PROGRAMA: O PÁSSARO DE FOGO ∙ JUN 2015

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DIREÇÃO ARTÍSTICA LUÍSA TAVEIRA


O PÁSSARO DE FOGO Junho dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 às 21h dias 21 e 28 às 16h Espetáculo de abertura do 41º Festival de Estoril Lisboa 28 de junho às 16h

Fernando Duarte coreografia Igor Stravinski música Carlos Pimenta dramaturgia e encenação Nuno Maya | OCUBO.COM cenografia e video mapping José António Tenente figurinos Cristina Piedade desenho de luz Ana Lacerda Barbora Hruskova Fátima Brito Rui Alexandre ensaiadores

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA Joana Carneiro direção musical


A FUNDAÇÃO EDP É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL


PÁSSARO DE FOGO ¯¯¯ Carlos Pimenta, junho 2015

PARTE I Noite. Um cenário pós-apocalíptico. Adivinham-se na paisagem inquietante restos de uma civilização. Após a sua destruição poucos subsistiram. Aqueles que o conseguiram escondem-se e mantêm-se vigilantes procurando assegurar a sobrevivência. Contudo, as condições são adversas. A contaminação destruiu a paisagem e muitas formas de vida, e os territórios, agora inóspitos, são demasiado perigosos. A Ivan – o guerreiro errante – não lhe resta mais do que vaguear por aquilo que terá sido uma cidade, agora quase totalmente engolida por uma estranha vegetação. A natureza expandiu-se livre e descontroladamente num espaço antes dominado pelo Homem. Esporadicamente encontramos vestígios dessa ocupação humana: peças de metal corroído e enferrujado; ruínas do que terá sido um palácio ou um templo. O ambiente é escuro, denso e hostil. Em mais esta deambulação há já algum tempo que Ivan procura identificar um ruído estranho e ameaçador. Assemelha-se a um bater de asas que avança devastando parte da vegetação. Todos os sentidos de Ivan estão em alerta. Neste novo mundo sinistro, no qual cada um luta por si, tudo se apresenta como ameaça. Ivan procura localizar a origem daquele ruído. Um pássaro de fogo surge repentinamente. Ivan sabe que o pássaro tem qualidades mágicas – é ele que transporta a chama da vida – e quando este resplandece à sua frente procura capturá-lo. Ivan e o pássaro lutam até ao limite das suas forças. Contudo, a luta é leal e corajosa. Por fim Ivan consegue dominar e capturar o pássaro de fogo. Este, vencido e assustado, suplica a Ivan que o liberte. Ivan reconhece a coragem do pássaro durante a luta e oferece-lhe a liberdade. Como gratidão pelo gesto de Ivan, o pássaro dá-lhe uma pena de fogo que este poderá utilizar para o chamar se estiver em dificuldades. O pássaro de fogo regressa ao seu voo, livre. Ivan continua a sua viagem sem destino. Entra num


território pantanoso e perturbador. Apesar do lugar ser inóspito, Ivan pressente que este é um território habitado. De repente abre-se uma vedação e dela surgem 13 mulheres muito belas. Iniciam uma dança, brincando com os frutos luminescentes de uma árvore que se impõe no espaço onde que se encontram. As mulheres estão em cativeiro e só podem sair durante a noite, quando é aberta a cerca que as encerra. Uma das mulheres (Tsarevna) avisa Ivan de que aquele é um território perigoso, dominado pelo terrível Kostchei, que as capturou. Ivan fica encantado com a mulher. Todas as outras mulheres reparam no encantamento recíproco que se produziu entre Ivan e Tsarevna. Falta pouco para o nascer do dia. As mulheres são obrigadas a recolher. Ivan vai atrás da mulher por quem se apaixonou. Esta diz-lhe para não o seguir porque será, tal como elas, feito prisioneiro por Kostchei. A vedação fecha-se. Ivan fica sozinho. Nisto aparece um numeroso grupo de criaturas ameaçadoras, com corpos estranhos, transfigurados. São a guarda avançada de Kostchei “o mago” que detém o segredo da vida eterna. Kostchei comprou este segredo antes do apocalipse. Para o conseguir sacrificou populações e saqueou cidades inteiras. Tanto ele como os seus seguidores procuram agora impor uma nova ordem. Odeiam a beleza e subjugam todas as criaturas que por ali passam, tentando aumentar o seu exército. Raptaram as mulheres e mantêm-nas cativas, só as deixando sair de noite. Os homens que as foram procurar recusaram-se a seguir Kostchei e estão, por isso, aprisionados na vegetação. Um casulo encerra os seus corpos. Ivan é capturado pelos seguidores de Kostchei e terá, previsivelmente, o mesmo destino desses homens. Mas, Ivan lembra-se da pena que lhe foi dada pelo pássaro de fogo. Quando a agita, este surge pelo meio da vegetação. O pássaro de fogo faz Kostchei e os seus seguidores rodarem numa dança frenética até caírem de exaustão. Por fim adormece-os e conta a Ivan o segredo do poder de Kostchei. Ele guarda a sua

alma num ovo e isso garante-lhe a vida eterna (para si e para os que a ele se quiseram juntar). O pássaro de fogo indica a Ivan o local onde está o ovo. Ivan destrói o ovo, levando esta ação à morte de Kostchei e de todos os que o seguem.

PARTE II Com o fim do poder de Kostchei tudo se transforma. A cidade liberta-se da estranha vegetação que a envolvia e renasce em tons de um verde puro. Os homens libertam-se dos casulos onde estavam encarcerados e regressam à vida. As mulheres, agora livres, juntam-se a eles. Ivan reencontra aquela por quem se apaixonou e celebram todos juntos a vida, o amor e a liberdade. São vidas transitórias, mas vividas intensamente. Ao longe o pássaro de fogo observa todos estes acontecimentos. Sente que cumpriu, mais uma vez, o seu dever: transportar eternamente a energia que permite aos humanos, na Terra, o ciclo da vida. Uma vida efémera, mas plena e livre nos seus momentos. —


AS HISTÓRIAS EXISTEM NAS HISTÓRIAS ¯¯¯ Cristina Peres, junho 2015

A origem não é de desprezar tratando-se da receita Ballets Russes. Quando corria o ano de 1910, estava Igor Stravinski ainda em vésperas de vir a ser consagrado, Michel Fokine em pleno vigor criativo imprimia uma das mais significativas marcas coreográfica na companhia, e dava-lhe a alma nacional do conto popular com rasto de quase mil anos. O Pássaro de Fogo teria cenários de Alexander Golovine, e figurinos e pinturas de Léon Bakst. Tudo concorria para que se alcançasse o grau de apuro que hoje é História, um corpo comum de memória já sem testemunhas diretas. Haverá por isso interditos a “refazer” a um clássico moderno tornado contemporâneo, em 2015, na era das apropriações e dos remixes? Fernando Duarte (coreografia) e Carlos Pimenta (dramaturgia e encenação) partiram da matéria obrigatória – a partitura de Stravinski. Uma série de sinais abstratos em folhas de papel que só ganham sentido musical ao serem traduzidos pelos instrumentistas. Ambos acordaram reduzir a memória deste O Pássaro de Fogo à sua expressão mais essencial, sublinhando a efemeridade da apresentação pública do bailado. E deste modo criaram uma ligação direta ao conto, que tem por natureza e até ao momento em que é fixado, a condição de errante, dependendo da versão que cada contador lhe imprima ao contá-lo. A dança e música só acontecem quando acontecem, tem de lhes ser insuflada vida, tem de se lhes fazer cumprir a mecânica que as materializa, tem de haver músicos e bailarinos para lhes conferirem esse existir. No fundo, explica o coreógrafo, a combinação da coreografia é que tem de ter a sua assinatura pessoal, uma dinâmica e estética adaptadas aos bailarinos contemporâneos, que são diferentes dos do passado, mesmo dos do passado recente. Poder-se-á fazer “tudo” com um clássico? A Companhia Nacional de Bailado, pela sua natureza, impõe


parâmetros. Stravinski e Fokine impõem os seus também, ainda que a reescrita dramatúrgica tenha exercido a sua liberdade durante a construção. Fernando Duarte lembra que não pôde abstrair-se do processo criativo do compositor. Chama-lhe uma herança demasiado importante para que lhe fosse permitido partir do zero. Porém, sentiu-se livre para pôr marcadores e notas à margem, criar as nuances nos passos e nas ligações das sequências que personalizassem esta versão do O Pássaro de Fogo. Na partitura há variadíssimas melodias a sobreporem-se umas às outras ao mesmo tempo e é isso que a coreografia tem de tornar visível. No fundo, diz: “estamos a contar o mesmo conto de uma forma diferente e eu tenho de ver o que quero ver quando oiço aquela música”. A história popular é aqui transposta para um tempo a vir, já pouco sensível a príncipes e princesas, porém capaz de reduzir à essência as forças que concorrem para que um clássico seja um clássico. Neste caso, a luta entre o bem e o mal. Criaturas humanas e outras com poderes sobre-humanos que disputam a libertação dos domínios impostos, procurando controlar a razão perdida do mundo. Carlos Pimenta respeitou a paixão que tem pelos clássicos nessa exigência de, precisamente, não suportarem nem autorizarem todo o tipo de alterações. Mas a arte permite fazer variações no tempo, lembra, e o que esta versão da peça faz é proporcionar uma variação no tempo. A sua verdadeira matéria é uma energia que não é quantificável, que não se mede como a térmica, nem como a das marés. É um sentimento transmitido pelos intérpretes, um sentimento sem materialidade física que é transmitido pela interpretação da peça. Esse é o poder dos bailarinos, de uma orquestra, é o poder da arte, insiste. Estaremos a sobrepor pensamentos sofisticados a pensamentos sofisticados? A análise, a perceção, esse tempo, a memória, cons-

troem-se por aí: construímos o mundo através de representações e são elas que ficam constituídas, são elas que ganham vida. No fundo, continua, é isso que nos atrai, não são os factos nem as formas. Apropriamo-nos do conto que não se sabe de onde vem para construir uma outra representação do mundo que é o de hoje. E representamos uma ideia de futuro. É isso, uma ideia de futuro. No início desta versão de O Pássaro de Fogo, a natureza expandiu-se livre e descontroladamente num espaço antes dominado pelo Homem, de cuja civilização se adivinham vestígios incompletos. É este o ponto de partida do espaço envolvente. A ordem ressurgirá no final, um herói disso se encarregará na teia de peripécias reescritas para os dias de hoje. Nuno Maya|OCUBO (cenografia e video mapping) criaram a imagem que envolve este O Pássaro de Fogo na totalidade do espaço de apresentação. O video mapping é uma linguagem, ou tem um resultado, que fala eloquentemente um vocabulário da atualidade na medida em que é uma habitação sobreposta à realidade onde é projetada. Tem uma existência própria bidimensional que é também informada pelas formas e texturas dos lugares em cujas superfícies é projetada e tem uma proposta de totalidade na medida em que envolve os espaços e as audiências que neles se encontram. —


FERNANDO DUARTE COREOGRAFIA

IGOR STRAVINSKI MÚSICA

Fernando Duarte, natural de Lisboa, realizou os seus estudos na

Nascido em Oranienbaum, em 1882, Igor Fedorovitch Stra-

Academia de Dança Contemporânea de Setúbal sob orientação

vinski ocupa um lugar único no mundo da criação de música

de Maria Bessa e António Rodrigues. Foi bailarino estagiário na

para bailado, ultrapassando o de Tchaikovski (com quem tem

CeDeCe – Companhia de Dança Contemporânea. Ingressou no

sido frequentemente comparado). O interesse de Stravinski

elenco da CNB em 1996, sendo promovido a Bailarino Principal

pelo bailado começou muito cedo e acompanhou-o até à sua

em 2003. Interpretou vasto repertório clássico, nomeadamen-

morte, em 1971. Foi Diaghilev quem descobriu todo o poten-

te Giselle, O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida, Cinderela,

cial coreográfico da sua música, ao ouvir Scherzo Fantástico

O Quebra-Nozes, Romeu e Julieta, A Dama das Camélias,

e Fogos de Artifício num concerto em São Petersburgo, em

La Sylphide, Coppélia, Raymonda, Onegin, Les Sylphides, assim

1909. Já radicado nos Estados Unidos da América, o compo-

como as obras de Balanchine Apollo, Serenade, Who Cares?,

sitor manteve uma estreita colaboração com Balanchine,

Os 4 Temperamentos, Sinfonia em Dó e Sinfonia em Três Movi-

que conhecera quando este trabalhava com Diaghilev. Para

mentos. Dançou ainda coreografias de Van Manen, Duato,

bailado, Stravinski compôs, expressamente, as partituras de

Lightfoot/Léon, Wheeldon, O’Day, Forsythe, Keersmaeker,

O Pássaro de Fogo e Petruchka (Fokine, 1910 e 1911),

Fielding, Lopes Graça, Roriz e Wellenkamp, entre outros. De

A Sagração da Primavera (Nijinski, 1913), O Canto do Rouxi-

2005 a 2007 fez parte do elenco do Ballet Nacional da Norue-

nol e Pulcinella (Massine, 1920), As Bodas (Nijinska, 1923),

ga. Paralelamente à carreira de bailarino apresentou-se como

Apollo Musageta (Bolm, 1928), Jeu de Cartes, Orfeu e Agon

coreógrafo nos Estúdios Coreográficos da CNB em 1999, 2001

(Balanchine, 1937, 1948 e 1957) e Scènes de Ballet (Dolin,

e 2003. Para a CeDeCe criou: Fantasia em (len)sol maior (2002),

1944). A propósito da substância russa que impregna a obra

O Corvo e a Raposa (2009) e Pão de Brites (2010). Para a

de Stravinski, sobretudo no período dos Ballets Russes, refira-

V Gala Internacional de Bailado de Lisboa da CNB criou, em

-se Debussy quando, em 1915, escrevia ao autor da Sagração:

2010, Cimbalo Obbligato sobre música do compositor Carlos

«Caro Stravinski, você é um grande artista. Seja, empenha-

Seixas. Em coautoria com Solange Melo apresentou Cindere-

damente, um grande artista russo. É tão belo ser-se do seu

la em bicos de pés – A Gata Borralheira contada e dançada

próprio país, estar ligado à terra como o mais humilde dos

para as crianças (2008), um espetáculo único em Portugal na

camponeses.» —

apresentação de bailado clássico ao público mais jovem assim como Dó, Ré, Mi, Perlimpimpim – Uma viagem musical para bebés dos 3 meses aos 3 anos (2011) sobre música inédita de Mário Franco. Desde setembro de 2011 que acumula funções de professor e ensaiador na CNB, passando oficialmente a Mestre de Bailado em setembro de 2013. Foi o principal responsável na remontagem dos bailados Savalliana de Lopes Graça, A Bela Adormecida e Cinderela, versões de Ted Brandsen e Michael Corder respetivamente. A convite da Direção Artística da CNB estreou a sua própria versão de O Lago dos Cisnes em 2013, e Quebra Nozes Quebra Nozes, em conjunto com André e. Teodósio, em 2014. —


CARLOS PIMENTA DRAMATURGIA E ENCENAÇÃO

NUNO MAYA CENOGRAFIA E VIDEO MAPPING

Carlos Pimenta tem exercido a sua atividade como ator e

Nuno Maya, vive e trabalha em Sintra, Portugal. Paralelamen-

encenador. Entre 1979 e 2001 fez parte do elenco do Teatro

te a uma carreira de artista a solo com várias exposições indi-

Nacional de D. Maria II. Dirigiu mais de duas dezenas de

viduais, é sócio e artista no atelier OCUBO.com especializado

espetáculos de autores como Beckett À Espera de Godot,

em video-mapping, projecções multimédia e projetos culturais

Shakespeare Estudo para Ricardo III – um ensaio sobre o

interativos. Recebeu numerosos prémios pelo seu trabalho

poder, Ibsen A Dama do Mar, Racine Berenice, Handke Insulto

que já foi apresentado em Portugal e no estrangeiro, Austrá-

ao Público, Mamet The Duck Variations e Olleana, Mishima

lia, Japão, Singapura, Holanda, Alemanha, Polónia, República

A Senhora de Sade, Duras Moderato Cantabile, nas principais

Checa, Eslovénia, Bélgica, entre outros. Nos últimos 10 anos,

salas do país Centro Cultural de Belém (CCB), Teatro Nacio-

tem vindo a desenvolver a técnica de mapeamento de vídeo,

nal de S. João, Teatro Municipal de S. Luiz, Teatro Nacional

que consiste em projeções e instalações multimédia de grande

de D. Maria II, Fundação Calouste Gulbenkian, Rivoli, entre

formato adaptadas à arquitetura de edifícios ou outras super-

outros. Trabalha regularmente com a companhia Ensemble.

fícies, procurando usar a interatividade para tornar o público

Em 2011 foi responsável pela versão cénica da ópera Antí-

num agente participativo das suas obras. Trabalhando através

gono apresentada no CCB, com a orquestra Divino Sospiro.

de um vasto leque de técnicas artísticas, fotografias, ilustra-

A par da sua atividade artística, tem exercido diversas funções

ções, vídeo, animação 3D, som e programação interativa, usa

no domínio da gestão cultural, nomeadamente no Ministério

a luz como um meio privilegiado e denominador comum para

da Cultura|IPAE (responsável pela área do teatro) Instituto

o corpo das suas criações. O seu trabalho tem como tema de

Camões (consultor para a internacionalização), entre outros

fundo “Tempo e Espaço”, que se reflete nas suas obras, com

organismos. Foi, recentemente, perito designado por Portugal

enfoque na comunicação com o público. É co-fundador, diretor

junto da Comissão Europeia, nos grupos de trabalho sobre

e curador do LUMINA Festival da Luz, um evento reconhecido

Parcerias Criativas e Residências Artísticas. Licenciado e

internacionalmente, estando no TOP 10 dos Festivais da Luz

Mestre em Ciências da Comunicação (comunicação, cultura,

da Europa. —

arte e novas tecnologias) pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa, é, também, diplomado em Gestão das Artes (Instituto Nacional de Administração) e tem o curso de fotografia do Ar.Co. É professor na ECATI | Universidade Lusófona onde exerce, ainda, as funções de subdiretor da Licenciatura em Artes Performativas e Tecnologias e de consultor para as artes. Nesta universidade prepara a sua tese de doutoramento em Ciências da Comunicação (arte, cultura, tecnologias) área pela qual se tem interessado nos últimos anos. Em 2004 foi condecorado pelo Governo Francês com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. —


JOSÉ ANTÓNIO TENENTE FIGURINOS

CRISTINA PIEDADE DESENHO DE LUZ

Após ter iniciado a sua formação superior em Arquitetura,

Nasceu em Lisboa. Diretora técnica da CNB desde 2004, estu-

José António Tenente envereda pela moda, revelando em

dou Iluminação em Portugal, Espanha e nos EUA. Foi convidada

1986 a sua primeira coleção. Atualmente o universo da marca

a lecionar Iluminação a técnicos, coreógrafos e bailarinos em

estende-se a vários projetos: ‘TENENTE escrita’, ‘TENENTE

Portugal, Inglaterra e Finlândia. Desempenhou funções de di-

eyewear’, ‘Amor Perfeito’ perfume e perfumaria de casa. Em

retora técnica, programadora, operadora, colaboradora técnica

2009 viu editado um livro sobre o seu trabalho JAT – Traços de

e desenhadora de luz de espetáculos no Royal Festival Hall,

União. Em 2010 comissariou a exposição Assinado por Tenente

Londres em 1998 e Encontros Coreográficos de Bagnolet, em

no MUDE, Museu do Design e da Moda, em Lisboa. Com um

1994, festivais de teatro e dança, como Miradas Atlânticas, Ex-

trabalho reconhecido e galardoado com vários prémios de

posição ARCO Madrid, Navegar é Preciso em São Paulo e ainda

“Criador de Moda” e outras distinções, José António Tenente

concertos de Björk e Madonna, apresentados por toda a Europa,

dedica atualmente a maior parte do seu trabalho à criação de

Estados Unidos da América e Austrália. Das criações de luz para

figurinos para espetáculos, atividade que desde cedo ocupa

dança e teatro distinguem-se: O Cansaço dos Santos, de Clara

um importante lugar no seu percurso, tendo trabalhado com

Andermatt; O Sorriso da Gioconda, Leonardo, Puro-Sangue/Mu-

diversos encenadores e coreógrafos: Beatriz Batarda, Carlos

lheres e Realidade Real, de Lúcia Sigalho; Encaramelado, de Al-

Avillez, Carlos Pimenta, Lúcia Sigalho, Maria Emília Correia,

dara Bizarro; Um golpe de sorte numa mera crise não é suficien-

Pedro Gil, Tonan Quito, Benvindo Fonseca, Clara Andermatt,

te, Babilónia, de Teresa Prima/João Galante; Espiões Agentes

Paulo Ribeiro, Rui Lopes Graça, Rui Horta, entre outros. Para

Duplos e outros carácteres suspeitos, de João Galante, Carlota

a CNB criou os figurinos de Intacto (1999) de Rui Lopes Graça,

Lagido e Filipa Francisco; Ever Wanting, de Paula Castro; Primei-

Du Don de Soi (2011) e Lídia (2014) de Paulo Ribeiro e O Lago

ro nome, Le (baseado no desenho original de Miran Sustersic),

dos Cisnes (2013), de Fernando Duarte/Petipa. —

D. São Sebastião, Gust, More e À Força, de Francisco Camacho; e em co-criação, Apetite, Pop Corn, de António Feio; Conversas da treta, de António Feio e José Pedro Gomes; Ao Vivo e Comédia Off, de Paulo Ribeiro; Jump-up-and-Kiss-me, Confidencial, O Amor ao canto do bar vestido de negro, Nortada, 7 Silêncios de Salomé e A Cidade de Olga Roriz. Para além dos já citados, desde 1988 até hoje, destacam-se ainda colaborações com coreógrafos e encenadores como Vera Mantero, José Laginha, João Fiadeiro, Sílvia Real, Sofia Neuparth, Rui Nunes, Amélia Bentes, Madalena Vitorino, Fiona Wright, Howard Sonenklar, Jessica Levy, Joana Providência, João Fiadeiro, Margarida Bettencourt, Nigel Chernock ou Miguel Pereira. Para a CNB desenhou as luzes de Pedro e Inês, Noite de Ronda e Orfeu e Eurídice de Olga Roriz, Giselle, de Georges Garcia, Requiem de Rui Lopes Graça, Lento para Quarteto de Cordas, de Vasco Wellenkamp, Romeu e Julieta, de John Cranko, Cinderela, de Michael Corder e A Perna Esquerda de Tchaikovski de Tiago Rodrigues. —


Filipa de Castro e Carlos Pinillos Ensaio de palco


Frederico Gameiro Ensaio de palco



JOANA CARNEIRO DIREÇÃO MUSICAL

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Joana Carneiro é, desde janeiro de 2014, maestrina titular

Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) é um

da Orquestra Sinfónica Portuguesa. Em 2009, foi nomeada

dos corpos artísticos do Teatro Nacional de São Carlos e tem

diretora musical da Sinfónica de Berkeley, tornando-se no

vindo a desenvolver uma atividade sinfónica própria, incluin-

terceiro diretor musical nos 40 anos de atividade desta

do uma programação regular de concertos, participações em

orquestra. É maestrina convidada da Orquestra Gulbenkian

festivais de música nacionais e internacionais. No âmbito de

e diretora artística do Estágio Gulbenkian para Orquestra da

outras colaborações destaque-se também a sua presença nos

Fundação Calouste Gulbenkian. Joana Carneiro dirigiu uma

seguintes acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão de Jovens

produção de Peter Sellars de Oedipus Rex e Sinfonia dos

Músicos transmitido pela Eurovisão para cerca de quinze paí-

Salmos, de Stravinski, no Festival de Sidney, que recebeu o

ses (1996); concerto de encerramento do 47.º Festival Inter-

Prémio Helpmann 2010 para melhor concerto sinfónico. Dirigiu

nacional de Música e Dança de Granada (1997); concerto de

A Flowering Tree na Chicago Opera Theater e com a Orquestra

Gala de Abertura da Feira do Livro de Frankfurt; concerto de

Gulbenkian, em Lisboa e na Cité de la Musique, em Paris.

encerramento da Expo 98; Festival de Música Contemporânea

Foi assistente de Esa-Pekka Salonen na Ópera de Paris, na

de Alicante (2000); e Festival de Teatro Clássico de Mérida

estreia de Adriana Mater, de Kaija Saariaho. Foi maestrina

(2003). A OSP tem-se apresentado sob a direção de maestros

assistente da Filarmónica de Los Angeles e dirigiu múltiplos

como Rafael Frühbeck de Burgos, Alain Lombard, Nello Santi,

concertos no Walt Disney Concert Hall e no Hollywood Bowl.

Alberto Zedda, Harry Christophers, George Pehlivanian, Mi-

Foi maestrina assistente da Los Angeles Chamber Orchestra e

chel Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug Kakhidze, Milán

Diretora Musical da Campus Philarmonia Orchestra. Formou-

Horvat, Jeffrey Tate e Iuri Ahronovitch, entre outros. A dis-

se em Direção de Orquestra na Academia Nacional Superior

cografia da OSP conta com dois CD’s para a etiqueta Marco

de Orquestra, concluiu o mestrado em Direção de Orquestra

Polo, com as sinfonias números 1, 3, 5 e 6, de Joly Braga San-

pela Universidade de Northwestern e o Doutoramento na

tos, as quais gravou sob a direção do seu primeiro maestro

Universidade de Michigan. Estudou com Kenneth Kiesler, Kurt

titular, Álvaro Cassuto, e Crossing Borders (obras de Wagner,

Masur, Michael Tilson Thomas, Victor Yampolsky, Mallory

Gershwin, Mendelssohn), sob a direção de Julia Jones, numa

Thompson e Jean-Marc Burfin. Desde que Joana Carneiro se

gravação ao vivo pela Antena 2. No cargo de maestro titular,

tornou diretora musical da Sinfónica de Berkeley, a orquestra

seguiram-se José Ramón Encinar (1999/2001), Zoltán Peskó

recebeu dois prémios da American Society of Composers,

(2001/2004) e Julia Jones (2008/2011); Donato Renzetti de-

Authors and Publishers de programação. Em 2010, recebeu o

sempenhou funções de Primeiro Maestro Convidado entre

prémio Helen M. Thompson, o Prémio Helpmann para melhor

2005 e 2007. Atualmente a direção musical está a cargo de

concerto sinfónico, o Prémio D. Antónia Adelaide Ferreira e o

Joana Carneiro. —

Prémio Amália de Música Erudita. Em 2004, foi agraciada com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. A sua primeira colaboração com a CNB data de dezembro de 2011 quando dirigiu a Orquestra Sinfónica Portuguesa na produção Romeu e Julieta. —


DIREÇÃO ARTÍSTICA Luísa Taveira BAILARINOS PRINCIPAIS Adeline Charpentier; Ana Lacerda; Barbora Hruskova; Filipa de Castro; Filomena Pinto; Inês Amaral; Peggy Konik; Solange Melo; Alexandre Fernandes; Carlos Pinillos; Mário Franco BAILARINOS SOLISTAS Fátima Brito; Isabel Galriça; Mariana Paz; Paulina Santos; Yurina Miura; Andrea Bena; Brent Williamson; Luis d’Albergaria; BAILARINOS CORIFEUS Andreia Pinho; Annabel Barnes; Catarina Lourenço; Henriett Ventura; Irina de Oliveira; Maria João Pinto; Marta Sobreira; Armando Maciel; Dominic Whitbrook; Freek Damen; Miguel Ramalho; Xavier Carmo CORPO DE BAILE África Sobrino; Alexandra Rolfe; Almudena Maldonado; Andreia Mota; Carla Pereira; Catarina Grilo; Charmaine Du Mont; Elsa Madeira; Filipa Pinhão; Florencia Siciliano; Inês Ferrer; Inês Moura; Isabel Frederico; Júlia Roca; Leonor de Jesus; Margarida Pimenta; Maria Santos; Marina Figueiredo; Melissa Parsons; Patricia Keleher; Shanti Mouget; Sílvia Santos; Susana Matos; Tatiana Grenkova; Zoe Roberts; Christian Schwarm; Dukin Seo; Filipe Macedo; Frederico Gameiro; João Carlos Petrucci; José Carlos Oliveira; Kilian Souc; Lourenço Ferreira; Nuno Fernandes; Ricardo Limão; Tiago Coelho BAILARINOS ESTAGIÁRIOS Calum Collins; Joshua Earl

MESTRES DE BAILADO Fernando Duarte (coordenador); Maria Palmeirim ENSAIADOR Rui Alexandre ADJUNTO DA DIREÇÃO ARTÍSTICA João Costa COORDENADORA MUSICAL Ana Paula Ferreira COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA Filipa Rola COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Rui Lopes Graça INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE LESÕES Didier Chazeu PROFESSORES DE DANÇA CONVIDADOS Boris Storojkov**, Irina Zavialova** PIANISTAS CONVIDADOS Humberto Ruaz**; Jorge Silva**; Hugo Oliveira**

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OPART Presidente José de Monterroso Teixeira; Vogal Sandra Simões; Vogal Adriano Jordão DIRETOR GERAL Carlos Vargas DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS CNB Diretora Margarida Mendes; Carla Almeida (coordenadora); Bruno Silva (digressão e eventos); Natacha Fernandes (assistente) ATELIER DE COSTURA CNB Paula Marinho (coordenadora); Adelaide Pedro Paulo; Ana Fernandes; Cristina Fernandes; Conceição Santos; Helena Marques DIREÇÃO TÉCNICA CNB Diretora Cristina Piedade; Sector de Maquinaria Alves Forte (chefe de sector); Miguel Osório; Carlos Reis* Sector de Som e Audiovisuais Bruno Gonçalves (chefe de sector); Paulo Fernandes Sector de Luz Vítor José (chefe de sector); Pedro Mendes Sector de Palco Ricardo Alegria; Frederico Godinho; Marco Jardim DIREÇÃO DE CENA CNB Diretor Henrique Andrade; Vanda França (assistente / contrarregra); Tom Colin (assistente) Conservação do Guarda Roupa Carla Cruz (coordenadora) DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO CNB Cristina de Jesus (coordenadora); Pedro Mascarenhas Canais Internet José Luís Costa Vídeo e Arquivo Digital Marco Arantes Design João Campos** Bilheteira Anabel Segura; Ana Rita Ferreira; Luísa Lourenço; Rita Martins ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS CNB Luis Moreira*** (coordenador) DIREÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA OPART Diretora Vanda Simões; António Pinheiro; Edna Narciso; Fátima Ramos; Marco Prezado (TOC); Susana Santos Limpeza e Economato Lurdes Mesquita; Maria Conceição Pereira; Maria de Lurdes Moura; Maria do Céu Cardoso; Maria Isabel Sousa; Maria Teresa Gonçalves DIREÇÃO DE RECURSOS HUMANOS OPART Diretor Paulo Veríssimo; Sofia Teopisto; Vânia Guerreiro; Zulmira Mendes GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO OPART Nuno Cassiano (coordenador); António Silva; André Viola; Armando Cardoso; Artur Ramos; Carlos Santos Silva; Daniel Lima; João Alegria; Manuel Carvalho; Rui Rodrigues; Sandra Correia e Sandro Cardoso (estágio) GABINETE JURÍDICO OPART Fernanda Rodrigues (coordenadora); Anabela Tavares; Inês Amaral; Juliana Mimoso** Secretária do Conselho de Administração Regina Sutre SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA CNB Fisiogaspar** SERVIÇOS DE INFORMÁTICA OPART Infocut

* Licença sem vencimento

** Prestadores de serviço

*** Regime de voluntariado


BILHETEIRAS E RESERVAS Teatro Camões Quarta a domingo das 13h às 18h (01 nov – 30 abr) das 14h às 19h (01 mai – 31 out) Dias de espetáculo até meia-hora após o início do espetáculo. Telef. 218 923 477 Teatro Nacional de São Carlos Segunda a sexta das 13h às 19h Telef. 213 253 045/6 Ticketline www.ticketline.pt Telef. 707 234 234 Lojas Abreu, Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita

— DIGRESSÃO 2015

ORFEU E EURÍDICE OLGA RORIZ

CONTACTOS Teatro Camões Passeio do Neptuno, Parque das Nações, 1990 - 193 Lisboa Telef. 218 923 470

INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Não é permitida a entrada na sala enquanto o espetáculo está a decorrer (DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro); É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar durante os espetáculos; É proibido fumar e comer/ beber dentro da sala de espetáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espetáculo nos termos do DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro; O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. Espetáculo M/6

CLAUSTRO DO RACHADOURO, MOSTEIRO DE ALCOBAÇA CISTERMÚSICA 2015, XXIII FESTIVAL DE MÚSICA DE ALCOBAÇA 11 JULHO ÀS 22H

BG

PROGRAMA DE HOMENAGEM AO BALLET GULBENKIAN

TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE, ALMADA 32º FESTIVAL DE ALMADA 17 JULHO ÀS 21H30 18 JULHO ÀS 19H

APOIOS À DIVULGAÇÃO

LARGO DO TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS, LISBOA FESTIVAL AO LARGO 23, 24 E 25 JULHO ÀS 22H

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Em associação com a Fundação Calouste Gulbenkian

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FOTOGRAFIAS © BRUNO SIMÃO

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