 1º lugar Stephanie de Souza Theodoro – aluna de mestrado, FCAV/Unesp-Jaboticabal Orientador: prof. dr. Aulus C. Carciofi Trabalho: Anorexia e hiporexia em cães e gatos doentes e o uso de mirtazapina como orexígeno Prêmio: uma viagem para participar do ACVIM Forum – The American College of Veterinary Internal Medicine, que acontece de 8 a 10 de junho, em Washington – EUA 2º lugar Fabio Alves Teixeira – aluno de doutorado, FMVZ/USP Orientador: prof. dr. Marcio Antonio Brunetto Trabalho: Reação adversa ao alimento tratada com dieta coadjuvante à base de carne de cordeiro – relato de casos Prêmio: participação no 38º CBA – Congresso Brasileiro da Anclivepa, que acontece de 3 a 5 de maio, em Recife 3º lugar Cecilia Sartori Z. Hudson – aluna de mestrado, FMVZ/USP Orientadora: profa. dra. Márcia de Oliveira Sampaio Gomes Trabalho: Uso de frutoligossacarídeos na alimentação de cães com doença renal crônica Prêmio: Tratado da medicina interna de cães e gatos – volumes 1 e 2, dos autores Márcia Marques Jericó, João Pedro de Andrade Neto e Márcia Mery Kogika
Além de incentivar as pesquisas por meio da realização do Prêmio de Pesquisa PremieR Pet, a empresa também deu amplo apoio para o novo centro de pesquisas em nutrologia de cães e gatos da FMVZ/USP, o Cepen Pet, que em breve será inaugurado. Além do novo centro de pesquisas, o Cepen Pet, outra ação inovadora da FMVZ/USP foi tornar obrigatória a disciplina de nutrição de cães e gatos na grade curricular. O Cepen Pet incluirá um auditório e laboratórios, para que os alunos recebam todo o suporte teórico e prático para o aprendizado de nutrição de cães e gatos. Serão 1.200 metros quadrados de área construída. Além disso, para o melhor conforto na realização dos projetos, os pósgraduandos que tiverem coletas e análises noturnas contarão com o suporte de dormitórios para melhor acomodação. Além do mais, a infraestrutura será importante para receber e acomodar estudantes e pesquisadores de universidades estrangeiras.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Prêmio WALTHAM® de Pesquisa O Prêmio WALTHAM® de Pesquisa foi entregue no dia 11 de maio, durante a realização do XVI Congresso CBNA PET 2017. Concorreram 50 trabalhos que disputavam o prêmio de R$ 1.000,00 (concedido pelo CBNA) e mais £ 3.000,00 (pelo Prêmio Waltham). O trabalho premiado foi Mensuração da composição corporal, gasto energético e turnover de água pelo método da água duplamente marcada: estudo piloto em gatos, da aluna de mestrado Camila Goloni, com orientação do prof. dr. Aulus C. Carciofi. WALTHAM® e Mars foram representadas no evento pela Royal Canin® – marca que é referência em nutrição saudável para gatos e cães e que foi porta-voz do Prêmio de Pesquisa WALTHAM®, oferecido ao melhor trabalho apresentado no congresso. Confira, a seguir, o resumo do trabalho vencedor do Prêmio WALTHAM® de Pesquisa “O método da água duplamente marcada pode mensurar a composição corporal, o gasto energético e o turnover de água por meio do enriquecimento e decaimento de deutério
(H2) e oxigênio 18 (O18) nos fluidos corporais. O objetivo deste estudo foi determinar a cinética do H2 e O18 nos fluidos corporais de gatos, para propor os melhores momentos para medir seu enriquecimento e decaimento em estudos com essa espécie. Foram empregados quatro gatos adultos. Estes foram sedados para colocação de cateter central. Após a recuperação, receberam por via subcutânea 0,12 g/kg de deutério e 2 g/kg de O18. Foram tomadas amostras de sangue antes da inoculação dos isótopos, e às 2h, 4h, 6h, 7h e 8h após, pelo cateter (que foi então retirado), e também aos 6d, 8d, 14d, 16d e 20d após a inoculação, por punção da veia jugular. Os resultados foram analisados por estatística descritiva e regressões polinomiais (P < 0,05). A derivada do enriquecimento de H2 e O18 (P < 0,001) resultou em enriquecimento máximo 5h20’ após a inoculação. O decaimento dos isótopos foi linear, e as medidas em todos os dias resultaram em valores similares para as estimativas de gasto energético e turnover hídrico (P = 0,999). Não houve diferença entre o uso de deutério ou O18 para a estimativa do conteúdo de água corporal (P = 0,974)”.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
23
BEM-ESTAR ANIMAL
CFMV lança campanha sobre bem-estar animal
V
ocê sabia que os animais são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções como medo e felicidade? Cada vez mais a sociedade reconhece a importância de criar alternativas para minimizar a dor e o sofrimento dos animais. Pensando nisso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) lançou uma campanha nacional sobre bem-estar animal cujo objetivo é informar e conscientizar a população sobre o seu papel, tendo os médicos veterinários e zootecnistas como grandes aliados na promoção do bem-estar animal. Em todas as áreas, seja para animais de produção, de companhia, selvagens ou de laboratório, o bem-estar deve ser considerado, e o comportamento de cada espécie conhecido pelo médico veterinário e pelo zootecnista, para que suas necessidades sejam atendidas. Segundo a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, é considerado um animal com alto grau de bem-estar, aquele que tem boa saúde e que pode expressar seu comportamento natural. O comportamento natural de um cão, por exemplo, inclui cavar; o de um porco, fuçar; o de um pássaro, voar, e assim por diante. A promoção do bem-estar animal anda de mãos dadas com a do bem-estar humano e da sustentabilidade. Esse conceito, chamado de Bem-estar Único, está ligado ao de Saúde Única, que trata da integração entre a saúde e o bemestar dos animais, dos seres humanos e das condições ambientais.
AS CINCO LIBERDADES A expressão do comportamento natural da espécie é uma das cinco liberdades que todo animal deve ter. As liberdades são um instrumento reconhecido mundialmente para diagnosticar o bem-estar animal e incluem os principais aspectos que influenciam a qualidade de vida do animal. De acordo com as cinco liberdades, todos os animais devem: ser livres de sede, fome e má nutrição; ser livres de dor e doenças; ser livres do desconforto; ser livres para expressar seu comportamento natural; e ser livres do medo e do estresse. A liberdade nutricional leva em conta se o animal tem acesso a comida e água na quantidade, qualidade e frequência ideais. Caso ele não tenha uma dieta adequada e hidratação apropriada, pode haver desequilíbrio nutricional, gerando obesidade, por exemplo. A liberdade relativa a dor e doença diz respeito a questões de saúde física. No caso dos animais de companhia, pode haver maior risco de transmissão de doenças entre animais e seres humanos. As vacinações devem estar 24
sempre em dia, de acordo com os critérios da Cebea para que o bem-estar único – ou seja, levando-se em conta o cuidado com o meio ambiente, o bem-estar dos animais e o dos seres humanos – seja promovido. O animal também deve estar livre de desconforto, em um ambiente com abrigo, temperaturas confortáveis para a espécie e superfícies adequadas para proporcionar bem-estar. Animais selvagens colocados em recintos pequenos, como gaiolas, por exemplo, não estão exercendo essa liberdade. A expressão do comportamento natural da espécie deve ser sempre considerada para medir a qualidade de vida e o bem-estar do animal. É preciso um espaço que não restrinja o seu comportamento, por isso é importante estimulá-lo com tarefas e objetos que viabilizem seu comportamento natural. Quando o animal não consegue fazer isso, ele pode se comportar de maneira anormal, como, por exemplo, andar repetitivamente em círculos. A liberdade relativa ao medo e ao estresse significa que os animais devem ser livres de sentimentos negativos, para evitar que sofram. Por exemplo, quando a família introduz um novo animal na casa e há incompatibilidade entre os animais, é importante ter a orientação de um médico veterinário.
SOBRE A CAMPANHA A campanha contará com ações variadas, que buscarão levar as pessoas e os profissionais à reflexão e ao maior entendimento sobre o bem-estar animal (http://goo.gl/vAb72N). Uma delas é um questionário produzido para testar seus conhecimentos sobre o tema do bem-estar. Um vídeo de 30 segundos também foi criado para chamar a atenção da sociedade e dos profissionais sobre a importância do bem-estar animal. Estão disponíveis ainda cinco podcasts sobre temas ligados ao bem-estar animal, com exemplos que esclarecem as principais dúvidas da sociedade. Outra novidade da campanha é o Twibbon – ferramenta que permite mudar sua foto de perfil do Facebook e usar um filtro especial para mostrar que você aderiu à causa da campanha. Além disso, a Revista CFMV – a revista de bordo da companhia aérea Azul – também terá um anúncio da campanha no mês de maio. Compartilhe ainda os posts da campanha nas redes sociais, use a hashtag #bemestaranimal e ajude a criar uma rede de pessoas envolvidas com o tema! A promoção do bem-estar animal é papel de todos.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
INTERAÇÃO HOMEM-ANIMAL
Cães torcedores ganham espaço no Mineirão
E
Os estabelecimentos pet friendly – nome dado aos locais que aceitam a entrada de animais – crescem em todo o mundo, e a primeira experiência no Mineirão foi um grande sucesso. Diversas fotos foram compartilhadas nas redes sociais, acompanhadas da hashtag da campanha: #CaoTbTorce. Para Samuel Lloyd, diretor do Mineirão, o pioneirismo do estádio em promover essa iniciativa confirma alguns dos diferenciais da arena. “Procuramos conhecer cada vez mais nosso torcedor, para superar as expectativas de maneira positiva. Hoje estreamos esse espaço, que constitui o primeiro passo de um projeto que nasceu para unir duas paixões: o time do coração e o animal de estimação”, explica Lloyd.
Agência i7/Mineirão
m ação inovadora, o Mineirão inaugura um espaço para “cães torcedores”. O projeto Arcãobancada é uma iniciativa realizada em parceria com a Copa Continental do Brasil, e pretende fomentar o mundo pet de forma lúdica e divertida. O projeto Arcãobancada é o primeiro no país a destinar um espaço exclusivo para que os torcedores frequentem o estádio acompanhados de seus fiéis mascotes. Em uma ação pioneira nos estádios do país, o espaço, situado em um dos camarotes do Gigante da Pampulha, foi personalizado para receber 60 convidados e seus pets, com direito a bufê especial. A iniciativa da Arcãobancada estreou em uma partida entre Cruzeiro e São Paulo, pela Copa Continental do Brasil.
Golden retriever no espaço inaugurado no Mineirão para “cães torcedores” 26
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Agência i7/Mineirão
Cães em espaços públicos Ao levar cães para qualquer espaço público, é muito importante que essa experiência seja boa para o animal e que não ofereça qualquer risco para os outros que compartilham o espaço comum. Para cães que têm medo de fogos, a ida a um estádio de futebol pode ser uma experiência muito ruim, mesmo que na companhia dos seus tutores. Outro quesito importante que envolve a segurança de outros cães e do público em geral é a socialização do animal que visita um espaço público. Na Clínica Veterinária n. 108 (jan/fev/2014), a dra. Ceres Berger Faraco publicou o artigo “Cachorródromos, dog parks, áreas para cães: é essencial que haja regras”, em que cita pontos importantes para o convívio saudável com os cães nos espaços públicos. É fato que cada vez mais os cães conquistam acesso aos mais variados locais, que costumam estar identificados como pet friendly ou com alguma placa informando “Cães são bem-vindos”. Os hotéis da rede Ibis, por exemplo, aceitam cães de até 15 kg, mas têm um regulamento específico e taxa adicional. Identificação animal A identificação animal é um item que costuma ser negligenciado pela maioria dos tutores; além disso, é Duas paixões: o time do coração e o animal de estimação – #CaoTbTorce comum que se confunda identificação com rastreabilidade. A identificação por microchip é o registro do animal e o documento que dados nacionais e também internacionais. Em todas elas o prova a sua posse perante a lei. Isso é muito útil em situa- cadastro é gratuito, e oferecer aos tutores a aplicação do ção de roubo ou furto, em que o tutor precisa provar a microchip e o seu registro em até quatro bases de dados, posse do animal. Infelizmente, situações como essa não sendo uma internacional, gera um diferencial em relação são incomuns. Já a rastreabilidade é um serviço relativa- a outros estabelecimentos que não fornecem esse serviço mente novo no Brasil, que aos poucos deve ganhar popu- completo. laridade, na medida em que se torne mais acessível. Na Clínica Veterinária n. 121, página 102, foi divulA Clínica Veterinária n. 119, página 116, publicou o gada na seção Lançamentos a chegada ao mercado do disartigo “Identificação por microchip: proteção e inova- positivo Appego GPS, de 35 g, que se acopla à coleira. ção”. Destaca-se no artigo a importância do cadastro do Sua função é a rastrear o animal. Porém, se houver má animal microchipado na maioria das bases de dados. A intenção para com o animal, basta retirar a coleira, que aplicação do microchip sem o respectivo cadastro na base sua função ficará comprometida. Seria mais útil em situade dados é um serviço incompleto. Deixar para o tutor ções de fuga do animal... Por isso, é importante que os essa responsabilidade não agrega valor ao serviço. No serviços veterinários incluam, além dos cuidados com a artigo citado encontram-se os endereços das bases de saúde, a segurança e o bem-estar dos animais. Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
27
SAÚDE PÚBLICA
Cães como sentinelas da Saúde Única
O
Figura 1 – O cão pode ser uma ótima sentinela para a saúde única, monitorando os riscos para a populaçãoalvo e sendo um alerta para estratégias de prevenção de doenças e agravos em seres humanos Seu comportamento/hábito de... Proximidade com o ser humano (mesmo ambiente e mesmas fontes de água e alimentos) Proximidade com o solo Topo de cadeia trófica
termo “sentinela” se refere a uma população – ou a um indivíduo – naturalmente mais suscetível e provavelmente mais acometida que a populaçãoalvo por um determinado agravo ou patógeno 1 (Figura 1). Diversas doenças humanas são subnotificadas em virtude de sintomatologia inespecífica, assintomatologia, falha nos métodos de detecção ou período prolongado de latência, dificultando o diagnóstico 2. Apesar de as relações entre patógeno e hospedeiro serem heterogêneas, o uso de animais-sentinelas permite explorar essa variação objetivando a vigilância de doenças, num sistema de coleta, análise, interpretação e divulgação de dados que contribuem para a tomada de decisões 1. Determinadas questões podem ser elucidadas a partir do seu inquérito, relacionadas à ecologia, a testes de medidas de controle, à direção e propagação, a flutuações na prevalência, na incidência e na emergência de patógenos, bem como a variações na área de ocorrência 3. O reconhecimento precoce do estado de saúde da sentinela possibilita a estimativa da frequência de doenças e da distribuição geográfica de patógenos, antes que o agravo atinja a espécie em risco. Algumas características são importantes para uma sentinela, como período de latência reduzido e resposta imunológica precoce e mensurável por longo tempo, o que facilita a detecção do patógeno, a delineação dos riscos e a elaboração de medidas de prevenção e controle associadas à espécie-alvo (Figura 2) 4. Mas, afinal, o que são animais-sentinelas? Desde o século XIX, os canários já eram utilizados intuitivamente como sentinelas para avaliar a viabilidade de trabalho em minas de carvão ainda inacessíveis. Como são animais muito sensíveis às altas concentrações de monóxido de carbono geradas nas minas, essas aves alertavam os mineiros sobre o risco de perderem a consciência ou mesmo de morrerem, poupando assim sua vida 1. Na verdade, os aspectos etológicos dessas espécies domésticas permitiram condições similares de exposição ou até o contato prévio com uma infinidade de contaminantes ambientais e agentes causadores de doenças. A análise de animais-sentinelas também pode auxiliar na investigação de possíveis ataques bioterroristas, como o que ocorreu na Rússia em 1979, em que 77 pessoas adquiriram infecção por antraz. Sugeriu-se, a princípio, que os casos se deviam à ingestão de carne contaminada. Mais tarde, asso-
o torna potencial sentinela para... Zoonoses, doenças transmitidas por vetores, saúde ambiental, alterações do comportamento humano, segurança alimentar Doenças comuns em crianças, bioterrorismo, saúde ambiental Zoonoses, segurança alimentar
Figura 2 – O que torna o cão doméstico um animal-sentinela da Saúde Única 28
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
ciando-se a localização dos casos em animais e em pessoas, constatou-se que as ovelhas eram mais suscetíveis à contaminação, e que se tratava de infecção por inalação de esporos liberados de uma instalação militar 5. A presença de resposta (sensibilidade) a essas exposições também propicia o uso de animais de companhia como potenciais sentinelas de saúde 1. O estudo da relação de proximidade entre o homem e o cão é um exemplo dessa abordagem. É inegável a coevolução e o estreitamento desse vínculo, mais evidente nos últimos 50 anos, quando notamos que os cães se transferiram do quintal para dentro das residências e até compartilham a mesma cama com seus donos 6. Dividimos com os animais de companhia o estilo de vida, o ambiente, fontes de alimento e água; portanto, é natural que a saúde dos animais reflita o ambiente em que vivem e antecipe ameaças aos seres humanos 1 (Figura 3). Assim, os cães são considerados bons bioindicadores de contaminação ambiental, ajudando a predizer dados a respeito dos níveis de exposição e de possíveis efeitos adversos à população humana 7. Por ocuparem, juntamente com as pessoas, o topo da
Figura 3 – No íntimo contato com seus donos, cães e gatos comem alimentos similares, compartilham as mesmas camas e servem de companheiros de viagens, com risco similar de doenças. A saúde do animal de companhia frequentemente espelha a das pessoas da mesma moradia, ou sugere os riscos que elas correm 1
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
29
SAÚDE PÚBLICA
cadeia trófica, os cães e gatos podem também ser sentinelas guíneo, o que reduz a transmissão vertical para a população da segurança alimentar (Figura 4). Nos Estados Unidos, humana 12. Além disso, os cães são a principal fonte de entre os anos de 2004 e 2007 foram noticiados nessas espé- repasto para o mosquito Culex e para algumas espécies de cies surtos de insuficiência renal associados à ingestão de flebotomíneos, podendo assim atuar como sentinelas da ração que continha glúten de trigo importado da China. Tais infecção humana pelo vírus do Nilo ocidental e da leishmasubstratos para a indústria alimentícia foram enriquecidos niose em áreas não endêmicas 13. com melamina e ácido cianúrico, com o objetivo de elevar Os cães comunitários podem ser considerados sentinelas o teor proteico. A adição dessas substâncias à dieta animal da Saúde Única, com base em um estudo realizado em Curiocasionou a formação de cristais que obstruíam os túbulos tiba, PR. Essa população representa animais que habitam renais, levando ao quadro clínico, antecipando assim a pos- locais públicos, como estações de ônibus e parques, dividindo diariamente esses espaços – onde circulam livremente e sibilidade desse cenário em seres humanos 5. Com relação à contaminação ambiental, a presença de são alimentados por um ou mais indivíduos – com milhares agentes poluentes, como o chumbo, pode ser detectada a de pessoas. Realizou-se um inquérito sorológico de doenças partir da intoxicação de cães. O composto, largamente utili- transmitidas por vetores (como babesiose, anaplasmose, erzado no passado, pode ser liberado a partir de tinta de pré- liquiose, leishmaniose, bartonelose e micoplasmose) e prodios antigos em deterioração. Nos Estados Unidos, em resi- tozoonoses (toxoplasmose, doença de Chagas e neosporodências onde o cão apresentava sinais de intoxicação por se). Ainda que esses animais sejam potenciais reservatórios chumbo, verificou-se que os valores séricos desse metal nas e multiplicadores de patógenos, dada a sua exposição, nesse crianças também se mostravam superiores aos níveis reco- estudo eles apresentaram baixa prevalência dos patógenos mendados, porém ainda sem manifestação clínica 5. pesquisados, além de estado de saúde satisfatório. Foi Cães sujeitos à inalação passiva de fumaça de cigarros observada ainda baixa soroprevalência de protozoonoses, são considerados bioindicadores de danos ocasionados na sugerindo baixo risco alimentar e ambiental de infecção humucosa orofaríngea, antecipando quadros presumíveis de mana e animal nesses espaços 14. alterações histopatológicas e da integridade do DNA, em Os cães e os seres humanos são hospedeiros intermediádecorrência da exposição aos agentes químicos presentes no rios do Toxoplasma gondii, estando expostos de forma secigarro 9 (Figura 5). melhante a fatores de risco de infecção, pela ingestão de Doenças transmitidas por vetores têm grande impacto água e de alimentos contaminados com oocistos. Assim, os mundial. Os cães podem atuar como sentinelas dessas doenças quando são expostos a elas antes das pessoas, enquanto há expansão do vetor na região 4. Alguns fatores podem aumentar a exposição de animais a patógenos e vetores, amplificando seu potencial como sentinelas. Como exemplo, temos os cães de rua e cães comunitários que se deslocam livremente na área urbana, ficando mais expostos a vetores e a agentes patogênicos que os domiciliados 10, 11. Os cães Fernando Gonsales http://goo.gl/aI5aqg jovens e aqueles nos quais o agente infeccioso se encontra na circulação sanguínea perifé- Figura 4 – Em 2007, o recolhimento de glúten chinês para consumo humano contaminado rica tendem a atrair ve- com melamina foi feito na Europa e nos Estados Unidos, baseado na detecção de insuficiêntores para repasto san- cia renal em cães que ingeriam ração produzida com a mesma matéria-prima 5 30
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Figura 5 – O cão pode ser sentinela para situações de contaminação ambiental, violência doméstica e zoonoses. Estudos mostram que os cães mimetizam inclusive as doenças humanas do fumante passivo 9 (figura ilustrativa)
cães podem ser considerados sentinelas ideais para a toxoplasmose humana 15, exceto em países onde há consumo de carne dessa espécie, como a China, quando passam da posição de sentinelas à de fontes de infecção para os seres humanos. A leptospirose é uma zoonose em expansão, ocasionada pela bactéria do gênero Leptospira, sendo o rato (Rattus norvegicus) o principal reservatório. O cão pode atuar tanto como sentinela como fazer parte do ciclo da doença. O monitoramento de animais saudáveis e doentes possibilita a instituição de medidas de redução da contaminação ambiental e de novos casos, tanto em pessoas como em animais 16. No papel de indicadores de zoonoses, a probabilidade de transmissão pelos animais-sentinelas deve ser baixa, não devendo operar como amplificadores e reservatórioa, o que invalidaria sua função de predizer o risco de infecção 1. Cães errantes dispostos em abrigos podem atuar como potenciais sentinelas de zoonoses, pelo contato direto com outros animais de rua nessa mesma situação, pela busca de alimento através da caça de roedores e no lixo, e também pelo consumo de água parada. Tais situações aumentam as chances de doenças como toxoplasmose, leptospirose e brucelose 17. É válido chamar a atenção para o fato de que os funcionários de abrigos de animais têm contato direto com
cães errantes, o que pode expô-los a esses riscos biológicos. A oncologia comparativa prevê a utilização de cães e outras espécies animais como modelos naturais de estudo de cânceres de ocorrência comum no homem. O menor tempo de vida e a reduzida variabilidade genética em raças individuais de cães facilita a busca pelas homologias, antecipando a compreensão das vias de desenvolvimento, o prognóstico e as medidas terapêuticas plausíveis para ambas as espécies 18. Um exemplo é o melanoma, que, apesar das diferenças de prevalência no homem e no cão, têm mutações somáticas afins, justificando tais comparações 19. Em casos de violência doméstica, acredita-se que tanto os cães quanto as crianças e os idosos são alvos preferenciais, e correm maior risco de dano intencional e/ou negligência 20. Indivíduos que tratam seus cães com violência tendem a agir da mesma forma com outros seres humanos vulneráveis 21. Esse contexto qualifica também os animais de companhia como sentinelas do comportamento humano, e exige que os médicos veterinários estejam preparados para reconhecer tal situação e recorrer às autoridades 22. Em resumo, os cães podem ser utilizados como bioindicadores de contaminação ambiental, de alimentos e da água, além de evidenciar doenças infecciosas, não infecciosas e até mesmo ataques bioterroristas, atuando como sentinelas da saúde humana, animal e ambiental (Saúde Única). A ocorrência de “casos-índices” de determinada doença ou agravo na população animal sugere a necessidade de alerta para melhorar as estratégias de prevenção. Equipes multidisciplinares e intersetoriais envolvendo médicos veterinários e outros profissionais da saúde pública podem colaborar para o monitoramento de riscos à saúde, otimizando o diagnóstico e intervenções para prevenir que a afecção se dissemine na população-alvo. A medicina veterinária do coletivo contribui com esse cenário, uma vez que trabalha na relação entre os seres humanos e os animais de companhia, em particular nas populações humanas socialmente vulneráveis e nas de animais em risco. Referências 01-SCHMIDT, P. L. Companion animals as sentinels for public health. The Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 39, n. 2, p. 241-250, 2009. doi: 10.1016/j.cvsm.2008.10.010. 02-SCHURER, J. M. ; NDAO, M. ; QUEWEZANCE, H. ; ELMORE, S. A. ; JENKINS, E. J. People, pets, and parasites: one health surveillance in southeastern Saskatchewan. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 90, n. 6, p. 1184-1190, 2014. doi: 10.4269/ajtmh.13-0749. 03-McCLUSKEY, B. J. Use of sentinel herds in monitoring and surveillance systems. In: SALMAN, M. D. Animal disease surveillance and survey systems: methods applications. 1. ed. Iowa: WileyBlackwell, 2003. p. 119-133. ISBN: 978-0813810317. 04-FARKAS, R. ; GYURKOVSZKY, M. ; LUKÁCS, Z. ; ALADICS, B. ; SOLYMOSI, N. Seroprevalence of some vector-borne infections of dogs in Hungary. Vector Borne and Zoonotic Diseases, v.14, n. 4, p. 256-260, 2014. doi: 10.1089/vbz.2013.1469.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
31
SAÚDE PÚBLICA
05-RABINOWITZ, P. ; SCOTCH, M. ; CONTI, L. Human and animal sentinels for shared health risks. Veterinaria Italiana, v. 45, n. 1, p. 23-24, 2009. 06-CHOMEL, B. B. ; SUN, B. Zoonoses in the bedroom. Emerging Infectious Diseases, v. 17, n. 2, p. 167-172, 2011. doi: 10.3201/eid1702.101070. 07-BACKER, L. C. ; GRINDEM, C. B. ; CORBETT, W. T. ; CULLINS, L. ; HUNTER, J. L. Pet dogs as sentinels for environmental contamination. Science of the Total Environment, v. 274, n. 1-3, p. 161169, 2001. doi: 10.1016/S0048-9697(01)00740-9. 08-BROWN, C. A. ; JEONG, K. S. ; POPPENGA, R. H. ; PUSCHNER, B. ; MILLER, D. M. ; ELLIS, A. E. ; KANG, K. I. ; SUM, S. ; CISTOLA, A. M. ; BROWN, S. A. Outbreaks of renal failure associated with melamine and cyanuric acid in dogs and cats in 2004 and 2007. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v. 19, n. 5, p. 525531, 2007. doi: 10.1177/104063870701900510. 09-PÉREZ, N. ; BERRÍO, A. ; JARAMILLO, J. E. ; URREGO, R. ; ARIAS, M. P. Exposure to cigarette smoke causes DNA damage in oropharyngeal tissue in dogs. Mutation Research. Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 769, n. 5, p. 13-19, 2014. doi: 10.1016/j.mrgentox.2014.04.013. 10-NEYRA, R. C. ; CHU, L. C. ; MACHACA, V. Q. ; JUAREZ, J. A. ; CHAVEZ, F. S. M. ; MAZUELOS, M. B. ; NAGUIRA, C. ; BERN, C. ; GILLMAN, R. H. ; LEVY, M. Z. The potential of canine sentinels for reemerging Trypanosoma cruzi transmission. Preventive Veterinary Medicine, v. 120, n. 3-4, p. 349-356, 2015. doi: 10.1016/j.prevetmed.2015.04.014. 11-VIEIRA, T. S. W. J. ; VIEIRA, R. F. C. ; NASCIMENTO, D. A. G. ; TAMEKUNI, K. ; TOLEDO, R. S. ; CHANDRASHEKAR, R. ; MARCONDES, M. ; BIONDO, A. W. ; VIDOTTO, O. Serosurvey of tick-borne pathogens in dogs from urban and rural areas from Parana State, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 22, n. 1, p. 104-109, 2013. doi: 10.1590/S198429612013000100019. 12-HALLIDAY, J. E. ; MEREDITH, A. L. ; KNOBEL, D. L. ; SHAW, D. J. ; BRONSVOORT, B. M. ; CLEAVELAND, S. A framework for evaluating animals as sentinels for infectious disease surveillance. Journal of the Royal Society Interface, v. 4, n. 16, p. 973-984, 2007. doi: 10.1098/rsif.2007.0237. 13- MOLAEI, G. ; ANDREADIS, T. G. ; ARMSTRONG, P. M. ; BUENO, R. Jr., DENNETT, J. A. ; REAL, S. V. ; SARGENT, C. ; BALA, A. ; RANDLE, Y. ; GUZMAN, H. ; TRAVASSOS DA ROSA, A. ; WUITHIRANYAGOOL, T. ; TESH, R. B. Host feeding pattern of Culex quinquefasciatus (Diptera: Culicidae) and its role in transmission of West Nile virus in Harris County, Texas. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 77, n. 1, p. 73-81, 2007. 14-CONSTANTINO, C. PELIZZARO, M. ; DE PAULA, E. F. E. ; VIEIRA, T. S. W. J. ; BRANDÃO, A. P. D. ; FERREIRA, F. ; VIEIRA, R. F. C. ; LANGONI, H. ; BIONDO, A. W. Serosurvey for Leishmania spp., Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi and Neospora caninum in neighborhood dogs in Curitiba-Paraná, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 25, n. 4, p. 504510, 2016. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1984-29612016062. 15-ARAÚJO, D. A. ; SILVA, A. V. ; ZANETTE, D. F. ; SILVA, D. R. ; CORREA, N. A. B. ; VESLASQUEZ, L. G. ; PINTO NETO, A. Investigação dos fatores associados à infecção pelo Toxoplasma gondii em cães e seres humanos de Porto Figueira, PR. Veterinária e Zootecnia, v. 18, n. 1, p. 98-111, 2011. ISSN: 0102-5716. 16-MARTINS, C. M. ; BARROS, C. C. ; GALÍNDO, C. M. ; KIKUTI, M. ; ULLMANN, L. S. ; PAMPUCH, R. S. ; HOFFMANN, J. L. ; LANGONI, H. ; FERREIRA, F. ; MOLENTO, M. B. ; BIONDO, A. W. Incidence of canine leptospirosis in the metropolitan area of
32
Curitiba, State of Paraná, Southern Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 46, n. 6, p. 772-775, 2013. doi: 10.1590/0037-8682-1665-2013. 17-DREER, M. K. P. ; GONÇALVES, D. D. ; CAETANO, I. C. S. ; GERÔNIMO, E. ; MENEGAS, P. H. ; BERGO, D. ; LOPES-MORI, F. M. R. ; BENITEZ, A. ; FREITAS, J. C. ; EVERS, F. ; NAVARRO, I. T. ; MARTINS, L. A. Toxoplasmosis, leptospirosis and brucellosis in stray dogs housed at the shelter in Umuarama municipality, Paraná, Brazil. Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases, v. 19, n. 23, p. 1-5, 2013. doi: 10.1186/1678-9199-19-23. 18-SCHIFFMAN, J. D. ; BREEN, M. Comparative oncology: what dogs and other species can teach us about humans with cancer. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences, v. 370, n. 1673, 2015. http://dx.doi.org/10.1098/rstb.2014.0231. 19-GILLARD, M. ; CADIEU, E. ; DE BRITO, C. ; ABADIE, J. ; VERGIER, B. ; DEVAUCHELLE, P. ; DEGORCE, F. ; DRÉANO, S. ; PRIMOT, A. ; DORSO, L. ; LAGADIC, M . ; GALIBERT, F ; HÉDAN, B. ; GALIBERT, M. D. ; ANDRÉ, C. Naturally occurring melanomas in dogs as models for non-UV pathways of human melanomas. Pigment Cell & Melanoma Research, v. 27, n. 1, p. 90-102, 2014. doi: 10.1111/pcmr.12170. 20-FIELDING, W. J. Domestic violence and dog care in New Providence, The Bahamas. Society & Animals, v. 18, n. 2, p. 183203, 2010. doi: 10.1163/156853010X492024. 21-WILLIAMS, V. M. ; DALE, A. R. ; CLARKE, N. ; GARRETT, N. K. Animal abuse and family violence: survey on the recognition of animal abuse by veterinarians in New Zealand and their understanding of the correlation between animal abuse and human violence. New Zealand Veterinary Journal, v. 56, n. 1, p. 21-28, 2008. doi: 10.1080/00480169.2008.36800. 22-ARKOW, P. Recognizing and responding to cases of suspected animal cruelty, abuse, and neglect: what the veterinarian needs to know. Veterinary Medicine: Research and Reports, v. 6, p. 349-359, 2015. doi: 10.2147/VMRR.S87198. Louise Bach Kmetiuk - MV, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva, Departamento de Biologia, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) louisebachk@gmail.com Caroline Constantino - MV, MSc, Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, Departamento de Saúde Comunitária, Universidade Federal do Paraná (UFPR) caroline.const01@gmail.com Vivien Midori Morikawa - MV, MSc, PhD. Disciplina de Saúde Pública do Departamento de Saúde Comunitária (UFPR). Coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. vmorikawa@sms.curitiba.pr.gov.br Alexander Welker Biondo - MV, MSc, PhD Professor de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo do Departamento de Medicina Veterinária, UFPR – Universidade Federal do Paraná. abiondo@ufpr.br
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Saúde pública Parasitos com potencial zoonótico nas fezes de cães, em locais públicos, na cidade de Barueri, SP, Brasil Parasites with zoonotic potential in dog feces found in public places in the city of Barueri, SP, Brazil Parásitos potencialmente zoonóticos en materia fecal de perros de la ciudad de Barueri, São Paulo, Brasil Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 34-42, 2017
André Luís Fernandes dos Santos MV, mestre, dr., prof. CTAC/ITB Profa. Maria S. C. Mello andrvet@usp.br
Carolina de Queiroz P. Oliveira Biomédica, mestre, profa. CTAC/ITB Profa. Maria S. C. Mello cqmpereira@usp.br
Maria Cristina Ribeiro Guimarães Aluna CTAC/ITB Profa. Maria S. C. Mello cristina.m.ribeiro5@gmail.com
Patrícia Ribeiro Dourado Aluna CTAC/ITB Profa. Maria S. C. Mello patycnn2000@outlook.com.br
Resumo: Os cães são responsáveis por muitas zoonozes. Este trabalho apresenta algumas zoonoses transmitidas por parasitas fecais. A pesquisa foi realizada entre junho e agosto de 2015, e avaliaram-se fezes coletadas de quatro locais diferentes; foram coletados 20 pools fecais (cinco pools por local). Logo após a coleta, as amostras foram encaminhadas ao laboratório de análises clínicas, para a pesquisa de parasitas pelo método de flutuação fecal com açúcar de Wisconsin modificado. Do total de amostras analisadas, 85% tinham ovos de parasitas, sendo os mais frequentes os ovos de Ancylostoma sp (100% das amostras), seguidos por 17,6% de ovos de Toxocara canis e cistos de Giardia sp, e 5,9% de ovos de Trichuris vulpis e tenídeos. Esses resultados mostram a necessidade do controle parasitário de cães na região, para diminuir a contaminação ambiental e o risco de zoonoses. Unitermos: caninos, zoonozes, doenças parasitárias, ancilostomíase Abstract: Dogs are responsible for many zoonoses. This paper presents some zoonoses transmitted by fecal parasites. Twenty fecal pools were collected from four different sites (five pools per site) between June and August 2015. Soon after retrieval, samples were sent to the laboratory for parasite research by the modified Wisconsin sugar flotation method. 85% of the analyzed samples contained eggs of parasites. The most frequent were eggs of Ancylostoma sp (100% of samples), followed by Toxocara canis and Giardia sp (17.6%) and Trichuris vulpis and taenids (5.9%). These results indicate the need for parasitic control of dogs in the region in order to reduce environmental contamination and the risk of zoonoses. Keywords: canine, zoonoses, parasitic diseases, ancylostomiasis Resumen: Los perros son los responsables de muchas zoonosis. Este trabajo presenta algunas de esas zoonosis transmitidas por parásitos de origen fecal. La investigación se realizó entre junio y agosto de 2015 a partir de la materia fecal recolectada en cuatro lugares diferentes; fueron recogidas 20 muestras fecales (cinco muestras por lugar). Inmediatamente después de ser recolectadas las muestras fueron derivadas al laboratorio de análisis clínicas para la investigación de parásitos mediante el método de fluctuación con azúcar – técnica de Wisconsin modificada. El 85% del total de muestras analizadas presentaban huevos de parásitos; en estas, los más frecuentes fueran Ancylostoma sp (100% de las muestras), Toxocara canis y quistes de Giardia sp (17% de las muestras), y Trichuris vulpis y huevos de tenias (5,9% de las muestras). Estos resultados muestran la necesidad de un mayor control parasitario en los perros de esa región, a fin de disminuir la contaminación ambiental y, de esta forma, el riesgo de posibles zoonosis. Palabras clave: caninos, zoonosis, enfermedades parasitarias, anquilostomiasis
34
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Introdução Os cães são animais que contribuem de maneira insofismável para o bem-estar humano, destacando-se a manutenção da saúde física e emocional. Entretanto, é necessário que a saúde desses animais receba cuidados especiais, devido ao fato de muitas zoonoses estarem relacionadas à espécie 1. Zoonoses são doenças e infecções transmitidas de forma natural dos animais aos seres humanos. Atualmente são conhecidas cerca de 100 zoonoses parasitárias 2. A relação de proximidade entre os seres humanos e os animais fez com que os estudos sobre parasitismo entre essas populações despertassem o interesse da comunidade científica, devido ao seu impacto na saúde pública e animal 3. Soma-se a isso a preocupação com o aumento do número de casos de doenças zoonóticas, tanto na medicina humana como na medicina veterinária 4. Na saúde pública e na clínica veterinária, os estudos epidemiológicos das doenças parasitárias dos animais domésticos são fundamentais, uma vez que vários gêneros de helmintos e protozoários considerados zoonóticos usam os animais de
companhia como hospedeiros e podem infectar o ser humano com relativa facilidade. Entre os animais de companhia, os cães prestam valioso auxílio aos seres humanos, pois, além de companhia, são utilizados para a guarda de seus proprietários e do seu patrimônio. Porém, quando albergam parasitas intestinais, esses animais são um risco à saúde humana, especialmente à das crianças 5,6. A invasão do organismo humano por parasitas caninos é acompanhada de um desenvolvimento atípico da espécie envolvida, que se mostra incapaz de completar seu ciclo evolutivo. No ser humano, esses parasitas são incapazes de completar seu ciclo evolutivo, e a migração se faz através do tecido subcutâneo ou visceral, como larva migrans cutânea e visceral, respectivamente 2,7. O principal agente etiológico envolvido na larva migrans cutânea (LMC) são larvas infectantes do gênero Ancylostoma sp; na larva migrans visceral (LMV), os agentes etiológicos envolvidos são parasitas do gênero Toxocara. Os dois parasitas citados anteriormente são capazes de infectar o cão 2,7,8. O Ancylostoma sp encontra-se no intestino delgado dos cães e libera seus ovos nas fezes do hospedeiro.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
35
Oncologia Colangiocarcinoma em uma cadela jovem – relato de caso Cholangiocarcinoma in a young bitch – case report Colangiocarcinoma en una perra joven – reporte de caso Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 44-52, 2017
Ricardo Henrique Miziara MV, PAPCMPA (nível 2) Hovet - FMVZ/USP ricardo.miziara@usp.br
Bruna Maria Pereira Coelho Silva Médica veterinária SCM/Hovet - FMVZ/USP bcoelhos2014@gmail.com
Vera Assunta B. Fortunato Wirthl Médica veterinária SCM/Hovet - FMVZ/USP v.wirthl@usp.br
Demétrio Ian Carvalho de Godoy MV, PAPCCPA (nível 2) Hovet - FMVZ/USP demetrio.ian.godoy@gmail.com
Tatiane Ribeiro Melo MV, PRCMPA (nível 2) Hovet - FMVZ/USP tatiane.rm75@gmail.com
Celina Seiko Takenaka MV, PAPPA (nível 1) Hovet - FMVZ/USP celinatakenaka@gmail.com
Luciana Neves Torres Médica veterinária SPA/Hovet - FMVZ/USP lu.patologia.fmvz@gmail.com
Denise Saretta Schwartz MV, dra., profa. Depto. de Clínica Médica - FMVZ/USP dsschwartz@usp.br
Márcia Mery Kogika MV, dra., profa. Depto. Clínica Médica - FMVZ/USP
Resumo: As neoplasias hepatobiliares primárias apresentam baixa prevalência em cães, geralmente acometendo animais de 9 a 12 anos. Este relato descreve um caso de colangiocarcinoma de curso clínico agudo em cadela de três anos de idade da raça labrador retriever, com histórico de êmese e hiporexia. Os exames físico e laboratorial evidenciaram hipertermia, icterícia, hipoglicemia, leucocitose, anemia, trombocitopenia e coagulopatia. Na ultrassonografia abdominal, observou-se o fígado aumentado, ecotextura heterogênea com áreas hiperecogênicas e hipoecogênicas irregulares. O animal desenvolveu quadro hemolítico grave, que culminou em óbito. Na necrópsia, constatou-se fígado aumentado e irregular, microscopicamente caracterizado como colangiocarcinoma, com metástase em medula óssea, rins e baço, além de embolia pulmonar neoplásica. Este relato denota um caso atípico de colangiocarcinoma, devido à precocidade de sua ocorrência. Unitermos: canino, fígado, neoplasia hepatobiliar Abstract: Primary hepatobiliary tumors have low prevalence in dogs and are usually observed in nine to 12-year-old animals. This article reports a case of acute clinical cholangiocarcinoma in a three-year-old Labrador Retriever bitch. The animal had a clinical history of emesis and hyporexia. Physical and laboratory examinations disclosed hyperthermia, jaundice, hypoglycemia, leukocytosis, anemia, thrombocytopenia and coagulopathy. Abdominal ultrasound revealed an enlarged liver of heterogeneous echotexture with hyperechoic and hypoechoic irregular areas. The animal developed severe hemolysis and came to die. Necropsy revealed hepatomegaly and irregular appearance of the liver; metastases were found in the bone marrow, kidneys and spleen, and neoplastic pulmonary embolism was also observed. Cholangiocarcinoma was identified microscopically. The aim of this report was to describe an atypical case of cholangiocarcinoma because of the precocity of its occurrence. Keywords: canine, liver, hepatobiliary neoplasia Resumen: Las neoplasias hepatobiliares primarias tienen una baja prevalencia en los perros, afectando generalmente animales de 9 a 12 años. Este relato describe un caso de colangiocarcinoma de curso agudo en una perra Labrador retriever de tres años, con histórico de vómitos e hiporexia. Durante el examen físico se comprobó la presencia de hipertermia e ictericia, y en los exámenes de laboratorio se pudo evidenciar hipoglucemia, leucocitosis, anemia, trombocitopenia y coagulopatía. La ecografía abdominal mostró un hígado aumentado de tamaño, con ecoestructura heterogénea con áreas hiperecogénicas e hipoecogénicas irregulares. El animal desarrolló un cuadro hemolítico grave que lo llevó a la muerte. Durante la necropsia pudo comprobarse un hígado aumentado e irregular, cuyo diagnóstico histopatológico fue de colangiocarcinoma con metástasis en medula ósea, riñones y bazo, además de una embolia pulmonar de origen neoplásico. Este relato muestra un caso atípico de colangiocarcinoma, dada la precocidad de su presentación. Palabras clave: canino, hígado, neoplasia hepatobiliar
mmkogika@usp.br
44
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Introdução As neoplasias hepatobiliares primárias são incomuns em cães, representando 0,6 a 2,6% do total de neoplasias caninas 1-3. Em contrapartida, o fígado é um sítio comum de neoplasias secundárias, sendo comumente observadas as metástases de tumores no trato gastrintestinal, no pâncreas e no baço. As metástases em fígado ocorrem em cerca de 30% de tumores primários não hepáticos 2,3. A classificação das neoplasias hepatobiliares primárias é realizada segundo sua origem celular. Podem ser originárias do hepatócito (adenoma e carcinoma hepatocelular), de células epiteliais do duto biliar (adenoma colangiocelular e colangiocarcinoma), células neuroendócrinas (carcinoides) ou células do estroma hepático (sarcomas) 3,4. Além disso, o fígado pode estar envolvido em outros processos malignos – primário ou secundário –, tais como linfoma, sarcoma histiocítico e mastocitoma 5-8. Ademais, apesar de extremamente raras em seres humanos e em cães, há neoplasias hepáticas primárias em que coexistem o carcinoma hepatocelular e o colangiocarcinoma 9-11. Morfologicamente, as neoplasias hepáticas podem
apresentar-se de forma massiva, nodular ou difusa 3. A forma massiva é caracterizada por uma massa grande e solitária, confinada em um único lobo, frequentemente encontrada nos carcinomas hepatocelulares. A forma nodular é caracterizada por nódulos dispersos no parênquima hepático, e a difusa, por lesões difusas pelo parênquima hepático, sem uma delimitação característica 1,3,12. Os tumores hepatobiliares acometem com maior frequência cães de idade entre 9 e 12 anos, enquanto o acometimento de cães jovens é extremamente raro, estando restrito, até o presente momento, a um caso publicado em literatura 13,14. Na espécie canina, os tumores malignos são mais comuns que os benignos, sendo o carcinoma hepatocelular o tumor maligno mais comum, seguido pelo colangiocarcinoma 1,2,13. O colangiocarcinoma é uma neoplasia do epitélio biliar, caracterizada por ter comportamento agressivo e por intensa fibrose tecidual, denominada resposta cirrosa, associada a sítios múltiplos de necrose 3,15. Há descrições de metástases em 66 a 88% dos casos, principalmente em linfonodos locais ou regionais, nos pulmões e na cavida-
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
45
Ortopedia Tratamento conservativo para hiperextensão tibiotársica bilateral em cão – relato de dois casos Conservative treatment for bilateral tibiotarsal joint hyperextension in dogs – a report of two cases Tratamiento conservador de hiperextensión tibiotársica bilateral en perro – relato de dos casos Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 54-60, 2017
Fernando B. da Silva Sobrinho
Resumo: A hiperextensão articular tibiotársica é uma enfermidade de cunho hereditário e de rara incidência em animais de companhia. A hiperextensão articular pode afetar os membros pélvicos e é caracterizada pela hiperextensão tibiotársica, e pela dificuldade de flexão do membro acometido, atingindo em alguns casos a articulação do joelho. A escolha do tratamento é baseada no diagnóstico precoce, que quanto antes realizado, mais aumenta as possibilidades de resultados favoráveis. Foram atendidos dois filhotes, um da raça yorkshire terrier e outro da raça schnauzer, apresentando queixa de deficiência de locomoção em membros pélvicos, sendo ambos diagnosticados com hiperextensão da articulação tibiotársica. O tratamento conservativo foi instituído por meio de fisioterapia passiva, ativa e bandagens, proporcionando boa recuperação funcional sem necessidade de intervenção cirúrgica. Unitermos: articulação tibiotársica, anormalidades congênitas, bandagens, imobilização
MV, residente Unesp-Botucatu fernando-medvet@hotmail.com
Cássia Regina Oliveira Santos Médica veterinária HV Universitário, Univasf-Petrolina cassia.santos@univasf.edu.br
Ítalo Barbosa Lemos Lopes Médico veterinário autônomo italobl.lopes@gmail.com
Andrezza Cavalcanti de Andrade MV, aluna de aprimoramento Univasf-Petrolina andrezza.andrade@hotmail.com
Jamilly Nunes Ramos Médica veterinária autônoma jamillyramos93@gmail.com
Ana Amélia Domingues Gomes MV, mestre, dra., profa. adj. Univasf-Petrolina anaamelia.gomes@univasf.edu.br
Alexandre Redson Soares Silva MV, mestre, dr., prof. adj. Univasf-Petrolina alexandre.redson@univasf.edu.br
54
Abstract: Tibiotarsal joint hyperextension is a hereditary pathology of rare incidence in companion animals, which affects the pelvic limbs. It is characterized by hyperextension of the tibiotarsal joint, as well as by difficulty in flexing the affected limb. In some cases it can also affect the knee joint. Treatment choice and prognosis are critically dependent on early diagnosis, which increases favorable results. A Yorkshire Terrier pup and a Schnauzer pup with locomotion deficiency in the pelvic limbs were diagnosed with tibiotarsal joint hyperextension. Conservative treatment with passive and active physiotherapy and bandages was started, and provided good functional recovery without the need of surgical intervention. Keywords: tibiotarsal joint, congenital abnormalities, bandages, immobilization Resumen: La hiperextensión de la articulación tibiotársica es una enfermedad que puede ser hereditária y tiene baja incidencia en animales de compañia. Afecta los miembros posteriores y se caracteriza por una hiperextensión de la articulacion tibiotársica, dificultad para flexionar el miembro acometido, y llega a afectar la articulacion de la rodilla. La elección del tratamiento se fundamenta en un diagnóstico precoz, que aumenta las posibilidades de resultados favorables. Se atendieron dos cachorros, un Yorkshire terrier y un Schnauzer, que presentaban problemas de locomoción en miembros posteriores, ambos con hiperextensión tibiotársica. El tratamiento conservador se realizó mediante fisioterapia pasiva, activa y vendajes, proporcionando una buena recuperación funcional, sin que fuera necesario un procedimiento quirúrgico. Palabras clave: articulación tibiotársica, anormalidades congénitas, vendajes, inmovilización
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Introdução A síndrome de hiperextensão tibiotársica é definida como uma enfermidade de cunho hereditário, que afeta os membros pélvicos, levando a uma contratura do músculo quadríceps femoral, de rara incidência em animais de companhia. Caracteriza-se pela hiperextensão da articulação tibiotársica, além de dificuldade de flexão do membro acometido, que se torna rígido e até mesmo afuncional 1-3. Essa anomalia é observada em filhotes, não havendo predisposição racial, e ocasionalmente pode acarretar luxação da articulação coxofemoral 3. A condição pode ocorrer por uma deformidade congênita ou pela complicação de fraturas diafisárias femorais em filhotes, resultando em extensão rígida do joelho e hiperextensão do tarso. A face dorsal dos dígitos tende a ser arrastada, produzindo escoriações, e o quadríceps torna-se fibroso e estendido/distendido 4. Pode ocorrer rigidez da articulação do joelho, em virtude de aderências que se desenvolvem entre o músculo quadríceps femoral e a parte distal do fêmur. Com a evolução do caso, o membro afetado é mantido em extensão significativa a tal grau que o joelho pode dobrar-se caudalmente, formando hiperextensão da articulação femorotíbiopatelar, com o tarso totalmente em extensão 5. A porção cranial do membro pélvico que envolve o músculo quadríceps femoral torna-se atrofiada, tensa e com textura cordiforme; o tratamento pode ser realizado com uma bandagem, ou ainda pela secção do tendão do quadríceps do joelho e do tarso em flexão máxima possível, usando um fixador externo por três semanas, seguido de fisioterapia. Alguns autores afirmam que essa síndrome pode
ser autocorrigida com o fortalecimento muscular 4. A secção do tendão do quadríceps com imobilização do joelho e do tarso em flexão máxima possível, usando-se um fixador externo por três semanas e fisioterapia após a remoção do fixador, propicia as melhores chances de melhora do arco de flexão do joelho 4. A cronificação do distúrbio promove alterações patológicas que se tornam mais complexas, provocando alterações degenerativas e fibrose periarticular e intra-articular 5. Em filhotes, a terapia é baseada no princípio da precocidade de diagnóstico e de instituição do tratamento conservativo, que oferecem melhores resultados, sem necessidade de intervenções cirúrgicas 6. Relata-se a ocorrência de dois casos de hiperextensão tíbiotársica bilateral em uma cadela filhote da raça yorkshire terrier e em outra da raça schnauzer, submetidas a tratamento conservativo por meio de bandagem e fisioterapia. Relato de caso 1 Foi atendida em hospital-escola uma cadela com 28 dias de idade, da raça yorkshire terrier, pesando 900 g, apresentando queixa de falta de potência funcional em membros pélvicos. Durante a anamnese, o tutor relatou que todos os filhotes viviam em piso liso, a alimentação era realizada somente com leite materno, e que os animais não estavam vermifugados. Essa paciente era a única da ninhada que apresentava alterações funcionais nos membros pélvicos. Após o exame físico geral, que não revelou alterações, foram realizados os exames específicos neurológico e ortopédico. Neste último, constatou-se hiperextensão
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
55
Diagnóstico por imagem Cistos renais em macaco-prego (Sapajus libidinosus) – relato de caso Kidney cysts in a capuchin monkey (Sapajus libidinosus) – case report Quistes renales en mono capuchino (Sapajus libidinosus) – reporte de un caso Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 62-68, 2017 Géssica Giselle A. Silva Araújo
Resumo: Lesões císticas em parênquima renal podem ser atribuídas a vários tipos de condições patológicas, entre as quais estão os cistos renais adquiridos e a doença renal policística. Alguns critérios clínicos são utilizados para a distinção entre essas duas doenças. O exame ultrassonográfico auxilia na caracterização de lesões císticas em órgãos abdominais, permitindo o diagnóstico dessas enfermidades. Relata-se o caso de uma fêmea adulta jovem de macaco-prego (Sapajus libidinosus) que foi submetida à avaliação clínica e ultrassonográfica, visando avaliar o estado de higidez para reintrodução na natureza. Embora o exame físico não tenha revelado nenhum tipo de alteração, foi identificada no exame ultrassonográfico a presença de alguns cistos renais no rim direito concomitantes com cisto hepático. Existem poucos relatos na literatura da presença de cistos renais em primatas. Unitermos: ultrassonografia, primatas, cisto hepático
MV, aluna de mestrado PPGCV/UFRPE gessigiselle@hotmail.com
Angélica da Costa F. de Souza MV, residente (nível 2) HV da UFRPE angelicacferreira@hotmail.com
Vanja de Andrade Gueiros MV, residente (nível 2) HV da UFRPE vanja.gueiros@gmail.com
Simone Boop MV, mestre, dra., profa. adj. Depto. Ciências Veterinárias da UFPB simonbopp@gmail.com
Jacinta Eufrásia Brito Leite MV, mestre, dra., profa. ass. Depto. Medicina Veterinária da UFRPE eufra.brito@hotmail.com
Fabiano Séllos Costa MV, mestre, dr., prof. adj. Depto. Medicina Veterinária da UFRPE fabianosellos@hotmail.com
Abstract: Cystic lesions in the renal parenchyma can be attributed to several types of pathologic conditions, such as acquired renal cysts and polycystic kidney disease. Some clinical criteria are used to distinguish between these two diseases. Ultrasonography aids in the characterization of cystic lesions in the abdominal organs, allowing the diagnosis of these diseases. We hereby report the case of a young adult female capuchin monkey (Sapajus libidinosus) submitted to clinical and sonographic examination in order to evaluate its health prior to reintroducing the animal in nature. Physical examination did not reveal any type of alteration. However, the ultrasonogram disclosed the presence of some renal cysts in the right kidney, as well as a hepatic cyst. There are very few reports in the literature of the presence of renal cysts in primates. Keywords: Ultrasonography, primates, liver cyst Resumen: Las lesiones quísticas del parénquima renal pueden ser provocadas por varios tipos de condiciones patológicas, entre las que se encuentran los quistes renales adquiridos y la enfermedad renal poliquística. Existen algunos criterios clínicos que se utilizan para diferenciar entre ambas enfermedades. El examen ecográfico ayuda en la caracterización de las lesiones quísticas en varios órganos abdominales, permitiendo el diagnóstico de esas enfermedades. Se relata el caso de una hembra adulta joven de mono capuchino (Sapajus libidinosus) a la que se le realizó un examen clínico y ecográfico, a fin de evaluar su estado de salud para poder ser reintroducida en la naturaleza. A pesar de que durante el examen físico no se comprobó ningún tipo de alteración, en la ecografía pudo identificarse la presencia de algunos quistes renales en el riñón derecho, así como también un quiste en hígado. La existencia de pocos relatos de quistes renales en primates ha llevado a la publicación del presente relato. Palabras clave: ecografía, primates, quiste hepático
Introdução Em seres humanos e em algumas espécies animais, a presença de numerosos cistos de diversos tamanhos na região cortical e medular renal, e ocasionalmente em fígado, pâncreas e útero, tem sido associada a uma condição 62
chamada de doença renal policística, ou Polycystyc Kidney Disease (PKD) 1-3. Geneticamente são descritas no homem duas formas de PKD: a forma infantil/congênita autossômica recessiva denominada Autossomal Recessive Polycystic Kidney Disease (ARPKD), que se manifesta
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Clínica Anemia hemolítica imunomediada em cadela da raça teckel – relato de caso Autoimmune hemolytic anemia in a dachshund bitch – a case report Anemia hemolítica autoinmune en una perra Teckel – reporte de un caso Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 70-78, 2017 João Otávio Sacchi MV, residente UFPR-Palotina joaosacchi1@gmail.com
Marilene Machado Silva MV, dra., profa. adj. UFPR-Palotina marilenemsil@yahoo.com.br
Jessica Crespi Sabadin MV, residente UFPR-Palotina jescrespi@gmail.com
Jessica Naiara Voitena MV, residente UFPR-Palotina je.naiara@gmail.com
Lindomar Fernandes Pessoa aluno de graduação CMV/UFPR-Palotina lindomar_pessoa@hotmail.com
Pedro Argel Zadinelo Moreira Farmacêutico, técnico Lab. Clín. Vet. - UFPR-Palotina pedroargel@ufpr.br
Resumo: A anemia hemolítica imunomediada leva à remoção prematura dos eritrócitos. Considerada reação de hipersensibilidade tipo 2, nela os eritrócitos estão recobertos por anticorpos ou complemento e são fagocitados no baço ou lisados nos vasos sanguíneos. É primária, quando as causas são desconhecidas, ou secundária, quando decorre de antígenos externos. O diagnóstico é terapêutico ou pelo teste de Coombs direto positivo e achados laboratoriais, como anemia moderada a grave de regeneração variável, policromasia, esferocitose, aglutinação de hemácias, hiperbilirrubinemia e hemoglobinúria. O tratamento é feito com doses imunossupressoras de anti-inflamatórios esteroidais, como a prednisona. Relata-se o caso de uma cadela com anemia hemolítica imunomediada primária, apresentando quadro de início agudo, apatia, dispneia, dor à palpação abdominal, esplenomegalia e mucosas pálidas. O teste de Coombs direto foi positivo. Utilizou-se prednisona, com resposta desfavorável, seguida pela associação de outros fármacos. Com a evolução desfavorável e mau prognóstico, o proprietário optou pela eutanásia. Unitermos: hemólise, autoanticorpos, aglutinação Abstract: Immune-mediated hemolytic anemia leads to the premature removal of erythrocytes. It is a type 2 hypersensitivity reaction in which erythrocytes are covered by antibodies or complement and are phagocytized in the spleen or lysed within the blood vessels. It is considered of primary origin when the causes of the onset of the disease are unknown, or regarded as secondary when resulting from external antigens. The diagnosis may be therapeutic or based on the direct positive Coombs test in conjunction with laboratory findings, such as moderate to severe variable regeneration anemia, polychromasia, spherocytosis, red blood cell agglutination, hyperbilirubinemia, and hemoglobinuria. Treatment is based on immunosuppressive doses of steroidal anti-inflammatory drugs such as prednisone. This paper reports the case of an acute onset in a dog diagnosed with primary immune-mediated hemolytic anemia, presenting apathy, dyspnea, pain upon abdominal palpation, splenomegaly and pale mucous membranes. Coombs direct test was positive. Treatment started with prednisone, but as the response was not favorable, other drugs were associated to it. Evolution was unfavorable and the owner opted for euthanasia due to poor prognosis. Keywords: hemolysis, autoantibodies, agglutination Resumen: La anemia hemolítica inmunomediada provoca una eliminación prematura de eritrocitos. Considerada como reacción de hipersensibilidad tipo 2, los eritrocitos están cubiertos por anticuerpos o complemento, que sufren un proceso de fagocitosis en el bazo, o bien pueden ser lisados en el interior de los vasos sanguíneos. Se dice que la enfermedad es de tipo primaria cuando sus causas son desconocidas, y secundaria, en aquellos casos provocados por antígenos externos. El diagnóstico puede ser terapéutico o a través de la prueba de Coombs y otros resultados de laboratorio, como una anemia moderada a grave de diferentes grados de regeneración, policromasia, esferocitosis, aglutinación de eritrocitos, hiperbilirrubinemia y hemoglobinuria. El tratamiento se realiza con dosis inmunosupresoras de antiinflamatorios esteroides, como la prednisona. Se relata el caso de una perra de un año con un cuadro agudo de anemia hemolítica inmunomediada primaria, que presentaba apatía, disnea, dolor abdominal, esplenomegalia y mucosas pálidas. La prueba de Coombs directa dio positiva. La prednisona no provocó la respuesta esperada, lo que llevó a la asociación con otros fármacos. Debido a la evolución desfavorable y el mal pronóstico, el propietario decidió por la eutanasia del paciente. Palabras clave: hemólisis, autoanticuerpos, aglutinación
70
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Introdução A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) idiopática está entre as condições autoimunes mais observadas em cães. A incidência é maior em fêmeas com idade média de seis anos e nas raças cocker spaniel, doberman pinscher, poodle miniatura e labrador retriever. Apesar de muitos estudos e tratamentos novos, a mortalidade ainda é de aproximadamente 50% dos animais 1-4. A patogenia fundamenta-se na remoção prematura dos eritrócitos da circulação, em decorrência da resposta imune gerada, sendo que a magnitude do processo depende da quantidade de anticorpos produzidos e da capacidade de ativar o sistema complementar 4. A AHIM é considerada uma reação de hipersensibilidade tipo 2, em que há formação de anticorpos, principalmente IgG e IgM, contra os constituintes de membrana das hemácias; essa ligação resulta em hemólise extravascular e/ou intravascular 1,5. A hemólise extravascular ocorre fora dos vasos, quando os anticorpos ligados, principalmente IgG, são reconhecidos e fagocitados pelos macrófagos do sistema mononuclear fagocitário, mais precisamente no baço e poste-
riormente no fígado. Como a hemoglobina é degradada nos macrófagos e entra no ciclo da bilirrubina, nesses casos não ocorrem hemoglobinemia e hemoglobinúria 1,4,6. A hemólise intravascular se dá dentro dos vasos, quando os anticorpos ligados, principalmente IgM, ativam a cascata do complemento, gerando o complexo de ataque à membrana, levando ao dano na membrana das hemácias e permitindo a entrada de fluido extracelular e a consequente ruptura eritrocitária. Após a ativação do complemento, as moléculas de IgM podem se desprender e ligarse a outras hemácias. A hemoglobina é liberada no plasma e eliminada na urina; portanto, hemoglobinemia e hemoglobinúria estão presentes 4,7. A AHIM pode ser primária ou secundária. A forma primária ou idiopática ocorre quando há falha na tolerância imune 8. É uma desordem autoimune que consiste na produção de autoanticorpos sem causa definida, caracterizando a forma predominante da doença, sendo as proteínas, como a glicoforina, a calpaína, o componente 3 do complemento e a peroxirredoxina 2, os antígenos-alvo dos anticorpos 9-11. A forma secundária ocorre quando há
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
71
Ortopedia Fisioterapia da articulação escapuloumeral em cães com osteocondrite dissecante – revisão da literatura Physiotherapy of the scapulohumeral joint in dogs with osteochondritis dissecans – literature review Fisioterapia de la articulación escapulo humeral en perros con osteocondritis disecante – revisión bibliográfica Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, p. 80-98, 2017
Luís Guilherme de Faria
Resumo: Na medicina veterinária, a fisioterapia pode ser usada para o fortalecimento de grupos musculares específicos, o que é particularmente interessante no tratamento conservativo da osteocondrite dissecante (OCD) da cabeça do úmero. A OCD é um distúrbio da ossificação endocondral, caracterizado por uma lesão na cartilagem articular. Há tratamentos conservativos e cirúrgicos para a enfermidade, que objetivam a volta da funcionalidade do membro e o alívio da dor. O fortalecimento da musculatura por meio de reabilitação física fortalece a musculatura periarticular e faz diminuir o avanço da osteoartrose, reduzindo a sintomatologia clínica do paciente. Algumas das principais atividades físicas usadas no tratamento de cães com OCD da cabeça do úmero incluem a movimentação ativa e passiva, hidroterapia, massagem e crioterapia. Unitermos: fisioterapia, osteoartrite, cabeça do úmero, Canis familiaris
MV, mestre, aluno de doutorado FCAV/Unesp-Jaboticabal lgfaria.medvet@ymail.com
Patrícia Popak MV, mestre, dra., profa. adj. IV DMV/PUC/MG-Poços de Caldas popak@uol.com.br
Luciane dos Reis Mesquita MV, mestre, dra., aluna de pós-doutorado FMVZ/Unesp-Botucatu lrmesquita@yahoo.com.br
Gabriela Rodrigues Sampaio MV, mestre, dra., profa. assoc. II DMV/UFLA gabsampa@dmv.ufla.br
Bruno Watanabe Minto MV, mestre, dr., pós dr., prof. adj. FCAV/Unesp-Jaboticabal brunowminto@gmail.com
Fernando Y. Kitamura Kawamoto MV, mestre, aluno de doutorado FCAV/Unesp-Jaboticabal fe.kawamoto@gmail.com
João Augusto Leonel de Souza MV, mestre desouza.ja@gmail.com
Emerson G. Martins de Siqueira MV, mestre
Abstract: Physiotherapy in veterinary medicine can be used to strengthen specific muscle groups, which is particularly interesting in the conservative treatment of osteochondritis dissecans (OCD) of the humeral head. OCD is endochondral ossification disorder and is characterized by an injury to the joint cartilage. There are conservative and surgical treatments for the disease that aim to restore limb functionality and relieve pain. Building the musculature through physical rehabilitation strengthens the periarticular muscles and decreases the progression of osteoarthrosis, reducing clinical symptoms. Some of the main physical activities used in the treatment of dogs with OCD of the humeral head include active and passive movements, hydrotherapy, massage and cryotherapy Keywords: physical therapy, osteoarthritis, humeral head, Canis familiaris Resumen: En medicina veterinaria, la fisioterapia puede ser utilizada para fortalecer grupos musculares específicos, lo que resulta particularmente interesante en el tratamiento conservador de la osteocondritis disecante (OCD) de la cabeza humeral. La OCD es una alteración en la osificación endocondral, que se caracteriza por presentar una lesión en el cartílago articular. Existen tratamientos conservadores y quirúrgicos que tienen como objetivo devolver la función al miembro y aliviar el dolor. El fortalecimiento de la musculatura a través de la rehabilitación física mejora los músculos periarticulares, y tiende a disminuir el avance de la osteoartrosis, disminuyendo así la sintomatología clínica del paciente. Algunas de las actividades físicas usadas en el tratamiento de perros con OCD de la cabeza humeral son los movimientos activos y pasivos, la hidroterapia, el masaje y la crioterapia. Palabras clave: fisioterapia, osteoartritis, cabeza humeral, Canis familiaris
emerson_rascvet@yahoo.com.br
80
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
Introdução A fisioterapia é a ciência de aplicação biomecânica, física, anatômica, fisiológica e psicológica para o paciente com disfunção, injúria, dor ou anormalidades físicas, visando à promoção da melhor funcionalidade do sistema acometido 1,2. Na prática veterinária, ela pode ser instituída durante a recuperação de intervenções cirúrgicas ortopédicas, em programas de emagrecimento, no fortalecimento de grupos musculares, na melhora do desempenho atlético de cães esportistas, no auxílio terapêutico às afecções musculoesqueléticas, na recuperação de lesões tegumentares relacionadas com a cicatrização, no combate aos efeitos deletérios secundários a doenças sistêmicas e como auxílio no controle de condições crônicas ou progressivas (ex: mielopatia degenerativa) 1,3. A osteocondrite dissecante (OCD) é uma doença caracterizada por uma lesão na cartilagem articular, decorrente de um distúrbio da ossificação endocondral, que, dependendo do tipo de lesão, pode também ser denominada osteocondrose (OC) 4. Ela acomete cães jovens e de raças de médio a grande porte 4-8. O principal sintoma observado
na OCD é a claudicação, que piora posteriormente à realização de exercícios e melhora após repouso 4-6. Sua etiopatogenia ainda não é muito bem esclarecida, porém considera-se que seja multifatorial 5-8. Vários estudos indicam haver correlação entre o ganho de peso e o crescimento rápido, a nutrição e distúrbios hormonais, hereditariedade, distúrbios da osteogênese endocondral ou trauma 5,6,9,10. A manifestação dessas alterações sobre a cartilagem imatura leva à presença de falhas locais durante o processo de crescimento ósseo, que fazem com que as células da cartilagem não se diferenciem corretamente, o processo não prossiga e, consequentemente, a matriz não se calcifique 9,11. Os fatores mencionados acima impedem que os condroclastos realizem a sua função, formando uma barreira para a penetração vascular 8,11, isto é, os vasos sanguíneos e os osteoblastos não conseguem aproximar-se do local, impedindo a ossificação. Consequentemente, não haverá a reabsorção da cartilagem na porção metafisária da placa de crescimento ou na porção epifisária da cartilagem articular
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
81
MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL
I Workshop de Polícia de Proteção Animal
F
oi realizado em São Paulo, no dia 7 de abril de 2017, o primeiro Workshop de Polícia de Proteção Animal. O evento foi realizado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo Especial de Combate a Crimes Ambientais e Parcelamento Irregular do Solo Urbano (Gecap) e do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim), em parceria com o Projeto Fauna Legal e a Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal (ABMVL), tendo como público-alvo policiais civis, militares e federais, guardas-civis, peritos criminais, médicos veterinários e outros profissionais que trabalham ou têm interesse na proteção animal. A iniciativa decorre do número crescente de denúncias de maus-tratos a animais recebidas pelo Ministério Público e por instituições de segurança pública, tornando necessária a capacitação dos profissionais que atuam no atendimento dessas denúncias, visando o correto reconhecimento de situações em que há risco iminente para a saúde dos animais e dos seres humanos envolvidos. Essa ação de capacitação foi planejada de forma a oferecer conhecimentos fundamentais para a identificação de fatores implícitos nos cenários de maus-tratos a animais, sejam familiares, de comportamento ou relativos ao bemestar animal, que auxiliam a caracterização do elemento subjetivo do tipo penal previsto no Artigo 32 da Lei n. 9.605/98 e de condutas relacionadas. O evento foi pensado como uma resposta à sociedade, cada vez mais atenta e sensibilizada em relação a todas as formas de abuso. Constituiu uma oportunidade ímpar para a troca de experiências e conhecimentos na área de segurança pública sobre prevenção e repressão ao crime de maus-tratos a animais. Os principais objetivos do Workshop de Polícia de Proteção Animal foram: • capacitar policiais, peritos e demais profissionais de segurança pública que atuam direta ou indiretamente em ocorrências de maus-tratos a animais; • discutir os principais instrumentos normativos relacionados à proteção animal; • apresentar estudos de casos sobre investigações de maus-tratos e crueldade a animais; • ressaltar a importância da medicina veterinária legal como instrumento para formação da prova material e 100
I Workshop de Polícia de Proteção Animal
elucidação da autoria, materialidade e dinâmica de crimes contra animais; • possibilitar um espaço para a interação entre as diferentes esferas do poder público em relação à polícia de proteção animal. Torna-se evidente não apenas a necessidade de capacitação constante de todos os profissionais que atuam nessa área, mas também de mais sinergia entre as diversas instituições, para o aprimoramento das atividades e maior eficiência no emprego dos recursos humanos e materiais. O workshop, que contou com mais de 200 participantes, já representa um marco para a proteção animal, por sua abrangência, qualidade e relevância. Esperamos que eventos semelhantes sejam replicados em todo o país, e que o tema seja abordado com a seriedade que a sociedade almeja.
Sérvio Túlio Jacinto Reis, MV, Perito Criminal Federal, Presidente da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal
Luciana Vargas Sant'Ana MV, Assessora Técnica voluntária do GECAPMP/SP, Diretora da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
PET FOOD
Aspectos nutricionais da alimentação úmida de cães pequenos
A
alimentação adequada é fundamental para gerar bem-estar, qualidade de vida e longevidade aos animais de estimação. Os cães pequenos (até 10 kg de peso vivo quando adultos) são mais predispostos à formação de cálculos urinários, além de normalmente terem um apetite mais caprichoso e tendência a ganhar peso. Atualmente, além dos alimentos secos, há tipos de alimentos úmidos completos e balanceados, com todos os nutrientes necessários e em quantidades apropriadas para esses animais. Os cães pequenos se beneficiam da ingestão de alimentos úmidos devido a algumas vantagens desse tipo de nutrição: • alto teor de umidade: o alimento úmido é composto por 60-87% de água, que contribui com a ingestão hídrica e auxilia na manutenção da saúde do trato urinário de cães miniaturas, mais predispostos à formação de cálculos urinários; • baixas calorias: porções maiores com menos calorias auxiliam na manutenção do peso. A diluição calórica torna a energia metabolizável do alimento úmido, em geral, menor que a do respectivo alimento seco; • elevada palatabilidade: aroma mais evidente e atrativo, associado a uma textura diferente da do alimento seco. A alta palatabilidade do alimento úmido é um dos grandes benefícios desse tipo de alimentação para cães pequenos, uma vez que esses animais são mais seletivos no momento de se alimentar; • textura: característica que contribui para a atratividade do alimento. A palatabilidade dos cães é diretamente influenciada por texturas diferentes. O alimento úmido tem uma textura diferenciada em comparação com o seco; • variedade de aromas: o perfil aromático do alimento úmido é mais rico e atrativo para os cães pequenos; • facilidade de preensão: os cães pequenos conseguem realizar facilmente a preensão do alimento úmido; • saciedade: o apetite dos cães é mais rapidamente satisfeito, devido ao elevado percentual de água do alimento úmido. A distensão do estômago ativa barorreceptores que provocam uma sensação de saciedade; • altamente digestível: digestibilidade elevada com o máximo aproveitamento dos nutrientes. Manejo alimentar A alimentação úmida deve ser oferecida em combinação com a alimentação seca pois a combinacão oferece uma grande diversidade de aromas e texturas. Os cães aceitam 102
Os cães considerados pequenos chegam no máximo a 10 kg de peso vivo quando adultos
ambos os tipos de alimentos, úmido e seco, misturados ou fornecidos separadamente. O mais importante é seguir as recomendações da tabela de racionamento, que informa a quantidade ideal de cada tipo de alimento, a fim de atender às necessidades nutricionais diárias dos cães. Referência sugerida CASE, L. P. ; DARISTOTLE, L. ; HAYEK, M. G. ; RAASCH, M. F. Types of pet foods. In: ___. Canine and feline nutrition – a resource for companion animal professionals. 3. ed. Missouri: Mosby Elsevier, 2011. p. 163-176. ISBN: 978-0323066198.
Msc MV Luciana Peruca Coordenadora de comunicação científica Royal Canin Brasil
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
MERCADO PET
Resultados de 2016 do mercado pet COMAC divulga dados finais do mercado de saúde de pequenos animais em 2016
O
falado sobre as infinitas oportunidades que o mercado pet proporciona, por conta do relacionamento cada vez mais próximo entre seres humanos e animais. Hoje, o Brasil conta com a segunda maior população de cães e gatos do mundo. São 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos, segundo dados do IBGE, e ainda assim, poucos animais recebem medicamentos ou visitas regulares às clínicas veterinárias. Por conta disso, a Comac e diversas instituições do setor estão sempre se esforçando para conscientizar os tutores de seu papel nos cuidados com a saúde dos animais, que hoje são considerados parte da família. Para este ano, a expectativa é de que o setor volte ao seu ritmo de crescimento acima de dois dígitos. “Em breve teremos dados substanciais de 2017 e conseguiremos traçar uma tendência mais assertiva para o mercado”, completa Brandão. A Comac é uma entidade formada pelas principais empresas da área de saúde animal (nacionais e internacionais) com foco no mercado pet. Com os dados de faturamento dessas companhias, a organização extrai informações que, combinadas, geram os dados de crescimento do mercado como um todo, e as divulga, contribuindo para fomentar o conhecimento e as boas práticas de gestão no segmento.
Leungchopan/Shutterstock
mercado de saúde pet fechou o ano passado com um crescimento de 8% em relação a 2015. Esse número representa uma freada histórica para o setor, que vinha mantendo uma média de 18% em taxa composta de 2010 a 2015. “Vínhamos crescendo ano a ano a uma taxa alta; entretanto, o ano de 2016 representou um grande desafio para nós”, afirma Leonardo Brandão, médico veterinário, coordenador do Infopet da Comissão de Animais de Companhia (Comac) e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), e também diretor da unidade de Negócios Pet da Ceva Saúde Animal. Em 2016, o bom desempenho de algumas categorias de produtos, como ectoparasiticidas (11,6%), endoparasiticidas (12%) e terapêuticos (21%), garantiu o crescimento no setor. Com o mercado menos favorável, toda a cadeia (lojistas, distribuidores e indústrias) é desafiada a aprimorar sua capacidade de gestão, o que inclui corte de gastos, gestão de estoques e atenção às margens de lucro, por exemplo. “Um ano de dificuldades econômicas faz com que todos tenham que se esforçar mais e abre espaço para as melhores práticas gerenciais, o que traz mais qualidade ao setor”, complementa Brandão. Apesar dos números desanimadores, esse não é um mercado em involução, bem ao contrário. Muito se tem
Em 2016, ectoparasiticidas, endoparasiticidas e terapêuticos garantiram o crescimento no setor Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
103
GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA
Publicidade na medicina veterinária
N
o atual mercado competitivo, a publicidade dos serviços prestados pelo médico veterinário é necessária e parte do processo de marketing. Essa ferramenta integra um conjunto de técnicas próprias para executar estratégias de promoção, venda e divulgação do serviço para os potenciais clientes. Diante da concorrência na área e de outros serviços que disputam o orçamento limitado dos consumidores, a publicidade passa a ser um investimento contínuo dos profissionais. Para que haja igualdade de condições competitivas entre os agentes de mercado, quer se trate de um profissional autônomo ou de uma grande clínica veterinária, bem como respeito ético entre os pares e para com a sociedade, as normas legais pautam os parâmetros da comunicação. Duas legislações tutelam de forma genérica essas ações. O Código de Ética do Médico Veterinário, cujas novas normativas entrarão em vigor no dia 9 de setembro de 2017, e o Código de Defesa do Consumidor, que protege aquele considerado vulnerável nas relações sociais. Além dessas, a Resolução CFMV n. 780/2004 também estabelece critérios que normatizam a publicidade no âmbito da medicina veterinária. Em termos éticos, é vedado ao médico veterinário mercantilizar a profissão, ou seja, subordinar sua atividade exclusivamente ao comércio, ao lucro. A razão é simples: o profissional que pratica medicina veterinária deve ter por princípio empenhar-se em benefício da saúde e do bem-estar dos animais, promovendo o desenvolvimento sustentável, e não transformar sua profissão em mera atividade econômica. O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, é um conjunto de normas que visam proteger o consumidor, e que, em consequência, responsabiliza o profissional por qualquer disparidade entre a prestação de serviços e a mensagem publicitária. Nesse contexto, toda publicidade passa a integrar o contrato que vier a ser celebrado com o cliente. Para maior clareza, considere a hipótese de um profissional que anuncia atendimento 24 horas. Se o cliente tentar contratar o serviço médico veterinário num caso de urgência num fim de semana e não encontrar profissional disponível, na ocorrência de algum dano ao paciente, ele poderá responsabilizar o serviço veterinário. A prestação do serviço se inicia a partir do contato do cliente com o consultório, clínica ou hospital, seja por telefone, mensagem eletrônica ou presencial, porém a responsabilidade passa a existir a partir do momento da informação publicitária. De acordo com o Código de Ética da profissão, alguns dados são obrigatórios na publicidade do veterinário. A 104
divulgação dos serviços profissionais deve ser feita em termos elevados e discretos. As placas, os anúncios e impressos devem conter dizeres compatíveis com os princípios éticos, não implicando autopromoção. A publicidade deve restringir-se ao nome do profissional, à profissão e ao número de inscrição do CRMV, a especialidades reconhecidas, título de formação acadêmica mais relevante, endereço, telefone, horário de trabalho, convênios, credenciamentos e serviços oferecidos. Nos anúncios de clínicas, hospitais, laboratórios e outras instituições ligadas à medicina veterinária, deverá constar o nome do responsável técnico (RT) e seu respectivo número de inscrição no Conselho Regional. Na era da informação, é comum que os profissionais se valham da internet para anunciar seus serviços. Os mesmos princípios da publicidade descritos aplicam-se a essa forma de divulgação. Nas situações em que o profissional utiliza as mídias eletrônicas para prescrição de produtos ou medicamentos (analgésicos, ração, produtos de higiene), a Resolução n. 780/2004 é inequívoca ao preceituar que é vedado “fazer consulta, diagnóstico ou prescrição de tratamentos através de veículos de comunicação de massa”. Além disso, o Código de Ética dispõe que é vedado ao médico veterinário “receitar sem prévio exame clínico do paciente”. O Conselho Federal de Medicina Veterinária já publicou nota de esclarecimento alertando que a oferta de serviços médico-veterinários em sites de compras coletivas constitui, além de violação das normas previstas no Código de Defesa do Consumidor, infração ética. A melhor recomendação, quando se considera a intenção de elevar a nobre profissão, é que o médico veterinário utilize os meios de comunicação para educar e informar a sociedade por meio da publicação de artigos e da
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
concessão de entrevistas que tratem de temas de interesse da comunidade, evitando a autopromoção e o sensacionalismo. Todas as informações publicitárias devem ser claras e precisas, não enganosas ou abusivas, evitando o mercantilismo da profissão. A publicidade é uma eficiente ferramenta que deve ser utilizada pelo médico veterinário para promover seus serviços. Quando empregada de modo inteligente, também promoverá a profissão, estabelecendo uma cadeia de mensagens positivas e educativas junto à população. Desse modo, cada ação publicitária ética realizada por um profissional individual gerará uma demanda de mercado positiva para toda a profissão. Referências sugeridas BRASIL. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Código de Defesa do Consumidor. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>. Acesso em 2 de maio de 2017. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário. Código de Ética do Médico Veterinário. Resolução n. 722, de 16 de agosto de 2002.
Disponível em: <http://portal.cfmv.gov.br/portal/lei/index/id/234>. Acesso em 2 de maio de 2017. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Estabelece critérios para normatizar a publicidade no âmbito da Medicina Veterinária, conceituando os procedimentos para divulgação de temas de interesse médico-veterinário e dá outras providências. Resolução n. 780, de 10 de dezembro de 2014. Disponível em: <http://portal.cfmv.gov.br/portal/lei/index/id/235>. Acesso em 2 de maio de 2017. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário. Código de Ética do Médico Veterinário. Resolução n. 1138, de 16 de dezembro de 2016. Disponível em: <http://portal.cfmv.gov.br/portal/lei/index/id/508>. Acesso em 2 de maio de 2017. SILVA, A. A. Prática clínica baseada em evidências na área da saúde. 1. ed. São Paulo: Grupo Gen/Santos, 2009. ISBN: 9788572887427.
Giorgia Bach Advogada da área da saúde e Advogadado CRMV-PR advocacia@praticaclinica.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
105
LANÇAMENTOS
CICATRIZANTE COM EXCLUSIVA ASSOCIAÇÃO DE ATIVOS
O
Regepil, da Ouro Fino, traz a associação inédita dos ativos ketanserina (aumenta a vascularização nos tecidos da ferida) e asiaticosídeo (promove a formação de colágeno tipo I), que se complementam e atuam em diferentes estágios do processo cicatricial.
Regepil possui formulação totalmente voltada para a cicatrização de feridas crônicas ou agudas, de origem cirúrgica ou não
Regepil reduz a chance de deiscência de pontos de sutura nas feridas cirúrgicas e diminui o tempo de cicatrização de feridas em geral, o que, consequentemente, reduz a dor, o desconforto e o período de tratamento. Com embalagem em spray, o Regepil tem aplicação prática, segura e higiênica. Indicado para cães e gatos, o cicatrizante Regepil é comercializado em frasco de 50 mL.
BRINQUEDOS FUNCIONAIS
A
convivência de seres humanos e animais domésticos, em um ambiente urbano limitado, pode gerar distúrbios comportamentais nos cães. Isso acontece porque ficam impedidos de expressar vários de seus comportamentos naturais. Atitudes como destruição do ambiente e de objetos, latidos excessivos, automutilação, ansiedade por separação e ingestão de fezes (coprofagia) podem ser sintomas de que o animal está sendo pouco ou mal estimulado, resultando em cães estressados e infelizes. Quando esses problemas são detectados, é necessário mudar a rotina dos bichos. Por isso, a Pet Games, primeira empresa brasileira que desenvolve e fabrica produtos inovadores para melhorar a qualidade de vida dos animais de estimação, estuda diversas maneiras de criar um ambiente saudável para o cão e seus tutores, com produtos que favorecem o bem-estar animal e evitam problemas comportamentais.
Brinquedos funcionais reduzem os problemas comportamentais dos cães
106
A marca traz para o mercado produtos com design inovador e que transmitem mensagens positivas, como a Caveirinha, cuja simbologia remete à sabedoria, à eternidade e à igualdade que deve existir entre os seres humanos. O “art toy” para animais está disponível em duas versões e nos tamanhos P, M e G. Em nylon, lembra mais um osso que uma bola, sendo indicado aos cães super destruidores: é um produto ultrarresistente na cor gelo, pode ser roído com segurança, é durável, auxilia na profilaxia bucal e estimula a procura por alimentos. Em soft, lembra mais uma bola que um osso, sendo indicado aos mordedores moderados: estimula a caça por diversão e a procura por comida, e está disponível nas cores roxa e cinza.
NYLON: ultraresistente
SOFT
As duas versões possuem compartimentos para pequenos petiscos. A versão em nylon é ultrarresistente e, em contato com superfícies duras, emite um som bem característico e estimulante. Já a versão soft pula de maneira imprevisível e flutua na água. Para incentivar mais a brincadeira, é possível introduzir petiscos secos e/ou ração nos compartimentos indicados. O animal procurará maneiras de retirar os alimentos de dentro do brinquedo minimizando, assim, o sedentarismo e o estresse. “É um recurso simples, prático e saudável para proporcionar bem-estar físico e mental, minimizando vários problemas de saúde”, explica Dalton Ishikawa, veterinário da Pet Games.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
SUCEDÂNEO DE LEITE PARA CÃES E GATOS
A
Agora, as embalagens do novo Pet Milk® estão disponíveis de maneira mais prática: em sachês zip lock (fecha fácil): 100 g e 300 g
Vetnil, visando ao aprimoramento de seus produtos, relança o Pet Milk®, indicado para alimentação e suplementação de filhotes órfãos recémnascidos, ou quando a mãe fica impossibilitada de amamentar, o que pode ocorrer por diversas causas como ninhadas numerosas, mastites, traumas etc. “Adequamos os níveis de garantia do Pet Milk® em virtude de novas pesquisas, incluindo um maior teor de proteínas brutas (que também estão mais biodisponíveis), mais lipídios (garantindo energia) e menos fibras. Também equilibramos os níveis de cálcio e fósforo, aumentando a solubilidade no preparo com água, além de
ampliarmos a quantidade de vitaminas, especialmente de ácido fólico, para tratar adequadamente os filhotes de cães e gatos”, explica Fernanda Cioffetti Marques, médica veterinária da Vetnil. Ela destaca, ainda, a ausência de lactose na fórmula do produto, importante para evitar distúrbios intestinais dos pequenos. “Como o filhote somente está apto a digerir lactose após 21 dias de vida, o Pet Milk® é extremamente seguro em qualquer idade, inclusive recém-nascidos (neonatos). Outro benefício da nova formulação é a presença de prebióticos (FOS), que contribuem para uma digestibilidade adequada”, complementa.
COOKIES PARA CÃES
P
erfeitos para momentos de recompensa, lazer, distração e mimo aos animais, os cookies da linha PremieR Cookie têm a função de enriquecer a interação das pessoas com seus animais e deixar sua rotina muito mais gostosa e agradável. E, como todo produto que leva a marca, traz consigo a preocupação com a saúde e o bem-estar, devendo ser consumido com moderação para não desbalancear a alimentação, Nunca deve ser adotado em substituição ao alimento. “Como regra geral, não se deve ultrapassar 10% das calorias diárias dos cães com petiscos, seja ele qual for. Nossos rótulos de indicação levam isso em consideração. Seguindo este cuidado, os cães continuarão saudáveis e felizes”, orienta Cristiana F. Ferreira Pontieri, doutora em nutrição de cães e gatos e diretora de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos da PremieR Pet. Os cookies são assados moldados. Essa tecnologia é diferente dos produtos extrusados e dos biscoitos convencionais para pets, e remetem ao nível de cuidado, qualidade e padrão humanos. Para produzir a primeira linha de cookies Super Premium do Brasil, a PremieR Pet investiu pesado em uma nova unidade fabril no seu complexo industrial em Dourado (SP), que conta com uma das mais modernas linhas de produção do mundo no segmento. De acordo com informações do Euromonitor, o mercado de petiscos é o que apresenta as maiores projeções de crescimento no Brasil, principalmente para cães. Só em 2015, o segmento representou 51% dos lançamentos, e, entre 2011 e 2016, houve um crescimento de 31,4% em volume. Este vem sendo um fenômeno mundial nos últi-
Os cookies são acondicionados em embalagens especiais de 250 g, com sistema “easy/open” (abre fácil)
mos anos. De acordo com dados do Euromonitor divulgados em 2015, as vendas globais de petiscos cresceram 39% nos últimos cinco anos. Uma pesquisa de 2014 da instituição People's Dispensary for Sick Animals, publicada pelo jornal Daily Mail, no Reino Unido, aponta que 87% dos tutores têm o hábito de dar guloseimas impróprias aos animais, o que faz com que 2,5 milhões de cães daquele país apresentem sobrepeso. Diante desse cenário, que deixa clara a tendência cada vez maior de os consumidores agradarem seus animais, e firme na missão de proporcionar mais saúde e longevidade aos animais de estimação, a PremieR Pet abraçou o desafio de atender à demanda, porém respeitando com rigor os conceitos nutricionais. Assim nasceu PremieR Cookie, uma linha de cookies Super Premium saudável, nutritiva e que vai ao encontro da rotina de cuidados e interação entre tutores e seus cães.
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
107
ACUPUNTURA 22 e 23 de julho Botucatu - SP XV Curso teórico-prático de ozonioterapia em pequenos e grandes animais na medicina veterinária http://bioethicus.com.br Agosto de 2017 Botucatu - SP XII Curso de especializacão em acupuntura veterinária http://bioethicus.com.br
ANESTESIOLOGIA Julho São Paulo - SP I Curso de imersão em anestesia peridural em cães e gatos (11) 5074-1010 2018 São Paulo - SP Anestesia regional em medicina veterinária (18 meses) (11) 5074-1010
ANIMAIS SELVAGENS 27 e 28 de maio São Paulo - SP IV Simpósio GEAS - Interferência do homem no meio marinho http://goo.gl/Yh2Tpa
8 de julho Rio de Janeiro - RJ Fórum internacional sobre dirofilariose http://www.sbcv.org.br 14 a 16 de julho São Paulo - SP Curso de eletrocardiograma http://ivi.vet.br (11) 3016-0200 29 de julho (início) São Paulo - SP Especialização em cirurgia cardiotorácica http://www.cetacvet.com.br
CIRURGIA 18 a 20 de maio São Paulo - SP Cirurgias da coluna vertebral http://cipo.vet.br 27 de maio (início) São Paulo - SP Especialização em Cirurgias Abdominais e Pélvicas www.cetacvet.com.br 6 a 8 de junho Botucatu - SP Curso de contracepção cirúrgica (técnica do gancho) http://bioethicus.com.br
18 e 20 de agosto Brasília - DF IV Jornada Acadêmica do GEAS Brasil geasbrasiloficial@gmail.com
21 de julho e 22 de julho São Paulo - SP Miscelâneas cirúrgicas tóracoabdominais (11) 3819-0594
3 a 6 de outubro Curitiba - PR XX Congresso ABRAVAS - Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens http://www.abravas.org.br
26 e 27 de agosto Botucatu - SP Curso de neoplasias mamárias em cadelas. Abordagem clínica, diagnóstica e condutas terapêuticas http://bioethicus.com.br
CARDIOLOGIA 14 de junho Santos - SP Atualidades no tratamento da ICC (insuficiência cardíaca congestiva) http://www.sbcv.org.br
1 a 3 de setembro Presidente Prudente - SP Desmistificando a cardiologia veterinária http://www.sbcv.org.br
15 e 16 de setembro São Paulo - SP Cirurgias da cabeça e pescoço http://www.cipo.vet.br 30 de setembro (início) São Paulo - SP Especialização em Videocirurgia Veterinária http://www.cetacvet.com.br
CLÍNICA 25 e 26 de agosto Rio de Janeiro - RJ Infecto InRio secretaria@inrio.vet.br 26 e 27 de agosto Botucatu - SP Curso de neoplasias mamárias em cadelas. Abordagem clínica, diagnóstica e condutas terapêuticas http://bioethicus.com.br 4 de setembro a 30 de outubro São Paulo - SP Curso de patologia clínica – interpretação e diagnóstico http://ivi.vet.br
DERMATOLOGIA Junho (data a confirmar) São Paulo - SP Infecções tegumentares não usuais http://sbdv.com.br 21 de junho Botafogo - RJ Minha experiência com o paciente endocrinopata atópico http://sbdv.com.br 24 de junho Dermatopatias pruriginosas dos felinos http://sbdv.com.br 27 de agosto São Paulo - SP Avanços na compreensão das dermatopatias alérgicas http://sbdv.com.br
Outubro (data a confirmar) São Paulo - SP Microbioma no paciente humano com dermatite atópica http://sbdv.com.br
ECOLOGIA 27 e 28 de maio São Paulo - SP IV Simpósio GEAS - Interferência do homem no meio marinho http://geasusp.wixsite.com/geasusp
ENDOCRINOLOGIA 21 de junho Botafogo - RJ Minha experiência com o paciente endocrinopata atópico http://sbdv.com.br 24 de junho São Paulo - SP Tire suas dúvidas de Diabetes meliitus em cães e gatos http://www.abev.org.br 15 a 17 de novembro Guarujá - SP 3º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária http://abev.org.br
FISIOTERAPIA 7 a 9 de julho Belo Horizonte - MG Curso Intensivo em Fisioterapia Veterinária http://fisiocarepet.com.br/cursos (11) 99591-1206 4 a 6 de agosto Florianópolis - SC Curso Intensivo em Fisioterapia Veterinária http://fisiocarepet.com.br/cursos (11) 99591-1206 22 e 23 de setembro; 21 e 22 de outubro São Paulo - SP XI Curso Intensivo em Fisioterapia Veterinária http://fisiocarepet.com.br/cursos
http://www.cipo.vet.br
108
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
HOMEOPATIA 23 a 26 de novembro Londrina - PR 8º Congresso Brasileiro de Homeopatia Veterinária http://www.amvhb.org.br
IMAGENOLOGIA 5 a 9 de junho São Paulo - SP Curso de ultrassonografia doppler: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario contato@naus.vet.br 22 a 24 de junho São Paulo - SP Curso de ultrassonografia gestacional: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario contato@naus.vet.br 4 de julho a 14 de dezembro São Paulo - SP Curso de especialização em radiologia http://www.ivi.vet.br (11) 3016-0200
15 e 16 de julho São Paulo - SP Curso de ultrassonografia intervencionista: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
1º de setembro (início) São Paulo - SP Ultrassonografia abdominal http://ivi.vet.br
31 de julho a 1º de setembro São Paulo - SP Ultrassonografia abdominal http://ivi.vet.br
11 a 15 de setembro São Paulo - SP Curso de ultrassonografia doppler: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
3 a 5 de agosto São Paulo - SP Curso de ultrassonografia de pescoço: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
4 a 7 de outubro São Paulo - SP Curso de ultrassonografia transcraniana: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
16 a 19 de agosto São Paulo - SP Curso de ultrassonografia abdominal avançado: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
6 a 14 de novembro São Paulo - SP Curso de ultrassonografia abdominal básico: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
Setembro (início) São Paulo - SP Ultrassonografia gestacional em cadelas (13 horas) (11) 5074-1010
6 a 9 de dezembro São Paulo - SP Curso de ultrassonografia abdominal avançado: teórico e prático http://naus.vet.br/calendario
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
INTENSIVISMO 27 e 28 de maio São Paulo - SP Urgências e emergências: módulo básico (teórico-prático) cursos@hovetpompeia.com.br 2 a 4 de junho Botucatu - SP I Simpósio de Medicina Intensiva em Pequenos Animais http://www.fb.com/gepa.botucatu 29 e 30 de julho Belo Horizonte - MG Curso internacional de hemodinâmica secretaria@anclivepaminas.com. br 26 e 27 de agosto Belo Horizonte - MG Curso de intensivismo com ênfase em hemogasometria e distúrbios eletrolíticos – monitorização do paciente crítico secretaria@anclivepaminas.com. br
109
INTENSIVISMO
MEDICINA FELINA
30 de setembro e 1º de outubro Belo Horizonte - MG Curso internacional de intensivismo secretaria@anclivepaminas.com. br
26 a 28 de maio Lavras - MG CIFEL - Ciclo de palestras em felinos nefel.ufla@gmail.com
28 e 29 de outubro Belo Horizonte - MG Curso teórico-prático de procedimentos cirúrgicos no paciente crítico secretaria@anclivepaminas.com. br
10 de junho Porto Alegre - RS Simpósio de Medicina Felina Anclivepa-RS ancliverpa.rs@gmail.com
2 e 3 de dezembro Belo Horizonte - MG Curso de intensivismo internacional com ênfase em doenças gastrointestinais e hepáticas secretaria@anclivepaminas.com. br 27 e 28 de janeiro de 2018 Belo Horizonte - MG Curso teórico-prático de imagem na emergência secretaria@anclivepaminas.com. br
110
3 e 4 de novembro Natal - RN Cat in Rio secretaria@inrio.vet.br 9 e 10 de março de 2018 Rio de Janeiro - RJ Cat in Rio secretaria@inrio.vet.br
MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL 26 e 27 de julho Curitiba - PR II CONVEL - Congresso
Internacional de Medicina Veterinária Legal http://www.abmvl.org.br
MTC 14 a 16 de julho Botucatu - SP Food Therapy - dietoterapia para animais de pequeno porte http://bioethicus.com.br
22 de julho (início) Jaboticabal - SP Curso teórico-prático de neurologia e neurocirurgia de cães e gatos http://www.funep.org.br 26 de setembro Belo Horizonte - MG O papel do líquor na investigação das doenças infecciosas. http://tecsa.com.br
29 de julho (início) Botucatu - SP XI Curso de extensão em fitoterapia chinesa veterinária http://www.bioethicus.com.br
13 e 14 de outubro Rio de Janeiro - RJ OrtoNeuro in Rio secretaria@inrio.vet.br
Agosto de 2017 (início) Botucatu - SP XII Curso de especializacão em acupuntura veterinária http://bioethicus.com.br
11 e 12 de novembro Curitiba - PR Simpósio de neurologia com o dr. Ronaldo Casimiro da Costa http://anclivepapr.com.br
NEUROLOGIA
NUTRIÇÃO
20 de junho Belo Horizonte - MG VETScience Seminários: neurologia. Cinomose tardia. http://tecsa.com.br
14 a 16 de julho Botucatu - SP Food Therapy - dietoterapia para animais de pequeno porte http://bioethicus.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
OFTALMOLOGIA 26 a 28 de maio São Paulo - SP Simpósio de Diagnóstico por Imagem em Oftalmologia Veterinária (11) 3082-3532
16 e 17 de setembro São Paulo - SP II Simpósio de Oncologia Veterinária da Universidade Cruzeiro do Sul http://goo.gl/uuPhOQ
ORTOPEDIA
28 de junho Jundiaí - SP Manejo da úlcera de córnea (11) 99568-3224
18 a 20 de maio São Paulo- SP Curso de cirurgia de coluna http://www.cipo.vet.br
21 a 24 de novembro Brasília - DF IX Congresso Latinoamericano de Oftalmologistas Veterinários (CLOVE) http://clove2017.com.br
26 a 28 de maio Jaboticabal - SP V Curso Internacional de Ortopedia e Traumatologia (16) 3209-1300 http://www.funep.org.br
ONCOLOGIA 26 e 27 de agosto Botucatu - SP Curso de neoplasias mamárias em cadelas. Abordagem clínica, diagnóstica e condutas terapêuticas http://bioethicus.com.br
112
24 a 26 de agosto São Paulo- SP Curso Intensivo Prático de Ortopedia (CIPO) - módulo básico http://www.cipo.vet.br 13 e 14 de outubro Rio de Janeiro - RJ
OrtoNeuro in Rio secretaria@inrio.vet.br
(técnica do gancho) http://bioethicus.com.br
19 a 21 de outubro São Paulo- SP Curso Intensivo Prático de Ortopedia (CIPO) - módulo avançado http://www.cipo.vet.br
22 de agosto Belo Horizonte - MG VETScience Seminários: reprodução e fertilidade. Ciclo estral e distúrbios endócrinos da reprodução em cadelas. http://tecsa.com.br
PATOLOGIA 17 a 20 de julho Brasília - DF • IV Congresso Brasileiro de Patologia Veterinária (CBPV). XVIII Encontro Nacional de Patologia Veterinária (Enapave) http://www.cbpv2017.com.br 4 de setembro a 30 de outubro São Paulo - SP Curso de patologia clínica – interpretação e diagnóstico http://www.ivi.vet.br
REPRODUÇÃO 6 a 8 de junho Botucatu - SP Curso de contracepção cirúrgica
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
SAÚDE PÚBLICA 4 e 5 de novembro Belo Horizonte - MG XVIII Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina – BRASILEISH bruno@camposdeminas.com.br (31) 98813-1004
SEMANAS ACADÊMICAS 22 a 24 de agosto Campinas - SP SEMEVUC XV – Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da Unip de Campinas http://www.fb.com/semevuc
SEMANAS ACADÊMICAS 3 de junho Indaiatuba - SP PRÉ-VETMax | Minicurso de Taxidermia http://facebook.com/vetmax2017 organizacao.vetmax@gmail.com 22 a 26 de agosto Viçosa - MG XIX SAMEV – Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa UFV http://www.samev.org http://www.fb.com/XIXsamev 13 a 16 de setembro Indaiatuba - SP VETMax - Ciclo de Estudos do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Max Planck http://organizacaovetmax.wixsite.com/vetmax http://facebook.com/vetmax2017 organizacao.vetmax@gmail.com
25 a 30 de setembro São Paulo - SP XVIII JOVET - Jornada Acadêmica da Medicina Veterinária FMU http://www.fb.com/jovetoficial
FEIRAS & CONGRESSOS 1 a 3 de julho São Paulo - SP • Congresso Paulista das Especialidades • Congresso Internacional de Medicina Interna • Conferência Anual da SPMV http://spmv.org.br 17 a 20 de julho Brasília - DF • IV Congresso Brasileiro de Patologia Veterinária (CBPV). XVIII Encontro Nacional de Patologia Veterinária (ENAPAVE) http://www.cbpv2017.com.br 26 e 27 de julho Curitiba - PR
II CONVEL - Congresso Internacional de Medicina Veterinária Legal http://www.abmvl.org.br 30 de agosto a 3 de setembro Campos do Jordão - SP • VegFest 2017 • VI Congresso Vegetariano Brasileiro http://vegfest.com.br 7 a 9 de setembro Belo Horizonte - MG Expovet http://www.expovet.com.br 17 a 19 de outubro São Paulo - SP • 15º CONPAVEPA • Vet Expo • Pet Shop Expo http://vetexpo.com.br 3 a 5 de novembro Goiânia - GO 12º Concevepa - Congresso do Centro Oeste de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
http://www.anclivepago.com.br 13 a 15 de novembro Guarujá - SP 3º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária (ABEV) http://abev.org.br 15 a 17 de novembro Salvador - BA VII SINDIV - Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário http://abrv.org.br http://goo.gl/GRndGG 3 a 5 de abril de 2018 Campinas - SP Feira Super Pet http://www.feirasuperpet.com.br 6 a 8 de junho de 2018 Rio de Janeiro - RJ • 39º Congresso Brasileiro da Anclivepa • XV Congresso Internacional FIAVAC http://www.anclivepa2018.com.br
113
AGENDA Internacional 24 a 27 de maio Berlin - Germany The Zoo and Wildlife Health Conference 2017 http://goo.gl/tsIjeK 14 a 16 de junho Buenos Aires - Argentina Curso teórico práctico de cirugía de cataratas en el perro http://www.oftalmovet.com.ar 28 de junho a 2 de julho Brighton - Inglaterra ISFM World Feline Congress 2017 (International Society of Feline Medicine) http://icatcare.org/isfm-congress 28 de junho a 15 de julho Port Elizabeth - África do Sul Programa Vets Go Wild http://cwtour.com.br/lp/vets-gowild-2017 30 de julho a 4 de agosto Estoril - Portugal Behaviour 2017: 35th International Ethological Conference http://icatcare.org/isfm-congress 7 a 10 de agosto Aarhus, Dinamarca ISAE 2017: undestanding animal behaviour http://isae2017.com
27 a 31 de agosto Incheon - Coreia do Sul 33th World Veterinary Congress http://worldvet.org 6 a 9 de setembro León - México Congresso Veterinário de León http://cvdl.com.mx 4 a 8 de setembro Kuala Lumpur, Malásia WAAVP 2017 (World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology) http://waavp2017kl.org 7 a 9 de setembro Lausanne - Suíça ESVD-ECVD Annual Congress (European Society of Veterinary Dermatology - European College of Veterinary Dermatology) http://esvd-ecvdcongress.com 13 a 17 de setembro Nashville, Tennessee - EUA IVECCS 2017 (International Veterinary Emergency & Critical Care Symposium) http://veccs.org 14 a 17 de setembro Nashville, Tennessee - EUA Veterinary Dental Forum http://veterinarydentalforum.org 20 a 23 de setembro Medellín - Colômbia
VI Congresso Internacional Neurolatinvet http://congresoneurolatinvet.ces. edu.co henry@dover.com.co 25 a 28 de setembro Copenhaguen - Dinamarca World Small Animal Veterinary Association Congress and FECAVA Eurocongress http://wsava2017.com 28 de setembro a 1 de outubro Berlim - Alemanha 11th International conference on behaviour, physiology and genetics of wildlife http://goo.gl/QqXW9Y 2 a 4 de outubro Vancouver, Canadá 8th Animal Health & Veterinary Medicine Congress http://animalhealth.conferenceseries.com 5 e 6 de outubro Buenos Aires - Argentina XVII Congreso Nacional de AVEACA - Asociacion de Veterinarios Especializados en Animales de Compañía de Argentina http://www.aveaca.org.ar 19 a 22 de outubro Denver, Colorado - EUA 2017 AAFP Conference Feline Infectious Diseases and
Pediatrics http://www.catvets.com/education/conference 26 a 28 de outubro Portland, Oregon - EUA Veterinary Cancer Society Conference http://vetcancersociety.org 1º a 3 de novembro Medellín, Antioquia - Colômbia VI Congreso Latinoamericano de Enfermedades Rickettsiales & I Encuentro de ecologia y control de ectoparásitos http://enicip.co/congreso/ 9 a 11 de novembro Barcelona - Espanha SEVC 2017 (Southern European Veterinary Conference) Congreso Nacional AVEPA (Asociación de Veterinarios Españoles Especialistas en Pequeños Animales) http://sevc.info 23 a 25 de novembro Montevideo - Uruguai • XIV Congresso Iberoamericano FIAVAC - Federação Iberoamericana de Associações Veterinárias de Animais de Companhia • XI Congresso Nacional SUVEPA (Sociedad Uruguaya de Veterinarios Especialistas en Pequeños Animales) http://suvepa.org.uy http://fb.com/SuvepaFiavac2017 29 e 30 de novembro Bethesda, Maryland - EUA Pain in Animals Workshop 2017 http://paw2017.com
2018 3 a 7 de fevereiro de 2018 Orlando, Flórida - EUA VMX 2018 - Veterinary Meeting & Expo http://navc.com Songquan Deng / Shutterstock
Abril de 2018 Lima - Peru LAVC 2018 https://www.tlavc-peru.org
Orlando, EUA. Lake Eola Park. Muitos moradores de Orlando e turistas frequentam o parque durante o dia para passear e relaxar um pouco. Quem tiver uns dias sobrando no seu roteiro para Orlando, é legal passar um tempo no Lake Eola Park para relaxar um pouco dos Parques temáticos de Orlando e conhecer melhor a cidade e os moradores de lá - http://goo.gl/0ApyLu
114
Clínica Veterinária, Ano XXII, n. 128, maio/junho, 2017
6 a 8 de junho de 2018 Rio de Janeiro - RJ • XV Congresso Internacional FIAVAC - Federación Iberoamericana de Asociaciones Veterinarias de Animales de Compañía. • 39º Congresso Brasileiro da Anclivepa http://www.anclivepa2018.com.br
http://www.labyes.com/labyderm