Clínica A obesidade no gato doméstico – revisão de literatura Obesity in domestic cats – a literature review La obesidad en el gato doméstico – revisión de literatura Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, p. 32-46, 2018
Glauco Vinício Chaves MV, mestre, prof. EBTT/IFMG-Bambuí glauco.chaves@ifmg.edu.br
Maria Luisa Rodrigues Mendes Aluna de graduação CMV/Unifor ml1194mendes@gmail.com
Fúlvio Régian Costa Jacob Médico veterinário fulviojacob@gmail.com
Stênio Nunes Alves Biólogo, dr., prof. ass. I CCO/UFSJ stenioalves@ufsj.edu.br
Resumo: A obesidade é uma das principais desordens nutricionais encontradas em gatos, e apresenta etiologia multifatorial, sendo fatores de risco a idade, a raça, o gênero, a esterilização e a alimentação, entre outros. Além da síndrome metabólica, a obesidade leva ao surgimento de desordens ortopédicas e cutâneas, aumenta o risco anestésico e diminui a longevidade e a qualidade de vida. O diagnóstico pode ser realizado por meio de métodos de fácil aplicabilidade, como o escore de condição corporal (ECC). O tratamento consiste na restrição energética e em programa de exercícios físicos. A prevenção é essencial ao controle dessa enfermidade. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão literária expondo a prevalência e a etiologia da obesidade, o papel do tecido adiposo como órgão endócrino e as doenças associadas, bem como o diagnóstico, o tratamento e a prevenção. Unitermos: felinos, tecido adiposo, escore de condição corporal Abstract: Obesity is one of the most important nutritional disorders affecting domestic cats, and has a multifactorial etiology. Main risk factors include age, breed, gender, neutering, type of food, and frequency of feeding. In addition to the metabolic syndrome, obesity is associated to development of orthopedic diseases and skin disorders. Obesity increases anesthetic risk and decreases longevity and quality of life. Body condition score is the standard method of diagnosis, and treatment consists in dietary energy restriction and exercise programs. Prevention is paramount to disease control. In this article we review the current literature related to feline obesity and highlight its prevalence and etiology, as well as the role of adipose tissue – as an endocrine organ –, in the diseases. Comorbidities, diagnosis, treatment, and prevention are discussed. Keywords: feline, adipose tissue, body condition score Resumen: La obesidad es una de las alteraciones nutricionales más frecuentes en gatos y posee una etiología multifactorial. Dentro de los factores de riesgo se encuentran la edad, raza, género, esterilización y el tipo de alimentación. La obesidad en felinos puede provocar un síndrome metabólico, alteraciones ortopédicas y cutáneas, aumentar el riesgo anestésico, disminuyendo también la expectativa y calidad de vida del paciente. El diagnóstico puede realizarse mediante métodos simples como el escore de condición corporal (ECC). El tratamiento se realiza con restricción energética y un programa de ejercicios físicos. Es muy importante que se trate de implantar un plan preventivo. El objetivo de este trabajo fue realizar una revisión de la literatura analizando la etiología y la prevalencia de la obesidad, el papel del tejido adiposo como órgano endocrino, las enfermedades asociadas, su diagnóstico, tratamiento y prevención. Palabras clave: felinos, tejido adiposo, escore de condición corporal
32
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
Introdução O gato doméstico (Felis silvestris catus) descende do gato selvagem africano (Felis silvestris libyca) e de outras espécies selvagens, como o gato-ornardo (Felis silvestris ornata) 1. Sua relação com o homem começou há aproximadamente três mil anos atrás, no Egito, onde esse animal era cultuado como entidade sagrada. Apesar do longo convívio entre esse felino e o homem, as informações sobre suas necessidades nutricionais permaneceram negligenciadas por um longo período, levando ao aparecimento de doenças 2. Dentre essas enfermidades, encontra-se a obesidade, que é caracterizada pelo acúmulo de quantidades excessivas de tecido adiposo. Esse distúrbio nutricional é resultado de um balanço energético positivo prolongado e influencia as funções fisiológicas do organismo 3. A obesidade/sobrepeso nos gatos aumentou de maneira significativa nos últimos anos, apresentando prevalência de 11,5% 4 a 39% 5. É considerada uma das formas mais comuns de má nutrição na clínica de pequenos animais e um dos distúrbios de maior importância, visto que
está relacionada a uma série de enfermidades, ao agravamento de doenças já existentes e à diminuição da longevidade dos animais. Além disso, os gatos obesos correm maior risco em anestesias e cirurgias, o que pode limitar uma série de intervenções 6. Devido à sua alta prevalência nos gatos domésticos e às suas consequências sobre a saúde e a qualidade de vida desses animais, este trabalho objetiva esclarecer aspectos cruciais na abordagem dessa doença, a partir de uma revisão literária, expondo pontos essenciais como a prevalência e a etiologia da obesidade, o papel do tecido adiposo como órgão endócrino e as doenças associadas a ela, bem como o seu diagnóstico, o tratamento e a prevenção. Definição de obesidade A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de quantidades excessivas de tecido adiposo no corpo em relação à massa corporal magra. Esse distúrbio nutricional é resultado de um balanço energético positivo prolongado e influencia as funções fisiológicas do organismo 3. Essa condição pode ser facilmente detectada por meio
http://www.digi-vet.com.br Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
33
Clínica de análise visual e palpação, pela avaliação do escore de condição corporal (ECC). Em animais com sobrepeso, as costelas não são palpadas com facilidade, pois há cobertura de gordura. Além disso, há arredondamento da cintura. Os obesos apresentam cobertura de gordura também nas áreas lombar e inguinal, na face, no abdômen e nos membros 7. Prevalência Assim como existe a preocupação de estabelecer a prevalência da obesidade nos seres humanos, nos últimos anos diversos estudos foram realizados em várias partes do mundo para precisar esse valor no gato doméstico, a fim de determinar a dimensão do problema, bem como seus fatores de risco 4,5,8-12. A maioria dos estudos de prevalência de obesidade felina utilizou a análise do ECC, que avalia por meio de visão e palpação a quantidade de tecido adiposo subcutâneo e abdominal e da musculatura superficial (costelas, coluna vertebral e cintura), trazendo valores subjetivos para uma escala. Há diferentes métodos de pontuação, porém os mais utilizados são o sistema de 5 e 9 pontos 7. Um estudo realizado na Grã-Bretanha em 2012 demonstrou uma baixa prevalência de obesidade felina. O ECC de 3.219 gatos foi analisado por meio da escala de 5 pontos. Animais com pontuação 4 foram considerados com sobrepeso, e com 5 pontos, obesos, chegando-se ao resultado de 9,7% dos gatos com sobrepeso e apenas 1,8% de obesos 4. Em outro estudo realizado em Glasgow, Escócia, em 2008, com 118 gatos acima de um ano de idade, a mesma escala do estudo anterior demonstrou uma prevalência de 28,8% de gatos com sobrepeso e 10,2% de obesos. No mesmo estudo se comprovou que 28% dos gatos foram considerados com ECC ideal 5. Nos Estados Unidos, 8.159 gatos adultos atendidos em clínicas veterinárias privadas foram analisados por meio da escala de 5 pontos. Foram considerados obesos os animais com ECC entre 4,6 e 5, e com sobrepeso os que apresentavam entre 3,5 a 4,5 pontos na escala. Foi encontrada uma prevalência de 28,7% dos gatos com sobrepeso e 6,4% de obesos 11. Um estudo com 497 gatos saudáveis na França teve como objetivo relatar a prevalência da obesidade nessa espécie, bem como fatores de risco e a percepção da condição corporal pelos tutores. Foi encontrada uma prevalência de 19% de sobrepeso e 7,8% de obesidade nos gatos analisados durante o período de março a junho de 2006 10. Na Nova Zelândia, um estudo foi realizado com 182 gatos de 154 residências escolhidas aleatoriamente por sorteio, que foram submetidos à análise de ECC por meio da escala de 5 pontos: 43 gatos encontravam-se com sobrepeso (23,1%), e 5 estavam obesos (2,7%) 8. 34
No Brasil, no município de Alegre, ES, um trabalho sobre a prevalência de obesidade felina foi realizado com 50 gatos, utilizando a escala de 9 pontos. A prevalência de sobrepeso (ECC > 7) foi de 8%, e de obesidade (ECC = 9), de 6%, não havendo diferenças significativas entre essas condições. O menor número de animais analisado no presente estudo pode ter influenciado esse fator e também a baixa prevalência 12. Os estudos mencionados são ilustrados na figura 1. Etiologia As causas da obesidade são multifatoriais, existindo fatores genéticos e ambientais que influenciam essa condição 3. O entendimento desses fatores de risco é importante não só para a prevenção como também para o sucesso do tratamento dessa desordem em gatos 5. Embora existam alguns fatores associados à obesidade – por exemplo, distúrbios endócrinos, como o hipotireoidismo –, fármacos que aumentam o apetite (polifagia) – como glicocorticoides e anticonvulsivantes –, e defeitos genéticos raros 13, o principal fator desencadeador do excesso de peso é um desequilíbrio entre a energia consumida e a energia gasta, seja pelo excesso de ingestão de alimentos ou pela baixa metabolização. Esse desequilíbrio resulta em um balanço positivo prolongado, e diversos fatores podem ser determinantes para que isso ocorra 3. Idade Os animais de meia idade são mais propensos a tornarse obesos, sendo esse um fator indireto de risco, ou direto, quando acrescido a outras condições 4,10,11,14. A redução do risco de ganho de peso conforme se aproxima a idade avançada pode ser provocada pela ocorrência de doenças geriátricas que interferem no metabolismo e reduzem o ganho de peso, como o hipertireoidismo felino e a doença renal crônica 15. Geralmente, os animais acima de quinze anos tendem a encontrar-se em estado de caquexia ou magreza, sendo rara a obesidade 4.
Referência 5 11 9 10 8 4 12
País
Porcentagem de Sobrepeso/obesidade Grã-Bretanha 39% Estados Unidos 35,1% Nova Zelândia 27,4% França 26,8% Nova Zelândia 25,8% Grã-Bretanha 11,5% Brasil 14%
Figura 1 – Porcentagem de sobrepeso/obesidade em gatos encontrada em estudos realizados em diferentes países 4,5,8-12
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
Gênero O gênero também é de grande importância na etiologia, visto que os machos são mais propensos a se tornarem obesos 11. A probabilidade de obesidade ou sobrepeso em gatos machos é 1,3 vez maior do que em fêmeas, e, se castrados, a propensão é 5,2 vezes maior 4. Esterilização A esterilização também demonstrou ser fator de risco em diversos outros estudos 5,10,11,14. Os hormônios sexuais são determinantes sobre os adipócitos, já que podem inibir a lipogênese. Além disso, causam efeitos diretos no cérebro, afetando o metabolismo celular e a saciedade. Uma vez diminuída a produção desses hormônios, devido à retirada das gônadas, o efeito sobre o metabolismo energético é significativo 16. Em um estudo realizado com cadelas da raça beagle, foi necessária uma redução de 30% no consumo de alimentos para que elas mantivessem o peso após a esterilização, o que evidencia o impacto dessa prática sobre o metabolismo energético 17. O aumento proporcional de exercícios também se faz necessário para a manutenção do peso após a gonadectomia, uma vez que a inatividade é um fator de risco 8. Subestimação do tutor Outro dos principais fatores associados à obesidade encontrado em diversos estudos é a subestimação da condição corporal dos gatos por seus tutores. Partindo da escala visual, a maioria dos tutores tendem a definir os animais com sobrepeso ou obesos como se o escore corporal fosse normal 5,8-10. Em um estudo realizado na Grã-Bretanha, cada tutor foi convidado a definir a condição corporal de seu gato. Ao comparar a análise do ECC atribuído pelos tutores com a de um veterinário, apenas 54,2% foram capazes de definir o escore corretamente, enquanto os tutores de gatos com sobrepeso ou obesos se mostraram 2,7 vezes mais propensos a subestimar o peso de seus animais 5. A grande importância da subestimação está no fato de que se um tutor não percebe a condição de ganho de peso de seu animal, não será motivado a reduzir a disponibilidade de alimento, e portanto ele estará mais propenso a ganhar peso à medida que envelhece. Muitas vezes isso ocorre devido à falta de percepção da obesidade como doença 8,9. Raça Num estudo de prevalência realizado nos Estados Unidos, a raça foi considerada um fator de risco, dado que ao menos 30% dos animais das raças manx, sem raça definida (SRD), domestic shorthair, domestic medium hair, domestic longhair, mestiços e maine coon estavam em situação de sobrepeso/obesidade. Com índice inferior a 30% encontravam-se os animais das raças siamês, persa e
himalaia. No entanto, a maioria dos gatos do estudo encontrava-se sem documentação de pedigree, o que pode categorizar em determinada raça animais que não pertencem a ela. É necessário um maior número de estudos para descrever os padrões raciais que predispõem ao ganho de peso 11. Alimentação Composição dos alimentos É impossível discutir a obesidade sem abordar o quesito alimentação, que inclui diversas variáveis. O tipo de alimentação pode influenciar diretamente o ganho de peso, sendo mais propícios os alimentos de alta palatabilidade, como carne fresca, peixe e petiscos. A obesidade/sobrepeso é relativamente frequente em felinos confinados, aos quais os tutores muitas vezes oferecem esses tipos de alimento, levando os animais a uma ingesta acima das suas necessidades 8. Os alimentos terapêuticos e premium – cuja alta densidade calórica pode exceder à necessidade dos gatos, levando à deposição de gordura – também foram dos mais associados à obesidade 10,11. Frequência de alimentação A frequência da alimentação é um fator contraditório na etiologia da obesidade. Alguns autores consideram a alimentação ad libitum (à vontade) um importante fator de risco, qualquer que seja o tipo de alimento. Deixar a vasilha repleta permite que, no final do dia, a comida esteja com sabor e aroma obsoletos e desagradáveis. Isso pode encorajar o gato a comer mais enquanto o alimento está fresco, criando-se a associação de que esvaziar rapidamente a vasilha é sinônimo de comida fresca 9. Resultados diferentes são abordados por outros autores, que consideram que os gatos alimentados duas ou três vezes por dia são quatro vezes mais propensos a tornar-se obesos em comparação aos que recebem alimentação ad libitum, também pelo fato de o alimento trocado com frequência apresentar gosto e aroma agradáveis para o felino 5. Presença de outros animais A presença de outros animais também pode interferir na quantidade de alimentação. Os cães podem intimidar os gatos, levando-os para longe de seus alimentos, contribuindo para a diminuição da ingestão. Também é possível que as pessoas que possuem cães e gatos forneçam com menor frequência alimentos premium, devido ao alto custo, reduzindo as chances de os gatos se tornarem obesos 8. Se a presença de cães pode reduzir a chance de obesidade, por outro lado, quando existem muitos gatos num determinado domicílio, ela pode aumentar. A presença de quatro ou mais gatos em uma casa é um fator de risco, em comparação ao dos que vivem com menos companheiros, devido à competição pelo alimento 14.
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
35
Clínica Presença de crianças Outro fator redutor do risco de excesso de peso encontrado foi a presença de crianças, com idade inferior a dezesseis anos no domicílio, uma vez que elas interagem mais com o gato, tornando-o mais ativo. Além disso, os pais das crianças concentram-se em cuidar delas, pondo muitas vezes o gato em segundo plano, e podendo até mesmo deixá-lo sem algumas refeições 10. Incompreensão do comportamento felino Além de todos esses fatores, a incompreensão do comportamento felino pode levar o gato a aumentar a ingestão de comida. Muitos dos comportamentos felinos são interpretados como fome pela maioria dos tutores, que logo fornecem o alimento. O gato então percebe que o contato visual, tátil e sonoro com o tutor resulta em comida, e passa a repeti-lo para se alimentar 18. Além disso, os cães e os gatos podem manipular seus tutores, se estes estão abertos aos sinais enviados pelos animais, assim como as crianças podem aprender formas de pedir alimentos aos pais, mesmo muito pequenas e incapazes de falar. Reconhecer a sobrealimentação, em ambos os casos, é de suma importância 19. Acesso externo Animais confinados em apartamentos ou no interior de residências, com pouco ou nenhum acesso ao meio externo, apresentam maiores riscos de se tornarem obesos, já que se tornam inativos, por terem menos oportunidades de exercitar-se 20. Tecido adiposo Durante muito tempo, considerou-se que as funções do tecido adiposo se restringiam ao isolamento e à proteção de órgãos, à manutenção do calor corpóreo e ao armazenamento de energia, uma vez que os adipócitos, células componentes desse tecido, são as únicas estruturas capazes de armazenar triacilglicerol (TAG) em seu interior sem perder a integridade celular 3,21. No entanto, a percepção clássica desse tecido como apenas um reservatório de energia foi modificada, passando-se a considerá-lo também um órgão endócrino, após a identificação e a caracterização de peptídeos bioativos secretados por ele. Esses peptídeos foram posteriormente denominados adipocinas que possuem efeito autócrino, parácrino e endócrino 22. O tecido adiposo divide-se em branco e marrom, segundo a morfologia dos adipócitos. É constituído principalmente por adipócitos, fibras colágenas, fibroblastos, pré-adipócitos, vasos sanguíneos e células do sistema imune. O tecido adiposo branco caracteriza-se pela presença de uma única gotícula de lipídio, que ocupa grande parte da célula, originada pela fusão de várias gotículas 21,23. Os adipócitos brancos maduros são células grandes, e 36
seu tamanho pode ainda aumentar de acordo com a quantidade de TAG acumulada no interior da célula, processo esse denominado hipertrofia celular. Quando atingem o nível máximo de hipertrofia suportado, recrutam pré-adipócitos para expandir o tecido adiposo. Esse processo denomina-se hiperplasia celular 3,24. Quando ocorre a hipertrofia do adipócito, o suprimento de oxigênio na célula é comprometido, levando a um quadro de hipóxia. Essa baixa oxigenação é um forte estímulo para a liberação de citocinas no tecido adiposo, ocasionando uma inflamação sistêmica leve. Em seres humanos, os adipócitos com tamanho de 140 a 180 mm apresentam quadro de hipóxia 25. O tecido adiposo marrom caracteriza-se pela presença de inúmeras gotículas de lipídios de tamanhos variados no citoplasma e pela presença de mitocôndrias que não possuem enzimas para geração de trifosfato de adenosina (ATP), utilizando produtos da oxidação metabólica, principalmente ácidos graxos, para a geração de calor – e, devido a esse fator, tem a função de termogênese 23. Adiponectina A adiponectina é uma adipocina sintetizada exclusivamente por adipócitos maduros, diferentemente da leptina, e circula como trímeros, hexômeros ou multímeros, de alto peso molecular. Foi descoberta logo após a leptina e tem outras denominações, como Acrp30, GBP28 e Adipoq. Sua secreção é estimulada pela insulina e por constituintes da dieta, como óleo de peixe, proteína de soja e ácido linoleico 21. A adiponectina é conhecida como um “sensibilizador de insulina”, posto que sensibiliza o transportador de glicose (Glut) à ação desse hormônio. Os gatos obesos apresentam concentrações plasmáticas diminuídas de adiponectina, o que evidencia que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes melito (DM). No entanto, alguns gatos com peso normal apresentam concentrações menores que os gatos obesos, o que sugere que a produção de adiponectina pode não depender apenas da adiposidade, mas de outros fatores que devem ser posteriormente estudados 26. Angiotensinogênio O mecanismo regulador angiotensinogênio e o sistema renina/angiotensina/aldosterona são de suma importância no equilíbrio hidreletrolítico, na homeostase vascular e na função renal. Uma descoberta importante na medicina humana foi que o tecido adiposo produz angiotensinogênio, enzima conversora de angiotensina (ECA) e angiotensina II. Na obesidade, a concentração de angiotensinogênio encontra-se aumentada, devido à sua produção pelos adipócitos, com consequente aumento nos níveis de angiotensina II. O resultado é a vasoconstrição e a liberação de aldosterona, que leva à retenção de sódio pelos
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
http://premierpet.com.br
Clínica rins, ocasionando hipertensão e disfunção renal, pelo comprometimento sanguíneo dos rins 27.
nível tecidual. Esse aumento de cortisol em seres humanos leva a alterações similares à síndrome de Cushing 31.
Fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) O TNF-α é uma citocina pró-inflamatória que, no tecido adiposo, impede a lipogênese pela inibição da expressão da lipase de lipoproteína (LLP) – enzima responsável por hidrolisar triglicerídeos das lipoproteínas para liberar ácidos graxos para o adipócito – e estimula a lipólise. Além disso, exerce controle sobre a multiplicação de adipócitos, particularmente na hiperplasia ocorrida na obesidade. Correlaciona-se com o acúmulo de gordura no organismo, apresentando-se aumentado em animais obesos 28. Está relacionado à resistência à insulina, dado que inibe a sinalização desse hormônio, o que leva à redução da síntese e à translocação do transportador de glicose do músculo e do adipócito (Glut4) para a membrana, com consequente menor entrada de glicose na célula, mediada pela insulina. Também está relacionado à aterosclerose, pois promove a migração de monócitos e sua posterior conversão em macrófagos na parede endotelial 21.
Doenças relacionadas à obesidade O excesso de peso pode predispor ao surgimento de doenças a partir de dois mecanismos: o primeiro, devido aos efeitos mecânicos e físicos ocasionados pelo excesso de peso, que podem comprometer o sistema locomotor, bem como exacerbar uma doença nele já existente; a gordura também pode comprimir as vias aéreas superiores e reduzir a dissipação de calor. O segundo mecanismo deve-se à função endócrina do tecido adiposo, que produz uma série de substâncias relacionadas ao desenvolvimento de doenças 32. Além disso, os gatos obesos são 4,9 vezes mais propensos a desenvolver diabetes melito, 4,9 vezes mais predispostos a desenvolver alterações locomotoras e 2,3 vezes mais inclinados a desenvolver enfermidades cutâneas não alérgicas quando comparados a gatos com o peso ideal 33.
Interleucina-6 (IL-6) A IL-6 tem efeito direto sobre o metabolismo de lipídios, uma vez que sua liberação exerce lipólise com consequente liberação de ácidos graxos e glicerol, independentemente da modulação de catecolaminas, insulina ou glucagon. É produzida por adipócitos e macrófagos, sob estímulo de catecolaminas que agem nos receptores adrenérgicos do tecido adiposo, e sua concentração correlaciona-se à obesidade 27. Adiposidade visceral A gordura visceral é tida como um dos principais fatores desencadeadores da síndrome metabólica, devido a dois mecanismos, comprovados em um estudo realizado com cães: o primeiro é que a lipólise de gordura visceral gera maior quantidade de ácidos graxos livres (FFAs), um dos fatores da resistência insulínica; e o segundo, pela posição anatômica desta, que culmina com maior quantidade de FFAs na circulação portal quando há lipólise, levando à resistência hepática. O cão foi escolhido como modelo de estudo pela facilidade de acesso à veia porta e por apresentar maior semelhança genética com o ser humano em comparação a roedores, perdendo apenas para os primatas, espécie em que o estudo não foi permitido 29. Além disso, a gordura armazenada no compartimento visceral seria mais sujeita à lipólise exercida por glicocorticoides e catecolaminas, por apresentar maior quantidade de receptores para esses compostos 30. Também ficou demonstrado que há maior concentração da enzima 11βhidroxiesteroide desidrogenase tipo 1 (11β-HSB1) nesse compartimento, que converte cortisona em cortisol em 38
Síndrome metabólica Resistência à insulina e diabetes melito A insulina, hormônio sintetizado pelas células beta do pâncreas, tem papel fundamental na regulação do metabolismo energético. O estímulo fisiológico primário para a sua secreção é a concentração de glicose sanguínea, sendo que os aumentos nessa concentração são estímulos para a síntese e a liberação de insulina em indivíduos saudáveis. Isso assegura que a glicose seja mantida numa faixa estreita, mesmo após a ingestão de alimentos 28. A alteração na resposta tissular à insulina é denominada resistência à insulina, e foi verificada em um estudo realizado com gatos induzidos à obesidade. A expressão de Glut-4 se mostrou diminuída nas biópsias de músculos e gordura nos animais obesos, sugerindo que as alterações ocorridas nesse receptor são distúrbios precoces provocados pela obesidade 34. Essa síndrome também foi verificada em cães 35. O aumento de peso de um quilo em gatos reduz aproximadamente 30% da sensibilidade insulínica dos tecidos, devido à baixa ação da adiponectina e à alta ação do TNFα e dos FFAs, ocasionando a redução da absorção de glicose 36. Como resposta fisiológica, ocorre uma hipersecreção de insulina, que consiste na tentativa de aumentar a glicose no interior celular 34. A resistência à insulina é tida como o principal fator da falência das células beta do pâncreas, por meio de um mecanismo de exaustão celular. A resistência periférica a esse hormônio resulta em aumento da produção de glicose hepática, por gliconeogênese, e em diminuição da utilização periférica de glicose, ocasionando a hiperglicemia. À medida que a função das células beta diminui, por exaustão, um maior grau de hiperglicemia é necessário
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
para estimulá-las a produzir insulina suficiente para compensar a resistência 37. O pâncreas é capaz de aumentar a secreção por um curto período de tempo. No entanto, manter essa secreção aumentada por longos períodos para normalizar as altas concentrações de glicose requer que esse órgão aumente o número e o tamanho de suas células – caso contrário, a DM se estabelecerá. Apenas 20% dos gatos obesos obtêm sucesso nesse processo de adaptação pancreática; o restante deles apresentam hipoinsulinemia e tornam-se diabéticos 28. Hiperlipidemia e dislipidemia Altas concentrações de triglicérides, bem como altos níveis de colesterol das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) e das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e baixos níveis de colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL) são encontrados em indivíduos obesos 38. Utilizando a tecnologia de ressonância nuclear magnética (NMR), descobriu-se que a obesidade dos gatos está relacionada ao aumento das partículas grandes e de tamanho médio de VLDL. Em um estudo realizado com seres humanos, essas partículas foram associadas a doenças cardiovasculares. Tal fato demonstra que a concentração das subclasses de lipoproteínas e o tamanho das partículas são mais importantes do que a concentração total de lipoproteínas no desenvolvimento de doenças 28,39. Além disso, os gatos obesos apresentam concentrações quase três vezes maiores de partículas de LDL pequenas e médias do que de grandes 28. Estudos realizados com seres humanos demonstraram que as partículas pequenas
e densas de LDL conseguem se ligar com maior facilidade aos proteoglicanos presentes na parede endotelial, levando à deposição de colesterol na parede dos vasos sanguíneos, favorecendo assim o desenvolvimento de doenças nas artérias coronárias. As pequenas partículas de HDL também são associadas a esse quadro 38. Apesar de nos gatos se encontrarem aumentos nas mesmas partículas que em seres humanos estão associadas à aterosclerose e a doenças cardiovasculares, essas enfermidades não estão associadas à obesidade nessa espécie. Isso sugere a hipótese de que há fatores adicionais presentes nos seres humanos no surgimento dessas doenças 28. Lipidose hepática A lipidose hepática é caracterizada pela presença excessiva de TAG nos hepatócitos, e ocorre quando o índice de acumulação desse composto se encontra acima da degradação metabólica ou da liberação como lipoproteínas 40. Os gatos têm maior predisposição para a deposição de lipídios no fígado, quando comparados a outras espécies 6. Dois mecanismos relacionados à obesidade podem ocasionar a deposição gordurosa no fígado. O primeiro, a partir da ingestão excessiva de lipídios na dieta, ou de carboidratos, que são convertidos em ácidos graxos e depositados como TAG no citoplasma dos hepatócitos. O segundo, por meio da mobilização das reservas energéticas do tecido adiposo, no jejum ou na DM. A obesidade acarreta maior quantidade de ácidos graxos liberados durante a lipólise, e, portanto, maior risco de lipidose hepática 40.
http://www.betlabs.com.br
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
39
Clínica
Maria Luisa Rodrigues Mendes
meio do escore corporal, que, como já descrito, estabelece que cada ponto acima do ECC ideal numa escala de 9 pontos e cada meio ponto acima do ideal numa escala de 5 pontos equivale a 10% a 15% de adiposidade. Assim, é possível estabelecer o peso ideal e quantos quilos o animal deve perder, conforme demonstra o exemplo a seguir 41: Peso = 100/ 100 + porcentagem x peso ( ) atual ideal de obesidade Ex: Animal de 8 kg, com pontuação 5/5 ou 9/9 (sobrepeso de aproximadamente 40%) Peso ideal = 100/140 x 8 = 5,7 kg Quantidade a perder = 2,3 kg
Restrição energética A perda de peso deve ser de 1% a 1,5% semanal, realizada de forma lenta, dado que uma porcentagem maior que esta pode levar ao desenvolvimento de anormalidades como a lipidose hepática 56. Além disso, uma perda superior 2% semanais leva à diminuição da massa corporal magra, ao comportamento indesejável de vasculhar lixo e 42
Maria Luisa Rodrigues Mendes
O clínico deve também obter um histórico completo da alimentação do animal, atentando para o tipo de alimento fornecido, a quantidade, a forma de fornecimento (ad libitum ou em pequenas refeições), a pessoa responsável pela alimentação e a possibilidade de o animal obter alimento por outras vias (vizinhos ou pessoas que forneçam guloseimas, caça, lixo revirado, etc.) 15. O tutor deve se conscientizar das consequências da obesidade na qualidade de vida de seus animais, dado que muitos tutores não a percebem como um problema 9. Para encorajá-los a contribuir com a perda de peso, é necessário informá-los de que a maior parte das alterações pode ser revertida completamente quando o gato retornar ao peso adequado 36. O tratamento da obesidade objetiva basicamente aumentar o gasto energético e diminuir a ingestão de energia por meio de modificações no manejo alimentar e no estilo de vida. É de suma importância que o animal perca peso de forma saudável, eliminando a massa corporal gorda e preservando a magra 28. Para que um gato obeso consiga enquadrar-se em seu peso ideal, muitas vezes é necessário um longo período de tempo. É imprescindível, portanto, que o tutor seja informado de todo o programa de perda de peso, incluindo a duração e as metas mensais a serem atingidas. As diretrizes do programa também devem ser explanadas de forma clara, e, caso haja dúvidas, estas devem ser esclarecidas 54. Uma vez atingido o peso-alvo, deve ser mantido, reduzindo assim a morbidade das doenças associadas e aumentando a qualidade de vida. A obesidade é considerada uma doença crônica, e, portanto, os cuidados estabelecidos devem ser mantidos por toda a vida do animal 55.
Figura 3 – Medição do índice de massa corporal em felino. A) Medição da circunferência da caixa torácica no nível da nona costela. B) Medição do índice de pata, pela distância entre a patela e a tuberosidade calcânea
a uma chance maior de efeito rebote 6. Os valores de energia metabolizável (EM) – que deve incluir o alimento – por quilo de peso corporal recomendados são: para gatos com sobrepeso, 30 quilocalorias por dia, e para os obesos, 35 quilocalorias por dia. Assim, é possível obter uma perda de peso adequada. A EM é definida como a energia restante das perdas fecais, urinárias e de gases do que é ingerido (energia bruta), e é o que se torna disponível para o metabolismo das células. Geralmente encontra-se disponível nos rótulos de alimentos ou em websites de empresas confiáveis 57. Existem três alternativas para se restringir a alimentação: reduzir o fornecimento da dieta já utilizada, fornecer uma dieta com menor palatabilidade ou oferecer uma dieta palatável, porém com menor densidade energética, denominada dieta hipocalórica. Essa dieta pode ser adquirida pronta ou formulada para fabricação caseira. No entanto, a dieta caseira deve ser estabelecida com o
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
auxílio de um veterinário, para assegurar que as necessidades nutricionais sejam cumpridas 58. As dietas hipocalóricas possuem de metade a ⅔ menos energia do que os alimentos convencionais. A diminuição da densidade de energia é conseguida por meio da diminuição do teor de gordura, da injeção de ar no grão da ração durante a extrusão, do aumento do teor de água em alimentos enlatados ou sachês e da adição de fibras. Além disso, esses alimentos atendem às necessidades diárias de aminoácidos, ácidos graxos, minerais e vitaminas, e apresentam boa palatabilidade 6. Recomenda-se que a dieta hipocalórica apresente altos níveis de proteína (≥ 45%) e baixos níveis de lipídios e carboidratos (≤ 10%). Esse requerimento baseia-se no fato de que a dieta rica em proteínas promove o catabolismo da massa gorda e a preservação da magra. Além disso, uma dieta com alto índice de proteínas e poucos carboidratos causa maior produção de calor do que uma com baixo índice de proteínas e muitos carboidratos, o que faz aumentar a perda de peso 36. Pode-se ainda fornecer o alimento que já era utilizado, em quantidades menores, posto que diminuindo em 20% a quantidade de ração, o animal tende a perder de 0,5% a 2% de peso semanal. No entanto, essa não parece ser a melhor alternativa, já que esse era o alimento administrado durante o desenvolvimento da obesidade 15. Exercícios O exercício físico é uma importante ferramenta no tratamento da obesidade, pois aumenta o gasto de energia, estimula a oxidação da gordura, protege contra o catabolismo muscular e tem a capacidade de reverter a diminuição do metabolismo basal induzida por uma dieta de baixas calorias. Além dos efeitos que exerce sobre o sobrepeso, é benéfico para o sistema cardiovascular e estreita o vínculo do tutor com o animal 43. Qualquer atividade que possa instigar os gatos a se mover é potencialmente benéfica. Entre as alternativas, encontram-se a caminhada – que pode ser uma atividade difícil para os gatos não acostumados a isso desde filhotes –, a distribuição de comidas ou petiscos por vários cômodos da casa instigando-os a andar para procurar o alimento, e os jogos e as brincadeiras. Há jogos que estimulam os gatos a procurar alimento em seu interior 59, como mostrado na figura 4. Para introduzir uma atividade regular de jogo, recomenda-se começar com seções curtas, de aproximadamente 2 a 3 minutos. Isso permite que o gato se adapte, para que posteriormente esse período seja aumentado. Um jogo ideal deve assemelhar-se à caça, um comportamento atávico no gato, induzindo movimentos rápidos, apresentando emissão sonora e simulando o tamanho de uma presa pequena 54. É possível brincar com o gato com objetos encontrados
facilmente, como varas de pesca, bolinhas de pingue-pongue, cilindros e caixas de papelão. É importante ressaltar que os gatos se entediam facilmente com os mesmos brinquedos, sendo importante trocá-los sempre que preciso 59. Apesar de o exercício ser uma excelente ferramenta na perda de peso, é preciso ter cautela com alguns pontos. Essa atividade não deve ser realizada após as refeições, já que pode provocar indigestão e até mesmo distensão e torção gástrica. Os animais idosos, muito obesos ou com alterações articulares devem ser submetidos ao exercício de forma gradativa, evitando a sobrecarga das estruturas ósseas e o agravamento de enfermidades já existentes. Além disso, em dias quentes, devem exercitar-se nas horas mais frescas do dia, evitando a exaustão provocada pelo calor 60. Prevenção da obesidade A obesidade pode acarretar uma série de desordens à saúde dos gatos, sendo algumas delas irreversíveis, como a osteoartrite, a DM e a lipidose hepática, e, além disso, requer um tratamento laborioso e longo 11 – portanto, é importante prevenir seu surgimento. Apesar de apresentar etiologia multifatorial, com alguns fatores de risco não manipuláveis, há variáveis que podem ser modificadas para a redução da sua ocorrência 5. O peso deve ser monitorado com frequência, principalmente em animais predispostos à obesidade. Os filhotes devem ser pesados mensalmente para verificação do crescimento; os adultos jovens (de seis meses a dois anos) a cada de 3 ou 4 meses, e os gatos acima de dois anos, mensalmente 43. Os animais devem ser pesados quinzenalmente durante os seis meses posteriores à esterilização, já que apresentam diminuição do metabolismo basal e, portanto, tendem a ganhar peso após a retirada das gônadas. A dieta
Figura 4 – Brinquedos desenvolvidos no Brasil que são utilizados para estimular a procura pelo alimento: Cat Pizza, Bonequinha e Pet Ball – http://youtu.be/qrc0kmW8UOg
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
43
Clínica desses animais deve apresentar restrição energética para que mantenham o peso corporal ideal. O aumento proporcional de exercícios também é necessário para a manutenção do peso após a gonadectomia 8,17,43. Os tutores devem ser informados sobre as práticas adequadas para evitar o sobrepeso. A sobrealimentação e o oferecimento de guloseimas ou alimentos altamente palatáveis em grandes quantidades, como carne e peixe, são fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade, e, portanto, devem ser evitados. Apesar de a inatividade do gato poder ser diminuída com o acesso irrestrito à rua, é importante ressaltar que dessa forma a expectativa de vida é de três anos, ao passo que a dos gatos confinados varia entre 12 e 18 anos, fato explicado pelo aumento da incidência de acidentes automobilísticos, envenenamentos, brigas e doenças infecciosas, entre outros 8,9,61,62,63,64. Considerações finais Assim como na população humana, as taxas de obesidade/sobrepeso no gato doméstico são preocupantes, variando de 11,5% a 39% 4,5. A obesidade surge de um balanço energético positivo prolongado ocasionado por várias situações, algumas das quais são inerentes ao indivíduo, como a idade adulta 4,10,11,14, o sexo masculino 4,11, a castração 5,10,11,14, o fato de pertencer a determinadas raças 11 e outras advindas de práticas estabelecidas por tutores, como o fornecimento de alimentos altamente palatáveis e de alta densidade calórica 8,10,11. As doenças surgem das alterações metabólicas e das consequências do aumento de peso do paciente 32. O diagnóstico conta com técnicas de fácil acessibilidade e baixo custo 44. As técnicas mais precisas, apesar de desejáveis, muitas vezes se concentram apenas em centros de pesquisa, por requererem aparelhagem de alto custo e formação técnica elevada 28,53. Não há nenhum medicamento específico para o controle de peso dos gatos, já que os permitidos a cães levam à lipidose hepática felina. Portanto, o tratamento da obesidade nos gatos baseia-se apenas na restrição energética e em exercícios 6,28,43. Referências 01-PARAGON, B. M. Os felídeos do mundo. In: PARAGON, B. M. ; VASSAIRE, J. P. Enciclopédia do gato. Paris: Aniwa Publishing/Royal Canin, 2014. p. 3-38. ISBN: 2747600211.
47 companion animal practises. Veterinary Record, v. 171, n. 22, p. 560-56, 2012. doi: 10.1136/vr.100953. 05-COURCIER, E. A. ; O’HIGGINS, R. ; MELLOR, D. J. ; YAM, P. S. Prevalence and risk factors for feline obesity in a first opinion practice in Glasgow, Scotland. Journal of Feline Medicine & Surgery, v. 12, n. 10, p. 746-753, 2010. doi: 10.1016/j.jfms.2010.05.011. 06-NELSON, R. W. ; DELANEY, S. J. Desordens eletrolíticas e metabólicas. In: NELSON, R. W. ; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. p. 863-896. ISBN: 978-8535279061. 07-LAFLAMME, D. P. Development and validation of a body condition score system for cats: a clinical tool. Feline Practice, v. 25, n. 5, p. 13-17, 1997. 08-ALLAN, F. J. ; PFEIFFER, D. U. ; JONES, B. R. ; ESSLEMONT, D. H. B. ; WISEMAN, M. S. A cross-sectional study of risk factors for obesity in cats in New Zealand. Preventive Veterinary Medicine, v. 46, n. 3, p. 183-196, 2000. doi: https://doi.org/10.1016/S0167-5877(00)00147-1. 09-CAVE, N. J. ; ALLAN, F. J. ; SHOKKENBROEK, S. L. ; METEKOHY, C. A. M. ; PFEIFFER, D. U. A cross-sectional study to compare changes in the prevalence and risk factors for feline obesity between 1993 and 2007 in New Zealand. Preventive Veterinary Medicine, v. 107, n. 1-2, p. 121-133,2012. doi: 10.1016/j.prevetmed.2012.05.006. 10-COLLIARD, L. ; PARAGON, B. M. ; LEMUET, B. ; BÉNET, J. J. ; BLANCHARD, G. Prevalence and risk factors of obesity in an urban population of healthy cats. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 11, n. 2, p. 135-140, 2009. doi: 10.1016/j.jfms.2008.07.002. 11-LUND, E. M. ; ARMSTRONG, P. J. ; KIRK, C. A. ; KLAUSNER, J. S. Prevalence and risk factors for obesity in adult cats from private US veterinary practices. International Journal of Applied Research in Veterinary Medicine, v. 3, n. 2, p. 88-96, 2005. 12-MENDES-JÚNIOR, A. F. ; PASSOS, C. B. ; GÁLEAS, M. A. V. ; SECCHIN, M. C. ; APTEKMANN, K. P. Prevalência e fatores de risco da obesidade felina em Alegre-ES, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, v. 34, n. 4, p. 1801-1806, 2013. 13-BURKHOLDER, W. J. ; TOLL, P. W. Obesity. In: HAND, M. S. ; THATCHER, C. D. ; REMILLARD, R. L. ; ROUDEBUSH, P. ; LEWIS, L. D. Small animal clinical nutrition. 4. ed. Topeka: Mark Morris Institute, 2000. p. 401-430. ISBN: 0945837054. 14-RUSSEL, K. ; SABIN, R. ; HOLT, S. ; BRADLEY, R. ; HARPER, E. J. Influence of feeding regimen on body condition in the cat. Journal of Small Animal Practice, v. 41, n. 1, p. 12-17, 2000. doi: 10.1111/j.1748-5827.2000.tb03129.x.
02-MACDONALD, M. L. ; ROGERS, Q. R. ; MORRIS, J. G. Nutrition of the domestic cat, a mammalian carnivore. Annual Review of Nutrition, v. 4, n. 2, p. 521-562, 1984. doi: 10.1146/annurev.nu.04.070184.002513.
15-GRECO, D. S. Alterações no peso corporal: manifestações da afecção clínica. In: ETTINGER, S. J. ; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 3-7. ISBN: 8527709015.
03-ZORAN, D. L. Obesity in dogs and cats: a metabolic and endocrine disorder. The Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 40, n. 2, p. 221-239, 2010. doi: 10.1016/j.cvsm.2009.10.009.
16-COOKE, P. S. ; NAAZ, A. Role of estrogens in adipocyte development and function. Experimental Biology and Medicine, v. 229, n. 11, p. 1127-1135, 2004. doi: 10.1177/153537020422901107.
04-COURCIER, E. A. ; MELLOR, D. J. ; PENDLEBURY, E. ; EVANS, C. ; YAM, P. S. An investigation into the epidemiology of feline obesity in Great Britain: results of a cross-sectional study of
17-JEUSETTE, I. C. ; LHOEST, E. T. ; ISTASSE, L. P. ; DIEZ, M. O. Influence of obesity on plasma lipid and lipoprotein concentrations in dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 66, n. 1,
44
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018
p. 81-86, 2005. doi: 10.2460/ajvr.2005.66.81. 18-HEATH, S. E. Behaviour problems and welfare. In: ROCHLITZ, I. The welfare of cats. 3. ed. Dordrecht: Springer, 2007. p. 91-118. ISBN: 1402061439. 19-SANDOE, P. ; CORR, S. ; PALMER, C. Obesity in dogs and cats: welfare and ethics. FECAVA EUROCONGRESS, 22., 2016, Vienna. Proceedings... Vienna: FECAVA, 2016. p. 19-22. 20-SCARLETT, J. M. ; DONOGHUE, S. ; SAIDLA J. ; WILLS, J. Overweight cats: prevalence and risk factors. Internacional Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v. 18, n. 1, p. 22-28, 1994. 21-TRUJILLO, M. E. ; SCHERER, P. E. Adipose tissue-derived factors: impact on health and disease. Endocrine Reviews, v. 27, n. 7, p. 762-778, 2006. doi: 10.1210/er.2006-0033. 22-TRAYHURN, P. ; WOOD I. S. Adipokines: inflammation and the pleiotropic role of white adipose tissue. The British Journal of Nutrition, v. 92, n. 3, p. 347-355, 2004. doi: 10.1079/BJN20041213. 23-JUNQUEIRA, L. C. ; CARNEIRO, J. Tecido adiposo. In: ___. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 125-129. ISBN: 8527709066. 24-JENSEN, M. D. Health consequences of fat distribution. Hormone Research, v. 48, n. 5, p. 88-92, 1997. PMID: 9434051
tissue expresses angiotensinogen and enzymes required for its conversion to angiotensin II. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 83, n. 11, p. 3925-3929, 1998. doi: 10.1210/jcem.83.11.5276. 28-HOENIG, M. Nutrição na saúde e na doença: metabolismo, dieta e obesidade. In: AUGUST, J. R. Medicina interna de felinos. 6. ed. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier, 2011. p. 101-122. ISBN: 9788535239690. 29-BERGMAN, R. N. ; KIM, S. P. ; CATALANO, K. J. ; HSU, I. R. ; CHIU, J. D. ; KABIR, M. ; HUCKING, K. ; ADER, M. Why visceral fat is bad: mechanisms of the metabolic syndrome. Obesity, v. 14, n. 1, p. 16-19, 2006. doi: 10.1038/oby.2006.277. 30-FRAYN, K. N. Visceral fat and insulin r esistance causative or correlative? The British Journal of Nutrition, v. 83, n. 1, p. 7177, 2000. doi: 10.1017/S0007114500000982. 31-STEWART, P. M. Tissue-specific Cushing's syndrome uncovers a new target in treating the metabolic syndrome 11beta-hydroxysteroid dehydrogenase type 1. Clinical Medicine, v. 5, n. 2, p. 142146, 2005. 32-GERMAN, A. J. ; RYAN, V. H. ; GERMAN, A. C. ; WOOD, I. S. ; TRAYHURN, P. Obesity, its associated disorders and the role of inflammatory adipokines in companion animals. Veterinary Journal, v. 185, n. 1, p. 4-9, 2010. doi: 10.1016/j.tvjl.2010.04.004.
25-McGOWN, C. ; BIRERDINC, A. ; YOUNOSSI, Z. M. Adipose tissue as an endocrine organ. Clinical in Liver Disease, v. 18, n. 1, p. 41-58, 2014. doi: 10.1016/j.cld.2013.09.012.
33-SCARLETT, J. M. ; DONOGHUE, S. Associations between body condition and disease in cats. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 212, n. 11, p. 1725-1731, 1998.
26-ISHIOKA, K. ; OMACHI, A. ; SASAKI, N. ; KIMURA, K. ; SAITO, M. Feline adiponectin: molecular structures and plasma concentrations in obese cats. The Journal of Veterinary Medical Science, v. 71, n. 2, p. 189-194, 2009. doi: 10.1292/jvms.71.189.
34-BRENNAN, C. L. ; HOENIG, M. ; FERGUSON, D. C. GLUT4 but not GLUT1 expression decreases early in the development of feline obesity. Domestic Animal Endocrinology, v. 26, n. 4, p. 291-301, 2004. doi: 10.1016/j.domaniend.2003.11.003.
27-KARLSSON, C. ; LINDELL, K. ; OTTOSSON, M. ; SJOSTROM, L. ; CARLSSON, B. ; CARLSSON, L. M. S. Human adipose
35-GERMAN, A. J. ; HERVERA, M. ; HUNTER, L. ; HOLDEN, S. L. ; MORRIS, P. J. ; BIOURGE, V. ; TRAYHURN, P. Improvement
http://www.inrio.vet.br
Clínica in insulin resistance and reduction in plasma inflammatory adipokines after weight loss in obese dogs. Domestic Animal Endocrinology, v. 37, n. 4, p. 214-226, 2009. doi: 10.1016/j.domaniend.2009.07.001. 36-HOENIG, M. ; THOMASETH, K. ; WALDRON, M. ; FERGUSON, D. C. Insulin sensitivity, fat distribution, and adipocytokine response to different diets in lean and obese cats before and after weight loss. American Journal of Physiology, v. 292, n. 1, p. 227-234, 2007. doi: 10.1152/ajpregu.00313.2006. 37-PORTE JR, D. Banting lecture 1990. β-cells in type II diabetes mellitus. Diabetes, v. 40, n. 2, p. 166-180, 1991. 38-GRIFFIN, B. A. Lipoprotein atherogenicity: an overview of current mechanisms. The Proceedings of the Nutrition Society, v. 58, n. 1, p. 163-169, 1999. doi: https://doi.org/10.1079/PNS19990022. 39-FREEDMAN, D. S. ; OTVOS, J. D. ; JEYARAJAH, E. J. ; BARBORIAK, J. J. ; ANDERSON, A. J. ; WALKER, J. A. Relation of lipoprotein subclasses as measured by proton nuclear magnetic resonance spectroscopy to coronary artery disease. Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology, v. 18, n. 7, p. 1046-1053, 1998. doi: 10.1161/01.ATV.18.7.1046. 40-MACLACHLAN, N. J. ; CULLEN, J. M. Fígado, sistema biliar e pâncreas exócrino. In: CARLTON, W. W. ; MCGAVIN, M. D. Patologia veterinária especial de Thomson. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 95-131. ISBN: 978-8573073867. 41-GERMAN, A. ; MARTIN, L. Obesidad felina: epidemiología, fisiopatología y manejo. In: PIBOT, P. ; BIOURGE, V. ; ELLIOTT, D. Enciclopédia de la nutrición clínica felina. Paris: Royal Canin, 2010. p. 5-49. 42-RODRÍGUEZ J. M. ; PÉREZ, M. Cutaneous myiasis in three obese cats. Veterinary Quarterly, v. 18, n. 3, p. 102-103, 1996. doi: 10.1080/01652176.1996.9694627. 43-YAGUIYAN-COLLIARD, L. Manejo da obesidade felina. Veterinary focus, v. 15, n. 2, p. 32- 39, 2008. 44-GERMAN, A. J. The growing problem of obesity in dogs and cats. The Journal of Nutrition, v. 136, n. 7, p. 1940-1946, 2006. 45-GONÇALVEZ, A. F. ; ZANIN, M. T. ; RIBEIRO, D. C. ; CARVALHO, C. ; SOUZA, D. M. Efeito da obesidade no nível ósseo alveolar de ratos. Revista Ciência & Saúde, v. 2, n. 1, p. 2228, 2017. 46-BJORNVAD, C. R. ; NIELSEN, D. H. ; ARMSTRONG, P. J. ; MCEVOY, F. ; HOELMKJAER, K. M. ; JENSEN, K. S. ; PEDERSEN, G. F. ; KRISTENSEN, A. T. Evaluation of a ninepoint body condition scoring system in physically inactive pet cats. American Journal of Veterinary Research, v. 72, n. 4, p. 433437, 2011. doi: 10.2460/ajvr.72.4.433. 47-ELLIOTT, D. A. Techniques to assess body composition in dogs and cats. Waltham Focus, v. 16, n. 1, p. 16-20, 2006. 48-MAWBY, D. I. ; BARTGES, J. W. ; D’AVIGNON, A. ; LAFLAMME, D. P. ; MOYERS, T. D. ; COTTRELL, T. Comparison of various methods for estimating body fat in dogs. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 40, n. 2, p. 109-114, 2004. doi: 10.5326/0400109. 49-DIEZ, M. Body condition scoring in cats and dogs. Waltham Focus, v. 1, n. 40, p. 40-41, 2006. 50-BALDWIN, K. ; BARTGES, J. ; BUFFINGTON, T. ; FREEMAN, L. M. ; GRABOW, M. ; LEGRED, J. ; OSTWALD JR, D. AAHA nutritional assessment guidelines for dogs and cats. Journal of the
46
American Animal Hospital Association, v. 46, n. 4, p. 285-296, 2010. doi: 10.5326/0460285. 51-HAWTHORNE, A. J. ; BUTTERWICK, R. F. Predicting the body composition of cats: development of a zoometric measurement for estimation of percentage body fat in cats. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 14, n. 3, p. 365-370, 2000. 52-SPEAKMAN, J. R. ; BOOLES, D. ; BUTTERWICK, R. Validation of dual energy x-ray absorptiometry (DXA) by comparison with chemical analysis of dogs and cats. International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v. 25, n. 3, p. 439-447, 2001. doi: 10.1038/sj.ijo.0801544. 53-BUELUND, L. E. ; NIELSEN, D. H. ; MCEVOY, F. J. ; SVALASTOGA, E. L. ; BJORNVAD, C. R. Measurement of body composition in cats using computed tomography and dual energy x-ray absorptiometry. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 52, n. 2, p. 179-184, 2011. doi: 10.1111/j.1740-8261.2010.01765.x. 54-WOODS, G. ; GERMAN, A. Running successful weight management clinics. Feline Focus, v. 2, n. 1, p. 15-27, 2016. ISSN: 2057-3472. 55-GERMAN, A. J. Weight control and obesity in companion animals. Veterinary Focus, v. 22, n. 2, p. 38-46, 2012. 56-CENTER, S. A. ; HARTE, J. ; WATROUS, D. ; REYNOLDS, A. ; WATSON, T. D. ; MARKWELL, P. J. ; MILLINGTON, D. S. ; WOOD, P. A. ; YEAGER, A. E. ; ERB, H. N. The clinical and metabolic effects of rapid weight loss in obese pet cats and the influence of supplemental oral L-carnitine. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 14, n. 6, p. 598-608, 2000. doi: 10.1111/j.1939-1676.2000.tb02283.x. 57-NATIONAL RESEARCH COUNCIL OF THE NATIONAL ACADEMIES. Nutrient requirements of dogs and cats. Washington: The National Academies Press, 2006. 424 p. ISBN: 978-0-30908628-8. 58-HOUPT, K. A. ; SMITH, S. L. Taste preferences and their relation to obesity in dogs and cats. The Canadian Veterinary Journal, v. 22, n. 4, p. 77-81, 1981. 59-ELLIS, S. Cats and obesity: a behavioural perspective. Feline Focus, v. 2, n. 1, p. 9-14, 2016. ISSN: 2057-3472. 60-GERMAN, A. J. ; BUTTERWICK, R. Forewood: obesity – not just a nutritional disorder. In: ___. Waltham pocket book of healthy weight maintenance for cats and dogs. Waltham: Waltham, Centre for Pet Nutrition, 2010. p. 4. 61-ROWE, E. ; BROWNE, W. ; CASEY, R. ; GRUFFYDD-JONES, T. ; MURRAY, J. Risk factors identified for owner-reported feline obesity at around one year of age: dry diet and indoor lifestyle. Preventive Veterinary Medicine, v. 121, n. 3-4, p. 273-281, 2015. doi: 10.1016/j.prevetmed.2015.07.011. 62-LOYD, K. A. T. ; HERNANDEZ, S. M. ; ABERNATHY, K. J. ; SHOCK, B. C. ; MARSHALL, G. J. Risk behaviours exhibited by free-roaming cats in a suburban US town. The Veterinary Record, v. 173, n. 12, p. 295, 2013. doi: 10.1136/vr.101222. 63-AMERICAN ANIMAL RESCUE SOCIETY. Safe cats. 2011. Disponível em: <https://www.paws.org/library/cats/home-life/keeping-your-cat-happy-indoors/>. Acesso 14 de março de 2018. 64-HSUS. 10 tips to keep your cat happy indoors. The Humane Society of the United States, 2010. Disponível em: <www.humanesociety.org/animals/cats/tips/cat_happy_indoors.html.>. Acesso 14 de março de 2018.
Clínica Veterinária, Ano XXIII, n. 134, maio/junho, 2018