PROGRAMA: 1HD - UMA HISTÓRIA DA DANÇA

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DIREÇÃO ARTÍSTICA PAULO RIBEIRO


1HD

UMA HISTÓRIA DA DANÇA

PROGRAMAÇÃO LUÍSA TAVEIRA

de janeiro a junho de 2017

Bruno Cochat coreografia e direção artística Filipe Raposo piano, direção musical, composição e arranjo Marta Carreiras cenografia Henrique Andrade figurinos Vitor José desenho de luz Filipe Nabais/ Valise d’Images vídeo/ multimédia Isabel Gonzaga dança barroca Rita Pedro filosofia com crianças André Pinto paisagem sonora

Alunos da Escola Secundária Artística António Arroio execução de crinolinas e golas Artistas da Companhia Nacional de Bailado, Actor Ruben Saints e alunos da Escola A Voz do Operário interpretação Figurinos executados no atelier da CNB sob orientação da Mestra Paula Marinho

Agradecimentos Clara Pinho, Rui Baeta, Paula Teixeira, Sandra Pina Pereira e António Serrano


A FUNDAÇÃO EDP É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL


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UMA HISTÓRIA DA DANÇA

¯¯¯ Bruno Cochat, janeiro 2017

1HD - Uma História da Dança é uma viagem ao maravilhoso mundo da “Dança de Palco”. Da Contemporaneidade ao Renascimento, passando pelo Barroco, Clássico, Romântico e Moderno. Ora em Lisboa, ora em São Petersburgo, ou na corte italiana, nos Estúdios Victor Córdon, no Teatro Camões ou no Teatro Nacional de São Carlos. Cinco crianças e um adulto viajam, no tempo e no espaço, indo ao encontro de bailarinos e bailarinas, coreógrafos e coreógrafas, reis e rainhas, príncipes e princesas, conhecendo pelo caminho os mais famosos intérpretes e peças do reportório da história da Dança. 1HD é uma obra de ficção com realidade dentro. Não pretendendo ser um documentário, é, necessariamente, uma obra incompleta, e, por isso, UMA história da Dança. Esta é a minha história e a destes bailarinos, assaltados pelas perguntas das crianças da Escola Voz do Operário que nos fazem uma visita-guiada. A rotina diária dos bailarinos profissionais, os ensaios, os diferentes tipos de dança e as diferentes técnicas e temáticas são alguns dos temas de 1HD, um espetáculo “virado do avesso”, com acesso aos bastidores, vendo muitas vezes o que o espelho esconde ou deixa ver. É pelo espelho dos bailarinos e pelo espelho dos estúdios de dança que também vemos como se fazia, se faz e se pode refazer. Pelo caminho vamos cruzar-nos com O Lago dos Cisnes, Anna Pavlova, Martha Graham, Isadora Duncan, Charlie Chaplin, entre outros. Vamos ao Teatro Maryinski, ao Teatro Nacional de São Carlos, ao Teatro Camões e conhecer obras de arte intemporais, da dança e não só. —

HÁ MAIS HISTÓRIAS DA DANÇA DO QUE ESTRELAS NO CÉU ¯¯¯ Sónia Baptista, janeiro 2017

O mundo conhece-se através da experiência. O mundo colecciona-se através da curiosidade em querer saber, da vida, do mundo, das coisas. Fazer uma história da dança é como coleccionar. Há muitas histórias da dança. A minha começa com uma fotografia da minha mãe, que queria ser bailarina e não o foi, uma fotografia na qual, ela, com um laçarote no cabelo, tem as pernas, e os pés, en dehors, e entre a terceira e a quarta posição (do ballet). Se calhar a minha mãe não foi bailarina porque não conseguiu decidir entre a terceira e a quarta posição. Do ballet. Não, a minha história da dança começa com a bailarina dentro da caixa de música, que era também caixa de jóias, e que tinha lugar de honra em cima da cómoda do quarto da minha madrinha. Em cima da cómoda da minha mãe, que já tinha esquecido o sonho de ser bailarina, só havia uma caixa de música em forma de piano de cauda, sem bailarina. A bailarina, de pernas


coladas para sempre em pontas, rodopiava ao som d’O Lago dos Cisnes. Era belo e triste e a minha primeira sensação da dança, a sério, era dessa pequena dor melancólica, das coisas que são belas mas tristes e que por isso fazem doer no centro do peito, na boca do estômago, entre as costelas. A dança às vezes faz isso, quando é impossivelmente bela, como as coisas que se querem preservar, guardar, prender para sempre no meio do âmbar, como os fósseis dos insectos. O que se aprende, com o tempo, é que se tem de deixar a dança e as coisas, e as pessoas, e os bichos, dançar, partir, voar. Eu acho que queria libertar a bailarina da caixa de música como se libertam os pássaros das gaiolas. E se calhar só o consegui fazer quando comecei eu a dançar.

bém cai, cai muitas vezes, cai quando quer e quando não quer. Às vezes faz por cair, às vezes magoa-se na queda, muitas vezes magoa-se na queda. O corpo da dança aprende a cair e da queda, como os bichos pernaltas, aprende a pôr-se de pé e depois a saltar, porque o corpo da dança quer conquistar o ar. Se calhar os bailarinos no fundo querem é ser pássaros, como as andorinhas, dançarinas da Primavera, como as aves do paraíso, dançarinas nos namoros, como os flamingos, dançarinos exímios do equilíbrio de uma perna só.

A minha história da dança começa com o prazer de deixar o corpo ter prazer nas possibilidades mil do movimento. Para além do corpo como instrumento funcional o que pode fazer o corpo instrumento total? O corpo expressivo, o corpo que escreve, que inventa linguagem. O corpo que dança com a música ou dança contra a música, o corpo que pára, o corpo que se inspira com o mundo, com os outros, com as outras manifestações artísticas, porque o corpo é um instrumento artístico, o corpo é um artista de si mesmo e faz arte na escuta e expressão de si.

E não é preciso pernas para dançar, a imaginação, o cérebro é do corpo o melhor par.

A minha história da dança começa com pernas. Às vezes não se sabe o que fazer com o corpo. Quando se está a crescer, às vezes parece que crescem primeiro as pernas e que o tronco, cabeça, braços encaixam trôpegos em cima de estacas ou andas, as pernas. A minha história da dança começa com o visionamento, ao vivo e em filme, do nascimento dos bichos pernaltas, como os cavalos, os borregos, cabritos, gazelas, que mal nascem têm de perceber como se pôr de pé e, por isso, muito caem. O meu corpo, da dança, tam-

A minha história da dança começa com pernas. A minha história da dança acaba com pernas. Mentira, a minha história da dança, enquanto eu respirar, não acaba.

E eu, quando me magoei a sério, dancei sentada. A dança presta-se ao cinema, ao filme, ao vídeo, a dança fica bonita filmada. E, quando vemos a dança em filme, dança o nosso cérebro com ela. Eu sei que a memória das coisas não fica só no cérebro, fica no corpo também. Os bailarinos ficam com a memória no corpo de todas as danças dançadas, e nós, espectadores de danças, sentados e sentadas, também guardamos no corpo, um bocadinho no corpo, uma sensação no corpo da experiência da dança. A minha história da dança via-se primeiro na televisão, nos filmes, em utopias estrangeiras. Durante muitos anos achava que só se dançava lá fora, que só no estrangeiro é que se falava essa misteriosa linguagem da dança, da Dança com “d” maiúsculo. Da dança que é Arte. Dança. Eu dançava a dança, com “d” minúsculo, no meu quarto, nos bailes, nas saídas com amigos, nas festas de aniversário com as canções da moda a


rodar em discos de vinil. Era uma dança com menos pernas mas mais braços. Mas quando comecei a dançar a Dança, com “d” maiúsculo, a dança começou a ser uma história de pernas. De levar a perna até lá acima, de levar a perna lá atrás, de dobrar, de rodar a perna, a perna, a articulação coxo-femoral. Mas quando me magoei, como se magoam muitos bailarinos, comecei a dançar mais com o tronco e braços e, as mãos, para mim, descobriram-se quase como um outro corpo autónomo. A minha história da dança vem das danças de outros mundos, muitos mais a Oriente, onde se dança com as mãos, onde se dança com os olhos, onde se dança com a cara. Tudo no corpo serve para dançar, até a língua, até a cauda dos bichos com a sorte de terem cauda, da nossa, antepassada cauda, só ficou a lembrança na base da coluna, na ponta do cóccix. Se calhar é a lembrança da cauda perdida que ficou marcada nos genes e nos faz, com o resto do corpo, com o que nos resta do corpo, sem cauda, dançar. A minha história da dança diz que a dança pode ser tudo que eu queira que seja, mesmo o movimento dos meus dedos, da minha mão ao teclar estas palavras. E as palavras dançam, desde o começo da História, que começou a escrever da vida, que, a dança, também é escrita, também é palavra. A minha história da dança às vezes, muitas vezes, não se mexe, não implica movimento, não implica coreografia, ou escrever frases de movimento. Às vezes implica escrever só frases de palavras. Às vezes nem isso, implica só uma ideia ou um sentimento ou um estado. A minha história da dança, ao contrário da História com “h” grande não é linear. Salta países e décadas e estilos e correntes, e escolas e mundos, do estúdio

para a rua, para a escola, para o palco, para o chão, para o ar, para a água, para o teatro, para o quarto, para o cérebro a imaginar. A dança que envolve técnica começa com o treino do corpo, no espaço da dança, e no treino do corpo também se dança mas não só. Domestica-se o corpo, moldav-se os músculos, experimenta-se novas maneiras de mexer. E, muitas vezes, a dança que se vê mexe connosco. Qual é o espaço da dança? O espaço da dança são todos os espaços, são os espaços possíveis, os espaços disponíveis, dança-se onde se pode, onde se quer dançar. Quando começa a dança? Começa com a vontade de mexer o corpo de uma forma outra que a do quotidiano. Não, começa com a vontade de mexer o corpo e com a consciência dessa vontade, com o cérebro a pensar a vontade de dançar. O que fica para a história da dança? Fica tudo que marcou cada pessoa que viveu e vive no mundo e entendeu a dança, a ideia, o conceito, nas suas mais variadas formas. Ficam as coisas mais obscuras e as coisas mais visíveis, fica a memória pessoal e a escrita da dança, na História. O que foi um marco na história da dança? Foi o que causou epifanias ou disrupções, o que mudou, o que revelou alguma coisa, o que capturou o espírito do tempo, o que rebelou, o que se rebelou. O que foi compreendido e incompreendido, o que fez marca, numa pessoa só e no mundo só. O marco é o que marca caminho e não se esquece. O que estava à frente do seu tempo? Aconteceram coisas na dança, como nas outras artes, que estiveram à frente do seu tempo. Que, só muito tempo depois, fizeram sentido. Eram visões que apontavam um futuro, uma pre-


monição, um salto temporal. Aconteceram e acontecem, esses exemplos de coisas que o cérebro e o entendimento não compreendem de imediato. E é assim que o mundo avança, a reboque daquilo e daqueles que desbravam caminho, corajosos. Quando o mundo e as pessoas apanham finalmente essa vanguarda, ela vira coisa corrente e não tem mal, chega a mais pessoas e não tem mal, torna-se mais um ponto no tecido cultural do mundo e não tem mal. Outras vanguardas estão sempre a nascer.

A dança não precisa do corpo do bailarino para existir mas o bailarino precisa da Dança para ser. E existir, durante a vida, com a Dança, e com a dança, par. —

A minha história da dança é feita de muitas danças sem nome. O que é a imagem perfeita da dança? É a justaposição de todas as imagens da dança, é a imagem inacabada. Se é inacabada significa que a dança continua e o que é perfeito é esse movimento, o da dança, a acontecer, até quando existir dança. Dança em cima de dança, em cima de dança, em cima de... O que é que ficou no corpo da dança? O que mudou no corpo? Como mudou o corpo? Como se transformou o corpo? Da dança. O corpo da Dança (maiúscula) foi mudando com o passar do tempo, da história. Ficou mais atlético, ficou mais forte, mais virtuoso, ganhou técnica. Moldou-se para fazer coisas difíceis, muito difíceis, impensáveis, só sonhadas. Evoluiu para fazer coisas diferentes, estranhas, surpreendentes. O corpo da dança (minúscula) é o meu, é o vosso, é o de todos nós, que dançamos com o corpo que temos as danças que têm nome e as danças que não têm nome.

A autora do texto não escreve segundo o novo acordo ortográfico.


Maria João Pinto e Brent Williamson Ensaio de estúdio


BRUNO COCHAT COREOGRAFIA E DIREÇÃO ARTÍSTICA

FILIPE RAPOSO DIREÇÃO MUSICAL

Nascido em Lisboa, em abril de 1971, Bruno Cochat possui

Filipe Raposo nasceu em Lisboa, em 1979. É pianista,

a licenciatura em Dança – Ramo de Espetáculo, pela Escola

compositor e orquestrador. Iniciou os seus estudos pianísticos

Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa. Iniciou,

no Conservatório Nacional de Lisboa. Possui o Mestrado

em 1983, estudos de dança, nas escolas ligadas à Companhia

em piano jazz performance, pelo Colégio Real de Música,

Nacional de Bailado e ao Ballet Gulbenkian. É fundador e

de Estocolmo, e foi bolseiro da Academia Real de Música

diretor das associações Rav’Ormance e 36|4ºDto. Enquanto

da mesma cidade. É licenciado em Composição, pela Escola

coreógrafo destaca as autorias de obras como Nu Meio,

Superior de Música de Lisboa, do Instituto Politécnico de

co-criado com Filipa Francisco, Rituais de Luto/a, para a

Lisboa. Tem colaborações em concerto e em disco com alguns

Expo 98, Quebra-Nozes, apresentado no CCB, O Perigo da

dos principais nomes da música portuguesa como Sérgio

Dança, com espetáculos no Teatro da Trindade, Carpe Diem,

Godinho, José Mário Branco, Fausto, Vitorino, Janita Salomé,

para o Teatro Camões / Companhia Nacional de Bailado,

Amélia Muge, Mafalda Veiga, Camané, Carminho, Joana

A Fixação Proibida, no Centro Cultural e de Congressos de

Amendoeira, Cristina Branco, Manuela Azevedo, Márcia ou

Caldas da Rainha, no Dia Mundial da Dança, 2010, Babar, o

Samuel Úria. Como compositor, trabalhou em várias bandas

pequeno elefante, no Teatrinho do Conservatório Nacional,

sonoras para teatro e cinema sendo a sua colaboração

PortugueZmente (dançando), espetáculo em périplo pelo

mais recente com o realizador Luís Galvão Teles, nas longas

edifício do Conservatório Nacional. Para o Atelier Musical

metragens Gelo e Refrigerantes e Canções de Amor. Colabora,

da Escola de Música do Conservatório Nacional, encenou ou

desde 2004, com a Cinemateca Portuguesa, onde é pianista

co-encenou Flauta Mágica, Brundibar, Tutti Fan Frutti, Vamos

residente. Em nome próprio, editou três discos: First Falls,

Construir um Cidade, Vou-me Embora, Vou Partir, entre outros.

em 2011, com o qual foi distinguido com o Prémio Artista

É colaborador regular dos PAD – Projetos de Aproximação

Revelação Fundação Amália, A Hundred Silent Ways, disco

à Dança, da Companhia Nacional de Bailado, bem como da

a solo em 2013, e Inquietude, em 2015. Atualmente, faz a

Orquestra Geração. É professor e produtor na Escola de Música

curadoria na área do Jazz para a recém-criada editora digital

do Conservatório Nacional, onde inaugurou a temporada de

Lugre Records, em parceria com Gonçalo Pratas. —

concertos Le Foyer. Foi programador do mês Abril 2012, na Baixa – Chiado PT Bluestation. É coordenador dos Estúdios Victor Córdon – Centro Educativo, Criativo e Comunitário da Companhia Nacional de Bailado e Teatro Nacional São Carlos. —


MARTA CARREIRAS CENOGRAFIA

HENRIQUE ANDRADE FIGURINOS

Nasce em Lisboa em 1975, forma-se em estudos artísticos

Henrique Andrade ingressou na Companhia Nacional

na António Arroio, licencia-se em Design de Cena pela Escola

de Bailado, em 1986, na qualidade de aluno bolseiro,

Superior de Teatro e Cinema e tira uma pós graduação em

após ter frequentado o Centro de Formação Profissional

Estudos Teatrais na Faculdade de Letras de Lisboa. Estreia-se

da Companhia, durante dois anos. Ascendeu à categoria

profissionalmente, como Cenógrafa e Figurinista, em 1997,

de bailarino profissional, em 1987. No reportório da CNB,

com o Teatro Meridional, com quem desenvolve uma relação

destacou-se nas interpretações de carácter teatral, de

artística de colaboração assídua que dura até hoje. Ao longo

personagens como Tisbe e Píramo, em Sonho de Uma Noite

de 20 anos, assinou mais de 80 criações plásticas, tendo

de Verão, ou Sancho Pança, em D. Quixote, entre outros.

trabalhado com diversas companhias de teatro, dança,

Em Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura assumiu as

música e multidisciplinares e com artistas como Carlos do

tarefas de Diretor de Cena, em apresentações tão diversas

Rosário, Ana Nave, António Feio, Pedro Sena Nunes, Ana

como de ópera, de bailado, de concertos e espetáculos de

Rita Barata, Fernando Mota, Rui Rebelo, A Truta, Maria João

música ligeira, dos quais se destacam La Traviata, Sonho

Luís, Núria Mencia, José Peixoto, Madalena Wallenstein,,

de Uma Noite de Verão e Quebra-Nozes, sendo as duas

Marina Nabais, Sónia Aragão, Sara Belo, Nuno Pino

últimas produções da CNB. Em julho de 1995, regressou

Custódio, Madalena Vitorino, Natália Luiza, Miguel Seabra,

à CNB, como bailarino, e, em setembro do ano seguinte foi

Romeu Costa e Bruno Cochat. Foi Curadora da Representação

convidado para assumir o cargo de Assistente da Direção

Oficial de Portugal na Quadrienal de Praga 2015. —

Técnica e de Cena, da mesma companhia. Em janeiro de 1997, foi promovido a Diretor de Cena da CNB, cargo que entre 1998 e 2001 acumulou com as funções de Coordenador Técnico da CNB. Henrique Andrade desenhou os figurinos e o desenho de luz dos bailados DeSete, Fratres e Present Tense, apresentados pela CNB. Participou como assistente de produção/encenação na Festa de Rua, Europália 91 e na Embaixada da Juventude, Expo 92. Na Temporada 1997/89 criou, para a CNB, a cenografia dos bailados Bomtempo e Llanto. Na Expo 98, e no âmbito do programa Danças Urbanas, foi responsável pelo espaço cénico, desenho de luz e figurinos do bailado Cancioneiro Breve. Em 2004, criou para o Central Ballet, os figurinos do bailado Measured Paces, de David Fielding. —


VITOR JOSÉ DESENHO DE LUZ

FILIPE NABAIS VÍDEO / MULTIMÉDIA

Vítor Cândido José nasceu em Lisboa, em 1973. Iniciou a

Filipe Nabais Gomes nasceu em Paris, em 1977. No ISCTE,

sua carreira profissional em 1990 na Eurosom, onde exerceu

estudou História Moderna e Contemporânea, na variante

as funções de técnico de iluminação e posteriormente

de Gestão e Animação de Bens Culturais, com seminário

coordenador de projetos. Em 1997, ingressou no Teatro

coordenado por António Pinto Ribeiro. Estagiou no Museu

Nacional de São Carlos, realizando as temporadas de ópera,

da Cidade, Lisboa, no serviço de Animação e Pedagogia.

com relevo para Aida, La Sonnambula, Il Trittico, Don Giovanni

Em 2004, fundou a Valise d’Images, uma plataforma

e Le Grand Macabre. Em 2000, assumiu as funções de Chefe

multilateral que tem por objetivo primordial a interpretação

de Iluminação na Companhia Nacional de Bailado (CNB),

e criação de novas linguagens multimédia. O seu trabalho

adaptando desde essa data os desenhos de luz do reportório

cruza diferentes disciplinas percorrendo a Manipulação de

da CNB, destacando os das coreografias de Keersmaeker,

Imagem em Tempo Real (live A/V performances- Vj’ing),

Klug, Duato, Forsythe, Cranko, Kylián, Balanchine, Bigonzeti e

o Videodesign, o Video Mapping e a realização e Pós-

Spoerli. Tem criado para a CNB desenhos de luz para diversas

-Produção Vídeo. Vocacionada para a componente de

produções, salientando Anfractus de Filipe Portugal (2001),

VideoStageDesign, a Valise d’Images dirigiu e realizou vídeos

O Lago dos Cisnes de Mehmet Balkan (2006), L`Apres midi

para os Mão Morta, na digressão Pesadelo em Peluche.

d`un Faune de Vasco Wellemkamp (2009), Cimballo Obligatto

Participou no projeto infantil Busca Pólos, para o qual foi

de Fernando Duarte (2010) e Tábua Rasa de António Cabrita,

convidada a desenvolver os vídeos que acompanharam

Henriett Ventura, São Castro e Xavier Carmo (2015).

os espetáculos no Teatro Aberto e no Grande Auditório

Foi fundador da APAEF (Associação de Aconselhamento Ético

do Centro Cultural de Belém. Filipe Nabais Gomes tem

e Filosófico). É mestre em Gestão Cultural pelo Instituto

colaborado, ainda, com as seguintes bandas: Who Made

Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). —

Who, Technotronic, Frankie Chavez, Buraka Som Sistema, Pop Dell’Arte, Mundo Cão, Cais do Sodré Funk Connection. Assinou projetos de vídeo para festivais como os Paredes de Coura, Festival de Animação MONSTRA, Festival Sudoeste, Meco, Maré de Agosto e as Queima das Fitas de Lisboa, de Leiria ou de Vila Real. Coordenou o Curso Manipulação de Imagem em Tempo Real, na Fundação da Universidade de Lisboa. Coordenou a master class de VideoStageDesign para o Talkfest. Foi convidado, como orador, para conferências para a escola Restart. —


ISABEL GONZAGA DANÇA BARROCA

ANDRÉ PINTO PAISAGEM SONORA

Natural de Lisboa, diplomou-se e especializou-se em Música

Mestrado em Artes Musicais pela UNL, com uma visita de

e Dança Antiga. É membro-fundador do grupo Canora

investigação ao seio da World Soundscape Project (SFU

Turba desde 1988, onde exerce funções de flautista de

Burnaby, Canadá): apicultor, artista sonoro, field recordist,

bisel, bailarina e coreógrafa, recriando reportório musical

performer, artista de instalação, livre improvisador, produtor,

e bailatório dos períodos renascentista e barroco. Ensina

compositor eletroacústico e sonoplasta. André G. Pinto é

Flauta de Bisel e Danças Históricas na Escola de Música do

também O Morto, Alacrau, Notwan, membro de Älforjs,

Conservatório Nacional. —

Banha da Cobra, Baphomet, ensemble Tratado de Cardew e Variable Geometry Orchestra. Atualmente o seu trabalho pessoal desenvolve-se em torno da escuta profunda como uma abordagem ecológica ao som e à música. Como

RITA PEDRO FILOSOFIA COM CRIANÇAS — Rita Pedro é licenciada e mestre em Filosofia pela Universidade Nova. Colaboradora no L.R.Ph.P.A (Laboratório de pesquisa em Filosofia prática e aplicada da Universidade de Ciências Humanas de Rhodes). Especialista em Filosofia com Crianças (FcC), trabalha desde 2000 como formadora, professora, criadora e animadora de oficinas de continuidade e workshops, e também, como pesquisadora independente nesta área. Coordenou e dinamizou vários projetos de FcC dirigidos a crianças migrantes de Cabo Verde, em contexto de exclusão, nomeadamente no Moinho da Juventude entre 2006 e 2010. Trabalhou com crianças de comunidades vulneráveis em Cabo Verde em 2010/11 como bolseira do Inovart. Trabalhou em colaboração com vários artistas na co- criação e animação de experiencias artísticas e filosóficas entre 2012 e 2015. É colaborada no Grupo 23 Silêncio! – com a Sílvia Real no espetáculo E se tudo fosse Amarelo?. Autora de vários artigos científicos sobre Filosofia, Educação e Infância e co-autora do livro Senão havia nada, como é que surgiu alguma coisa? – edições CCB e Isto é uma co-criação!: anti-manual de educação artística na infância – edições Real Plágio e Boca Livros. —

compositor, explora a ‘aflição da incomunicabilidade’ existente na tentativa de troca/compreensão/comunicação entre ser humano e o mundo/perceção humanizada e o que a excede, desenvolvendo métodos para, de alguma forma, recrear ou relacionar-se com o ambiente natural por meio de mapeamento e criação sonora. Neste contexto, tem trabalhado para sistemas octofónicos, desenvolvendo peças nos campos da soundscape composition e eco-acústica, e escrito Towards a Rewilding of the Ear que terá publicação em Abril 2017 na Organised Sound journal. —


Artistas CNB Ensaio de estĂşdio



DIREÇÃO ARTÍSTICA Paulo Ribeiro BAILARINOS PRINCIPAIS Adeline Charpentier; Ana Lacerda; Filipa de Castro; Filomena Pinto; Inês Amaral; Peggy Konik; Solange Melo; Alexandre Fernandes; Carlos Pinillos; Mário Franco BAILARINOS SOLISTAS Isabel Galriça; Mariana Paz; Paulina Santos; Brent Williamson; Luís d’Albergaria; BAILARINOS CORIFEUS Andreia Pinho; Annabel Barnes; Catarina Lourenço; Henriett Ventura; Irina de Oliveira; Maria João Pinto; Marta Sobreira; Tatiana Grenkova; Armando Maciel; Freek Damen; Lourenço Ferreira; Miguel Ramalho; Xavier Carmo CORPO DE BAILE África Sobrino; Almudena Maldonado; Andreia Mota; Carla Pereira; Catarina Grilo; Diletta Bonfante; Elsa Madeira; Filipa Pinhão; Florencia Siciliano; Inês Ferrer; Inês Moura; Isabel Frederico; Isadora Valero; Júlia Roca; Leonor de Jesus; Margarida Pimenta; Maria Barroso; Maria Santos; Marina Figueiredo; Miyu Matsui; Patricia Keleher; Rebecca Storani; Sílvia Santos; Susana Matos; Zoe Roberts; Aeden Pittendreigh; Christian Schwarm; Filipe Macedo; Frederico Gameiro; João Carlos Petrucci; João Pedro Costa; José Carlos Oliveira; Joshua Earl; Kilian Smith; Kilian Souc; Nuno Fernandes; Ricardo Limão; Tiago Coelho BAILARINOS ESTAGIÁRIOS Anyah Siddall; Bithana Kim; Filipa Cavaco; Shiori Midorikawa; Drew Jackson; Francisco Sebastião; Hèctor Chicote; João Silva

MESTRES DE BAILADO Fernando Duarte (coordenador); Barbora Hruskova; Maria Palmeirim ENSAIADORES Fátima Brito; Rui Alexandre ADJUNTA DO DIRETOR ARTÍSTICO Luísa Ramos COORDENADORA MUSICAL Ana Paula Ferreira COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA Filipa Rola COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Rui Lopes Graça INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE LESÕES Didier Chazeau PROFESSOR DE DANÇA CONVIDADO Boris Storojkov*, David Peden* PIANISTAS CONVIDADOS Humberto Ruaz*; Jorge Silva*; Hugo Oliveira*

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OPART Presidente Carlos Vargas; Vogal Sandra Simões; Vogal Samuel Rego DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS CNB Diretora Margarida Mendes; Carla Almeida (coordenadora); Bruno Silva (digressão e eventos); Natacha Fernandes (assistente) ATELIER DE COSTURA CNB Paula Marinho (coordenadora); Ana Fernandes; Conceição Santos; Helena Marques; Leopoldina Garcia; Mia Barata DIREÇÃO TÉCNICA CNB Diretora Cristina Piedade; Sector de Maquinaria Alves Forte (chefe de sector); Miguel Osório Sector de Som e Audiovisuais Bruno Gonçalves (chefe de sector); Paulo Fernandes Sector de Luz Vítor José (chefe de sector); Pedro Mendes Sector de Palco Ricardo Alegria; Frederico Godinho; Marco Jardim DIREÇÃO DE CENA CNB Diretor Henrique Andrade; Vanda França (assistente / contrarregra); Tom Colin (assistente) Conservação do Guarda Roupa Carla Cruz (coordenadora); Cristina Fernandes; DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO CNB Diretora Cristina de Jesus; Pedro Mascarenhas Canais Internet José Luís Costa Vídeo e Arquivo Digital Marco Arantes Design João Campos* Bilheteira Diana Fernandes; Luísa Lourenço; Rita Martins ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS CNB Luís Moreira** (coordenador) ESTÚDIOS VICTOR CÓRDON Bruno Cochat (coordenador) DIREÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA OPART Diretor Marco Prezado; António Pinheiro; Fátima Ramos; Lucília Varela; Óscar Vaz; Rute Gato; Sandra Correia Limpeza e Economato Lurdes Mesquita; Maria Conceição Pereira; Maria de Lurdes Moura; Maria do Céu Cardoso; Maria Isabel Sousa; Maria Teresa Gonçalves DIREÇÃO DE RECURSOS HUMANOS OPART Diretora Sofia Dias; André Viola; Sofia Teopisto; Vânia Guerreiro; Zulmira Mendes GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO OPART Nuno Cassiano (coordenador); Armando Cardoso; Artur Ramos; Carlos Pires; Carlos Santos Silva; Daniel Lima; João Alegria; Manuel Carvalho; Nuno Estevão; Rui Ivo Cruz; Rui Rodrigues; Victor Silva DIREÇÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS OPART Fernanda Rodrigues (coordenadora); Anabela Tavares; Inês Amaral Secretária do Conselho de Administração Regina Sutre OSTEOPATA Soraia Xavier Marques SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA CNB Fisiogaspar* GABINETE DE INFORMÁTICA OPART Pedro Penedo (coordenador)

* Prestadores de serviço

** Regime de voluntariado


PRÓXIMOS ESPETÁCULOS

BILHETEIRAS E RESERVAS Teatro Camões Quarta a domingo das 13h às 18h (01 nov – 30 abr) das 14h às 19h (01 mai – 31 out) Dias de espetáculo até meia-hora após o início do espetáculo. Telef. 218 923 477

— TEATRO CAMÕES 23 FEV – 04 MAR

Teatro Nacional de São Carlos Segunda a sexta das 13h às 19h Telef. 213 253 045/6 Ticketline www.ticketline.pt Telef. 707 234 234 Lojas Abreu, Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita

CONTACTOS Teatro Camões Passeio do Neptuno, Parque das Nações, 1990 - 193 Lisboa Telef. 218 923 470

CAPA © CLÁUDIA VAREJÃO

FOTOGRAFIAS DE ENSAIO © BRUNO SIMÃO

INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Não é permitida a entrada na sala enquanto o espetáculo está a decorrer (DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro); É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar durante os espetáculos; É proibido fumar e comer/ beber dentro da sala de espetáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espetáculo nos termos do DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro; O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. Espetáculo M/6

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