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REVISTA
ANO 2 - Nº8 . 2011
REVISTA COMPANHIA DE VIAGEM . ANO 2 - Nº8 . 2011
PORTUGAL TRADIÇÃO, MODERNIDADE E MUITO LUXO SEYCHELLES • O CHARME EXCLUSIVO DAS ILHAS ESTRADA REAL • AS ROTAS DO TEMPO DE BRASIL IMPÉRIO ESPECIAL • ROTEIRO PARA OBSERVAR UM ECLIPSE DO SOL TOP 10 • OS MELHORES AEROPORTOS DO MUNDO
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6 EDITORIAL
QUE PRIVATIZAÇÃO É ESSA? A solução encontrada pelo governo federal para a privatização dos aeroportos de Cumbica e Vi-
privadas sérias, que farão parte do “consórcio”.
racopos, em São Paulo, e Juscelino Kubitschek,
Outro ponto, muito importante: a Agência Nacional
em Brasília, é, em minha opinião, uma tentativa
de Aviação Civil (Anac) precisa ser transformada
frustrada de privatizar o setor da aviação civil.
num organismo de defesa do consumidor, no que
Raciocine comigo: se a Infraero fica com 49%
diz respeito à relação com as companhias aéreas
e a outra parte, com 51%, é absolutamente óbvio
– que, como sabemos, têm um lobby muito forte
que o controle continuará nas mãos do governo.
junto a essa agência.
A razão é simples: em qualquer sociedade da qual
Penso que, com o modelo de privatização ado-
um dos sócios detenha 49%, esse sócio minoritário
tado, o governo tenha querido dar uma satisfação
pode, tecnicamente, mudar o direcionamento do
à sociedade, que tanto anseia para que o setor
sócio majoritário.
privado gerencie a aviação civil. Você pode esperar.
No caso de assuntos litigiosos – que, tenho certeza, virão a ocorrer neste processo –, você, caro
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problema. E vai, ao final, comprometer empresas
Novos problemas, talvez até maiores do que os atuais, virão por aí.
leitor, tem alguma dúvida de que a Infraero terá
A propósito de aeroportos, esta edição traz, à
total suporte governamental na defesa de seus
página 116, a relação dos dez melhores aeroportos
interesses na sociedade? É claro que não. Acho,
do mundo. Além de reportagens sobre destinos
portanto, que dividir literalmente a gestão dos
fascinantes, como Seychelles e Maceió. Aproveite.
aeroportos brasileiros desta forma só aumenta o
Marcio Moraes
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EXPEDIENTE DIRETOR-PRESIDENTE Marcio Moraes VICE-PRESIDENTE Flavia Bravo EDIÇÃO Thereza Venturoli REPORTAGEM Eliana Simonetti e Carmen Nascimento PESQUISA DE IMAGENS Ana Paula Magalhães PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Henrique Sá PRODUÇÃO Carolina Feliz COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Wagner Martins Sérgio Athié REALIZAÇÃO Grupo Companhia CONTATO revista@companhiadeviagem.com.br IMPRESSÃO IBEP Gráfica
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CAPA: PALÁCIO SETEAIS, SINTRA, PORTUGAL
FOTO: DIVULGAÇÃO TIVOLI
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c o m p a n h i a
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Sumário R E V I S TA C O M PA N H I A D E V I AG E M . A N O 2 - N º 8 - 2 0 1 1
14 12 • ILHAS SEYCHELLES Jardim do Éden 26 • A BORDO Guias de viagem especiais 28 • MACEIÓ Mar, sossego e bem viver 38 • MINHA VIAGEM
44
90
Sérgio Athié Toscana e Costa Amalfitana Wagner Martins Andes e Atacama
44 • ESTRADA REAL Rotas imperiais 54 • COMPANHIA AÉREA Para voar como um rei 60 • ACESSÓRIOS Clique chique 66 • CAPA Viver Portugal é preciso 98 • GASTRONOMIA Para além do paladar 110 • ESPECIAL Sol negro 120 • TOP 10 Aeroportos 134 • STRAVAGANZA Luxo sobre duas rodas 140 • HOTÉIS Longe do lugar comum 154 • ENTREVISTA Para viajar tranquilo 156 • Companhia de Negócios
Fórum de Comandatuba Fórum de Manaus Festa na chegada da Singapore Airlines
170 • MAKING OF 176 • HISTÓRIA DE VIAGEM Terroristas por acaso
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14 15 ILHAS SEYCHELLES SEYCHELLES
JARDIMDO
ÉDEN O glamour das ilhas, um paraíso de natureza e luxo em meio ao Oceano Índico
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Foto: Divulgação Lemuria 014-25_destino-seychelles.indd 15
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16 17 ILHAS SEYCHELLES SEYCHELLES
N
inguém vai a Seychelles para fazer turismo de compras. Não existe ali um único shopping center. O arquipélago de 115 ilhas, localizado no Oceano Índico, ao norte de Madagascar, é líder mundial em turismo sustentável e em proteção ambiental — quase metade da área do arquipélago é protegida. Há praias para a prática de windsurf, outras de águas mais serenas, quentes e transparentes, ideais para a natação e o mergulho. O cenário é completado com povoados de pescadores e penhascos com trilhas para caminhadas. Não é à toa que as ilhas são apelidadas Jardim do Éden. Desde o início de maio, quando os recém-casados Príncipe William e Catherine Middleton, duques de Cambridge, desembarcaram em Seychelles para passar a lua de mel, o arquipélago entrou,
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definitivamente, no mapa dos destinos exclusivos. Ali não faltam resorts que esbanjam elegância e privacidade em praias de sonho. O Fregate Island Private Seychelles é um resort isolado, numa pequena ilha particular, protegido por barreiras naturais de granito, com acesso para sete praias que recebem, no máximo, 40 hóspedes, todos tratados na palma da mão. As vilas, ou chalés, feitos de mogno, integram-se ao ambiente natural. São claros, espaçosos, e têm varandas amplas. A decoração é no estilo colonial, mas não faltam equipamentos de tecnologia de ponta de toda sorte. Para garantir privacidade, as vilas ficam suficientemente distantes umas das outras. Assim, os hóspedes do Fregate podem desfrutar tranquilamente da cama e da jacuzzi instaladas na varanda. Para passeios no mar, o Fregate conta
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com um Iate Clube com iates de diferentes portes, um centro com equipamentos de mergulho, e uma marina. A marina, aliás, é um ótimo ponto de partida para mergulhar e apreciar peixes coloridos, corais, estrelas do mar, ouriços. Protegida por recifes, ela fica diante de uma lagoa de água tranquila, de um azul turquesa incrivelmente transparente. O spa estrategicamente posicionado no topo de um platô com vista para o mar e com piscinas e cascatas dentro de um cânion de granito é um espaço tão relaxante que até dispensaria os tratamentos ali oferecidos, com antigas técnicas indianas e polinésias. Para o jantar, as opções são duas: o restaurante Fregate House, com cardápio gourmet, e a casa da fazenda, ou Plantation House, transformada num restaurante romântico que serve pra-
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Fotos: Paul Thuysbaert-Four Seasons
À ESQUERDA, ANSE SOURCE D'ARGENT, NA ILHA LA DIQUE. (ACIMA E ABAIXO), DETALHES DO HOTEL FOUR SEASONS
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O ARQUIPÉLAGO SEYCHELLES, COM 115 ILHAS, É LÍDER MUNDIAL EM TURISMO SUSTENTÁVEL
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Fotos: Divulgação
ILHAS SEYCHELLES SEYCHELLES
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PRASLIN, A SEGUNDA MAIOR ILHA DO ARQUIPÉLAGO, FICA A TRÊS HORAS DE BARCO DA CAPITAL, VICTORIA
tos da cozinha tradicional do arquipélago. O arquipélago abriga mais de mil espécies de peixes e algumas das maiores colônias de aves marinhas do mundo – sem contar a imensa variedade da vegetação. Mesmo para brasileiros, acostumados à exuberância da flora tropical, vale a pena uma visita o Jardim Real das Especiarias e ao Indian Ocean Nurseries, onde se encontram espécies incomuns de orquídeas. Das 115 ilhas, 41 são de granito – as mais antigas rochas da Terra. Mahé, a ilha principal, abriga o aeroporto internacional. É lá, também, que fica a capital, Victoria, com as principais instalações turísticas e as praias mais deslumbrantes. As ilhas internas formam o centro cultural e econômico da nação. Outras, mais distantes, são atóis de coral. Em Mahé, a costa é recortada por baías e praias de areia branca e fina. Vales profundos, gargantas estreitas e
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altos picos dominam o interior. Praslin, a segunda maior ilha do arquipélago, fica a três horas de barco ou 15 minutos de helicóptero dali. Uma floresta virgem primitiva forma a Reserva da Natureza do Vallée de Mai, onde vive o papagaionegro, pássaro nacional das Seychelles. O papagaio-negro é como o brasileiro – só lhe faltam as penas multicoloridas. Aprende a falar, apega-se às pessoas, faz ninhos no oco do tronco de altas palmeiras. Em Seychelles, a ave é protegida e não pode ser capturada. De Praslin parte uma balsa que em meia hora chega à ilha La Digue, com apenas 5 quilômetros de comprimento e 3 de largura. É ali que fica a praia quase sempre deserta, em que o novo casal real britânico buscou distância dos paparazzi: Anse Source d'Argent, de areia fina e entrecortada por blocos de granito cor de rosa, que formam imagens semelhantes às esculturas do artista plástico britânico Henry Moore. La Digue sofreu pouca alteração em seus costumes: não existem automóveis
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20 21 ILHAS SEYCHELLES SEYCHELLES
CAMPO DE GOLFE DO LEMURIA GOLF RESORT & SPA
RESTAURANTE THE SEA HOUSE, QUE SERVE CULINÁRIA CONTEMPORÂNEA
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INSTALAÇÕES DE PRIMEIRA CLASSE NA ILHA DE MAHÉ nem ruas pavimentadas. O transporte é feito em carros de boi. Distante pouco mais de um quilômetro da costa norte de Praslin, em Curieuse, funciona um Centro de Tecnologia Marítima que se dedica à preservação de tartarugas gigantes, algumas com até 240 quilos. Passear pela areia com esses animais, que vivem em liberdade, é no mínimo uma experiência inusitada. Outra opção de hospedagem de luxo é o North Island Resort Seychelles. O resort tem 11 vilas com piscina particular, restaurante, adega de vinhos, biblioteca, boutique... Cada vila, com área de 450 metros quadrados, é construída em madeira, bambu, pedra e vidro. A decoração varia de uma vila a outra, mas sempre faz uso de objetos artesanais feitos pelos moradores do arquipélago ou de outras regiões da África. A natureza invade as suítes, com ramos de árvores que chegam até o interior ou cercam a piscina privativa. Nos jardins, há gazebos com sofás que dão vista para o mar. O silêncio, a sombra, tudo induz a uma soneca no cair da tarde. Próximo a quatro praias, o North Island é ideal para mergulho, passeios de caiaque, pesca, cruzeiros ao por do sol e caminhadas. Um spa oferece tratamento personalizado para relaxamento após as atividades físicas. Uma alternativa espetacular para os mais atléticos, os amantes do golfe, e os que gostam de estar perto da mata, é o Lemuria Golf Resort & Spa. Localizado entre três praias em que a água reflete várias tonalidades de azul, o resort tem uma vasta área verde para passeios e três belíssimos campos de golfe para profissionais e amadores. O resort oferece, ainda, academia de ginástica, quadras de tênis, caiaques, veleiros, piscina de mergulho e até equipamento para os que praticam pesca submarina. A piscina principal, em três níveis, vai do resort ao mar. Os tratamentos de beleza e relaxamento
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BELEZA E PRIVACIDADE NO LEMURIA GOLF RESORT & SPA
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22 23 SEYCHELLES
VERSÕES MODERNAS DA COZINHA TRADICIONAL DE SEYCHELLES oferecidos no Spa de Constance levam a marca dos produtos Shiseido. A construção é de madeira, granito e mármore, e cada vila e suíte tem jardim e piscina privativas, além de espaço para massagem personalizada. A suíte presidencial tem praia privativa, inacessível a olhares curiosos. O restaurante The Sea Horse oferece pratos da cozinha contemporânea de Seychelles – uma ótima pedida para o jantar. Mas existe, também, a possibilidade de refeições informais, com pratos de frutos-do-mar servidos à beira da praia, no Beach Bar and Grill. Mais dois cantinhos paradisíacos em Seychelles: o Four Seasons Resort& Spa e o Ephelia Resort & Spa. O primeiro, em estilo colonial que mescla influências francesas e britânicas, tem piscina de fundo infinito, decoração em motivos orientais e gastronomia carregada nas cores e nos temperos indianos. O segundo, Ephelia, lembra uma pequena vila tradicional, mas oferece todo o conforto dos tempos modernos. Ali, o diferencial é a variedade de restaurantes, de culinária italiana, mediterrânea, creola e indiana.
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SEYCHELLES GOURMET
A
culinária das Ilhas Seychelles é uma fusão das cozinhas indiana e francesa, com um toque de receitas creolas, da população nativa. Exótico e rico, o cardápio inclui leite de coco, frutos do mar, verduras e frutas tropicais – tudo em generosas porções. O Carii Coco é um caril preparado com leite de coco e peixe (em geral o bourzwa, uma espécie de pargo de sabor delicado). Mas há também pratos mais quentes, como o Rougaile, um molho de tomate picante e peixe fresco grelhado acompanhado de pimentões recheados. E chutney de tubarão, servido em postas grandes fritas e temperadas com frutas, cebolas e uma erva aromática, o bilimbi. O peixe-coelho, kordonye, natural de Seychelles, costuma ser servido ensopado ou grelhado. Diz a crença popular que a iguaria deixa as mulheres bêbadas, pois o peixe tem uma glândula que segrega uma substância levemente tóxica. Por alguma razão não explicada, os homens estão livres dessa experiência. A fruta-pão, muito popular na região, carrega um mito: quem provar dela fica obrigado a voltar à ilha. É servida frita como chips, grelhada na manteiga ou cozida, como aperitivo ou acompanhamento de pratos salgados. A sobremesa mais popular é feita de bananas maduras cozidas no coco.
Chama-se Daube. Mas fruta é o que não falta em Seychelles. Maracujá, mamão, abacaxi, manga e goiaba estão presentes em todos os cardápios. Para beber: água de coco, sucos e chás de folhas e frutas frescas, de sabores também exóticos. Vale a pena provar dois aperitivos locais. Um deles é o Coco d’Amour, servido numa garrafa em forma de coco, cujo sabor lembra o creme irlandês. O outro é uma aguardente feita da seiva do coqueiro – forte, mas nada comparável à cachaça brasileira. Como digestivo, após a refeição, os restaurantes oferecem a citronelle, um chá de ervas preparado com o andropogón, planta aromática que cresce nos montes que, como sugere o nome, tem o sabor e o perfume adocicados da nossa citronela.
Para saber mais: Departamento de Turismo de Seychelles – www.visitseychelles.in Fregate Island Private Seychelles – www.fregate.com North Island Resort Seychelles – www.north-island.com Lemuria Golf Resort & Spa – www.lemuriaresort.com Four Seasons Resort& Spa – www.fourseasons.com Constance Ephelia Resort – www.epheliaresort.com
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GUIAS DE VIAGEM ESPECIAIS
Leitura informativa, mas também leve e saborosa para as horas de voo
UM OLHAR PESSOAL
Em 1925, Fernando Pessoa escreveu o roteiro turístico da capital portuguesa, que gostava de percorrer a pé – Lisboa: o que o turista deve ver. Baseado nesse livro, que permaneceu inédito por 70 anos, João Correia Filho produziu seu Guia Turístico e Literário. Ao mesmo tempo em que proporciona ao leitor acesso às dicas de um cicerone especialíssimo, Correia Filho inclui atrações recentes, como o Parque das Nações e o Museu do Design e da Moda. Isso, além de pontos de visitação relacionados à vida do poeta lisboeta, como o café A Brasileira, do qual foi frequentador assíduo, e a Casa Fernando Pessoa, um centro cultural. O guia – ilustrado com farto material fotográfico que explora a cidade sob um olhar poético – traz, ainda, textos de autores portugueses como Luiz de Camões, Eça de Queiroz, José Saramago e Inês Pedrosa. Lisboa em Pessoa - Um Guia Turístico e Literário da Capital Portuguesa, João Correia Filho, Ed. Leya Brasil, R$ 79,90
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AMSTERDÃ INESPERADA
Neste guia, Cláudia Monteiro de Castro mostra uma cidade que supera as mais ousadas expectativas. Alguns dos quitutes que o livro indica como atrativos na capital holandesa: água com sabor de gengibre, croquete de carne de crocodilo, bombom de gorgonzola e a batatafrita com molho de amendoim. Mais: a loja que só vende escovas de dente, os hotéis com quartos temáticos e um museu de óculos esdrúxulos, um cinema com restaurante e uma sauna art déco. Um guia que promete roteiros para todos os gostos. Os endereços Curiosos de Amsterdã, Cláudia Monteiro de Castro, Ed. Panda Books, R$ 29,90
DICAS DE COLECIONADORES
R
COLORIDO PORTENHO
Joaquim da Fonseca percorre a capital argentina de ponta a ponta, revelando sua história, as mudanças mais marcantes por que passou, e o que oferece ao visitante: o tango, os cafés, as feiras, as livrarias, a vida noturna e o povo portenho. Revela os motivos do entusiasmo com que os argentinos manifestam seu amor pela cidade na literatura, nas artes, na música, em tudo enfim. O texto é entrecortado por belas ilustrações do próprio autor, artista plástico e designer gráfico. Buenos Aires - Guia Turístico Descritivo, Joaquim da Fonseca, Ed. Artes e Ofícios, R$ 38,00
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iqueza de informações e passeios interessantíssimos, com um convite a olhares diferentes sobre pontos turísticos muitas vezes comuns – esse é o tom da coleção Companheiro de Viagem (Ed. Cosac Naify, R$ 45,00 cada volume). Composta de cinco volumes (o mais recente lançado em maio deste ano), a coleção traz relatos de viagens feitos, em diferentes épocas, por figuras como Jean-Paul Sartre, Elias Canetti e Le Corbusier. A Viagem ao Oriente é único texto escrito pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Trata-se de uma obra de educação estética e de iniciação a roteiros pouco explorados nos Bálcãs, em Atenas e Istambul. O manuscrito data de 1911 e a edição traz desenhos de mesquitas e outros edifícios. Já As Vozes de Marrakesh, de Elias Canetti, escritor búlgaro radicado na Inglaterra, resulta de uma viagem realizada em 1954. Canetti fez o passeio sem aprender uma palavra de árabe, sem se informar
sobre a cultura local e sem um guia que o orientasse. Não há como não se divertir com suas surpresas no mercado de camelos, nas casas de família e nas escolas que visitou. Em Sardenha como uma infância, o romancista italiano Elio Vittorini o autor, não se impressiona com os vestígios da cultura milenar, como as torres cônicas de pedra de mais de sete mil anos. Prefere se fixar na expressão de um camponês com uma barba de dez dias, nos lavradores encapuzados, em sinos enormes. Fala sobre escadarias, torres, granitos, altiplanos, encostas. Em O sequestrado de Veneza, de 1957, o filósofo e romancista francês Jean-Paul Sartre descreve a cidade italiana, as artes plásticas e, em especial, Tintoretto. Veneza também é o tema explorado pelo Nobel de Literatura de 1987, Joseph Brodsky, em seu Marca-D'Água. Nele, Brodsky compartilha com o leitor ideias, imagens, humor e leveza.
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ORLA DE MACEIÓ
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MAR, SOSSEGO E
BEM VIVER Belas praias e um ambiente de tranquilidade, alĂŠm de restaurantes e resorts charmosos, fazem da capital de Alagoas uma das melhores alternativas de turismo do paĂs
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T
erra de Graciliano Ramos e Djavan, o estado de Alagoas é pura poesia. O céu é sempre azul, o sol brilha todo o tempo e as chuvas, esporádicas, duram no máximo dez minutos. Mesmo na capital, Maceió, a população hospitaleira preserva a cultura tradicional, o que dá àquela terra um jeitinho de província resguardada do burburinho de outras capitais nordestinas. Não que Maceió seja um local desanimado. A cidade apresenta uma infinidade de bares, restaurantes, hotéis, resorts e toda uma estrutura turística. Mas é diferente. Ali
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não tem trio elétrico, turmas do barulho. E, principalmente, há segurança: pode-se passear, de dia ou à noite, com os vidros do carro abertos, sem medo de pivete, arrastão e outros pesadelos de cidade grande. Comer bem e se divertir muito é regra em Maceió. O centro foi revitalizado, e vale dar uma passada diante dos belos sobrados, construídos no início do século XIX, na Praça Laverne. Nas praias, os bares têm aparência rústica, mas o serviço é requintado, o que atrai gente interessante, tanto da região quanto vinda de fora. Alguns desses bares, de tão bons, acabaram evoluindo para restaurantes. Um exemplo é o Lopana, o bar mais badalado da cidade, na Ponta Verde. Dispõe de um deque e de um salão climatizado e equipado com wifi para quem não deixa o computador nem
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Foto: Jannyne Barbosa
diante de um marzão sem fim. Aos sábados, o restaurante assume um clima de lounge, com um DJ acompanhando o por do sol com fundo musical. No cardápio do jantar os pratos são de dar água na boca: posta de peixe grelhada no azeite, servida com salada, molho de iogurte e farofa de banana; ou salmão grelhado na manteiga com limão, ervas, alcaparras e champignons, acompanhado de batatas coradas. Isso para ficar em apenas duas opções. MAR VERDE E AZUL As praias de Maceió são belíssimas, com águas mornas e tranquilas, em tons de verde esmeralda e azul, e areias brancas pontilhadas de coqueiros. O litoral Norte, ainda pouco explorado pelo turismo, preserva um ar um tanto selvagem. Já no Sul a
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beleza se alia à hotelaria de qualidade e à boa mesa. Naquela região há 17 lagoas que deságuam no mar, formando curvas que dão uma aparência ímpar às praias – são como piscinas naturais, formadas por arrecifes de corais. Ali fica a Praia do Francês, de areias branquíssimas e uma enseada com intensa fauna marinha. É a região, também, da linda e sossegada Barra de São Miguel, da Praia do Gunga, das falésias e o Pontal da Barra, onde há uma feira de artesanato e rendeiras em constante trabalho – e fartura de água de coco geladinha.
A CIDADE DE MACEIÓ
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Foto: Luiz Eduardo Vaz
SÃO MIGUEL E GUNGA Na Barra de São Miguel, o sinuoso rio Niquim, com as águas de tom caramelo, é cenário ideal para a prática da canoagem. É impossível passar pela Barra de São Miguel sem notar o Kenoa Exclusive Beach SPA & Resort. Da arquitetura à decoração, tudo foi desenhado para atender as mais altas exigências de privacidade, luxo e conforto. É um eco-chiquedesign resort. Um refúgio distinto em que detalhes como paredes de pedra dão uma sensação de solidez e frescor. Conta com 18 bangalôs de luxo, todos equipados com TV LCD e a cabo, cofre, enxoval de algodão egípcio, travesseiros de penas de ganso e amenidades, como piscina privativa, área de fitness e sauna integrada – além, é claro, do restaurante gourmet. O Kaamo, comandado pelo chef César Santos, fica na área central do resort, com vista grandiosa para o mar. Da Associação dos Jangadeiros, na orla da Barra de São Miguel, partem embarcações rumo à Praia do Gunga e ao belíssimo visual do Mirante. A fama conquistada pela Praia do Gunga é merecida: a paisagem é, realmente, de tirar o fôlego. Uma ponta de areia branca e fofa que avança mar adentro, coberta de coqueirais – até o ponto em que rio e lagoa se misturam ao Atlântico. É pequena, charmosa, fotogênica e acolhedora. Pode-se chegar ali por terra, atravessando uma fazenda de coqueiros. Mas, de barco, a partir do cais da Barra de São Miguel, numa travessia não leva mais de 20 minutos, a jornada é mais agradável e encantadora. A praia tem estrutura de restaurantes, lojas de artesanato e muita beleza natural.
PRAIA DO GUNGA: CHARME E NATUREZA
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KENOA: PISCINA DE BORDA INFINITA, GASTRONOMIA REFINADA E ARQUITETURA SURPREENDENTE
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PRAIA DO CARRO QUEBRADO, NO FINAL DA PRAIA DO GUNGA
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GUNGAPORANGA HOTEL É por ali, entre a Praia do Gunga e a Lagoa do Roteiro, que está instalado o Gungaporanga Hotel. Com projeto assinado pelo arquiteto Paulo Veloso, o Gungaporanga foi erguido no alto de uma falésia. O Gunga de seu nome, portanto, vem da praia em que ele se localiza; o complemento “poranga” é palavra tupi-guarani, que significa belo. E o hotel faz jus ao nome. Ele é totalmente integrado à natureza. São nove bangalôs construídos com material sustentável, decorados com objetos de artesanato local e equipados com tecnologia requintada. Todos proporcionam conforto e privacidade – além de uma vista privilegiada voltada para o horizonte, que alcança a Lagoa do Roteiro e a Praia do Gunga. O hotel é totalmente abastecido por água de fonte mineral e oferece acesso a uma trilha exclusiva, que cruza uma reserva da Mata Atlântica e termina numa praia de águas mornas e transparentes. A gastronomia tem a mesma excelência do padrão de serviços. A Chef Ana Silva assina o cardápio, inspirado nas essências regionais combinadas à gastronomia internacional. É um deleite aproveitar os diversos sabores, cores e texturas. Algumas das delicias: Camarão Gungaporanga, arroz de polvo com banana frita e cordeiro Mahalo. É recomendável fazer reserva antecipada.
GASTRONOMIA DE PRIMEIRA Outro ponto interessante em Maceió, a praia de Ponta Verde, ponto de encontro dos jovens. Em maio, a 6ª edição do festival gastronômico "Brasil Sabor" apresentou o melhor da gastronomia típica alagoana no Restaurante dos Corais, localizado no Hotel Ponta Verde Maceió. Conhecido por oferecer pratos da culinária nacional incrementados com os melhores sabores regionais em um cardápio variado, o Restaurante dos Corais colaborou para o evento com seu cordeiro das Alagoas com arroz de pistache, uma iguaria feita com pernil de cordeiro ao forno, creme de macaxeira com queijo, banana da terra grelhada e – como diz o nome, arroz com pistache. Aliás, em se tratando de gastronomia, Maceió é um mundo de surpresas. Gratas surpresas, deve-se dizer. Desde 1996, funciona na praia da Jatiúca, na região
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AS FALÉSIAS NA PONTA DA PRAIA DO GUNGA, COM OS CHALÉS DO GUNGAPORANGA HOTEL
LAZER E VISTA PRIVILEGIADA PARA O MAR DE ÁGUAS PLÁCIDAS
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PISCINA NATURAL com ingredientes regionais como o mel de engenho e o inhame. Entre os destaques estão os mexilhões com ervas de Provence, gratinados com queijo roquefort, e a paleta de cordeiro com fettuccine ao azeite de alecrim. Mais um. Desde 1999, o administrador de empresas paraibano Wanderson Medeiros é o chef co restaurante de sua família em Maceió, o Carne de Sol do Picuí. Picuí, aliás, é a cidade onde ele nasceu e passou a infância. Como um administrador de empresas transformou-se num premiado chef de cozinha? Estudando e se esforçando um bocado. Wanderson participou de congressos, fez cursos, montou uma biblioteca e uma videoteca. É um dos criadores da Nova Cozinha Nordestina. E criou o W Gourmet, serviço de buffet para eventos exclusivos e personalizados em que apresenta suas mais recentes invenções.
Secretaria de Turismo de Alagoas: www.turismo.al.gov.br/conhecendo-alagoas Restaurante Wanchako: www.wanchako.com.br/wanchako.htm Kenoa Exclusive Beach SPA & Resort: www.kenoaresort.com Gungaporanga Hotel: www.gungaporanga.com.br Hotel Ponta Verde Maceió: www.hotelpontaverde.com.br Lopana: www.lopana.com.br Le Corbu: www.lecorburestaurante.com.br Carne de Sol do Picuí: www.picui.com.br
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Foto: Rogerio Maranhão
PARA SABER MAIS
central da cidade, o Wanchako, um dos melhores restaurantes de culinária peruana do país. Tem ambiente aconchegante, com piso de tijolos, muita madeira e vidro; pratos deliciosos aos olhos e ao paladar, e uma ceviceria anexa – a “El Brujo” – local reservado para degustação de peixe cru curtido no sumo do limão. A chef Simone Bert, brasileira, aprendeu a arte com sua sogra e viaja duas vezes ao ano ao Peru em busca dos ingredientes necessários à alquimia de sua cozinha. Mas também inventa das suas quando se inspira na culinária japonesa para elaborar alguns dos pratos do cardápio. Para a sobremesa, a chef tem duas sugestões: o suspiro limeño, feito com creme de ovos e suspiro de vinho do Porto, e a banana com merengue de doce de leite. Outra grata surpresa é o restaurante Le Corbu, que leva a assinatura do chef pernambucano Jorge Bandeira das paredes até a sobremesa. Foi ele quem cuidou do projeto do imóvel, de linhas retas inspiradas no trabalho do francês Le Corbusier, da decoração, com móveis de designers internacionais, e, claro, do cardápio, em que pratos da cozinha francesa são preparados
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DESTINO: TOSCANA E COSTA AMALFITANA
J tor do hié, dire Sérgio AAtthié Wohnrath Grupo
á fui à Itália algumas vezes e nunca penso que tenha sido o bastante. Foi assim que, no ano passado, depois de várias tentativas de combinar a agenda de todos, eu e um grupo de amigos resolvemos fazer a Toscana e a Costa Amalfitana – o trecho do litoral no Golfo de Nápoles, de paisagens lindíssimas, com pequenas cidades debruçadas sobre o Mar Tirreno. Fizemos algumas reuniões, acertamos o roteiro, pesquisamos hotéis, restaurantes e os pontos a serem visitados nos 16 dias de viagem. Decidimos que a primeira etapa da viagem seria no campo. Desembarcamos em Roma, alugamos uma van e eu dirigi até a pequena cidade de Sinalunga, na Toscana – um trajeto de 200 quilômetros, que já é um espetáculo. Hospedamo-nos na Locanda dell’Amorosa – um belíssimo hotel rural. Aliás, esse hotel apareceu várias vezes na novela Passione, da Globo. Era lá que a personagem de Fernanda Montenegro ficava quando ia atrás de seu filho, representado por Tony Ramos. Passamos ali três dias passeando pelas vilas e pelas vinícolas dos arredores. Foi num desses passeios, à Vinícola Antinori, que experimentei a manteiga de azeite, uma delícia feita de azeite virgem. Imperdível. Voltamos para Roma passando por Florença. Já estive cinco ou seis vezes em Florença, e voltaria outras 20, sem receio de cair na rotina. Nunca me canso daquela cidade com seus museus e seus cafés fantásticos. Hospedamo-nos no Villa San Michele. Poderíamos ter escolhido outro hotel, no centro da cidade. Mas preferimos este, que fica longe do burburinho. Nossa chegada ao hotel foi, digamos, bizarra. Nós na van, eu na direção, seguindo o GPS, fomos subindo por uma estradinha que se estreitava cada vez mais. Chegou um ponto em que, para fazer uma curva, eu tinha de manobrar para frente e para trás várias vezes.
HOTEL VILLA SAN MICHELE: VISTA PARA FIRENZE
HOTEL LOCANDA DELLA AMOROSA, EM SINALUNGA
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PONTE VECCHIO NOTURNA, FIRENZE
HOTEL VILLA SAN MICHELE, FIRENZE GROTTA AZZURRA, CAPRI
HOTEL SANTA CATERINA, AMALFI
A RIQUEZA CULTURAL DE FLORENÇA, A TRANQUILIDADE DO CAMPO E AS CORES DESLUMBRANTES DO MAR TIRRENO
BAGAGENS NO PORTO, EM CAPRI O COLISEU, EM ROMA
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Até os espelhos retrovisores tivemos de fechar para passar por entre os muros, em alguns trechos. Quando, não tínhamos mais como seguir, quase entalados entre as paredes, descobrimos que tínhamos pegado a via errada. Descemos parte do trajeto de ré e tomamos o caminho certo. Enfim, chegamos ao San Michele. O hotel tem um inconveniente: para subir e descer a colina, é preciso tomar o shuttle. Mas a vista maravilhosa que se tem da cidade, lá do alto, compensa tudo. De Florença fomos de avião até Nápoles, onde pegamos outro carro e descemos para a Costa Amalfitana. Lá, ficamos no Hotel Santa Caterina, em Amalfi. Esse hotel é muito antigo e tradicional local de hospedagem de muita gente conhecida. Como boa parte das construções daquela região, também fica debruçado sobre o mar. É maravilhoso. Com base nele, visitamos as cidades do redor, como Positano e Ravello. Por fim, alugamos um iate para ir a Capri. No trajeto, ancoramos diante da Grotta Azzurra. A tripulação do nosso iate nos disse que podíamos nadar. Eu não sei se realmente se permite nadar ali, mas não hesitamos um minuto e mergulhamos naquela água fantástica, que parece iluminada por baixo. Em Capri nos hospedamos no Quisisana – outro hotel maravilhoso, muito bem localizado e de ótimo serviço. Terminamos a viagem com quatro dias em Roma, de onde partia nosso avião de volta ao Brasil. A Itália é um destino maravilhoso. Tão maravilhoso que nosso grupo já planeja uma nova viagem, agora para Milão, Veneza e a Sardenha.
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P ns, Martia se Wagnedren d Embra e t i s pre
ara mim, viajar de moto é sentir-me completamente livre. O capacete me isola do mundo, de modo que eu mesmo tenho de achar as respostas para meus questionamentos – é uma espécie de terapia num cenário sempre em mutação. Foi assim, na última viagem que fiz, este ano, com outros cinco amigos: 25 dias até a região do Atacama, no Chile, cruzando a Argentina e a Cordilheira dos Andes. Saímos de São Paulo dia 25 de março e só retornamos dia 18 de abril. A primeira etapa de estrada foi puxada: mais de mil quilômetros percorridos em 11 horas, até Foz do Iguaçu. Na manhã seguinte, um dos amigos descobriu que tinha esquecido os documentos em São Paulo. Tivemos de mobilizar parentes, que conseguiram enviar o passaporte por um piloto amigo que, coincidentemente, estava partindo para Foz naquele mesmo dia. Isso nos atrasou por oito horas. Percorremos a
ESCULTURA MÃO NO DESERTO, EM ANTOFAGASTA
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maior parte dos 620 quilômetros até a cidade de Corrientes à noite, debaixo de chuva forte. A paisagem começou a ficar bem mais interessante dois dias depois, a partir de Purmamarca, já aos pés da cordilheira andina. O hotel em que nos hospedamos, o La Comarca, fica num lugar encantado, um vale muito estreito, numa região chamada Montanhas das Sete Cores, porque cada uma tem um tom diferente – do cinza ao marrom, do verde ao alaranjado. O restaurante do hotel oferece uma especialidade única: lomo de llama. Fizemos a encomenda à tarde e, no jantar, nos foi servida uma deliciosa carne, saborosíssima e com zero de gordura. Acompanhado, naturalmente, de um bom Malbec argentino. A subida mais íngreme da cordilheira começa na região da Cuesta de Lipán. É um trecho muito sinuoso de estrada, que leva até a fronteira do Chile. No caminho cruzamos o Salar Grande, um dos vários depósitos naturais de sal da região. É uma maravilha cruzar os 15 quilômetros
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VINÍCOLA EM MENDOZA, ARGENTINA SALAR DE JUJUY
VULCÃO LICANCABUR, PRÓXIMO A SÃO PEDRO DE ATACAMA
NOVE MIL QUILÔMETROS DE MOTOCICLETA, PASSANDO POR CENÁRIOS INCRÍVEIS DE MONTANHA E DESERTO
de extensão do salar, com a faixa negra da rodovia, em meio àquele branco total. A fronteira marca o ponto mais alto da travessia da cordilheira: 5 mil metros. Para chegar a San Pedro de Atacama, já do lado chileno, descemos 2500 metros, 1 500 deles numa única reta de 30 quilômetros de extensão. É impressionante: lá embaixo, o Vale do Atacama; ao nosso lado, a boca de um vulcão que, depois, visto do vale, se mostra imenso. A região de San Pedro é muito especial e diferente de tudo o que conhecemos. Saímos às 4 da manhã para ver os gêiseres de Tálio, que entram em atividade assim que os primeiros raios de sol batem neles. Fomos também às Lagunas Cejar e Miscanti, em meio ao Salar Atacama. E visitamos o Vale da Lua – uma área em que a erosão pelos ventos esculpiu uma topografia que parece de outro mundo. O ponto mais ao norte a que chegamos foi em Antofagasta. Mas a parada mais interessante foi 900 quilômetros ao sul, em La Serena, um balneário charmoso,
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onde se come muito bem, principalmente frutos do mar. Dali voltamos para a estrada, rumo a Santiago do Chile. Na capital chilena encontramos nossas esposas – que foram de avião – e passamos quatro dias em passeios, em vans alugadas. Se eu tiver de recomendar alguma coisa em Santiago, sugiro ir a um dos restaurantes do Mercado Central comer uma centolla, o caranguejo gigante típico da região. Quatro dias depois, de novo sem as esposas, partimos para Mendoza, na Argentina. O trecho de travessia da cordilheira nesse ponto tem apenas 350 quilômetros, mas é muito sinuoso e requer muita atenção. Além disso, o frio é intenso no início do outono. Mas nada que impeça de aproveitar o cenário. Em Mendoza o melhor programa foi visitar a La Rural, bodega da família Rutini, fabricante de vinhos excepcionais. De Mendoza a Buenos Aires foi outra boa puxada de mais de mil quilômetros. Na capital portenha, curtimos o tradicional: churrasco, calçadão da Rua Florida e restaurantes de Puerto Madero. Dois dias depois, embarcamos com as motos no Buquebus, o ferry-boat que atravessa o Rio da Prata, e desembarcamos no Uruguai, em Colonia del Sacramento, de onde seguimos direto para dois dias em Punta del Este. Lá nos hospedamos no Barradas Parque Hotel, na Praia Mansa, pertinho do cassino Conrad, com os restaurantes e pontos mais badalados da cidade. Por fim, concluímos a viagem até São Paulo em dois dias, com uma parada em Porto Alegre e outra em Camboriú, Santa Catarina. Todas as motos – as seis BMW GS 1200 Adventure – se comportaram muito bem. E o consumo de combustível foi bem baixo: cada uma bebeu apenas 600 litros de gasolina para percorrer os 9 mil quilômetros. Não foi uma viagem de luxo, mas confortável e, principalmente, por cenários inigualáveis.
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Fotos: Divulgação
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ROTAS
IMPERIAIS No caminho que data dos tempo do Brasil Império, a natureza se une à arte, à história ao charme das pousadas e a uma boa pitada de aventura
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A ESTRADA, ENTRE RIO DAS CONTAS E LIVRAMENTO
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PARATY
S
ão 1.600 quilômetros que passam por 177 municípios: 162 em Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo – um percurso que pode ser feito a pé, a cavalo, de bicicleta ou de carro. Percorrida no passado por imperadores, músicos, intelectuais, aventureiros, soldados e mercadores, a Estrada Real oferece um cardápio turístico saboroso, com construções coloniais, igrejas, museus, reservas ecológicas, esportes de aventura, estações de águas minerais – além de rica culinária, é claro. O caminho é extenso e não precisa ser todo percorrido de uma única vez. Há quatro alternativas clássicas de recorte: o Caminho Velho, o Caminho Novo, a Rota dos Diamantes e o Caminho de Sabarabuçu, uma variante do Caminho Velho que foi identificada recentemente. Em comum, essas rotas guardam marcas de uma época em que a vontade de independência do brasileiro misturava-se à riqueza do ouro das Minas Gerais e ao luxo da corte no Rio de Janeiro. CAMINHO VELHO Trecho mais antigo do trajeto, obra dos bandeirantes queexploraram o interior do país entre 1600 e 1700, o Caminho Velho liga Paraty, no Rio de Janeiro, a Ouro Preto, em Minas Gerais, com uma passada por território paulista. A estância climática de Cunha, no estado de São Paulo, fica a menos de 50 quilômetros de Paraty – terra da boa aguardente de cana. Nos anos 1800, havia quase 200 destilarias de cachaça em Paraty. Daí que “parati” transformou-se em sinônimo de cachaça. E cachaça é algo que não se pode deixar de provar neste roteiro. Uma sugestão de dar água na boca é a Murycana, fazenda que fica a apenas seis quilômetros de
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Paraty. Além do alambique – onde se prova da cachaça em cuias de coco –, a fazenda colonial tem um restaurante de culinária brasileira preparada e servida à moda antiga, com destaque para o leitão a pururuca e a galinha a cabidela. Ainda em Cunha, uma boa opção de hospedagem é o Hotel Fazenda São Francisco. Na área de 50 alqueires há inúmeras nascentes de água de excelente qualidade, mata nativa, quadras de tênis e futebol, uma sauna finlandesa com vista para uma cachoeira, além de curiosidades históricas como um monjolo para a produção de fubá artesanal. Os chalés do hotel não acomodam mais de 36 pessoas – o que é garantia de tranquilidade. SÃO JOÃO DEL REI Outra boa parada é São João Del Rei, já em Minas. Dentre as atrações da cidade está a igreja de São Francisco de Assis, construída no século XVII. O cemitério atrás da construção guarda o túmulo do ex-presidente Tancredo Neves. Nos
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CASARIO E A IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO (ABAIXO), EM SÃO JOÃO DEL REI
finais de semana e feriados, a Maria Fumaça sai de São João e, depois de 35 minutos, chega à pequena cidade de Tiradentes, a 13 quilômetros. Esta é a única locomotiva a vapor em bitola estreita ainda em funcionamento no mundo. O Museu Ferroviário, que pode ser visitado antes do embarque na Maria Fumaça, abriga a locomotiva Baldwin nº 1, fabricada nos Estados Unidos, que transportou a comitiva de D. Pedro II para a inauguração da estação. O poder do ouro deu a Tiradentes um dos mais belos acervos barrocos de Minas Gerais. É um prazer caminhar pelas vielas, apreciar as casinhas, visitar as lojas da praça central e a Matriz de Santo Antonio, cuja fachada é tida como o último trabalho de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. No interior, há sete altares de talha em estilo D. João V e um órgão rococó, com 630 tubos, trazido da cidade portuguesa do Porto, em 1788. A poucos passos do centro histórico, fica a pousada Lis Bleu. Inaugurada no início de 2011, a pousada oferece doze chalés cercados por agradáveis jardins e próximos a uma mata nativa. Há sauna, piscina aquecida com hidro, e uma vista sensacional para a Serra São José.
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HOTEL SOLAR DO ROSÁRIO, EM OURO PRETO CAMINHO NOVO Construído a mando da Coroa Portuguesa, por volta de 1700, o Caminho Novo encurtou a distância entre as cidades mineiras e o litoral do Rio e melhorou a fiscalização do trânsito das riquezas. Foi passeando por ali que D. Pedro II decidiu somar às suas propriedades a fazenda do Córrego Seco, que mais tarde daria origem à cidade de Petrópolis. Por esta via – bem como pelo Caminho Velho – chega-se a Ouro Preto. A cidade é um museu a céu aberto, com suas igrejas barrocas, casas coloniais, muitas escadas e ladeiras. O prédio do Museu da Inconfidência, que serviu de paço municipal e cadeia, abriga hoje, além de documentos e objetos de época, os restos mortais dos revoltosos. E o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas, antigo Museu de Mineralogia, guarda uma amostra do raríssimo
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topázio imperial, pedra encontrada apenas naquela região. Hospedar-se em Ouro Preto significa sentir-se um pouco mineiro – e até correr o risco de deixar escapar assim, sem querer, um “trem bom, sô”. Pois o Hotel Solar do Rosário é um trem bom. Instalado num casarão do século XIX totalmente reformado, perto dos principais pontos turísticos, o hotel une conforto e luxo à tradicional hospitalidade mineira. Com direito, ainda, a uma vista deslumbrante das igrejas de São Francisco de Paulo, Nossa Senhora do Rosário e São José. Nas amplas
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PRAÇA MINAS GERAIS EM MARIANA
CONGONHAS: OS PROFETAS DE ALEIJADINHO suítes com calefação, os lençóis são de algodão egípcio de 600 fios. A adega, no subsolo, mantém o vinho à temperatura de 18 graus centigrados. O restaurante Senhora do Rosário é referência gastronômica na cidade, com temperos típicos da cozinha mineira ora em contraponto ora como complemento a pratos sofisticados. MARIANA E CONGONHAS Pertinho de Ouro Preto, Mariana foi a primeira vila mineira a ser promovida à posição de cidade. Aqui também a história do Brasil está lavrada em
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pedra. A Mina da Passagem, que rendeu mais de 35 toneladas de ouro à Coroa Portuguesa, é testemunha desse passado. Pode ser percorrida num trole – carrinho que corre sobre trilhos, sustentado por um cabo de aço. Nele, percorrem-se 315 metros de túneis, até 120 metros de profundidade. O cenário da descida garante deslumbramento com os grandes salões, longos túneis e lagos subterrâneos de águas cristalinas. A cidade de Congonhas também vale uma visita, principalmente pelo rico acervo de obras do Aleijadinho. Congonhas mantém o que é considerado o maior acervo ao ar livre desse ícone do Barroco brasileiro do século XVIII. São doze profetas em tamanho natural, pintados por Manoel da Costa Ataíde, e 64 esculturas, todas em pedra-sabão, representando os passos da Paixão de Cristo.
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CAMINHO DOS DIAMANTES CAMINHOS DE SABARABUÇU E DOS DIAMANTES O Caminho de Sabarabuçu tem como referência o rio das Velhas e a serra da Piedade. Mas o maior atrativo está na cidade de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte: o Museu do Ouro, com o acervo associado ao período de extração do ouro e peças de prataria e de arte sacra. O Caminho dos Diamantes, por sua vez, é o que mais conserva o aspecto, o sabor e as tradições do interior de Minas. Há até trechos preservados de estrada pavimentada com pedras colocadas uma a uma por escravos. Vai de Ouro Preto a Diamantina. Como até agora o desenvolvimento tecnológico passou longe da região, quem anda por aqueles lados aprecia casarios antigos isolados entre montanhas, além do cenário natural da Serra da Caraça e da Serra do Cipó, com inúmeras espécies de orquídeas.
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A cidade que mais chama a atenção nesse trajeto é Diamantina. No centro, um dos pontos de interesse é a Casa de Chica da Silva, onde a escrava alforriada viveu com um contratador de diamantes português, na segunda metade do século XVIII. Como Chica era proibida de frequentar as igrejas do lugar, ao lado da casa foi construída uma capela para seu uso exclusivo. Desta capela só resta a fachada. Outra sugestão é a Casa de Juscelino Kubitschek. Construída em pau-a-pique, foi lá que o ex-presidente da República passou a infância. Hoje a edificação é um museu que expõe fotografias, textos, miudezas e até violões usados nas serestas de que Juscelino, o presidente bossa-nova, participava. Numa das pontas do Caminho dos Diamantes, no estado de São Paulo, está Guaratinguetá, terra de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, do violonista Dilermando Reis e do ex-presidente Rodrigues Alves. É nessa cidade que fica o tradicionalíssimo Hotel Clube dos 500, hoje 500 Hotel e Golfe. O campo tem apenas nove buracos, mas é um colírio para os olhos e um descanso para pernas cansadas das ladeiras mineiras.
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DELÍCIAS DE UM TURISMO COM O SABOR BEM BRASILEIRO
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PARA SABER MAIS Instituto Estrada Real: www.estradareal.org.br Fazenda Murycana (Cunha): www.paraty.com.br/murycana Pousada Lis Bleu (Tiradentes): www.lisbleu.com.br Hotel Solar do Rosรกrio (Ouro Preto): www.hotelsolardorosario.com.br Hotel Clube dos 500 (Guaratinguetรก): www.hotelclubedos500.com.br
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Fotos: Divulgação Singapore Airlines Media Centre
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PARA
VOAR
COMO UM REI
O que faz da Singapore Airlines a companhia aérea mais premiada do mundo
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Singapore Airlines detém uma série de recordes: é ela que faz os dois voos comerciais sem escala mais longos do mundo – Cingapura – Newark, em Nova York, e Cingapura – Los Angeles. A companhia é também líder na inovação tecnológica: foi a primeira a colocar no ar o gigantesco Airbus A380, num voo entre Cingapura e Sydney, em 2007. Várias vezes apontada como a melhor companhia aérea do mundo, a Singapore sempre partiu na frente, tanto em tecnologia quanto no atendimento ao passageiro. Ainda nos anos 1970, foi a primeira a oferecer na Classe Econômica opções de cardápio. E, em 1990, a pioneira na introdução de telefones por satélite, que permitem ligações em pleno voo. Tem, ainda, uma das frotas mais novas do mundo. São mais de 100 aeronaves com idade média de seis anos e meio. Não é de estranhar, então, a grande quantidade de prêmios como melhor companhia do mundo. HISTÓRIA DE CRESCIMENTO A gigante Singapore Airlines nasceu pequena, em 1947, como companhia regional que fazia a linha Cingapura, Kuala Lumpur, Ipoh e Penang com um bimotor. Foi no início dos anos 1970, pouco depois que a cidade-Estado de
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Cingapura se separou da Federação Malaia (atual Malásia), que a companhia aérea assumiu a identidade de Singapore Airlines. O negócio começou com apenas 6 mil funcionários e rotas para pouco mais de 20 cidades em dezoito países. Mas, como Cingapura, que se tornou um dos Tigres Asiáticos, a Singapore Airlines também cresceu rapidamente, com base na inovação e na busca da excelência na qualidade dos serviços.
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GASTRONOMIA EXCLUSIVA Voar pela primeira classe da Singapore Airlines é mais do que cumprir uma etapa da viagem. É uma deliciosa experiência de atenção e mimos dignos de um rei. A começar pelas refeições. O cardápio é elaborado por uma equipe internacional de chefs. E os pratos são servidos num serviço de mesa especial, criado especialmente para a companhia pela casa de design francesa Givenchy. Afora o requinte dos ingredientes e da apresentação, fazer uma refeição a bordo de um avião da Singapore Airlines é outra experiência de realeza também pelo cuidado com o sabor de cada prato. Porque as pessoas tendem a perder muito da sensibilidade do paladar durante os voos, a companhia se preocupa em testar o tempero de cada item do menu numa câmara de teste, que reproduz as condições de pressão e umidade de um avião. Para acompanhar a entrada, o prato principal e a sobremesa, uma carta de vinho rica, que inclui seis rótulos franceses de Grand Cru Red Burgundy, que saem das adegas da própria companhia. Para um brinde especial, champanhe Dom Perignon ou Krüg. E, ao final da refeição, uma seleção especial de cafés Premium, originários do Brasil, da Colômbia e do Quênia. Ou um chocolate fabricado pela própria companhia, em Cingapura.
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INTERATIVIDADE
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PARQUE DE DIVERSÕES Fazer o tempo passar, em voos de mais de 20 horas de duração, não é nada difícil. O sistema KrisWorld oferece mais de mil opões de entretenimento que fazem o tempo voar. É um verdadeiro parque de diversões, com jogos, filmes, música e programas de televisão. O equipamento permite ao passageiro, ainda, acompanhar o que acontece pelo mundo, por noticiário da agência France Presse, atualizada em tempo real, via satélite. Pelo KrisWorld até aulas de idiomas é possível receber. O sistema de ensino, da escola de idiomas Berlitz, traz ferramentas para o passageiro aprender números, palavras e diálogos básicos em 23 idiomas – do japonês ao espanhol, do árabe ao dinamarquês. REVERÊNCIA AO AMBIENTE A Singapore Airlines tem um compromisso sério com o meio ambiente. Todas as operações seguem rígidos padrões de economia de energia, reciclagem de materiais e controle de emissão de carbono. Uma das práticas da companhia, nesse sentido, é trabalhar diretamente com os fabricantes das aeronaves encomendadas, no desenvolvimento e na aplicação das mais modernas tecnologias. Foi assim com o Airbus A380 – o equipamento mais econômico e menos poluente nos céus, atualmente. A própria operação do A380, na linha Cingapura-Londres, resulta em redução da emissão de carbono: empregando menos potência na decolagem, o Airbus deixa de lançar na atmosfera uma tonelada de dióxido de carbono a cada voo.
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VIVER PORTUGAL É PRECISO
Fotos: Turismo de Portugal / www.imagesofportugal.com
A terra dos grandes navegantes oferece história, tradição, modernidade e belos cenário naturais
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ortugal é uma terra de tradições fortes. Com mais de 800 anos de história e o passado glorioso da época das Grandes Navegações, o país mescla passado e presente num ambiente fascinante de contrastes. A pátria de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa e José Saramago – para ficar apenas na literatura –, exibe a quem tiver olhos para ver, paladar para saborear e, principalmente, coração e mente para sentir uma vasta herança cultural em que o cosmopolitismo das grandes cidades divide espaço com pacatos lugarejos, de profundas raízes históricas. Em Lisboa, largas e modernas avenidas alternam-se a ladeiras estreitas. Nas calçadas, a alta gastronomia divide espaço com pequenos restaurantes da tradicionalíssima cozinha local e lojas de grifes exclusivas. No interior do país, aldeias e vilarejos recônditos abrigam resorts de luxo. No litoral, praias de areia fina fazem par com impecáveis campos de golfe. Por todos os lados, castelos medievais, monumentos romanos e igrejas góticas chamam tanto a atenção quanto a arquitetura contemporânea das zonas comerciais e de lazer. Não faz muito tempo, Portugal recebeu uma injeção de modernização – por ocasião da entrada do país na União Europeia, em 1986, e, depois, com a última Exposição Mundial do século XX, a Expo 98, realizada em Lisboa. Foi por essa época que se fizeram grandes investimentos na capital portuguesa, com construção de instalações como o Parque das Nações. Mas, comparada à riqueza do universo cultural e histórico lusitano, a modernidade é só um detalhe – equivalente a apenas um verso d’Os Lusíadas, a um refrão de fado, a uma gota de vinho ou de azeite. VOO DE BALÃO EM SANTARÉM
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capa VISTA DA PONTE VASCO DA GAMA, EM LISBOA
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TUDO EM TORNO DO MAR O território português, situado no extremo sudoeste da Europa, é pequeno: sua área é menor que a do estado de Santa Catarina. Ainda assim, a estreita faixa de terra na extremidade da Península Ibérica estende-se por mais de 830 quilômetros de costa atlântica. Isso explica, ao menos em parte, a vocação lusitana para navegar. Explica, também, por que as praias de Portugal são um dos destinos de verão preferidos na Europa. Nem só de partidas viveu Portugal. O país também foi palco do desembarque, de povos de diferentes origens, que, de alguma forma, deixaram sua marca na cultura portuguesa: fenícios, gregos, cartagineses, romanos, povos nórdicos, árabes. Essa diversidade é responsável pelo desenvolvimento de expressões artísticas peculiares, como o estilo manuelino – belo registro de esplendor na arquitetura, vivido no período das Grandes Navegações –, a azulejaria, que dá um colorido especial a casas e monumentos, e o fado, a música que, melhor do que qualquer outra manifestação artística, traduz a melancolia portuguesa. LISBOA, A NOVA CIDADE A bela capital portuguesa, que se estende sobre a margem direita do rio Tejo, é mais antiga que o próprio país: tem mais de 20 séculos de história. Diz a lenda que foi fundada pelo herói grego Ulisses, protagonista da Odisseia, de Homero, mas sua fundação, de fato, se deve-se aos fenícios. É conhecida por Cidade Branca, devido à sua luminosidade, e por Cidade das Sete Colinas, por seu relevo acidentado. Embora preserve toda essa tradição, Lisboa é uma metrópole desenvolvida e cosmopolita, que, nos últimos anos, assistiu ao surgimento de modernos e arrojados conjuntos arquitetônicos. O maior exemplo é o Parque das Nações, que abrigou os eventos e instalações da Expo 98, cujo tema, que norteou
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OCEANÁRIO (À ESQUERDA) E VISTA DO PARQUE DAS NAÇÕES
todo o projeto, foi inspirado nos grandes descobrimentos portugueses: “Os Oceanos, um Património para o Futuro”. Outras áreas também passaram por revitalização, como a região das Docas, no bairro de Alcântara, e o bairro de Belém, que ganhou um moderno centro cultural, próximo à emblemática torre construída no século XVI, ponto de partida das caravelas portuguesas. PARQUE DAS NAÇÕES Primeira experiência – e uma das mais bem-sucedidas de Portugal – na gestão integrada de espaços urbanos, o Parque das Nações se estende por cinco quilômetros na margem norte do Rio Tejo. O projeto revaloriza a relação da cidade com o rio, por meio da recuperação da paisagem das margens e revitalização da região. O espaço foi inteiramente incorporado ao pulsante cotidiano da cidade. Foram construídos conjuntos residenciais, áreas comerciais e de lazer, escolas e outros equipamentos sociais para oferta de serviços públicos, infraestrutura de transporte, estacionamentos e áreas verdes. A arquitetura tem a missão de integrar diferentes funções urbanas num
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único local, com uma forte preocupação com os impactos ambientais. O complexo inclui diversos edifícios e estruturas – o Oceanário, a Estação do Oriente, o Pavilhão de Portugal, o Parque do Tejo e do Trancão e o Teleférico. Projetado pelo arquiteto americano Peter Chermayeff, o Oceanário de Lisboa foi desenhado para sensibilizar o público para a importância da conservação dos oceanos. O aquário central, com mais de 7 mil metros cúbicos de água salgada, é formado por vários tanques, cada um para um diferente hábitat, separados por janelas de acrílico, para dar a impressão de que se trata de apenas um tanque. A intenção é mostrar que na Terra existe apenas um grande oceano por onde circulam milhares de espécies animais. Recentemente o Oceanário ganhou um anexo, o Edifício do Mar, que abriga uma sala para exposições temporárias, uma nova área de recepção ao público, um auditório com 125 lugares e um restaurante. Assim como o prédio principal, a nova estrutura também se destaca pelo arrojo das formas: a fachada é revestida por cerca de 7 mil peças de cerâmica, que formam “escamas” sobre as paredes. Um grande átrio, decorado com um impressionante painel de 55 mil azulejos, liga os dois edifícios. A Estação do Oriente é um marco arquitetônico e outro cartão postal da cidade. Projetada pelo arquiteto catalão Santiago Calatrava, a estação é o ponto de convergência da rede de transportes da área oriental de Lisboa. Ali, se conectam linhas de metrô, trem, ônibus e táxis, que permitem interligações urbanas, nacionais e internacionais. Fundada sobre 15 estacas de concreto, tem a forma de uma ponte, com lajes que sustentam os trilhos e as plataformas de pas-
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ESTAÇÃO DO ORIENTE (À ESQUERDA), TORRE VASCO DA GAMA E TELEFÉRICO
sageiros. A cobertura é formada por estruturas metálicas em formato de árvore, revestidas de vidro laminado. Construído para abrigar a exposição sobre os grandes descobrimentos portugueses durante a Expo 98, o Pavilhão de Portugal é formado por duas estruturas: a Praça Cerimonial e um edifício de dois pisos. O projeto é do arquiteto Álvaro Siza Vieira. Na praça, entre os dois pórticos, abre-se uma lâmina de concreto armado, suspensa por cabos de aço. Já o edifício se estrutura ao redor de dois pátios internos, com vãos abertos nas fachadas. A parte voltada para o Tejo apresenta uma pala, sustentada por um pórtico de colunas, que possibilita uma visão espetacular do rio aos visitantes. Os espaços internos, desenhados pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, são hoje ocupados por eventos e exposições. O Parque do Tejo e do Trancão ocupa uma área de 900 mil metros quadrados na margem direita do rio, desde a Torre Vasco da Gama, ao sul, até o rio Trancão, ao norte, ao lado do Parque das Nações. No local, existiam unidades industriais desativadas, que, após um amplo trabalho de intervenção paisagística e de despoluição, deram lugar a
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jardins e trilhas para pedestres. Dali, tem-se uma privilegiada vista para o estuário do Tejo e para a ponte Vasco da Gama, além de contato com diferentes espécies de plantas e animais típicos da região. Outra maneira de ter uma vista panorâmica do rio Tejo e do Parque das Nações é tomar o teleférico. O percurso, que acompanha a margem do rio, tem cerca de um quilômetro de extensão, indo do Oceanário até a Torre Vasco da Gama, na parte norte do parque. É possível fazer a viagem de ida e volta ou apenas de ida, aproveitando para descer na parte norte do parque e retornar a pé, contemplando a vista de outro ângulo e parando para comer ou beber alguma coisa nos bares e restaurantes espalhados pelo caminho.
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PRACA DO IMPÉRIO, E CENTRO CULTURAL DE BELÉM, AO LADO
ENDEREÇOS DA ARTE As artes merecem espaços privilegiados em Lisboa, integrados a outros aspectos dinâmicos da vida lisboeta. É o caso do Centro Cultural de Belém. Concebido para receber, em 1992, a presidência portuguesa da União Europeia, o projeto original já previa o aproveitamento das instalações como pólo integrado de atividades culturais e de lazer. Ocupando seis hectares, a área do Centro Cultural abriga jardins, lagos, pontes, rampas, ruas e praças, que se integram à Praça do Império. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto
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italiano Vittorio Gregotti e pelo português Manuel Salgado, e consiste em três módulos: o Centro de Reuniões, o Centro de Espetáculos e o Centro de Exposições. O Centro de Reuniões recebe congressos e abriga várias lojas, um restaurante, dois bares e dois estacionamentos. O Centro de Espetáculos tem três salas onde se realizam diversas exibições de cinema, teatro, ópera, balé e shows musicais. As quatro galerias do Centro de Exposições trazem mostras de artes plásticas, arquitetura, design e fotografia. Também abriga a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Museu Coleção Berardo, dedicado aos movimentos artísticos desenvolvidos a partir do século XX. As instalações da Fundação Calouste Gulbenkian ocupam o primeiro edifício de grande escala de expressão moderna em Portugal e uma das obras mais significativas da arqui-
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tetura portuguesa do século XX. Foram projetadas pelos arquitetos Ruy Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa e inaugurados em 1969. Ali funcionam um auditório, espaços para exposições temporárias, uma área para congressos, com vários auditórios e salas, e um edifício que abriga o Museu Calouste Gulbenkian e uma biblioteca de arte. Ao redor desse complexo, está o Parque Gulbenkian. COMÉRCIO E VIDA NOTURNA Outro exemplo da arquitetura moderna na região de Lisboa é o Oeiras Parque. Construído em 1998, próximo à estrada que interliga Lisboa e Cascais, o centro ocupa uma área de 129 mil metros quadrados e conta com cerca de 160 lojas e estabelecimentos de cultura e lazer. Sua implantação contribuiu para a revitalização da região de Oeiras.
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A região das Docas, no bairro de Alcântara, é um dos principais centros de gastronomia e diversão noturna de Lisboa. Os antigos armazéns, que antes guardavam os produtos trazidos das colônias portuguesas, foram ocupados por bares, cafés, esplanadas, restaurantes e casas noturnas, que atendem aos mais diferentes gostos, estilos e bolsos. Em geral, os estabelecimentos oferecem espaços amplos e decoração que mescla elementos modernos e antigos. Uma parada obrigatória para os interessados em conhecer a animada vida noturna de Lisboa.
A BRASILEIRA (NO ALTO) E FESTAS TRADICIONAIS DE LISBOA
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DE UM LADO, A TRADIÇÃO. DE OUTRO, A MODERNIDADE. PORTUGAL DE HOJE É A SÍNTESE DE OITO SÉCULOS DE HISTÓRIA 066-97_matcapa-portugal-v2.indd 76
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MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS
TRADIÇÕES LISBOETAS RENOVADAS A
pesar de toda a sofisticação da Lisboa moderna, a cidade não fica a dever nada para as pequenas cidades do interior quanto às tradições. A começar pelos marcos das Grandes Navegações, que fizeram do porto de Lisboa um dos principais do mundo, sede de um império que se estendeu por todos os continentes. São testemunhas dessa época de apogeu alguns dos mais importantes monumentos históricos portugueses: a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, duas das sete maravilhas portuguesas que compõem um conjunto histórico deslumbrante à margem do Tejo. O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra-prima da arquitetura
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do século XVI e um dos maiores marcos do estilo manuelino. No local de sua construção, havia uma capela onde os navegadores portugueses rezavam antes de partir ou ao retornar das viagens. O rei Dom Manuel I decidiu, então, erigir ali um monumento para celebrar o sucesso da viagem de Vasco da Gama à Índia. Encontram-se no mosteiro os túmulos de grandes personagens dos Descobrimentos, como Vasco da Gama e o próprio Dom Manuel, bem como de grandes nomes da literatura portuguesa: Luís de Camões, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. Já a Torre de Belém foi erguida no início do século XVI como fortificação para defesa da foz do Tejo, de onde partiam as naus rumo às Índias. Mais tarde, a torre serviu como posto aduaneiro e farol.Seus paióis foram usados para a prisão de presos políticos. Mas o que resta dessa história é a beleza e riqueza do estilo manuelino, carregado de influências orientais – particularmente, islâmicas.
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DETALHES DA ARQUITETURA DA TORRE DE BELÉM
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RUA AUGUSTA (Á ESQUERDA) E DETALHES DA GASTRONOMIA LISBOETA
ZONA DA BAIXA Destruída por um fortíssimo terremoto em 1755, Lisboa teve grandes áreas reconstruídas no século XVIII. Na zona da Baixa, as ruas sinuosas deram lugar a vias de traçado regular e espaços grandiosos, de estilo clássico, como as praças do Rossio e do Comércio, com seus monumentos e fontes. Fazendo a ligação entre as duas praças está a Rua Augusta. Reservada ao trânsito de pedestres, unicamente, a Augusta é uma das vias mais movimentadas de Lisboa, com lojas de todos os tipos, os tradicionais vendedores de flores e de castanhas assadas e os artistas de rua independentes. Um bom lugar para visitar próximo a essa região é a enoteca Chafariz do Vinho. A adega fica no prédio histórico Chafariz da Mãe-de-Água, que faz parte do Aqueduto das Águas Livres, cuja
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construção data de 1731. Ali é possível provar vinhos em taça, de alta qualidade, acompanhados de petiscos e menus de degustação. Uma ótima opção de hospedagem na região é o grande Tivoli Lisboa. Além do conforto dos mais de 300 quartos e suítes, o hotel cinco estrelas oferece, ainda, três restaurantes. No lobby, o Tivoli Caffè traz um cardápio de comidinhas rápidas, como tapas e outros petiscos, além de chás e coquetéis. A Brasserie Flo Lisboa alia o espírito das típicas brasseries francesas, com os frutos do mar expostos, a um ambiente refinado, que remete ao mundo do cinema. Por fim, no restaurante Terraço, no último andar do edifício, o paladar se deleita com pratos da cozinha tradicional portuguesa enquanto a vista se encanta com a vista panorâmica de Lisboa. No Cais da Pedra, fica o restaurante e cafeteria Bica do Sapato, que ocupa um antigo armazém com vista para o rio Tejo, próximo à estação de trem Santa Apolónia, uma das mais movimentadas de Lisboa. Considerado um dos lugares da moda de Lisboa, oferece diferentes espaços e tipos de cozinha. No bar-cafeteria, no térreo, são servidos lanches e refeições rápidas. O restaurante, também no piso térreo, oferece pratos da cozinha mediterrânea e internacional. O toque oriental fica por conta do sushi-bar, no andar superior.
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CASTELO DE SÃO JORGE
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INFLUÊNCIA ISLÂMICA E BOÊMIA A arquitetura tradicional está também no bairro de Alfama, o mais antigo de Lisboa, com suas escadarias e seus chafarizes, além do casario antigo caiado ou revestido de azulejos. O nome Alfama tem origem na palavra árabe al-hamma, que significa banhos, fontes. Ali, existem vestígios das civilizações romana e árabe, que dominaram a cidade no passado. São características da cultura muçulmana as ruas estreitas e as fachadas simples. As melhores vistas de Alfama e de Lisboa são as dos miradouros da Porta do Sol e da Porta de Santa Luzia. Na parte alta de Alfama fica a colina do Castelo de São Jorge, fortaleza e palácio real até ao século XVI, um dos mais impressionantes monumentos históricos da cidade, que proporciona uma vista especial de Lisboa e do Tejo. Outros monumentos importantes do bairro são a Sé de Lisboa e as igrejas de Santo Estêvão e de São Vicente de Fora. É em Alfama que se encontram alguns dos mais tradicionais restaurantes portugueses e grandes casas de fado.
A boêmia de Lisboa tem seu centro no Chiado. Devastado por um incêndio em 1988, o charmoso bairro levou quase uma década para ser reconstruído, trabalho liderado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. Mas o esforço compensou: atualmente o Chiado voltou a ser um dos principais centros comerciais e culturais de Lisboa. O bairro reúne inúmeros cafés, restaurantes, teatros e cinemas, além de hotéis, livrarias, museus e lojas sofisticadas de design. Ali está um dos mais renomados cafés lisboetas, A Brasileira, refúgio favorito do poeta Fernando Pessoa e do escritor Eça de Queiroz. A Brasileira do Chiado era, no início, uma loja de café moído e torrado. Em 1908, começou a vender xícaras da bebida já pronta, em um elegante salão. Com o tempo, passou a ocupar um papel de destaque na vida intelectual portuguesa. Na sua esplanada, está a famosa estátua de Fernando Pessoa, em bronze, tomando café, ali instalada no centenário do nascimento do poeta. A dez minutos do Chiado, fica o Hotel da Estrela. Pequeno, charmoso e intimista, o hotel ocupa o antigo palácio dos Condes de Paraty, com apenas 19 quartos e suítes. O interior, decorado à moda das escolas antigas, com lousas e carteiras, foi criado por Miguel Câncio Martins, responsável por grandes espaços, como o Buddha Bar, em Paris e o Pacha, em Marrakesh. A cantina do hotel, de inspiração mediterrânea, oferece uma opção inusitada: o cliente é quem decide o preço que deve ser pago pelos pratos consumidos. O cardápio sugere valores mínimos e máximos para cada prato, mas aqui, mais do que em qualquer outro lugar, o freguês tem sempre razão.
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RUA DE ALFAMA
SUÍTE, LOBBY E CANTINA DO HOTEL ESTRELA
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CASTELO DOS MOUROS
SINTRA: HISTÓRIA E NATUREZA A
poucos minutos de Lisboa, a vila de Sintra é o centro histórico do município de mesmo nome. Situada ao pé da serra e cercada pelo Parque Natural Sintra-Cascais, a Vila é rodeada de paisagem marcante, de vegetação exuberante. Sítio considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, Sintra conserva marcas da passagem de diferentes povos que, desde a Antiguidade, ali se estabeleceram. Passear pelos castelos e palácios da região é uma verdadeira aula de história. CASTELOS E PALÁCIOS O Castelo dos Mouros, construído por volta do século VIII, durante a ocupação islâmica da Península Ibérica, fica entre dois cumes da Serra de Sintra. Do alto de suas muralhas e torres, tem-se uma vista panorâmica da região, que
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chega a alcançar o mar. Também fazem parte do conjunto arquitetônico rampas e escadarias, além de uma porta árabe no formato de arco de ferradura. Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, conquistou o castelo em 1147, e ali construiu a capela românica de São Pedro. Dela restam apenas ruínas, com dois portais românicos, a capela-mor e túmulos. Ao lado da capela, a cisterna, construída no período islâmico do castelo, chegou a abastecer o Palácio Nacional de Sintra. Único remanescente dos paços reais medievais em Portugal, o Palácio Nacional de Sintra foi, por oito séculos, residência da família real. Situado no centro histórico da cidade, o edifício reúne vários estilos arquitetônicos, em especial gótico, árabe e manuelino, e tem como destaque as duas enormes chaminés cônicas de suas cozinhas, com 33 metros de altura. O Palácio tem o maior acervo de azulejaria hispano-mourisca de Portugal e coleções de artes decorativas do século XVI ao século XVIII, espalhadas por diferentes dependências, como a Sala dos Cisnes, a Sala dos Brasões, a Sala das Pegas e a Capela. O Palácio da Pena remete para uma época menos remota,
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PALテ,IO NACIONAL RESTAURANTE KU DE TA- MARINA SANDS BAY DE PENA
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rodeado por um grande parque, com belos jardins em estilo inglês.
TIVOLI PALÁCIO SETEAIS: REQUINTE HISTÓRICO E CONFORTO MODERNO
mas ainda cheia de tradições: é uma das principais expressões do romantismo do século XIX em Portugal. Erguido no lugar antes ocupado por um antigo convento de frades da Ordem de São Jerônimo, no Monte da Pena, serviu de residência de verão da família real portuguesa. Sua arquitetura mistura elementos de diferentes períodos, como gótico, manuelino, islâmico e renascentista. No seu interior, ainda é possível observar a decoração original da época do uso pela família real. Entre os destaques, estão a capela, as pinturas murais feitas com a técnica de trompe l’oeil e os azulejos. O palácio é
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ONDE A TERRA SE ACABA É em Sintra que fica o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa, descrito por Camões como “onde a terra se acaba e o mar começa”. A terra se acaba, mas o luxo, não. Em Sintra, é possível se hospedar com o glamour e a riqueza da antiga nobreza lusitana. O Palácio de Seteais, construído no século XVIII, foi transformado em um luxuoso hotel, o Tivoli Palácio Seteais. Situado na encosta da Serra de Sintra, tem vista invejável para os pontos mais atraentes da região, como o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros. No Seteais, o requinte do século XVIII é reproduzido nos salões finamente decorados com mobiliário de época. Afora esse esplendor, o hóspede conta, ainda, com pequenas modernidades que garantem conforto extra para a estada: as áreas públicas do hotel são zonas wifi, os quartos dispõem de ponto para a internet, e uma equipe especial de assistentes pode assumir até a função de babysitter. Outro charmoso hotel da região é o Quinta do Penha Longa Hotel & Golf Resort. Originado em um mosteiro construído em 1355, o Palácio da Penha Longa foi um retiro da família real portuguesa nos séculos XVI e XVII. Situado na encosta sul da serra de Sintra, oferece aos hóspedes um dos melhores campos de golfe da Europa, spa, centro de convenções e cinco restaurantes, em meio a lagos e belos jardins. Sintra também é conhecida por seus bons restaurantes e, em especial, pelas suas docerias. Os mais famosos doces da região são os travesseiros e as queijadas – que, segundo registros históricos, já eram preparados no século XII. Tão tradicional quanto os doces é o Café Piriquita, onde se podem saborear essas e outras delícias locais.
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ALGARVE: SOFISTICAÇÃO A BEIRA-MAR O
Algarve é uma das regiões litorâneas mais badaladas da Europa e um destino disputado por turistas de todo o mundo. Seu nome vem do árabe al gharb, que significa “o oeste”. Situado no extremo sul de Portugal, com verões longos e quentes, tem cerca de 200 quilômetros de belas praias, emolduradas por dunas e falésias, e banhadas pelas águas quentes do Mediterrâneo. Afora as belezas naturais, o Algarve oferece aos visitantes acesso a um vasto patrimônio cultural: estradas romanas, castelos mouros, o branco casario tradicional, com suas chaminés rendilhadas... FARO, A CAPITAL Assim como Lisboa, o Algarve passou por uma grande modernização nos últimos anos, com a construção de inúmeros resorts, hotéis de luxo, campos de golfe, cassinos e restaurantes de renome internacional. É uma das regiões mais desenvolvidas do país, mas mantém a tradição que lhe confere todo o charme local, seja na música típica da região e na riqueza de seu folclore, seja na beleza do artesanato ou no sabor de sua comida. A capital do Algarve é Faro, com um centro movimentado, de muitas lojas, esplanadas, restaurantes e cafés. Dominada ao longo da história por diferentes povos, a cidade deve seu nome à famí-
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lia árabe Ibn-Harun, que a governou no século XI. Entre as atrações de Faro, está o Arco da Vila, construído sobre uma das portas medievais das muralhas que cercam o centro histórico da cidade pelo arquiteto genovês Francisco Xavier Fabri, no início do século XIX. No interior, foi preservado um portal em ferradura das antigas muralhas árabes. O Arco fica no topo de um jardim com vista para o mar. Ultrapassadas as muralhas, percorrendo as ruas estreitas, chega-se à Praça Afonso III, à Sé – erguida no lugar de uma antiga mesquita –, à Igreja da Misericórdia, ao Paço dos Bispos, ao Convento de Nossa Senhora da Assunção e ao Museu Infante D. Henrique. Do lado de fora das muralhas, a paisagem é bem diferente. Destruída pelo grande terremoto de 1755, a cidade ganhou, durante sua reconstrução, palácios e casas suntuosas, que abrigavam os nobres e burgueses portugueses do século XVIII. Nos arredores de Faro ficam alguns dos mais luxuosos empreendimentos hoteleiros do Algarve. A cerca de 20 quilômetros está o Vilamoura, o maior complexo turístico da Europa. Ali, o visitante encontra uma marina, cinco campos de golfe, um cassino, clubes de tênis, golfe e mergulho, vários restaurantes, lojas de grifes internacionais, casas noturnas e diversos hotéis de 4 e 5 estrelas. A meio caminho entre Faro e Tavira, ao lado da vila de Moncarapacho, fica o Vila Monte Resort. Instalado sobre suaves colinas, o hotel oferece 53 quartos e suítes num ambiente típico do interior algárvio e, ao mesmo tempo, muito sofisticado. Entre os serviços oferecidos, o Vila Monte tem um spa e um campo de golfe de três buracos – o suficiente para um momento de descanso entre uma praia e outra do Algarve. O restaurante Orangerie serve uma gastronomia típica da região, com base em peixes e mel, além de figos, amêndoas e frutas cítricas de sua própria quinta. As delícias mediterrâneas que saem da cozinha Orangerie têm o aval do chef Albano Lourenço, premiado com uma estrela Michelin.
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FAROL DO CABO DE Sテグ VICENTE (ACIMA), MARINA VILAMOURA, MERGULHO E ARTESANATO EM ALGARVE
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VILA MONTE RESORT SOBRE AS FALÉSIAS (À ESQ.), E O CASSINO VILAMOURA, PRÓXIMO A FARO
SAINT-TROPEZ LUSITANA Chamada de Saint-Tropez do Algarve, Albufeira é uma antiga vila de pescadores situada no alto de uma grande falésia. Com ladeiras íngremes e mirantes com vista para o mar – os melhores são os do Rossio e o Bem Parece, a cidade conserva belos monumentos medievais, como os castelos de Albufeira e de Paderne. Albufeira tem cerca de 30 quilômetros de costa, com belas praias cercadas de dunas e falésias. Nos seus arredores, encontram-se alguns dos principais campos de golfe e resorts do Algarve. A cidade também oferece aos visitantes boas lojas e restaurantes e uma animada vida noturna. A história marca um capítulo importante no Algarve, em Sagres. Foi aqui que o Infante Dom Henrique instalou a famosa escola de navegação, que impulsionou o conhecimento naval e a construção de navios capazes de desbravar os oceanos desconhecidos. A Fortaleza de Sagres é um dos símbolos dessa época, assim como o farol situado no Cabo de São Vicente, construído junto a um convento do século XVI. Por estarem próximas ou voltadas ao Oceano Atlântico, as praias de Sagres têm águas mais frias e agitadas que
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VILA MONTE RESORT: CHARME E TRANQUILIDADE
O BÁSICO SOBRE PORTUGAL
as de outras partes do Algarve. Por isso, costumam ser mais vazias e indicadas para a prática de surfe. Nas praias de Tonel e a de Martinhal, há uma escola de esportes náuticos. As praias de Castelejo, Barriga e Cordama apresentam areia fina e são emolduradas por falésias escarpadas. O Algarve oferece mais: castelos mouros dos séculos XVIII e XIX em Silves, vestígios da ocupação cartaginesa do século V, belíssimas praias, points sofisticados e uma culinária única baseada em frutos do mar. Como as cidades ficam muito próximas umas das outras, uma boa forma de aproveitar todos esses privilégios é percorrer a região de automóvel, fazendo paradas estratégicas (veja o roteiro sugerido nas próximas páginas). Assim, é possível descobrir recantos insuspeitados na sempre surpreendente Portugal.
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População: 10 milhões de habitantes; 1,9 milhão em Lisboa. Idioma: português Moeda: euro Capital: Lisboa Linha costeira: 832 quilômetros Regiões: Açores, Alentejo, Algarve, Centro de Portugal, Lisboa e Região, Madeira, Porto e Norte. Clima: o clima varia bastante de região para região. Nas zonas próximas ao mar, caso de Lisboa, Sintra e do Algarve, os invernos são frios, mas não rigorosos. Já os verões são quentes e secos, com a influência marítima, que torna o clima mais ameno. Visto: não é exigido visto de cidadãos brasileiros para permanência de até 90 dias. Mas o passaporte deve ter validade por um período superior a três meses a
partir da data prevista para a saída de Portugal. Gorjetas: o serviço é incluído na conta dos restaurantes, mas é comum dar uma gorjeta de cerca de 5 a 10 %. Também se dá gorjeta aos taxistas, normalmente arredondando o valor da corrida. Fumo: é proibido fumar em locais públicos fechados, mas bares, restaurantes e casas noturnas podem ter espaços reservados para fumantes. Para saber mais: Portal Oficial do Turismo de Portugal: www.visitportugal.com Portal de Turismo do Algarve: www.visitalgarve.pt Turismo de Lisboa: www.visitlisboa.com Câmara Municipal de Sintra: www.cm-sintra.pt
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PORTUGAL
PORTUGAL DE CARRO
SINTRA Uma visita a alguns dos castelos e palácios mais luxuosos de Portugal e um passeio pelo cenário deslumbrante merecem que se reserve algum tempo para visitar a cidade que o poeta inglês Lorde Byron chamou de “Éden glorioso”.
A
autonomia de uma viagem por terra, na direção do próprio automóvel, acrescenta muito a uma experiência de viagem por Portugal. O carro dá ao visitante a autonomia de decidir seu próprio destino – literalmente –, escolhendo entre várias opções para hospedagem, alimentação e visitação. Só assim é possível, ainda, ver de perto planícies, montanhas e praias, no ritmo que mais agrade ao turista. O roteiro destas páginas propõe um circuito fechado, com partida e chegada em Lisboa. Ao longo de pouco mais de mil quilômetros, é possível visitar cidades históricas, conhecer ruínas romanas, entrar em contato com a religiosidade típica de Portugal e apreciar a beleza do litoral do Algarve.
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LAGOS A pequena cidade, fundada no século V a.C. pelos cartagineses, apresenta nos arredores um litoral de cenário dramático, com grutas e formações rochosas que invadem o mar.
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BATALHA Aqui fica o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Construído ao longo de dois séculos, é um esplêndido exemplo do estilo manuelino.
FÁTIMA O Santuário de Fátima pode receber até 75 mil peregrinos na praça principal. Mas, mesmo em épocas mais calmas, a cidade é mergulhada em clima de fervor religioso. ÉVORA A cidade é um museu a céu aberto, com suas ruas tortuosas, casas dos séculos XVI e XVII e arcos mouriscos.
BEJA A história desta cidade remonta a ano 400 a.C. Valem a pena ser visitados o Castelo de Beja, construído no século XIV, e o Convento de Nossa Senhora da Conceição, com seus ricos azulejos.
ALBUFEIRA Programas especiais aqui incluem saborear sardinhas recém-pescadas e aproveitar a movimentadíssima vida noturna.
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“O mar e os ventos nos levam a diferentes lugares e em todas as direções. Navegam por sentimentos e emoções que mudam o rumo de nossas vidas.” - Marcio Moraes
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PARA ALÉM
PALADAR DO
Quatro restaurantes onde cada prato é, mais do que uma iguaria, um espetáculo para os olhos
O
termo “gastronomia molecular”écontroverso.Epode irritar alguns dos chefs mais renomados do Brasil e do mundo. Para eles, a culinária oferecida em seus riquíssimos e premiados restaurantes deve ser classificada como progressiva, tecnoemocional ou, simplesmente, contemporânea. “Se alguém diz que meu cardápio é de gastronomia molecular, então deve dizer, também, que vai degustar uma “reação de Maillar” quando vai a uma churrascaria”, diz Felipe Bronze, chef do badalado Oro, no Rio de Janeiro. Explica-se: originalmente, gastronomia molecular refere-se aos estudos das reações físicas e químicas que ocorrem com os ingredientes de uma receita, e não a um estilo culinário. (O mesmo é válido para a reação de Maillar – as alterações
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sofridas pelas proteínas que dão o aroma e a textura típicos da carne assada sobre uma grelha.) O precursor dos estudos é o físico-químico francês Hervé This. Mas foi o espanhol Ferran Adrià quem divulgou as descobertas, adotando técnicas e equipamentos de laboratório na cozinha do catalão El Bulli. Algumas dessas técnicas modificam até o estado físico do alimento. Quem já pensou em regar o prato com azeite em pó? Ou com esférulas de manteiga? Nesta reportagem mostramos quatro dos mais conceituados restaurantes – dois no Brasil, dois no exterior – que alcançam a excelência na cozinha contemporânea. Em comum, os quatro trazem no cardápio opções que não tocam apenas o paladar. São verdadeiras esculturas, pequenas e efêmeras obras de arte.
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El Celler de Can Roca O restaurante catalão dirigido pelos três irmãos Roca – Joan, Josep e Jordi – é, segundo eles mesmos, montado sobre um tripé: tradição, emoção e uma visão acadêmica de gastronomia, que alia técnicas clássicas a conceitos contemporâneos. A intenção é usar a criatividade para despertar, a cada refeição, um mix de sensações e sentimentos que remetem ao passado e, ao mesmo tempo, chamam à vida do presente. Assim é que, para os três “J”, sobremesas leitosas lembram a infância e o aconchego do lar, enquanto o sabor ácido de uma fruta convida ao entusiasmo. Os irmãos adotam técnicas científicas e equipamentos de laboratório – tudo para garantir que o prato tenha uma composição perfeita de sabores, cores, texturas e aromas. O peixe pode ser cozido em banho-maria com temperatura matematicamente controlada, de modo que o centro do alimento jamais ultrapasse os 50 graus centígrados.
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Alimentos escuros, como chocolate ou café, ficam alvos como neve depois de destilados numa máquina chamada evaporador rotativo. E um crustáceo chega à mesa com leve aroma de açafrão porque foi exposto apenas aos vapores do condimento. O ambiente, de design moderno, combinando madeira e vidro, muito vidro, segue o costume dos melhores restaurantes contemporâneos – é arejado e livre de detalhes de decoração, de modo a garantir que a atenção recaia sobre o prato, ao centro da mesa. O El Celler de Can Roca foi listado como número dois entre os melhores restaurantes do mundo, pelo ranking de 2011 da revista inglesa Restaurant. El Celler de Can Roca Can Sunyer, 48 17007 Girona, Espanha Fone: 34 972 222 157 restaurant@cellercanroca.com
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Oro
Inaugurado em 2010, o restaurante Oro, no Rio de Janeiro, usa, sim, técnicas de vanguarda – mas tem como base de sua cozinha pratos e ingredientes tipicamente brasileiros. “As técnicas não são tão exóticas quanto as pessoas possam imaginar”, diz o chef Felipe Bronze. “O resultado é que é surpreendente.” O cardápio, que varia conforme a época do ano, inclui petiscos como tempurá de ovo de codorna e profiteroles de queijos do Brasil. Depois, pratos para degustação – açaí com bananas e farofa de foie gras ou um gazpacho (sopa originária da Andaluzia) finalizado à mesa com nitrogênio líquido, que o deixa supergelado. A agilidade do menu reflete o caráter irrequieto do chef carioca Bronze, que já passou por casas como o Zuka e o Z Contemporâneo. Ele cursou dois anos de economia, um de direito e outro de administração, antes de transformar a culinária, que era hobby, em profissão. Em dez anos de carreira, acumulou vários prêmios como chef do ano e chef revelação. O dinamismo da personalidade de Felipe Bronze – bem como a proposta de transformar ingredientes do dia a dia brasileiro em gastronomia refinada e moderna – reflete-se no projeto arquitetônico e de design de interiores, assinado pelo arquiteto Miguel Pinto Guimarães. Como detalhe, Miguel fez questão de dar ao cliente uma pequena amostra da efervescência da cozinha, deixando os bastidores do restaurante visíveis por uma fresta de vidro. Oro Rua Frei Leandro, 20 Jardim Botânico, Rio de Janeiro Fone: 21 2266 7591 www.ororestaurante.com
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Alinea A primeira casa do chef Grant Achatz é elogiada e premiada pelos críticos de gastronomia desde o primeiro ano de funcionamento, em 2005. Agora, em 2011, o Alinea foi colocado como 6º melhor restaurante do mundo no ranking da revista inglesa Restaurant. Criado numa família de restauranteurs, Achatz aprendeu o básico no conceituado Culinary Institute of America e escalou a carreira passando por alguns dos mais renomados restaurantes dos Estados Unidos. Mas foi o breve estágio, de quatro dias apenas, com Ferran Adrià, na Espanha, que funcionou como uma verdadeira revelação: a culinária pode ser
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mais do que um prato bem apresentado e saboroso. Pode ser surpreendente, linda e divertida. Como nos demais restaurantes contemporâneos, aqui também o ambiente é clean. A casa não tem bar, nem lobby. O salão – de paredes em tons neutros e mobiliário simples – recebe apenas 64 pessoas por vez. A iluminação distribuída de maneira estratégica faz do centro da mesa um espetáculo – e que espetáculo! O designer Martin Kastner criou jogos e serviços de mesa absolutamente inusitados: peças de louça, cerâmica, cristal e metal de formas insuspeitadas. No menu degustação, com cerca de
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20 pratos, podem desfilar diante do cliente fatias de bacon equilibradas em arames, como trapezistas, lâminas de framboesa incrivelmente dobradas sobre um carretel, ou almofadas cheias de ar que exalam um incrível aroma de lavanda. Com isso, a refeição – que, dizem pode muito bem consumir quatro horas e meia – torna-se uma verdadeira performance. Alinea 1723 North Halsted Chicago, Illinois Fone: 312 867 0110 www.alinea-restaurant.com
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fotos: tadeu brunelli
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OS CHEFS GABRIEL BROIDE E FELIPE RIBENBOIM
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Dois O Dois Cozinha Contemporânea é decorado com obras de artistas plásticos como Andy Warhol, Paul McCarthy, Arnaldo Antunes e Feres Khoury. A internacionalidade dos nomes nas paredes reflete-se no cardápio, que varia a cada seis meses, e dosa ingredientes brasileiros a sutilezas típicas da culinária francesa. Patinhas de caranguejo com vinagrete de babaçu e pimenta cambuci, berinjela assada no carvão com tahine, mel e torradas, e rabanada com sorvete de leite tostado são alguns dos pratos elaborados pelos chefs Gabriel Broide e Felipe Ribenboim do primeiro trimestre de 2011. Broide tem passagens por várias casas de cozinha francesa, como o Café Boulud e o Daniel, do chef Daniel Boulud, em Nova York, e o Emiliano, em São Paulo. Ribenboim passou pelo legendário El Bulli e, depois, pelo centenário e tradicional Arzak, ambos na Espanha. “Trabalhar uma temporada com Ferran Adrià é como ir a um desfile de moda:
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você vê de tudo, coisas muito diferentes, mas nem por isso sai vestido como os modelos da passarela”, diz ele. Ribenboim também não saiu. Adotou a linha da culinária tecnoemocional. Faz parte dessa culinária uma série de equipamentos pouco comuns nos restaurantes mais tradicionais, como máquinas que cozinham a baixa temperatura ou que transformam diferentes alimentos em esferas. Mas o que conta, primeiro, é o emprego de ingredientes brasileiros. A rabada de boi com agrião e azeite de zimbro é exemplo da maestria dos dois chefs em transformar o trivial em excepcional. A trivialidade do prato é quebrada pelo pó branco, que o cliente é convidado a provar antes de salpicar sobre a carne: é azeite em pó. Dois Cozinha Contemporânea Rua Antonio Bicudo, 116 Pinheiros, São Paulo Fone: 11 2533 5028 www.restaurantedois.com.br
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Nhoque Cozinhe o cará, com casca, em água com sal, até que esteja macio. Seque o cará em forno a 180ºC por uma hora, e deixe descansar na geladeira por 12 horas. Descasque o cará e passe por uma peneira fina para obter um purê seco. Acrescente as claras, o sal, a pimenta e a farinha, até dar o ponto. Abra em uma bancada com farinha. Recorte os nhoques e cozinhe em água abundante com sal, até que subam à superfície.
Do Dois Cozinha Contemporânea
NHOQUE DE CARÁ COM RAGU DE GALINHA CAIPIRA E QUIABO FRITO Ingredientes
Nhoque 1,5 kg de cará 20 g de farinha de trigo 3 claras Sal o quanto baste Pimenta do reino o quanto baste Quiabo 295 g de quiabo 900 ml de óleo girassol Sal o quanto baste Pimenta o quanto baste
Ragu de galinha Galinha caipira (cerca de 4,5 kg) 870 g de cebola 500 g de cenoura 320 g de salsão 210 g de erva doce 1 cabeça de alho 280 g de óleo 4 litros de caldo de frango
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Quiabo frito Lave e limpe os quiabos, eliminando o cabo e as pontas. Corte cada quiabo pelo meio, no sentido do comprimento. Aqueça o óleo em uma panela (até 150 ºC) e frite os quiabos uma primeira vez, ate que estejam cozidos. Retire. Aqueça o mesmo óleo a 190ºC e frite uma segunda vez o quiabo para obter crocância. Escorra e passe por papel absorvente. Tempere com sal a gosto. Galinha caipira Limpe a galinha caipira, separando coxas, sobrecoxas, peito e asas. A carcaça pode ser usada no preparo do caldo de frango. Tempere as partes do frango com bastante sal e pimenta. Em uma panela muito quente sele todos os pedaços, deixando-os bem dourados. Esse processo deve ser feito aos poucos para não esfriar a gordura. Use a mesma panela do frango para dourar os legumes, cortados todos do mesmo tamanho, com exceção do tomate. Ao final, adicione o tomate e deixe que caramelize no fundo da panela. Adicione o caldo de frango e, em seguida, os pedaços de frango selados. Tampe com papel manteiga e deixe em fogo brando, sem levantar fervura, por 2 horas. Escorra e desfie os pedaços de frango, eliminando os ossos e pele. O caldo restante do cozimento deve ser reduzido a 1/3 do volume inicial. Adicione o caldo reduzido e o frango desfiado em uma panela. Regue com um pouco de azeite e corrija o tempero. Sirva com os nhoques quentes e o quiabo frito.
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FOTO: MILOSLAV DRUCKMULLER
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NEGRO
O dia é de céu aberto e sol forte. De repente, começa a escurecer e a temperatura cai drasticamente. Cachorros uivam assustados, pássaros se recolhem aos ninhos, flores se fecham. Em todas as direções, o horizonte é embebido num vermelho de crepúsculo. No alto, o Sol sumiu. Em seu lugar, há um disco negro. O céu está tão escuro que é possível ver astros invisíveis na claridade de um dia normal. Mas este não é, definitivamente, um dia normal. É um dia de eclipse total do Sol. Assistir a um eclipse total é uma experiência única. Ainda mais emocionante quando envolve uma viagem de glamour, belas paisagens e cultura. O próximo eclipse total do Sol ocorre em 13 de novembro de 2012, num cenário paradisíaco: o Pacífico Sul. Vale a pena abrir espaço na agenda.
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FOTOS: TOURISM AUTRALIA IMAGE GALLERY
WHITEHAVEN, A AREIA MAIS BRANCA DO MUNDO
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PORT DOUGLAS
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QUALIA
“N
inguém permanece o mesmo depois de observar um eclipse total do Sol”. A frase é unanimidade entre aqueles que já tiveram a oportunidade de ver o Sol negro. Quando a luminosidade do ambiente se altera e o céu azul aparece escuro, como uma abóbada, nos damos conta de quão pequenos somos, e quão soltos estamos no Cosmo. Não é de estranhar que os povos antigos tivessem tanto respeito pelos eclipses. Ainda hoje, conhecendo a mecânica do fenômeno, impossível não sentir um arrepio de surpresa e maravilhamento. Um eclipse total do Sol não é exatamente raro. O alinhamento perfeito da Lua e do Sol, lançando sombra sobre a Terra acontece, em média, uma vez a cada ano ou ano e meio. Rara é a oportunidade de assistir a um. É que a sombra da Lua percorre uma faixa estreita da superfície terrestre, muitas vezes no meio dos grandes oceanos ou próximo dos polos, regiões de difícil acesso. Daí, o frisson dos caçadores de eclipse quando um está para ocorrer em local fácil de chegar. Melhor ainda, quando o cenário ao redor é de paisagens paradisíacas, como as ilhas do Pacífico Sul e a costa nordeste da Austrália. É nesse cenário que ocorrerá o eclipse de novembro de 2012. PORT DOUGLAS Port Douglas está exatamente no centro da faixa do eclipse. Não bastasse esse privilégio, a cidade australiana é um paraíso tropical. Localizada no extremo
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norte do estado australiano de Queensland, a cerca de 70 quilômetros de Cairns, Port Douglas tem população fixa de menos de 2 mil habitantes. Mas o turismo dá a ela um clima cosmopolita, com restaurantes, hotéis, spas e resorts fantásticos. Port Douglas é um paraíso do windsurf e um dos pontos de partida para a Grande Barreira de Corais. Uma ótima opção de hospedagem em Port Douglas é o Sea Temple Resort & Spa. O hotel fica na praia mais conhecida de Port Douglas, a linda Four Mile Beach. Oferece chalés voltados para a praia, com piscinas e jardins privativos. O paisagismo é de arrasar. O centro das instalações é ocupado pela chamada lagoon (laguna) – uma piscina de águas absolutamente cristalinas, que varia no formato e na profundidade, ladeada por plantas tropicais. Durante o jantar, o restaurante é invadido pelo brilho dourado das chamas de tochas que são acesas em meio a essa piscina central. HAMILTON ISLAND A Ilha Hamilton está fora da faixa do eclipse total. Mas pode ser um ponto de partida para avançar pelo mar, em busca da sombra da Lua. A ilha, que abriga um aeroporto internacional, também fica à beira da Grande Barreira de Corais e oferece grande variedade de atividades de lazer e esportes náuticos, como mergulho, caiaque, catamarã e windsurf. A combinação de vegetação tropical, praias de areias e águas de um azul-esverdeado sem igual cria um clima de contato direto com a natureza, mas com elegância e sofisticação. Na ponta norte da Ilha Hamilton fica o Qualia Great Barrier Reef. Lá é possível escolher entre apartamentos de 90 metros quadrados, ou até uma casa completa, com piscina particular, cozinha, sala de estar e sala de jantar para até dez pessoas. O visitante tem direito a usar os equipamentos náuticos do hotel e a mordomias como traslado vip do aeroporto à marina do hotel. O resort oferece, ainda, uma série de pacotes de hospedagem, que incluem acesso ao campo de golfe, mergulho por entre os corais, tratamentos no spa ou um passeio de helicóptero a outras ilhas e praias paradisíacas da região. Uma delas, a Whitehaven tem o que é considerada a areia mais branca do mundo – daí o nome, “céu branco”.
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FOTOS: TOURISM AUTRALIA IMAGE GALLERY
GRANDE BARREIRA DE CORAIS Considerada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e uma das sete maravilhas do mundo natural, a Grande Barreira de Corais é o mais longo sistema de recifes do mundo e a maior estrutura do planeta constituída por organismos vivos. Com uma área de mais de 340 mil quilômetros quadrados e 2.600 quilômetros de comprimento, ao longo da costa oriental da Austrália, a Barreira é visível do espaço. Mas é de perto e debaixo d’água que se capta realmente a estonteante beleza do lugar. Por entre os corais e as plantas coloridas, nada uma infindável diversidade de peixes e crustáceos também de todas as formas e cores.
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PETRA NA JORDÂNIA (À ESQ.). MACHU PICCHU, NO PERU (ABAIXO)
FOTOS: TCS & STARQUEST EXPEDITIONS
aula para uma viagem de diversão? Não, apenas um rápido banho de ciência e cultura geral, que não rouba nada das horas de passeio e lazer.
EXCURSÕES ESPECIAIS Tudo bem, viajar em excursão pode ser aborrecido e limitado. Mas esta é uma das melhores maneiras de assistir a um eclipse total. Planejadas por agências de viagens voltadas para destinos de aventura e de interesse cultural, as excursões especiais para um eclipse são, no geral, promovidas por instituições culturais ou científicas e isso dá ao viajante total suporte para tirar o máximo proveito da experiência e, ao mesmo tempo, ganhar conhecimento. É comum que o staff inclua especialistas que introduzam o viajante pelo mundo da ciência e da cultura. No caso de eclipses, o guia é regularmente um astrônomo, que explica o fenômeno e orienta sobre como observá-lo. Algumas excursões têm outra vantagem: unem numa única viagem diversos destinos, muitas vezes definidos sobre o próprio tema da jornada. Parece muita
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POR AR Trazer de uma viagem mais do que a coleção de fotos na câmera digital vem ganhando tanta importância que até o Smithsonian Institution tem um setor especializado em promover excursões acompanhadas por especialistas. O grande instituto de pesquisa e educação, que reúne alguns dos mais importantes museus dos Estados Unidos, com sede em Washington, tem um setor encarregado de elaborar roteiros culturais e educacionais. Para o eclipse de novembro de 2012, o Smithsonian Journeys programou, com a TCS & Starquest Expeditions, não apenas a parada (obrigatória, é claro) na Austrália, mas uma volta completa ao mundo, num Boeing 757 privativo. O pacote prevê, ainda, estadia em hotéis luxuosos. Os viajantes passarão por onze locais considerados Patrimônio da Humanidade, pela Unesco – todos relacionados, de algum modo, a civilizações antigas e suas tradições astronômicas. É um banho de cultura. Só como aperitivo: fazem parte do roteiro cidades antigas maias na Guatemala, as ruínas incas de Machu Picchu, no Peru, as esculturas em pedra (moais) da Ilha da Páscoa, palácios na Índia e a cidade de Petra, na Jordânia. A ideia é que o viajante volte para casa com um painel sobre a influência que o céu sempre exerceu sobre as diferentes culturas, ao longo da história.
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POR MAR Outra boa maneira de assistir ao eclipse é a bordo de um navio. No mar, não se percebem as flores se fechando, nem os pássaros se recolhendo, é claro. Em compensação, o horizonte visível em 360 graus aumenta os efeitos do Sol negro. Se a viagem for num navio pequeno, de luxo e exclusivo, a experiência fica mais incrível ainda. A Travel Quest Tours, com sede na cidade de Prescott, Arizona, está promovendo duas excursões marítimas, que incluem a visita a dois dos lugares mais pitorescos do planeta: Papua-Nova Guiné, a bordo do navio Orion, e Fiji, a bordo do Paul Gauguin. Papua-Nova Guiné, a nordeste da Austrália, é um tesouro da diversidade cultural escondido na Oceania. Fora dos tradicionais circuitos turísticos, o estado independente, ocupa parte da Ilha de Nova Guiné e mais uma infinidade de ilhotas ao longo da costa. A população, de 7 milhões de habitantes, reúne mais de 800 diferentes grupos étnicos, cada um com seus costumes próprios. Esse pequeno território concentra o maior número de idiomas do mundo: mais de 820 – nada menos que 12% do total das línguas faladas no planeta. Entrar em contato com esse mundo exótico é o maior luxo desta viagem. O Orion está mais para
a categoria de superiate do que de navio de cruzeiro. Com apenas 100 metros de comprimento, comporta no máximo 100 pessoas, todas com tratamento VIP. Fiji é uma pequena nação insular: seu território, a nordeste da Nova Zelândia, ocupa um arquipélago com mais de 330 ilhas, das quais apenas 100 são habitadas, e uma infinidade de ilhotas de formação vulcânica. As águas claras e rasas fazem do local um paraíso para mergulhar e apreciar a flora e a fauna dos corais. O Paul Gauguin é um barco especialmente desenhado para atravessar as águas rasas da Polinésia. Por isso, pode chegar muito perto das ilhas. Com capacidade para apenas 320 pessoas, reúne aconchego a um tratamento cinco estrelas.
JÓIAS DE LUZ E SOMBRA
O DISCO SOLAR É RECORTADO PELA LUA, QUE COMEÇA A SE ALINHAR
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ALGUNS SEGUNDOS ANTES DE SER COMPLETAMENTE BARRADA PELA LUA, A LUZ DO SOL LANÇA UM ÚLTIMO INTENSO BRILHO. O CHAMADO ANEL DE DIAMANTE VOLTA A OCORRER NO FINAL DA TOTALIDADE
UM POUCO ANTES DA FASE DE TOTALIDADE – E NO FINAL DELA –, APARECEM AS CHAMADAS PÉROLAS DE BAILEY: A LUZ SOLAR –PASSA PELOS VALES E É BLOQUEADA PELAS MONTANHAS DA LUA
NA FASE DE TOTALIDADE, O QUE SE VÊ DO SOL É A COROA SOLAR – A ATMOSFERA DE GASES EXTREMAMENTE QUENTES E IONIZADOS
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A BORDO DO ORION OU DO PAUL GAUGUIN (ABAIXO)
DO LADO DE FORA, AS BELEZAS DO MAR DE CORAIS. DENTRO, O CONFORTO E O LUXO DA CULINÁRIA
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AEROPORTOS
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uando se trata de aeroportos, as preferências são algo muito pessoal. Há os que adoram passar um tempo percorrendo longos corredores e explorando as lojas antes do embarque ou do desembarque. Para outros, é mais importante entrar e embarcar, desembarcar e sair rapidamente. Seja qual for o perfil do freguês, os aeroportos internacionais são avaliados por algumas organizações, conforme critérios diferentes – os que têm maior movimento e os que mostram maior eficiência no transporte de cargas, por exemplo. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulga informações deste tipo, com o objetivo de incentivar os prestadores de serviços aéreos a melhorar o desempenho. Mas para quem viaja a negócios ou a turismo, quem utiliza aeroportos com frequência e gosta de ser bem tratado, não são exatamente esses os quesitos que mais importam. A Companhia de Viagem indica nas páginas a seguir os dez melhores aeroportos do mundo. No nosso ranking, contam, não apenas a eficiência, mas a beleza arquitetônica, o conforto e as facilidades.
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Fotos: Dilvulgação
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BANGCOC, TAILÂNDIA
O ponto alto do Novo Aeroporto Internacional de Bangcoc é a arquitetura. O projeto é de Helmut Jahn, arquiteto americano de origem germânica, responsável pela construção de alguns dos prédios mais modernos do mundo, como o Sony Center, um complexo de lojas, restaurantes, cinemas, teatros e hotéis de luxo em Berlim. Em Bangcoc, Jahn não deixou por menos. O aeroporto tem a mais alta torre de controle e
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um imenso terminal principal, de mais de 560 mil metros quadrados – tudo com glamour e contemporaneidade, mas sem perder a identidade cultural tailandesa. De tanto em tanto, o visitante topa no saguão com alguma escultura típica da região. É praticamente impossível pronunciar o nome do Aeroporto de Bangcoc: Suvarnabhumi. Mas pode chamá-lo de Reino Dourado. www.suvarnabhumiairport.com
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KUALA LUMPUR, MALÁSIA O Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, na Malásia, é um dos maiores do Sudeste Asiático. É movimentadíssimo – recebe cerca de 20 milhões de passageiros ao ano –, mas está preparado para receber até 35 milhões. Ou seja, ninguém se atropela ou perde tempo em longas filas. O aeroporto integra o chamado Supercorredor Multimídia, que concentra empresas e indústrias de alta tecnologia. Por dentro, o prédio principal, cujo
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projeto seguiu o conceito de colocar o aeroporto na floresta e a floresta no aeroporto, integra modernidade com natureza. A vegetação típica dos trópicos foi transplantada para jardins internos, que apresentam, até, quedas d'água. Enquanto aguarda o horário de embarque, o passageiro pode se submeter a tratamentos e seções de relaxamento com técnicas orientais. É o paraíso na Terra. www.klia.com.my
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AUCKLAND, NOVA ZELÂNDIA
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Maior da Nova Zelândia, o Aeroporto Internacional de Auckland merece destaque, principalmente pela simpatia e atenção das 12 mil pessoas que prestam serviço aos usuários. Praticidade e eficiência também somam pontos. O deslocamento entre os terminais internacional e doméstico pode ser feito por um serviço de traslado gratuito. Se preferir ir a pé, a sinalização detalhada garante a direção correta numa rota que não toma mais do que 10 minutos de caminhada. Seguindo o espírito aventureiro que marca o clima na Nova Zelândia, o aeroporto oferece uma área de estacionamento de trailers – só para o caso do viajante que queira se aventurar pelas estradas de paisagens magníficas, entre um voo e outro. www.aucklandairport.co.nz
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BARCELONA, ESPANHA O aeroporto é antigo, mas sofreu grandes reformas e expansões a partir de 1992, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Barcelona. O projeto da reforma ficou a cargo do arquiteto e urbanista catalão Ricardo Bofill. Ele é o responsável, entre outras obras, pelas adegas construídas em 1986 no Château Lafite Rotschild, produtora de alguns dos mais caros e refinados vinhos do mundo. O orgulho catalão aparece em cada canto do aeroporto, como nas fachadas com murais do também catalão Miró. O aeroporto brinda os usuários, ainda, com a preciosa culinária regional. Dentre os 30 pontos de alimentação, brilha o restaurante Porta Gaig, chefiado por Carles Gaig, chef premiado com uma estrela no Guia Michelin. Num amplo salão envidraçado, o passageiro em trânsito tem a oportunidade de saborear clássicos da cozinha catalã, mesmo numa refeição leve e rápida. www.aena.es
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BEIJING, CHINA Como tudo na China, o Aeroporto Internacional de Beijing, é um planeta em si. A arquitetura é estonteante. Espaços extremamente modernos intercalam-se a outros, tradicionais, com restaurantes instalados em construções de madeira à moda antiga, lagos com peixes, detalhes inusitados. Mas o grande diferencial deste aeroporto são as atividades culturais. A qualquer momento o ambiente pode se encher do som de uma apresentação de música ou canto, ou uma área de saguão pode ser ocupada por performances de mágicos e dançarinos. Viajantes que se dispuserem a esperar o embarque tomando uma aula de taichi não têm dificuldade em encontrar um professor bem disposto, num recanto sossegado. É possível, ainda, passar o tempo num dos quiosques que oferecem entretenimento digital: acesso wireless à internet, videogames e serviços de impressão de fotos digitais – tudo sem custo. http://en.bcia.com.cn
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Fotos: Age Fotostock / Easypix Brasil
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AMSTERDÃ, HOLANDA
O Aeroporto de Amsterdã dista nove quilômetros da capital da inebriante Holanda. Aqui a tecnologia está de mãos dadas com a mais alta cultura holandesa. A tecnologia está na praticidade dos embarques e desembarques. Os passageiros que usam o aeroporto Schiphol podem optar por um serviço que os desembaraça rapidamente de qualquer burocracia nos balcões: a identificação por scanners que fazem o reconhecimento pela iris. Sobra, assim, tempo para desfrutar das facilidades do aeroporto – o que é ideal, já que a
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enorme área de compras do aeroporto traz as melhores grifes do planeta. O Schiphol abriga, ainda, um museu de arte. Anexo à instalação, no Holland Boulevard, fica o Rijksmuseum Schiphol, que expõe obras de grandes mestres da pintura holandesa – como Rembrandt, Van Gogh e os irmãos Brueghel. A tônica das mostras é o modo de vida na Holanda. O mesmo bulevar abriga, ainda, uma biblioteca com 1200 livros em 29 idiomas. Podem-se, ali, ainda, baixar e-books e músicas para aparelhos MP3. www.schiphol.nl
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FRANKFURT, ALEMANHA
Tudo é grandioso no terceiro mais movimentado aeroporto da Europa. Trabalham ali mais de 70 mil funcionários. A cada ano, 52 milhões de passageiros passam pelos três terminais, em que operam 500 companhias aéreas. Às três pistas de pouso e decolagem já em operação deve-se somar uma mais, a entrar em operação ainda antes de 2012. Recentemente, o aeroporto construiu hangares
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especiais para manutenção do Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo. A área de compras e alimentação não fica atrás em tamanho. São mais de 220 lojas, bares e restaurantes. É em Frankfurt que fica a sede da Lufthansa. A companhia alemã mantém ali um terminal especial para passageiros da primeira classe. Com a assistência de 200 funcionários, o passageiro passa pelos procedimentos de segurança e alfândega com privacidade, tem atendimento personalizado na imigração, pode almoçar num restaurante cinco estrelas e até tomar um banho de bolhas. Mas luxo mesmo é o embarque: os poucos metros até o avião são percorridos a bordo de um Mercedez-Benz S-Class ou um Porsche Panamera. www.frankfurt-airport.com
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SEUL, COREIA DO SUL O Aeroporto Internacional de Incheon, em Seul, Coreia do Sul, é um dos maiores e mais movimentados do mundo. Novo – entrou em funcionamento em 2001–, complementa as operações do Aeroporto Internacional de Gimbo. Instalado numa ilha, o Incheon é acessado do continente por uma via expressa e uma ponte suspensa de mais de quatro quilômetros de extensão. A mesma via interliga os dois aeroportos, facilitando as conexões entre voos domésticos e internacionais. A pérola aeroportuária sulcoreana não faz bonito apenas nas facilidades de locomoção. O Incheon tem características únicas. Quem, por exemplo, poderia imaginar um aeroporto com um campo de golfe e um cassino? Pois o Incheon tem. Há outros pequenos mimos, que fazem toda a diferença aos passageiros em trânsito: sauna, spa, dormitórios privativos, serviço de limusine 24 horas por dia e uma série de pequenos jardins internos, cada um deles planejado com um tipo de vegetação e um desenho particular – cactos, flores, pinheiros, fontes de água... www.airport.kr/eng
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CINGAPURA No final do ano de 2010, o Aeroporto Changi, em Cingapura, servia 96 companhias aéreas, voando para cerca de 200 cidades em cerca de 60 países. No decorrer do ano, 43 milhões de viajantes passaram por ali. Para atendê-los, além da excelência dos serviços rotineiros, o aeroporto oferece uma vasta gama inigualável de opções de lazer. São 40 mil metros quadrados de área ocupados por boutiques e joalherias das marcas mais exclusivas, além de restaurantes das mais diversas especialidades culinárias. Caminhar por um dos deslumbrantes jardins, repousar em cadeiras cujo design foi premiado pelo conforto, praticar musculação ou natação, entregar-se a mãos cuidadosas em tratamentos de beleza – nada é impossível. E, se tiver de esperar mais de cinco horas pela conexão, o passageiro é convidado a fazer um city tour de duas horas por Cingapura, uma das cidades mais modernas e bonitas do mundo – pura cortesia do aeroporto. www. changiairport.com
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HONG KONG
O Aeroporto Internacional de Hong Kong é sensacional. A instalação, inaugurada em 1998, foi construída a partir de uma pequena ilha, Chek Lap Kok, ampliada para receber o projeto concebido pelo arquiteto inglês Norman Foster, conhecido mundialmente pelo seu estilo ousado e por sua preocupação com o ambiente. Tem acesso rápido e fácil ao centro de Hong Kong. Seu ambiente é luminoso e arejado, e há excelentes opções para compras em instalações agradáveis. O aeroporto ganhou o prêmio de melhor aeroporto para jantar, pois seus restaurantes e bares requintados servem bem a todos os gostos. Para depois da refeição, uma boa ideia é pegar uma sessãozinha no cinema em 4D. A sala de projeção, com 360 lugares, tem o que é considerada a maior tela para projeção de filmes desse tipo em toda a Ásia. Para
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quem não sabe, filmes em 4D aliam às imagens tridimensionais outros efeitos especiais, que mexem com os demais sentidos, como vento, bolhas de sabão, fogo, luzes e aromas – tudo para dar à assistência a sensação mais realista possível de vivenciar experiências únicas, como passear pelo espaço sideral ou mergulhar no mundo dos contos de fada. www.hongkongairport.com
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NAS ASAS DO BRASIL
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ntre os nove países da América do Sul, o Brasil é o que tem o maior número de aeroportos internacionais, com movimento permanente de aviões para todas as partes do planeta. Mas os aeroportos brasileiros ainda precisam avançar muito para chegar perto das instalações cinco estrelas que estão no top de qualquer ranking. Ainda mais, levando-se em conta a proximidade de eventos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, que trouxe à pauta a questão das condições em que operam as companhias aéreas e a qualidade dos serviços prestados aos passageiros. A seguir, uma lista de órgãos no Brasil a quem o passageiro pode recorrer para informações, orientações e reclamações. Infraero – Empresa pública responsável pela administração da infraestrutura de 67 dos principais aeroportos brasileiros. Tem um serviço de ouvidoria, que recebe reclamações e sugestões pelo telefone 0800 727 1234 e no site www.infraero.gov.br, que também traz links para os sites das companhias aéreas brasileiras. Anac – A Agência Nacional de Aviação Civil é a reguladora do setor, responsável pela fiscalização do cumprimento da legislação de aviação pelas companhias aéreas e administradores aeroportuários. O site www.anac.gov.br traz link
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para o serviço de ouvidoria e para contatos, na aba Fale Conosco. Polícia Federal – Órgão responsável pelo controle de imigração e emigração, e pela segurança em áreas restritas dos aeroportos. Site: www.dpf.gov.br Ministério da Defesa – Responsável pela política para aviação civil e pela coordenação dos órgãos do setor. Contato: "Fale Conosco" no site www.defesa.gov.br Anvisa – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária fornece informações aos viajantes sobre vacinação, profilaxia, saúde no mundo e exigências sanitárias. Site: www.anvisa.gov.br/viajante AIS – O Serviço de Informação da Aeronáutica é um site criado pelo Ministério da Aeronáutica para atender necessidades de pilotos, mas que também traz informações interessantes para viajantes. Entre outras coisas, mapas de rotas aéreas e link para um serviço de meteorologia. Site: www.aisweb.aer.mil.br Iata – A Associação Internacional de Transporte Aéreo representa todos os segmentos do setor de transporte aéreo internacional e tem escritório no Brasil. Atende ao público em geral, a representantes do governo, agentes de viagem e de carga e fornecedores de equipamentos e sistemas. Seu objetivo é garantir profissionalismo e boa qualidade na prestação de serviços. Exemplo: promover serviços aéreos confiáveis e seguros. Site: www.iata.org.br
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Foto: Divulgação
BLACK FALCON Desde 2007 A Falcon Motorcycle projeta máquinas velozes e fortes, que são mais do que meio de transporte. Elas tem algo de obra de arte. São feitas artesanalmente, apenas uma por ano. A Black Falcon é inspirada na lendária Vincent Black Shadow, de 1952, que à época recebeu o título de motocicleta mais rápida do mundo. Todas as peças foram reprojetadas para que a nova Black Falcon, com 1000 cilindradas, obtivesse melhor performance. O sistema de freios frontais dobra a capacidade de frenagem. Os garfos são curtos, leves, perfeitamente alinhados. O guidão pode ser ajustado em seis diferentes posições. E há dois tanques – um maior, para estrada, e outro, mais leve, para corridas. Em suma, a Black Falcon é completamente apaixonante. Preço: US$ 100.000. www.falconmotorcycles.com
LUXO SOBRE DUAS RODAS
Motocicletas exclusivas e poderosas
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Foto: Newscomuk
MV AGUSTA – F4 RR Esta máquina carrega materiais de alta tecnologia, suspensão ultra-sofisticada e um novo motor de quatro cilindros com válvulas de titânio e 1000 cilindradas. Um acelerador eletrônico comanda o sistema de dutos de ar variáveis. A eletrônica ainda aparece no controle de tração, com comando no punho, e dois mapas de gerenciamento do motor. O quadro e o monobraço traseiro têm várias possibilidades de regulagem, desde a suspensão, até o ângulo e o ponto de fixação da coluna de direção. É sob medida para os que gostam de aventura e fortes emoções, além de beleza e requinte. Sim, porque o som da máquina em funcionamento é inconfundível e seu design é único. Preço: US$ 85.000. www.mvagusta.com
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Foto: Divulgação BMW
BMW R 1200 R CLASSIC Observada à distância, a nova motocicleta clássica da BMW mostra um desenho atualizado, anguloso, com cromados e rodas raiadas que trazem uma refinada nostalgia dos anos 1950 e 1960. Por dentro, a máquina é moderníssima. Tem motor com duplo comando nos cabeçotes e quatro válvulas por cilindro – o que lhe dá potência de 110 cavalos. A suspensão é eletrônica, o sistema de controle de estabilidade é automático (ASC), e os freios são ABS. A estrutura do quadro, em tubos de aço, é integrada ao motor, o que se traduz em resistência e rigidez. Abastecida, a moto pesa 223 quilos. Garante conforto, segurança, e boa dinâmica para diversão do piloto – que ainda pode escolher um leque de acessórios opcionais para sentir-se sobre uma moto realmente exclusiva. Preço sob consulta. www.bmw.com.
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Fotos: Divulgação Ecosse
ECOSSE TITANIUM SERIES RR Exclusividade é a marca da Ecosse Moto Works, que desde 2001 só produz edições limitadas de suas supermáquinas. A Titanium Series RR é uma escultura motorizada. O chassi, todo em titânio pintado a mão, é mais resistente e dez vezes mais leve do que um de aço. As nove peças que compõem o corpo da moto também são construídas em fibra de carbono e pintadas na cor da Ecosse: laranja. Ao combinar produção artesanal, tecnologia e inovação, a Ecosse criou uma máquina leve, com o motor de 2100 cilindradas, freios e suspensão de primeira linha, que garantem a segurança. A produção é limitada a dez unidades – não mais. Preço: US$ 250.000. www.ecossemoto.com
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Fotos: Divulgação
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Praias agitadas em Alagoas? Montanhas e glaciares da Patagônia vistos apenas da amurada de um navio? Caribe ao som de maracas? Esqueça esses estereótipos. A revista Companhia de Viagem descobriu três hotéis que oferecem a oportunidade de entrar em contato com aspectos inusitados desses três destinos – tudo com muita classe e conforto.
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NO AZUL DO
CARIBE Exclusividade, privacidade e integração com a natureza é o que oferece o Little Dix Bay Resort
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NO LITTLE DIX BAY, LUXO E PRIVACIDADE
AURIGA SPA
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que esperar de um resort criado por um dos membros da milionária família Rockefeller? Simplesmente tudo – conforto, elegância e serviço de primeira. É o que se encontra no Rosewood Little Dix Bay. O resort foi fundado em 1964 por Laurence Rockefeller, que há mais de cinquenta anos era um dos pioneiros norte-americanos na preservação do meio ambiente. Reformadas em 2006, as instalações ganharam modernidade sem dispensar sua principal característica, herança de seu fundador: continua sendo um refúgio acolhedor em harmonia com a natureza do entorno. E que natureza! O Little Dix Bay fica numa enseada de Virgem Gorda, uma das Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. A pouco mais de 140 quilômetros do litoral de Porto Rico, a ilha tem
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como moldura o fascinante azul transparente das águas caribenhas. Mas isso é só o começo. PARA TODOS OS SENTIDOS O Little Dix Bay é uma festival de beleza e luxo que embebe todos os sentidos. Seja suíte ou apartamento, seja casa ou chalé, cada uma das 100 acomodações é envolvida pela luxuriante vegetação nativa – o que garante, além do clima fresco e repousante, privacidade total. Os chalés e as casas têm vista panorâmica para a baía de águas límpidas e as ilhas próximas. Nelas, o hóspede conta com instalações completas, incluindo cozinha equipada, além de piscina e terraço privativos. Tudo com a mordomia oferecida por funcionários com muitos anos de casa – uma dedicação que aconchega a alma de qualquer um. Entrar no spa Sense pela primeira vez é experiência de tirar o fôlego. A construção, no topo de uma falésia, tem vista de 360 graus para o mar. Em nove chalés, um deles reservado para casais o hóspede recebe o que existe de mais avançado em termos de terapias e tratamentos de beleza e de saúde. Por fim, o paladar: as quatro opções de restaurantes e bares do resort oferecem o que há de melhor, tanto em pratos simples, com ingredientes da cozinha local, quanto em jantares de gala. Afora as diversas opções de piquenique e churrasco gourmet em praias fora do resort. Para saber mais: www.rosewoodhotels.com
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REMOTO E SELVAGEM. MAS SEM PERDER A CLASSE O Hotel Salto Chico é a porta de entrada para uma das regiões mais fascinantes do mundo – a Patagônia chilena
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Patagônia chilena é um dos lugares mais silenciosos do mundo. O som mais comum nas remotas terras frias do extremo sul das Américas é o assovio do vento, cortado, vez ou outra, pelo grito de uma ave de rapina. A região, que já foi considerada o fim do mundo pelos navegadores do século XV, é dominada por imponentes picos rochosos de até 3 mil metros de altura, bosques e estepes típicos da
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zona subantártica, rios e lagos de águas cristalinas e geleiras impressionantes. Em meio a esse ambiente selvagem brilham as Torres del Paine – três picos de um braço da Cordilheira dos Andes. E é bem aí, perto das Torres, que se encontra o Hotel Salto Chico. A PÉ OU A CAVALO Passar uma temporada no Salto Chico é para quem aprecia destinos remotos, pouco tradicionais, mas, ao mesmo tempo, não dispensa conforto e segurança. Único hotel existente no Parque Nacional de Torres del Paine, o Salto Chico é a base
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LINHAS SÓBRIAS E INTERIOR CLEAN, MAS MUITO CALOR E CONFORTO NO SALTO CHICO
de apoio das expedições oferecidas pela agência chilena Explora. Especializada em viagens culturais e de aventura, a agência promete levar o viajante a um mergulho de corpo e alma na natureza da região – com a tranquilidade de dispor de um ponto de apoio requintado. Os programas – que podem durar de quatro a oito noites, dependendo da época do ano – começam com uma viagem a partir de Punta Arenas. São pouco mais de quatro horas de automóvel, por um trajeto em que a Patagônia já dá uma amostra de suas maravilhas. Os dias de hospedagem são destinados a caminhadas e cavalgadas por paisagens into-
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cadas, que guardam até hoje as características de sua lenta transformação em milhões e milhões de anos. Os passeios são feitos em grupos pequenos, sempre acompanhados de guias bilíngues, com grande experiência profissional. LUXO NO ESSENCIAL De volta da caminhada ou da cavalgada, o visitante encontra no Salto Chico o luxo no essencial, tanto para o corpo quanto para a alma: o calor da acolhida e as instalações que, trazem todo o conforto. O prédio, de arquitetura orgânica, que se confunde com o ambiente selvagem ao redor, abriga 50 apartamentos. Esqueça a suntuosidade de hotéis europeus ou a extravagância de resorts em ilhas isoladas. O luxo, aqui, está no conforto simples e nas janelas: a esplendorosa vista das montanhas. Luxo no essencial significa, também, não perder o contato com o restante do mundo, por mais afastado que se esteja dele. O hotel oferece computadores interligados à internet e ambientes wifi. Significa, ainda, contar com um recanto aquecido para relaxar. A Casa de Baños del Ona, a 100 metros do prédio principal, oferece piscina aquecida, sauna e vários tipos de massagem energizantes e terapêuticas. Para saber mais: www.explora.com
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Numa das praias alagoanas mais bem preservadas, o Kenoa Exclusive Beach Spa & Resort integra o hóspede ao que há de melhor em beleza natural no Brasil
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Fotos: Rogério Maranhão
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destino é um dos mais valorizados do país: as praias douradas de águas azuis da região da capital alagoana, Maceió. Junte-se a isso uma arquitetura e um design de interiores que privilegia formas primitivas com arte contemporânea e remete às relações mais íntimas do homem com a natureza. Tem-se aí um santuário dedicado ao bem-estar e ao lazer. Assim é o Kenoa Exclusive Beach Spa & Resort, em Barra de São Miguel.
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RAÍZES DO BRASIL Abrir os olhos de manhã, e espreguiçar-se tendo como primeira visão o mar, aos pés da cama. Virar-se para o lado e deliciar-se com formas simples mas inusitadas e texturas que surpreendem e, ao mesmo tempo, aconchegam. Depois, sair do quarto diretamente para uma piscina privativa, de borda infinita, que parece perfeitamente integrada ao mar azul defronte. Sonho? Não, pura realidade. É assim que se acorda numa das 23 suítes exclusivas do Kenoa. Com área entre 45 e 200 metros quadrados, todas as acomodações trazem, explícita, a proposta de valorizar aspectos culturais de raízes brasileiras. A começar pelo nome das suítes e vilas, todos inspirados na cultura indígena: Apoena (aquele
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ARQUITETURA ARROJADA E GASTRONOMIA SOFISTICADA NO KENOA
que enxerga longe), Marajó (vindo do mar), Araxá (lugar alto) e Jaobi (terra solta). As referências às raízes brasileiras seguem pelas texturas de reboco rústico africano nas paredes, e pelo telhado de piaçava, que reveste todas as dependências. EQUILÍBRIO POR DENTRO O Kenoa não oferece apenas belezas arquitetônicas e naturais. O resort é organizado com a finalidade de promover o estar-à-vontade. O Kaano
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Lounge, erguido sobre um terraço com vista panorâmica, é um ambiente aconchegante e informal, com música ambiente suave. É um convite ao relaxamento no início da noite, antes do jantar no restaurante comandado pelo chef César Santos, de renome internacional. O equilíbrio interno de cada hóspede faz parte, também, dos serviços do Kenoa. Num ambiente que segue as linhas simples e atuais do resort, o spa oferece tratamentos de saúde e beleza, com a sinergia de aromas, texturas, cores e sons que mexem com os cinco sentidos. Para saber mais: www.kenoaresort.com
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PARA VIAJAR TRANQUILO Ruy Reis Vasconcellos Filho, presidente da Brasil Assistência S.A., explica a importância do seguro-viagem
Qual a importância da contratação de um seguro-viagem? No exterior, a cultura, o idioma e os costumes diferentes tornam-se um obstáculo no caso de uma emergência. Uma simples gripe pode se transformar num grande problema. O seguro-viagem dá cobertura e oferece serviços de assistência emergencial 24 horas por dia. Auxilia no extravio de bagagem, cobre gastos de alimentação e hospedagem no caso de cancelamento de voo e, em uma eventualidade jurídica, o seguro assume as custas de defesa do usuário. Qual a diferença entre as coberturas de seguro e de assistência viagem? Todos os planos existentes no mercado contêm ambas as coberturas, de seguro e de assistência emergencial. Pelas coberturas de seguro – por exemplo, para extravio de bagagem –, o usuário simplesmente recebe uma indenização quando volta ao país de origem. Já pelas coberturas de assistência, o viajante conta com uma central de atendimento que o socorre no que ele precisar, na hora, sem desembolsar nada. Existe alguma obrigatoriedade de contratação do seguro-viagem? Alguns países – como os da União Europeia e Cuba – exigem a contratação de um plano de assistência emergencial. Os países da União Europeia, por exemplo, pedem a cobertura de despesas médicas por acidente ou doença (30 mil euros, no mínimo) e de repatriação sanitária ou funerária. No caso de viagens de intercâmbio, as escolas também costumam exigir o seguro, em qualquer país de destino. O seguro oferecido pelos cartões de crédito não substituem a contratação de um produto específico? Não. Os serviços oferecidos pelos cartões de crédito têm abrangência menor de cobertura e são mais genéricos. Já um plano específico para viagem prevê toda e qualquer emergência que o passageiro possa ter, de acordo com o perfil da viagem e do próprio contratante. Como a cobertura pode mudar segundo o perfil da viagem e do viajante? Não apenas a cobertura, como também as tarifas do plano variam com o local visitado e o tipo de viagem que se vai fazer. Por exemplo, uma viagem para a América Latina exige menores coberturas do que uma viagem para a Europa, uma vez que o custo médio para prestação de serviço é diferente de destino para destino. Outro exemplo: um plano para viagem a negócios cobre até a passagem de uma segunda pessoa, que porventura tenha de embarcar para aquele destino, porque o segurado não pôde seguir viagem. Para o viajante que vai praticar algum esporte que ofereça risco, como paraquedismo ou kart, existe um plano específico que cobre acidentes dessa natureza. As coberturas variam de 7 mil a 100 mil dólares, por exemplo, para assistência médica. E de 21 mil a 100 mil para morte acidental. É o viajante quem define a composição de seu plano. Quais os principais cuidados que o viajante deve ter ao contratar um seguro-viagem? Verificar as exigências dos países de destino e as condições gerais do plano – com especial atenção às cláusulas que citam as exclusões. É aconselhável, também, verificar a solidez das empresas que estão por trás do produto e a capacidade da seguradora de prestar serviços em qualquer lugar do mundo.
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FÓRUM DE COMANDATUBA
Em Comandatuba, dois encontros reúnem autoridades do governo e alta esfera do empresariado na discussão dos maiores problemas do país
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or dez anos um grupo de mais de 300 CEOs e presidentes das maiores companhias nacionais e transnacionais instaladas no Brasil reservam espaço na agenda para um retiro na Ilha de Comandatuba, Bahia. Foi assim em abril deste ano, também. A alta roda do empresariado brasileiro, que representa nada menos que 46% do PIB privado do país, passou quatro dias no Hotel Transamérica de Comandatuba, no 10º Fórum Empresarial de Comandatuba, organizado pelo Grupo Doria. Em paralelo, no mesmo local, governadores e outros representantes dos poderes executivo e legislativo participaram do 4º Fórum de Governadores, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Dentre os participantes, nomes de peso no cenário econômico e político nacional, como o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro do Esporte Orlando Silva, além de líderes das bancadas na Câmara e no Senado. O cenário do litoral sul baiano – de uma beleza natural estonteante – e o luxo do Transamérica convidavam ao lazer e ao prazer. Mas a pauta dos dois encontros não tinha nada de férias. Ao contrário, refletia o compromisso do grupo com o desenvolvimento do Brasil: reforma tributária, educação, os desafios da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e estrutura aeroportuária. EMPACOTAR OS “MONSTRINHOS” A necessidade urgente de uma reforma tributária foi o tema da palestra do economista Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente. Castro mostrou que o modelo tributário atual é uma verdadeira “favela tributária, com diversos puxadinhos”.
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Para ele, a solução passa pela mudança desse modelo e pela simplificação da estrutura tributária, “empacotando os monstrinhos” – ou seja, distribuir os tributos atuais em quatro grandes grupos, segundo a finalidade e a esfera de cada um. “Sem essa reorganização, o Brasil não conseguirá sustentar um ritmo satisfatório de crescimento econômico”, disse o economista.
JUNTAR POLÍTICOS E GOVERNANTES NUM ÚNICO EVENTO PARA DISCUTIR ASSUNTOS DE INTERESSE DO EMPRESARIADO E, CLARO, DE TODA A POPULAÇÃO DO PAÍS É UM FEITO MUITO IMPORTANTE.
NADIR MORENO, CEO DA UPS BRASIL
OS DESAFIOS DO ESPORTE A proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 foi tema da palestra do ministro do Esporte, Orlando Silva. Segundo ele, a Copa deve consumir 23 bilhões de reais em obras de infraestrutura civil, mais 10 bilhões em serviços. Durante o evento, deverão ser injetados na economia brasileira 9,4 bilhões de reais, o governo arrecadará 16 bilhões em tributos e o consumo crescerá em 5 bilhões. Além
PASSOU DA HORA DE ACABARMOS COM A CUMULATIVIDADE DE IMPOSTOS, SEM AUMENTAR A CARGA TRIBUTÁRIA.
GEORGE GERDAU JOHANNPETER, PRESIDENTE DO GRUPO GERDAU
NOSSA ESTRUTURA É UMA VERDADEIRA FAVELA TRIBUTÁRIA, CHEIA DE PUXADINHOS. NENHUM PAÍS VAI PARA FRENTE NESSAS CONDIÇÕES.
PAULO RABELLO DE CASTRO, COORDENADOR DO MOVIMENTO BRASIL EFICIENTE
NOSSO MODELO É CENTRALIZADO. É PRECISO REVERTER ISSO.
GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO
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158 COMPANHIA DE NEGÓCIOS disso, serão gerados 332 mil empregos permanentes. Mas, para que tudo isso se concretize, é necessário que todos façam a lição de casa. Silva comentou as pendências na construção e reforma de alguns estádios, como o da cidade de São Paulo, mas disse estar confiante no cumprimento dos prazos. AEROPORTOS Como não podia deixar de ser, administração aeroportuária do país fez parte dos assuntos abordados no debate sobre a Copa e os Jogos Olímpicos. O presidente da Lide, João Doria Júnior, lembrou do atraso nas obras de nove aeroportos que devem estar prepara-
dos para o grande fluxo de passageiros por ocasião desses eventos. Para ele, a solução é passar para o setor privado o setor aeroviário brasileiro. PRIORIDADE NA EDUCAÇÃO “Temos uma enorme dívida educacional e precisaremos investir nos próximos anos mais do que os países desenvolvidos”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, em sua exposição para empresários e representantes dos poderes públicos. O diagnóstico de Haddad é dramático: investimos pouco em educação no século XX – algo em torno de 2% do PIB apenas. Hoje, o investimento é de 5% do PIB, mas precisamos atingir os 7% para alcançar os níveis dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O remédio, para o ministro, passa, entre outras coisas, pela valorização da carreira de professor e pela ênfase na boa formação de docentes.
JOÃO DORIA JÚNIOR E HEBE CAMARGO
TENHO CONFIANÇA DE QUE FAREMOS EM 2014 UM GRANDE MUNDIAL DA FIFA.
ORLANDO SILVA, MINISTRO DO ESPORTE
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PRECISAMOS RECONHECER QUE A EDUCAÇÃO NÃO FOI PRIORIDADE NO SÉCULO PASSADO.
FERNANDO HADDAD, MINISTRO DA EDUCAÇÃO
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FÓRUM DE MANAUS Pela segunda vez, empresários, políticos e ambientalistas de renome internacional reuniram-se na capital do Amazonas para discutir temas da economia sustentável
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anaus, capital do Amazonas, é uma cidade quente, muito quente. E a temperatura subiu mais ainda no final de março, no Hotel Tropical, com o 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade. Organizado pela Seminars, empresa especializada em seminários de negócios, e promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o encontro teve entre seus 800 participantes gente de peso na discussão de questões ambientais, como o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e o cineasta James Cameron – todos eles com voz de líderes nos debates ambientais, de repercussão internacional.
Foto: Uehara Fotografia
RICHARD BRANSON COM BANDEIRA DO BRASIL
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BRASIL, LÍDER EM ENERGIA Fundador da William J. Clinton Foundation, o ex-presidente Bill Clinton disse acreditar que o Brasil tem tudo para assumir a liderança global em temas ambientais – particularmente na questão energética. “Vocês produzem mais etanol do que ninguém, exceto os Estados Unidos – mas o de vocês é mais eficiente”, disse ele, em palestra, defendendo a entrada do etanol brasileiro no mercado norte-americano. Clinton citou, também, a matriz energética brasileira: “cerca de 90% da eletricidade de vocês vem de fontes renováveis. Nenhum país do tamanho do Brasil chega perto disso.”
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ABAIXO O DISCURSO DO MEDO O ex-governador da Califórnia salientou a importância de conciliar desenvolvimento com a defesa do meio ambiente. “Precisamos de uma abordagem mais dinâmica, com foco nos negócios e no crescimento econômico”, disse. Para ele, os discursos ambientalistas que se baseiam no medo não funcionam. “Poucos têm consciência do que significa sustentabilidade e de que forma essas questões impactam a vida de cada um.” É bem sabido como grandes eventos, como Jogos Olímpicos e Copas do Mun-
TUDO O QUE O BRASIL FIZER NA ÁREA AMBIENTAL SERÁ LINHA MESTRA PARA OUTROS PAÍSES.
JAMES CAMERON, CINEASTA
NÓS PODEMOS CONSTRUIR A ECONOMIA E O MEIO AMBIENTE; TEMOS QUE MOSTRAR QUE É POSSÍVEL CRIAR EMPREGOS COM O USO DE TECNOLOGIAS VERDES.
ARNOLD SCHWARZENEGGER, EX-GOVERNADOR DA CALIFÓRNIA
REÚNAM TODOS, COLOQUEM O EGO DE LADO E TRABALHEM JUNTOS. O PRÊMIO É ENORME: QUATRO BILHÕES DE PESSOAS ESTARÃO OLHANDO PARA ISSO.
DAN EPSTEIN, SOBRE A ORGANIZAÇÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS DO RIO DE JANEIRO, EM 2016
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DAN EPSTEIN, SOBRE A ORGANIZAÇÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS DO RIO DE JANEIRO, EM 2016
do, se não forem bem conduzidos e organizados, podem trazer consequências dramáticas ao meio ambiente dos países e cidades-sedes. Para falar na sustentabilidade nas cidades, o Fórum de Manaus trouxe o inglês Dan Epstein, diretor de Sustentabilidade e Regeneração Urbana dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Segundo Epstein, os Jogos são uma boa oportunidade para criar novas perspectivas AS LEIS SÃO NECESSÁRIAS, na relação entre o homem e o meio amMAS TAMBÉM OS biente. Para ele, a sustentabilidade – com o MERCADOS DETERMINAM planejamento de cada etapa das obras, da O QUE É IMPORTANTE. AS escolha dos materiais ao uso de tecnologias EMPRESAS COM MAIS sustentáveis – custa só um pouco mais e SUCESSO SERÃO AS será uma economia no futuro. “Não queSUSTENTÁVEIS. AS remos deixar um legado de infraestrutura OUTRAS ENTRARÃO EM que ninguém vai mais usar”, disse.
DECADÊNCIA.
ADAM WERBACH, DIRETOR DE SUSTENTABILIDADE DA SAATCHI & SAATCHI
A VOZ DO EMPRESARIADO O esforço do setor privado no desenvolvimento e na implantação de políticas de desenvolvimento sustentável foi ressaltado por três empresários de tradicional atuação no setor ambiental. Richard Branson, presidente do Grupo Virgin, destacou a os investimentos do setor aeroviário em pesquisas de combustíveis menos poluentes. E Adam Werbach, diretor de Sustentabilidade da Saatchi & Saatchi, salientou a importância de as empresas desenvolveram políticas internas de sustentabilidade, em sua própria casa, com seus próprios funcionários.
O DESAFIO É O DE CRIARMOS UM BOM REPERTÓRIO DE ESCOLHAS POLÍTICAS E DE CONSUMO DE PRODUTOS PARA A SOCIEDADE.
FABIO FELDMAN, EX-SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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FESTA NA CHEGADA DA SINGAPORE AIRLINES Desde março, o Brasil é o primeiro país da América do Sul a receber um voo da premiada companhia aérea
SILVEIRA SOARES, EMBAIXADOR DO BRASIL EM CINGAPURA, FLAVIA BRAVO, TUCK WAH TANG, GENERAL MANAGER BRAZIL DA SINGAPORE AIRLINES, E MARCIO MORAES
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GOH CHOON PHONG, CEO DA SINGAPORE AIRLINES E TUCK WAH TANG COM AS SINGAPORE GIRLS
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esde 28 de março, quando pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, a primeira aeronave da Singapore Airlines, o Brasil tornou-se o primeiro país da América do Sul a receber voos da premiadíssima companhia aérea asiática. Agora são três voos semanais entre São Paulo e a “pérola da Ásia”, a cidade-Estado Cingapura. “Com a nova rota, esperamos oferecer aos brasileiros maior variedade de destinos de negócios e turismo, com nosso característico serviço luxuoso, personalizado e baseado na hospitalidade asiática”, disse Tuck Wah Tang, gerente-geral da Singapore Airlines para o Brasil. A ocasião foi comemorada com uma recepção de gala: um jantar oferecido no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo. Os anfitriões incluíam os principais nomes da alta direção da Singapore Airlines: além do gerente-geral para o Brasil, participaram do evento Goh Choon Phong, CEO da companhia, e Chai Woo Foo, vicepresidente para as Américas. Entre os convidados – celebridades, empresários e representantes do governo brasileiro –, nomes relacionados ao setor de turismo e relações internacionais, como José Luiz Cunha, diretor internacional da Embratur, e Paulo Aberto Silveira Soares, embaixador do Brasil em Cingapura. TURISMO, NEGÓCIOS E HOSPITALIDADE Cingapura é uma das nações asiáticas mais desenvolvidas e
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dinâmicas. Moderníssima e cosmopolita, é ponto de encontro de povos de todos os continentes, graças à política de mercado aberto, à mão-de-obra altamente qualificada e à sua posição estratégica. Ao mesmo tempo, tem um povo acolhedor, reconhecido mundialmente pelo sorriso fácil e pela gentileza. O embaixador Silveira Soares, que estava na ocasião deixando a ilha para se instalar na Indonésia, garantiu, em conversa durante o evento em São Paulo, que a cidade vai ficar por muito tempo como uma de suas melhores lembranças. A inauguração da rota da Singapore Airlines é mais um sinal do vigor dos negócios entre São Paulo e Cingapura – bem como com toda a região da Ásia-Pacífico –, que atraem cada vez mais investimentos. “Ligando São Paulo a Cingapura estamos estreitando os vínculos de turismo e negócios entre o Brasil e o Sudoeste Asiático”, disse Goh Choon Phong. A companhia aérea, que mantém voos para mais de 100 destinos em 40 países,
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é uma das companhias mais premiadas do mundo, principalmente graças ao atendimento dado aos passageiros, de excepcional qualidade e atenção. “A Singapore Airlines está sempre focada nos clientes, e isso reflete em nosso padrão de serviços e na alta expectativa que nossos passageiros têm de nós”, completou Phong. Símbolo e marca registrada da qualidade do atendimento, as Singapore Girls – as comissárias de bordo extremamente elegantes, que fazem com que qualquer passageiro sinta-se em casa – também foram homenageadas durante o evento no Grand Hyatt.
JAMES BOYD, RELAÇÕES PÚBLICAS DA SINGAPORE AIRLINES PARA AMÉRICAS
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MARCIO MORAES NO PROGRAMA DO JÔ
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MARCIO MORAES NO LANÇAMENTO DO LIVRO TUDO AZUL, COM A MÃE, MARIA MORAES, E A SOBRINHA KAROLYNE MORAES
MARCIO MORAES POSANDO COM ROUPA DE SKI NO JAPÃO MARCIO MORAES EM ZURICH
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P R O G R A M A C O M PA N H I A D E V I AG E M
MARCIO MORAES DEDILHA UM VILÃO NA TURQUIA
MARCIO MORAES BRINCA COM O BOTO COR DE ROSA NA AMAZÔNIA
MARCIO MORAES VISITA UMA TRIBO INDÍGENA NA AMAZÔNIA MARCIO MORAES NA USP SÃO PAULO
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P R O G R A M A C O M PA N H I A D E V I AG E M
MARCIO MORAES ENTREVISTA BANHISTAS EM MACEIÓ
MARCIO MORAES NO PERU
MARCIO MORAES GRAVANDO NA PRAIA DO GUNGA, EM MACEIÓ
FLAVIA BRAVO EM UMA COOPERATIVA DE MULHERES EM MARRAKECH
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176 HISTÓRIADEVIAGEM | Por Marcio Moraes |
TERRORISTAS POR ACASO S
eria mais um dia típico em minha rotina de gravações do programa, não fosse por um detalhe. Eu e meu cameraman estávamos no aeroporto internacional de Beirute, no Líbano. Tínhamos acabado de fazer uma matéria e esperávamos pelo embarque para Amsterdã, Holanda. Depois de esperar por alguns vôos atrasados, entramos na fila do check-in. Eu estava há dias no corre-corre frenético comum dos períodos de gravação. Por isso acomodei-me aliviado em minha poltrona, na aeronave. Comentávamos com os vizinhos de assento sobre a alegria de termos embarcado, quando, de repente, uma voz mais alta que a de todos anunciou: “senhores passageiros, sejam bem-vindos. A previsão de chegada em Roma é de...” Bastou a palavra “Roma” para que eu cortasse o assunto com as pessoas que havia acabado de conhecer e gritasse para meu acompanhante para pegar a câmera e cairmos fora do avião. Era o vôo errado! Com as turbinas já ligadas e a comissária de bordo ainda dando as boas-vindas aos passageiros, o cameraman puxou a mochila do bagageiro e correu atrás de mim. Tentamos explicar que tínhamos embarcado naquele avião erroneamente, mas causamos um tumulto geral. Alguns passageiros começaram a deixar seus lugares, com olhos arregalados e discursos que não entendíamos. Enfim, desembarcamos e, ao olharmos para trás, vimos umas 40 pessoas nos seguindo desesperadamente. De repente, alguém da multidão atrás de nós soltou um grito, em inglês: “e a bomba deve estar no avião!” Isso aconteceu em 2001, poucos meses depois do fatídico 11 de Setembro.
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