REVISTA
4 • 2021 jan fev mar
MICROELETRÔNICA
Conheça o Programa Prioritário PNM Design – Microeletrônica
tecnologia • inovação • negócios • políticas públicas
Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro
Diagramação e projeto gráfico Simone Silva (Figuramundo)
Presidente da Softex Ruben Delgado
Jornalista responsável Fabrício Lourenço – DF2887 JP
Vice-Presidente da Softex Diônes Lima
Assessoria de imprensa Karen Kornilovicz Mário Pereira
Coordenação do projeto Juliana Molezini
@2021 – Revista Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Olá! É com grande alegria e satisfação que estamos retornando com a Revista Softex: um produto exclusivo da entidade que tem o objetivo da trazer informações sobre o ecossistema e os programas que a Softex participa, apoia, desenvolve e gerencia. Aliás, esse será, com a Revista, um dos nossos objetivos: manter um canal de comunicação direto com as empresas e startups pertencentes no nosso portfólio. A nossa ideia é entregar VALOR, contar cases de sucesso, publicar artigos, grandes reportagens, entrevistar profissionais e ressaltar a devida importância que essa grande comunidade possui. Nesse novo conceito editorial, apresentaremos a vocês uma forma dinâmica e inovadora de leitura e de conceito gráfico. Inovar é sempre a nossa meta e por isso, a Revista Softex conta com uma equipe que está antenada com tudo que acontece no ecossistema e que não medirá esforços para informar com credibilidade. A matéria de capa traz o tema Programa Prioritário PNM Design – Microeletrônica. O tema foi escolhido como setor prioritário na Política Industrial,
Tecnológica e Comércio Exterior (PITEC). A Softex, com esse programa, pretende fomentar a pesquisa de ponta em temas que estabeleçam uma relação forte e duradora de parceria entre ICTs e empresas brasileiras com o ambiente global de inovação. Ciente da importância e da nossa responsabilidade no setor, a Softex, nesses quase 25 anos de atuação com 21 agentes regionais distribuídos por 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, tem orgulho em contribuir com o fomento da transformação digital no país. O nosso orgulho, inclusive, é o de PERTENCER a um ecossistema tão brilhante e atuante. Sejam todos bem-vindos.
Boa leitura. Equipe Softex
MICROELETRÔNICA
ACONTECE NO SETOR
Conheça o Programa Prioritário PNM Design – Microeletrônica
Programa ReciTech
pág6
Bootcamp México acontece nos dias 28 e 29 abril
pág9
pág15
SOFTEX
Especial Softex 25 Anos
pág10
ARTIGO
O Brasil é o país que mais contrata profissionais de IA no mundo. Por quê?
pág28
Amazonia Investments & Innovation
pág23 Assespro ganha cadeira oficial no Cati
pág31
CASES pág12 Startup leva água potável aos rincões do Maranhão
DIS- Inovação aberta na TRI- capital do País: conheça TO o Distrito DIGI- Digital TAL pág16
ESPECIAL
Escola do Trabalhador 4.0
pág20
LG PD
LGPD e o Terceiro Setor
pág24
TENDÊNCIAS As principais tendências para o setor de TI na visão de quem acelera: a Softex
pág18
RESPONSABILIDADE pág32 SOCIAL
Entrega social da Softex: um hub para impulsionar a inovação no país
Legal MAR- Marco passa por uma Casa e agora: CO vai à sanção LEGAL presidencial?
pág34
MICROELETRÔNICA Conheça o Programa Prioritário PNM Design Microeletrônica Escolhido como setor prioritário na Política Industrial, Tecnológica e Comércio Exterior, o PNM Design Microeletrônica pretende inserir o Brasil no mercado mundial de projetos de circuitos integrados
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Por Comunicação Softex
A
microeletrônica não é tão antiga como se imaginava. Fatos históricos e marcantes revelam que o efeito transistor, descoberto em 1947 na Bell Labs; e o desenvolvimento do processo planar para a fabricação de circuitos integrados (CI), em 1959, na Fairchild, resultou nos primeiros CI’s que se têm notícia em 1962. Ou seja, a idade exata do circuito integrado é de 62 anos. Antiga? Nem tanto. A descoberta da lâmpada, por exemplo, ultrapassa os 100 anos. A verdade é que nenhum produto evoluiu tão rapidamente aos níveis do CI. Mas o que seria de fato a microeletrônica? Dicionários definem a microeletrônica como o ramo da eletrônica, voltado à integração de circuitos eletrônicos, promovendo, assim, uma miniaturização dos componentes em escala microscópica. A área engloba tanto os processos físicoquímicos de fabricação dos circuitos integrados como o proejto do circuito em si. São
considerados ramos desta área, igualmente, o desenvolvimento de software de apoio ao projeto de circuitos, modelagem de componentes, técnicas de teste, entre outras. E como surgiu o PNM Design? Ainda permeando pelos fatos históricos e já nos anos
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2000, precisamente em 2002, o Comitê da Área de Tecnologia da Informação – CATI, como comitê gestor do Fundo Setorial de Informática, aprovou o Programa Nacional de Microeletrônica – PNM Design, pela Resolução nº 108, de 6 de dezembro daquele ano. Anos depois, no âmbito do PNM-Design, foi aprovado, em 2005, o Programa CIBrasil, com foco no desenvolvimento de ações para o estabelecimento de um ciclo contínuo de capacitação e implantação, desenvolvimento e consolidação da área de microeletrônica no País, inserindo o Brasil no mercado mundial de projetos de circuitos integrados. Com o intuito de aprofundar as ações das PITCE de Semi-condutores, foi sancionada a Lei nº 11.484, de 31 de março de 2007, que estabeleceu um conjunto de medidas para o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Semicondutores – Padis (com alterações subsequentes), que incluiu ações que abrangem todas as etapas de concepção, projeto, desenvolvimento e fabricação desses dispositivos. Segundo o vice-presidente da Softex, Diônes Lima, “como parte do ecossistema de Semicondutores, a microeletrônica foi escolhida como setor prioritário na Política Industrial, Tecnológica e Comércio Exterior (PITCE) colocando em destaque os projetos do setor de TICs”, destaca. Na gestão da Softex, pretende-se fomentar a pesquisa de ponta em temas e linhas e, como consequência das ações do programa, estabelecer uma relação duradoura de parceria entre ICTs e empresas brasileiras com o ambiente global de inovação. O objetivo é aumentar a competitividade nacional em P, D&I, com a ampliação e na criação de competências tecnológicas em diversos setores industriais e de negócios intensivos em tecnologia no setor de comunicações digitais em alta taxa, com resultados diretos para o setor de tecnologia de informação e comunicações – TIC e para o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos. Fonte de pesquisa: Relatório de Atividades Softex; Evolução de Microeletrônica a Micro-Sistemas Jacobus W. Swart – CCS e FEEC – Unicamp 8
ACONTECE NO SETOR Programa ReciTech
A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), em parceria com o Instituto Observatório do Terceiro Setor e ReUrbi, anunciou o lançamento do Programa ReciTech. Seu objetivo é oferecer serviços de logística reversa nos descartes de equipamentos de tecnologia e telecomunicações em desuso às empresas de todos os setores econômicos em âmbito nacional. O propósito do programa – voltado à economia circular – é gerar materiais que serão reinseridos na cadeia produtiva, com devolutivas econômicas, ambientais e sociais. Para mais informações, visite www.reurbi.com.br 9
Especial Softex: dedicação ao fortalecimento da indústria brasileira de TI Em dezembro, a entidade completará 25 anos com grande projetos e parcerias que a posicionam como uma das mais importantes no fomento à Tecnologia da Informação
Por Mário Pereira
A
o comemorar 25 anos de existência, em dezembro deste ano, a Softex atinge uma marca histórica para a entidade que tem a proposta de ser instrumento de execução das políticas governamentais para a área de TI brasileira. “Essa
trajetória só foi possível graças àqueles que construíram esse caso de sucesso: presidente, vice-presidente, diretores e colaboradores. É impossível citar todos que contribuíram ao longo desses anos, porque foram muitos”, reconhece Ruben Delgado, atual presidente da Softex.
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Para Delgado, a qualidade do trabalho que esses profissionais realizaram – e realizam – pode ser medida pelo grande número de pessoas que a Softex cedeu para a iniciativa privada e também para diversos órgãos públicos. “Devemos olhar a nossa entidade como uma ferramenta de desenvolvimento da área de TI para o país. Ela deve manter esta visão de sempre aportar novos empreendedores, startups e novas tecnologias”, comenta. O presidente destaca, ainda, a importância da entrega social feita pela Softex, alertando para a existência de uma carência de mão de obra qualificada para a indústria de TICs. “Quem tem qualificação é assediado por multinacionais e empresas no exterior, ainda mais agora com a expansão do teletrabalho em função da pandemia. Este é o momento não de lamentar, mas, sim, de formar muita gente”. Na visão de Ruben, uma ação importante nesse sentido é o adensamento de mão de obra, citando como exemplo o Brasil Digital, programa coordenado pela Softex, que conta com mais de 600 mil alunos. “É um programa que deveria ser replicado para que possamos ter realmente uma fábrica de mão de obra. E isso não é invenção nossa. Foi o que a Índia fez há 20 anos”, argumenta Delgado, acrescentando, ainda, que outra linha de ação a ser reforçada é o adensamento de startups.
Ao lembrar que a mortalidade das startups no Brasil é grande, Ruben sinaliza que o país precisa de empreendedores e que o processo de digitalização das empresas exigirá novas soluções customizadas. “O mundo está evoluindo e a digitalização de todas as empresas é fundamental. Se isso não acontecer, você está fora do mercado, porque simplesmente deixará de ser competitivo. Devemos olhar para os países mais digitalizados. O Brasil deve ser, também, um grande produtor de tecnologia. Toda vez que existir um programa de apoio à indústria, o empresário tem que ser ágil porque senão ele estará fadado ao fracasso. É assim que é o cenário global atual. A Softex apoia e ajuda todas essas empresas de TI a auxiliarem seus clientes”, conclui.
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Ruben Delgado, presidente da Softex
CASES
Startup leva água potável aos rincões do Maranhão Projeto apoiado pelo Programa Conecta Startup Brasil já beneficiou mais de 2 mil pessoas
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M
Por Karen Kornilovicz
ais de 2 mil pessoas já foram beneficiadas pelo projeto da startup de impacto social SDW (Safe Drinking Water for All), fundada em 2015 com o propósito de desenvolver tecnologias hídricas e de saneamento que proporcionem mais saúde e qualidade de vida à população de maior vulnerabilidade socioambiental. Em parceria com a Fundação Vale, a SDW está realizando um projeto-piloto com o dispositivo Aqualuz, que torna a água própria para consumo apenas com a radiação solar, junto a dez famílias da comunidade de Vila Pindaré, no município de Buriticupu, distante cerca de 400 km da cidade de São Luiz, no Estado do Maranhão. Para a sua realização, a iniciativa conta com o apoio do programa Conecta Startup Brasil, uma iniciativa do MCTI, ABDI e Softex, em parceria com o CNPq, que se destaca por apoiar empresas de base tecnológica em estágio inicial. O Aqualuz é a única tecnologia no mundo que realiza o tratamento
de água de cisternas usando a luz solar, sem nenhum tipo de filtro ou de aditivo químico. Trata-se de um reservatório com superfície de vidro, diretamente acoplado à cisterna e que pode ser instalado em apenas 10 minutos. A manutenção é feita utilizando apenas água e sabão. O equipamento tem vida útil de até 20 anos. Ele funciona assim: a água armazenada na cisterna é bombeada até o dispositivo e o tratamento acontece automaticamente. Um indicador sinaliza quando o processo está concluído. Por sua simplicidade no manuseio, na manutenção, pelo potencial de impacto positivo e transformador no meio ambiente, o Aqualuz foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Foi no âmbito do Conecta Startup Brasil que conseguimos estabelecer, construir e manter a conexão com a Vale que é, além de nossa parceira, também cliente. O programa foi responsável por essa sinergia. Nos próximos meses, esperamos firmar um acordo para a aquisição de mais 200 unidades. Assim, poderemos beneficiar mais quatro comunidades em Buriticupu”, destaca Jhonathan Lima, coordenador de projetos da SDW. A gerente da Fundação Vale, Pamella De-Cnop, explica que a tecnologia foi implantada após conexão da Vale com a startup SDW por meio do programa Conecta Startup Brasil, que fomenta o ecossistema brasileiro
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de inovação. O projeto segue sendo monitorado e espera-se que ele possa ser expandido futuramente. “Temos muita alegria em poder contribuir para o acesso a uma necessidade básica da população que é a água potável. Pela simplicidade do projeto as próprias famílias têm autonomia para gerir o equipamento. Esperamos poder contribuir para que o acesso à água potável torne-se possível para mais famílias no interior do Maranhão”, destaca. O acesso à água potável e ao saneamento básico é considerado um direito básico do ser humano. Segundo dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2015, 2,1 bilhões de pessoas não tinham acesso à água potável, enquanto 4,5 bilhões não tinham instalações sanitárias geridas de forma segura. No Brasil, existem cerca de 1,4 milhão de cisternas construídas.
A SDW está presente atualmente nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Sergipe. A meta da empresa é operar em todos os nove estados do Nordeste e também no norte de Minas Gerais.
Sobre o Conecta Startup Brasil O Conecta Startup Brasil é um programa de inovação aberta que já impactou mais de 20.000 pessoas em todo o país e que tem como objetivo fomentar projetos de inovação que tenham compatibilidade com o mercado e com grandes empresas. Uma iniciativa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI, da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, e da Softex, que executa o programa em parceria com o CNPq.
Aqualuz em operação na comunidade de Vila Pindaré, no município de Buriticupu, Estado do Maranhão
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ACONTECE NO SETOR
BOOTCAMP MÉXICO 28 e 29 de abril INSCREVA-SE: WWW.BIT.LY/BOOTCAMPMEXICO
Bootcamp México acontece nos dias 28 e 29 abril Empresas brasileiras que tenham interesse em internacionalizar seus negócios terão a chance de entender mais sobre o assunto durante o Bootcamp México, que acontece nos dias 28 e 29 de abril. De forma prática, o evento – exclusivamente on-line – pretende fazer conexões e apresentar conteúdos exclusivos do mercado mexicano. No primeiro dia de evento, acontecerá, das 11h às 12h, um overview do Ecossistema Mexicano e oportunidades que o país oferece. Logo em seguida, a palestra “Como abrir uma empresa no México: regras contábeis, bancárias e jurídicas.
As atividades do dia serão finalizadas com o tema: “Contratação de um profissional mexicano: leis e regulamentos. Os trabalhos do último dia do Bootcamp começam às 10h com “Introdução às Aceleradoras Mexicanas”. Das 11h às 12h, será a vez da palestra “Introdução às aceleradoras e aos benefícios oferecidos como investimentos governamentais”, “business visa” e “startup visa”. E para encerrar o encontro, as empresas participantes assistirão ao tema “Empresas brasileiras no México: jornada no país. 15
DISTRITO DIGITAL
C
Inovação aberta na capital do País: conheça o Distrito Digital Iniciativa beneficiará empresas de Brasília e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE)
Por Karen Kornilovicz
omo parte das celebrações dos 61 anos da capital Federal, a Softex e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) lançaram, no dia 22 de abril, o Programa Distrito Digital. Com recursos da ordem de R$ 3,5 milhões e execução prevista para ocorrer em 18 meses, o Distrito Digital tem como objetivo a realização de programa de inovação aberta e intraempreendedorismo na Capital Federal, por meio de ações
de mobilização e fortalecimento do ecossistema inovador local, capacitação e desenvolvimento de empresas para ações empreendedoras e relacionamento com startups, além da promoção de um mindset global por meio de ação de internacionalização. Outro ponto de destaque do Distrito é a transformação digital de empresas e organizações do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), com foco
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no desenvolvimento de talentos conectados à nova economia digital. A iniciativa possui quatro eixos principais: intraempreendedorismo e inovação corporativa; inovação aberta, com empresas conectadas ao ecossistema de Inovação; identificação de talentos para a economia digital e internacionalização. “Trata-se de um programa que tem em sua essência a criação de novos polos de inovação e empreendedorismo fora do eixo Sudeste, algo vital em um país com a extensão continental do Brasil”, destaca Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex. Marcando a fase inicial do programa, o Laboratório de Modelagem reuniu, no final de março, 50 convidados representando 38 instituições e empresas de diversos segmentos do Distrito Federal para realizar um levantamento das dificuldades, percepções e necessidades de seus principais stakeholders face à transformação Digital, à inovação e ao desenvolvimento de talentos para a economia digital, além da promoção de levantamento técnico sobre o ecossistema. De forma a conferir tração ao Programa, ainda neste primeiro semestre, serão firmados acordos de parceria com instituições e entidades de classe, bem como a realização de uma série de eventos
temáticos de mobilização, entre meetups e oficinas imersivas sobre inovação e empreendedorismo. Tudo isso visando o lançamento da Chamada de Intraempreendedorismo no próximo mês de julho. Ela terá como focos a inovação corporativa, o desenvolvimento de intraempreendedores e de talentos para as novas carreiras digitais. A Chamada de Inovação Aberta terá início a partir de setembro e promoverá a conexão das empresas ao ecossistema de inovação. A fase de capacitação em internacionalização acontecerá a partir de 2022.
Como funciona? O Programa atuará em etapas sequenciais nos eixos de mobilização, intraempreendedorismo e inovação aberta. 1. Na etapa de Mobilização, visando a sensibilização e atração de empresas e autarquias 2. Em sequência, as selecionadas participarão do Programa de Intraempreendedorismo 3. Em seguida, serão indicados desafios tecnológicos a serem solucionados por Startups na etapa de Inovação Aberta, com o desenvolvimento de POCs e Investimentos. Acesse distritodigital.org.br e saiba mais sobre o programa 17
TENDÊNCIAS
As principais tendências para o setor de TI na visão de quem acelera: a Softex
Por Karen Kornilovicz
O
ano de 2020 acabou por acelerar o processo de transformação digital das empresas, que precisaram se adaptar rapidamente aos desafios impostos pelo distanciamento social em razão da migração para o trabalho remoto em massa e ao comércio eletrônico, por exemplo. O ciclo de evolução da tecnologia está cada vez mais curto e acompanhar tendências de TI está longe de ser uma tarefa fácil, afinal há muita coisa acontecendo ao mesmo tempo neste mundo para lá de dinâmico. Ruben Delgado, presidente da Softex, aponta entre as principais tendências para 2021 o RPA (Robotic
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Process Automation). “A robotização de processos é uma forma muito rápida de digitalização e apresenta quase que imediatamente seus resultados”, comenta, lembrando que ao eliminar a presença humana em tarefas repetitivas essa tecnologia reduz sensivelmente a margem de erro. “Toda tecnologia revolucionária sempre é vista inicialmente com desconfiança, mas acaba se impondo pelos muitos benefícios que gera para a organização e para a sociedade como um todo”, analisa. Foi o que ocorreu há alguns anos com a Inteligência Artificial. “Em um primeiro momento, ela foi vista como vilã. Porém suas muitas contribuições, incluindo atendimento a clientes, ensino, vendas, marketing e processos de tomada de decisões, entre tantas outras áreas, acabaram por transformá-la em uma tendência irreversível”, detalha Ruben. Ele elenca ainda em sua lista Block Chain e os impactos decorrentes da chegada da tecnologia 5G. “Sua velocidade sensivelmente maior impactará as mais diversas áreas, trazendo uma revolução em si própria. Uma operação de alta complexidade poderá ser conduzida por um médico de um hospital de ponta de uma capital em um posto de saúde de uma pequena cidade do interior do Brasil”, exemplifica Delgado, destacando a importância de o país acompanhar estas ondas tecnológicas, marcando nelas sua presença. Estas tendências são as mesmas que Diônes Lima, vice-presidente da en-
tidade, projeta para este ano e para um futuro próximo, com o executivo chamando a atenção para a questão da segurança. “A TI está hoje na alma de praticamente todos os negócios, fazendo com que a segurança seja o grande guarda-chuva sob o qual estão todas as áreas que envolvem o desenvolvimento tecnológico do mundo.” No entender de Diônes, seja na Inteligência Artificial, no Block Chain, em contêineres na nuvem ou em qualquer outra tecnologia, não há como deixar de priorizar a segurança. “Esse é um desafio que está sendo colocado tanto para a iniciativa privada como para o Governo. Quanto mais empregamos tecnologia, maior o risco de uma empresa ter seus dados sensíveis ou de seus usuários roubados, como por exemplo em um sistema de prestação pública de serviço, como fornecimento de energia elétrica ou água, ser desligado por agentes criminosos”, alerta Diônes. Citando um recente estudo do IDC que estimou em U$ 900 milhões os investimentos do Brasil em segurança ao longo de 2021, Diônes Lima lembra que ao mesmo tempo em que a geração de dados cresce exponencialmente, também é dramática a necessidade de que a segurança esteja presente em todo o processo. “A questão da segurança é fundamental para a credibilidade dos produtos e dos serviços oferecidos. Esta é uma demanda diretamente ligada à revolução digital que estamos vivendo”, conclui.
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ESPECIAL Conheça a Escola do Trabalhador 4.0: o programa que visa capacitar 5.5 milhões de pessoas em habilidades digitais até 2023 A Softex fará a curadoria de conteúdo, publicações dos cursos e acompanhamento dos alunos
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J
Por Karen Kornilovicz
á está operacional o programa de capacitação profissional em habilidades digitais Escola do Trabalhador 4.0, uma plataforma de ensino remoto desenvolvida pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (SEPEC/ME) em parceria com a Microsoft. Seu público-alvo são trabalhadores maiores de 18 anos em busca de emprego que queiram se reinventar e se preparar para as novas demandas do mercado de trabalho, principalmente com foco no ambiente digital. A meta é alcançar 5.5 milhões de trabalhadores até fevereiro de 2023. Para acelerar a qualificação da população na área de tecnologia, principalmente nesse momento de pandemia em que as habilidades digitais se tornaram ainda mais relevantes, a SEPEC decidiu antecipar o oferecimento dos cursos de Letramento Digital, que estão disponíveis desde 15 de março. Eles são a base para as demais trilhas de aprendizagem da Escola do Trabalhador 4.0. São quatro no total: Letramento Digital, Fundamentos e Produtividade, Profissionalizantes e Avançados em TI. “É muito importante ofertar mecanismos que auxiliem os trabalhadores em sua recolocação no mercado de trabalho. Oferecendo não só o acesso à plataforma
tanto pelo computador, quanto pelo celular, mas com monitores disponíveis para tirar dúvidas”, destaca o Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa. A plataforma de ensino remoto, implementada em parceria com a Softex, responsável pela curadoria de conteúdo, publicações dos cursos e acompanhamento dos alunos, oferecerá diversos cursos modulares para todo o território nacional e conta com 58 instrutores da Microsoft para oferecer orientação personalizada para até 315 mil pessoas. Todos os conteúdos serão disponibilizados de forma online, gratuita, e com certificado. São 11 trilhas de aprendizagem que englobam mais de 45 cursos de Tecnologia em diferentes níveis com base nas principais
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competências exigidas pelo mercado de trabalho, cobrindo desde a alfabetização digital até módulos mais avançados de computação em nuvem, IA e ciência de dados. O calendário será atualizado mensalmente e, já no mês de abril, estão previstas a incorporação de nove cursos de Introdução à Programação, Produtividade Pessoal e Produtividade Colaborativa. “O Escola do Trabalhador tem a proposta de apoiar todos aqueles que procuram acesso a uma formação e capacitação técnica para encontrar vaga em um mercado de trabalho que vem apresentando alta demanda mesmo em um momento de economia em retração, como é o caso do setor de tecnologia”, explica Diônes Lima, vice-presidente da Softex, lembrando que o déficit de profissionais de TI no país deverá superar 408 mil em 2022 segundo levantamento realizado pela entidade. Para o executivo, “a geração de empregos e a recuperação da economia passam, necessariamente, por uma qualificação profissional capaz de atender ao que o mercado de trabalho está demandando, e esta é justamente a leitura desta iniciativa, que conta com a participação direta de uma das maiores empresas do mundo e que tem se destacado por propor um olhar comunitário como o ponto de partida para a solução dos muitos problemas que afetam a economia de todos os países”. Com o objetivo de ajudar o
trabalhador na escolha do curso mais adequado, a plataforma oferece ainda o Teste de Carreira. Respondendo algumas perguntas múltipla escolha e “sim” e “não” a plataforma será capaz de identificar quais habilidades digitais ele já possui e cruzar com seus objetivos de carreira. Baseado nos conhecimentos atuais e em suas aspirações profissionais, a ferramenta indicará qual o curso mais adequado para cada indivíduo.
“Iniciativas como essa são fundamentais para apoiar a retomada econômica do País e o crescimento sustentável do Brasil”, lembra Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. Para conhecer a plataforma, visite https://empregamais. economia.gov.br/ escoladotrabalhador40/
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ACONTECE NO SETOR
OPORTUNIDADES & SUSTENTABILIDADE FÓRUM ONLINE 25 A 27 DE MAIO 2021
Crescimento e Inovação com a Lei da Informática O Fórum, que será totalmente on line, contará com as presenças de atores do ecossistema da região da Amazônia Ocidental e Amapá. Os encontros, que serão fechados, abordarão debates construtivos com foco na busca de soluções de maior impacto no ecossistema com a Lei da Informática. O evento tem como eixos prioritários o planejamento e comunicação estratégica, entre outros, de bioprodutos e alimentos, bioeconomia, saúde e tecnologia, cultura amazônica, defesa e segurança nacional, ecoturismo, mineração responsável, óleo e gás,
energias renováveis e recursos hídricos. Destaque na programação para os painéis de oportunidades, sustentabilidade, oportunidade para bioeconomia, indústria 4.0, empreendedorismo inovador, para investimentos, entre outros. Serão três dias de evento com participações de todo o Brasil e internacionais. O Amazonia Investiments & Innovation é uma correalização da Suframa, Softex , CTIS, Idesam e Ministério da Economia. Mais informações podem ser obtidas em www.amazoniainvestiments.softex.br 23
LG PD LGPD e o Terceiro Setor A Softex e o compromisso com a Privacidade Por Caroline Barroso da Silva, Pelo Mundo com Compliance Assessoria, Especialista em Governança, Compliance e Proteção de Dados.
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E
m 2020, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, que define diretrizes sobre como os dados pessoais de pessoas físicas devem ser tratados (usados) e quais as consequências para o não cumprimento da nova legislação. Além disso traz obrigações complementares, a exemplo das boas práticas de Governança e algumas ações acessórias, que combinam as condutas de Compliance com a Segurança da Informação, que têm o objetivo de garantir a proteção dos dados pessoais para preservar a privacidade de alguém. Independentemente do setor que uma organização atue, seja no primeiro, segundo ou terceiro, a LGPD se aplica aos processos internos de cada organização, para que assim o caminho proposto pela lei se traduza em segurança para as pessoas que, de forma idônea, confiam seus dados às organizações. Tomando o terceiro setor como foco de análise dessa discussão, verifica-se que embora não haja monetização de dados nas suas atividades, o que induz muitos a acreditarem que a LGPD não deveria ser motivo de preocupação – as atividades incluem, inclusive, a execução e/ou coordenação de políticas públicas em nome do próprio governo. Cabe aqui pontuar que a lei deve ser sim objeto de adequação dentro dessas organizações. Isso por si só revela o caráter inclusivo da LGPD, bem como seu
aspecto inovador ao regulamentar a importância de que cada pessoa física natural, juntamente com informações pessoais que as identificam e as qualificam dentro de suas particularidades, deixe de ser apenas dados aleatórios numa cadeia de valor econômica. Cada pessoa é única, tem o direito fundamental à sua privacidade, e cada uma dessas pessoas pode decidir o que pode ou não ser feito com seus dados pessoais. Ademais, quando uma organização dá importância às diretrizes da LGPD, ela demonstra o compromisso social de que a privacidade é um direito de todos.
Softex A nova lei traz consigo desafios como, por exemplo, a mudança cultural que as organizações enfrentarão para tratar o tema, o custo financeiro que algumas medidas administrativas e técnicas envolvem e, ainda, a tentativa de desenvolver uma adequação simples e acessível às pessoas físicas. Ainda assim, organizações como a Softex resolveram focar nas oportunidades que a lei traz e conduzir de forma muito estratégica os desafios desse novo momento. A Softex é um exemplo prático de que é importante não protelar as adequações que a LGPD exige. Ainda no ano de 2020, preocupou-se em entender melhor o tema e iniciou um processo de conscientização interna, com palestras, workshops
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e treinamentos sobre como a lei iria impactar seu ambiente interno e externo, e como cada um seria parte disso, pois só com o entendimento de todos seria possível dar o próximo passo em sua fase de adequação. Além de a LGPD colocar o Brasil numa lista de países que se preocupam com a proteção dos dados pessoais, a lei também se mostra como uma oportunidade de a Softex alcançar o nível de segurança e confiança que seus parceiros internacionais exigem, ou seja, de garantir que os dados que são processados possam ser considerados seguros, controlados e protegidos dentro dos ditames da lei. Para organizações como a Softex, que já entenderam que é urgente e necessário falar e se adequar ao tema, é preciso ir além e trazer esse tema para a esfera social, principalmente pelo impacto social que suas atividades representam. Ou seja, mais importante do que se adequar às exigências da LGPD institucionalmente, é preciso contribuir de forma educativa com a temática, sendo uma organização que cumpre a lei e contribui com a disseminação de conhecimento para a sociedade. Na Softex, isso fica evidente com a criação do ambiente virtual chamado “Canal de Privacidade Softex”, onde a sociedade pode ter acesso a informações descomplicadas sobre a LGPD. A Softex conta ainda com uma Política de Privacidade e Segurança da Informação, em conjunto com
várias iniciativas exigidas por lei e outras que a própria instituição entendeu serem necessárias, como a adoção de um Programa de Governança e Compliance, a fim de otimizar os processos de tratamento de dados pessoais. A Softex quer ser parte desse momento único que o Brasil vive. É uma transição de uma cultura que nos convida à exposição dos nossos dados diariamente sem qualquer consequência, para uma cultura de respeito à privacidade das pessoas, em busca de mais transparência na gestão dos dados pessoais por parte das organizações.
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SUA EMPRESA MAIS INTELIGENTE
EDITAL DE EMPRESAS ÂNCORA Coinvestimento 1:1 Até R$150 mil Inscrições até 02/05
ACESSE:
SOFTEX.BR/IAMCTI
Execução
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Realização
Pedro Teodoro, coordenador de desenvolvimento de startups da Softex
ARTIGO
O Brasil é o país que mais contrata profissionais de IA no mundo. Por quê? 28
Por Pedro Teodoro,
A
inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nossas vidas: nos apps de navegação como Waze, nos assistentes pessoais virtuais Siri e Alexa e até mesmo nos sites de compras eletrônicas que empregam ferramentas de IA e de machine learning para prever carteiras de compras cada vez mais assertivas para os clientes. Portanto, levando-se em consideração esse cenário, não é de se estranhar que um profissional especialista em inteligência artificial esteja em alta no mercado. não só no Brasil, mas também no exterior. O LinkedIn, em seu levantamento anual Emerging Jobs Report 2020, aponta este profissional no TOP 1 da lista dos trabalhos mais emergentes em 2020. O que chama atenção, contudo, é o fato de o Brasil ser atualmente o país que mais contrata profissionais de IA no mundo, segundo o estudo AI Vibrancy realizado pela renomada Universidade de Stanford. O que justifica essa demanda? Bem, apesar da baixa posição em publicação de artigos científicos e patentes, o Brasil é intensivo no emprego de inteligência artificial por conta de seus 11 unicórnios, ou seja, startups avaliadas em mais de U$ 1 bilhão e que aplicam muita tecnologia para garantir a sua operação em grande escala.
coordenador de desenvolvimento de startups da Softex
E a tendência é que a procura por esses especialistas siga em alta nos próximos anos por três motivos. Primeiro, porque mercado como um todo carece de profissionais: levantamento realizado pela unidade de inteligência, estudos e pesquisas da Softex, aponta que o déficit de profissionais de TI no país deverá superar a casa dos 408 mil em 2022. Segundo: o interesse em contratar um especialista em inteligência artificial não se restringe às empresas de base tecnológica, mas se estende também às companhias da economia tradicional que buscam cada vez mais implementar soluções capazes aumentar a sua eficiência operacional e reduzir custos. O investimento em IA privada cresceu 9,3% no ano passado, superior aos 5,7% registrados no período 2018-19. O terceiro motivo é o fato de o Governo Federal estar desenvolvendo o IA² MCTI, programa de aceleração tecnológica em inteligência artificial, iniciativa que visa aumentar a competitividade brasileira através da inovação aberta. A ideia, segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, é transformar o conhecimento produzido pelo país em conhecimento, em empregos, produtos e serviços. Inicialmente, o IA² MCTI selecionou 100 projetos para pré-aceleração 29
que receberam mentoria e suporte técnico das ICCs e das aceleradoras com experiência aplicada em IA já cadastradas. Na sequência, foram escolhidas 31 startups que estão sendo aceleradas e desenvolvendo seus projetos em IA para que possam se conectar com as 15 empresas âncora que estão sendo selecionadas em edital lançado no último dia 9 de março. As empresas escolhidas se conectarão com as startups em aceleração, que receberão mais de R$ 5 milhões em aplicação e adoção de soluções em IA. Assim, a política pública compartilha risco com o mercado para aumentar a efetividade do portfólio de empresas. Vale destacar que o número de empresas de IA recém-financiadas caiu pelo terceiro ano consecutivo, mostrando que estamos passando da pesquisa pura e pequenas startups exploratórias para empresas em estágio industrial. O Brasil está na 17ª colocação na corrida pela liderança na aplicação de IA em negócios, à frente de países como Itália, Rússia e Holanda. Há muito a crescer em um setor que movimentou U$ 15,2 bilhões em 2019 e tende a evoluir cerca de 20% ao ano até 2025, de acordo com o BCC Research. Se você é um profissional de TI vale à pena ficar atento a esse movimento, buscar novas competências e até mesmo investir em requalificação. Este é um momento único em que é possível alavancar uma carreira de sucesso através da conjunção de uma forte demanda por pessoas qualificadas com o crescimento no emprego de IA, uma tendência que não deve apresentar desaceleração tão cedo. Fontes: AI Vibrancy: https://aiindex.stanford.edu/vibrancy/ AI Index (Relatório Completo): https://aiindex.stanford.edu/wp-content/ uploads/2021/03/2021-A
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ACONTECE NO SETOR Italo Nogueira, presidente da Federação Assepro
Assespro ganha cadeira oficial no Cati Após um hiato de vários anos, a Federação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro) voltou a ter cadeira no conselho do Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati), assumida por Italo Nogueira, presidente da Federação Assepro e representando startups, pequenas, médias e grandes empresas de TI. Criado em 2001, suas atividades envolvem a gestão dos recursos destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação, oriundos dos
investimentos realizados pelas empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação que fizeram jus aos benefícios fiscais previstos na Lei de Informática de 1991. Integram também o conselho representantes do Ministério da Economia (ME), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e da Comunidade Científica. 31
RESPONSABILIDADE SOCIAL Entrega social da Softex: um hub para impulsionar a inovação no país
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Por Mário Pereira
o longo de seus 25 anos, a Softex vem criando, promovendo e executando iniciativas no âmbito nacional e internacional nas áreas de tecnologia e inovação, fomentando o processo de transformação digital do país, tendo já beneficiado a aceleração de mais de 5 mil startups e de cerca de 6 mil empresas. Os números da entidade são robustos: seis áreas de atuação, 21 Agentes Regionais, 51 ICTs credenciadas, 1 aceleradora exclusiva e 19 parceiras, beneficiando cerca de 5 mil startups e mais de 6 mil empresas. Atuando em todos os estados do Brasil, também está presente em 20 países nos setores Industrial, Agronegócio, Comércio e Serviços e Logística nas verticais Gás e Óleo, Telecomunicações, Saúde, Aeroespacial, Automotivo, Segurança. Ruben Delgado, presidente da Softex, destaca a importância da entrega social feita pela entidade, em especial em relação ao adensamento de mão de obra, citando como exemplos o programa Brasil Digital, que conta com mais de 600 mil alunos, e o adensamento de startups. “Reunimos diversos casos de sucesso e não só relacionados à execução. São 25 anos aplicando recursos públicos com absoluta transparência e correção. É um modelo de terceiro setor que deu certo por sua capacidade de interlocução tanto com o Governo como com a iniciativa privada e a aca-
demia. Dispomos atualmente de um equilíbrio financeiro que nos permitiu deixar de ser só um instrumento de execução de políticas públicas para nos tornar também um instrumento de execução de atividades sociais”, complementa Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex. Ele define, ainda, a Softex como um hub para impulsionar a inovação no país. “Ela teve a maturidade e a flexibilidade para se alinhar com as mudanças de cenários constantes, o que pode ser considerado uma característica da área de TI. Nesse sentido, a Softex se adaptou, sobreviveu e trouxe a cultura da inovação, das startups para dentro dela.” Como exemplo, Diônes lembra o início dos anos 2000, quando o mercado global começou a demandar por qualidade e a Softex criou o MPS.BR, reconhecido pelo BID como o maior caso de empreendedorismo do mundo. “Quando analiso esses 25 anos da Softex entendo que a entidade nasceu para acompanhar a época na qual ela está inserida, sempre com um olhar para ao futuro, empregando as muitas experiências do passado”, conclui Diônes Lima.
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Ruben Delgado, presidente, e Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex
MARCO LEGAL STARTUPS Marco Legal passa por uma Casa e agora: vai à sanção presidencial? Regulamentação dará mais segurança e vai colaborar para o crescimento do ecossistema de empreendedorismo no Brasil 34
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om 71 votos favoráveis e nenhum contrário, o Senado Federal aprovou no dia 24 de fevereiro deste ano, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 146/2019 – batizado de “Marco Legal das Startups” – que reúne medidas de estímulo à criação de empresas de base tecnológica, as chamadas startups, e estabelece incentivos aos investimentos por meio do aprimoramento do ambiente de negócios no país. O PLP já havia sido aprovado em dezembro pela Câmara dos Deputados. Estima-se que o Brasil possua atualmente cerca de 13 mil startups em diferentes estágios de desenvolvimento, atuando em diversos segmentos, tais como educação, saúde, agronegócio, comunicação, finanças e saúde. Só a Softex, entidade que atua, há quase 25 anos, em prol do fomento da transformação digital brasileira, possui 5 mil em seu portfólio. O texto aborda seis importantes alicerces do ecossistema – investidores, recursos de fundos, programas e editais, incentivos fiscais, ambientes regulatórios e investidores-anjo – e a regulamentação proposta está dividida em quatro pilares principais: » desburocratização do ambiente de negócios » participação em processos de licitação
Por Karen Kornilovicz » facilitação de acesso a investimentos » regulamentação das relações de trabalho como um todo A Lei engloba, ainda, quatro diretrizes para fomentar o desenvolvimento das startups por meio da promoção do empreendedorismo digital; da garantia de acesso aos programas, instituições de ensino e instrumentos que acabam por viabilizar a efetiva redução de custos; do aumento da produtividade e da melhor gestão de projetos; e da promoção de programas de inovação aberta, pré-aceleração e aceleração, com o objetivo de estimular a cultura empreendedora. Entre outros pontos importantes, o texto define
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exatamente o que é uma startup e estabelece os princípios e as diretrizes para a sua participação em licitações públicas e também a contratação de soluções inovadoras pela administração pública. Para o professor Pós-Dr. Luiz Fernando do Vale de Almeida Guilherme, advogado e sócio da Almeida Guilherme Advogados Associados, o Marco Legal vem com distorções no projeto em relação à tributação e à estrutura jurídica que poderia ser fomentada neste projeto de lei.
“Com o Projeto de Lei, o mercado de startups terá maior reconhecimento e segurança jurídica, com crescimento exponencial de oportunidades tanto para empreendedores quanto para investidores, e para o mercado como um todo, que se beneficiará das soluções inovadoras trazidas
pelas startups. De toda forma, o projeto acabou de passar pelo Senado, voltou para a Câmara de Deputados com alterações que frustraram parte do mercado, ansioso por uma legislação mais robusta, garantindo segurança jurídica e devido incentivo fiscal para o empreendedorismo inovador”, analisa o PósDr. Luiz Fernando. Um dos pontos mais debatidos do Marco Legal das Startups no Senado – e que mais chamou atenção – , diz respeito à participação do governo em projetos de startups, podendo realizar estímulos financeiros, assim como criar uma modalidade especial de licitação que consiste na contratação de pessoas ou empresas para teste de soluções inovadoras. O Marco prevê, neste diapasão, a tentativa de aumento da segurança jurídica para investimentos e a desburocratização de processos com a adoção de medidas de fomento ao ambiente de negócios e ao aumento da oferta de capital para investimento em empreendedorismo inovador. As startups poderão admitir aporte de capital, tanto de pessoas físicas como de pessoas jurídicas. Esse 36
aporte pode resultar – ou não – em participação no capital social. O investidor-anjo não será considerado sócio, nem possuirá direito à gerência ou a voto na administração da empresa. Não responderá por dívidas – inclusive em recuperação judicial – e não será estendida a ele nenhuma obrigação da empresa. Ele contribuirá com suas experiências, redes de contatos e financeiramente, podendo participar, de maneira consultiva, das deliberações. Para Rafaela Bassetti, founder e CEO do fundo de investimento Wishe Women Capital,
“a aprovação do Marco traz uma contribuição importante ao garantir mais proteção para os investidores-anjo, mas o fato de duas propostas muito relevantes, envolvendo questões tributárias, terem ficado de fora, elas acabaram frustrando um pouco as expectativas do ecossistema. Esse tema da tributação precisará ser revisitado em algum momento.”
Na visão do deputado federal João Roma, presidente da Comissão das Startups e atual ministro da Cidadania,
“com a aprovação dessa matéria temos agora a oportunidade de estimular o nosso desenvolvimento tecnológico e o setor de inovação. Além disso, neste momento de crise, o Marco Legal pode ser importante vetor para a retomada da nossa economia, a partir do momento em que vai proporcionar e incentivar a criação de novos negócios com base tecnológica”. Como o conteúdo do projeto foi alterado no Senado, o texto agora retornará à Câmara para nova apreciação e discussão dos deputados, antes da sanção do presidente da República.
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