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Pandemia e economia digital impulsionam o setor de TIC no Brasil Confira no estudo do MCTI elaborado pelo Observatório Softex REVISTA tecnologia • inovação • negócios • políticas públicas JUL AGO SET10 • 2022 EDIÇÃO ESPECIAL
Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro Presidente da Softex Ruben Delgado Vice-Presidente da Softex Diônes Lima Coordenação do projeto Juliana Molezini Jornalista responsável Fabrício Lourenço – DF2887 JP Assessoria de Imprensa (MLP) Karen Kornilovicz Mário Pereira Revisão Karine Serezuella Diagramação e projeto gráfico Simone Silva (Figuramundo) @2022 – Revista Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Caros leitores,

Entramos na reta final de mais um ano intenso que trouxe muitas boas novas para o universo da tecnologia no Brasil e no mundo. Aliás, 2022 marca a entrada definitiva na era do 5G, que promete revolucionar o cenário tecnológico brasileiro. E por falar em revolução, a matéria de capa sinaliza um novo momento que estamos vivenciando: com o “fim” (que está prestes a ser anunciado pela ONU) da pandemia e o surgimento das novas tecnologias digitais, o setor de TIC no país foi catapultado a um patamar que traz alívio para os empresários deste segmento.

Para que o caro leitor tenha uma ideia, um relatório do MCTI aponta que a economia digital e a migração para a nuvem impulsionarão em 8,2% os gastos na indústria de Software e Serviços de TIC em 2022. Cabe ressaltar que esse apontamento reforça que o

mercado de TI nacional tem crescido a uma taxa acima do setor global. E isso é ótimo.

Com esse pequeno spoiler, convido os leitores a mergulharem nessa edição que traz, ainda, os casos de sucesso, artigos de interesse, informações sobre o mercado de trabalho, o que acontece no setor e muito mais.

Leitura imperdível e obrigatória para os amantes de tecnologia.

Equipe Softex

INOVAÇÃO pág6 Economia digital e migração para a nuvem impulsionarão em 8,2% os gastos na indústria de Software e Serviços de TIC em 2022, aponta relatório do MCTI pág10 A Indústria de Software e Serviços de TIC é composta majoritariamente por microempresas INOVAÇÃOServiços de TIC transacionados com o mercado internacional cresceram 7,7% pág12 INOVAÇÃO pág16 FindUP: conectando empresas a técnicos de TI CASES Cresce a presença de ICTs na região Nordeste pág14 INOVAÇÃO
pág20 Metaverso: mitos e verdades METAVERSO pág22 Como o 5G expõe os desafios do setor de telecomunicação? ARTIGO pág28 Brasil ganha plataforma de investidoras-anjo liderada por mulheres negras ACONTECE NO SETOR pág24 O novo mercado de trabalho e os seus desafios ARTIGO pág18 Há R$ 18 bilhões disponíveis para investimento em startups no Brasil. Saiba onde esses recursos estão e como acessá-los STARTUP
Economia digital e migração para a nuvem impulsionarão em 8,2% os gastos na indústria de Software e Serviços de TIC em 2022, aponta relatório do MCTI INOVAÇÃO

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Indústria de Software e Serviços de TIC (ISSTIC) no Brasil registrou uma produção estimada em US$ 53,3 bilhões em 2021, valor que responde por 82,8% do total dos serviços produzidos pelo setor de TIC e aponta para um crescimento de 6,5% em relação ao observado no ano anterior. Essas conclusões integram o relatório “Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente”, lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e elaborado pela equipe de pesquisadores do Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade. “Os resultados apurados nesse estudo nos surpreenderam positivamente e deixam clara a importância de políticas públicas de fomento consistentes e os resultados que elas podem entregar. Esses dados nos servirão de guia, por exemplo, no fechamento da estratégia de transformação digital na qual estamos trabalhando nesse

momento. Esse levantamento ressalta que o mercado de TIC brasileiro tem crescido a uma taxa acima do setor global, que as Novas Tecnologias devem impulsionar esse segmento e se tornar cada vez mais relevantes para o avanço da TIC brasileira nos próximos anos e que o País tem aumentado a oferta de serviços de suporte à infraestrutura de conectividade”, destacou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. O relatório se baseia em dados oficiais e de institutos de pesquisa com o objetivo de ampliar a discussão sobre o setor, criação de séries históricas, facilitando, inclusive, a realização de comparativos com outros mercados mundiais. O ponto de partida são dados e informações provenientes de fontes oficiais, incluindo tabelas especiais de pesquisas do IBGE. “Com esse estudo, oferecemos às instituições públicas e privadas dados fundamentais para apoio na tomada de decisões e na implementação de políticas setoriais. Desta forma, será possível traçar

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com mais precisão estratégias eficazes para a promoção e o desenvolvimento da indústria brasileira de software e serviços de TI”, avalia Ruben Delgado, presidente da Softex. Dividida em 5 capítulos, a publicação reúne números, análises e projeções que traçam uma radiografia do setor incluindo o perfil das empresas, sua participação na economia e na balança comercial do país, quantidade e distribuição geográfica e o papel das ICTs, além de projetar perspectivas para o futuro sob o

ponto de vista tanto do mercado nacional como internacional. Nesse levantamento, a ISSTIC foi analisada com base em quatro grandes segmentações das atividades: Indústria de Software, Serviços de TI, Serviços de Telecomunicações e Outros Serviços Relacionados.

Cenário promissor

De acordo com o relatório, os últimos anos foram atípicos, apresentando múltiplos desafios, principalmente em decorrência da pandemia desencadeada com a Covid-19. Nesse contexto, a atuação do mercado de tecnologia foi essencial para trazer soluções ao novo formato de trabalho e na aceleração da transformação digital. No ano passado, estima-se que a indústria de software, responsável por cerca de um quinto da ISSTIC, cresceu 9,2% e Telecomunicações apenas 1,9%.

Aliás, em termos de produção, Telecom perdeu espaço para a indústria de software e serviços de TI entre 2019 e 2021. Nesse período, inclusive, serviços de TI foram destaque com o melhor desempenho: crescimento médio de 6,5% ao ano e aumento da participação na ISSTIC de 2,5 pontos percentuais. “Vale ressaltar que o País é um dos grandes players globais em telecomunicações, abrigando mais de 30% da população da América Latina, e o maior mercado da região para o segmento. Apesar da importância, Telecom registrou queda na

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participação na ISSTIC de três pontos percentuais no período. Já a indústria de software aumentou ligeiramente a sua contribuição (+0,5 ponto percentual) nos anos comparados”, analisa Elinne Val, pesquisadora do Observatório Softex. Em termos de projeções futuras para o Brasil, o relatório estima para a ISSTIC gastos 8,2% maiores em 2022, chegando à casa dos US$ 69,7 bilhões, o equivalente a um aumento de 1,3% na participação no mercado mundial de serviços de TIC. Esse desempenho

estaria relacionado ao mercado de software, impulsionado pelo crescimento da economia digital como resposta ao novo cenário gerado pela pandemia, demandando investimentos consideráveis em segurança de dados e na aceleração da migração para a nuvem. Clique aqui para obter gratuitamente a íntegra o relatório.

A Indústria de Software e Serviços de TIC é composta majoritariamente por microempresas

Em 2019, de acordo com o relatório “Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente”, 135,3 mil empresas – 2,6% de todo o mercado e o equivalente a 85,4% das empresas de Informação e Comunicação – formavam a Indústria de Software e Serviços de TIC (ISSTIC). Esse total representa um salto de 12,8% em relação a 2018,

um resultado puxado principalmente pela indústria de software. Vale dizer que elas respondiam por 58,3% do total de empresas da ISSTIC. Assim, é possível que esse aumento esteja relacionado ao crescimento da presença dos negócios no ambiente digital. A indústria de software emprega 55% dos trabalhadores da ISSTIC. Chama a atenção a baixa média de colaboradores por empresa: apenas

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oito pessoas, conside rando todos os sub segmentos. Isso signi fica que a Indústria de Software e Serviços de TIC é composta majori tariamente por micro empresas. Em 2021, o mercado de trabalho do setor encerrou com 15% a mais de profis sionais contratados em relação ao ano imedia tamente anterior.

“Em 2019, o Brasil concentrava 65,1% das empresas da ISSTIC na região Sudeste. Embora isso represente quase dois terços do total do setor, a taxa já foi bem mais alta. Em 2006, 73% estavam concentradas nessa região”, explica Elinne Val, pesquisadora do Observatório Softex. Porém, a melhora nas condições de infraestrutura e de mão de obra para abertura de empresas desse setor em outras regiões fez com que o Sudeste perdesse oito pontos percentuais na participação das empresas da ISSTIC. A maior expansão foi percebida na região Nordeste, que saltou de 6% para 9,3%.

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Serviços de TIC transacionados com o mercado internacional cresceram 7,7%

Orelatório “Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente” identifica, também, que após dois anos de desaceleração no volume de serviços de TIC transacionados com o mercado internacional, o Brasil apresentou estabilidade em 2020, movimentando US$ 8,5 bilhões em negócios, um incremento de 7,7% que nos coloca

na 24ª posição na corrente de comércio mundial. Esse resultado foi motivado pelo desempenho de serviços computacionais – reunindo serviços de hardware e software, que cresceu 10,6% e respondeu por 82,7% do total da corrente de comércio do período. Quanto aos demais segmentos, Serviços de TI também registraram aumento de 7,5% no período, porém, o seu impacto no

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total das transações é baixo, pois a participação é de apenas 3,5%. Por outro lado, houve contração de 6,9% no volume de serviços de telecom, contendo o avanço das movimentações. Esse segmento contribuiu com 13,8% do comércio internacional do setor. Desde o início da série histórica, em 2005, o Brasil exibe déficit na balança comercial de serviços do setor de TI e telecomunicações: o País adquire mais serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação do que fornece ao exterior. Em 2020, o saldo registrou saída de US$ 3,5 bilhões, que aprofundou o déficit comercial em 25,2% no ano.

Apesar do déficit comercial histórico, cabe ressaltar que o crescimento médio anual das exportações foi

bastante superior ao das importações no período – de 13,8%, comparado com 7,8% das importações, entre 2005 e 2020.

Uma extrapolação realizada pelo Observatório Softex aponta que se este ritmo continuasse, a balança de serviços do setor poderia vir a ser superavitária em quinze anos, ou seja, em 2037.

“Não podemos pensar na expansão do mercado de TIC brasileiro sem levarmos em consideração o horizonte do mercado internacional e a importância de ampliar a nossa presença global”, diz o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Alvim.

Para obter gratuitamente a íntegra o relatório, acesse https://softex.br/inteligencia/

Cresce a presença de ICTs na região Nordeste

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m relação à atuação das ICTs, o relatório “Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente” apurou que 67,9% das 305 ICTs identificadas no Relatório FORMICT, em 2018, afirmaram ter uma política de diretrizes para ações de inovação, proteção à propriedade intelectual e transferência de tecnologia e 70,3% informaram possuir pedidos de proteção requeridos ou concedidos no ano. Desses, 97,8% foram efetivados no Brasil e 2% no exterior. “É interessante observar a distribuição regional, que indica importante concentração de ICTs na região Sudeste, mas que vem caindo (de 65,1% para 39,7%). A região Nordeste

foi a que apresentou crescimento mais intenso no número de ICTs, seguida pelo Sul e Norte. Apesar disso, nenhuma das regiões se aproxima da quantidade de ICTs presentes no Sudeste”, destaca Elinne Val, pesquisadora do Observatório Softex. A região Nordeste também exibiu aumento na participação sobre o total de ICTs no Brasil, passando de 7% para 20,6%; seguida da região Sul, que passou de 11,6% para 18,4%. A região Norte, que abrigava 7% das ICTs brasileiras em 2006, passou a 10,2% em 2018; e a região CentroOeste aumentou de 9,3% para 11,1%.

15 Por Karen Kornilovicz
Fonte: FORMICT/MCTI

CASES

FindUP: conectando empresas a técnicos de TI

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Por Mário Pereira

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FindUP é uma plataforma que utiliza o conceito de economia compartilhada sob demanda para ofertar assistência técnica de TI de alta qualidade.

A startup nasceu em 2015, mas foi na fase de validação do programa de inovação TI de Impacto, da Softex, que a companhia tomou a decisão de focar suas atividades não no mercado consumidor – seu público-alvo inicial, mas no corporativo. Essa pivotagem possibilitou o desenvolvimento de uma plataforma capaz de automatizar todo o ciclo de atendimento técnico empregando recursos de geolocalização, big data

e machine learning para permitir o controle online e em tempo real de todas as atividades da equipe de assistência técnica em campo. Confirmando o acerto dessa correção de rota, a FindUP hoje atende com uma base de mais de 16.000 profissionais cadastrados a mais de 250 clientes em cidades do país inteiro que já acumularam uma redução de curtos em cerca de 40% no suporte técnico. Confira mais detalhes dessa história de sucesso no depoimento de Fabio Freire, CEO da FindUP, no primeiro episódio da série Testemunhal Softex: https://www.youtube.com/ watch?v=fNiJNq-pYd0

STARTUP

Há R$ 18 bilhões disponíveis para investimento em startups no Brasil. Saiba onde esses recursos estão e como acessá-los

Por Mário Pereira

Segundo dados do mapeamento “A Rota de Investimentos em Startups 2022”, produzido pela plataforma Jupter em parceria com a comunidade de investidores Anjos & VCs, há disponível, aproximadamente, R$ 18 bilhões de capital para investimento em empreendedorismo inovador no Brasil.

Apesar do cenário macroeconômico desafiador que pode reduzir o valuation das startups e tem levado muitas a reduzirem seu quadro de colaboradores e a repensarem seus planos, o País conta com um ecossistema de investidores muito bem capitalizado, em especial para as em estágios iniciais de investimentos, como jamais visto antes.

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Segundo Bruno Dequech Ceschin, co-founder da Jupter & Anjos&VCs, o mercado está, sim, disposto a tomar riscos. “Embora exista uma certa turbulência para empresas em estágios mais maduros, nos parece que não é o mesmo cenário para as que estão em estágio inicial. Certamente ajustes de preço, termos e condições acontecem de tempos em tempos e parece que voltamos a operar em outros patamares”, analisa. De acordo com o mapeamento, o número de investidores cresceu desde 2020: são 24 aceleradoras contra 15 do estudo passado. O grupo de anjos, por sua vez, mais do que dobrou de tamanho, saltando de 16 para 33. O capital comprometido e ainda não alocado, chamado de dry powder (pólvora, em tradução livre), subiu de R$ 5 para R$ 18 bilhões. O capital de risco também apresentou mudanças,

crescendo de R$ 18 milhões para R$ 71 milhões em aceleração e de R$ 13 milhões para R$ 121 milhões com anjos. Em pre-seed, o capital de risco passou de R$ 98 milhões para R$ 771 milhões; de R$ 3 bilhões para R$ 5,5 bilhões em seed; e R$ 2 bilhões para R$ 9,5 bilhões em series A – o maior incremento em volume.

A Rota de Investimentos 2022 aponta ainda que 89% dos investidores estão em busca de novas startups para alocar recursos, que 59% já investem e estão gerindo seus portfólios e um terço destes estão estruturando novos fundos de investimento. A preferência dos investidores é aportar em startups em estágio inicial (47%). Além disso, 33,9% se concentram no estágio seed, onde as empresas recebem fundos para trabalho inicial de pesquisa, desenvolvimento e validação de mercado. “O estágio de preferência único é apenas uma informação a ser considerada na captação e investimentos. Segundo o estudo, a maioria dos players participa de três rodadas diferentes”, complementa o

Na visão do executivo, o cenário é sim positivo, pois além de um aumento no capital disponível, o número de investidores também cresceu. A maior concentração está nos estados de São Paulo, Rio de fazer o download

“A Rota de Investimentos em Startups 2022”.

Metaverso: mitos e verdades

Desde o ano passado, o Metaverso está gerando muita curiosidade em todo mundo. Nos sites de buscadores, os termos “o que é Metaverso e como funciona” registram aumentos repentinos de busca. O que está por trás disso? Para se ter uma ideia do quanto o tema ainda provoca dúvidas, no Google Trends, entre as cinco buscas mais relacionadas

estão “Metaverso como entrar”, “comprar Metaverso” e “o que é Metaverso”. Para nos ajudar a entender esta novidade e desmistificar o que vemos nas redes sociais sobre o tema – e não cair em golpes – Mário Rosa, profissional especialista em inovação e estudioso sobre Metaverso da ioasys, empresa que implementa a Transformação Digital em organizações por meio da cocriação

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orientada por tecnologia, inovação e design, esclarece o que é mito e o que é verdade sobre o assunto.

O Metaverso já existe? Mito!

“O Metaverso é ainda uma promessa, ou seja, ainda não existe. Para ser realidade, ainda precisamos avançar em diferentes camadas de tecnologia como infraestrutura, interface humana, computação espacial. O que as pessoas estão precocemente chamando de Metaverso são os jogos como Fortnite e Minecraft, que estão mais para possibilidades de experiências que podem acontecer no Metaverso do que o Metaverso em si”, esclarece Mário Rosa.

É possível “entrar” no Metaverso? Mito!

“Como o Metaverso ainda não existe, não tem nenhum espaço de login ou plataforma para este novo universo. O Metaverso não será, necessariamente, um lugar diferente, mas uma nova forma de viver a vida sem barreiras entre o real e o virtual. Com óculos, lentes e dispositivos que ainda não usamos hoje, poderemos vivenciar experiências realmente phygitais”, explica o estudioso sobre o assunto na ioasys.

O Metaverso ainda não tem uma data para acontecer? Verdade!

“Mais de uma centena de grandes empresas estão envolvidas na construção do Metaverso, mas ainda existe um caminho longo até que seja possível ter uma infraestrutura

apropriada para o seu pleno desenvolvimento. Por isso, ainda não existe um prazo. Nos próximos anos teremos o desenvolvimento de muitos experimentos de diferentes tecnologias que vão compor as camadas do Metaverso”, salienta.

Os assuntos “NFT” e “Metaverso” estão conectados? Verdade!

“O Metaverso pode ser entendido como a camada de experiência da Web3, na qual a descentralização é um dos pilares de desenvolvimento graças ao Blockchain, tecnologia base do NFT. O NFT é uma das tecnologias que vai tornar possível a venda e troca de ativos digitais no Metaverso”, ressalta Mário Rosa.

Já é possível comprar um terreno no Metaverso? Mito! Mas com uma pontinha de Verdade!

“O que vemos à venda não são terrenos no Metaverso propriamente dito, pois como expliquei, ele ainda não existe. O que é possível adquirir são terrenos em universos digitais como, por exemplo, o The Sandbox ou o Descentraland. Esses certificados de propriedade são os NFTs. Se esses universos farão de fato parte do Metaverso, não sabemos ainda, mas são os primeiros testes de uma grande promessa”, finaliza.

Mário Rosa

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ARTIGO

Como o 5G expõe os desafios do setor de telecomunicação?

Arede 5G já é uma realidade. Sem dúvidas, esse era o momento mais aguardado pelo setor de telecomunicação

– até porque, com a chegada de uma rede móvel integrada com recursos tecnológicos, ampliam-se as oportunidades de crescimento para as operadoras. Entretanto, em meio a toda empolgação, ainda existem obstáculos a serem superados nesse segmento.

O 5G vem com a promessa de fazer uma verdadeira revolução na telecomunicação, deixando o setor ainda mais em evidência. Segundo dados do IBGE, no último ano, foi registrado o avanço de 12,3% em Tecnologia da Informação e Telecom

(TIC) – resultado que, certamente, irá crescer ainda mais com a chegada da nova rede.

Mesmo o momento sendo promissor, não há como deixar de apontar os desafios ainda enfrentados no Brasil em relação a acessibilidade. Afinal, o 5G oferta maior conectividade e velocidade de navegação, mas nem todos possuem acesso a essa tecnologia revolucionária. Outro ponto que merece destaque está no fato de que a tecnologia embarcada nessa rede permite a conectividade entre diversos tipos de aparelhos. Mas vale ressaltar que o acesso a esses dispositivos com capacidade de adaptação ainda é escasso, o que eleva o obstáculo das empresas, que precisam avaliar em

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como suprir esses pontos de dificuldades.

É fato que as organizações têm o objetivo de conseguirem a rentabilidade dos investimentos feitos. Porém, o sucesso da aquisição do 5G como oferta de serviços dependerá de como as companhias irão definir suas estratégias para obter lucratividade nas operações, levando em conta esses desafios. Nesse processo, não há como descartar três pontoschaves para as operadoras:

1. Estudo de mercado: considerando as disparidades de uma região para outra, é importante analisar onde há um cenário promissor para investir para, a partir daí, traçar a estratégia com foco nos resultados obtidos através desse reconhecimento inicial.

2. Planejamento: diferente das demais, a rede 5G possui um valor ainda elevado, o que não dá margem para falhas que podem impactar nos índices orçamentários. Então, é crucial ter um planejamento contando quais serão os gastos e mão de obra, de modo que tenham um controle em toda operação.

3. Gestão: toda novidade impacta o mercado positiva ou negativamente, o que demanda uma gestão ainda mais eficiente, que irá conduzir os próximos passos. Isso certamente irá trazer maior confiabilidade e agilidade em todas as etapas. É válido destacar que o 5G traz à tona

os pontos que ainda precisam de melhorias, mas que também ajudam a dimensionar e guiar as empresas por onde começar nessa jornada rumo à implementação e oferta desse novo serviço – no qual o setor de telecomunicação tem muito a se beneficiar do ponto de vista de melhorias e agilidade nos processos. Afinal, a Inteligência Artificial que molda a rede é uma importante auxiliadora no controle de dados e registros, graças à sua capacidade de obter informações em tempo real e backoffice, os quais ajudam as companhias a conhecerem melhor o seu negócio e impactando, diretamente, nos resultados.

A previsão é que o 5G chegue em todas as cidades do Brasil até dezembro de 2029. Durante esse período, as operadoras têm a missão de constituírem suas estratégias, levando em conta os desafios apresentados e pensando categoricamente de que forma podem obter benefícios para si próprias com essa nova rede. Nessa tarefa, ter uma gestão eficiente e utilizar sistemas robustos são importantes aliados para conduzir essas operações, de modo que o sucesso seja obtido. Até porque, mais do que ser uma realidade, o 5G ainda está em processo para se tornar uma rede acessível para todos.

Juliana Najara é gerente de produtos da G2 Tecnologia, consultoria especializada em SAP Business One.

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ARTIGO

O novo mercado de trabalho e os seus desafios

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Omercado de trabalho para os profissionais de Tecnologia está passando por um momento único na história. A quantidade de vagas disponíveis comparada com a formação de novos profissionais está incompatível. O cenário é o mesmo para quem buscou uma formação em universidades, ou construiu conhecimento de forma autodidata, possível na carreira de Tecnologia, desenvolvendo skills técnicos por uma infinidade de conteúdo disponível na internet, ou através de centenas de opções de cursos disponíveis, por diferentes escolas. Mesmo assim, faltam profissionais para alocar nas tantas vagas no mercado de trabalho. Atualmente, estima-se que haja um déficit de 408 mil postos de trabalho, com perdas se acumulando na casa dos R$ 167 bilhões, como apontou pesquisa da Softex sobre o mercado brasileiro para grandes empresas. Todos os dias o profissional de Tecnologia é bombardeado por alguma nova oportunidade de mercado. Muitas vezes participa de diversos processos seletivos ao mesmo tempo. Cada oferta de trabalho, combinada com recheados pacotes financeiros, faz com que a cabeça do profissional de tecnologia balance a cada oferta, fazendo-se

sentir valorizado financeiramente por outras empresas que desejam trazer o perfil escolhido a todo custo.

Além disso, com o avanço da pandemia em 2020, muitos negócios até então voltados para o mundo físico tiveram que de se adaptar rapidamente ao mundo digital. As empresas que não tinham uma estratégia digital muito clara, ou sem prioridade frente às várias outras iniciativas estratégicas no seu planejamento, se viram na obrigação de adotar medidas para “pivotar” seu negócio para o mundo digital, fazendo com que a Tecnologia passasse a ser uma iniciativa estratégica crucial em seus planos. Nesse contexto todo, de crescente demanda por Tecnologia, começam a surgir dificuldades para atender a demanda e necessidades de negócio. A gestão da capacidade de criar soluções tecnológicas nas empresas exige novos modelos de operação. Com toda essa necessidade dos negócios em acelerar a transformação digital, as demandas para Tecnologia cresceram exponencialmente. Aliás, a Tecnologia dentro do negócio, e “como negócio”, transborda sua atuação para muito além das fronteiras.

As empresas tornam-se, cada vez mais, prestadoras de serviços aos seus clientes por meio de uma melhor experiência, com produtos que atendem um público cada vez

25 Por Rodrigo Ribeiro, CIO, CTO e Diretor de TI do Banco ABC Brasil

mais exigente. Tudo isso gera um contexto de contínua mudança, em que a capacidade de se adaptar passa a ser uma característica vital para as empresas.

O senso de urgência para projetos de Tecnologia é ainda outro, pelo uso de diversos modelos ágeis e escaláveis, em que o consumo por Data Analytics aumenta ainda mais, pressionando os alicerces tecnológicos a buscarem novas arquiteturas.

Transformar o core da empresa e, ao mesmo tempo, buscar inovação não são mais uma questão de escolha, mas sim de executar estratégicas paralelas e conjuntas.

Além disso, lidar com pessoas no ambiente corporativo passa a exigir ainda mais de profissionais de TI competências e capacidades emocionais (soft skills), muito além do universo técnico.

Decepções no caminho surgem e colocam à prova a baixa resiliência nas dificuldades no dia a dia. Em uma primeira dificuldade ou decepção, há profissionais de Tecnologia que optam por desistir de seguir em frente e, ao mesmo tempo, passam a olhar para as diversas oportunidades no mercado, com ofertas financeiras generosas, e tomam a decisão por uma nova troca de empresa para assumir um outro desafio. Ao chegar na nova empresa, com o passar do tempo, encontra as mesmas dificuldades, ou até mesmo novas situações que colocam à prova novamente sua resiliência, fazendo pensar em trocar novamente de trabalho, iniciando assim um ciclo vicioso de trocas de empresas empregadoras.

Gosto de um trecho do livro Sobre a Brevidade da Vida, dos escritos de Sêneca, onde diz: “O maior obstáculo à vida é a expectativa, que fica na dependência do amanhã e perde o momento presente”, e ainda complementa: “Cada um apressa sua vida e sofre a ânsia do futuro e o tédio do presente. Mas aquele que emprega todo tempo em seu proveito, que dispõe cada dia como se fosse o último, nem anseia pelo dia seguinte nem o teme”. Portanto, para essas situações a que somos expostos no nosso dia a dia, se dispusermos de bons princípios para lidar com elas, então seremos capazes de tomar as decisões de forma adequada, tendo como resultado uma melhora não apenas na trajetória profissional, mas em nossa qualidade de vida.

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ACONTECE NO SETOR

Brasil ganha plataforma de investidoras-anjo liderada por mulheres negras

Já está em operação a BlackWin , primeira plataforma de investidoras-anjo liderada por mulheres negras. Hoje, cerca de 56% da população brasileira é formada por pessoas negras. As startups early stage (estágio inicial) interessadas em obter recursos da BlackWin nas rodadas de investimento – que podem chegar a R$ 100 mil/ cada – deverão ser fundadas por pessoas negras que detenham pelo menos 50% do capital social ou possuir uma equipe majoritariamente negra em cargos de C-Level.

Também serão considerados critérios de inovação social ou tecnológica o quanto o projeto é capaz de solucionar gargalos importantes do país e contribuir para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU. Já integram a plataforma 20 mulheres negras apoiadoras, pertencentes a diferentes áreas, como jurídico e due diligence, contábil, finanças corporativas, empreendedorismo, consultoria empresarial, compliance, administração de fundos e investimentos de impacto.

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