#2 | Pocket Magazine Softex

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Imagem por Victor Tongdee, via Adobe Stock


Olá! O futuro da inovação e da economia circular são os temas que abrem a segunda edição da Revista Softex. Em pauta também estão as estratégias e oportunidades de transformação em tempos de crise. E tem mais: micro e pequenos negócios, aceleração de impacto e processos de negócio são assuntos que você acompanha na nossa revista #02. Boa leitura!

Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

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VP da Flex Brasil analisa o futuro da inovação e da economia circular - Entrevistado: Leandro Santos -

Presidente da Softex Ruben Delgado Vice-Presidente da Softex Diônes Lima Coordenação do Projeto Juliana Molezini Projeto Gráfico Paula Oliveira Revisão de Conteúdo Karine Serezuella Assessoria de Imprensa Karen Kornilovicz Colaboradores desta edição Ana Oliveira, Diônes Lima, Leandro Santos, Mariana Yazbeck, Pedro Teodoro, Rayanny Nunes. @ 2020 – Revista Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação Institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que seja citada a fonte.


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COVID-19: maior caso de inovação aberta da história

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5 destaques para uma aceleração de impacto

- Entrevistados: Diônes Lima e Mariana Yazbeck -

Imagem por AboutImages, via Envato Elements

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- Por Rayanny Nunes -

Ilustração por Freepik

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- Por Pedro Teodoro -

Imagem por Rawpixel, via Envato Elements

- Por Ana Oliveira -

E-book Micro e Pequenos Negócios: um novo começo Imagem por Worawut , via Adobe Stock

O Alcance dos Processos de Negócio em uma Organização

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VP da Flex Brasil analisa o futuro da inovação e da economia circular

VP da Flex Brasil analisa o futuro da inovação e da economia circular

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resente em 30 países, em mais de 100 localidades nos 5 continentes, a Flex tem na inovação e na transposição de obstáculos duas de suas principais vocações. Somente no Brasil, a empresa soma uma força de trabalho de 12 mil profissionais distribuídos por três fábricas, três institutos de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, além de um centro de inovação em sustentabilidade. Seu propósito é colaborar por meio da nova revolução – a que une tecnologia e meio ambiente - na criação de uma vida mais simples, inclusiva e mais próspera. Conversamos com com Leandro Santos, gerente-geral e vice-presidente de operações da Flex Brasil, que comenta um pouco sobre os projetos em desenvolvimento pela empresa no país, o futuro da economia circular e a constante preocupação com a inovação.

A Flex se posiciona como uma protagonista da inovação e no Brasil atua como um ecossistema completo de soluções para a produção de tecnologias que tornam o mundo melhor e mais inclusivo. De que forma é desenvolvido esse trabalho? A Flex é uma empresa multinacional que nasceu na década de 60 nos Estados Unidos quando as grandes companhias de tecnologia da informação começaram a fazer a terceirização da fabricação das placas de circuito impresso, como Apple, IBM e HP. Para reduzir seus ativos, ao longo do tempo essas empresas tomaram a decisão de terceirizar a produção de seu produto final e a Flex acabou por adquirir as plantas desses clientes nos Estados Unidos e também na Europa. Esse movimento de terceirização acabou chegando aos centros de pesquisa de altíssima tecnologia

Atuamos dentro de um ecossistema que oferece soluções circulares com o objetivo de transformar resíduo eletrônico em matériaprima para novos produtos do mesmo conteúdo tecnológico. - Leandro Santos-

Figura dos processos Flex de ser viços à economia circular

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e competência tecnológica que passaram a integrar o portfólio da Flex. No Brasil, nós também crescemos através de aquisição então muitas das grandes companhias nacionais e internacionais de tecnologia. Temos uma unidade em Sorocaba, uma fábrica em Jaguariúna que é resultado de uma parceria com um dos nossos grandes clientes, além de uma fábrica em Manaus. Há sete anos, percebendo essa migração do mundo analógico para o digital e para aproveitar melhor toda a sua capacitação, a Flex decidiu ampliar sua atuação para além da indústria de eletroeletrônicos e tecnologia. Hoje, aqui no Brasil, atuamos também nas indústrias automotiva e médica. Além de expandir os horizontes da Flex, é uma forma de auxiliar empresas de todos os segmentos a fazer essa transformação do mundo analógico para o digital em um ambiente totalmente integrado. Atuamos dentro de um ecossistema que oferece soluções circulares com o objetivo de transformar resíduo eletrônico em matéria-prima para novos produtos do mesmo conteúdo tecnológico. Introduzimos uma nova forma de pensar economia no qual o resíduo passa a servir como insumo produtivo para novas cadeias produtivas ou com conteúdo tecnológico similar. Comente um pouco sobre a operação e sobre o propósito do FIT – Instituto de Tecnologia. O FIT foi criado em 2002 para que os nossos clientes pudessem investir dentro de um marco integrado na cadeia de manufatura e utilizar os recursos da Lei de Informática para desenvolver conteúdo tecnológico ou seu próprio ciclo de desenvolvimento de produto. O FIT surgiu dentro desse conceito. Mas, com o passar do tempo e com a evolução do cenário, a Lei também foi adaptada e hoje já permite uma série de novas formas de investimento. Com essa mudança, percebemos que o Brasil é um dos poucos países do mundo com alta capacidade de aprendizado, de aplicação de tecnologia cálculo, com uma base industrial competente e ampla, além de um grande mercado consumidor. Olhando para o resto

do mundo, apenas a China tem essa mesma característica. Alguns países têm um mercado consumidor muito menor que o nosso, outros uma base industrial muito limitada. Outros, dificuldades com a aplicação da tecnologia. Na minha percepção, o Brasil migrou da inovação planejada com alto valor de investimento para a inovação experimental, na qual você desenvolve enquanto testa a inovação. E isso é muito positivo. Além disso, no Brasil o ciclo de aprendizado para aplicar tecnologia experimental é muito pequeno. O FIT tem auxiliado a indústria 4.0 a aplicar tecnologia em soluções experimentais e seus clientes a desenvolver soluções sustentáveis através de economia circular. Que projetos interessantes estão sendo conduzidos no FIT neste momento? Temos um projeto realmente interessante de integração de dados e análise de resultados no campo envolvendo um cliente com uma base industrial em quatro países. Todas as soluções de coleta de dados e sua estruturação para a tomada de decisão foi feita no Brasil. Sempre foi um desejo para a indústria experimentar rapidamente modificações de projeto no campo, mas o tempo de resposta para essas inovações sempre foi muito grande. Esse é um dos projetos que já está funcionando há mais de dois anos e que vem evoluindo com a aplicação de novas tecnologias, principalmente de inteligência artificial. Também temos trabalhado de forma inovadora no sentido de fomentar que mesmo em um grande projeto global de distribuição, possamos garantir que os produtos produzidos retornem para o ecossistema como matéria-prima. É uma nova forma de criar um sistema de segurança para distribuição de produtos com alto nível de conteúdo tecnológico em que eles podem ser rastreados e ter sua procedência verificada, assim como o seu impacto ambiental. Esses são dois exemplos de projetos mais amplos que temos promovido para integrar as tecnologias desenvolvidas no âmbito do FIT.


VP da Flex Brasil analisa o futuro da inovação e da economia circular

Como a parceria firmada este ano com a Softex pode apoiar o trabalho desenvolvido pelo FIT? Na nossa percepção de mundo, a tecnologia tem que ajudar a resolver problemas do ser humano, mas em sinergia com o meio ambiente. Devemos olhar o ser humano como parte de um ecossistema maior, mais completo e mais abrangente. Vivemos mais e com melhor qualidade de vida. Hoje, somos capazes de utilizar a tecnologia para gerar mais riqueza. A disponibilidade de capital para inovação é muito alta. Até agora, os problemas foram resolvidos por um modelo econômico que distanciou o ser humano da natureza. O desafio deste século é gerar um crescimento não apenas inteligente e sustentável, mas criar soluções que melhorem ou mantenham o meio ambiente. É o que chamamos humildemente de quinta revolução: pensar o crescimento social e o crescimento ambiental como partes do modelo de crescimento econômico. A parceria com a Softex nos permitirá disseminar esse conhecimento nas universidades. E também a capacitar o ecossistema com essa competência sustentável e a dividir o conhecimento sobre tecnologia e sustentabilidade com a sociedade. Estamos hoje na quarta revolução, aplicando a tecnologia para melhorar a vida do homem.

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Você vê o Brasil como um país inovador no cenário internacional? Trabalhamos em uma organização global e nossa operação em Sorocaba é a única a contar com 5 mil pessoas que trabalham todos os dias e geram zero de resíduo. Mais de 300 toneladas de lixo eletrônico são transformadas em matéria-prima e em energia. Comprovamos na prática que é possível desenvolver operações escalonáveis que não gerem impacto ambiental. A maior parte dessa matéria-prima retorna em uma cadeia de mesmo conteúdo tecnológico. Nela, você usa uma impressora para produzir outra impressora e um computador para produzir peças para outro computador. Temos muito orgulho dessa história, pois posiciona o Brasil em um patamar diferenciado. Precisamos acreditar em nossa qualidade, competência industrial e capacitação para aplicação de tecnologia. Você acha que agora, quando falarmos em inovação na indústria, deveremos conjugar na mesma frase economia circular e inovação? Falamos muito em inteligência das coisas, em inteligência artificial. Falamos em como transformar a nossa sociedade através da tecnologia. Mas é questionável termos tudo isso sem um meio ambiente saudável. Não é possível sobrevivermos com esse modelo econômico. Precisamos pensar em um modelo capaz de aproximar o ser humano do meio ambiente de forma inteligente e sustentável. Todas as organizações deveriam conjugar, na minha visão, essa nova forma de pensar o futuro. Juntar tecnologia com economia circular é algo muito, muito poderoso.

Leandro Santos gerente-geral e vice-

presidente de operações da Flex Brasil.


COVID-19: maior caso de inovação aberta da história

COVID-19: maior caso de inovação aberta da história

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eformulação de políticas públicas. Definição de prioridades para investimentos. As estratégias de alívio e as oportunidades de transformação desencadeadas pela pandemia do coronavírus. Esses foram alguns dos tópicos abordados neste bate-papo exclusivo com dois experts no cenário brasileiro de inovação: Diônes Lima, vice-presidente da Softex, e Mariana Yazbeck, gerente do FIEMG Lab. A revolução causada pelo COVID-19 no teletrabalho, comércio online, gestão remota, cibersegurança e conectividade é um caminho sem volta no Brasil? Mariana Yazbeck: Sem dúvida é um

caminho sem volta. Houve todo um processo de transformação não só econômico, mas antes de tudo social. Estamos falando de novos hábitos, de absorção de novas tecnologias e de novos comportamentos, inclusive mais colaborativos. Diônes Lima: O colapso mundial que

vivemos forçou a previsibilidade dos próximos cinco ou dez anos de transformação digital. Precisamos tirar um ensinamento positivo de todo esse caos. Não voltaremos a trabalhar no modelo anterior. O home office se mostrou extremamente viável, em especial para os setores mais tradicionais da economia, e ainda colaborou para o incremento da produtividade nas organizações. A pandemia nos ensinou a pensar nas pessoas e isso é muito bom. É sim um caminho sem volta.

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Nosso ecossistema respondeu exatamente porque viu que sozinho, isolado, você não é capaz de se manter. - Diônes Lima Qual é a percepção de vocês sobre a resposta do ecossistema de inovação no Brasil à pandemia? Diônes Lima: Eu gostaria de falar sobre

inovação aberta para analisar o ecossistema de inovação nacional e mundial. Estamos diante do maior caso de inovação aberta e de colaboração da história em todos os tempos. Um mundo unido em prol de entender um vírus. Acho que nosso ecossistema respondeu exatamente porque viu que sozinho, isolado, você não é capaz de se manter. Da mesma forma que o que vivemos foi uma transformação digital forçada, foi um movimento de colaboração e de inovação forçado por uma crise. Vale lembrar que toda crise gera oportunidade. Na minha visão, essa trouxe para o ecossistema de inovação a possibilidade de ele se unir a setores tradicionais para desenvolver soluções não só para o COVID-19, mas para a retomada. Eu acredito que agora é o momento de nos voltar para o cenário pós-pandemia. Como manteremos abertos negócios que são importantes para proposta de valor tecnológico desse país que é tão grande, que tem tanta competência e tanta capacidade de se posicionar no mundo como um fornecedor de tecnologia e não só como um consumidor de tecnologia? Estamos diante de uma receita para o novo salto da tecnologia no mundo.


Mariana Yazbeck: Quando a pandemia

foi anunciada, percebi uma resposta muito rápida das startups entregando soluções para o combate ao COVID-19 dentro da Indústria. Eram startups, que na verdade, não estavam focadas nesse produto específico, mas que se movimentaram para fazer adaptações e entregar essas soluções rapidamente. Algo que apenas o ecossistema de startups consegue realizar de uma maneira tão ágil, o que acaba por favorecer absurdamente a economia. Em contrapartida, a indústria se movimentou para olhar para essas soluções e absorvê-las. Falando sobre inovação aberta, imagine uma startup especialista em temperatura e outra que detém knowhow em tecnologia de sensores unindo-se para entregar uma solução, por exemplo, de medição de temperatura de funcionários. Startups de visão computacional movendo toda sua solução para entendimento do comportamento do funcionário dentro da Indústria. Absorver essas soluções é necessário para a retomada e essa retomada passa, obrigatoriamente, pelo caminho da inovação aberta. O estudo do BID mostra isso claramente: a ciência e a tecnologia são ferramentas fundamentais no pós-pandemia.

Ilustração por Freepik

Absorver essas soluções é necessário para a retomada e essa retomada passa, obrigatoriamente, pelo caminho da inovação aberta. - Mariana Yazbeck Chegou a hora de se reformular as políticas públicas e de definir prioridades para o ecossistema brasileiro de inovação? Diônes Lima: Estamos entrando em uma

nova era. Quem imaginaria para os próximos 15 ou 20 anos o uso de metodologia Lean na área médica, nos testes, na aprovação de vacina? Então percebemos que em menos de quatro meses de pandemia, temos vacinas sendo testadas em humanos. Se não fosse a inovação, onde a medicina buscaria essas metodologias? Acho que vale um estudo sobre como a pandemia quebrou o paradigma dos processos de homologação da Anvisa no Brasil e em outras agências reguladoras do mundo. E aí vem a questão da política pública. Temos uma extremamente voltada para o controle, não para o resultado. Não é uma crítica aos servidores, mas ao mindset, ao ordenamento jurídico como um todo. Temos na pandemia uma oportunidade de refletir e de olhar para a política pública muito focada no resultado e de quebrar velhos paradigmas do relacionamento da universidade com a indústria, do relacionamento da indústria com pequeno fornecedor. Precisamos de políticas públicas bem estruturadas, impulsionadoras e fortes. A eficiência da política pública de estados mais indutores e menos interventores. Vale observar o nosso nível de dependência tecnológica no setor de semicondutores de microeletrônica na questão dos respiradores. Tivemos que importar quando dispomos de toda a infraestrutura para fabricação interna.


COVID-19: maior caso de inovação aberta da história

Como atuante na indústria, como uma nova política pública poderia trazer mais fôlego para a retomada? Mariana Yazbeck: Eu queria levantar

uma bandeira que não necessariamente tem a ver com indústria, mas com a ciência, a tecnologia e a inovação que impactam na indústria. Acho que não existe nenhum país no mundo que evoluiu - seja no modelo que for - que não tenha investido maciçamente em ciência, tecnologia e educação. Cortes na pesquisa atrapalham a soberania industrial. Esses cortes, por exemplo, influenciaram nas pesquisas de reagentes que hoje poderiam ser utilizados para vacina aqui no Brasil.

Ilustração por Freepik

Com recursos bem aplicados em P&D e em temas de interesse, a indústria é capaz de absorver esses conhecimentos e aplicá-los para que eles cheguem ao mercado. É esse o ciclo. Basta observar os grandes polos de inovação do Vale do Silício, da região de Barcelona ou mesmo na Alemanha. Você tem o estado no momento do investimento do P&D dentro da universidade, mas no P&D inteligente, focado em temas que interessam efetivamente ao mercado e este último já conectado para a sua absorção.

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A pandemia gerou essa mudança de mindset no estado? Ele percebeu que não pode ser tão dependente e que, para tanto, é preciso promover uma política pública diferenciada? Mariana Yazbeck: Talvez em algumas

regiões, considerando nossa característica federalista. O mercado percebeu e o ecossistema também. É preciso que as instituições públicas percebam. As indústrias continuam ativas na busca de soluções junto às startups e às universidades, mesmo frente à crise, porque entendem que inovação e transformação digital não são mais uma opção. Mas a atual política de compras públicas torna esse acesso a soluções inovadoras praticamente impossível para o governo e para o estado. Temos uma startup de desinfecção de espaços. Ela poderia ser utilizada em hospitais públicos, por exemplo. Mas como o governo faz essa compra junto a uma startup? O marco legal precisa ser revisto. Diônes Lima: O governo menos interventor

e mais indutor é exatamente isso: coloca o dinheiro no lugar certo com inteligência. Está se falando muito de pesquisa aplicada, que é importantíssima. Mas é a pesquisa básica que nos põe à frente e nos mantém atrativos, inclusive, para investimentos estrangeiros. Descomplicar o processo de relacionamento entre ente público, universidade, empresa e startup, do processo de compras públicas. Não podemos avaliar a política de Ciência e Tecnologia apenas no quadradinho da universidade, no quadradinho da indústria ou apenas no quadradinho de incentivar que investidores coloquem dinheiro em startups. Você não pode tratar de um marco de inovação que só foque na transferência de tecnologia para indústria. É preciso tratar de um marco de inovação que possibilite ao professor dedicar algumas horas de trabalho à indústria ou a projetos da indústria e ser remunerado por isso. Beneficiar uma startup para prototipar dentro de um laboratório público.


Que soluções inovadoras nacionais chamaram a atenção de vocês nessa pandemia? Diônes Lima: Uma startup brasileira que

aplicou uma pesquisa básica já desenvolvida de uma solução de rápida desinfecção de ônibus com UV. Não teremos apenas o COVID-19 como desafio. Pense nos diversos problemas respiratórios que enfrentamos todos os anos e que acarretam enormes gastos para administração pública. Surge mais uma vez a questão dos gastos inteligentes. Mariana Yazbeck: O FIEMG Lab acelerou

50 startups só com soluções para indústria e nós tivemos cerca de 14 apresentadas ao mercado para solução de combate ao COVID-19. Uma delas já está testando um aerosol de desinfecção nos Estados Unidos. Ele também está em processo de aprovação na Anvisa. Outra desenvolveu um hardware que ao ser instalado em um colar pode ser utilizado para monitorar a temperatura de funcionários. Quem quiser conhecer startups maduras com soluções prontas para o mercado pode visitar nossa landing page: www.fiemglab.com.br/coronavírus.

Mariana Yazbeck Gerente FIEMG Lab.

Diônes Lima Vice-presidente da Softex.

Acesse nosso canal no YouTube para assistir ao bate-papo com Diônes Lima e Mariana Yazbeck ou ouça o conteúdo completo no Spotify www. softex.br/spotify.

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O Alcance dos Processos de Negócio em uma Organização

Imagem por Worawut , via Adobe Stock

O Alcance dos Processos de Negócio em uma Organização

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esde quando o americano F. W. Taylor, em meados de 1880, resolveu estudar a maneira como as pessoas, e não as máquinas, poderiam melhorar a forma de realizar o trabalho em uma usina siderúrgica, o mapeamento de processos de negócio é apontado como um dos caminhos para tornar o trabalho mais produtivo, utilizando melhor os recursos disponíveis. Nesta visão, a ênfase está nas tarefas e nos controles para se alcançar maior eficiência operacional, pouca atenção é dada para as diretrizes, que guiam

Os dados são elementos essenciais de registro corporativo e formulação de respostas e são peças fundamentais no curso dos processos. -Ana Oliveira12 | Revista Softex 2020

o fluxo de trabalho, ou para os dados que são tratados durante o processo, sejam aqueles que são insumos para a execução do trabalho ou produzidos pela ação. Mesmo não sendo uma proposta recente, ainda nos dias atuais é difícil encontrar empresas que tenham a visibilidade dos seus processos e todos os seus colaboradores estejam capacitados e comprometidos com eles. Muitas vezes, o processo existe, mas, se não estão mapeados, pode prejudicar o bom andamento do trabalho, fazendo com que tarefas deixem de ser executadas, ou, até mesmo, sejam executadas mais de uma vez por não haver atribuição clara dos papéis, além de dificultar a transmissão para pessoas novas na equipe. Pode-se imaginar que o cenário não seja diferente quanto aos dados que são mantidos numa empresa, uma dificuldade similar em encontrar bases de dados estruturadas e uma arquitetura de informação mapeada. É mais comum que cada área crie suas planilhas de controle e armazene seus dados conforme as demandas vão surgindo.


Os dados são elementos essenciais de registro corporativo e formulação de respostas e são peças fundamentais no curso dos processos. Em geral, empresas mantêm os dados de seus funcionários, para gestão de recursos humanos, dos seus clientes, para o cumprimento de seus objetivos de negócio, e, em alguns casos, de seus fornecedores, para o atendimento de suas aquisições. Naturalmente, todo o tratamento desses dados é feito pela execução dos seus processos de negócio. A própria norma ISO 9001 promove um modelo de sistema de gestão da qualidade baseado em processo e aqui já é possível visualizar componentes adicionais que são as políticas de qualidade, procedimentos, instruções de trabalho, registros que fazem parte desse contexto, auxiliando na condução do fluxo.

SGQ

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Mapear processos não é simples, exige extrair informação das pessoas, administrar o conhecimento tácito, desvendar o encadeamento das atividades[...] -Ana OliveiraDeve-se lembrar que, com o advento da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), para a implantação da política de privacidade dos dados, será necessário mapear todos os dados pessoais, a finalidade e o tratamento praticado, assim como verificar o atendimento às bases legais, que inclui, entre outras, o consentimento para sua utilização. Quer dizer, para um simples e-mail de um contato, que hoje é adicionado a uma lista de transmissão, deve-se atentar para os direitos do seu titular. Não há como desvincular estes cenários, um trabalho conjunto - desfrutando dos processos de negócio para o mapeamento de dados e fomento do sistema de gestão de qualidade - é fundamental para a efetividade do resultado. Mapear processos não é simples, exige extrair informação das pessoas, administrar o conhecimento tácito, desvendar o encadeamento das atividades, os detalhes de como realizar e os recursos necessários para o melhor desempenho. Mais do que aumentar a produtividade, é importante compreender mecanismos para mantê-la. É um longo trabalho que resulta não só na sistematização, como também numa mudança de cultura corporativa.

Ana Oliveira é Gestora de Qualidade da Softex, atua na área de Ciência de Dados e Melhoria de Processos há mais de 20 anos.


5 destaques para uma aceleração de impacto

5 destaques para uma aceleração de impacto

A

s aceleradoras surgem no ecossistema de inovação para auxiliar empreendedores a desenvolverem seus negócios de forma estruturada, através de programas de aceleração que têm como objetivo levar a sua startup de um estágio de maturidade a outro em menos tempo. Criadas nos Estados Unidos, as aceleradoras de negócios nascem no final da década de 90, no entanto apenas a partir de 2005, elas ganham força no ecossistema de inovação com o surgimento de aceleradoras como Techstars e Y Combinator. No Brasil, este movimento teve início por volta de 2012 com a criação do Programa Startup Brasil, a iniciativa do Governo Federal impulsionou e fortaleceu o movimento das aceleradoras de startups no país, mitigando os riscos e coinvestindo em projetos de startups. Para Brad Feld, fundador da TechStars e autor do livro Startup Communities, a presença de uma aceleradora demonstra amadurecimento de um ecossistema. Com papel relevante na promoção da cultura empreendedora e de inovação, as aceleradoras proporcionam, ainda, investimento e auxiliam na densidade da startup.

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O movimento ganhou força e vem acompanhando o crescimento de startups no país, atualmente temos 57 entidades que se denominam aceleradoras no Brasil, segundo a Anprotec (2020). As aceleradoras são agentes de fomento ao desenvolvimento do negócio, conectadas ao ecossistema, elas permitem acesso ao mercado, conhecimento técnico por meio de workshops e capacitações, mentorias com experts de diversas áreas, networking e aporte financeiro. Podemos dizer então que uma aceleradora é na verdade uma propulsora de negócios a partir de experiências empreendedoras e investimento financeiro. Seu papel é auxiliar o empreendedor a dar os primeiros passos nesta jornada, mas é importante reforçar que participar de um processo de aceleração não é garantia de sucesso do negócio, porém esta experiência poderá tornar o caminho menos doloroso. Enquanto empreendedora, tive a oportunidade de vivenciar na prática os programas de aceleração como Startup Brasil, Seed, The S Factory e Startup Chile e ainda a aceleração da Gema Ventures, com base nos meus aprendizados, compartilho com vocês os cinco principais fatores que fazem a diferença para uma startup acelerada.


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Acompanhamento técnico

Rede de mentores

As aceleradoras oferecem acompanhamento técnico contínuo durante seus programas de aceleração. Com conteúdos sobre mindset, tecnologias, marketing e negócios, auxiliam os empreendedores a obterem conhecimento de forma rápida e focada no que a sua startup precisa. Além dos workshops e conteúdos, as aceleradoras disponibilizam profissionais experientes para acompanhar a evolução da sua startup e guiar sua jornada.

A mentoria nada mais é que o método de transmissão de conhecimentos e experiências prévias em determinado tema/assunto. Portanto aprender com o erro e/ou aprendizado do outro irá economizar muito do seu tempo. Sem dúvida ter acesso a uma rede de mentores qualificada e com profissionais de diferentes áreas proporciona saltos significativos para o seu negócio, conectando você com experiências práticas, oportunidades de mercado e conhecimento.

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Metodologia própria e benefícios exclusivos Outro fator relevante da experiência de ser acelerada é que cada aceleradora possui uma metodologia própria, já validada com outros negócios, que guiará você na sua jornada empreendedora, permitindo que se tenha clareza de cada estágio do seu negócio e os passos ou conquistas necessárias para migrar de um estágio a outro. Em relação aos benefícios exclusivos, as aceleradoras realizam parcerias com empresas para ofertarem descontos e/ou serviços como vantagens às startups do seu portfólio, são os famosos “perks”. Os perks permitem que você tenha uma economia financeira significativa e importante para o início do negócio.

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Conexão com o mercado A aceleradora é um agente de conexão do ecossistema, fazer parte do portfólio de uma aceleradora dá a você um selo de que seu negócio tem potencial e que passou por um processo de amadurecimento e isso irá abrir portas no mercado. Além disso, faz parte das atividades e também é de interesse da aceleradora te conectar com potenciais clientes, dar acesso ao mercado e fazer com que o seu negócio seja reconhecido. Para isso, estas instituições realizam eventos, rodadas de negócios e apresentações das suas startups para o mercado graças a seu poder de conexão e networking. Nos últimos anos, as aceleradoras têm atuado junto às empresas, promovendo a inovação aberta, assim se a sua startup faz parte do portfólio de uma aceleradora que desenvolve programas de corporate venture, ela poderá ter acesso mais fácil às grandes empresas. Um exemplo desse tipo de ação é o que ocorre no Programa Conecta Startup Brasil, o programa conecta empresas a startups proporcionando assim acesso direto ao mercado.

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5 destaques para uma aceleração de impacto

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Investimento A maioria das startups busca uma aceleradora pelo valor financeiro aportado. Este é sem dúvidas o fator de atração de muitos negócios em início de jornada e sabemos o quanto o capital é importante para o desenvolvimento da startup. No entanto, depois de vivenciar diferentes programas e estágios, eu diria que ele é o de menor impacto. A aceleradora realiza aporte financeiro no negócio, geralmente em troca de equity, o que poderá dar um fôlego até você atingir seu break even (ponto de equilíbrio) e garantir a sobrevivência do negócio. E ainda, com sua rede de contatos e influência no ecossistema, a aceleradora poderá atrair e intermediar novos investimentos para sua startup. Porém, o investimento isolado não será suficiente para levá-lo a outro patamar de negócio, a engrenagem precisa de um bom time, conhecimento técnico, problemas e dores reais do mercado, bons mentores e dedicação por parte dos empreendedores.

Bônus,

porém não menos importante:

NETWORKING A experiência de vivenciar uma aceleração tem muitos benefícios para uma startup sem sombra de dúvidas, eu trago comigo como maior aprendizado dessa jornada as conexões que pude realizar em cada programa. A oportunidade de estar inserida num ambiente com outros empreendedores, startups, empresas/indústrias, mentores, investidores e profissionais, permite a criação de uma rede de contatos de valor imensurável e consequentemente um mundo de oportunidades e aprendizados. Desse modo, se você está participando ou deseja participar de um Programa de Aceleração, aproveite esta experiência para se conectar com as pessoas e criar uma rede de contatos. As aceleradoras têm papel relevante no ecossistema de inovação, cada vez mais elas vêm se renovando, buscando novos modelos de negócios e oportunidades no mercado. Se a sua startup está na fase de ideação ou validação, uma aceleradora poderá auxiliá-lo na jornada e tornar seu caminho menos árduo, oferecendo os benefícios que trouxemos aqui. Na Softex, ajudamos você em toda essa jornada, desde a tirar a ideia do papel até a internacionalização do seu negócio. Mas lembre-se que o sucesso do negócio depende do seu time e da sua execução, do problema que estão se propondo a resolver e do valor que seu negócio gera para o mercado.

Rayanny Nunes é Gerente de Inovação da Softex, à frente da operação dos projetos de fomento às políticas públicas para empreendedorismo. Cofundadora da startup Klipbox e facilitadora, mentora organizadora da startup Weekend.

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E-book Micro e Pequenos Negócios: um novo começo

E-book Micro e Pequenos Negócios: um novo começo

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os últimos meses, o comportamento da nossa sociedade e do ambiente de negócios do mundo todo tem mudado drasticamente. Em poucas semanas, as rotinas de bilhões de pessoas foram alteradas por um evento único e essa escala de transformação é desconhecida pela maioria das pessoas. A verdade é que apesar de parecer que a maior transformação já aconteceu, muita coisa ainda vai mudar e algumas nunca mais serão as mesmas.

Se você é um micro empreendedor, existem várias ações que podem ser tomadas para você assumir o controle do seu negócio sem que você precise reduzir sua empresa pela metade, sem nem precisar. E por onde começar? O que é preciso ser feito no dia a dia, no da equipe e do negócio? Toda transformação começa com pessoas, confira conteúdo na íntegra em www.softex.br/ estamosjuntos/.

Temos mais de 52% dos empregos formais brasileiros baseados em micro e pequenos negócios, que também contribuem com 27% do PIB nacional, aqueles que geram empregos e renda para milhares de famílias. Será que esses empresários estão entendendo o que está acontecendo? E se sentem preparados para os próximos meses? É importante que estejamos atentos às mudanças que estão acontecendo e que sejam feitos ajustes nos negócios para que continuem atendendo seus clientes de forma satisfatória. Caso você seja da área de tecnologia, pense que o seu suporte pode fazer a diferença na vida de alguém da sua família, ou alguém da sua comunidade; isso pode ser a diferença entre um pequeno negócio a menos em nossa economia e esse impacto é maior do que você imagina.

O e-book Micro e Pequenos Negócios: um novo começo faz parte da nossa campanha #EstamosJuntos para contribuir com o enfrentamento da COVID-19.

Pedro Teodoro atua no desenvolvimento de startups na Softex, é coordenador dos programas TechD e IA² MCTIC e Community Organizer na Product School.


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