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As Alterações Climáticas e os Territórios UNESCO

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AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS TERRITÓRIOS UNESCO

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Helena Freitas * As alterações climáticas representam uma ameaça ambiental e um desafio à prosperidade social e económica global, e de forma geral à paz e à segurança no mundo. A complexidade e a magnitude dos desafios que colocam à Humanidade, impõem compromissos firmes pela redução dos combustíveis fósseis e uma aposta global nas energias renováveis. Todos beneficiam: a indústria, a economia, o emprego, o planeta e o ambiente.

O acordo de Paris (2015) comprometeu os países signatários no combate às alterações climáticas, através de um empenho nacional para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e os seus efeitos no aquecimento do planeta. As emissões têm vindo a aumentar de forma consistente desde a era pré-industrial, sendo que a energia permanece como a fonte principal de emissões poluentes, seguida da floresta, da agricultura e do uso do solo, da indústria, e dos sectores dos transportes e da construção. Os impactes das alterações do clima são conhecidos: menor produtividade dos ecossistemas e redução da disponibilidade de água e de alimentos; movimento migratório imposto às comunidades mais vulneráveis; agravamento da pobreza; aumento de tempestades e outros eventos climáticos extremos, alteração das correntes marinhas e, por consequência, dos padrões climáticos à escala local, aumento do nível do mar e os seus efeitos sobre a orla costeira. Apesar do compromisso em cumprir o limite de 1,5 º C, este limiar poderá ser ultrapassado numa década, provocando piores secas e ondas de calor, inundações e padrões de doença mais graves. Para que o mundo consiga cumprir o limite de 1,5 º C, as emissões globais terão de ser reduzidas em 5% a 7% ao ano. Atualmente, as emissões estão a aumentar entre 1% e 2% ao ano. Uma iniciativa que poderia trazer ganhos rápidos e em larga escala para a biodiversidade, mitigação e adaptação climática, passa pela implementação de uma agenda ambiciosa de restauro dos ecossistemas naturais; preservar a floresta, requalificar os cursos de água, recuperar as turfeiras e as zonas húmidas, travar e reverter o declínio da biodiversidade. Esta é também a melhor tecnologia rapidamente disponível para sequestrar carbono e ajudar a combater as alterações climáticas, e a melhor forma de manter a água nos solos e mitigar as inundações e as secas. Os territórios distinguidos pela UNESCO, como as Reservas da Biosfera ou os Geoparques, privilegiam a salvaguarda do património e o bem-estar das comunidades, dando expressão à agenda 2030 e aos seus Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, pelo que podem - e devem - representar territórios-piloto para a implementação desta agenda pela biodiversidade e pelo clima.

* Professora Titular de Ecologia e Biodiversidade Presidente da Cátedra UNESCO “Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável” Coordenadora do CEF - Centro de Ecologia Funcional - Ciência para as Pessoas & o Planeta | TERRA - Laboratório Associado para o Uso Sustentável da Terra e Serviços Ecossistémicos

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