#7 | Pocket Magazine Softex

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REVISTA

7 • 2021 OUT NOV DEZ

ESPECIAL 25 ANOS

Softex: há

25 anos

conduzindo a jornada de inovação no brasil tecnologia • inovação • negócios •  políticas públicas


Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

Jornalista responsável Fabrício Lourenço – DF2887 JP

Presidente da Softex Ruben Delgado

Assessoria de imprensa (MLP) Karen Kornilovicz Mário Pereira

Vice-Presidente da Softex Diônes Lima

Revisão Bruna Moreira

Coordenação do projeto Juliana Molezini

Diagramação e projeto gráfico Simone Silva (Figuramundo)

@2021 – Revista Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.


Olá! Foi no início dos anos 1990 que a World Wide Web se popularizou em todo o mundo e, para refrescar a memória dos nossos ávidos leitores, foram Tim Berners-Lee e Robert Cailliau que conectaram o hipertexto à Internet e criaram a web que todos nós conhecemos e não conseguimos viver sem. Anos mais tarde, precisamente em 1996, a telefonia móvel (celular), que já caminhava para o processo de modernização que conhecemos hoje, teve o tamanho reduzido, mudança no posicionamento das teclas, a antena mais curta e o display passou a ser monocromático. Era o caminho de uma revolução tecnológica. Tão revolucionária como foi a criação da Softex, que entrou nesse caminho da tecnologia no dia 3 de dezembro de 1996: uma entidade que pretendia contribuir com a transformação digital, com o propósito de criar, promover e executar nos cenários nacional e internacional a tecnologia e inovação. Seus idealizadores foram visionários? A reposta é sim. Durante todos esses anos de conquistas, a Softex se firma no ecossistema digital como uma entidade pujante, que se preocupa e contribui com o desenvolvimento e com o crescimento de empresas e startups, na certeza de que a educação digital pode, sim, contribuir para um futuro muito mais tecnológico.

Ao comemorar as bodas de prata, a Softex tem muito a celebrar: os profissionais que por aqui passaram e deixaram suas contribuições tornaram a entidade uma das mais respeitadas do setor. A Softex respira inovação e entende que esse é o caminho para um futuro cada vez mais digital. Essa edição especial dos 25 anos é uma homenagem a todos que deixaram suas contribuições e reafirmaram o potencial transformador que a entidade tem no Brasil e no mundo.

Boa leitura. Equipe Softex


ACONTECE NO SETOR

ESPECIAL

Uso de tecnologias digitais avança no setor de saúde

Softex: há 25 anos pavimentando o caminho da inovação

pág21 Jockey Club sediará o Rio Innovation Week em janeiro

pág36

pág6

ARTIGO

RETROSPECTIVA pág16

Qual a próxima regra do jogo?

pág14

ARTIGO pág22 Inovação, commodities e os ciclos das bolsas globais


ESPECIAL

25 anos: ações que merecem destaque

pág24

ARTIGO

ARTIGO

pág30

pág34

Amazônia: um hub para a geração de novos negócios

Softex recebe homenagem em contribuição pelos 30 anos da Lei de Informática

pág32

A tecnologia move o mundo

ARTIGO

25 Anos Softex: passado, presente e futuro

pág37

Letramento Digital: conheça o projeto do MCTI em parceria com a Softex e a Positivo

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Softex: há 25 anos pavimentando o caminho da inovação

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Por Karen Kornilovicz

om o término da política de reserva de mercado de informática, os anos 1990 foram um divisor de águas no processo de estabelecimento de políticas de incentivos e de fomento ao desenvolvimento das empresas nacionais, principalmente as do setor de Tecnologia da Informação. E foi exatamente nesse período que surgiu o Programa Softex, voltado para a promoção da exportação do software desenvolvido no Brasil. A Sociedade Softex, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nasceu quatro anos depois, em dezembro de 1996, com a missão de coordenar o Programa Softex, ser o elo de união entre governos, empresas e academia, e também ampliar a competitividade das empresas nacionais, estabelecendo conexões para promover o desenvolvimento do Brasil por meio da inovação.

“Nosso propósito foi, é e sempre será articular e coordenar esforços públicos e privados para, por meio do caminho que escolhemos – o da inovação – gerar impacto positivo na vida das pessoas e na sociedade como um todo”, relembra Ruben Delgado, presidente da Softex. Percebida como a principal implementadora das políticas públicas estabelecidas pelo Governo Federal para o setor de software e serviços de TI, ao longo de seus 25 anos a Softex vem criando, promovendo e executando iniciativas no âmbito nacional e internacional nas áreas de tecnologia e inovação, fomentando o processo de transformação digital do país, tendo já beneficiado cerca de 6 mil empresas e acelerado mais de 5 mil startups.

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“Ela teve a maturidade e a flexibilidade para se alinhar às mudanças de cenários constantes, uma característica da área de TI. Nesse sentido, a Softex se adaptou, sobreviveu e trouxe a cultura da inovação e das startups para dentro dela”, complementa Ruben Delgado. Os números da entidade são robustos: seis áreas de atuação, 21 Agentes Regionais, 51 ICTs credenciadas, uma aceleradora exclusiva e 19 parceiras. Com um portfólio que contempla atualmente mais de 600 startups investidas e 6 mil projetos cadastrados, a Softex, ao longo destas mais de duas décadas, se consolidou como referência para o ecossistema de inovação brasileiro. Atuando em todos os estados do Brasil, a Softex também está presente em 20 países nos setores Industrial, Agronegócio, Comércio e Serviços e Logística nas verticais Gás e Óleo, Telecomunicações, Saúde, Aeroespacial, Automotivo e Segurança. A entidade coordena ainda três PPIs desenvolvidos pelos Ministérios da Ciência Tecnologia e Inovação e também da Economia que viabilizam investimentos em startups.

Um hub que impulsiona a inovação no país O desenvolvimento de políticas públicas para o fomento e o desenvolvimento das TICs é uma função muito relevante do Estado brasileiro e que tem por objetivos principais garantir o bem-estar da população e estimular o crescimento econômico sustentável. “Reunimos diversos casos de sucesso e não só relacionados à execução. São 25 anos aplicando recursos públicos com transparência e correção. É um modelo de terceiro setor que deu certo por sua capacidade de interlocução tanto com o Governo 8


como com a iniciativa privada e a academia. Dispomos atualmente de um equilíbrio financeiro que nos permitiu deixar de ser só um instrumento de execução de políticas públicas para nos tornarmos também um instrumento de execução de atividades sociais”, ressalta Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex. A mudança na Lei de Informática, que acaba de completar 30 anos, teve um profundo impacto no universo empreendedor e também nas atividades da Softex ao colaborar para a criação de um ambiente mais propício para a realização de grandes projetos desenvolvidos a partir dos recursos obtidos com a renúncia fiscal. A Softex foi uma das grandes fomentadoras do Empreendedorismo no Brasil, ainda nos anos 1990, e do estímulo ao investimento em startups. No início dos anos 2000, lançou o Startup Brasil, programa pioneiro de aceleração de startups, que abriu as portas para os que vieram a seguir. A entidade disseminou entre as empresas de TI a cultura do desenvolvimento de planos de negócios, foi precursora no estabelecimento de uma linha de financiamento exclusiva para as empresas desse segmento e a primeira entidade a trabalhar o mindset de “pensar global, agir local”. Impulsionar o empreendedorismo e transformar as companhias nacionais de TI em players globais são características presentes no DNA da Softex, que, desde 2005, realiza o Projeto Setorial Brasil IT+ em parceria

com a Apex-Brasil. Esse projeto contribui para a geração de empregos especializados, agregando valor à pauta de exportação nacional. Pioneira no início dos anos 2000 na conscientização da importância da qualidade no desenvolvimento de software, quando o mercado global começou a demandar por esse quesito, a Softex criou o MPS.BR, reconhecido pelo BID como o maior caso de empreendedorismo do mundo. Outro trabalho extremamente importante conduzido pela entidade é o de inteligência de mercado, que desenvolve estudos para apoiar a tomada de decisão tanto por parte do governo como da iniciativa privada. A Softex realiza ainda uma série de ações para fomentar a inovação em âmbito nacional por meio de programas como Conecta Startup Brasil e IA² MCTI; aceleradora HandsOn; acesso a investidoresanjo e a fundos de investimento; transferência de tecnologia e construção de cooperação em rede. Todos os programas executados pela Softex colaboraram expressivamente para o desenvolvimento econômico tanto da economia nacional como regional, contribuindo para a redução da desigualdade social. “Quando analiso esses 25 anos da Softex, entendo que a entidade nasceu para acompanhar a época na qual ela está inserida, sempre com um olhar para ao futuro, empregando as muitas experiências do passado”, conclui Diônes Lima. 9


25 anos Softex Uma entidade em constante transformação

diretos e 12 novos produtos em 1997, o seu primeiro ano de execução, comprovando que o fomento ao surgimento de empresas de base tecnológica está no DNA da Softex desde sempre.

Ruben Delgado, presidente da Softex, relembra a trajetória de sucesso da entidade, as conquistas nessas mais de duas décadas de dedicação à Transformação Digital brasileira e projeta um merecido lugar de destaque para o país no cenário mundial de TI nas próximas décadas. Ao longo destes 25 anos, quais foram as principais contribuições da Softex para o fortalecimento da TI brasileira? RD – Por ser uma entidade técnica, muito da longevidade da Softex deve ser creditada ao fato de ela ser blindada contra o problema da continuidade. A Softex tem uma parcela importante de contribuição nesses seus 25 anos em diferentes momentos da TI brasileira, estando presente tanto no processo de digitalização das empresas e da economia como um todo, na geração de negócios, na capacitação de mão de obra e ainda no estímulo ao nascimento de novas empresas e startups. Um exemplo significativo foi o Projeto Genesis, ainda nos anos 1990, época em que não se falava em startups ou em aceleração. Ele viabilizou o surgimento de 97 novas empresas de software, 286 empregos

Em sua visão, a Softex pode ser citada como um exemplo de sucesso de política pública para o país, aproximando Governo, iniciativa privada e academia? RD – Entendo a Softex como a maior ferramenta de aplicação de políticas públicas do país para essa indústria. Esse triângulo formado por academia, governo e iniciativa privada é a base de tudo. Eles estão presentes não só na governança da Softex como também em todos os programas que implementamos. Sempre procurarmos por essa sinergia: juntar startups com empresas-âncora e ICTs, cada um desempenhando bem o seu papel. As startups focando no risco, buscando crescer com o seu dinamismo próprio; as empresas âncora com seus desafios tecnológicos; o Governo induzindo essas ações, colaborando até financeiramente com os programas; e também a academia e as ICTs colaborando com essa geração de riquezas através do conhecimento que possuem. Temos trabalhado nesse sentido e entendemos que nenhuma economia sobrevive sem esses pilares.

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Quais são os números mais significativos obtidos pela Softex em seus 25 anos de atividades? RD – Basta uma visita ao nosso portal para verificar alguns desses números. Entendo que a questão da qualidade de software é da maior importância para a competitividade da indústria. Hoje, com o MPS.BR, ocupamos o primeiro lugar na América Latina, ultrapassando a tradicional avaliação CMMI. Outro dado extremamente significativo – e que reflete bem o acerto das estratégias adotadas pela Softex – é o fato de as exportações brasileiras terem sido multiplicadas por 20 vezes em dez anos. Vale lembrar que, quando se exportam U$ 2 bilhões em software, estamos falando de um segmento em que você copia cola e ele vira dinheiro. Termos participado do surgimento de mais de 6 mil startups também é um dado muito relevante, assim como termos tido a responsabilidade de administrar cerca de 50% da verba do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) via PROSOFT, linha de financiamento exclusiva para as empresas desse setor. São dados históricos que demonstram a capacidade que a Softex tem e a sua capilaridade junto ao ecossistema brasileiro de TI. É possível falar que a Softex identificou as principais vocações da TI brasileira para marcar presença nos principais mercados mundiais? RD – O mundo atual não permite mais falta de foco. A Softex, como toda entidade e também toda empresa, tinha que se reinventar. Reconhecemos o trabalho realizado pelas gestões anteriores e sabemos como é fundamental acompanhar as tendências. Por isso, a Softex está sempre se reformulando. Cada gestor contribuiu ao longo desses 25 anos para construir a entidade. Hoje, vivemos a melhor

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fase da Softex. Temos uma estrutura mais ágil que outras organizações. Nós, que trabalhamos incentivando a mudança, temos também que pivotar nossa entidade, sempre atentos e abertos a novas tendências. A Softex passou por três fases. Primeiro, a estruturação, depois a expansão e agora a consolidação. Temos que acompanhar as tendências mundiais, e o Governo não tem a capacidade de se movimentar rapidamente, seja pela legislação ou por sua própria cultura organizacional. Então, cabe a nós desempenhar esse papel de abrir os caminhos para posicionar o Brasil em um cenário mundial extremamente competitivo. Temos trabalhado nesse sentido e com uma estratégia de sucesso. Hoje, é muito importante concentrar esforços. O Governo tem publicado algumas políticas, como a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) e o Plano Nacional de Internet das Coisas, sinalizando um afunilamento das tecnologias e do posicionamento do Brasil nesse cenário. Esse foco está igualmente presente nas chamadas para o Programa de Inovação Aberta e Inteligência Artificial, o IA² MCTI, dirigido à adoção da inteligência artificial em quatro áreas prioritárias: Agronegócio, Cidades, Indústria e Saúde. O Governo tem reconhecido a importância de ter um braço de execução de políticas públicas como a Softex, capaz também de colaborar no processo de construção dessas políticas.

Quais são os principais desafios que a TI brasileira terá de enfrentar nos próximos anos? RD – Sem dúvida, formação de mão de obra. No ano passado, durante um evento em que se projetava um déficit de 200 mil vagas de profissionais qualificados para o mercado de TI, falamos que o problema era bem maior: necessitamos de pelo menos 400 mil profissionais para a área de TI. É um desafio gigantesco e que vai piorar. Estamos lançando em conjunto com o MCTI o Programa Futuro, para colocar, através de treinamento remoto, 40 mil novos profissionais no mercado. É uma iniciativa fantástica, que atende 10% do gap, permitindo ao país avançar na solução desse grave problema. O programa gera oportunidades para todos, não só para a meninada que sai do ensino médio ou da universidade. Há espaço, também, para pessoas com mais idade, que podem trabalhar testando softwares que precisam ser acessíveis tanto a uma criança de seis anos como para um senhor de 80. Novas profissões estão surgindo e isso é muito importante em um país como o Brasil, que tem uma grande população. O nosso desafio é evitar, por meio do empreendedorismo, que se repita na TI o que ocorre com o nosso futebol. Produzimos grandes jogadores que vão gerar riqueza lá fora. Precisamos ser fortes em TI, e o empreendedorismo é o caminho. Sem ele, geramos riqueza lá fora e não

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aqui para o Brasil. Esse cenário pode ser revertido através de startups e de incentivos à inovação. Temos que ter uma forte “liga Brasil de TI”. Em um exercício de pura futurologia, quais as perspectivas da entidade para os próximos 25 anos em uma área tão dinâmica como a de TI? RD – Vejo que a Softex tem um papel fundamental nessa questão do futuro. Para os próximos 25 anos, imagino um Governo indutor, preocupado com a parte social, e a Softex tem um papel fundamental nesse sentido. Ela não é uma entidade que defende o empresário, esse papel é da Assespro (Federação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação) e da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). Não somos uma entidade que defende o Governo ou que defende a academia. A Softex defende da área de TI, assumindo o papel de tornar o Brasil competitivo, um país produtor e não consumidor de tecnologia. Nosso maior receio é sermos um país altamente dependente de tecnologia externa. E esse é um medo real. Você produzir insumo, mandar para fora e depois comprar um produto de maior valor agregado, sendo que podíamos fazer esse produto aqui, é um crime que historicamente nosso país tem cometido e que não podemos cometer mais. Nos próximos 25 anos, seguramente uma das vertentes da Softex será

apoiar esse projeto de um Brasil mais autônomo, de um Brasil produtor de tecnologia e reconhecido por isso. Vejo a Softex colaborando nesse esforço, ajudando a formar mão de obra, auxiliando o fortalecimento de uma TI de qualidade, capaz de disputar mercados externos importantes e sendo também o braço executor de políticas públicas. O Brasil tem inúmeras qualidades, tem massa crítica, tem tecnologia, mas ainda temos um bom caminho para andar para nos tornarmos uma referência. O papel da Softex é ser um ativo agente para que o país consiga, daqui há 25 anos, estar presente nesse grande shopping center do mercado consumidor mundial de tecnologia com uma loja âncora para que as pessoas saibam exatamente o que vão encontrar lá dentro. Queremos que o Brasil esteja ocupando o lugar que ele deve ocupar, que é o sétimo ou oitavo em produção de tecnologia.

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ARTIGO Qual a próxima regra do jogo? Por Elisa Carlos, head de inovação da Softex

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m 1965, Gordon Moore (então presidente da Intel) trouxe a perspectiva exponencial de aumento de 100% de performance dos semicondutores a cada 2 anos, sem acréscimo de custo. Desde então, a Lei de Moore vem definindo as regras do jogo do mercado. Com roadmaps claros (aumentar a performance o mais rápido possível), as empresas mais ágeis puderam sair na frente,

baratearam a inovação, habilitaram tecnologias nas mais diversas áreas e criaram um ambiente para o nascimento de um novo tipo de empreendedorismo. Mas como tudo é impermanente, Carl Anderson, pesquisador da IBM, em 2014, foi o primeiro de muitos que visualizaram o fim da lei de Moore. Tecnicamente ainda é muito provável que continuemos a gerar grandes saltos de performance nos 14


computadores e gadgets, mas o que vem se discutindo é sua importância na definição das regras dos próximos anos, dessa nova era de inovação que estamos criando. Passamos 60 anos pavimentando uma rede complexa de recursos, colecionando cada vez mais dados e em situações sempre diferentes, com maior capacidade de armazenamento e de geração de informação. Passamos os últimos anos acreditando em previsões, em controle de linhas de produção para entregarmos aparelhos cada vez mais potentes. Sempre em busca de mais resultados, maiores números e maior alcance, esse estilo de business, gerou efeitos colaterais sociais e ambientais importantes que nos permitiram perceber claramente nossa interdependência como humanos entre si e com a natureza. Especialistas, como Greg Santell (Harvard Business Review), Peter Diamandis (founder da Singularity University), Zaid Hassan (escritor do best seller Social Labs Revolution) também acreditam no fim da lei de Moore como instituição informal e nos convidam a olhar para essa abundância de tecnologia com outro enfoque, como uma oportunidade preciosa de criar um novo mundo, de aplicar as tecnologias para, em vez de gerar disrupções mercadológicas, resolver os grandes desafios da humanidade. E agora, sem a lei de Moore, em um mundo absolutamente complexo e interdependente, as regras não

estão claras, não temos um mapa. Citando Dharemendra Modha, líder do time de desenvolvimento de chips neuromórficos da IBM: "estamos trabalhando em um território desconhecido, não existe uma única pessoa no mundo que tenha todas as respostas." Historicamente, já sabemos que, em situações de alta complexidade, a colaboração e a multidisciplinaridade é crucial. Em ambientes propícios, com pessoas e propósitos alinhados, com o tempo, as propriedades emergentes que Fritjof Capra (físico, que compôs a teoria dos sistemas) tanto citou começarão a aparecer: novos modelos de negócios, novos formatos de relacionamento comerciais e novos produtos, novas estradas e novas regras. É o momento de aprender a lidar com a incerteza, construindo o futuro através da experimentação, da colaboração e do foco na descoberta. Referências: https://siliconangle.com/2021/04/10/ new-era-innovation-moores-law-notdead-ai-ready-explode/ https://www.intelligenthq.com/keepingnew-era-innovation/ https://hbr.org/2018/01/why-therewards-for-ambitious-problem-solvingare-about-to-get-bigger https://www.un.org/en/un-chronicle/ responsible-innovation-new-era-scienceand-technology https://www.forbes.com/sites/ gregsatell/2016/07/17/a-new-era-ofinnovation/?sh=36c6874d5a4e

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Com recursos da ordem de R$ 3,5 milhões e execução de 18 meses, a proposta do Programa DF Inovador, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAP-DF) e executado pela Softex, é promover a inovação e a transformação digital de empresas e organizações do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), bem como desenvolver talentos conectados à nova economia digital. Ele também tem papel estratégico no esforço de transformar Brasília em uma Cidade Inteligente, iniciativa conduzida pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), com o apoio da FAP-DF. Este ano, além de selecionar 29 empresas e instituições interessadas em investir em inovação corporativa e intraempreendedorismo e capacitar mais de 120 pessoas, o DF Inovador firmou parceria com o BRB e lançou um estudo que mapeou o crescente e pujante ecossistema de inovação da região. Mais de 4.500 pessoas já foram impactadas pelas iniciativas do programa.

Programa THEch Ao longo deste ano, o Programa THEch, voltado ao fomento da Inovação como estratégia para o desenvolvimento econômico da cidade de Teresina (PI), promoveu capacitações em empreendedorismo e educação para professores da rede pública de ensino, jovens adultos, empresários, servidores administrativos e líderes do executivo do município. Foram mais de dez eventos gratuitos e abertos ao público que reuniram cerca de 690 pessoas. Sua plataforma de Ensino EAD já soma nove cursos e mais de 77 horas de conteúdos oferecidos gratuitamente. Em 2021, mais de 2.500 pessoas passaram pelas ações do Programa, que é uma iniciativa da Prefeitura de Teresina, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SEMDEC), com execução da Softex.

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Programa IA² MCTI O Programa IA² MCTI é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações com execução da Softex que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento de projetos inovadores por meio da adoção de inteligência artificial. Em 2021, ele selecionou 26 ICTs e 13 Aceleradoras de 12 estados do país em sua primeira fase e recebeu 736 inscrições de projetos de pesquisa na etapa seguinte. Destes, 28 foram acelerados. Em sua terceira e última fase, 15 empresas âncora foram escolhidas para se conectar a dez startups. A cada R$ 1 público investido, houve um retorno de R$ 1,03 de investimento privado. Além dos 28 projetos acelerados, outros cinco firmaram contrato de aceleração fora do programa, e as startups captaram junto ao mercado R$ 9 milhões.

Programa MCTI Futuro O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações lançou, por meio da Portaria 5.156, de 30 de agosto de 2021, o programa “MCTI Futuro: Futuro do Trabalho, Trabalho do Futuro”. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI) e com gestão da Softex, visa apoiar ações de capacitação de 40 mil profissionais para a Transformação Digital. Ao todo, R$ 190 milhões serão empregados no programa, que tem também foco em incentivar pesquisas e estudos nas áreas da computação em nuvem, big data, inteligência analítica, mídias sociais, cyber segurança, Internet das coisas, comunicações avançadas, fotônica, manufatura avançada, design de circuitos integrados, robótica e inteligência artificial. 18


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ENTO DO BR

Criado pela Softex para fomentar o protagonismo e o desenvolvimento empreendedor digital feminino no Estado do Rio de Janeiro, em seus cinco meses de execução, o Programa Ela Empoder@ selecionou 30 startups com mulheres em sua liderança para participar de uma trilha de capacitação em assuntos de empreendedorismo e negócios. Foram ao todo 394 pessoas impactadas, 43 horas de acompanhamento pela equipe e 42 horas de mentoria com 71 mentoras distribuídas em 15 Estados brasileiros. Cerca de 40% das startups participantes conquistaram seus primeiros clientes após seis meses. Ao longo deste ano, as startups da 1ª edição do Ela Empoder@ foram selecionadas para outros programas de aceleração como Startup Ole Brasil, BNDES Garagem 2021e CataliseICT Sebrae. O programa também lançou o CapacitaEl@, iniciativa que tem como propósito inspirar e levar o conhecimento das colaboradoras da entidade para outras mulheres por meio de miniaulas virtuais.

Pesquisa Inovação Aberta Como parte das comemorações de seus 25 anos, a Softex está realizando a pesquisa “O Panorama da Inovação Aberta nas Empresas do Brasil”, estudo inédito que mapeará, junto ao ecossistema de inovação, o panorama geral das ações e os resultados obtidos com inovação aberta nas empresas brasileiras. O objetivo é compreender o que já foi realizado e conhecer mais de perto as empresas que atuam em inovação. A pesquisa envolve organizações de todos os portes, mercados e regiões do país. Realizada com o apoio da Accenture, Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e Angel Investor Club, a pesquisa está dividida em quatro partes – estrutura da inovação; ações e resultados; relacionamento da empresa com startups; e investimentos e aquisições – e terá seus resultados anunciados em janeiro de 2022. 19

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Programa Ela Empoder@

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Programa Conecta Startup Brasil

O Programa Conecta Startup Brasil tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo, estimular a Inovação Aberta no Brasil e desenvolver ações coordenadas para o aumento da densidade de startups brasileiras preparadas para os desafios do mercado, tendo como principais objetivos promover desenvolvimento econômico e gerar novos negócios inovadores no país. Ao longo de seus 18 meses de execução, mapeou 327 desafios de mercado, conectou 36 empresas a 53 startups, capacitou mais de 7 mil pessoas, promoveu mais de 370 horas de mentoria, reuniu mais de 10 mil participantes em 46 eventos presenciais e 5 mil em webinares e lives, impactando no total mais de 21.400 pessoas. O programa Conecta Startup Brasil é uma ação conjunta entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Softex e o parceiro executor, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Programa Brasil IT+ Iniciado em 2005, o Projeto Setorial Brasil IT+, desenvolvido em parceria pela Softex e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), realizou, ao longo deste ano, seis missões comerciais virtuais para o México, Colômbia, Bélgica, França, Chile, Espanha e Inglaterra; oito webinars sobre entrada e oportunidades em novos mercados; além de uma rodada de negócios em modelo híbrido na Espanha. Destaque, ainda, para dois importantes treinamentos: um voltado ao diagnóstico e à criação de plano de negócios para entrada no mercado internacional, e outro para a aceleração e a internacionalização para Portugal e Europa, cobrindo, entre outros tópicos, validação de produto, investimentos, abertura da empresa, oportunidades, networking.

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ACONTECE NO SETOR

Uso de tecnologias digitais avança no setor de saúde Os estabelecimentos de saúde no Brasil estão mais informatizados; porém, a implementação de estratégias para aumentar a segurança e proteção de dados pessoais armazenados segue sendo um desafio para o setor. Essa foi uma das conclusões da Pesquisa TIC Saúde 2021, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Os dados levantados revelam o crescimento da adoção de Internet entre os estabelecimentos públicos no período marcado pelo avanço da COVID-19: 94% deles possuem computador e Internet, o que equivale a um aumento de 9% em relação a 2019. Entre os estabelecimentos privados, o acesso a ambos segue universalizado. Já as Unidades Básicas de Saúde (UBS) utilizaram mais computadores

(de 91%, em 2019, para 94%, em 2021) e Internet (de 82% para 92%, em 2021). Em um universo próximo de 40.600 UBS, cerca de 2.500 não possuem o dispositivo e 3.400 não têm acesso à rede. Houve ainda um avanço no uso de sistemas eletrônicos para registro de dados dos pacientes – passou de 82%, em 2019, para 88%, em 2021. Quanto à disponibilidade das informações dos pacientes em formato digital, também se verificou crescimento em relação à edição anterior. Nas UBS, as funcionalidades que registraram maiores aumentos foram: listar todos os pacientes por tipo de diagnóstico (de 43%, para 60% em 2021), realizar prescrição médica (de 58% para 75%) e compilar resultados de exames laboratoriais (de 46% para 62%).

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ARTIGO Inovação, commodities e os ciclos das bolsas globais Por Ricardo Amorim, economista e autor do bestseller Depois da Tempestade

A

empresa argentina de comércio eletrônico Mercado Livre tornouse a companhia mais valiosa da América Latina, tendo ultrapassado a Vale e a Petrobras. Sem dúvida, o Mercado Livre é uma tremenda empresa, mas para entender como ele se tornou mais valioso que Vale e Petrobras é

necessário entender um movimento bem mais amplo do mercado mundial. Após a crise financeira global de 2008, os juros despencaram em todo o mundo, a disponibilidade de capital para financiar iniciativas inovadoras e empresas de tecnologia cresceu enormemente, a inovação mundo afora se acelerou muito e o comércio eletrônico também. A pandemia de coronavírus deu o empurrão final 22


para as vendas e a lucratividade das empresas do setor crescerem, e o apetite de investidores por empresas do setor crescer ainda mais. Enquanto isso, no início da década passada, o dólar estava baixo e a lucratividade de empresas emergentes exportadoras de commodities também. Para completar, a incompetência do governo Dilma jogou o Brasil na maior recessão da sua História na 1ª metade da década e desvalorizou ainda mais as empresas brasileiras, em particular as estatais, como a Petrobras. Com a saída de Dilma, o desempenho da economia brasileira e a gestão da Petrobras melhoraram, mas aí veio a crise do coronavírus e o preço das commodities despencou. Por que toda esta explicação? Depois de uma década de empresas de commodities ficando para trás de empresas de tecnologia na Bolsa, vou ficar muito surpreso se isso se repetir nos próximos 10 anos. Esses ciclos de mais ou menos 10 anos de diferentes setores liderando o desempenho nas Bolsas globais sempre se alternam.

Década de 90, liderança de rentabilidade de investimentos em empresas de tecnologia, principalmente americanas. Empresas de commodities de emergentes têm década perdida na Bolsa. Década de 2000, liderança de rentabilidade de investimentos em empresas de commodities de emergentes. Empresas de tecnologia, principalmente americanas têm década perdida na Bolsa. Década de 2010, de novo, liderança de rentabilidade de investimentos em empresas de tecnologia, principalmente americanas. Empresas de commodities de emergentes têm outra década perdida na Bolsa. Década de 2020, começando com dólar muito alto, o que aumenta a rentabilidade de empresas exportadoras de commodities, e estouro da nova bolha de empresas de tecnologia em algum momento… adivinhe o que vai acontecer. Como dizia Mark Twain, a história não se repete exatamente, mas que rima, rima.

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25 anos:

ações que merecem destaque

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1990 a 1999

1995 e 1996

Os anos 1990 viram um vertiginoso processo de desenvolvimento dos computadores pessoais, também conhecidos como PCs

Surge o MP3: a revolução da música digital dos anos 1990

1997

VOCÊ SABIA

O Brasil já possuía 7.368.218 celulares

1996, a ficha telefônica foi extinta no país

1996

Em , no dia 3 de dezembro, nasce a Softex – entidade visionária com propósito de revolucionar a transformação digital no Brasil

Em 2000, surge o pendrive

1998

A telefonia fixa era cara e tinha fila de espera

1999

A internet cresce no mundo em uma velocidade impressionante 25


2001

No dia 22 de maio de 2001, a Sociedade Softex foi qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP

2002

VOCÊ SABIA O microprocessador completa 30 anos

O Programa Softex foi novamente considerado prioritário para fins de aplicação dos incentivos da Lei 10.176/2001 (Portaria n° 386 do MCT), que dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de tecnologia da informação

O disco digital passaria a fita magnética

2003

A Softex iniciou a montagem de um grande projeto de apoio à exportação de software e serviços correlatos para o estabelecimento de parceria com a Agência de Promoções das Exportações do Brasil – Apex

2005

Os destaques das ações da Softex foram: Empreendedorismo e Capacitação; Projeto Setorial Integrado de Software e Serviços Correlatos; Prosoft – Empresa; MPS. BR; e Observatório Digital Softex

2004

O Skype é lançado

A rede social Orkut é criada

A rede social Youtube é lançada

A rede social Twitter é criada

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O Observatório Econômico da Indústria de Software coordenou o grupo de trabalho para a formulação/modelagem do Sistema Nacional de Informação sobre a Indústria de Software

2006

Em 2006, mais de 2.800 pessoas participaram de cursos MPS.BR (a meta Softex era capacitar 1.200 pessoas em 3 anos)


2007

Meta do planejamento estratégico de 2006, o mapeamento de competências do Sistema Softex consolida o Portfólio de Serviços oferecidos pelo sistema

2008

VOCÊ SABIA Lançamento da TV Digital

Número de usuários de internet chegou à marca de 1,5 bilhão no mundo, entre usuários de redes fixas e móveis

2009

A sociedade Softex optou por ampliar o escopo de atuação na área de Associativismo, criando, a partir de um projeto existente, um programa denominado “PAEMP” – Programa Softex de Alianças Empresariais

Estreia do Bitcoin, tecnologias 3d em filmes e TVS

O Ipad foi um dos produtos mais esperados da história da tecnologia

A Softex passou a colaborar estreitamente nas articulações com entidades do setor (ABES, ASSESPRO, BRASSCOM, FENAINFO, SUCESU), um fórum de debates para o encaminhamento de proposições e sugestões aos poderes constituídos visando formulação de novas políticas de apoio ao setor

2010

A Sociedade Softex realizou o workshop sobre Formação & Capacitação para a indústria brasileira de software e serviços de TI, reunindo a iniciativa privada, academia e governo para debater a carência de profissionais qualificados para o setor

Lançamento do Instagram

2011

O destaque no ano de 2011 foi o lançamento do informativo mensal InovaTICs, cujo objetivo foi explorar as inovações que movimentaram os negócios do setor brasileiro de TIC, especialmente aquelas relacionadas com software e serviços, e assim contribuir para a promoção da indústria

2012

A rede Facebook é criada

27

Para comemorar os seus 15 anos, a Softex realizou a primeira edição do Congresso da Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI (CIBSS 2012)


2013

- Parceria Startup Brasil - 10 anos do MPS.BR - Criação da área Internacional

2014

VOCÊ SABIA Sensor de impressões digitais nos smartphones

O ano foi marcado pela participação da Softex no certame que definiu o gestor operacional o programa Startup Brasil

Popularização dos drones

2015

A Softex é a gestora operacional do programa Brasil Mais TI. Foram realizados mais de 20 cursos gratuitos, mais de 1500 horas/aula e mais de 4,7 milhões de acesso ao portal

2017

2016

Google lança o carro autônomo

A Softex completa 20 anos

Lançamento dos óculos virtuais

As assistentes com tecnologia de inteligência virtual chegam para mudar as nossas vidas

Dois anos de gestão Startup Brasil Investimento em P,D & I em IOT, mobilidade, energia e saúde

Sete tendências de startups movimentaram 2017: Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina, Chatbots, Segurança Cibernética, Transformação Digital e Nuvem, Realidade Virtual Aumentada, Vestuário Inovador e Coisas Inteligentes

28


2018

A Softex seguiu impulsionando o setor e a indústria de TIC no âmbito nacional e internacional e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil

2020

Em razão da pandemia do coronavírus (COVID-19) e seguindo orientações dos órgãos oficiais do país, parte dos eventos promovidos, apoiados ou que contaram com a participação de colaboradores da Softex, foram na modalidade online. Foram mais de 28 mil pessoas impactadas por meio dos eventos realizados

2019

- 8 novos projetos - Mais de 450 horas de mentoria - Mais de 1500 demandas tecnológicas identificadas

VOCÊ SABIA As criptomoedas atingiram o ápice do seu valor algumas semanas antes do início de 2018 e, após 12 meses, todas as principais criptomoedas tiveram uma queda de 70%

TikTok foi o terceiro aplicativo mais baixado do ano com 1,5 bilhão de pessoas Fonte de pesquisa: Almanaque anos 1990; Relatório de Atividades Softex 2001 a 2020

Avanço da inteligência artificial, compras fáceis e personalizadas e clareza na segurança de dados

A internet 5G começa a chegar ao Brasil

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A Softex completa 25 anos, conduzindo a jornada de inovação digital no Brasil

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2021

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ARTIGO A tecnologia move o mundo Por Ruben Delgado, presidente da Softex

“É

um caminho sem volta. Temos que usá-la a nosso favor”. Quem, em algum momento, nunca ouviu essas frases? Aliás, esses ditados são de milhares de profissionais que, no dia a dia, usam a tecnologia para realizar várias

atividades. Ela veio para ficar, ditou moda, comportamento, a forma de se comunicar e de conhecer o mundo. A tecnologia criou raízes e ainda vai mudar – e muito – o caminho da humanidade. Na rota de todo imenso aparato tecnológico que está ao nosso dispor, o Brasil tem um grande 30


potencial para se desenvolver e prosperar neste setor. E há 30 anos o país tem demonstrado interesse e capacidade para a fomentar a transformação digital. Aliás, essas três décadas, completadas em outubro deste ano, reforçam a importância e a dimensão que a Lei de Informática (Lei n° 8.248), publicada em 1991, representa para o Brasil: temos combustível suficiente para criar modelos de negócios com foco em tecnologia da informação. E isto é só o começo. Nessa perspectiva, a velocidade tecnológica muda o direcionamento do setor que, muitas vezes, precisa se readaptar aos novos produtos, serviços e modelos de gestão. Outro ponto de destaque é que a Lei concedeu incentivos fiscais às empresas, possibilitando grandes investimentos e permitindo a entrada dos setores industriais brasileiros no concorrido mercado internacional. Esses incentivos – originários da redução da alíquota do IPI no faturamento dos produtos – permitiram a redução dos preços dos equipamentos produzidos em território nacional. Por outro lado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ao atualizar a Lei por meio do Decreto nº 10.602, permite que as empresas de TICS se beneficiem da legislação com mais segurança tributária e jurídica. Cabe ressaltar que a batizada de a Nova Lei de Informática é a principal política de incentivo

para o setor eletroeletrônico do Brasil, colaborando para a construção de um ambiente de mais competitividade focado em pesquisa, desenvolvimento e inovação. A tecnologia é um dos fatores que definem o nível de competitividade das empresas no mercado e, especificamente, as empresas de TCIs congregam um número significativo de postos de trabalho que, por consequência, geram imensos benefícios para a economia como um todo. Nesse sentido, a Softex, entidade que promove e contribui para a Transformação digital e que completará 25 anos de existência em 2021, acredita que a Lei de TICs trouxe grandes benefícios para impulsionar ainda mais a inovação e tecnologia no Brasil. Não há dúvidas, portanto, que, ao longo desses 30 anos, a tecnologia exerce forte impacto na humanidade. A cada momento, novos conceitos e tendências surpreendem pela velocidade em que se apresentam e ditam regras. O futuro é o nosso presente e ainda temos muito que aprender, mas de uma coisa temos certeza: Steve Jobs não estava errado. A tecnologia move o mudo.

31


Softex recebe homenagem em contribuição pelos 30 anos da Lei de Informática O vice-presidente da Softex, Diônes Lima, recebeu a comenda Durante o seminário em comemoração dos 30 anos da Lei de Informática, ocorrido no dia 9 de dezembro, na 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que termina hoje em Brasília (DF), o secretário de Ciência e Tecnologia do MCTI, Paulo Alvim, entregou para o vice-presidente da Softex, Diônes Lima, uma comenda em agradecimento à entidade pela contribuição às ações realizadas – com foco em tecnologia e inovação –, por meio de Lei de Informática.

Letramento Digital: conheça o projeto do MCTI em parceria com a Softex e a Positivo Por Fabrício Lourenço, Assessoria de Imprensa Softex, com informações da Assessoria de Imprensa do MCTI

O

futuro nunca esteve tão próximo. E a largada para nos tornarmos hábeis e capazes de dominar ainda mais a tecnologia – que muda velozmente –, foi dada na 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia com o lançamento do

Programa de Letramento Digital, iniciativa do MCTI, que tem como parceiros a Positivo e a Softex – que coordenará o programa. O letramento digital tem como foco capacitar jovens em habilidades do futuro. “O futuro aponta cada vez mais para novas tecnologias no 32


dia a dia. E os jovens precisam se capacitar, se adaptar às mudanças para que possam trabalhar nas profissões que irão surgir”, destaca o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. Outro ponto de destaque do programa é que as empresas invistam em projetos prioritários da Lei Informática voltados à capacitação de jovens em habilidades que formam, em Inglês, a sigla STEM: Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. O vice-presidente da Softex, Diônes Lima, disse, no seu discurso, que a entidade tem focado, nos últimos anos, em atividades de capacitação

de pessoal em Inteligência Artificial por meio da Lei de Informática. Segundo ele,“ atualmente capacitamos mais de 11 mil pessoas graças à Lei e aos institutos que nos ajudaram na construção metodológica e tornaram possível essa capacitação”. O projeto piloto será sediado no Paraná, em parceria com o governo do Estado, e a meta é capacitar 2 mil estudantes em 20 escolas, além de capacitar centenas de professores e monitores. O intuito é que os estudantes possam vivenciar a formação alinhada a habilidades do futuro, ampliando oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Fotos: MCTI

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ARTIGO Amazônia: um hub para a geração de novos negócios Por Algacir Polsin, superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa)

O

fomento do ecossistema de inovação da Amazônia Ocidental (estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima) e do Amapá, bem como a ampliação dos benefícios gerados por projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)

para toda a região, tem sido uma ação priorizada no planejamento estratégico da Superintendência da Zona Franca de Manaus para potencializar o desenvolvimento sustentável da região. Nos últimos anos, a Suframa, enquanto uma das principais interlocutoras do governo federal 34


na região amazônica, tem atuado de forma alinhada e integrada com diversos parceiros institucionais, incluindo órgãos públicos, academia e iniciativa privada, buscando criar sinergias, consolidar avanços conjuntos na área de PD&I e espraiar ações de atração de investimentos e geração de emprego e renda em toda sua área de atuação. Entre as ações desenvolvidas em conjunto com o ecossistema regional de inovação, destacam-se avanços em marcos regulatórios e, em especial, na legislação relacionada à aplicação de recursos da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus. Esses avanços têm contribuído não apenas para modernizar e facilitar o ambiente de negócios, mas também para estimular a concepção e a execução de projetos inovadores de qualidade. Nesse contexto, merece ênfase a instituição de Programas Prioritários para Investimentos em PD&I, os quais, sob a égide do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia (Capda), têm alcançado êxito na viabilização de projetos inovadores nas mais diversas áreas. A Resolução Capda nº 9, de 29 de outubro de 2019, regulamentou os programas prioritários aptos a receber recursos provenientes da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus e, entre eles, está o Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), coordenado, atualmente, pela Associação para Promoção da

Excelência do Software Brasileiro (Softex). Os objetivos do PPEI incluem o estímulo à cultura e à capacitação empreendedora na região, o desenvolvimento de competências e habilidades em gestão de negócios inovadores, a preparação de aceleradoras e incubadoras e o incentivo a investimentos em negócios inovadores nascentes, entre outros. No âmbito do PPEI, o ecossistema de inovação da região já desfruta de avanços principalmente relacionados à maior articulação e desenvolvimento de projetos tecnológicos estruturantes em conexão com diversos atores, bem como no fomento à formação de novos mercados e talentos locais. São diversas iniciativas que já estão em andamento em áreas como formação de ecossistemas com foco em educação empreendedora, preparação de empresas para Open Innovation e ideação de projetos de P,D&I visando à inserção destes no mercado, entre outras. A Suframa tem apenas a desejar que o Programa Prioritário de Empreendedorismo Inovador tenha grande sucesso em sua continuidade, pois os seus resultados positivos, sem dúvidas, impactarão de forma ainda mais decisiva no aumento da competitividade do ecossistema de inovação da Amazônia Ocidental e do Amapá e na viabilização, de forma mais efetiva, de estratégias consolidadas em P,D&I na região.

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ACONTECE NO SETOR

confirmados estão Richard Branson, fundador do grupo Virgin, que conversará com o Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, Marcos Pontes; Steve Wozniak, cofundador da Apple; Katia Vaskys, General Manager DA IBM; e Francis Suarez, prefeito de Miami, que participará de um bate-papo com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, sobre os desafios de transformar uma cidade em polo de inovação, incentivando a geração de novos negócios e a instalação de empresas focadas em novos modelos de atuação. O RIW traz para o mesmo espaço diferentes segmentos do mercado que hoje utilizam a tecnologia como base para crescimento dos negócios e expansão, além de criação de novas oportunidades e cenários. Com foco em estimular o networking, ampliar o alcance e gerar novas conexões, o evento entra nos segmentos de Turismo, Varejo, Saúde, Profissões, Startups, Agronegócio, Sustentabilidade e Marketing, entre outros, trazendo para sua agenda projetos já consolidados, que aconteciam de forma isolada no país.

Jockey Club sediará o Rio Innovation Week em janeiro De 13 a 16 de janeiro de 2022, a capital carioca receberá o mais completo evento de Inovação e Tecnologia já realizado na América Latina: o Rio Innovation Week (RIW). O evento terá como sede o Jockey Club e a programação inclui mais de 500 palestrantes divididos em 15 palcos segmentados por mercados de atuação, além da participação de mil startups e de 190 expositores. Entre os keynote speakers 36


25 Anos de Softex: passado, presente e futuro Por Bruna Moreira, colaboradora da Softex

H

á 25 anos, a Softex faz história e está comprometida com a Transformação Digital brasileira. Em seus primórdios, destaca-se um dos marcos no país: a Lei n° 8.248, conhecida como Lei de Informática, publicada em 1991. Com ela, incentivos fiscais sinalizavam à indústria que o perfil dos negócios brasileiros estava prestes a mudar. Nesse novo cenário que então se apresentava, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) foi fundamental para garantir a prosperidade da indústria brasileira de software e serviços de TI. No momento atual, em que os mercados estão mudando rapidamente e tentando se adaptar ao mundo pós-pandemia, podemos avaliar o impacto positivo da Softex no desenvolvimento nacional. Assim, ganha destaque não apenas o seu perfil pioneiro, mas também o seu relevante papel atual como maior fomentadora da Inovação brasileira.

Hoje, a Softex tem orgulho de seu crescente portfólio de projetos; de suas milhares de horas de mentoria; de sua promoção de eventos (nacionais e internacionais), os quais impactaram quase 28 mil pessoas; de seus estudos de mercado e análises setoriais; e de seus mais de 50 mil alunos atendidos. Ao olhar para frente, a Softex busca manter o seu espírito de propulsora do futuro. Um de seus grandes objetivos é o de tratar a Transformação Digital como uma questão eminentemente humana. Buscamos encontrar caminhos para colocar a tecnologia a serviço das pessoas, da construção de um futuro justo para todo mundo, da mitigação dos efeitos da degradação do meio ambiente, da promoção da educação e da sobrevivência dos negócios em um mundo complexo e veloz. A Softex já percorreu um longo caminho até aqui e está pronta para seguir adiante. 37


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