PROGRAMAÇÃO CNB 2014/2015

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COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO — 2014/2015


A FUNDAÇÃO EDP É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL



O QUE ESTÁ NO OLHAR DESTES ARTISTAS? ¯¯¯ Luísa Taveira, ¯¯¯ Diretora Artística ¯¯¯ setembro 2014 ¯

A temporada que aqui se revela traz consigo apenas meia novidade. Acontece que, por uma boa causa, apresentamos uma programação com novas produções mas também com alguns espetáculos já anunciados para, desse modo, acertarmos calendários com os restantes teatros e com o que se convencionou ser a temporada cultural, de setembro a julho. Assim, para além das três estreias mundiais até final de dezembro de 2014: Tempestades, Lídia e Quebra Nozes Quebra Nozes, temos mais quatro estreias marcadas para o primeiro semestre de 2015. Iniciaremos em fevereiro com um projeto para uma bailarina e um pianista, encenado por Tiago Rodrigues. O pianista é Mário Laginha que acumula a interpretação com a composição musical e a bailarina é a nossa Barbora Hruskova. Ela irá dançar e falar sobre a sua longa carreira e revelar-nos-á como todo o repertório deixou marcas indeléveis num corpo que parece frágil. Explicar-nos-á igualmente porque é que A perna esquerda de Tchaikovski é afinal a perna (apesar de “gauche” ou “sinistra”) onde qualquer bailarina apoia a sua técnica, a sua emoção, as idiossincrasias dos coreógrafos e, claro está, quase toda a sua vida. Esta obra confere também o mote para a programação: as pessoas/ os artistas. Os que tão profusamente preenchem esta brochura, os bailarinos da CNB, são só alguns. Os artistas que um dia fizeram parte do Ballet Gulbenkian são, por exemplo, outros. BG é o nome de um programa, a estrear em março, que construímos em torno do património de todos nós: os quarenta anos de atividade do Ballet Gulbenkian. Ele irá, naturalmente, incluir obras de Vasco Wellenkamp e Olga Roriz, os dois coreógrafos portugueses que mais marcaram aquela Companhia, bem como peças de Hans van Manen e Ohad Naharin. A escolha deste repertório não foi fácil, uma vez que resumir nunca é fácil e, nesse exercício de subtração, soubemos sempre que quase tudo iria ficar de fora. Mesmo assim, temos a ousadia de pensar que a memória se avivará, os intérpretes de hoje prolongarão o movimento dos de ontem e assim indefinidamente, como deve ser. À Fundação Calouste Gulbenkian queremos agradecer a sua associação a este projeto.


O Pássaro de Fogo é a terceira grande estreia de 2015, a acontecer em junho. Esta obra-prima de Stravinski terá coreografia de Fernando Duarte e conta com a direção e encenação de Carlos Pimenta. O vídeo mapping de OCUBO, com direção de Nuno Maya, vai mergulhar o público nessa imensa floresta onde a narração acontece e que Aleksandr Golovin ou Marc Chagall outrora pintaram. Henriett Ventura e Xavier Carmo, dois artistas da CNB, juntaram-se aos dançautores São Castro e António Cabrita e à produtora VO’ARTE para apresentarem o projeto Tábua Rasa. É com o estímulo à criação contemporânea em vista, que este projeto se insere na programação da CNB, mas também e não menos importante, pelas provas e qualidades já demonstradas por estes criadores. A reposição de Giselle de Georges Garcia, de O Lago dos Cisnes de Fernando Duarte, de Mozart Concert Arias de Anne Teresa De Keersmaeker e de Orfeu e Eurídice de Olga Roriz, completam a programação onde a digressão nacional terá um peso considerável, na calendarização dos espetáculos. Seremos acompanhados pela Orquestra de Câmara Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e Orquestra Clássica do Sul, dirigidas pelos maestros Pedro Carneiro, Pedro Neves, Jose Miguel Esandi, Joana Carneiro e Cesário Costa. Muitos são ainda os criadores na área da cenografia, figurinos e desenho de luz cujos nomes encontrarão mencionados neste programa.

As conferências/conversas trazem também uma novidade: Cristina Peres será curadora e moderadora de um ciclo que se intitula Eu não percebo nada de dança. Cansada deste estribilho recorrente, Cristina Peres quer mostrar que todos percebemos alguma coisa de dança e, quanto mais não seja, temos sempre um ponto de vista, mesmo que este chegue através de matérias tão improváveis como a matemática, o ativismo político ou a psicoterapia. Outras atividades preencherão ainda a temporada da CNB tais como um documentário a ser construído por Cláudia Varejão, a parceria com o MUDE para uma exposição dos figurinos de António Lagarto, As horas de Sophia, os Ensaios Gerais Solidários, etc. Para além destas atividades paralelas, existem cerca de noventa espetáculos à sua escolha. Por último – e apesar de não termos palavras que respondam à pergunta do título, o que está no olhar destes artistas? –, queremos convidá-lo a vir desvendar a sua resposta pois, por muito que lhe digamos ser sensível e maravilhoso o que lá está, só do seu ponto de vista o poderá confirmar.

A Companhia Nacional de Bailado agradece reconhecida à Fundação EDP.

Os Projetos de Aproximação à Dança prosseguirão em 2015 pelas mãos da coreógrafa Sónia Baptista e serão, pela primeira vez, também realizados em digressão. Nascido da vontade de alguns bailarinos da CNB, A Fada Oriana é um projeto para jovens, que ficará concluído em 2015 e cujo destino final será o espaço escolar, especialmente o dos estudantes a quem o Plano Nacional de Leitura recomenda a leitura da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.

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CNB 2014/2015

NOVEMBRO 2014 SAB 01

18H

CONFERÊNCIA Modernismo em Portugal

QUI 06

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Lídia

SEX 07

21H

LÍDIA

SAB 08

21H

LÍDIA

DOM 09

16H

LÍDIA

QUA 12

15H

LÍDIA Espetáculo para Escolas

QUI 13

21H

LÍDIA

SEX 14

19H30 – 20H30

AS HORAS DE SOPHIA

21H

LÍDIA

SAB 15

21H

LÍDIA

DOM 16

16H

LÍDIA

SETEMBRO 2014

QUA 19

14H – 17H00

QUI 20

14H – 17H00

SEX 21

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Quebra Nozes Quebra Nozes

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA

SEX 12

21H30

MOZART CONCERT ARIAS Porto, Teatro Municipal . Rivoli

SAB 13

21H30

MOZART CONCERT ARIAS Porto, Teatro Municipal . Rivoli

SEG 22

16H

TER 23

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades

QUI 27

14H30

QUA 24

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades

SAB 29

18H

QUI 25

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades

OUTUBRO 2014

QUI 04

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Quebra Nozes Quebra Nozes

SEX 05

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

PROGRAMA CONCERTO Sardoal, Centro Cultural Gil Vicente

Quebra Nozes Quebra Nozes

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Quebra Nozes Quebra Nozes

VISITA AO TEATRO CONFERÊNCIA O Quebra-Nozes e a tradição

DEZEMBRO 2014

QUA 08

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Lídia

QUI 09

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Lídia

SAB 06

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

16H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

SEX 10

14H30

VISITA AO TEATRO

DOM 07

SAB 11

18H

CONFERÊNCIA Sturm und Drang

QUA 10

15H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Espetáculo para Escolas

QUI 16

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Tempestades

QUI 11

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Espetáculo EDP

SEX 17

21H

TEMPESTADES

SAB 18

21H

TEMPESTADES

DOM 19

16H

TEMPESTADES

QUA 22

15H

QUI 23 SEX 24

21H 19H30 – 20H30 21H

SEX 12

19H30 – 20H30

AS HORAS DE SOPHIA

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

SAB 13

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

TEMPESTADES Espetáculo para Escolas

DOM 14

16H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

TEMPESTADES

QUA 17

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

AS HORAS DE SOPHIA

QUI 18

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

TEMPESTADES

SEX 19

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

SAB 25

21H

TEMPESTADES

SAB 20

21H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

DOM 26

16H

TEMPESTADES

DOM 21

16H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES

QUI 30

14H30

VISITA AO TEATRO

DOM 28

16H

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Guimarães, C. C. Vila Flor


JANEIRO 2015

ABRIL 2015 (CONTINUAÇÃO)

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Bragança

O Lago dos Cisnes

SAB 10 15H

O LAGO DOS CISNES Bragança, Teatro Municipal PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Vila Real

Orfeu e Eurídice

SAB 31 21H30

ORFEU E EURÍDICE Vila Real, Teatro de

FEVEREIRO 2015 TER 03

18H30

QUA 04

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO A Perna Esquerda de Tchaikovski

QUI 05

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

CONFERÊNCIA Memória

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Faro

SEX 06

O LAGO DOS CISNES Faro, Teatro Municipal

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

21H

O LAGO DOS CISNES Faro, Teatro Municipal

DOM 08

16H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

TER 10

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa BG

QUA 11

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa BG

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa BG

QUI 12

21H30

PROGRAMA BG Porto, Teatro Municipal . Rivoli

TER 14

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Giselle

QUA 15

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Giselle

QUI 16

14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Giselle PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Évora

BG

SAB 18 21H30

PROGRAMA BG Évora, Teatro Garcia de Resende

TER 21

18H30

CONFERÊNCIA O que faz que um Clássico seja um Clássico?

TER 28

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Giselle

QUA 29

21H

GISELLE Dia Mundial da Dança

QUI 30

21H

GISELLE

SAB 02

21H

GISELLE

DOM 03

16H

GISELLE

QUI 07

15H

GISELLE Espetáculo para Escolas

SEX 08

21H

GISELLE

SAB 09

21H

GISELLE

DOM 10

16H

GISELLE

TER 12

18H30

QUI 21

21H

TÁBUA RASA

O Lago dos Cisnes

21H SAB 07

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Porto

BG

SAB 11

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

SEX 13

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

SAB 14

21H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

DOM 15

16H

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

MAIO 2015

SEX 22

21H

TÁBUA RASA

SAB 23

21H

TÁBUA RASA

TER 02

18H30

MARÇO 2015 TER 03

18H30

CONFERÊNCIA Património

QUA 11

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Programa BG

QUI 12

21H

PROGRAMA BG

SEX 13

21H

PROGRAMA BG

SAB 14

21H

PROGRAMA BG

DOM 15

16H

PROGRAMA BG

QUA 18

15H

PROGRAMA BG Espetáculo para Escolas

QUI 19

21H

PROGRAMA BG

SEX 20

21H

PROGRAMA BG

SAB 21

21H

PROGRAMA BG

DOM 22

16H

PROGRAMA BG

QUI 26

21H

PROGRAMA BG

SEX 27

21H

PROGRAMA BG

SAB 28

21H

PROGRAMA BG

DOM 29

16H

PROGRAMA BG

ABRIL 2015 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Porto

SEX 10 21H30

CONFERÊNCIA Criação

JUNHO 2015 CONFERÊNCIA Representação

QUA 17

21H

ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO O Pássaro de Fogo

QUI 18

21H

O PÁSSARO DE FOGO

SEX 19

21H

O PÁSSARO DE FOGO

SAB 20

21H

O PÁSSARO DE FOGO

DOM 21

16H

O PÁSSARO DE FOGO

QUA 24

21H

O PÁSSARO DE FOGO

QUI 25 SEX 26

14H – 17H00 21H 14H – 17H00

PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA O Pássaro de Fogo O PÁSSARO DE FOGO PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA O Pássaro de Fogo

21H

O PÁSSARO DE FOGO

SAB 27

21H

O PÁSSARO DE FOGO

DOM 28

16H

O PÁSSARO DE FOGO

SEX 17

21H30

SAB 18

16H

JULHO 2015 PROGRAMA BG Almada, Teatro Municipal Joaquim Benite PROGRAMA BG Almada, Teatro Municipal Joaquim Benite

BG

DIGRESSÃO – OUTRAS DATAS A ANUNCIAR

PROGRAMA BG Porto, Teatro Municipal . Rivoli

FESTIVAL AO LARGO – DATAS A ANUNCIAR


17 OUT — 26 OUT

7 NOV — 16 NOV

TEMPESTADES

LÍDIA

ESTREIA MUNDIAL

ESTREIA MUNDIAL

RUI LOPES GRAÇA PEDRO CARNEIRO

PAULO RIBEIRO LUÍS TINOCO

Outubro dias 17, 18, 23, 24 e 25 às 21h dias 19 e 26 às 16h

Novembro dias 7, 8, 13, 14 e 15 às 21h dias 9 e 16 às 16h

Escolas dia 22 de outubro às 15h Ensaio Geral Solidário 16 de outubro às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 23, 24 e 25 de setembro Teresa Simas convidada

Rui Lopes Graça coreografia Pedro Carneiro conceção musical Joseph Haydn música Mariana Sá Nogueira figurinos Nuno Meira desenho de luz e cenografia Orquestra de Câmara Portuguesa interpretação musical

música gravada: Romeu Santos contrabaixo Miguel Costa clarinete Pedro Carneiro percussão Daniel Bolito violino

Escolas 12 de novembro às 15h Ensaio Geral Solidário 6 de novembro às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 8 e 9 de outubro Sandra Rosado convidada

COMEMORAÇÕES DOS 100 ANOS DA REVISTA ORPHEU

Paulo Ribeiro coreografia Luís Tinoco música original José António Tenente figurinos Nuno Meira desenho de luz João Ceitil assistência musical Orquestra Metropolitana de Lisboa interpretação musical Pedro Neves direção musical


5 DEZ — 21 DEZ

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES FERNANDO DUARTE ANDRÉ e. TEODÓSIO Dezembro dias 5, 6, 12, 13, 17, 18, 19 e 20 às 21h dias 7, 14 e 21 às 16h Espetáculo EDP 11 de dezembro às 21h Escolas 10 de dezembro às 15h Ensaio Geral Solidário 4 de dezembro às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 19, 20, 21 de novembro Teatro Praga convidados

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ESTREIA MUNDIAL

Fernando Duarte coreografia André e. Teodósio encenação e dramaturgia Piotr I. Tchaikovski música João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira cenário e figurinos Daniel Worm d’Assumpção desenho de luz Orquestra Sinfónica Portuguesa interpretação musical José Miguel Esandi direção musical


Fevereiro dias 5, 6, 7, 12, 13 e 14 às 21h dias 8 e 15 às 16h Ensaio Geral Solidário 4 de fevereiro às 21h

Tiago Rodrigues Encenação, texto, cenografia e figurinos Barbora Hruskova bailarina Mário Laginha música e piano Cristina Piedade desenho de luz


5 FEV — 15 FEV ESTREIA MUNDIAL

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI PROJETO PARA UMA BAILARINA E UM PIANISTA

TIAGO RODRIGUES MÁRIO LAGINHA E BARBORA HRUSKOVA My body was not made for dancing, but I was never able to resist to music. As a child, I forced my body to learn how to dance. Unwillingly, it obeyed. I happily surrendered myself to music. Music is mathematics but I do not like to count. Instead of counting music, I prefer to tell stories while I dance mathematics. I divide tempo, I multiply gestures and add up pains. Each pain in my body equals to a dance performance. I have been dancing for more than thirty years. I have a collection of pains. My knee aches when I listen to Prokofiev. My back suffers when I listen to Sibelius. But not everything means pain. I like to go on stage early, when only the piano tuner is present. That is my joy, the joy that precedes everyone else’s, the lull before the storm. The halts of a journey before reaching the country of final destination. I do not know precisely where is my country, I reckon my homeland is the theatre since it is the place where I feel at home. I have already reasoned over this and I am sure that during my life I have spent more hours dancing than sleeping. I dream more when I dance than when I sleep. When I dance all seems a dream but as I feel pain, I know it is real. To dance causes pain, but it pains me even more when I am motionless. (Tiago Rodrigues) Invited by CNB-National Ballet of Portugal, Tiago Rodrigues writes and directs a piece which revolves around the memory of Barbora Hruskova’s body. Dialoguing with Mário Laginha’s piano – who is on stage playing his original music composed for this piece – Hruskova revisits her career and the marks that her life in dancing have drawn on her body.

O meu corpo não foi feito para dançar, mas eu nunca fui capaz de resistir à música. Quando era criança, obriguei o meu corpo a aprender a dançar. Ele obedeceu, mas contrariado. Eu, feliz, entreguei-me à música. Música é matemática, mas eu não gosto de contar. Em vez de contar música, prefiro contar histórias enquanto danço matemática. Divido tempo, multiplico gestos e adiciono dores. Cada dor no meu corpo, corresponde a um espetáculo de dança. Já danço há mais de 30 anos. Tenho uma coleção de dores. Quando ouço Prokofiev, dói-me o joelho. Quando ouço Sibelius, doem-me as costas. Mas nem tudo é dor. Gosto de ir cedo para o palco, quando ainda só lá está o afinador de pianos. Isso é a minha alegria antes da alegria dos outros, a calmaria antes da tempestade. As escalas da viagem antes do país de destino final. Não sei bem de que país sou, acho que a minha terra natal é o teatro porque é o lugar onde me sinto em casa. Já fiz as contas e tenho a certeza de que já passei mais horas da minha vida a dançar do que a dormir. Sonho mais quando danço do que quando durmo. Quando danço, tudo parece um sonho mas, como tenho dores, sei que é real. Dançar dói, mas dói mais quando estou parada. Tiago Rodrigues

A convite da Companhia Nacional de Bailado, Tiago Rodrigues escreve e dirige uma peça em torno da memória do corpo da bailarina Barbora Hruskova. Em diálogo com o piano de Mário Laginha, que está em palco para interpretar a música original que compôs para este espetáculo, Hruskova revisita a sua carreira e as marcas que essa vida na dança traçou no seu corpo.

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Março dias 12, 13, 14, 19, 20, 21, 26, 27 e 28 às 21h dias 15, 22 e 29 às 16h Escolas 18 de março às 15h Ensaio Geral Solidário 11 de março às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 10, 11 e 12 de fevereiro Sónia Baptista convidada

TREZE GESTOS DE UM CORPO Olga Roriz coreografia António Emiliano música Nuno Carinhas cenografia e figurinos Orlando Worm desenho de luz

NOVA CRIAÇÃO Vasco Wellenkamp coreografia Vítor José desenho de luz Maria João voz João Farinha piano Patrícia Henriques assistente do coreógrafo Canções Beatriz (Edu Lobo / Chico Buarque); Retrato a branco e preto (Tom Jobim / Chico Buarque); Eu sei que vou te amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes).

TWILIGHT

MINUS 16

Hans van Manen coreografia

Ohad Naharin coreografia e figurinos

John Cage música The Perilous Night para piano preparado

Bambi desenho de luz

Jean-Paul Vroom cenografia e figurinos Jan Hofstra desenho de luz Paulo Pacheco piano Nathalie Caris assistente do coreógrafo

Erez Zohar assistente do coreógrafo Música colagem de composições de diversos autores 1. You belong to my heart Perez Prado and his Orchestra (Agustin Lara / R. Gilbert); 2. Adios Mi Chaparrita Perez Prado and his Orchestra (L.F. Esperon / B. Marcus); 3. Hernando’s Hideaway Billy May’s Rico Mambo Orchestra (Richard Adler and Jerry Ross) 4. Solamente Una Vez Perez Prado (Agustin Lara / R. Gilbert); 5. Taboo (Tabu) Perez Prado and his Orchestra (Margarita Lecuona) 6. Isle of Capri Perez Prado and his Orchestra 7. Adios Pampa Mia Perez Prado (Canaro / Mores / Pelay) 8. It must be true The John Buzon Trio 9. Hava Nagila (traditional music) Dick Dale 10. Echad Mi Yodea (traditional music) arranged and played by Ohad Naharin and the Tractor’s Revenge 11. Nisi Dominus (Psalm 126), R.608 James Bowman (Vivaldi) 12. Somewhere over the rainbow adapted by Marusha (D.J.) (Harold Arlen & E.Y. Hamburg) 13. Hooray For Hollywood (cha cha) Don Swan & His Orchestra (John H. Mercer & Richard E. Whiting) 14. Sway Dean Martin (P.B. Ruiz & N. Gimbel) 15. Stabat Mater James Bowman and the Academy of Ancient Music (Vivaldi)


12 MAR — 29 MAR

BG Ballet Gulbenkian is the inextinguishable memory of art and, in particular, of the dance in Portugal. CNB pays homage to Ballet Gulbenkian by evoking its repertoire and inseparable individuals that created its history. Experiences will be livened up as well as dreams and emotions of those who experienced so many unforgettable moments of this company. Life will be provided to a narrative that some can only have access through oral testimonies. This is also a CNB assumed challenge: keep alive a legacy that bring us together with past days but still does today. To turn to works that comprise this program is to enrich CNB repertoire, is to grant to its performers the possibility to dance their imaginary. We owe to Olga Roriz and Vasco Wellenkamp the significant

PROGRAMA DE HOMENAGEM AO BALLET GULBENKIAN EM ASSOCIAÇÃO COM A FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN O Ballet Gulbenkian é memória inextinguível da arte e, em particular, da dança em Portugal. Evocar o seu repertório e individualidades indissociáveis da sua história é a homenagem que a CNB lhe presta. Avivar-se-ão experiências, emoções e sonhos dos que experimentaram tantos momentos inesquecíveis dessa companhia. Proporcionar-se-á vida a uma narrativa a que alguns já só chegam em testemunhos ouvidos. Este é, também, um desafio assumido pela CNB: manter vivo um património que nos une ao passado, mas que nos continua a fazer hoje. Recorrer às obras que constituem este programa é potenciar o repertório da CNB, é proporcionar aos seus intérpretes a oportunidade de dançar o imaginário de muitos.

bulk of Ballet Gulkenkian creations during the Eighties and the first half of the Nineties. Olga Roriz’s Treze Gestos de um Corpo – already in the CNB repertoire – was created for Ballet Gulbenkian and became one of its national and international hallmarks. Vasco Wellenkamp returns to the world of creation with a commission whose connivance balances between his own aesthetics and the voice of Maria João who will interpret songs of Brazilian authors such as Tom Jobim, Chico Buarque, Vinicius de Moraes and Edu Lobo. Among the guest foreign choreographers, Hans van Manen was probably one of the most performed by Ballet Gulbenkian. His Twilight duet, presented and included in the repertoire in 1979, was danced by two principal dancers: Graça Barroso and Isabel Queiroz, whose memories we thus also render our homage. Five creations by Ohad Naharin were danced by Ballet Gulbenkian during the last decade of its existence. Minus enraptured audiences in Portugal, Spain, Germany and Finland. This will certainly be the biggest challenge for CNB dancers since it will be their first approach to this choreographer’s vocabulary. For Naharin, Minus 16 is the reconstruction of the beginnings, middles and endings of so many other stories created by him with which he achieves a result as coherent as the originals, if not more. Many names and many works went unmentioned. It would be infeasible in a single program or during a whole season to cover the whole Ballet Gulbenkian artistic legacy.

A Olga Roriz e a Vasco Wellenkamp se deve a principal criação própria do Ballet Gulbenkian nos anos oitenta e primeira metade dos noventa. Treze Gestos de um Corpo, de Olga Roriz, que já faz parte do repertório da CNB, foi criado para o elenco do Ballet Gulbenkian e tornou-se sua referência tanto a nível nacional, quanto internacional. Vasco Wellenkamp volta à geografia da criação numa encomenda criadora de cumplicidades entre o seu sentido estético e a voz de Maria João, que interpretará canções de autores brasileiros como Tom Jobim, Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Entre os coreógrafos convidados estrangeiros, Hans van Manen terá sido dos mais dançados pelo Ballet Gulbenkian. O seu dueto Twilight, integrado no repertório em 1979, foi interpretado por duas das principais bailarinas portuguesas: Graça Barroso e Isabel Queiroz, cujas memórias também, assim, serão recordadas. Ohad Naharin chega ao repertório do Ballet Gulbenkian na última década do seu historial, ao longo da qual foram apresentadas cinco das suas criações. Com Minus, foram arrebatadas salas em Portugal, Espanha, Alemanha e Finlândia. Este será o maior desafio para o elenco da CNB por ser a primeira abordagem ao vocabulário do coreógrafo. Para Naharin, Minus 16 é a reconstrução de inícios, meios ou finais de muitas outras histórias por si criadas, com a qual consegue um resultado tão ou mais coerente.

Thankfully such legacy is a lot wider than our memories can live. To dance it is to remember it! (João Costa)

Muitos nomes e muitas obras ficarão por citar. Seria impossível num único programa, ou mesmo ao longo de uma temporada completa, abranger todo o espólio artístico do Ballet Gulbenkian. Ditosamente é muito mais vasto do que as nossas memórias vivem. Dançarmos é lembrá-lo! João Costa 13


Abril dias 29 (dia mundial da dança) e 30 às 21h Maio dias 2, 8 e 9 às 21h dias 3 e 10 às 16h Escolas 7 de maio às 15h Ensaio Geral Solidário 28 de abril às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 14, 15 e 16 de abril Sónia Baptista convidada

Georges Garcia coreografia, recriação e encenação segundo Jean Coralli, Jules Perrot, Marius Petipa e Théophile Gautier Adolph Adam música Ferruccio Villagrossi cenários Cristina Piedade desenho de luz Figurinos tradicionais, gentilmente oferecidos pela Fundação Calouste Gulbenkian

Orquestra de Câmara Portuguesa interpretação musical Pedro Carneiro direção musical

In 1827, Maria Taglioni’s first appearance in the title role of La Sylphide signaled the advent of the Romantic Ballet era. In a certain way, Romanticism is a response to the Industrial Revolution and it concedes to emotion the focal place whose figuration is amply manifested in indomitable natures, visible in Casper David Friedrich’s paintings or then as something occult and supernatural so evident in Edgar Allan Poe’s poetry. But Romanticism was also a revolt against a ruling and overly refined aristocracy whose opposite was found in the glorification of simplicity, purity and country life. For all it represents, Giselle is the quintessence of romantic ballet. The first act narrates how rural innocence can be prey of a treacherous and scheming aristocracy; the second act, so-called ‘white act’, unfolds in a supernatural environment where the ethereal woman is torn between vengeance and redemption. The use of pointe technique, by then still in its dawning days, reinforced the romantic concept of elevation depicted by winged and weightless creatures thus making of dance a privileged vehicle of the Romanticism. Possibly in no other time dance was so representative of total performance.

Estreia mundial Paris, Teatro da Academia Real de Música, 28 de junho de 1841 Estreia na CNB Lisboa, Teatro Nacional de São Carlos, 15 de outubro de 1987


29 ABR — 10 MAI

GISELLE GEORGES GARCIA Em 1827, com a estreia de Maria Taglioni no papel titular de La Sylphide, inicia-se a era romântica da dança. O Romantismo, de certa maneira, a corrente de contra-resposta à Revolução Industrial, confere à emoção o lugar central cuja figuração se encontra amplamente representada em naturezas indomáveis, patente nas telas de Casper David Friedrich, ou como algo de sobrenatural e de oculto, tão evidente na poesia de Edgar Allan Poe. Mas o Romantismo foi também a revolta contra uma aristocracia dominante e rebuscada cujo oposto foi encontrado ao glorificar a simplicidade e a pureza da vida campestre. É por esta razão que Giselle é o bailado romântico mais que perfeito. O 1 º ato narra de como a inocência campestre pode ser vítima de uma aristocracia traidora e calculista; o 2º ato, dito o ato branco, desenrola-se num ambiente sobrenatural onde a mulher etérea surge dividida entre a vingança e a redenção. O uso da técnica de pontas, à época ainda muito rudimentar, vinha ao encontro da ideia romântica de elevação representada por seres esvoaçantes e imponderáveis, fazendo da dança um veículo privilegiado do Romantismo. Possivelmente em nenhuma outra altura, a dança foi tão sinónimo de espetáculo total.

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Maio dias 21, 22 e 23 às 21h

António Cabrita Henriett Ventura São Castro Xavier Carmo co-criação e interpretação Wilson Mestre Galvão cenografia Nuno Nogueira figurinos Vítor José desenho de luz Companhia Nacional de Bailado/Vo’Arte co-produção


21 MAI — 23 MAI

TÁBUA RASA ESTREIA MUNDIAL

ANTÓNIO CABRITA HENRIETT VENTURA SÃO CASTRO XAVIER CARMO

The Latin expression tabula rasa meant

Com origem no latim, tabula rasa (tábua rasa) correspondia a uma tábua de cera onde nada estava escrito.

a wax blank slate. The expression was used and spread by the Aristotelian empiricists who used it to describe the blankness of the mind before any practice, a particular state of mind in which everything would be possible to create and write as a result

Os empiristas de Aristóteles, ao fazerem uso desta sua expressão, propagaram-na. Usavam-na para descrever o vazio da mente antes de qualquer prática, um particular estado de espírito no qual tudo seria possível criar e escrever a partir da experiência adquirida.

of acquired experience. The blank page of a writer, the blank canvas of a painter, the raw stone block of a sculptor and more specifically here, the empty stage for the interpreter: here is the keynote for the collaboration of

A página em branco do escritor, a tela em branco do pintor, a pedra em bruto do escultor, e mais concretamente aqui, a cena em branco para o intérprete: eis o mote para a colaboração de quatro criadores com percursos díspares.

four creators, all with disparate paths. Something comes to life and takes shape in a simple story about a human mind and the infinite capabilities of inhabiting

Algo se manifesta e ganha forma, numa história simples sobre a mente humana e as infinitas capacidades de se preencher o corpo.

the body.

António Cabrita, Henriett Ventura,

(António Cabrita, Henriett Ventura,

São Castro e Xavier Carmo

São Castro and Xavier Carmo)

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Junho dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 às 21h dias 21 e 28 às 16h Ensaio Geral Solidário 17 de junho às 21h Projetos de Aproximação à Dança (PAD) 25 e 26 de junho Sónia Baptista convidada

Fernando Duarte coreografia

Firebird (1910) is inspired in a Russian tale re-written

Igor Stravinski música

imaginary world with fantasy sets, princes and princesses,

Carlos Pimenta dramaturgia e encenação Nuno Maya e OCUBO cenografia e video mapping José António Tenente figurinos Cristina Piedade desenho de luz Orquestra Sinfónica Portuguesa interpretação musical Joana Carneiro direção musical

by M. Fokine and composed by Stravinski. As usual in tales, Firebird draws upon an imaginary of fantasy. In this evil and magic creatures live together and their movement, led by Stravinski’genius, acquires an eerie dimension. As Henry Léon once said ‘When the bird flies we have the impression it is airborne by the music.’ Considering the characteristics of the work, this is a huge challenge for dancers, orchestra and creators. Resorting to the interpreters’ artistry and to the ‘magical’ possibilities that technology avails nowadays, we hope not to disappoint Léon’s observation and make this bird ‘really’ fly. (Carlos Pimenta)


18 JUN — 28 JUN

O PÁSSARO DE FOGO ESTREIA MUNDIAL

FERNANDO DUARTE CARLOS PIMENTA O Pássaro de Fogo (1910) é inspirado numa lenda russa reescrita por M. Fokine e composta musicalmente por Stravinski. Recorre, como é próprio das lendas, a um imaginário fantástico. Nesse imaginário coabitam – em cenários de fantasia – príncipes e princesas, criaturas malévolas e mágicas, cujo movimento conduzido pelo génio de Stravinski ganha uma expressão sobrenatural. Tal como disse Henry Léon “Quando o pássaro voa ficamos com a impressão de que este é levado pela música”. Tendo em conta as características da obra, é um enorme desafio para os bailarinos, orquestra e criadores. Com o recurso ao virtuosismo dos intérpretes e às possibilidades “mágicas” que a tecnologia hoje oferece esperamos não desiludir a constatação de Léon e fazer “realmente” este Pássaro voar. Carlos Pimenta

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PROJETOS CNB 2014/2015


PROJETOS CNB 2014/2015

DIGRESSÃO NACIONAL MOZART CONCERT ARIAS UN MOTO DI GIOIA Anne Teresa De Keersmaeker coreografia Wolfgang A. Mozart música Herman Sorgeloos cenário Rudy Sabounghi figurinos Anne Teresa De Keersmaeker

ORFEU E EURÍDICE Olga Roriz coreografia Christoph W. Gluck música Nuno Carinhas cenário e figurinos Cristina Piedade desenho de luz

Vila Real, Teatro de Vila Real 31 de janeiro às 21h30

desenho de luz

Porto, Teatro Municipal . Rivoli 12 e 13 de setembro às 21h30

BG – PROGRAMA DE HOMENAGEM AO BALLET GULBENKIAN

PROGRAMA CONCERTO

Porto, Teatro Municipal . Rivoli 10 e 11 de abril às 21h30

Sardoal, Centro Cultural Gil Vicente 22 de setembro às 16h

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Guimarães, Centro Cultural Vila Flor 28 de dezembro às 16h

O LAGO DOS CISNES Fernando Duarte coreografia Edgar Pera filme Piotr I. Tchaikovski música José António Tenente figurinos Nuno Meira desenho de luz

Bragança, Teatro Municipal 10 de janeiro às 15h Faro, Teatro Municipal 6 e 7 de fevereiro às 21h (em colaboração com a Orquestra Clássica do Sul)

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Évora, Teatro Garcia de Resende 18 de abril às 21h30 Almada, Teatro Municipal Joaquim Benite 17 de julho às 21h30 18 de julho às 16h


PROJETOS CNB 2014/2015

PAD – PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA

TEMPESTADES

ORFEU E EURÍDICE

Convidada Teresa Simas Lisboa, Teatro Camões 23, 24 e 25 de setembro das 14h às 17h00

Convidada Sónia Baptista Vila Real, Teatro de Vila Real 31 de janeiro (hora a confirmar) 9/14 anos

12/16 anos

Os serviços educativos da Companhia Nacional de Bailado seguem as premissas lançadas nos anos anteriores, onde através de pequenos projetos idealizados por convidados, estudantes entre os 9 e os 16 anos podem conviver com criadores e intérpretes, assistir a ensaios, familiarizar-se com diferentes linguagens artísticas e experimentar a dança nas suas diversas dimensões. Cada workshop serve ainda de introdução aos espetáculos para escolas a que os participantes são convidados a assistir gratuitamente.

Espetáculo para Escolas 22 de outubro às 15h

LÍDIA Convidada Sandra Rosado Lisboa, Teatro Camões 8 e 9 de outubro das 14h às 17h00 12/16 anos

Espetáculo para Escolas 12 de novembro às 15h Para reservar um workshop ou lugares num espetáculo para a sua escola, favor contatar: Cristina de Jesus (coordenadora PAD) Telf. 218 923 489 cristina.jesus@cnb.pt

BG Convidada Sónia Baptista Lisboa, Teatro Camões 10, 11 e 12 de fevereiro das 14h às 17h00 9/16 anos

Espetáculo para Escolas 18 de março às 15h Porto, Rivoli Teatro Municipal 10 e 11 de abril (hora a confirmar) 9/16 anos

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Convidados Teatro Praga Lisboa, Teatro Camões 19, 20 e 21 de novembro das 14h às 17h00 9/14 anos

Espetáculo para Escolas 10 de dezembro às 15h

Évora, Teatro Garcia de Resende 18 de abril (hora a confirmar) 9/16 anos

GISELLE Convidada Sónia Baptista Lisboa, Teatro Camões 14, 15 e 16 de abril das 14h às 17h00 9/14 anos

O LAGO DOS CISNES Convidada Sónia Baptista Bragança, Teatro Municipal 10 de janeiro (hora a confirmar) 9/14 anos

Faro, Teatro Municipal 6 de fevereiro (hora a confirmar) 9/14 anos

Espetáculo para Escolas 7 de maio às 15h

O PÁSSARO DE FOGO Convidada Sónia Baptista Lisboa, Teatro Camões 25 e 26 de junho das 14h às 17h00 9/16 anos


A FADA ORIANA O espetáculo A Fada Oriana, idealizado para estudantes do ensino básico, é inspirado no conto homónimo de Sophia de Mello Breyner Andresen, inserido nas obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura. Indo ao encontro do imaginário de um leque de idades que une o final da infância ao início da adolescência, A Fada Oriana é uma história de beleza e magia sobre uma fada que promete cuidar da floresta pela qual ficara responsável, preservando valores humanos e bens da natureza. Integrada no projeto CNB nas Escolas, esta criação cruza diversas áreas artísticas, procura unir a diversidade de compreensões estéticas e valorizar a importância de interacção de linguagens de expressão. A Fada Oriana leva o palco às escolas, aproximando a arte dos territórios do ensino académico.

Annabelle Barnes Catarina Lourenço Mário Franco Mariana Paz Paulina Santos coreografia Sara Carinhas encenação Mário Franco sonoplastia

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Jorge Sacadura Cabral cenografia CNB e TNSC figurinos Zeca Galamba execução de cenários Jorge Sacadura Cabral Alexandra Sobral pintura de cenários


PROJETOS CNB 2014/2015

CONFERÊNCIAS / CONVERSAS SETEMBRO A DEZEMBRO DE 2014 STURM UND DRANG Teatro Camões, sábado, 11 de outubro às 18h Delfim Sardo, Rui Vieira Nery, Cristiana Vasconcelos Rodrigues, e os criadores de Tempestades: Rui Lopes Graça e Pedro Carneiro.

MODERNISMO EM PORTUGAL Teatro Camões, sábado, 1 de novembro às 18h Raquel Henriques da Silva, Carlos Vargas e os criadores de Lídia: Paulo Ribeiro e Luís Tinoco.

O QUEBRA-NOZES E A TRADIÇÃO Teatro Camões, sábado, 29 de novembro às 18h Maria José Fazenda e os criadores de Quebra Nozes Quebra Nozes: André e. Teodósio e Fernando Duarte.

JANEIRO A JULHO DE 2015

EU NÃO PERCEBO NADA DE DANÇA Ciclo de conversas em torno da dança a propósito da programação da Companhia Nacional de Bailado Curadoria e moderação Cristina Peres

PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI TEMA 1: MEMÓRIA Teatro Camões, terça-feira, 3 de fevereiro às 18h30

BG – PROGRAMA DE HOMENAGEM AO BALLET GULBENKIAN TEMA 2: PATRIMÓNIO Teatro Camões, terça-feira, 3 de março às 18h30

GISELLE TEMA 3: O QUE FAZ QUE UM CLÁSSICO SEJA UM CLÁSSICO? Teatro Camões, terça-feira, 21 de abril às 18h30

TÁBUA RASA TEMA 4: CRIAÇÃO Teatro Camões, terça-feira, 12 de maio às 18h30

O PÁSSARO DE FOGO TEMA 5: REPRESENTAÇÃO Teatro Camões, terça-feira, 2 de junho às 18h30

Ao longo dos 20 anos em que fiz regularmente crítica de dança em jornais, quase sempre que convidei alguém a acompanhar-me fui avisada: “Olha que eu não percebo nada de dança...”. A declaração foi repetida por pessoas muito diferentes, com backgrounds sociais e formações muito diversas – algumas até artísticas, ainda que de outras áreas. Tinham em comum a preocupação de confessarem “não compreender” a dança. A dança é provavelmente a arte com a qual a universalidade das pessoas com maior naturalidade poderia implicar-se e ligar-se por ter como condição da sua existência e comunicação o corpo e o movimento. Estes são comuns a todas as pessoas - as que praticam e as que apreciam dança – e por isso me perguntei com frequência por que seria que ninguém referia outras categorias de juízo ao confessar a sua “dificuldade” perante a dança, tal como, por exemplo: “eu não sinto nada com dança”. Ponderei vezes sem conta por que não ousariam as pessoas colocar o raciocínio como subsidiário da experiência do corpo e do movimento, esse território que têm em comum com todas as outras pessoas e que é presente, enorme e inevitável. Apercebi-me também em sequência, e por isso mesmo, que eram raríssimas as pessoas a quem eu tivesse ouvido afirmações como “não compreendo a música” ou “não percebo nada de artes plásticas”. Relativamente a estas artes ouvia antes “não gosto” disto, “não percebo nada de pintura abstrata” ou “não tenho paciência para Stockhausen”, afirmações que são, mesmo assim, de outra natureza. Por que exigem as pessoas, em primeiro lugar, compreender a dança? E por que é que, em segundo, afirmam tão prontamente a sua impossibilidade? Quando a direção da Companhia Nacional de Bailado me dirigiu o convite para imaginar uma série de conversas públicas que pontuassem a programação que fez para a temporada janeirojulho de 2015, lembrei-me que seria uma belíssima oportunidade para propor a uma série de palestrantes que viessem ao teatro da dança estabelecer um diálogo entre si a partir dos seus pontos de vista e, ao mesmo tempo, que o partilhassem com todos os outros. Não sei se se conseguirá dar uma resposta universalmente satisfatória às duas perguntas escritas acima destas linhas. Ou se esse seria sequer o objetivo mais premente. Porém, e aconteça o que acontecer, nenhuma combinação de palestrantes, por mais exógena que pareça, vai inibir o público de participar num fenómeno para o qual se encontra igualmente munido de instrumentos como os palestrantes. Só é preciso um ponto de vista e todas as pessoas têm um ponto de vista. Para tornar a equação mais justa, propus que os convidados olhassem a dança a partir das suas disciplinas e linguagens e estabelecessem as conexões que achassem pertinentes, retirando-lhes assim qualquer hipótese de confissões apriorísticas como “eu não percebo nada de dança”. Cristina Peres, setembro 2014


PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI

BG – PROGRAMA DE HOMENAGEM AO BALLET GULBENKIAN

TEMA 1: MEMÓRIA Teatro Camões, terça-feira, 3 de fevereiro às 18h30 Convidado Fábio Chalub

TEMA 2: PATRIMÓNIO Teatro Camões, terça-feira, 3 de março às 18h30 Convidada Maria João Seixas

Matemático, professor associado da Faculdade de Ciências e Tecnologia

Jornalista, criadora e apresentadora de programas culturais na RTP,

da Universidade Nova de Lisboa

foi assessora para os Assuntos Culturais do primeiro-ministro António Guterres

São as experiências da memória e da consciência dissociáveis? Podem uma bactéria ou

e diretora da Cinemateca Portuguesa

mesmo um pedaço de matéria inanimado ter memória? Diríamos, por isso, que eles têm

Não há uma única vertente do Ballet Gulbenkian que não faça de alguma maneira

“consciência” do passado? E o que é a memória de um computador?

parte do património das gerações que assistiram aos seus espetáculos ao longo de

Pensamos na nossa memória como fruto das nossas experiências individuais.

quatro décadas. Passados 50 anos da sua criação e dez sobre a sua extinção, ainda

Será possível termos memória de um passado coletivo? São o nosso corpo e os nossos

é difícil imaginar como será a conceção do universo contextual da dança para o público

hábitos resultados das experiências dos nossos antepassados?

que já não lhe teve acesso. Falamos da sua vertente mais visível, a das temporadas aguardadas com grande expetactiva pelo público, com as quais a Fundação Gulbenkian, a par da programação da Orquestra e Coro, criou um interface fundamental com os consumidores de cultura, multiplicando-os. E falamos também da introdução de Portugal à dança moderna e contemporânea que não teria acontecido sem o Ballet Gulbenkian. Apesar de Portugal ter antes sido pontualmente ponto de passagem da circulação internacional de artes performativas, o papel do Ballet Gulbenkian, na sua definição de companhia de reportório, só viria a conhecer a “concorrência” saudável proposta pela programação do ACARTE, com os ciclos de dança ao longo do ano e com o festival anual Encontros ACARTE. Não é de espantar que a maioridade dos públicos deste país, audiências e artistas, devam ao Ballet Gulbenkian parte grande da sua capacidade de apreciar a produção artística na área da dança a que assistiram a par e passo da sua criação. Não é de espantar também que este acesso por múltiplos canais tenha ficado a dever-se a iniciativas da mesma instituição. Esta conversa tem por objetivo avaliar o impacto do Ballet Gulbenkian no contexto artístico nacional. O que fez pelos hábitos e consumos artísticos dos portugueses, como educou o público com o qual foi ter fora de Lisboa e como estabeleceu uma nova e definitiva fasquia de qualidade no tecido artístico nacional. Por fidelidade ao espírito destas conversas, que pretendem deslocar o epicentro temático para a discussão de ideias, queremos perguntar se a “marca” Gulbenkian poderá vir a tornar-se apenas uma memória nostálgica. Ou se terá a sua inscrição no tecido da produção e circulação artística em Portugal determinado novos padrões em definitivo.

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PROJETOS CNB 2014/2015

GISELLE

O PÁSSARO DE FOGO

TEMA 3: O QUE FAZ QUE UM CLÁSSICO SEJA UM CLÁSSICO? Teatro Camões, terça-feira, 21 de abril às 18h30 Convidados Ricardo Saló e Joana Manuel

TEMA 5: REPRESENTAÇÃO Teatro Camões, terça-feira, 2 de junho às 18h30 Convidados José Domingos Rego e Céu Guarda

Ricardo Saló é crítico de música, especialista em música contemporânea

José Domingos Rego é artista plástico e professor de Belas Artes

Joana Manuel é cantora, atriz e ativista política

Céu Guarda, formada em Belas Artes, é fotógrafa (Kameraphoto)

Nenhuma peça, nem partitura, nem pintura, nem obra de arte nasce um clássico ou

O video mapping é uma linguagem, ou tem um resultado, que fala eloquentemente um

poderá tornar-se um clássico por vontade do seu criador. Quais são as características

vocabulário da atualidade: é uma “habitação” sobreposta à realidade onde é projetada,

comuns passíveis de serem avaliadas à posteriori que definem um “clássico”?

tem uma existência própria bidimensional que é também “informada” pelas formas e

A propósito de Giselle, vamos tentar olhar para este conjunto de características, que

texturas dos lugares em cujas superfícies é projetada e tem uma proposta de totalidade,

passam por disciplinas muito diversas, mas que não chegam a ato sem a prova do

na medida em que envolve os espaços e as audiências. A história do teatro de sombras,

tempo. Quem viu nascer o disco sound achou que teria uma vida breve, mas enganou-se.

bem como outras técnicas do passado, já utilizavam estes conceitos e obtinham

E o mesmo poderia ser dito de géneros literários, linguagens cinematográficas e estilos

resultados de natureza semelhante. A propósito da dança e para lá dos novos meios

de representação. Da dança à música, do teatro ao rap, da arte de rua às intalações, um

técnicos, que abrem possibilidades e escalas de realização potencialmente infinitas,

clássico ocupa um lugar inequívoco. E pode até perder esse estatuto. Abordaremos de

vamos refletir sobre os diferentes modos de representação do corpo. Entre o gigantismo

caminho o subtema “versões”, uma vez que, por exemplo, a música só se materializa

do video mapping e as miniaturas em petit point, por exemplo, “quanto” é preciso do

na sua interpretação e que, mesmo muito transfigurado e atualizado que seja, um

corpo para se poder considerar que ele está representado? Depende este conceito

Shakespeare é sempre um Shakespeare.

de uma forma física ou de uma ideia? Onde se encontra o corpo que não é figurado? Abstração é ausência? Qual a distância entre visão e perceção?

TÁBUA RASA TEMA 4: CRIAÇÃO Teatro Camões, terça-feira, 12 de maio às 18h30 Convidados Filipe Madeira e Ana Marques Gastão Filipe Madeira é psicoterapeuta e psicanalista Ana Marques Gastão é escritora e ensaísta, foi jornalista e crítica de dança Quais são os mecanismos acionados na criação artística? O que evocam as classificações de “primeiras obras” e “obras de maturidade”? A mente tem processos diferentes nas várias idades do criador? O mesmo criador, mesmo que invente espetáculos diferentes uns dos outros, tem sempre uma linguagem reconhecível? Ou estará sempre a fazer o mesmo espetáculo ou a pintar a mesma tela? As várias disciplinas têm métodos e condições de criação próprios ou semelhantes? Criação e originalidade. Criação e saúde mental: a loucura é romanceada enquanto condição para a criação. O que pretendem as sociedades que promovem a sanidade? Até que ponto estão a sanidade e o conhecimento de si próprio ligados?


ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS Os resultados obtidos no passado, com os Ensaios Gerais Solidários, e a consciência da ampliação dos possíveis beneficiários, no presente, confirmam a relevância deste ato que a Companhia Nacional de Bailado cria a partir do palco.

TEMPESTADES

A cada programa unimos esforços para que possamos oferecer o último ensaio da Companhia a instituições de solidariedade, proporcionando-lhes não só um momento privilegiado de união da sociedade civil em torno das suas atividades, como também as condições necessárias à angariação de fundos, que as ajudem na realização dos seus objetivos.

6 de novembro às 21h

16 de outubro às 21h (ensaio geral já preenchido)

LÍDIA (ensaio geral já preenchido)

QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES 4 de dezembro às 21h (ensaio geral já preenchido)

A PERNA ESQUERDA DE TCHAIKOVSKI 4 de fevereiro às 21h

BG 11 de março às 21h

GISELLE 28 de abril às 21h

O PÁSSARO DE FOGO 17 de junho às 21h As instituições interessadas deverão contactar a CNB para escolha de data, programa, e acordo de condições. Luís Moreira coordenador EGS luis.moreira@cnb.pt

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O Ensaio Geral Solidário, lançado em outubro de 2011, teve até ao presente beneficiários como Fundação GIL, Liga Portuguesa contra a SIDA, Casa do Artista – APOIARTE, ACREDITAR, Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 – Diferenças, Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, Associação Alzheimer Portugal, Aldeias de Crianças SOS, Movimento Vencer e Viver / Núcleo Regional Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Associação Portuguesa de Música nos Hospitais, Associação NÓS, Centro de Educação para o Cidadão Deficiente, Amnistia Internacional Portugal, Leigos para o Desenvolvimento, Associação Auxílio e Amizade, CERCIAMA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Amadora, Associação CAIS, Fundação Liga, CERCI Lisboa, Fundação da Solidariedade e Cooperação Universitária, Associação ILGA Portugal, Liga Portuguesa de Higiene Mental/Sos Voz Amiga, UMARUnião de Mulheres Alternativa e Resposta, Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa – APPACDM Lisboa, CADIN, PAIS EM REDE ASSOCIAÇÃO, Dê mais Coração – Movimento Daniela, ANACED – Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência, LIMIAR – Associação de Cooperação e Desenvolvimento, Associação de Ajuda ao Recém-Nascido, CEDEMA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais, Associação Turma do Bem, ATACA – Associação de Tutores e Amigos da Criança Africana, Associação O COMPANHEIRO, Soroptimist Internacional Clube Lisboa Caravela Associação Cozinha Solidária e Refeições com Alma (CcA), Cooperativa de Solidariedade Social e Ensino Especial – CRINABEL, Associação Padrinhos de Portugal


PROJETOS CNB 2014/2015

COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO – O FILME

EXPOSIÇÃO

A Companhia Nacional de Bailado tem quase quatro décadas de existência. Na sua génese está a interpretação dos grandes clássicos da dança e o acolhimento permanente de criações contemporâneas. Anualmente, bailarinos de todo o mundo apresentam-se na audição para integrar a Companhia. O quotidiano é rigoroso para bailarinos, coreógrafos, músicos, ensaiadores, costureiros, técnicos de luz, de som e toda uma equipa vasta que permite a dança percorrer as salas de ensaio, alongar-se pelos corredores e fluir até ao palco. Este filme acompanha por um lado as criações, estreias e digressões da companhia de dança mais antiga do país e por outro, o trabalho silencioso e estrutural de cada bailarino.

DE MATRIX À BELA ADORMECIDA

A construção diária de um bailarino é uma negociação constante entre o instinto e a técnica. Um compromisso com o rigor e a disciplina. Aos poucos quebram-se movimentos complexos num processo que é simultaneamente exaustivo e cativante. Enfatiza-se a distância entre a análise verbal e o movimento físico. Trabalha-se a linguagem corporal e deixam-se as palavras deslizar na singularidade dos gestos. A dança apresenta-se como uma evidência nos corpos destes bailarinos, cheios de significado e emoção nos seus movimentos. Este filme é sobre e a partir deles que, talvez sem saber porquê, um dia giraram sobre os seus corpos e nunca mais pararam. Histórias que partem de Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Itália, Alemanha, Inglaterra, Hungria, Rússia, EUA, Austrália, Indonésia, Japão e Coreia do Sul, dão origem à coreografia deste filme. Cláudia Varejão

ANTÓNIO LAGARTO – FIGURINOS DE TEATRO, DANÇA E ÓPERA Em colaboração com: Companhia Nacional de Bailado, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Nacional S. João, Teatro Nacional de S. Carlos

Desenhar um figurino para Teatro consiste em criar um invólucro para o corpo – o corpo do actor –, que narre uma história, construa memórias e defina um ESPAÇO para esse CORPO, interpretado a partir de um texto literário ou não. Criar um figurino para Dança tem outras implicações. A primeira e a última é o movimento. Pelo meio, aplica-se tudo o que se aplica também no caso do teatro, mas exacerbado pelo movimento das formas, dos tecidos, das texturas, das cores e, como é óbvio, do próprio corpo, interpretado a partir de uma história, de uma coreografia ou de uma composição musical. Roy Strong em Dress as Hieroglyph: Costume in the Ballet de Cour, primeiro capítulo da brochura Designing for the Dancer (Londres, Elron Press,1981) escreve: “O ballet de cour foi essencialmente uma criação da Renascença. O homem microcosmos, um ser que podia ascender às estrelas ou precipitar-se até ao nível das bestas monstruosas, era o ponto fulcral dum universo divinamente estruturado de acordo com a proporção numérica. Ambos o platonismo e o hermetismo da Renascença conceberam o homem como um obreiro maravilhoso, que podia, ao colocar-se em sintonia com o universo mágico, atingir um maior controlo sobre o universo e o seu próprio destino. [...] A Dança era uma imitação do movimento dos céus.” A exposição De Matrix à Bela Adormecida: António Lagarto – Figurinos de Teatro, Dança e Ópera, a apresentar no MUDE, a convite da sua diretora, Bárbara Coutinho, constrói-se exatamente a partir daqueles polos – do teatro à dança, da palavra ao movimento, do texto verbal à música. E, ainda, segundo duas dimensões que, ao longo de anos, me pautaram a criação de figurinos: o terrífico e o belo! António Lagarto

Mude – Museu do Design e da Moda / Colecção Francisco Capelo Rua Augusta 24 – 1100-053 Lisboa 11 de dezembro de 2014 a 29 de março de 2015 Terça a domingo da 10h às 18h (encerra à segunda-feira). Entrada Livre.


Programação sujeita a alteração. Poemas Sophia de Mello Breyner Adresen Retroversões Rui Esteves Fotografias CNB Rodrigo de Souza Design gráfico Estúdio João Campos Norprint Artes Gráficas Tiragem 7500 exemplares

BILHETES

Companhia Nacional de Bailado © dezembro 2014

PROGRAMAS CNB

PLATEIA A1

PLATEIA A2

PLATEIA B

PLATEIA C

PLATEIA D

PLATEIA C1

25€

20€

17.5€

15€

10€

5€

CONTACTOS

DESCONTOS

PREÇOS ESPECIAIS

BILHETEIRAS

Teatro Camões Passeio do Neptuno, Parque das Nações 1990 - 193 Lisboa Telef. 218 923 470

Menores de 25 e maiores de 65 anos 50%

Espetáculos para escolas Escolas 3€ / Professores* 0€

Grupos com mais de 15 elementos 25%

COMO CHEGAR

Cartão Lisboa Viva 15%

Tardes de Domingo Adultos acompanhados com menores de 18 anos 10€ Menores de 18 anos 5€

Teatro Camões Quarta a domingo das 13h às 18h (01 nov – 30 abr) das 14h às 19h (01 mai – 31 out) Dias de espetáculo até meia-hora após o início do espetáculo. Telef. 218 923 477

Metro Linha Vermelha > Oriente Autocarro Carris 208, 210, 400, 705, 708, 725, 728, 744, 750, 759, 782, 794 Caminhos de Ferro CP Gare do Oriente Parques para Automóveis Parque do Oceanário Parque da Doca

www.cnb.pt www.facebook.com/cnbportugal www.youtube.com/cnbportugal

Cartão Fnac 20%

Desempregados 25%

Profissionais de Espetáculo** Preço único 5€

Condições de reserva As reservas serão garantidas durante 48h a partir do momento em que são efetuadas e só aceites até 48h antes do dia de espetáculo.

ASSINATURAS

Formas de pagamento Numerário, Cheque, Multibanco ou Cartão de crédito.

Descontos**** Opção A 25% 5 espetáculos

Mobilidade Reduzida *** Preço único 15€

Opção B 20% 4 espetáculos Opção C 15% 3 espetáculos

* 2 professores por turma ** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Plateia D) *** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Camarote 3 e 4) **** Só disponíveis nas bilheteiras do Teatro Camões e Teatro Nacional de São Carlos.Não acumulável com outros descontos e não aplicável a espetáculosTardes de Domingo.

Teatro Nacional de São Carlos Segunda a sexta das 13h às 19h Telef. 213 253 045 Ticketline www.ticketline.pt Telef. 707 234 234 Lojas Abreu, Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita





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