Revista Comunità Italiana Edição 145

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Economia Confindustria jovem comemora 40 anos pleiteando mudanças

Turismo Os encantos de Capo d’Orlando, uma das atrações da Sicília

Politica Deputato italiano vuole farla finita col voto all’estero www.comunitaitaliana.com

Ano XVII – Nº 145

Dupla popular

ISSN 1676-3220

R$ 11,90

Rio de Janeiro, julho de 2010

Berlusconi faz visita histórica ao Brasil. Em clima de euforia, encontra o presidente Lula e juntos assinam acordos que renderão frutos para a relação entre os dois países

O polêmico projeto apresentado pelo arquiteto italiano David Fisher




Claudio Cammarota

18 CAPA

Acompanhado por uma comitiva de 60 empresários italianos, Silvio Berlusconi fez uma visita histórica ao Brasil. Em São Paulo, encontrou-se com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para assinatura de acordos comerciais entre Brasil e Itália. Carisma, bom-humor e simpatia marcaram a passagem de Berlusconi no país.

Editorial

Amor, futebol e amizade.................................................................06

Cose Nostre

Itália vai vender tesouros históricos e naturais para ajudar a pagar sua dívida pública...........................................07

Politica

Deputato italiano Massimo Calearo Ciman vuole farla finita col voto all’estero................................................ 13

Economia

Evento a Rio de Janeiro ha riunito persone interessate alle opportunità di affari legate ai Mondiali di Calcio in Brasile nel 2014....................16

Exposição

Em São Paulo, evento celebra a volta ao Brasil da chapeleira ítalo-brasileira Silvia Lucchi.......................................43

Teatro

Grupo carioca é destaque em festival de Nápoles com peça que tem elementos da Commedia dell’arte italiana ��������������� 46

Comunità

Centenario della colonia agricola in Minas Gerais riunisce ricercatori appassionati dell’Italia......................................50

34 Turismo Capo d’Orlando

A cada verão, a pequena e charmosa cidade da Sicília se torna cada vez mais apreciada pelos turistas

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Divulgação

Divulgação

Divulgação Dynamic Architecture

Confindustria jovem comemora 40 anos pleiteando mudanças na Constituição italiana ������������������������������� 14

Affari

38 Arquitetura Prédio giratório

No Brasil, arquiteto italiano David Fisher apresenta projeto semelhante a um já construído no país e provoca polêmica

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41 Moda Pitti Uomo

Realizado em Florença, um dos mais importantes eventos de moda da Itália aposta nos materiais tecnológicos para seduzir o público masculino

54 Vinho Andreia Gentilini

A embaixatriz do vinho brasileiro fala sobre os desafios de promover a bebida nacional no exterior e furar o clube do bolinha que predomina no setor



FUNDADA EM MARÇO DE 1994

Amor, futebol e amizade

Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) Diretor: Julio Cezar Vanni Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 40.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 12/07/2010 às 12:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói, Centro, RJ CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555 e-mail: redacao@comunitaitaliana.com.br SUBEDItora: Sônia Apolinário jornalismo@comunitaitaliana.com.br Redação: Guilherme Aquino; Nayra Garofle; Sarah Castro; Sílvia Souza; Janaína Cesar; Lisomar Silva REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho arte@comunitaitaliana.com.br Capa: Ricardo Stuckert Colaboradores: Luana Dangelo; Pietro Polizzo; Venceslao Soligo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Fernanda Maranesi; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Fernanda Miranda; Paride Vallarelli; Aline Buaes CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão); Janaína Cesar (Treviso); Leandro Demori (Roma) Lisomar Silva (Roma); Quintino Di Vona (Salerno) Robson Bertolino (São Paulo) Publicidade: Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-2555 comercial@comunitaitaliana.com.br RepresentanteS: Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing Geraldo Cocolo Jr. Tel: (31) - 3317-7704 / (31) 9978-7636 gcocolo@terra.com.br ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista. La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori e sprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione.

ue o presidente do Conselho dos Ministros italiano, Silvio Berlusconi, é polêmico, todos sabemos. Mas o que impressionou a todos em sua visita ao Brasil no fim de junho foi a extroversão e simpatia durante os dois dias em que se encontrou com empresários italianos e brasileiros, representantes da comunidade, jornalistas e líderes do governo, em São Paulo. No edifício Itália, onde o Gruppo Esponenti Italiani, o ICE e a Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira prepararam encontro com cerca de 150 executivos das maiores empresas italianas, o Cavaliere falou por uma hora e foi interrompido várias vezes por aplausos e risadas de uma platéia descontraída. Não foi por menos, ao lado do vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso, do embaixador Gherardo La Francesca, dos presidentes do Gei e da Câmara, Valentino Rizziolli e Edoardo Pollastri, ele deu um verdadeiro espetáculo cômico. E alertou: “não confiem naqueles que não sabem rir”. Afirmou, orgulhoso, ser o único a ter escrito seis sambas em dialeto napoletano e lembrou das vezes em que veio ao Brasil como turista, destacando a beleza de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, levou os presentes às gargalhadas com uma das tiradas mais comentadas em jornais italianos e brasileiros. — Todos sabem que começo a perder a memória. Nesta manhã, no hotel, queria fazer uma “ciuculatina” com uma arrumadeira, mas a garota me disse: “presidente, mas já fizemos há uma hora atrás” — brincou Berlusconi que durante toda a visita repetiu que as melhores coisas da vida são “mulher e futebol”. Depois, no Circolo Italiano, foi recepcionado por cerca de 400 integrantes da comunidade italiana e escutou atentamente as reivindicações da presidente do Comites, Rita Blasioli. No dia seguinte, o primeiro-ministro se encontrou com o presidente Luis Inácio Lula da Silva e, na Fiesp, os dois mostraram porque Pietro Petraglia são tão populares. Editor Lula, acostumado ao improviso, foi o primeiro a falar e desta vez não dispensou as folhas de seu discurso para mostrar as vantagens da nova potência mundial. Falou dos números e das iniciativas que fizeram com que o Brasil se transformasse e saísse da crise global antes de todos os outros países. Mostrou como os programas sociais Bolsa Família e Luz para Todos ajudaram a aquecer o mercado interno. E as cerejas da torta foram o pré-sal, Copa de 2014 e Olimpíadas. Ao final, emocionado, reconheceu a importância do trabalho de braços italianos para a concretização deste panorama. — Entre italianos e brasileiros o que muda é somente a língua e o passaporte — concluiu Lula. A seguir, Berlusconi não poupou elogios ao presidente brasileiro e não mudou seu discurso brincalhão diante de um público que representava a elite econômica do país. Lembrou que assim como Lula, tem o melhor índice de aprovação da Europa, com 63% - antes das greves na Itália: — No elevador, Lula me disse que as pessoas apaixonadas por futebol são mais simpáticas. E eu acrescentei também os apaixonados por mulheres. Mas ele me disse: “sou casado há 35 anos!”. Mas com expressão risonha – disparou o premier diante de todos. Reconheceu a oferta de espaço para que as empresas italianas invistam junto ao boom da Petrobras (224 bilhões de dólares); ou da expansão militar que irá contratar 100 bilhões de dólares nos próximos 30 anos; e do agro-business que deve faturar 18 bilhões de dólares só neste ano. Falou da criação da fábrica da Piaggio na Zona Franca de Manaus e se comprometeu a dar todo apoio ao Brasil nas questões internacionais. Afirmou olhando fixamente para Lula que entre as coisas mais importantes da vida estão “o amor, o futebol e a amizade”. Desde a primeira visita oficial do presidente italiano Giovanni Gronchi, em 1958, a Itália nunca esteve suficientemente presente por aqui. Todos esperamos que se concretize uma relação profícua onde a Itália aporte finalmente com pujança neste Eldorado. Estive com Berlusconi que, atentamente, escutou o meu pedido para que ao retornar à Itália lembre-se da nossa comunidade no Brasil. Ele, sorridente, afirmou: “meu caro editor Petraglia, como posso me esquecer se todo mês recebo a sua revista em meu gabinete”.

editorial

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Entretenimento com cultura e informação

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COSE NOSTRE Julio Vanni

À venda

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governo italiano anunciou que irá vender centenas de tesouros nacionais para diminuir o déficit público. Cerca de 9 mil edifícios, palácios, praias, ilhas e fortes estimados em cerca de 10 bilhões de reais estão entre os bens previstos para serem postos à venda até o final do mês. A dívida pública italiana está em 4 trilhões de reais. Entre as propriedades que serão vendidas está a ilha de Caprera, que faz parte do arquipélago La Maddelana (Sardenha). O paraíso de águas cristalinas atrai turistas de todas as partes do mundo. O local, antes propriedade de Giuseppe Garibaldi, que lutou pela unificação do Estado italiano no século 19, já recebeu o título de “praia mais sexy do mundo”. Leva quem pagar 40 milhões de reais.

17 dias

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sse foi o tempo que Aldo Brancher durou como ministro italiano do Federalismo. Ele pediu demissão no tribunal, diante do juiz responsável por julgá-lo em uma acusação de apropriação indevida de 2,3 milhões de reais. Brancher é ex-dirigente da Fininvest, empresa do primeiro-ministro Sil­vio Berlusconi.

Apóstolos

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rqueólogos e restauradores de arte, usando nova tecnologia a laser, descobriram imagens que acreditam ser as pinturas mais antigas dos rostos dos apóstolos de Jesus Cristo. Encontradas em um trecho das catacumbas de Santa Tecla, perto da Basílica de São Pedro, do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram pintadas no fim do século 4 ou início do século 5. Os afrescos eram conhecidos, mas seus detalhes vieram à tona durante um projeto de restauração iniciado dois anos atrás. Os ícones de rosto inteiro incluem as faces de São Pedro, Santo André e São João, que fizeram parte dos 12 apóstolos originais de Jesus, e São Paulo, que se tornou apóstolo após a morte de Cristo.

Recorde no mar

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atural de Montichiari, na província de Bréscia (Lombardia), Giada Pezzaioli, de 17 anos, será a representante da Itália na final internacional do concurso Miss Mundo 2010. A bela derrotou 53 concorrentes em disputa realizada em Gallipoli, na província de Lecce. Com 1,81 metro de altura e olhos verde-turquesa, a representante italiana no Miss Mundo fala inglês, francês e chinês e freqüenta a escola de línguas “Don Lorenzo Milani”, em sua cidade natal. A final do concurso será realizada no próximo dia 6 de novembro, no Vietnã.

m casal de italianos entrou para o livro Guinness ao se casar a cinco metros de profundidade, na ilha de Elba, diante dos olhos atentos de 270 convidados - todos debaixo d’água. O recorde mundial era, desde 2005, de um casal de californianos, que viveu a mesma situação, mas com “ape-

Rapidinhas

● Callejón sin salida, da escritora argentina Elsa Osorio, foi premiado como o melhor livro de ficção estrangeira publicado na Itália nos últimos 12 meses. O prêmio foi atribuído por unanimidade pelo júri do Prêmio Roma, em sua 11ª edição. ● Kimberly Castillo Mota, Miss República Dominicana, foi coroada Miss Itália no Mundo 2010. A jovem tem 21 anos, estuda arqui-

nas” 208 convidados mergulhadores. O casamento de Viola Francesca Colombi, de 37 anos, e Giampiero Giannoccaro, de 33, foi realizado pelo prefeito da cidade de Capoliveri, Ruggero Barbetti, que provou ser um exímio mergulhador. Os noivos vivem em Porto Azzurro, onde coordenam atividades de mergulho.

tetura, trabalha como modelo e deve a origem italiana à avó paterna (da Calábria, na província de Cosenza). ● Corre no Rio Grande do Sul um projeto de Lei para que o nome do pesquisador Frei Rovílio Costa, expoente da reconstituição histórica da imigração italiana no estado, batize a RS-437, que liga os municípios de Vila Flores e Antônio Prado, com extensão

de 30 km. O frei morreu em junho de 2009. ● O ex-chefe da Polícia italiana e atual responsável pelo Departamento de Informações para a Segurança (DIS), Gianni De Gennaro, foi condenado a um ano e quatro meses de prisão, por incitação ao falso testemunho, no âmbito das investigações sobre a violência que eclodiu durante a Cúpula do G8 em Genova, em 2001.

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Vulcão

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ica ao sul do Mar Tirreno, ao longo da costa da Calábria, na frente do Cabo Vaticano o novo vulcão descoberto na Itália. Ainda sem nome e considerado extinto, sua última erupção teria sido entre 670 mil e um milhão de anos. De tamanho médio, o vulcão tem sua cratera localizada 120 metros abaixo do nível do mar e se estende por aproximadamente 15 quilômetros. Situado na mesma falha que originou o terremoto de Messina de 1908, o vulcão foi descoberto por equipe do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), em colaboração com a Universidade da Calábria. Com este novo achado, o número de vulcões italianos passa a ser 29 dos quais 9 são ativos (incluindo Vesúvio e Etna) e quatro estão em estudo (Palinuro, Salina, Marsili, Colli Albani).

Festival

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Opera Estate Festival Veneto completa 30 anos e até setembro, castelos, praças, parques e museus de 33 cidades vênetas receberão 400 encontros que vão do teatro contemporâneo à dança internacional mais inovadora, da música clássica passando pelo jazz até chegar ao cinema. Nesta edição, o evento exibirá produções provenientes de 15 países. Bassano del Grappa concentra os principais eventos.

Scanner no trem

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epois de implantar, escâneres corporais em aeroportos, a Itália vai instalar os aparelhos em todos os lugares públicos considerados alvos para o terrorismo, a começar pelas estações de trem. O anuncio foi feito pelo ministro do Interior, Roberto Maroni. As máquinas de raio X qualificado estão sendo usadas em três aeroportos italianos desde março.

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opinião frases “Resta-me acatar a sua decisão, pois, certa ou não, a mim não cabe questioná-la, na medida em que essa é a prática, de longa data, adotada no futebol, de todos conhecido”,

“Dovevamo vincere a qualsiasi costo e abbiamo sentito la pressione dovuto a questo. Abbiamo giovani qualificati, ma non vedo nessun fenomeno in giro”,

Dunga, ex-técnico da seleção brasileira, em resposta a Ricardo Teixeira, presidente da CBF, após ter sua demissão confirmada através de nota editada no site da instituição

Fabio Cannavaro, difensore e capitano dell’Azzurra

“Il problema non è mettere in campo prima un giocatore o un altro, ma è mettere in campo una squadra che entra in campo in una partita cosí importante e poi gioca in questo modo”, Marcello Lippi, ct dell’Azzurra, che si è preso le responsabilità dell’eliminazione della squadra ed è stato licenziato e sostituito da Cesare Prandelli “E’ finita. Il mio ciclo è terminato. Ho detto tutto ciò che avevo da dire. Voglio passare un po’ di tempo con la mia famiglia”, Diego Maradona, ct della nazionale argentina, sbarcando nel suo Paese dopo essere stato eliminato dai Mondiali di Calcio. Sembrerebbe che Dieguito sia in trattative con il Napoli per guidare la squadra con cui ha giocato negli anni ’80.

“Ninguém está sentindo mais que a gente, por tudo aquilo que fizemos. Essa eliminação dói muito, mais do que em 2006”,

Kaká, meia brasileiro, após derrota da seleção para a Holanda que tirou o Brasil da Copa

enquete Noivas italianas abandonam o branco. Essa moda vai pegar no Brasil?

Para Fifa jogadas polêmicas não devem ser repetidas no telão. Você concorda?

Dunga é demitido pela CBF. Apesar da derrota, o técnico fez um bom trabalho?

Sim – 66,7%

Não - 58,3%

Sim – 61,5%

Não – 33,3%

Sim - 41,7%

Não – 38,5%

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 19 a 22 de junho.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 29 de junho a 2 de julho.

Enquete apresentada no site www.comunitaitaliana.com entre os dias 5 a 9 de julho.

cartas

“R

ecebo seguidamente a revista ComunitàItaliana que nos trás excelentes artigos, realmente apaixonantes, e uma revista de excelente qualidade. Parabéns a toda a sua equipe. São realmente merecedores dos nossos elogios e os nossos cumprimentos”. Denir Daleffe – correspondente consular da Itália em Campo Mourão, PR – por e-mail

“M

uito boa a entrevista do Mazzola. Fiquei surpreso dele admitir que se arrependeu de ter trocado a seleção brasileira pela italiana. Gostei da sinceridade”. Mario Benedette – Vila Velha, ES – por e-mail

Errata: Na matéria “O design de Macunaíma”, publicada na edição de maio, o nome correto do Embaixador do Brasil em Milão é Luiz Henrique Pereira da Fonseca e não Luiz Francisco da Fonseca, como informado.

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serviço agenda

O Jogador (RJ) A paixão pelo futebol foi a inspiração para o fotógrafo Rogerio Faissal criar essa exposição. O projeto começou há seis anos, quando Faissal criou o mecanismo que movimenta as fotografias e passou a registrar diferentes peladas. São partidas que acontecem diariamente em vários campos improvisados pela cidade, da areia da praia, passando

pelo futebol de rua e o campinho de terra. A mostra também apresenta uma seleção de fotos noturnas de traves e campos vazios da praia de Copacabana. São nove ensaios, nos quais o espectador decide como movimentar as imagens. A ideia é que o visitante tenha a sensação de estar no campo e ser o autor da jogada - o chão da sala é coberto com grama sintética e um sistema de áudio reproduz os sons característicos das partidas de futebol. A exposição estabelece ainda um paralelo entre duas épocas, já que as caixas remetem ao início da fotografia e às moviolas do cinema. Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro/Metrô: Estação Carioca). Até 15 de agosto. Entrada franca. Teatro (RJ) Náufragos, premiado texto do autor italiano Massimo Bavastro, reestreia no Rio dirigido por Alessan-

dra Vanucci e nos apresenta Alonso e Sancho (Nicola Lama e Marcelo Aquino). Os dois sujeitos cômicos e trágicos passam a vida entrando e saindo de clínicas de recuperação, resolvem autonomear-se Dom Quixote e Sancho Pança e desbravar a cidade do Rio de Janeiro e, assim, enfrentar os monstros e os medos de toda uma vida. A jornada, acompanhada pela música e pelos sons da cidade, é cumprida entre esperanças e humilhações. Montagem repleta de momentos grotescos impregnados de humor negro e poesia, Náufragos apropria-se dos dois anti-heróis para contar uma aventura bizarra e ao mesmo tempo profundamente representativa da condição humana. Até 30 de julho de 2010 (21h). Teatro Maria Clara Machado - Rua Padre Leonel Franca 240 – Gávea. Copas do Mundo de A a Z (SP) O Mundial já acabou, mas o alfabeto ainda está em campo. Nes-

na estante Não contem com o fim do livro. O semiólogo italiano Umberto Eco e o roteirista francês Jean-Claude Carrière atravessam 5 mil anos de história do livro em uma discussão erudita e bemhumorada. A conversa entre os autores, intermediada pelo jornalista Jean-Philippe de Tonnac, tem a intenção de entender as transformações anunciadas pela adoção do livro eletrônico e dá início a um debate atual a partir da premissa de que a história dos livros e o amor a eles os salvarão do desaparecimento. Para os escritores, a experiência de bibliófilos, colecionadores de exemplares antigos e raros e pesquisadores, credita ao livro valor como o obtido pela roda, uma invenção perfeita e insuperável. O livro aparece aqui como uma instituição sólida e Eco reúne uma coleção de obras raríssimas sobre o erro humano, na medida em que, na sua avaliação, eles condicionam toda tentativa de fundar uma teoria da verdade. Record, 272 páginas, 39,90 reais.

ta exposição, cada uma das 26 letras foi escalada para contar e recontar alguns momentos do evento mais importante do futebol. A mostra, que tem curadoria de Marcelo Duarte, brinca com nossas percepções: cada sala tem vida própria; um verdadeiro experimento para dilatar e deslocar nossa visão do esporte. Dessa forma, é possível se divertir em um recinto decorado com imagens de galinhas (referência aos frangos tomados pelos goleiros), e outros com reproduções de dribles em grafite feitas por Paulo Ito ou figurinhas de época de grandes nomes do futebol. A competição é exibida de forma lúdica e por meio de vídeos, imagens, músicas e objetos que remetem ao tema é possível viajar pela história do Mundial. Até 31 de outubro, no Museu do Futebol (Estádio do Pacaembu). Gratuito às quintas-feiras. Informações: (11) 3664-3848.

click do leitor

Arquivo pessoal

Festa à Italiana (SC) Dedicada à cultura e às tradições trentino-italianas, a Incanto Trentino chega à sua 18ª edição. De 6 a 8 de agosto, o evento promovido pela secretaria municipal de Cultura e Turismo promete agitar a cidade de Nova Trento. A festa, que acontece desde 1988, terá apresentações de dança e música, além de gastronomia típicos da Itália. Na Praça Del Comune. Mais detalhes em www.novatrento.sc.gov.br

“C

om aquela ansiedade pertinente à maioria dos atores que conheço, decidi ir pra Itália uma semana antes de iniciarem as gravações da novela Passione. Um belo dia, sem combinar, olha quem eu encontro dentro do Vaticano: Leandra Leal, amore do meu personagem Mimi. Descendente de italianos, nessas incursões encontrei vários locais com menção ao sobrenome da minha família e me diverti muito. Estava louco pra ver, ouvir, sentir a Itália”.

Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro. Se Ronaldinho Gaúcho não entrou na seleção de Dunga, na lista de Marcelo Barreto o jogador foi convocado. O jornalista quebrou a cabeça e recorreu à infância para eleger os maiores camisas 10 do Brasil. Por mais paradoxal que pareça, para o autor, a número 10 amarelinha não é uma camisa, mas uma posição. “É a cara do futebol brasileiro”. Cada história é acompanhada de uma entrevista com personalidades do esporte e tem um posfácio escrito por Zico, o Galinho de Quintino. Zizinho é o nome no primeiro capítulo da obra, e lembra o tempo do futebol-arte dos anos 1950. Depois, coube a Zagallo descrever o atleta do século 20 no capítulo “Pelé: o maior jogador de todos os tempos inventou a camisa 10”. A escalação de Marcelo também inclui

Marcelo Médici, ator

Ademir da Guia, Rivellino, Dirceu Lopes, Zico, Raí, Neto, Rivaldo e Kaká. Con-

Mande sua foto comentada para esta coluna pelo e-mail: redacao@comunitaitaliana.com.br

texto, 256 páginas, 35 reais.

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Opinione Fabio Porta fabioporta@fabioporta.com

Francoforte, Vancouver, Buenos Aires… Gli italiani nel mondo si mobilitano contro un governo che ignora i loro diritti

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giornali italiani non ne hanno dato notizia, ma nelle scorse settimane in tutto il mondo è successo qualcosa di davvero straordinario (nel senso letterale di evento “fuori dall’ordinario”): i rappresentanti democraticamente eletti da tutti gli italiani che vivono all’estero si sono mobilitati ed hanno protestato in forma unitaria contro la politica dell’attuale governo italiano. Alla protesta infatti hanno partecipato tutti i membri del Consiglio Generale degli Italiani all’Estero e tutti i Presidenti dei Comites; i Comites sono gli organismi rappresentativi di quelle realtà territoriali dove risiede un numero pari o superiore ai tremila abitanti, mentre il Cgie è un organismo di livello intermedio (tra i Comites e i parlamentari eletti all’estero), eletto dai consiglieri dei Comites e dalle associazioni. Nel corso di tre assemblee congiunte di Comites e Cgie dei Paesi europei, di quelli extraeuropei di lingua anglofona e dell’America Latina, rispettivamente a Francoforte, Vancouver e Buenos Aires, i rappresentanti degli oltre quattro milioni di italiani residenti all’estero hanno voluto all’unisono lanciare un grido di allarme (forse l’ultimo) al governo e a tutte le istituzioni italiane. Nonostante la conquista dell’esercizio del voto, rafforza-

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ta dalla presenza in Parlamento di deputati e senatori residenti all’estero, le comunità italiane nel mondo hanno infatti visto diminuire in questi ultimi anni il livello di piena fruizione dei loro diritti sociali, e oggi vedono messo in discussione anche il loro pieno esercizio del diritto-dovere di partecipare alla vita democratica attraverso il sistema di rappresentanza che avevano costruito dopo anni di lunghe lotte e rivendicazioni. Facciamo qualche esempio, per uscire dalla retorica della politica ed essere più chiari. Cosa succederebbe in Italia se, allo scadere del naturale mandato di un Comune o di una Regione, il Parlamento decidesse che – magari in attesa dell’approvazione di una nuova legge che interviene su questi stessi organismi – le elezioni per il rinnovo di tali enti sarebbero rimandate di due o tre anni, mantenendo nel loro posto tutti gli amministratori eletti per un mandato di soli cinque anni? E’ quello che questo governo sta facendo proprio in questi giorni, con il sostegno decisivo della maggioranza del Parlamento italiano che non ha esitato nell’approvare un decreto che rinvia di ulteriori due anni (dopo il rinvio di un anno dal 2009 al 2010) le elezioni di Comites e Cgie.

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E cosa succederebbe in Italia se da un giorno all’altro il governo decidesse che la metà delle persone indigenti che hanno diritto a medicinali gratuiti o all’assistenza sociale perdesse questo diritto a partire, lo ripeto, dal giorno successivo alla riduzione dei relativi stanziamenti? Anche in questo caso si tratta di quanto è successo con l’assistenza socio-sanitaria a favore di quegli italiani residenti all’estero (perlopiù nati in Italia) che si trovano per le disgrazie di una vita piena di sacrifici in assenza di un reddito sufficiente a garantire a loro stessi le condizioni minime di sopravvivenza. E cosa succederebbe in Italia se una persona anziana senza alcun reddito presentasse regolare domanda, ai sensi di quanto previsto dalla nostra carta costituzionale, per ricevere una pensione sociale per vivere degnamente gli ultimi anni della sua vita e il governo si negasse a corrisponderla allegando il fatto che il cittadino in questione non aveva vissuto dieci anni consecutivamente nella stessa città? E’ quanto succede da un paio di anni ai nostri anziani poveri che, rientrando in Italia da una vita di emigrazione e quindi spesso di sacrifici all’estero, si vedono negato tale diritto perché non hanno vissuto dieci anni consecutivi nel Paese.

E la lista delle palesi ingiustizie potrebbe continuare, anzi continua. Con un ultimo e purtroppo noto esempio: cosa succederebbe in Italia se alla richiesta di un documento anagrafico presso un ufficio pubblico il funzionario rispondesse che per il suo rilascio dovranno passare sei o otto anni? È, lo sanno in tanti, quanto continua a succedere presso i consolati italiani in Brasile, gli unici al mondo dove non si riescono a smaltire in tempi civili i processi di cittadinanza. Sì, l’unico Paese, visto che nella vicina Argentina le sedi consolari italiane sono riuscite ad utilizzare positivamente le poche risorse umane e finanziarie della cosiddetta operazione “task force”: un progetto, voluto dal Governo Prodi e attuato dall’attuale, che aveva come obiettivo finale l’azzeramento di questa lunga e vergognosa fila di italiani in attesa del riconoscimento del loro diritto di cittadinanza. Contro tutto questo abbiamo manifestato in Europa, ma anche in Nordamerica e nel Sudamerica. Abbiamo voluto dire così alla nostra patria lontana quanto è grande il rischio di una progressiva e forse radicale e definitiva secessione tra le due Italie; e questa volta non stiamo parlando dell’Italia del Nord e del Sud ma dell’Italia dello stivale e di quella, altrettanto grande, che vive fuori dalla penisola.


Opinione Ezio Maranesi eziomaranesi@terra.com.br

L’Italia s’è desta? Nessuno accetta i sacrifici imposti dalla “manovra” di Tremonti

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o, caro Mameli, l’Italia non si è svegliata. Il suo sonno è tormentato, pieno di sussulti e incubi, ma il risveglio, ancora una volta, è rimandato. Quando si sveglierà sarà una doccia gelida. L’Italia, uscita prostrata dalla guerra, giunse a essere la quinta economia del mondo. La capacità e l’ingegno della gente italica fecero il miracolo. Poi, la politica dei politicanti prese il sopravvento e lo Stato cominciò a spendere sempre più di quanto avesse in cassa. Oggi l’economia italiana occupa la nona posizione nella classifica mondiale. L’Italia ha un debito pubblico enorme: il terzo al mondo. La spesa pubblica corrente, sommata agli interessi sul debito, assorbe tutte le entrate e non lascia spazio all’investimento. E’ una spesa rigida: sono stipendi, emolumenti, gettoni di presenza, pensioni, ecc. che giuridicamente, o praticamente, non si possono ridurre e il cui ammontare, al contrario, aumenta anno dopo anno. Né si riesce a ridurre la parte in teoria meno rigida, fat-

ta da contributi a migliaia di enti più o meno utili, missioni, viaggi, consulenze, affitti, auto blu, ecc. L’Italia si è data un sistema sociale che può essere definito ragionevole: il sistema pensionistico funziona, anche se vi sono molte pensioni da fame, la scuola non forma come si vorrebbe ma sta adeguandosi, il sistema sanitario ha isole di alta efficienza e regioni a gestione fallimentare. Il potere pubblico ha spesso confuso servizio sociale con clientelismo e dato posti di lavoro senza dare il lavoro, pensioni di invalidità a persone sane come pesci e ha creato migliaia di enti inutili. I sindacati hanno perso nel tempo la funzione di poli contrattuali e sono diventati centri di potere politico. Il sistema Italia politico e amministrativo è ingessato, marmoreo, e sembra che nessuno sia in grado di dargli vita. Vi sono intere caste: i politici con i loro portaborse e leccapiedi, i magistrati, i farmacisti, i taxisti, i sindacalisti, i giornalisti, i furbetti legati al potere, i funzionari pubblici, ecc. ecc. che hanno ca-

pitalizzato vantaggi, spesso ingenti, rispetto alla gente comune, e difendono con i denti lo status quo. Nulla deve cambiare. L’Italia avrebbe bisogno di grandi cambiamenti: non si può permettere di mantenere gli oltre 500.000 improduttivi che vivono di politica, filosofi e nullafacenti, il cui unico interesse è il potere, la poltrona e lo stipendio. Non si può permettere di mantenere 620.000 vetture blu, o migliaia di guardie forestali dove non ci sono foreste, di coltivare una burocrazia che inibisce l’attività imprenditoriale e gli investimenti esteri, di avere un sistema giudiziario che impiega venti anni per dare una sentenza (salvo quando si processa Berlusconi), di essere retta da una Costituzione in parte obsoleta che non permette ai governi di governare e decidere in tempi compatibili con le necessità del mondo dinamico di oggi. E sono solo esempi. Sostenevo, alcuni mesi fa, che il governo Berlusconi non avrebbe potuto fare le riforme di cui l’Italia ha bisogno. Ero facile profeta.

Berlusconi non ha sufficiente potere per decidere e fare, neppure nel suo partito. Nel PDL vi sono oggi dissidenze importanti: in primis Fini, politico di professione, al quale da buon politicante interessa molto di più la poltrona che potrà avere domani piuttosto che spingere le riforme. E quindi tira il freno. Le opposizioni poi non darebbero mai a Berlusconi l’aureola di artefice di riforme utili al Paese. Il decreto Tremonti, che chiede sacrifici di cui tutti riconoscono la necessità, è accolto alla Camera con 1.200 emendamenti, degli scontenti di destra o dei “contrari a prescindere” di sinistra. Voler ammodernare la Costituzione, con l’aria che tira, è velleitario; se poi lo vuole Berlusconi è una bestemmia. Morale: da due anni si litiga per la legge sulle intercettazioni. Non è vitale per il Paese, eppure i nostri politici continuano a filosofare senza decidere. La manovra Tremonti passerà, chissà quando, in versione soft. Qualcosa cambierà, ma le caste saranno solo sfiorate dal sacrificio.L’Italia continuerà nel suo torpore, la testa nella sabbia, come gli struzzi. “Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi” diceva Tancredi, il nipote del principe di Salina, che aveva ereditato la saggezza del nonno. Noi, per evitare rischi, preferiamo che nulla cambi. Il verbo giusto è: sopravvivere. Cosí, se l’eredità dei nostri padri è pesante, quella che lasceremo ai nostri figli, certamente più poveri di noi, sarà il monumento alla nostra ignavia.


Opinione Paride Vallarelli

Tra Africa do Sul 2010 e Produto Interno Bruto I

luoghi comuni sono duri a morire ed il motivo è spesso sempre lo stesso: mancanza di informazione ed anche una buona dose di folclore. Certo, la palla è rotonda così come la Terra gira intorno a se stessa, ma ciò non significa che il Brasile si fermi durante la Coppa del Mondo in Sud Africa! Aspetta, aspetta, ieri stavo in un centro commerciale a Rio ed ho letto quanto segue: “l’apertura dei negozi durante le partite del Brasile sarà facoltativa”. Mi ha fatto sorridere quel “facoltativa”, come a dire che mentre la Seleçao di Dunga sarà impegnata in campo a giocarsi il mondiale sudafricano, qualcuno potrebbe lavorare!!! Già, potenza del calcio o futebol, come si è soliti pensare da queste parti, ma rimane il fatto che ci sono paesi con tratti distintivi tali che, anche dovesse cadere il mondo, non muterebbero di una virgola… Eppure, nonostante tutto, non è proprio così e, benché in Brasile il futebol sia a tutti gli effetti ancora una religione di stato, qualcosa sta succedendo. Non che faccia testo una telefonata, ma l’altro giorno conversando con un amico di Blumenau nello stato di Santa Catarina, mi confessava che di Sud Africa 2010 sembrava interessarsi poca gente come se questa venerazione

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per la nazionale brasiliana fosse venuta meno. Certo, il Sud del Brasile non è Rio de Janeiro né tantomeno il Nordest del paese, perché lì ci tengono a definirsi “europei”, ma credo anche che sia un segno dei tempi che stanno cambiando. Nel primo trimestre del 2010, il PIB (Produto Interno Bruto) del Brasile è cresciuto del 9%. Si tratta, a tutti gli effetti, della crescita maggiore mai registrata in Brasile da quasi trent’anni a questa parte. Nei primi tre mesi dell’anno il Brasile ha avuto una crescita di poco superiore a quella dell’India (+8,6%) e si è avvicinato alla Cina (+11,9%...). Secondo parecchi analisti economici, l’economia del Brasile arriverà a segnare un +7% nel 2010. Questi dati, superata la crisi economica che ancora attanaglia l’Europa ma che qui ha lasciato pochissime tracce (PIB a -0,2% nel 2009), mi confermano che questo paese continuerà ad avere una crescita robusta nei prossimi anni e, soprattutto, che la ricchezza prodotta porterà, inevitabilmente, all’affermarsi di problematiche diverse in una società che si sta facendo giorno per giorno più articolata e composita. Insomma, quale il nesso, il collegamento logico, tra il mondo del futebol e il PIB del Brasi-

ComunitàItaliana

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le? La mia risposta non ha valore scientifico, ma penso davvero che il forte sviluppo economico stia “spostando il baricentro” del brasiliano medio, ossia del suo stile di vita, dei sui suoi usi e costumi e delle sue esigenze. E’ un processo lungo e lento, ma tra qualche anno quando ci si guarderà indietro, probabilmente si capirà la natura stessa del cambiamento. Ricordo quanto accadde, ad esempio, nell’Italia dei primi anni Ottanta, in un paese ancora fortemente “pallonaro” e duramente colpito dalla piaga del Terrorismo (delle Brigate Rosse e delle Stragi neo-fasciste) che grazie alla sua forte crescita economica fu capace di voltare pagina e di diventare una delle realtà più importanti a livello mondiale (certo, sappiamo bene che si sarebbe potuto fare molto di più, ma è pur vero che l’Italia alla “Don Camillo e Peppone” fu messa alle spalle malgrado si tenti sempre di riportarla in vita…). Ciò, secondo me, è quel che capita oggi anche in Brasile. Le differenze rispetto all’Italia sono evidenti ma si può ragionare intorno alle dinamiche del cambiamento generate da una notevole progressione economica. Mi si potrà, giustamente, obiettare che l’economia da sola non basta a mutare le

sorti di un paese, ma è un fatto intangibile che aiuta molto. Maggiore ricchezza, in realtà, consente non solo di riempirsi la pancia ma anche di godere di una diversa qualità della vita. Ciò, pertanto, comporta cambiamenti di tipo socio-culturale che potenzialmente creano le condizioni per uno standard di vita migliore. Potremmo, infine, riassumere che laddove la società tende ad emanciparsi il futebol assume una valenza diversa quasi non fosse più una questione di vita o di morte. Il Brasile è a metà del guado, da una parte il passato e dall’altra il futuro, e se in alcuni rimane sempre la nostalgia dei tempi andati, per la stragrande maggioranza è ciò che riserva il futuro ad affascinare ed attrarre. Una partita di calcio, perciò, non ucciderà una nazione e non produrrà il tracollo generale dovesse andare male, né tantomeno sarà vissuta con presunzione nazionalistica volendo riaffermare una non ben nota superiorità nel caso andasse bene. Ah, certo, oramai il Mondiale è andato e Brasile ed Italia non possono certo sorridere visto i magri o magrissimi risultati… La vita continua comunque e, perché no, arrivederci ad una finale Brasile-Italia al Maracanã tra 4 anni magari con un altro Paolo Rossi!


politica

Polemica nell’ordine del giorno Deputato italiano vuole farla finita col voto all’estero

Leandro Demori

L

a fine del diritto di voto degli italiani che vivono fuori dell’Italia è una discussione ricorrente nella politica del Paese. Ma adesso sarà presa una iniziativa effettiva per porre fine a queste elezioni. Una proposta di legge su questo argomento sarà presentata dal deputato Massimo Calearo Ciman. L’iniziativa modifica gli articoli 56 e 57 della Costituzione, articoli che prevedono con voto facoltativo l’elezione di 18 parlamentari sparsi nel mondo. Questi deputati e senatori oggi sono eletti dai cittadini italiani residenti fuori dell’Italia, e rappresentano la voce degli italiani emigrati in paesi come il Brasile, l’Argentina, il Canada e l’Australia – si tratta di un gran numero di oriundi– ed in paesi dell’Africa, dell’Europa e dell’Oriente. La proposta di cambiamento della Costituzione deve essere presentata da Calearo nei prossimi giorni. Secondo il deputato l’idea gli è venuta dopo una

Especial de Roma

Il deputato Massimo Calearo Ciman

chiaccherata avuta con un italiano che vive in Australia. — Questa persona mi ha detto che la comunità italiana che vive là era molto unita e che aveva cominciato a litigare dopo che era entrato in vigore il voto agli immigrati— racconta Calearo nell’intervista rilasciata a Comunità. Secondo il parlamentare l’accalorato dibattito politico non ha senso per chi vive lontano dall’Italia. Nel suo modo di vedere le cose, chi abita fuori del Paese non conosce profondamente la sua realtà, “perciò non c’è motivo per votare un deputato o un senatore che approvi leggi che interessano solo chi abita in Italia”.

Il nuovo disegno di legge sognato da Calearo passa attraverso le inevitabili polemiche all’italiana. Ed è lui stesso che ne alimenta una: — Questi parlamentari eletti all’estero sono persone che passano una vacanza di 5 anni in Italia, vacanza pagata dal governo italiano. Per esempio oggi solo un deputato lavora per rappresentare il Brasile in Italia. Mi sembra abbastanza inutile. Secondo Calearo, da quando i 18 deputati eletti all’estero sono arrivati al parlamento di Roma nel 2008, non hanno approvato neanche una legge né alla Camera né al Senato. E per difendere con forza l’abolizione del voto, afferma che un politico italiano ha tutti i numeri per rappresentare chi vive in un altro Paese. Come esempio cita la sua conoscenza e i suoi “stretti rapporti col Brasile”: ha avuto due zii missionari. Uno è vissuto a Belém do Pará – dove è stato sepolto. L’altro

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ha abitato a Porto Alegre fino ai 60 anni, quando è tornato in Italia. Il deputato, ex membro del Partito Democratico (PD) e oggi facente parte del gruppo indipendente Alleanza per l’Italia si azzarda a pronunciare qualche frase in portoghese dicendo: — E’ attraverso il Ministero degli Esteri che devono essere rappresentati gli italiani residenti all’estero, è nel ministero che possiamo far sentire la voce degli italiani espatriati. Il lavoro nel parlamento è irrilevante. Afferma che qualche politico vicino a lui ha già appoggiato la sua idea. Quanti siano non lo dice. L’unico rappresentante a Roma per il Brasile, il deputato Fabio Porta (PD), mette in dubbio queste affermazioni: — E’ ridicolo, non credo che abbia nessun appoggio. Secondo Porta la proposta non ha nessuna base di appoggio, neanche nella maggioranza di governo comandata dal Popolo della Libertà. — Il governo sta dando un segnale esattamente al contrario, vuole rafforzare la partecipazione all’estero— afferma il deputato italo-brasiliano. Porta ammette che ci sono problemi nel voto all’estero. Sostiene che il sistema deve essere perfezionato e non abolito. Fa osservare che in Italia “spesso ci sono problemi” nel sistema di voto e che nonostante ciò il voto non è abolito. La questione è complessa e bisognerebbe cambiare il sistema di voto all’estero com’è oggi, con i voti scritti su certificati che, dopo la chiusura delle urne, sono inviati con la posta affinché lo spoglio sia fatto in Italia. In Venezuela, per esempio, pacchi di voti che dovevano arrivare a Roma sono stati bruciati nel 2008 dalla mafia calabrese, la ‘Ndrangheta, per evitare che un politico “nemico” fosse eletto. Ossia: è come se quei voti non fossero mai esistiti. In una intercettazione telefonica divulgata dalla procura antimafia di Reggio Calabria un criminale che vive in Venezuela racconta ad un “collega” come si è liberato dei voti: “Sai che ho fatto? Ci ho versato sopra della benzina e gli ho dato fuoco. Così ho risolto tutti i problemi. Le ceneri te le posso mandare”. Questo è uno dei problemi inerenti a questa discussione.

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economia

O rugido dos jovens Confindustria jovem comemora 40 anos reivindicando mudanças na Constituição italiana

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Lisomar Silva

Correspondente • Roma

s jovens leões da indústria italiana estão rugindo com força. Reivindicam reformas na gestão pública da economia e maior autonomia de ação para as empresas. Festejam o primeiro centenário de fundação da Confederação Italiana das Indústrias e o quadragésimo aniversario da criação do setor juvenil, mas lembram ao governo italiano que é necessário garantir um espaço seguro no futuro cenário econômico. Para eles, as empresas poderiam reagir com maior liberdade às oscilações do mercado, se não estivessem condicionadas pela Constituição Italiana. O alvo é o artigo 41 segundo o qual, a iniciativa privada na economia é livre, mas “não pode se desenvolver em contraste com a utilidade social de maneira a provocar danos à segurança, à liberdade, à dignidade humana. A lei determina o programa e o controle oportunos para que a atividade (dos setores público e privado) possa ser orientada e coordenada com finalidades sociais.” Federica Guidi é a presidente dos jovens industriais e vicepresidente de Confindustria. Comanda cerca de 13 mil dirigentes com idade entre 18 e 40 anos. Usou o pódio da 40ª convenção, realizada na elegante localidade balneária de Santa Margherita Lígure, solicitando em seu discurso as reformas econômicas prometi-

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das pelo governo e a modificação do artigo constitucional n° 41: — São condições primordiais para a retomada do crescimento na economia italiana. Antes de tudo, queremos viver e trabalhar em um contexto de livre empresa atuando em um livre mercado, caracterizado hoje pela forte concorrência. A forte solicitação da jovem dirigente teve repercussão positiva junto ao governo e aos empresários do setor artesanal. Despertou também o interesse do governo em estudar a hipótese de modificação do artigo 118 da Constituição que define poderes e atribuições de administração do território - nos planos regional, provincial e municipal – quanto ao controle legislativo exercido sobre atividades das empresas. A maior autonomia de ação, explica Federica, pode dar maior espaço e fôlego às empresas para inovar e modernizar suas produções. A perda de competitividade das empresas italianas, porém, preocupa os jovens, mesmo os que herdaram patrimônio formado pelas gerações anteriores da própria família. Federica recorda que as empresas italianas sofreram uma perda de competitividade no biênio 2008-2009 face à crise dos subprimes americanos e, em 2010, com a desvalorização do Euro. Segundo ela, esta última circunstância favoreceu o “leve aumento” das exportações italianas, mas

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não garantiu uma estabilidade para a economia das empresas. A diferença de idade entre Federica Guidi e Emma Marceglaglia, a atual presidente de Confindustria, é pequena. Emma precedeu Federica na direção do setor jovem e as duas empresárias falam a mesma linguagem. Ser empresário, para Federica, significa também preparar os jovens para o futuro. Eles defendem um percurso de mérito no mundo do trabalho. — Sem rigor, somos um país sem esperança. Mas sem crescimento, somos um país morto — adverte Federica. Face ao forte déficit e à importância da dívida pública italiana, Federica propõe que o governo se organize para conquistar a paridade de balanço no prazo de 15 anos, aliviando também a carga tributária para as empre-

sas e os cidadãos. Na entrevista concedida a ComunitàItaliana, Federica enfatiza a importância da inovação imediata como garantia de espaço para a indústria italiana no mercado globalizado: ComunitàItaliana - As empresas italianas buscam oportunidades em outros mercados mais para garantir lucros do que para defender a realização de seus produtos na Itália? Federica Guidi - Acredito que países como Índia e China, por exemplo, já não competem mais conosco em termos de baixo custo da mão-de-obra, mas em matéria de velocidade na inovação técnica e dirigencial. Penso que é necessário envolver todas as áreas jovens como as universidades e todos os pólos de formação profissional e dirigencial,


para valorizar e usar da melhor maneira possível o potencial e os recursos existentes na Itália. O mercado globalizado e aberto, somado à internacionalização e a multilocalização, fez emergir oportunidades que são interpretadas como fatores de competitividade para as empresas italianas de pequeno, médio e grande porte. CI – O que os jovens de Confindustria entendem por liberdade de empresa? FG – Significa realizar suas próprias atividades com menor vínculo de obrigações burocráticas e tributárias, reduzindo as margens de intervenção do Estado na economia de empresa, de modo que possam concentrar seus recursos em áreas e setores que realmente garantam a sustentabilidade do mercado de trabalho e a vida fu-

tura da empresa. Trata-se de um processo de simplificação que o Estado italiano e as empresas devem enfrentar juntos. CI – Como conquistar o crescimento econômico na Itália? FG – É necessário identificar rapidamente novos modelos que estimulem esse mecanismo em nosso país. Muitas dessas decisões são de competência do governo e dos ministérios diretamente ligados à economia italiana. Outro recurso importante se encontra no sistema outsourcing, ou seja, a terceirização de muitos serviços da administração pública, o que pode representar a liberação de recursos dando inúmeras oportunidades de trabalho aos jovens e na criação de novas empresas. Sentimo-nos na responsabilidade de dar voz, ouvidos e espaço a essas gerações

para que encontrem espaço de trabalho com crescimento profissional, podendo visualizar seu futuro no território italiano, sem ter que pensar em buscar alternativas no exterior. Precisamos também de maior transparência de regras econômicas e financeiras em nosso país. CI – Como avalia o fato de cerca de 20 empresários de pequeno e médio porte terem se suicidaram, nos últimos 12 meses, no Vêneto, por não conseguiam enfrentar o peso dos impostos nem obter mais crédito? FG – Estes são casos humanos dramáticos que não me permito comentar. Infelizmente, a crise atingiu a todos. Conheço empresários que inventaram alternativas literalmente novas de produção para manter suas fábricas abertas. Conheço também fun-

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cionários que deram o melhor de si para aumentar o grau de competitividade das empresas. Todos eram conscientes da necessidade de salvaguardar a atividade empresarial e os empregos. As empresas são formadas por dirigentes, colaboradores e empregados, mas antes de tudo são formadas por pessoas. CI – Existe um grande problema demográfico e de mercado, ligado às novas gerações e às aposentadorias face ao envelhecimento da população? FG – O governo prolongou o período de atividades dos trabalhadores que estão para se aposentar nos próximos 5 anos, para evitar uma forte saída de dinheiro. Mas é necessário estabelecer também um pacto social onde o mercado de trabalho seja reorganizado em sintonia com a dimensão de absorção e remuneração que as empresas podem oferecer, em sintonia com uma política de inclusão de categorias socialmente mais frágeis, principalmente os jovens e as mulheres. CI – O que existe de comum na economia de países como Brasil e Itália? FG – Acho difícil comprar países com história e economia tão diferentes. Já estive no Brasil e acho um país interessantíssimo para o empresariado em geral e o lançamento de novos projetos. Mas os que pensam que é fácil entrar no mercado brasileiro se enganam. O Brasil dá importantes indícios de forte vitalidade econômica, portanto não é um mercado banal. O empresário italiano deve desenvolver um pólo de produção no Brasil se quiser interceptar o mercado local e seus segmentos. Essas opções estão orientadas essencialmente na busca de novos mercados face à força da globalização. Isso é mais importante que produzir com baixo custo de mão-de-obra. CI – Que condições o empresariado jovem italiano quer para continuar produzindo na Itália? FG – Somos todos orgulhosos de trabalhar e produzir na Itália, mesmo que a política tributária pese muito em nossos orçamentos. Temos nossas dificuldades ao enfrentar situações administrativas e burocráticas complicadas, mas ninguém se sente resignado ao ponto de abandonar o país.

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affari

Squadra definita Evento a Rio de Janeiro ha riunito esperti e persone interessate alle opportunità di affari legate ai Mondiali di Calcio in Brasile nel 2014

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Silvia Souza

entre molti si muovevano per vedere le partite delle nazionali che partecipavano alla prima fase dei Mondiali 2010, l’équipe che organizzerà l’evento tra quattro anni già è ai riscaldamenti. Ed è entrata in campo, a Rio de Janeiro – una delle città sede dei Mondiali del Brasile – per fornire orientamenti ad imprenditori riguardo ai progetti che faranno parte integrante del sistema di investimenti, oltre alle ristrutturazioni e costruzioni di stadi. Presentando temi venuti fuori da discussioni su recupero e riqualificazione urbani, mobilità (aeroporti, autobus, metrò e treni), industria alberghiera e soggiorni, contratti e partecipazione di banche, il seminario internazionale “Infraestrutura Brasil: Projetos de Infraestrutura e Oportunidades de Financiamento no Setor Esportivo”, che ha avuto luogo in un hotel nella zona sud della città, aveva come meta quella di presentare a circa 200 investitori opzioni di partecipazione agli affari che nasceranno dal maggior evento del calcio mondiale. Punto forte della riu-

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nione, le discussioni sulle azioni per l’ambiente e la sostenibilità erano il fulcro delle attenzioni del governo federale. — I Mondiali del 2014 si faranno con pallone, cemento e materiali riciclabili — dice l’avvocato Roberta Leonhardt, socia dell’area ambientale dello studio Machado, Meyer, Sendacz e Opice e mediatrice del tavolo in cui sono stati affrontati i temi. — La Fifa ha il programma Gol Verde che stabilisce requisiti di tipo sostenibile. Sono direttive di economia di energia e acqua, riciclaggio di rifiuti, compensazione di emissione di carbonio e uso di trasporto di massa. Il programma è stato usato la prima volta durante i Mondiali della Germania nel 2006, quando si è riusciti a neutralizzare 100mila tonnellate di diossido di carbonio e poi è stato ripetuto in Sudafrica. Per esempio, la Fifa chiede che l’energia usata all’interno degli stati durante gli eventi sia rinnovabile e che il materiale usato nelle installazioni temporanee possa essere riutilizzato. L’ente propone anche che il trasporto pubblico locale sia incaricato di, perlomeno,

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metà degli spostamenti. Un’altra voce parla dell’uso preferenziale di bicchieri e recipienti multiuso in stadi e parchi. In Brasile la meta, secondo il coordinatore della Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade do governo, Cláudio Langone, è di presentare, nel primo semestre del 2011, un testo finale su responsabilità e norme di azione nei tre livelli di potere, affinché ogni organo possa portare avanti gli interventi necessari, a seconda delle loro competenze. — La meta era quella di avere un’agenda di sostenibilità. Abbiamo valutato le iniziative in corso al Senato e abbiamo chiamato organi come il Ministério do Meio Ambiente, il Congresso e rappresentanti del settore nelle dodici città che ospiteranno le partite. È inutile che ci sia una mobilizzazione ai livelli più alti del governo e poi, in ogni territorio, tutto ciò non venga percepito — dice il coordinatore, spiegando che la fase di studio per la licitazione dei progetti dovrà cominciare verso la metà dell’anno prossimo. Secondo Langone, il lavoro potrebbe avvalersi dell’esperienza del Sudafrica, che ha un’ottima politica per la conservazione delle aree protette. Tra gli affari che potrebbero migliorare con i Mondiali, l’ingegnere elenca anche il rifornimento di prodotti

biologici. Per lui con una pianificazione sarebbe possibile raddoppiare ciò che viene offerto oggigiorno dal mercato brasiliano e intravedere per il periodo posteriore ai Mondiali l’aumento della produzione interna. Certificazioni Un altro tema di grande interesse per gli investitori sarebbero le attenzioni ambientali nella realizzazione dei lavori di infrastruttura. Queste aprirebbero la strada ad un mercato ancora agli inizi in Brasile: le certificazioni di qualità attribuite ai lavori. Se si considerano voci come: il tipo di materiale usato, l’uso dell’acqua, la lavorazione del suolo e l’inquinamento atmosferico, gli investimenti in questo tipo di attività aumentano perfino dell’8% il valore della costruzione. — Visto che non esiste una rete che favorisca il rifornimento in Brasile, abbiamo sentito un certo timore in queste applicazioni e i discorsi in cui si dice che gli edifici sostenibili sono più cari confermano quest’idea. Negli Stati Uniti il sistema è già stato sviluppato, quindi alla fine dei conti il costo extra rimane quasi a zero. Ma non possiamo dimenticare i guadagni a medio e lungo termine que questo tipo di lavori apportano — difende il presidente del Green Building Council Brasil, Jose Moulin Netto.


negócios

Sabores do sul da Itália Empresários da Campânia direcionam negócios para o Brasil

Robson Bertolino

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Correspondente • São Paulo

grande aceitação do brasileiro ao conceito da dieta Mediterrânea, tida como uma das mais saudáveis do mundo, colocou o país na mira da região da Campânia, no sul da Itália, que tem Nápoles como capital. Não por acaso, em toda a América do Sul, o Brasil foi o escolhido para sediar o lançamento do projeto Agroindustria Campania in Brasile 2010, mês passado, no Círculo Italiano, em São Paulo. Realizado pela Valisannio, empresa vinculada à Câmara de Comércio de Benevento, o projeto é resultado de um posicionamentocomunità estratégico do governo regioitaliana2.pdf 8-07-2010

nal da Campânia que tem o objetivo de promover e valorizar a excelência dos produtos alimentícios típicos da região, que conta com uma rica diversidade natural. Inicialmente, o projeto surgiu do trabalho realizado pelo Observatório de Competências, que é um núcleo da Câmara de Benevento. O órgão mapeou as competências desenvolvidas na Campânia buscando a valorização e especialização do território. Paralelo a esta análise, foram selecionados alguns mercados do setor agroindustrial considerados estratégicos para o produto da região. 11:00:56

A próxima iniciativa prevista no projeto é levar empresas brasileiras às feiras e eventos na Itália com o intuito de estreitar o vínculo econômico entre os dois países. Para o Agroindustria Campania in Brasile foram selecionadas empresas campanas de maior destaque nas exportações e no setor agroindustrial que estiveram presentes na Fispal Food Service 2010, feira internacional de produtos e serviços que aconteceu, em junho, em São Paulo.

— O Brasil é considerado peça-chave neste projeto. Além do crescimento do país, temos aqui uma das maiores comunidades italianas do mundo: cerca de 30 milhões de italianos e descendentes que, por meio dos produtos de alta qualidade da Campânia, se identificam com sua cultura de origem e contribuem para o avanço comercial do país —explica o presidente da Valisannio, Costanzo Jannotti Pecci.

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Ricardo Stuckert

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ComunitĂ Italiana

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sintonia In sintonia

No Brasil, Berlusconi encontra Lula, em clima de euforia In Brasile, Berlusconi incontra Lula in clima di euforia

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oram apenas dois dias, mas promete durar anos o legado da visita do primeiro-ministro italiano ao Brasil. Depois de dois “alarmes falsos”, Silvio Berlusconi finalmente cumpriu sua promessa de vir ao país, no final de junho. Em São Paulo, ele se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Juntos, os dois dos líderes de maior popularidade no mundo, reforçaram os laços de amizade entre os países e assinaram acordos que renderão frutos para a história comercial de Brasil e Itália. Na agenda também constaram encontros com líderes do empresariado brasileiro e italiano, políticos e representantes da comunidade ítalo-brasileira.

Robson Bertolino

Correspondente • São Paulo

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ono stati solo due giorni ma sembra che durerà anni il retaggio della visita del premier italiano in Brasile. Dopo due “falsi allarmi”, finalmente, alla fine di giugno, Silvio Berlusconi ha mantenuto la promessa di venire in Brasile. A São Paulo ha incontrato il presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Insieme i due leader di maggior popolarità del mondo hanno rafforzato i legami di amicizia tra i due Paesi e hanno siglato accordi che renderanno buoni frutti alla storia commerciale del Brasile e dell’Italia. Dell’agenda hanno fatto parte anche incontri con leader dell’imprenditoria brasiliana ed italiana, politici e rappresentanti della comunità italo-brasiliana.

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capa Sempre esbanjando simpatia, Berlusconi manteve o mito de ser uma pessoa que leva polêmicas por onde passa. De bom humor e com um cabelo quase desenhado pelo excesso de tinta, o premiê fez comentários sobre a natureza do Brasil, a importância da população de descendentes de italianos (uma das maiores do mundo com cerca de 30 milhões), e da beleza da mulher brasileira. Ao chegar no país, explicou que sua visita era para dar continuidade a assuntos tratados com o presidente Lula, em abril passado durante a Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington (EUA). Em sua primeira visita oficial no Brasil como primeiro-ministro italiano, Berlusconi se reuniu na tarde de seu primeiro dia com representantes de associações empresariais e econômicas, como a

Associação Brasil-Itália e o Gruppo Esponenti Italiani (GEI), coordenada por Valentino Rizzioli. Na pauta, assuntos relacionados aos quatro Memorandos de Entendimento para a colaboração em áreas como infraestrutura, turismo, cultura e esporte, acordados com o governo brasileiro. — Somos parceiros econômicos e também estamos ligados pelos povos dos dois países que trabalharam por isso. A Itália, por exemplo, está ajudando a Europa a sair da crise, porque nossas famílias trabalharam e trabalham para isso — afirmou Berlusconi. Com Lula, também ficou estabelecido a formação de um Conselho Empresarial Brasil-Itália, cuja língua oficial será o inglês, destinado a promover as relações em âmbito industrial, comercial e de investimentos.

Trasbordando simpatia come sempre, Berlusconi ha mantenuto il mito secondo il quale sarebbe una persona che causa polemiche dovunque passi. Di buon umore e con i capelli quasi disegnati dall’eccesso di tintura, il premier ha commentato la natura del Brasile, l’importanza della popolazione di discendenti italiani (di circa 30 milioni, una delle maggiori al mondo) e la bellezza delle donne brasiliane. Appena arrivato ha spiegato che la sua visita serviva a dare continuità ai temi trattati col presidente Lula nell’aprile scorso, durante il Vertice sulla Sicurezza Nucleare a Washington (USA). Durante la sua prima visita ufficiale in Brasile come primo ministro italiano, Berlusconi si è riunito nel pomeriggio della sua prima giornata con rappre-

sentanti di associazioni imprenditoriali ed economiche, come l’Associação Brasil-Itália ed il Gruppo Esponenti Italiani (GEI), coordenato da Valentino Rizzioli. All’ordine del giorno c’erano temi legati ai quattro memorandum di intesa per la collaborazione in aree come quelle di infrastruttura, turismo, cultura e sport, concordati con il governo brasiliano. — Siamo partner economici e siamo anche legati dai popoli dei due paesi che hanno lavorato in questo senso. L’Italia, ad esempio, sta aiutando l’Europa ad uscire dalla crisi perché le nostre famiglie hanno lavorato e lavorano in questo senso — ha detto Berlusconi. Insieme a Lula è stata anche decisa la formazione di un Consiglio Imprenditoriale BrasileItalia, la cui lingua ufficiale sarà

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Claudio Cammarota

s empresários brasileiros que acompanharam os eventos em que Berlusconi esteve presente em São Paulo defenderam uma posição mais enérgica dos dois governos para a consolidação dos acordos firmados. Para Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat no Brasil e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as oportunidades entre os dois países são crescentes: — Com as parceiras será possível a geração de mais empregos. No Brasil, a indústria auto-

Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat no Brasil Cledorvino Belini, presidente del Gruppo Fiat in Brasile

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motiva emprega cerca de 1,5 milhão de trabalhadores. Valério Cecchi, presidente do Grupo ENEL Green Power para a América Latina, acredita que as oportunidades para setor de energia são grandes e, nos próximos 10 anos, segundo ele, deverão estar funcionando a todo vapor. — O aumento de produtividade para os biocombustíveis mostra que as energias renováveis terão mercado em escala global — constatou. O mais entusiasta dos empresários italianos atuantes no Brasil Luca Luciani, presidente da TIM Brasil, disse que a parceira entre os dois países é tão sólida que o número de usuários da companhia de telefonia móvel os coloca como uma das maiores empresas do setor do país. — A TIM é hoje a segunda maior empresa italiana presente no mercado brasileiro. Ainda este ano iremos disponibilizar roaming free para os italianos que vierem ao Brasil, e aos brasileiros que forem à Itália. É uma forma de atender os empresários dos dois países — revelou o executivo. Luciani defendeu também uma infraestutura de rede compartilhada que, de acordo com ele, auxiliará no atendimento de serviços mais eficazes. Para isso, “criar acessibili-

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Marco Contardi, porta-voz da Infrastrutture Lombarda SPA Marco Contardi, portavoce della Infrastruture Lombarda SPA

dade para os custos é fundamental para o amplo desenvolvimento da economia do país”. De olho no potencial de crescimento nas áreas de infraestrutura em energia, transportes e também no segmento hospitalar, a companhia italiana Infrastrutture Lombarda SPA, marcou presença entre a comitiva de 60 empresários italianos presentes no Brasil. Marco Contardi, porta-voz da empresa italiana, disse que a Infrastrutture Lombarda SPA pode oferecer ao mercado brasileiro toda a experiência em projetos

de construção e terceirização administrativa. — A expertise da empresa permite realizar projetos em um quarto do tempo estimado — afirmou. Para Sandra Papaiz, vice-presidente administrativa do Grupo Papaiz, uma das maiores fabricantes de fechaduras e cadeados do Brasil, a presença de Berlusconi em São Paulo representou um “momento único” para as relações comerciais dos dois países e deverá impulsionar os projetos existentes entre eles: — A crise econômica que a Itália passou nos últimos meses mostra que o país não pode abrir mão dos negócios no Brasil. Há o reconhecimento do Brasil ante os empresários italianos, o que nos favorece muito. De comércio entre diferentes países Sandra Papaiz entende bem. Para ampliar a participação no mercado mundial, o Grupo Papaiz, investe na exportação há mais de 30 anos. — Uma das estratégias da empresa, sempre foi a exportação. Nós vamos fortalecer essa parte, porque assim se faz um equilíbrio entre o mercado interno e externo. Exportamos desde o final dos anos 60 e nunca paramos de exportar em nenhuma crise — comentou Sandra.


morado de Eleonora, de 23 anos, é o modelo Fernando Machado. Notícias sobre o romance já foram publicadas em revistas que pertencem ao próprio Berlusconi. — Sinto que a nossa ligação com o Brasil é grande. É mais que futebol, é poesia. A música, a arte, o futebol, a cultura em geral do Brasil me agradam. Jorge Amado me fez enxergar o Brasil de outra forma. Eu compus 14 canções napolitanas, todas listadas no arquivo histórico italiano. Dessas, seis são Bossa Nova, em puro dialeto. Presidente do Milan, Berlusconi teceu bons comentários sobre os jogadores brasileiros que passaram pelo seu clube e de suas contribuições para o desempenho satisfatório do time: — Kaká, Leonardo, Ronaldinho, entre outros, contribuíram para a história do Milan. (Na Co-

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Após informar ter investido em um centro de pesquisa na Amazônia, Berlusconi contou ter um sonho: navegar pelo rio Amazonas: — O presidente Lula disse que irá me levar para pescar, e nós iremos — comentou o premiê italiano, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), evidenciando que haverá outras visitas dele ao país. — Quando jovem eu mantinha um navio oceanográfico em Angra dos Reis para pesquisas — revelou. Em um de seus momentos de maior descontração, durante sua permanência no Brasil, o primeiro-ministro italiano lembrou que uma de suas filhas namora um brasileiro. Contou apenas que eles se conheceram em uma universidade norte-americana e que tem muita simpatia pela escolha dela. Segundo jornais italianos, o na-

l’inglese, destinato a promuovere i rapporti in ambiti industriale, commerciale e di investimenti. Dopo aver dichiarato di aver investito in un centro di ricerca in Amazônia, Berlusconi ha raccontato di avere un sogno: quello di navigare lungo il fiume Amazonas:

— Il presidente Lula mi ha detto che mi porterà a pescare, e noi ci andremo — ha commentato il premier italiano, alla Fiesp, dando enfasi al fatto che verrà altre volte in Brasile. — Da giovane tenevo una nave oceanografica ad Angra dos Reis per ricerche — ha rivelato.

Valério Cecchi, presidente do Grupo ENEL Green Power para a América Latina Valério Cecchi, presidente del Gruppo ENEL Green per l’America Latina

più efficace di servizi. Quindi “creare accessibilità ai costi è fondamentale per l’ampio sviluppo dell’economia del Paese”. Con gli sguardi rivolti al potenziale di crescita nel comparto di infrastrutture energetiche, di trasporti e anche di quello ospedaliero, la compagnia italiana Infrastrutture Lombarda SPA si è fatta presente nella comitiva di 60 imprenditori italiani presenti in Brasile. Marco Contardi, portavoce dell’impresa italiana, ha detto che la Infrastrutture Lombarda SPA può offrire al mercato brasiliano tutta l’esperienza in progetti di costruzione e ces-

telefonia mobile dà all’azienda il posto di una delle maggiori del Brasile. — Oggigiorno la TIM è la seconda maggior impresa italiana presente nel mercato brasiliano. Entro quest’anno metteremo a disposizione roaming free per gli italiani che vengono in Brasile e per i brasiliani che vanno in Italia. È una maniera di essere premurosi con gli imprenditori dei due paesi — ha rivelato il dirigente. Luciani ha anche parlato dell’esigenza di un’infrastruttura di rete condivisa che, secondo lui, aiuterebbe nell’erogazione

Luca Luciani, presidente da TIM Brasil Luca Luciani, presidente della TIM Brasil

sione di servizi amministrativi a privati: — L’expertise dell’impresa permette la realizzazione di progetti in un quarto del tempo stimato — ha affermato. Per Sandra Papaiz, vicepresidente amministrativo del Gruppo Papaiz, uno dei maggiori fabbricanti di serrature e lucchetti del Brasile, la presenza di Berlusconi a São Paulo ha rappresentato un “momento unico” per i rapporti commerciali dei due Paesi e sicuramente farà da leva a progetti già esistenti tra di essi: — La crisi economica che l’Italia ha attraversato negli ultimi mesi dimostra che il paese non può rinunciare agli affari in Brasile. Gli imprenditori italiani riconoscono l’importanza del Brasile, il che ci favorisce molto. Di commercio tra vari paesi Sandra Papaiz capisce parecchio. Per allargare la sua partecipazione nel mercato mondiale il Gruppo Papaiz investe in esportazioni da più di 30 anni. — Una delle strategie dell’azienda è sempre stata l’esportazione. Rafforzeremo questa parte perché cosí si crea un equilibrio tra mercato interno ed estero. Esportiamo dalla fine degli anni ’60 e non abbiamo mais smesso di esportare, in nessuna crisi — ha commentato Sandra.

li imprenditori brasiliani che hanno seguito gli eventi in cui Berlusconi era presente a São Paulo hanno difeso una posizione più energica dei due Governi per la consolidazione degli accordi firmati. Per Cledorvino Belini, presidente del Gruppo Fiat in Brasile e presidente della Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), le opportunità tra i due Paesi tendono ad aumentare: — Con le partnership si potranno creare più impieghi. In Brasile l’industria di veicoli dà impiego a circa 1,5 milione di lavoratori. Valerio Cecchi, presidente del Gruppo ENEL Green Power per l’America Latina crede che le opportunità per il settore di energia siano grandi e, che nei prossimi 10 anni – secondo lui – dovrebbero andare a tutto vapore. — L’aumento di produttività per i biocarburanti dimostra che le energie rinnovabili avranno un mercato in scala mondiale — ha constatato. Il più entusiasta degli imprenditori italiani con attività in Brasile, Luca Luciani, presidente della TIM Brasil, ha detto che la partnership tra i due Paesi è cosí solida che il numero di utenti della compagnia di

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pa do Mundo), em 2014, nos encontraremos novamente. Quem sabe, junto com o time brasileiro. Em apenas um momento, Berlusconi mostrou certa contrariedade. Foi durante um jantar promovido pelo Círculo Italiano de São Paulo. No evento, ele discursou para uma plateia formada por seletos convidados, na maioria, membros da comunidade italiana. Também ouviu queixas e reivindicações relacionadas com a grande “fila da cidadania” existente no Brasil. Negócios Os acordos foram firmados por Berlusconi durante o evento “Brasil-Itália: nova parceria estratégica”, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que além dos chefes de estado, contou com nomes de peso da política econômica dos dois países. Dentre os presentes estavam os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-

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Durante a visita, com o Brasil ainda na Copa, Lula presenteou Berlusconi com uma camisa da seleção Durante la visita, con il Brasile ancora nei Mondiali, Lula ha regalato a Berlusconi una maglia della nazionale

rior (MDIC) do Brasil, Miguel Jorge; do Esporte, Orlando Silva; das Relações Exteriores, Celso Amorim; o vice-ministro para o Desenvolvimento Econômico da Itália, Adolfo Urso; o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca; o cônsul geral da Itália em São Paulo, Mauro Marsili e o presidente do Instituto Italiano para

Affari Gli accordi sono stati siglati da Berlusconi durante l’evento “Brasile-Italia: nuova partnership strategica”, che ha avuto luogo presso la Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), che oltre ai capi di stato ha contato su nomi di peso della politica economica dei due Paesi. Tra i presenti c’erano il ministro dello Sviluppo, Industria e Commercio Estero (MDIC) del Brasile, Miguel Jorge; dello Sport, Orlando Silva; degli Affari Esteri, Celso Amorim; il vice ministro per lo Sviluppo Economico italiano, Adolfo Urso; l’ambasciatore italiano in Brasile, Gherardo La Francesca; il console generale d’Italia a São Paulo, Mauro Marsili e il presidente dell’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE), Umberto Vattani. La delegazione italiana è approdata in Brasile con 60 imprenditori di vari comparti. Lula e il premier italiano si sono impegnati ad unire i loro sforzi affinché le partnership siano messe in pratica entro la fine di quest’anno. Due dei memorandum di intesa riguardano l’infrastruttura. Uno

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In uno dei momenti di maggior rilassamento durante il suo soggiorno in Brasile, il primo ministro italiano ha ricordato che una delle sue figlie ha un ragazzo brasiliano. Ha raccontato solo che loro si sono conosciuti in un’università statunitense e che nutre molta simpatia per la sua scelta. Secondo dei giornali italiani, il ragazzo di Eleonora, 23enne, sarebbe il modello Fernando Machado. Notizie sulla storia d’amore sono già state pubblicate su riviste che appartengono allo stesso Berlusconi. — Sento che il nostro legame con il Brasile è grande. È più del calcio, è poesia. La musica, l’arte, il calcio, la cultura in generale del Brasile mi piacciono. Jorge Amado mi ha fatto vedere il Brasile in un altro modo. Ho composto 14 canzoni napoletane, tutte elencate nell’archivio storico italiano. Di queste, sei sono bossa nova, in puro dialetto. Presidente del Milan, Berlusconi ha fatto dei commenti sui calciatori brasiliani che sono passati nel suo club e dei loro contributi per i soddisfacenti esiti della squadra:

— Kaká, Leonardo, Ronaldinho, tra gli altri, hanno contribuito alla storia del Milan. [Nei Mondiali], nel 2014, ci vedremo un’altra volta. Chissà, insieme alla squadra brasiliana. Solo un certo momento Berlusconi è rimasto un po’ contrariato. È stato durante una cena promossa dal Circolo Italiano di São Paulo. Lui stava parlando ad una platea formata da invitati scelti a dito, la maggior parte membri della comunità italiana. Ha anche sentito lamentele e rivendicazioni legate alla grande “fila della cittadinanza” che c’è in Brasile.

Empresários fazem fila para ver Berlusconi e Lula na Fiesp Imprenditori fanno la fila per vedere Berlusconi e Lula alla Fiesp

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país receberá nos próximos anos: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. Os setores com potencial de desenvolvimento de projetos conjuntos estiveram representados por empresários das áreas de energia, defesa (naval e aérea), telecomunicações e indústria automobilística. Entre as projeções de futuros projetos figuraram diversas empresas italianas. Entre elas, representantes da Finmeccanica (aviação), Fincantieri (indústria naval), TIM (telefonia móvel), Telecom Itália, Ducati (motos), Infrastrutture Lombarda SPA, Enel, entre outros. Assuntos relacionados a infraestruturas importantes, como o trem de alta velocidade (TAV) entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e a promoção dos produtos “Made in Italy” também tiveram destaque no encontro das delegações dos dois países, que contou com mais de mil empresários presentes na sede da Fiesp.

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o Comércio Exterior (ICE), Umberto Vattani. A delegação italiana aportou no Brasil com 60 empresários de diversos setores. Lula e o premiê italiano se comprometeram em unir esforços para que as parcerias sejam colocadas em prática ainda neste ano. Dois dos Memorandos de Entendimento são relativos à infraestrutura. Um é referente à troca de experiências, know-how e intercâmbio de profissionais. E outro, na área de infraestutura do turismo, tem como objetivo organizar iniciativas conjuntas destinadas a aumentar os fluxos turísticos entre os dois países. Os outros dois Memorandos abrangem a cultura e o esporte. O primeiro visa promover a cooperação cultural, que prevê aumento no intercâmbio de exposições e organização de eventos conjuntos, por conta do “Ano da Itália no Brasil” em 2011. O segundo está voltado para a exploração dos dois grandes eventos que o

l presidente Luiz Inácio Lula da Silva ha detto, durante l’evento alla Fiesp, che il caso dell’ex attivista italiano Cesare Battisti, agli arresti in Brasile da tre anni e di cui l’Italia richiede l’estradizione, non incrinerà i rapporti tra i due Paesi: — I rapporti con l’Italia sono cosí forti che qualunque decisione non provocherà danni. Battisti è stato condannato in Italia per quattro omicidi commessi negli anni ’70, quando faceva parte dei Proletari Armati per il Comunismo (PAC). L’italiano è in carcere preventivo in Brasile dal 2007. — Dico fin dal primo giorno che parlerò del caso quando gli atti del processo arriveranno nel mio gabinetto con il parere della Advocacia Geral da União (AGU) che sta studiando la decisione della Corte Suprema, in maniera autonoma dal processo elettorale — ha detto Lula, che dovrà dare la parola finale sulla questione. Nel gennaio dell’anno scorso l’allora ministro della Giustizia, Tarso Genro, ha concesso lo status di rifugiato politico a Battisti. La decisione è stata condannata da autorità italiane, tra cui Berlusconi. In novembre la Corte Costituzionale ha autorizzato la sua estradizione, ma ha determinato che la parola finale fosse data dal presidente Lula. Inoltre Lula ha detto che conosce gente tanto a favore quanto contro l’estradizione di Battisti, ma non se ne preoccupa. — Devo preoccuparmi della decisione brasiliana, che sarà sovrana — ha detto il presidente brasiliano. Berlusconi non si è pronunciato sul tema. Ufficialmente il caso Battisti non doveva essere toccato durante l’incontro tra Lula e Berlusconi, secondo fonti dei due governi.

si riferisce a scambi di esperienze, know how e interscambi di professionisti. E l’altro, nell’area di infrastruttura turistica, ha per meta quella di organizzare insieme iniziative destinate ad aumentare i flussi turistici tra i due paesi. Gli altri due memorandum si riferiscono alla cultura e allo

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O intercâmbio de exposições e a organização de eventos conjuntos por conta do “Ano da Itália no Brasil”, em 2011, foram alguns dos assuntos tratados no encontro L’interscambio di esposizioni e l’organizzazione di eventi unanimi dovuto a “l’Anno dell’Italia in Brasile” nel 2011 sono stati dei temi discussi all’incontro

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sport. Il primo serve a promuovere la cooperazione culturale, che prevede l’aumento nell’interscambio di esposizioni e l’organizzazione unanime di eventi, grazie a “l’Anno dell’Italia in Brasile” nel 2011. Il secondo è rivolto allo sfruttamento di due grandi eventi che il Brasile ospiterà nei prossimi anni: i Mondiali di Calcio nel 2014 e le Olimpiadi nel 2016. I settori dal potenziale di sviluppo di progetti unanimi sono stati rappresentati da imprenditori delle aree di energia, difesa (navale ed aerea), telecomunicazioni e industria automobilistica. Tra le previsioni di futuri progetti sono figurate varie aziende italiane. Qualcuna di esse era rappresentata da delegati, come la Finmeccanica (aviazione), la Fincantieri (industria navale), la TIM (telefonia mobile), la Telecom Italia, la Ducati (moto), la Infrastrutture Lombarda SPA, l’Enel e altre. Anche temi legati ad importanti infrastrutture, come il treno ad

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capa Lula all’ONU?

Lula na ONU?

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ndagado sobre a possibilidade de assumir um cargo nas Organizações das Nações Unidas (ONU) após deixar a Presidência, Lula disse que essa interpretação é um “equívoco muito grande” do diário britânico The Times, que publicou recentemente uma reportagem sobre o assunto. — É importante que vocês tenham claro que na minha cabeça um cargo como a ONU não pode ser exercido por um político que tenha tanta importância frente aos outros políticos — disse, lembrando que o secretário-geral do órgão é subordinado aos países que o compõem. Em março, o jornal afirmara que Lula estaria considerando a possibilidade de suceder Ban Kimoon no cargo de secretário-geral da ONU. — Imagine se amanhã um presidente americano vira secretário-geral da ONU? Não é possível. É por isso que eu defendo que, nesses casos, o melhor é ter um bom burocrata no cargo. Posso, sim, levar as experiências brasileiras que deram certo aos países da África, como o bolsa família — afirmou Lula. dessa afinidade foi a assinatura, pelo presidente Lula e pelo primeiro-ministro Berlusconi, de um plano de ação para fortalecer a parceria estratégica entre Brasil e Itália, em abril passado, na capital norte-americana. Além disso, existem inúmeros outros acordos traçados entre o ministério de Desenvolvimento Econômico italiano e instituições brasileiras, como o próprio MDIC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Miguel Jorge lembrou que, em 2008, foi firmada uma parceria entre o BNDES e a Agência de Crédito à Exportação Italiana (Sace, na sigla em italiano), em que mais de 1,2 bilhão de dólares foram disponibilizados para que as empresas italianas concretizem investimentos produtivos

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Quebra de barreiras De acordo com o ministro Miguel Jorge, caberá a um grupo de empreendedores dos dois países “destravar algumas dificuldades que ainda existem entre os nossos acordos”. Na sua opinião, é de “extrema relevância” incentivar esses empresários. Ele informou que a Itália já é o principal parceiro do Brasil no ciclo de desenvolvimento sustentável global: — Este ano, o Banco Central brasileiro prevê que o investimento de empresas nacionais no exterior chegue a 15 bilhões de dólares e boa parte destes recursos serão revertidos à Itália. O ministro brasileiro observou que a afinidade entre os países “tem aumentado consideravelmente nos últimos anos”. Para ele, o resultado mais evidente

O ministro Miguel Jorge afirma que a Itália já é o principal parceiro do Brasil no ciclo de desenvolvimento sustentável global Il ministro Miguel Jorge dice che l’Italia è già il partner principale del Brasile nel ciclo di sviluppo sostenibile globale

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uando gli è stato chiesto di parlare della possibilità che gli sia conferito un incarico all’Organizzazione delle Nazioni Unite (ONU) dopo aver lasciato la presidenza, Lula ha detto che questa interpretazione è un “equivoco molto grande” del quotidiano britânico The Times, che ha recentemente pubblicato un servizio che ne parlava. — E’ importante che tutti capiscano bene ciò che penso: un incarico alla ONU non può essere accettato da un politico che abbia tanta importanza davanti ad altri politici — ha detto, ricordando che il segretario generale dell’organo è subordinato ai Paesi che ne fanno parte. In marzo il giornale aveva detto che Lula stava prendendo in considerazione la possibilità di succedere a Ban Ki-moon nell’incarico di segretario generale dell’ONU. — Figuratevi, e se un domani un presidente americano diventa segretario generale dell’ONU? Non è possibile. Perciò dico che, in questi casi, è meglio avere un buon burocrate nell’incarico. Posso, questo sí, presentare le esperienza brasiliane che hanno funzionato ai paesi africani, come il borsa famiglia — ha detto Lula.

alta velocità (TAV) tra São Paulo e Rio de Janeiro, e la promozione dei prodotti “Made in Italy” sono stati messi in enfasi nell’incontro delle delegazioni dei due Paesi, che ha contato su più di mille imprenditori presenti nella sede della Fiesp. Per infrangere le barriere Secondo il ministro Miguel Jorge sarà compito di un gruppo di imprenditori dei due Paesi “sbloccare qualche difficoltà che ancora c’è nei nostri accordi”. Secondo lui è di “estrema rilevanza” incentivare questi imprenditori. E ha aggiunto che l’Italia è già il partner principale del Brasile nel ciclo di sviluppo sostenibile globale: — Quest’anno la Banca Centrale brasiliana prevede che gli investimenti di imprese nazionali all’estero arrivino a 15 miliardi di dollari e che gran parte di queste risorse sarà destinata all’Italia. Il ministro brasiliano ha osservato che l’affinità tra i due Paesi “è aumentata molto negli ultimi anni”. Per lui il risultato più evidente di ciò è stata la firma del presidente Lula e del primo ministro Berlusconi di un piano di azione per rafforzare la partnership strategica tra Brasile e Italia, nello scorso aprile nella capitale statunitense. Inoltre ci sono innumerevoli accordi tracciati tra il ministero dello Sviluppo Economico italiano e istituzioni brasiliane, come lo stesso MDIC e il Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Miguel Jorge ha

ricordato che nel 2008 è stata siglata una partnership tra il BNDES e la Sace, gruppo per la gestione dei crediti in Italia e all’estero, in cui è stato reso disponibile più di 1,2 miliardo di dollari affinché le imprese italiane realizzassero qui investimenti produttivi. Un primo affare è già stato concretizzato grazie a questo accordo. Da informazioni degli assessori di Palazzo Chigi, sede della Presidenza del Consiglio dei Ministri italiana, la meta degli accordi firmati è quella di dare un “concreto appoggio” alle aziende italiane interessate ad investire in Brasile, mettendo in evidenza l’attuale processo di crescita dei rapporti tra i due paesi. Nel 2009 il numero di compagnie italiane a stabilirsi in Brasile è passato da 120 a più di 300. Secondo delle dichiarazioni del premier Silvio Berlusconi, il presidente Lula è stato il responsabile perché il Brasile consolidasse il suo sogno di crescita interna e conquistasse proiezione internazionale. Per il premier italiano il fatto che Lula sia venuto dalla classe lavoratrice è stata una delle particolarità che gli ha permesso di preoccuparsi, allo stesso tempo, di questioni economiche e di sviluppo sociale: — Grazie a Lula e al popolo brasiliano il sogno del paese del futuro oggi fa parte del presente. E noi italiani vogliamo consolidare partnership con voi perché cosí faremo parte di questo ‘miracolo’ brasiliano.


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aqui. Um primeiro negócio já foi realizado por conta desse acordo. Segundo informações dos assessores do Palazzo Chigi, sede do Presidente do Conselho de Ministros italiano, o objetivo dos acordos firmados é dar “apoio concreto” às empresas interessadas em investir no Brasil, evidenciando o atual processo de crescimento das relações. Em 2009, o número de companhias italianas que se estabeleceram no Brasil passou de 120 para mais de 300.

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De acordo com declarações do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o presidente Lula foi o responsável pelo Brasil ter consolidado seu sonho de crescimento interno e conquistado projeção internacional. Para o premiê italiano, o fato de Lula ter emergido da classe trabalhadora foi um dos diferenciais para que o presidente brasileiro olhasse conjuntamente para as questões econômicas atreladas ao desenvolvimento social: — Graças a Lula e ao povo brasileiro, o sonho do país do futuro hoje faz parte do presente. E nós italianos queremos consolidar parcerias com vocês para também fazermos parte deste ‘milagre’ brasileiro. Berlusconi ainda destacou o passo importante que o encontro na Fiesp deu ao acordo assinado entre os países, durante reunião bilateral, em Washington, no início de abril. Segundo o ele, o Ministério da Defesa de seu país já deu sinal verde para importantes acordos com o Brasil, que serão trabalhados em curto prazo. — Esse é só o começo de uma grande parceria, pois se a Europa sentiu mais fortemente a crise, o povo italiano soube pou-

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São Paulo durante un incontro di Silvio Berlusconi con rappresentanti della collettività italo-brasiliana c’è stata la richiesta formale al premier di dare maggiori attenzioni agli italo-brasiliani e di rafforzare la rete consolare. In quel momento il presidente del Comitato per gli Italiani all’Estero (Comites/São Paulo), Rita Blasioli Costa ha ricordato che si sono grandi “file della cittadinanza” davanti ai consolati italiani in Brasile. — I consolati hanno bisogno di più personale — ha dichiarato. Secondo lei le nuove generazioni di italiani, discendenti di prima, seconda, terza e quarta generazione, rivendicano non solo il diritto iure sanguinis (riconoscimento della cittadinanza italiana per discendenza diretta), ma hanno anche bisogno di corsi di lingua e cultura italiana “sempre più diffusi e accessibili”. Erano presenti anche l’ambasciatore italiano in Brasile, Gherardo La Francesca, e il console generale d’Italia a SP, Mauro Marsili, tra i tanti rappresentanti della comunità italo-brasiliana. In risposta Berlusconi si è limitato a dire, in modo brusco, che il governo italiano avrebbe rivolto più attenzioni alla richiesta dei Comites. Ed è sembrato infastidito dalla situazione.

Berlusconi ha anche messo in enfasi com’è stato rilevante l’incontro presso la Fiesp dopo l’accordo firmato tra i due Paesi nella riunione bilaterale a Washington, agli inizi di aprile. Secondo lui il Ministero della Difesa ha già dato il via libera ad importanti accordi con il Brasile, che saranno affrontati a breve termine. — Questo è solo l’inizio di una grande partnership, visto che se l’Europa ha sentito di più la crisi, il popolo italiano ha saputo risparmiare e, per questo, siamo in condizioni di fare investimenti produttivi in Brasile — ha concluso il premier. Secondo il presidente Lula le statistiche commerciali tra i due paesi sono “promettenti”. Tra il 2002 e il 2008 gli scambi commerciali tra il Brasile e l’Italia sono triplicati, raggiungendo 10 miliardi di dollari, somma che, lui crede, potrà aumentare. — Un maggior [flusso di] commercio sarà la nostra risposta alla crisi internazionale. Vogliamo superare la barriera dei 10 miliardi di dollari cosí da poter riflettere le dimensioni e le potenzialità delle nostre economie — ha detto Lula. Dati resi noti dall’Istituto Italiano per il Commercio Estero (ICE)

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indicano che, nel 2009, il flusso commerciale tra i due Paesi ha sommato 6,68 miliardi di dollari, di cui 1,581 miliardi solo nei primi cinque mesi di quest’anno. Questo rappresenta un aumento del 21,1% rispetto allo stesso periodo dell’anno scorso. Tra i prodotti importati dal Brasile ci sono macchine e componenti meccanici, e specialmente il settore di pezzi di ricambio e per trattori, il che dimostra il potenziale degli affari agricoli brasiliani. Per ciò che riguarda le esportazioni brasiliane in Italia i principali prodotti sono il caffè in chicchi e il minerale di ferro. Secondo Lula i lavori avranno come meta quella di intensificare lo svolgimento di attività di piccole e medie imprese in progetti stabiliti con l’Italia. Questo, secondo il presidente brasiliano, segnala che le partnership potrebbero aiutare all’ufficializzazione dell’Accordo di Libero Commercio tra i blocchi economici del Mercosud e dell’Unione Europea. Secondo lui questi blocchi possono unire le loro forze per vincere in competitività nel mercato internazionale e imporre un “ordine globale più giusto”: — Dobbiamo superare la sfida della discussione su tariffe e sovvenzioni — ha detto Lula.

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par e, por isso, temos condições de investimentos produtivos no Brasil — completou o premiê. Para o presidente Lula, as estatísticas comerciais entre os dois países são “animadoras”. Entre 2002 e 2008, as trocas comerciais entre o Brasil e a Itália triplicaram atingindo 10 bilhões de dólares, montante que acredita pode ser ampliado. — Mais comércio será a nossa resposta à crise internacional. Queremos ultrapassar a barreira dos 10 bilhões de dólares de forma a refletir as dimensões e as potencialidades de nossas economias — afirmou Lula. Dados divulgados pelo Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE) indicam que, em 2009, a corrente comercial entre os dois países somou 6,68 bilhões de dólares sendo que, nos cinco primeiros meses deste ano, foram 1,581 bilhão de dólares - o que representa um aumento de 21,1% sobre igual período do ano passado. Entre os produtos importados pelo Brasil estão máquinas e componentes mecânicos com destaque no setor de autopeças e componentes para tratores, o que mostra o potencial dos agronegócios brasileiros. Na exportação brasileira

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Lula ressalta as trocas comerciais entre os dois países, que atingiram 10 bilhões de dólares Lula mette in risalto gli scambi commerciali tra i due Paesi, che hanno raggiunto i 10 miliardi di dollari

para a Itália, os principais produtos são: café em grão e minério de ferro. De acordo com Lula, os trabalhos terão como foco intensificar a atuação das pequenas e médias empresas em projetos conjuntos com a Itália. Isto, segundo o presidente brasileiro, sinaliza que as parcerias podem ajudar na formalização do Acordo de Livre Comércio entre os blocos econômicos do Mercosul e da União Europeia. Para ele, esses blocos podem unir força para ganhar em competitividade no mercado internacional e impor uma “ordem global mais justa”:

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Como um típico showman, após arrancar gargalhadas com sua declaração, manteve a atenção da platéia com uma piada com sua suposta falta de memória: — Nesta manhã, por exemplo, eu queria fazer sexo com a camareira do hotel e ela me respondeu: ‘Mas, presidente, nós já fizemos uma hora atrás’.

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que acontece com um homem quando ele é “rico, poderoso e velho”? É sempre abordado pelas mulheres, é claro. Quem disse isso tem conhecimento de causa. Aos 74 anos, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi faz questão de evidenciar, a todo momento, seu apreço pelo sexo feminino: — Com certa idade, começo a esquecer as coisas — disse para ilustrar o quanto sua rotina diária é repleta de compromissos e com uma “fila de meninas” querendo casar-se com ele. — Sou simpático, sou rico e sou velho. Todas têm a esperança de eu morrer logo e, então, herdarem tudo. Mas estou trabalhando com Don Verzé para prolongar a vida até os 120 anos. Para isso, financiei um centro de pesquisas do coração na Amazônia, e estou indo para lá inaugurá-lo em breve — revelou.

Gestione della conoscenza L’ambasciatore Umberto Vattani ha siglato accordi di cooperazione tecnica con il Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), l’Agenzia brasiliana di promozione di esportazioni ed investimenti (Apex) e la Fundação Getulio Vargas (FGV). La firma mira ad aumentare gli interscambi commerciali e i trasferimenti di know how tecnologici

Questo è Berlusconi

Isso é Berlusconi

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Affari Oggigiorno in Brasile ci sono circa 300 imprese italiane, tra piccole, medie e grandi corporazioni. Insieme danno origine a 100mila posti di lavoro diretti ed indiretti a brasiliani, secondo dati presentati all’evento “Brasil-Itália: nova parceria estratégica”. Altri numeri che entusiasmano le operazioni commerciali tra i due Paesi riguardano gli scambi commerciali. Il Brasile è superato solo dagli Stati Uniti e dalla Romania. Si tratta di un importante terzo posto nell’economia mondiale. Secondo Adolfo Urso l’importanza di questo contesto econo-

mico è ideale affinché l’Unione Europea (UE) e il Mercosud progrediscano in un accordo di libero commercio. — I negoziati, che erano fermi da anni, finalmente cominciano a reagire un’altra volta. Dobbiamo sfruttare il momento per creare legami più forti di commercio tra i due paesi — ha sottolineato Urso. Con il prossimo vertice del Mercosud programmato per la fine di luglio a Buenos Aires, il ministro italiano ha detto di essere ottimista del progresso dei negoziati. Secondo lui i paesi del blocco del Cono Sud potranno ideare un nuovo formato di accordo di libero commercio, valutando i bisogni di Brasile, Uruguay, Paraguay, Argentina e le esigenze dei paesi della UE.

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osa succede ad un uomo quando è “ricco, potente e anziano”? Viene sempre adescato dalle donne, è chiaro. Chi l’ha detto ne sa qualcosa. A 74 anni, il primo ministro italiano Silvio Berlusconi ci tiene a mettere in evidenza, continuamente, quanto apprezza il sesso femminile:

— Ho una certa età, comincio a dimenticare le cose — ha detto per spiegare quanto la sua routine giornaliera sia piena di impegni e con una “fila di ragazzine” che si vogliono sposare con lui. — Sono simpatico, sono ricco e sono anziano. Tutte sperano che muoia subito e, cosí, erediterebbero tutto. Ma sto lavorando con Don Verzé per allungarmi la vita fino ai 120 anni. Per questo ho finanziato un centro di ricerche nel cuore dell’Amazônia e ci vado per inaugurarlo in breve — ha rivelato. Come un tipico showman, dopo aver fatto ridere tutti con la sua dichiarazione, ha mantenuto le attenzioni della platea con una battuta su di una supposta perdita di memoria: — Stamattina, per esempio, volevo fare sesso con la cameriera dell’hotel e lei mi ha risposto: ‘Ma presidente, l’abbiamo già fatto un’ora fa’.


Show

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pós o evento do Círculo Italiano de São Paulo, Berlusconi e assessores teriam participado, segundo fontes ligadas diretamente à comitiva do premiê, de uma festa que contou com a presença de seis dançarinas brasileiras na suíte presidencial do luxuoso Hotel Tivoli São Paulo Mofarrej. Em depoimento ao jornal O Estado de São Paulo, um dos principais do país, Alexandra Valença, de 28 anos, contou ter sido contratada por 2 mil reais para apresentar a sensual “dança do poste” para Berlusconi. Para a apresentação, ela vestiu espartilho vermelho e liga de coxa. Há sete anos especializada em “dança do poste”, Alexandra afirmou ter sido contactada pelo “empresário italiano Valter” que, na véspera da apresentação, se reunira com algumas moças. Segundo a bailarina, nesse encontro, Valter apresentou um projeto de pro-

grama de TV que estaria prestes a estrear na Itália e prometeu levar algumas moças para uma apresentação no país. — Ele é muito simpático — disse Alexandra sobre Berlusconi. Por meio de uma nota, o governo italiano negou que o premiê tenha participado da festa, mas de “um breve espetáculo de folclore típico com a participação de alguns artistas brasileiros”. Segundo o comunicado do governo italiano, Berlusconi não participou do posterior jantar e, “depois de uma breve permanência de cortesia, se afastou por outros compromissos de trabalho”.

— Temos o desafio de ir além da discussão sobre tarifas e subsídios — disse Lula.

Aires, o ministro italiano disse estar otimista com o avanço das negociações. Para ele, os países do bloco do Cone Sul poderão desenhar um novo formato do acordo de livre comércio, ponderando as necessidades de Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e as exigências dos países da UE.

petto rosso e reggicalze. Specialista da sette anni in pole dance, Alexandra ha detto di essere stata contrattata da “l’imprenditore italiano Valter” che, il giorno prima, si era riunito con qualche ragazza. Secondo la ballerina in questo incontro Valter ha presentato un progetto di programma di TV che starebbe per andare in onda in Italia e ha promesso di portarci qualcuna di loro. — E’ molto simpatico — ha detto Alexandra di Berlusconi. In un comunicato il governo italiano ha negato che il premier abbia partecipato ad una festa, ma sí ad “un breve spettacolo di tipico folclore con la partecipazione di qualche artista brasiliano”. Nel testo del governo italiano si dice che Berlusconi non ha partecipato alla cena seguente/al dopocena e, “dopo una breve permanenza di cortesia, si è allontanato per altri impegni di lavoro”.

in comparti di comune interesse, cosí come a contribuire allo sviluppo delle industrie dei due Paesi. Secondo Vattani si pensa di promuovere il viaggio di universitari per stage presso delle compagnie italiane, oltre a far progredire il giro di affari tra piccole e medie imprese. Si è rimasti d’accordo che in luglio, a Roma, sarà firmato un altro contratto con la Suframa (Zona Franca de Manaus). L’iniziativa tende ad aumentare il trasferimento di tecnologie e l’interscambio professionista tra

i due Paesi. Inoltre è prevista la firma di un contratto per la costruzione di una fabbrica di moto a Manaus. Secondo Vattani il Brasile è un paese strategico e perciò sta aumentando le sue partnership con l’Italia, la cui cooperazione è rafforzata da azioni positive da parte dei due governi e viene facilitata dalla presenza, in Brasile, di una grande comunità di origini italiane. Il presidente dell’ICE crede che questi accordi rafforzino i legami economici tra Brasile e Ita-

Claudio Cammarota

Gestão do conhecimento O embaixador Umberto Vattani assinou acordos de cooperação técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Agência brasileira de

opo l’evento al Circolo Italiano di São Paulo, Berlusconi ed assessori avrebbero partecipato, secondo fonti legate direttamente alla comitiva del premier, ad una festa che ha contato sulla presenza di sei ballerine brasiliane nell’appartamento presidenziale del lussuoso Hotel Tivoli São Paulo Mofarrej. In intervista rilasciata al giornale O Estado de São Paulo, uno dei maggiori in Brasile, Alexandra Valença, 28enne, ha raccontato di esser stata contrattata a 2mila reais per presentare la sensuale pole dance a Berlusconi. Per la presentazione ha vestito un cor-

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Negócios à italiana Hoje, no Brasil, há cerca de 300 empresas italianas entre pequenas, médias e grandes corporações. Juntas, geram cerca de 100 mil postos de empregos diretos e indiretos aos brasileiros, de acordo com dados apresentados no evento “Brasil-Itália: nova parceria estratégica”. Outro número que entusiasma as operações comerciais entre os dois países é em relação às trocas comerciais. O Brasil só fica atrás dos Estados Unidos e da Romênia. Trata-se de um importante terceiro lugar na economia global. Segundo Adolfo Urso, a relevância desse contexto econômico é ideal para que a União Europeia (UE) e o Mercosul avancem em um acordo de livre comércio. — A negociação que estava parada há anos, enfim, começa a reagir novamente. Precisamos aproveitar o momento para criar laços mais fortes de comércio entre os dois países — ressaltou Urso. Com a próxima reunião de cúpula do Mercosul programada para o final de julho, em Buenos

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O diretor do Deinfra-Energia da FIESP, Carlos Cavalvanti, e o presidente do ICE, embaixador Umberto Vattani, trocaram ideias durante o seminário. Para o vice-ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Adolfo Urso, é hora de aproveitar o momento e criar laços mais fortes entre os dois países Il direttore della Deinfra-Energia della FIESP, Carlos Cavalvanti, e il presidente dell’ICE, ambasciatore Umberto Vattani, hanno scambiato idee durante il seminario. Per il vice ministro dello Sviluppo Economico italiano, Adolfo Urso, è ora di sfruttare il momento e creare legami più forti tra i due Paesi

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urante l’evento alla Fiesp, il deputato al Parlamento italiano Fabio Porta, eletto dagli italiani residenti all’estero, ha partecipato alle proteste contro i tagli nel preventivo riguardo i programmi culturali e assistenziali diretti agli italiani all’estero. Sempre durante l’evento il premier italiano ha causato una situazione imbarazzante quando ha detto, davanti a circa 500 imprenditori, che il presidente Luiz Inácio Lula da Silva governerà un’altra volta il paese nel 2015. — Il presidente Lula ha 62 anos. Ora va a riposarsi per quattro anni, ci è obbligato. Fra quattro anni potrà lavorare per altri otto anni per il bene del Brasile. E arriverà ai 74 anni giovane, pieno di energie, come me — ha detto Berlusconi. E Lula ha risposto: — Un politico dal brutto carattere preferisce che la sua opposizione vinca per poter tornare quattro anni dopo. Io offro ciò che ho di meglio. La mia candidata farà un ottimo governo e potrà candidarsi all’incarico un’altra volta. Io mi contenterò di essere il suo promotore elettorale per due volte.

tituto como promotor de iniciativas favorecedoras do comércio bilateral. — A visita do primeiro-ministro Berlusconi ao Brasil dá um novo impulso para o crescimento futuro — afirmou Vattani. O ICE está sediado em Roma e conta com 17 escritórios na Itália e outros 117 espalhados por

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urante o evento da Fiesp, o deputado do parlamento italiano Fabio Porta, eleito pelo voto de italianos no exterior, participou de protestos contra os cortes orçamentários que penalizam os programas culturais e assistenciais dirigidos aos italianos no exterior. Ainda, durante o evento, o primeiro-ministro italiano causou uma “saia justa” ao afirmar, diante de cerca de 500 empresários, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará a governar o país em 2015. — O presidente Lula tem 62 anos. Agora, ele vai descansar quatro anos, obrigatoriamente. Dali a quatro anos, vai poder trabalhar por mais oito anos pelo bem do Brasil. E chegar à idade de 74 anos jovem, cheio de energia, como eu — afirmou Berlusconi. Ao que Lula respondeu: — Um político mau-caráter prefere que sua oposição ganhe para poder voltar em quatro anos. Eu ofereço o que eu tenho de melhor. Minha candidata vai fazer um belíssimo governo e poderá pleitear o cargo mais uma vez. Eu me contentarei em ser cabo eleitoral por duas vezes.

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Il premier italiano ha anche messo in risalto la popolarità di Lula e si è paragonato al collega brasiliano: — Il popolo brasiliano sentirà la mancanza del presidente Lula. Lui rappresenta il maggior indice di popolarità in una democrazia. Nessuno raggiunge la sua popolarità. Mi piacerebbe essere come lui. La mia approvazione raggiunge il 63% di popolarità in tutta Europa. Lula ha risposto a Berlusconi dicendo che la prossimità tra il Brasile e l’Italia è storica. — La differenza tra di noi riguarda solo la lingua e il passaporto — ha detto il presidente brasiliano, cambiando discorso. Sempre alla Fiesp, Berlusconi ha anche detto a Lula che ha sempre avuto in grande simpatia il calcio brasiliano e le donne. È stato quando, con l’Italia già fuori dai Mondiali, ma prima dell’eliminazione del Brasile, ha fatto i complimenti al calcio brasiliano, ricordando che 11 “importanti calciatori” giocano nel calcio italiano. Berlusconi ha fatto i complimenti al calcio di Kaká, quando giocava nella sua squadra, il Milan.

lia e il riconoscimento delle attività dell’Istituto come promotore di iniziative che favoriscono il commercio bilaterale. — La visita del primo ministro Berlusconi in Brasile dà un nuovo impulso alla crescita futura — ha detto Vattani La sede dell’ICE è a Roma e conta su 17 uffici in Italia e altri

O premiê italiano também destacou a popularidade de Lula e se comparou ao colega brasileiro: — O povo brasileiro sentirá a falta do presidente Lula (quando deixar o cargo). Ele tem o maior índice de popularidade em uma democracia. Ninguém alcança sua popularidade. Gostaria de acompanhá-lo. Minha aprovação alcança os 63% de popularidade em toda a Europa. Lula respondeu Berlusconi dizendo que a proximidade entre Brasil com a Itália é histórica. — A diferença entre nós é só o idioma e o passaporte — desconversou o presidente brasileiro. No mesmo evento, Berlusconi ainda afirmou ter dito para Lula que sempre teve muita simpatia pelo futebol brasileiro e pelas mulheres. Na época, já com a Itália fora da Copa do Mundo, mas antes da eliminação do Brasil, o primeiroministro italiano elogiou o futebol brasileiro ao lembrar que 11 “importantes jogadores” atuam no futebol italiano. Berlusconi elogiou o trabalho de Kaká quando ele jogava no seu time, o Milan.

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117 sparsi in 87 Paesi. Le sue attività vengono finanziate dal Ministero Italiano per lo Sviluppo Economico e, in quantità minori, da imprese italiane che si avvalgono dei suoi servizi promozionali e di consulenza. Censimento Anche non avendo i numeri esatti della popolazione di italo-brasiliani ed italiani residenti in Brasile le stime indicano che sarebbero circa 30 milioni, di cui la metà si trova nello Stato di São Paulo. Questi dati dimostrano il potenziale di consumo di questa parte della popolazione e ciò che potrebbe essere ancora sfruttato nel mercato brasiliano. Il presidente in esercizio del Centro das Indústrias do Estado

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promoção de exportação e investimentos (Apex) e a Fundação Getulio Vargas (FGV). O objetivo é incrementar o intercâmbio comercial e a transferência de know-how e de tecnologias em áreas de interesse comum, bem como de contribuir para o desenvolvimento das indústrias dos dois países. Segundo Vattani, a intenção é de promover a ida de universitários para estágios em companhias italianas, além de alimentar os negócios entre pequenas e médias empresas. Ficou acertado que, em julho, em Roma, seria feita a assinatura de outro contrato com a Suframa (Zona Franca de Manaus). A iniciativa pretende elevar a transferência de tecnologia e o intercâmbio profissional entre os dois países. Está prevista também a assinatura de contrato para a construção de uma fábrica de motos em Manaus. Para Vattani, o Brasil é um país estratégico e, por isso, vem firmando intensa parceria com a Itália, cuja cooperação é reforçada por ações positivas dos dois governos e facilitada pela presença no Brasil de uma ampla comunidade de origem italiana. O presidente do ICE acredita que tais acordos reforçam o laço econômico Brasil-Itália e o reconhecimento do trabalho do Ins-


Censo Embora não haja um número exato sobre a população de ítalobrasileiros e italianos presentes no Brasil, a estimativa aponta para cerca de 30 milhões, sendo que a metade está presente no estado de São Paulo. Os números mostram o potencial de consumo desta população e o que pode ser explorado no mercado brasileiro. Para o presidente em exercício do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, esta é uma população que auxiliou na construção do país. Ele observa que São Paulo é a terceira cidade com mais italia-

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87 países. Suas atividades são financiadas pelo Ministério Italiano do Desenvolvimento Econômico e, em menor grau, pelas empresas italianas que utilizam seus serviços promocionais e de consultoria.

Momento celebridade: Lula e Berlusconi brincam diante de tantos flashes Momento di celebrità: Lula e Berlusconi scherzano davanti a tanti flash

nos em todo o mundo e que o laço entre os dois países conta com expressivo aporte histórico e cultural, “o que incentiva a ampliação e a diversidade das relações políticas e econômicas entre eles”.

de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone dice che questa parte della popolazione è stata di grande aiuto nella costruzione del Paese. E sottolinea che São Paulo è la terza città con più italiani nel

mondo, e che i legami tra i due paesi si basano su un importante apporto storico e culturale, “il che incentiva l’aumento e la diversità dei rapporti politici ed economici tra di essi”.

Íntegra dos termos do Conselho Empresarial Brasil-Itália

Revista ComunitàItaliana teve acesso aos termos de referência do novo Conselho Empresarial Brasil-Itália. As informações são do Palácio Itamaraty. O Ministério do Desenvolvimento Econômico da Repú-

blica Italiana, por ocasião da visita do Primeiro Ministro Silvio Berlusconi ao Brasil em 29 de junho de 2010, decidiram criar o Conselho Empresarial Brasil-Itália, de acordo com os seguintes termos de referência:

1. Este Termo de Referência visa a criar estrutura básica para a elaboração de programa de trabalho para o Conselho Empresarial Brasil-Itália (doravante denominado “Conselho”). 2. O Conselho tem por fim aproximar as comunidades empresariais do Brasil e da Itália para debaterem temas de interesse mútuo, com o objetivo de fortalecer os laços econômicos e comerciais existentes entre ambos os países e de comunicar suas recomendações conjuntas e propostas operacionais aos Governos brasileiro e italiano, por meio do Conselho Brasil-Itália para a Cooperação Econômica, Industrial, Financeira e para o Desenvolvimento estabelecido pelo Acordo-Quadro de Cooperação, firmado em 12 de fevereiro de 1997. 3. O Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil e, pelo lado italiano, o organismo a ser identificado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico consultando o Ministério de Assuntos Estrangeiros formarão a Secretaria-Executiva do Conselho, com o objetivo de facilitar a organização de suas reuniões. 4. O Conselho será composto por membros do setor privado. Os membros do Conselho poderão, sempre que necessário, ajustar ou detalhar este conjunto de princípios. 5. Os membros do setor privado do Conselho são, preferencialmente, executivoschefes (CEOs) ou diretores de alto nível do conselho dirigente de empresas do setor privado que têm demonstrado grande interesse no desenvolvimento comercial e econômico das relações Brasil-Itália, sendo, desse modo, capazes de, por meio de

dois países no tocante às respectivas políticas econômicas; F. Identificar políticas prioritárias em assuntos setoriais. 8. Além de sua função principal, o Conselho poderá promover, em cooperação com entidades relevantes dos dois países: missões empresariais; seminários em temas econômicos; troca de informação econômica, comercial e de investimentos; análise do fluxo comercial corrente entre ambos os países; assim como eventos culturais e sociais que tenham os objetivos de construir imagem, de facilitar redes de contatos, de desenvolver relações com a mídia e de fortalecer a confiança entre as opiniões públicas dos dois países. 9. Os membros do setor privado irão constituir um único Conselho composto de duas seções, uma Seção brasileira e uma Seção italiana, que trabalharão para apresentar recomendações conjuntas e propostas operacionais para os dois Governos. Cada Seção será composta por aproximadamente dez membros do setor privado, representando os pontos-de-vista e os interesses da comunidade empresarial. 10. O Conselho irá se reunir uma vez por ano, pouco antes da reunião do Conselho Brasil-Itália para Cooperação mencionado no parágrafo 2, ou de forma ad hoc, a sua discricionariedade, no Brasil e na Itália, alternativamente. O Conselho será conduzido com base no consenso mútuo e pode, de acordo com a necessidade, adotar procedimentos e programas de trabalho. Antes e durante cada reunião, os membros do Conselho podem trabalhar juntos para preparar relatório conjunto a ser entregue ao Conselho

sua experiência pessoal, promover os mais amplos interesses. Esses membros deverão representar a diversidade de setores e ser capazes de lidar com temas transversais que afetam toda a comunidade empresarial, bem como ações governamentais. Na medida do possível, esses membros do setor privado no Conselho também deverão representar uma parcela das pequenas, médias e grandes empresas. 6. Os membros do setor privado do Conselho são convidados a apresentar recomendações e propostas operacionais conjuntas para os dois Governos, por meio do Conselho Brasil-Itália para Cooperação mencionado no parágrafo 2, a fim de refletir o ponto-de-vista do setor privado, suas necessidades e preocupações quanto à evolução e à consolidação de um ambiente de negócios em que seus respectivos setores possam criar parcerias, prosperar, bem como fortalecer os laços comerciais bilaterais, que formem a base para relações econômicas e comerciais expandida entre Brasil e Itália. 7. O Conselho é concebido para facilitar a troca de informações e para estimular debates bilaterais que abordem como os Governos brasileiro e italiano poderiam: A. promover o comércio, a indústria e os investimentos como meios para o crescimento econômico; B. Incrementar a competitividade por meio da inovação e do empreendedorismo; C. Promover parcerias para o desenvolvimento da educação e da força de trabalho; D. Promover trocas de tecnologia em áreas-chave; E. Apoiar um ambiente capaz de prover o movimento rápido e seguro de bens; promover maior compreensão entre os

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Brasil-Itália mencionado no parágrafo 2, resumindo recomendações específicas e propostas operacionais. Consultando o moderador de cada Seção, os dois Governos podem estabelecer objetivos específicos para cada reunião do Conselho. 11. Os moderadores das Seções organizarão reuniões, teleconferências e intercâmbios do Conselho, envolvendo tanto o setor privado brasileiro quanto o italiano, a fim de desenvolver um grupo de recomendações políticas conjuntas. Os dois Governos podem solicitar ao Conselho a preparação de relatórios adicionais. Os moderadores de Seção serão responsáveis por assegurar que os pontos-de-vista de cada Seção sejam completamente transmitidos dentro do Conselho. A língua oficial do Conselho será o inglês. Os moderadores da Seção deverão finalizar a agenda para as reuniões do Conselho ao menos uma semana antes da reunião. 12. Os membros do Conselho servirão sem compensação monetária por sua participação nas atividades do Conselho. Viagem e outras despesas associadas com a participação dos membros nas reuniões do Conselho, incluindo as reuniões do próprio Conselho e da Seção, serão arcadas pelos membros. As atividades do Governo brasileiro e do Governo italiano a respeito destes Termos de Referência são sujeitas à disponibilidade de fundos apropriados e às respectivas leis e regulamentos do Brasil e da Itália. 13. Este Termo de Referência pode ser modificado conjuntamente pelo Governo brasileiro e pelo Governo italiano a qualquer tempo, por via diplomática.

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cooperazione

Unione sostenibile Camera Italo-Brasiliana di Commercio e Mackenzie aderiscono al Projeto Green Economy

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timolare l’utilizzo dell’uso razionale di risorse naturali è un tema molto discusso attualmente nell’economia mondiale. Ora il tema può vantare una partnership italo-brasiliana per promuovere azioni ecologicamente responsabili. Si tratta di un accordo formalizzato il mese scorso tra la Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e la Camera Italo-Brasiliana di Commercio e Industria di São Paulo, chiamato “Sviluppo sostenibile bilaterale”. La partnership prevede l’adozione di progetti in comune tra il Brasile e l’Italia mirando alla crea-

Robson Bertolino

Correspondente • São Paulo

zione della cultura chiamata green economy, che prevede l’uso razionale di risorse naturali. Secondo l’assessore alle Relazioni Internazionali del Mackenzie, Claudia Forte, l’iniziativa fa parte degli sforzi dell’Università per cercare soluzioni sostenibili in vari comparti: — La green economy, base del progetto, crea un rife-

rimento per un nuovo modello economico, basato su politiche ecologicamente corrette. Perciò ci siamo interessati immediatamente a partecipare alle attività, specialmente perché la responsabilità socioambientale fa parte del DNA istituzionale del Mackenzie fin dall’inizio delle sue attività. L’iniziativa prevede risultati quasi immediati. Le istituzioni prevedono che, dal secondo semestre 2010, comincino ad aver luogo delle azioni in Brasile: corsi, seminari, fiere ed esposizioni, che serviranno a porsi questioni sulle energie alternative, tecnologie destinate alla riduzione dell’emissione di carbonio, al riciclaggio di rifiuti solidi e altri temi che includano l’area della green economy. Con il progetto in pratica chi guadagna è il professionista brasiliano. Infatti esso servirà a stimolare una formazione professionista specializzata in Brasile, visto che la partecipazione degli universitari nelle attività potrà contribuire all’acquisizione di conoscenze più consapevoli dal punto di vista ambientale e da quello dello sviluppo sostenibile.

— Il Mackenzie si trova in pieno processo di espansione dal punto di vista internazionale, tanto nella consolidazione di progetti, quanto in ricerche di docenti e interscambi nel corso di laurea. In questo senso la partnership con la Camera Italo-Brasiliana di Commercio è un grande esempio di sforzi rivolti a progetti integrati e rivolti alla formazione degli studenti — spiega Claudia. Partecipano al progetto altre 14 istituzioni brasiliane ed italiane di grande nome, come la Camera di Commercio di Milano, la Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA USP), a Universidade Estadual Paulista (UNESP), la Secretaria de Desenvolvimento del Governo dello Stato di São Paulo e il Senai São Paulo. Dovuto all’accordo sarà prodotta una guida per indicare le principali agevolazioni fiscali e finanziarie del settore ambientale presenti nei due Paesi. La guida, che sarà bilingue (portoghese e italiano) avrà una tiratura di 2mila copie e sarà distribuita durante eventi organizzati dal progetto.


ROMA Lisomar Silva

Em julho

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ock, Pop, trip-hop, soul, jazz, world music. Esses são alguns dos ritmos que serão ouvidos no super frequentado Auditorium criado pelo premiado arquiteto Renzo Piano. Os autores e intérpretes mais esperados estão chegando dos Estados Unidos, Cuba, Índia, Islanda, Escócia, Armênia, Noruega e França, além da Itália. O calendário musical inclui as performances de Herbie Hancock, Buena Vista Social Club, Pat Metheny, Keith Jarret e Nora Jones entre outros. Imperdíveis as maravilhosas exibições de Stefano Bollani, Ludovico Einaudi, Cristiano De André e Giovanni Allevi entre os italianos mais badalados. Luglio Suona Bene - Auditorium Parco della Musica – Cavea. Ingressos: 22 euros

Sei Miliardi di Altri

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ocê imagina o que é ouvir seis bilhões de vozes narrando cada uma a sua história de alegria, medo e esperança? Já pensou que essas histórias juntas formam a vibrante história da nossa humanidade globalizada? Então passe pelo Fórum de Traiano e veja o que o jornalista e fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, interessado no planeta em que vivemos, realizou em matéria de documentação dinâmica sob o patrocínio da Unesco. Ele reuniu cerca de cinco mil entrevistas que seis cineastas de diferentes nacionalidades fizeram com ci-

dadãos comuns de 75 países, num imenso trabalho de documentação que durou quase sete anos. O resultado é fascinante: todos - do pescador brasileiro ao artista alemão, do comerciante chinês ao fazendeiro afegão - respondem a 40 perguntas sobre temas sócio-culturais e existenciais que sempre acompanham o ser humano em sua trajetória de vida. As várias respostas nos levam a refletir sobre quem somos, como são e o que pensam os outros habitantes de nosso planeta. Sei Miliardi di Altri - Mercati di Traiano (Forum Imperial). Até 26 de setembro.

Roma Encontra o Mundo

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odos os caminhos passam por Roma, principalmente quando se trata de se divertir com boa música popular e contemporânea. Artistas e compositores do mundo inteiro se exibem no palco aberto do Laghetto di Villa Ada, um dos parques mais apreciados da cidade, com um calendário de espetáculos que dura até a primeira semana de agosto. Nesta edição também se canta e se fala de estrelas com a célebre física italiana Margherita Hack. O Brasil se apresenta com Adriana Calcanhoto e o Quinteto de Hamilton de Holanda. Roma Incontra il Mondo Laghetto di Villa Ada. Espetáculos noturnos até o dia 7 de agosto. Ingressos: de 8 a 25 euros.

Rock in Roma

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Coliseu à sombra

ZTop, Baustelle+Nina Zilli, The Cranberries, Afterhours, Litfiba e Daniele Silvestre são alguns dos nomes que enriquecem o panorama do rock internacional dos nossos tempos, nas noites musicais em estilo happening, programadas no hipódromo romano de Capannelle. Mas haverá espaço também para os rockblues de Gary Moore. A manifestação se conclui no dia 30 de julho com o cantor jamaicano Shaggy. Rock in Roma - Ippodromo delle Capannelle. Ingressos entre 20 e 25 euros.

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ste é um dos espaços da cidade destinados ao uso múltiplo, no prestigioso Parque Celio: durante o dia, você toma sol à beira de uma piscina (quase) olímpica. À tarde, saboreie o seu aperitivo preferido no “happy hour bar”, enquanto espera o espetáculo da noite no evento All’Ombra del Colosseo, que vai até o dia 4 de setembro. Aqui se exibem os melhores humoristas italianos, que prometem muitas, infinitas risadas. All’Ombra del Colosseo - Parco del Celio (entrada pela Via San Gregorio). Ingressos a partir de 20 euros.

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notizie Perdita

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l Senato ha approvato il mese scorso l’Emendamento Simon. Il testo fa risuscitare l’Emendamento Ibsen, che ridistribuisce il reddito del petrolio, anche delle aree già oggetto di licitazioni, tra le 27 unità della Federação. Con la decisione Rio de Janeiro e le sue città potrebbero perdere 7 miliardi di reais all’anno. L’autore del testo è stato Pedro Simon (PMDB/RS), che si trova al suo quarto mandato al Senato, il terzo di seguito. Dello stesso partito di Simon, il governatore di Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ha detto che il testo approvato dal Senato “è una vigliaccheria contro il popolo di Rio”. E conta sul veto del presidente Luiz Inácio Lula da Silva: — Il presidente Lula mi ha garantito che vale ciò che era stato accordato tra me e lui nell’agosto dell’anno scorso — ha detto Cabral riferendosi ad una riunione in cui Lula ha ceduto alle rivendicazioni riguardo lo strato pre-sale degli stati produttori. Inoltre il governatore ha detto che entrerà con un ricorso al Supremo Tribunal Federal (STF) contro il testo approvato dal Senato se per caso il possibile veto di Lula perda al Congresso.

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l Brasile non produrrà circa 5 miliardi all’anno di dollari perché non riesce a trasformare la sua flora in medicine. Questa è la differenza tra il valore prodotto dal timido mercato brasiliano di rimedi fitoterapeutici e tra mercati come quello francese, o giapponese o tedesco – paesi con una biodiversità molto minore della brasiliana ma che hanno avuto successo nella trasformazione di molecole di piante in medicine. Il mercato mondiale di rimedi fitoterapeutici oggigiorno coinvolge circa 44 miliardi di dollari. Secondo la Associação Brasileira de Empresas do Setor Fitoterápico, non ci sono dati ufficiali sulla dimensione di questo mercato in Brasile. Le stime spaziano dai US$ 350 milioni ai US$ 550 milioni di dollari.

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ino ad oggi solo un rimedio fitoterapico basato sulla flora brasiliana è stato prodotto sul territorio nazionale. Si tratta dell’antinfiammatorio Acheflan, concorrente del Cataflam. Oltre a questo ci sono altri 420 rimedi fitoterapici registrati dalla Anvisa estratti da 60 diverse piante. Solo 10 sono di piante nazionali. Ci sono voluti sette anni e 15 milioni di reais perché l’Acheflan fosse messo a punto, frutto di una partnership tra iniziativa privata, che ci ha messo i soldi, e un gruppo della Universidade Federal de Santa Catarina. L’Acheflan, in commercio dal 2005, è fatto di Cordia verbenacea, popolarmente chiamata in Brasile erva-baleeira, tipica della macchia atlantica.

a Força Aérea Brasileira (FAB) ha iniziato la prima fase di test con il Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) per controllare la frontiera tra Brasile, Argentina ed Uruguay. La Polícia Federal (PF) del Paraná usa tre aerei di questo tipo per lottare contro reati di frontiera dal luglio dell’anno scorso. Secondo la FAB l’aereo in test è l’Hermes 450, fabbricato in Israele, che presenta sei metri di lunghezza e dieci metri di apertura alare. Parlando di autonomia di volo, l’aereo arriva ad una velocità di 110 km orari, ad un’altitudine di cinquemila metri e ha un’autonomia di volo di circa 15 ore. Funziona con un telecomando e trasporta videocamere che permettono di vedere aree, veicoli e passanti da una grande altitudine. Inoltre l’aereo vanta computer e sistemi di incrocio di dati. Militari della FAB hanno fatto un addestramento con specialisti israeliani nel dicembre 2009, quando l’aereo è arrivato in Brasile. Alla fase di test del VANT parteciperanno militari della Marina e dell’Esercito; questo stadio dovrebbe durare fino al dicembre di quest’anno.

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n questo momento il Brasile ha 4.294 rifugiati di 74 nazionalità, da numeri resi noti il mese scorso a Brasília dal Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vincolato al Ministério da Justiça. Secondo il rilevamento tra coloro che si sono rifugiati in Brasile il 39,3% è di angolani fuggiti dal loro paese, ossia 1.688 persone; il 13,7% vengono dalla Colombia (589); il 9,8% dalla Repubblica Democratica del Congo (420); il 6,03% dalla Liberia (259) oltre al 4,63 % di persone dall’Irak (199). Secondo la relazione 43,3 milioni di persone in tutto il mondo sono state forzate ad emigrare dovuto a guerre e persecuzioni fino alla fine del 2009. Di queste solo 251 mila sono ritornate a casa nel 2009 – il minor numero dal 1990. Il documento mette in risalto che i Paesi in via di sviluppo ospitano l’80% di tutti i rifugiati.

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a Pirelli rifornirà tutte le équipe della Formula 1 nella stagione 2011-2013, offrendo sei tipi di gomme: quattro per pista asciutta, uno per pioggia e un pneumatico intermediario. L’azienda italiana, che quest’anno rifornirà in esclusiva il campionato GP3, comincerà a rifornire anche il campionato GP2 del 2011 e diventerà l’unico rifornitore di gomme per il campionato di macchine da corsa di maggior prestigio dell’automobilismo mondiale. L’impresa, con sede a Milano, è presente già nel Campionato Mondiale di Rally (WRC), nel Campionato Mondiale di Superbike (WSBK), nel Rolex Sports Car dell’America del Nord e nel Campionato di Motocross oltre a vari altri campionati regionali di automobilismo e motociclismo.

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industria brasiliana comincerà a produrre sette nuove medicine come risultato della partnership tra imprese private e pubbliche. Cosí il Brasile non dovrà più importare 21 prodotti, il che permetterà un risparmio di 170 milioni di reais. Le medicine incluse nella lista sono per malattie come l’Alzheimer, l’Aids, l’osteoporosi, la tubercolosi, l’emofilia e l’asma. Il governo prevede anche un aiuto per la produzione nazionale del DIU. Si prevede che perlomeno cinque medicine comincino già ad essere prodotte quest’anno qui in Brasile: Tenofovir, Tracrolilmos, Clozapina, Olanzapina e Quetiapina.

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Alla fronteira

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industria navale brasiliana dovrebbe ricevere investimenti di 62 miliardi di reais durante i prossimi dieci anni in macchine e attrezzature. La valutazione risulta da una mappatura del settore fatta dal Banco do Brasil. Lo studio indica che la maggior parte delle risorse per l’industria navale del Paese sarà probabilmente investita in progetti legati allo sfruttamento del grezzo dello strato pre-sale. Fino al 2020 sono stati fatti 424 ordini, di cui 146 di appoggio all’offshore, 47 piattaforme, 164 navi offshore, 46 navi cisterna, 28 sonde. Inoltre quattro cantieri navali brasiliani sono tecnicamente pronti per la costruzione di piattaforme. Gli investimenti nel settore navale trarranno vantaggi agli stati di Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e qualche stato del Nord-Est. Il Banco do Brasil ha già approvato 2,2 miliardi di reais in progetti per il settore.


SaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSa

Batata-doce

O

utra costumeira frequentadora das festas típicas da roça é a batata-doce, um carboidrato, ou seja, fornece energia. O alimento é rico em betacaroteno, auxiliando na prevenção de alguns tipos de câncer. A vitamina A é indispensável à vista, conserva a saúde da pele, auxilia o crescimento e evita infecções. As vitaminas do Complexo B (B1 e B5) evitam problemas de pele e ajudam na regularização do sistema nervoso e do aparelho digestivo. Os minerais, por sua vez, contribuem para a formação dos ossos, dentes e sangue.

Amendoim

A

té agosto, no Brasil, são realizadas as festas ditas juninas com suas danças e comidas típicas. Alguns ingredientes estão sempre presentes nesses eventos. Um deles é o amendoim. Presente no tradicional pé de moleque e na paçoca, é rico em vitamina C, potássio, magnésio, ferro, cálcio, zinco e fibras. Porém, por ser muito calórico, deve ser consumido com moderação por quem não deseja engordar – é um alimento rico em lipídeos (gorduras).

Ar limpo

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studo da Universidade de Harvard (EUA) informa que a poluição do ar aumenta os riscos de problemas respiratórios durante o sono, como apneia, que representa uma conhecida causa de doença cardíaca. Avaliando mais de seis mil pessoas com mais de 39 anos de idade, os pesquisadores descobriram que uma redução na poluição do ar poderia melhorar a gravidade de problemas respiratórios durante o sono. Publicados na edição de junho do American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, os resultados indicaram que elevações em curto prazo na temperatura estariam associadas a um pior índice de distúrbio respiratório. E uma pior qualidade do ar reforçaria esses efeitos, aumentando a severidade desses problemas e, consequentemente, os riscos de doença cardíaca.

Milho

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resente em várias guloseimas de festas juninas, o milho e os alimentos derivados dele, como a canjica, o bolo de fubá e a pipoca, têm alto teor de vitaminas, A, C, folato, tiamina, potássio, ferro e fibras, além de ter atividade anticancerígena e antiviral. O milho também apresenta função energética, ótimo para quem quer dançar muito nas festanças.

Ração humana Banho de sol

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egundo especialistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, tomar sol nos horários adequados pode ajudar a prevenir a gripe e outras infecções nas vias aéreas e a reduzir seus sintomas. Em estudo com quase 200 adultos americanos, os pesquisadores descobriram que, no inverno e no outono, a queda nos níveis de vitamina D no organismo - cuja principal fonte é a exposição ao sol - pode ajudar explicar o aumento dos casos de infecção respiratória nesses períodos. “Pessoas no sul e oeste (dos EUA) tomam mais sol do que no norte, o que é bom para elas, porque você ‘pega’ vitamina D do sol”, destacou o pesquisador James Sabetta.

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o Brasil, a nova moda para os que buscam perder peso é a ingestão de Ração Humana. Suplemento à base de cereais integrais, substitui uma ou duas refeições ao dia, com a promessa de perda de até 8 quilos em um mês. O composto, desenvolvido pela terapeuta natural Liça Takagui Dias, com aval do nutricionista Daniel Boarim, ambos do Paraná, leva aveia em flocos, linhaça marrom, gérmen de trigo, açúcar mascavo, gergelim com casca, fibra de trigo, gelatina, cacau, levedo de cerveja, guaraná em pó e leite de soja em pó. Para obter a ração é preciso misturar todos os ingredientes, bater 2 colheres de sopa do composto no liquidificador com um copo de leite desnatado e uma fruta. Segundo os médicos, o produto acelera o metabolismo, estimula a digestão, desintoxica o corpo, sacia a fome, nutre, regula o intestino e inibe a absorção de gorduras pelo organismo.

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turismo

Na ponta da bota No verão, a pequena e charmosa Capo d’Orlando, se torna uma das grandes atrações da Sicília, cada vez mais apreciada pelos turistas

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Nayra Garofle

icília, a maior ilha do Mar Mediterrâneo, brinda os visitantes com um mar limpo, morno e destinos variados. Entre eles, cidadezinhas charmosas como Capo d’Orlando, na província de Messina. Com 13 mil habitantes, este comune era, originalmente, uma colônia de pescadores e fazia parte da Comune di Naso, tornando-se independente em 1925. Com o verão, a praça principal ferve de turistas estrangeiros e italianos aos domingos, mas a atração mais importante fica por conta da praia. Banhada pelo Mar Tirreno, proporciona aos banhistas um espetáculo de águas translúcidas. Quando o céu está limpo, é possível avistar claramente as Ilhas Eole. Até agosto,

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é possível pegar, diariamente, um catamarã direto para as ilhas e encarar mais de perto os vulcões ativos Stromboli e Vulcano. Desde que se mudou de Florença para a Sicília, a ítalo-brasileira Melissa Giardinieri só tem elogios para Capo d’Orlando, cidade natal de seu marido. Morando na ilha desde 2009, ela afirma que há muitas diferenças entre os dois lugares, mas que a cidadezinha do sul tem um charme especial que a conquistou desde o início, principalmente quando o assunto é sossego. — O que mais gosto daqui e que não tem em Florença é a tranquilidade que só uma cidade pequena pode oferecer. Acho que foi uma boa escolha vir para cá em muitos aspectos. Sinto falta de

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algumas coisas que só uma cidade grande tem como livrarias onde se pode passar o dia, tomando uma tazza di capuccino enquanto se lê um livro. Porém, são “problemas” contornáveis. Nada que o incrível Mar Mediterrâneo não cure — afirma sorrindo. A Sicília, realmente, não é a Toscana, em todos os sentidos. Cada qual tem suas peculiaridades, sua história, seu valor. Capo d’Orlando, apesar de pequenina, com seus 14 quilômetros quadrados, oferece aos turistas lojas como Beneton, Max Mara e Lacoste. E, segundo Melissa, a população é sempre muito solícita.

— As pessoas aqui são bem simpáticas, acolhedoras e estão sempre dispostas a ajudar e a dar informações aos turistas — diz. O que comer A Sicília não é a Toscana na mesa também. Por ser uma cidade à beira-mar, a alimentação em Capo d’Orlando é formada basicamente de peixes e frutos do mar. As cifras também são outras, bem mais simpáticas e tolerantes com o bolso do turista. O peixe espada e o atum são os mais apreciados, porém, devido a algumas leis de preservação, não são encontrados em alguns períodos do ano. As iguarias locais mais degustadas no verão são o spaghetti ai ricci di mare, que é um suculento espaguete com ova de ouriço do mar, insalata di polipo con patata e menta (salada de polvo com batata e hortelã), pesce spada alla griglia (peixe espada grelhado) ou tagliata di tonno (uma espécie de medalhão de atum grelhado). E, para os amantes do Crudo (cru) a dica é tartare di tonno, carpaccio di pesce spada ou alici marinate.


— Isso sem falar na enorme variedade de frutos do mar frescos que chegam diariamente aos restaurantes, como ostras, vieiras, mexilhões e camarões — conta Melissa, já com água na boca. Todo o conhecimento da ítalo-brasileira na área gastronômica se deve ao fato dela ser chef de cozinha. Degustar e preparar bons pratos vai muito além da profissão para Melissa: é um prazer levado a sério. Ela explica que, no verão, os sicilianos têm por tradição o hábito de comer granita com brioche. O ritual consiste em pegar com as mãos pedaços de brioche, molhar na granita e comer. Mas o que seria essa tal de granita? — É praticamente um tipo de creme feito com o suco da fruta, açúcar e água colocado no congelador e misturado a cada 30 minutos, para não congelar. Os sabores são tantos: amêndoas, pistache, pêssego, frutas do bosque, morango, café. A mais tradicional é a de limão siciliano. Eu sempre faço isso, seja no café da manhã, no lanche da tarde ou como opção para uma janta ligeira — explica. Roteiro No quesito pontos turísticos, há diversos destinos em Capo d’Orlando que devem ser incluídos no roteiro, como o Borgo di San Gregorio, uma antiga vila de pescadores, composta de um grupo de casas reestruturadas que mantém as características originais. É possível encontrar ali, um espaço onde se vende produtos típicos como queijos e vinhos. O Farol também é o símbolo do lugar. Ainda um ponto de referência dos pescadores, proporciona um belíssimo panorama da cidade, especialmente durante o pôr do sol. De acordo com dados históricos, sua construção data do início de 1900 quando Capo d’Orlando era apenas uma cidadezinha com mil habitantes. O Santuário e as ruínas do Castello d’Orlando merecem destaque. Presume-se que o castelo tenha sido construído para a defesa da cidade, visto que se localiza no alto do Monte da Madonna. Para chegar até as ruínas deve-se subir uma longa escadaria, porém, todo sacrifício é recompensado com a vista lá de cima que vai de Capo Milazzo a Cefalù. O Museu e a Fundação Famiglia Piccolo di Calanovella se encontra

Acima, o Santuário e as ruínas do Castello d’Orlando. Abaixo, a típica granita para enfrentar o verão e o Borgo di San Gregorio, uma antiga vila de pescadores

na periferia de Capo d’Orlando em meio às plantações de limão e laranja. É uma elegante vila do início de 1800. Ali, é possível entrar no mágico mundo da família, recordando a atmosfera siciliana de Florio (importante família de industriais que viveu no período da belle époque italiana) e de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (escritor do livro Il Gattopardo). A Casa hoje é um importante palco de atrações culturais. Nos jardins da vila encontram-se inúmeras espécies de plantas e árvores, sendo algumas centenárias, e um curioso cemitério de cachorros. A casa em si é um importante museu da Região, onde estão expostos quadros, móveis de época, armas antigas e coleções.

Quem quiser sair de Capo d’Orlando e visitar outros lugares pode começar por Cefalù, a cerca de uma hora de trem. Centenária, a cidade é murada e debruçada sobre o mar, antiga vila de pescadores, que hoje virou um dos pontos mais chiques da Sicília e, junto com a igualmente bela Taormina, disputa a preferência dos turistas. Aliás, Taormina dista 135 quilômetros de Capo, está a 200 metros acima do nível do mar e tem uma movimentada vida cultural. Muitos a chamam de “terraço” por conta de sua vista deslumbrante para o mar e para seu vizinho, o imponente Vulcão Etna. Lá se pode fazer um passeio histórico-cultural pela cidade, vi-

Cefalù, a uma hora de Capo, é um dos pontos mais chiques da Sicília

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sitar a Catedral dedicada a San Nicolò construída no século 13, bem como admirar o Teatro Grego Romano, onde ainda palco de espetáculos. Anualmente acontece por lá um importante festival de Cinema. De Capo até Santo Stefano di Camastra são 58 quilômetros. A cidade é famosa pela sua cerâmica que tem origem em 1400. Como chegar Chegar a Capo d’Orlando é bem fácil. Se a opção é aterrissar na Sicília, basta escolher um dos dois principais aeroportos: Catania, que fica distante de Capo 180 quilômetros ou Palermo, a 134 quilômetros. Ambos com serviços de aluguel de carros. Porém, para quem gosta de viajar de trem, dentro do aeroporto de Parlermo tem uma estação que faz ligação com a principal estação da cidade e ali se pode pegar tranquilamente um trem para Capo d’Orlando, numa viagem agradável beirando praticamente toda a costa. Outra opção é chegar à Villa San Giovane, na Calábria, pegar um traghetto (barco) que faz a travessia para Messina, onde se pode pegar o trem ou um ônibus para Capo d’Orlando.

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arquitetura

Diálogo de

concreto Pavilhão brasileiro na 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza homenageia Brasília e leva quatro jovens arquitetos ao país de seus antepassados

Silvia Souza

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Fotos: Divulgação

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e um lado esboços e fotografias de construções famosas na capital brasileira. Do outro, a recente produção arquitetônica no país. Quem visitar o espaço brasileiro na tradicional La Biennale di Venezia, que será aberta dia 29 de agosto, vai se deparar com uma homenagem a Oscar Niemeyer e ao plano piloto de Lucio Costa. Poderá também conferir - através do trabalho de quatro arquitetos ítalo-brasileiros nascidos pósconstrução de Brasília - vínculos expressivos com a proposta urbana da dupla. Com curadoria de Ricardo Ohtake, a exposição (que poderá ser vista até novembro) ocupará duas salas, com uma área total de 120 metros quadrados, instaladas nos jardins do palácio de exposições. Com o tema “Brasília – 50 anos depois”, a ideia da seleção coordenada pela Fundação Bienal de São Paulo é levar a italianos e especialistas de outras nacionalidades, uma abordagem da capital brasileira hoje apresentando o que se preservou e aquilo que não foi feito. Partindo do Eixo Monumental de Brasília, segundo Ohtake, o próprio Niemeyer será descoberto em outras obras feitas após esse grande projeto.

Midiateca, projeto de Ângelo Bucci para PUC-Rio

— Enquanto o desenvolvimento nacional se evidencia pelo forte surto industrial e pelo avanço de obras de infraestrutura energética, de transporte e urbana, nas artes despontam a bossa nova, o cinema novo, o teatro de dramaturgia brasileira — explica o curador, filho da artista plástica japonesa naturalizada brasileira Tomie Ohtake e diretor do Instituto que leva o nome de sua mãe. Para Ohtake, entre 1930 e 1950 são apresentadas as propostas fundamentais do racionalismo, caracterizada pelo edifício do Ministério de Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, de Le Corbusier, com apresentação da equipe brasi-

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leira de Lucio Costa, incluindo Oscar Niemeyer. É desta época a admirável Pampulha, conjunto com capela, casa de baile, iate clube e cassino, em Belo Horizonte (Minas Gerais), de Niemeyer (1942) e a capital federal (1956-60), na opinião do curador, é o ápice de um processo que germinava no país. Porém, mais do que reviver esse passado, a mostra em Veneza traz projetos que dialogam com Brasília ou, na visão de Ohtake, têm origem no modernismo brasileiro, mas ultrapassam essa esco-

la e suas propostas. A missão de retratar essa etapa foi confiada a Mario Biselli, Ângelo Bucci, Marcos Boldarini e Daniel Corsi. — Logo após a inauguração de Brasília, a arquitetura brasileira torna-se brutalista, por conta de uma tendência mundial e da ditadura. Porém com algo característico, notado pela leveza e engenhosidade da estrutura. As gerações nascidas após a construção da cidade preservam alguns princípios arquitetônicos da nova capital. São os profissionais que iniciam suas carreiras já na fase da redemocratização do país e pertencem a diversos matizes políticas, já que, com a globalização, dissolvem-se os territórios das antigas posições direita versus esquerda, talvez para inaugurar um novo antagonismo, establishment versus povo — analisa Ohtake. De acordo com o arquiteto, a passagem do governo militar deixou reflexos. Enquanto há 50 anos, os projetos brasileiros eram fortes no coletivo, havendo maior representatividade, atualmente, “há uma certa reserva no olhar dos artistas”. Para atender as expectativas do público, o espaço brasileiro ainda exibirá pequenos filmes e maquetes. A intenção é aproximar o visitante das realidades exploradas no local. Já a Itália, na opinião de Ohtake, mantém o status no setor, apesar de não “aparecer” com grandes projetos em seu território. Nomes como Massimiliano Fuksas e Renzo Piano são exemplos dessa arte para exportação. Os principais concorrentes da bo-


ta seriam Alemanha e Japão – país de Kazuyo Sejima, a curadora da edição 2010 de La Biennale di Venezia. Estados Unidos, Espanha, Portugal e Inglaterra completam a lista dos expoentes. Também curador da mostra brasileira em 2002 – junto com Pedro Curi - Ohtake diz que a atmosfera da bienal permite divulgar a arquitetura dos países não desenvolvidos. Não à toa, a delegação brasileira será composta por mais de 20 pessoas, incluindo representantes da secretaria de Habitação de São Paulo. — Há exposições de renome também nas artes plásticas. É um importante espaço para confrontar idéias, trocar informações. Há quatro anos não vou à bienal, então estou muito animado. Ítalo-brasileiros se sobressaem Se a Itália tem posição de destaque na produção arquitetônica mundial, uma coincidência marca a escolha dos representantes brasileiros nesta bienal. Eleitos para participar por conta do diálogo que suas obras mantêm com Brasília, os jovens arquitetos que defenderão a arquitetura atual do país são descendentes de italianos. Mario Biselli, ao lado do sócio Artur Katchborian, mostra

que a retomada do modernismo se confunde com o racionalismo. Na análise de Ohtake, ao manterem em seus projetos determinadas formulações, como leveza e linhas retas, ambos acrescentam ao legado moderno a contribuição da indústria na construção. Biselli levará a Veneza, o que chama de greatests hits: o aeroporto de Florianópolis (SC), o Teatro de Natal (RN) e o Centro Municipal de Arte e Educação dos Pimentas, em Guarulhos (SP). Já Angelo Bucci “conversa” com o meio ambiente em projeto atento a questões de preservação. Daniel Corsi – que trabalha com o sócio Dani Hirano – segundo Ohtake, “estabelece o diálogo com a grande paisagem, atuação rara por exigir corajosa e ousada interferência”. — Ele é o mais jovem do grupo, venceu vários concursos e tem uma coisa imaginosa que dialoga com a construção e a paisagem. O Parque de Quito, onde era o aeroporto da cidade, com aquele espelho d’água e as construções com 200 metros de comprimento, é belíssimo — comenta o curador. Corsi também assina o novo prédio do Museu Exploratório de Ciências (MC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O projeto, que concorreu com 170 outros, de 19 países participantes, está em fase de captação de recursos. Segundo o diretor do MC, Marcelo Firer, o diferencial no plano de Corsi está no uso do es-

Acima, Parque do Lago Quito - Projeto para Concurso Público Internacional de Arquitetura. Abaixo, Daniel Corsi e Ricardo Ohtake

paço permitindo que o visitante interaja com o que lhe é apresentado. O autor da proposta explica: — O fundamental para nós era expressar o que é ciência. Pensamos em mencionar a natureza, o universo e o modo como o homem se expressa com esses elementos. O Museu fica no ponto mais alto do campus, então, não podíamos desperdiçar a visão dele e nele. Por isso, os canais onde se é possível ver todo o espaço. Depois, pretendíamos que a arquitetura fosse capaz de informar e, então, temos as paredes e estruturas que podem ser usadas nas exibições. Apesar de já ter visitado à Itália, Corsi lamenta saber pouco sobre a história de seus antepassados – os avós vieram de Trieste ainda pequenos e perderam contato com os familiares que ficaram na bota: — Morei na Espanha um tempo e fui à Itália a lazer. A bienal de Veneza é tradicional e participar num momento em que se re-

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tomam os grandes feitos de Niemeyer é algo muito significativo. Completa o time dos ítalobrasileiros Marcos Boldarini. Ele apresenta a realidade das grandes cidades do país 30 anos após o grande êxodo rural provocado pelos novos princípios adotados no campo (agricultura). Sem meios para substituir o precário sistema habitacional, com favelas transformadas em verdadeiros bairros, o arquiteto, que atua em São Paulo, observa a cultura local e transforma espaços coletivos e ambientes abertos desses locais quando o governo decide “dar” melhores condições a sua população. — Das praças e habitações à recuperação de margens em área de represa, o trabalho do Marcos tem o cuidado de reaproveitar as estruturas, não descaracterizar o local. Com exceção do Rio de Janeiro, por conta dos morros, as outras cidades tinham uma habitação pobre, mas esse sentido de favelização vem de 1970. Nos anos 1960, o pensamento era de que essa realidade era transitória, que se o Brasil enriquecesse, elas (favelas) seriam eliminadas. Nos anos 1990, a preocupação com o fenômeno se torna definitiva e hoje é impossível não repensar essas estruturas e a incorporação delas à cidade — analisa Ohtake.

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arquitetura

Ideias em

movimento

Arquiteto italiano vem ao Brasil apresentar projeto de prédio giratório semelhante a um já construído no país e provoca polêmica

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Nayra Garofle

Fotos: Divulgação Dynamic Architecture

á cinco anos, o arquiteto italiano David Fisher alugou um imóvel em Nova Iorque (EUA) e ouviu da proprietária que aquele era o único apartamento do prédio no qual era possível ver Manhattan dos dois lados. O que seria um privilégio se tornou um desafio para Fisher, que se questionou: “Por que todos os moradores não poderiam ter a mesma vista?”. Foi pensando nisso que ele desenvolveu um projeto definido como arquitetura dinâmica: um edifício no qual cada andar tem a liberdade de girar sobre o eixo e completar uma volta de 360 graus. — Desse jeito é possível, por exemplo, ter o sol no jardim de sua varanda durante todo o dia — diz Fisher. Desde que colocou a sua ideia no papel, o arquiteto roda o mundo apresentando seu projeto. Chegaram a especular que Dubai, nos Emirados Árabes, seria o primeiro lugar a construir o edifício, mas durante uma palestra realizada no Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, no mês passado, ele negou. — Estamos visitando diversos lugares e entre tantas boas opções como Londres, Nova Iorque, Paris e até mesmo São Paulo, Dubai deixou de ser uma opção neste momento — conta. Por enquanto, o projeto ainda não tem previsão para sair do papel. Questionado sobre as possibilidades de a capital paulista abrigar o edifício giratório, já que o arquiteto tem visitado São Paulo algumas vezes, ele desconversou. — Não posso dizer que sim. Mas tenho que confessar que seria muito interessante se um prédio como esse fosse construído aqui no Rio, com toda essa paisagem — afirma, sorrindo. Enquanto Fisher se questionava em Manhattan e acabou idealizou o projeto de arquitetura dinâmica, no Brasil, mais precisamente em Curitiba, existe, desde 2004, um prédio giratório de 11 andares construído pelo Grupo Moro. Idealizado pelo arquiteto Bruno de Franco, os apartamentos do Suíte Vollard ficam sobre plataformas independentes e giram 360 graus nos dois sentidos – horário e anti-horário. — Para mim a arquitetura é obra concluída. Desenho no papel é pintura. Não diria que o Fisher copiou o nosso projeto, mas digamos

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(EUA), Vancouver (Canadá) e alguns países dos Emirados Árabes. — O projeto é para um edifício residencial, mas nada impede que ele seja um hotel ou tenha salas comerciais — explica Zechmann. No projeto de Fisher, os apartamentos seriam como um grande Lego, compostos de módulos em formato de fatias com acabamento e sistema elétrico-hidráulico prontos, industrializados na Itália. Questionado sobre as semelhanças de seu projeto com o prédio construído em Curitiba, o arquiteto italiano fala apenas sobre as diferenças entre eles. — O edifício de Curitiba é um edifício normal em cimento

Fotos: Divulgação Grupo Moro

Fotos: Divulgação Dynamic Architecture

Segundo o responsável pelo departamento de comunicação do Grupo Moro, Gregory Zechmann, a tecnologia foi toda desenvolvida pela construtora e também já foi registrada de acordo com as normas de patentes internacionais para que possa ser reproduzida em qualquer lugar do mundo. Ele observa que o prédio é o primeiro residencial giratório já construído no mundo – até então, só havia restaurantes giratórios. Mesmo assim, o Suíte Vollard ainda é um prédio modelo. Segundo Zechmann, há negociações com interessados na construção do edifício em diversos lugares como São Paulo, Florianópolis, Flórida

Suíte Vollard, já construído, gira a partir de um toque na tela ou com comando de voz. Abaixo, David Fisher com seu projeto, cuja filosofia está no movimento

Roberth Trindade

que ele se inspirou — diz Bruno de Franco. Os arranha-céus projetados por Fisher têm 420 metros de altura ou 80 andares. A área média de cada apartamento é de cerca de 120 metros quadrados. E o que torna o projeto ainda mais curioso é que o eixo principal abriga uma área adicional por andar destinada a um automóvel. Isso significa que cada morador poderá estacionar seu carro praticamente dentro de casa. — Nossa vida é dinâmica e a nossa casa tem que acompanhar esse movimento. É a primeira vez que a liberdade chega à arquitetura. Para mim, na verdade, o mais importante não é a vista que muda ou a mudança do formato do prédio, mas toda essa filosofia do movimento — afirma o arquiteto contando que, certa vez, ouviu um elogio referente à beleza do edifício — Eu tive que dizer para a pessoa que ela não tinha entendido nada do projeto. O correto é belo, mas o belo nem sempre é correto. A verdadeira arte é a da tecnologia — completa. Em Curitiba, no Suíte Vollard, uma plataforma metálica de 89 metros quadrados foi estruturada lateralmente por montantes metálicos verticais fixados na sua base. A parte superior é acoplada telescopicamente a uma guia curva fixada na laje, possibilitando o giro da vedação lateral em conjunto com a plataforma. O movimento de rotação foi assegurado por um sistema de engrenagens dentadas e correntes de rolo. Os apartamentos, todos redondos, têm 180 metros quadrados de área privativa e 270 de área total. Estão divididos internamente em quatro quadrantes com uma porta cada, ligados ao eixo central fixo onde ficam a lareira, os banheiros e a cozinha. — A estrutura é constituída de um volume central redondo de concreto armado, que suporta lajes em balanço também de concreto, onde estão apoiados os sistemas giratórios em aço. O consumo médio desse sistema é o equivalente a 4 lâmpadas de 100W por hora. Como a velocidade do sistema é muito baixa, praticamente o atrito é quase nulo. Isto reduz consideravelmente o custo de manutenção, que pode ser considerado equivalente ao de um simples elevador residencial. — conta o arquiteto brasileiro.

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armado onde em alguns andares tem um pavimento que roda, exatamente como nos restaurantes giratórios. O andar mesmo — pavimento, teto e fachada – é completamente parado e o prédio não está em movimento, não muda a sua forma — diz. Ao contrário do que diz Fisher, Bruno de Franco afirma que o Suíte Vollard gira sim, 360 graus nos dois sentidos, levando 60 minutos para completar a volta, tudo com um simples toque na tela de controle ou por comando de voz. — No prédio, a única coisa que não roda é uma coluna atrás, onde ficam o elevador e a escada. Porém, já temos um projeto finalizado e estamos prestes a construir onde estes dois itens ficam no eixo central — informa o arquiteto brasileiro. O projeto de Fisher agrega a questão da sustentabilidade. Segundo o italiano, o edifício giratório é ecológico e independente em termos energéticos, conseguindo se auto-abastecer através de turbinas eólicas ajustadas entre cada andar. E, segundo Fisher, ao contrário do que possa aparentar, a construção deste modelo é 20% mais barata do que um edifício tradicional, que leva 30 meses para ser erguido, já que ele é ‘levantado’ a partir de peças pré-fabricadas e construído em até 18 meses. — O Dynamic Tower é uma torre em que cada andar gira de maneira plena e integralmente. Na verdade, a fachada, os banheiros, a cozinha, cada andar gira com velocidade, direção e tempo diferentes. O prédio também é autossuficiente em termos de energia, produzindo sua própria energia a partir do vento e do sol — explica. Também pensando na sustentabilidade, o novo projeto do Grupo Moro, segundo Zechmann, já inclui a instalação de sistemas de captação de energia solar por células foto voltaicas, que se potencializarão utilizando o sistema de rotação. Ele diz que ainda não é possível fazer uma estimativa de quanto custará um apartamento no Suíte Vollard. Qualquer semelhança entre os projetos pode não ser mera coincidência, porém, a verdade é que no mundo da arquitetura atual, tecnologia e dinamismo são dois ingredientes indispensáveis e capazes de revolucionar a arte de desenhar e de construir.

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Firenze Giordano Iapalucci

Baviera Fest

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al 29 luglio all’8 agosto la birra scorrerà a fiumi a Castelnuovo Garfagnana, in provincia di Lucca, per la Baviera Fest, evento che ricalca il più famoso Oktoberfest di Monaco di Baviera. Oltre ai tipici piatti bavaresi come lo stinco di maiale, le salsicce di Norimberga, lo strudel e lo speciale pane bavarese “Brezel” ci saranno quelle che ormai sono diventate un vero e proprio cult nazionale italiano: le birre artigianali. La moda di fabbricarsi la propria birra in casa si è sviluppata in maniera esponenziale negli ultimi anni facendo dell’Italia un vero e proprio caso europeo, nonostante le grandi tradizioni birraie del nord Europa. D’obbligo a fine serata: rutto libero e balletto sui tavoli di legno stile “ho alzato un po’ il gomito”. Buon divertimento!

Pistoia Blues Festival

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n evento da non perdere quello del Pistoia Blues Festival che si terrà dal 14 al 18 luglio. In special modo è da segnalare la presenza di quella che è stata definita la voce black della musica italiana: Mario Biondi. Dopo ben tre dischi di platino torna sul palco con il suo nuovo album “IF” con una netta connotazione internazionale. Le musiche sono state registrate tra Roma e

Rio de Janeiro e masterizzate a New York con il supporto della Telefilmonic Orchestra London: un lavoro portato avanti con nomi dello spessore di Herman Jackson (piano), Michael Baker (batteria), Ricardo Silveira (chitarra) e di Sonny Thompson (basso e chitarra) tra gli altri. Inizio concerto 21.30 presso Piazza Duomo di Pistoia. Biglietti da 30 a 45 euro acquistabili presso www.pistoiablues.com.

Per una collezione

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a nuova mostra proposta dalla Galleria d’Arte “Varart” dal titolo “Per una Collezione” accosta le opere di vari artisti delle più diverse correnti, tendenze e generazioni che, senza “scontrarsi” l’uno con l’altro, offrono nel complesso un nuovo stile di mostra di arte contemporanea. Sarà poi il visitatore a creare un percorso assolutamente soggettivo su come abbinare la varie opere: dalla pittura analitica all’arte concettuale, dall’astrattismo all’arte figurativa. Si parla di artisti dello spessore di Enzo Cacciola, Riccardo Guarnieri, Vettor Pisani e Michele Zaza tra i tanti. Via Dell’Oriuolo 47, Firenze. Resterà aperta dal 9 luglio al al 30 settembre con ingresso gratuito. Lunedì chiuso.

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Archeologia e mare

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er chi volesse coniugare le proprie vacanze in Toscana con il bel mare e un pizzico di storia e cultura il posto giusto è la costa dell’Alta Maremma, esattamente nello splendido Golfo di Baratti, su cui si erge l’antica città etrusca di Populonia. La zona dovette la sua crescita economica alla lavorazione del ferro in età antica. Le scorie rilasciate da questa lavorazione assai grezza sono state utilizzate nella durante Prima Guerra Mondiale per essere fuse e utilizzate nella costruzione di armi. A tutt’oggi è possibile, passeggiando per l’area archeologica, trovare molti di questi residui della lavorazione del ferro etrusca. Orario feriale: 10-19. Tariffe: Intero 6 euro - Ridotto 4 euro.

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Verso Campaldino

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al 10 settembre al 17 ottobre prossimo il maestro pittore Silvano Campeggi esporrà presso l’Oratorio di Santa Caterina all’Antella (Firenze) un nutrito numero di opere in una mostra personale dal nome “Verso Campaldino” in omaggio al luogo delle vicende che portarono l’esercito fiorentino di parte guelfa a scontrarsi con le truppe aretine, fedeli all’Imperatore nel lontano 9 giugno 1289. “Nano”, ossia la firma che l’artista fiorentino ha sempre utilizzato, vanta una carriera internazionale di grande prestigio nell’ambito artistico, considerato uno dei maggiori cartellonisti per le case cinematografiche americane. Orario: venerdì e sabato 15.30-18.30; domenica e festivi 1012.30 e 15.30-18.30. Ingresso 5 euro.


moda

Descontração e cores O

verão 2010/2011 chegará trazendo um homem mais relaxado, amante da natureza e do esporte, que prefere materiais tecnológicos, mas nem por isso deixa de lado a sua excentricidade na escolha de acessórios e tonalidades vivas. O recado foi dado pela 78° edição de Pitti Immagine Uomo, um dos mais importantes eventos de moda do mundo. A feira, que aconteceu em Florença no final de junho, será lembrada como uma edição recorde, não só pelo número de expositores (1047), mas também pela esperança de que seja o início de uma recuperação econômica do setor. Os dados são claros: esta edição teve 32 mil visitantes e cerca de 20 mil compradores, 6% a mais do que na edição passada. Os mercados compradores mais relevantes foram europeu, asiático e norte-americano, respectivamente. Além de ditar a moda para a próxima estação de calor, Pitti Uomo confirmou a tendência que permeia há algum tempo no setor: a moda masculina é casual, com pitadas de sportswear. Jaquetas, calças e camisas deixaram a formalidade na beira da estrada em favor de um look mais relaxado,

Janaína César

Correspondente • Treviso como pode ser visto nas coleções das marcas Hartford e Ballantyne. Será cada vez mais comum ver pelas ruas homens usando blazer com bermuda ou calça jeans e um par de sneakers ou mocassim. Um estilo confortável, criado para o homem que ama o esporte, mas que não abre mão do ritmo alucinado das metrópoles. Entre os materiais usados predominam algodão, sarja, linho e denim, porém o grande destaque da próxima estação promete ser a roupa tecnológica, realizada com tecido super leve, impermeável, resistente e funcional. A italiana Brembo escutou as preces dos pais de adolescentes que andam em moto e apresentou a primeira coleção de Life Jacket com airbag incorporado, destinado a revolucionar o setor de roupas para proteção do corpo. Produzidas pelo Grupo Cionti, estas jaquetas pesam menos de 1 quilo, têm corte elegante e, em caso de impacto, estufam a 80 milésimos de segundos através de um dispositivo de segurança brevetado. Também tiveram destaque os tênis tecnológicos apresentados pela Reebok, que confirmam a tendência global que aposta na

exageros, formado por cardigans de linho e algodão, jaquetas slimfit com lapelas pequenas, camisetas com micro e maxi estampas e xadrez e blazeres lavados e semi-construídos. Aliás, o blazer – peça-chave do estilo formal – fica mais confortável, libera os movimentos e promove uma certa liberdade. Para os dândis, voltam os mocassins com detalhes sofisticados, como os propostos pela Fratelli Rossetti, que lançou uma coleção com o logo da maison bordado à mão. Já Arfango propôs mocassins estampados com tecnologia digital e técnica de ink-jet, para personalizar o sapato com qualquer tipo de imagem: a foto da própria família, o sorriso de um amigo ou até a foto do cachorro querido. A cartela de cores aqui vai do branco e preto chegando ao azul-marinho e azulclaro. Na moda, se sabe, os costumes e hábitos sempre voltam, são revistos e propostos com uma leitura mais moderna.

Fotos: Renato Gianturco

Florença dita a moda masculina para o próximo verão com a 78° edição de Pitti Immagine Uomo

corrida como grande protagonista no mundo sneakers a partir da próxima estação. Tanto que propôs os históricos modelos GL6000, Paris Runner, Phase III e Freedom City reeditados, em chave fashion e lifestyle. Os mocassins clássicos, feitos com couro macio, foram apresentados pela Be Positive e os modernos, feitos com couro e verniz colorido, propostos pela Car Shoe. Já o jeans apareceu com lavagens e acabamentos feitos à mão, para dar um aspecto de vintage. As cores continuarão a contagiar o guarda-roupa masculino. Porém, neste ano, o verde e todas suas tonalidades ganharão destaque. Os acessórios também são coloridos – vermelho, azul, verde e todos os tons neutros – feitos em couro tratado e com efeito envelhecido e lavado. Os fãs do estilo formal não precisam se desesperar. Para eles ressurgem as roupas sob medida, inspiradas nos anos 60 e 70. Um guarda-roupa elegante, mas sem

Na Pitti Immagine Uomo a formalidade fica de fora e dá lugar a um look mais relaxado

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moda

Parceria fashion

Presidente da Couromoda vai a Milão apresentar São Paulo Prêt-a-Porter e Rio de Janeiro “ganha” o Congresso Mundial do Calçado 2011

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Silvia Souza

om semanas de moda cada vez mais estáveis e bolsas de negócios que movimentam o setor interno e atraem compradores internacionais, o presidente da Couromoda – feira brasileira do setor de calçados e artigos em couro – foi buscar na Itália parcerias para fortalecer um novo evento que vai ocorrer em São Paulo, em janeiro de 2011. Depois de uma semana em Milão, Francisco dos Santos voltou com a bagagem cheia de elementos para incrementar a iniciativa. Além de apresentar a nova bolsa de negócios da capital paulista, ele trouxe a notícia de que o Rio de Janeiro sediará, em novembro de 2011, o Congresso Mundial do Calçado. Na Itália, o

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empresário visitou as feiras Expo Riva Schuh, no Lago de Garda e Pitti Uomo/Donna, em Florença. — Os detalhes e temas do Congresso devem ser divulgados na Micam, maior feira do setor calçadista da Europa, que ocorre em setembro. O evento será feito em colaboração com entidades brasileiras e internacionais do setor — afirma Santos sobre o anúncio da realização do Congresso Mundial do Calçado, feito pelo presidente da Associação Nacional Italiana das Indústrias do Calçado (Anci), Vito Artioli. Santos participou da assembleia anual da instituição que discutiu a conjuntura de 2009; produção, queda e retomada da exportação; a importância da ação anti-dumping contra a China; a

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Presidente da Couromoda, Francisco dos Santos

obrigatoriedade de etiquetagem de origem; o papel dos países emergentes, em especial do Brasil. Segundo o presidente do Instituto para o Comércio Exterior Italiano (ICE), Umberto Vattani, o país merece atenção por apresentar “desenvolvimento destacado em diversas áreas e um consumo interno forte e crescente”. De olho neste mercado, dirigentes da PittiUomo/Donna firmaram com o dirigente da São Paulo Prêt-à-Porter (bolsa de negócios que ocorrerá durante a São Paulo Fashion Week) um acordo para trazer um grupo de empresários italianos para expor na feira, com sede no Expo Center Norte, na mesma semana da Couromoda. Para o lado italiano, a união pode representar uma frente aos números pós-crise econômica mundial. Considerando as exportações, depois do bom biênio 2006-2007 (com alta de 6,3%

em produção e 6,2% em nas vendas) e de um 2008 estável, com 0,5% de aumento; 2009 deixou uma queda de 13,3% em volume e 15,9% em valor, a pior desde 1980 para o setor calçadista. Mas as expectativas quanto ao mercado externo em 2010 parecem ser mais confiantes. Cálculos preliminares apontam para um primeiro bimestre com exportação quase estável em quantidade (com redução de 0,1%). Apesar de a moda ser um setor que os especialistas consideram de fácil recuperação em situações de colapso, na produção de calçados made in Italy, segundo dados da Anci, houve queda de 12,1% em volume, chegando a 198 milhões de pares, enquanto em valor a queda foi de 11,6% para um total de 6,5 bilhões de euros. Para um setor que exporta 80% da produção, percebe-se que a veloz desaceleração dos mercados internacionais provocou um verdadeiro terremoto. Enquanto o setor de calçados de Brasil e Itália define sua agenda para os próximos eventos, no campo das confecções, a São Paulo Prêt-à-Porter já conquistou o apoio da Ente Moda Itália (EMI) que trará um grupo de expositores para a feira de negócios. Segundo o presidente da instituição Antônio Gavazzeni, “o Brasil tem um grande potencial econômico e faz uma moda muito atual de alto nível e qualidade”. — Queremos fazer vendas diretas e também parcerias com empresas brasileiras — informa Gavazzeni que, em recente viagem ao Brasil visitou shoppings e lojas de luxo, em São Paulo, além do Mega Polo Moda.


Cabeça antenada Exposição celebra a volta ao Brasil da chapeleira ítalo-brasileira Silvia Lucchi

Fernando Velazquez

no, oriundo da região da Emiglia Romagna, era especialista em fazer sapatos especiais (para pessoas com problemas físicos) em sua cidade, Cesena, no norte do país. — Minha ligação com a Itália é grande e os laços familiares me auxiliaram muito na carreira — conta. Paulistana de nascimento, Silvia fez história no mercado mundial em um período de crise econômica. A artista emplacou suas coleções em Milão e Paris e comercializou suas peças em grandes lojas dos Estados Unidos e Japão.

Fashion Week) para ingressar à equipe do concurso Look of the Year. Isso, segundo ela, a permitiu fazer chapéus “em escala teatral”. Há 10 anos, a artista mudou-se para Europa, é só agora volta para o Brasil. A exposição foi criada como uma homenagem ao trabalho de Silvia, tida como uma das grandes damas da moda brasileira. Apaixonada por arquitetura, urbanismo, paisagismo e artes, Silvia guarda um carinho especial pela cidade de Florença: — A cidade é um museu a céu aberto. Quem a visita deve conhecer a Galeria degli Uffizi, fundamental para o turista compreender a dinâmica da cidade. De lá, o melhor é tomar um café na Piazza della Signoria sentado em uma de suas mesinhas, admirando a movimentação da praça. Na avaliação da artista, uma vez em Florença, é também im-

Cerca de 200 chapéus podem ser vistos na exposição em homenagem a Silvia Lucchi (abaixo)

Ela viveu durante cinco anos em Florença. Depois mudou-se para Milão, onde estudou moda na academia Domus, sob a direção de Gianfranco Ferré. Em 1987, completou o masters degree com uma tese sobre o busto feminino. Já gabaritada para atender a oferta do mercado, Silvia recebeu um convite do empresário brasileiro Paulo Borges (atual responsável pelas principais semanas de moda do país: Fashion Rio e São Paulo

perdível fazer um passeio entre a Ponte Vecchio e Palazzo Pitti e visitar a igreja Santa Felicitá para ver com os próprios olhos um afresco de Pontormo. Já em Milão, Silvia considera obrigatório subir na cúpula da igreja Duomo e caminhar pelo teto. Para quem está em busca das maiores marcas italianas da atualidade, o destino é a Via della Spiga. Quando cansar das compras, o melhor, na sua avaliação, é fazer um happy hour nos bares da cidade. Serviço: “Na Cabeça” exposição de Silvia Lucchi - até 27 de agosto. A CASA - Museu do Objeto Brasileiro, rua Cunha Gago, 807 – Pinheiros, SP. Tel: (+5511) 38149711. Horário: segunda a sexta 10h às 19h. Entrada franca

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Fotos: Sergio Cabral

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a Europa, o chapéu nunca saiu de moda. No Brasil, ao contrário, o acessório saiu de cena no fim da década de 60. Nos últimos anos, porém, o adorno foi tirado do armário por fashionistas brasileiros, o que provocou sua redescoberta por aqui. Quem se sente pouco familiarizado com chapéus terá, agora, uma boa oportunidade para saber um pouco mais sobre eles. A exposição “Na Cabeça”, em exibição no espaço cultural A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, em São Paulo, mostra a trajetória de uma das maiores artistas chapeleiras do Brasil, a designer ítalobrasileira Silvia Lucchi. Na exposição é possível conferir 200 chapéus de diversos modelos, cores e tamanhos que utilizam diversas matérias-primas. Tecidos, fios e materiais de reciclagem compõem as variadas formas do acessório. Segundo Silvia, seu trabalho ficou conhecido no país na década de 80, quando desenvolveu projetos para as grifes Fiorucci e Zoomp. A designer mostra por meio de suas peças um verdadeiro amor por chapéus. Várias de suas peças piloto estão na exposição: — O chapéu adjetiva a personagem que você incorpora — interpreta a chapeleira. Com design de qualidade, seus produtos podem ser enquadrados dentro do conceito made in Italy por conta da qualidade. Silvia é expert no que faz. Ela foi buscar na Itália as técnicas que a ajudaram a desenvolver seus chapéus que hoje chegam aos quatro cantos do mundo. O dom do trabalho artesanal da designer é familiar. Seu avô pater-

Robson Bertolino

Correspondente • São Paulo

exposição


Calcio Andrea Ciprandi Ratto

Il fallimento italiano I

I Mondiali sudafricani hanno evidenziato il nuovo corso del calcio planetario e, andando oltre certi risultati contingenti, suggellato l’esaltazione tecnico-tattica del Sud America e il rischio di disfacimento del movimento europeo, che trova proprio nell’Italia l’esempio più allarmante. Indipendentemente da chi alzerà la Coppa, qualcuno obietterà che alle Semifinali (in verità anche a causa di scontri diretti) è arrivato il solo Uruguay in rappresentanza dell’area sudamericana. E’ altrettanto vero, però, che agli Ottavi erano approdate cinque Nazionali sudamericane su cinque e considerando anche il Centro America, col Messico qualificato e il solo Honduras eliminato, il computo passa a sei su sette: un risultato non netto ma forse ancor più positivo. Le rappresentative europee, al contrario, nei Gironi hanno faticato tantissimo e in alcuni casi non sono proprio riuscite a passare. E’ il caso niente meno che delle ultime due finaliste: la Francia, che si è addirittura ammutinata, e come ben sappiamo l’Italia, il cui punto più basso è difficile stabilire se sia consistito nei soli due miseri punti fatti o nel gioco espresso da giocatori stagionati che nel complesso sono ancora più affidabili, quindi preferibili, rispetto a tante giovani alternative che di esperienza internazionale ma, ahimè, anche nazionale ne hanno fatta pochissima. Tornando alle Selezioni europee che hanno mal figurato, vanno ricordate anche Grecia, Serbia, Danimarca e Svizzera, al

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posto delle quali sono passate Corea del Sud, Ghana, Giappone e Cile, vale a dire squadre che fino a pochi anni fa raramente si menzionavano e, a maggior ragione, si consideravano. In Italia si stanno già facendo ipotesi di ogni tipo sul da farsi per risollevarsi da una situazione che va avanti da anni e che, tipicamente, è stata ignorata fino a quando proprio non lo si è più potuto fare, con chili di polvere (leggasi nodi da sciogliere) spazzati sotto l’enorme tappeto di Federazione e Lega. Alla prima, che troppo spesso si è nascosta dietro gli obblighi imposti dal libero mercato comunitario, va comunque imputata la totale incapacità o forse volontà di tutelare il settore giovanile parallelamente alla cura degli interessi milionari dei Club, coi loro sponsor e i loro contratti televisivi. Alle Società invece si deve ricordare quanto sia ingiusto me soprattutto improbabile avere la botte piena e la moglie ubriaca, visto quel che hanno fatto negli

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ultimi dieci anni almeno, rinforzandosi con forti stranieri e poi, attraverso le parole di dirigenti e tifosi, stizzendosi per l’inconsistenza della Nazionale. E’ ormai automatico che praticamente qualsiasi Club nostrano, dalla ricchissima Inter al più modesto Catania, peschi talenti solo all’estero e quando vuole affidarsi a calciatori più esperti si orienti comunque su brasiliani, argentini e uruguaiani in particolare. Se i meno facoltosi si muovono esattamente come i più ricchi è perché il sistema lo consente e anzi invoglia a farlo: i ragazzini sudamericani li si pagano molto poco al momento del primo trasferimento, per poi riconoscere alle loro Società di provenienza delle percentuali sulle successive vendite, in modo che i Club italiani non rischino ma anzi siano certi di guadagnarci anche se i giocatori non diventassero dei campioni perché anche il prezzo più basso per l’Europa supera di gran lunga la media sudamericana. Fatto sta che, benché i Quarti di Finale siano risultati fatali ai giganti sudamericani, tantissimi diciottenni di Brasile e Argentina, già titolari in casa propria, giocando in Campionato e magari anche in Coppa Libertadores o Sudamericana continuano a risultare incredibilmente più esperti dei pari età italiani che pure sono animati dalla stessa voglia di fare. Sono quindi più affidabili in campo e, spiace dirlo, non costano molto tenendo conto anche del fatto che le squadre italiane a cui approdano non devono spendere nemmeno per farli crescere. Intanto, il campionato italiano si

riempie di calciatori che poco alla volta ci hanno pur forzatamente colonizzati e che, ironicamente, già forti al loro arrivo migliorano ancor più giocando competizioni di altissimo livello. Quando arrivano i Mondiali, poi, tornano a casa e, al di là dell’andamento del torneo sudafricano, generalmente fanno delle rispettive Nazionali le squadre più forti che ci sono! E noi qui a leccarci le ferite, costretti ad allestire squadre tutte straniere per vincere una Champions, comunque assuefattici a tante piccole colonie sudamericane anche in campionato, con nomi che molta gente non sa nemmeno pronunciare, confondendo lo spagnolo degli argentini e dei cileni col portoghese dei brasiliani, quindi in fondo senza nemmeno troppo rispetto o tanta cognizione delle cose. Insomma, basta vincere. Quando poi sento pronunciare la parola ‘oriundi’ come possibile cura, mi chiedo cosa si sia capito di quanto successo in Sud Africa con la Nazionale e ancora prima in Italia ed Europa coi Club. Ho l’impressione che se s’intende guardare esclusivamente ai giovani talenti con doppio passaporto piuttosto che (anche) a quelli di casa nostra l’idea sia quella di avere rappresentative impostate sul modello delle squadre, come Inter e Milan. Temo che nemmeno la recente batosta degli Azzurri sia in grado di scuotere chi di dovere, perché pescare tra gente forte da naturalizzare è troppo semplice, somiglia troppo a un colpo di scopa delle nostre risorse sotto il solito tappeto. Calcisticamente, è invece un colpo di spugna.


Festa

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irca 40mila persone hanno seguito la tradizionale Carretella Del Vin, realizzata il mese scorso a Santa Teresa nello Stato di Espírito Santo. Già alla sua 17ª edizione, l’evento fa parte della Festa dell’Immigrante Italiano della città. La sfilata ha contato su vari carri antichi, che distribuivano vini regionali, polenta, formaggio e salsicce. Anche il carro con il suono ha incitato l’allegria generale, con canzoni regionali e presentazioni di gruppi di danza.

Omaggio

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l 2 giugno il Circolo Italiano ha commemorato la festa del 64º Anniversario della Repubblica Italiana con una cena di gala, alla presenza del console generale d’Italia, Mauro Marsili, del deputato dello Stato di São Paulo, Vitor Sapienza, del presidente del Circolo Italiano, Giuseppe Cappellano e di tante altre autorità. La direzione del Circolo, come fa di solito, ha reso omaggio ad una personalità importante, che con la sua vita e le sue azioni ha reso più significativa la presenza dell’Italia nel mondo. Quest’anno il premio Circolo Italiano San Paolo-Presenza d’Italia in Brasile è stato consegnato al presidente onorario e collaboratore, il commendatore Luigi Bauducco. Prima della consegna, il direttore culturale del Circolo, Luigi Bauducco Mario de Fiori, si è rivolto ai presenti per parlare di questo italiano che con il suo lavoro, la sua forza, la tenacia nei momenti di difficoltà, ha saputo allevare una famiglia e creare una grande industria, motivo di orgoglio per il Brasile e per l’Italia.

Cinema

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on la partecipazione delle attrici Gloria Pires e Alice Braga e lo show della cantante Adriana Calcanhoto, il Brasile si è fatto specialmente presente, per il secondo anno di seguito, al Festival di Cinema di Taormina. Alla sua 56ª edizione, l’evento ha proiettato sette film nella Vetrina Brasile – un’iniziativa della Camera Italo-Brasiliana di Commercio, Industria e Agricoltura in partnership con il Cinema do Brasil e il festival, che ha per meta la promozione della partecipazione del nuovo cinema brasiliano su territorio italiano. I film proiettati sono stati: Sonhos Roubados di Sandra Werneck; Do Começo ao Fim di Aluizio Abranches; Rimet: L’Incredibile storia della Coppa del Mondo di Lorenzo Garzella, Filippo Macelloni e Cesar Meneghetti (una co-produzione tra Brasile, Italia e Argentina); Os Inquilinos di Sergio Bianchi; Budapest di Walter Carvalho; Besouro di João Daniel Tikhomiroff e Viajo porque preciso, volto porque te amo di Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.


teatro

O sucesso das mulheres feias Peça brasileira encenada em uma igreja do século 6 encanta público e crítica, em Nápoles

Aline Buaes

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Especial para Comunità

Os dois festivais agitaram a cidade de Nápoles no mês passado, com espetáculos de fama internacional, como Lipsynch, a montagem de nove horas do diretor canadense Robert Lepage, e a dança-teatro Mobile Evolution, da companhia escocesa Claire Cun-

Fotos: Aline Buaes

m meio às colunas barrocas de uma das igrejas mais antigas da Itália, erguida no século 6 e restaurada no século 17, uma batida de maracatu ecoa pelas paredes e movimenta uma fictícia cidade brasileira povoada apenas por mulheres feias, enquanto um peregrino sertanejo diverte a plateia com suas trapalhadas. Trata-se da Cidade das Donzelas, título do espetáculo do grupo carioca Troupp Pas D’Argent que encantou o público, a crítica e os organizadores do E45 Napoli Fringe Festival, manifestação integrante do Napoli Teatro Festival Italia, que se firma como um dos mais importantes encontros do teatro europeu.

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ningham, além de apresentações em espaços inusitados e alternativos da cidade, como o majestoso edifício Albergo dei Poveri, antiga estrutura hospitalar do século 18, ou pequenos teatros montados dentro de complexos monumentais e igrejas - como é o caso da Basílica de Santa Maria Maggiore alla Pietrasanta, onde a companhia brasileira se apresentou. O jovem e premiado grupo teatral brasileiro chamou a atenção da comissão artística do E45 Fringe Festival, responsável pela seleção das 38 companhias participantes entre as quase 300 candida-

turas, pela mistura de expressões corporais inspiradas tanto na Commedia dell’Arte italiana quanto no Teatro de Mamulengo nordestino. — Eles realizam uma forma de teatro que não se encontra em outros projetos, uma espécie de Commedia dell’arte brasileira. Eles apresentam uma gestualidade mímica, o ato de narrar com o corpo e não necessariamente com a palavra — afirma Hilenia De Falco, presidente da associação Interno 5, organizadora do festival. Cidade das Donzelas estreou no Brasil em meados de 2008. Recebeu, além da indicação ao Prêmio Shell - principal reconhecimento do teatro brasileiro, mais de 30 prêmios nos diversos festivais dos quais participou em todo o país. A peça narra com humor a história de um peregrino


sertanejo que, em 1945, após viajar o mundo inteiro, resolve se embrenhar, por curiosidade, na Cidade das Donzelas, localidade próxima à sua terra natal onde vivem apenas mulheres bizarras e misteriosas, marcadas por traumas familiares, que matam qualquer homem ou mulher bonita que se atreva a aparecer por lá. Com personagens típicos brasileiros, o espetáculo foi desenvolvido através de um estudo de quase três anos que se inspirou nos métodos corporais da Commedia dell’arte italiana, o teatro realizado na Itália entre os séculos 16 e 18 caracterizado pela improvisação e o uso das máscaras, e o Teatro de Mamulengo, tradicional teatro de bonecos típico do estado brasileiro de Pernambuco. — Apesar da língua ser uma barreira, sublinhamos muito o que dizemos com o corpo — afirma Marcela Rodrigues, diretora do grupo e autora do texto em que se baseia o espetáculo, ao comentar o sucesso das apresentações na Itália. Para ela, o Teatro de Mamulengo é como se fosse “a Commedia dell’arte do Nordeste, feita com fantoches-seres humanos”. A diretora explica que a obra mantém o foco nos costumes nordestinos, através das vestimentas, da culinária, das danças, mas principalmente da música - os atores cantam e tocam instrumentos no palco, reproduzindo canções baseadas nos clássicos ritmos nordestinos, como maracatu, bumba-meu-boi, embolada, repente, coco de umbigada e frevo. — A peça possui referências nos personagens da Commedia dell’arte, como Arlecchino e Pierrot, mas, como tudo, realizamos uma adaptação para um contexto nosso, sertanejo e brasileiro — conta Marcela, citando como exemplo a maquiagem, que fun-

ciona como uma espécie de máscara que torna as mulheres feias. Adaptações Entre as adaptações realizadas pelo grupo para o público italiano, além da diminuição do tempo, de 90 minutos para pouco menos de uma hora, ocorreram também outros cortes, como a redução dos improvisos no repente, desafio oral tradicional dos trovadores nordestinos: — A graça do repente é justamente o texto, a fala, os improvisos, os erros. E aqui, como a maioria do público é italiano, resolvemos reduzir os xingamentos para poucas falas, e cortar as partes que não eram tão corporais. O grupo também diminuiu as brincadeiras com a plateia, não apenas devido às dificuldades da língua, mas pela recepção “fria” dos italianos, um comportamento tipicamente europeu, bem diferente do brasileiro: — Como viajamos muito no Brasil, que é um país muito caloroso, sentimos um pouco de dificuldades aqui, já que, por exemplo, não precisamos fazer nenhuma pausa. Com o público brasileiro, temos sempre que parar o espetáculo devido a interferências como aplausos e risadas — conta a diretora. Mesmo assim, essa frieza do público foi devidamente quebrada pelo grupo. Duas crianças sentadas na primeira fila chamaram a atenção durante a estréia do grupo, com risadas e comentários, e saíram do espetáculo pedindo à mãe para voltarem no dia seguinte. — O espetáculo é lindo porque envolve o público, é grotesco, parece muito com a Commedia dell’arte tradicional italiana — opina a jornalista Bianca De Fazio, mãe das meninas. Já o arquiteto Enzo Tenore, que assistiu o espetáculo apenas por curiosidade, saiu impressionado com a musicalidade e também com a língua. Ele conta que imaginava que a peça teria legendas: — Consegui entender alguma coisa, o português se assemelha muito ao dialeto da minha região, Avellino, no interior da Campânia — afirma. Simplicidade O grupo Troupp Pas D’Argent agradou não apenas a crítica especializada, mas também a comunida-

Membros do Troupp caminham nas ruas, antes dos espetáculos, para convidar o público. Abaixo, Antonello Tudisco, da associação Interno 5

de artística local. O consagrado arquiteto e escultor napolitano Riccardo Dalisi, após assistir o espetáculo do grupo brasileiro, decidiu conceder aos jovens atores o prêmio “Compasso di Latta”, concedido anualmente pelo artista a manifestações de destaque no cenário cultural de Nápoles. O arquiteto destacou principalmente o aspecto artesanal e autônomo do trabalho artístico, já que os membros da Troupp são os responsáveis por tudo, desde o cenário, a maquiagem, o figurino, até a composição e interpretação das músicas. A simplicidade e a pureza do teatro apresentado pelo grupo impressionou também a organização do festival. — Com simplicidade de meios, construções cênicas sim-

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ples e essenciais, feitas por eles mesmos, conseguiram criar um espetáculo muito complexo. Eles nos fizeram redescobrir como é bonito fazer teatro com pouco — observa Antonello Tudisco, membro da associação Interno 5. Segundo ele, esse aspecto “artesanal” do teatro é muito raro entre os grupos europeus. Outra característica do grupo que chamou a atenção dos organizadores foi a capacidade de autopromoção. Todos os dias, algumas horas antes do espetáculo, os membros da Troupp, já vestidos e maquiados para o espetáculo, saíam em uma espécie de cortejo musical pelas ruas do centro histórico de Nápoles para chamar o público para assistir a peça, espalhando alegria com a batida do maracatu. — É interessante como do ponto de vista organizativo eles conseguem ser tão inovadores, demonstrando serem bons empresários de si próprios, e do ponto de vista teatral a inovação é ligada, ao contrário, a esse papel artesanal, de redescobrir uma tradição — avalia Hilenia que, satisfeita com o sucesso do grupo no festival, espera que o E45 Fringe possa servir como um ponto de partida para o crescimento da companhia carioca cujos membros possuem uma média de idade de 25 anos.

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Milão Guilherme Aquino

Sem terreno

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Biblioteca Europeia deveria surgir bem ao lado de Largo Marinaio, pertinho do centro de Milão. A obra colocaria a cidade na rota do conhecimento de todo o Velho Continente. Mas, agora, a prefeitura da cidade quer o terreno cedido de volta. Em plena era da especulação imobiliária, os 30 mil metros quadrados de terra destinados à Biblioteca correm o risco de virar sabe-se lá o quê. Em 2001, a prefeitura lançou o concurso internacional, vencido pelo arquiteto Peter Wilson. Seis anos depois, a área foi colocada à disposição para ser ocupada em, no máximo três anos. A contagem regressiva chega perto do fim e nem sinal dos 260 milhões de euros prometidos pelo governo.

Cais de sujeira

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antigo porto de Milão afunda no meio das polêmicas que levam o nada ao lugar algum. A Darsena, na zona nobre dos Navigli, canais construídos pelo gênio Leonardo da Vinci, está entregue aos mosquitos para desespero dos moradores e comerciantes do bairro. Eles protestam contra o abandono da área que deveria ser um dos principais cartões postais da cidade.

Ali, até meados da década de 40 do século passado, eram descarregados os barcos com as mercadorias que abasteciam a cidade e, bem antes ainda, as balças que transportavam os mármores para a construção da igreja do Duomo. As esperanças recaem na anunciada abertura das vias da água, por conta da Expo 2015. Mas falta ainda o dinheiro, cerca de 3 milhões de euros, pingar da torneira.

Vida cara

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Coisa de mulher

Itinerante

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om a tecnologia dando passos de gigantes e lançando novidades a cada momento fica difícil manter-se atualizado com os equipamentos de última geração. Uma dica é seguir as pegadas das integrantes do site www.girlgeekdinnersmilano.com. O nome é um pouco complicado, mas, em inglês, onde surgiu o jargão, significa “garota tecnológica jantares”, ou seja, mulheres apaixonadas por tecnologia que promovem encontros para trocar informações e tocar com as mãos o futuro antes dele chegar ao mercado. O fenômeno nasceu nos Estados Unidos, claro, mas chega na Itália onde já conta com 1.800 curiosas de carteirinha, apenas em Milão. Como potenciais formadoras de opinião, elas estão na alça de mira de grandes companhias como a Sony que organizam visitas nas instalações e promovem contato direto com o produto do amanhã.

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Consulado-Geral de Milão, conduzido pelo embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca, viaja rumo aos brasileiros espalhados pelo norte da Itália e vai onde o povo está. Equipes do Consulado Itinerante já estiveram em Verona, Brescia, Bolonha, Peschiera del Garda, Mântua, Gênova, Rimini, Pádua, Treviso, Trento e Verona. O time do Consulado passa, em média, dois dias em cada cidade, hospedando a “filial móvel” em instituições públicas e associações locais. A programação para o segundo semestre sai em setembro, logo após o período de férias de agosto. Maiores informações, no site www. brasilemilanoblogspot.com

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ano europeu escolar termina no mês de julho. Os corretores de imóveis e proprietários de apartamentos esfregam as mãos, de olho nos estudantes que chegam a Milão, em busca de um cantinho para morar. Os altos preços dos aluguéis empurram muitos candidatos para a periferia da cidade que, com os transportes públicos, fica distante cerca de 40 minutos, do centro. Para um brasileiro do Rio de Janeiro ou São Paulo, este tempo gasto é nada. Já para um italiano, é muito. Para dividir e alugar um quarto com alguém no bairro universitário de Città Studi, a brincadeira começa com 300 euros. Já para alugar um espaço de apenas 25 metros quadrados, distante poucas pedaladas do Politécnico, campus Leonardo da Vinci, custa 500 euros. A temporada de caça às vítimas e fuga dos algozes está no começo.


fumetti

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lui il responsabile della ciliegina sulla torta nei testi della nostra articolista Claudia Monteiro de Castro. Là, nell’ultima pagina della rivista, quel senso di humour che la giornalista usa nel suo linguaggio quando scrive su Roma o su qualche abitudine tipica italiana viene finalizzato dai disegni del paulista Márcio Baraldi. Italo-brasiliano da parte sia di madre che di padre, questo disegnatore 37enne ha scoperto da bambino che disegnare sarebbe stato molto più di un semplice piacere, sarebbe stato il suo mestiere. — Quando avevo quattro, cinque anni, nemmeno sapevo leggere ancora e sono stato sedotto dai fumetti. Ho imparato a leggere con Ziraldo, Maurício de Souza e dopo con Monteiro Lobato che non ha scritto fumetti ma ha creato personaggi carismatici e seduttori — racconta Baraldi, che ha studiato presso la facoltà di Arti Plastiche. Coinvolto con la stampa sindacale da quando aveva 14 anni, Baraldi lavora per i Sindicatos dos Químicos do ABC e per i Bancários, per il Sindicato dos Médicos e per quello dei Metroviários. Per questi lavori, secondo Baraldi, il tono è “molto politico” con temi visti da uno un punto di vista “di sinistra”, un dettaglio che al disegnatore piace. — Mi identifico bene con questo. Penso che il sangue italiano aiuti. Sono cresciuto in questo ambiente. I miei nonni si sono installati nell’ABC paulista. Questa regione, in un certo pe-

Tratti di humour Márcio Baraldi festeggia tre anni di collaborazione con Comunità

Nayra Garofle riodo, era dove si era installato il sindacalismo più rabbioso in Brasile. Sono militante di nascita — dice. Militanza a parte, un’altra passione di Baraldi è il rock. Cosí come il disegno, si tratta di una passione cominciata quando era piccolo: a 10 anni ha sentito We will rock you dei Queen alla radio e ne è rimasto affascinato. Roko-Loko, uno dei personaggi più famosi di Baraldi

— A mia madre piacevano le canzoni di musica leggera, a casa non c’era nessun amante del rock. Un giorno ho sentito questa canzone e quella musica mi ha fatto impazzire. Sono corso a comprare l’LP. Il disegno della copertina era una meravigliosa illustrazione di un robot. Allora ho cominciato a copiare quel robot e ho mischiato le due cose: il rock e il disegno — spiega. Nel 1996, già “assuefatto” al rock e alle illustrazioni, Baraldi ha continuato questa attività come collaboratore della Rock Brigade, la più vecchia e tradizionale rivista di rock. Come c’è riuscito? Bussando alla

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porta dell’editore della rivista a São Paulo. — Io avevo una storia, ma il personaggio non avera ancora un nome. All’editore è piaciuto moltissimo, l’ha trovato interessante e ha detto “Facciamo tutti i mesi questo personaggio, tu hai altre storie con lui, non è vero?” e io ho risposto di sí ma, in realtà, stavo bleffando, non ne avevo nessuna. È diventato un successo. Sono passati già 14 anni e le storie hanno dato origine a quattro libri e ad un gioco per computer — racconta con orgoglio, mentre dice che lui è l’unico disegnatore in Brasile a produrre un gioco al 100% nazionale e d’autore, con personaggi per adolescenti. Quando deve disegnare per l’articolo di Cláudia Monteiro de Castro, malgrado rappresenti uno stile ben diverso da quello a cui il disegnatore è abituato a lavorare, lui dice che è un momento piacevole, quase come “un istante di piacere” – lui disegna per 50 riviste. Claudia ne è diventata fan e l’ha invitato per “condividere” la pagina della rivista con lei. — Il suo testo è molto piacevole e, di solito, in 15 minuti viene l’idea. Io sono un tipo che disegna ancora a matita, faccio la bozza su carta, faccio l’arte finale con la penna a china, scannerizzo e lo coloro al photoshop — spiega il disegnatore, che lavora quasi 12 ore al giorno. — Io sono italiano ma lavoro come un giapponese. Baraldi ha la cittadinanza italiana, ma non ha mai usato il suo passaporto bordeaux solo per un motivo: non viaggia in aereo. Sí, ha paura. Perciò ammette di aver già perso parecchie opportunità di lavoro: — Non vado in aereo nemmeno a Rio de Janeiro. Non mi piace — confessa ridendo. Quando gli si chiede se riuscirebbe a vivere facendo un altro mestiere, il disegnatore dice che “se fossi arrivato ai 30 anni” senza aver avuto successo con il disegno “sicuramente” avrebbe tentato un’altra area. — Credo che sarei stato un eccellente commissario di polizia o avvocato. Sí, credo che sarei potuto essere anche un ottimo avvocato — dice Baraldi dai suoi più di 20 anni di carriera e vari premi conquistati.

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comunità

Fotos: Arquivo pessoal

Rifugio di memorie

Centenario della colonia agricola in Minas Gerais riunisce due ricercatori appassionati dell’Italia e riscatta la storia delle prime famiglie che hanno abitato nella regione

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Silvia Souza

nite la curiosità di conoscere meglio il vostro passato all’orgoglio di scoprire e capire come i rapporti locali hanno formato una società. Se da una parte sembra un’impresa faticosa, dall’altra il risultato può essere condiviso da decine di persone. E, come in una riunione di festa, dopo 15 anni di ricerche, si può verificare l’unione di questi ingredienti nei festeggiamenti del centenario della Colônia Agrícola da Constança, fondata a Leopoldina, comune facente parte della Zona da Mata di Minas Gerais a 322 chilometri da Belo Horizonte. I festeggiamenti si sono svolti in aprile, ma a giudicare dai risultati ottenuti finora non è esagerato affermare che c’è materiale per farne molti altri. Tanto che oltre ad aprile – mese che ha ricordato anche i 130 anni dell’immigrazione italiana in questo comune –, in agosto la popolazione e i visitatori approfitteranno della festa in onore del patrono della colonia, Santo Antonio di Padova, per continuare nel clima. Le feste nella Colônia Agrícola hanno assunto un sapore speciale e sono state rese possibili a

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cominciare dagli chef Nilza Cantoni e José Machado Rodrigues. Nati a Leopoldina, hanno lasciato la città qualche decina di anni fa per costruire le loro vite (lei a Petrópolis e lui a Rio de Janeiro), si sono dedicati alle rispettive carriere di professoressa e di avvocato, ma hanno conservato la voglia di saperne di più delle loro origini. — La storia dell’immigrazione a Leopoldina non è diversa da quella di altri luoghi che hanno accolto mano d’opera straniera per lavorare nell’agricoltura a partire dal 1880. Tuttavia attraverso i registri parrocchiali, come quelli di battesimi e di anagrafe, ab-

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biamo appurato che nel periodo di tempo che abbiamo scelto per investigare, cioè fra il 1880 e il 1930, il 10% della nostra popolazione era composta da immigranti. Oggigiorno tra il 50 e il 70% dei circa 60 mila abitanti di Leopoldina è oriundo – spiega Nilza, anche lei discendente di italiani. Nel 1994 la professoressa psicopedagogista ha cominciato a fare ricerche sulla storia locale nei libri parrocchiali. Al suo lavoro si sono aggiunte le testimonianze che le davano i cittadini. Oltre a curiosità – come la scoperta che il primo padre italiano era arrivato in città nel 1896 – Nilza e José

Immagine della costruzione della Capela da Onça nel 1914

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I ricercatori Nilza e José Luiz

Luiz hanno scoperto per esempio che, nel periodo preso in esame, 4 mila persone che abitavano nel comune erano nate fuori dal Brasile. E anche che la presenza italiana arriva da 14 regioni italiane diverse e con 434 cognomi. Anche se non ha potuto registrarne nessuno José Luiz spiega il fascino per questa storia: — I miei antenati erano spagnoli e portoghesi, ma ho vissuto fino ai nove anni in un luogo vicino alla Fazenda Boa Sorte, dov’era la colonia. Questo ha fatto sì che il contatto con gli italiani fosse proficuo. Anche perchè mio padre era figlioccio di un ex colono. Non è possibile non


appassionarsi della storia di quel posto e di quel popolo. Il materiale raccolto dai ricercatori ha raggiunto la notorietà fra il 1999 e il 2001, quando hanno cominciato a pubblicare un articolo settimanale sul giornale cittadino Leopoldinense. La materia dell’articolo narrava le scoperte fatte sulle famiglie e sui legami esistenti fra un gran numero di cittadini. — Abbiamo trattato di persona la storia orale e sociale insieme agli abitanti, e quando abbiamo cominciato a scrivere sul giornale sono cominciate ad arrivare lettere e telefonate — ricorda. In questa fase faceva parte della routine di Nilza visitare l’Arquivo Nacional di Rio de Janeiro e l’Arquivo Público Mineiro. I risultati della ricerca, con l’arrivo dall’Italia di fotografie e documenti di famiglie che collaboravano, prendevano corpo. Nel 2006 la partecipazione al Seminário de Imigração Italiana a Minas Gerais, organizzato dalla associazione Ponte entre Culturas a Barbacena, ha inaugurato una nuova fase nel lavoro della coppia di ricercatori. — Per noi la cosa importante è far circolare le informazioni. Ho imparato molto dal contatto con le persone. Per quanto noi possediamo la tecnica, la metodologia, la pratica è un’altra cosa. Perciò abbiamo pensato che con tutti questi elementi si poteva festeggiare il centenario. E abbiamo avuto ragione — dice Nilza solennemente. Lo sviluppo di questa fase ha prodotto degli inviti a tenere conferenze e richieste per fare ricerche bibliografiche e registrazioni. L’avvicinamento con lo

Alla festa ci sono stati concerti e danze di gruppi folcloristici (sopra) e una messa (sotto)

storico Julio Cezar Vanni, anche lui ricercatore della presenza italiana in Brasile e direttore di Comunità, è una delle conquiste della coppia. Vanni ha studiato a Leopoldina fra il 1941 e il 1945, e ricorda il bel tempo passato nella città. A quel tempo l’antico Ginásio durava 5 anni e le famiglie di Minas che potevano offrire ai propri figli delle buone possibilità di studio li mandavano a Leopoldina, a Juiz de Fora o a Petrópolis. Quindi Vanni è stato lí, in un collegio interno, per prepararsi all’università. — Ricordo le lezioni giornaliere che ci preparavano, più che ad apprendere le materie, ad apprendere a come diventare buoni cittadini. Il sabato e la domenica ci godevamo la città e i balli. E’ stato in questo periodo che il mio interesse per la vita comunitaria ha dato vita a quaderni con note sui nomi di origine italiana. Davo un’occhiata sul registro di classe e prendevo nota. Ricordo anche

le feste juninas nella Capela da Onça, a 4 km dal centro. Ci andavo con i miei compagni di scuola per fare la corte alle ragazze — commenta Vanni ridendo. Con storie di questo tipo e di persone che si sono stabilite a Leopoldina, Nilza e José Luiz hanno lanciato un blog (www.coloniaconstansa.blogspot.com) in cui condividono le informazioni sulla regione con tutte le persone interessate. — Siamo molto soddisfatti della partecipazione della popolazone e se questa iniziativa è servita per ravvivare il sentimento di appartenenza a quella storia, ne è già valsa la pena. Dopo la Festa di aprile abbiamo ricevuto richieste e contatti da persone di Goiás, Rondônia e Espírito Santo. La mole di lavoro è tanta, ma è molto interessante percepire il valore di questo riscatto, che dopo aver unito la nostra città adesso raggiunge altre persone — conclude Nilza. Fede e tradizioni Con circa 70 lotti, ognuno dei quali di circa 25 ettari, la Colônia da Constança era destinata alla produzione agricola. Nel 1921, anno dell’emancipazione, alcuni coloni possedevano carri con buoi, carretti e aratro. Risulta dalle interviste fatte a discendenti dei coloni che era comune che i figli dividessero i compiti, ed era destinato agli uomini il lavoro faticoso dell’agricoltura e la costruzione di case, mobili e utensili domestici. La ricerca di Nilza e José Luiz si basa sui certificati della parrocchia, per la maggior parte certificati di matrimonio. La cappel-

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la della colonia ha come patrono il santo conosciuto come protettore dei matrimoni, Santo Antonio di Padova. Oltre ad essere il centro della vita religiosa degli abitanti locali, la cappella era anche la sede del divertimento dei cittadini. Sia per festeggiare il giorno del Santo sia per le feste normali, fin dalla sua costruzione il punto d’incontro per gli abitanti è intorno alla cappella conosciuta anche come Igrejinha da Onça, dovuto al nome dell’antica proprietà agricola che c’era là. E’ passato del tempo, ma se la modernità ha portato maggiore sviluppo nella regione, con cambiamenti geografici e strutturali, la Igrejinha conserva ancora le caratteristiche dell’epoca. Come accade tutti gli anni, la devozione al santo che ha benedetto tante unioni familiari locali non è stata dimenticata. Nonostante la Chiesa Cattolica festeggi i santi il giorno della loro morte (il giorno di Santo Antonio è il 13 giugno), il consiglio della Capela ha scelto alcuni anni fa di festeggiarlo il giorno della sua nascita, il 15 agosto. — Il Conselho da Capela, costituito da abitanti della comunità, ha deciso di spostare la data commemorativa al giorno della nascita del suo Patrono dovuto alla profusione di feste juninas e alla tendenza di presentare una forma di paganesimo esacerbato che toglieva alla festa il suo significato. Quest’anno il consiglio ha deciso di rendere omaggio all’immigrazione italiana. La festa avverrà il 14 agosto con molti riferimenti alla cultura dei primi abitanti della colonia — ci fa sapere Nilza.

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il lettore racconta

O pintor e escultor Sidney Roberto Matias

ia destaca a influenc abalho italiana em seu tr a chegada enquanto recorda Brasil de sua família ao voltar e anseia realizar savós. ao país de seus bi pórter m depoimento à re

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Silvia Souza

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maneira como as famílias começam é algo fascinante. Tudo começa da união Divina entre um homem e uma mulher e desta união são gerados seres humanos em extensão. Heranças genéticas, memória preservada e histórias de vidas. Assim aconteceu com a “Família Roberto.” Entre regiões extremas, o destino de mais uma família começava no porto de Gênova. O jovem Filippo Roberto, proveniente do sul da Itália (Calábria) e a jovem menina Anna Tofani, proveniente do norte do país (Milão), ambos embarcaram no mesmo navio rumo à cidade de Santos (Brasil). Além das pouquíssimas bagagens, levavam o sentimento de esperança de uma vida melhor, como assim mencionavam na Itália os cartazes de incentivo à imigração “Venite a construire i vostri sogni com la famiglia”. O Brasil prometia terra fértil, liberdade e autonomia familiar.

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A travessia do Atlântico em velhos navios era dramática. Frio, epidemias, desconforto, saudades e incertezas. Muitos chegavam, outros jaziam no próprio mar, enrolados em lençóis. E foi no meio do oceano que o jovem casal cruzou os olhares ao meio de um raro momento de descontração musical no navio. Filippo estava sem a família e tinha como companheira a “fisarmonica” (sanfona) que entoava melodias de saudades. Foi pela sensibilidade artística, de olhos azuis, tocada por mãos e braços fortes do jovem lavrador que Anna o escolheu como marido. Casados no Brasil, tiveram cinco filhos: Maria, Francisca, Florinda, Olinda e Miguel Roberto. Este se casara com Santina Andretta e tiveram também quatro filhos: Dércia (minha mãe), Cecília, Creusa, Vera e Antonio. Meus bisavós começaram a vida em Jaboticabal e Taquaritinga (SP). Depois meu avô arrumou emprego na estação da Ferrovia Paulista S.A em Campinas e aqui permanecemos até hoje. Tenho muito orgulho de ser ítalo-brasileiro legalmente reconhecido. O resgate da memória dos antepassados e a história de vida de todos eles nos ajudam a valorizar ainda mais a nossa existência. Décadas de lutas, exemplos a seguir nos momentos de dificuldades, lembranças agradáveis e gratidão por existir. Heranças genéticas, físicas, comportamentais e culturais são evidentes em toda a minha família. A forte presença paterna e materna é evidente em nosso meio. A união e a partilha talvez sejam a maior herança deixada pelos nossos ancestrais.

Hábitos muito simples que se repetem como amassar e assar pães juntos, dividindo-os a todos alegremente após estarem prontos. Como artista (pintor, escultor e ilustrador), estou certo das influências e habilidades artísticas provenientes da minha ascendência italiana. Meu bisavô era músico, minha bisavó tinha muitas habilidades manuais (bordados, crochê...) e minha mãe se tornou uma costureira/modista de respeito, tendo pintado várias telas durante minha gestação. A Itália exerce grande influência no Brasil (culinária, moda, tecnologia, arquitetura e artes). Como o exemplo do “Café com Leite” – tenho uma obra com esse título que mostra o casamento de um mulato com uma loira. Meu pai costuma dizer que é o casamento com minha mãe.

Mas mesmo com 25 anos de trajetória artística, premiada e respeitada em várias mostras em museus, galerias e universidades norte americanas, ainda não estive na Itália e nem realizei mostras individuais no país. Este é o meu desejo, apresentar meu l“ avoro artístico”. Quando eu visitar a Itália, pretendo encontrar amigos e parentes. Quero conhecer a Capela Sistina. Curiosamente foi pelas mãos de um italiano que ganhei meu primeiro prêmio. O concurso era o Pinte São Paulo, no Museu de arte de São Paulo (MASP) e a obra foi selecionada por Pietro Maria Bardi. Nesta pintura, denominada “Brasileiros por Adoção”, prestei uma singela homenagem à colônia italiana no Brasil tendo ninguém menos que o meu próprio Nono como figura principal. Sidney Matias – Campinas, SP. Mande sua história com material fotográfico para: redacao@comunitaitaliana.com.br

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vinho

Trabalho de mulher O toque feminino do vinho brasileiro

Nayra Garofle

Divulgação Ibravin

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á foi o tempo em que degustar vinhos e trabalhar com a bebida eram atividades predominantes entre os homens. Atualmente, no Brasil, além de grandes vinícolas administradas por mulheres, o Instituto Brasileiro do Vinho conta com uma donna que trabalha duro para tornar o produto brasileiro mais atrativo no exterior. Há quatro anos como gerente de Promoção Comercial do Instituto Brasileiro do Vinho (com sede em Bento Gonçalves, RS), Andreia Gentilini, de 33 anos, atua como uma verdadeira embaixatriz do vinho brasileiro. A ela cabe cuidar do projeto Wines From Brazil, uma parceria criada em 2002 entre o Ibravin e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil). — O projeto foi criado por seis vinícolas, quando, praticamente, não existia exportação de

Andreia Gentilini, a “embaixatriz” do vinho brasileiro

vinhos brasileiros. De lá para cá, ele foi ganhando corpo. Hoje são 38 vinícolas participando e exportando para cerca de 30 países. As exportações, 2% da produção, ainda são pequenas se comparadas ao potencial do mercado. Em curto prazo acreditamos que, cada vez mais, estaremos amplian-

Espumantes

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ma das vinícolas nacionais mais conhecidas, a Salton, que completa 100 anos em agosto, conta com o trabalho de duas jovens primas, Luciana e Daniela Salton, de 27 e 32 anos, responsáveis pela área de comunicação e marketing da empresa. Luciana atua,

Daniela e Luciana Salton

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principalmente, na região Sudeste além de dar suporte às regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Já Daniela, gerencia o Departamento de Comunicação e Marketing da região Sul, que além de atender a esses mercados, cuida também da parte de eventos internos e dá suporte ao turismo. — Hoje, sabe-se que o Brasil tem vocação para a elaboração de espumantes e cabe a nós, vinícolas brasileiras, mostrarmos que temos capacidade de elaboração para todos os tipos de vinhos — afirma Daniela.

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do nossa participação em mercados exigentes como os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra — afirma Andreia. Formada em Comércio Exterior pela Universidade de Caxias do Sul, Andreia sabia pouco além da apreciação por vinhos até ser chamada pelo Ibravin. A oportunidade surgiu quando ela trabalhava com um consórcio de exportação de móveis e estofados com foco principal nos Estados Unidos. — Não possuía nenhuma experiência em vinhos e foi um dos maiores desafios que enfrentei até hoje. Assumi o projeto com a missão de defender os vinhos brasileiros, ao mesmo tempo em que fiz uma verdadeira imersão no setor com pessoas que foram maravilhosas e me ensinaram muito — conta. Neta de italianos de Vicenza, Andreia fala italiano e seu processo para a obtenção da cidadania está em andamento. A vitivinicultura sempre fez parte de sua vida, já que seu pai até hoje é produtor de uvas. O mesmo vale para a apreciação do vinho italiano, já que a bebida faz parte da cultura da família. Agora, Andreia espera alcançar para os vinhos brasileiros, os mesmos patamares de reconhecimento internacional dos vinhos italianos. — Só temos preconceitos por aquilo que não conhecemos. Portanto, à medida que os consumidores passam a conhecer os nossos vinhos, descobrem que somos tão bons como tantos outros produtores internacionais — afirma, revelando que o vinho brasileiro já conquistou mais de duas mil me-

dalhas nos principais concursos internacionais nos últimos 10 anos. Segundo Andreia, o maior desafio encontrado no exterior quando se trata de vinho brasileiro é transformar a curiosidade dos apreciadores em uma experiência positiva da bebida nacional para que eles se tornem consumidores de nossos vinhos. — Estamos em um processo de construção de imagem porque o vinho brasileiro ainda é desconhecido de muitos consumidores — informa. Para ela, o “o mundo” dos vinhos deixou de ter a presença predominante dos homens há muito tempo. Apesar disso, ela se diz orgulhosa por representar as mulheres na área.


Ensinando a saborear

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om apenas 22 anos, Gabriela Jornada é formada em Enologia e já ensina sobre o mundo dos vinhos. Quando começou a fazer o curso técnico, numa das muitas visitas feitas às vinícolas de Bento Gonçalves, foi convidada por Antônio Miolo, um dos proprietários da vinícola que leva o sobrenome da família, para fazer uma experiência na empresa e está lá desde 2002. Gabriela atua como Relações Públicas das nove empresas da Miolo Wine Group, além da Escola do Vinho com todos os seus projetos - entre eles os cursos de degustação e de sommelier internacional. Porém, antes disso, quando chegou na Miolo, ela fez visitas guiadas, análises laboratoriais, televendas e trabalho braçal na cantina, onde o vinho é feito. Tornou-se a primeira enóloga da empresa, invadindo uma área até então 100% masculina. Estar entre os homens no mercado de vinhos não é, portanto, um problema para a gerente de promoções. Na verdade, o que vem tirando o sono dela, neste momento, são outros desafios. — Meu trabalho consiste em coordenar ações e mobilizar as vinícolas de modo que consigamos, a médio e longo prazo, criar a categoria dos vinhos brasileiros nos oito mercados prioritários do projeto: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Suécia, Holanda, Polonia e Hong Kong.

Além de ser responsável pelo relacionamento com os clientes da Miolo, Gabriela dá aulas no curso de sommelier do SENAC e ainda divide seu tempo com o mestrado na Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), com sede em Paris. Viagens de estudo a vinícolas da França e Itália fazem parte de sua agenda. É assim que ela busca inspiração para projetos da Miolo.

Recentemente, os vinhos brasileiros de seis vinícolas – Aurora, Casa Valduga, Panceri, Piagentini, Pizzato e Salton foram escalados para participar da Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul. Pouco antes do jogo entre Brasil e Costa do Marfim, em junho, uma degustação foi realizada na Casa Brasil, em Joanesburgo. A escalação dos espumantes verde-amarelos foi feita pelo projeto Wines From Brazil. O evento ocorreu no espaço do governo federal onde foi realizado o “Brazil Sensational Experience” (“Brasil,

uma experiência sensacional”) que reuniu vários setores da economia nacional para 200 convidados. Segundo Andréia, o evento foi uma “ótima oportunidade” para a exibição dos vinhos brasileiros no mercado sul-africano. Atualmente, os mercados que mais importam vinhos finos do Brasil são os Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Japão e Portugal. Dez estados brasileiros elaboram vinhos, mas 90% da produção nacional estão no Rio Grande do Sul, estado que concentra o maior número de vinícolas.

Itália em casa

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contato com os vinhedos começou ainda na infância para Roberta Boscato, de 34 anos. Hoje, ela trabalha na vinícola que leva o sobrenome da família e produz 400 mil litros por ano, além de exportar para a Alemanha e Austrália. Formada em Engenharia Agrônoma, ela é mestre em biotecnologia, com ênfase em controle biológico em viticultura. Bisneta de italianos do Vêneto, para Roberta, na Itália, como em qualquer lugar do mundo, o vinho depende da qualidade de sua produção. O contato com a cultura italiana está presente na vida de Rober-

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ta dentro da vinícola e dentro de casa. Todas as harmonizações dos vinhos Boscato são feitas com pratos italianos - o chef de cozinha é italiano. Além disso, a maioria das máquinas utilizadas na vinícola são italianas. — Meus mestres em viticultura são italianos. Meus vinhos preferidos além dos brasileiros são italianos. A vinícola é sede de curso para aulas práticas de viticultura de uma escola italiana de sommelier aqui no Brasil, a FISAR – UCS.

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gastronomia

Sabores africanos Restaurante italiano em Gênova faz sucesso com pratos do cotidiano da África do Sul

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Guilherme Aquino

Correspondente • Milão As iguarias são familiares às donas-de-casa sul-africanas. A cultura de lá prevê alguns rituais que, quase sempre, são respeitados à risca. Um deles é o churrasco, o chamado braai, geralmente feito aos domingos, nos jardins das casas privadas dos afrincâders (os descendentes holandeses). De uma maneira geral, uma refeição começa a ser preparada dias antes, com a cuidadosa escolha dos ingredientes nos mercados e o tempo longo de preparação de alguns pratos. Um deles é o “kudu”, animal da família do antílope, além do próprio, entre avestruzes, peixes e lagostas. Tudo vem acompanhado de arroz com pepino, salada de batata e “chakalaka” que tem origem indiana e se compõe numa espécie de cozido com alho, cebola, gengibre, pimenta, cenoura e curry. O apetite abre mesmo diante do boerewors. Ele é a grande

Fotos: Guilherme Aquino

horizonte, visto do cais do porto da cidade de Gênova, na riviera italiana, se perde na direção da África. Em época de Copa do Mundo, vale tudo para se aproximar mais do continente africano, onde acontece o evento. Para ficar bem perto de lá, basta “embarcar” no restaurante I Tre Merli, debruçado sobre a praça principal do velho cais, reformado em 1992 pelo arquiteto Renzo Piano. A casa juntou-se com a embaixada da África do Sul e o resultado foi a inclusão no cardápio de pratos do continente negro. A culinária genovesa e a gastronomia sul-africana trouxeram para a mesa uma combinação de dar água na boca. O sucesso foi tão grande que mesmo após a competição as iguarias exóticas vão continuar no cardápio. E neste encontro do mar Mediterrâneo com os dois oceanos, Índico de um lado e o Atlântico do outro, todos saem ganhando, independente de quem venceu a copa da Fifa.

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(Tom Graf), brancos como Chenin Blanc 2006 (Avondrust), Sauvignon Blanc 2009 (Flor du Cap) e os tintos Bonne Nouvelle 2003 e Remhoogte, safra 2005. A mistura de culturas e o respeito às origens está no DNA do restaurante que, plantado no cais do porto, representa uma volta para as raízes. Em 1985, Paolo Secondo, o primogênito visionário, topou o desafio de abrir um restaurante italiano, genuíno, em Nova Iorque. Ele era nada mais do que uma semente do primeiro I Tre Merli, uma típica trattoria do Piemonte, encravada no coração de Gênova. O I Tre Merli, made in USA, foi um sucesso no mercado americano que deu outros “filhotes”, lá primeiro, e cá depois. A fórmula do sucesso continua e hoje o grupo italiano I Tre Merli presta consultoria no ramo dos restaurantes. Valorizar a tradição, modernizar as propostas e inovar o sistema de gestão são os ingredientes que formam o tripé desta excelência italiana. A atenção pela qualidade, o cuidado com a imagem e com o design ajudaram a manter os restaurantes de Nova Iorque e da Liguria Todos os ingredientes usados no no topo da onda. restaurante são da África do Sul A brasileira e empresápa do Mundo de 2010. Os bran- ria no ramo dos biquinis, desde cos e tintos são servidos sob o 1980 na Itália, Carmen Silveira, olhar alegre de Zakumi (Za, que experimentou a gastronomia ítasignifica “África do Sul” e Kumi, lo-africana e gostou: — Os pratos são muito sa“10”), o mascote da competição. As principais sugestões da casa borosos, alguns picantes. Dá pasão os espumantes do tipo Pi- ra notar que os ingredientes são not Bianco & Chardonay, 50&50 de primeiríssima — comenta ela, entre uma garfada e outra.

pedida. Esta linguiça bem aromatizada vem temperada com especiarias e fica marinando por doze horas. Pimenta escura, mel, gengibre, curry em pó, limão e alguns bons minutos sobre a brasa quente garantem um prato com sabor irresistível. A lagosta grelhada também faz um grande sucesso quando chega acompanhada da tradicional “pasta”. Carnes de caça, frutos do mar e os peixes (a costa sul-africana é uma das regiões mais ricas de pescado) entram na ordem do dia do chef. Marco Secondo, um dos proprietários da casa informa ter trazido todos os ingredientes da África do Sul: — Para nós é um prazer poder divulgar esta gastronomia. Em harmonia com os pratos, vinhos do país anfitrião da Co-


Sapori d’Italia Tatiana Buff

Fotos: Claudio Cammarota

Verdadeira esperança Há 52 anos, o sul da Itália encanta a vida paulistana

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ão Paulo - Se ainda há um ponto de encontro entre as classes artística e política em São Paulo, seu nome é Speranza. Desde 1958, no Bixiga e, a partir de 1979, também em Moema, a casa não abre as portas sem que filas de espera se formem para degustar o vero sugo napoletano. A cantina e pizzaria chega a ser uma espécie de ponto turístico da capital paulista, principalmente no antigo bairro central italiano, de onde saiu a primeira pizza Margherita da metrópole, há 52 anos. Além das apetitosas razões gastronômicas, os clientes sabem que podem encontrar “casualmente” – talvez não nas filas –, em qualquer das duas casas, celebridades da tv, teatro, cinema e do mundo político. Esse ritual se originou da iniciativa da famiglia Tarallo no final dos anos 50. Francesco e Speranza Tarallo, acompanhados dos filhos Antonio e Giovanni, saíram de Pontecagnano Faiano, paesino da província de Salerno, para a vizinha Napoli, na região da Campania. Do porto italiano para o de Santos, em 1957, percorreram uma longa e arriscada travessia durante o pós-guerra. No Brasil, decidiram fazer bem o que conheciam melhor: la vera pizza e il vero pane napoletano. Determinação assumida com tal afinco pelos Tarallo que se transformou em legado. A casa, hoje, é tocada por quatro irmãos, filhos de Antonio com a brasileira Cyrene Pereira: Paola, Monica, Marcella e Francesco. — Meu avô e minha avó cozinhavam muito bem. Nossa família trabalhava com pasticceria e quando chegaram aqui perceberam que não havia uma pizzaria típica napolitana. Daí veio a ideia de introduzir o pão de linguiça Tórtano, a Pastiera di Grano, a Margherita e o Calzone – conta Paola Tarallo. A cantina – de variado cardápio de antepastos, massas e carnes – conquistou em abril o selo de autenticidade STG (Specialità Tradizionale Garantita) pela Associazione Verace Pizza Napoletana. É a primeira casa da América Latina a obter a denominação. Segundo Paola, a Speranza não vende só pizza e pasta italiana, mas oferece, também, “um pouco da cultura do sul da Itália” em São Paulo. A receita para o sucesso do empreendimento, segundo ela, foi transmitida pelo pai, Antonio Tarallo: — Nós, irmãos, nos mantemos juntos pelo sentido de união da família para seguirmos trabalhando em harmonia. É o que nosso pai nos ensinou, e é nossa maior herança. Na unidade de Moema, há o Speranza Gastronomia, um misto de loja e bistrô, onde o cliente prova delícias como a insalata de frutos-do-mar ao Maltagliati al Pomodoro (o preferido da apresentadora de TV Adriane Galisteu), ou sobremesas artesanais. São muitas as celebridades que se rendem ao profumo da cozinha ensinada por Dona Speranza (falecida em 1990). A atriz Irene Ravache, o empresário Roberto Justus e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são alguns deles.

Maltagliati al Pomodoro Ingredientes da massa: 300 gr de farinha de trigo; 120 ml de água de cozimento de espinafre (para deixar a massa ainda mais verde, bata a água com um pouco do próprio espinafre nela cozido); 1 ovo; Sal a gosto. Modo de fazer: Amasse tudo muito bem até ficar uma mistura homogênea e consistente. Abra a massa com um rolo, esticando-a muito bem para que fique bem lisa e com textura uniforme. Cortea em fatias de aproximadamente 5 cm de largura por 15 cm a 20 cm de comprimento. Cozinhe as tiras de massa em água abundante com sal e óleo. Escorra e solte as tiras no prato, jogando em seguida o molho por cima. Ingredientes do molho: 200 gr de tomate pelado italiano; 30 ml de azeite extra-virgem; 2 dentes de alho descascados e machucados; Sal e pimenta a gosto; folhas de manjericão e parmesão a gosto para finalizar o prato. Modo de fazer: Frite o alho no azeite sem deixar dourar. Acrescente o tomate pelado em pedaços, o sal e a pimenta, num cozimento rápido - tempo suficiente apenas para que os ingredientes se incorporem. Sirva sobre a massa já colocada no prato.

Serviço: Speranza Moema - Av. Sabiá, 786 - São Paulo, (11) 5051-1229; Speranza Bixiga - Rua 13 de Maio, 1004 - São Paulo, (11) 3288-8502

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La gente,

il posto Claudia Monteiro de Castro

O maritozzo

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as pasticcerias romanas, um dos doces mais concorridos e típicos é o maritozzo. É um pãozinho de leite recheado com panna, ou seja, chantilly fresquinho. O nome deriva da raiz marito, marido. Segundo uma teoria, eram comprados pelos maridos no período da quaresma para dar às suas esposas. Segundo outras fontes, eram servidos nos maritaggi, ou seja, casamentos. Os romanos comem o tal maritozzo principalmente no café da manhã. Já para alguns notívagos, o melhor horário é lá para uma ou duas da manhã, depois de uma bela noitada, quando dá aquela fominha. É possivel encontrar o maritozzo em várias pasticcerias, em qualquer época do ano, mas a mais famosa pelo doce é a Er maritozzaro, perto da estação de trem de Trastevere. Serviço: Er Maritozzaro Via Ettore Rolli 50. Aberto dalle 22h30/18h da segunda a sábado. Domingo até 13h.

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S.O.S. Crème Brûlée

oma é uma maravilha. Sua história, seus monumentos espetaculares, o clima agradável, os inúmeros parques, seus alegres habitantes. Mas como toda cidade, tem sempre um defeitozinho. O defeito em questão é a parte gastronômica. Não que em Roma não se encontrem restaurantes ótimos. Porém são ótimos para comida italiana. Quem gosta de variar, como eu, e de vez em quando saborear uma cozinha brasileira, ou grega, ou árabe, fica complicado. Deixa realmente a desejar. Nos últimos anos, até que a cozinha de outros países começou a ganhar terreno. Mas sempre de modo limitado. Em Roma, existe um ou dois restaurantes brasileiros, três gregos, e por incrível que pareça somente um francês. Para mim, que tenho o coração no Brasil e um pezinho na Franca, é de desesperar. Viajo uma vez por ano a Paris e pareço uma criança numa loja de pirulitos: como tudo o que tenho direito, feito louca: sanduíche croque monsieur, fois gras, crepes mil. Quanto aos doces, literalmente vou ao ataque: macaron, tarte tatin, e ... minha amada e preferida sobremesa, crème brûlée - que em Roma é praticamente impossível de encontrar. Para quem não conhece, o crème brûlée é uma espécie de sobremesa cremosa, feita com creme de leite, ovos, açúcar e baunilha, servida numa cumbuquinha. Na superfície tem uma crosta de açúcar queimado fininha, que tem que passar no teste da colher, rompendo-se com delicadeza. Em Roma, alguns restaurante até têm, no menu, a sobremesa. Porém, ao vivo e a cores, o que eles trazem à mesa é um pudim muito sem vergonha, milhas distante da delicada sobremesa francesa. Só um lugar da capital sabe fazer direito: o único restaurante francês da cidade. Então, recentemente, no dia no meu aniversário, meu namorado reservou uma mesa no francês com uma semana de antecedência, visto que eu estava verde de fome e de

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desejo pela minha adorada sobremesa. Chegamos no horário marcado. O restaurante estava lotado. Nos acomodaram em uma mesinha bem apertada num cantinho, mas quem se importa? O importante é comemorar! Já no início do jantar, pergunto ao proprietário, para garantir, afinal o lugar está cheio: “Preciso reservar o crème brûlée para sobremesa?” Ele responde: “Imagina! Tem para todo mundo.” Uma hora e quinze depois, já esfomeados, chega a entrada, um gostoso soufflé de queijo (outra de minhas paixões). Estávamos já perdendo a paciência, mas o importante é tentar ser zen, não ficar de mau humor somente porque a entrada demorou tanto. Há uns tempos, venho me exercitando para ficar mais calminha e não me irritar facilmente com bobagens. Mais tarde, vem o prato principal, o fondue de carne e saboreamos cada garfada nos diversos molhos à disposição. O jantar estava bom. Mas durante todo o tempo, uma parte do meu coração, do meu cérebro e das minhas papilas gustativas, aguardavam com ansiedade a tão almejada sobremesa que não comia há 9 meses, o gran finale do meu aniversário. Enfim, o garçom veio perguntar o que gostaríamos como sobremesa. Eu já fui atropelando e disse: “Ora, um crème brûlée!” Ele se retirou e depois de alguns minutos retornou, dizendo que tinha acabado. Meu sangue começou a esquentar, comecei a ficar nervosinha e colocar as manguinhas de fora. Uma hora e meia para comer a entrada, a mesinha apertada, tudo dá pra agüentar... Mas ficar sem crème brûlée, não! Ainda mais tendo avisado. Disse ao garçom que estava muito chateada. Afinal, era meu aniversario e que era realmente uma desfeita. Porém, o mau humor durou pouco. Meu namorado não tinha nada a ver com o peixe. Ressuscitei o bom humor, fiz mais um brinde e acabei pedindo um tarte tatin, outra sobremesa de que gosto. Que não chegou aos pés daquela servida na França, mas afinal, nem tudo na vida é perfeito...




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