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“Contingenciar a ciência e tecnologia, é contingenciar o futuro” Ruben Delgado | Pag.4

“Como será, ou está sendo, a reação das empresas no ambiente atual?” Guilherme Amorim | Pag.8


Olá! Esta é a nossa primeira edição da Revista Softex. Estamos certamente vivendo um dos eventos mais marcantes de toda a nossa história, por isso, nossa estreia se concentra em provocar questionamentos e apontar caminhos para o atual cenário e para o “pós-vírus”. Transformação Digital, Inovação Aberta, Gestão de Pessoas, Big Data são temas que permeiam as páginas da nossa revista #01.

Boa leitura!

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Coronavírus: um cruel agente de mudanças - Por Ruben Delgado -

Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

Presidente da Softex Ruben Delgado

Coordenação do Projeto Juliana Molezini

Foto @jopanuwatd, Twenty20

Vice-Presidente da Softex Diônes Lima

Projeto Gráfico Paula Oliveira Revisão de conteúdo Karine Serezuella Colaboradores desta edição Beta Monteiro, Guilherme Amorim, Rayanny Nunes, Ruben Delgado, Vinicius Allan. @2020 – Revista Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação Institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que seja citada a fonte.


Foto por Freepik

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A inovação aberta como um caminho para reaprender a crescer

É sobre Pessoas - Por Beta Monteiro -

Foto por @kityyaya, Twenty20

- Por Rayanny Nunes -

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Transformação Digital e nova realidade de consumo - Por Gulherme Amorim -

Foto por rawpixel.com

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Big Data: Valor dos Dados - Por Vinicius Allan -

Ilustração por Freepik


Coronavírus: um cruel agente de mudanças

Foto por Freepik

Coronavírus: um cruel agente de mudanças

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oda uma geração será marcada pela pandemia global do coronavírus, um evento que ficará para sempre destacado nos livros de história, tal como as Grandes Guerras Mundiais ou a Gripe Espanhola, que no período de apenas dois anos (janeiro 1918 - dezembro 1920) infectou cerca de 500 milhões de pessoas, o correspondente na época a aproximadamente 25% da população mundial. Todos nós tivemos, de alguma maneira, nossas rotinas alteradas e impactadas, seja no aspecto social ou na economia como um todo. Todos nós, em algum momento, já nos perguntamos quando voltaremos a viver em sociedade da forma como estamos acostumados, sem ter que manter distância de segurança de nossos semelhantes. É um desejo mais do que natural esse do retorno à normalidade. Porém, mesmo sem abrir mão do otimismo, parece ser seguro afirmar que o coronavírus não pode deixar de ser entendido como um agente de mudanças. Um agente cruel, que cobra um alto preço em vidas e abala a atividade econômica em escala global. Mas, ainda assim e até exatamente por isso, um gerador de mudanças significativas. Passada a crise atual, pessoas e empresas repensarão e alterarão suas rotinas. 4 | Revista Softex 2020

Apenas como uma sinalização do que está por vir, nesse atual momento de crise, o valor das ações das empresas que trabalham com videoconferência é muito superior, por exemplo, ao das principais companhias aéreas internacionais. É possível argumentar que isso é uma fotografia de um momento, não o filme todo. Entretanto, diversas empresas, tanto no Brasil como no exterior, que hoje estão tomando remotamente decisões da maior importância para superar as atuais dificuldades, adotando medidas que muitas vezes envolvem a própria sobrevivência da organização, certamente irão no futuro repensar as tradicionais reuniões presenciais com a participação de executivos das mais diversas partes do mundo. Muitas delas com certeza colocarão na ponta do lápis os custos relativos a passagens aéreas, hospedagens, deslocamentos e alimentação. Outra constatação é de que ficou mais do que clara nesse novo cenário a importância das empresas que comercializam produtos online. O que já era uma tendência teve seu processo de aceitação acelerado, envolvendo a compra dos mais diversos artigos, impondo uma forte concorrência para setores como supermercados, farmácias, alimentação e até mesmo material


de construção. A presença do e-commerce deverá ser significativamente ampliada. Esse movimento também se estenderá para o setor de serviços, que irá com muito mais frequência até onde o consumidor está do que ocorre hoje. Mais uma tendência que está ganhando força neste momento é a da automatização dos trabalhos em home office. Ela ganha ainda mais tração com o reforço do argumento lógico do imenso tempo desperdiçado nos deslocamentos pelo tráfego congestionado das grandes metrópoles para reuniões físicas de trabalho.

O certo é que quando a economia der os seus primeiros passos no sentido de retomar suas atividades encontrará uma sociedade diferente da “pré-vírus”. As empresas adotarão muitos dos ensinamentos que esta crise gerou e as pessoas repensarão suas rotinas tanto de trabalho como familiares. As organizações adotarão cada vez mais, e mais rapidamente, a estratégia de disponibilizar todos os seus sistemas na nuvem. Seguramente, todas as relações sociais serão impactadas.

Enquanto isso, já no período de quarentena, as nuvens estão Com os hospitais sendo sendo extremamente exigidos ao máximo demandadas, gerando O certo é que quando no combate ao vírus, a picos nunca antes a economia der os seus telemedicina surgiu na alcançados. Em 20 de primeiros passos no sentido crise como uma alternativa março último, o Brasil de retomar suas atividades mais do que interessante registrou mais de 10 encontrará uma sociedade para certos tipos de terabits por segundo, o consulta. Projeto de Lei diferente da “pré-vírus”. que pode acender uma aprovado pelo Senado luz amarela, uma leve Ruben Delgado definiu a telemedicina advertência, ao menos por como “exercício da enquanto. O fato é que medicina mediado por o mundo como um todo tecnologias para fins de assistência, pesquisa, sempre dependeu de TI e, a partir de agora, essa prevenção de doenças e lesões e promoção de dependência irá aumentar exponencialmente. saúde.” Nesse contexto, a Softex continuará a dar Claro que existem limitações nessa área, mas um sequência ao seu trabalho de fortalecimento da contingente expressivo de consultas presenciais TI nacional, sensível à enorme demanda por pode ser realizado desta maneira, reduzindo as soluções de bases tecnológicas que irão moldar idas a prontos-socorros, que assim ficam menos uma nova realidade econômica. E que a nuvem sobrecarregados e aptos para melhor atender os esteja preparada para atender essa crescente casos mais graves. Também aqui o emprego de demanda. tecnologias e ferramentas será decisivo para uma mudança comportamental.

Ruben Delgado é Presidente da Softex, à frente da entidade há 8 anos. Atua como empresário e conselheiro das mais importantes instituições ligadas à área de tecnologia do país.


A inovação aberta como um caminho para reaprender a crescer

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A inovação aberta como um caminho para reaprender a crescer Em um cenário novo e de extrema incerteza, inovar é condição sine qua non à sobrevivência das organizações, no entanto é perceptível nos últimos anos que a inovação fechada tem limitado o desenvolvimento de soluções adequadas. Assim, a inovação aberta surge como uma opção para o fomento à inovação e crescimento das empresas.

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inovação vem ganhando espaço como mecanismo propulsor para o desenvolvimento e competitividade em empresas de diferentes portes e mercados. Pesquisa da McKinsey revela que 70% dos executivos afirmam que a inovação é prioridade máxima em suas empresas (McKinsey, 2019).

passa a ser vista como solução para aumentar a competitividade e neste contexto se tem percebido como um processo evolucionário de aprendizado contínuo e que envolve cada vez mais expandir os horizontes e atuar em conexão com outros stakeholders (empresas, universidades, pesquisadores, startups, etc.).

Diante de um cenário novo e de extrema incerteza, inovar é condição sine qua non de sobrevivência para as organizações, assim os investimentos nesta área passam a ganhar mais importância e espaço no budget das corporações.

Diferentemente do conceito de inovação fechada, a qual se restringe basicamente ao uso do conhecimento interno da empresa, a abordagem da inovação aberta consiste num fluxo de entrada e saída de conhecimento no qual se busca absorver principalmente as ideias externas, a fim de acelerar o desenvolvimento da inovação, identificar oportunidades e expandir a comercialização para novos mercados (CHESBROUGH, 2003; RAHMAN e RAMOS, 2010).

Empresas estão buscando cada vez mais incentivos externos e internos para fomentar a inovação em seus mercados de atuação. Além da prioridade no âmbito financeiro, a inovação 6 | Revista Softex 2020


Na Softex acreditamos no poder das conexões e da inovação aberta como fomentador de soluções. - Rayanny Nunes -

O Boston Consulting Group (BCG), em pesquisa divulgada em 2019, revelou que as empresas tidas como extremamente inovadoras utilizam cada vez mais inputs externos para o desenvolvimento de seus serviços e produtos. Na Softex acreditamos no poder das conexões e da inovação aberta como fomentador de soluções. Dentro do nosso portfólio de atuação, incentivamos a interação constante entre a academia, mercado e governo. Dentre os programas de inovação aberta que dispomos, atualmente temos: Conecta Startup Brasil - Um programa que fomenta a densidade de startups e a inovação aberta através da conexão de startups, pesquisadores e empresas. O programa conta com investimento de até R$ 200 mil e atua conectando atores como mentores, aceleradoras, parceiros, empresas e startups.

Programa TechD - Com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas a partir de pesquisa e desenvolvimento, o TechD conecta Institutos de Ciência e Tecnologia a Empresas e Pesquisadores (Startups, Grupos de pesquisa e/ou Empresas de TI), proporcionando investimento de até R$ 500 mil. Programa IA² MCTIC - O IA² MCTIC é uma iniciativa que visa contribuir para o fortalecimento do P,D&I com base no uso da tecnologia de inteligência artificial. Nesta iniciativa temos a conexão com ICT’s, Aceleradoras, Empresas e Pesquisadores (Startups, Grupos de pesquisa e/ou Empresas de TI), atuando no desenvolvimento de soluções tecnológicas. Programa Prioritário (PPI) - O Programa Prioritário se configura como uma opção de investimento de P&D para empresas beneficiárias da Lei das TICs, a Lei 8.248/91, para criação de projetos que fomentem a pesquisa, desenvolvimento e inovação no país. No contexto da colaboração e conexão, temos novas oportunidades e desafios a serem trabalhados em conjunto. A soma dos esforços e conhecimentos permitem que a criação de novos caminhos para a inovação, otimizando investimento financeiro, de tempo e de pessoas. E você, já pensou em como a inovação aberta pode abrir novos caminhos para a sua empresa?

Rayanny Nunes é Gerente de Inovação da Softex, à frente da operação dos projetos de fomento às políticas públicas para empreendedorismo. Cofundadora da startup Klipbox e facilitadora, mentora organizadora da startup Weekend.


Transformação Digital e nova realidade de consumo

Transformação Digital e nova realidade de consumo

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Foto por @FotoAr tist , Twenty20.

cenário atual está forçando as empresas, corporações dos mais diversos setores, perfis e porte, repensarem suas estruturas, seus modelos de gestão e de operação. Este ambiente, por mais traumático que seja para todos, descortina uma grande oportunidade. Transformar o modelo de negócio por meio da inovação, tendo como ferramenta de execução, a tecnologia. Numa descrição mais acadêmica, podemos definir a tão falada transformação digital como sendo a mudança de mindset na corporação, adaptando processos e pessoas à nova realidade de consumo, experiência de usuários e gestão de valores, se valendo de tecnologia como ferramenta de implementação. Entretanto, qual o cenário para inovação corporativa no Brasil? Como as corporações enxergam os provedores de tecnologia? Como será, ou está sendo, a reação das empresas no ambiente atual? Para que estas perguntas sejam respondidas, e não terei a prepotência de respondê-las neste artigo, precisamos analisar três personagens, para só assim termos os fundamentos para começar a formular uma linha estratégica de atuação. São eles: os provedores de tecnologia, as corporações consumidoras de inovação e os investidores (sejam fundos ou anjos). O 1º grupo, de provedores, está ávido por manter seus contratos e sua relevância e, dependendo do segmento de atuação, este momento pode trazer grandes possibilidades, como empresas de Cyber Segurança, uma vez que as camadas de acesso precisaram ser revisitadas, e novos usuários precisam ser incluídos – sem mencionar os novos e mais recorrentes ataques 8 | Revista Softex 2020

cibernéticos que se valem de rupturas de camadas de proteção, oriundas da urgência em manter a roda girando, de forma remota. Empresas de integração de sistemas, de tecnologia conversacional, de interface, de controle e gestão, estão se mostrando fundamentais para a manutenção dos negócios, assim como provedores de comércio eletrônico e tecnologias de varejo. O contato com o consumidor final é parte do processo de inovação que pode extrair não apenas dados, mas também transformar informação em conhecimento. Os provedores de tecnologia têm a possibilidade de serem parceiros estratégicos dos negócios de seus clientes, não apenas fornecedores. De acordo com pesquisa realizada pelo IDC, encomendada pela Softex em novembro de 2018, cerca de 70% das grandes corporações do Brasil estão em estágios considerados iniciais e imaturos na Transformação Digital. Na pesquisa, realizada com 100 empresas acima de 1.000 funcionários, 71% dos respondentes alegaram não ter ainda nenhum tipo de relacionamento com startups. Em 2019, em pesquisa realizada


pela Wayra, sobre o mercado latino-americano de Corporate Venture, foram investidos em 2018 cerca de USD 2 bilhões por fundos de Venture Capital em startups de tecnologia. O Brasil deteve 56% deste valor. Aliando estas duas informações, percebe-se que há grande concentração represada em investimentos pelos fundos, e um pequeno share é investido diretamente por Corporate Venture Capital (CVC) nas grandes corporações. Isto é oportuno para compreender que há espaço para este 2º grupo sofisticar sua forma de interagir com inovação, tratando suas poucas investidas como elos de pivotar modelo de negócios, e não apenas receberem um fast-track de fornecedor. Sobre os investidores, o cenário brasileiro é interessante. Como a pesquisa da Wayra apontou, mais de USD 1 bilhão foram aportados por VC’s, excluindo investimentos de Private Equity, e consequente aporte de baskets de family offices geridos por PE. De acordo com a McKinsey, 259 startups receberam investimento em 2018, com ticket médio investido de R$ 19,3MM. Hoje temos 76 fundos de VC no mercado nacional e mais de sete mil investidores-anjo. Mas como ficam as cestas de investimento no cenário atual? Muitos fundos de investimento fizeram suas captações e entraram no cenário COVID-19 capitalizados, trabalhando na gestão de seus investidos e iniciando o processo de alavancagem. Há dinheiro em caixa para aportes que, entretanto deverão ser diluídos em três anos. O que mais drasticamente muda, em minha opinião, é a relação com o valuation da investida. Múltiplos irreais e valuations baseados em forecast serão impactados e haverá renegociação de aportes, assim como impacto no captable.

Saídas serão claramente postergadas, na expectativa de recuperar o investimento e deverá haver privilégio no aporte em followons. Entretanto, este represamento vai escoar invariavelmente no futuro, com saídas para outros fundos ou estratégicas, e aí reside a esperança de manter o jogo e convencer o 2º grupo, de corporações, a entrar forte em CVC. Vale lembrar que, em Q12020, 37 novas rodadas já haviam sido concluídas no Brasil, com mais de USD 317 milhões aportados, de acordo com a Inside Capital Brasil, do Distrito. Finalmente, vale colocar na balança a recuperação de mercado internacional, que deverá vir antes do que no Brasil, colocando capital estrangeiro na compra de ativos mais baratos no mercado nacional, com a revisão de valuation e derretimento de faturamento. Em função de todo cenário apresentado, acredita-se que as empresas deverão adotar uma postura mais efetiva na transformação digital, se valendo de parceiros de tecnologia como provedores da mudança, e investindo no póscrise, de forma sistemática e eficaz em inovação. Apesar do impacto, os investidores seguirão com o jogo, buscando alternativas de dirimir os impactos causados pela crise, e deverão ser em curto prazo mais restritivos a novas investidas, mas mantendo o flow das atuais – novamente, por um breve período. Vale ressaltar que a conjectura global atual não dá certezas para ninguém, os cenários são divergentes dependendo do think tank questionado e, como consenso comum, tem-se que isto um dia vai acabar, mas os protocolos de convívio em relação aos negócios serão para sempre alterados.

Guilherme Amorim é Gestor das Áreas Internacional e Inteligência da Softex. Lidera atividades de pesquisa e análises de inteligência de mercado, captação de investimentos, fusões e aquisições, e relações institucionais e governamentais.


É sobre pessoas

É sobre Pessoas O recurso humano nunca foi tão decisivo para o sucesso dos negócios.

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á cerca de 10 anos, desde o início da transformação digital, vem se falando em tecnologia e o quanto essa transformação impactaria o mundo. Tecnologias para automatização, inteligência artificial, robótica, biociência, biotecnologia, entre outras inovações exponenciais para a construção de uma nova sociedade.

Buscar a conexão com o que é essencial mostra o quanto somos codependentes e o quanto o ser humano é essencial nessa era da mudança”.

A sustentabilidade não é apenas um conceito de marca, reciclar não é só para ser politicamente correto. Individualmente temos que entender nosso papel como corresponsáveis pelo planeta e pelos seres que nela vivem. Agir como máquinas só nos fez ficar mais distantes da nossa essência social e colaborativa. Ficamos mais consumistas e passamos a fechar os ouvidos para nossos pensamentos, sonhos e aspirações. Passamos a não dar bom dia ao cruzarmos uns com os outros por causa das telas de celular na palma da mão. Paramos de ouvir o barulho dos pássaros e de contemplar o nascer e o pôr-do-sol.

- Beta Monteiro É palpável o quanto a tecnologia influenciou e influencia o nosso dia a dia. Internet, hiperconexão, quebra de barreiras geográficas e a alta capacidade de processamento de dados. O potencial da inovação é incomensurável. Mas e os humanos no meio disso? As relações, as interações, as conexões? A civilização viveu diversas mudanças de era, mas o que de fato vivemos agora? Eu tenho que concordar com o que se vem falando no mundo: estamos vivendo a ERA DA MUDANÇA. Vamos precisar reaprender o básico. Reencontrar a individualidade para ressignificar a coletividade. O mundo que antes cobrava hard skills mais do que nunca só irá superar as incertezas do futuro com as soft skills. O essencial é que “se faz sentido, faz sentir”. Ilustração por Freepik

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O RH entra com a estratégia, mapeando as skills, apoiando a construção de uma cultura que fomente a inovação e a criatividade”. - Beta Monteiro Buscar a conexão com o que é essencial mostra o quanto somos codependentes e o quanto o ser humano é essencial nessa era da mudança. Ter empatia, não julgar e ser solidário. Não buscar algo somente para si e sim para a coletividade. E aonde entram os negócios e o RH nisso? Hoje, mas do que salário, os profissionais buscam propósito, entregar valor para o cliente. Ou seja, as empresas precisam pensar qual impacto geram para atrair talentos. Nenhum profissional é bom sozinho. Há necessidade de atuar de forma mais colaborativa e menos hierárquica. É importante ser multidisciplinar, mas não vamos ser bons em tudo. Tem sempre alguém que pode contribuir com competências diferentes e gerar complementaridade. E essa diversidade gera inovação. O RH entra com a estratégia, mapeando as skills, apoiando a construção de uma cultura que fomente a inovação e a criatividade. Dando suporte para que as lideranças apoiem o desenvolvimento de seus talentos para, assim, potencializar o melhor de cada pessoa.

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Afinal, quem gera inovação e tecnologia são as pessoas. O que seria da inteligência artificial sem o ser humano para ensiná-la? Das experiências humanas para tornar mais real a realidade virtual? Dos carros autônomos e smart cities se não tivessem pessoas com necessidade de locomoção e interação? Para os negócios, mais que um posicionamento de marca, a escalabilidade ou o lucro, deve estar a sustentabilidade do planeta e do ecossistema do qual faz parte. A cadeia produtiva tem que gerar valor em todos os seus níveis. Entregar não apenas o objetivo de consumo, mas o preço justo e o equilíbrio entre os custos de produção, valor agregado e lucro. Ou seja, é sobre pessoas.

Beta Monteiro é Especialista em Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional e Analista de RH na Softex.


Big Data: Valor dos Dados

Big Data: Valor dos Dados

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Big Data armazena grande quantidade de dados em maior velocidade e em diversos formatos e é suportado por um ou mais Appliance (computador servidor), onde é executado um conjunto de ferramentas, métodos e processos para transformar os dados armazenados em informações estratégicas (insights valiosos). A figura abaixo demonstra o processo de forma simples.

Se utilizarmos os dados governamentais abertos, hoje disponíveis, poderemos gerar diversos indicadores como, por exemplo, Rendimentos Escolares, Nível Socioeconômico, Rendimento Escolar x Nível Socioeconômico, Ocorrências Policiais, Detecção e Alerta de Transações Fraudulentas, Detecção e Alertas de Empresas Irregulares, Detecção e Alertas de Crimes nas Ruas, etc. Seguem alguns exemplos aplicados em plataformas com gestão da Softex:

Os governos possuem volume enorme de dados operacionais que servem de insumo para gerar painéis e indicadores. Porém, nem sempre esses dados estão disponíveis para serem capturados e tratados por empresas e cidadãos. O Brasil detém volume de dados operacionais ricos em informações aguardando a garimpagem e transformação em insights valiosos. Certamente os insights provenientes dos dados governamentais ajudariam muito os gestores públicos a tomarem decisões com mais segurança e assertividade. Decisões baseadas em dados sólidos e analíticos geram resultados melhores e isso aumenta a efetividade das ações e projetos.

A utilização do Big Data no setor governamental pode e deve auxiliar o gestor público na tomada de decisões, aumentando a eficiência e eficácia do estado, o que refletirá diretamente na satisfação dos cidadãos ao perceberem resultados práticos em suas vidas. Os serviços fornecidos pelo estado tenderão a melhorias significativas.

Vinicius Allan é Gestor de Projetos Estratégicos da Softex, atua na área de Tecnologia da Informação e Ciências da Computação a mais de 30 anos.

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