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Ortopedia
Agenesia bilateral de rádio em felino (Felis catus domesticus) – relato de caso
Diagnóstico por imagem
Tomografia computadorizada em pequenos animais – aplicações na avaliação abdominal
Bilateral radial agenesis in a cat (Felis catus domesticus) – case report Agenesia bilateral de radio en gato (Felis catus domesticus) – relato de caso
Computed tomography in small animals – applications in abdominal evaluation Tomografía computarizada en pequeños animales – su uso en la evaluación abdominal
Cardiologia
Cirurgia
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Insuficiência cardíaca congestiva secundária à anomalia de Ebstein em um boxer de cinco meses de idade – relato de caso
Congestive heart failure secondary to Ebstein`s anomaly in a five-month-old boxer – case report Insuficiencia cardíaca congestiva secundaria a anomalía de Ebstein en un bóxer de cinco meses de edad – relato de caso
Cardiologia
Uso do pimobendan no tratamento da insuficiência cardíaca – revisão de literatura Use of pimobendan in the treatment of heart failure – literature review Uso del pimobendan en el tratamiento de la insuficiencia cardiaca – revisión de la literatura
Odontologia
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The use of metallic cast post and core in the coronal reconstruction with full cast metal crowns in dogs – literature review Retenedores intrarradiculares metálicos en la reconstrucción coronal con restauración metálica fundida (RMF) en perros. Revisión de la literatura
Novas diretrizes vacinais para cães – uma abordagem técnica e ética New vaccination directives for dogs – a technical and ethical approach Nuevas criterios de vacunación en perros – una visión técnica y ética
Diagnóstico por imagem Densitometria óssea pelo método de tomografia computadorizada quantitativa em cães e gatos – revisão
Bone densitometry by quantitative computed tomography in dogs and cats – literature review Densitometría ósea por tomografía computarizada cuantitativa en perros y gatos – revisión de la literatura
4
100
Uretrostomia pré-púbica após ruptura uretral em felino com doença do trato urinário inferior Pre-pubic urethrostomy after urethral rupture in feline with urinary tract disease Uretrostomia pre púbica por ruptura uretral en un felino con enfermedad del tracto urinario inferior
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Retentores intrarradiculares metálicos na reconstrução coronal com restauração metálica fundida (RMF) em cães – revisão de literatura
Clínica médica
89
66
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@ Na internet FACEBOOK www.facebook.com/ClinicaVet TWITTER www.twitter.com/ClinicaVet Site ww.revistaclinicaveterinaria.com.br
Contato Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, Brasil Central de assinaturas: 0800 891.6943 cvassinaturas@editoraguara.com.br Telefone/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845
Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
Saúde pública
Web Leish Conference
Bem-estar animal
Saiba como denunciar casos de maus-tratos
Desenvolvimento sustentável
• Avistar 2012 • O tráfico de animais e as limitações da sua repressão
Medicina veterinária do coletivo
Abrigos de animais na Califórnia e no Oregon, EUA, recebem comitiva paranaense
Notícias
• Argentina: época propícia para unir lazer com atualização profissional • Próteses e órteses para animais • Popularização do acesso aos cães • Práticas veterinárias na África do Sul
22 24
Arquitetura e construção
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Livros
108
Sendo o arquiteto
• Acupuntura na prática clínica veterinária • O céu dos cachorros
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Medicina veterinária legal
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Equipamentos
112
Conferência internacional anual e worshops compõem a agenda 2012 de eventos em ciências forenses da IVFSA Videoscópio Pet Vídeo Imagin
Pet food
114 116
Lançamentos
118
Gestão, marketing & estratégia O programa 5S aplicado na veterinária
IV Congresso Internacional e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação • Tratamento das dermatopatias alérgicas • Linha Fito Organic • Odorizante de ambientes e neutralizador de odores
Guia veterinário
Produtos e serviços para o mercado pet e veterinário
Vet Agenda
Eventos nacionais e internacionais ligados à medicina veterinária de pequenos animais
Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 96, janeiro/fevereiro, 2012
120 128
O
mês de março de 1996 marcou o lançamento da edição n. 1 da revista Clínica Veterinária. Na época, uma revista de apenas 32 páginas, mas que naquele momento foi muito importante, pois atendia a uma necessidade evidente do mercado. Algumas adaptações editoriais foram realizadas ao longo desses dezessete anos de publicação. Porém, o panorama atual pede mudanças concretas e começamos a colocá-las em prática na primeira edição de 2012, que chegou ao mercado bastante reformulada, a começar pela concepção da capa. Assim como a revista impressa, que ganhou nova identidade visual, a versão na internet também tem novidades. Vale a pena dar uma olhada no novo sítio, com design moderno e um sistema mais eficiente de pesquisa dos artigos.
EDITORES / PUBLISHERS
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br
Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br
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EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING Editora Guará Ltda.
CAPA / COVER
Pretty kitten sitting mini chair / Linn Currie
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É uma satisfação poder comunicar estas inovações nesta edição de aniversário e no ano em que publicaremos em setembro, justamente no mês do médico veterinário, a centésima edição da Clínica Veterinária. Como forma de estender esse sentimento a toda a comunidade que nos acompanha, estamos reativando o concurso de melhor artigo científico, que terá início a partir da edição de maio/junho e que contará com o patrocínio da Brasmed (www.brasmed.com.br). Em breve, as normas estarão disponíveis na internet e também serão publicadas na edição de mai/jun/2012. Participem!
Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora.
Arthur de Vasconcelos Paes Barretto Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
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CONSULTORES CIENTÍFICOS Adriano B. Carregaro
Clarissa Niciporciukas
Hector Daniel Herrera
Leonardo Pinto Brandão
Masao Iwasaki
Alceu Gaspar Raiser
Clair Motos de Oliveira
Hector Mario Gomez
Leucio Alves
Mauro J. Lahm Cardoso
FZEA/USP carregaro@usp.br
DCPA/CCR/UFSM raisermv@gmail.com
Alessandra M. Vargas
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Alexandre Krause
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Alexandre Lima Andrade CMV/Unesp-Aracatuba landrade@fmva.unesp.br
Alexander Welker Biondo UFPR, UI/EUA abiondo@uiuc.edu
Aloysio M. F. Cerqueira UFF amfcerqueira@uol.com.br
Ana Claudia Balda FMU, Hovet Pompéia anabalda@terra.com.br
Ana Paula F. L. Bracarense DCV/CCA/UEL anapaula@uel.br
André Luis Selmi
Anhembi/Morumbi e Unifran andre_selmi@yahoo.com.br
Angela Bacic de A. e Silva FMU angelbac2002@yahoo.com.br
Antonio M. Guimarães DMV/UFLA amg@ufla.br
Aparecido A. Camacho FCAV/Unesp-Jaboticabal camacho@fcav.unesp.br
A. Nancy B. Mariana FMVZ/USP anbmaria@usp.br
Arlei Marcili
ICB/USP amarcili@usp.br
Aulus C. Carciofi
FCAV/Unesp-Jaboticabal aulus@fcav.unesp.br
Aury Nunes de Moraes UESC a2anm@cav.udesc.br
Ayne Murata Hayashi FMVZ/USP aynemurata@ig.com.br
Benedicto W. De Martin FMVZ/USP; IVI ivi@ivi.vet.br
Berenice Avila Rodrigues Médica veterinária autônoma berenice@portoweb.com.br
Camila I. Vannucchi FMVZ/USP cacavann@usp.br
Carlos Alexandre Pessoa Médico veterinário autônomo animalexotico@terra.com.br
Carlos Eduardo S. Goulart FTB carlosedgoulart@hotmail.com
Carlos Roberto Daleck FCAV/Unesp-Jaboticabal daleck@fcav.unesp.br
Cassio R. Auada Ferrigno FMVZ/USP cassioaf@usp.br
Ceres Faraco
FACCAT/RS ceresfaraco@gmail.com
César Augusto D. Pereira UAM, UNG, UNISA dinolaca@hotmail.com
Christina Joselevitch
IP/USP christina.joselevitch@gmail.com
Cibele F. Carvalho
UNICSUL cibelefcarvalho@terra.com.br
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ANCLIVEPA-SP clarissa@usp.br FMVZ/USP cmoliv@usp.br
Cleber Oliveira Soares EMBRAPA cleber@cnpgc.embrapa.br
Cristina Massoco
Univ. de Buenos Aires hdh@fvet.uba.ar EMV/FERN/UAB hectgz@netscape.net
Hélio Autran de Moraes
Dep. Clin. Sci./Oregon S. U. helio.demorais@oregonstate.edu
Merial Saúde Animal leobrandao@yahoo.com FMV/UFRPE leucioalves@gmail.com
Luciana Torres
FMVZ/USP lu.torres@terra.com.br
Hélio Langoni
Lucy M. R. de Muniz
Heloisa J. M. de Souza
Luiz Carlos Vulcano
FMVZ/UNESP-Botucatu hlangoni@fmvz.unesp.br
FMVZ/Unesp-Botucatu lucy_marie@uol.com.br
FMV/UFRRJ justen@centroin.com.br
FMVZ/Unesp-Botucatu vulcano@fmvz.unesp.br
UFSM/URNERGS cmdaniel@terra.com.br
ODONTOVET odontovet@odontovet.com
FMVZ/Unesp-Botucatu henrique@fmvz.unesp.br
FMV/UFF macieiradb@vm.uff.br
Koala H. A. e Inst. Dog Bakery iaralevino@yahoo.com.br
Salles Gomes C. Empresarial cmassoco@gmail.com
Daisy Pontes Netto FMV/UEL rnetto@uel.br
Daniel Curvello de M. Müller Herbert Lima Corrêa
Luiz Henrique Machado
Daniel Macieira
Iara Levino dos Santos
Marcello Otake Sato
Iaskara Saldanha
Marcelo A. B. V. Guimarães
Denise T. Fantoni FMVZ/USP dfantoni@usp.br
Dominguita L. Graça FMV/UFSM dlgraca@gmail.com
Edgar L. Sommer
PROVET edgarsommer@sti.com.br
Edison L. P. Farias UFPR elpf@uol.com.br
Eduardo A. Tudury DMV/UFRPE eat@dmv.ufrpe.br
Elba Lemos
Idael C. A. Santa Rosa UFLA starosa@ufla.br
Ismar Moraes FMV/UFF fisiovet@vm.uff.br
James N. B. M. Andrade FMV/UTP jamescardio@hotmail.com
Jane Megid
FMVZ/Unesp-Botucatu jane@fmvz.unesp.br
Janis R. M. Gonzalez
FioCruz-RJ elemos@ioc.fiocruz.br
Elisangela de Freitas FMVZ/Unesp-Botucatu elisangela@odontovet.com
Fabiano Montiani-Ferreira FMV/UFPR fabiomontiani@hotmail.com
Fabiano Séllos Costa DMV/UFRPE fabianosellos@hotmail.com
Fernando C. Maiorino FEJAL/CESMAC/FCBS fcmaiorino@uol.com.br
Fernando de Biasi DCV/CCA/UEL biasif@yahoo.com
Fernando Ferreira
FMVZ/USP fernando@vps.fmvz.usp.br
Flávia R. R. Mazzo Provet flamazzo@gmail.com
Flavia Toledo
FMV/UEL janis@uel.br
Jairo Barreras
FioCruz jairo@ioc.fiocruz.br
Jean Carlos Ramos Silva UFRPE, IBMC-Triade jean@triade.org.br
João G. Padilha Filho FCAV-Unesp-Jaboticabal padilha@fcav.unesp.br
João Pedro A. Neto
UAM joaopedrovet@hotmail.com
Jonathan Ferreira
Odontovet jonathan@odontovet.com
José Alberto P. da Silva FMVZ/USP ja.ps@uol.com.br
José de Alvarenga FMVZ/USP alangarve@terra.com.br
Jose Fernando Ibañez
Univ. Estácio de Sá toledo-f@ig.com.br
FALM/UENP ibanez@uenp.edu.br
Flavio Massone
FMVZ/Unesp-Botucatu btflama@uol.com.br
Francisco J. Teixeira Neto FMVZ/Unesp-Botucatu fteixeira@fmvz.unesp.br
Francisco Marlon C. Feijo UFERSA marlonfeijo@yahoo.com.br
Franz Naoki Yoshitoshi Provet franz.naoki@terra.com.br
Geovanni Dantas Cassali ICB/UFMG cassalig@icb.ufmg.br
Geraldo Márcio da Costa DMV/UFLA gmcosta@ufla.br
Gerson Barreto Mourão ESALQ/USP gbmourao@esalq.usp.br
Hannelore Fuchs
Provet, Lab. Badiglian iaskara.silva@gmail.com
Instituto PetSmile afuchs@amcham.com.br
FM/UFTO otake@uft.edu.br FMVZ/USP mabvg@usp.br
Marcelo Bahia Labruna FMVZ/USP labruna@usp.br
Marcelo de C. Pereira FMVZ/USP marcelcp@usp.br
Marcelo Faustino
FMVZ/USP marcellus_f@yahoo.com.br
Marcia Kahvegian FMVZ/USP makahve@hotmail.com
Juliana Brondani
FMVZ/Unesp-Botucatu jtbrondani@yahoo.com
Juliana Werner
Lab. Werner e Werner juliana@werner.vet.br
Julio C. Cambraia Veado FMVZ/UFMG cambraia@vet.ufmg.br
Julio Cesar de Freitas UEL freitasj@uel.br
Karin Werther
FCAV/Unesp-Jaboticabal werther@fcav.unesp.br
Michele A. F. A. Venturini ODONTOVET michele@odontovet.com
Michiko Sakate
FMVZ/Unesp-Botucatu michikos@fmvz.unesp.br
Miriam Siliane Batista FMV/UEL msiliane@uel.br
Moacir S. de Lacerda UNIUBE moacir.lacerda@uniube.br
Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL vicky@uel.br
Nadia Almosny FMV/UFF mcvalny@vm.uff.br
Nayro X. Alencar FMV/UFF nayro@vm.uff.br
Nei Moreira
CMV/UFPR neimoreira@ufpr.br
Nilson R. Benites
Marcia M. Kogika
FMVZ/USP nkasai@usp.br
Marcio B. Castro
FMV/Unesp-Botucatu rochanoeme@fmvz.unesp.br
Marcio Dentello Lustoza
FMV/UFFe FioCruz labarthe@centroin.com.br
Marcio Bruneto
DCV/CCA/UEL pmendes@uel.br
Márcio Garcia Ribeiro
FMVZ/USP pmaiorka@yahoo.com
Marco Antonio Gioso
FMVZ/Unesp-Botucatu pauloiamaguti@ig.com.br
Marconi R. de Farias
UNIMES, UNIBAN pssalzo@ig.com.br
Maria Cecilia Rui Luvizotto
FMVZ/USP pauloeye@usp.br
Nobuko Kasai
FMVZ/USP mmkogika@usp.br
Noeme Sousa Rocha
UNB mbcastro2005@yahoo.com.br
Norma V. Labarthe
Biogénesis-Bagó Saúde Animal mdlustoza@uol.com.br
Patrícia Mendes Pereira
FMVZ/USP-Pirassununga brunettovet@yahoo.com.br FMVZ/Unesp-Botucatu mgribeiro@fmvz.unesp.br FMVZ/USP gioso@usp.br
PUC-PR marconi.farias@pucpr.br CMV/Unesp-Aracatuba ruimcl@fmva.unesp.br
Maria Cristina F. N. S. Hage
José Ricardo Pachaly
FMVZ/USP robertok@fmvz.usp.br
Psicologia PUC-SP maurolantzman@gmail.com
UAM e UNISA marciajerico@hotmail.com
FMV/UFF mcnobre@predialnet.com.br
José Roberto Kfoury Júnior
Mauro Lantzman
FMVZ/USP benites@usp.br
José Luiz Laus
UNIPAR pachaly@uol.com.br
FALM/UENP maurolahm@uenp.edu.br
Márcia Marques Jericó
FMV/UFV crishage@ufv.br
FCAV/Unesp-Jaboticabal jllaus@fcav.unesp.br
FMVZ/USP miwasaki@usp.br
Maria Cristina Nobre
Maria de Lourdes E. Faria VCA/SEPAH
Paulo César Maiorka Paulo Iamaguti Paulo S. Salzo
Paulo Sérgio M. Barros Pedro Germano FSP/USP pmlgerma@usp.br
Pedro Luiz Camargo DCV/CCA/UEL p.camargo@uel.br
Rafael Almeida Fighera
FMV/UFSM anemiaveterinaria@yahoo.com.br
Maria Isabel Mello Martins
Rafael Costa Jorge
Maria Jaqueline Mamprim
Regina H. R. Ramadinha
Maria Lúcia Zaidan Dagli
Renata Navarro Cassu
Marion B. de Koivisto
Renée Laufer Amorim
Marta Brito
Ricardo Duarte
DCV/CCA/UEL imartins@uel.br
Hovet Pompéia rc-jorge@uol.com.br
FMVZ/Unesp-Botucatu jaquelinem@fmvz.unesp.br
FMV/UFRRJ regina@vetskin.com.br
FMVZ/USP malu021@yahoo.com
Unoeste-Pres. Prudente renavarro@uol.com.br
CMV/Unesp-Araçatuba koivisto@fmva.unesp.br
FMVZ/Unesp-Botucatu renee@fmvz.unesp.br
FMVZ/USP mbrito@usp.br
Hovet Pompéia netuno2000@hotmail.com
Mary Marcondes
CMV/Unesp-Araçatuba marcondes.mary@gmail.com
Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
Ricardo Souza Vasconcellos
CAV/UDESC ricardo.souza.vasconcellos@gmail.com
Ricardo G. D´O. de C. Vilani UFPR vilani@ufpr.br
Rita de Cassia Garcia FMV/USP rita@vps.fmvz.usp.br
Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ cassia@ufrrj.br
Rita Leal Paixão
FMV/UFF rita_paixao@uol.com.br
Robson F. Giglio
Hosp. Cães e Gatos 24h; Unicsul robsongiglio@gmail.com
Rodrigo Gonzalez FMV/Anhembi-Morumbi rgonzalez@globo.com
Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu r.mannarino@uol.com.br
Ronaldo Casimiro da Costa CVM/Ohio State University dacosta.6@osu.edu
Ronaldo G. Morato
CENAP/ICMBio ronaldo.morato@icmbio.gov.br
Rosângela de O. Alves EV/UFG rosecardio@yahoo.com.br
Rute Chamie A. de Souza UFRPE/UAG rutecardio@yahoo.com.br
Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA ralmuzzi@ufla.br
Sady Alexis C. Valdes ICBIM/UFU sadyzola@uol.com.br
Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu sheilacr@fmvz.unesp.br
Silvia E. Crusco
UNIP/SP silviacrusco@terra.com.br
Silvia Neri Godoy UICMBio Sede silng@uol.com.br
Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP silcorto@usp.br
Silvio Arruda Vasconcellos FMVZ/USP savasco@usp.br
Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM slpsouza@usp.br
Simone Gonçalves
Hemovet/Unisa simonegoncalves_br@yahoo.com.br
Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu stelio@fmvz.unesp.br
Suely Nunes E. Beloni DCV/CCA/UEL beloni@uel.br
Tilde Rodrigues Froes Paiva FMV/UFPR tilde9@hotmail.com
Valéria Ruoppolo
Int. Fund for Animal Welfare vruoppolo@uol.com.br
Vamilton Santarém
Unoeste vsantarem@itelefonica.com.br
Vania Maria de V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu vaniamvm@fmvz.unesp.br
Viviani de Marco
UNISA, Hosp. Vet. Pompéia vivianidemarco@terra.com.br
Wagner S. Ushikoshi
FMV/UNISA e FMV/CREUPI wushikoshi@yahoo.com.br
Zalmir S. Cubas
Itaipu Binacional cubas@foznet.com.br
Instruções aos autores Artigos científicos inéditos, como trabalhos de pesquisa, revisões de literatura e relatos de caso, enviados à redação são avaliados pela equipe editorial. Em face do parecer inicial, o material é encaminhado aos consultores científicos. A equipe decidirá sobre a conveniência da publicação, de forma integral ou parcial, encaminhando ao autor sugestões e possíveis correções. Relatos de casos são utilizados para apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais, que são discutidas detalhadamente. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade. Uma revisão deve apresentar no máximo até 15% de seu conteúdo provenientes de livros e no máximo 20% de artigos com mais de dez anos de publicação. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bemestar animal deve sempre receber atenção especial. Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet (cvredacao@editoraguara.com.br) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpis na largura de 9cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas tambem a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e email). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e ser grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Birem (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3cm. Não deixar linhas em
branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. Evitar citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Procurar se restringir ao "Material e métodos" e às "Conclusões" dos trabalhos. Sempre buscar pelas referências originais consultadas por esses autores. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. De modo geral, não serão aceitos apuds, somente sendo utilizados para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado.
Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br
Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
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SAÚDE PÚBLICA
Web Leish Conference
D
oenças caninas transmitidas por vetores são uma ameaça global crescente. Elas são transmitidas por meio do repasto sanguíneo de ectoparasitas como carrapatos, pulgas, mosquitos e flebotomíneos. Entre as mais conhecidas por veterinários de todo o mundo estão a babesiose, a dirofilariose e a leishmaniose visceral. Com o objetivo de fornecer informações atuais e relevantes para os clínicos veterinários sobre as doenças caninas transmitidas por vetores a Canine Vector-Borne Diseases (CVBD) mantém um site (www.cvbd.org) sempre abastecido de informações científicas. Essas informações são provenientes do CVBD World Forum, evento realizado anualmente desde 2006. Para este ano está previsto o 7th International Symposium for Canine Vector-Borne Diseases, que terá dois módulos importantes: Web Leish Conference e Web Flea & Tick Born Diseases
Por Arthur de Vasconcelos Paes Barretto CRMV-MG 10.684
Não perca tempo! Acesse o endereço http://www.cvbdwebconference2012.com/cvbd/, escolha seu idioma de preferência, faça sua inscrição e assista, no seu idioma escolhido, as instruções, transmitidas por Norbert Mencke (head a Global Veterinary Services - Companion Animal Products, Bayer Animal Health), para a sua participação interativa no 7th International Symposium for Canine Vector-Borne Diseases (CVBD)
Conference. O evento ocorrerá no dia 28 de março, em Berlim, na Alemanha e, como nos anos anteriores, contará com a participação de especialistas de renome internacional. O grande destaque deste ano é a transmissão do evento no formato Web Conference (video-
conferência). Todas as discussões dos casos clínicos apresentados pelos especialistas e informações relevantes para o controle da leishmaniose e enfermidades transmitidas por pulgas e carrapatos, incluindo aspectos clínicos e prevenção, serão traduzidas para cinco
O sítio www.cvdg.org traz inúmeras informações sobre doenças caninas transmitidas por vetores. Uma delas é o mapa de ocorrência das enfermidades. Acima, na imagem da esquerda, verifica-se a ampla distribuição da leishmaniose visceral canina. Já na imagem da direita, que se refere à doença de Lyme, verifica-se uma pequena faixa de ocorrência no Brasil
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Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
7th International Symposium for Canine Vector-Borne Diseases. Inscreva-se. É gratuito e rápido
idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. Além de os médicos veterinários poderem inscrever-se e acompanhar as apresentações, será possível interagir por meio de perguntas. Na programação científica do Web Leish Conference, é importante destacar que os diferentes casos clínicos de leishmaniose serão apresentados pelos seguintes especialistas de renome internacional: • Gaetano Oliva, Prof., DVM, PhD Departamento de Ciência Clínica Veterinária, Universidade de Nápoles, Federico II, Itália • Guadalupe Miró, Prof. Asoc., DVM, PhD, Dipl. EVPC Departamento de Sanidade Animal, Faculdade de Veterinária, Universidade Complutense de Madri, Espanha • Lluís Ferrer, Prof., DVM, PhD, Dipl. ECVD Departamento de Medicina e Cirurgia Animal, Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha • Luís Cardoso, DVM, MSc, PhD, Dipl. EVPC Departamento de Ciências Veterinárias, Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal • Patrick Bourdeau, Prof., DVM, PhD, Dipl. EVPC, Dipl. ECVD, Agrégé ENV
Unidade de Dermatologia, Parasitologia e Micologia, Escola Nacional de Veterinária, Agronegócio e Alimentação Nantes-Atlantique (ONIRIS), França A Web Conference terá como moderador o professor Gad Baneth, DVM, PhD, Dipl. ECVCP, especialista reconhecido internacionalmente, da Faculdade de Medicina Veterinária Hebrew University, Israel. É importante estar atento aos horários de transmissão, pois eles seguirão o horário central europeu. Para dirimir dúvidas, consulte sites que fornecem o horário local de diversas cidades do mundo, como o www.horadomundo.com. Atualmente, em face das inúmeras discussões que vêm ocorrendo sobre as políticas públicas que envolvem a prevenção e o controle da leishmaniose viseceral no Brasil, é muito bem-vinda e bastante apropriada a realização de um evento como este, repleto de especialistas de renome internacional e que traz a possibilidade tanto de participação quanto de interação por meio de mecanismos que permitirão a realização de perguntas on line. Increva-se, compartilhe e participe, pois é muito importante a divulgação global do que deve ser preconizado para a prevenção, o controle e o tratamento da leishmaniose visceral.
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SAÚDE PÚBLICA
Simpósio Mineiro sobre Leishmaniose
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ntre os dias 22 e 24 de maio de 2012 será realizado o “SIMILE: Simpósio Mineiro sobre Leishmaniose”, no auditório da Escola de Veterinária da UFMG, em Belo Horizonte, MG. O simpósio promoverá a reflexão sobre aspectos clínicos, epidemiológicos, de prevenção e controle da leishmaniose visceral (LV) e a discussão de novas estratégias, mais viáveis e efetivas, para serem empregadas nos Programas de Vigilância e Controle. Serão ofertadas 150 vagas. Para inscrições realizadas até o dia 31 de março, o investimento será de R$ 80,00 para estudantes e R$ 100,00 para profissionais. A partir do dia 1º de abril, os valores serão reajustados para R$90,00 e R$120,00, respectivamente. No caso de vagas remanescentes no dia do evento, será cobrado o valor único de R$140,00. As inscrições serão efetivadas somente após o pagamento do boleto e posterior envio do comprovante para o e-mail do evento. Tópicos programados O cão no cenário atual Leishmaniose visceral: aspectos epidemiológicos, distribuição e urbanização no Brasil Ecoepidemiologia da leishmaniose no Brasil, principalmente em Minas Gerais Outros possíveis reservatórios e vetores da leishmaniose visceral no Brasil Vigilância e controle da leishmaniose visceral Abordagem clínica, diagnóstico e tratamento canino: perspectivas e limitações Diagnóstico canino: avanços, perspectivas e limitações Educação em saúde e posse responsável de animais como ferramenta no controle da leishmaniose Métodos preventivos – vacinação Legislação – aspectos jurídicos
Inscreva-se no SIMILE. Acesse o endereço abaixo e preencha o formulário: http://congress.drsolucoes.com.br/fepmvz_cursos/curso/ inscricao.do?c=61
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Palestrantes: Dra Rosângela Ribeiro Dr. André Luis S. da Fonseca Dr. Gustavo Fontes Paz Dr. Sidney Magno da Silva Dra Andreza Pain Marcelino Dra Adriane Pimenta Costa Val Dra Fabiana Grecco Farinello Dra Maria Helena Franco Moraes Dra Danielle Ferreira Magalhães Dra Ana Lis Ferreira Bastos Soares Dr. Edelberto Santos Dias Dra Vanessa Oliveira
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Bem-estar animal
Saiba como denunciar casos de maus-tratos ão poucos os municípios que se S preocupam em oferecer repressão aos casos de maus-tratos aos animais.
Recentemente, em Araraquara, SP, os casos de maus-tratos podem ser denunciados na ouvidoria da Secretaria de Meio Ambiente. O serviço criado pela prefeitura no mês de fevereiro, com o intuito de conscientizar a população, já registrou diversas chamadas. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 0800-774-0440 ou por e-mail: ouvmeioamb@araraquara.sp.gov.br. Independentemente de o município possuir ou não um serviço especializado, toda situação de maus-tratos pode e deve ser denunciada. A fim de orientar e tornar apta qualquer pessoa a denunciar todo tipo de maus-tratos e abuso a animais, a Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) publicou o Manual ANDA – Guia básico para denunciar maus-tratos contra animais. Por meio desse guia prático e direto, o cidadão pode contribuir para o bem-estar dos animais e ajudar na conscientização das demais pessoas, alertando para a importância de garantir os direitos animais. É importante que todos estejam cientes de que os atos de abuso e maustratos com animais configuram crime ambiental e, portanto, devem ser comunicados à polícia, que registrará a ocorrência, instaurando inquérito. A autoridade policial está obrigada a proceder à investigação de todos os fatos. Para informações sobre o Ministério Público dos diversos estados, acesse: www.redegoverno.gov.br. Para agir no momento em que se toma conhecimento de um caso de maus-tratos, é importante conhecer as leis que regem este tipo de crime e, assim, dirigir-se à autoridade competente já munido das informações necessárias. Esteja atento, pois um fato pode acontecer perto de você e a sua ação pode fazer a diferença na hora de salvar a vida de um ser vivo. Acompanhe o passo a passo publicado no Manual ANDA - Guia básico para denunciar maus-tratos contra animais e divulgue essas informações. 16
Modelo de elaboração de ‘notícia-crime’ presente no Manual ANDA - Guia básico para denunciar maus-tratos contra animais
Elas irão significar muito na luta diária para a proteção e bem-estar dos animais. O manual pode ser encontra-
do nos endereços: http://issuu.com/probem ou http://issuu.com/clinicavet.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Avistar 2012
Participe da grande celebração das aves brasileiras
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Avistar 2012 é a sétima edicão do Encontro Brasileiro de Observação de Aves, a mais importante feira de observação de pássaros (birdwatching) da América Latina, ponto de encontro de todos os que observam, estudam e fotografam as aves brasileiras, marco na conservação e proteção de nossa avifauna! Realizado ao ar livre, o Avistar é uma celebração da natureza, de sua conservação e conhecimento e concretiza-se em quatro eixos principais: Congresso Avistar, Feira Avistar, Avistar Infantil e Arte Naturalista, além do tradicional Concurso Avistar de Fotografia. O Congresso Avistar conta com palestrantes internacionais, ornitólogos, observadores de aves e consagrados fotógrafos, entre outros, e oferece dezenas de palestras e oficinas.
Avistar Brasil: www.avistarbrasil.com.br
Avistar Infantil é a celebração das aves e da natureza. Educação para um futuro melhor! Oficinas que unem criatividade e sensibilização, estímulos sensórios para desenvolver o amor à natureza e o conhecimento das aves brasileiras
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A Feira Avistar é um movimentado eixo de negócios, networking e contatos de alto nível. É focada no turismo de observação e em produtos e serviços para a prática do birdwatching. A Avistar Infantil – talvez a parte mais estratégica do evento – cria as bases para um futuro de harmonia com a natureza. Os jovens e as crianças têm ali a oportunidade de entrar em contato com atividades de reconhecimento e compreensão da natureza. As aves são utilizadas como metáfora de relacionamento, por sua beleza e encanto. A Exposição de Arte Naturalista complementa o evento, oferecendo um espaço privilegiado para que a arte e a cultura celebrem a magia das aves brasileiras. Pintura, fotografia, escultura e oficinas são algumas das manifestações artísticas presentes. Mas o Avistar é também criado pela própria comunidade, com painéis e apresentações dos mais interessantes temas e estudos sobre as aves brasileiras e muito mais... Participe!
Palestras sobre importantes destinos nacionais de observação de aves
O Censo Brasileiro de Observação de Aves é uma iniciativa aberta que busca levantar dados sobre a atividade no Brasil e assim contribuir com a difusão e estruturação do turismo de observação e fotografia de aves. Para participar é simples, basta responder a algumas perguntas que estão no questionário disponível no sítio www.avistarbrasil.com.br. A pesquisa é feita de forma aberta e os dados estarão disponíveis na íntegra para todos os participantes ao final do censo. O encerramento está previsto para 15 de março de 2012.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O tráfico de animais e as limitações da sua repressão
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asos como o da apreensão de 1.200 canários-da-terra peruanos, ocorrida no dia 12 de janeiro de 2012, em Barueri, SP, são exemplos da fragilidade do sistema de repressão a essa atividade ilegal. As aves estavam sendo transportadas na cabine de um caminhão frigorífico que vinha do estado de Mato Grosso do Sul. Em diligência na residência do suspeito, mais centenas de canários foram encontrados. Uma vez apreendidas, as aves precisavam ser encaminhadas e receber tratamento. A Polícia Civil entrou em contato com algumas instituições oficiais responsáveis pelo recebimento de animais silvestres apreendidos oriundos do tráfico, na expectativa de que estas pudessem recepcionar as aves. Diante da negativa, dirigiram-se à ONG SOS Fauna. Os membros da ONG compareceram ao local para prestar os primeiros socorros, providenciar o transporte das aves até a SOS Fauna e dar prosseguimento ao atendimento aos animais. Os canários apreendidos são da espécie Sicalis flaveola valida, conforme laudo do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, e não devem ser soltos no Brasil. A doutoranda em genética Juliana Machado Ferreira, colaboradora da SOS Fauna, comunicou ao IBAMA-SP o problema envolvendo os canáriosda-terra peruanos e sua repatriação ao Peru, no dia 7 de fevereiro de 2012, com base nas conversações com o consulado peruano realizadas em São Paulo por iniciativa do Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, dr. Eduardo Jorge. Vale destacar que o Consulado do Peru já deu sinal verde em relação à repatriação, estando agora a decisão nas mãos do Ibama. Enquanto isso, a SOS Fauna se viu responsável por abrigar e manter vivo o grupo de canários – tarefa bastante árdua, pois toda a operação é feita com recursos obtidos pela ONG. A diária de manutenção das aves é de R$ 150,00, e o tempo de abrigo já passa de 40 dias... Isso sem contar as despesas com a construção emergencial de recintos apropriados. Retrocesso legislativo De 1967 a 1998, durante vinte e nove anos, esteve em vigor no Brasil, em proteção à fauna silvestre brasileira, a Lei n. 5.197, conhecida como Código de Caça ou Lei de Proteção à Fauna. Durante quase três décadas, quem praticasse crimes contra a fauna silvestre brasileira poderia ser punido com pena de reclusão (regime fechado), de acordo com os artigos 2º e 3º da referida lei: • Art. 2º: É proibido o exercício da caça profissional. • Art. 3º: É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem a sua caça, per-
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seguição, destruição ou apanha. As penas aplicadas se encontravam na redação do artigo 27: Constitui crime punível com pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos a violação do disposto nos arts. 2º, 3º, 17º e 18º desta lei. Os traficantes de animais tinham grande temor em relação ao que lhes poderia acontecer, ou seja, ficar realmente atrás das grades. Em 1.998, a nova Lei dos Crimes Ambientais acabou por revogar os artigos 2º e 3º da Lei n. 5.197, bem como o artigo 27, das penalidades, substituídos pelo artigo 29 da nova Lei, de n. 9.605, de 13 de fevereiro de 1.998, com a seguinte redação: Art. 29. Matar, perseguir, cac?ar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Pena: detenção de seis meses a um ano, e multa.
O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), publicou uma proposta de resolução que trata da criação do encargo de tutor de animais silvestres provenientes de apreensão e do cadastro de depositários. A proposta está registrada em processo n. 02000.002732/2009-14. Porém, para os que conhecem a forma de funcionamento do tráfico de animais no Brasil, em especial as ONGs que abrigam os animais vítimas de apreensão e não recebem nenhuma ajuda por isso, a proposta significa retrocesso. Por isso, foi elaborado um abaixo assinado no sítio Petição Pública: www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=CONAMA
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MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
Abrigos de animais na Califórnia e no Oregon, EUA, recebem comitiva paranaense rofessores do Departamento de P Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pro-
fissionais da prefeitura de Curitiba realizaram no mês de fevereiro uma série de visitas a instituições de ensino e pesquisa e abrigos de animais (animal shelters) nos estados da Califórnia e do Oregon, costa oeste dos Estados Unidos. O professor Ivan Barros, diretor do Hospital Veterinário da UFPR e participante do Projeto de Extensão Carroceiro, comandou uma equipe de profissionais que teve por objetivo firmar parcerias e compartilhar experiências na área de animais de rua e abandonados. O prof. Ivan comentou: "Nosso Hospital Veterinário precisa estar em sintonia com o que há de mais avança-
Médicos veterinários, residentes e alunos da Universidade da Califórnia, Davis, castram 120 gatos em um único dia no Abrigo de Animais de Sacramento da Sociedade Americana para Prevenção de Crueldade aos Animais - SSPCA
Alexander Biondo, Hélio Autran, Kris Otterman, Zarah Hedge e Ivan Barros
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do no mundo, sem perdermos nossa função de promover o bem-estar dos animais junto à sociedade curitibana, paranaense e brasileira". A visita teve início na primeira semana de fevereiro, no Koret Shelter Medicine Program, da Universidade da Califórnia, Davis (UC Davis), onde o prof. Alexander Biondo finaliza seu pós-doutoramento na área de diagnóstico molecular de zoonoses. No dia 6 de fevereiro o prof. Biondo deu para o grupo de discussões uma palestra intitulada "Junior Vet, Neuterbus and the Shelter Medicine in Brazil", com um breve relato das boas experiências em ações como o Veterinário Mirim e Projeto de Extensão da Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (Castra-móvel) da UFPR. O prof. Biondo afirma que "há muitas coisas em que estamos mais avançados, principalmente na educação em guarda responsável e auxílio na promoção de políticas públicas". Segundo o professor, ainda hoje, nos Estados Unidos, quase metade dos cães recolhidos são mortos, o que não acontece mais na região metropolitana de Curitiba. A equipe saiu em seguida rumo a Corvallis, Oregon, onde foi recebida pelo diretor do Hospital Veterinário e coordenador da residência em Shelter Medicine da Oregon State University, prof. Hélio Autran de Morais, que os acompanhou na visita ao abrigo de animais Oregon Humane Society. A equipe também fez uma série de visitas na Califórnia, inclusive aos Abrigos de Animais da Sociedade para Prevenção de Crueldade aos Animais (Society for the Prevention of Cruelty to Animals) de Sacramento, San Francisco, Los Angeles e San Diego. A dra. Vivien Midori Morikawa, médica veterinária do Programa de Proteção Animal da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, participou das visitas aos abrigos da Califórnia. "É realmente um sonho ter a oportunidade de trazer para Curitiba as experiências dos
Ivan Barros, Armando Saga e Vivien Midori sendo recebidos no Oakland Animal Shelter por Jyothi Robertson
maiores Abrigos de Animais dos Estados Unidos e do mundo", comenta a dra. Vivien, que atualmente faz o doutorado no programa de Ciências Veterinárias da UFPR. O investimento no bem-estar e na melhora da condição de vida dos animais não é novidade na centenária UFPR. O curso de medicina veterinária completa 81 anos em 2012, um dos mais antigos do país, e em 2011 criou uma disciplina voltada ao problema das populações de cães e outros animais abandonados e ou que sofrem com a falta de cuidados. A disciplina optativa AV-101 / Medicina Veterinária do Coletivo (Shelter Medicine) da UFPR é a primeira disciplina da área no Brasil e na América Latina. Ela vem na esteira de outras inovações recentes do Departamento de Medicina Veterinária, que incluem o Projeto de Extensão da Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (Castramóvel), a esterilização de cães de proprietários carentes na AV420 – Técnica Cirúrgica Veterinária e a criação da Residência em medicina veterinária do coletivo. Para os interessados no assunto, de 16 a 20 de abril, em Curitiba, PR, vai se realizar mais um curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (Foca). Informações: itecbr@gmail.com.
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NOTÍCIAS
Argentina: época propícia para unir lazer com atualização profissional
tualmente, as condições para viaA jar para a Argentina estão bastante favoráveis. No Hotel Urbano
(www.hotelurbano.com.br), por exemplo, encontramos pacotes oferecidos no mês de fevereiro que incluíam 3 diárias e passagem aérea saindo de São Paulo, por apenas R$ 990,00, podendo ser parcelado em até 6 vezes sem juros. Jornadas Veterinarias Nos meses de maio e junho estão previstos importantes eventos em Buenos Aires, na Argentina. Em maio, nos dias 6 e 7, organizado pela InterMedica, acontecem, simultaneamente, os seguintes eventos: XXI Jornadas
Veterinarias en Pequeños Animales, XVI Jornadas Veterinarias en Medicina Equina e II Jornadas de Estética en Animales de Compañía. Mais informações sobre esses eventos podem ser obtidas no sítio www.jornadasveterinarias.com. I Congreso Argentino de Cirugía en Pequeños Animales Em seguida, no mês de junho, acontece o I Congreso Argentino de Cirugía en Pequeños Animales, uma organização da Cátedra de Cirugía – Subsecretaría de Ciencia y Técnica. Facultad de Ciencias Veterinarias – Universidad de Buenos Aires.
3º Curso de ciencias básicas aplicadas a la oftalmología veterinaria 2012 Iniciando também no mês de junho, no dia 18, mas estendendo-se até o dia 12 de julho, será realizado o 3º Curso de ciencias básicas aplicadas a la oftalmología veterinaria 2012. O curso acontece de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 18h, com uma carga horária total de 102 horas (80 horas teóricas e 22 horas práticas). Ele é uma realização do Departamento de Educación Contínua do Centro Oftalmológico para Animales (www.oftalmovet.com.ar) e é coordenado pela dra. Nathalie Weichsler e pelo dr. Daniel Herrera.
Um opção bastante interessante e próxima de Buenos Aires é o passeio de barco pelo delta do Tigre
Com 14 mil quilômetros quadrados, o delta do Tigre está entre os maiores do mundo, um dos poucos grandes deltas que não deságua no mar. Ele flui para o rio da Prata, que separa a Argentina do Uruguai
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No bairro de Palermo, bosques e lagos compõem um cenário excelente para caminhadas e passeios
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NOTÍCIAS
Próteses e órteses para animais
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Mais sobre a OrthoPets no Vimeo: http://vimeo.com/orthopets http://www.facebook.com /pages/OrthoPetsOrthotics-andProsthetics-forAnimals/145575143069
O Vimeo tem mais de 200 vídeos sobre a OrthoPets
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OrthoPets empenha-se em proporcionar qualidade de vida a cada paciente. Desde 2003, a empresa, situada em Denver, CO, EUA, desenvolve órteses e próteses personalizadas para diversas espécies e para as mais variadas necessidades. O seu fundador, Martin Kaufmann, trouxe para o setor de saúde animal a experiência que adquiriu na área humana. Tudo começou quando o cão do seu primo sofreu um derrame e perdeu a capacidade de usar um membro dianteiro. Martin surpreendeu-se com a recomendação do veterinário de amputar o membro. Com base em sua experiência na área humana, seu primeiro pensamento foi tentar usar uma órtese para posicionar o membro e permitir ao cão deambular normalmente. Muito tempo e recursos consideráveis foram gastos para estudar, discutir, publicar e desenvolver cada solução. Um por um, Martin vem ajudando animais a recuperar o estilo de vida de que desfrutavam anteriormente. Ele continua a assumir novos casos, oferecendo soluções em prol da qualidade de vida das diversas espécies animais. Para saber mais sobre as soluções desenvolvidas recomenda-se visitar o sítio www.orthopets.com e também conferir os mais de 200 vídeos publicados no Vimeo.
Confira a experiência e as soluções da OrthoPets: http://www.orthopets.com
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NOTÍCIAS
Popularização do acesso aos cães
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Aquipode totó é uma das categorias do aquipode: http://www.aquipode.com. O sítio é colaborativo e estabelecimentos podem ser incluídos por indicação dos usuários ou dos proprietários
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uantas vezes você foi a um restaurante, bar, botequim ou café e teve a sensação de que o lugar não foi feito para você ou para o seu acompanhante? Foi pensando nisso que o aquipode foi criado. Os estabelecimentos aquipode recebem aqueles que encontram dificuldades para sair por terem filhos pequenos ou cachorros, por serem fumantes, cadeirantes, ciclistas, gente grande, ou porque necessitam de acesso Wi-Fi. Todos eles buscam cativar os clientes por meio da disponibilização de serviços diferenciados, seja com destaque na estrutura física e tecnológica ou oferecendo equipe especialmente preparada. Requisitos para ser aquipode: aquipode gente grande: O estabelecimento deve ter assentos reforçados, de preferência sem braços, poltronas ou sofás. aquipode cadeirante: O estabelecimento deve ter acessos e banheiros adaptados. aquipode fumante: O estabelecimento deve ter área adaptada, com serviços, para receber clientes fumantes. aquipode totó: O estabelecimento deve ter área com serviços para receber cachorros com seus donos. aquipode Wi-Fi: O estabelecimento deve oferecer acesso gratuito à rede Wi-Fi. aquipode magrela: O estabelecimento deve ter estacionamento para bicicletas. aquipode neném: O estabelecimento deve ter fraldário ou trocador. aquipode criança: O estabelecimento deve ter cadeirões.
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NOTÍCIAS
Práticas veterinárias na África do Sul
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Médicos veterinários e estudantes participam de práticas veterinárias na África do Sul
ob a coordenação dos médicos veterinários Roberto Fecchio (Animalia) e Lauro Soares (Abravas), um grupo de profissionais e estudantes auxilia no manejo de animais na reserva particular Shamwari, na África do Sul. Com 25 mil hectares, a reserva é considerada uma das melhores do país. Nela são mantidos animais endêmicos e com programas de conservação modelo no mundo – que renderam diversos prêmios Figura 1 - Os médicos veterinários Lauro Soares (esquerda) e Roberto Fecchio (direiinternacionais nos últimos anos. ta) auxiliam no manejo de fêmea de rinoceO grupo brasileiro contribui em pla- ronte-branco (Ceratotherium simum) para nos de manejo cuja experiência é indes- caixa de transporte e deslocação critível. Organizado em parceria entre a reserva Shamwari, o Instituto de Capaciva a venda de subprodutos de origem tação em Manejo e Medicina Animal animal para o mercado oriental. Nesse (Animalia) e a Associação Brasileira de aspecto, os rinocerontes são os grandes Veterinários de Animais Selvagens alvos de caça, para a venda dos chifres. (Abravas), o curso possibilita um contaAssim, muitas vezes é preciso anestesiáto com a vida selvagem na África nunca los e transportá-los para locais em que antes oferecido a brasileiros. Idealizado possam ser monitorados com mais efipela Abravas durante a gestão do ex-preciência. Este ano, quatro rinocerontessidente Marcelo Gomes (Zoo de São brancos (Ceratotherium simum) foram Bernardo do Campo) e intitulado Vet anestesiados e transportados com o auxíPractices, está em sua terceira edição e já lio dos brasileiros (Figura 1). capacitou cerca de 50 profissionais e Outra situação relevante é a maestudantes. nutenção dos grupos familiares, “Trabalhar com animais africanos é um grande desafio e a experiência gerada pelo curso é capaz de capacitar os médicos veterinários do Brasil para lidar com essas espécies cativas aqui”, diz Roberto Fecchio. A reserva mantém os animais em regime de vida livre, cujo equilíbrio ecodinâmico é fundamental e não necessita de intervenção antrópica na maior parte do tempo. Os animais não são alimentados e precisam predar ou conviver com a oferta de vegetação para sobreviver. O raciocínio de manutenção de populações de animais selvagens é muito diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil e a Shamwari administra essa situação de forma esplêndida. Entretanto, algumas situações exigem interferência humana e os médicos veterinários são essenciais nesse processo. Hoje em dia, o maior problema na Figura 2 - Elefante anestesiado é suspenso África do Sul é a caça ilegal que objeti- para ser colocado em caminhão e transportado 32
especialmente importante nos casos dos elefantes (Loxodonta africana). Em sua última edição, os alunos do curso auxiliaram a anestesia e o transporte de dois machos em idade semiadulta, que foram conduzidos para outra manada cujo número de machos era menor (Figura 2). Um grande diferencial, em relação ao Brasil, são os fármacos anestésicos utilizados. Na África do Sul, a etorfina, opioide de grande concentração, é utilizada rotineiramente e oferece grande potencial letal humano. Dessa forma, esse anestésico é utilizado de acordo com um rígido protocolo e seu antagonista, a naloxona, está sempre à disposição do veterinário. Para maior segurança, os médicos veterinários trabalham em dupla nas contenções dos megavertebrados (elefantes, rinocerontes, etc). Enquanto um dos veterinários é responsável pela anestesia do animal, o outro garante sua segurança portando o antagonista, para o caso de ocorrerem acidentes. “Eu e o Roberto Fecchio fomos responsáveis pela anestesia de um grande elefante
Figura 3 - Lauro Soares e Roberto Fecchio (de branco) monitoram e se responsabilizam pela anestesia de elefante durante o transporte do animal na reserva
macho num caminhão que transportava o animal por um trajeto de 40 quilômetros. Durante o trajeto, o elefante acordou três vezes, necessitando de intervenções anestésicas com etorfina. Estávamos tranquilos no processo, pois um garantia a segurança do outro, portando o antagonista”, disse Lauro Soares (Figura 3). Monitorar os carnívoros também é
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NOTÍCIAS
uma condição essencial para entender a relação de predação e a manutenção das populações de antílopes. Para isso, os carnívoros possuem rádio-colares que possibilitam a sua localização. Na última edição do curso, foi necessário anestesiar um guepardo (Acinonyx jubatus) para executar a troca do rádio-colar, que havia deixado de funcionar. Lauro Soares coordenou esse manejo e auxiliou os alunos durante a troca do colar e a realização de minucioso exame clínico, ensinando a todos as particularidades dos exames em animais de vida livre (Figura 4). Em suas três edições, o Vet Practices auxiliou na anestesia, contenção e manejo de guepardos, leões, leopardos, gnus, zebras, rinocerontes-pretos, rinocerontes-brancos, elefantes, suricatos e chacais, sempre com o auxílio de brasileiros. Lauro Soares e Roberto Fecchio, coordenadores do programa, são enfáticos em dizer: o curso não visa formar especialistas no manejo de fauna africana, mas sim proporcionar conhecimento e experiência dentro de um programa pedagógico preestabelecido. Para quem tem interesse em participar do IV Vet Practices, a ser realizado em 2013, as informações estão disponíveis em www.abravas.org.br e www.animalia.vet.br. A experiência é incrível (Figura 5). Para saber mais sobre o tema “Práticas veterinárias na África do Sul: manejo de fauna em reserva particular”, participe do evento Atualização em Medicina de Animais Exóticos e Silvestres, a ser realizado no dia 23 de março, em São Paulo, durante o Pet Show, no Centro de Convenções Imigrantes.
Figura 5 - Participantes do III Vet Practices momentos antes da soltura de dois elefantes
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Figura 4 - Lauro Soares (de branco à esquerda) orienta os alunos do Vet Practices durante exame clínico realizado em guepardo (Acinonyx jubatus) anestesiado
Saiba mais sobre a reserva Shamwari visitando seu sítio, http://www.shamwari.com, ou por meio de sua página no Facebook: www.facebook.com/shamwarisafari
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Ortopedia Agenesia bilateral de rádio em felino (Felis catus domesticus) – relato de caso Bilateral radial agenesis in a cat (Felis catus domesticus) – case report Agenesia bilateral de radio en gato (Felis catus domesticus) – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 36-40, 2012 Márcio Poletto Ferreira MV, mestre, doutorando FMVZ-USP
ferreirapmarcio@gmail.com
Marcelo Meller Alievi
MV, mestre, doutor, prof. adj. Depto. Medicina Animal - FAVET/UFRGS marcelo.alievi@ufrgs.br
Fernanda Silveira Nóbrega MV, mestre, doutoranda FMVZ-USP
fernandanobrega.vet@gmail.com
Abstract: Dysostoses are a set of congenial morphological alterations characterized by the abnormal development of a bone or its section. Radial agenesis in dogs and cats is classified as intercalary preaxial longitudinal hemimelia. Although a rare congenial defect, it is the most common hemimelia in dogs and cats, mostly frequently occurring unilaterally, even though it can also be found bilaterally. A male cat was admitted with a deformity in its thoracic limbs. Radiographic examination revealed bilateral radial agenesis with varus deformity. The animal was re-evaluated at 10 months of age. On that occasion, the continuation of the conservative treatment was chosen because the cat enjoyed good quality of life with the frequent support of its thoracic limbs. Thus, this case of bilateral radial agenesis responded well to the conservative treatment, providing thereby good quality of life to the animal. Keywords: cat, limb, deformity, dysostosis, hemimelia
Paula Cristina Gonzalez MV, mestranda PPGCV/FAVET-UFRGS maxpcsg@yahoo.com.br
Isis dos Santos Dal-Bó MV, residente Hospital Veterinário - UPF idb_vet@yahoo.com.br
Carlos Afonso de Castro Beck
MV, mestre, doutor, prof. adj. Depto. Medicina Animal - FAVET/UFRGS afonso.beck@ibest.com.br
Resumo: Disostoses são um conjunto de alterações morfológicas congênitas, caracterizadas por desenvolvimento anormal de um osso ou parte dele. Agenesia de rádio em cães e gatos é classificada como hemimelia longitudinal preaxial intercalar e embora seja um defeito congênito raro, é a hemimelia mais comum em cães e gatos, sendo mais frequente na forma unilateral, podendo também ser bilateral. Um gato, macho, sem raça definida foi atendido apresentando deformidade nos membros torácicos que, ao exame radiográfico, foi diagnosticada como agenesia bilateral de rádio com desvio varo. Ao completar dez meses, o animal foi reavaliado e apresentava boa qualidade de vida com apoio frequente dos membros torácicos, optando-se dessa forma por continuar com o tratamento conservativo. A agenesia bilateral de rádio observada no felino deste relato respondeu bem ao tratamento conservativo, com o animal apresentando boa qualidade de vida. Unitermos: gato, membro, deformidade, disostose, hemimelia
Resumen: Las disostosis son un conjunto de alteraciones morfológicas congénitas, que se caracterizan por el desarrollo anormal de un hueso, o parte del mismo. La agenesia de radio en perros y gatos está clasificada como una hemimelia longitudinal preaxial intercalar y, a pesar de ser un defecto congénito raro, es la hemimelia mas común en estos animales, presentándose con mayor frecuencia en su forma unilateral, aunque también puede hacerlo en ambos miembros. Se presentó a consulta un gato macho mestizo con deformación de ambos miembros torácicos, en el que través del examen radiográfico se pudo diagnosticar una agenesia bilateral de radio con desviación en varo. Al completar diez meses de edad, el paciente fue re evaluado y se notó una buena condición de vida, con apoyo frecuente de los miembros torácicos, decidiéndose entonces dar continuidad al tratamiento conservador. La agenesia bilateral de radio que se diagnosticó en el citado animal, pudo solucionarse a través de un tratamiento no invasivo, consiguiendo que el paciente tuviera una buena condición de vida. Palabras clave: gato, miembro, deformidad, disostosis, hemimelia
Introdução Disostoses são um conjunto de alterações morfológicas congênitas, caracterizadas por desenvolvimento anormal de um osso ou parte dele 1, com ocorrência rara em cães e gatos 2. Muitas das disostoses têm tratamento e são compatíveis com uma boa qualidade de vida, porém é importante o diagnóstico precoce 2. As disostoses do esqueleto apendicular descritas, 36
também denominadas dismelias 3, são a amelia 2, hemimelia 4, ectrodactilia 5, braquidactilia 6, polidactilia 7, sindactilia 8, adactilia (hemimelia transversa terminal) 9 e dimelia 10. Em cães e gatos, a formação dos membros ocorre entre o 21º e 35º dia de gestação 11, sendo a primeira evidência desta o aparecimento do broto embrionário do membro 11. O período crítico para o desenvolvimento dos membros em felino
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doméstico é entre o 16º e o 28º dia após a fertilização 12, e qualquer interferência no desenvolvimento do embrião ou dos membros pode causar anomalias 3. O primórdio ou broto de um membro torácico é formado por três raios e é um desenvolvimento embrionário anormal no raio medial, responsável pela formação do rádio, ossos intermediários do carpo e primeiro dígito 2,7,13, que provavelmente leva à hemimelia 13-15. Hemimelia é a ausência de parte ou totalidade de um ou mais ossos 16, e pode ser classificada como terminal, quando está ausente parte ou a totalidade dos ossos intermediários e distais; ou intercalar, quando está ausente parte ou a totalidade de um osso intermediário 2. Tanto a hemimelia terminal como a intercalar podem ser denominadas como transversa, quando um ou mais ossos estão ausentes no aspecto transversal do membro; ou longitudinal, quando um ou mais ossos estão ausentes ao longo do lado lateral ou medial do membro (Figura 1) 2. No caso de ossos pareados como rádio e ulna, a hemimelia pode ser classificada ainda em pré-axial, quando o osso medial está ausente; ou pós-axial, onde o osso lateral está ausente 16. O osso mais frequentemente acometido pela hemimelia é o rádio, seguido pela tíbia 17, e a agenesia de rádio em cães e gatos é classificada como hemimelia longitudinal preaxial intercalar 2. Embora seja um defeito congênito raro, é a hemimelia mais comum em cães e gatos 17,18. Hemimelia radial foi diagnosticada em caprinos 19, mustelídeos 20, aves, roedores 18, seres humanos 21 e em cães 22 e gatos 14, nos quais é mais frequente na forma unilateral, embora possa ser bilateral 15,18,23. Sua causa ainda não está completamente esclarecida 23, porém há a possibilidade desta alteração ser hereditária 2,7 em gatos siameses e pelo curto doméstico 24, da mesma forma que em cães da raça chihuahua 15. O fator hereditário é fortalecido pela presença da afecção em mais de um animal da mesma ninhada 7,15,25 ou com parentesco próximo 3. Fatores maternos e ambientais podem estar envolvidos 15, por exemplo, compressão intrauterina, inflamação, nutrição materna deficiente, radiação, vacinas e drogas 14,26. Os sinais clínicos incluem deformidade vara e flexionada do cotovelo e carpo, podendo haver contração permanente dos músculos flexores 4, encurtamento 4,27 e subluxação da articulação umeroulnar 4,28, arqueamento caudal da ulna 7 e deformidade em flexão das articulações interfalangeanas 28, tornando o membro não funcional 27 com consequente atrofia muscular 14. Durante a deambulação o animal utiliza o lado lateral do membro e o carpo como pontos de sustentação 7,13, o que pode provocar ulcerações 18, tornando esta forma de apoio incompatível com a vida em decorrência das seguidas infecções cutâneas 14. Nos casos unilaterais isto não acontece, pois o animal normalmente não apoia o membro acometido 23 e em animais muito leves, como gatos, pode haver o apoio somente nos membros pélvicos 29. No exame radiográfico, a ulna pode apresentar tamanho maior que o normal, pois torna-se o principal osso de sustentação 14, também pode haver outros ossos deformados ou ausentes 7,25,27,28 e ausência do primeiro dígito 13. Além disso, é possível determinar se a agenesia é completa ou parcial, se há deformidade na ulna e luxação das articulações do cotovelo e carpoulnar 18 e, na comparação com o membro
contralateral, normalmente o membro afetado é significativamente menor 13,14,27. Dentre os tratamentos propostos, pode-se utilizar imobilização com bandagem de Robert-Jones em posição de apoio 2, osteogênese por distração por meio do método de Ilizarov 28, reconstrução do membro 30, onicectomia nos casos em que o dígito dificulta o apoio 2 e artrodese ulnocarpal 13,31 associada ou não à artrodese umeroulnar 28. A amputação do membro pode ser feita nos casos unilaterais 7,14,23, porém há a possibilidade de tratamento conservativo 7,23,25, com os animais desenvolvendo espessamento da pele na região de apoio 32. O prognóstico para retorno à função do membro, sem cirurgia, é ruim 33 e alguns autores sugerem a eutanásia em casos bilaterais 18. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de agenesia bilateral de rádio com desvio varo em um gato sem raça definida submetido a tratamento conservativo. Relato de caso Um felino, macho, sem raça definida, foi atendido com quinze dias de idade, apresentando deformidade nos membros torácicos e dificuldade de apoio e deambulação. No exame
Figura 1 - Representação esquemática do membro torácico de gato doméstico ilustrando a classificação de hemimelia (imagem sem preenchimento representa ausência do osso). (1) úmero, ( 2) ulna, (3) rádio e (4) metacarpianos. (A) desenvolvimento normal dos ossos do membro torácico; (B) hemimelia terminal transversa; (C) hemimelia terminal longitudinal; (D) hemimelia intercalar transversa; (E) hemimelia intercalar longitudinal. Classificação válida para qualquer osso do esqueleto apendicular. Adaptado de 2
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clínico, foram observados os membros torácicos flexionados e com desvio varo (Figura 2A), apoio lateral dos membros com os carpos dorsiflexionados e redução da amplitude de movimento dos cotovelos. Ao exame radiográfico foi diagnosticada a ausência do rádio bilateralmente e desvio varo em ambos os membros. Os outros dois filhotes da mesma ninhada foram examinados com a mesma idade (quinze dias) e não apresentaram nenhuma alteração. Foi recomendado ao proprietário que aguardasse o completo desenvolvimento ósseo do animal para, então, tentar a correção cirúrgica da alteração. Durante este período, foi solicitado que mantivesse o animal sempre em piso macio. Ao completar dez meses, o animal foi reavaliado e apresentou boa qualidade de vida com apoio frequente dos membros torácicos (Figura 2B), embora realizado com os carpos dorsiflexionados e na parte lateral dos membros, onde foi observado espessamento da pele, porém sem nenhum outro tipo de lesão. O gato não apresentou dor à palpação, contudo foi observada diminuição moderada da amplitude de movimento do cotovelo e do carpo. No exame radiográfico, observou-se subluxação do cotovelo esquerdo e bilateral do carpo, aumento de tamanho relativo da ulna nos dois membros, desvio varo e osteoartrose bilateral em cotovelo (Figura 3). Devido ao prognóstico reservado da cirurgia para correção do desvio angular nos membros torácicos e à boa qualidade de vida relatada pelo proprietário, optou-se por não operar o paciente, sendo recomendado que fosse mantido sempre em piso macio.
Márcio Poletto Ferreira
Discussão Apesar de deformidades congênitas em membros serem de ocorrência rara em felinos 3,34, esta foi observada no paciente deste relato de forma bilateral, sendo a forma de agenesia menos frequente 2. Não foi possível determinar a causa da hemimelia bilateral neste felino, porém é provável que a causa seja materna, pois os outros dois filhotes da mesma ninhada não apresentaram a alteração, diminuindo a possibilidade de ser hereditaria. Também não havia relato de aplicação de medicação
Figura 2 - A) Gato doméstico apresentando deformidade vara em membros torácicos aos quinze dias de idade. B) Mesmo gato com dez meses de idade apresentando apoio dos membros torácicos na região lateral e com os carpos flexionados
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Márcio Poletto Ferreira
Ortopedia
Figura 3 - Exame radiográfico dos membros torácicos esquerdo (A e B) e direito (C e D), nas projeções craniocaudal e mediolateral, respectivamente, de gato doméstico com dez meses de idade apresentando agenesia bilateral de rádio
ou exposição à radiação ionizante durante o período crítico da gestação para o desenvolvimento dos membros no embrião, que em felinos é entre o 16º e o 28º dia após fertilização, quando os tecidos estão mais suscetíveis a influências externas 3. Embora o diagnóstico precoce e tratamento imediato sejam importantes para obter bons resultados e diminuir as complicações secundárias 2, optou-se por aguardar o maior desenvolvimento ósseo da região, o que foi preconizado em outros casos de agenesia de rádio 13, nos quais o tratamento cirúrgico foi realizado próximo a idade adulta 27,28,31. Com dez meses de idade o animal não apresentou dor, o que é frequente nesta anomalia 13,14, e foi observado bom apoio dos membros torácicos, sendo isto também relatado em outros pacientes em que foi instituído o tratamento conservativo 7,23,25. Uma das indicações para o tratamento cirúrgico é o retorno precoce à função do membro 31, pois muitas vezes, e principalmente nos casos unilaterais, o animal apresenta impotência funcional do membro 27,31. Como neste caso o animal já apresentava apoio dos membros, talvez devido à condição bilateral, não foi considerada necessária a correção cirúrgica, embora o apoio plantígrado leve ao posicionamento anormal da coluna, o que em alguns casos pode fazer com que o animal venha a desenvolver compressão da medula espinhal 35. De acordo com o bom estado clínico e a relutância do proprietário em permitir a correção cirúrgica, optou-se pelo tratamento conservativo, o que, conforme descrito em outros casos 2,7, pode proporcionar uma boa qualidade de vida. Embora o prognóstico para retorno à função do membro em animais
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Ortopedia não submetidos a cirurgia tenha sido considerado ruim por alguns autores 33, diversos animais apresentaram função do membro razoável sem correção cirúrgica 7, o que pôde ser observado no felino deste relato. Além disso, artrodese, ainda que possa melhorar a qualidade de vida do animal 28, pode não tornar o membro funcional, uma vez que diferenças de comprimento entre os membros pode comprometer o apoio 5,28, sendo necessário mais de uma intervenção cirúrgica 13 para correção da agenesia. Osteogênese por distração seria outra possibilidade, mas também podem ser necessárias diversas cirurgias e embora ocorra melhora do apoio, é possível permanecer claudicação residual 27. Foi observado aos dez meses de idade que houve um espessamento da pele na região anormal de apoio (palmerolateral), sendo isto também relatado em cão 13. Casos de dismelia como o descrito neste relato não necessitam de eutanásia, mesmo com apresentação bilateral, podendo o animal apresentar boa qualidade de vida, embora necessite ser mantido no interior da casa 9 e possa desenvolver osteoartrose no cotovelo e carpo 13. Embora não exista uma nomenclatura uniforme e precisa para a descrição de más-formações em membros 3, optou-se por classificar este caso como hemimelia intercalar longitudinal preaxial, sendo esta baseada em classificação descrita na literatura 2. Conclusão A agenesia bilateral de rádio observada no felino deste relato, apesar de provocar desvio angular nos membros e apoio na região lateral do membro e do carpo, respondeu bem ao tratamento conservativo, com o animal apresentando boa qualidade de vida. Referências
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Cardiologia Insuficiência cardíaca congestiva secundária à anomalia de Ebstein em um boxer de cinco meses de idade – relato de caso Congestive heart failure secondary to Ebstein`s anomaly in a five-month-old boxer – case report Insuficiencia cardíaca congestiva secundaria a anomalía de Ebstein en un bóxer de cinco meses de edad – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 42-46, 2012 Rafael Ricardo Huppes
Resumo: A anomalia de Ebstein é uma doença cardíaca congênita rara, variante da displasia valvar da tricúspide. É caracterizada pela localização mais apical dos folhetos da valva tricúspide dentro do ventrículo direito. A patogenia é pouco conhecida, sendo maior a incidência nas raças labrador, golden retrivier e boxer. Os sinais clínicos variam desde ausência de sintomas até todos aqueles relacionados a insuficiência cardíaca congestiva direita. Essa variação depende do grau de deformidade anatômica dos folhetos valvares e da consequente insuficiência valvar. O diagnóstico é realizado por meio de anamnese, exame físico e complementar, principalmente com a utilização de ecocardiograma. O tratamento consiste em suporte inotrópico, vasodilatadores, diuréticos, antiarrítmicos e oxigenioterapia. O objetivo deste relato é descrever a ocorrência da anomalia de Ebstein em um cão da raça boxer de cinco meses de idade. Unitermos: cão, tricúspide, displasia, ventricularização valvar
MV, mestrando PPGCM/Unesp-Jaboticabal Rafaelhuppes@hotmail.com
Claudio Galvão de Olivaes médico veterinário autônomo, cauolivaes@yahoo.com.br
Andrigo Barboza de Nardi MV, mestre, dr., prof. Unifran e UFTO
andrigobarboza@yahoo.com.br
Abstract: Ebstein's anomaly is a rare congenital heart disease related to tricuspid valve dysplasia. It is characterized by an apical displacement of the tricuspid valve leaflets within the right ventricle. Little is known about the pathogenesis; Labrador, Golden Retriever and Boxer are the most affected breeds. Clinical signs vary from no symptoms at all to those related to right congestive heart failure. This variation depends on the degree of anatomical deformity of the valve leaflets and the consequent valve failure. Diagnosis is achieved through clinical history, physical examination and complementary exams, particularly with the use of echocardiography. Treatment consists of inotropic support, vasodilators, diuretics, antiarrhythmic drugs and oxygen. The purpose of this report is to describe the occurrence of Ebstein's anomaly in a fivemonth-old boxer. Keywords: dog, tricuspid valve, dysplasia, valve ventricularization
Talita Mariana Morata Raposo MV, mestranda PPGCM/Unesp-Jaboticabal
Talita_raposo@yahoo.com.br
Daniel Paulino Junior MV, mestre, dr., prof. Unifran
danielcardio@yahoo.com.br
Bruna Luíza Sartori Passos
médica veterinária autônoma Clinica Planeta Bicho - Pato Branco bruna_passos@hotmail.com
José Carlos Zanella
médico veterinário autônomo Clinica Planeta Bicho - Francisco Beltrão planetabicho@net.conta.com.br
Ana Rebeca Furini
médica veterinária autônoma Clinica Planeta Bicho - Francisco Beltrão rebeca_furini@hotmail.com
Resumen: La anomalía de Ebstein es una enfermedad cardíaca congénita rara, variante de la displasia valvar de tricúspide. Está caracterizada por la localización mas apical de los folletos de la válvula tricúspide. La patogenia no está totalmente definida, siendo su incidencia mayor en Labrador, Golden Retriever y Bóxer. Los signos clínicos varían desde la ausencia de síntomas, hasta la presencia de todos aquellos relacionados con la insuficiencia cardíaca congestiva derecha. Esta variación depende del grado de deformación anatómica de los folletos valvares, y, consecuentemente, de la insuficiencia valvar. El diagnóstico se realiza a través de anamnesis, examen físico y exámenes complementarios, principalmente el ecocardiograma. El tratamiento se basa en el soporte inotrópico, vasodilatadores, diuréticos, anti arrítmicos y oxigeno terapia. El objetivo del presente relato es describir un caso de anomalía de Ebstein en un cachorro Bóxer de cinco meses de edad. Palabras clave: perro, tricúspide, displasia, ventricularización valvar
Introdução A anomalia de Ebstein (AE) é uma doença cardíaca rara e congênita, com incidência de um a cinco casos para cada 200 mil nascimentos em seres humanos, o que corresponde a menos de 1% de todas as doenças cardíacas congênitas 1. Em medicina veterinária existe apenas um estudo retrospectivo 42
realizado que estabelece a prevalência de 0,0001% (1 caso para cada 10 mil nascimentos) dessa anomalia numa população de 85.250 animais 2. Quando se trata de displasia da tricúspide, os estudos existentes revelam uma incidência de 7% a 7,8% dessa doença entre todos os defeitos cardíacos congênitos 3,4.
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A anomalia de Ebstein foi descrita pela primeira vez em seres humanos no ano de 1866, pelo médico Wilhelm Ebstein – de onde vem sua denominação 1,5 –, o qual somente pôde descrevê-la após realizar a necrópsia do paciente. O primeiro diagnóstico em vida da AE foi realizado somente no ano de 1950 1. Em medicina veterinária existem poucos relatos dessa anomalia 6. O primeiro desses relatos foi feito no ano de 1977 e a AE foi diagnosticada em três cães 7. A AE é uma variante incomum da displasia valvar tricúspide e é caracterizada pela localização mais apical dos folhetos da valva tricúspide, dentro do ventrículo direito 6,8-10. Logo, o ventrículo direito fica dividido em uma porção “atrializada”, localizada acima dos folhetos da valva, e uma porção muscular, localizada abaixo dos folhetos 6,9. Também ocorrem aderência dos folhetos da valva tricúspide ao miocárdio subjacente, dilatação da porção “atrializada” do ventrículo direito, espessamento e fenestração do folheto parietal, além de dilatação da junção atrioventricular (anel tricúspide verdadeiro) 6. Em seres humanos, devido à alta pressão no átrio direito resultante da AE, o fechamento do septo atrial, que ocorre após o nascimento, frequentemente é incompleto, o que resulta em defeito de septo atrial ou do forame oval patente em 90% dos casos 6. Nos cães, essas
más-formações-intracardíacas também têm sido observadas 11, apesar de aparentemente ocorrerem numa frequência menor do que a observada em seres humanos 6. A patogenia das más-formações da valva tricúspide, incluindo a AE, ainda é pouco conhecida. Os casos observados parecem ser na maioria esporádicos. A AE tem sido diagnosticada em diversas raças de cães, mais comumente no labrador 11 e no boxer, e em 20% dos casos os animais acometidos por ela apresentam concomitantemente a displasia da valva mitral 2. Os sinais clínicos da AE variam desde a ausência de sintomas 11 até todos aqueles relacionados a insuficiência cardíaca congestiva direita, como ascite, letargia, fraqueza, intolerância ao exercício 3 e, em menor frequência, cianose 6. Essa variação depende do grau de deformidade anatômica dos folhetos valvares e da consequente insuficiência valvar 11. No exame físico, pode-se auscultar um sopro holossistólico no foco tricúspide 3,6,12. Os exames complementares são de fundamental importância para o diagnóstico da AE. Na radiografia torácica pode-se observar aumento do átrio e do ventrículo direitos. No eletrocardiograma podem ser diagnosticados arritmias atriais ou complexos QRS entalhados 3. O diagnóstico definitivo é
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Material e método Foi atendido na Clínica Veterinária Planeta Bicho – Pato Branco, PR, um cão da raça boxer, macho, de cinco meses de idade e 12kg de peso corporal (Figura 1). O paciente foi encaminhado à referida clínica com histórico de tenesmo e suspeita de fecaloma. Durante a anamnese, foi relatada pelo proprietário a ocorrência de prostração, intolerância a exercícios físicos, cansaço fácil, leve cianose e emagrecimento progressivo. Realizada avaliação clínica, observou-se distensão abdominal ventral, sugerindo a presença de ascite. Na auscultação cardíaca, observou-se a presença de arritmia e sopro de grau II. O tempo de preenchimento capilar era aproximadamente de três segundos e constatou-se distensão da veia jugular. Nas projeções radiográficas laterais e ventrodorsal do
Figura 2 - Imagem radiográfica latero-lateral do tórax de um boxer de cinco meses de idade, demonstrando aumento do átrio e ventrículo direito Rafael Ricardo Huppes
feito por meio de ecocardiograma, em que se observa a localização mais inferior (apical) dos folhetos da valva tricúspide, o alargamento do anel tricúspide, o aumento do átrio e do ventrículo direitos e anormalidades na morfologia dos folhetos. Além disso, pode-se observar pelo estudo Doppler o jato de regurgitação tricúspide 6. O tratamento clínico para a AE consiste em realizar suporte inotrópico positivo e utilizar diuréticos para minimizar a insuficiência cardíaca congestiva, antiarrítmicos no caso de existirem arritmias atriais e oxigenioterapia em caso de cianose 6. Em seres humanos também é realizado o tratamento cirúrgico dessa anomalia, utilizando-se diferentes técnicas, como o procedimento de Starnes e o procedimento bidirecional de Glenn, entre outras 6. Em medicina veterinária existe um relato de correção cirúrgica da AE em que foi realizada a reconstrução do anel tricúspide com a utilização de uma prótese valvar, porém sem sucesso 7. Também existe a possibilidade de se realizar uma plicatura (prega ou dobra feita por meio de ponto cirúrgico) externa na porção atrializada do ventrículo direito 12. O objetivo deste relato é descrever a ocorrência da anomalia de Ebstein em um cão de cinco meses da raça boxer.
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Cardiologia
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Figura 3 - Imagem ecodopplercardiográfica de um boxer de cinco meses de idade. Seta indicando a visualização da ventricularização dos folhetos da valva tricúspide e aumento na relação átrio esquerdo/aorta
Figura 1 - Imagem de um cão da raça boxer, cinco meses, macho, evidenciando emaciação, cansaço com discreta ascite
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tórax, foram avaliados o tamanho e a forma do coração, que estavam significativamente aumentados, devido principalmente à dilatação de átrio e ventrículo direitos (Figura 2). Diante desse quadro clínico e levando em consideração a idade do paciente, foi realizado um ecodopplercardiograma com o objetivo de proporcionar uma avaliação mais detalhada das alterações cardíacas. Esse exame evidenciou a ocorrência de uma displasia e de ventricularização da valva tricúspide, além de alteração na velocidade de fechamento do folheto septal, o que resultou na presença de insuficiência valvar tricúspide observada ao Doppler colorido e consequente sobrecarga das câmaras cardíacas direitas (Figuras 3 e 4). Foi então diagnosticada a insuficiência cardíaca congestiva direita (ICCD) secundária à anomalia de Ebstein.
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Figura 4 - Imagem ecodopplercardiográfica de um boxer de cinco meses de idade. Seta indicando a visualização da ventricularização da valva tricúspide, além do seu refluxo por meio do Doppler colorido Rafael Ricardo Huppes
Figura 5 - Imagem da drenagem do líquido ascitico de um cão boxer de cinco meses, utilizando agulha número 40x12, equipo e um frasco de solução fisiológica
Com a intenção de amenizar a dificuldade e o desconforto respiratório apresentado pelo paciente devido à presença de ascite, foi realizada uma paracentese abdominal (Figuras 5 e 6). Além disso, instituiu-se terapia para melhorar os sinais clínicos decorrentes da insuficiência cardíaca congestiva direita, por meio da utilização de furosemida, na dose de 2mg/kg a cada oito horas por via intravenosa, maleato de enalapril, na dose de 0,5mg/kg a cada doze horas por via oral, além da indicação de repouso e dieta com baixo nível de sódio. Resultado e discussão O labrador e o boxer são as raças mais acometidas pela anomalia de Ebstein 2,6,11 e não foi verificada predileção por sexo no caso dessa enfermidade 6. Corroborando os estudos retrospectivos existentes, o presente caso de anomalia de Ebstein também acomete um cão da raça boxer.
Figura 6 - Imagem do líquido ascitico resultante da drenagem de um cão boxer de cinco meses
A AE é uma doença cardíaca rara e congênita 1,11. Os eventos embriológicos que levam a essa má-formação ainda não estão claramente definidos, porém sabe-se que alguns dos eventos que causam essa anomalia ocorrem durante o período de desenvolvimento da valva tricúspide 1. Baseado nessas informações, infere-se que o paciente do presente relato já apresentava a AE ao nascimento, porém não manifestava sintomas. Nessa idade os sinais clínicos de insuficiência cardíaca ainda não eram evidentes, devido aos mecanismos compensatórios utilizados pelo organismo quando isso ocorre. Quando o paciente apresenta insuficiência na ejeção cardíaca, diminui o volume sanguíneo circulante, levando à redução do débito cardíaco e da pressão arterial. Com isso, ocorre o estímulo do sistema nervoso simpático, causando aumento na frequência cardíaca, além da liberação de vasoconstritores, com o intuito de aumentar o volume sanguíneo circulante e a pressão arterial. Ainda como forma compensatória, o organismo desencadeia a ativação do mecanismo SRAA (sistema renina-angiotensina-aldosterona), que libera aldosterona, levando à retenção de sódio e, consequentemente, de água. Porém esses mecanismos compensatórios, quando ativados cronicamente, se tornam os principais responsáveis pela progressão de doença primária 13, hipertrofia ventricular, aumento das câmaras cardíacas e diminuição da fração de encurtamento, levando a insuficiência cardíaca congestiva grave 1,2,10. O paciente do presente relato apresentava sinais clínicos característicos de insuficiência cardíaca congestiva direita, como prostração, intolerância a exercícios, cansaço fácil, cianose e ascite. Após a realização do exame radiográfico, foi constatado o aumento das dimensões do coração, principalmente do átrio e ventrículo direitos. Associando-se a isso a sintomatologia clínica e a anamnese do caso, chegou-se à conclusão de que
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Cardiologia o paciente apresentava uma insuficiência cardíaca congestiva direita. A ocorrência dessa alteração é mais frequente em pacientes geriátricos de raças de pequeno porte, devido à progressão da insuficiência cardíaca ocasionada pela degeneração valvar mitral e/ou tricúspide, ou em pacientes geriátricos de raças de grande porte, devido à ocorrência de cardiomiopatia dilatada 2,5. Como se tratava de um animal jovem, de cinco meses de idade, suspeitou-se desde o início de uma cardiopatia congênita e não de uma cardiopatia adquirida. Sendo assim, imediatamente se solicitou um exame mais específico, no caso, um ecodopplercardiograma, para se confirmar a suspeita de doença congênita e se obter um diagnóstico preciso da enfermidade. Por meio da avaliação ecodopplercardiográfica, diagnosticou-se ventricularização da valva tricúspide, o que dava a falsa impressão de aumento atrial direito. Observou-se a presença de folheto septal com retardamento do tempo para cooptação com o folheto parietal. Isso ocasionava o fechamento incompleto da valva tricúspide e, em consequência, um refluxo tricúspide, sobrecarregando assim o coração e dessa forma ocasionando o aumento das câmaras cardíacas (átrio e ventrículo direito). Essas alterações ecocardiográficas permitiram o diagnóstico de AE, o que está de acordo com o relatado por alguns autores 2,3. Porém existem trabalhos que enfatizam a necessidade de realização de outro exame complementar para o diagnóstico preciso dessa afecção, que seria a cateterização cardíaca, com o intuito de avaliar a pressão intracardíaca e realizar um estudo eletrofisiológico na porção mais baixa do átrio direito 3,6. Outros autores ressaltam que raramente são necessários estudos invasivos para o diagnóstico de anomalias cardíacas 7. Devido à falta de profissionais capacitados para tal exame, foi descartada a cateterização cardíaca do presente paciente. O tratamento clínico da AE consiste em fornecer suporte inotrópico e aumentar a diurese, visando minimizar a insuficiência cardíaca congestiva. Em casos de arritmias, fornecer medicação antiarrítmica e quando ocorrer cianose, utilizar oxigenioterapia 2,6,7. Foi realizada paracentese abdominal visando reduzir a ascite e, consequentemente, aliviar a compressão diafragmática, melhorando dessa maneira o déficit respiratório que o paciente apresentava 6. Concomitantemente, instituiu-se terapia com furosemida a na dosagem de 2mg/kg cada oito horas por via intravenosa e enalapril b na dosagem de 0,5mg/kg a cada doze horas, por via oral, com a intenção de minimizar os efeitos deletérios dos mecanismos compensatórios cardíacos. Também se prescreveu repouso absoluto e utilização de dieta com baixo nível de sódio. O tratamento cirúrgico da AE é realizado na medicina humana de forma rotineira 6. Em medicina veterinária, foi relatado o tratamento cirúrgico em um cão por meio de reconstrução do anel tricúspide e utilização de uma prótese valvar, tentativa que não obteve sucesso 7. Não foi cogitada a possibilidade de cirurgia no presente relato. Apesar da tentativa, os procedimentos utilizados neste a) Furosemida. Iquego Indústria Química do Estado de Goiás, Goiânia, GO b) Maleato de Enalapril. Medley S. A. Indústria Farmacêutica, Campinas, SP
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caso não melhoraram o quadro clínico do paciente, que veio a óbito um dia após o início da terapia, não sendo possível, portanto, avaliar a eficácia do tratamento. Conclusão O sucesso do tratamento da insuficiência cardíaca secundária à anomalia de Ebstein está diretamente ligado ao diagnóstico precoce da patologia, o que faculta a utilização de fármacos que possam dar suporte aos pacientes, retardando os efeitos deletérios dessa anomalia, já que as técnicas cirúrgicas para correção dessa doença não são rotineiramente utilizadas em medicina veterinária. Dessa forma se poderia melhorar a qualidade de vida e aumentar o tempo de sobrevida dos cães acometidos pela anomalia de Ebstein. Referências
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Cardiologia Uso do pimobendan no tratamento da insuficiência cardíaca – revisão de literatura Use of pimobendan in the treatment of heart failure – literature review Uso del pimobendan en el tratamiento de la insuficiencia cardiaca – revisión de la literatura Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 48-54, 2012 Andrei Kelliton Fabretti
MV, mestrando Depto. Clínicas Veterinárias - UEL spes_lux@yahoo.com.br
Suely Nunes Esteves Beloni
MV, dra. profa. Depto. Clínicas Veterinárias - UEL beloni@uel.bxi
Resumo: A insuficiência cardíaca é uma afecção comum na medicina veterinária. Ocorre geralmente por endocardiose de mitral ou por cardiomiopatia dilatada, ambas doenças graves, incuráveis e progressivas, sendo importantes causas de mortalidade em cães. O pimobendan é uma opção terapêutica para as cardiopatias, cuja vantagem é agregar propriedades de inotrópico positivo e de vasodilatador periférico. Sua utilização promove melhora clínica e aumento na sobrevida dos animais, com raros efeitos adversos. Atualmente, o fármaco é de amplo uso nos países europeus, na Austrália, no Japão e nos Estados Unidos e recentemente começou a ser manipulado em farmácias no Brasil. O presente artigo reúne informações sobre o pimobendan, incluindo seu mecanismo de ação, características farmacológicas e clínicas, aplicabilidade em pequenos animais, potencial de interação com outras drogas e as indicações e contraindicações do seu uso. Unitermos: cães, terapêutica, coração Abstract: Heart failure is a common affection in veterinary medicine. It usually happens due to mitral endocardiosis or dilated cardiomyopathy, both serious, incurable and progressive illnesses that are important causes of mortality in dogs. Pimobendan is a therapeutic option for the treatment of cardiopathies. Its main advantage is to have the joint properties of a positive inotropic and of an outlying vasodilator. Its use improves clinical condition and increases the survival of patients, with rare adverse effects. Nowadays, this drug is widely used in Europe, Australia, Japan and the United States and has recently started to be offered in Brazilian pharmacies. The present article gathers information about pimobendan, including mechanism of action, pharmacology, clinical characteristics, application in small animal clinics, potential of interaction with other drugs and the indications and contraindications of use. Keywords: dogs, therapeutic, heart Resumen: La insuficiencia cardíaca es una enfermedad frecuente en medicina veterinaria. Generalmente se manifiesta como consecuencia de endocardiosis de mitral o de una cardiopatía dilatada, siendo ambas enfermedades graves, incurables y progresivas, que causan alta mortalidad en perros. El pimobendan es una opción terapéutica para las cardiopatías, que tiene como ventajas su acción inotrópica positiva y el hecho de ser un vasodilatador periférico. Su utilización induce una mejora clínica y un aumento de sobrevida de los animales, siendo rara la presentación de efectos adversos. Actualmente este fármaco tiene amplia utilización en países europeos, Australia, Japón y Estados Unidos, siendo que recientemente se ha comenzado a manipular la droga en farmacias de Brasil. Este artículo reúne informaciones sobre el pimobendan, incluyendo su mecanismo de acción, características farmacológicas y clínicas, aplicabilidad en pequeños animales, interacción potencial con otras drogas y las indicaciones y contraindicaciones de su uso. Palabras clave: perros, terapéutica, corazón
Introdução A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença comum na medicina veterinária de pequenos animais. Ocorre principalmente por endocardiose de mitral, etiologia mais comum de 48
doença cardíaca em cães, e por cardiomiopatia dilatada (CMD), segunda causa mais comum. As cardiopatias são, em geral, doenças graves, progressivas e de difícil controle, sendo causa importante de mortalidade em cães 1-3.
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O pimobendan é um promissor fármaco desenvolvido para a terapia da IC 4,5. É utilizado há nove anos na Europa, na Austrália e no Canadá; também está licenciado para uso no Japão e foi aprovado nos Estados Unidos da América em 2006 4,5. Ainda não há apresentações comerciais no Brasil, mas o princípio ativo começou a ser importado e manipulado em farmácias veterinárias especializadas a partir do segundo semestre de 2011 4,6. Tal importação é regida pela Instrução Normativa n. 29, de 14 de setembro de 2010, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 6. A presente revisão de literatura objetiva reunir as principais informações acerca do pimobendan, incluindo seu mecanismo de ação, características farmacológicas e clínicas, efeitos em pacientes com doenças cardíacas específicas (principalmente cardiomiopatia dilatada e endocardiose de mitral), indicações e contraindicações do seu uso em pequenos animais e o potencial de interação com outras drogas.
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Fisiologia e mecanismo de ação O tecido muscular é constituído de fibras formadas por diversos sarcômeros, que são as unidades funcionais. A contração do músculo ocorre quando os filamentos de actina se ligam aos filamentos de miosina em sítios de ligação específicos, promovendo, com gasto de energia, o deslizamento da actina sobre a miosina, resultando no encurtamento do sarcômero 7. Quando o músculo está em repouso, uma proteína filamentosa denominada tropomiosina, que é ligada em suas extremidades por proteínas globulares denominadas troponinas, recobre os sítios de ligação, impedindo a interação da actina com a miosina (Figura 1). As troponinas impedem também a hidrólise de ATP (adenosina trifosfato), inibindo a liberação da energia necessária para a contração muscular 7. Para que a contração do miocárdio ocorra, é necessário que um cardiomiócito atinja o potencial de ação e se despolarize, conduzindo a onda de despolarização às células vizinhas
Figura 1 - Representação de um sarcômero. Notam-se as estruturas actina e miosina
através dos discos intercalares ou gap junctions. Quando um cardiomiócito é atingido pela onda de despolarização, os canais lentos de cálcio-sódio se abrem e uma quantidade específica de íons cálcio entra na célula. Esse cálcio extracelular, uma vez dentro da célula, atua no retículo sarcoplasmático e libera os estoques intracelulares de cálcio, resultando em uma alta concentração desse íon livre no citoplasma celular. Dessa forma, o cálcio se liga à troponina e faz com que a tropomiosina deixe de recobrir os sítios de ligação, permitindo a hidrólise do ATP e a interação da actina com a miosina, ocorrendo então a contração muscular 7. A variação na concentração de cálcio intracelular é regulada por um mensageiro celular, a adenosina monofosfato cíclica (AMPc), que modula várias reações intracelulares, entre elas a ativação (por fosforilação) de proteínas que abrem os canais de cálcio tipo I 7. O pimobendan atua promovendo o aumento da concentração da AMPc, pela inibição da enzima que a degrada, a fosfodiesterase III 1,8,9. A alta concentração de AMPc promove a abertura de um número maior de canais de cálcio na membrana dos cardiomiócitos, aumentando a concentração citoplasmática do íon 4. O pimobendan promove também aumento da afinidade da troponina C ao cálcio, aumentando a força de contração das miofibrilas induzida por esse íon, o que resulta em contrações miocárdicas mais intensas 8-10. No músculo liso vascular, ao contrário do que ocorre no miocárdio, o aumento do AMPc gerado pelo pimobendan promove a saída do cálcio intracelular, diminuindo a concentração desse íon na célula 3,11. Dessa maneira, a contração da musculatura lisa dos vasos é atenuada, resultando em dilatação arteriolar periférica, dilatação das artérias coronárias e venodilatação periférica 3,11. Há níveis relativamente altos da enzima fosfodiesterase V na musculatura lisa das artérias pulmonares; a inibição dessa enzima pelo pimobendan resulta em vasodilatação arterial pulmonar 3,9. Em cães, o pimobendan promove aumento da contratilidade cardíaca, diminuição do esforço cardíaco (diminuindo a pré e a pós-carga pela vasodilatação), diminuição da pressão pulmonar, relaxamento miocárdico e melhora do débito cardíaco 3,8,9. Em doses altas, pode provocar certo aumento na frequência cardíaca e na taxa de filtração renal 8. Características farmacológicas O pimobendan é um derivado benzimidazole-piridazinone com propriedade inibidora das fosfodiesterases III e V 4,8,9. Após a administração oral, a biodisponibilidade é de 60 a 65%, mas diminui com a ingestão de alimento 8,9,12. Na primeira passagem hepática, onde sofre metabolização, ocorre a desmetilação do fármaco, originando a molécula ativa 8,12. O pico de concentração sérica da molécula ativa ocorre duas a três horas após a ingestão oral 9,10,12. A ligação com proteínas citoplasmáticas, principalmente albumina, é de 90 a 95% 8. A depuração plasmática tem meia-vida de 1,5 horas 12, sendo que a maior parte do fármaco é eliminada nas fezes, por excreção biliar 8. O pimobendan é insolúvel em água e instável em suspensão, portanto não deve ser reformulado dessa forma 9.
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Cardiologia Características clínicas O pimobendan é classificado como inodilatador, por possuir propriedades de inotrópico positivo e de vasodilatador periférico 8,9,13. Sua ação principal consiste em aumentar a contração ventricular e diminuir a pré e a pós-carga em pacientes com insuficiência cardíaca avançada 9. O efeito inotrópico positivo ocorre sem aumentar significativamente a demanda energética, a demanda de oxigênio e a concentração intracelular de cálcio no miocárdio, o que reduz a probabilidade de gerar ou agravar as arritmias 8-10. O pimobendan diminui os mecanismos compensatórios da IC, que entram em ação sempre que há uma diminuição do débito cardíaco. Os principais mecanismos compensatórios incluem o aumento da atividade simpática (pelo aumento de liberação da norepinefrina, o que resulta em taquicardia e vasoconstrição periférica), a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona [SRAA] (que potencializa a vasoconstrição e aumenta a retenção de sódio e do volume circulante) e o aumento da concentração sérica do peptídeo natriurético atrial e cerebral (que potencializam a retenção do volume circulante). O pimobendan atua revertendo esses mecanismos, sensibilizando novamente os barorreceptores e, consequentemente, reduzindo a atividade do sistema simpático e a concentração sérica do peptídeo natriurético 3,12,14. Adicionalmente, o efeito inotrópico positivo do pimobendan mantém a perfusão sanguínea renal e a taxa de filtração glomerular dentro da normalidade, evitando a ativação do SRAA, apesar do efeito vasodilatador periférico desencadeado pela droga. Porém, em pacientes em que são utilizados apenas pimobendan e furosemida, a ativação do SRAA pode ocorrer possivelmente pelo efeito aditivo da hipovolemia e da vasodilatação causados pela furosemida e pelo pimobendan, respectivamente 14. Os pacientes com IC manifestam alterações no perfil de citocinas séricas e de enzimas pró-inflamatórias, como elevação nas concentrações do fator de necrose tumoral (TNFα) e interleucinas 9. O pimobendan tem propriedades anti-inflamatórias, por modulação das citocinas, promovendo a redução da secreção do TNF-α e da interleucina-1β pelas células do sistema imune 8,9,12. Também inibi a produção do tromboxano A2 pelas plaquetas, reduzindo a agregação plaquetária 8,9,11. Além disso, atua no sistema nervoso, gerando sensação de bem-estar físico e mental que não é atenuada em tratamentos a longo prazo 12. Alguns pesquisadores constataram que o pimobendan altera a distribuição orgânica da volemia 15, aumentando a perfusão do miocárdio, do subepicárdio e do fígado e reduzindo a perfusão do endocárdio e do baço 16. Ademais, diminui a resistência vascular cerebral 16. Outro estudo realizado em cães não constatou mudanças significativas na contagem de eritrócitos, na bioquímica sérica, na urinálise ou na pressão arterial daqueles que receberam doses elevadas de pimobendan por quatro dias 14. Utilização em cães Estudos demonstram que o uso de pimobendan em cardiopatas aumenta a qualidade de vida e a sobrevida desses 50
pacientes 8,15,17. Foi comprovado que a associação de furosemida e pimobendan aumentam a relação de aldosterona/creatinina urinária, portanto, é recomendável a sua associação com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), para evitar a ativação excessiva do SRAA 4,5,14. Os efeitos benéficos são aparentes nas primeiras 24 horas, sendo que o efeito inotrópico positivo é percebido oito horas após a ingestão do fármaco. A rapidez do aparecimento dos efeitos é particularmente útil no início da terapia ou no tratamento da IC aguda descompensada, pela possibilidade de substituir a infusão intravenosa de outros princípios inotrópicos positivos 9,15,18. Porém, sua maior utilidade é no tratamento de longo prazo 15,18. O emprego do pimobendan é fácil e não requer monitoração adicional 9. A dosagem terapêutica geralmente não aumenta a frequência cardíaca e não predispõe a arritmias. A hipotensão não costuma ser um problema, pelo aumento concomitante da contratilidade cardíaca gerado pelo fármaco 15,18. A dose recomendada é de 0,1 a 0,3 miligramas por quilograma de peso vivo (mg/kg), fornecida por via oral a cada doze horas. Recomenda-se iniciar a terapia com a dosagem mais baixa e fornecer as cápsulas inteiras, sem abri-las, cerca de uma hora antes das refeições 4,8,9. As apresentações comerciais dispõem de cápsulas gelatinosas ou mastigáveis de 1,25, 2,5 e 5mg 8,9. Outra utilização possível do pimobendan é no tratamento da hipertensão pulmonar, por desencadear vasodilatação das artérias pulmonares 8,19. As vantagens e desvantagens da utilização do pimobendan variam de acordo com a doença cardíaca em questão, como explicado na sequência. Utilização do pimobendan na cardiomiopatia dilatada A principal indicação do pimobendan é no tratamento da CMD avançada, quando já há manifestação da insuficiência cardíaca congestiva (ICC), não sendo recomendado o uso precoce, o que pode resultar em perda de eficiência na fase avançada 5,8,20. Nos animais com CMD, a capacidade sistólica está comprometida pela flacidez ventricular, há queda do débito cardíaco, portanto, são ativados os mecanismos compensatórios que resultam em elevação da resistência vascular periférica, da taquicardia e da retenção de líquidos, aumentando a póscarga 21. O pimobendan atua revertendo esses efeitos, o que reduz a gravidade da ICC 3,9. Nas cardiomiopatias, as reações bioquímicas celulares do coração são alteradas e o efeito do cálcio sobre a troponina é diminuído, embora a concentração citoplasmática desse íon possa estar normal 22. O aumento da sensibilidade da troponina C ao cálcio, gerado pelo pimobendan, torna-se especialmente interessante nesses casos 15,18. Um estudo avaliou a eficácia do pimobendan em cães com CMD. Foram oferecidos pimobendan ou placebo, de maneira aleatória, a cocker spaniels ingleses e a dobermanns pinschers com a doença, em adição a terapia padrão com furosemida, enalapril e digoxina. A melhora clínica foi significativa, sendo que 80% dos cães tratados com pimobendan
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tiveram redução da gravidade da IC. Os dobermanns tratados com o fármaco tiveram aumento evidente de sobrevida, com média de 329 dias, quando comparados ao grupo tratado com placebo, cuja média de sobrevida foi de 50 dias 8,15. Infelizmente, esse estudo utilizou uma amostragem pequena, de apenas vinte animais e os grupos não foram bem equilibrados, sendo que o controle foi composto de mais animais com fibrilação atrial, ou seja, com pior prognóstico. Portanto, não se sabe se as diferenças evidenciadas entre os dois grupos decorreram apenas do fornecimento do pimobendan 5. Outro estudo, realizado em 16 dobermanns pinschers com IC grave por CMD, analisou a eficácia do pimobendan comparado ao placebo, quando adicionados à terapia com benazepril e furosemida. Tal estudo foi prospectivo, randomizado e duplo cego, sendo o grupo controle composto de animais que receberam placebo. O tempo de sobrevida dos cães do grupo que recebeu pimobendan foi de 130,5 dias em média, e o dos que receberam placebo foi de 14 dias. O risco de desenvolvimento de resistência ao tratamento foi menor no grupo testado com pimobendan 3. Portanto, os autores concluíram que o pimobendan, quando utilizado juntamente com IECA e furosemida, aumenta significantemente a sobrevivência dos dobermanns com CMD 3. Diversas outras pesquisas também confirmaram o aumento da qualidade de vida e do tempo de sobrevivência de cães com CMD tratados com pimobendan, portanto, o uso do fármaco nessa doença está fortemente embasado 1,5,14. Utilização do pimobendan na endocardiose de mitral Os cães com degeneração mixomatosa valvular (DMV) mantêm a capacidade de contração ventricular, portanto, o efeito inotrópico positivo tem pouca importância 1,2. A indicação do pimobendam poderia ser embasada pela intensa taquicardia que ocorre nos estágios finais da doença, sendo que nesses casos a redução da pós-carga, promovida pela vasodilatação arterial provocada pelo fármaco, melhoraria o fluxo de sangue e diminuiria a fração regurgitante 5,23. Diversos estudos avaliaram os efeitos do pimobendan nessa doença. Um trabalho comparou o uso do pimobendan ao do ramipril, em termos de tolerância e desenvolvimento de ICC, em 43 cães com DMV. Os animais faleceram, sofreram eutanásia ou foram excluídos da pesquisa por causa do desenvolvimento de IC, que ocorreu quatro vezes mais no grupo tratado com ramipril, o que sugere benefício decorrente do tratamento com pimobendan 5. Porém, a amostragem do trabalho foi pequena, e os animais que compunham o grupo tratado com ramipril em geral tinham pior escore de morbidade e, portanto, pior prognóstico. Sendo assim, não se pode atribuir a maior sobrevida dos animais tratados com pimobendan apenas à administração deste fármaco 5. Um estudo comparativo, duplo-cego, avaliou a eficácia do pimobendan em relação à do benazepril, adicionados a terapia padrão, em 76 cães com DMVl e IC moderada ou severa. Desses animais, 41 animais foram tratados com pimobendan e 35 com benazepril. Foi evidenciada uma redução da gravidade da IC em 84% dos cães que receberam pimobendan
e em 56% dos cães que receberam benazepril. No final dos 56 dias de acompanhamento, 76% dos cães que receberam pimobendan e 48% dos que receberam benazepril estavam assintomáticos 11. A eficiência do pimobendan foi classificada como muito boa ou boa em 85% dos cães tratados, cuja média de sobrevivência foi de 430 dias. Dos cães tratados com benazepril, a eficácia considerada boa ocorreu em 41% dos animais e a média de sobrevivência foi de 228 dias. Os animais tratados com pimobendan tiveram maior disposição e tolerância ao exercício, maior qualidade de vida, maior sobrevida e redução do esforço respiratório de maneira mais acentuada do que os que receberam benazepril 11. Já outra pesquisa avaliou os mesmos parâmetros, mas principalmente a sobrevida, em animais também com doença cardíaca de moderada a severa por endocardiose de mitral. O estudo foi prospectivo, simples-cego e com grupo controle; a amostragem foi de 260 animais. O resultado foi que o tempo de sobrevida dos animais no grupo que recebeu pimobendan (média de 267 dias) foi cerca de 91% maior que o do grupo que recebeu benazepril (média de 140 dias), no momento da avaliação 2. Foi avaliada também a influência do pimobendan nas concentrações séricas de peptídeo natriurético, na velocidade da regurgitação sobre a válvula tricúspide e na qualidade de vida de cães com hipertensão pulmonar secundária à DMV. Os autores constataram diminuição da regurgitação em tricúspide e na concentração do peptídeo natriurético e aumento da qualidade de vida com o tratamento com pimobendan 5,23. Alguns estudos concluiram que o pimobendan pode trazer benefícios para o tratamento de cães com hipertensão pulmonar, provavelmente pela ação vasodilatadora exercida no pulmão e também de modo geral, por facilitar a entrada do sangue venoso pulmonar no coração 5,24. Foram também estudados os efeitos do pimobendan em cães com DVM assintomática, com sopro de regurgitação grau I ou II/VI, que receberam pimobendan em doses terapêuticas por 512 dias. Foi observado aumento da função sistólica, resultando em elevação do sopro (em 2 graus no final do estudo), no grupo tratado com pimobendan. Os animais tiveram a fração de encurtamento aumentada e um adelgaçamento da válvula mitral, percebidos na ecografia, durante o período do estudo 1. Em alguns animais também foram percebidos, nas cordoalhas tendíneas: adelgaçamento, irregularidades de superfície, infiltração por glicosaminoglicanos ou ruptura; e ainda esclerose dos músculos papilares, hemorragias focais na válvula mitral e/ou lesões proliferativas irregulares papilomatosas na sua face atrial 1,4. De acordo com os autores, as lesões são consequência do trauma mecânico provocado pelas mudanças vasculares secundárias ao aumento inotrópico 1. Adicionalmente, outros pesquisadores constataram, por meio de estudos ecográficos, aumento da frequência cardíaca e da regurgitação valvular, espessamento valvular irregular, hipertrofia miocárdica e septal, aumento da fração de encurtamento e fase de relaxamento ventricular prejudicada em dois cães com DVM tratados com pimobendan cronicamente.
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Cardiologia Os autores consideraram que esses efeitos ocorreram devido ao aumento da força de contração cardíaca 25. Esses parâmetros tiveram melhora significativa após a interrupção do tratamento. Vale salientar que a amostragem foi pequena e que os animais recebiam o fármaco como monoterapia, o que não é recomendado. Entretanto, os autores sugerem que a vasodilatação promovida pelo pimobendan não é capaz de evitar a sobrecarga ventricular e o aumento da regurgitação valvular, sendo necessários maiores estudos para a confirmação 25. Apesar disso, a maioria dos pesquisadores atestam que a adição do pimobendan na terapêutica tradicional da DMV (IECA e diuréticos) é valiosa e pode reverter ou melhorar os sinais de IC, aumentando a qualidade de vida e a sobrevida desses pacientes 14. O próprio Colégio Americano de Medicina Interna Veterinária recomenda a utilização do pimobendan para a manutenção dos pacientes com IC por DMV, tanto na fase aguda quanto na crônica 26. Entretanto, efeitos deletérios significativos podem ocorrer em alguns casos, principalmente no tratamento de longo prazo 1,2. Os cães parecem ser mais sensíveis aos efeitos deletérios dos fármacos inotrópicos positivos do que as outras espécies, portanto, recomenda-se evitar sua utilização em pacientes assintomáticos 1,4. Efeitos do pimobendan em cães normais O pimobendan causa aumento da condução atrioventricular e diminuição do período refratário cardíaco, resultando em aumento da frequência cardíaca em animais não cardiopatas 1,11,16. Esse efeito não é evidente em animais com IC 8,27. Outros efeitos em animais normais incluem aumento da força de contração ventricular e da fração de ejeção, lesões valvulares de ejeção, moderada diminuição da resistência vascular periférica (arterial e venosa), aumento do fluxo coronariano, aumento do relaxamento ventricular esquerdo, redução da pressão ventricular sistólica e diastólica final e moderado aumento do débito cardíaco 7,27,28. O pimobendan não altera a função renal de animais sadios 25,27,29. Utilização do pimobendan em gatos O fármaco foi muito pouco estudado em felinos 30. As indicações do uso são as mesmas que as dos pacientes caninos: a intenção principal é aumentar o débito cardíaco por meio do efeito inotrópico positivo do fármaco em gatos com disfunção sistólica, geralmente por cardiomiopatia dilatada. O efeito vasodilatador é útil para a IC sintomática de qualquer etiologia, pelo benefício de reduzir a pré e a pós-carga 30. Uma pesquisa recente avaliou o grau de tolerância e segurança do pimobendan em 170 gatos cardiopatas, sendo que 164 estavam com IC congestiva. Desses animais, 68 (40%) sofriam de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), 63 (37%) de cardiomiopatia não classificada, 27 (16%) de CMD, 7 (4,1%) de doença em válvula mitral, 1 de ducto arterioso patente, 1 de cardiomiopatia arritmogênica ventricular direita, 1 de cor triatriatum, 1 de dirofilariose e 1 de infarto do miocárdio. A dose média utilizada de pimobendan foi de 52
0,24mg/kg, por via oral, a cada doze horas – na maioria dos casos, associado a furosemida e IECA. Notaram-se efeitos colaterais apenas em cinco animais (3%) e não foi notada hipertrofia ventricular progressiva nos vinte animais com CMH monitorados por ecografia. Os autores concluíram que o pimobendan é bem tolerado em gatos com IC avançada, em associação com a terapia padrão 30. É necessário que sejam realizados estudos randomizados e controlados para verificar se a adição do fármaco ao tratamento padrão da IC congestiva em gatos influencia a evolução clínica, a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes 30. Eficácia comparada a outras drogas O protocolo de tratamento da IC apenas com IECA e diuréticos deve ser reavaliado. Pela diminuição da volemia e pela hipotensão causada, esse tratamento pode aumentar a ativação dos mecanismos neuro-hormonais compensatórios. Além disso, os IECA têm sido associados a prejuízos da função cardíaca, por alterar o metabolismo de proteínas do miocárdio 11. Como discutido anteriormente, em de cães com IC por DVM, diversos estudos apontam que o pimobendan promove melhora clínica mais evidente, resistência ao tratamento mais demorada e maior sobrevida do que os IECA 2,5,11,31. Quando comparado a outros inibidores de fosfodiesterase III (como a milrinona e a amrinona), o pimobendan promove maior aumento da função sistólica, maior relaxamento ventricular e redução da pressão diastólica final do coração esquerdo, sem aumentar o risco de ocorrência de arritmias ou de morte súbita 8,11,32. O pimobendan não possui efeitos simpaticomiméticos e nem propriedades glicosídicas como a digoxina 4,33, além de promover melhora clínica mais evidente. O fármaco possui ainda capacidade inotrópica similar à da dobutamina, mas com menor efeito cronotrópico e menor gasto de oxigênio, ou seja, requerendo menos esforço para o coração 8. Interações medicamentosas O pimobendan não diminui os efeitos de outras drogas usadas na terapêutica cardíaca e pode ser associado com segurança a diuréticos, IECA, digoxina e antiarrítmicos 25. É bem tolerada a associação de pimobendan com amiodarona e mexiletine, ou ambos, em cães com CMD e arritmia ventricular severa 32. Seu efeito vasodilatador moderado é aditivo ao de outros vasodilatadores 23. Precauções Os efeitos adversos são raros 9,17. Quando ocorrem, consistem principalmente em inapetência, polidipsia, poliúria, vômito, diarreia, dispneia, azotemia, fraqueza, inquietação, convulsão e ataxia 2,4,9. Em gatos, os efeitos adversos incluem agitação, anorexia, vômito e constipação 30. O pimobendan nunca deve ser utilizado como monoterapia e não deve ser fornecido a animais assintomáticos, pois pode
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causar taquicardia sinusal dose-dependente, entre outros efeitos discutidos previamente 4,9. Outro trabalho foi realizado com o intuito de avaliar o potencial do pimobendan em causar arritmias, quando adicionado ao tratamento convencional para IC (furosemida, enalapril e digoxina). Os cães foram avaliados por eletrocardiograma do tipo Holter três semanas após a introdução do pimobendan ao tratamento. Foram observadas queda da frequência cardíaca, aumento do número de complexos ventriculares prematuros e aumento da frequência e da gravidade das arritmias ventriculares. Entretanto, os próprios autores concluem que esses dados podem ser devidos a variação diária normal nos registros do Holter 32. Em seres humanos, muitos inotrópicos positivos aumentam a incidência de morte súbita em doentes cardíacos crônicos; entretanto, o pimobendan não parece aumentar o risco de arritmias 12. Em medicina veterinária, é consenso geral entre os pesquisadores que o risco do pimobendan de originar ou agravar arritmias ventriculares é baixo, sendo mais comum a ocorrência em dobermanns ou boxers com CMD avançada 4,9. O pimobendan é contraindicado em doenças como a
CMH, a estenose de válvula aórtica ou pulmonar, ou qualquer outra condição clínica em que o aumento da ejeção ventricular cardíaca pode ser prejudicial 9,30. Também foi constatado que o fármaco, quando não associado à furosemida, pode diminuir razoavelmente a concentração de ureia sérica 14. Considerações finais Como as cardiopatias são bastante comuns na rotina clínica veterinária, é fundamental conhecer as doenças e as opções terapêuticas de que dispomos para tratá-las, bem como suas aplicabilidades; novas drogas surgem rotineiramente, cada uma com suas vantagens e desvantagens, e fazse necessária a atualização constante. O pimobendan é uma opção para o tratamento da ICC em cães. As pesquisas têm evidenciado resultados favoráveis, principalmente melhora clínica e aumento do tempo de sobrevida quando o fármaco é adicionado à terapia padrão em pacientes cardiopatas, com raras ocorrências de efeitos adversos 4. Atualmente, o pimobendan é muito estudado e utilizado em vários países. Aguarda-se a liberação da comercialização do produto no Brasil.
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Odontologia Retentores intrarradiculares metálicos na reconstrução coronal com restauração metálica fundida (RMF) em cães – revisão de literatura The use of metallic cast post and core in the coronal reconstruction with full cast metal crowns in dogs – literature review Retenedores intrarradiculares metálicos en la reconstrucción coronal con restauración metálica fundida (RMF) en perros. Revisión de la literatura Clínica Veterinária, n. 97, p. 56-64, 2012 Sérgio Luiz da Silveira Camargo Mv, mestre Depto. Cirurgia – FMVZ/USP sergiocamargo@usp.br
Carlos Gil
dentista, prof. tit. Depto. Prótese – FO/USP cgil@usp.br
Tomie N. Campos
dentista, profa. tit. Depto. Prótese – FO/USP tncampos@usp.br
Ivo Contin
dentista prof. dr. Depto. Prótese – FO/USP icontin@usp.br
Matsuyoshi Mori
dentista prof. dr. Depto. Prótese – FO/USP mmori@usp.br
Marco Antonio Gioso
MV, prof. dr. Depto. Cirurgia – FMVZ/USP maggioso@usp.br
Resumo: Os dentes caninos, o quarto pré-molar superior, seguidos por pré-molares, molares e incisivos, são os mais acometidos por fratura. Quando há exposição pulpar, são tratados endodonticamente e restaurados. Para os dentes com grande destruição coronária, indica-se reconstrução protética coronal com metal fundido, que recebe o nome de restauração metálica fundida (RMF) e recobre toda a superfície da coroa clínica. Tais restaurações utilizam retentores intrarradiculares com núcleo e ferulação (cintamento). O retentor intrarradicular serve para aumentar a retentividade do conjunto. A base do núcleo é a estrutura do espelho, que apoia-se no remanescente coronal, sendo protegida pela férula (ou cintamento), que promove um abraçamento cervicocoronal e aumenta a resistência a possíveis novas fraturas. A ação protetora do espelho e da férula associados neutralizará o efeito de cunha causado pelos pinos intrarradiculares. Unitermos: pinos, núcleo metálico, abraçamento cervical, férula, espelho Abstract: The most often fractured teeth are the upper canines, fourth pre-molars (carnassial teeth), pre-molars and incisors. In cases of pulp exposure, the animals undergo endodontic treatment and subsequent restoration of the broken tooth. When there is extensive coronal destruction, metallic coronal prostheses with molten metal, which are often called full cast metal restorations, are indicated. These cover the whole surface of the clinical crown and often make use of a cast post and core with a ferrule (crown bracing). This kind of technique improves the stability of the restoration. The mirror structure forms the base of the core, which leans on the remainder of the crown and is protected by the ferrule, which, in turn, promotes a cervico-coronal bracing that increases the resistance to new fractures. The protective effect of the association of mirror and ferrule will neutralize the bevel effect caused by the metallic post. Keywords: post, metallic core, metallic crown, crown bracing, ferrule, fractured tooth Resumen: Los caninos, cuarto premolar superior y los premolares, molares e incisivos, son los dientes con mayor incidencia de fracturas en el perro. En los casos en que hay exposición de la pulpa, se realiza un tratamiento de endodoncia. En dientes con una gran destrucción coronaria, se indica una restauración protésica coronal con metal fundido, que normalmente es llamada restauración metálica fundida (RMF), que recubre la totalidad de la superficie de la corona. Estas restauraciones requieren de retenedores intrarradiculares con núcleo y ferulización (abrazamiento cervical). El retenedor intrarradicular sirve para aumentar la estabilidad del conjunto. La base del núcleo es la estructura “en espejo” que se apoya en el resto de la corona, que está protegida por la férula (o abrazo). Esto induce un “abrazo cérvico coronal” aumentando la resistencia a nuevas fracturas. La acción protectora asociada del espejo y de la férula, neutraliza el efecto de cuña causado por los pernos intrarradiculares. Palabras clave: pernos, núcleo metálico, abrazo cervical, férula, espejo
Introdução O trauma dentário com fratura da coroa dental tem rele56
vância clínica significativa em cães (24,3%). Os dentes comumente mais fraturados são os caninos e o quarto pré-molar
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superior, seguidos dos pré-molares, molares e incisivos 1,2. Os dentes fraturados com pequena ou grande perda coronal têm recomendação para tratamento endodôntico, mas àqueles com grande perda recomenda-se também uma restauração com prótese metálica unitária, sendo que um mesmo paciente pode receber múltiplas restaurações metálicas 3-9. Na odontologia veterinária, os dentes fraturados com grande destruição da coroa são tratados endodonticamente e restaurados apenas no espaço relativo ao preparo de acesso cirúrgico, sem a restituição total da coroa 4,10. Na odontologia humana, para os dentes fraturados com grande destruição coronária, é indispensável a utilização de retentores intrarradiculares para se obter a reconstrução coronal e garantir a retentividade do material restaurador 11-13. As restaurações têm por objetivo devolver ao elemento dental a função, a forma e a estética 8,13-15. A reconstrução de dentes com grande perda de estrutura coronal – que possibilita devolver-lhes a resistência e recuperar a função e o valor estético – é realizada com o emprego das restaurações metálicas fundidas. Nelas, o metal é fundido, dando origem ao nome de restauração metálica fundida (RMF), que pode estar associada ao uso de retentor intrarradicular com núcleo e abraçamento cervical (cintamento ou férula) 9,11-18. RMF é uma restauração metálica extracoronal que recobre toda a superfície da coroa clínica 7,9,16. Entretanto, o efeito cunha aplicado no ápice da raiz pelos pinos intrarradiculares sem espelho, núcleo ou férula pode ser danoso à raiz dentária. Quando se aplicam pinos curtos, pouco retentivos e com propriedades mecânicas dos materiais diferentes entre pino intrarradicular e a parede dentinária, esse fenômeno se acentua e pode facilitar a fratura dessa raiz 12,13,17,18. O sucesso da restauração metálica fundida sobre o remanescente coronal depende da capacidade de os retentores se manterem fixos pelo maior período possível sobre o dente preparado 12,13,17. Nos animais não é possível utilizar unicamente materiais cerâmicos com objetivo estético, por razões óbvias, exceto em alguns casos, quando se lida com pacientes dóceis e sem hábitos de roedura, e cujos casos de fratura possam ter sido causados por um trauma acidental. Assim, ficam indicadas as restaurações metálico-cerâmicas, divergindo das condutas normalmente adotadas na odontologia humana 12,13. Nesta revisão, tem-se como objetivo discutir os conceitos e técnicas atuais, praticados na odontologia humana para restaurar proteticamente os dentes unirradiculares fraturados com grande perda de estrutura coronal, que possam ser aplicados na odontologia veterinária, em dentes que se apresentam com as mesmas indicações. Fraturas dentárias em cães Os traumatismos com fraturas coronárias representam a maior relevância clínica (24,30%) para reconstruções dentárias em cães 1,2. As cáries, uma das razões de fraturas dentárias na odontologia humana, são incomuns em carnívoros e ocorrem em menos de 5% dos cães e gatos 4,8.
A tendência à fratura em dentes caninos ocorre em animais jovens porque estes possuem dentes imaturos, com menor massa dentinária, quando eles iniciam sua vida de trabalho ou ainda quando estão na fase de treinamento. O desconforto sentido pelos animais diante da perda de substância dental ou de fratura coronal seguida do desenvolvimento de doença endodôntica resulta em um considerável decréscimo de habilidade do animal em segurar firme quando morde, reduzindo sua atitude e efetividade como cão de trabalho 19,20. Outra possibilidade é a exposição pulpar por desgaste excessivo de esmalte e dentina, com redução do comprimento da coroa ou fratura decorrente de atrição e desgaste do elemento dental, que acomete principalmente os dentes caninos pré-molares e incisivos 4,7,19,21. Uso de RMF – restauração metálica fundida em cães Na odontologia veterinária, os dentes fraturados são tratados com a exodontia ou com tratamento endodôntico 9. Para as restaurações coronais após o tratamento endodôntico, comumente se emprega a resina fotopolimerizável ou amálgama. Os dentes dos cães tratados endodonticamente são restaurados apenas no limite do acesso, pois não se utiliza resina composta fotoativada em reconstruções de coroas dentárias porque estas não possuem resistência equivalente à das próteses metálicas, apesar de estas serem pouco estéticas, o que não é relevante na odontologia veterinária. Quando o objetivo é restaurar a estética e a funcionalidade, utiliza-se uma prótese metálica (com suas variações) 3,4,9. A RMF em dentes fraturados sem exposição de polpa ou com exposição e tratados endodonticamente, limitava-se aos dentes com coroa pouco destruída e caracterizava-se por pouco ou nenhum preparo coronal. Nesses casos, os sulcos nas faces vestibular e lingual eram realizados com o objetivo de impedir a atividade rotacional da coroa instalada 18,19. Atualmente, diante da remoção significativa de estrutura dental durante o preparo cavitário ou do acesso cirúrgico endodôntico, acredita-se que as coroas totalmente metálicas podem ser uma forte proteção para o remanescente dental 20,22. Nos animais de trabalho e guarda, a utilização de restaurações metálicas com pinos intrarradiculares pode ser questionada, por aumentar o risco de fratura radicular 3,20,22-25. O efeito cunha gerado por dissipação da força oclusal não ocorre nos animais, posto que a oclusão é intercuspidal 20,21, mas o efeito alavanca dos pinos curtos e pouco retentivos é transferido para o ápice da raiz, podendo causar cisalhamento (compressão da película cimentante) e fratura radicular 16-18,25. Os materiais utilizados nessas reconstruções com propriedades mecânicas diferentes – ou seja, com diferentes módulos de elasticidade entre o pino intrarradicular e a interface da parede dentinária – podem causar efeitos danosos a raiz dentária 18,26-29. Uma das propriedades mecânicas, o módulo de elasticidade (E) ou módulo de Young apresenta coeficientes bem distintos entre a dentina e o metal utilizado para a construção do pino intrarradicular. As propriedades mecânicas são medidas de resistência do material à deformação ou à fratura
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Odontologia aumenta a proporção do remanescente coronal), sobre o qual será confeccionada a restauração metálica fundida (RMF) ou a coroa protética. Quanto ao método de obtenção, os retentores podem ser classificados em diretos e indiretos. Os retentores diretos podem ser constituídos de pinos pré-fabricados metálicos + núcleo de preenchimento ou de pinos pré-fabricados cerâmicos ou resinosos + núcleo de preenchimento. Os retentores indiretos podem ser cerâmicos ou metálicos fundidos. Para os dentes unirradiculares, pode-se confeccionar o RIR moldando-se todo o conduto desobturado com a mesma resina acrílica, que também será usada para a confecção do núcleo 26,31,32,33. Portanto, nos casos de dentes fraturados com grande destruição coronal, é indispensável a utilização de RMF com retentores intrarradiculares (com núcleo e férula), para que a prótese aplicada seja resistente e durável 3,4,11,17 (Figura 1). Usualmente, os pinos ou retentores podem adquirir a forma do conduto radicular, com adaptação à conicidade da forma do canal. Entretanto, observou-se que esse formato apresenta pouco poder de retentividade e promove um efeito cunha com aumento da concentração de força no ápice em dentes humanos 11,18,31,33 (Figura 2). Portanto, espera-se que os retentores aplicados tenham similaridade com as propriedades da dentina, sejam capazes Sérgio L. S. Camargo
proveniente de uma força aplicada. A resistência se refere à capacidade de resistir às tensões induzidas sem que haja fratura ou deformação permanente (plástica). A deformação plástica ocorre quando o limite de tensão elástica (limite de proporcionalidade) é excedido na prótese 26,27. O módulo de elasticidade ou módulo de Young é um valor numérico que quantifica a rigidez relativa de um material, ou seja, a razão entre a tensão elástica e a deformação elástica 27. Em dentes caninos de canídeos selvagens, a camada mais externa da dentina chega a apresentar um módulo de elasticidade (E) da ordem de 14.000 MPa, ou 14 GPa 28,29. Não foram encontrados dados, ou citações de pesquisa na literatura a respeito desses valores em cães domésticos. Essas deformações plásticas acontecem porque o módulo de elasticidade dos materiais restauradores fica muito distante dos valores da dentina e podem desencadear tensão nos dentes restaurados, que é transmitida integralmente ao sistema estomatognático 30. A prótese unitária em dentes unirradiculares nos animais, especificamente dentes caninos, é feita de ligas metálicas 9,22. E, quando há especificação estética, pode ser revestida de cerâmica, sendo denominada metalocerâmica, ou revestida por resina, quando passa a ser denominada metaloplástica, ou ainda totalmente plásticas em casos muito específicos. Todas são elaboradas em laboratório protético 9,13. Deve-se fazer a escolha da prótese de acordo com a atividade do animal ou a origem da fratura. Em ordem decrescente de maior resistência e durabilidade, indica-se a prótese metálica, seguida da metalocerâmica e da metaloplástica 3,7,8,13,16,23. No entanto, o alto custo operacional e a presença de oclusão intercuspidal (que requer grande habilidade clínica na elaboração da prótese) são elementos que tornam incomum o uso de próteses em alguns animais 5,22. Uso de retentores intrarradiculares em cães Por definição, um retentor intrarradicular (RIR) é composto por uma porção intrarradicular e pelo núcleo (que Sérgio L. S. Camargo
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Figura 2 - Pino reto e pino curvo ambos com núcleo
Figura 1 - Imagem do núcleo, férula e espelho em pino reto
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Figura 3 - Esquema radiográfico para apresentar a inserção do pino intrarradicular curvo (extensão da linha vermelha) ultrapassando a tabua óssea alveolar (linha amarela)
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Em dentes unirradiculares (como são os dentes caninos nos animais) cuja raiz será um pilar de prótese fixa unitária, a melhor escolha é o uso de retentores intrarradiculares fundidos com núcleo e abraçamento cervical 11,17 (Figura 4). O retentor intrarradicular é um elemento protético cujo objetivo é realizar uma retenção suficiente para suportar uma restauração metálica fundida, também denominada restauração metálica unitária. Ele pode ser fundido ou montado diretamente na boca do paciente quando se usam materiais pré-fabricados. É composto por um retentor, um núcleo, um espelho e o estojo 17. O pino é a parte do retentor que fica instalada dentro do canal radicular; o núcleo é a parte do retentor que substitui a porção coronária do dente; o espelho é a base do núcleo que entra em contato com o plano de preparo do remanescente coronal, ou seja, é a base de apoio sobre o remanescente preparado, que pode ser estojado quando circundar o remanescente coronal preparado ou a raiz parcial ou totalmente nos casos de necessidade de se criar cirúrgicamente um aumento de coroa clínica. O abraçamento, cintamento ou férula pode ser proporcionado pela coroa do conjunto restaurador 11,17,25 (Figura 4). Em outros casos pode-se obter uma férula desenvolvida também no núcleo, envolvendo o topo do preparo do remanescente onde se assenta, e é denominada de espelho; sendo composta pelo retentor e seu núcleo. O espelho sustenta o núcleo sobre o remanescente coronal, apoiando-se sobre o tecido dentário e tem a função de diminuir o efeito cunha desenvolvido pela ação do pino
Figura 4 - Esta figura apresenta o retentor intrarradicular típico, ou seja, o pino com núcleo. O espelho está representado pela base de apoio do núcleo sobre o remanescente preparado e o cintamento é obtido pela coroa que envolve o remanescente
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de aderir à estrutura do dente e sejam biocompatíveis com o ambiente da cavidade oral 26,31,33. Apesar de nem todos esses requisitos estarem presentes no comportamento dos pinos metálicos, eles têm sido tradicionalmente utilizados com sucesso e podem continuar a ser empregados 17,31,33. Quanto ao comprimento do pino intrarradicular, há relativo consenso indicando variações aceitas que preconizam um comprimento igual à altura da coroa clínica, ⅔ ou ¾ do comprimento da raiz inserida dentro da tabua óssea ou ainda a metade da raiz clínica 17,18,31,33,34 (Figura 3). A rotação do pino na secção radicular não é desejada e se a forma obtida pode propiciar esse efeito, uma canaleta, fendas ou cavilhas desenhadas no canal radicular são capazes de evitar essa ocorrência 17,18,34. Esse artifício só é usado quando o pino tem formato cilíndrico (secção transversal circular) e pode sofrer rotação. Se a sua secção for ovalada (seguindo o formato anatômico externo da raiz, que possui achatamento mesiodistal), o próprio formato do pino impede essa rotação. No caso de dentes caninos de animais, se o pino tiver curvatura também não sofrerá rotação 18,24,25. Em cães, a preocupação com a fixação da prótese metálica sobre a coroa fraturada é relevante e o uso do retentor intrarradicular tem o objetivo de ancorar a prótese no osso alveolar. Pode-se também utilizar uma transfixação dental, com um pino ou parafuso para fixar a restauração metálica 3, já que o seu sucesso sobre o remanescente coronal depende da capacidade de os retentores se manterem pelo maior período possível fixos sobre o dente preparado 11,17. Três fatores são capazes de influenciar o deslocamento do retentor intrarradicular: 1) o desenho do preparo dentário; 2) o assentamento do retentor intrarradicular; 3) a natureza do cimento 17,18,35.
Figura 5 - Núcleo sem espelho aumenta o efeito de cunha do pino contra as paredes radiculares
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Figura 6 - Observe o espelho do retentor apoiando-se no topo do remanescente coronal. Esse detalhe do retentor diminui o efeito de cunha desempenhado pelo pino
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Figura 7 - Esquema da sequência demonstrativa da evolução de medidas utilizadas na altura da ferulação ou cintamento aplicada na dentina coronal pela coroa metálica
intrarradicular sob forças que agem no mesmo eixo do dente. O espelho, portanto, tem ação na dissipação de cargas na região cervical da raiz 17 (Figuras 5 e 6). Na odontologia humana, os pinos com núcleos fundidos evoluíram dos “pivôs”, nos quais o pino era parte integral da coroa. Atualmente, o núcleo composto do pino é confeccionado separadamente e protegido pela coroa (metálica, metaloplástica ou metalocerâmica) que reveste a porção coronal do elemento dental 17,18,24,25 (Figura 7). O uso de pinos metálicos rígidos estabiliza a restauração protética e seu comprimento é um fator significativo. Assim, para dentes humanos, os pinos com 10mm de comprimento demonstram alta resistência à fratura, porém podem causar efeitos irreparáveis quanto ao modo de fratura na raiz. Mesmo padronizando em 9mm o comprimento do pino intrarradicular, a retentividade se mantém significativa para os dentes humanos, o que pode não ocorrer nos dentes dos pacientes veterinários 36-38. O comprimento dos pinos metálicos não difere significativamente na retentividade. Os pinos metálicos ainda podem ser substituídos pelos pinos de fibra de vidro, o que também aumenta a resistência à fratura, pois têm módulo de elasticidade cujo valor é próximo ao da dentina 39,40. Não há diferenças entre os sistemas de pinos intrarradiculares e os núcleos (metálicos fundidos ou pré-fabricados) quando as coroas metálicas estão limitadas com uma férula ou cintamento, pois estes elementos dificultam a incidência de fratura do dente restaurado 41. A férula ou estojo é uma ferramenta utilizada no procedimento de proteção ao remanescente dental que aumenta a resistência da raiz frente aos carregamentos de mastigação e mordedura. A férula pode ser propiciada pelo núcleo (núcleo estojado, quando aí reside a estrutura milimétrica de cintamento) sustentado pelo pino intrarradicular, ou então pela coroa (férula ou cintamento produzido pela coroa). A férula, cintamento ou abraçamento cervical caracteriza-se por um abraçamento da estrutura dental que abriga o pino 17,25,34,37,42-49 (Figura 5). A neutralização do efeito cunha (dissipação de forças) 60
desenvolvido pelos pinos intrarradiculares pode ser obtida com a utilização de um abraçamento (cintamento) do preparo coronal formando um colar metálico de 360° (também denominado de efeito “férula”), no qual 2mm de altura vertical são representativos para alcançar tal neutralização (ou no mínimo 1mm de altura), dobrando sua resistência independentemente da cimentação utilizada 17,42-46. O uso do colar cervical ou cintamento também pode ser aplicado no núcleo (estojo) e é visto como um benefício para aumentar a sua resistência, já que evita a força de torção 50. A férula aplicada na coroa metálica pode ter dimensões variáveis de 0,5mm até 2mm e seu efeito é chamado de ferulação ou cintamento – palavra que mais se identifica com a função realizada, pois especifica sua função de abraçamento cervical 11,17,34,50,51 (Figura 5). O cintamento da estrutura dentinária remanescente (preparo coronal) pode ser aplicado pelo núcleo, ou então pode ser exercido pela estrutura da coroa metálica que veste o remanescente coronal preparado, apoiando-se no núcleo e estendendo-se sobre a estrutura sadia do esmalte próxima à linha gengival ou linha de término da prótese 51 (Figura 5). Comparativamente, o uso de coroas com retentores e núcleos com aumento no comprimento da férula adiciona mais resistência do que o aumento do comprimento do retentor intrarradicular 48. A altura da férula pode ser individualmente determinada para cada caso, baseada no diâmetro cervical bucolingual da raiz 50,51. E, embora aumente significativamente a resistência a falhas, não há necessidade ou recomendação estética para avançar o seu efeito de cintamento sobre a estrutura dentinária do dente a ser tratado 50. A resistência dos dentes endodonticamente tratados Nem a desidratação nem o tratamento endodôntico causam degradação das propriedades físicas e mecânicas da dentina, quando comparadas suas propriedades entre dentes com e sem tratamento endodôntico 34,52. Os estudos de vitalidade em dentes com média de tratamento de dez anos mostraram haver uma diferença mínima de dureza, de onde se conclui que os dentes endodonticamente tratados não são mais fracos ou friáveis 34,53. O dente endodonticamente tratado encontra-se tecnicamente com menos estrutura radicular, mas isso não justifica a possibilidade de fratura dental associada à utilização dos retentores intrarradiculares 17,34,54. Em seres humanos, as maiores transformações biomecânicas que ocorrem nos dentes são atribuídas às lesões provocadas por cáries, fraturas ou preparação cavitária, incluindo o acesso cavitário cirúrgico antes do tratamento endodôntico, ou o aumento do canal radicular durante a instrumentação, associado ao uso de produtos químicos que reduzem significativamente a resistência 37. Assim, ao indicar um tratamento com pino intrarradicular e coroa metálica, deve-se reconhecer esses fatores na utilização da endodontia como meio de retenção, criando recursos mecânicos (canaletas, espelho com núcleo e férula) que protejam o dente 17,37. Outra preocupação relativa à integridade do tratamento
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Figura 9 - Dente canino (204) com vista superior oclusal, permitindo observar a posição da linha de término (seta) supragengival em toda a circunferência do preparo
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Preparo cavitário Comparativamente com os dentes incisivos dos seres humanos, os dentes caninos dos animais possuem uma massa coronal que permite a instalação de um núcleo protetor suficiente para receber uma coroa metálica 9,17,34. As técnicas de preparos dentários com finalidade protética permanecerão restritas aos dentes que, em decorrência do tratamento endodôntico, se apresentam com coroas muito destruídas e enfraquecidas. O objetivo é prevenir a fratura do remanescente dentário sob o efeito das forças funcionais ou parafuncionais exercidas sobre o dente restaurado 17. Enquanto na odontologia humana o conceito do remanescente coronal mínimo é da ordem de 3mm, na odontologia veterinária é de 6 a 8mm para se realizar uma reabilitação protética sem aumento de coroa clínica e sem uso de retentores intrarradiculares 4,18,35. Nos cães, as coroas protéticas cimentadas usualmente utilizadas são em nível supragengival, pois não causam lesões às gengivas e garantem durabilidade à prótese metálica no meio biológico bucal. Tais margens devem estar estreitamente adaptadas à linha de término do preparo, havendo consenso a respeito de ser esse o término mais adequado também para os dentes humanos 7,55 (Figuras 8, 9, 10 e 11).
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endodôntico em seres humanos é a de manter o selamento apical de 4 a 5mm, considerando-se que um selamento de 3mm é irreal 17,34. O mesmo selamento deve ser aplicado nos dentes dos animais. Porém nestes depara-se com uma barreira natural de proteção representada pela existência do batente apical 2,8,9.
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Odontologia
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Figura 10 - Linha de término em dente 104 – vista palatina; e dente 204 – vista oclusal. Note-se o preparo para o pino intrarradicular com núcleo
Figura 8 - Dente canino (204) em preparo cirúrgico para RMF; vê-se a posição da linha de término supragengival (seta)
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Figura 11 - Dente 204: vê-se o aspecto final da coroa cimentada com vista da linha gengival (seta) e a adaptação ajustada na linha de término
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Considerações finais Para a odontologia veterinária, o acompanhamento radiográfico dos dentes fraturados e tratados endodonticamente torna-se muito importante, visando detectar possíveis falhas ou complicações do tratamento. Quando há grande destruição da coroa dentaria, existe concordância entre os autores sobre os benefícios do uso da RMF associado aos retentores metálicos rígidos para a estabilização da prótese a ser adaptada 4,9,11,17,37. Sabe-se que para os dentes humanos há uma orientação de que o comprimento do pino tenha proporções relativas ao comprimento do dente, da coroa ou da raiz. Já na odontologia veterinária, o comprimento radicular e dentário varia conforme a variedade de raças (de pequeno, médio ou grande porte). Mas os pinos intrarradiculares poderão ser utilizados mantendo-se a proporção de ⅔ ou ¾ do comprimento da raiz, ou a correspondência ao comprimento da coroa ou à metade da raiz clínica, desde que inseridos dentro da tábua óssea como indica a literatura da odontologia humana 17,18,31,33-35. A literatura refere-se ainda à utilização de cintamento, abraçamento cervical ou férula da ordem de 2mm. Essa medida é suficiente para resistir ao efeito cunha provocado pela ação do pino dentro da raiz, e é mais importante que o comprimento do pino 17,42-44,48. Para próteses fixas unitárias e metálicas, a melhor escolha recai sobre os retentores intrarradiculares fundidos, com núcleo e coroa metálica. Referências 01-HARVEY, C. E. Veterinary dentistry. 1. ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1985. 322 p. 02-GIOSO, M. A. ; VENCESLAU, A. Prevalência de exposição pulpar e correlação com dieta em cães e gatos anestesiados no hospital veterinário -
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Clínica médica Novas diretrizes vacinais para cães – uma abordagem técnica e ética New vaccination directives for dogs – a technical and ethical approach Nuevas criterios de vacunación en perros – una visión técnica y ética Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 66-80, 2012 Sylvia Melo Rosa Angélico médica veterinária autônoma
contato@cachorroverde.com.br
César Augusto Dinóla Pereira
MV. prof. titular e assessor acadêmico Universidade Anhembi Morumbi – Laureate International Universities dinolaca@anhembi.br
Resumo: Uma série de mudanças nos protocolos vacinais de animais de estimação têm sido adotadas por uma crescente parcela de veterinários nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Oceania. As diretrizes vacinais internacionais recomendam a elaboração de protocolos de imunização customizados, levando-se em consideração fatores relacionados à patogenicidade do agente etiológico, ao risco de exposição a ele e à disponibilidade de tratamento, bem como à longevidade e à eficácia da proteção conferida pelas vacinas comercialmente disponíveis. Além disso, inúmeros estudos reportam os possíveis riscos à saúde animal associados ao uso excessivo de imunógenos, em particular as reações adversas às vacinas. Nesse contexto, a presente revisão bibliográfica propõe uma análise crítica e racional dos protocolos de vacinação atualmente empregados no Brasil. Unitermos: imunidade, vacinação, anticorpos, titulação Abstract: Changes to the vaccination protocol for domestic animals have been adopted by a growing section of veterinarians in the United States, Canada, Europe and Oceania. International vaccination directives recommend the development of customized immunization protocols, taking into consideration factors related to the pathogenicity of the etiological agent and the risk of exposure, as well as availability of treatment and the longevity and efficiency of the protection afforded by the commercially available vaccines. Furthermore, countless studies report the possible risks to animal health associated with the excessive administration of immunogens, in particular the adverse effects of vaccines. Within this context, this literature review proposes a critical and rational analysis of the current vaccination protocols in Brazil. Keywords: immunity, vaccination, antibodies, titration Resumen: Un número cada vez mayor de veterinarios de Estados Unidos, Canadá, Europa y Oceanía, están adoptando una serie de cambios en los protocolos de vacunación de los animales de compañía. Los criterios internacionales de vacunación recomiendan la elaboración de protocolos de inmunización individuales, teniendo en cuenta factores relacionados a la patogenicidad del agente etiológico, el riesgo de exposición al mismo y la disponibilidad de tratamiento. También son considerados la duración y la eficiencia de la protección dada por las vacunas disponibles en el mercado. Además, una gran cantidad de estudios muestran los posibles riesgos asociados a la salud del animal, relacionados al uso excesivo de inmunógenos, particularmente las reacciones adversas a las vacunas. Dentro de este contexto, la presente revisión de literatura propone un análisis crítico y racional de los protocolos de vacunación que actualmente son utilizados en Brasil. Palabras clave: inmunidad, vacunación, anticuerpos, titulación
Introdução As últimas décadas trouxeram novos conhecimentos, que, aliados a avançadas técnicas de processamento de produtos biológicos, possibilitaram a fabricação de vacinas mais eficientes e diversificadas para animais de companhia. Consequentemente, os reforços vacinais anuais tornaram-se um dos procedimentos mais corriqueiros na rotina do clínico de pequenos animais. Atualmente, até quatro ou mais imunógenos diferentes são aplicados em cada paciente canino, de 66
forma padronizada, independentemente de seu histórico ou estilo de vida. Nos primórdios do desenvolvimento de vacinas comerciais para cães, no final da década de 1950, considerava-se que a máxima proteção seria atingida com a máxima estimulação antigênica. Esse conceito se baseava no fato de que os produtos da época eram menos eficazes em produzir imunidade duradoura, superior a um ano 1,2. A vacinação anual tornou-se então uma conduta rotineira nas décadas subsequentes 1.
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A partir de 1990, foram publicados os primeiros relatos de eventos adversos possivelmente associados à vacinação. Fibrossarcomas originados no local de aplicação da vacina em gatos 3 e o aumento da ocorrência de doenças autoimunes em cães, em especial de anemia hemolítica autoimune (AHAI) 4,5, motivaram questionamentos sobre a segurança e a necessidade de reforços vacinais anuais 6. Desde então, diferentes abordagens para a elaboração do protocolo vacinal de animais de estimação têm sido publicadas e defendidas por entidades e associações veterinárias internacionais 2,7-10. Atualmente, é conhecida a duração da proteção conferida por cada tipo de vacina 9 e exames de titulação de anticorpos específicos tornaram possível customizar os protocolos de acordo com as necessidades de proteção específicas de cada animal 1,11,12. A presente revisão tem por objetivos abordar os principais pontos das novas diretrizes vacinais e discutir sua aplicação ao contexto do nosso país, de modo a auxiliar o clínico-geral a instituir um protocolo vacinal seguro, efetivo e, sobretudo, ético para os pacientes e clientes. Imunologia veterinária O organismo conta com múltiplos mecanismos interligados para interceptar o desenvolvimento de infecções nos animais 13, dentre os quais se destacam: • barreiras anatômicas, que dificultam a penetração de microrganismos invasores: superfícies de revestimento, mecanismos de “autolimpeza” (espirros, tosse, descamação, diarreia etc.) e a microbiota corpórea; • imunidade inata, que fornece uma rápida proteção inicial graças aos sistemas de inflamação e à ação de fagócitos, proteínas e enzimas específicas; • imunidade adquirida, ou adaptativa, responsável por montar uma resistência efetiva e específica, de longa duração, proporcionada principalmente por linfócitos T e B. A imunidade adquirida é basicamente garantida por dois sistemas. Um deles é direcionado contra os microrganismos intracelulares ou endógenos. Nesse mecanismo, células especializadas (linfócitos T, macrófagos e natural killers) destroem as células infectadas. Trata-se da resposta imune celular. O segundo grande sistema da imunidade adquirida é mediado por anticorpos, imunoglobulinas que agem especificamente contra o tipo de antígeno que estimulou sua produção. Eles se encontram difundidos pelos fluidos corporais, principalmente na circulação sanguínea, e medeiam a destruição de invasores extracelulares. Os anticorpos são produzidos por plasmócitos, células derivadas de linfócitos B, e fazem parte da chamada resposta humoral 13. A vacinação de um indivíduo por meio da inoculação de antígenos atenuados ou inativados visa induzir de forma segura a estimulação da resposta adaptativa, com a consequente formação de células de memória, bem como a persistência da produção de anticorpos, de forma que um cão imunizado possa apresentar títulos protetores de anticorpos em sua corrente sanguínea, particularmente da classe IgG, por vários anos após a administração eficaz de uma vacina 9,13.
Titulação de anticorpos IgG Os anticorpos IgG são sintetizados por plasmócitos no baço, linfonodos e medula óssea e estão presentes em grandes concentrações no sangue. São conhecidos como anticorpos “cicatriciais”, cuja presença indica exposição prévia ao antígeno, por meio de vacina ou de infecção natural. Por outro lado, a IgM é indicativa de infecção aguda/ativa; a IgA é responsável pela imunidade das mucosas; a IgE é atuante, principalmente, em reações de hipersensibilidade tipo I, parasitoses e alergias e, por fim, a IgD está presente na superfície de linfócitos B, e sua função ainda não está bem definida 13. Desse modo, preferencialmente, as imunoglobulinas da classe IgG são utilizadas para avaliar os níveis de proteção sérica específica contra um determinado patógeno. Pode-se quantificar a presença de anticorpos IgG específicos por meio do exame de titulação de anticorpos. Na titulação de anticorpos, o soro a ser testado é diluído em uma série de concentrações decrescentes. O equivalente da diluição mais alta a produzir uma reação positiva, denominada título, proporciona uma estimativa da quantidade de anticorpos presentes no soro testado. Desse modo, se a última diluição a apresentar reação positiva for 1:80, diz-se que o animal apresenta título de 80 13. Existe uma correlação bem estabelecida entre a presença de títulos de anticorpos IgG e a existência de imunidade protetora em relação às doenças virais mais importantes nos cães, entre elas a cinomose, a parvovirose, a hepatite infecciosa canina e a raiva 1,2,9,11,14-21. Um estudo avaliou a presença de títulos de anticorpos em 1.500 cães vacinados pela última vez há mais de sete anos 18. A alta prevalência de títulos de anticorpos protetores contra a parvovirose (95,1%) e a cinomose (97,6%) nessa população sugeriu que pode não ser necessário o reforço anual contra a parvovirose e a cinomose. Em outro experimento 11, o soro de 144 cães adultos que não receberam reforços vacinais por um período que variava entre três e quinze anos foi submetido ao exame de titulação de anticorpos. Encontraram-se títulos protetores contra a parvovirose em 95% da população; contra a cinomose, entre 71% e 75%, e contra a hepatite infecciosa canina, em 82% dos indivíduos testados. Observou-se que a prevalência de títulos protetores não decrescia à medida que o intervalo da última aplicação aumentava. O exame sorológico de titulação de anticorpos já é amplamente adotado por veterinários nos Estados Unidos, no Canadá e em alguns países da Europa 1,2. Empregado anualmente, trienalmente ou a intervalos definidos pelo veterinário, o procedimento vem substituindo a prática dos reforços vacinais arbitrários contra cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina 1,2. Pode-se realizar a titulação de anticorpos por meio do envio de amostras de sangue para laboratórios capacitados, bem como por meio de um kit rápido, que emprega a tecnologia do ELISA, no próprio consultório do médico veterinário. Os laboratórios determinam o título de anticorpos utilizando, em geral, uma das seguintes técnicas: imunocromatografia (ou Teste da Migração Lateral) ou a aglutinação ou inibição de hemaglutinação viral (HI), sendo este último
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Clínica médica considerado por muitos pesquisadores o padrão-ouro da titulação de anticorpos contra a parvovirose 13,15,18. Por sua vez, os kits sorológicos rápidos dispensam equipamento laboratorial e procedimentos laboriosos e fornecem resultados em cerca de vinte minutos 22. O sistema dos kits determina limiares de títulos que conferem imunidade esterilizante, isto é, capaz de
prevenir a infecção do hospedeiro pelo microrganismo, evitando completamente o adoecimento do animal 1. Se um cão apresenta títulos de anticorpos iguais ou superiores ao limiar de imunidade esterilizante, o resultado informado será positivo e não será necessário aplicar o reforço vacinal correspondente. Mediante um resultado de titulação baixo ou negativo,
Doença /agente etiológico
Tecnologia empregada na vacina
Duração da imunidade mínima estimada
Cinomose (vírus da cinomose canina – CDV)
Vacina com vírus atenuado (vivo modificado) Vacina recombinada (vetor viral vivo)
Parvovirose (parvovírus canino – CPV-2) Hepatite infecciosa canina (adenovírus canino tipo-1, CAV-1, pelo potencial de provocar reações adversas oftalmológicas, foi removido das vacinas, pois o vírus CAV-2, um dos agentes da traqueobronquite infecciosa canina, confere proteção cruzada contra o CAV-1). Raiva (rabdovírus) Parainfluenza (vírus da parainfluenza canina - CPIV). Obs: um dos agentes causadores da traqueobronquite infecciosa canina
Vacina com vírus atenuado (vivo modificado) Vacina com vírus atenuado (vivo modificado)
> 9 anos ≥ 5 anos para desafio ≥ a 6 anos para sorologia > 9 anos;
Vacina com vírus inativado (morto) Vacina com vírus vivo modificado
≥ 3 anos > 3 anos
Traqueobronquite infecciosa canina (“tosse dos canis”) (Bordetella bronchiseptica, vírus da parainfluenza canina, adenovírus canino tipo-2 – CAV-2)
Vacina de administração intranasal: Bordetella bronchiseptica (viva modificada), vírus da parainfluenza canina atenuado (vivo modificado), adenovírus canino tipo-2 atenuado (vivo modificado) Vacinas de administração parenteral: Bordetella bronchiseptica inativada (morta) ou de subunidade – contendo extrato de antígeno de parede celular; vírus da parainfluenza atenuado (vivo modificado), adenovírus canino tipo-2 atenuado (vivo modificado) Vacina inativada (morta) de subunidade ou não
< 1 ano
3 meses a 1 ano
Vacina inativada (morta)
≤ 1 ano
Dermatofitose (Microsporum canis)
Vacina inativada (morta)
≤ 1 ano
Leishmaniose visceral canina (Leishmania chagasi) Coronavirose (coronavírus canino – CCV)
Vacina inativada (morta) e de subunidade Vacina recombinante Vacina inativada (morta) Vacina atenuada (viva modificada)
≤ 1 ano
Leptospirose (sorovares canicola, grippotyphosa, icterohaemorrhagiae, pomona). Obs.: um fabricante dispõe de produto contendo sorovarares copenhageni, hardjo e pyrogenes. Giardíase (Giardia lamblia) *
> 9 anos
Não determinada, uma vez que a doença em geral acomete filhotes de até 6 a 8 semanas de vida
Figura 1 – Descritivo de produtos biológicos comercialmente existentes no Brasil (até janeiro de 2012), caracterizados quanto à tecnologia empregada na fabricação, à duração da imunidade mínima estimada (DOI), aos métodos de avaliação utilizados e à resposta adaptativa desejada, por doença/agente etiológico 9,13,14,20,30 * Vacina atualmente indisponível no mercado brasileiro.
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o reforço vacinal em questão é indicado, salvo em caso de condição de saúde que contraindique a aplicação 1,2,9,14. Os ensaios de titulação são preferencialmente realizados para a avaliação da presença de anticorpos IgG específicos contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina e raiva, em função da conhecida indução de proteção por muitos Método de avaliação da duração de imunidade (DOI)
Resposta adaptativa desejada
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade humoral (IgG)
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade humoral (IgG)
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade humoral (IgG)
Estudos sorológicos e de desafio Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade humoral (IgG) Imunidade humoral (IgG), no caso de vacinas de administração parenteral. Para aplicações intranasais, imunidade de mucosa (IgA) Primordialmente, imunidade humoral (IgG) no caso da aplicação parenteral, e, em relação à aplicação intranasal, principalmente imunidade de mucosa (IgA)
Estudos sorológicos e de desafio
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade humoral
A vacina não previne que o cão venha a se infectar
Imunidade humoral de mucosa (IgA)
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade inata e celular
Estudos sorológicos e de desafio
Imunidade celular Imunidade humoral (IgA)
anos 8-10,13,14,20 (Figura 1). Em relação às vacinas contra leptospirose e traqueobronquite infecciosa canina, a proteção obtida pela vacinação é significativamente mais breve 9,13 (Figura 1) e a presença de anticorpos pode não se correlacionar com proteção 2,9. Dessa forma, não é usual a pesquisa de anticorpos IgG contra leptospirose, Bordetella bronchiseptica e parainfluenza 1. No Brasil, até a data de conclusão do presente levantamento, ao menos um laboratório veterinário oferece o serviço de titulação de anticorpos IgG contra cinomose e parvovirose canina, com emprego da tecnologia de imunocromatografia e um segundo laboratório oferece o serviço de titulação de anticorpos contra raiva em cães – contudo, neste caso, o laudo de titulação positiva contra a raiva não apresenta validade nacional. Ainda não se encontram kits sorológicos à disposição dos veterinários brasileiros, a exemplo dos ensaios imunoenzimáticos. Além de monitorar o grau de proteção do paciente contra doenças de importância, o exame de titulação de anticorpos permite avaliar a habilidade do indivíduo de responder adequadamente à vacina. Filhotes que permanecem soronegativos após a aplicação de vacinas sabidamente imunogênicas podem ser considerados maus respondedores, não respondedores temporários ou permanentes 1,9,14. Além disso, o resultado da titulação norteia o veterinário quanto à decisão de vacinar um animal com menor frequência. Isso pode ser especialmente interessante para pacientes com maior risco de problemas associados à vacinação, como reações anafiláticas, doenças imunomediadas e neoplasias 1. Tecnologia vacinal Idealmente, uma vacina deve proporcionar imunidade efetiva e prolongada. Dentre os fatores que influenciam a duração da proteção conferida pelas vacinas estão: a concentração e a imunogenicidade dos antígenos utilizados pelos fabricantes; a presença e o tipo de adjuvante empregado; o respeito às recomendações de conservação e uso; e, no caso de vacinas vivas, o grau de atenuação do microrganismo 13,20. As vacinas comercialmente disponíveis podem ser divididas em infectantes ou não infectantes. Pertencem ao grupo das infectantes as vacinas produzidas com organismos atenuados (vivos modificados) e as vacinas recombinantes (vetores de vírus vivos). Dentre as não infectantes estão as vacinas inativadas, produzidas com vírus mortos, subunidades e bacterinas (bactérias mortas) 9,13,14. As vacinas inativadas (vírus mortos ou bacterinas) geralmente requerem uma massa antigênica maior, uma vez que não podem se replicar no hospedeiro. A fim de aumentar a imunogenicidade, adicionam-se adjuvantes, ou seja, componentes químicos que acentuam a resposta imune pela estimulação da função dos macrófagos. O uso de certos tipos de adjuvantes está associado a casos de inflamação grave, neoplasias ou toxicidade sistêmica 13,14,23,24. As vacinas inativadas em geral induzem a uma proteção de mais curta duração. As principais vantagens desse tipo de produto são a segurança em relação ao risco de virulência residual e a maior estabilidade em temperatura ambiente 14.
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Clínica médica Agente infeccioso
Severidade da doença
Parvovírus canino (parvovirose) CPV-2
Elevada Ocorre destruição das vilosidades intestinais, diarreia, vômitos, hemorragia intestinal e septicemia subsequente, neutropenia transitória ou prolongada. Risco significativo de óbito
Vírus da cinomose CDV
Elevada Doença multissistêmica, com envolvimento progressivo multifocal do sistema nervoso central. Sinais clínicos variam de acordo com a virulência da cepa viral e com as condições ambientais, bem como com a idade e o estado imunológico do hospedeiro Elevada Pode provocar óbito rapidamente por necrose hepática em cães desprovidos de anticorpos. Também pode causar uveíte anterior e encefalopatia hepática.
Adenovírus tipo 1 (CAV-1) (hepatite infecciosa canina) Rabdovírus (raiva) Leishmania chagasi (leishmaniose visceral canina) Leptospira canicola, icterohaemorrhagiae, pomona e grippotyphosa (leptospirose) Obs.: Um fabricante dispõe de produto contendo sorovares copenhageni, hardjo e pyrogenes Giardia lamblia (giardíase)* Adenovírus tipo 2 (CAV-2) (traqueobronquite infecciosa canina) Coronavírus (coronavirose) CCV
Elevada Frequentemente evolui para coma ou paralisia respiraztória que resultam em óbito. Usualmente produz encefalomielite fatal Elevada Doença cutânea, mucocutânea e visceral. Cães são reservatórios primários. Cães com insuficiência renal apresentam prognóstico ruim Moderada Colonização ocorre principalmente nos rins e no fígado, resultando em doença renal ou hepática. Infecções superagudas podem evoluir rapidamente para óbito antes que uma doença hepática ou renal evidente seja reconhecida. Sobreviventes podem apresentar nefrite intersticial crônica ou hepatite crônica
Moderada Diarreia de intestino delgado. Sinais clínicos mais graves são observados em indivíduos imunossuprimidos Baixa Doença aguda, altamente contagiosa, das vias aéreas. Geralmente é autolimitante, com resolução dos sinais clínicos em aproximadamente duas semanas Baixa Diarreia de severidade branda em grande parte dos casos. Vírus não compromete medula óssea nem criptas intestinais. O prognóstico para recuperação é normalmente bom
Vírus da parainfluenza canina (CPiV) Bordetella bronchiseptica (traqueobronquite infecciosa canina)
Baixa Doença aguda, altamente contagiosa, localizada nas vias aéreas. Em geral, é autolimitante, com resolução dos sinais clínicos em aproximadamente duas semanas, independentemente de qualquer tratamento específico
Microsporum canis (dermatofitose)
Baixa Acomete mais comumente cães debilitados, jovens ou idosos
Baixa Sinais clínicos geralmente apresentam curta duração e frequentemente desaparecem em cerca de 7 dias
Figura 2 - Relevância clínica e severidade das doenças passíveis de prevenção com vacinas no Brasil 16,31-42 * Vacina atualmente indisponível no mercado brasileiro.
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Relevância clínica
Observações
Elevada Não existe tratamento específico contra o vírus. É realizada terapia de suporte. Na ausência de tratamento, a enterite por parvovírus está associada a uma taxa de sobrevivência de 9,1%, e de 64% ou mais elevada, com a terapia Elevada Tratamento de suporte, inespecífico. Disfunção neurológica progressiva em geral resulta na eutanásia do animal
Vírus muito estável no ambiente. Risco acentuado para filhotes e animais debilitados, parasitados, desnutridos ou geneticamente suscetíveis. Em geral, acomete filhotes e jovens de até 6 meses de idade Também pode acometer cães idosos, levando a sinais clínicos neurológicos. Frequentemente causa sequelas neurológicas e oftalmológicas.
Elevada Não existe tratamento específico. É realizada terapia de suporte
Vírus relativamente estável no ambiente, resistente a inúmeros desinfetantes
Elevada Zoonose comumente letal Cães são considerados importantes transmissores de raiva no Brasil Elevada No Brasil, o tratamento do cão acometido é proibido pela portaria interminesterial n. 1.426, de 11 de julho de 2008. A legislação exige a eutanásia do animal infectado Moderada Os animais que são tratados ou desenvolvem resposta imune apropriada geralmente sobrevivem. Tratamento envolve principalmente fluidoterapia e antibioticoterapia. Infecções clinicamente inaparentes são muito comuns. Pode provocar doença severa e às vezes fatal
Vírus não é estável no ambiente e é inativado pela maior parte dos desinfetantes Zoonose vetorial endêmica em grande parte do território brasileiro
Casos clínicos são mais comumente diagnosticados no verão e no início do outono, e os casos aumentam em anos chuvosos. Acomete cães de todas as idades. Vacinas estão disponíveis para alguns sorovares e reduzem a gravidade da doença, mas não eliminam o estado de portador crônico. Ocorre proteção cruzada pouco significativa entre os sorovares. Sorovares diferentes daqueles presentes nas vacinas podem ser encontrados no ambiente
Baixa Tem tratamento relativamente eficaz
Potencial zoonótico
Baixa Não existe tratamento específico. É realizada terapia de suporte. Bom prognóstico para traqueobronquite infecciosa simples, sem complicações secundárias
Densidade populacional (abrigos ou canis) favorece a disseminação viral a cães imunologicamente suscetíveis. Vacinas com Bordetella bronchiseptica não previnem a infecção, mas minimizam os sinais clínicos caso ocorra a infecção
Baixa É autolimitante. Doença clínica por CCV é considerada pouco frequente e é mais comum em neonatos. Tratamento sintomático é normalmente bem-sucedido Baixa Não existe tratamento específico. É realizada terapia de suporte
Vírus relativamente estável no ambiente, mas suscetível a diversos desinfetantes. O vírus raramente causa doença em filhotes acima de 6-8 semanas de vida
Baixa Em geral a doença é causada por Bordetella bronchiseptica associada ao vírus da parainfluenza ou ao adenovírus tipo 2. Também pode ser causada por Mycoplasma spp, vírus da cinomose, herpesvírus, Pasteurella multocida, Strepcococcus spp e outros agentes Baixa Em geral, é autolimitante em cães
Bom prognóstico para traqueobronquite infecciosa simples, sem complicações secundárias. Vacinas com Bordetella bronchiseptica não previnem a infecção, mas minimizam os sinais clínicos
Densidade populacional (abrigos ou canis) favorece a disseminação viral a cães imunologicamente suscetíveis
Zoonose
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Clínica médica As vacinas atenuadas têm a capacidade de se replicar no hospedeiro, simulando o mecanismo natural de infecção. Dessa forma, estimulam eficientemente a resposta imune e induzem uma proteção duradoura. Os vírus atenuados ocasionalmente podem por si só causar a doença ou uma infecção persistente em animais imunossuprimidos ou caso tenham sido mal atenuados 13,25. Por não conterem adjuvantes, as vacinas atenuadas apresentam menor risco de reações de hipersensibilidade 13,25. Nas vacinas recombinantes, o DNA que codifica os componentes imunogênicos do agente infeccioso é inserido no genoma de um organismo não patogênico (vetor), que se replica nos tecidos do recipiente. Sendo assim, são expressos os componentes imunogênicos do agente infeccioso, induzindo a uma resposta imune específica desejável. A tecnologia recombinante possibilita desenvolver vacinas de baixa massa antigênica, em geral sem o emprego de adjuvantes e seguras em relação à reversão de virulência, uma vez que somente fragmentos de interesse do DNA do agente infeccioso são incorporados ao produto 13,17. Existem espécies de antígenos mais ou menos imunogênicos. Os vírus em geral são naturalmente antigênicos, graças à ampla variedade de epítopos presentes em seu exterior, com exceção do herpesvírus, fracamente imunogênico 13. A imunogenicidade viral explica a longa duração de imunidade conferida por vacinas preparadas com vírus atenuados e, em menor grau, por vacinas elaboradas com vírus inativados. Em contrapartida, as bactérias, a exemplo das espécies do gênero Leptospira, por virtude de sua parede rica em polissacarídeos, são fracamente imunogênicas, induzindo a uma proteção de mais curta duração 9,13,14. Um fator relevante que pode comprometer a eficácia da vacinação é a interferência de anticorpos maternos. O período em que o filhote apresenta uma concentração de anticorpos maternos insuficiente para protegê-lo de infecção, porém ainda eficaz em neutralizar a resposta às vacinas, recebe o nome de “janela de vulnerabilidade”. Esse período se estende da 6ª semana de vida à 12ª semana, podendo chegar ocasionalmente à 16ª semana 26,27. A duração da janela de vulnerabilidade depende da quantidade de anticorpos transferidos e da meia-vida das imunoglobulinas envolvidas 13. Nesse sentido, as três doses administradas a filhotes durante o primeiro ano de vida não são consideradas reforços, mas tentativas de induzir uma resposta imune efetiva tão logo ocorra uma redução na concentração de anticorpos maternos. A neutralização dos vírus atenuados ou inativados pelos anticorpos maternos é a causa mais comum de falha vacinal 9,13. Por esse motivo, diretrizes vacinais têm recomendado que a última dose de vacina da série de imunização do filhote seja aplicada entre a 14ª e a 16ª semana de vida, o que favorece uma taxa de soroconversão superior a 98% 9. Estima-se que até 8% dos filhotes que recebem a última dose da vacina antes da 14ª semana de vida não desenvolvem imunidade vacinal adequada 14,28. Outros fatores, referentes ao produto, ao animal ou à conduta do veterinário responsável pela aplicação, podem comprometer o sucesso da vacinação. Falhas no processamento 72
da vacina podem resultar em um produto fracamente imunogênico e até prejudicial à saúde. Um exemplo recente foi observado na campanha pública nacional contra raiva canina e felina em 2010, em função da elevada taxa de óbitos 29. Por outro lado, animais com febre, desnutridos, debilitados, altamente parasitados ou imunossuprimidos frequentemente não apresentam soroconversão adequada e estão sujeitos a um risco maior de desenvolver reações adversas. Más condições de transporte e conservação, reconstituição feita de maneira inadequada, demora em aplicar a vacina, uso de produtos antiéticos e falta de atenção às orientações dos fabricantes também podem comprometer o sucesso da imunização 9,13,25. Classificação das vacinas em essenciais, não essenciais e não recomendadas A administração simultânea e arbitrária de diversas vacinas anualmente aos cães ainda é a conduta vigente no Brasil. Todavia, apesar de a vacinação ser um procedimento essencial à saúde e à longevidade dos animais, nem todos os cães precisam receber todas as vacinas disponíveis, tampouco anualmente 2,9,13,14,16,32. Dados científicos recentes 15,17 indicam que determinadas vacinas conferem proteção duradoura (Figura 1) e, além disso, diversos autores citam que toda vacinação implica risco de reações adversas 9,14,17. A fim de minimizar esses riscos e tornar mais efetiva a imunização dos cães, a comunidade científica separou as vacinas existentes em três categorias distintas: essenciais, não essenciais e não recomendadas 9,10,13,14,16. A classificação foi realizada com base na eficácia e na duração de imunidade (sorologia e desafio) de cada vacina, bem como de acordo com a severidade e relevância clínica da doença correspondente 16 (Figura 2). Vacinas essenciais são produtos que todo cão deve receber, independentemente de sua origem, localização geográfica e estilo de vida. Protegem contra doenças de distribuição global, com risco de óbito, e/ou que não tenham tratamento eficaz, e/ou que representem risco zoonótico importante. São consideradas essenciais as vacinas contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina e raiva 9,10,14,16,32. Em geral, as vacinas essenciais não precisam ser aplicadas mais frequentemente do que a cada três anos após o primeiro reforço em cães adultos previamente imunizados. Estudos demonstram uma duração de proteção prolongada, de até nove anos ou mais para vacinas atenuadas contra cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina quando aplicadas em cães hígidos de mais de quatro meses de idade 9,10,28. Com base nessas pesquisas, veterinários norte-americanos e europeus têm adotado protocolos trienais, ou ainda mais espaçados, de vacinas essenciais em cães adultos, a partir do primeiro reforço vacinal (Figura 3). Diversos municípios brasileiros exigem o reforço anual contra raiva. Contudo, experimentos demonstraram que a vacina antirrábica em geral confere imunidade por no mínimo três anos a partir do primeiro reforço 9,13,14. Por outro lado, é possível que a vacina contra leishmaniose visceral canina (LVC) venha a ser considerada essencial 9 no Brasil, uma vez que essa zoonose transmitida por vetor se encontra difundida
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Clínica médica Vacina Parvovirose (CPV2) atenuada e parenteral Cinomose (CDV)atenuada e parenteral Cinomose (rCDV) recombinante e parenteral Adenovirose-2 (CAV-2) atenuada e parenteral (CAV-2) atenuada e intranasal Raiva inativada e parenteral Parainfluenza (CPiV) atenuada e parenteral Parainfluenza (CPiV) atenuada e intranasal Bordetella bronchiseptica inativada e parenteral Bordetella bronchiseptica atenuada e intranasal Leptospira interrogans (sorovares canicola, ichterohaemorrhagiae, com ou sem, pomona, grippotyphosa) bacterina inativada e parenteral Leishmania chagasi inativada e de subunidade e parenteral Leishmania donovani recombinante e parenteral Coronavírus canino (CCV) inativado ou atenuado e parenteral
Filhote (< 4 meses) Iniciar com 8 a 9 semanas. 2 reforços a cada 3 a 4 semanas até a 14ª à 16ª semana de vida Iniciar com 8-9 semanas 2 reforços a cada 3 a 4 semanas até a 14ª à 16ª semana de vida Iniciar com 8 a 9 semanas. 2 reforços a cada 3 a 4 semanas até a 14ª à 16ª semana de vida Iniciar com 8 a 9 semanas. 2 reforços a cada 3 a 4 semanas até a 14ª à 16ª semana de vida
Adulto (> 4 meses) 2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas, de acordo com as instruções do fabricante, porém apenas 1 dose já é considerada eficaz
1 dose a partir da 12ª semana
1 única dose
Iniciar com 8 a 9 semanas. 2 reforços a cada 3 a 4 semanas até a 14ª à 16ª semana de vida Iniciar a partir da 3ª semana. 1 reforço após 3 a 4 semanas
2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas, de acordo com as instruções do fabricante, porém apenas 1 dose já é considerada eficaz
1 dose com 6 a 8 semanas de vida. 1 reforço com 10 a 12 semanas
2 doses com intervalos de 2 a 4 semanas
Iniciar a partir da 3ª semana. 1 reforço após 2 a 4 semanas
1 única dose
1 dose a partir de 12 a 16 semanas. 1 reforço após 3 a 4 semanas
2 doses com intervalos de 3 a 4 semanas
Iniciar a partir da 16ª semana em cães soronegativos
1 dose a partir da 16ª semana 2 reforços com 21 dias de intervalo
Iniciar a partir da 16ª semana em cães soronegativos
1 dose a partir da 16ª semana em cães soronegativos 2 reforços com 21 dias de intervalo
2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas, de acordo com as instruções do fabricante, porém apenas 1 dose já é considerada eficaz 2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas, de acordo com as instruções do fabricante, porém, apenas 1 dose já é considerada eficaz 2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas, de acordo com as instruções do fabricante, porém apenas 1 dose já é considerada eficaz
2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas
Giardia lamblia inativada e parenteral
Microsporum canis inativada e parenteral
Figura 3 - Protocolo vacinal para cães divulgado pelo World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) de 2010 9
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Reforços Aos 12 meses e posteriormente a cada 3 anos
Classificação Essencial
Aos 12 meses e posteriormente a cada 3 anos
Essencial
Aos 12 meses e posteriormente a cada 3 anos
Essencial
Aos 12 meses e posteriormente a cada 3 anos
Essencial A forma parenteral é preferível por incrementar a resposta ao adenovírus-1 (CAV1)
Reforço anual, de acordo com a legislação municipal vigente
Essencial
Aos 12 meses e anualmente, se houver risco de infecção
Não essencial. A forma intranasal é preferível
Aos 12 meses e anualmente, se houver risco de infecção
Não essencial
Anuais ou mais frequentes em animais de alto risco
Não essencial. A forma intranasal é preferível
Anuais ou mais frequentes em animais de alto risco Anual ou semestral, de acordo com o risco de infecção
Não essencial
Anual Anual
Não essencial. Produto comumente associado a elevados riscos de reações adversas, principalmente em cães de pequeno porte
Não essencial. Pode ser considerada essencial em áreas endêmicas Não essencial. Pode ser considerada essencial em áreas endêmicas Não recomendada. A baixa prevalência de casos clínicos confirmados de coronavirose não justifica a vacinação Não recomendada. Não existem evidências científicas suficientes para comprovar sua eficácia preventiva Não recomendada. Não existem evidências científicas suficientes para comprovar sua eficácia preventiva
pelo país e a legislação brasileira exige a eutanásia dos cães soropositivos 39,43. Atualmente, existem duas vacinas contra LVC no mercado brasileiro. Por serem vacinas contra agentes não virais (protozoários), elas conferem proteção menos duradoura, e, portanto, o reforço anual é recomendado 44,45. Vacinas não essenciais protegem contra leptospirose (em geral, sorovares pomona, grippotyphosa, canicola e icterohaemorrhagiae) e tranqueobronquite infecciosa canina quando causada pelos agentes Bordetella bronchiseptica ou pelo vírus da parainfluenza. A vacina contra leptospirose é considerada não essencial pela World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) e pela American Animal Hospital Association (AAHA) porque a afecção é menos frequente em áreas não endêmicas, por existir tratamento, por não conter diversos sorovares existentes no ambiente e porque a proteção cruzada entre os sorovares é pouco significativa 9,10,14,16,28,32. Os produtos que contêm vírus da parainfluenza e a bactéria Bordetella bronchiseptica em sua formulação são tidos como opcionais, porque a traqueobronquite infecciosa canina, doença à qual estão associados, não representa risco de óbito, não é zoonótica e em geral é autolimitante 16. Além disso, a traqueobronquite infecciosa canina pode ser causada por outros patógenos (Figura 2), não presentes nessas vacinas 14. Vacinas ditas não essenciais são indicadas para cães cuja localização geográfica, ambiente doméstico ou estilo de vida os coloca em risco de contrair essas infecções específicas. Por exemplo, cães com hábito de caça ou que frequentam regiões alagadiças apresentam elevado risco de se infectarem com Leptospira spp. Da mesma forma, cães que estão expostos a ambiente de aglomeração de animais, que participam de exposições ou que são hospedados em hotéis/canis são candidatos à aplicação da vacina que protege contra a traqueobronquite infecciosa canina 9,16. Vacinas contra B. bronchiseptica e leptospiras induzem a uma proteção de mais curta duração (três meses a um ano) 9. Por esse motivo, cães com risco de contrair essas doenças devem receber até dois reforços anualmente. Já existem no mercado produtos que protegem exclusivamente contra sorovares de leptospirose e contra os principais agentes associados à traqueobronquite infecciosa canina. As vacinas contra coronavirose canina, giardíase e dermatofitose são classificadas como não recomendadas 9. Essas doenças em geral apresentam baixa gravidade, frequentemente são autolimitantes e/ou podem ser tratadas de maneira eficaz. Os produtos contra giardíase e dermatofitose apresentam limitada comprovação científica quanto à prevenção dessas afecções 9,14,46,47. Entretanto, alguns estudos citam que tais vacinas poderiam ser empregadas com sucesso como terapia contra quadros crônicos de giardíase 48 e dermatofitose 49. A vacinação contra coronavirose é considerada não recomendada, uma vez que seus benefícios não foram suficientemente comprovados, além de a doença ter bom prognóstico e raramente acometer filhotes com mais de seis a oito semanas de vida 9,28.
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Clínica médica Reações adversas Uma reação adversa à vacina é definida como sendo qualquer efeito colateral indesejável ou não planejado associado à administração de um produto biológico licenciado 14. Nenhuma vacina é totalmente eficiente ou completamente destituída de riscos de provocar reações adversas no organismo recipiente 13. Entretanto, graças a produtos cada vez mais purificados e seguros, as reações adversas associadas à administração de vacinas a cães são relativamente incomuns, dada a frequência com que são administradas 13. A verdadeira incidência de efeitos adversos pós-vacinais ainda é amplamente desconhecida, uma vez que tais ocorrências podem não ser reconhecidas como sendo relacionadas à vacinação e podem não ser notificadas pelos veterinários aos fabricantes 10. Mal-estar, letargia, febre, inapetência e dor no local da aplicação são os mais corriqueiros eventos adversos benignos e em geral transitórios 10. Contudo, podem ocorrer reações de hipersensibilidade do tipo I, II, III e IV. A reação de hipersensibilidade do tipo I ocorre alguns minutos ou horas após a exposição a um antígeno 13 e tipicamente provoca urticária, angiedema ou reação anafilática aguda. Além do antígeno de interesse, as vacinas podem conter células heterólogas, inúmeras proteínas residuais e outros elementos potencialmente sensibilizantes, resultantes do processo de fabricação, adicionadas propositada ou acidentalmente 13,25. Reações de hipersensibilidade do tipo II envolvem a participação de imunecomplexos associados a anticorpos IgM e/ou IgG mediadores da ativação da cascata de complemento que atingem a membrana celular de diversos tecidos. As reações de hipersensibilidade do tipo II podem acarretar anemia hemolítica autoimune 50,51, trombocitopenia imunomediada, poliartrite 52 e polineurite. Se deflagradas pela vacinação, surgirão geralmente a partir de três semanas após a aplicação. As reações de hipersensibilidade do tipo III resultam em grande volume de imunecomplexos depositados nas paredes dos vasos sanguíneos, levando a ataque imunológico e a vasculite. Costumam surgir várias semanas após a vacinação. Um exemplo de hipersensibilidade do tipo III é a vasculopatia cutânea pós-vacinal, que leva a dermatite isquêmica e a alopecia local, em geral associada à administração da vacina antirrábica. Outro exemplo é a glomerulonefrite 53. A vasculite sistêmica é um evento mais raro e significativamente mais severo que também pode ocorrer 10,13,21,54,55. As reações de hipersensibilidade do tipo IV em geral são caracterizadas pela formação de granulomas no local de inoculação, provocados em resposta a adjuvantes de depósito à base de alume ou óleo 13. Um estudo submeteu quinze tumores do tipo fibrossarcoma – originados em locais de aplicação em cães – a exames histopatológicos e imuno-histoquímicos. Oito dos tumores caninos continham depósitos de alumínio e infiltração inflamatória linfocítica, evidências também encontradas em tumores do tipo fibrossarcomas em felinos associados à aplicação de vacinas 56. A literatura científica aborda inúmeras outras reações adversas associadas à vacinação: osteodistrofia hipertrófica em filhotes de weimaraner 57, ausência de resposta à 76
vacina 9,13,14, imunossupressão transitória 58,59, dermatopatias 60, encefalite relacionada à vacina atenuada contra cinomose 13,61, prurido 19, alergias 62, formação de anticorpos antitireoglobulínicos 50,63 e óbito 9,10,19,29,64. Um estudo relatou que os cães de pequeno porte apresentam maior risco de reações vacinais em comparação aos de grande porte, e que os animais castrados correm maior risco em comparação aos indivíduos sexualmente intactos 19. Essa pesquisa também demonstrou que cada dose adicional de vacina administrada no mesmo dia aumentou em 27% o risco de reações adversas nos cães de pequeno porte (peso inferior a 10kg) e em 12% nos cães com mais de 12kg de peso. De acordo com alguns autores, a administração de não mais do que uma vacina por consulta e a adoção de intervalos de três a quatro semanas entre as aplicações podem ajudar a reduzir a ocorrência de reações adversas 10,65. Também se recomenda ter cuidado considerável com animais idosos, debilitados e acometidos por doenças alérgicas ou de qualquer forma imunomediadas ou crônicas, uma vez que a estimulação do sistema imune pode exacerbar essas condições 16,65. Antes de aplicar uma vacina, o veterinário deve considerar a probabilidade de ocorrer um evento adverso, assim como as possíveis consequências ou a gravidade desse evento. Esses fatores devem ser ponderados em relação aos benefícios que a aplicação trará ao animal 13. Discussão A adaptação e a adesão às atualizações dos protocolos vacinais para cães dependem da veiculação de informações pertinentes à comunidade acadêmica, à classe dos veterinários, bem como aos criadores e proprietários. Adicionalmente, a fim de que tais mudanças sejam implementadas com segurança e sucesso, faz-se necessário que o mercado brasileiro se adéque à necessidade de disponibilização de serviços e de produtos relativos ao tema em questão. Uma das mais importantes medidas para a instituição dos novos protocolos no Brasil é a comercialização de vacinas monovalentes, bivalentes e trivalentes. Produtos com menos antígenos e que contenham somente as frações essenciais possibilitam planejar o esquema vacinal dos pacientes de forma personalizada. A disponibilização de vacinas com duração comprovada de proteção de três anos e a exclusão de frações de vacinas não recomendadas dos produtos polivalentes podem contribuir para minimizar o risco de reações vacinais adversas. Talvez se passem vários anos até que haja mudanças na regulamentação e na rotulação dos produtos biológicos. Nesse caso, as recentes diretrizes vacinais de aplicação internacional poderiam ser adotadas como uma ponte entre as recomendações oficiais e extraoficiais para a utilização de vacinas 9,66. É importante que se invista em métodos de titulação de anticorpos mais acessíveis para evitar que as vacinas sejam administradas com frequência superior ou inferior à necessária. Da mesma forma, a exigência das autoridades municipais relativa aos reforços anuais contra a raiva poderia ser revista, uma vez que já está comprovado que essa vacina confere imunidade mínima de três anos 9,10,14.
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As diretrizes vacinais internacionais – como as divulgadas pela WSAVA de 2010 – fornecem sugestões de protocolos vacinais ponderados, baseados em informações da literatura científica recente 9. Sempre que for possível, as decisões referentes à vacinação de cães devem ser discutidas com o veterinário responsável pelo animal, avaliando-se então a verdadeira necessidade e o custo-benefício de cada produto administrado 2,9,16,32. Todos os filhotes devem receber três doses de vacinas atenuadas contra cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina, a cada três a quatro semanas, entre a 8ª e a 16ª semana de idade, com o último reforço administrado entre a 14ª e a 16ª semanas de idade. Os cães vacinados devem receber um reforço das vacinas essenciais aos doze meses e, a seguir, não mais frequentemente do que a cada três anos 9,14,16,28,32. As novas diretrizes recomendam que, em condições ideais, a primoimunização seja administrada a partir da 8ª semana de vida, e não da 6ª, a fim de se minimizar o risco de reações adversas e pela possibilidade de se concluir a série de vacinas do filhote por volta da 14ª à 16ª semana de vida, quando o sistema imune se encontra mais maduro e livre da interferência dos anticorpos maternos 9,14,28,32. Produtos não essenciais são opcionais e devem ser administrados anual ou semestralmente, mediante risco de exposição aos patógenos 9,14. Adicionalmente, objetivando a redução da ocorrência de reações adversas à vacinação e o não comprometimento da soroconversão das vacinas virais, vários pesquisadores têm proposto que a aplicação de vacinas parenterais contendo bacterinas (leptospirose, traqueobronquite infecciosa canina) seja realizada preferencialmente a partir da 12ª semana de vida do filhote 9,16,28. Uma frequência menor na aplicação de reforços vacinais naturalmente desperta receios quanto à redução da renda dos consultórios. Entretanto, o proprietário deve ser informado a respeito da importância da avaliação periódica preventiva
dos animais de estimação 2,28. Poderá fazer parte da consulta uma entrevista sobre o histórico e o estilo de vida do cão, de maneira a identificar e avaliar os riscos específicos de infecção e elaborar ou atualizar o protocolo vacinal do paciente 2. Desse modo, agregase valor à consulta de forma significativa para o paciente e para o cliente. Ainda que a consulta não resulte em aplicação de vacinas essenciais, já que estas conferem imunidade prolongada, o reforço anual da vacina antirrábica poderá ser aplicado, em respeito à legislação municipal vigente. As vacinas não essenciais – contra leishmaniose visceral canina, leptospirose e traqueobronquite infecciosa canina – também poderão ser aplicadas anualmente, de acordo com as necessidades individuais do animal 9,14,28,32. É relativamente frequente a observação de que as novas diretrizes vacinais se aplicam tão somente à realidade de países desenvolvidos e que, pelo fato de nosso país contar com uma menor cobertura vacinal e prevalência significativa de doenças virais como cinomose 67 e parvovirose 68, os protocolos diferenciados não atenderiam satisfatoriamente às necessidades dos cães brasileiros. Alguns estudos citam que mesmo em países desenvolvidos como os Estados Unidos, apenas 30-50% dos cães são vacinados 9. De acordo com pesquisadores 2,28, um número maior de animais deveriam ser vacinados ao menos uma vez contra as doenças essenciais. De pouco adianta repetir anualmente a vacinação de indivíduos previamente imunizados. Todavia, o veterinário e o proprietário que não desejem correr riscos devem recorrer, sempre que possível, ao recurso da titulação de anticorpos IgG específicos como forma de avaliar objetivamente a necessidade de reforços vacinais 1,9,11,14,17. As primeiras amostras de soro podem ser testadas, por exemplo, a partir de quinze dias da terceira dose de vacina da série de filhotes, para determinar se a aplicação resultou em memória imunológica, uma vez que o cão receberá o primeiro reforço
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Clínica médica apenas por volta de doze meses de vida. A partir de então, a determinação de títulos de anticorpos IgG poderia ser realizada anualmente 9. Considerações finais A vacinação ainda é o mais confiável e eficaz método de proteção dos animais contra as principais doenças infecciosas. Entretanto, o levantamento de literatura científica recente sugere que, em condições ideais, vacinas atenuadas contra cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina podem conferir proteção por cerca de nove anos. Essa descoberta torna cientificamente obsoleta e eticamente questionável a administração de reforços anuais aos cães contra essas doenças, prática também associada a maiores riscos de reações adversas. Com exceção da vacina antirrábica, cujo reforço anual é obrigatório em muitos municípios brasileiros, as demais vacinas devem ser aplicadas mediante a necessidade, de acordo com o estilo de vida e o histórico do paciente. A integração entre fabricantes de produtos biológicos, pesquisadores brasileiros e veterinários resultará na publicação de pesquisas e no desenvolvimento de produtos e serviços específicos, favorecendo a adequação das novas diretrizes à realidade do país. Referências
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Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
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Diagnóstico por imagem Densitometria óssea pelo método de tomografia computadorizada quantitativa em cães e gatos – revisão Bone densitometry by quantitative computed tomography in dogs and cats – literature review Densitometría ósea por tomografía computarizada cuantitativa en perros y gatos – revisión de la literatura Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 82-86, 2012 Lorena Adão Vescovi Séllos Costa MV, mestre, doutoranda UFRPE Focus Diagnóstico Veterinário lovescovi@gmail.com
Daniel Capucho de Oliveira médico veterinário mestrando da UFPR
danielcapucho@gmail.com
Mauro José Lahm Cardoso MV, prof. adj. UENP Campus Luiz Meneghel maurolahm@ffalm.br
Fabiano Séllos Costa MV, prof. adj. UFRPE
fabianosellos@hotmail.com
Resumo: Existem diversas técnicas de densitometria óssea aplicáveis em cães e gatos. Essas técnicas são importantes para estimar a densidade mineral dos ossos avaliados e têm como finalidade o estabelecimento de um diagnóstico precoce de desmineralização. A tomografia computadorizada quantitativa (TCQ) se destaca, sendo considerada um exame de alta sensibilidade para a avaliação da radiodensidade óssea. Trata-se de uma técnica não invasiva, precisa e de fácil execução, constituindo-se em um eficiente método para avaliar a densidade volumétrica óssea, bem como sua geometria. Na medicina veterinária existem enfermidades que podem levar à perda parcial ou generalizada do conteúdo mineral ósseo, predispondo o esqueleto a fraturas osteoporóticas, por isso é fundamental o diagnóstico e a monitoração desses pacientes. O presente trabalho realiza uma revisão de literatura sobre o uso da tomografia computadorizada quantitativa para determinação da densidade mineral óssea de cães e gatos, visando sua aplicação clínica. Unitermos: osso, densidade, desmineralização Abstract: There are several techniques of bone densitometry applicable to dogs and cats. They are important for estimating bone mineral density and are used to establish an early diagnosis of demineralization. Among these, the quantitative computed tomography (QCT) stands out due to its high sensitivity in evaluating bone radiodensity. This technique is noninvasive, accurate and easy to perform, and is thereby considered an efficient method to evaluate the volumetric bone density and geometry. There are diseases in veterinary medicine that can lead to partial or generalized loss of bone mineral content, which predisposes the skeleton to osteoporotic fractures. It is therefore crucial to diagnose and monitor such patients closely. This paper reviews the current knowledge on the use of computed tomography for quantitative determination of bone mineral density in dogs and cats, with focus on the clinical application of this technique. Keywords: bone, density, demineralization Resumen: Existen varias técnicas de densitometría ósea que pueden ser utilizadas en perros y gatos. Estas técnicas son importantes en la determinación de la densidad mineral de los huesos y tienen como finalidad el diagnóstico precoz de los procesos de desmineralización. La tomografía computarizada cuantitativa (TCC) tiene un lugar destacado por considerársela un examen de alta sensibilidad en la evaluación de la radiodensidad ósea. Se trata de un examen no invasivo, preciso y de fácil realización, que representa un método eficiente en la evaluación de la densidad volumétrica de los huesos, así como también de su geometría. En medicina veterinaria existen enfermedades que pueden ocasionar la pérdida parcial o generalizada del contenido mineral óseo, predisponiendo al paciente a fracturas osteoporóticas, siendo por esto fundamental el diagnóstico y monitoreo de estos pacientes. En el presente trabajo se realizó una revisión de la literatura en referencia al uso de la tomografía computarizada cuantitativa para la determinación de la densidad mineral ósea de perros y gatos, objetivando su aplicación clínica. Palabras clave: hueso, densidad, desmineralización
Introdução O uso de técnicas de densitometria óssea é importante para estimar a densidade mineral dos ossos avaliados, tendo como finalidade o estabelecimento de um diagnóstico precoce de 82
desmineralização. Na atualidade, as técnicas de diagnóstico por imagem para a mensuração da densidade mineral óssea (DMO) são as mais precisas e menos invasivas. Dentre essas técnicas destaca-se a tomografia computadorizada quantitativa
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(TCQ), considerada um exame de alta sensibilidade, que permite avaliar separadamente as regiões cortical e trabecular e também obter informações sobre a morfometria óssea. Inúmeros distúrbios metabólicos, nutricionais e endócrinos que afetam cães e gatos podem desencadear redução generalizada de densidade mineral óssea, acarretando osteopenia, osteoporose e, ocasionalmente, fraturas patológicas. O presente trabalho objetiva realizar uma revisão de literatura sobre o uso e a aplicabilidade da TCQ para determinar a densidade mineral óssea na rotina clínica de cães e gatos.
Tomografia computadorizada A tomografia computadorizada (TC) foi criada na década de 1970 pelo engenheiro elétrico britânico Godfrey Newbold Hounsfield e pelo físico norte-americano Allan McLeod Cormack e é considerada o primeiro exame de diagnóstico por imagem a usar o poder de cálculo dos
Daniel Capucho de Oliveira
Condições que promovem desmineralização óssea em cães e gatos As alterações no metabolismo mineral ósseo podem estar correlacionadas a uma série de condições que causam diminuição generalizada de massa óssea. A maioria das causas etiológicas que desencadeiam alterações metabólicas no tecido ósseo está relacionada a distúrbios nutricionais e/ou endocrinopatias. Dentre as causas comumente relacionadas à osteoporose, podemos destacar: hiperparatireoidismo secundário nutricional, osteodistrofia renal, hipervitaminose A, hiperparatireoidismo primário, raquitismo, hipogonadismo, osteodistrofia hepática, hiperadrenocorticismo 1 e hipertireoidismo felino 2. O quadro de osteoporose pode se instalar de forma iatrogênica, como consequência do uso de algumas medicações na medicina veterinária. A suplementação excessiva de vitaminas A e D 1 e levotiroxina sódica 2 desencadeiam alterações no metabolismo mineral ósseo e consequente osteoporose. Terapias com drogas anticonvulsivantes por longos períodos, tais como o fenobarbital, promovem aumento de enzimas hepáticas, com consequente aumento no catabolismo e excreção da vitamina D, fato que desencadeia má absorção do cálcio, hipocalcemia, hiperparatireoidismo secundário, osteoporose e osteomalácia 1. Os glicocorticoides são fármacos frequentemente utilizados na rotina clínica de animais de companhia, sendo capazes de promover um hiperadrenocorticismo iatrogênico e rapidamente instalar um quadro de desmineralização óssea, podendo desencadear fraturas patológicas 3. As síndromes paraneoplásicas que ocorrem em determinadas neoplasias de caráter maligno, especialmente nos casos de linfoma e adenocarcinoma das glândulas hepatoides na espécie canina, são capazes de promover hipercalcemia e desmineralização óssea secundária por meio de ação humoral (hipercalcemia humoral maligna). Nessas neoplasias ocorre produção excessiva de PTHrP (proteína relacionada ao paratormônio), que apresenta ação calcemiante e é transportada pela circulação ao tecido ósseo e rins, e pode ser causa etiológica de perda de massa óssea em cães 1.
computadores, iniciando a era da imagem digital. A técnica baseia-se na densitometria de raios X e utiliza os mesmos princípios da radiografia convencional, apresentando, no entanto, um contraste comparativamente muito superior 4. Os feixes de raios X com alta quilovoltagem (kV) penetram nos tecidos do paciente, sendo que algumas frações são absorvidas, enquanto outras passam através dos tecidos. De forma similar à da radiografia convencional, a intensidade dos raios X é mensurada após ultrapassar os tecidos, com a finalidade de formar uma imagem. Essa mensuração é realizada por detectores de raios X, que podem ser câmaras de ionização preenchidas por gás xenônio ou detectores de cintilação na forma de cristais, como o iodeto de césio, ou ainda de cerâmicas, como o oxissulfeto de gadolínio 5. Mensurando-se a intensidade do feixe primário emitido pelo tomógrafo e comparando-a com a intensidade do feixe atenuado que chega aos detectores, pode-se calcular o coeficiente de atenuação de cada raio X desde a fonte até o detector. A absorção da radiação X pelo paciente é diretamente proporcional ao coeficiente de atenuação linear e à espessura dos tecidos através dos quais ultrapassam os raios X 4. A absorção linear se deve principalmente à densidade tecidual ou, mais precisamente, à densidade eletrônica dos átomos do paciente. Dessa forma, os tecidos com alta densidade eletrônica, como o tecido ósseo, possuem um coeficiente de absorção linear maior do que os tecidos de baixa densidade eletrônica, como o tecido adiposo e os fluidos corporais 5. Na radiografia convencional, a absorção linear de cada estrutura no caminho do feixe de raios X é somada, formando uma imagem bidimensional que representa em cada ponto (pixel) a somatória de vários diferentes coeficientes de absorção linear 6. Entretanto, na TC, o tubo de raios X gira ao redor do paciente e os raios X são emitidos em diversos ângulos distintos. Simultaneamente, o paciente é movido em um eixo longitudinal (Figura 1), permitindo a formação de uma imagem tridimensional, na qual cada elemento de volume (voxel) é representado com seu real coeficiente de absorção linear e em sua exata localização espacial 4. Devido ao
Figura 1 - Imagem de gato no momento do exame tomográfico
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Diagnóstico por imagem
Densitometria óssea Atualmente existem diversas técnicas de diagnóstico por imagem que foram padronizadas em seres humanos e animais para a mensuração da DMO. As mais utilizadas são a densitometria óptica radiográfica 2, a ultrassonografia quantitativa 8, a tomografia computadorizada quantitativa (TCQ) 9-11 e a DEXA (Dual-Energy X-ray Absorptiometry) 12-14. Dentre essas técnicas, a TCQ e a DEXA são consideradas as mais precisas e menos invasivas para essa finalidade 15,16. Apesar de a DEXA ser o exame mais utilizado para o acompanhamento de pacientes humanos com osteoporose, a TCQ é considerada um exame mais sensível, já que, ao contrário da DEXA, permite a avaliação separada das regiões cortical e trabecular e a obtenção de informações sobre a morfometria óssea, das quais podem ser extraídos parâmetros 84
biomecânicos 15,16. Pesquisas citam que apenas a utilização da TCQ permite uma representação tridimensional dos dados por meio da caracterização volumétrica da densidade óssea 17. As técnicas para mensuração da densidade óssea partem de princípios semelhantes, em que a DMO será calculada por meio da divisão do valor mineral total do osso em gramas, pela área da região projetada. A DEXA apenas obterá imagens simples de duas dimensões (g/cm²). O uso da TCQ possibilita uma representação tridimensional de dados, levando a uma avaliação volumétrica da densidade (g/cm³) 17. Estudos citam que dentre as técnicas não invasivas para a mensuração da DMO existem alguns fatores técnicos e biológicos identificados como fontes potenciais de erro na medição da densidade óssea. Dentre esses fatores, um dos mais importantes consistiria nas variações do tamanho e da forma do osso, em particular as imprecisões que podem ocorrer na DMO de imagens bidimensionais (g/cm²) obtidas por DEXA em vez de uma verdadeira medição volumétrica (g/cm³) obtida por exames de TCQ. Assim, em seres humanos, é comprovado que pode existir o efeito da duplicação linear na avaliação densitométrica bidimensional, levando a consequente erro de mensuração, superestimando ou subestimando o verdadeiro valor da densidade óssea 17. Os valores de DMO obtidos por meio da avaliação tomográfica quantitativa correspondem à atenuação média dos pixels contidos na região de interesse selecionada (ROI – region of interest) selecionada (Figuras 2 e 3), dada em HU. Tais valores podem ainda ser convertidos em valores equivalentes à DMO por meio da utilização de phantoms, que consistem em peças feitas de material com características de atenuação linear similares às do tecido ósseo, geralmente hidroxiapatita. Os phantoms são escaneados junto do paciente, e por meio do valor de atenuação e da concentração da substância utilizada nele, a atenuação mensurada no tecido ósseo pode ser convertida de HU para a unidade padrão da DMO. Essa conversão permite a comparação dos valores obtidos por TCQ com aqueles obtidos por meio de outras técnicas de mensuração da DMO 16,18.
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mapa da movimentação do tubo de raios X ao redor do paciente, os aparelhos mais recentes de TC denominam-se tomógrafos helicoidais 5. Os dados de atenuação obtidos de diferentes projeções são recalculados usando-se um processo matemático chamado retroprojeção filtrada. Esse método consiste em filtrar as projeções antes de retroprojetá-las na matriz, melhorando assim a definição da imagem reconstruída 4. Esse processamento produz uma matriz numérica da atenuação média do feixe de raios X em cada voxel do tecido examinado. Esses valores médios de atenuação em cada elemento da matriz, chamados unidades Hounsfield (HU), são então demonstrados como elementos visuais em níveis de cinza em uma imagem digital bidimensional 7. Portanto, um pixel representa uma imagem bidimensional de um voxel tridimensional do paciente, sendo a terceira dimensão correspondente à espessura do corte examinado 6. A água tem o valor de atenuação 0 (zero) HU, já que apenas uma pequena quantia dos raios X emitidos é atenuada. Os coeficientes de atenuação dos outros tecidos são demonstrados como valores numéricos relativos à atenuação da água 4. Preto, branco e diferentes níveis de cinza (de 32 a 64 tonalidades) são definidos a cada HU diferente para que sejam formadas as imagens. Por meio da determinação de níveis de cinza para um determinado grupo de HU, seleciona-se a mais alta resolução de contraste a ser demonstrada no tecido de interesse 5. O nível da janela define o nível de cinza central, que deve ser selecionado sempre no nível do tecido de interesse. Já a amplitude da janela refere-se à gama de HU representada pelos níveis de cinza. Essa estratégia permite uma distinção mais precisa de pequenas variações nos níveis de cinza que compõem o tecido avaliado, facilitando a interpretação da imagem tomográfica. Quando um grande número de estruturas precisa ser diferenciado, deve-se selecionar uma janela mais ampla 4,5. A TC pode captar diferenças de densidade dos tecidos de 0,05%, diferentemente da radiografia convencional, que capta diferenças de 0,5%. Dessa forma, o exame tomográfico apresenta uma sensibilidade maior e pode detectar alterações teciduais que não seriam visibilizadas radiograficamente 4.
Figura 2 - Tomografia computadorizada de um gato. Imagem em scout (topograma ou escanograma) demonstrando alguns dos possíveis níveis de corte para obtenção dos valores de radiodensidade em coluna lombar
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A TCQ é altamente responsiva a variações ocorrentes nos osso, sendo mais sensível para a detecção de alterações em osso trabecular em comparação com a DEXA. A perda da mineralização óssea em osso trabecular precede as perdas em osso cortical, já que o primeiro apresenta maior sensibilidade a estímulos metabólicos, possuindo uma taxa de desmineralização significativamente maior 17,18. Vale ressaltar que alguns pesquisadores citam a utilização efetiva e comprovada da utilização da TCQ para a avaliação de osso cortical em seres humanos 19,20. São importantes as pesquisas relacionadas à precisão, à acurácia e à utilidade clínica dessa técnica para a descrição e a padronização de variações de densidade óssea que podem ocorrer em seres humanos e em animais 18. Sabe-se que os dados densitométricos são frequentemente utilizados na medicina clínica para a avaliação de risco de fraturas, e a TCQ funciona como um eficiente método para avaliar a densidade volumétrica óssea, bem como sua geometria 17. A TCQ é uma técnica não invasiva, precisa e de fácil execução, além de permitir a avaliação concomitante de outros órgãos, como o fígado e os rins, servindo de complemento à avaliação tomográfica subjetiva e permitindo a obtenção de valores numéricos referentes à radiodensidade, ao volume, à área e ao tamanho dos órgãos. Em seres humanos, a TCQ tem ampla utilização clínica para o direcionamento diagnóstico de certas enfermidades e para o monitoramento de pacientes portadores de doenças crônicas 21-23. A TCQ tem sido utilizada para o acompanhamento de pacientes submetidos a corticoterapia crônica como uma forma de monitorar os efeitos adversos dos glicocorticoides sobre o metabolismo mineral ósseo 20. Na medicina veterinária, tem sido empregada em pesquisas 3,24,25. Vários estudos realizados em seres humanos e em animais verificaram que a DMO obtida por meio de exames tomográficos é uma representação precisa da verdadeira DMO 10,21,26-28. As imagens geradas pela TC consistem em cortes seccionais que possibilitam a localização precisa de ROI para a identificação de alterações na densidade do tecido ósseo 10,16.
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Figura 3 - Imagens do corpo vertebral da segunda vértebra lombar de cão (imagem à esquerda) e de gato (imagem à direita) obtidas por exame de tomografia computadorizada, demonstrando a seleção das regiões de interesse (ROI) para a estimativa de densidade mineral óssea. Filtro para tecidos ósseos, 120kV e auto mA
Alguns pesquisadores encontraram alterações tomográficas na DMO da segunda vértebra lombar de oito cães tratados com prednisona pelo período de um mês, com perda de massa óssea de aproximadamente 14% 3. Na literatura atual foram encontrados estudos utilizando a TCQ e a DEXA para a avaliação da DMO em gatos 9,14, porém não há descrição de sua utilização para o estudo do metabolismo ósseo em gatos tratados com corticosteroides. Assim, é necessário aprofundar as pesquisas para efetivar e padronizar a técnica densitométrica na medicina veterinária. As regiões de tecido ósseo em geral mais indicadas clinicamente para a determinação da densidade óssea, tanto em seres humanos como em animais, são as que têm grande quantidade de osso trabecular, tais como as vértebras lombares, a porção distal do rádio e o colo femoral. Geralmente os processos de desmineralização óssea atingem de forma mais precoce e intensa o osso trabecular, favorecendo a ocorrência de fraturas patológicas. O osso trabecular difere histológica e macroscopicamente do osso cortical e, pela sua maior superfície de contato, torna-se mais sensível aos estímulos metabólicos por ação hormonal ou farmacológica 5,24. Apesar das muitas vantagens sobre outros métodos de análise densitométrica, devemos considerar que a TCQ apresenta como ponto desfavorável uma exposição maior dos pacientes à radiação ionizante quando comparada com a DEXA e, consequentemente, uma suscetibilidade maior aos efeitos biológicos da radiação X. As alterações do metabolismo mineral ósseo são problemas de grande magnitude na medicina humana, tornando necessária a realização de exames seriados, principalmente em mulheres após a menopausa. Visando diminuir a exposição dos pacientes à radiação X, a DEXA é uma técnica densitométrica mais difundida em seres humanos, embora menos precisa quando comparada com a TCQ 12,13. Outro ponto a considerar é a necessidade de procedimentos de anestesia geral para a realização de grande parte dos exames tomográficos em cães e gatos, conforme citado na literatura 1,2. Entretanto, em nossa experiência, em muitas ocasiões a anestesia geral não é necessária para a análise densitométrica. Com a utilização de aparelhos de tomografia computadorizada helicoidal, a aquisição de imagens torna-se rápida, minimizando a ocorrência de artefatos. Associado ao fato de não ser necessária a administração de contraste iodado endovenoso no paciente para a avaliação quantitativa da densidade mineral óssea, observamos em nossa rotina que a maioria dos pacientes permite a realização do exame somente com o uso de protocolos de sedação.24 Considerações finais A tomografia computadorizada quantitativa é um método altamente sensível, prático e acurado para a mensuração da densidade mineral do osso trabecular e cortical, possibilitando melhor e mais rápida interpretação e intervenção terapêutica do médico veterinário nas enfermidades que cursam com alterações na densidade óssea. Ressalta-se adicionalmente a importância da avaliação e do monitoramento de pacientes propensos a fraturas patológicas
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Diagnóstico por imagem relacionadas à desmineralização óssea. Com a ampliação contínua de centros de diagnóstico por imagem e instituições de ensino que oferecem serviços de tomografia computadorizada no Brasil, cria-se a perspectiva de um maior uso dessa técnica de exame na rotina clínica e em estudos experimentais, possibilitando melhores condições de manejo dos pacientes com alterações no metabolismo mineral ósseo. Referências
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Diagnóstico por imagem Tomografia computadorizada em pequenos animais – aplicações na avaliação abdominal Computed tomography in small animals – applications in abdominal evaluation Tomografía computarizada en pequeños animales – su uso en la evaluación abdominal Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 88-98, 2012 Mauro Caldas Martins
médico veterinário Centro de Referência Veterinária em Imagem maurocaldas@crvimagem.com.br
Cintia Ribeiro de Oliveira
MV, mestranda Depto. Medicina Veterinária Clínica Universidade de Illinois oliveir1@illinois.edu
Carla Moreira Salavessa
MV, MsC, doutoranda UENF Centro de Referência Veterinária em Imagem carlasalavessa@crvimagem.com.br
Resumo: A tomografia computadoriza (TC) em pequenos animais, realizada apenas em centros de pesquisa na década de 1980, já se tornou rotina nos principais centros de diagnóstico do país. Atualmente, a TC é tida como uma das mais valiosas ferramentas de diagnóstico por imagem, considerada padrão ouro em inúmeras avaliações, como na oncologia veterinária, onde a TC é especialmente indicada para o estadiamento de tumores, planejamento cirúrgico e monitorização da resposta terapêutica. Devido a isso, a TC abdominal vem sendo cada vez mais requisitada e aprimorada por meio de inúmeros estudos, com destaque para aqueles direcionados ao fígado, baço, pâncreas, glândulas adrenais e trato urinário. Este trabalho visa divulgar os princípios básicos da TC, assim como elucidar as principais indicações clínicas para o uso da TC abdominal em pequenos animais. Unitermos: cães, gatos, abdômen, diagnóstico, TC Abstract: Computed tomography (CT) in small animals, which was performed only in research centers in the 1980’s, has now become routine in the main diagnostic centers in the country. CT is currently regarded as one of the most valuable tools for diagnostic imaging and is considered the gold standard in numerous evaluations, such as those in veterinary oncology. It is particularly suited for tumor staging, surgical planning and monitoring the therapeutic response. Because of this, the technique has been increasingly requested by practitioners and perfected by numerous studies, especially those directed to the liver, spleen, pancreas, adrenal glands and urinary tract. This paper aims to disseminate the basic principles of CT, as well as to elucidate the main clinical indications for the use of abdominal CT in small animals. Keywords: dogs, cats, abdomen, diagnosis, CT Resumen: La tomografía computadorizada (TC) en pequeñas especies, que en la década de 1980 era realizada solamente en centros de investigación, ya se ha transformado en un examen de rutina en los principales centros diagnósticos del país. Actualmente la TC es considerada una de las herramientas mas valiosas del diagnóstico por imágenes, entendida como “patrón oro” en muchas evaluaciones, principalmente en oncología veterinaria, donde la TC está especialmente indicada para la estadificación tumoral, confección de un plan quirúrgico y monitoreo de la respuesta terapéutica. Debido a estos factores, la TC abdominal está siendo cada vez mas solicitada y al mismo tiempo estudiada en muchos trabajos de investigación, destacándose aquellos en los que se investiga el hígado, bazo, páncreas, glándulas adrenales y sistema urinario. Este trabajo tiene como objetivo mostrar los principios básicos de la TC, así como la caracterización de sus posibles indicaciones en el estudio del abdomen de perros y gatos. Palabras clave: perros, gatos, abdomen, diagnóstico, TC
INTRODUÇÃO Examinar os diversos órgãos internos dos pacientes de forma não invasiva sempre foi um grande desafio da medicina. Isso começou a tornar-se realidade com a utilização dos 88
raios X e evoluiu com a ultrassonografia. Entretanto, a avaliação de estruturas mais complexas, como o sistema nervoso ou a obtenção de imagens detalhadas de estruturas torácicas e abdominais, só foi possível a partir da tomografia
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computadorizada (TC) e, posteriormente, da ressonância magnética. A radiologia convencional tem seu valor limitado para o estudo abdominal pela dificuldade de definição anatômica, dependente da presença de gás intraluminal e tecido adiposo peritoneal e retroperitoneal, com a sobreposição de vários tecidos e impossibilidade de avaliação do parênquima dos órgãos 1. A ultrassonografia abdominal é um método de avaliação muito difundido na medicina humana e veterinária, mas tem limitações técnicas por requerer janela acústica adequada, preparo gastrintestinal eficiente e transdutor adequado ao porte do paciente 2. A TC permite um perfeito estudo anatômico, sem limitações de sobreposições tissulares, com ótima distinção entre tecidos de densidades próximas, ainda permitindo estudo dos padrões de perfusão dos órgãos 3. Desde que foi introduzida, a TC tem desempenhado um papel importante na medicina veterinária. Com o desenvolvimento da TC helicoidal, o tempo de aquisição de imagens foi drasticamente reduzido, o que é de especial importância em pacientes veterinários, que precisam ser anestesiados para o exame. Além disso, comparada à tomografia convencional, a tomografia helicoidal apresenta maior resolução longitudinal devido à redução da espessura do corte e melhor reconstrução multiplanar e em três dimensões 4. Com o aumento do número de detectores, imagens isotrópicas podem ser adquiridas resultando em imagens reformatadas em diferentes planos com a mesma qualidade das imagens adquiridas no plano original 5. Estes desenvolvimentos permitiram novas técnicas, como a tomografia computadorizada de alta resolução, angiografia por TC espiral, TC de corpo inteiro, endoscopia virtual e estudos de perfusão. O presente estudo fornece uma revisão de literatura sobre as principais aplicações clínicas da TC abdominal em pequenos animais. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Com o passar dos anos, o diagnóstico radiológico passou por significativo avanço tecnológico com a produção de aparelhos de maior potência e qualidade. No início dos anos 1970, Godfrey Hounsfield e seu grupo de pesquisa combinaram cálculos matemáticos computadorizados à imaginologia médica, criando a tomografia computadorizada: iniciava-se a era da imagem digital 6-8. Na TC são medidas as intensidades de raios X de incidência e saída do objeto estudado. Esses dados formam uma linha de projeção bidimensional de coeficientes de atenuação cuja direção é definida pelos raios incidentes. O conjunto das projeções é reconstruído pelo computador acoplado ao sistema 6. A cada pixel na imagem reconstruída é designada uma unidade Hounsfield (HU). As unidades Hounsfield são relacionadas ao coeficiente de atenuação linear dos tecidos que fazem parte do corte 9. Cada pixel pode ser vizibilizado em branco, preto ou em uma escala de tons de cinza. Tecidos de alta densidade, como o tecido ósseo, possuem maior coeficiente de atenuação linear, apresentando uma imagem branca, enquanto tecidos de
baixa densidade e menor coeficiente de atenuação, como órgãos, líquidos ou gordura, apresentam diferentes escalas de cinza 6,8. No início da comercialização do equipamento, o tempo de aquisição de cada corte tomográfico era de seis minutos e o da reconstrução da imagem de dois minutos. Porém, a tecnologia não parou de evoluir, criando os aparelhos chamados de segunda, terceira, quarta geração, os modelos helicoidais de um canal e, posteriormente, multicanais, cada vez mais rápidos, com imagens mais refinadas, tempo de realização do exame mais curto e custo de produção menor. Com esse avanço, é possível visibilizar todo o volume de tórax, abdômen e pelve de um paciente em poucos segundos 7. O volume de dados pode ainda ser utilizado para obter imagens tridimensionais (3D) no pósprocessamento, incluindo a reconstrução multiplanar (MPR), projeção de intensidade máxima (MIP) e renderização de volume 8. AS APLICAÇÕES CLÍNICAS DA TC EM PEQUENOS ANIMAIS Os primeiros estudos de TC em animais eram basicamente experimentais 10-14, e as primeiras experiências clínicas no campo da veterinária foram realizadas em 1981, com pacientes caninos com neoplasias ou doenças do sistema nervoso central 15,16. No Brasil, o primeiro estudo veterinário publicado sobre TC data do final da década de 1990 17 . Atualmente, a TC pode ser considerada uma das ferramentas mais valiosas de diagnóstico em doenças neurológicas, ortopédicas e oncológicas em pacientes caninos e felinos 8. Em medicina humana, uma grande variedade de condições emergenciais traumáticas e não traumáticas são diagnosticadas rapidamente e com grande acurácia utilizando TC helicoidal. A TC provou ser uma excelente técnica para o diagnóstico de diversas lesões traumáticas abdominais, como hemoperitôneo, lesões esplênicas, hepáticas, renais, pancreáticas, diafragmáticas entre outras. Ainda, áreas onde há sangramento arterial ativo podem ser identificadas por meio do extravasamento de contraste intravenoso 18. Com a crescente disponibilidade de radioterapia em medicina veterinária, a tomografia computadorizada tornou-se também o principal instrumento utilizado para estadiamento de tumores, planejamento cirúrgico, avaliação da resposta ao tratamento e orientação da terapia de radiação 8. A TC PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇAS DO ABDÔMEN A anatomia seccional de cães e gatos foi detalhadamente descrita e comparada com peças anatômicas 19,20 e in vivo 21. Em seres humanos, a TC representa uma modalidade de rotina de diagnóstico de imagem para avaliar toda uma variedade de doenças abdominais. Na medicina veterinária, alguns estudos promissores têm sido realizados nos últimos anos na avaliação do fígado, baço, pâncreas, glândulas adrenais e do trato urinário de pequenos animais 8.
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A tomografia computadorizada do fígado Estudos em seres humanos mostram que a tomografia tem maior acurácia na avaliação neoplásica que a ultrassonografia (US) convencional e também pode ser de grande utilidade na avaliação das alterações extra-hepáticas da doença. Em um estudo, muitos pacientes indicados para a cirurgia pelos US foram considerados inabilitados por mostrar lesões secundárias e maior detalhamento de invasão vascular pela TC 22. O conhecimento dos valores da radiodensidade do parênquima hepático normal é fundamental para verificar precocemente possíveis alterações da atenuação do fígado, como as que ocorrem nas hepatopatias infiltrativas, dentre elas a esteatose hepática. A média da atenuação hepática em cães é de aproximadamente 59,58 ± 3,34 HU 23. Comparada com pacientes humanos, a neoplasia hepática primaria em cães é rara, constituindo aproximadamente 0,6% a 1,3% de todas as neoplasias caninas 24. Entretanto, metástase hepática de outros tumores abdominais é comum em função do duplo suprimento de sangue aferente proveniente da artéria hepática e da veia porta 25. Como a hiperplasia nodular hepática também é comum em cães e sua incidência aumenta com a idade, a diferenciação entre essas lesões benignas e lesões malignas é indispensável 25. Sabe-se que a US convencional possui limitações para avaliação de nódulos hepáticos em cães e gatos, porque lesões benignas possuem aspecto similar a neoplasias primárias (Figura 1) ou metastáticas. A utilização de US de contraste 26 ou TC permite a diferenciação dessas lesões por meio da avaliação do padrão de perfusão. Ao contrário da medicina humana, em que vários estudos comprovam a TC como eficaz em diferenciar nódulos hepáticos, faltam estudos semelhantes na medicina veterinária 27. A TC também tem sido utilizada para avaliação de massas hepáticas. A caracterização precisa do número e localização dessas lesões no fígado é possível, e certas características como presença de microcalcificações e incremento de atenuação com contraste foram descritas. Estas características são fundamentais na decisão da viabilidade do tratamento cirúrgico 8. A disponibilidade de angiotomografia helicoidal permitiu a identificação da vascularização portal e hepática normais em cães 28,29 . Para o diagnóstico de shunts hepáticos porto-sistêmicos, intra ou extra-hepáticos, únicos ou múltiplos, os estudos monofásicos e de dupla-fase de angiotomografia helicoidal são utilizados com sucesso e comparados favoravelmente com os outros métodos 28,30,31. Em um estudo com 16 cães, o diagnóstico do shunt foi mais vezes determinado com a TC do que com cirurgia ou ultrassonografia 31. A angiografia por TC helicoidal é um método não invasivo, fácil de realizar e mais fácil de interpretar (Figura 2) quando comparado com a ultrassonografia Doppler. Na angiografia convencional, a variação do operador é mínima e há rapidez na aquisição de dados volumétricos 30. A TC é o método de imagem de escolha para avaliação do linfoma hepático em seres humanos, apresentando nódulos hipodensos em relação ao fígado normal, sendo bem caracterizados mesmo sem o contraste venoso 32.
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C Figura 1 - A e B) Imagem tomográfica abdominal em fase contrastada venosa em plano transversal em sequência caudocranial, mostrando grande massa (carcinoma hepatocelular) de origem em lobo lateral esquerdo. C) Imagem tomográfica abdominal em fase contrastada venosa em plano transversal, mostrando implante secundário em lobo medial esquerdo
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Figura 2 - A) Tomografia abdominal em janela de tecidos moles, pós-contraste venoso em plano transversal, evidenciando shunt intra-hepático em uma cadela rottweiler de um ano: imagem em fase portal mostrando um ramo da veia porta (VP) com aparência tortuosa (VA), comunicando-se com a veia cava caudal (VCCd). B) Imagem tomográfica abdominal póscontraste em plano dorsal. Fase portal mostrando shunt extra-hepático em cadela yorkshire de onze meses. Um ramo anômalo da veia porta com aparência tortuosa (VA) pode ser visto conectando-se com a veia cava caudal (VCCd)
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Diagnóstico por imagem
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A tomografia computadorizada do baço A TC também demonstra ser uma modalidade de imagem diagnóstica útil para alterações esplênicas em pequenos animais (Figura 4). Foram sugeridas características significativamente diferentes na TC entre massas esplênicas malignas (hemangiossarcoma, fibrossarcoma, histiocitoma maligno) e benignas (hiperplasia nodular, nódulo fibro-histiocítico). Massas esplênicas malignas apresentaram valores significativamente mais baixos de atenuação que as não malignas, em ambas as imagens pré e pós-contraste; um valor de 55HU foi
sugerido como o melhor valor limiar. Em imagens pós-contraste, a hiperplasia nodular teve o maior HU, enquanto hematomas tinham valores intermediários (62,5) e massas esplênicas malignas tiveram os menores valores de HU (40,1) 35. Em um estudo, a TC possibilitou diagnóstico de torção esplênica em um cão no qual a radiografia abdominal e a ultrassonografia foram inconclusivas 36. Em seres humanos a tomografia é frequentemente indicada na avaliação de lesões esplênicas traumáticas, diferenciação de cistos e abscessos, avaliação de infarto esplênico e pesquisa de trombose em veia esplênica nos quadros de hipertensão portal 33. CRV Imagem
A literatura em humanos ainda indica a tomografia para a avaliação de vias biliares (Figura 3), lesões hepáticas difusas como cirrose, esteatose e hemocromatose, como na avaliação da hipertensão portal 33. É considerado um método superior ao ultrassom quando em estudo multifásico no diagnóstico de hiperplasia nodular regenerativa 34 e indicado para rastreamento de metástases hepáticas juntamente com o US 34.
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B B Figura 3 - A) Imagem tomográfica abdominal pré-contraste em plano transversal mostrando colelitíase e B) Coledocolitíase causando quadro de colestase de origem não identificada pelo ultrassom em um yorkshire de cinco anos
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Figura 4 - A) Tomografia abdominal de um cão em plano transversal, pós-contraste, em fase venosa, evidenciando formação expansiva inespecífica, com captação heterogênea e áreas císticas complexas B) Outro corte mais cranial do mesmo paciente, evidenciando origem esplênica da formação. Nota-se grande formação cística de origem ovariana direita
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Diagnóstico por imagem A tomografia computadorizada do pâncreas O pâncreas pode ser identificado em imagens de TC em cães e gatos e a aparência normal tem sido descrita, embora as informações da densidade e arquitetura pelo método, em comparação a outros órgãos, sejam limitadas no cão. A angiotomografia helicoidal dupla-fase forneceu detalhes excelentes da anatomia do pâncreas e do tecido peripancreático canino, assim como da vascularização. O ducto biliar comum também foi identificado. No pós-contraste, o pâncreas dos cães aparece de hipo a isoatenuante em comparação ao fígado 37. Outro estudo relata a utilidade da TC contrastada em dois cães para o diagnóstico e acompanhamento de pancreatite aguda necrotizante 38. CRV Imagem
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No gato, o pâncreas normal pré-contraste é hipoatenuante em relação ao baço e ao fígado; no pós-contraste, aumenta de forma homogênea 39. Alguns autores relataram recentemente resultados da TC em um gato com pancreatite. Foram observadas margens irregulares, aumento de tamanho e aspecto heterogêneo em imagens pré-contraste. Com contraste, o realce foi heterogêneo, com retardo de captação. A avaliação do suprimento arterial, perfusão do parênquima e drenagem venosa foi possível. Os resultados parecem promissores para avaliação de anormalidades pancreáticas neoplásicas (Figura 5), vasculares, inflamação, necrose, abscessos, cistos e pseudocistos (Figura 6) em cães. Em gatos, nos quais o diagnóstico de doenças pancreáticas é mais difícil, as
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Figura 5 - A e B) Tomografia abdominal contrastada em plano transversal: fase venosa, em sequência craniocaudal, mostrando formação expansiva com características de neoplasia no lobo direito do pâncreas
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Figura 6 - Tomografia abdominal contrastada em plano transverso. A) Fase venosa mostrando dilatação de vias biliares. B) Aumento de volume pancreático com derrame e densificação de tecido adiposo peripancreático e com pseudocisto pancreático
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perspectivas também são boas 40. Em humanos, a tomografia é o exame de eleição para suspeitas de pancreatite severa, sendo de utilidade limitada antes de 48-72 horas. É considerado o melhor exame para o estadiamento e avaliação de ressecabilidade em adenocarcinoma ductal e apresenta acurácia similar à ressonância magnética para a avaliação de cistadenomas, linfomas e tumores endócrinos, funcionantes ou não 34. A tomografia computadorizada da glândula adrenal A aplicação da TC para o exame das glândulas adrenais caninas foi descrita na década de 1980. Em um estudo recente, valores de HU pré e pós-contraste foram determinados
para cães sadios e cães afetados por hiperadrenocorticismo com um equipamento de tomografia helicoidal multicanais. Cães afetados pela síndrome de Cushing podem ser reconhecidos por valores diferentes de HU, no entanto, valores exatos não foram publicados 41. Além disso, em quatro cães com feocromocitoma, a TC foi superior à radiografia e à ultrassonografia para definir o tamanho, a forma e a marginação do tumor 42. O exame de tomografia contrastada foi considerado uma avaliação pré-operatória de alta especificidade e sensibilidade para presença de invasão intraluminal de massas adrenais em cães (Figura 7), além de indicado para avaliação de invasão da musculatura paravertebral 43. CRV Imagem
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Figura 7 - A) Tomografia abdominal contrastada em fase venosa, mostrando neoplasia de adrenal direita com invasão de veia cava caudal. B) Reconstrução multiplanar em plano sagital, evidenciando a extensão da invasão da veia cava caudal
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Diagnóstico por imagem tanto, parece ser uma alternativa valiosa à cintilografia, especialmente se esta não está disponível ou é contraindicada 8. A conformação anatômica dos ureteres e junção ureterovesical é estudada pela tomografia contrastada excretora 47, mostrando resolução superior à urografia excretora. TC é uma técnica sensível e de alta especificidade para o diagnóstico de ureter ectópico em humanos e é a modalidade de diagnóstico de escolha, porque todo o trato urinário pode ser avaliado detalhadamente e de forma minimamente invasiva. Resultados de estudos mostram que a TC é igualmente eficiente no estudo de ureter ectópico em cães 48. Estudos em humanos consideram que a tomografia CRV Imagem
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A tomografia computadorizada do aparelho urinário Alguns estudos relatam o uso da TC para as doenças do aparelho urinário em cães. Estes incluem a detecção precoce de cistoadenocarcinoma renal 44 e diferenciação de regiões tumorais de tecido saudável (Figura 8) em múltiplos tumores renais 45. Recentemente, um estudo demonstrou que a TC com o iohexol administrado por via intravenosa (IV) se revelou muito útil para a determinação da taxa de filtração glomerular total, e em comparação com a cintilografia com ácido dietilenotriaminopentacético – tecnécio-99m (99mTc-DTPA), considerada exame padrão. A taxa média de filtração glomerular não foi significativamente diferente 46. A TC com iohexol, por-
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Figura 8 - A)Tomografia abdominal contrastada em fase venosa, mostrando grande massa de origem em polo cranial de rim esquerdo com metástases para adrenal esquerda (B) e veia renal esquerda
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Figura 9 - A) Tomografia abdominal contrastada em fase venosa de um cão com hidroureter à esquerda. B) Urólito obstruindo a uretra próximo ao trígono vesical
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revolucionou o estudo de urolitíases (Figura 9), com aumento de sensibilidade, diminuindo o tempo de exame e, na maior parte dos casos, não sendo necessário o uso de contrastes iodados, além de permitir a avaliação de alterações extraurinárias 49 (Figura 10). CONSIDERAÇÕES FINAIS Na medicina humana, a tomografia computadorizada é uma das principais ferramentas diagnósticas das alterações abdominais, complementando os estudos radiográficos e ultrassonográficos. À medida que a TC torna-se mais disponível na medicina veterinária, é de fundamental importância que os clínicos saibam quando requisitar e o que pode ser obtido com o exame tomográfico abdominal e, em razão
disso, passa também a ser cada vez mais imprescindível para a determinação de alguns protocolos terapêuticos e cirúrgico. Dessa forma, a TC vem se consolidando como método diagnóstico de escolha para muitas enfermidades veterinárias e como método adjunto de outras modalidades de imagem. A TC da cavidade abdominal se destaca principalmente quando é necessário o estadiamento de tumores para planejamento cirúrgico e quimioterápico, permitindo ao clínico e ao cirurgião maior confiança na escolha do tratamento. Em função da quantidade de aplicações consolidadas na medicina humana, ainda há um vasto campo de estudos sobre a aplicabilidade da tomografia em pequenos animais, assim como a padronização de variações fisiológicas e anatômicas, o que permitirá maior precocidade e segurança diagnóstica. CRV Imagem
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Figura 10 - Tomografia abdominal contrastada em fase venosa de um cão em apresentação caudocranial. A) Neoplasia de vesícula urinária sugestiva de carcinoma de células de transição, com invasão em parede abdominal, musculatura sublombar. B) Linfonodo ilíaco direito e vascularização local
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Cirurgia Uretrostomia pré-púbica após ruptura uretral em felino com doença do trato urinário inferior Pre-pubic urethrostomy after urethral rupture in feline with urinary tract disease Uretrostomia pre púbica por ruptura uretral en un felino con enfermedad del tracto urinario inferior Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, p. 100-104, 2012 Leonardo Martins Leal MV, mestrando FCAV/Unesp-Jaboticabal
leonardo.vet@hotmail.com
Leandro Zuccolotto Crivelenti MV, doutorando FCAV/Unesp-Jaboticabal
crivelenti_lz@yahoo.com.br
Vera Márcia Mucsi Cipólli médica veterinária autônoma vmarcia@hotmail.com
Tiago Barbalho Lima
MV, mestrando FCAV/Unesp-Jaboticabal
barbalho.tiago@gmail.com
Gláucia de Oliveira Morato MV, mestranda FCAV/Unesp-Jaboticabal glaumorato@gmail.com
Paola Castro Moraes
MV, profa. titular Universidade Paulista Campinas pcastromoraes@yahoo.com.br
Resumo: As doenças do trato urinário inferior nos felinos são afecções muito comuns na clínica de pequenos animais, ocasionando em grande parte dos casos a obstrução uretral. A manobra para desobstrução tem como fator complicante, desde pequenas lesões até casos graves de ruptura uretral. Objetiva-se com este trabalho relatar o caso de um felino, sem raça definida, de quatro anos, com ruptura uretral e que foi submetido a uretrostomia pré-púbica. As possíveis complicações da técnica foram minimizadas pela dermoplastia realizada junto à uretrostomia e pela sondagem uretral pós-operatória, que evitaram, respectivamente, dermatite dos coxins adiposos abdominais e estenose uretral. Conclui-se neste caso que a uretrostomia pré-púbica associada à dermoplastia e ao cateterismo uretral foram boas alternativas, uma vez que a uretrostomia perineal não pôde ser realizada. Unitermos: gato, sistema urinário, uretra Abstract: Feline lower urinary tract diseases are very common disorders in small animal clinics, and lead to urethral obstruction in most cases. The desobstructing maneuver can by itself cause complications ranging from small lesions to urethral rupture. This article reports the case of a four-year-old mixed breed cat with urethral disruption that underwent pre-pubic urethrostomy. Possible complications of this technique were minimized by concomitant dermoplasty and post-operative urethral catheterization, which avoided post-operative dermatitis of the abdominal adipose pads and urethral stenosis, respectively. We conclude that pre-pubic urethrostomy associated with dermoplasty and urethral catheterization was a good alternative in this case, since perineal urethrostomy could not be performed. Keywords: cat, urinary tract, urethra Resumen: Las enfermedades del tracto urinario inferior de los gatos son afecciones comunes en la clínica de pequeños animales, que llevan a una obstrucción uretral en la mayoría de los casos. Las maniobras de desobstrucción tienen factores complicantes, que pueden ir desde pequeñas lesiones hasta la ruptura de la uretra. En el presente trabajo se relata el caso de un felino mestizo, de cuatro años de edad, con ruptura uretral, que fue sometido a una uretrostomia pre púbica. Las posibles complicaciones en función de la técnica, fueron minimizadas a través de la realización de una cirugía plástica, paralela al procedimiento de uretrostomia, como así también mediante el sondaje post operatorio. Estas dos técnicas evitaron la dermatitis abdominal y la estenosis uretral, respectivamente. Se pudo concluir en el presente caso, que la uretrostomia pre púbica asociada a la cirugía plástica y al sondaje uretral, fueron buenas alternativas terapéuticas, ya que la uretrostomia perineal no pudo ser realizada. Palabras clave: gato, sistema urinario, uretra
Introdução Apesar de as afecções da uretra do macho serem, em geral, incomuns 1, a casuística de felinos obstruídos com doença do trato urinário inferior é relativamente alta na medicina veterinária. Essas obstruções costumam decorrer 100
principalmente de tampão uretral 2 e urólitos 3. Os sinais clínicos geralmente apresentam similitude na maioria dos casos, evidenciados por periúria 4, hematúria, disúria, estrangúria 2, chegando muitas vezes à obstrução completa do fluxo urinário, que poderá acarretar distensão
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vesical, uremia pós-renal e hipercalemia, tornando-se uma emergência médica 5,6. A abordagem diagnóstica deve ser efetiva antes do ato cirúrgico, sendo assim, é importante que se esgotem os recursos pouco invasivos anteriormente a este, tomando-se medidas que vão desde inspeção do pênis, prepúcio e escroto a exames de imagem como ultrassonografia, radiografia simples e contrastada 7,8. Dentre as manobras e procedimentos terapêuticos iniciais em pacientes obstruídos, deve-se incluir massagem peniana, cateterização uretral e retroidropropulsão, pois tais medidas podem ser efetivas em deslocar o tampão uretral e urólitos 1. Porém, este procedimento pode levar, em alguns casos, à ruptura uretral iatrogênica 9. Nos felinos, as repetidas obstruções ou lesões uretrais constituem a indicação primária para a uretrostomia. Rotineiramente realiza-se a uretrostomia perineal, no entanto, a pré-púbica e a subpúbica podem ser indicadas em casos de lesões permanentes da uretra distal, onde outras técnicas não são possíveis 10,11. A uretrostomia pré-púbica é um procedimento de salvamento realizado quando os danos na uretra membranosa ou peniana são irreparáveis, ou é necessária a remoção de tecidos neoplásicos. A técnica consiste na criação de uma aber-
tura na superfície ventral do abdômen, cranialmente ao púbis, onde se faz a sutura da uretra à pele. Assim como a pré-púbica, a uretrostomia subpúbica é indicada em casos emergenciais, apresenta menor risco de complicações pósoperatórias, entretanto, pode necessitar de materiais ortopédicos especializados para sua realização 10-12. Embora, muitas vezes, seja um procedimento importante para a manutenção da vida do paciente, as consequências da cirurgia podem levar à incontinência urinária permanente, assadura dos coxins adiposos abdominais, predisposição à infecção bacteriana do trato urinário inferior e estenose do orifício criado para a passagem da uretra pela parede abdominal 11. Relato de Caso Um paciente felino, sem raça definida, quatro anos de idade, com peso de 4,5kg, foi encaminhado ao Serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel, em Jaboticabal, SP, com histórico de obstrução uretral e tentativa de desobstrução sem sucesso. Ao exame físico, a mucosa estava hipocorada, a temperatura era de 38ºC, a frequência cardíaca e respiratória, respectivamente, eram de 160bpm e 80mpm. Notou-se ainda
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Cirurgia Serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
Serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
A Serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
Figura 1 - Imagem fotográfica pré-operatória, felino, quatro anos, SRD. Visualiza-se bexiga distendida (*) e sufusão (seta)
Hemácias Hematócrito Hemoglobina Plaquetas Ureia Creatinina
Hemograma 7,45 33,5 10,3 453.000 Bioquímica sérica 276,99 8,37
X 1000000/µL % g/dL /µL mg/dL mg/dL
Figura 2 - Hemograma e bioquímica sérica pré-operatória de felino com ruptura uretral
distensão da vesícula urinária à palpação, áreas de sufusão subcutânea e edema nas regiões púbica e pélvica (Figura 1). Laboratorialmente foram avaliados hemograma e exames bioquímicos, os quais evidenciaram alterações compatíveis com quadro de azotemia (Figura 2). Ao exame radiográfico simples, na projeção laterolateral e ventrodorsal, comprovou-se distensão da bexiga, e no exame contrastado notouse extravasamento uretral na região pélvica (Figura 3). Diante dos achados clínicos, laboratoriais e de imagem, diagnosticou-se obstrução e laceração uretral, sendo, nesse caso, a uretrostomia pré-púbica a opção cirúrgica mais viável diante da extensão da lesão uretral. O paciente foi devidamente hidratado e mantido em solução fisiológica a 0,9% a. Após indução anestésica com propofol b , dose-efeito, intravenoso, o paciente foi entubado com sonda orotraqueal e a manutenção anestésica foi feita com isofluorano c. Posicionou-se o paciente em decúbito dorsal, realizou-se a tricotomia, antissepsia prévia e definitiva com solução degermante de clorexidina a 2% d e álcool etílico a 70% e em toda região abdominal. 102
B Figura 3 - Imagem radiográfica contrastada da região pélvica, felino, quatro anos, SRD. Em A, projeção laterolateral, nota-se bexiga distendida (*) e extravasamento de contraste na uretra distal (seta). Em B, projeção ventrodorsal, nota-se extravasamento uretral na região pélvica (seta) a) Fisiológico Linhamax. Segmenta Farmacêutica Ltda. Ribeirão Preto, SP b) Diprivan. Zeneca Farmacêutica do Brasil Ltda. São Paulo, SP c) Isoforine. Cristália Produtos químicos e farmacêuticos Ltda. Itapira, SP d) Riohex. Rioquímica Indústria farmacêutica Ltda. São José do Rio Preto, SP e) Álcool Bm Ciclo. Cciclo Farma Indústria química Ltda. Serrana, SP f) Nylon. Brasuture. São Sebastião da Grama, SP g) Caprofyl. Ethicon-Johnson. São José dos Campos, SP h) Medicamento genérico i) Maxicam. Ouro Fino Agronegócio. Cravinhos, SP
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Cor Odor Aspecto Densidade pH Proteínas Sangue oculto Leucócitos Nitratos
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Urinálise
avermelhada característico (sui generis) turvo 1,018 6 ++ ++++ ++ + Sedimentoscopia Hemácias incontáveis Leucócitos + Células epiteliais transicionais + Figura 4 - Urinálise e sedimentoscopia transoperatória de felino com ruptura uretral Serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
Figura 6 - Imagem fotográfica transoperatória, felino, quatro anos, SRD. Passagem da uretra pela abertura criada no músculo reto abdominal (seta) Serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
Figura 5 - Imagem fotográfica transoperatória, felino, quatro anos, SRD. Uretra seccionada e sustentada pelo fio de náilon 3-0 (seta)
Realizou-se uma incisão retroumbilical, identificou-se a bexiga e fez-se a cistocentese transoperatória para realizar urocultura e urinálise (Figura 4). A urocultura foi negativa. Identificou-se a uretra proximal a partir do trígono vesical, ancorou-se uma sutura de reparo com náilon 3-0 f e seccionou-se a porção uretral mais distal limitada pelo púbis (Figura 5). Criou-se uma abertura, com uma tesoura romba, próximo à linha de incisão no músculo reto abdominal e na pele do antímero esquerdo para a passagem da uretra (Figura 6). A rafia muscular foi feita com fio 2-0 em padrão de sutura simples interrompido, o tecido subcutâneo com fio 3-0 em padrão zigue-zague 13, ambas com poliglecaprone 25 g, e a rafia da pele da celiotomia foi feita com náilon 4-0 f em padrão simples interrompido. A uretra foi suturada à pele em padrão simples interrompido com náilon 4-0 f. Realizaram-se ainda duas incisões elípticas na pele, paralelas à linha de incisão, seguidas por sua sutura com náilon 4-0 f em padrão simples interrompido para aumentar o diâmetro da uretrostomia e diminuir o risco de dermatite urêmica pós-operatória (Figura 7). O paciente foi cateterizado com sonda uretral flexível, n. 8, fixada à pele com náilon 2-0 f em sutura de alpargata romana 10. Foram prescritos Ranitidina h (2,2mg/kg, a cada 12 horas, por dez dias), Cefalexina h (30mg/kg, a cada 12 horas, por dez dias), Meloxicam i (0,1mg/kg, a cada 24 horas, por três dias) e Tramadol h (2mg/kg, a cada 8 horas, por sete dias). A troca da sonda uretral foi efetuada a cada três dias. Com dez dias de cirurgia, a ferida estava cicatrizada e os
Figura 7 - Imagem fotográfica de uretrostomia pré-púbica, felino, quatro anos, SRD. Aspecto final da uretrostomia pré-púbica com dermoplastia e sondagem uretral Serviço de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel
Figura 8 - Imagem fotográfica de uretrostomia pré-púbica, felino, quatro anos, SRD. Uretrostomia pré-púbica (seta) após um ano do procedimento cirúrgico
pontos de pele foram retirados. O proprietário foi informado sobre as possíveis complicações e a necessidade da avaliação laboratorial, rotineira, da urina em busca de infecção. Porém, houve apenas acompanhamento clínico por parte do proprietário em decorrência da distância da cidade de procedência e dificuldades financeiras. Após um ano do procedimento cirúrgico, o paciente apresentava boa cicatrização da uretrostomia e bom estado geral, entretanto, possuía incontinência urinária (Figura 8).
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Cirurgia Resultados e discussão As doenças do trato urinário inferior nos felinos são afecções muito comuns na clínica de pequenos animais, ocasionando em grande parte a obstrução uretral. A manobra para desobstrução tem como possível complicação a ruptura uretral 14. Exames de imagem contrastados confirmam a suspeita clínica e identificam o local da lesão 10. Ainda, é importante lembrar que o contraste usado seja iodado hidrossolúvel iônico e diluído com água estéril ou soro fisiológico (solução a 10-20%), o qual não causa adversidades quando depositado no tecido subcutâneo ou cavidade peritoneal 9. A hematúria observada pode ser explicada pela inflamação vesical e rompimento dos vasos da mucosa por sobredistensão. Apesar de não observado neste caso, algumas vezes, a hematúria pode estar associada a leucocitúria significativa, mas essa deve ser sempre diferenciada da infecção bacteriana mediante a realização de urocultivo 9. Apesar da baixa densidade urinária presenciada para a espécie, que pode sugerir uma lesão renal decorrente da azotemia pós-renal, acredita-se que a diluição da urina, neste caso, tenha sido causada, em grande parte, pela fluidoterapia 9. A uretrostomia perineal é a técnica preconizada para a desobstrução uretral, pois possui o menor número de complicações 15. Entretanto, neste caso, a lesão uretral não permitiu tal técnica, por isso a uretrostomia pré-púbica foi indicada emergencialmente para permitir, de forma fácil e rápida, o retorno do fluxo urinário normal 11. Não se realizou a uretrostomia subpúbica devido à necessidade de maior tempo cirúrgico e material específico para osteotomia púbica, e ainda pela probabilidade de a lesão uretral se localizar nessa região, uma vez que na imagem radiográfica todo canal pélvico ficou marcado com o contraste, impossibilitando a identificação exata do ponto de ruptura. O quadro azotêmico era provocado pela obstrução do fluxo urinário, que após restabelecimento da patência do escoamento da urina pela uretrostomia retornou com os valores séricos de ureia e creatinina à normalidade 5,6 (Figura 9). Bioquímica sérica mg/dL Pré-operatório 10 dias Pós-operatório
Ureia 276,99 56,7
Creatinina 8,37 1,4
Figura 9 - Bioquímica sérica, pré e pós-operatória em felino com ruptura uretral
O extravasamento urinário pode provocar retardo na cicatrização uretral com formação de fibrose e estenoses 16. Assim, manteve-se a sonda ureteral por dez dias até que ocorresse a cicatrização da ferida cirúrgica, sendo esta trocada a cada três dias devido a sua vida útil. A plástica na pele, procedimento realizado rotineiramente nas uretrostomias pré-púbicas do referido Hospital Veterinário, provavelmente foi determinante para reduzir as complicações pós-operatórias associadas à uretrostomia pré-púbica, pois favoreceu a limpeza da região, a diminuição do risco de estenose e a dermatite por urina. Porém, sua real efetividade deve ser avaliada em um maior número de casos, ou ainda experimentalmente. 104
Conclusão Conclui-se, neste caso, que a uretrostomia pré-púbica foi uma boa alternativa para a ruptura uretral onde a uretrostomia perineal não pode ser efetuada. E ainda a realização da dermoplastia e a cateterização uretral foram determinantes para diminuir as complicações comuns da técnica. Referências
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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO
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Opções de planos do Floorplanner
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LIVROS
Acupuntura na prática clínica veterinária obra Acupuntura na prática clíniA ca veterinária tem início com uma parte teórica escrita de forma simples e
Diversas espécies animais são contempladas na obra, que contém 407 páginas e é ricamente ilustrada
prática, para facilitar a interpretação e a consulta, na qual se estudam e se relacionam com a prática as teorias já conhecidas da medicina chinesa. Na segunda parte são abordados os temas referentes às especialidades que atualmente vêm tomando corpo dentro da medicina veterinária tradicional chinesa, mostrando a inovação pela qual essa modalidade da medicina veterinária vem passando e a vanguarda que ela tem representado no mundo, apresentando, dentre outros, capítulos sobre dietética e diagnóstico pela língua, temas muito pouco abordados em quaisquer outras publicações na área de medicina veterinária.
No final da obra, diversos casos clínicos são apresentados, analisando desde o diagnóstico, o tratamento e a evolução. Nessa parte também são comentadas outras alternativas de tratamento, como a fitoterapia e a dietética. O autor, José Eduardo Silva Lobo Junior, médico veterinário, concluiu em 2006 o curso de especialização em acupuntura veterinária na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, em Botucatu, SP. Na sequência, foi aprovado no exame de certificação da International Veterinary Acupuncture Society, e desde então continua a se dedicar intensamente ao desenvolvimento da acupuntura veterinária brasileira. Interbook: (11) 4224-4888 interbookeditorial@uol.com.br
O céu dos cachorros paixão que os animais de estimaA ção geram nas crianças é imensurável. São companheiros, amigos, confi-
dentes. Perdê-los deixa saudade, lembranças de momentos importantes da vida. O céu dos cachorros, escrito pela médica veterinária Flávia Vallejo e ilustrado por Simone Matias, narra de maneira sensível esse fato que acontece a tantos seres humanos. Publicada pela Realejo, a obra, voltada ao público infantojuvenil, tem a intenção de transportar seus leitores para uma viagem lúdica, simples e emocionante, capaz de trazer conforto não somente àqueles que perderam um cachorro, mas aos que passaram por qualquer tipo de perda. Para os adultos, é uma volta à infância, um momento de reflexão. Vallejo descreve, sob a visão de uma criança que acabou de perder um cãozinho, o céu dos cachorros: um lugar de nuvens comestíveis em que todos os animais se unem e vivem em harmonia. “Tenho dois filhos, Caio, de nove anos,
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e a Clara, de sete. Uma cadela da nossa família morreu, e as crianças começaram a perguntar onde estava a Luna. Eu não sabia o que responder, e comecei a filosofar: sabe aquela estrela brilhante lá no céu? Imediatamente fui interrompida pela minha filha, na época com seis anos, que me perguntou: ‘Mãe, eu quero saber onde está o corpo da cachorra!’”, recorda a autora. “Naquele momento, percebi que o que ela queria saber ia muito além da minha filosofia e que eu não estava emocionalmente preparada para responder a essas perguntas. Resolvi escrever um texto contando uma história para facilitar a comunicação com meus filhos”, explica. O livro traz muita delicadeza e uma dose de humor, ajudando a criança e o adulto a elaborar o luto e a perceber que, apesar de longe, os animais de estimação continuam muito presentes em sua vida. “Na medida em que ia relatando de forma lúdica e engraçada o que achá-
O céu dos cachorros, uma produção da Realejo Edições, aborda a relação com a perda de forma lúdica e sensível
vamos que estava acontecendo com a Luna, íamos nos divertindo e relembrando coisas, o que fez nosso sofrimento diminuir. Essa história nos fez perceber como ficávamos próximos dela e como ficava mais leve e alegre falar do assunto. Resolvi juntar minha experiência pessoal com a profissional e ajudar as pessoas que passam pelo mesmo problema”, conclui.
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MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL
Conferência internacional anual e worshops compõem a agenda 2012 de eventos em ciências forenses da IVFSA Shelborne South Beach, Miami Beach, Flórida, local de realização da 5 th Annual Veterinary Forensic Science Conference
A
nualmente, nos Estados Unidos, acontece a Conferência de Ciências Forenses Veterinárias. O evento é organizado pela Associação Internacional de Ciências Forenses Veterinárias (IVFSA – International Veterinary Forensic Sciences Association), organização criada em 2009 com o objetivo de: promover a saúde, o bem-estar e a segurança dos animais por meio do fomento das técnicas forenses e do processamento de cenas de crime em circunstâncias de abuso, maus-tratos, negligência e morte de animais; aplicar as técnicas forenses às investigações envolvendo animais como vítimas de crimes e disputas cíveis; educar a comunidade de pessoas que prezam pelo bem-estar animal, os agentes de segurança pública, os médicos veterinários e as pessoas envolvidas com o processo legal nas aplicações de técnicas forenses aos casos envolvendo animais; informar sobre as várias disciplinas utilizadas para a interpretação de vestígios coletados em cenas de crimes onde a presença ou não de um determinado animal pode ser informação relevante; e, por fim, fomentar o avanço e a excelência nas ciências forenses veterinárias. Para o cumprimento de sua meta, a IVFSA conta com o apoio técnico e logístico do Maples Center for Forensic Medicine (http://maples-center.ufl.edu), órgão da Universidade da Flórida até então dedicado às questões
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de medicina legal. Em 2008 foi realizada a primeira Conferência de Ciências Forenses Veterinárias, e em 2012 se realizará a quinta edição do evento. Mais madura e com informações relevantes para todos os diferentes grupos que trabalham pela prevenção e repressão aos atos de violência contra animais, a conferência de 2012 terá uma programação variada, com um minicurso sobre marcas de mordida e palestras sobre crueldade com animais, análise de manchas de sangue, mecanismos de lesões em ossos, sofrimento animal, bem-estar mental e emocional de animais, balística, fotografia forense, medicina forense em répteis e alterações comportamentais em animais vítimas de abuso, dentre outras. O Brasil já se fez presente em mais de uma edição do evento, sempre com uma excelente receptividade por parte dos americanos aos trabalhos realizados em nosso país. Neste ano, a conferência será realizada em Miami Beach, Flórida, entre os dias 1 e 4 de maio. A taxa de inscrição para o evento é de 325, 395 e 275 dólares para membros da associação, não membros e estudantes, respectivamente. O hotel do evento conta com tarifa diferenciada para congressistas. Para maiores informações, acesse o sítio da internet: www.ivfsa. org. As inscrições estão abertas, assim como a possibilidade de enviar resumos
de artigos no campo da medicina veterinária legal. Além da conferência anual, a associação já tem agendada uma série de workshops para o ano de 2012: • 24 e 25 de março, em Gainesville, Flórida: Maddie’s® Veterinary Forensics Conference: Recognizing and Responding to Animal Hoarding; • 28 de maio a 1 de junho: Bugs, Bones and Botany; • 9 e 10 de agosto, em Fort Myers, Flórida: Animal Cruelty Investigations; • 8 e 9 de outubro: Forensic Photography; • 10 a 12 de outubro, em Gainesville, Flórida: Animal Crime Scenes: Clandestine Gravesites; • 2 a 4 de novembro, em Gainesville, Flórida: Human Remains Detector Dog Training
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Daniel Carvalho de Almeida
Médico Veterinário Pós-graduado em Investigação Policial – Universidade Católica de Brasília/APCPCDF Pós-graduado em Medicina Veterinária Legal - Inbrapec Membro da Comissão de Relações Internacionais da ABMVL Membro da Diretoria da IVFSA
EQUIPAMENTOS
Videoscópio Pet Vídeo Imagin
A
Imagin, empresa que tem sede na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo, fabrica e distribui videoscópios tanto no mercado nacional quanto internacional. Ela está há nove anos no mercado, tendo como meta desenvolver soluções no auxílio de diagnósticos por meio de captura de imagens. O Videocóspio Pet Vídeo desenvolvido pela Imagin tem como diferencial a multifuncionalidade, podendo ser utilizado para a realização de exames ginecológicos, dermatológicos, otológicos, odontológicos e oftalmológicos. A tecnologia do videoscópio é 100% nacional e a empresa está desenvolvendo outros acessórios para serem usados
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com o mesmo aparelho, como na inseminação artificial e exame de fundo de olho. Imagin: (12) 3958-2099 Videoscópio Pet Vídeo: fonte de luz bivolt; manual de instalação; saída de vídeo e porta USB; videoscópio; empunhadura; espéculo vaginal médio; espéculo para laringoscopia espéculo para rinoscopia; espéculo para otoscopia; espéculo para dermatoscopia e oftalmoscopia; espéculo para odontoscopia; maleta em alumínio.
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GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA
O programa 5S aplicado na veterinária
O
Brasil vive um momento especial de crescimento, mas vemos somente alguns colegas e empresas veterinárias se preparando para aproveitar a chance de ver seu negócio florescer nos próximos anos. Tais profissionais estão focando seus esforços na criação de visão empresarial, planejamento e profissionalização de suas atividades. A gestão da qualidade é uma das bases para a sobrevivência e o crescimento de uma empresa, viabilizando o controle de atividades, informações e documentos. Na veterinária, ao falar em qualidade, pensamos somente em conhecimento técnico, mas o conceito vai muito além: a meta é a boa prestação de serviços, de forma eficiente e dinâmica, para que o cliente (interno e externo) fique satisfeito. Isso significa que o veterinário também deve estar satisfeito, inclusive com o lucro obtido em seu trabalho, coisa rara em nosso meio. O Programa 5S é uma dentre as muitas ferramentas que podem ser usadas para implantar o Sistema da Qualidade Total numa empresa, proporcionando vários benefícios, como ordem, limpeza, asseio e autodisciplina, elementos essenciais para a produtividade. Esse método foi concebido por Kaoru Ishikawa em 1950, no Japão, inspirado na necessidade de reorganizar o país após sua derrota na Segunda Guerra Mundial: era necessário reconstruir o país e recuperar a competitividade das empresas. Tal modelo demonstrou ser tão eficaz que até hoje é considerado o principal instrumento de gestão de qualidade e produtividade usado naquele país. O que é o Programa 5S O Programa 5S ganhou esse nome devido às iniciais das cinco palavras japonesas que sintetizam as cinco etapas do programa: • seiri; • seiton; • seisou; • seiketsu; • shitsuke. O Programa 5S foi desenvolvido
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com o objetivo de transformar o ambiente das organizações e a atitude das pessoas, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, diminuindo desperdícios, reduzindo custos e aumentando a produtividade das instituições. Cada fase é intimamente ligada às outras, sendo também um pré-requisito para a consolidação da fase seguinte. ETAPAS SEIRI – SENSO DE UTILIZAÇÃO
“Separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário.” Nessa fase, o trabalho começa a ser colocado em ordem, para que só se utilize o que for realmente necessário e aplicável. Para isso, é importante ter o necessário na quantidade adequada e controlada para facilitar as operações. É essencial saber classificar os objetos e dados úteis, e também separá-los dos inúteis, da seguinte forma: • o que é usado sempre: colocar próximo ao local de trabalho; • o que é usado quase sempre: colocar próximo ao local de trabalho; • o que é usado ocasionalmente: colocar um pouco afastado do local de trabalho; • o que é usado raramente, mas necessário: colocar separado, em local determinado; • o que for desnecessário: deve ser reformado, vendido ou eliminado, pois ocupa espaço necessário e atrapalha o trabalho (exames velhos, medicamentos vencidos, equipamentos quebrados etc). Vantagens: • reduz gastos com espaço, estoque e armazenamento; • facilita o arranjo físico e o controle dos serviços; • evita a compra de materiais e medicamentos em duplicidade, e também os danos a materiais ou produtos armazenados; • aumenta a produtividade das pessoas envolvidas; • traz maior senso de humanização,
organização, economia, menor cansaço físico e maior facilidade de operação. SEITON – SENSO DE ARRUMAÇÃO
“Identificar e arrumar as coisas para que qualquer pessoa possa localizá-las facilmente.” Nessa fase é importante: • padronizar a nomenclatura de produtos, diagnósticos, procedimentos, tabelas de serviços etc; • usar rótulos e cores vivas para identificar os objetos, seguindo um padrão de organização da loja, da farmácia, do estoque etc; • determinar o local de armazenamento de cada objeto (objetos diferentes em locais diferentes); • onde for possível, eliminar as portas; • não deixar objetos ou móveis no meio do caminho, atrapalhando a locomoção no local. Vantagens: • menor tempo de busca do que é preciso; • menor necessidade de controles de estoque; • facilita o transporte interno e o controle de medicamentos, exames e outros documentos, além de reduzir o tempo gasto nos diversos procedimentos; • evita a compra de materiais desnecessários ou repetidos e danos aos armazenados; • maior racionalização do trabalho, menor cansaço físico e mental, melhor ambiente; • melhor disposição dos móveis e equipamentos; • facilita a limpeza do local de trabalho. Pet shop, farmácia, setor administrativo, cadastro de clientes e exames são setores especialmente beneficiados na organização do espaço de trabalho. A ideia principal nessa fase é: “Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.”
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SEISOU – SENSO DE LIMPEZA
“Manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e aprendendo a não sujar.” O desenvolvimento do senso de limpeza proporciona: • maior produtividade das pessoas, equipamentos e materiais, evitando o retrabalho; • evita perdas e danos de materiais e produtos; Para isso, é importante que o pessoal tenha consciência e se habitue a: • limpar os equipamentos após o seu uso, para que o próximo a usar os encontre limpos; • não sujar e eliminar as causas da sujeira; • definir responsáveis por cada área e sua respectiva função; • cuidar de manter limpo o local de trabalho, dando atenção para os cantos e para as partes superiores, pois ali se acumula muita sujeira; • não jogar lixo, papel ou pelos no chão; • dar destino adequado ao lixo, reciclando-o, quando possível; • o ambiente deve estar limpo, sem acúmulo de materiais orgânicos ou inorgânicos. O odor e a aparência são as das coisas mais notadas pelos clientes. Inclui-se ainda nesse conceito, de um modo mais amplo, manter dados e informações atualizadas, procurar ser honesto no ambiente de trabalho e manter bom relacionamento com os colegas. Tudo isso é fundamental para a imagem (interna e externa) da empresa.
“Organização do pessoal reflete organização do ambiente.”
SEIKETSU – SENSO DE SAÚDE E HIGIENE
ordem. Quem exige qualidade cuida também da aparência. Em um ambiente limpo, a segurança é maior. Quem não cuida bem de si mesmo não pode fazer ou vender produtos ou serviços de qualidade. O pessoal deve ter consciência da importância dessa fase, tomando um conjunto de medidas: • ter os 3S anteriores previamente implantados; • capacitar o pessoal para avaliar se os conceitos estão sendo aplicados corretamente; • eliminar as condições inseguras de trabalho. Usar os devidos equipamentos de segurança (EPIs), principalmente nos setores de banho e tosa e limpeza; • humanizar o local de trabalho numa convivência harmônica; • difundir material educativo sobre saúde e higiene; • respeitar os colegas como pessoas e como profissionais; • colaborar, sempre que possível, com o trabalho dos colegas; • cumprir horários; • apresentação dos funcionários: boa aparência, uniformes limpos e em bom estado. Ter a empresa limpa e asseada requer gastos com sistema e matérias de limpeza, manutenção da ordem e principalmente disciplina. Cada membro da equipe deve ter consciência da importância de trabalhar num local limpo e organizado. Vantagens: • melhor segurança e desempenho do pessoal; • prevenção de danos à saúde dos que convivem no ambiente; • melhor imagem da empresa interna e externamente; • elevação do nível de satisfação e motivação do pessoal.
“O ambiente mais limpo não é o que mais se limpa, e sim o que menos se suja.”
• usar a criatividade no trabalho; • melhorar a comunicação entre o pessoal no trabalho; • compartilhar visão e valores, harmonizando as metas; • treinar o pessoal com paciência e persistência, conscientizando-o para os 5S; • de tempos em tempos aplicar os 5S para avaliar os avanços. É importante cumprir os procedimentos operacionais e os padrões éticos da instituição, sempre buscando melhorar. A autodisciplina requer consciência e um constante aperfeiçoamento de todos no ambiente de trabalho. A consciência da qualidade é essencial. Por fim, vale ressaltar que a aplicação do programa 5S não deve se restringir somente aos produtos e equipamentos, mas também aos processos e procedimentos. Além disso, ela não depende de grandes investimentos e do tamanho da empresa, sendo de grande utilidade em consultórios, clínicas, hospitais e até em nossa própria casa.
SHITSUKE – SENSO DE AUTODISCIPLINA Renato Brescia Miracca
“Manter um ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e à higiene.” Higiene é manutenção de limpeza e
“Fazer dessas atitudes um hábito, transformando os 5S num modo de vida”. Atitudes importantes:
renato.miracca@q-soft.net
Médico veterinário, bacharel em direito, MBA Q-soft Brasil Tecnologias da Informação www.qvet.com.br
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PET FOOD
IV Congresso Internacional e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação
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os dias 8 e 9 de maio de 2012, terça e quarta-feira, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, SP, ocorrerá o IV Congresso Internacional e XI Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação, promovido pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA). Para os que trabalham na produção de pet food, lidar com as leis e normas sempre requer atenção a detalhes e atualização constante. A primeira palestra do evento vem atender a essa necessidade. O tema “Importação e exportação de ingredientes e alimentos” estará a cargo da mestre em zootecnia Janaína Gonçalves Garçone, do Departamento de Fiscalização de Insumos Agropecuários (DFIP) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Brasília, DF. Para a produção de rações, é muito importante a vida de prateleira, uma vez que ela está relacionada à qualidade nutricional do produto, à sua segurança sanitária e, consequentemente, à viabilidade econômica desses alimentos. A mestre em engenharia de alimentos pela Unicamp Silvia Cristina S. R. de Moura, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Campinas, SP, falará desse tema na apresentação intitulada: “Como determinar a vida de prateleira? Aspectos técnicos implicados”. Para abordar várias facetas da produção industrial de alimentos para animais de estimação, o congresso traz nesta edição os temas: “Uso de soja em formulações para cães e gatos”, pela profa. dra. Ananda Felix (UFPR, Curitiba, PR); “Formulação e processamento de alimentos mastigáveis e específicos”, pelo prof. dr. Luciano Trevizan (UFRGS, Porto Alegre, RS); “Energia térmica ou mecânica no processo de extrusão: efeitos nas características físicas do extrusado e consumo pelo animal”, por Galen Rockey, diretor de processos da empresa Wenger (Sabetha, EUA). Elisabete A. de Nadai Fernandes,
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engenheira-agrônoma, profa. e dra. livre-docente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Esalq (USP, Piracicaba, SP), falará sobre “Contaminação química: metais pesados em pet food”. Um aspecto interessante da ciência da alimentação será tratado pelo prof. dr. Wouter H. Hendrix (Wageningen University, Holanda), em dois temas: “A dieta natural do gato: o que podemos aprender com ela?” e “Nutrição e comportamento”. O dr. Hendrix é autor de diversas publicações científicas, coordena o grupo de nutrição animal da universidade e é membro de um comitê de especialistas em suplementação alimentar do National Research Council (NRC) / National Academies (Washington, EUA). Outra novidade estará a cargo de Jacques Wijnoogst, da empresa Tema & Partners, também da Holanda: “Sustentabilidade na produção de alimentos para cães e gatos e a ‘pegada de carbono’”. O tema tratará do impacto ambiental da produção de pet food e o que as indústrias podem fazer para reduzi-lo e compensá-lo. Ao tratar das tendências de mercado futuro para cães e gatos, sempre vem à tona a expressão “humanização”. Esse assunto será comentado pelo dr. Martin Karutz, global business manager pet food da empresa DSM (Basileia, Suíça), na palestra intitulada “Tendências em nutrição humana levadas para a indústria pet food”. Em 2011, pela primeira vez o congresso foi realizado concomitantemente com outros eventos – Workshop do Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal (Sincobesp), Feira Nacional das Graxarias (Fenagra) e a feira de negócios da cadeia de produção industrial de alimentos para animais de estimação, a Expo Pet Food. A experiência foi muito positiva, especialmente a presença da feira de negócios em pet food. No ano passado eram vistos circulando
Como determinar a vida de prateleira das rações, ciência da alimentação, seleção de ingredientes, contaminação química e sustentabilidade na produção de alimentos para cães e gatos são alguns dos temas que fazem parte da programação científica
pelos estandes não só os compradores e tomadores de decisão das empresas do setor, mas também os agrônomos, veterinários, zootecnistas, engenheiros de alimentos e outros profissionais dessas mesmas empresas, que, nos intervalos do congresso, trocavam ideias com seus colegas a respeito das características técnicas dos itens expostos na feira. Buscando tirar o melhor proveito da proximidade do pessoal técnico do setor de beneficiamento de subprodutos de origem animal, ao final do congresso haverá uma mesa redonda sobre qualidade das farinhas dessa procedência. Esta será desenvolvida com as participações do Sincobesp, do CBNA e do público presente. Venha participar desse importante evento do segmento de pet food. As vagas são limitadas e as inscrições já podem ser feitas: (19) 3232-7518 ou www.cbna.com.br. Reportagens das edições anteriores estão disponíveis em: www.nutricao.vet.br/cbna.php.
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Cristiana S. Prada
omelhorparaoseucliente@nutricao.vet.br
Médica veterinária, Ms nutrição.Vet - www.nutricao.vet.br
LANÇAMENTOS
TRATAMENTO DAS DERMATOPATIAS ALÉRGICAS A Virbac trouxe para o Brasil o Allerderm spot on, produto inovador que permite com apenas algumas gotas auxiliar o tratamento das dermatopatias de cães e gatos. Pesquisas recentes demonstram que os animais com dermatopatias alérgicas possuem uma desorganização na barreira cutânea – em consequência de um déficit de lipídeos entre os corneócitos do estrato córneo – que permite maior exposição antigênica e o desenvolvimento de inflamação e reações imunológicas. Com o objetivo de corrigir esse de-
feito, a Virbac desenvolveu o Allerderm spot on, complexo lipídico para pele composto por ceramidas, ácidos graxos e colesterol, normalmente Allerderm spot on é encontrado em duas apresentações: encontrados na pele uma para cães e gatos com menos de 10kg e outra para de cães saudáveis. cães com mais de 10kg O Allerderm spot on apresenta-se sob a forma de uma dermatopatias alérgicas, sem produzir prática pipeta que permite fácil aplica- qualquer interferência. ção. Pode ser associado às terapias Virbac: 0800 13 6533 convencionais para o tratamento das www.virbac.com.br
LINHA FITO ORGANIC
A
partir de 2012, o Grupo Organnact adicionou fragrância à linha Fito Organic. A linha é composta por sete xampus e dois condicionadores para vários tipos de pelagem. Toda a linha é formulada com plantas e é encontrada em frascos de 400mL. Organnact: (41) 2169-0411 www.organnact.com.br Linha Fito Organic - agora com fragrância
ODORIZANTE DE AMBIENTES E NEUTRALIZADOR DE ODORES
A
tenta aos hábitos e necessidades dos consumidores, a P&G traz para o mercado nacional Febreze Pet, odorizante de ambientes e neutralizador de odores voltado especialmente para quem possui animais de estimação. Os odores de animais de estimação são, em sua maioria, provenientes de moléculas de ácidos graxos e de amina. Febreze Pet possui uma tecnologia de neutralização de odores que atinge melhor esses compostos, graças a reações químicas que alteram o pH do sistema. O 118
produto pode ser encontrado em varejistas de todo o País, inclusive em petshops. Febreze Pet alia-se à consagrada linha de odorizante de ambiente e neutralizador de odores da P&G, sucesso em mais de 16 países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, México e Portugal. Além de perfumar o ambiente, Febreze é capaz de neutralizar os maus cheiros por meio de sua dupla ação. Essa tecnologia única e patenteada utiliza a ciclodextrina, uma molécula capaz de capturar uma ampla gama de odores, aprisionando-os e neutralizando-os. Assim, o mau cheiro não é apenas
mascarado, mas realmente eliminado. Outro diferencial é a prolongada sensação de frescor. Todos os aerossóis precisam de um gás para que o perfume seja lançado ao ambiente. Esse gás é comprimido e, quando disparado o gatilho, as partículas de perfume são liberadas. Febreze, no entanto, tem um sistema propulsor único, que utiliza o nitrogênio, que libera delicadamente e de maneira mais lenta as gotículas de perfume da embalagem. Além disso, as partículas são maiores, por isso seu efeito é mais duradouro. Procter & Gamble: 0800-7015515 www.febreze.com/pt_BR/home.do
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ACUPUNTURA
30 de março a 1º de abril Campinas - SP II Curso teórico-prático de acupuntura Japonesa em pequenos animais - YNSA e caudopuntura www.reabivet.com.br Junho - 2012 Campinas - SP Inst.Jacqueline Peker - Curso de acupuntura veterinária (19) 3208-1922 15 de junho (inscrição) Botucatu - SP Pós-graduação latu sensu em acupuntura veterinária (14) 3814-6898 Agosto - 2012 Belo Horizonte - MG Inst.Jacqueline Peker - Curso de acupuntura veterinária (19) 3208-1922
21 de abril a 22 de setembro Rio de Janeiro - RJ VI Curso atualização anestesiologia cães e gatos (21) 2266-1953 28 e 29 de abril Belo Horizonte - MG Curso prático - Anestesia de cães e gatos (módulo I) (31) 3378-1802
ANIMAIS SELVAGENS
24 e 25 de março Tremembé - SP Introdução às técnicas de levantamento de mamíferos neotropicais (teórico e prático) www.allsciencecursos.com.br 28 a 31 de março Belém - PA XXXVI Congresso da sociedade de zoológicos e aquários do Brasil (91) 3344-0100
17 de março (18 meses) São Paulo - SP Manejo, clínica médica-cirúrgica e conservação de animais silvestres (11) 3567-4401
6 a 8 de abril Areia - PB I simpósio do grupo de estudos em animais silvestres da UFPB (83) 9631-7662
18 de março São Paulo - SP Nutrição de animais silvestres e exóticos (11) 5041-0652
5 de junho a 12 de julho São Paulo - SP Cursos Provet - Silvestres (Répteis) (11) 3579-1431
2 a 23 de julho São Paulo - SP Curso de animais silvestres www.cetacvet.com.br 1º a 15 de agosto São Bernardo do Campo - SP Clínica médica e cirúrgica de animais silvestres e exóticos www.animalia.vet.br 4 de setembro a 13 de novembro São Paulo - SP Cursos Provet - Silvestres (mamíferos) (11) 3579-1431
CARDIOLOGIA
Até abril (inscrição) São Paulo - SP Especialização em cardilogia veterinária (508h) - Universidade Anhembi Morumbi (11) 4007-1192 / 0800 015 9020
4 e 5 de agosto Campinas - SP I Curso de técnicas especiais em acupuntura japonesa em pequenos animais www.reabivet.com.brt
ANESTESIOLOGIA
24 a 26 de março Viçosa - MG Curso de anestesias em pequenos animais (31) 3899-8300 14 de abril de 2012 a 14 de março de 2014 SP - PR - RJ - RS - BA Pós-graduação em anestesiologia (14) 3882-4243 14 de abril a 19 de agosto São Paulo - SP CETAC - Curso de anestesia veterinária www.cetacvet.com.br
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Cidade Velha, Belém - PA, o Mangal das Garças, representa um pedaço de toda a riqueza amazônica em plena cidade, um óasis para os que valorizam a natureza. Algumas atrações: borboletário (um dos maiores do BR); orquidário; criatório e viveiro de plantas; Manjar das Garças, um dos melhores restaurantes da capital; entre outros. www.mangalpa.com.br
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21 de março Ribeirão Preto - SP Ecodopplercardiografia www.qualittas.com.br 23 de março a 30 de setembro Jaboticabal - SP 3º Curso de aperfeiçoamento em cardiologia veterinária http://migre.me/82pkf
30 de abril a 4 de maio São José do Rio Preto - SP Ecodopplercardiograma (teórico-prático) (17) 3011-0927
6 e 7 de agosto Belo Horizonte - MG Anclivepa MG - Cardiologia (31) 3297 2282
2 de maio Brasília - DF Ecodopplercardiografia www.qualittas.com.br
26 a 30 de março São José do Rio Preto - SP Cardiologia clínica em pequenos animais (ECG, Holter e P.A.) (17) 3011-0927
Maio de 2012 Poços de Caldas - MG 2º Curso nacional de reciclagem da SBCV www.sbcv.org.br
11 de abril São Paulo - SP Casos complicardiológicos www.sbcv.org.br
9 e 10 de junho São Paulo - SP Simpósio Internacional sobre cardiologia intervencionista www.sbcv.org.br
14 e 15 de abril Curitiba - PR Cardiologia de emergência para o clínico e plantonista www.intensivet-cursos.com
Agosto de 2012 Rio de Janeiro - RJ Coração x obesidade www.sbcv.org.br
23 e 24 de junho Brasília - DF Cardiologia para o plantonista www.intensivet-cursos.com
15 de agosto São Paulo - SP SBCV - Encontro científico social www.sbcv.org.br
Brasília, DF: Foi inscrita na Lista do Patrimônio Cultural da UNESCO em 07/12/87, sendo o 1º bem contemporâneo a merecer a distinção de Patrimônio Cultural da Humanidade. Além disso, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25 km². www.setur.df.gov.br
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15 de setembro (18 meses) São Paulo - SP Ecocardiografia em pequenos animais (11) 3567-4401 Outubro de 2012 São Paulo - SP Desvendando o ecocardiograma / SBCV www.sbcv.org.br
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CARDIOLOGIA
5 a 7 de outubro São Paulo - SP Eletrocardiografia - curso teóricoprático (11) 3579-1431 2 a 4 de novembro São Paulo - SP Primeiro Congresso de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária www.sbcv.org.br
CIRURGIA
16 de março a 1º de agosto São Paulo - SP Especialização em ortopedia veterinária - Universidade Anhembi Morumbi (11) 8611-5904 -31 de março a 2 de abril Viçosa - MG Curso de cirurgias em pequenos animais (31) 3899-8300 Até abril (inscrição) São Paulo - SP Especialização em ortopedia veterinária (500h) - Universidade Anhembi Morumbi (11) 4007-1192 0800 015 9020
25 a 28 de maio São Paulo - SP I Curso de gastroenterologia e workshop de endoscopia de pequenos animais FMVZ-USP http://migre.me/82qoF
21 de abril de 2012 a 3 de fevereiro de 2013 São Paulo - SP Curso de clínica médica CETAC (11) 2305-8666
29 de abril 17 de junho São Paulo - SP Juna Eventos - Curso teórico-prático de cirurgia de partes moles (11) 2995-9155
16 e 17 de junho Goiânia - GO Curso de terapêutica de pequenos animais www.anclivepago.com.br
6 e 7 de julho São Paulo - SP Miscelâneas cirúrgicas tóraco-abdominais www.cipo.vet.br
3 e 4 de setembro Belo Horizonte - MG Anclivepa MG - Comportamento (31) 3297 2282
20 a 22 de julho São Paulo - SP Curso AOVET princípios de pequenos animais www.crmvsp.gov.br 25 a 27 de julho São Paulo - SP Curso AOVET avançado de pequenos animais www.crmvsp.gov.br 18 a 20 de outubro São Paulo - SP CIPO - Curso intensivo prático de ortopedia - módulo avançado www.cipo.vet.br
12 a 14 de abril São Paulo - SP CIPO - Curso intensivo prático de ortopedia - Cirurgias da coluna vertebral www.cipo.vet.br
7 e 8 de dezembro São Paulo - SP Cirurgias da cabeça e do pescoço www.cipo.vet.br
13 a 15 de abril Londrina - PR Curso teórico-prático de ortopedia (43) 9159-6097 http://vetjruel.blogspot.com
17 de março (18 meses) São Paulo - SP Análises clínicas veterinária (11) 3567-4401
21 de abril de 2012 a 25 de fevereiro de 2013 São Paulo - SP CETAC - Curso de cirurgia veterinária (11) 2305-8666 4 de maio Porto Alegre - RS Vídeocirurgia e vídeoendoscopia veterinária www.qualittas.com.br 19 e 20 de maio Goiânia - GO Curso de ortopedia de pequenos animais www.anclivepago.com.br
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CLÍNICA
19 e 20 março Belo Horizonte - MG Interpretação de exames bioquímicos - Anclivepa MG (31) 3297 2282 Abril de 2012 Principais capitais brasileiras Pós graduação em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais www.equalis.com.br 18 a 20 de abril Belo Horizonte - MG I Simpósio de patologia clínica veterinária: aplicação e interpretação de exames clínico-laboratoriais - UFMG www.vet.ufmg.br
COMPORTAMENTO
CONSERVAÇÃO
10 a 12 de setembro Salvador - BA 2º Congresso Brasileiro de Ecologia de Paisagens www.eventus.com.br/iale2012/
DERMATOLOGIA
15 a 18 de março Viçosa - MG Curso de dermatologia em pequenos animais (31) 3899-8300
Até abril (inscrição) São Paulo - SP Especialização em dermatologia veterinária (500h) - Universidade Anhembi Morumbi (11) 4007-1192 0800 015 9020 www.anhembi.br
15 a 17 de novembro Búzios - RJ 2º CIABEV - Congresso Internacional da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária www.ciabev.com.br
FISIOTERAPIA
5, 6, 19 e 20 de maio São Paulo - SP III Curso intensivo em fisioterapia veterinária fisiocarepet@gmail.com 30 de junho, 1, 28 e 29 de julho São Paulo - SP IV Curso intensivo em fisioterapia veterinária fisiocarepet@gmail.com 4 e 5 de agosto São Paulo - SP Reabilitação pós-operatória (fraturas e cirurgias articulares e de coluna) fisiocarepet@gmail.com 28 a 30 de setembro São Paulo - SP Curso avançado e internacional de fisioterapia veterinária fisiocarepet@gmail.com 16 a 18 de novembro Campinas - SP I Curso teórico-prático de hidroterapia em pequenos animais (19) 3294-5345
19 e 20 de novembro Belo Horizonte - MG Anclivepa MG - Dermatologia (31) 3297 2282
DIREITOS ANIMAIS
28 de abril a 1º de maio Porangaba - SP Encontro Nacional de Direitos Animais ENDA 2012 www.enda.org.br
ENDOCRINOLOGIA
4 e 5 de junho São Paulo - SP Anclivepa MG Endocrinologia (31) 3297-2282
1 a 22 de julho São Paulo - SP Curso de endocrinologia em pequenos animais (11) 2995- 9155
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Búzios, RJ, Azeda e Azedinha
formam parte de uma área de proteção ambiental. O acesso pode ser feito a pé por uma trilha (200 m) após a praia dos Ossos. As praias formam uma grande picina de águas cristalinas, tranquilas e mornas, com areia dourada e um mar da cor verde limão, e por isso leva esse nome.
www.buziosonline.com.br
FISIOTERAPIA
24 e 25 de novembro 1 e 2 de dezembro São Paulo - SP V Curso intensivo em fisioterapia veterinária fisiocarepet@gmail.com
GESTÃO
17 de março (18 meses) São Paulo - SP Gestão e marketing de serviços e produtos veterinários (11) 3567-4401 20 de abril Brasília - DF Workshop de gestão em clínicas, pet shops e salões de banho e tosa (61) 8122-4234 21 a 22 de abril Brasília - DF Curso de responsabilidade técnica em clínicas e pet shops (61) 8122-4234
HOMEOPATIA
28 de abril de 2012 a 29 de março de 2014 Piracicaba - SP Curso de homeopatia (19) 3435 2514
IMAGINOLOGIA
17 de março de 2012 a 9 de fevereiro de 2013 Campinas - SP Curso extensivo de ultrassonografia em pequenos animais (19) 3365-1221 17 de março (20 meses) São Paulo - SP Ultrassonografia de pequenos animais (11) 3567-4401 27 de março Ribeirão Preto - SP Curso intensivo de radiodiagnóstico em cães e gatos www.qualittas.com.br
14 a 20 de abril São Paulo - SP Curso intensivo de ecodopplercardiografia veterinária – da teoria à prática (11) 3579-1431 16 a 20 de julho São Paulo - SP Cursos Provet - Radiologia (teórico + estágio complementar) (11) 3579-1431 www.provet.com.br 25 de julho a 2 de agosto São Paulo - SP Cursos Provet - Ultrassonografia abdominal em cães e gatos (teórico e prático + estágio complementar) (11) 3579-1431 www.provet.com.br 25 de outubro a 25 de dezembro Campinas - SP Cursos extensivos (diagnóstico veterinário) (19) 3365-1221
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5 a 9 de novembro São Paulo - SP Cursos Provet - Radiologia (teórico + estágio complementar) (11) 3579-1431 21 a 29 de novembro São Paulo - SP Cursos Provet - Ultrassonografia abdominal em cães e gatos (teórico e prático + estágio complementar) www.provet.com.br
INTENSIVISMO
10 de março a 23 de setembro São Paulo - SP Curso de medicina intensiva CETAC (7 módulos) (11) 2305-8666 23 a 25 de março Vitória - ES Curso de medicina intensiva em cães e gatos (27) 3025-1234
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INTENSIVISMO
1, 15 e 29 de abril e 6 de maio São Paulo - SP Curso de emergências e terapias intensivas (11) 2995-9155 21 e 22 de abril Brasília - DF Bases de atendimento de emergência - Reciclagem rápida www.intensivet-cursos.com 12 e 13 de maio Curitiba - PR Bases e protocolos no atendimento de emergência equipamentos necessários para o atendimento emergencial www.intensivet-cursos.com 17 e 18 de maio Brasília - DF Tubos, sondas e catéteres www.intensivet-cursos.com 16 e 17 de junho Curitiba - PR Choque - Conceitos e fisiopatologia - Como vencer a batalha e avaliação da sobrevida www.intensivet-cursos.com 13 a 15 de julho São Paulo - SP Curso teórico e prático de emergências e terapia intensiva (11) 3579-1431 21 e 22 de julho Brasília - DF Choque , fluidoterapia e controle de danos www.intensivet-cursos.com 18 e 19 de agosto Curitiba - PR Sepse - Fique por dentro dos novos conceitos - As pérolas da gastroenterite hemorrágica www.intensivet-cursos.com 8 e 9 de setembro Curitiba - PR Procedimentos invasivos (tubos, sondas e catétere) Manejo e cuidados, evitando flebites e infecções www.intensivet-cursos.com 15 e 16 de setembro Brasília - DF Aprenda tudo sobre Sepse e as perólas no tratamento do doente com gastroenterite hemorrágica www.intensivet-cursos.com
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24 e 25 de novembro Goiânia - GO Curso de emergência de pequenos animais www.anclivepago.com.br
24 e 25 de março São Paulo - SP Cursos Provet urologia e nefrologia (11) 3579-1431
30 de novembro a 2 de dezembro São Paulo - SP Cursos Provet - Terapia Intensiva (teórico e prático + estágio complementar) www.provet.com.br
16 a 18 de março São José dos Pinhais - PR 6º Neurovet - Simpósio de Neurologia Veterinária www.peteventos.com.br
MEDICINA DE FELINOS
22 e 23 de março São Paulo - SP Congresso Internacional de Felinos (11) 5585-4355
Abril de 2012 São Paulo - SP Pós Graduação em clínica médica de felinos - Equalis 0800 701 6330 7 e 8 de maio Belo Horizonte - MG Clínica médica de felinos (31) 3297 2282 4 e 5 de agosto Goiânia - GO Curso de oncologia e quimioterapia de felinos www.anclivepago.com.br
MEDICINA LEGAL
17 de março (18 meses) São Paulo - SP Perito veterinário (11) 3567-4401
NATUROLOGIA
22 a 25 de março São Paulo - SP Jornada de naturologia veterinária (11) 7067-1038
NEUROLOGIA
1 e 2 de outubro Belo Horizonte - MG Neurologia - Trauma de coluna (31) 3297 2282
NEFROLOGIA
NUTRIÇÃO
ONCOLOGIA
19 a 21 de abril João Pessoa - PB VII ONCOVET 2012 - Abrovet www.abrovet.org.br/oncovet2012 12 de julho de 2012 a 23 de julho de 2014 Botucatu - SP Curso de especialização em oncologia veterinária (14) 3814-6898
31 de março a 1º de abril São Paulo - SP XXII SACAVET - Nutrição de cães e gatos (teórico) http://migre.me/82rbi
18 e 19 de agosto São Paulo - SP Cursos Provet - Oncologia (11) 3579-1431
2 e 3 abril Belo Horizonte - MG Nutrição na clínica médica (31) 3297 2282
28 de março a 1º de abril São Paulo - SP (USP) 4º Simpósio da Associação Latino-Americana de Patologia Toxicológica www.alaptox.org
8 e 9 de maio São Paulo - SP IV Congresso Internacional e XI Simpósio sobre nutrição de animais de estimação e II Expo Pet Food (19) 3232-7518
ODONTOLOGIA
26 a 28 de março Viçosa - MG Odontologia em pequenos animais http://migre.me/82rlH 17 a 19 de abril São Paulo - SP Tratamento periodontal na clínica de pequenos animais (11) 2894-2492 1º a 15 de maio São Paulo - SP Odontologia veterinária - Pósgraduação Lato Sensu www.usp.br/locfmvz/
OFTALMOLOGIA
17 e 18 de março São Paulo - SP Curso teórico-prático de oftalmologia em pequenos animais (11) 3085-8619
9 a 11 de março Botucatu - SP Diálise peritoneal em cães e gatos nefropet@nefropet.com
31 de março a 1º de abril São Paulo - SP Cursos Provet - Oftalmologia (11) 3579-1431
23 a 25 de março Londrina - PR Simpósio de nefro-urologia em animais de companhia (43) 9151-8889
29 e 30 de setembro Goiânia - GO Curso de oftalmologia de pequenos animais www.anclivepago.com.br
Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
PATOLOGIA
SAÚDE PÚBLICA
19 a 23 de março Jundiaí - SP Curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (FOCA): nível 1 www.itecbr.org 28 de março Online Web Leish Conference - Web Flea & Tick Born Diseases Conference www.cvbd.org 16 a 20 de abril Curitiba - PR Curso de Formação de Oficiais de Controle Animal – Curso FOCA www.itecbr.org 21 a 25 de maio Taubaté - SP Curso de Formação de Oficiais de Controle Anima (FOCA): nível 2 www.itecbr.org 22 a 24 de maio Belo Horizonte - MG SIMILE: Simpósio Mineiro sobre Leishmaniose http://migre.me/834LM 27 e 28 de outubro Belo Horizonte - MG IX Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral (31) 3297-2282 www.anclivepa-mg.com.br
Veterinária da UEM (44) 9959-6377 15 a 23 de setembro São Bernardo do Campo - SP XIV SAMVET 2012 www.davetmetodista.com.br
FEIRAS CONGRESSOS
22 a 24 de março São Paulo - SP Pet Show 2012 www.feirapetshow.com.br 23 a 25 de março Fortaleza - CE All About PetShow 2012 (83) 3033-4450
Rio de Janeiro, RJ: O Bondinho do Pão de Açúcar tem como cenário 360º de paisagens deslumbrantes, tais como: as praias do Leme, Copacabana, Ipanema, Flamengo, Leblon; Pedra da Gávea, o imponente maciço da Tijuca e o Corcovado, com a imagem do Cristo Redentor; Baía da Guanabara, com a enseada de Botafogo; centro da cidade; Aeroporto Santos Dumont; Ilha do Governador; Niterói; Ponte Rio-Niterói; e, ao fundo a Serra do Mar, com o pico "Dedo de Deus". www.bondinho.com.br SEMANAS ACADÊMICAS
31 de março a 5 de abril São Paulo e Pirassununga - SP XXII Sacavet (São Paulo) e IX Simpropira (Pirassununga) www.sacavet.com.br 30 de abril a 4 de maio São Paulo - SP 17ª SUSAVET / UNISA (11) 8011-2912 Maio 2012 Brasília - DF XIV SeVETUnB www.unb.br 21 e 22 de maio Umuarama - PR Semana acadêmica de Medicina
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Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 97, março/abril, 2012
27 a 30 de abril Curitiba - PR 33º Congresso Brasileiro da Anclivepa www.anclivepa2012.com.br 11 a 15 de maio Recife - PE Fenapet 2012 www.fenapet.com.br 7 a 12 de junho Belo Horizonte - MG Expovet Minas www.expovet.com.br 5 a 8 de julho Goiânia - GO PetGree 2012 - I Congresso Goiano de Clínicos Vet. de Peq. Animais - 7º CONCEVEPA (62) 3214-1005 7 a 9 de agosto Rio de Janeiro - RJ Pet Rio Vet www.petriovet.com.br 16 a 18 de outubro São Paulo - SP Pet South America 2012 e Congresso Paulista das Especialidades www.petsa.com.br
Internacional ACUPUNTURA
29 de agosto a 1º de setembro Galway - Ireland 38th Annual International Congress on Veterinary Acupuncture http://migre.me/7S7E4
CIRURGIA
8 e 9 de junho Buenos Aires - AR I Congreso Argentino de Cirugía en Pequeños Animales http://goo.gl/rm1jP
CONSERVAÇÃO
6 a 15 de setembro Jeju, Republic of Korea IUCN World Conservation Congress www.iucn.org/2012_congress/
DERMATOLOGIA
24 a 28 de julho Vancouver - Canadá 7th World Congress of Veterinary Dermatology www.vetdermvancouver.com
INTENSIVISMO
18 a 23 de abril Costa Rica VECCS - 2012 Spring Symposium www.veccs.org
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12 a 15 de julho Cidade do México 5º Congresso Lationamericano LAVECCS www.laveccs.org
NUTRIÇÃO
2 a 4 de abril Schaumburg - Illinois - USA Petfood Forum 2012 www.petfoodindustry.com/PFF20 12.aspx 4 e 5 de abril Schaumburg - Illinois - USA Petfood Workshop 2012: New Product Development http://migre.me/5Zk9K
ODONTOLOGIA
24 a 27 de maio Lisboa - Portugal ECVD 2012 - European Congress of Veterinary Dentistry www.2012.ecvd.info
OFTALMOLOGIA
18 de junho a 12 de julho Buenos Aires - Argentina 3º Curso de ciências básicas aplicadas à oftalmologia veterinaria http://migre.me/78rwc
ONCOLOGIA
18 a 21 de novembro Las Vegas, Nevada - EUA VCS - 2012 Annual Conference www.vetcancersociety.org
Buenos Aires, AR: O centro comercial Galerías Pacífico foi inaugurado em 1895 e é considerado um dos edifícios mais belos da cidade. Situado no meio da rua Florida, uma popular via comercial da capital Argentina, o centro comercial Galerías Pacífico é um dos lugares mais visitados pelos amantes das compras. www.galeriaspacifico.com.ar
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8 a 15 de maio Valencia - ES Congreso Internacional Veterinaria veterinaria2012@viajeseci.es
Internacional FEIRAS CONGRESSOS
5 a 7 de abril Amsterdam - Holanda European Veterinary Conference www.voorjaarsdagen.org 12 a 15 de abril Birmingham - Inglaterra WSAVA 2012 - FECAVA - BSAVA www.wsava.org 24 a 26 de abril Lima - Peru Latin American Veterinary Conference (LAVC) www.tlavc-peru.org
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17 a 20 de maio Nuremberg - Alemanha Interzoo 2012 - International Trade Fair for Pet Supplies www.interzoo.com 4 a 7 de agosto San Diego - CA AVMA Annual Convention - 2012 www.avmaconvention.org 5 a 8 de setembro León - México Congreso Veterinario de León www.cvdl.com.mx 18 a 20 de outubro Barcelona - Espanha SEVC 2012 - Southern European Veterinary / Congreso Nacional AVEPA http://sevc.info
Lima, PE: A Basílica e Convento de São Francisco é um complexo arquitetônico monumental do século XVIII, que compreende, além da basílica e do convento, a Igreja da Soledade e a Capela do Milagre.
www.turismoperu.info
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