clínica veterinária n. 149

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Revista de educação continuada do clínico veterinário de pequenos animais

Reprodução Gestação extrauterina em coelha de estimação – relato de caso

Oncologia Aspectos anatomopatológicos do linfoma cutâneo em cães – revisão

Queimadas no Pantanal brasileiro

Distocia em coelha (Oryctolagus cuniculus) infanta da raça anãoholandês – relato de caso

Indexada no Web of Science – Zoological Record, no Latindex e no CAB Abstracts www.revistaclinicaveterinaria.com.br




Índice Conteúdo científico

Editora Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159

Reprodução

Publicidade Alexandre Corazza Curti midia@editoraguara.com.br Editoração eletrônica Editora Guará Ltda.

Extra-uterine pregnancy in a pet rabbit – case report

Suporte de TI Natan Inacio Chaves mkt2edguara@gmail.com

Gestación extrauterina en coneja – relato de caso

Gerente administrativo Antonio Roberto Sanches admedguara@gmail.com

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Reprodução

Capa Coelho no capim shutterstock Eivor Kuchta

Distocia em coelha (Oryctolagus cuniculus) infanta da raça anãoholandês – relato de caso Dystocia in young dutch dwarf rabbit (Oryctolagus cuniculus) – case report Distocia en una coneja europea enana (Oryctolagus cuniculus) – relato de caso

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Oncologia Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total res­­ponsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou to­tal do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária. Editora Guará Ltda. Rua Adolf Würth, 276, cj 2 Jardim São Vicente, 06713-250, Cotia, SP, Brasil Central de assinaturas: (11) 98250-0016 cvassinaturas@editoraguara.com.br Gráfica Gráfica e Editora Pifferprint Ltda.

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Gestação extrauterina em coelha de estimação – relato de caso

Aspectos anatomopatológicos do linfoma cutâneo em cães – revisão Anatomopathological aspects of cutaneous lymphoma in dogs – review Características histopatológicas del linfoma cutáneo en perros – revisión

Conteúdo editorial Medicina veterinária do coletivo Medicina veterinária auxilia no diagnóstico da Covid-19 humana

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Diagnóstico laboratorial de SARSCoV-2: de seres humanos a animais

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Queimadas no Pantanal brasileiro

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Livros

Notícias

Tecnologia da informação Compendium Animalis: coletânea de leis e normas de proteção e bem-estar animal no Brasil

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Gestão

Proteção Animal Mundial 82 anuncia vencedores do 2º Prêmio Cidade Amiga dos Animais

Novidades para os produtos Equilíbrio Veterinary Renal Gats e Equilíbrio Veterinary Urinary Gatos

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Labyes lança Trihepat no Brasil

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PremieR Cookie expande 88 sua linha

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O poder da gratidão

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VetAgenda

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Cursos, palestras, semanas acadêmicas, simpósios, workshops, congressos, em todo território nacional e por todo o planeta

Lançamentos Boehringer Ingelheim 84 Saúde Animal atualiza seu portfólio e linha Recombitek® ganha novo integrante

Telemedicina veterinária

Errata

Na edição 148, no artigo de Aumento de adoção de animais na pandemia, na página 27, faltaram as referências 20 a 24. 21-PAIVA, D. Procura por adoção de cães e gatos cresce na pandemia; cuidadores fazem alerta. G1, 2020. Disponível em: <https:// g1.globo.com/fique-em-casa/noticia/2020/04/03/procura-por-adocao-de-caes-e-gatos-cresce-na-pandemia-cuidadores-fazem-alerta.ghtml>. Acesso em 3 de julho de 2020. 22-COUTO, A. Número de adoção de cães e gatos aumenta durante pandemia em Guarapari. Folha Vitória, 2020. Disponível em: <https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/06/2020/numero-de-adocao-de-caes-e-gatos-aumenta-durante-pandemia-em-guarapari>. Acesso em 15 de julho de 2020. 23-HETTS, S. Doação de cães e gatos: estratégias e cuidados. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DO BEM ESTAR ANIMAL, 1., 1998, São Paulo. Anais... São Paulo: Associação Humanitária de Proteção e Bem Estar Animal, 1998. p. 80. 24-HETTS, S. Doação de cães e gatos: estratégias e cuidados. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DO BEM ESTAR ANIMAL, 1., 1998, São Paulo. Anais... São Paulo: Associação Humanitária de Proteção e Bem Estar Animal, 1998. p. 80.

Crédito das imagens easter eggs ao longo desta edição a - nouseforname - pg. 6 b - dezy - pg. 15 c - Rita_Kochmarjova - pg. 16 d - Sabine Schmidt - pg. 19 e - gengirl - pg. 23 f - Binaya - pg. 29

g - Darkdiamond67 - pg. 34 h - Thomas Oswald - pg. 41 i - Degtyaryov Andrey - pg. 42 j - haak78 - pg. 44 k - Korionov - pg. 51 l - Anniyan Sk - pg. 71

m - anetapics - pg. 72 n - rebeccaashworth - pg. 74 o - Vitaly Titov - pg. 76 p - The Len - pg. 91 q - Vladimir Kant - pg. 94 r - gary718 - pg. 96

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Estamos encerrando um ano difícil, com muitas perdas em todas as regiões da Terra – perdas de vidas, de empregos, de direitos, de matas e de espécies. O ano de 2020 ficará marcado por essas imensas crises – a ambiental, a da saúde, a econômica e financeira –, e por outra, implícita em todas essas e que afeta parte significativa da população do planeta: a insidiosa crise de valores, expressa na incapacidade de reverberar compaixão, empatia e solidariedade. E que sustenta uma violência disseminada e crescente. Vimos este ano a destruição de áreas de preservação da flora e da fauna não somente no Brasil, mas em muitas partes do mundo, de forma intensa e assustadora, movida pela ganância e pela falta de consciência. A pandemia da Covid-19 ainda se estenderá. A muitos levará, e em outros deixará sequelas. Um painel internacional de cientistas, a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), ligada à ONU, reviu as evidências sobre a relação entre a expansão de doenças infecciosas transmitidas de animais para pessoas e a biodiversidade. Sua conclusão é que as causas subjacentes das pandemias são as alterações ambientais globais que impulsionam a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas, provocadas pela expansão e intensificação da agricultura e do comércio e pelo consumo de animais selvagens. Setenta por cento de todas as doenças emergentes no mundo, como ebola e zika, e de quase todas as pandemias (Influenza, HIV/aids, Covid-19) são zoonoses, ou seja, causadas por agentes que infectavam originalmente animais. O surgimento dessas doenças entre as pessoas está se acelerando. A manutenção desse paradigma inaugurará, infelizmente, uma era de pandemias, conclui o estudo. Em meio a tantos desastres e sofrimento, também vivemos um momento de grandes oportunidades para rever nossos caminhos e escolhas e mudar nossos rumos, a partir de uma consciência mais bem trabalhada. Portanto, o rumo de toda a vida que habita nosso planeta depende essencialmente de como conseguiremos aproveitar essas oportunidades e, a partir desse aumento de consciência, criar novas relações de trabalho, de parceria, de cultivo, de produção e de relacionamentos que tenham por base a noção de que todos estamos juntos, de que todos podemos aprender juntos, de que todos compartilhamos o mesmo planeta. E essas relações se iniciam naturalmente pelo respeito a todas as formas de vida, a começar pela vida de nossos pacientes, de seus tutores, de nossos colegas profissionais, de nossos familiares, de nossos vizinhos, de todos os nossos parceiros de trabalho e de existência em nosso dia a dia. As leis de proteção animal que se intensificam trazem a mensagem de que a cada dia mais pessoas se conscientizam da importância da vida de cães e gatos de estimação. Esse aumento de consciência tem ainda um longo caminho até se expandir a toda a população, mas não deve se restringir a animais de companhia, pois tem conexões e implicações bem mais amplas e profundas. Os animais silvestres de nossa fauna e também os animais de produção são merecedores dos mesmos direitos, e zelar para que todas as espécies sejam contempladas por legislações justas continua sendo um grande campo de oportunidades para a expansão de nossa consciência. Fechemos este ano empenhados no trabalho de ampliar nossa consciência para que no próximo possamos começar a introduzir a principal inovação capaz de gerar mudanças, que consiste em sermos mais amorosos, mais gratos, mais humildes, mais acolhedores, mais merecedores dessa oportunidade que nos foi dada – a vida. vida Maria Angela Sanches Fessel CRMV-SP 10.159 a

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shutterstock OSTILL is Franck Camhi

Editorial


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Consultores científicos Adriano B. Carregaro FZEA/USP-Pirassununga Álan Gomes Pöppl FV/UFRGS Alberto Omar Fiordelisi FCV/UBA Alceu Gaspar Raiser DCPA/CCR/UFSM Alejandro Paludi FCV/UBA Alessandra M. Vargas Endocrinovet Alexandre Krause FMV/UFSM Alexandre G. T. Daniel Universidade Metodista Alexandre L. Andrade CMV/Unesp-Aracatuba Alexander W. Biondo UFPR, UI/EUA Aline Machado Zoppa FMU/Cruzeiro do Sul Aline Moreira de Souza FMV/UFF Aloysio M. F. Cerqueira UFF Ana Claudia Balda FMU, Hovet Pompéia Ana Liz Bastos CRMV-MG, Brigada Animal MG Ananda Müller Pereira Universidad Austral de Chile Ana P. F. L. Bracarense DCV/CCA/UEL André Luis Selmi Anhembi/Morumbi e Unifran Angela Bacic de A. e Silva FMU Antonio M. Guimarães DMV/UFLA Aparecido A. Camacho FCAV/Unesp-Jaboticabal A. Nancy B. Mariana FMVZ/USP-São Paulo Aulus C. Carciofi FCAV/Unesp-Jaboticabal Aury Nunes de Moraes UESC Ayne Murata Hayashi FMVZ/USP-São Paulo Beatriz Martiarena FCV/UBA Benedicto W. De Martin FMVZ/USP; IVI Berenice A. Rodrigues MV autônoma Camila I. Vannucchi FMVZ/USP-São Paulo Carla Batista Lorigados FMU

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Carla Holms Anclivepa-SP Carlos Alexandre Pessoa www.animalexotico.com.br Carlos E. Ambrosio FZEA/USP-Pirassununga Carlos E. S. Goulart EMATER-DF Carlos Roberto Daleck FCAV/Unesp-Jaboticabal Carlos Mucha IVAC-Argentina Cassio R. A. Ferrigno FMVZ/USP-São Paulo Ceres Faraco FACCAT/RS César A. D. Pereira UAM, UNG, UNISA Christina Joselevitch IP/USP-São Paulo Cibele F. Carvalho UNICSUL Clair Motos de Oliveira FMVZ/USP-São Paulo Clarissa Niciporciukas Anclivepa-SP Cleber Oliveira Soares Embrapa Cristina Massoco Salles Gomes C. E. Daisy Pontes Netto FMV/UEL Daniel C. de M. Müller UFSM/URNERGS Daniel G. Ferro Odontovet Daniel Macieira FMV/UFF Denise T. Fantoni FMVZ/USP-São Paulo Dominguita L. Graça FMV/UFSM Edgar L. Sommer Provet Edison L. P. Farias UFPR Eduardo A. Tudury DMV/UFRPE Elba Lemos FioCruz-RJ Eliana R. Matushima FMVZ/USP-São Paulo Elisangela de Freitas FMVZ/Unesp-Botucatu Estela Molina FCV/UBA Fabian Minovich UJAM-Mendoza Fabiano Montiani-Ferreira FMV/UFPR

Fabiano Séllos Costa DMV/UFRPE Fabio Otero Ascol IB/UFF Fabricio Lorenzini FAMi Felipe A. Ruiz Sueiro Vetpet Fernando C. Maiorino Fejal/CESMAC/FCBS Fernando de Biasi DCV/CCA/UEL Fernando Ferreira FMVZ/USP-São Paulo Filipe Dantas-Torres IAM/Fiocruz Flávia R. R. Mazzo Provet Flavia Toledo Univ. Estácio de Sá Flavio Massone FMVZ/Unesp-Botucatu Francisco E. S. Vilardo Criadouro Ilha dos Porcos Francisco J. Teixeira N. FMVZ/Unesp-Botucatu F. Marlon C. Feijo Ufersa Franz Naoki Yoshitoshi Provet Gabriela Pidal FCV/UBA Gabrielle Coelho Freitas UFFS-Realeza Geovanni D. Cassali ICB/UFMG Geraldo M. da Costa DMV/UFLA Gerson Barreto Mourão Esalq/USP Hector Daniel Herrera FCV/UBA Hector Mario Gomez EMV/FERN/UAB Hélio Autran de Moraes Oregon S. U. Hélio Langoni FMVZ/Unesp-Botucatu Heloisa J. M. de Souza FMV/UFRRJ Herbert Lima Corrêa Odontovet Iara Levino dos Santos Koala H. A. e Inst. Dog Bakery Iaskara Saldanha Lab. Badiglian Idael C. A. Santa Rosa UFLA Ismar Araújo de Moraes IB/UFF

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Jairo Barreras FioCruz James N. B. M. Andrade FMV/UTP Jane Megid FMVZ/Unesp-Botucatu Janis R. M. Gonzalez FMV/UEL Jean Carlos R. Silva UFRPE, IBMC-Triade João G. Padilha Filho FCAV/Unesp-Jaboticabal João Luiz H. Faccini UFRRJ João Pedro A. Neto UAM Jonathan Ferreira Odontovet Jorge Guerrero Univ. da Pennsylvania José de Alvarenga FMVZ/USP Jose Fernando Ibañez FALM/UENP José Luiz Laus FCAV/Unesp-Jaboticabal José Ricardo Pachaly Unipar José Roberto Kfoury Jr. FMVZ/USP Juan Carlos Troiano FCV/UBA Juliana Brondani FMVZ/Unesp-Botucatu Juliana Werner Lab. Werner e Werner Julio C. C. Veado FMVZ/UFMG Julio Cesar de Freitas UEL Karin Werther FCAV/Unesp-Jaboticabal Leonardo D. da Costa Lab&Vet Leonardo Pinto Brandão Ceva Saúde Animal Leucio Alves FMV/UFRPE Luciana Torres FMVZ/USP-São Paulo Lucy M. R. de Muniz FMVZ/Unesp-Botucatu Luiz Carlos Vulcano FMVZ/Unesp-Botucatu Luiz Henrique Machado FMVZ/Unesp-Botucatu Marcello Otake Sato Dokkyo Medical University Marcelo Bahia Labruna FMVZ/USP-São Paulo


Marcelo de C. Pereira FMVZ/USP-São Paulo Marcelo Faustino FMVZ/USP-São Paulo Marcelo S. Gomes Zoo SBC,SP Marcia Kahvegian FMVZ/USP-São Paulo Márcia Marques Jericó UAM e Unisa Marcia M. Kogika FMVZ/USP-São Paulo Marcio B. Castro UNB Marcio Brunetto FMVZ/USP-Pirassununga Marcio Dentello Lustoza Virbac Brasil Márcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-Botucatu Marco Antonio Gioso FMVZ/USP-São Paulo Marconi R. de Farias PUC-PR Maria Cecilia R. Luvizotto CMV/Unesp-Araçatuba Maria Cristina Nobre FMV/UFF M. de Lourdes E. Faria VCA/Sepah Maria Isabel M. Martins DCV/CCA/UEL M. Jaqueline Mamprim FMVZ/Unesp-Botucatu Maria Lúcia Z. Dagli FMVZ/USP-São Paulo Marion B. de Koivisto CMV/Unesp-Araçatuba Marta Brito FMVZ/USP-São Paulo Mary Marcondes CMV/Unesp-Araçatuba Masao Iwasaki FMVZ/USP-São Paulo Mauro J. Lahm Cardoso Falm/Uenp

Mauro Lantzman Psicologia PUC-SP Michele A. F. A. Venturini Odontovet Michiko Sakate FMVZ/Unesp-Botucatu Miriam Siliane Batista FMV/UEL Moacir S. de Lacerda Uniube Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL Nadia Almosny FMV/UFF Natália C. C. A. Fernandes Instituto Adolfo Lutz Nayro X. Alencar FMV/UFF Nei Moreira CMV/UFPR Nelida Gomez FCV/UBA Nilson R. Benites FMVZ/USP-São Paulo Nobuko Kasai FMVZ/USP-São Paulo Noeme Sousa Rocha FMV/Unesp-Botucatu Norma V. Labarthe FMV/UFFe FioCruz Patricia C. B. B. Braga FMVZ/USP-Leste Patrícia Mendes Pereira DCV/CCA/UEL Paulo Anselmo Zoo de Campinas Paulo César Maiorka FMVZ/USP-São Paulo Paulo Iamaguti FMVZ/Unesp-Botucatu Paulo S. Salzo Unimes, Uniban Paulo Sérgio M. Barros FMVZ/USP-São Paulo Pedro Germano FSP/USP

Pedro Luiz Camargo DCV/CCA/UEL Rafael Almeida Fighera FMV/UFSM Rafael Costa Jorge Hovet Pompéia Regina Ruckert Ramadinha IV/UFRRJ / Animalia/Pet Care Renata A. Sermarini Esalq/USP Renata Afonso Sobral Onco Cane Veterinária Renata Navarro Cassu Unoeste-Pres. Prudente Renée Laufer Amorim FMVZ/Unesp-Botucatu Ricardo Duarte All Care Vet / FMU Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR Ricardo S. Vasconcellos CAV/Udesc Rita de Cassia Garcia FMV/UFPR Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ Rita Leal Paixão FMV/UFF Robson F. Giglio H. Cães e Gatos; Unicsul Rodrigo Gonzalez FMV/Anhembi-Morumbi Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu Rodrigo Teixeira Zoo de Sorocaba Ronaldo C. da Costa Ohio State University Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio Rosângela de O. Alves EV/UFG Rute C. A. de Souza Ufape Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA

Sady Alexis C. Valdes Unipam-Patos de Minas Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu Silvia E. Crusco Anhaguera-SBC Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo Silvia R. R. Lucas FMVZ/USP-São Paulo Silvio A. Vascon­cellos FMVZ/USP-São Paulo Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM Simone Gonçalves Hemovet/Unisa Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu Tiago A. de Oliveira UEPB Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR Valéria Ruoppolo I. Fund for Animal Welfare Vamilton Santarém Unoeste Vania de F. P. Nunes FNPDA e Itec Vania M. V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu Victor Castillo FCV/UBA Vitor Marcio Ribeiro PUC-MG Viviani de Marco UNISA e NAYA Wagner S. Ushikoshi UNISA e CREUPI Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional

revistaclinicaveterinaria.com.br

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Instruções aos autores

A

Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para a apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais. Devem incluir uma pesquisa bibliográfica profunda sobre o assunto (no mínimo 30 referências) e conter uma discussão detalhada dos achados e conclusões do relato à luz dessa pesquisa. A pesquisa bibliográfica deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Critérios editoriais Enviar por e-mail (cvredacao@editoraguara. com.br) ou pelo site da revista (http:// revistaclinicaveterinaria.com.br/blog/envio-deartigos-cientificos) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na lar­gura 10

de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitali­ za­ das, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de re­ da­ ção cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acom­pa­nha­das de identificação de propriedade e autor). Devem ser en­viadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, tel­efones e e-mail) e uma foto 3x4 de rosto de cada um dos autores. Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus tí­ tulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser re­lacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. O primeiro autor deve necessariamente ter diploma de graduação em medicina veterinária. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs. br). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 12, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser

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utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Não citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Sempre buscar pelas referências originais. O texto do autor original deve ser respeitado, utilizando-se exclusivamente os resultados e, principalmente, as conclusões dos trabalhos. Quando uma informação tiver sido localizada em diversas fontes, deve-se citar apenas o autor mais antigo como referência para essa informação, evitando a desproporção entre o conteúdo e o número de referências por frases. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Cada informação deverá levar sobrescrita sua referência, sendo desaconselhado trechos com muitas referências. Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão6-8. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Uti­li­zar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utili­zar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições an­te­riores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar in­for­ mações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utili­ za­ do, cada

capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds nem revisões de literatura (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). Somente autores de trabalhos originais devem ser citados, e nunca de revisões. É preciso ser ético pois os créditos são daqueles que fizeram os trabalhos originais. A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www. xxxxxxxxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabalho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. Nesse subtítulo devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/ distribuidor, cidade e estado. Revista Clínica Veterinária / Redação Rua Adolf Würth, 276, cj. 2, 06713-250, Cotia, SP cvredacao@editoraguara.com.br

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Medicina veterinária do coletivo

Medicina veterinária auxilia no diagnóstico da Covid-19 humana

A Covid-19 no Brasil No Brasil, o SUS tem sido a principal linha de frente no enfrentamento da pandemia de Covid-19 (Coronavirus Disease 2019), seguindo o estabelecimento da saúde como direito fundamental de todos e dever do Estado 4. A Covid-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), com grande potencial de disseminação entre seres humanos. O primeiro caso de Covid-19 ocorreu em dezembro de 2019, na China, e se disseminou rapidamente pelo mundo todo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar estado de emer12

Alexander W. Biondo

A medicina veterinária na saúde Criada e regulamentada a partir da promulgação da Lei n.º 11.129 de 30 de junho de 2005 1, a Residência Multiprofissional em Saúde é uma modalidade de pós-graduação lato sensu, voltada para o treinamento em serviço. O programa abrange as áreas da saúde, incluindo Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional, de acordo com a Resolução CNS nº 287/1998 2. O programa de Residência Multiprofissional é resultado de uma parceria firmada entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, a fim de capacitar profissionais para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) e assim alcançar a integralidade proposta por esse sistema 3.

Alexander W. Biondo

Residentes participam da rotina do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR

Figura 1 – Coleta de amostras de swab orofaríngeo e sangue periférico em pessoas em situação de rua do município de São José dos Pinhais. As amostras foram processadas no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR

gência em Saúde Pública de importância ternacional em janeiro de 2020. No mês março de 2020, a OMS declarou estado pandemia 5. Isso se deve principalmente

Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, novembro/dezembro, 2020

inde de ao


fato de a Covid-19 apresentar propriedade epidemiológica de rápida disseminação progressiva, gerando uma curva epidêmica alta em um período muito curto e induzindo a sobrecarga dos sistemas de saúde 6. O primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi confirmado em fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo. A propagação do vírus foi rápida, e ele atingiu a população brasileira em todos os estados. Em julho de 2020, o continente americano foi considerado o novo epicentro da doença, com focos de concentração nos Estados Unidos e no Brasil 7.

Alexander W. Biondo Alexander W. Biondo

A medicina veterinária na Covid-19 Com o curso da pandemia no Brasil, todo o sistema de saúde passou por reajustes e novas formas de organização, incluindo os programas de Residência Multiprofissional em Área da Saúde em Medicina Veterinária. Essas mudanças reorganizaram o fluxo de trabalho com o objetivo de priorizar a segurança dos usuários, servidores e residentes. Além disso, a ação estratégica O Brasil Conta Comigo, com a proposta de ampliar a força de trabalho no SUS, concedeu uma bonificação de 20% sobre o valor da bolsa para os residentes ativos no enfrentamento da pandemia. Essa ação estratégica teve como objetivo reconhecer o trabalho prestado pelos profissionais de saúde e incentivar o enfrentamento à pandemia, fornecendo assim um melhor atendimento à população brasileira 8. Embora, para o senso comum brasileiro, a medicina veterinária seja voltada apenas para a saúde animal, a atuação da profissão vai muito além do atendimento clínico de animais. Em 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) utilizou pela primeira vez a expressão “Saúde Pública Veterinária”, definindo o conceito e a estrutura da implementação dos conhecimentos e recursos da medicina veterinária na Saúde Pública. Essa prática atribuiu ao médico-veterinário o controle de zoonoses, higiene de alimentos, atividades laboratoriais de biologia e experimentais 9. Dessa forma, a atuação desses profissionais nas equipes

de Saúde Pública é reconhecida pela OMS, que realça a importância dos conhecimentos adquiridos durante sua formação. O domínio dos médicos-veterinários nas áreas de biologia e epidemiologia das zoonoses tem sido de suma importância para o planejamento, o cumprimento e a avaliação de programas de prevenção, controle ou erradicação dessas doenças 10. A pandemia da Covid-19 não alterou a função dos profissionais de medicina veterinária, mas redirecionou o foco de trabalho e modificou o seu fluxo de organização. Em março de 2020, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) se posicionou sobre a importância da manutenção das atividades veterinárias como serviços essenciais 11. O Decreto

Figura 2 – Coleta de amostras de swab orofaríngeo em pessoas privadas de liberdade na Penitenciária Feminina do Paraná. As amostras foram processadas no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR

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Medicina veterinária do coletivo

Figura 3 – Coleta de amostras de swabs nasofaríngeo e orofaríngeo em servidores e animais do Zoológico Municipal de Curitiba. As amostras foram processadas no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR

Nacional nº 10.282 de 20 de março de 2020, que define as atividades essenciais, corrobora o posicionamento da OIE sobre a importância dos serviços de prevenção, controle e erradicação de doenças dos animais 12. Além disso, em abril de 2020 a OIE publicou um guia para que laboratórios veterinários ofereçam suporte à Saúde Pública no diagnóstico de Covid-19 13. As atividades veterinárias não foram interrompidas em decorrência da pandemia, mas sim remodeladas e reorganizadas. De modo concomitante, as medidas de biossegurança precisaram ser reforçadas, devido à alta transmissibilidade da Covid-19 e à preocupação de preservar a saúde dos profissio14

nais. Os atendimentos em clínicas e hospitais veterinários foram planejados de forma a diminuir o potencial de disseminação do SARS-CoV-2, por meio da redução de atendimentos, da limitação de visitas aos pacientes internados, do estabelecimento da obrigatoriedade de uso de equipamentos de proteção individual e do aumento dos procedimentos de limpeza e higiene. Diante disso, hospitais veterinários escolas também passaram por modificações a fim de manter o atendimento aos pacientes e o treinamento em serviço dos médicos-veterinários residentes. Essas alterações, porém, não ocorreram somente no fluxo de trabalho e nos cuidados com biossegurança.

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Diagnóstico da Covid-19 na UFPR Em determinados programas de residência multiprofissional em medicina veterinária, apesar da especialização com ênfase em uma área específica de atuação, houve redirecionamento do treinamento em serviço em prol da Saúde Pública. Médicos-veterinários em especialização abdicaram de suas áreas de atuação por um período para se dedicar ao enfrentamento da pandemia. Desse modo, residentes do programa de patologia clínica com atuação em biologia molecular, normalmente treinados no Hospital Veterinário, foram direcionados para o treinamento em serviço no Laboratório de Biologia Molecular da UFPR, responsável prioritariamente pelo diagnóstico molecular de SARS-CoV-2 em profissionais do Hospital de Clínicas da UFPR, mas também em servidores, alunos e populações vulneráveis. Dentre outras atividades, a equipe multiprofissional coordenada pelo prof. Alexander Biondo, médico-veterinário e professor do Departamento de Medicina Veterinária, foi responsável pelas coletas de swabs e sangue de pessoas em situação de rua (Figura 1), da população da Penitenciária Feminina do Paraná (Figura 2) e de servidores e animais do Zoológico Municipal de Curitiba (Figura 3). O impacto trazido pela pandemia no treinamento em serviço dos residentes em medicina veterinária da UFPR não foi somente na área de atuação ou no aumento dos cuidados de prevenção da Covid-19. Além da capacitação para atuarem na frente de combate a pandemias, houve um aprendizado significativo sobre medidas de biossegurança. Além disso, observou-se um fluxo maior de informações técnicas e científicas sobre o SARS-CoV-2, o que acarretou a constante e necessária atualização de conhecimentos. Consequentemente, estimulou-se a formação de profissionais com destreza na busca por informações atualizadas e treinamento detalhado no combate e na prevenção de doenças com alta taxa de contágio. A atuação dos médicos-veterinários residentes diretamente na linha de frente de

combate à Covid-19 corrobora a sua aptidão como profissionais de saúde. Isso, além de demonstrar à sociedade a importância do médico-veterinário na Saúde Pública, motiva continuamente o profissional e valoriza seu trabalho. O contexto da pandemia demandou atenção à saúde mental dos profissionais da saúde, visto que já foram relatados aumento de sintomas de ansiedade, depressão e medo de se infectar ou transmitir a infeção a familiares 14. Um estudo realizado com médicos de Wuhan, cidade chinesa onde foi registrado o primeiro caso de Covid-19, revelou que esses profissionais da linha de frente enfrentaram grande pressão devido ao alto risco de infecção, ao excesso de trabalho, à discriminação, à falta de contato com a família e ao isolamento. Essa circunstância gerou problemas relacionados à saúde mental, como estresse, ansiedade, medo, insônia e raiva 15. Esses sintomas podem não somente afetar a atenção e o entendimento dos profissionais de saúde, como também ter efeito negativo no bem-estar geral em longo prazo. O sofrimento psíquico e o adoecimento mental dos profissionais de saúde em decorrência do medo de serem infectados, as informações incertas sobre a doença e sobre os recursos para combatê-la, e ainda a solidão e a preocupação com entes queridos pode levar os profissionais, em alguns casos, à relutância em trabalhar 16. Esses aspectos importantes devem ser levados em conta também com relação à atuação dos médicos-veterinários em treinamento. Tanto o remanejamento de residentes para o enfrentamento da pandemia quanto a diminuição dos atendimentos daqueles que continuam nos seus treinamentos específicos geram inseguranças. Tão importante quanto os impactos diretos da pandemia é a incerteza quanto ao aproveitamento do treinamento em serviço nas áreas de atuação almejadas ao ingressar nos programas de residência. b

Considerações finais Os médicos-veterinários fazem parte dos

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Medicina veterinária do coletivo profissionais da saúde e do Sistema Único de Saúde no Brasil. Além disso, são fundamentais articuladores da Saúde Única em todo o mundo. Cabe aos profissionais exercer essa função com ética profissional e responsabilidade social, particularmente em tempos de pandemia. c

Referências

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Altina Bruna Souza Barbosa MV, CRMV-PR 16.701, residente UFPR-Curitiba altinabruna@ufpr.br

Emanuel Maltempi de Souza

Farmacêutico bioquímico, MSc, PhD, coordenador do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR-Curitiba souzaem@ufpr.br

Edvaldo da Silva Trindade

Biólogo, MSc, PhD, diretor do Setor de Ciências Biológicas da UFPR-Curitiba estrindade@ufpr.br

Alexander Welker Biondo

MV, CRMV/PR 6.203. MSc, PhD, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular UFPR-Curitiba abiondo@ufpr.br

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Diagnóstico laboratorial de SARS-CoV-2 Entendendo os testes para diagnóstico laboratorial de SARS-CoV-2

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Fernando Gonsales

Introdução O SARS-CoV-2 é um vírus de possível caráter zoonótico oriundo da família Coronaviridae. A infecção ocorre pela formação do complexo entre o sítio ativo da enzima de conversão da angiotensina 2 e a porção S1 da proteína estrutural spike do vírus. As populações animais apresentam diferentes perfis de suscetibilidade, transmissibilidade e expressão de sinais clínicos. O diagnóstico laboratorial da infecção por SARS-CoV-2 pode ser conduzido por métodos diretos e indiretos. Os procedimentos técnicos para diagnóstico devem ser realizados por profissionais treinados e em laboratórios com nível adequado de biossegurança. Os testes de diagnóstico mais utilizados para detecção do SARS-CoV-2 são o RT-qPCR (reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa de amplificação em tempo real) e os sorológicos. O SARS-CoV-2 é um agente viral oriundo de uma antiga ordem denominada Nidovirales, que abrange a família Coronaviridae, a subfamília Coronavirinae (coronavírus) e, por sua vez, o gênero classificado como Betacoronavírus. Ao longo da história, os vírus dessa família foram responsáveis por inúmeros surtos, estando direta ou indiretamente associados à interação de seres humanos com espécies de morcegos. Entre os casos mais populares, na China, em meados de 2003, uma variante zoonótica foi descoberta envolvendo morcegos e furões como hospedeiros intermediários, sendo classificada como SARS (Severe acute respiratory syndrome). Ela levou a morte de mais de 770 pessoas, entre

Figura 1 – A compreensão dos métodos diagnósticos e a realização de estudos epidemiológicos que monitorem longitudinalmente a infecção e a exposição ao SARS-CoV-2 em cães e gatos de tutores com casos ativos de Covid-19 são necessárias para o embasamento e o delineamento de medidas de prevenção e controle da doença

as 8.096 infectadas. Já em 2012 morcegos e camelos foram indicados como responsáveis pelo surto da Middle East respiratory syndrom (MERS), doença responsável pela morte de 2.220 pessoas desde o início do surto, e que uma vez mais demonstrou o potencial nocivo das enfermidades associadas à família Coronaviridae 1,2. Em constantes buscas para compreender o histórico epidemiológico da Covid-19, descobriu-se que, de todas as sequências genéticas já descritas de coronavírus, o SARS-CoV-2 viria a ser o mais próximo dos coronavírus de morcegos (RaTG13), apresentando 98% de similaridade com ele. Por outro lado, afirma-

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-se que o restante complementar apresenta similaridade com espécies de coronavírus de pangolins 3-6. Pouco ainda se sabe sobre a suscetibilidade e a prevalência em animais domésticos e silvestres infectados pelo SARS-CoV-2. Contudo, há relatos de inúmeros casos – com e sem a presença de sinais clínicos – de animais cujos testes detectaram a presença de anticorpos ou moléculas do SARS-CoV-2 (Figura 1). d SARS-CoV-2 em seres humanos e animais O novo coronavírus é capaz de realizar a invasão celular por meio da formação do complexo que envolve o sítio ativo presente na enzima de conversão da angiotensina 2 (ECA2) – expressa em células endoteliais e em vários órgãos, como: pulmões, coração, rins, testículos, fígado e intestino – e a unidade de superfície S1 presente na proteína estrutural S (spike) do vírus 7. O processo de replicação se inicia após a formação do complexo S1-ECA-2, uma vez que este se torna alvo da metabolização pela serina protease transmembrana tipo II, a TMPRSS2 8. Essa enzima cliva o complexo na altura do receptor, ativando a proteína S e viabilizando a entrada do vírus por meio do processo de endocitose. Uma vez no meio intracelular, ocorre o desnudamento do agente viral e de seu material genético (RNA de fita simples e cadeia positiva) por intermédio da maquinaria celular (ribossomos e organelas envolvidas nos processos de transdução e tradução de DNA), e ele passa a ser replicado. Com a intensa produção de proteínas virais, essas passam a ser expressas no retículo endoplasmático rugoso e, posteriormente, são enviadas para o complexo de Golgi, onde são encapsuladas e futuramente exocitadas 9,10. A presença do SARS-CoV-2 nas células, associada à incapacidade do sistema imunológico para responder à infecção, resulta na destruição dos tecidos infectados que ativam intensos processos inflamatórios, repercutindo positivamente no processo de replicação

viral, o que elucida o caráter citopático do SARS-CoV-2 9,11. Perante a predileção por tecidos que expressem ECA 2 e TMPRSSA mais intensamente, a eliminação do vírus do corpo do hospedeiro ocorre principalmente por meio de espirro, gotículas de saliva (facilmente disseminadas no ar e depositadas por todo o ambiente, com grande capacidade de sobrevivência no meio externo), catarro e tosse (transmissão de pessoa para pessoa). Além disso, estudos recentes afirmam que o acometimento do trato intestinal também é possível por meio de transmissão orofecal 3,9,12. Os pacientes humanos sintomáticos apresentam alta taxa de transmissibilidade, associada a alterações sintomatológicas como tosse, febre, coriza, dor de garganta, dispneia, anosmia e ageusia, além de distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômito, diarreia e anorexia leve) 11,13. Estima-se que 40% a 45% dos indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2 sejam assintomáticos, apesar de apresentarem carga viral tão alta quanto os pacientes que desenvolveram sintomas, e podem transmitir o vírus como qualquer indivíduo contaminado 14. Mesmo assintomáticos, alguns indivíduos apresentam comprometimento dos pulmões sem ter nenhum traço de doença respiratória, o que pode levá-los ao colapso repentino e à morte 15. Apesar dos inúmeros avanços de pesquisas relacionadas à infecção, à transmissão e a alterações de saúde em seres humanos, pouco se sabe sobre a transmissibilidade da doença em animais domésticos. Com relação aos gatos, aqueles infectados ocasionalmente, relatou-se que indivíduos que coabitavam os mesmos recintos não apresentavam panoramas homogêneos, ou seja, dentro de um mesmo grupo, alguns apresentavam testes negativos e outros positivos, podendo ou não ser assintomáticos. Os indivíduos sintomáticos, por sua vez, apresentavam quadros clínicos similares aos dos seres humanos, como diarreia, vômito, dispneia e febre 16-22. Enquanto isso, animais infectados experimentalmente apresentavam-se na maior parte das

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Medicina veterinária do coletivo vezes assintomáticos, mesmo sendo capazes de transmitir a doença para seus semelhantes. As mais variadas espécies de animais vêm sendo estudadas para que se obtenham informações sobre o grau de periculosidade de interação interespecífica. Em suma, até o presente momento, porcos, galinhas, patos e perus apresentam-se como espécies sem suscetibilidade, sem presença de sinais clínicos e incapazes de transmitir SARS-CoV-2. Os cães apresentam um histórico semelhante, apesar de terem uma suscetibilidade baixa e de já haver relatos de doentes sintomáticos e assintomáticos 23-27. Os gatos domésticos, assim como os tigres e os leões, já apresentam infecção natural (e experimental em gatos), alta suscetibilidade, expressão de sinais clínicos e capacidade de transmissibilidade 28. Os furões de espécies domésticas estudados experimentalmente apresentaram alta suscetibilidade e capacidade de transmissão, porém ausência de sintomas. Já os furões de espécies selvagens – como o visão-americano (Neovison vison) e o hamster-sírio (Mesocricetus auratus) – apresentaram infecção natural com presença de sinais clínicos 29,30. Por fim, os morcegos-da-fruta-egípcios (Rousettus aegyptiacus) também demonstraram alta suscetibilidade, ausência de sinais clínicos e capacidade de transmissão entre seus semelhantes de modo experimental, o que destoou da presença de sinais clínicos em estudos realizados com macacos (Macaca fascicularis e Macaca mulatta). Os animais de zoológicos vêm sendo estudados, uma vez que têm grande proximidade com o público e com os funcionários das instituições 31. Em Nova York, tigres e leões do zoológico do Bronx apresentaram tosse seca e posteriormente os testes resultaram positivos para a doença 22,31-35. Dessa forma, o conhecimento aprofundado a respeito da possibilidade de infecção ou contaminação oriunda da interrelação entre as diversas espécies animais, o ambiente e o homem pode auxiliar na construção de medidas de mitigação, bem como facilitar a efi20

cácia de medidas de prevenção da doença. Por fim, é importante ressaltar que devemos sempre buscar a preservação da saúde e do bem-estar não só do homem como do meio ambiente e dos animais, pois qualquer desequilíbrio identificado nessas relações agrava contratempos como esse no qual vivemos atualmente 36,37. Testes diagnósticos para infecção e exposição ao SARS-CoV-2 O diagnóstico laboratorial da infecção por SARS-CoV-2 pode ser conduzido por métodos diretos e indiretos. Embora exista maior precocidade e especificidade na detecção direta de partículas, antígenos ou material genético viral, os métodos indiretos identificam a resposta imunológica contra a infecção e permitem ampliar a possibilidade de diagnóstico após a fase aguda da doença 38. A escolha da amostra correta é essencial para um diagnóstico confiável. Pode haver falso-negativos relacionados a carga viral muito baixa, coleta inadequada e falhas na amostragem, na manipulação, na conservação e no transporte até o laboratório 39. Os procedimentos técnicos para diagnóstico devem ser realizados por profissionais treinados e em laboratórios com nível adequado de biossegurança. O processamento de amostras para métodos não propagativos (não envolvem isolamento e multiplicação viral) como testes moleculares ou alguns sorológicos (Elisa, imunocromatografia e outros) deve ser conduzido em nível de biossegurança 2 (NBS-2), dentro de cabines de segurança biológica 40. Os testes de diagnóstico mais utilizados para detecção do SARS-CoV-2 são o RT-qPCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real precedida de transcrição reversa) e os sorológicos (método Elisa e imunocromatográfico, ou chamado teste rápido) 15. O teste RT-qPCR é mais recomendado principalmente na primeira semana de sintomas, visto que detecta apenas infecções agudas (ou seja, quando há grande quantidade de RNA viral

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Tecsa Laboratórios

Tecsa Laboratórios

Figura 2 – Preparo de reações com amostras de swabs nasais, de orofaringe ou retais de cães e gatos para RT-qPCR

Figura 3 – Introdução das reações no termociclador para PCR em tempo real

nas secreções de oro e nasofaringe) ou assintomáticas com o vírus ativo. Já os testes sorológicos do tipo Elisa detectam anticorpos de infecções após a segunda semana de sintomas, quando o indivíduo inicia sua produção de anticorpos IgM (sugerem infecção recente pelo vírus) ou IgG (são produzidos mais tardiamente e podem ser detectados por mais tempo após o término da infecção) 15,40. Os testes imunocromatográficos (testes rápidos) podem ser realizados nas mesmas etapas de infecção daqueles feitos pelo método Elisa (segunda semana de sintomas), entretanto, como a amostra é menor (punção digital), a sensibilidade pode ser afetada, sendo utilizados como apoio nos testes diagnósticos de primeira escolha ou no acompanhamento da progressão da doença 41,42.

do de incubação da doença. A RT-qPCR permite a quantificação da carga viral detectada, que funciona como um excelente parâmetro para o monitoramento infeccioso. A detecção do RNA viral também pode ocorrer no paciente assintomático e em outros infectados que já tiveram resolução clínica 43,44. Dessa forma, é importante que os resultados sejam analisados com cautela. O diagnóstico molecular de SARS-CoV-2 por RT-qPCR envolve estrutura laboratorial complexa e elevado custo atrelado. São necessários instalações específicas para biologia molecular, kits de extração de RNA, que podem ser manuais ou automatizados, primers e sondas (para detecção de alvos diferentes de SARS-CoV-2 e também de RNA da espécie hospedeira), controles, kits para reações de transcrição reversa e amplificação qPCR, termocicladores para PCR em tempo real e equipe altamente qualificada e treinada (Figura 2). O teste é recomendado entre o terceiro e o sétimo dias a partir do ínicio dos sintomas (fase aguda) 35, e se baseia na detecção de sequências únicas do RNA viral 45. Os genes virais alvo do SARS-CoV-2 são: N, E, S e RdRP, sendo a recomendação feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/ OMS) 45,46. Entretanto, no Brasil, o Ministério

Diagnóstico molecular – RT-qPCR O método RT-qPCR (PCR em tempo real precedida de transcrição reversa) se enquadra como teste padrão-ouro para Covid-19, devido à elevada sensibilidade, à especificidade e à agilidade diagnóstica. Uma das principais vantagens desse teste em relação à sorologia é o melhor desempenho na detecção precoce de casos positivos em estágios iniciais da infecção, até mesmo durante o perío-

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da Saúde recomenda como gene alvo o gene E, pela sensibilidade aumentada ao teste em relação ao gene RdRP, sendo usado como marcador de escolha 47,48. As etapas do teste são: a) coleta de amostras (cotonetes estéreis de orofaringe e nasofaringe; o padrão seria a coleta de três cotonetes – um de cada narina e um de orofaringe); b) preparação das amostras em cabine de segurança classe II A2 (com filtro hepa), esgotando o material dos cotonetes no tubo falcon; após descartá-los, divide-se a amostra em dois criotubos sem conservantes; c) extração do RNA viral (seguida pela reação da transcriptase reserva para obtenção de DNA complementar a partir do RNA viral); d) amplificação do DNA obtido; e) leitura das placas com as amostras, usando equipamento termociclador; f) liberação dos resultados 44. Os resultados considerados positivos são os das amostras que ultrapassarem o limite de fluorescência calculado pelo próprio software utilizado no exame (é feito o cálculo do CT – cycle threshold – a partir do número de ciclos no qual as amostras apresentam crescimento exponencial sem muitas alterações). Entretanto, as amostras consideradas negativas podem ser submetidas a maior quantidade de ciclos, e se ultrapassarem os limiares da fluorescência, podem indicar uma infecção inicial ou a latência do vírus no organismo 9. É importante considerar as limitações do teste RT-qPCR, mesmo sendo ele o padrão-ouro para detecção de SARS-CoV-2, pois alguns fatores podem levar a falso-negativos como: o tempo de infecção do animal (a amostra pode ter sido coletada em fase precoce ou tardia da infecção); a falta de sintomatologia indica baixo valor preditivo, porém não exclui a infecção; a metodologia de coleta dos cotonetes – contendo pouco material (podendo ser complicada em casos de coleta do animal sem sedação ou contenção adequada); o armazenamento; e o transporte das amostras 38,47.

Figura 4 – Rotina automatizada para ensaios sorológicos de amostras de cães e gatos por metodologia Elisa

Testes sorológicos Os métodos sorológicos vêm sendo utilizados principalmente para diagnóstico, mas também são aplicados para rastrear contato com o vírus e avaliar a imunidade de rebanho e a eficácia vacinal 49-51. A detecção de anticorpos é uma ferramenta interessante na investigação de pacientes com forte suspeita de infecção por SARS-CoV-2 e cujos testes por RT-qPCR foram negativos. A avaliação pareada em testes sorológicos aumenta o valor diagnóstico 20,52. Esses testes são realizados com amostras de sangue total, plasma ou soro de animais suspeitos ou infectados a fim de se verificar o desenvolvimento de anticorpos IgG ou IgM específicos para infecção por SARS-CoV-2 45,53. Devem ser realizados a partir da segunda semana de infecção, visto que a carga viral estará baixando, pelo desenvolvimento dos anticorpos específicos que começarão a ser detectáveis nesse período. Os anticorpos IgM são geralmente relacionados a infecção recente da doença, ou seja, a partir da segunda semana de infecção, e os anticorpos IgG são relacionados à fase tardia ou pós-sintomática da doença, e podem ser encontrados no organismo por mais tempo após o término da infecção (meses ou anos;

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no caso da Covid-19, esse tempo ainda está em estudo) 53. O teste-padrão para detecção de anticorpos contra o vírus é realizado pelo método Elisa indireto (Enzyme-linked immunosorbent assay). O teste imunoenzimático demanda instalação laboratorial apropriada, com kits de Elisa específicos e validados, lavadora de placas, incubadora, espectrofotômetro para leitura de microplacas e equipe especializada (Figura 4). A metodologia baseia-se no uso de suporte sólido com antígenos virais já fixados, nos quais será adicionado o soro de teste. Se houver presença de anticorpos contra o antígeno desejado, haverá formação de complexo antígeno-anticorpo, que será reconhecido na etapa seguinte do teste, na qual um segundo anticorpo contra imunoglobulinas (chamado conjugado, pois está ligado à enzima peroxidase) é adicionado. Com a adição do substrato para enzima, as amostras positivas (ou seja, nas quais o complexo foi formado) desenvolverão coloração específica (método colorimétrico) 15,41. Como no teste RT-qPCR, as amostras dos testes sorológicos também precisam ser coletadas em determinadas fases da doença, visando evitar falso-negativos se coletadas antes de o sistema imunológico reagir ao vírus 53. Os testes sorológicos não devem ser usados como diagnóstico isolado para SARS-CoV-2, devido à detecção de anticorpos relativamente tardia, que não permitirá o isolamento do animal antes de a transmissão ativa do vírus ser encerrada ou em tempo hábil de tratá-lo corretamente durante a manifestação clínica da doença 45,53. Como opção mais acessível, temos os testes rápidos, que utilizam o método imunocromatográfico. O princípio geral consiste em adsorver antígenos virais na membrana do teste; assim, quando a amostra é adicionada, ela migra por capilaridade. Se a amostra for positiva, ocorre a formação do antígeno-anticorpo, que continua migrando pela membrana até a proteína de captura ser imobilizada, emitindo coloração (linhas de controle e teste).

Os testes rápidos por imunocromatografia ganharam enorme aceitação, pela robustez, praticidade e agilidade. A detecção combinada de IgM e IgG corresponde à melhor escolha para sensibilidade e desempenho. Entretanto, as preocupações com resultados falso-positivos – e especialmente falso-negativos – são maiores nessa abordagem. Os testes sorológicos com baixa especificidade podem representar um grande problema para o diagnóstico e a vigilância populacional de pacientes infectados 21,54. Uma das grandes desvantagens da sorologia é a baixa sensibilidade diagnóstica na fase inicial da doença. Existe um alto índice de resultados falso-negativos em seres humanos durante os primeiros 14 dias após o início dos sintomas 22,60. A janela de soroconversão pode muitas vezes inviabilizar o uso desses testes em pacientes clinicamente ativos, o que faz com que os métodos moleculares sejam muito mais indicados. A falsa percepção de que o paciente testado não está infectado produz consequências muito sérias para a disseminação e a contenção do avanço da doença. e

Considerações finais O SARS-CoV-2 é um vírus de transmissão entre seres humanos que eventualmente pode infectar animais domésticos, com manifestação de sinais clínicos e resposta imune variável. Nesse sentido, a compreensão dos métodos diagnósticos e a realização de estudos epidemiológicos que monitorem longitudinalmente a infecção e a exposição ao SARS-CoV-2 em cães e gatos de tutores com casos ativos de Covid-19 são importantes para o embasamento e o delineamento de medidas de prevenção e controle da Covid-19 em animais de estimação, como a quarentena, o isolamento do animal ou outras cabíveis. Nesse contexto, é importante ressaltar também a posição ocupada pelos médicos-veterinários clínicos, pois eles podem auxiliar na vigilância de casos de Covid-19 em animais de companhia, informando-os ao poder público e às instituições de pesquisa.

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Caio Fábio dos Santos Gonçalves Bacharel em medicina veterinária, aluno de mestrado, UFPR-Curitiba mv.caiofabio@gmail.com

Louise Bach Kmetiuk

MV, CRMV-PR 14.332, MSc., dra., aluna de pós-doutorado PPGP/UFMG-Belo Horizonte louisebachk@gmail.com

Otávio Valério de Carvalho

MV, CRMV-MG 8.201, MSc., PhD, aluno de pós-doutorado PPGBCM/UFPR Diretor técnico do Tecsa Laboratórios otaviovalerio@tecsa.com.br

Luiz Eduardo Ristow

MV, CRMV-MG 3.708, MSc. Diretor presidente do Tecsa Laboratórios ristow@tecsa.com.br

David Soeiro Barbosa

MV, CRMV-MG: 16.318, MSc., dr., pós-dr., prof. do ICB/UFMG-Belo Horizonte davidsoeiro@icb.ufmg.br

Alexander Welker Biondo

MV, CRMV-PR: 6.203. MSc, PhD. Coordenador do PPGBCM/UFPR-Curitiba abiondo@ufpr.br

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Medicina veterinária do coletivo

Queimadas no Pantanal brasileiro

Pantanal O Pantanal mato-grossense é considerado o bioma de maior extensão úmida em planície contínua do planeta, com uma dinâmica de inundação sazonal tropical entre os meses de outubro a março, época das cheias, e de seca entre os meses de abril a setembro. Localizado na região central da América do Sul, abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, o norte do Paraguai e o leste da Bolívia (onde é conhecido como bioma Chaco) 1,2. A dinâmica de inundação sazonal é fator determinante para processos bióticos e abióticos na região, e a época das secas sujeita o Pantanal a grandes riscos de incêndios 1. O bioma pantaneiro é um dos ecossistemas mais preservados do Brasil, e abriga uma grande diversidade de espécies animais catalogadas, além de quase duas mil espécies de plantas 2. Fatores que influenciam as queimadas A ocorrência de incêndios é influenciada pelas condições meteorológicas e pelas mudanças climáticas, porém a ocupação humana e as práticas agropecuárias têm sido a principal causa dessas queimadas, e os animais são as maiores vítimas do impacto provocado por elas  3. Em 2019, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um período de queimada intensa no bioma, com 5.523 mil focos de incêndio. Em 2020, desde janeiro até setembro, já foram registrados 15.973 mil focos – o maior número desde 1998 4. Os meses de julho e agosto foram os mais afetados. O aumento das queimadas pode ser explicado pelos seguintes fatores  5: 28

Fernando Gonsales

Chamas colocam em perigo animais em risco de extinção, e o Pantanal tem o maior número de focos de incêndio da história

Condições naturais se aliam ao desconhecimento, a interesses econômicos e à indiferença em relação às consequências, contribuindo para atear fogo à vida

Período de seca O Pantanal fica situado na bacia do Alto Paraguai, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na época das cheias, no período das chuvas, os rios da bacia hidrográfica inundam grande parte do bioma, que se torna uma importante área úmida. Em 2020, o volume de chuva foi 43% menor que o da média do mesmo período dos anos passados. Dessa maneira, o nível de água do rio Paraguai, principal rio que banha o Pantanal, foi de 2,10 m em junho, sendo que a média esperada é de 5,6 m. Devido a isso, o bioma fica mais suscetível aos incêndios, e o fogo se propaga com maior facilidade  5,6. Fogo de turfa O fogo de turfa, ou “fogo subterrâneo”, consiste numa densa e compacta camada de matéria orgânica que entra em combustão lentamente, comum em regiões alagadas que

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se tornaram secas. No decorrer dos anos, a camada de matéria orgânica composta por vegetação rica em celulose é soterrada por nova vegetação que cresce por cima dela, deixando o solo abaixo fofo e rico em material inflamável. O fogo se propaga sob a superfície do solo de forma lenta, devido à pouca quantidade de oxigênio, e vai aumentando no interior da camada de turfa, onde ele é mais concentrado, tornando esse processo mais intenso no subsolo do que na superfície. Esses incêndios se propagam lentamente e sem chamas, causando danos severos à fauna local, pois os animais não veem o fogo e são pegos desprevenidos  5,7. Áreas de difícil acesso O acesso a determinadas regiões do Pantanal só é possível por meio de barcos ou aviões, pois no período das chuvas a maio-

ria das áreas estão alagadas. Na época das secas, essas áreas se tornam inavegáveis e não há estradas, o que torna o deslocamento lento e dificultoso. Além disso, o Pantanal é um dos biomas brasileiros mais preservados e o deslocamento terrestre é menor, pois essas regiões só são acessíveis em períodos de inundação. Dessa maneira, o uso de aviões se torna fundamental no combate aos incênf dios que atingem o bioma  5. Ventos O vento é um dos principais fatores que determinam a velocidade e a direção do fogo. Além de funcionar como combustível para o fogo, fornecendo mais oxigênio para sua expansão, pode reacender pequenos focos que estão em brasa. O fogo se alastra conforme a direção do vento, podendo mudar de direção subitamente. No caso atual, uma corrente de

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

O fogo (no alto, à esquerda) atingiu imensas áreas, devastando a vida não somente durante a queimada como posteriormente, pela escassez de alimentos

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Medicina veterinária do coletivo ar vinda do norte em direção ao sul fez com que o fogo se propagasse mais nesse sentido e a fumaça das queimadas no Pantanal chegasse à capital paranaense, Curitiba, no dia 14 de setembro, mesmo estando ela a mais de mil quilômetros de distância dos principais focos de incêndio  8.

automobilísticos. Apesar dos riscos, o fogo é uma ferramenta prevista em lei, tanto na agricultura quanto como na prática ecológica para o manejo da terra; entretanto, é necessário que essa ferramenta seja autorizada. Além disso, seu uso consciente é de extrema importância para evitar a propagação; é preciso, por exemplo, entender a situação climática do momento, verificando a época de estiagem, o vento e a umidade da região 9.

A

Demora para agir Tanto os governos estaduais como federal demoraram para tomar iniciativas de combate aos incêndios na região pantaneira. Desde o início do ano, a forte estiagem que assola o bioma e o número de queimadas poderiam ter sido evitados caso houvesse ações preventi-

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

Ação humana De acordo com peritos estaduais, o incêndio que atinge o Pantanal foi causado por ações humanas, dentre as quais a principal está associada à agropecuária. É comum fazendeiros e ribeirinhos queimarem a vegetação para criar áreas de pasto para gado e atearem fogo em raízes de árvores para retirar os favos de mel; são também comuns incêndios de equipamentos agrícolas e causados por acidentes

B

C

A) Video de André Rodrigues, biológo e analista ambiental do Ibama, mostrando a situação de destruição em área do Pantanal atingida por queimada, com descrição de ações em relação à fauna afetada (https://www.youtube. com/watch?v=bq4njuaNKwo ou pelo QR Code ao lado). B) Dois filhotes de cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) foram encontrados em toca na região, na qual não sobraram fontes de alimentos. C) Video no qual constatou-se, por meio da captura de imagens por cameras trap, que a mãe circulava nas imediações (https://www.youtube.com/watch?v=NmtsMSJH0sY&feature=youtu.be ou pelo QR Code ao lado). As câmeras foram instaladas para monitoramento dos cuidados parentais. Em função de toda a mata ter sido queimada, efetuou-se enriquecimento ambiental (pedaços de frutas, ovos e água) para a alimentação da fêmea e de outros animais

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vas e um plano de combate ao fogo. Somente em julho, quando as queimadas se intensificaram, é que o governo federal tomou a iniciativa de enviar aeronaves e equipes para auxiliar no combate ao incêndio e publicou um decreto em que proíbe queimadas em todo o território nacional por 120 dias; entretanto, essa medida é pouco eficaz, devido à dificuldade de fiscalização na região. Além disso, desde o início deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019, houve uma queda de 48% no número de autuações da fiscalização no bioma em relação ao desmatamento e a queimadas ilegais  5,10.

Impacto na fauna No Pantanal, vivem cerca de 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, sendo 2 endêmicas.2 A onça-pintada (Panthera onca), maior felino das Américas e símbolo do Pantanal, é uma das espécies que já se encontrava ameaçada e agora o risco é que se aproxime ainda mais da extinção. O Parque Estadual Encontro das Águas, localizado na região de Porto Jofre, na cidade de Poconé (distante 102 km de Cuiabá), foi drasticamente afetado e já perdeu mais de 80% do bioma para as chamas, de acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV). Essa re-

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

Queimadas pelo mundo Sempre houve queimadas e incêndios em todo o mundo; no entanto, de acordo com dados da Nasa, os incêndios que aconteceram em 2020 na Austrália, no Ártico siberiano, na África equatorial, na costa oeste dos Estados Unidos e no Pantanal brasileiro foram os maiores de todos os tempos 11. Segundo dados do Inpe, os incêndios na Amazônia aumentaram 28% no período de julho de 2019 a julho de 2020, e até agosto deste ano, quando eles começaram a ser contabilizados, foram assinalados 16 mil focos, o maior número registrado desde 1998 4,12. Nos primeiros oito meses de 2019 a área queimada foi de 45 mil km², superando o total de 2018. Os incêndios florestais no Brasil são causados principalmente pelo desmatamento, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde geralmente são associados a condições de seca 12. A Austrália sempre passou por temporadas de incêndios; no entanto, nos últimos anos as chamas têm tomado grandes proporções, e neste ano 63 milhões de hectares já foram consumidos pelo fogo  13. A dinâmica dos incêndios na Austrália difere da dos outros lugares, por ser uma região que sofre com um fenômeno natural chamado dipolo do oceano Índico – um período de seca e calor intenso associado a um aumento de 1°C na temperatura média registrado nos últimos anos, o

que contribui para que os incêndios se tornem intensos e frequentes. No entanto, segundo os cientistas, não é esse o principal motivo da grande quantidade de incêndios na região  14,15.

Uma fêmea adulta de Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) foi encontrada dia 3 de outubro com as 4 patas queimadas e com exposição de falanges, no município de Poconé, MT, em área de entorno da Transpantaneira. Médicas-veterinárias, em campo, fizeram o atendimento emergencial

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Funcionários do Ibama e voluntários de diversas entidades levaram água para os animais sobreviventes das queimadas (https://www.youtube. com/watch?v=Xhp8E33z6KM&feature=youtu.be) 32

mente encontrados carbonizados ou com partes do corpo queimadas, de acordo com o biólogo Gustavo Figueiroa, da equipe do Instituto SOS Pantanal  18. Nos incêndios na Austrália, mais de meio bilhão de animais foram prejudicados, número que pode chegar até a 1 bilhão, segundo cientistas da Universidade de Sydney. Quase um terço dos coalas do estado de New South Wales podem ter morrido nos incêndios, e um terço do seu habitat foi destruído, segundo a ministra do Meio Ambiente, Sussan Ley 19. Estima-se que, nos 3 milhões de hectares queimados no estado de New South Wales, cerca de 480 milhões de mamíferos, pássaros e répteis tenham sido afetados pelos incêndios  13. Estratégias de combate ao fogo Muitas pessoas, entre voluntários e brigadistas, estão somando esforços para combater o fogo, usando carros-pipas e aeronaves com capacidade de armazenamento de até 3 mil litros de água e escavando a terra em locais onde há brasa para apagar o fogo das raízes e evitar novos focos 20. Além disso, os brigadistas estão fazendo uso do “pinga-fogo”, equipamento utilizado para iniciar uma quei-

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

André Rodrigues, biólogo e analista ambiental do Ibama / Luciana Cataldi

gião é considerada um dos maiores refúgios de onças-pintadas livres do planeta  16. De acordo com pesquisadores do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), a fauna do solo é a mais atingida em incêndios e desmatamentos. A carbonização é a primeira consequência sentida pelo reino animal, e as espécies que não morrem de imediato ficam com ferimentos que os deixam incapacitados, acabando por matá-los posteriormente  17. Até o momento, não há registro estatístico do impacto causado pelo fogo em relação aos animais; no entanto, é possível apontar as principais vítimas. Geralmente os animais mais lentos são os que mais sofrem – como serpentes, lagartos, jabutis, jacarés, tamanduás, macacos e antas –, sendo frequente-

A disponibilização de alimentos, como frutas variadas e ovos, é fundamental para a sobrevivência dos animais em uma situação de desastre ambiental

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mada controlada, conhecida tecnicamente como queima de expansão ou contrafogo 20,21. Essa queima controlada funciona como uma barreira para o incêndio, protegendo a área que ainda não está em chamas. Basicamente, a técnica de usar fogo contra fogo é apagar o incêndio associado à direção do vento tirando dele o seu combustível, a vegetação seca. Uma faixa do terreno que será queimado, chamado de aceiro, é isolada para evitar que o fogo se alastre, e depois o contrafogo é iniciado entre o aceiro e o incêndio a ser combatido; assim, quando o incêndio e o contrafogo se encontram, não há mais combustível, e o fogo é contido 2. É importante ressaltar que o uso dessa técnica deve ser minuciosamente planejado, considerando a direção do vento, a inclinação do terreno, as condições climáticas e o momento ideal do dia – geralmente à noite

Técnica usada por brigadistas para controlar o fogo no Pantanal, chamada de queima de expansão ou contrafogo. Basicamente, a técnica de usar fogo contra fogo é apagar o incêndio tirando dele o seu combustível, a vegetação seca

ou logo pela manhã, quando a temperatura e a umidade auxiliam a regular o comportamento do fogo 21.

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Medicina veterinária do coletivo Considerações finais No Pantanal, diversas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e profissionais voluntários estão agindo para que o maior número possível de vidas silvestres sejam salvas, dando assistência médico-veterinária, buscando animais que possam estar feridos e levando-lhes comida e água. Em parcerias com agências federais e estaduais, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica também empregam aeronaves que transportam brigadistas e despejam água para debelar as chamas 22. Apesar de presenciarmos atos de negligência de algumas autoridades federais, vê-se uma mobilização por parte da população e dos estados para combater os incêndios. g

Referências

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baixa umidade do ar e altas temperaturas contribuem para o aumento de focos de calor no Pantanal. EMBRAPA, 2020. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-denoticias/-/noticia/50736832/falta-de-chuvabaixa-umidade-do-ar-e-altas-temperaturascontribuem-para-o-aumento-de-focos-de-calorno-pantanal>. Acesso em 21 de setembro de 2020. 07-CHISTJAKOV, V. I.  ; KUPRIJANOV, A. I.  ; GORSHKOV, V. V.  ; ARTSYBASHEV, E. S. Measures for fire: prevention on peat deposits. In: WEIN, R. W. ; MACLEAN, D. A. The role of fire in northern circumpolar ecosystems. Chichester: John Wiley & Sons,1983. p. 259271. ISBN: 978-0471102229. 08- BRODBECK, P. Fumaça das queimadas do Pantanal chega a Curitiba, diz Somar. Curitiba: G1 PR, 2020. Disponível em: <https:// g1.globo.com/pr/parana/noticia/2020/09/14/ fumaca-das-queimadas-do-pantanal-chegaa-curitiba-diz-somar.ghtml>. Acesso em 21 de setembro de 2020. 09-G1 MATO GROSSO. Perícia aponta que incêndios no Pantanal de MT foram provocados por ação humana. G1 MT, 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/mt/matogrosso/noticia/2020/09/05/pericia-apontaque-incendios-no-pantanal-de-mt-foramprovocados-por-acao-humana.ghtml>. Acesso em 21 de setembro de 2020. 10-VALFRÉ, V. Com resposta lenta do governo, voluntários vão à luta pelo Pantanal. Brasília: UOL, 2020. Disponível em: <https:// noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agenciaestado/2020/09/20/voluntarios-vao-a-luta-pelopantanal.htm> Acesso em 22 de setembro de 2020. 11-BBC NEWS BRASIL. Número de incêndios florestais no mundo em 2019 é um recorde? BBC NEWS Brasil, 2019. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/ internacional-49633696>. Acesso em 22 de setembro de 2020. 12-BBC NEWS BRASIL. Incêndios florestais pelo mundo são os maiores ‘em escala e em emissões de CO2’ em 18 anos. BBC News Brasil, 2020. Disponível em: <https://www.bbc. com/portuguese/geral-54202546>. Acesso em 22 de setembro de 2020.

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Gabriela Bacarji Suares

MV, CRMV-PR 16320, residente UFPR-Curitiba bacarjig@gmail.com

Ruana Renostro Delai

MV, CRMV-PR 16687, residente /UFPR-Curitiba ru.renostro@gmail.com

Paulo Aparecido Pizzi

Biólogo, CRBio 8082/07-D, presidente do Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais pizzi@maternatura.org.br

Alexander Welker Biondo

MV, CRMV-PR 6.203. MSc, PhD. Depto. de Medicina Veterinária – UFPR abiondo@ufpr.br

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Reprodução Gestação extrauterina em coelha de estimação – relato de caso Extra-uterine pregnancy in a pet rabbit – case report Gestación extrauterina en coneja – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, p. 36-46, 2020 DOI: 10.46958/rcv.2020.XXV.n.149.p.36-46

Elisandro O. dos Santos MV, CRMV-RS: 7.945 mestre, prof. Univ. Luterana Brasil-Canoas elisandro.santos@ulbra.br

Viviane Machado Pinto MV, CRMV-RS: 6.414 dra., profa. adj. Univ. Luterana Brasil-Canoas vivipinto@hotmail.com

Maria Inês Witz MV, CRMV-RS: 3.800 dra., profa. adj., Univ. Luterana Brasil-Canoas witzmi@gmail.com

Resumo: Os coelhos estão entre os animais de estimação mais populares mantidos em ambiente domiciliar, após os cães e gatos. Em consequência, os tutores vêm buscando mais conhecimento acerca dos cuidados a tomar com eles e dispondo de mais profissionais habilitados para tal. O resultado natural é o aumento da longevidade e o diagnóstico de diversas enfermidades. Nesse sentido, distúrbios que afetam o sistema reprodutor feminino, como neoplasias ou hiperplasias, são cada vez mais relatados. Por outro lado, a gestação extrauterina é um distúrbio ainda pouco documentado em coelhos no Brasil. Desse modo, o objetivo do relato é descrever um caso de gestação ectópica com dois fetos em uma coelha de 3 anos de idade, associado a hiperplasia endometrial, com evolução para a cura após procedimento cirúrgico. unitermos: Lagomorpha, reprodução, patologia, gestação ectópica, cirurgia Abstract: Rabbits are among the most popular pets kept in the domestic environment, after dogs and cats. Therefore, more people have been seeking better information about their care, and finding greater availability of veterinarians qualified to treat these species. The result is increased longevity and more frequent diagnosis of various pathologies. Diseases that affect the female reproductive system such as neoplasias and hyperplasias are increasingly reported. In contrast, extra-uterine pregnancy is a disorder that is still poorly documented in rabbits in Brazil. The objective of this report is to describe a case of ectopic pregnancy with two fetuses in a 3-year-old rabbit, associated with endometrial hyperplasia succesfully treated by surgical intervention. Keywords: Lagomorpha, reproductive, pathology, ectopic pregnancy, surgery Resumen: Los conejos se encuentran entre las mascotas más populares que conviven en una casa, después de los perros y los gatos. Como consecuencia, los tutores buscan más información sobre los cuidados de estos animales, y hay más profesionales especializados en ellos. El resultado natural de esta situación es el aumento de longevidad, y la aparición de un número mayor de enfermedades. En tal sentido, existen cada vez más relatos de enfermidades que afectan al sistema reproductivo de las hembras, como neoplasias o hiperplasias. Por otro lado, la gestación extrauterina representa una alteración poco documentada en conejos brasileños. El objetivo de este relato es describir un caso de gestación ectópica de dos fetos en una coneja de 3 años de edad, que además presentó hiperplasia endometrial, que evolucionó positivamente después de operada. Palabras clave: Lagomorpha, reproducción, patología, gestación ectópica, cirugía

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Duramune MAX agora é A mesma proteção, com um novo nome. A vacina Duramune Max 5-CvK/4L está presente em todo o Brasil e faz parte da vida de milhares de veterinários que, como você, buscam tradição e confiança nos produtos que utilizam. Duramune Max 5-CvK/4L faz parte do portfólio de vacinas da Boehringer Ingelheim e, a partir de agora, passará a se chamar Recombitek® Max 5-CvK/4L. O produto continua o mesmo, com um novo nome. Por isso não se esqueça: a vacina déctupla da Boehringer que você já conhece e confia agora se chama Recombitek® Max 5-CvK/4L.

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Reprodução Distocia em coelha (Oryctolagus cuniculus) infanta da raça anão-holandês – relato de caso Dystocia in young dutch dwarf rabbit (Oryctolagus cuniculus) – case report Distocia en una coneja europea enana (Oryctolagus cuniculus) – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, p. 48-54, 2020 DOI: 10.46958/rcv.2020.XXV.n.149.p.48-54

Bruna Muniz S. Hernandes MV CRMV-SP: 28.138, Clínica Veterinária Canguru brunasancheshernandes@ yahoo.com.br

Carla Fredrichsen Moya MV CRMV-PR: 14.078 profa., CMV/Unicentro/PR

carlafredrichsen@yahoo.com.br

Flávio Camargo Leme MV, CRMV-SP: 28.066 Clínica Veterinária Canguru flaviocleme@yahoo.com.br

Annelise Carla Camplesi MV, CRMV-SP: 16.023 profa., CMV/FCAV/Unesp

annelise.camplesi@unesp.br

Thiago Francisco C. Solak MV, CRMV-PR: 15.411 residente – Unicentro/PR thiagosolak@gmail.com

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Resumo: A aquisição de coelhos como animais de estimação ganhou destaque nos últimos anos no Brasil, e houve também aumento da casuística de atendimentos em clínicas veterinárias para essa espécie animal. As enfermidades reprodutivas são de baixa ocorrência em publicações científicas, sendo raros os casos descritos de distocia e morte fetal. O presente trabalho tem por objetivo descrever um caso de distocia em uma coelha de 75 dias de idade, que foi atendida com a queixa de secreção vaginal purulenta e inapetência. Após o exame físico e a realização de exame radiográfico, o animal foi diagnosticado com distocia e encaminhado para a realização de ovariossalpingo-histerectomia (OSH). O diagnóstico preciso, a intervenção imediata e o tratamento adequado foram imprescindíveis para a rápida melhora clínica do animal durante o pós-operatório. unitermos: leporino, parto, ovariossalpingo-histerectomia Abstract: Rabbits are becoming common as pets in Brazil, and veterinarians are seeing an increased demand for clinical treatment of their species. Reproductive diseases in rabbits are rarely described in veterinary literature, with few cases of dystocia and fetal death reported. We report a case of dystocia in a 75 days old rabbit presented with a history of purulent vaginal discharge and loss of appetite. Dystocia was diagnosed by physical and radiographic examination, and ovariohisterectomy was recommended. Accurate diagnosis, immediate intervention and adequate treatment resulted in good postoperative outcome. Keywords: leporine, parturition, ovariohisterectomy Resumen: La adopción de conejos como animales de compañía ha crecido durante los últimos años en Brasil, así como también lo ha hecho el número de consultas en clínicas veterinarias. Las enfermedades reproductivas son poco relatadas en las publicaciones científicas, con raras descripciones de distocia y muerte fetal. Este trabajo tiene como objetivo describir un caso de distocia en una coneja de 75 días que llegó a consulta por presentar secreción vaginal purulenta y falta de apetito. Después del examen físico y radiográfico, fue diagnosticado un cuadro de distocia, por lo que la paciente fue derivada para la realización de una ovariohisterectomía. Un diagnóstico preciso, la rápida intervención y el tratamiento adecuado resultaron fundamentales para la rápida mejora de la paciente durante el postoperatorio. Palabras clave: leporino, parto, ovariohisterectomía

Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, novembro/dezembro, 2020



Oncologia Aspectos anatomopatológicos do linfoma cutâneo em cães – revisão Anatomopathological aspects of cutaneous lymphoma in dogs – review Características histopatológicas del linfoma cutáneo en perros – revisión Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, p. 56-76, 2020 DOI: 10.46958/rcv.2020.XXV.n.149.p.56-76

Renata Dalcol Mazaro MV, CRMV: 17.531, mestre, aluna de doutorado, UFSM renatamazaro92@gmail.com

Rafael Almeida Fighera MV, CRMV: 6.658, mestre, dr., prof assistente do Depto. Patologia, UFSM anemiaveterinaria@yahoo. com.br

Douglas Miotto Lorenzetti Bacharel em MV, aluno de mestrado, UFSM

douglas.lorensetti@gmail.com

Bruno Cogliati MV, CRMV-SP: 26.307, dr., pós-doutor, prof. Depto de Patologia, FMVZ/USP bcogliati@usp.br

Suzana Martins Gomes Leite MV, CRMV-RJ: 9.579 suvetleite@gmail.com

Marco Aurélio Avendano Motta MV, CRMV-RS: 4.740

Resumo: O linfoma é um dos tipos de câncer mais prevalentes em cães, no entanto, é incomum na pele. Quando se origina na pele, tem sido observado sob vários aspectos macroscópicos, de lesões superficiais eritematosas e esfoliativas a tumores. Histologicamente, os linfomas cutâneos são subdivididos em epiteliotrópicos e não epiteliotrópicos. Os linfomas epiteliotrópicos geralmente são vistos como micose fungoide e, mais raramente, como reticulose pagetoide ou síndrome de Sézary. Os linfomas não epiteliotrópicos incluem: linfoma anaplásico de grandes células T, linfoma de células T periféricas inespecífico, granulomatose linfomatoide, linfoma intravascular e linfoma de células T semelhante a paniculite subcutânea. Esta revisão de literatura apresenta os aspectos macroscópicos e histopatológicos dos linfomas cutâneos caninos. Unitermos: canino, dermatopatologia, tumores de pele, câncer de pele, linfossarcoma Abstract: Lymphoma is one of the most prevalent forms of cancers in dogs, however, it is uncommon on the skin. Cutaneous lymphoma can present as erythematous and exfoliative superficial lesions or raised masses. Histologically, cutaneous lymphomas are subdivided into epitheliotropic and non-epitheliotropic. Epitheliotropic lymphomas is mostly seen as mycosis fungoides and more rarely as pagetoid reticulosis or Sézary syndrome. Non-epitheliotropic lymphomas include anaplastic large T-cell lymphoma, unspecified peripheral T-cell lymphoma, lymphomatoid granulomatosis, intravascular lymphoma, and subcutaneous panniculitis-like T-cell lymphoma. This literature review presents macroscopic and histopathological aspects of canine cutaneous lymphomas. Keywords: canine, dermatopathology, skin tumors, skin cancer, lymphosarcoma Resumen: El linfoma representa uno de los tipos de cáncer más prevalentes en perros, si bien su manifestación dérmica es poco frecuente. Los linfomas de piel pueden presentarse como lesiones superficiales eritematosas y exfoliativas, o bien como tumores. Desde el punto de vista histológico pueden ser clasificados como epiteliotrópicos y no epiteliotrópicos. Los primeros suelen ser vistos como micosis fúngica y, más raro, como reticulosis pagetoide o Síndrome de Sézary. Los linfomas no epiteliotrópicos incluyen el linfoma anaplásico de células T gigantes, linfoma inespecífico de células T, granulomatosis linfomatoide, linfoma intravascular y linfoma de células T similar a paniculitis subcutánea. Esta revisión de literatura presenta aspectos macroscópicos e histopatológicos de los linfomas cutáneos del perro. Palabras clave: canino, dermatopatología, tumores de piel, cáncer de piel, linfosarcoma

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Oncologia 2020. 64-DE BOSSCHERE, H.  ; DECLERCQ, J. Cutaneous nonepitheliotropic B-cell lymphoma in a Golden retriever. Vlaams Diergeneeskundig Tijdschrift, v. 77, n. 5, p. 315-318, 2008. 65-YASUNO, K.  ; SATO, M.  ; KARIYA, K.  ; OGIHARA, K.  ; SHIROTA, K. A case of canine vasotropic and vasoinvasive nonepitheliotropic lymphoma with unusual tumor cells and extensive dermal necrosis. The Journal of Veterinary Medical Science, v. 71, n. 1, p. 109-112, 2009. Disponível em: <https:// pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19194086/>. Acesso em 10 de junho de 2020. 66-SHIMAZAKI, T.  ; NAGATA, M.  ; GOTO-KOSHINO, Y.  ; TSUJIMOTO, H.  ; SHIROTA, K. A case of canine lymphomatoid granulomatosis with cutaneous lesions. The Journal of Veterinary Medical Science, v. 72, n. 8, p. 1067-1069, 2010. doi: 10.1292/jvms.090479. Disponível em: <https://europepmc.org/article/ med/20234113>. Acesso em 10 de junho de 2020. 67-MIKKELSEN, L. H.  ; HOLM, F.  ; CLASEN‑LINDE, E.  ; ENGRAFF, P.  ; HEEGAARD, S. T cell‑lymphoma in the eyelid of a 9‑year‑old English Setter. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 60, n. 79, p. 1-5, 2018. Disponível em: <https://actavetscand.biomedcentral. com/articles/10.1186/s13028-018-0432-2>. Acesso em 10 de junho de 2020. 68-KONDO, H.  ; KAGAWA, Y.  ; SHIROTA, K. ; MOORE, P. F.  ; NAGATA, M. Canine non-epitheliotropic CD4positive cutaneous T-cell lymphoma: a case report. Veterinary Medicine and Science, v. 5, n. 2, p. 206-209, 2019. doi: 10.1002/vms3.137. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30548472/>. Acesso em 10 de junho de 2020. 69-MOORE, P. F.  ; AFFOLTER, V. K.  ; KELLER, S. M. Canine inflamed nonepitheliotropic cutaneous T-cell lymphoma: a diagnostic conundrum. Veterinary Dermatology, v. 24, n. 1, p. 204-211, 2013. doi: 10.1111/j.1365-3164.2012.01106.x. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23331699/>. Acesso em 11 de junho de 2020. 70-WITT, S.  ; WILLEKE, K.  ; KÖHLER, K.  ; BAUER, N. Non-epitheliotropic B-cell lymphoma with atypical spindle cell morphology in a Weimaraner dog. Tierarztliche Praxis. Ausgabe K, Kleintiere/ Heimtiere, v. 46, n. 2, p. 119-125, 2018. doi: 10.15654/TPK-170254. Disponível em: <https:// pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29727899/>. Acesso em 10 de junho de 2020. 71-NOLAND, E. L.  ; KELLER, S. M.  ; KIUPEL, M. Subcutaneous panniculitis-like T-cell lymphoma in dogs: morphologic and immunohistochemical classification. Veterinary Pathology, v. 55, n. 6, p. 802-808, 2018. doi: 10.1177/0300985818789474. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih. gov/30071780/>. Acesso em 10 de junho de 2020. 72-VANGESSEL, Y. A.  ; McDONOUGH, S. P.  ; 74

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McCORMICK, H. J.  ; SUMMERS, B. A. Cutaneous presentation of canine intravascular lymphoma (malignant angioendotheliomatosis). Veterinary Dermatology, v. 11, n. 4, p. 291-297, 2000. doi: 10.1046/j.1365-3164.2000.00188.x. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1046 /j.1365-3164.2000.00188.x>. Acesso em 11 de junho de 2020. 73-McDONOUGH, S. P.  ; VAN WINKLE, T. J.  ; VALENTINE, B. A.  ; VANGESSEL, Y. A.  ; SUMMERS, B. A. Clinicopathological and immunophenotypical features of canine intravascular lymphoma (malignant angioendotheliomatosis). Journal of Comparative Pathology, v. 126, n. 4, p. 277-288, 2002. doi: 10.1053/jcpa.2002.0553. Disponível em: <https:// pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12056776/>. Acesso em 11 de junho de 2020. 74-MAZARO, R. D. Sítios anatômicos incomuns e apresentações anatomopatológicas pouco frequentes do linfoma em cães. 2018. 103 f. Dissertação (Mestrado em Patologia e Patologia Clínica Veterinária) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2018. 75-CERRONI, L. Section 1: Cutaneous NK/T-cell lymphomas. In: ___. Skin lymphoma: the illustrated guide. 4. ed. Oxford: Wiley Blackwell, 2014. p. 11184. ISBN: 978-1-118-49249-9. 76-SMITH, K. C.  ; DAY, M. J.  ; SHAW, S. C.  ; LITTLEWOOD, J. D.  ; JEFFERY, N. D. Canine lymphomatoid granulomatosis: an immunophenotypic analysis of three cases. Journal of Comparative Pathology, v. 115, n. 2, p. 129-138, 1996. doi: 10.1016/s0021-9975(96)80035-1. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8910741/>. Acesso em 11 de junho de 2020. 77-MAGI, G. E.  ; DI PASQUALE, S.  ; RENZONI, G. Cutaneous lymphomatoid granulomatosis (angiotropic lymphoma) in a dog: immunophenotyping analysis. Veterinary Research Communications, v. 33, n. 1, p. 145-147, 2009. doi: 10.1007/s11259009-9264-x. Disponível em: <https://pubmed.ncbi. nlm.nih.gov/19578958/>. Acesso em 11 de junho de 2020. 78-JACOBSEN, E. Anaplastic large-cell lymphoma, T-/ null-cell type. The Oncologist, v. 11, n. 7, p. 831840, 2006. doi: 10.1634/theoncologist.11-7-831. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih. gov/16880242/>. Acesso em 11 de junho de 2020. 79-MAGRO, C. M.  ; CROWSON, A. N.  ; MIHM Jr., M. C. The cutaneous lymphoid proliferations. A comprehensive textbook of lymphocytic infiltrates of the skin. 2. ed. New Jersey: Wiley Blackwell, 2016. 568p. ISBN: 978-1118776261. 80-MOODLEY, N.  ; NOMBONA, P.  ; MOSAM, A. Primary cutaneous anaplastic large-cell lymphoma. Dermatopathology, v. 6, n. 2, p. 163-169, 2019. doi: 10.1159/000500259. Disponível em: <https://www.

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Livros Publicação inédita sobre proteção e bem-estar animal será lançada em novembro A coletânea de leis e normas de proteção e bem-estar animal no Brasil será apresentada durante congresso que reunirá especialistas do Brasil e da Alemanha Divulgação

No dia 18 de novembro, aqui de pesquisadores, consua publicação Compendium midores, produtores rurais, deAnimalis: coletânea de leis e fensores de direitos de animais, normas de proteção e bemjornalistas, legisladores, juízes, -estar animal no Brasil será policiais ou estudantes –, até o lançada em formato físico momento esse universo de pese virtual. O anúncio acontesoas não dispõe de uma fonte cerá durante o Congresso de fácil acesso que sirva como Internacional Virtual sobre referência única para seu trabaBem-Estar Animal – Don’t lho. Reuni neste primeiro voluForget the Animals – prome uma coletânea de 271 leis, movido pela Câmara Branormas e projetos de lei com o sil-Alemanha de São Paulo objetivo de criar um instrumendurante os dias 18 e 19 de to para a proteção de todos os novembro. animais no Brasil e suprir a deCompendium Animalis: coletânea O livro inédito reúne 265 manda por informação legal sode leis e normas de proteção e leis e normas brasileiras que bre o assunto”, explica Stefan bem-estar animal no Brasil dizem respeito à proteção e Timm. ao bem-estar animal no país. Compilada por O lançamento da obra chega em boa hoStefan Timm, veterinário germano-brasileiro ra para intensificar o diálogo sobre o tema no e doutorando na Universidade de Medicina Brasil, tendo em vista a recente sanção da Lei Veterinária de Hannover (Stiftung Tierärztlino 1.095/2019 – sobre abuso, maus-tratos e che Hochschule Hannover – TiHo), a publimutilação de animais – pelo presidente brasicação foi concebida sob orientação de dois leiro. O novo texto modifica o artigo 32 da Lei especialistas renomados da área: o alemão de Crimes Ambientais no 9.605/98, que previa prof. dr. Jörg Hartung, também da TiHo, agraa pena prévia de três meses a um ano de reciado neste ano com a Medalha Professor clusão, além de multa. Agora a punição prevê Niklas (Professor-Niklas-Medaille), a maior pena de dois a quatro anos de prisão, além de honra concedida pelo Ministério de Agricultuuma multa e de proibição da guarda de novos ra da Alemanha; e o brasileiro prof. dr. Paulo animais. Maiorka, da Faculdade de Medicina VeterináO Compendium Animalis ficará disponível ria e Zootecnia da Universidade de São Paulo para aquisição digital a partir do dia 18 de (FMVZ/USP), especialista da área de patolonovembro. Para acompanhar gia, que atua principalmente em patologia anio lançamento durante o Conmal e experimental, neuropatologia, toxicologresso Internacional Virtual de gia e medicina veterinária legal. Bem-Estar Animal – Don’t For“Ao mesmo tempo em que o número de get the Animals, basta fazer pessoas engajadas com o tema de proteção sua inscrição gratuitamente em e bem-estar animal vem crescendo exponenhttps://www.ahkbrasil.com/iframes_site_ahk_ cialmente nos últimos anos – estamos falando typo3/v2/verEventoDetalhado.aspx?id=4429 80

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Notícias

Proteção Animal Mundial anuncia vencedores do 2º Prêmio Cidade Amiga dos Animais

Sete dos nove municípios ganhadores são brasileiros. Curitiba destaca-se em várias categorias e ganha como vencedora geral A Proteção Animal Mundial, organização não governamental (ONG) que atua em prol da melhora do bem-estar animal, anunciou os vencedores da segunda edição da premiação Cidade Amiga dos Animais. Voltado para cidades latino-americanas, o prêmio visa identificar e difundir estratégias inovadoras de manejo humanitário de populações caninas e felinas aplicadas de forma integrada por governos locais. Mais de 150 projetos foram enviados por municípios de toda a América Latina. Curitiba, PR, Brasil, foi escolhida como vencedora geral, pois ganhou em duas categorias: estruturas e políticas efetivas e sustentáveis, e prevenção e atendimento a maus-tratos contra animais. Além disso, destacou-se em outras quatro categorias: controle da densidade populacional e da taxa de renovação, bem-estar dos animais em situação de rua, gestão eficiente de instalações de triagem e realocação (abrigos, canis, gatis, lares temporários) e guarda responsável de animais. O município receberá um prêmio de 25 mil reais em equipamentos veterinários e/ou treinamentos de capacitação para melhorar as ações de manejo. O trabalho de manejo de populações de animais em Curitiba teve início em 2005 com a criação do Conselho Municipal de Proteção aos Animais (Comupa). Atualmente, a cidade conta com a Rede de Proteção Animal, uma Divisão do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal 82

do Meio Ambiente, que promove a interação entre vários agentes públicos, da iniciativa particular e do terceiro setor, em busca de melhores condições de vida para a fauna da cidade. Curitiba também se destaca por trabalhar com diferentes setores da sociedade pelo bem-estar animal. Isso incluiu a parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para o desenvolvimento e a aplicação de projetos com embasamento científico e de impacto tanto no bem-estar animal quanto na saúde pública. Como uma grande cidade, Curitiba ainda tem muitos desafios a enfrentar e pontos a melhorar em relação aos animais, mas tem se destacado, nos últimos anos, por seus diversos projetos em manejo de população de cães e gatos. “Este ano a premiação foi diferente; em vez de trabalharmos por colocação, tivemos um vencedor por categoria e um ganhador geral – município que se destacou em mais de uma categoria. Isso nos permite valorizar mais iniciativas inovadoras e, com isso, inspirar outras cidades”, explica Rosângela Ribeiro, gerente de programas veterinários da Proteção Animal Mundial no Brasil. O concurso contou com nove categorias, e os candidatos puderam se inscrever em todas as que apresentavam projetos. Para difundir e valorizar iniciativas inovadoras, garantindo que elas possam ser implementadas em outros municípios, a Proteção Animal Mundial publicará um livro digital, As melhores estratégias de manejo humanitário de cães e gatos na América Latina, que será distribuído gra-

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Conheça os vencedores do 2º Prêmio “Cidade Amiga dos Animais” https://cutt.ly/xgxbRla

tuitamente nas plataformas digitais da Proteção Animal Mundial em português e espanhol, com as nove melhores estratégias de manejo populacional de cães e gatos, e fará um workshop digital para gestores municipais com as vencedoras, para que haja troca de experiências entre os municípios. Os vencedores de cada categoria também receberão uma placa de reconhecimento e serão convidados a participar de um encontro virtual para compartilhar suas experiências, que será transmitido nos canais e nas redes sociais da Proteção Animal Mundial. Vencedores por categoria 1. Estruturas e políticas efetivas e sustentáveis: Curitiba, PR, Brasil 2. Controle da densidade populacional e da taxa de renovação: Jundiaí, SP, Brasil 3. Bem-estar dos animais em situação de rua: Conselheiro Lafaiete, MG, Brasil 4. Gestão eficiente de instalações de triagem e realocação (abrigos, canis, gatis, lares temporários): Barueri, SP, Brasil 5. Saúde pública de qualidade: Ponta Grossa, PR, Brasil 6. Guarda responsável de animais: Curridabat, Costa Rica 7. Prevenção e atendimento a maus-tratos contra animais: Curitiba, PR, Brasil 8. Gerenciamento de conflitos entre animais de companhia e animais silvestres e/ou de fazenda: Cidade do México, México 9. Ideia inovadora para promoção do bem-estar por meio de ações do manejo de populações de cães e gatos: subcategoria inovação tecnológica: Maringá, PR, Brasil; subcategoria inovação durante pandemia

de Covid-19: São Paulo, SP, Brasil Criado e coordenado pela Proteção Animal Mundial, o prêmio Cidade Amiga dos Animais faz parte do programa Animais em Comunidades da Proteção Animal Mundial e conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do Instituto Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC/Itec), do Conselho Federal de Medicina Veterinária do Brasil (CFMV), da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (Wsava) e da Coalizão Internacional para o Manejo de Animais de Companhia (Icam). Seu objetivo é identificar e premiar as melhores e mais inovadoras iniciativas governamentais da América Latina na área de manejo humanitário de populações caninas e felinas. Para selecionar as melhores estratégias, conta com o apoio de colaboradores e de juízes externos indicados pelas associações de apoio (IMVC/Itec, Wsava, Panaftosa-OPS/ OMS e CFMV), que são médicos-veterinários, gestores públicos, professores e especialistas em saúde pública e/ou no manejo humanitário de cães e gatos. Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection) A Proteção Animal Mundial move o mundo para proteger os animais há mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. Suas atividades incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que os animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar a vida dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor. Para mais informações, acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br https://cutt.ly/xgxbRla

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Lançamentos

Boehringer Ingelheim Saúde Animal atualiza seu portfólio, e linha Recombitek® ganha novo integrante Divisão de Pets da empresa realiza mudança de nome da marca, e a Duramune® Max 5-CvK/4L (vacina décupla) passa a se chamar Recombitek® Max 5-CvK/4L

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des e lançamentos.” A nova Recombitek ® Max 5-CvK/4L é uma vacina contra cinomose, hepatite, adenovírus tipo 2, parvovirose, parainfluenza, coronavirose, L. canicola, L. icterohaemorrhagiae, L. grippotyphosa e L. Pomona. “A melhor forma de evitar Nova Recombitek Max 5-CvK/4L tais doenças é vacinando o animal corretamente. É imprescindível que os tutores mantenham a carteirinha de vacinação em dia e sempre consultem o seu médico-veterinário de confiança para manter a saúde do seu pet”, finaliza Danilo. Além da nova Recombitek ® Max 5-CvK/4L, a linha Recombitek conta com outros dois produtos: Divulgação

As equipes de negócios e marketing da divisão de Pets da Boehringer Ingelheim Saúde Animal anunciaram a atualização de seu portfólio com a nova Recombitek ® Max 5-CvK/4L, vacina antes conhecida como Duramune ® Max 5-CvK/4L (V10). A mudança de nome da marca faz parte das estratégias e diretrizes globais da companhia para incluir a vacina dentro do guarda-chuva da família Recombitek ®, reconhecida internacionalmente e uma das preferidas dos médicos-veterinários e tutores. A empresa ressalta que o produto não sofreu nenhum tipo de mudança além do nome, e a qualidade e a eficácia continuam as mesmas. “A linha Recombitek ® tem uma excelente reputação global e é um dos carros-chefes da divisão Pets na empresa. Por uma estratégia de negócios global, a companhia decidiu incluir a Duramune ® Max 5-CvK/4L (V10) na mesma família, que também é reconhecida pela eficácia e qualidade no combate a diversas enfermidades que acometem os cães, como, por exemplo, a cinomose e a parvovirose”, afirma Danilo Denardi, gerente de marketing da área de Pets da Boehringer Ingelheim. “Essa mudança faz parte da busca pela inovação que está no DNA da Boehringer Ingelheim. E não vamos parar por aí! Planejamos anunciar mais novida-

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A empresa apresenta programa de parceria Vac&Vet para médicos-veterinários, que visa estreitar o relacionamento com os profissionais da área, oferecendo-lhes suporte técnico e benefícios exclusivos

vacina para cães contra cinomose (tecnologia recombinante), hepatite, adenovírus tipo 2, parvovirose, parainfluenza e coronavirose, isenta de adjuvante; • Recombitek ® C6/CV (vacina óctupla): vacina contra cinomose (tecnologia recombinante), hepatite, adenovírus tipo 2, parvovirose, parainfluenza, coronavirose, L. canicola e L. icterohaemorrhagiae, isenta de adjuvante. O Vac&Vet é o novo programa de relacionamento da divisão de Pets da Boehringer Ingelheim Saúde Animal para médicos-veterinários de todo o território nacional. Com possibilidade de seis níveis de adesão, a empresa oferece suporte técnico e vários benefícios exclusivos. O nível 1 é composto por: suporte técnico para orientação sobre o protocolo vacinal da Boehringer Ingelheim; parceria com reembolso, caso o animal não responda ao estímulo vacinal, com custeio de consultas, exames e outros tratamentos; uma placa de certificação e inclusão no programa; vídeo para sala de espera do consultório; e materiais de apoio para médicos-veterinários. No nível 2, acrescenta-se um data logger,

um equipamento portátil de registro de temperatura pelo qual o veterinário pode acompanhar o funcionamento do refrigerador, garantindo o armazenamento correto das vacinas (tendo assim clareza sobre a ocorrência de alguma alteração de temperatura que possa interferir na qualidade delas). Já no nível 3, o profissional ganha o mesmo que nos níveis anteriores, além de um porta-carteirinha e material educacional. No nível 4, acrescenta-se uma plotagem para o consultório. Nos níveis 5 e 6, os médicos-veterinários recebem adicionalmente, em comodato, refrigeradores para o armazenamento adequado das vacinas. “Na Boehringer Ingelheim, temos o compromisso de inovar e oferecer soluções de saúde que proporcionem uma vida mais saudável e feliz aos animais de estimação. Para isso, é fundamental que nossos clientes recebam um atendimento completo e parceiro de nossos profissionais. O Vac&Vet supre essa necessidade”, afirma Fabio Barone, diretor da área de Saúde Animal da empresa. Danilo Denardi, gerente de marketing da área de Pets da Boehringer Ingelheim Saúde Animal, explica o programa: “Nossa ideia para o Vac&Vet é criar uma rede de relacionamento e suporte aos médicos-veterinários do Brasil, oferecendo nossos produtos e nosso conhecimento em troca da fidelidade dos profissionais. É uma proposta de relação que ultrapassa o aspecto apenas comercial, na qual todos saem ganhando: a empresa, os profissionais da área e, na ponta final, os tutores que recebem o atendimento adequado para seus animais”. Toda a linha de produtos biológicos da área faz parte do programa, com Recombitek ® C6C, C4Cv e Max, Pneumodog ®, Feline-4 ® e Rabisin ®. Boehringer www.boehringer-ingelheim. com/animal-health/overview

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Lançamentos

Novidades para os produtos Equilíbrio Veterinary Renal (RE) Gatos e Equilíbrio Veterinary Urinary (UR) Gatos

Os gatos têm alta capacidade de adaptação a longos períodos de falta de água e pouca sensibilidade à sede, que resultam em uma alta habilidade de concentrar a urina em relação a outras espécies, tais como o cão e o homem. Dessa forma, o trato urinário desses animais é constantemente sobrecarregado, resultando numa alta incidência de doenças nesse sistema. Equilíbrio Veterinary Gatos RE e UR são alimentos coadjuvantes formulados especialmente para auxiliar no tratamento de distúrbios do trato urinário. Esses alimentos são resultado de pesquisas e estudos recentes, entregando o que há de mais atualizado em nutrição de qualidade. E, como em todos os produtos da nova linha Veterinary, o conceito Scientist Approved está presente, e, portanto, todos os benefícios são comprovados cientificamente. A dieta apresenta: • Maiores níveis de EPA e DHA, auxiliando a reduzir a inflamação do paciente renal; • Maior inclusão de potássio para auxiliar na prevenção da hipocalemia; • Maiores níveis de probióticos, contribuindo para o equilíbrio da saúde intestinal. • O alimento ainda proporciona benefícios como: • Nível proteico reduzido, evitando o acúmulo de compostos nitrogenados; • Níveis restritos de fósforo para o controle 86

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Nova embalagem e fórmula atualizada!

Equilíbrio Veterinary Gatos RE e UR

da hiperfosfatemia e dos distúrbios metabólicos ósseos; • Níveis elevados de extrato etéreo, fonte calórica não proteica para prevenção do metabolismo endógeno de proteína; • Manutenção do citrato de potássio para auxiliar no controle da acidose metabólica causada pela doença; • Níveis adequados de vitaminas do complexo B, compensando perdas por vômito, diarreia e poliúria; e teores ideais de vitamina E e C, e contribuindo para a redução do estresse oxidativo e de danos celulares. Total www.equilibriototalalimentos com.br

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Labyes lança o Trihepat no Brasil

Suplemento alimentar para cães e gatos

No mês de outubro, a Labyes trouxe ao mercado nacional o produto Trihepat, suplemento alimentar para cães e gatos de qualquer idade. Já consagrado em mercados como Argentina e México, Trihepat se destaca pela associação do extrato vegetal cardo-mariano, ou cardo-de-santa-maria, com agentes lipotrópicos. Fonte de silimarina, o cardo-mariano é um importante antioxidante natural que protege as membranas celulares, principalmente de hepatócitos. Os fatores lipotrópicos, representados pela colina e pela metionina, são aminoácidos importantes no metabolismo dos lipídeos. Por sua apresentação na forma de suspensão oral, contendo 100 mL, é de fácil administração para cães ou gatos. De prática dosagem, utilizam-se apenas 4 mL para ca-

Divulgação

Triehpat, suplemento alimentar para cães e gatos em embalagem de 100 mL

da 15 kg em cães ou 2 mL em gatos de até 5 kg. Fundada por médicos-veterinários, a Labyes é uma companhia voltada à clínica diária com 35 anos de trajetória. A empresa baseia-se na inovação constante, na preservação da saúde e da qualidade de vida de pequenos animais, na paixão pela qualidade e no compromisso com o cuidado do meio ambiente. A chegada de Trihepat fortalece a estratégia da companhia de aumento de portfólio nos inúmeros mercados em que está presente. O produto já está disponível nos distribuidores exclusivos Labyes de todo país, com lançamento oficial realizado pela plataforma Vet Smart no dia 3 de novembro, e palestra do dr. Ricardo Duarte. Sobre a Labyes Fundada por médicos-veterinários, a Labyes nasceu em 1985 com a premissa de contribuir para a saúde pública e a prática clínica diária, fornecendo soluções inovadoras para o bem-estar e a saúde dos pequenos animais. Durante mais de 30 anos, desenvolvem, com base em constantes pesquisas, novas formulações, tanto em relação a seus componentes e princípios ativos, quanto às suas fórmulas farmacêuticas. Graças a isso, a empresa não só alcançou marcos importantes nesse campo, como também criou novos conceitos e categorias no mercado da medicina veterinária. Labyes https://labyes.com

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Lançamentos

PremieR Cookie expande sua linha Agora com quatro sabores: Original, Frutas Vermelhas & Aveia, Coco & Aveia e o novo Fit Frango com Batata Doce

Divulgação PremieRpet®

A PremieRpet® apresenta PremieR Cookie Fit sabor Frango com Batata Doce, que chega ao mercado para atender cães adultos de todos os portes e para o tutor ter mais uma opção de oferecer alimentos de qualidade no dia a dia, seja como agrado, reforço positivo, recompensa de adestramento ou até mesmo para estimular atividades e treinamento físico. A novidade expande a Linha PremieR Cookie com mais uma opção de petisco saudável, com foco nos cães que têm uma vida repleta de interações, aproximando-os ainda mais de seus tutores durante todas as atividades. “O Cookie Fit tem apenas 10 calorias por unidade, e esse baixo valor energético o torna ideal para ser utilizado como agrado ou recompensa nas atividades do dia a dia, inclusive como reforço positivo para bom comportamento, adestramento e treinamento físico. Dessa forma, ele ajuda a aproximar ainda mais os tutores de seus cães, promovendo uma rotina saudável sem sobrecar-

PremieR Cookie Fit sabor Frango com Batata Doce chega ao mercado na apresentação de 250 g para cães adultos de todos os portes. 88

regar a dieta dos pets”, destaca Cristiana F. Ferreira Pontieri, doutora em nutrição de cães e gatos e diretora de desenvolvimento de produtos da PremieRpet®. O lançamento agrega mais uma opção de sabor para a linha PremieR Cookie, que promove diversos benefícios. “Auxilia no equilíbrio da flora intestinal por meio da aveia e do prebiótico MOS, contribui para a diminuição da formação de tártaro pela ação do hexametafosfato de sódio e, devido à biotina e ao zinco, também auxilia na saúde da pele e da pelagem”, explica Cristiana. Todos esses componentes, associados aos ingredientes rigorosamente selecionados, como ovos desidratados oriundos de galinhas livres de gaiolas (cage free), contribuem para que o produto seja muito saboroso e saudável. Além disso, o alimento não contém ingredientes transgênicos, corantes e aromatizantes artificiais. PremieR Cookie Fit Frango com Batata Doce chega ao mercado na apresentação de 250 g para cães de todos os portes. O grão tem um formato muito especial: o símbolo do infinito, que facilita a quebra e é adequado a todos os portes. Para cães de médio ou grande porte, o ideal é fornecer o cookie inteiro. Já para cães de porte pequeno, o recomendado é meio cookie. Os produtos PremieRpet® são vendidos exclusivamente no canal especializado, do qual fazem parte clínicas veterinárias e pet shops. Mais informações no site www.premierpet.com.br, pelo PremieRpet Responde: 0800-055-6666 (de segunda a sexta, das 8h30 às 17h30) ou nas redes sociais. PremieRpet® www.premierpet.com.br

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Tecnologia da informação

Telemedicina veterinária

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tutores exigentes e um ambiente extremamente competitivo, as regiões distantes permanecem sem acesso a serviços básicos. Entretanto, muitas dessas regiões mais remotas já contam com acesso a internet de qualidade, abrindo uma janela de oportunidades para profissionais e empresas dispostas a ampliar seus horizontes. A falta de regulamentação dificulta a expansão da telemedicina A velocidade com que as tecnologias que dão suporte à telemedicina evoluem representa um desafio extra. Curiosamente, os agentes expostos a esses desafios são, em geral, profissionais já estabelecidos no mercado de trabalho, formados em uma época em que não havia internet, celular ou computadores conectados. A resistência por parte dos profis-

American Veterinary Medical Association - Veterinary telehealth: The basics

Enquanto alguns profissionais tecem duras críticas a essa ferramenta, o uso da telemedicina avança a passos largos, e muitos analistas consideram que a tecnologia veio para ficar. Além das dificuldades relacionadas ao uso de uma nova tecnologia, o tema é polêmico e tem gerado debates acalorados nas redes sociais. Os desafios são ainda mais evidentes para médicos-veterinários já estabelecidos no mercado de trabalho, que se veem obrigados a sair da zona de conforto e quebrar paradigmas consolidados. Em primeiro lugar, é importante entender que o conceito de telemedicina é muito mais amplo do que uma simples conversa entre veterinário e tutor via Whatsapp ou Skype. Segundo a Americam Veterinary Medical Association (AVMA): “Telemedicina é o termo amplo que abrange todos os usos de tecnologia voltados para fornecer remotamente informações ou educação sobre saúde. É o uso de informações médicas trocadas de um local para outro, por meio de comunicações eletrônicas, sobre o estado de saúde clínico de um paciente”. As aplicações modernas da telemedicina se originaram na década de 1950, com a transferência de eletrocardiogramas, consultas por rádio usadas para auxiliar pacientes em navios e em lugares remotos, e a transmissão de imagens radiográficas. Nos últimos anos, a rápida evolução da infraestrutura favoreceu o surgimento de uma complexa gama de tecnologias que formam redes médicas eletrônicas capazes de realizar cirurgias assistidas à distância, diagnósticos, definir terapêuticas, gerenciar casos clínicos e promover educação. Em países como o Brasil, de dimensões continentais, a importância da telemedicina é ainda maior. Enquanto os grandes centros contam com profissionais em maior número,

Figura 1 – A AVMA destaca a importância da relação entre veterinários e tutores de animais (Veterinarian-Client-Patient Relationship - VCPR) para o entendimento e aplicação da telemedicina

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sionais que estão há mais tempo no mercado e a falta de regulamentação para o setor são os principais motivos da demora na adoção da telemedicina de maneira mais abrangente. Em geral, os médicos-veterinários da geração Y (millennials) tendem a ver na telemedicina uma oportunidade de crescimento e não um risco de perderem seus empregos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou em 13/12/2018 a resolução nº 2.227  1, que estabelece regras para a prática de teleconsulta, telediagnóstico, telecirurgia, teleconferência, teletriagem médica, telemonitoramenteo, teleorientação e teleconsultoria. A resolução foi revogada em fevereiro de 2019, sob a justificativa de ser necessário mais tempo para analisar as mais de 1.400 contribuições enviadas. As entidades de classe também pressionaram pela revogação. A falta de regulamentação por parte do CFMV dificulta a vida dos empreendedores interessados em investir nesse setor. Em 2017, a Brasil Telemedicina (brasiltelemedicina.com. br), empresa pioneira nesse segmento e que já operava vários aplicativos para médicos em diversas especialidades, lançou seu primeiro produto para médicos-veterinários, batizado de MedicoVet. Menos de 30 dias depois do lançamento, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)  2 lançou uma nota esclarecendo que “... o aplicativo não tem o respaldo ou qualquer tipo de validação do Conselho Federal de Medicina Veterinária”. O Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) seguiu na mesma linha e emitiu nota oficial  3 afirmando que “os serviços oferecidos pelo aplicativo ferem a legislação vigente relacionada ao exercício da medicina veterinária no país”. Em resposta, a empresa retirou o MedicoVet do mercado e aguarda posicionamento dos órgãos reguladores para redefinir a estratégia para o produto. A situação em outros países Os Estados Unidos estão um passo à frente. Em 21 de julho de 2017 a AVMA  4 aprovou uma política sobre telemedicina cujo texto

Figura 2 – Imagem retrata umas das possibilidades de aplicação da telemedicina, do tipo Business to Business (B2B), onde profissionais utilizam a tecnologia para trocar informações, analisar e dicutir um caso clínico p

evidencia uma forte preocupação com o que os norte-americanos chamam de Veterinarian-Client-Patient Relationship (VCPR). A agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano, U.S. Food and Drug Administration (FDA), também se manifestou nesse sentido: “Uma VCPR não pode ser estabelecida somente através da telemedicina”. Com o objetivo de nortear os profissionais interessados em aplicar a telemedicina, a AVMA disponibilizou um texto em que, além de listar diretrizes, incentiva o desenvolvimento de aplicações de dispositivos e tecnologias que ajudam a conectar clientes e pacientes com veterinários. Na Inglaterra, a British Veterinary Association (BVA)  5 mantém um grupo de trabalho denominado Under Care, com o objetivo de desenvolver as diretrizes da BVA sobre telemedicina veterinária. Em agosto de 2019, o dr. Ray Girotti, diretor hospitalar da Lumbry Park Veterinary Specialists (lumbrypark.co.uk) e professor de estudos veterinários empresariais na Universidade de Glasgow, publicou um artigo intitulado “Telemedicine: the genie is out of its bottle” (“Telemedicina: o gênio está fora da lâmpada”, em tradução livre). Girotti considera que a telemedicina pode ser encarada como uma atividade do tipo business to

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Tecnologia da informação business (B2B), em que o veterinário interage com outro veterinário, ou business to consumer (B2C), em que o veterinário interage com o tutor. E complementa: “O advento da inteligência artificial no cuidado com a saúde representa a verdadeira mudança do jogo”. Iniciativa privada mostra disposição em investir na telemedicina A medicina humana saiu na frente. Várias iniciativas estão em estágio avançado, sendo conduzidas pelo estado, interessado em levar atendimento de qualidade a regiões distantes dos grandes centros, e pela iniciativa privada, que já movimenta investimentos consideráveis nessa área. Um caso de sucesso que impressiona é o projeto de telemedicina do Hospital Albert Einstein (youtu.be/ kFDLCn4mHHM). Segundo Eduardo Cordioli, gerente médico do Departamento de Telemedicina Einstein: “Com a adoção de protocolos internacionais de telepropedêutica e teleanamnese, aliados a investimentos em tecnologia de ponta, o hospital está conseguindo quebrar barreiras geográficas e oferecer excelência no atendimento ao paciente onde quer que ele esteja”. Tudo indica que a telemedicina veterinária seguirá na mesma direção. Iniciativas que conectam médicos-veterinários a tutores recebem uma resistência maior de colegas e ainda não têm respaldo no CFMV. Entretanto, outras soluções que propõem conectar médicos-veterinários de diferentes especialidades ganham espaço. Em Florianópolis, a InPulse Animal Health (inpulse.vet.br) desenvolveu um eletrocardiógrafo integrado com sistema de telemedicina. Através dele o cardiologista consegue emitir o laudo de um exame de forma rápida e remota. A solução foi colocada no mercado em 2015, e hoje mais de mil clínicas usam o sistema. No total, até agora já foram criados mais de 350 mil laudos na plataforma da InPulse. 92

A tecnologia da informação é o motor da transformação Empresas de tecnologia da informação (TI) assumem um papel decisivo nesse processo e representam o motor dessa transformação, oferecendo soluções específicas para a adoção da telemedicina. O VetGo, sistema de gestão de clínicas veterinárias desenvolvido pela NetVet (netvet.com.br/vetgo), conta com recursos que permitem a troca de informações entre veterinários, facilitando a elaboração de laudos à distância e o acesso a prontuários de casos clínicos. Segundo Henrique Assreuy, diretor técnico da NetVet, houve uma especial preocupação com os aspectos de segurança, integridade e privacidade dos dados: “Contamos com o suporte de advogados que nos orientaram no sentido de adequar o projeto à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”. A NetVet tem se esforçado para atender a uma demanda pela plataforma B2B, em que os veterinários prestam serviços e trocam dados com colegas de profissão. Nesse contexto, um dos pontos mais sensíveis é a gestão de documentos. A NetVet planeja disponibilizar nos próximos meses recursos que permitirão que o veterinário assine digitalmente os documentos diretamente no VetGo. Para Assreuy, em poucos anos a impressora será um periférico em extinção: “O VetGo hoje já emite notas fiscais de serviços e as envia diretamente ao cliente via e-mail ou Whatsapp. Não há motivos para imprimir prescrições, atestados e termos de autorização de procedimentos se estes estiverem assinados digitalmente. A impressão e a assinatura física serão totalmente dispensáveis no futuro próximo”. Gigantes da área de tecnologia prometem revolucionar a telemedicina nos próximos anos. A Microsoft desenvolve soluções para a área médica baseadas no Hololens (microsoft.com/en-us/hololens/industry-healthcare), um tipo especial de óculos que permitem visualizar imagens holográficas em tempo real. A IBM segue investindo pesado no Watson Health (ibm.com/br-pt/watson-health), uma

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plataforma que utiliza inteligência artificial e ajuda médicos pelo mundo a tomar decisões e definir planos de ação. Esses são apenas alguns dos exemplos que nos dão uma ideia do que vem pela frente. Aqueles que ainda resistem a registrar seus atendimentos em um sistema digital devem reformular seus conceitos. E rápido! 1- Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.227/18 https://portal.cfm.org.br/images/PDF/resolucao222718.pdf 2- Aplicativo de consultas online não tem o respaldo do CFMV e fere o Código de Ética do Médico Veterinário https://www.cfmv.gov.br/aplicativo-de-consultas-online-nao-tem-o-respaldo-do-cfmv-e-fere-o-codigo-de-etica-do-medico-veterinario/co-

municacao/noticias/2017/07/13/ 3- CRMV-SP se posiciona no caso do aplicativo MedicoVet https://www.crmvsp.gov.br/arquivo_n_oficiais/13.07.17_Nota_aplicativo_MedicoVet.pdf 4- AVMA helping veterinarians take on telemedicine. JAVMA News, 15/09/2017 h t t p s : / / w w w. a v m a . o r g / j a v m a - n e ws/2017-09-15/avma-helping-veterinarians-take-telemedicine 5- Under Our Care Working Group, BVA https://www.bva.co.uk/about-us/our-structure/ working-groups/ Marcelo Sader

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Gestão

Felizmente, começamos agora a presenciar a retomada da economia, embora de maneira ainda lenta e gradual. A pandemia nos deixou um rastro amargo, com todas as crises que gerou em vários segmentos econômicos, inclusive no mercado de animais de estimação. Em artigos anteriores, falamos da importância de inserir em nós mesmos a espiritualidade e de corrigir os sentimentos negativos gerados por essa crise, ou seja, da necessidade de buscar sempre que possível o contato com uma riqueza de espírito e de coração. Comentamos que é essencial a pessoa fazer um esforço constante para encontrar a melhor maneira de lidar com sentimentos de sofrimento, angústia, medo, ansiedade, com preocupações e também com o sofrimento alheio. Como diz o ditado popular, falar é fácil, mas como podemos obter a serenidade e a positividade necessárias em momentos tão marcados pela dor e pelo sofrimento? Uma boa ideia é recorrer a uma das sabedorias universais, a de reconhecer a força vibracional das palavras, mais precisamente da palavra que exprime a gratidão (obrigado) no idioma japonês: arigatô. E de aprender a usar todo o seu poder. Se alguém mentalizar a palavra arigatô repetidamente, receberá as vibrações altamente positivas dessa palavra, e então todos os tecidos, entre eles o sangue, do seu corpo serão revigorados, tornando-a uma pessoa mais saudável. Depois que a repetição dessa palavra ultrapassa determinado nível, a pessoa começa a sentir fenômenos místicos inexplicáveis. Quando decidimos 94

fizkes

O poder da gratidão

As palavras têm grande poder vibracional. Mentalizar a palavra arigatô (obrigado, em japonês), com um sentimento genuíno de gratidão, atua positivamente para revigorar a pessoa e torná-la mais saudável q

emitir para o Universo a palavra arigatô repetidas vezes, atraímos uma série de fenômenos que nos farão dizer arigatô com toda a razão. Algumas pessoas, ao ouvirem isso dito dessa maneira simples, podem ter ainda mais dúvidas ou discordar. Nossa sociedade abriga muitas entidades que se dedicam a explicar os mistérios do mundo espiritual. A melhor sugestão que podemos dar é que a pessoa encare suas dúvidas de maneira prática, ou seja, que faça a seguinte pergunta: por que não experimentar e verificar os efeitos disso? Por que não testar para verificar como isso revigora seu sangue e suas células e abre caminho para superar sua condição atual e passar a viver com maior serenidade e positividade?

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fizkes

Manter sentimentos positivos reduz o espaço para o medo e a angústia, facilita o contato com energias elevadas e permite enfrentar melhor nossos desafios pessoais e profissionais

A mentalização da palavra arigatô traz bons fluidos, e isso já foi devidamente comprovado, pois alguns experimentos demonstram que repetir numerosas vezes essa palavra prepara o terreno para a ocorrência de eventos e situações surpreendentes, que para alguns soam como verdadeiros milagres. Todos temos, infelizmente, muito mais experiências no sentido oposto disso. Quando ficamos nervosos, por exemplo, costumamos proferir palavras ásperas, negativas e ficar irritados. O resultado é que produzimos desse modo uma série de toxinas, e são essas toxinas que alteram nosso metabolismo e danificam gradativamente nossos órgãos internos. Se a pessoa for condescendente com isso e insistir em reagir às situações difíceis com essas palavras e esses estados de ânimo negativos, estará prejudicando sensivelmente a si mesma. O relativo alívio que possa sentir ao reagir negativamente não compensa de forma alguma todos os danos que isso traz ao seu organismo e à sua vida. Quando a pessoa fica insatisfeita, é comum ela resmungar, reclamar ou ficar se lamentando. Ela acaba então consolidando um hábito, e sequer percebe até que ponto

isso é nocivo. São esses sentimentos negativos de insatisfação, queixa, reclamação, choradeira e lamentações, assim como o impulso de falar mal dos outros e de atribuir a culpa a fatores externos, soltar palavrões, etc., que com o tempo acabam cristalizando um modelo de reação emocional vicioso e danificando e corroendo nossos órgãos internos. Para tudo isso, a prática simples da gratidão, de proferir sempre que possível a palavra arigatô, é um excelente antídoto, pois se contrapõe positivamente e promove uma mudança interior, como num passe de mágica: reduz o espaço para o medo e a angústia e permite que se instalem cada vez com maior frequência e intensidade os sentimentos positivos de amor e alegria. O ideal é proferir a palavra buscando uma conexão sincera com esse sentimento de gratidão, isto é, fazendo isso de coração. E, ao expressar a gratidão para outras pessoas, procurar ter consciência de que você na verdade está emitindo essa palavra para o Universo. Em resumo, vale a pena tentar inovar nos caminhos interiores que trilhamos ao enfrentar a vida, especialmente nesta nossa era de Aquário, em contato com elevadas energias, com a espiritualidade, e que procuremos enfrentar os desafios de nossa profissão estabelecendo uma conexão com as leis universais. Isso só será possível se você parar um pouco para refletir e decidir dar esse primeiro passo fundamental. É preciso começar com a nossa própria mudança, com uma atenção renovada, a todo momento, e com um esforço constante para cultivar a positividade e descobrir seu inestimável valor. Só assim você poderá abrir um novo caminho e abraçar uma nova vida, mais consciente, serena, amorosa e feliz. Celso Morishita

Gestor empresarial espiritualista celsomorishita@yahoo.com

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Vet agenda Anestesiologia

Comdev 2021 – Congresso Medvep internacional de dermatologia veterinária https://bit.ly/35ozZBC

18 de novembro

Online

Curso de anestesiologia veterinária https://www.equalisveterinaria. com.br/loja/cursos/cursos-online/ anestesiologia-veterinaria/ 15 a 17 de abril

8 e 9 de outubro

Recife, PE

Dermato in Rio https://www.inrio.vet.br/

2021

Endocrinologia

João Pessoa, PB

2021 14 e 15 de agosto

Comdor 2021 – Congresso Medvep de dor e anestesiologia veterinária https://www.shopmedvep.com.br/ produtos/comdor-2021/

Jaboticabal, SP

III Curso obesidade perspectivas e desafios https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5516

Bem-estar animal

2 a 5 de novembro

São Paulo, SP

Fisioterapia

Semana de Comportamento e Bem Estar Felino https://linktr.ee/gefelusp 18 a 21 de julho

Online r

VIII Congresso brasileiro de biometeorologia, ambiência e bem-estar animal https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5490

Cardiologia

25 de novembro

Online

Curso de cardiologia veterinária https://www.equalisveterinaria.com. br/loja/cursos/cursos-online/curso-decardiologia-online/

Cirurgia

São Paulo, SP

4 e 5 de dezembro

Jaboticabal, SP

IV Curso de retalhos e enxertos em cães e gatos https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5537 12 e 13 de dezembro Curso intensivo – Imersão em cirurgia https://anclivepa-sp.com.br/2015/ educacao/cursos/intensivo/imersaoem-cirurgia/

8 a 10 de abril

Curitiba, PR

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2021

22 de novembro a 8 de dezembro

São Paulo, SP

IV Curso de bases da fisioterapia veterinária https://fisioanimal.com/curso/ iv-curso-de-bases-da-fisioterapiaveterinaria 4 a 6 de dezembro

São Paulo, SP

30º Curso intensivo de fisioterapia veterinária https://fisiocarepet.com.br/cursos

São Paulo, SP

Curso de cirurgia em felinos http://www.cipo.vet.br/

Dermatologia

Curso de biomecânica, avaliação do movimento e exame ortopédico https://fisiocarepet.com.br/cursos

2021 10 de abril a 28 de agosto de 2022

4 e 5 de dezembro

São Paulo, SP

Medicina veterinária felina

12 a 14 de novembro

Campinas, SP

Comfel 2020 – congresso Medvep internacional de medicina felina https://www.shopmedvep.com.br/ produtos/comfel-2020/ 2 de dezembro

Online

Curso de medicina felina https://www.equalisveterinaria.com. br/loja/cursos/cursos-online/curso-demedicina-felina-online/

21 e 22 de novembro

2021

Jaboticabal, SP

III Encontro nacional sobre animais abandonados em campi universitários https://linktr.ee/ENAAU2020

14º Curso extensivo de fisioterapia veterinária https://fisiocarepet.com.br/events/14ocurso-extensivo-de-fisioterapiaveterinaria/

Gastrenterologia

16 de dezembro

Online

Gastrenterologia de pequenos animais https://www.equalisveterinaria.com. br/loja/cursos/cursos-online/cursoonline-em-gastrenterologia-na-clinicade-caes-e-gatos/

Medicina veterinária do coletivo

16 e 18 de novembro

Online

Neurologia

2021 6 de fevereiro a 4 de julho

Jaboticabal, SP

VII Curso teórico-prático de neurologia e neurocirurgia de cães e gatos https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5559

Nutrição

10 e 11 de novembro

Online

III Workshop sobre nutrição e naturologia de cães e gatos http://www.cbna.com.br/Eventos/ Listagem?categoria=EventosCBNA 16 de dezembro

Online

Nutrição de Cães e Gatos https://www.equalisveterinaria.com. br/loja/cursos/cursos-online/cursoonline-em-nutricao-de-caes-e-gatos/

Ortopedia

21 e 22 de novembro

Online

Curso de biomecânica, avaliação do movimento e exame ortopédico https://fisiocarepet.com.br/events/ curso-de-biomecanica-avaliacao-domovimento-e-exame-ortopedico/ 2021 6 de fevereiro a 12 de dezembro

Jaboticabal, SP

VI Curso de aprimoramento em ortopedia de cães e gatos https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5550

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Saiba mais em: www.frontline.com.br 0800 888 7387 Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, novembro/dezembro, 2020

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Vet agenda Oncologia 2021

fevereiro

2021 16 e 17 de março

Congresso Veterinário de León – CVDL https://www.cvdlinrio.com/

VetForum USA https://www.openroomevents.com/ vetforum-usa-2020.php

Rio de Janeiro, RJ

São Paulo, SP

Curso avançado – Oncologia de Cães e Gatos https://anclivepa-sp.com.br/2015/ educacao/cursos/cursos-avancados/ oncologia-de-caes-e-gatos/ 6 de fevereiro a 10 de abril de 2022

Jaboticabal, SP

5º Curso de aperfeiçoamento em cirurgia oncológica e reconstrutiva em cães e gatos https://eventos.funep.org.br/Eventos/ Detalhes#/exibir/5548 27 a 29 de maio

Bento Gonçalves, RS

1º Comov – Congresso Medvep internacional de oncologia veterinária https://bit.ly/3fau5c0

Reprodução 17 e 18 de abril

2021 25 a 27 de março

1 a 3 de abril

7 a 9 de abril

2ª Veterinaria Expo & Congress https://www.facebook.com/ veterinariaexpo/

11º Congreso y Exposición para la Ciencia y Tecnologia Farmacéutica, Biotecnológica, Veterinaria y Cosmética https://www.etif.com.ar/es/

São Paulo, SP

15 a 17 de abril

João Pessoa, PB

Comdor 2021 - Congresso Medvep de Dor e Anestesiologia Veterinária https://www.shopmedvep.com.br/ produtos/comdor-2021/ 12 a 14 de maio

Maceió, AL

41º Congresso Brasileiro da Anclivepa https://www.cbamaceio.com.br/ 13 a 15 de maio

2021

Ribeirão Preto, SP

Jaboticabal, SP

6º Curso de obstetrícia, neonatologia e reprodução aplicada a prática clínica de pequenos animais https://bit.ly/2C1ghBt

Congresso Internacional de Medicina e Saúde Integrativa – Área Humana e Veterinária https://www.cimsi.com.br 2 a 5 de junho

Patos, PB

Feiras, Congressos & Simpósios

3 a 7 de novembro

Online

Congresso Latino Americano Pet Vet https://www.petvetexpo.com.br/ atracoes/congresso-latino-americanopet-vet 4 a 6 de novembro

Online

XX Simpósio Paraibano de Medicina Veterinária http://20simposioparaibanodemv.com/ inscricao2lote/ 27 a 29 de julho

Bento Gonçalves, RS

Congresso Medvep Internacional de Especialidades Veterinárias 2021 https://bit.ly/32GWcto

Pet South America 2020 https://www.petsa.com.br

20 e 21 de agosto

7 e 8 de novembro

Cat in Rio https://www.inrio.vet.br/catinrio

São Paulo, SP

Online

1 Congresso Internacional de Fisiatria em Pequenos Animais https://fisiocarepet.com.br/congressointernacional-fisiatria-pequenosanimais/ o

14 e 15 de novembro

Online

1° Congresso Internacional de Alergia Veterinária https://www.sympla.com.br/1congresso-internacional-de-alergiaveterinaria__946505

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Nashville, EUA

Agenda internacional

4 a 7 de novembro

Online

Emergency and Critical Care Virtual Congress 2020 https://congress.vets-now.com/en/ 12 a 14 de novembro

Acapulco, México

Congresso Nacional de la Asociación Mexicana de Médicos Veterinarios Especialistas en Pequeñas Especies https://www.ammvepe.mx/

Buenos Aires, Argentina

16 a 19 de maio

Santiago de Surco, Peru

VIVE LA EXPERIENCIA – LAVC https://www.tlavc-peru.org/index.php 26 e 27 de maio

Dublin, Irlanda

2nd World Congress on Veterinary Medicine https://veterinarymedicine. pulsusconference.com/ 22 a 24 de julho

Cartagena, Colômbia

Congreso VEPA Nacional 2021 https://www.facebook.com/vepa.col 6 a 9 de outubro

Illinois, EUA

2021 ACVS Surgery Summit https://bit.ly/2kyNE6a 14 a 16 de outubro

Kuching, Malásia

21st FAVA Congress 2021 https://www.favamember.org 20 a 22 de outubro

Mérida, México

AMMVEPE 2021 https://www.federacionmvz.org/ registro-panvet 25 a 27 de outubro

Sevilha, Espanha

Congress of the European Association of Veterinary Laboratory Diagnosticians https://eavld2020.org/ 25 a 27 de outubro

Sevilha, Espanha

6° Congreso de la Asociacíon EAVLD https://eavld2020.org/ 8 e 9 de dezembro

Sevilha, Espanha

International Conference on Animal and Veterinary Sciences http://www.istdst.org/AVS

Clínica Veterinária, Ano XXV, n. 149, novembro/dezembro, 2020


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