Cnidários guia da zona entre marés - Outubro 2010

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LITORAL DE VIANA DO CASTELO LITTORAL OF VIANA DO CASTELO

CNIDÁRIOS

Hidras, Medusas, Anémonas e Corais

PHYLUM CNIDARIA

Cnidarians, Hydras, Anemones and Corals


Índice Index 1 Nota de abertura Welcome note 4 Filo Cnidaria Phylum Cnidaria 5 Características gerais dos Cnidários General features of the Cnidarians 6 Morfofisiologia Morphophysiology 10 Reprodução e Ciclo de vida Reproduction and Life Cycle 13 Divisões do Filo Cnidaria Divisions of the Phylum 15 Cnidaria Classe Anthozoa Class Anthozoa 15 Sub-Classe Hexacorallia (ou Zoantharia) Sub-class Hexacorallia (or Zoantharia) 16 Ordem Actiniaria (anémonas do mar) Order Actinaria (sea anemones) 20 Ordem Scleratinia (corais verdadeiros) Order Scleratinia true corals) 23 Ordem Corallimorpharia (anémonas jóia) Order Corallimorpharia (jewel anemones) 27 Sub-Classe Octocorallia (ou Alcyonaria) Sub-class Octocorallia (or Alcyonaria) 32 Classe Hydrozoa (Hidrozoários) Class Hydrozoa (Hydrozoarians)

36 Classe Cyphozoa (Cifozoários) Class Cyphozoa (Cyphozoans) 38 Os pequenos cnidários Little Cnidarians 41 Espécies Species 42 Actinia equina (Linnaeus, 1758) (Tomate-do-mar Beadlet anemone) 44 Actinia fragacea (Tugwell, 1856) (Morango-do-mar Strawberry Anemone) 46 Anemonia viridis (Forskål, 1775) (Anémona verde Snakelocked anemone) 48 Aulactinia verrucosa (Pennant, 1777) (Anémona verrugosa Wartled anemone) Corynactis viridis (Allman, 50 1846) (Anémona Jóia Jewel anemone) Cereus pedunculatus 52 (Pennant, 1777) (Anémona Trombeta Daisy anemone) Sagartia elegans (Dalyell, 54 1848) (Anémona Elegante Elegant Anemone) Actinothoe sphyrodeta 56 (Gosse, 1858) (Anémona ovo-estrelado Sandalled anemone) Balanophyllia regia (Gosse, 58 1860) (Coral estrela-de-ouro Golden star coral) Bibliografia Bibliography Ficha Técnica


Nota de abertura A vida na zona entre marés apresenta um ambiente dinâmico, onde os organismos sujeitos à influência do fluxo e refluxo das marés, duas vezes por dia, vivem num ambiente muito rigoroso, num equilíbrio frágil e delicado entre si e os factores ambientais. A diversidade de espécies aqui presentes faz com que, neste ambiente, ocorram intensas interacções entre os organismos que ali residem, na sequência da limitação de espaço para se fixarem, obrigando os seres vivos a uma notável capacidade de adaptação às bruscas variações ambientais. Sujeitos ao embate das ondas durante a maré cheia, sofrem os efeitos da dessecação provocada pela exposição ao ar na maré baixa. A complexidade e a diversidade da zona entre marés nas praias rochosas de Viana do Castelo, conduziu-nos à elaboração de uma colecção constituída de pequenos guias de campo. Nestes guias, serão abordados os vários Filos que mais facilmente podem ser observados pelo público, desde as Algas aos Vertebrados. A colecção divide-se em duas partes: um volume com a caracterização do ambiente entre marés de uma praia rochosa e um conjunto de volumes sobre as macroalgas e os animais que habitam esse ambiente. Os guias têm como objectivos pedagógicos: · Contribuir para a compreensão da importância da dinâmica na zona entre marés para os seres vivos que aí habitam; · Permitir conhecer alguns exemplos de seres vivos, e sua forma de vida, notoriamente adaptados à zona entre marés; · Suscitar a reflexão sobre a actividade humana e a sua interferência no frágil equilíbrio da zona entre marés.

O Presidente da Câmara, José Maria Costa

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Welcome Note A vida na zona entre marés apresenta um ambiente dinâmico, onde os organismos sujeitos à influência do fluxo e refluxo das marés, duas vezes por dia, vivem num ambiente muito rigoroso, num equilíbrio frágil e delicado entre si e os factores ambientais. A diversidade de espécies aqui presentes faz com que, neste ambiente, ocorram intensas interacções entre os organismos que ali residem, na sequência da limitação de espaço para se fixarem, obrigando os seres vivos a uma notável capacidade de adaptação às bruscas variações ambientais. Sujeitos ao embate das ondas durante a maré cheia, sofrem os efeitos da dessecação provocada pela exposição ao ar na maré baixa. A complexidade e a diversidade da zona entre marés nas praias rochosas de Viana do Castelo, conduziu-nos à elaboração de uma colecção constituída de pequenos guias de campo. Nestes guias, serão abordados os vários Filos que mais facilmente podem ser observados pelo público, desde as Algas aos Vertebrados. A colecção divide-se em duas partes: um volume com a caracterização do ambiente entre marés de uma praia rochosa e um conjunto de volumes sobre as macroalgas e os animais que habitam esse ambiente. Os guias têm como objectivos pedagógicos: · Contribuir para a compreensão da importância da dinâmica na zona entre marés para os seres vivos que aí habitam; · Permitir conhecer alguns exemplos de seres vivos, e sua forma de vida, notoriamente adaptados à zona entre marés; · Suscitar a reflexão sobre a actividade humana e a sua interferência no frágil equilíbrio da zona entre marés.

O Presidente da Câmara, José Maria Costa

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LITORAL DE VIANA DO CASTELO LITTORAL OF VIANA DO CASTELO

CNIDÁRIOS

Hidras, Medusas, Anémonas e Corais

PHYLUM CNIDARIA

Cnidarians, Hydras, Anemones and Corals

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Filo Cnidaria Cnidários Hidras, Medusas, Anémonas e Corais Organismos carnívoros, multicelulares, aquáticos, providos de tentáculos e sem órgãos ou sistemas de órgãos. Este Filo inclui hidras, medusas, anémonas e corais. Com a excepção das hidras de água doce e de algumas medusas, a maioria das cerca de 9000 espécies existentes é marinha.

Phylum Cnidaria Cnidarians, Hydras, Anemones and Corals Carnivore, multicellular and aquatic organisms with tentacles and no organs or organ systems. This phylum includes hydras, jellyfishes, anemones and corals. Excepting freshwater hydras and some jellyfishes, the majority of the about 900 existing species are marine.

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Características gerais dos Cnidários: · Simetria radial · Corpo multicelular, com poucos tecidos e alguns órgãos · Corpo simples, com uma cavidade gastrovascular (celentério) e uma boca · Duas formas distintas: pólipo (fixo) e medusa (de vida livre) · Reprodução sexuada ou assexuada · Rede nervosa constitui um sistema nervoso muito simples · Forma larvar planctónica, ciliada (plânula) de vida livre · Animais exclusivamente aquáticos, maioritariamente marinhos · Maioria é carnívora; muitos são filtradores · Podem apresentar um esqueleto externo de natureza quitinosa ou de carbonato de cálcio · Podem ser solitários ou coloniais · Podem ser muito pequenos (alguns millimetros) ou muito grandes; o maior animal que se conhece é um cnidário Praya dubia, que pode atingir comprimentos da ordem dos 40-50 metros

General features of the Cnidarians · · · · · · · · · · · ·

Radial symmetry Multicellular body, with few tissues and some organs Simple body, with a gastrovascular cavity (celenterion) and one mouth Two distinct shapes: polyp (sessile) and medusa (mobile) Sexual and asexual reproduction Simple nervous system, in the form of a nerve net Planktonic ciliated larval form (planula) Exclusively aquatic animals, mostly marine Majority is carnivore, a few are filter feeders May present a chitin or calcium carbonate exoskeleton May be colonial or solitary May be very small (some millimetres) or very large; the largest animal known is a cnidarian called Praya dubia which may reach lengths up to 40-50 metres

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Morfofisiologia A característicaa mais distintiva dos Cnidários é a presença de organelos urticantes (nematocistos), que têm origem em células especializadas (cnidócitos) e que forram exteriormente os tentáculos.

Esquema ilustrativo do posicionamento dos cnidócitos num tentáculo de uma anémona-do-mar

A boca abre para uma cavidade gastrovascular (espaço interno alargado onde se processa a digestão) e a distribuição de substâncias nutritivas e de outros materiais. Não existe ânus, entrando e saindo os materiais através da boca. Nos Cnidários ocorrem duas formas corporais básicas: pólipos e medusas, ambas com simetria radiada (o corpo possui um número de partes iguais arranjadas em redor de um eixo central comum). O pólipo é séssil (fixo ao substrato), tem a forma de saco e a boca está situada na terminação distal, sendo geralmente provida de tentáculos, que a envolvem. A medusa tem, tipicamente, vida livre e forma de campânula, com tentáculos que se desenvolvem a par tir da margem exterior desta. A boca das medusas situa-se na parte terminal do manúbrio, que surge suspenso do centro da superfície inferior da campânula. Salinas 6


Morphophysiology The Cnidarians most distinctive feature is the presence of stinging (urticating) organelles (nematocysts), originated in specialized cells (cnidocytes) that cover the exterior of the tentacles. The mouth opens to a gastrovascular cavity, a large internal space where the digestion and the distribution of nutrients and other materials occurs. Anus is absent, so materials enter and exit through the mouth. Cnidarians have two basic body forms: polyps and medusas, both with radial symmetry (body has a number of equal parts arranged around a common central axis). Polyps are sessile (attached to the substrate), bag shaped, and the mouth is located in the distal termination, generally surrounded by tentacles. Medusas typically are mobile and bell shaped, with tentacles developing from their external margin. The mouth is located in the terminal section of the manubrium, which is suspended from the center of the inferior surface of the campanula.

As duas formas básicas que podem ocorrer nos Cnidários: pólipo (à esquerda) e medusa (à direita)

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Muitas espécies de Cnidaria são coloniais, sendo as colónias constituídas por zoóides polipóides, medusóides ou ambos. Em todos os casos, a cavidade gastrovascular é partilhada por toda a colónia. Os Cnidaria podem apresentar uma grande variedade de esqueletos (exo e endoesqueletos). Estes podem ser de natureza variada, nomeadamente quitinosa (finas cutículas de periderme quitinosa), calcárea (corais), espículas calcáreas e orgânicas (endoesqueletos de gorgónias e penatulários), hidroesqueletos suportados por vacúolos túrgidos ou partículas estranhas (grãos e conchas) aderentes à superfície do corpo. É frequente o polimorfismo nos Cnidaria, principalmente nas formas coloniais, onde os zoóides se diferenciam por funções (obtenção do alimento, defesa, protecção da colónia, reprodução...).

Many Cnidaria species are colonial, colonies being made of zooids polypoids, medusoides or both. In all cases the gastrovascular cavity is shared by the entire colony. Cnidarians can present a wide variety of skeletons (exterior and internal). These may have various compositions, particularly chitin (thin cuticles of chitin periderm), calcareous (corals), calcareous and organic spicules (gorgons and penatularians endoskeleton) and hydroskeletons supported by turgid vacuoles or strange particles (shells and grains) adherent to the body surface. Polymorphism is frequent in Cnidarians, especially in colonial forms, where zooids differentiate by function (feeding, defense, colony protection, reproduction...).

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Reprodução e Ciclo de vida A reprodução dos cnidários pode dar-se assexuada ou sexuadamente. Neste processo, medusas e pólipos desempenham papéis distintos, levando a que o ciclo de vida destes animais tenha alguma complexidade e com algumas variações na sequência em que surgem as várias fases desse ciclo. Regra geral, o ovo fecundado (zigoto) dá origem a uma larva móvel ciliada (plânula). Ao fim de algum tempo de vida livre no plâncton, quando encontra um substrato adequado a plânula fixa-se e transforma-se num pólipo. O pólipo pode dar origem a outros pólipos por reprodução assexuada, podendo, desta forma, ocupar uma superfície maior. Mais tarde ou mais cedo, o pólipo dá origem a medusas de vida livre, nadadoras, por divisão assexuada. As medusas desenvolvem gónadas (órgãos sexuais), que dão origem a gâmetas (células sexuais) e constituem a forma sexuada do ciclo dos cnidários, existindo ambos os sexos no mesmo indivíduo. Embora este seja o ciclo de vida geral dos cnidários, permitindolhes tirar partido do meio pelágico (águas livres) e bentónico (fundo), existem variações. Em alguns hidrozoários coloniais, os pólipos desenvolvem-se na colónia que é flutuante (caso da caravelaportuguesa ou da velela). Nos antozoários, não existe a forma de pólipo. Alguns hidrozoários formam medusas que não se libertam da colónia; noutros as gónadas formam-se directamente na extremidade dos pólipos, sem que haja formação de medusas.

(a)

Figura 3: Representação esquemática do ciclo de vida de um cnidário em que não ocorre a fase medusóide, como é o caso das anémonas-do-mar (a) e com fase medusóide, como é o caso das alforrecas (b)

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Reproduction and Life Cycle Reproduction in cnidarians can be sexual or asexual. Medusas and polyps play distinct roles, making the life cycle complex and with some variations in the order and sequence of the various phases. Generally, the embryo (zygote) gives origin to mobile ciliated larvae (planula). After some time of mobile life in the plankton, the planula finds a suitable substrate to attach and transforms into a polyp. The polyp can originate other polyps by asexual reproduction, thus occupying a larger area. Sooner or later, the polyp originates mobile swimming medusas, by asexual division. The medusas develop gonads (sexual organs), which originate gametes (sexual cells) and are the sexual phase of the cnidarians life cycle, with both genders existing in the same individual. Despite this general life cycle of cnidarians, allowing them to take advantage of the pelagic (free waters) and bentonic (bottom) environment, there are some variations. In some colonial hydrozoans, the polyps develop in the colony, which is buoyant (like the Portuguese Man-of-war or the Velela). In anthozoans, there are no polyps. Some hydrozoans form medusas that never get free from the colony; in others, the gonads form directly in the extremity of the polyps, without medusa formation.

(b)

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Anthozoa (Antozoários) Ciclo de vida / Life cycle não existe medusa / no medusae Habitat Exclusivamente marinho / Marine only

Cubozoa (Cubozoários) Ciclo de vida / Life cycle forma de medusa é dominante / medusae predominat Habitat Exclusivamente marinho / Marine only

Hydrozoa (Hidrozoários) Ciclo de vida / Life cycle pólipos, medusas ou ambas as formas / polips, medusae or both Habitat Marinho e de água doce / marine and freshwater

Scyphozoa (Cifozoários) Ciclo de vida forma de medusa é dominante / medusae predominat Habitat Exclusivamente marinho / Marine only

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Divisões do Filo Cnidaria O Filo Cnidaria está dividido em seis Classes distintas. Na costa atlântica do norte de Portugal, apenas os antozoários, os hidrozoários e os cifozoários são comuns ou facilmente observáveis a olho nú. Por isso, para além da discrição geral que a seguir se apresenta, apenas essas Classes serão abordadas com mais detalhe.

Divisions of the Phylum Cnidaria The phylum Cnidaria is divided in six distinct classes. In the north Atlantic coast of Portugal only anthozoans, hydrozoans and scyphozoans are common or easily detectable by the naked eye; so, beyond the general description presented next, only these classes will be discussed in more detail.

Staurozoa (Estaurozoários) Ciclo de vida / Life cycle forma de medusa é dominante / medusae predominat Habitat Exclusivamente marinho / Marine only

Cnidaria Incertae sedis Habitat Posição taxonómica exacta ainda não estabelecida Exact taxonomic position not yet established

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Classe Anthozoa São invertebrados marinhos com uma ampla distribuição que vai desde a zona entre marés até águas profundas, em mares tropicais e temperados. Todos os adultos são pólipos sésseis, não apresentando a fase de medusa. Podem ser organismos solitários (como as anémonas) ou formar colónias complexas, com várias centenas de pólipos interligados (como os corais). Na Classe Anthozoa distinguem-se duas Sub-Classes: Hexacorallia (ou Zoantharia, com 6 cavidades gástricas) e Octocorallia (ou Alcyonaria, com 8 cavidades gástricas).

Class Anthozoa Marine invertebrates with a broad distribution, from the intertidal zone to deep waters, in temperate and tropical seas. All adult forms are sessile polyps, with no medusa phase. Can be solitary organisms (like anemones) or form complex colonies, with hundreds of interconnected polyps (like corals). In the Anthozoa class two sub-classes can be distinguished: Hexacorallia (or Zoantharia, with 6 gastric cavities) and Octocorallia (or Alcyonaria, with 8 gastric cavities).

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Sub-Classe Hexacorallia (ou Zoantharia) Inclui cerca de 4000 espécies, distribuídas por 6 Ordens: Actiniaria (anémonas do mar), Antipatharia (antipatários ou corais negros), Ceriantharia (anémonas tubulares), Corallimorpha (anémonas jóia, anémonas coral ou falsos corais), Scleractinia (corais duros ou verdadeiros corais) e Zoanthidea (anémonas incrustantes). A simetria corporal dos membros desta classe é geralmente hexâmera, ocorrendo os septos em múltiplos de 6. Os corais negros, as anémonas tubulares e as anémonas incrustantes apenas são acessíveis a mergulhadores. Por esse motivo, não serão abordados nestas páginas.

Sub-class Hexacorallia (or Zoantharia) Includes circa 4000 species, distributed by 6 Orders: Actiniaria (sea anemones); Antipatharia (antipatharians or black corals); Ceriantharia (tubular anemones); Corallimorpha (jewel anemones, coral anemones or false corals); Scleractinia (stony star corals or true corals); Zoanthidea (incrusting anemones). The body symmetry of this class is in general hexamerous, with septa occurring in multiples of 6. Black corals, tubular anemones and incrusting anemones are only accessible by scuba diving. For this reason, they won’t be covered in the following pages.

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Ordem Actiniaria (anémonas do mar) As anémonas do mar são geralmente pólipos solitários e relativamente grandes (1,5 a 10 cm de comprimento por 1 a 5 cm de diâmetro), podendo algumas espécies tropicais alcançar grandes dimensões (mais de 1 m de diâmetro na extremidade oral). Regra geral, apresentam colorações vivas, podendo apresentar uma só cor (branco, verde, azul, laranja e vermelho) ou um conjunto de cores variadas. Habitam desde a zona entre marés até às águas profundas, podendo surgir associadas a uma grande variedade de substratos (rochas, conchas, madeira submersa, estruturas artificiais e enterradas na vasa e na areia). Algumas espécies estabelecem simbioses com outros animais, como é o caso dos crustáceos (os caranguejoseremita são o exemplo mais vulgarizado). A maior diversidade das anémonas do mar surge nos mares tropicais. No entanto, a sua distribuição é global, surgindo quer em mares tropicais quer nas zonas polares. A sua forma geral é cilíndrica, com uma coroa de tentáculos formando um ou mais círculos em volta do disco oral, achatado, onde se abre a boca. A forma cilíndrica é mantida por um esqueleto hidrostático, constituído por água encerrada num corpo bastante expansível e elástico. Em função das necessidades, as anémonas do mar podem contrair ou expandir o seu corpo, através da ingestão ou expulsão de água. Essa possibilidade faz com que apresentem forma e tamanho muito variável. As espécies que vivem agarradas a substratos duros apresentam um pé musculoso, adesivo (disco pedal); nas espécies escavadoras esse disco está geralmente ausente, fixando-se ao sedimento através da expansão lateral da extremidade basal. Os tentáculos das anémonas do mar são geralmente simples e afilados, com um poro terminal, embora algumas espécies possam ter tentáculos ramificados. Algumas espécies apresentam projecções especializadas, semelhantes a tentáculos (sacos, que utilizam como armas para afastar competidores (como é caso das espécies do género Actinia).

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A coluna do corpo das anémonas pode ser liso e indiferenciado ou apresentar estruturas especializadas, como papilas adesivas ou verrugas (com que prendem areia e fragmentos de concha, que lhes servem de protecção adicional), orifícios na base da coluna (por onde sai água durante a retracção do pólipo) ou vesículas com zooxantelas simbiontes. As anémonas apesar de apresentarem um modo de vida séssil são capazes de realizar movimentos lentos, quer por reptação ao longo do substrato, quer por movimentos peristálticos no sedimento onde se enterram. Algumas espécies podem utilizar os seus tentáculos para se deslocar e outras são mesmo capazes de nadar. São animais carnívoros, alimentando-se de invertebrados, embora possam também capturar peixes ou alimentar-se de material orgânico em suspensão. Muitas espécies estabelecem simbioses com algas (zooxantelas, zooclorelas ou ambas) que se albergam nos tentáculos e no disco oral. A coloração dessas anémonas é definida em grande parte pelo tipo de alga simbionte presente.

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Order Actinaria (sea anemones) Sea anemones generally are solitary polyps and relatively large (1.5 to 10cm in length and 1 to 5 cm in diameter), and some tropical species can reach far larger dimensions (more than 1 m in diameter in the oral extremity). In general, they present vivid colorations, which can be of one colour only (white, blue, green, orange and red) or an ensemble of various colours. They inhabit from the intertidal zone to deep waters, and may arise associated to a wide variety of substrates (rocks, shells, submerged wood, artificial structures and buried in sediments). Some species establish symbiotic relations with other animals, like some crustaceans (hermit-crabs are the most common example). The greatest diversity of sea anemones occurs in tropical seas. However, their distribution is global, occurring in both tropical to polar zone. Its general shape is cylindrical, with a crown of tentacles forming one or more circles around the oral disc, flattened, where the mouth opens. The cylindrical shape is kept by a hydrostatic skeleton, consisting of water trapped in an expansible and elastic body. According to their needs, sea anemones can contract or expand their body, through the ingestion or expulsion of water. This ability grants them a wide range of body size and shape. The species which live attached to hard substrates present a muscular foot, adhesive (pedal disk); in burrowing species this disk in general is absent, so attachment to sediment is done through lateral expansion of the basal end. The sea anemones tentacles generally are simple and thin, with a terminal pore, although some species might have branched tentacles. Some species present specialized projections, similar to tentacles (bags), which are used as a weapon to exclude competitors (species of the Actinia genera). The column of the anemones body may be plain and even or present specialized structures, like adhesive papillae or ripples (which they use to trap sand and shell fragments, providing additional protection), holes in the column base (where water escapes during the polyp retraction) or vesicles with symbiotic zooxanthella. 18


Even though anemones have a sessile lifestyle, they are capable of making slow movements, either by reptation along the substrate, or by peristaltic movements in the sediment where they bury. Some species can use their tentacles to move, and others are even capable of swimming. They are carnivores, feeding on invertebrates, although being also capable of capturing fishes or feed from suspended organic material. A lot of species establish symbiotic relations with algae (zooxanthella, zoochlorella or both) that lodge in the tentacles and oral disk. The coloration of these anemones is defined in great extent by the kind of symbiotic algae present.

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Ordem Scleratinia (corais verdadeiros) Dentro da super classe Anthozoa, corresponde ao taxon com maior nº de espécies (3600 identificadas). Muito semelhantes a anémonas do mar, distinguem-se destas por produzirem um esqueleto externo (exoesqueleto) de carbonato de cálcio (aragonite). A maioria é colonial, com pólipos pequenos (1-3mm diâmetro), embora algumas sejam solitárias e com pólipos que podem alcançar 50 cm de diâmetro. As colónias podem atingir grandes dimensões (alguns metros de altura e peso da ordem das toneladas), envolvendo mais de 100 000 pólipos. O exoesqueleto é segregado pela epiderme da parte inferior da coluna ou pelo disco basal nos pólipos solitár ios, resultando na formação de uma cúpula esquelética - coralite - sobre a qual vive o pólipo e para onde este recolhe quando necessita de protecção. Do fundo da coralite irradiam septos calcários - escleroseptos - cujos extremos finos se projectam verticalmente, dobrando o disco basal para dentro entre cada septo. Para além de outras possíveis funções, os escleroseptos são estruturas de fixação, existindo células especializadas (desmócitos) que fixam o pólipo ao seu esqueleto. O pólipo vive sobre o esqueleto mineral, que envolve por completo e que cresce em contínuo enquanto o animal viver. Periodicamente, o pólipo sela a base da coralite, uma vez que este não pode crescer indefinidamente, deslocando a coralite um pouco mais para a superfície. Quando o pólipo retrai, algum do tecido vivo recolhe; no entanto, a maior parte fica na superfície do esqueleto, que cobre completamente. Nas águas atlânticas do norte de Portugal apenas ocorrem as formas solitárias, que é possível observar a partir do limite inferior da zona entre marés. De pequenas dimensões, os corais alimentam-se de organismos zooplanctónicos, fundamentalmente durante a noite, podendo também recorrer a partículas orgânicas suspensas, que recolhem por intermédio de camadas adesivas, mucosas.

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Order Scleratinia (true corals) Inside the super class Anthozoa, it is the taxon with the larger number of species (aprox. 3600 identified). They are very similar to sea anemones, and are distinguished from the latest for its production of an exoskeleton of calcium carbonate (aragonite). The majority is colonial, with small polyps (1 to 3 mm of diameter), although some are solitaries with polyps that can reach 50cm of diameter. Colonies can reach big dimensions (a few meters of height and weighing tons), involving more than 100 000 polyps. The exoskeleton is segregated by the epidermis in the inferior section of the column or by the basal disk when in solitary polyps, resulting in the construction of a skeletal dome – coralllite – over which lives the polyp and to where it recoils when in need of protection. From the corallite bottom calcareous septa irradiates – sclerosepts – which thin ends project vertically, folding the basal disk between each septum to the interior. Besides other possible functions, the sclerosepts are fixation structures, with specialized cells (desmocytes) that attach the polyps to its skeleton. The polyp lives over the mineral skeleton, involving it completely, and grows continuously while the animal lives. Periodically, the polyp seals the corallite base, since it cannot grow indefinitely, by moving the corallite a little more to the surface. When the polyp retracts, some of the living tissue retracts; however, the majority of it stays at the surface of the skeleton, covering it completely. In Portuguese north Atlantic waters only solitary types occur, and they are possible to observe from the inferior limit of the intertidal zone. Having small dimensions, corals feed on zooplankton, generally overnight, and may also resort to suspended organic particles, that they gather through adhesive mucosa layers.

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Ordem Corallimorpharia (anémonas jóia) Anémonas solitárias, que surgem por todos os oceanos, embora o maior nº de espécies ocorra em águas tropicais. Regra geral apresentam tentáculos curtos ou muito curtos, formando filas que radiam a partir da boca. A coluna é estreita mas o disco oral é largo. Os tentáculos apresentam frequentemente estruturas esféricas nas pontas. Podem formar grupos densos, cobrindo por completo as rochas onde se fixam. A sua coloração é variável, podendo apresentar cores muito vivas, quase fosforescentes. Alimentam-se de plancton e de matéria orgânica particulada. Algumas espécies estabelecem simbiose com zooxantelas. Surgem exclusivamente nas costas rochosas permanentemente submersas (zona infralitoral), não sendo fácil a sua observação por não mergulhadores.

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Order Corallimorpharia (jewel anemones) Solitary anemones, that exist in all oceans, although the majority of species occur in tropical waters. In general they present short or very short tentacles, forming lines that radiate from the mouth. The column is narrow but the oral disk is wide. The tentacles frequently present spherical structures in the tips. They can form dense clumps, covering entirely the rocks where they attach. The coloration is variable, and may have very vivid colours, almost phosphorescent. They feed on plankton and particulate organic matter. Some species establish symbiotic relations with zooxanthella. They occur exclusively on rocky shores permanently submerse (infralittoral zone), so observing without using scuba diving gear in not easy.

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Sub-Classe Octocorallia (ou Alcyonaria) Os elementos desta sub-classe caracterizam-se por não apresentarem um esqueleto calcário, não sendo por isso construtores de recifes. Têm uma estrutura variada, nomeadamente ao nível do esqueleto interno de suporte, que é segregado pela mesogleia. Apresentam formas muito variadas, podendo surgir como incrustantes, de tipo arbustivo ou filamentosas. Caracterizam-se pela presença de pólipos com 8 tentáculos pinados, o que lhes dá uma aparência de pena. Os pólipos raras vezes excedem os 5 mm de diâmetro e estão organizados em colónias carnudas, moles e de forma irregular. Apesar da designação, os corais moles apresentam alguma rigidez que lhes é conferida quer pela presença de numerosas minúsculas espículas de carbonato de cálcio, segregadas por células especializadas (amebócitos), quer por um esqueleto interno de natureza proteica (complexo proteico

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designado por gorgorina, que contém bromo, iodo e tirosina). Tanto as espículas como a gorgorina suportam a colónia, conferindo-lhe alguma rigidez, sem impedir, no entanto os seus característicos movimentos oscilantes. Apesar de um aspecto mais frágil do que o dos corais duros, com exoesqueleto calcário, os corais moles são menos vulneráveis aos predadores do que os seus congéneres duros. As espículas, além do suporte que conferem, fornecem ainda protecção face aos predadores, de uma forma análoga à dos espinhos de algumas plantas. Adicionalmente, este tipo de corais produz toxinas potentes (terpenos) que os tornam pouco saborosos ou mesmo tóxicos para os peixes. Essas toxinas são ainda utilizadas na competição pelo espaço face aos seus vizinhos, que matam ou repelem por seu intermédio. Ao contrário dos corais duros, a maioria dos corais moles cresce em águas ricas em nutrientes e com luminosidade reduzida a nula. Algumas formas são fotossintéticas, através da simbiose com zooxantelas, habitando por isso habitats iluminados, enquanto que outras não o são, distribuindo-se por espaços onde a luz é reduzida ou mesmo nula. Preferem locais expostos a correntes significativas, a que resistem facilmente devido à flexibilidade da colónia. A colónia cresce através de rebentos assexuados. Independentemente da sua capacidade fotossintética ou não, todos os corais moles ingerem facilmente restos orgânicos que flutuem na coluna de água. O alimento é capturado com auxílio dos tentáculos dos pólipos. As presas vivas são imobilizadas com recurso a células especializadas - cnidócitos - que são características de todos os cnidários. O plancton que passa ao alcance dos tentáculos é preso pelos nematocistos projectados pelos cnidócitos, através dos quais são injectadas substâncias tóxicas que os imobiliza. Os organismos assim capturados (ex: copépodes) são transferidos para a cavidade corporal, onde são digeridos.

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As espécies fotossintéticas de corais moles são caracteristicamente amarelas, castanhas ou verdes. As não fotossintéticas são rosa, laranjas e vermelhas. Nesta classe considera-se a existência de 4 ordens distintas: Alcyonacea (alcionários), Gorgonacea (gorgónias), Pennatulacea (penatulídeos) e Stolonifera. Os elementos desta classe crescem exclusivamente em zonas permanentemente submersas, embora seja possível observar pequenos pólipos individuais agarrados a rochas e blocos rochosos no limite do infralitoral e em canais de maré que permaneçam submersos durante todo o ciclo de marés. Gorgónias e alcionários apenas são observáveis a profundidades que normalmente implicam o mergulho com escafandro.

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Sub-class Octocorallia (or Alcyonaria) The elements of this sub-class are characterized by the lack of a calcareous skeleton, so they are not reef builders. They have a varied structure, namely at the endoskeleton level, which is segregated by the mesoglea. Possessing a wide range of forms, they can be incrusting, branching or filamentouse. Characterized by the presence of polyps with 8 pinnate tentacles, they have a feathery appearance. Polyps rarely exceed 5mm in diameter and are organized in fleshy colonies, soft and irregular. Despite their designation, soft corals present some rigidity, which is granted to them by the presence of numerous tiny spicules made of calcium carbonate, segregated by specialized cells (amebocytes), and by an internal skeleton of protein origin (protein complex called gorgonia, containing bromine, iodine and tyrosine). Both spicules and gorogorina support the colony, giving it some rigidity, without preventing, however, its characteristic oscillatory movements. Despite looking more fragile than the hard corals, with calcareous exoskeleton, the soft corals are less vulnerable to predation than their hard cousins. Spicules, besides the support they provide, they also add some protection against predation, acting like the thorns of plants. Additionally, this kind of corals produces powerful toxins (terpenes) that make them less palatable or even toxic to fish. These toxins are also used in competition for space against the neighbors, which kill or repel through it. Opposite to hard corals, the majority of the soft corals grow in nutrient rich waters, and with reduced or no light at all. Some kinds are photosynthetic, through symbiosis with zooxanthellas, thus inhabiting illuminated places, while others are not, distributed by spaces where lightning is low or even absent. They prefer places exposed to significant currents; they resist easily to the strong water movements due to the flexibility of the colony. Colony grows through asexual buds.

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Independently of their photosynthetic ability, all soft corals can easily ingest organic debris floating in the water column. Food is captured with the aid of the polyp’s tentacles. Live prey is immobilized using specialized cells - cnidocytes – which are typical of all cnidarians. The plankton that passes in the reach of the tentacles is trapped by the nematocysts projected by the cnidocytes, through which are injected toxic substances that immobilize it. The organisms captured like this (like copepods) are then transferred to the body cavity, where they are digested. The photosynthetic species of soft corals are characteristically yellow, brown or green. The non-photosynthetic are pink, orange and red. In this class the existence of 4 orders is considered: Alcyonacea (alcyonarians), Gorgonacea (gorgonians), Pennatulacea (penatulideans) and Stolonifera. The elements of this class grow exclusively in permanently submerged areas, although it is possible to observe little individual polyps attached to rocks and boulders in the limit of the infralittoral zone and in tidal channels that remain submerged through the whole tidal cycle. Gorgonians and alcyonarians are only observable in depths that usually require the use of scuba gear.

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Classe Hydrozoa (Hidrozoários) Animais maioritariamente marinhos, geralmente de pequenas dimensões, o que os faz passar despercebidos para a maioria dos observadores. Solitários ou coloniais, são predadores com ciclos de vida complexos, que, regra geral, incluem uma fase de pólipo (fixa) e uma fase de medusa (móvel). Algumas espécies, no entanto, possuem apenas uma dessas fases. Conhecem-se cerca de 2700 espécies, que ocorrem maioritariamente sob a forma de colónias fixas a substratos duros. Muitas vezes confundidos com algas ou com cifozoários (caso das colónias flutuantes), os hidrozoários distinguem-se destes precisamente pela capacidade em formar colónias. Tipicamente, a forma de pólipo de um hidrozoário apresenta uma base de fixação (hidroriza), a partir da qual se desenvolve um ou mais hidrocaules verticais, envolvidos por uma camada protectora de origem quitinosa. Os animais individuais (zoóides) surgem nas pontas das ramificações dos hidrocaules, ocorrendo diferenciação funcionais destes numa mesma colónia. A maior parte dos zoóides tem funções alimentares (hidrantes ou gastrozóides), ocorrendo ainda formas reprodutoras (gonozóides) e de defesa (dactilozóides). Capturam pequenas presas planctónicas (pequenos crustáceos e vermes, bem como larvas) através dos tentáculos providos de cnidócitos dos gastrozóides. Após digestão das presas capturadas, o alimento é partilhado por toda a colónia. As colónias crescem pela adição de novos zoóides por um processo de reprodução assexuada (produção de gomos). A reprodução sexuada implica a formação de medusas nos gonozóides. Regra geral, as medusas têm uma fase de vida livre, nadadora, durante a qual se processa a maturação sexual e a produção dos gâmetas. A fecundação dá-se no exterior, resultando numa larva ciliada nadadora (plânula). Após fixação num substrato duro apropriado, a plânula dá origem a um pólipo minúsculo que, através de divisões assexuadas, formará uma nova colónia, completando o ciclo de vida.

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As medusas dos hidrozoários são geralmente de pequenas dimensões (diâmetro de 2-3 mm até alguns centímetros), distinguindo-se das dos cifozoários não só pelas dimensões mas também pela presença de um véu membranoso que fecha quase por completo a câmpanula e é usado para nadar. Muito comuns no plancton, a visualização das hidromedusas implica, geralmente, o recurso a uma lupa binocular. Um dos hidrozoários mais conhecidos é a forma colonial conhecida por caravela-portuguesa (Ordem Siphonophora). Colónia flutuante de dimensões apreciáveis, é um dos hidrozários mais especializados, apresentando diversos tipos de pólipos individuais. A característica mais visível é a presença de um flutuador cheio de gás (pneumatóforo) do qual estão suspensos tentáculos longos

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Class Hydrozoa (Hydrozoarians) Composed mainly of marine animals, generally small, which makes them go unnoticed to most observers. Solitary or colonial, they are predators with complex life cycles that generally include a polyp (sessile) and a medusa phase (mobile). However, some species only possess one of these phases. There are circa 2700 known species, occurring in its majority in the form of sessile colonies attached to hard substrates. They are often confused with algae or scyphozoans (case of the floating colonies), but the hydrozoans can be distinguished from the last precisely for the ability to form colonies. Typically, the polyp form of hydrozoans presents an attachment base (hidroryza), from which one or more vertical hydrocaules develop, surrounded by a protective layer of chitin source. The individual animals (zooyds) appear on the tips of the branches of the hydrocaules, and functional differentiation occurs inside the colony. The majority of the zooyds have feeding functions (hydrantes ou gastrozoyds), but breeding (gonozoyds) and defence (dactilozoids) forms also occur. They capture little planktonic preys (small crustaceans, worms and larvae) through cnydocyte bearing tentacles from the gastrozoyds. After the digestion of the captured prey, the food is shared by the whole colony. Colonies grow through the addition of new zooyds, by a process of asexual reproduction (bud production). Sexual reproduction implies the formation of medusas in the gonozoydes. Generally, medusas have a mobile life phase, swimmer, during which sexual maturation and gamete production occur. Fertilization is external, resulting in a swimming ciliated larva (planula). After attachment to a suitable hard substrate, the planula gives rise to a tiny polyp that, through sexual divisions, will form a new colony, completing its life cycle.

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Hydrozoans medusas are generally of small dimensions, (from 2-3 mm to few cm in diameter), and are distinguished of those from the scyphozoans not only by their dimensions, but also for the presence of a membranous veil that closes almost completely the campanula, and is used to swim. Very common in plankton, the visualization of these medusas usually implies the use of binocular lens/microscope. One of the most known and notable hydrozoans is a colonial form known as the Portuguese-Man-of-War (Order Siphonophora). It is a floating colony of appreciable size, and is one of the most specialized hydrozoans, presenting a series of diverse individual polyps. It’s most distinctive character is the presence of a gas loaded floater (pneumatophora) from which several long tentacles are suspended.

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Classe Cyphozoa (Cifozoários) Animais gelatinosos, exclusivamente marinhos, com alternância entre as formas livres (medusas) e as sedentárias (pólipos) mas com dominância das primeiras. As suas dimensões são variadas, podendo apresentar umbelas (parte do corpo em forma de campânula, que encerra a cavidade gastrovascular) com mais de 2 m de diâmetro e tentáculos com 6070 m de comprimento, embora diâmetros de 2-40 cm sejam mais comuns. As medusas, também conhecidas por alforrecas, derivam ou nadam em mar aberto, podendo ser encontradas a grande profundidade (2 000-3 000 m). A pulsação rítmica da umbela permitelhes algum controlo na direcção em que se movimentam, não conseguindo, no entanto, contrariar a deriva induzida por correntes oceânicas. Os tentáculos nunca estão associados a um véu e podem ser numerosos ou em número reduzido. A boca surge no centro da umbela, na face inferior desta, geralmente rodeada por 4 braços orais que capturam o alimento e o levam até à boca. Os tentáculos estão bem providos de nematocistos, o mesmo podendo acontecer ao resto do corpo, com os quais a medusa paralisa as presas. Os sexos são separados, estando as gónadas localizadas nas bolsas gástricas (facilmente visíveis à transparência nos animais de maiores dimensões). Como são animais de águas livres, a sua presença no litoral é acidental e relacionada com eventos oceanográficos como correntes ou tempestades.

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Class Cyphozoa (Cyphozoans) Jelly like animals, exclusively marine, with rotation between mobile (medusas) and sedentary (polyps) forms, but with a clear dominance of the first. Its dimensions vary, and they may present umbelas (campanula shaped body part, where the gastrovascular cavity is located) with more than 2m of diameter and tentacles up to 60-70m in length, although 2-40cm of diameter are common. Medusas, also known as jellyfish, drift or swim in the open seas, and can be found at great depths (2000-3000m). The rhythmic pulse of the umbela gives them some control of the movement direction, but they cannot counteract the drift induced by ocean currents. Tentacles are never associated to a veil and they can be present in large or small numbers. The mouth is located in the interior side of the centre of the umbela, generally surround by 4 oral arms that capture the food particles and direct them to the mouth. The tentacles are well provided with nematocysts, and the same can occur in the rest of the body, and the medusa uses them to paralyze its prey. Genders are separated, and the gonads are located in the gastric pouches (easily observable to the transparency in larger animals). Being open water animals, their presence in the littoral zone is accidental and related to oceanographic events like storms and currents.

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Os pequenos cnidários Podendo ser localmente abundantes a maior parte dos cnidários de pequenas dimensões (0,3 a 1 mm embora alguns exemplares possam atingir 3 a 10 mm de comprimento) que mais facilmente podem ser encontrados pertencem às classes Hydrozoa e Staurozoa. A observação dos pólipos dos hidrozoários não é difícil mas exige algum cuidado na sua pesquisa, pois podem ser facilmente confundidos com detritos e algas. Translúcidos, aparentam pelos ou penas que se erguem na vertical a partir do substrato de apoio, como algas, conchas de moluscos e outros substratos duros sem sedimentação. As fases de medusa são muito comuns no plancton, exigindo, no entanto, o uso de redes de plancton para a sua recolha. A identificação destes organismos não é fácil e exige o recurso a lupas estereoscópicas e microscópios. Os estaurozoários surgem sempre associados a povoamentos de algas, nomeadamente aos rizóides das grandes laminárias. De pequenas dimensões, são pólipos solitários que não apresentam a fase de medusa no seu ciclo de vida. O seu corpo tem a forma de cálice, com 8 extensões (“braços”) no topo do pólipo. No topo dos ”braços” surgem conjuntos de tentáculos que rodeiam a boca. A sua observação na natureza não é fácil A pesquisar nas pedras de zonas sempre submersas com mais corrente (canais de escoamento de poças de maré), frondes de laminárias sempre submersas e em algas vermelhas e castanhas com talos finos, de aspecto frondoso mas sempre submersas. A utilização de um pequeno aquário com alguma movimentação da água (por utilização de um arejador portátil) e de uma lupa de mão facilita a sua observação. A utilização de uma máscara de mergulho e tubo de respiração (snorkel) permite tirar partido do efeito de lupa da máscara, o que facilita a sua detecção. A prospecção dos rizóides das grandes laminárias que dão à costa após um período de mar mais agitado é uma forma de obter exemplares deste grupo.

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Little Cnidarians They can be locally abundant, and the majority of small cnidarians (0,3 to 1mm, although some can reach 3 to 10mm in length) that can be easily observed belong to the classes Hydrozoa and Staurozoa. Observation of hydrozoan polyps isn’t hard, but requires some care in the research, as they can be easily confused with debris and algae. Translucent, they appear to possess hair or feathers that rise vertically from the support substrate, like algae, mollusc shells or other hard substrates without sedimentation. Medusa phases are common in the plankton, but demand the use of plankton nets to be caught. The identification isn’t easy and requires stereoscopic magnifying lens and microscopes. The staurozoans are always associated to algae settlements, namely large kelp holdfasts. Small, they are solitary polyps that don’t present a medusa phase in the life cycle. The body is cup shaped, with 8 extensions (“arms”) in the top of the polyp. In the top of the “arms” sets of tentacles surrounding the mouth are present. Observing these animals in the nature isn’t easy. Search for them in rocky zones with current (tidal pools outlets), kelp fronds and brown and red algae with thin stems and bushy appearance, in places that are always submerged. Using a small aquarium with some water movement (provided by a portable aerator) and magnifying lens makes their observation easier. Using a diving mask and a snorkel allows you to take advantage of the magnifying effect of the mask, making the detection easier. Prospection in the holdfasts of large laminaria that wash ashore after a period of agitation in the ocean is one way to get examples of this group.

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ESPÉCIES SPECIES

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Actinia equina (Linnaeus, 1758) Tomate-do-mar Beadlet anemone

Descrição Coluna lisa, sem pontos Anel com 24 verrugas azul brilhante normalmente presente, dentro da margem superior da coluna (debaixo dos tentáculos) Geralmente uma linha estreita azul vivo circunda a base da coluna Na maré baixa, retrai os tentáculos, assemelhando-se a um tomate gelatinoso

Description Smooth column without spots Ring of 24 bright blue wart often present and inside of the top margin of the column (under tentacles) Usually a narrow bright blue line encircles the limbus At low tide, retracts its tentacles and looks like a glossy, gelatinous tomato

Tamanho e Cor Diâmetro 5-6 cm; Altura 5-7 cm Coluna e Tentáculos Vermelho mas pode ser verde, castanho ou laranja

Size & Color Diameter 5-6 cm; Height 5-7 cm Column and Tentacles Usually red but can be green, brown or orange

Habitat e Ecologia Zona entre marés até profundidades de cerca de 20 m Substratos duros, rochas ou pedras, tanto em zonas expostas como abrigadas

Habitat & Ecology Intertidal zone to depths of about 20 m Hard substrata, rocks or stones, both in exposed and sheltered situations 42


Curiosidades ...contém uma substância que é usada para combater infecções bacterianas diferente da lisozima (normalmente presente na maioria dos animais) ... estabelecem uma relação de mutualismo com algumas espécies de caranguejo-ermita ...quando retirada da natureza para um aquário, irá manter durante alguns dias, a sua actividade sincronizada com o ritmo das marés

Curiosities ...contains a substance that is used to fight bacterial infections other than lysozyme (normally present in most animals) ...and some species of hermit-crabs establish a relationship of mutualism ...if newly brought from the wild to an aquarium, will maintain its tide-depending rhythm of daily activity for some days

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Actinia fragacea (Tugwell, 1856) Morango-do-mar Strawberry Anemone

Descrição Coluna lisa, com pontos verdes dando a aparência de um morango Anel com 24 verrugas azul brilhante normalmente presente, dentro da margem superior da coluna (debaixo dos tentáculos)

Description Smooth column with many green spots giving appearance of strawberry Ring of 24 bright blue wart often present and inside of the top margin of the column (under tentacles)

Tamanho e Cor Diâmetro 10 cm (maior do que a Actinia equina) Coluna Do carmesim até tons escuros de castanho-avermelhado, com pontos verdes; Tentáculos iguais à coluna, mas sem pontos verdes

Size & Color Diameter 10 cm (larger than Actinia equina) Column Crimson to dark reddish-brown with green spots; Tentacles equal to column but without green spots

Habitat e Ecologia Zona entre marés, mais afastado da costa do que Actinia equina, embora as duas espécies possam aparecer juntas Geralmente em zonas com sombra, debaixo de rochas ou parcialmente enterrada na areia No Inverno, pode migrar para longe da costa (provavelmente para prevenir o congelamento em zonas frias)

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Habitat & Ecology Intertidal zone, generally occours lower on the shore than Actinia equina, though the two species often occur together Often found in shaded places, sometimes beneath rocks or partly buried in sand In winter may migrate off shore (probably to prevent from freezing in cooler areas)

Curiosidades ...pode sobreviver num aquário pelo menos 18 anos ...era considerada apenas uma variação de Actinia equina; contudo foram descobertas diferenças ecológicas e genéticas entre as duas anémonas. Estas diferenças, o seu maior tamanho, distribuição na praia e a coloração constante da Actinia fragacea foram consideradas como provas de que se trata de facto de duas espécies distintas.

Curiosities ...in captivity lived at least 18 years ...was considered just as a variation of Actinia equina althout significant genetic and ecological differences between the two anemones were discovered. These differences, the larger size, location on the shore and constant colouration of Actinia fragacea are regarded as proof that they are indeed distinct species 45


Anemonia viridis (Forskål, 1775) Anémona verde Snakelocked anemone

Descrição Cerca de 200 longos tentáculos que raramente retraem Sensação pegajosa quando se toca nos seus tentáculos

Description Up to 200 long tentacles that are rarely retracted Sticky sensation can be felt when we touch on tentacles

Tamanho e Cor Diâmetro (Base) 7 cm; Altura 5-8 cm Extensão (dos tentáculos) até 20 cm Coluna avermelhada ou castanho acinzentado; Tentáculos verde brilhante ou cinzento acastanhado normalmente com pontas cor-de rosa ou roxas.

Size & Color Diameter (Base) 7 cm; Height 5-8 cm Span (of tentacles) up to 20 cm Column reddish or greyish brown; Tentacles bright green or greybrown usually with pinkish or purplish tips

Habitat e Ecologia Zona entre marés até profundidades de cerca de 20 m. Nas poças de maré, em substratos duros ou em fendas, preferencialmente em zonas expostas à acção das ondas e bem iluminadas

Habitat & Ecology Intertidal zone to depths of about 20 m Usually on rock pools, on hard ground or in crevices, preferably on localities exposed to strong wave action and well-illuminated situations

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Curiosidades ...deve a coloração verde à simbiose com microalgas fotossintécticas designadas por zooxantelas (Dinoflagelados que ocorrem em muitos cnidários, nomeadamente no corais duros formadores de recife), que crescem nos seus tentáculos. As zooxantelas providenciam alimento enquanto que a anémona providencia produtos azotados. ...pode oferecer protecção ao caranguejo-aranha, Inachus phalangium e ao camarão misidaceo Leptomysis mediterranea

Curiosities ...has a green coloration due to the photosynthetic zooxantelae algae growing in the tentacles (zooxantelae are Dinoflagelattes that live in association with many cnidarians, namely reef forming corals). As the zooxanthellae provides food, the anemone provides nitrogen. ...may provide protection for the spider crab Inachus phalangium and for the Mysid Shrim Leptomysis mediterranea

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Aulactinia verrucosa (Pennant, 1777) Anémona verrugosa Wartled anemone

Descrição Coluna coberta com fileiras longitudinais de verrugas (pequenas protuberâncias) Cerca de 48 tentáculos curtos Quando contraída assemelha-se à casca de um ouriço do mar sem espinhos

Description Column covered with longitudinal rows of verrucae (small wart-like lumps) Up to 48 shortish tentacles When contracted gives the appearance of a sea urchin test without its spines

Tamanho e Cor Diâmetro (Base) 2,5 cm; Altura 3-5 cm; Comprimento e Extensão (dos tentáculos) 1,5 cm e 6 cm Coluna cinza, rosa ou lilás; Fileiras com verrugas brancas ou cinzentas; Tentáculos transparentes com listras verdes, cinzas ou rosa.

Size & Color Diameter (Base) 2,5 cm; Height 3-5 cm; Lenght and Span (of tentacles) 1,5 cm e 6 cm Column grey, pink or lilac Rows with white or grey warts Tentacles transparent and listred green, grey or pink

Habitat e Ecologia Zona entre marés, tipicamente entre as espécies de Corallina (algas vermelhas). Em poças rochosas, em fendas ou fissuras, ou anexada entre a rocha e a camada de areia que se acumula no fundo da poça.

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Habitat & Ecology Intertidal, typically found among Corallina species (red algae) In rock pools, in cracks or clefts amongst rocks, or attached to the bedrock beneath sand

Curiosidades ...pode ser gregária, ou seja, viver em grupo ...é semelhante à espécie Anthopleura rubripunctata, que é usualmente maior (até 7 cm de altura) e possui verrugas de cor vermelha

Curiosities ...may be gregarious (live in group) ...it is similar to Anthopleura rubripunctata, which is often larger (up to 7 cm tall) and is covered with verrucae that are often red

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Corynactis viridis (Allman, 1846) Anémona Jóia Jewel anemone

Descrição Coluna lisa geralmente curta e achatada Cerca de 100 tentáculos orais curtos, cada um com um botão esférico na sua ponta

Description Smooth column usually short and squat Up to 100 short oral tentacles, each with a spherical knob at its tip

Tamanho e Cor Diâmetro 1 cm; Altura 1 cm; Extensão(dos tentáculos) até 2,5 cm Brilhantemente colorida de vermelho, rosa ou verde

Size & Color Diameter 1 cm; Height 1 cm; Span (of tentacles) up to 2.5 cm Brightly coloured red, pink, or green

Habitat e Ecologia Zona entre marés - até profundidades de cerca de 100 m Zonas rochosas - especialmente em cavernas ou debaixo de saliências em ambientes permanentemente submersos e abrigados da luz Grandes agregações de clones, normalmente em afloramentos rochosos e superfícies verticais, que cobrem quase por completo a superfície da rocha.

Habitat & Ecology Lower shore and sublittoral to depths of about 100 m. Rocky coasts - especially in caves or beneath overhangs in permanently submerged environments and sheltered from the light Large aggregations of clones, frequently in rocky outcrops and vertical surfaces, almost completly covering the rock surface.

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Curiosidades ...é chamada de Anémona Jóia devido à sua coloração espectacular e à forma peculiar dos tentáculos ...não é fotossintética (ao contrário da maioria dos coralimorfos tropicais) alimentando-se apenas pela captura de plâncton com os seus tentáculos pegajosos ...forma colónias compostas por clones de coloração uniforme; por vezes, colónias de diferentes cores podem ser encontradas a viver muito próximas criando uma imagem multicolor de pequenos indivíduos

Curiosities ...is so-called Jewel anemone because of its spectacular coloration and peculiar shape of the tentacles. ...unlike most of tropical corallimorphs it’s non-photosynthetic, feeding only by capturing plankton with their sticky tentacles. ...colonies composed of clones of uniform color; often multiple color morphs can be found living in close proximity creating a multicolor image of tiny individuals

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Cereus pedunculatus (Pennant, 1777) Anémona Trombeta Daisy anemone

Descrição Coluna em forma de trombeta Presença de ventosas proeminentes (papilas adesivas) frequentemente cobertas com detritos variados (grãos de areia, por exemplo) Disco oral mais largo do que a coluna Numerosos tentáculos orais de pequenas dimensões (entre 5001000)

Description Column trumpet-shaped Large and prominent 'suckers' frequently covered with debris (sand grains, eg) Oral disc much wider than column Tentacles short, small, numerous (between 500-1000)

Tamanho e Cor Diâmetro (Disco oral) 3-7 cm; Altura até 12 cm Coluna (base) amarelada ou acinzentada (topo) cinza escuro, castanho ou arroxeada Disco oral e tentáculos desde o amarelo pálido ao roxo profundo ou preto

Size & Color Diameter (oral disc) 3-7 cm; Height up to 12 cm Column (base) buff or greyish (top) dark grey, brown or purplish Oral disc and tentacles from pale buff to deep purple or black

Habitat e Ecologia Zona entre marés até cerca de 50 m de profundidade Nas poças de maré normalmente com a coluna inserida em fendas; Em substratos arenosos ou moles, com a coluna enterrada e o disco oral expandido à superfície

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Habitat & Ecology Middle-shore to shallow sublittoral to at least 50 m depth In pools, usually buried in holes and crevices In sandy or soft bottoms with the column buried and the oral disc expanded at the surface

Curiosidades ...pode ter uma coloração muito semelhante a algumas das espécies de Sagartia, contudo estas não possuem uma coluna em forma de trombeta

Curiosities ...may have a similar colouration to some of Sagartia species, however the column of Sagartia species is not trumpet-shaped.

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Sagartia elegans (Dalyell, 1848) Anémona Elegante Elegant Anemone

Descrição Coluna alta e delgada que se expande num disco oral amplo; Presença de numerosas ventosas (papilas adesivas) brancas raramente cobertas com detritos Cerca de 200 tentáculos normalmente num arranjo irregular

Description Column tall and slender, widest across the oral disc Numerous white wart-like suckers (only rarely with adherent debris) Up to about 200 tentacles nearly always irregularly arranged

Tamanho e Cor Diâmetro (Base) 3 cm; Altura até 6 cm; Comprimento e extensão (dos tentáculos) 1.5 cm e até 6 cm Coluna castanho-avermelhada Disco oral e tentáculos: ver curiosidades

Size & Color Diameter (Base) 3 cm; Height up to 6 cm Length and Span (of Tentacles) 1.5 cm and up to 6 cm Column reddish-brown Oral disc and tentacles: see curiosities

Habitat e Ecologia Zona entre marés até profundidades de 50 m Na praia rochosa, tanto em áreas abrigadas como expostas Nas poças de maré, debaixo de pedras ou sob saliência de rochas, frequentemente com a base inserida num buraco ou fenda

Habitat & Ecology Intertidal zone to depths of 50 m In the rocky shores, both in sheltered as exposed areas In tide pools, under rocks or under ledges and more commonly with its base inserted into a hole or crack 54


Curiosidades ...tem cinco variedades distintas, de acordo com a cor do disco oral e dos tentáculos: 1) Var. nivea - disco e tentáculos brancos 2) Var. venusta - disco laranja, tentáculos brancos 3) Var. rosea - disco variavél, tentáculos cor de rosa ou magenta 4) Var. aurantiaca - disco variavél, tentáculos laranja 4) Var. miniata - disco e tentáculos com padrões, normalmente em tons de castanho

Curiosities ...has five distinct varieties, according to the color of the oral disc and tentacles 1) Var. nivea - disc and tentacles white 2) Var. venusta - disc orange, tentacles white 3) Var. rosea - disc variable, tentacles pink, rose-red or magenta 4) Var. aurantiaca - disc variable, tentacles dull orange 5) Var. miniata - disc and tentacles patterned, usually in shades of brown

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Actinothoe sphyrodeta (Gosse, 1858) Anémona ovo-estrelado Sandalled anemone

Descrição Coluna lisa (sem ventosas), em forma de pilar Aparência semelhante a uma flor Cerca de 120 tentáculos pontiagudos

Description Smooth column (no suckers), pillar-like Flower-like appearance Up to 120 pointed tentacles

Tamanho e Cor Diâmetro (Base) até 2 cm; Altura até 3 cm; Extensão (dos tentáculos) até 3 cm Coluna normalmente branco-acinzentada Disco oral branco ou amarelo Tentáculos brancos

Size & Color Diameter (Base) up to 2 cm; Height up to 3 cm; Span (of tentacles) up to 3 cm Column Usually greyish-white Disco oral white or orange Tentáculos white

Habitat e Ecologia Zona entre marés até profundidades de 50 m Em substratos duros, normalmente anexada a rochas em superfícies planas ou debaixo de pedras, em poças, ou no meio de laminárias (algas castanhas pertencentes à ordem Laminariales)

Habitat & Ecology Intertidal zone to depths of 50 m On hard substrates, usually attached to rocks on flat surfaces or under stones, in pools or in kelp (Laminarian) holdfasts

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Curiosidades ...pode ser encontrada na companhia da Anémona Jóia (Corynactis viridis) ...distingue-se das variantes venusta e nivea de Sagartia elegans, pela ausência de ventosas na coluna e por não ter o hábito de inserir a sua base em buracos ou fendas

Curiosities ... is often found in company with Corynactis viridis ...distinguished from var. venusta and nivea of Sagartia elegans by the absence of suckers on the column and by its habit of not inserting its base into a hole or crevice

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Balanophyllia regia (Gosse, 1860) Coral estrela-de-ouro Golden star coral

Descrição Pólipo solitário com 48 tentáculos Coralite (Exoesqueleto carcário) esponjosa e porosa

Description Solitary polyps with 48 tentacles Spongy and porous, walled corallum (calcareous exoskeleton)

Tamanho e Cor Diâmetro 1 cm; Altura até 1 cm; Extensão (dos tentáculos) até 2.5 cm Pólipo brilhantemente colorido de vermelho, laranja ou laranjoamarelado Tentáculos translúcidos de cor dourada ou amarela

Size & Color Diameter 1 cm; Height up to 1 cm; Span (of tentacles) up to 2.5 cm Polyp brightly coloured red or orange or yellow-orange Tentacles translucent gold or yellow

Habitat e Ecologia Zona entre marés até profundidade de 25 m Normalmente fixo às rochas, em cavernas ou em áreas expostas a um consideravél movimento de água

Habitat & Ecology Intertidal zone to depths of 25 m Usually attached to rocks, often in caves or in areas exposed to considerable water movement

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Curiosidades ...é semelhante à espécie Leptopsammia pruvoti que é normalmente maior e mais larga, e possui 96 tentáculos menos translúcidos

Curiosities ...is similar too the specie Leptopsammia pruvoti which is usually tall and generally larger and has up to 96 tentacles which are less translucent

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Bibliografia Bibliography A. Boyra, F. Espino, F. Tuya, M. Freitas, R. J. Haroun, M. Biscoito, and J. A. Gonzalez. Guia Rápida 365 Espécies del Atlantico. Oceanográfica, 2a edición, 2008. R. C. Brusca and G. J. Brusca. Invertebrates. Sinauer Associates, 2003. R. Gibson, B. Hextall, and A. Rogers. Photographic Guide to Sea and Shore Life of Britain and North-west Europe. Oxford University Press, 2001. C. P. Hickman. Integrated principles of zoology. McGraw-Hill/Higher Education, Boston, 14th ed edition, 2008. R. Hofrichter. El Mar Mediterraneo. Fauna - Flora - Ecologia. Vol. II/1. Ediciones Omega, Barcelona, 2002. R. Riedl. Fauna y flora del mar Mediterráneo : una guìa sistemática para biólogos y naturalistas. Omega, 1986. N. V. Rodrigues, P. Maranhão, P. Oliveira, and J. Alberto. Guia de Espécies Submarinas. Portugal - Berlengas. Instituto Politécnico de Leiria, 2008. L. Saldanha. Fauna Submarina Atlântica. Publicações Europa-América, 3a edição, 1995.

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Ficha Técnica Direcção / Direction José Maria Costa Autor / Author Pedro Teixeira Gomes*, Flávia Alves Coelho* e Bruno Panta Ferreira* Coordenação / Coordination Elizabeth Matos Fotografia / Photography Pedro Teixeira Gomes e Flávia Alves Coelho Ilustrações / Figures Joana Silva* Design / Design BSdesign Execução Gráfica / Printed by BSdesign Edição / Published by Câmara Municipal de Viana do Castelo Tiragem / Print run

Depósito Legal ISBN Novembro 2010

* Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA). Universidade do Minho * Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS) 62


Nota Biográfica Pedro Teixeira Gomes Licenciado em Biologia. Doutorado em Ciências pela Universidade do Minho. Professor Auxiliar no Departamento de Biologia da Universidade do Minho e Investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA). Flávia Alves Coelho Licenciada em Biologia Aplicada pela Universidade do Minho. Bolseira da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS). Bruno Panta Ferreira Licenciado em Biologia e Geologia pela Universidade do Minho. Bolseiro da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS).

Biographic note Pedro Teixeira Gomes Degree in Biology. PhD in Biological Sciences by the Minho University. Professor in the Department of Biology, Minho University. Researcher in the Molecular and Environmental Biology Centre (CBMA) Flávia Alves Coelho Degree in Applied Biology by the Minho University. Scholarship of the Portuguese Wildlife Society (SPVS) Bruno Panta Ferreira Degree in Biology and Geology by the Minho University. Scholarship of the Portuguese Wildlife Society (SPVS)



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