À LUPA 09 # Dezembro 2016

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revista "À LUPA"

instituição CENTRO DE MONITORIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL DE VIANA DO CASTELO

direcção JOSÉ MARIA COSTA

morada RUA DA ARGAÇOSA 4900-394 VIANA DO CASTELO

textos | revisão CMIA - VIANA DO CASTELO design | ilustração CMIA - VIANA DO CASTELO

contactos TEL: 258 809 362 CMIA@CM-VIANA-CASTELO.PT WWW.CMIA-VIANA-CASTELO.PT

fotografia CMIA - VIANA DO CASTELO ARMÉNIO BELO

outros contactos MUNICÍPIO DE VIANA DO CASTELO PASSEIO DAS MORDOMAS DA ROMARIA 4900-877 VIANA DO CASTELO TEL: 258 809 300 WWW.CM-VIANA-CASTELO.PT CMVIANA@CM-VIANA-CASTELO.PT

os

Co gumelo s chegaram

No.09 ANO III - DEZEMBRO 2016


No.09 ANO III - DEZEMBRO 2016

P04 SERVIÇO EDUCATIVO 2016/2017

N conquista 1300 alunos M PROJETO

N escola da natureza M P05 AULAS A BORDO

N tertúlias e novas exposições recheiam M NOVEMBRO AMBIENTAL

P06-07 INCÊNDIOS

N negra semana M P08-11 DESTAQUE

N os cogumelos chegaram ao parque M P12-13 EXPOSIÇÕES

N viana do lima, porta para o mundo M N compostagem, oportunidade de cidadania M P14 QUEM É QUEM?

N acipenser sturio M P15 cmia

N prepara­se para o 10º aniversário M P16-17 agenda & recursos


NOTA DE ABERTURA

Nesta edição de final de ano civil e início de ano letivo fazemos uma apresentação de algumas matérias mais relevantes neste final de quadrimestre. Desde a última edição (julho de 2016) diversas iniciativas e acontecimentos tiveram lugar no concelho de Viana do Castelo que merecem referência e destaque nesta edição. Começamos por fazer um breve balanço do arranque do ano letivo, no que à oferta do serviço educativo diz respeito, assim como aos projetos educativos em curso. De destacar o projeto ESCOLA DA NATUREZA que foi alvo de financiamento pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos para a área de sensibilização da comunidade jovem escolar acerca da importância da conservação e conhecimento dos valores naturais. Aborda-se ainda algumas das iniciativas desenvolvidas no Centro de Mar para comemoração da III Semana do Mar e do Dia Nacional do Mar de forma a potenciar atividades interessantes a públicos de diversas idades e com diferentes interesses e experiências no tema do mar. Contamos ainda com o contributo do Gabinete Técnico Florestal no testemunho do que foram os incêndios florestais deste ano, artigo que demarca bem a “negra semana” vivida em todo o distrito e no concelho de Viana do Castelo, muito em particular. Na área de destaque, a equipa técnica do CMIA seleciona sempre uma espécie que suscite algum interesse e curiosidade junto da comunidade em geral que, preferencialmente, habite o Parque Ecológico Urbano. Nesta edição, esse destaque vai para os cogumelos, organismos extremamente importantes para o equilíbrio dos ecossistemas e que têm sido utilizados pelo Homem, ao longo da história, de diferentes formas. O Presidente da Câmara Municipal JOSÉ MARIA COSTA

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SERVIÇO EDUCATIVO 2016/2017

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conquista 1300 alunos O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) de Viana do Castelo colocou ao dispor da comunidade escolar diversos projetos educativos de intervenção no meio ambiente e social. O CMIA tem ao dispor para este ano letivo projetos intensivos e de uma elevada pertinência para o conhecimento da ciência de uma forma dinâmica e ativa. O projeto Escola da Natureza chegou este ano com uma nova imagem e dinâmica tendo como principal objetivo implementar um sistema de monitorização ambiental dos ecossistemas naturais a ser aplicado preferencialmente pela comunidade jovem escolar. O público-alvo deste projeto são os jovens a partir do 2º ciclo do ensino básico. Este projeto arrecadou este ano um número elevado de inscrições, envolvendo alunos do município de Viana do Castelo e Esposende perfazendo um total de 380 alunos. A estrutura este ano aplicada assenta em quatro temáticas: Sistemas Dunares, Ecossistemas Ribeirinhos, Praia Rochosa e Parque Ecológico Urbano. O projeto “Da terra para a Terra” continua a levar às nossas escolas, pelo 10º ano consecutivo, mais uma serie de ações de sensibilização sobre a separação adequada de resíduos urbanos, evitando ao máximo o seu encaminhamento para aterro sanitário, e a valorização da matéria orgânica. Este projeto conta este ano com a promoção de novos desafios e metas entre eles a criação de uma curta-metragem acerca da compostagem onde os atores principais serão os próprios alunos. Ao longo deste ano letivo iremos contar a presença de cerca de 900 alunos.

PROJETO

escola da natureza O CMIA deu início, neste primeiro período letivo 2016/2017, ao projeto educativo “Escola da Natureza”. Este projeto, financiado no âmbito do “Portugal 2020”, conta com a participação de 377 alunos de 20 turmas, desde o 2º Ciclo do Ensino Básico até ao Ensino Secundário. O número de inscrições ultrapassou bastante o limite máximo estabelecido de 20 turmas, o que mostra o elevado interesse que estes tipos de projetos têm para a comunidade escolar. O objetivo deste projeto é sensibilizar os alunos para a preservação e valorização da biodiversidade associada aos valores naturais das áreas classificadas (Rede Natura 2000). Para além disso, pretende-se implementar um sistema de monitorização ambiental, a ser aplicado preferencialmente pela comunidade jovem escolar, mas que também pode ser explorado por outros públicos. Neste sentido, durante o 1º período letivo, o CMIA dinamizou várias atividades educativas com as turmas inscritas, em contexto de trabalho de campo, nos diversos espaços naturais do concelho de Viana do Castelo (praia rochosa, sistemas dunares, ecossistemas ribeirinhos e Parque Ecológico Urbano). Para além do trabalho realizado com os alunos, os docentes têm, também, a oportunidade de participar em ações de formação, reuniões de avaliação, saídas de campo, entre outras atividades, que decorrerão ao longo do ano letivo 2016/2017. A “Escola da Natureza” tem como parceiros os Município de Esposende e Vila Nova de Cerveira, a Universidade de Coimbra, através do Instituto do Mar, e conta com o suporte científico e técnico do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho e do Centro de Conservação de Borboletas de Portugal.


AULAS A BORDO

O Centro de Mar de Viana do Castelo dinamizou no passado mês de novembro a sua III Semana do Mar, integrada nas comemorações do Dia Nacional do Mar (16 de novembro). Ao longo de uma semana foram diversas as iniciativas que colocaram à disposição da comunidade escolar e comunidade em geral. Estas comemorações arrancaram com a inauguração da exposição “ Viana do Lima, porta para o Mundo” no dia 16 de novembro, Dia Nacional do Mar. Trata-se de uma exposição que mergulha na história do porto de Viana do Castelo e das suas relações comerciais e culturais transatlânticas ao longo de cinco séculos. De incalculável valor, os documentos arquivísticos, cartográficos e icnográficos reproduzidos recuperam a memória de momentos e personalidades decisivas para a evolução das estruturas portuárias de Viana e para a sua afirmação como entreposto mercantil de escala global. São ainda reveladas as origens e os principais mercados dos produtos transacionados em diferentes períodos históricos, desvendados itinerários de circulação e recordados os nomes de estrangeiros notáveis atraídos a Viana pelo seu porto Atlântico. Nos seguintes dias o Centro de Mar recebeu centenas de alunos para as “Aulas a Bordo”, iniciativa bastante bem acolhida pela comunidade escolar visto que uma aula a bordo de um navio acerca de temáticas relacionadas com a pesca e a vida no mar tornam-se experiências bastante pertinentes e únicas. Contamos, para “comandantes” destas aulas, a Capitania do Porto de Viana do Castelo, a empresa Viana Pesca, o técnico do município Eng.º Horácio Faria e com o serviço educativo da biblioteca. Estas comemorações terminaram no dia 19 com a tertúlia “Vidas de Mar” a bordo do Navio. Com esta conversa pretendemos evidenciar e relembrar os usos e costumes de uma população ribeirinha como também refletir a influência que o mar teve nas últimas décadas na população vianense.

NOVEMBRO AMBIENTAL Durante o mês de Novembro, o Pelouro do Ambiente do Município de Viana do Castelo, através do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental promoveu a dinamização de diversas semanas temáticas em simultâneo. Entre os dias 19 e 27 aderiu à Semana da Ciência e Tecnologia, iniciativa promovida pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, levando às escolas do município uma palestra sobre “Plásticos no Mar, Investigação para a Sustentabilidade” onde contamos com a excelente presença da Associação Portuguesa do Lixo Marinho onde se fez representar pela Dr.ª Ana Margarida Gomes e contamos ainda com a Universidade do Minho na presença da Dr.ª Conceição Paiva, investigadora do departamento de engenharia de polímeros. Esta atividade foi desenvolvida na EB, 2,3 de Monte da Ola com a presença de cerca de 100 alunos. Ao longo deste mês também foi desenvolvida a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos que pela primeira vez chegou às ruas da cidade com fardos de resíduos. Esta ação foi acionada com o principal objetivo de sensibilizar a comunidade vianense a compreender o significado da prevenção de resíduos e a motivar a responsabilização de cada cidadão com mensagens chave. Para a comunidade em geral dinamizamos mais uma sessão de compostagem domiciliar aumentando com 26 compostores a nossa rede domiciliar para 190 compostores. Por fim no dia 23 de Novembro comemoramos o Dia Nacional da Floresta Autóctone através da dinamização do concurso “Dia da Floresta Autóctone” para os alunos das escolas do concelho de Viana do Castelo (públicos e privados). Este concurso teve com principal objetivo promover a floresta nativa e as espécies autóctones e sensibilizar para a sua importância. O primeiro lugar foi recebido pela E.B.2/3 Monte da Ola (5º ano) e o segundo lugar pela E.B. 1 do Meio (Areosa). Todos os trabalhos realizados pelas escolas que aderiram a este concurso, estarão em exposição no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental entre os dias 16 de novembro e 31 de dezembro de 2016.

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tertúlias e novas exposições recheiam 3ª semana do mar

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INCÊNDIOS

Negra Semana

Por: Engª Fabíola Oliveira (técnica do Gabinete Florestal do Município de Viana do Castelo)

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Trabalho no Gabinete Técnico Florestal (GTF) da Câmara Municipal de Viana do Castelo desde 2005 e uma das minhas funções é apoiar o Comandante Operacional nos incêndios. Este ano tivemos grandes incêndios, não só em termos de áreas superiores a 1000ha mas também incêndios peri-urbanos, ou seja, muito próximos das populações, tendo havido habitações e pessoas em risco. O incêndio de maiores dimensões, que entrou em Viana vindo da Cabração, concelho de Ponte de Lima, tinha já por si iniciado em Paredes de Coura, alastrando-se para Vila Nova de Cerveira, Ponte de Lima, Viana do Castelo chegando a Caminha. É difícil de imaginar, mas a prova está no castanho e preto queimado nas zonas por onde o fogo passou, pela cara de sofrimento, amargura e frustração das populações defendendo as suas habitações e do cansaço dos homens e mulheres que lutaram dia e noite para que este inferno terminasse. Estive lá também! Nunca tinha visto um vento tão forte e um incêndio que voava por cima de nós projetando bolas de fogo, espalhando o incêndio por todos os lados. É difícil combater assim, é difícil planear assim! A rapidez, a velocidade, a fúria com que o incêndio avançou no concelho de Viana foi surpreendente e único. Brutal, mesmo! Num instante estava na

Senhora do Minho, onde tivemos à pressa de retirar o Vigia, que se encontrava rodeado de fumo e fogo, como de repente já se encontrava encostado às habitações de Vilar Murteda e Meixedo. O fumo era louco! Ouviam-se os gritos das pessoas a pedir ajuda. E os meios de combate eram poucos! O telemóvel não parava de tocar … Tive de agir, ajudar. Sou Engenheira Florestal e queria que o incêndio parasse de queimar a floresta, mas primeiro tínhamos as pessoas, as casas, os animais. ------------------------------------------------------------------

"É o inferno a arder. As pessoas ajudam. Salvam as suas casas, os seus animais e a sua pele." -----------------------------------------------------------------No Jeep, levamos crianças e idosos para as ambulâncias, numa aventura de fumo e chamas. O incêndio continuava e vai sempre progredindo, avançando. Em poucas horas já arde na Serra de Perre, uma linha de fogo desce na direção do aglomerado de Nogueira. O vale está rodeado de fogo! Em Outeiro, mais a Norte também arde. A Serra de Amonde também corre riscos. Os incêndios repetem-se …. Já sabemos como vai terminar…. Não há meios. No resto do Distrito arde em todo o lado. O telefone toca e um colega informa, que do outro lado do rio, em Carvoeiro também já arde, violentamente. Não há meios!


Estou cansada. Estou triste. Ajudo como posso e sei. Distribuo meios. Faço pontos de situação. Temos de parar frentes. Programar a tática, pensar na estratégia de parar com este incêndio que se alastra por onde quer. Não pode ser. Apesar do calor, fico na cumeada a trabalhar.. Conseguimos! Vencemos uma etapa, uma frente. Podemos agora passar para outro lado. Entretanto, chegam os meios… Corre-se de um lado para o outro, distribui-se os de fora, faz-se reconhecimento e integração das equipas externas, vê-se o ponto de situação. A área já é enorme, percorrem-se Kilómetros. E o telemóvel não para… Ver caminhos, colocar a cisterna ali, acolá. Ver com o Presidente da Junta o que falta…a onde ainda arde…Reacendeu? Vêm meios aéreos. Ah! Afinal, já não vêm! E no outro dia, tudo igual. E no outro… Entretanto arde em Caminha e há perigo de vir para Viana. Pode entrar na Serra de Santa Luzia. Vamos ver. Começa de novo a mesma história. Vamos prevenir. As equipas de Sapadores e da Junta ficam a postos. Consegue-se controlar a situação mas o susto fica. Já mais calmo percorremos mais devagar o negro ardido. Encontramos as pessoas ainda vigilantes, preocupadas, desiludidas, tristes e cansadas. Todos ajudaram. Acabou. Que semana!

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Dados provisórios dos incêndios de 2016: Ardeu no Distrito de Viana do Castelo ..................................... 34.240ha Ardeu no Concelho de Viana do Castelo .................................... 5.750ha

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É o inferno a arder. As pessoas ajudam. Salvam as suas casas, os seus animais e a sua pele.

Um único incêndio ......................................................................... 5.750ha (Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Caminha)

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(Continua na próxima edição)

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os

Cogumelos Chegando as primeiras chuvas de outono, começam a proliferar os cogumelos no Parque. Os cogumelos pertencem ao Reino dos Fungos, que apesar de ser um dos maiores e mais diversos, é ainda muito pouco conhecido. Estimativas recentes apontam para 1,5 milhões de espécies, das quais apenas cerca de 55000 poderão ser produtoras de cogumelos. ------------------------------------------------------------------

Ao contrário das plantas, os cogumelos não têm clorofila e não são capazes de fixar o carbono atmosférico -----------------------------------------------------------------Os cogumelos são estruturas macroscópicas produzidas por alguns fungos durante a reprodução sexuada, e que têm uma função semelhante aos frutos, ou seja, a produção, proteção e dispersão dos esporos. Sempre que vemos um cogumelo, estamos a ver apenas uma pequena parte do fungo que o sustenta. A parte restante estende-se sob a forma duma rede invisível de filamentos muito finos, as hifas, que cresce no substrato onde o cogumelo se encontra. Ao contrário das plantas, os cogumelos não têm clorofila e não são capazes de fixar o carbono atmosférico (CO2) para produzir hidratos de carbono

(os chamados açúcares) usando a luz solar como fonte de energia. Assim, têm de desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas de outros seres vivos ou desenvolvendo-se sobre substâncias orgânicas em decomposição. Sendo assim, os cogumelos podem ser classificados de: • Parasíticos: vivem em árvores vivas, podendo por vezes matá-las. • Simbióticos: vivem em associação com as árvores, fornecendo-lhes minerais e água e recebendo açúcares, através das micorrizas. • Sapróbio-terrícola: decompõem a matéria orgânica do solo. • Sapróbio-lenhícola: decompõem os troncos das árvores.

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no parque

Os cogumelos aparecem em diversos ecossistemas, quando o teor de humidade do solo e a temperatura são propícios. No entanto, a existência de cogumelos num determinado ecossistema significa que as espécies de fungos produtoras desses cogumelos encontraram, nesse local, as condições ideais para se instalarem. Estas condições são diferentes entre as espécies e estão relacionadas, principalmente, com o seu modo de nutrição. Para além disso, algumas espécies são mais generalistas, ou seja, são menos exigentes e encontramse em qualquer ecossistema, enquanto outras só aparecem em locais muito restritos. Assim, a presença de um fungo num determinado local

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depende da sua biologia, mas também das características ambientais do local, como do tipo de vegetação e de solo, da presença de gado, etc. Estes organismos são muito importantes para a reciclagem da matéria orgânica, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema. Todos os cogumelos que vão surgindo ao longo da época são peças essenciais para a vitalidade e saúde dos ecossistemas florestais. Eles protegem as árvores de ataques patogénicos e ajudamnas a obter água e nutrientes (micorrízicos), degradam a matéria orgânica participando ativamente no ciclo do carbono (sapróbios), entre outras funções também importantes para o ecossistema florestal. São também importantes para a alimentação de alguns animais. Algumas moscas e mosquitos colocam os ovos no interior do cogumelo jovem com o intuito de assegurar o alimento necessário ao desenvolvimento das suas larvas. Além das larvas, também são frequentes a presença de insetos sem asas, de pequenas dimensões, os apterigotas, que vivem entre as lâminas ou tubos do chapéu dos cogumelos por serem estas partes mais ricas em proteínas para a sua alimentação. Os cogumelos podem, também, servir de alimento às larvas de várias espécies de escaravelhos e a lesmas que podem devorar em poucas horas cogumelos de grandes dimensões. Os cogumelos, ao longo da História, têm sido utilizados pelo Homem, com diferentes fins, de acordo com as

suas propriedades, como na alimentação, na medicina, na tinturaria ou em cerimónias religiosas. No entanto, é na alimentação que os cogumelos são mais utilizados, apreciados e valorizados. Para além do sabor, aroma e textura agradáveis, os cogumelos possuem propriedades nutricionais, tónicas e medicinais (considerados como “Pão dos Deuses” pelos Romanos e “Elixir da Vida” pelos Chineses). Os cogumelos são ricos em proteínas (19-35%, incluindo todos os aminoácidos essenciais) e apresentam um baixo teor de gorduras, um elevado conteúdo de hidratos de carbono e fibras, e teores significativos em vitaminas e minerais. ------------------------------------------------------------------

Os cogumelos possuem propriedades nutricionais, tónicas e medicinais ----------------------------------------------------------------Em Portugal, existe uma tradição de recolha de cogumelos silvestres, que difere entre cada região, que passa de geração em geração, e que se destina, quase exclusivamente, para consumo próprio. No entanto, a atividade de recolha de cogumelos silvestres envolve muitos riscos e perigos para quem se aventura com pouca experiência, pois existem muitas espécies semelhantes às comestíveis, que se revelam muito


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Curiosidades:

uma pessoa muito experiente (xamã), que se acredita que estabelece o contacto com os deuses. - Os cogumelos são constituídos por 80 a 90% de água, 0,6 a 1,5% de minerais, 2 a 4% de proteínas, vitamina A, B e D em quantidades variáveis consoante a espécie. - Os cogumelos contêm uma elevada diversidade de substâncias bioquímicas, que se têm revelado muito promissoras e eficazes no combate a determinadas doenças que afetam o Homem. Apesar da medicina tradicional chinesa já utilizar, com alguma frequência, algumas espécies medicinais, especificamente, o Ganoderma lucidum, o Lentinus edodes e

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tóxicas ou mortais. Entre as milhares de espécies de fungos produtoras de cogumelos, apenas algumas dezenas contêm quantidades significativas de micotoxinas. As micotoxinas não são as únicas responsáveis por casos de intoxicação por cogumelos. Outros incidentes resultam de reações alérgicas (hipersensibilidade a determinadas substâncias), consumo excessivo (especialmente de cogumelos crus) ou intoxicações alimentares (ingestão de cogumelos podres). Nestes casos, náuseas, vómitos e diarreias são os sintomas mais frequentes. A única forma de distinguir cogumelos comestíveis dos tóxicos é através de uma identificação cuidadosa, em que se considerem as características morfológicas (macroscópicas e microscópicas), organolépticas (cheiro e, em alguns casos, o sabor) e ecológicas, que requer muito treino e experiência. Nunca é demais reafirmar que não se deve comer um cogumelo, a menos que se esteja seguro que é comestível!

Cordiceps sinensis, existe ainda alguma desconfiança por estas técnicas alternativas.

-----------------------------------------------------------------Fontes: - Guia dos cogumelos silvestres da Federação de Produtores Florestais de Portugal, 2008. - Guia do Colector de Cogumelos, para os cogumelos silvestres comestíveis com interesse comercial em Portugal da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2013. - http://www.drapc.min-agricultura.pt

- Alguns cogumelos constituem uma fonte de corante natural no processo

- http://www.icnf.pt/portal/agir/sab-mais/cogumel

de tingimento de fibras têxteis, - Os cogumelos que possuem propriedades alucinogénicas têm sido utilizados, ao longo dos tempos, por diversos povos, em rituais religiosos e xâmanicos. O consumo destas substâncias é feito, exclusivamente, por

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EXPOS À LUPA - No9 - DEZEMBRO 2016

TEMPORÁRIAS ++++

Viana do Lima, porta para o mundo Viana do Castelo celebrou o segundo aniversário da inauguração do seu Centro de Mar, sediado no Navio Hospital Gil Eannes data em que se comemorou também o Dia Nacional do Mar. Após dois anos de intensa e profícua atividade, afigura-se cada mais inequívoca e essencial a missão deste ponto nevrálgico da cultura marítima de Viana: acolher e aproximar as iniciativas e entidades empenhadas em aprofundar, valorizar e promover o nosso património marítimo e náutico, nas suas mais diversas manifestações, desde o domínio ambiental, passando pela herança histórico-cultural, pelo desporto e pelo turismo, convergindo na esfera empresarial com as novas economias do mar. Entre a tradição e a inovação, a relação de Viana com o Atlântico consolida-se e renova-se. Para comemorar o aniversário e a data, foi inaugurada uma nova exposição intitulada “Viana do Lima-porta para o mundo”, que ficará patente ao longo de 2017 na sala Ernâni Lopes. Foi também apresentado o catálogo que acompanha a exposição, da autoria da geógrafa Andreia Amorim Pereira, da historiadora Silva Trilho e do Prof. Doutor António Barros Cardoso. Trata-se de uma exposição que mergulha na história do porto de Viana do Castelo e das suas relações comerciais e culturais transatlânticas ao longo de cinco séculos. De incalculável valor, os documentos arquivísticos,

cartográficos e icnográficos reproduzidos recuperam a memória de momentos e personalidades decisivas para a evolução das estruturas portuárias de Viana e para a sua afirmação como entreposto mercantil de escala global. Contam uma história feita de homens e dos seus anseios, deixam ouvir a voz dos mercadores e das gentes de Viana, auscultar os seus temores face às investidas de corsários e piratas, desvendar cartas régias determinantes para a construção de novos cais e para a atribuição de privilégios e isenções. Projetos de engenharia e de arquitetura dão a conhecer os desígnios de melhoria do porto e edificação de fortificações destinadas à defesa da barra. Esta exposição, ao recordar a importante vocação marítima de Viana, porta para o universo das relações atlânticas ao longo do tempo, vem de encontro aos objetivos do Centro de Mar, que ambiciona contribuir para a renovação da cultura marítima de Viana do Castelo e posicioná-la como “Cidade Náutica do Atlântico”.


ITINERANTES ++++

Compostagem, oportunidade de cidadania “Compostagem, oportunidade de cidadania” é uma exposição itinerante que pretende expor a problemática dos resíduos sólidos urbanos, salientando a importância do destino final dos nossos resíduos, especialmente os biorresíduos, tanto nas nossas habitações como nas escolas. A compostagem é um método simples de decomposição biológica em que os microrganismos e os insetos atuam na

na matéria orgânica, como por exemplo, restos de comida, folhas, papel, transformando-a numa substância de cor castanha e com aspeto a terra – o composto. E assim, também cada um de nós pode reduzir muito do lixo produzido em casa e na escola, reciclando os resíduos orgânicos. Ao fazer a compostagem estamos a reciclar restos de comida e resíduos vegetais que teriam como destino final o Aterro Sanitário. A compostagem tem algumas vantagens como a redução de quantidade de resíduos a depositar em aterro e enriquecimento dos solos pela aplicação do fertilizante natural. A compostagem pode ser feita numa pilha ou num compostor. Os compostores podem ser feitos de vários materiais, como por exemplo rede, madeira e plástico. O composto está pronto quando, possuir um agradável cheiro a terra húmida, cor castanha e aspeto homogéneo.

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SIÇÕES

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ESTURJÃO DO ATLÂNTICO Acipenser sturio REINO: ............................... Animalia FILO: ............................... Chordatata CLASSE: ................... Actinopterygii ORDEM: .............. Acipenseriformes FAMÍLIA: .................. Acipenseridae GÉNERO: ............................ Acipenser Peixe de grandes dimensões, de cor cinzento-esverdeada. Espécie que existe há mais de 100 milhões de anos, sendo uma “mistura” de tubarão com peixe ósseo. Emblemático pela utilização das suas gónadas femininas para a produção do caviar, a exploração em excesso e as alterações dos ecossistemas, levaram à sua extinção em várias regiões da Europa. Desde 1982 que o esturjão é uma espécie protegida em todo o território da União Europeia

QUEM SERÁ? Esta fotografia representa, em pormenor, o corpo de uma espécie que habita no nosso litoral.

Na próxima edição encontrará a resposta a esta pergunta.


prepara ­ se para o 10º aniversário O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo (CMIA) vai entrar em festa já em fevereiro de 2017, com início das celebrações do seu 10º aniversário que se concretiza no dia 21 de junho. Entre fevereiro e novembro do próximo ano o programa das comemorações é especialmente dedicado às escolas, famílias e entidades que colaboraram ao longo destes últimos anos com a nossa equipa. O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental foi desenvolvido no âmbito do Programa Polis, procurando intervir na melhoria da qualidade de vida da cidade, dando a conhecer as ações de requalificação urbanística e ambiental desenvolvidas no espaço urbano e desafiando os cidadãos para uma reflexão sobre várias temáticas do ambiente urbano. O CMIA destina-se a todo o tipo de público, dos mais novos aos mais idosos, desde a população em geral às organizações não governamentais, passando pelas associações de carácter social, recreativo, desportivo ou ambiental, escolas, educadores, professores, grupos profissionais e empresários. É um espaço aberto a diferentes entidades, instituições e associações, com as quais estabelecemos parcerias.

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CMIA

Este espaço tem-se tornando numa referência para a população do concelho, principalmente para a comunidade escolar, sendo um dos principais instrumentos da autarquia para dotar os cidadãos de conhecimentos e meio que lhes permitam lidar com os desafios de um desenvolvimento sustentável. Sendo que ao longo da última década 80 000 pessoas usufruíram das valências deste equipamento, 52% das quais correspondem a escolas e outros grupos organizados. A oferta de recursos educativos sempre foi uma oferta pertinente que colocamos à disposição da comunidade escolar sendo as mais procuradas as exposições temáticas que permitem a transmissão de informação e a reflexão sobre questões relativas ao meio ambiente. Os Projetos Educativos tiveram ao longo destes anos uma grande procura desde o pré-escolar ao ensino secundário passando por IPSS e outras intuições. Esta oferta consiste em que um técnico possa acompanhar uma turma ao longo do ano letivo na exploração de uma temática ambienta, com recursos pedagógicos e metodologia própria. Para além dos projetos que nasceram no CMIA a nossa equipa apoiou também a realização de outros projetos de caracter regional e nacional como por exemplo: Projeto Rios, Eco- Escolas entre outros. Para assinalar este aniversário o CMIA irá apresentar em fevereiro de 2017 o conjunto de ações que irá promover no âmbito do seu aniversário que visam a divulgação dos projetos, equipamentos e serviços, bem como dos valores naturais.

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agenda _________________________________________ janeiro

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7 e 21 (sáb.) CURSO DE FORMAÇÃO SOBRE INSETOS LOCAL: CMIA 19 (qui.) PROJEÇÃO DO DOCUMENTÁRIO "A UM MAR DE DISTÂNCIA" de Pedro Magano LOCAL: TEATRO MUNICIPAL SÁ DE MIRANDA 31 a 04 (ter.|qua.|qui.|sex.|sáb.) 19º ANIVERSÁRIO DO REGRESSO DO NAVIO GIL EANNES A VIANA DO CASTELO LOCAL: CENTRO DE MAR _________________________________________ fevereiro 2 (qui.) APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DO 10º ANIVERSÁRIO DO CMIA INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO "ESCOLA DA NATUREZA" _________________________________________ março 20 a 21 (seg. e ter.) SEMANA DA ÁGUA E DA ÁRVORE (todas as atividades são de acesso gratuito)

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recursos

O Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Viana do Castelo dispõe de três equipamentos direccionados à formação e informação ambiental.

- Empréstimo gratuito. - Requisição através de marcação prévia.

ATIVIDADES PARA GRUPOS Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Integrado no antigo moinho de maré, também conhecido como Azenhas de D. Prior, dispõe de uma sala de exposição permanente, uma sala de exposições temporárias, uma sala de atividades, um laboratório e uma biblioteca.

Parque Ecológico Urbano Parte integrante do estuário do rio Lima, este espaço natural, com cerca de 20 hectares, está contíguo ao Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental. É o primeiro parque de holófitas de Portugal no qual se dinamizam diversas atividades, para grupos, de interpretação ambiental e de conservação da natureza.

Centro de Mar O Centro de Mar é um projeto alargado de promoção da cultura e vivência marítimas desde o conhecimento e investigação dos ecossistemas marinhos, passando pelas tradições ligadas ao mar até novas economias emergentes ou “blue economie”. Fisicamente, este conceito está dotado de um Centro de Interpretação Ambiental e de um Centro de Documentação Marítima, sedeados na ré do Naviohospital Gil Eannes, acessível a todos os públicos.

Temos preparada uma oferta variada de atividades em diferentes temas – litoral, floresta, água, resíduos, etc. – direcionadas a diferentes faixas etárias. As atividades não são exclusivamente destinadas a grupos escolares e podem ser dinamizadas num destes três equipamentos municipais ou em espaços exteriores. - Atividades gratuitas. - Agendamento requer marcação prévia. PROJETOS EDUCATIVOS Oferta direcionada às escolas do concelho de Viana do Castelo preparada no início de cada ano letivo. São apresentados temas diretamente relacionados com os ecossistemas emblemáticos deste concelho assim como ligados à sustentabilidade dos recursos. - Acesso gratuito. - Requer inscrição prévia.

MATERIAIS PEDAGÓGICOS Dispomos de um conjunto de materiais de que poderá usufruir em contexto formativo. Protocolos de atividades, materiais para saídas de campo, jogos didáticos, livros, são alguns dos exemplos de materiais pedagógicos que poderá utilizar. - Empréstimo gratuito. - Requisição através de marcação prévia.

EXPOSIÇÃO PERMANENTE / MOINHO DE MARÉ

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MAR

No Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental pode visitar gratuitamente esta exposição que retrata a história daquela que foi outrora uma importante indústria vianense. Notável exemplo de eficaz e sustentável utilização de recursos naturais para obtenção de energia. - Acesso gratuito. - Visita livre ou guiada (através de marcação prévia.)

Parte integrante do Centro de Mar, este espaço disponibiliza informação diversa e em diversos formatos relativamente ao mar. Poderá aqui efetuar pesquisa por tema e saber onde pode encontrar a informação que procura. Acolhemos ainda documentação que entidades, associações, pessoas em nome individual, ou outras, nos queiram facultar para registo neste espólio marítimo. - Acesso gratuito. - Aberto ao público à 3ª, 5ª e Sábado.

EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS Poderá encontrar oferta sempre no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental e no Centro de Mar, com temas variados. A informação relativa a este recurso – temas e períodos de exposição – vai sendo periodicamente atualizada no website do CMIA. - Acesso gratuito. - Visita livre ou guiada (através de marcação prévia.)

EXPOSIÇÕES ITINERANTES São mais de 14 os temas disponíveis para empréstimo para qualquer entidade que queira usufruir deste recurso. As exposições são concebidas de forma a serem facilmente transportáveis numa viatura ligeira. A memória descritiva destas exposições encontra-se disponível no website do CMIA.

recurso a formadores externos. A informação relativa a este recurso vai sendo periodicamente atualizada no website do CMIA. Acolhemos ainda sugestões de temas que considere conveniente serem tratados. - Valor sob consulta. - Inscrição prévia.

VOLUNTARIADO AMBIENTAL Este é um projeto focado em três áreas específicas: 1) identificação de arrojamento de animais marinhos, 2) proteção de ninhos de Borrelho-de-coleirainterrompida e 3) limpeza de espaços naturais. Cada projeto tem uma dinâmica própria e específica que é apresentada previamente a quem neles pretenda participar. Poderá ainda aderir ao Banco Local de Voluntariado onde usufrui de outras vantagens. - Atividades gratuitas. - Requer inscrição prévia.

MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL Compilamos e coligimos informação de diversos indicadores ambientais – resíduos, ruído, qualidade do ar, qualidade da água - que são posteriormente divulgados no website do CMIA. - Acesso gratuito.

RESERVA DE SALA É possível utilizar, de forma contextualizada, os diversos espaços que estes três equipamentos municipais dispõem. No Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental pode requisitar a sala de atividades, a sala de exposição ou o laboratório. No Centro de Mar poderá requisitar o auditório, a sala de reuniões, a sala exposições do piso entrada ou a sala de exposição do piso inferior. - Empréstimo gratuito. - Requisição através de marcação prévia.

----------------------------------------CONTACTOS | HORÁRIOS Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental | Parque

PUBLICAÇÕES

Ecológico Urbano

Todas a publicações editadas pelo Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental, Parque Ecológico Urbano ou Centro de Mar estão disponíveis no Centro de Recursos do CMIA e também no website. Poderá requisitar por um período limitado de tempo para consulta, descarregar do website ou solicitar vários exemplares, se devidamente justificado. - Empréstimo gratuito. - Requisição através de marcação prévia.

2ª feira: 14H30 - 18H00 3ª a 6ª feira: 10H00 - 13H00 e 14H30 - 18H00 Sábado: 10H00 - 13H00 258 809 362 | cmia@cm-viana-castelo.pt

Centro de Mar 3ª a Domingo: 10H00 - 12H30 e 14H30 - 17H00 258 809 362 | 258 028 068

WORKSHOPS Dinamizamos periodicamente atividades teóricopráticas direcionadas ao público em geral, com

centrodemar@cm-viana-castelo.pt

www.cmia-viana-castelo.pt

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