Cinema Tudo que rolou no Festival de Veneza
Tecnologia Aplicativos para sair da crise
MIB É dado o pontapé inicial ao projeto
www.comunitaitaliana.com
Rio de Janeiro, outubro de 2011
Ano XVIII – Nº 159
ISSN 1676-3220
R 7,00 R$ 11,90
Pedala
Na contramão do trânsito caótico e da poluição, as bicicletas são um meio alternativo econômico e salutar. Conheça a expertise italiana que se torna tendência
Fórum em Roma discute nova posição internacional do Brasil
O u t u bro de 2011
Ano XVIII
Nº159
Nossos colunistas 07 | Cose Nostre Câmaras de comércio italianas de vários países se reúnem em Nápoles neste mês para discutir o turismo
10 | Fabio Porta I Paesi del Bric si apprestano a soccorrere le economie di un’Europa in crisi
11 | Ezio Maranesi
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La cravatta, um accessorio che i politici denovo usare com precauzione
Mostra C25-Options of Luxury: the Exhibition, em Milão, aborda popularização do luxo e proporciona uma experiência interessante para os visitantes a partir de uma imensidão de objetos de desejo da modernidade
44 | Guilherme Aquino Um em cada cinco empresários paga “pedágio” em licitações públicas para a máfia de Milão
CAPA
Entrevista
32 | Moda eco-sustentável
28 | Diplomata Mario
50 | Giordano Iapalucci Fino al 30
Panaro assume o Consulado Geral no Rio de Janeiro e propõe melhorias nos serviços consulares
ottobre presso la Galleria degli Uffizi di Firenze si terrà la mostra dal titolo Vasari, gli Uffizi e il Duca
Tendência mundial, as bicicletas elétricas representam um meio alternativo de locomoção e utilizam energia limpa
Tecnologia 24 | Inovação Evento de Start Up acontece em Roma e reúne criadores e investidores que apostam no ramo dos aplicativos que facilitam a vida dos internautas
Exposição 45 | Sensualidade O renomado fotógrafo peruano Mario Testino expõe fotos de famosas vestidas ou nuas em poses sensuais Cinema
Cinema
40 | Festival de Veneza O longa italiano
55 | Andrea Ciprandi Ratto
Terraferma gera polêmica ao abordar a imigração ilegal
L’inaugurazione del nuovo stadio della Juventus sembra aver dato il via all’era della modernità
Atualidade 14 | Italianidade brasileira Historiador Amado Cervo lança livro sobre a influência italiana na cultura brasileira
Negócios
58 | Claudia Monteiro De Castro A longevidade das sogras italianas e a intromissão na vida das noras
Comunidade
26 | Mês do Macarrão Evento da
43 | A bela de Veneza Atriz Mônica
46 | MIB Iveco patrocina
ABIMA celebra mês do macarrão e desvenda segredo da massa caseira
Bellucci fala sobre sua carreira em entrevista exclusiva
meios de transporte no projeto Conheça a Itália sem sair de São Paulo
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www.telespazio.net.br
Editorial
Expediente
Fundada
Momento certo
Q
ue o produto interno bruto brasileiro superou o da Itália no ano passado não é novidade pra ninguém. Mas, acostumado a crises agudas que amargaram várias gerações, o Brasil passou a ser o parceiro ideal para tirar a bota do buraco. A constatação foi amplamente discutida, do dia 5 a 11 de outubro, entre o vértice da Farnesina e do Ministério do Desenvolvimento Econômico, com a participação de 150 Ceo’s de importantes empresas verde amarelas durante a quinta Conferência Itália-América Latina e o meeting internacional entre a Associação de Lideres Empresariais, capitaneada por João Dória, e a Confindustria. Nós, que vivemos neste país, sabemos o quanto os gostos de italianos e brasileiros são parecidos. Da gastronomia ao futebol, do entretenimento à moda, razões históricas criaram vínculos que vão além das simples declarações diplomáticas de amizade. Por isso o made in Italy por aqui tem altíssimo consumo mesmo com a escassa promoção realizada ao longo dos anos. A sétima economia mundial crescerá ainda mais. O poder de compra da população aumenta em escala proporcional e além do varejo, o que chama atenção são os números dos gastos que o governo federal deverá desembolsar até as Olimpíadas de 2016: R$ 60 bilhões para os eventos esportivos e mais R$ 1,5 bilhão para investimentos em infra-estrutura. A Itália tem grandes empresas de grande capacidade tecnológica para soluções viáveis que vão de encontro às necessidades brasileiras. É hora de reforçar a partnership de maneira concreta entre os dois países e o ambiente está fértil. Mas é importante lembrar que este eldorado favorece o crescimento das empresas nacionais. Vide a recente medida Pietro Petraglia de aumento de tarifas para os veículos importados. PortanEditor to, existe uma complexa taxação de produtos que desembarcam por aqui e se as empresas italianas querem realmente fazer negócios com os 200 milhões de potenciais consumidores devem se abrasileirar para ter sucesso. O investimento deve ser produtivo e atender aos interesses locais. Neste dia 15 de outubro, foi dada a largada para uma programação de eventos que deve ressaltar a arte e as excelências italianas por aqui. O projeto batizado pelo embaixador Gherardo La Francesca de Momento Itália Brasil chega em boa hora e deve servir para mostrar a complementariedade entre os dois países. Nós preparamos um especial com a agenda e os principais destaques do MIB para que nossos leitores possam participar deste percurso sem perder este encontro destas duas grandes nações. E pra quem quiser ir de bicicleta, nossa capa traz o que é tendência na Europa. A matéria mostra como a bicicleta elétrica se torna uma realidade para diminuir a poluição e o tráfego das cidades e as soluções encontradas na Itália para que o veículo seja difundido entre a população e adotado também pelo poder público. Boa leitura!
em
março
de
1994
Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) Diretor: Julio Cezar Vanni Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 40.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 13/10/2011 às 8:30h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói, Centro, RJ CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555 e-mail: redacao@comunitaitaliana.com.br Redação: Guilherme Aquino; Leandro Demori; Cíntia Salomão Castro; Nathielle Hó Vanessa Corrêa da Silva; Stefania Pelusi REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho arte@comunitaitaliana.com.br Capa: Divulgação Frisbee Colaboradores: Pietro Polizzo; Venceslao Soligo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Fernanda Maranesi; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Paride Vallarelli; Aline Buaes; Franco Gaggiato; Walter Fanganiello Maierovitch; Gianfranco Coppola CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão); Leandro Demori (Roma); Janaína Cesar (Treviso); Lisomar Silva (Roma); Quintino Di Vona (Salerno); Robson Bertolino (São Paulo); Stefania Pelusi (Brasília); Vanessa Corrêa da Silva (São Paulo); Gianfranco Coppola (Nápoles) Publicidade: Osvaldo Requião Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-2555 Cel: (21) 9483-2399 orequiao@comunitaitaliana.com.br RepresentanteS: Espírito Santo - Dídimo Effgen Tel: (27) 3229-1986; 3062-1953; 8846-4493 didimo.effgen@uol.com.br Brasília - ZMC Representações Zélia Corrêa Tel: (61) 9986-2467 / (61) 3349-5061 e-mail:zeliacorrea@gmail.com Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing Geraldo Cocolo Jr. Tel: (31) 3317-7704 / (31) 9978-7636 gcocolo@terra.com.br ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220
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cosenostre Julio Vanni
Câmaras reunidas 20ª edição da Convenção Mundial das Câ-
Paes convida Renzi s termos do acordo de amizade entre as cidades de Rio de Ja-
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maras de Comércio Italianas no Exterior vai reunir, em Nápoles, de 22 a 26 de outubro, delegações de vários países, como Brasil, Turquia, Argentina, China, França, Alemanha, Austrália e Grécia. Eles vão discutir o tema Turismo, uma oportunidade de desenvolvimento para crescer juntos. O evento tem como objetivo incentivar a colaboração para ações conjuntas visando uma melhor coordenação das iniciativas comerciais pelo mundo. A Convenção é realizada pela Assocamerestero.
neiro e Florença serão assinados durante a 39ª Feira da ABAV, que acontece este mês, no Rio. A missão técnica/jurídica aconteceu em julho na cidade italiana e a assinatura do acordo está prevista para acontecer no fim de novembro. Em carta enviada no dia 19 de setembro ao sindaco de Florença, Matteo Renzi, o prefeito Eduardo Paes o convida oficialmente para uma visita ao Rio, onde acontecerá a assinatura oficial do Acordo de Irmanação. Renzi afirma que a consolidação das relações entre Florença e Rio possa favorecer as relações econômicas dos territórios, e que a cidade torne-se a principal referência do Brasil para arte, cultura, música, turismo e negócios.
Novo jato naEmbraer frota entregou o primei-
As ilhas mais caras famosa ilha de Capri,
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ro jato E190 para a Alitalia, durante cerimônia em São José dos Campos, no fim de setembro. A aeronave faz parte da encomenda da companhia italiana, anunciada em março de 2011 de 20 jatos da Embraer, e será operada por meio de um acordo de leasing com a norteamericana Air Lease Corporation. “A entrega do E190 para a Alitalia é uma forte demonstração de que esta aeronave é o modelo preferido neste segmento”, afirmou o vice-presidente executivo da Embraer Paulo César de Souza e Silva. Com 100 assentos, será utilizada em rotas domésticas e europeias nos aeroportos Fiumicino (Roma), Linate e Malpensa (ambos em Milão), Turim, Veneza, Nápoles e Catânia.
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“P
odes-se fazer muito mais”. Este é o apelo lançado pela presidente da Confederação das Indústrias Italianas (Confindustria), Emma Marcegaglia, sobre as relações Brasil-Itália, em Roma, em um auditório repleto de grandes empresários e autoridades dos dois países, durante o Forum Economico Italia Brasile, no início de outubro. “Desde 2006, o intercâmbio cresceu mais de 30% e as exportações, 70%. Porém, achamos que podemos fazer muito mais. Confindustria tem a vontade concreta de trabalhar com o Brasil, país que admiramos muito e do qual nos sentimos culturalmente muito próximos”, conclui a industrial.
A crise e o turismo esmo com a crise financeira mundial,
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os estrangeiros deixam cada vez mais dinheiro no Brasil: de janeiro a agosto deste ano, o Ministério do Turismo registrou a entrada de US$ 4,4 bilhões em divisas turísticas no país – um crescimento de 15,6% em relação a 2010. Enquanto isso, após registrar recorde em agosto, os gastos dos brasileiros no exterior começaram a recuar em setembro, segundo números do Banco Central. Devido à alta do dólar, as despesas ficaram mais altas em relação aos meses anteriores, quando o dólar estava mais baixo. Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a alta do dólar poderá fortalecer o turismo interno e aumentar a entrada de divisas através de turistas estrangeiros.
Lentes no Brasil líder na produção de óculos Luxottica,
A
fundada por Leonardo Del Vecchio — que começou como aprendiz em uma bottega de medalhas e hoje é o segundo homem mais rico da Itália — anuncia, no ano de seu cinquentenário, que investirá no mercado brasileiro. O objetivo é conquistar os consumidores de países emergentes, como México, Turquia e Índia, explica o administrador Andrea Guerra. “Para um grupo como o nosso, com mercado em todo o mundo, não há crise. No primeiro semestre de 2011, registramos um aumento de 11% no faturamento”. A primeira loja Sunglass Hut, do Sul do Brasil, foi inaugurada em Curitiba no mês passado, e recebe modelos exclusivos de marcas como Ray-Ban, Prada, Oakley, Vogue e Dolce&Gabbana.
apesar da queda de preços de 18% registrada este ano em comparação a 2010, continua sendo o balneário mais caro da Itália. O custo de uma noite em um quarto gira em torno de 203 euros, diz um estudo do portal Hotels. com. Atrás de Capri no ranking do turismo italiano caro, estão Taormina (140 euros a noite) e Viareggio (138 euros a diária).
Mais voos pós retomar os voos diretos
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entre Rio e Roma, em junho, a Alitalia aumentará o número de saídas semanais para cinco no total. A partir de novembro, serão cinco saídas em A330, às 16h45 (exceto segunda e quinta). Os voos de volta deixam Roma às 23h30 (menos domingo e quarta). Enquanto isso, a TAM anuncia que o lançamento de uma nova rota para Roma é uma “possibilidade concreta”, conforme diz o gerente geral da companhia João Murias. “O assunto está em aberto, ainda que não haja nada de concreto no momento. Para poder falar de uma nova abertura para Roma, nossa frota deve aumentar”, explica Murias, acrescentando que a procura pelos voos de Milão é alta e que o turismo de negócios cresce, assim como o número de turistas brasileiros que visitam a Itália.
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Opinião enquetes
frases
“Não existe um povo padano. Pode-se protestar em um prado, mas não se pode mudar o curso da história”,
Berlusconi: Não faço nada que possa ser considerado como um delito. Concorda?
o presidente italiano Giorgio Napolitano ao se manifestar contra o movimento separatista liderado por políticos do Norte da Itália, durante palestra na universidade de Nápoles, em 30 de setembro
Sim - 50%
“Berlusconi não pode seguir nem um minuto a mais em um papel público que traiu de forma indecente”,
Não - 50% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 04/09/11 a 09/09/11.
A chanceler alemã Merkel é a mulher mais poderosa do mundo, segundo a Forbes. Você concorda?
Sim - 100% Não - 0% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 10/09/11 a 15/09/11.
Dilma: Brasil está mais forte do que em 2009 para enfrentar crise que assola Europa. Concorda?
Sim - 75% Não - 25% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 16/09/11 a 22/09/11.
no celular
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“Este é um país em que, se um tóxico dependente decide ter um filho, pode fazê-lo, enquanto uma pessoa como eu e com a minha história, quando decide adotar uma criança, não pode”,
Píer Luigi Bersani, líder do partido democrata pede renúncia de Berlusconi devido aos escândalos que envolvem o primeiro-ministro
a atriz Sabrina Ferilli, declaradamente solteira, em entrevista à revista Chi
“Milão é o trabalho, o rigor, a técnica, a lógica. Roma é a paixão, o calor, a Dolce Vita. Pode-se dizer que Milão é o marido e Roma, o amante”,
“Não creio que Ratzinger seja um grande filósofo, nem um grande teólogo, ainda que em geral seja apresentado como tal”, Umberto Eco, escritor, em entrevista ao jornal alemão Berliner Zeitung, dois dias antes da viagem do papa à Alemanha, no final de setembro
a top model Naomi Campbell, em entrevista ao Corriere della Sera, ao responder à pergunta Milão ou Roma?
“Quem critica Berlusconi e sua especial atitude em relação ao belo sexo, na verdade quer atacá-lo por inveja. Ele sempre foi um estadista responsável em todos os sentidos do termo”, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, comenta os escândalos sexuais em que está envolvido Silvio Berlusconi
“A chanceler alemã, Angela Merkel, é uma gorda insuportável, ninguém iria gostar de ter relações sexuais com ela”, Silvio Berlusconi, durante uma ligação telefônica com Valter Lavitola, editor do jornal Avanti
cartas
“A
chei a matéria sobre os vistos muito interessante. Compartilho da idéia do italiano Magaldi: acho que o caso Cesare Battisti abalou as relações diplomáticas entre Itália e Brasil. Os italianos como um todo, não devem ser punidos por causa de atitudes governamentais. Telmo Lopes, Rio de Janeiro – RJ – por e-mail
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“G
ostei muito da iniciativa do Arquivo Nacional em disponibilizar um acervo on line sobre imigração italiana. Ter acesso de forma democrática e gratuita a um banco de dados que fornece a árvore genealógica da pessoa é de grande ajuda. Tamires Pereira, São Paulo – RJ – por e-mail
Serviço agenda Mostra “Modigliani: Imagens de uma vida” Os capixabas vão poder conferir de perto, no período de 18 de outubro até 18 de dezembro, no Palácio Anchieta, sede do governo estadual, a inédi-
ta exposição das obras de um dos maiores artistas italianos – Amedeo Modigliani. Seu estilo expressionista faz parte de um momento em que a arte pictórica e escultural lutava para conquistar seu espaço, seus valores e sua estética. End: Praça João Clímaco, s/n - Cidade Alta – Centro Vitória - Espírito Santo. Tel: (27) 3636.1032.
XIII FIMAI A Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade acontece nos dias 8, 9 e 10 de novembro de 2011, no pavilhão azul do Expo Center Norte, em São Paulo. A feira que está na sua 13ª edição abrange todas as novidades e serviços em tecnologia ambiental e é uma ótima oportunidade de fa-
zer negócios e expandir a rede de relacionamentos comerciais. Para mais informações acesse: www.fimai.com.br. Mostra “Giorgio Vasari e a invenção do artista moderno” A Mostra Giorgio Vasari e a invenção do artista moderno,
que teve início em 26 de setembro, perdura até 26 de novembro no salão de eventos da Biblioteca Nacional, e homenageia o artista Giorgio Vasari,
considerado o pai da História da Arte. O objetivo da exposição é transmitir a essência do pensamento renascentista reunindo gravuras e ilustrações de mais de 80 livros publicados, entre os séculos XIV e XVIII, que foram influenciados pelos escritos de Vasari. Para mais informações acesse: www.bn.br. Exposição Viagens Italianas ao Brasil A exposição Viagens Italianas ao Brasil - Da Idade Média aos nossos dias estréia no dia 19 de outubro, permanecendo em cartaz até fevereiro de 2012. A exposição conta com cerca de 400
naestante
imagens do expressivo acervo do Arquivo Nacional. Este projeto tem a parceria da Unesco, do Arquivo do Estado de Roma, do Instituto Italiano de Cultura e da Embaixada da Itália no Brasil. Para mais informações: www.arquivonacional.gov.br. V Bienal Internacional do Livro de Alagoas A 5ª Bienal de Alagoas, que acontece no período de 21 a 30 de outubro de 2011, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá, homenageará a Itália e vai contar com grandes nomes da literatura italiana. Seguindo os princípios de Leitura para Todos, terá, em sua agenda cultural, oficinas de literatura inclusiva nas mais diversas modalidades: braille, libras e oficinas voltadas para portadores de deficiências intelectuais e múltiplas. Para mais informações acesse: www.edufal.com.br
clickdoleitor
História do Trabalho e Histórias da Imigração: Trabalhadores Italianos e Sindicatos no Brasil (Séculos XIX e XX) Pesquisadores do Brasil e da Itália analisam, sob diferentes pontos de vista, a riqueza e a profundidade das relações existentes entre a história do trabalho e a história da imigração. Importantes questões estão presentes, como as relações entre etnicidade e identidade de classe, como o fascismo e o movimento antifascista, a contribuição dada pelo sindicalismo revolucionário, as operações e estratégias de controle social e repressão, bem como as redes sociais e familiares que funcionavam como propulsoras da migração. Edusp, 328 páginas, R$ 55,00.
Arquivo pessoal
Gramsci e os Movimentos Populares Em 2011, Antonio Gramsci completa 120 anos de nascimento. E para celebrar a data, é lançada esta obra que reúne as análises, experiências, ideias e propostas de professores universitários de vários países. O livro discute a teoria gramsciana, aponta para novas pesquisas, abre o debate sobre as contradições do nosso tempo, ressalta as debilidades a serem superadas nos movimentos populares e oferece inspirações para trilhar caminhos de inovadoras práticas político-pedagógicas. Eduff, R$ 35,00.
“M
inha mãe vive na Itália há anos e eu fui resistente em morar com ela. Mas, ao visitar o país, me encantei com as belas paisagens e o povo acolhedor. Moro em Verona, mas uma das mais belas imagens que tenho da Itália é de um passeio que fiz à Veneza – cidade com clima romântico e inspirador. Rany Gama São Gonçalo, RJ — por e-mail
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opinione FabioPor ta
Il mondo alla rovescia I Paesi del Bric si apprestano a soccorrere le economie di un’Europa in crisi
Oggi, quella generazione di emigranti esprime il meglio della classe dirigente brasiliana: politici, imprenditori, sindacalisti e intellettuali. Oggi è Guido Mantega, nato a Genova il 7 aprile del 1949, a parlare a nome dei “cavalieri bianchi” che ci possono salvare da una crisi che potrebbe avere effetti devastanti sul futuro del pianeta. Un paradosso. Un “mondo alla rovescia” che dobbiamo comprendere, anzi conoscere, per saperne cogliere le enormi
lla fine è successo quello che fino a qualche anno fa sarebbe apparso a tutti difficile da immaginare: il Brasile, dopo averci superato nella classifica mondiale dei Paesi più ricchi, si appresta a soccorrere l’Europa (e quindi l’Italia) prendendo in seria considerazione, insieme ai Paesi del ‘Bric’, l’ipotesi di acquistare titoli pubblici per sostenere le economie dei Paesi maggiormente in crisi; una crisi che, sia detto per inciso, può espandersi a macchia d’olio in maniera contagiosa rischiando di paralizzare l’intera economia mondiale. Un anno fa, dalle colonne di questa rivista, annunciavamo il ‘sorpasso’ nei nostri confronti cercando di evidenziare la grande opportunità che la straordinaria crescita del Brasile sullo scenario mondiale costituiva per l’Italia, che proprio in Brasile ha la sua più grande comunità di italo-discendenti al mondo. A meno di un anno di distanza, e davanti ad una crisi economico-finanziaria sempre più forte (e all’indomani di una manovra finanziaria che costerà agli italiani 55 miliardi di euro in tagli e tasse) le economie dei Paesi emergenti (i Brics, appunto) si sono affrettate a fare sentire la loro voce rassicurante. Il Ministro dell’Economia del Brasile, l’italo-brasiliano Guido Mantega, ha annunciato che nella riunione dei grandi Paesi emergenti a Washington la crisi dell’eurozona e i possibili interventi per affrontarla sarebbero stati al centro delle due giornate di lavoro. “E’ il mondo rovesciato”: così ha scritto un grande esperto italiano di questioni internazionali, Federico Rampini, sulle pagine del quotidiano La Repubblica. “Un tempo Brasile e Russia erano sinonimo di “default” – continua Rampini nel suo editoriale – oggi entrano con la Cina nell’elenco dei potenziali cavalieri bianchi”.
potenzialità che si nascondono anche in un momento di difficoltà drammatiche come questo. Il fatto che gli italiani, ancora una volta, siano i protagonisti di questo mondo rovesciato deve farci riflettere. Mi ha fatto sorridere (amaramente) leggere nella manovra finanziaria approvata dalla maggioranza del Parlamento una norma che introduce paletti e restrizioni alle rimesse degli immigrati in Italia verso i loro Paesi di origine. Una norma sbagliata per tre motivi: anzitutto perché inefficace (il contributo che ne deriverà è minimo); poi perché colpisce anche tantissimi oriundi che hanno beni in Italia e interessi personali e familiari all’estero; infine – ed è la cosa più grave – perché dimostra ignoranza e memoria corta da parte dei nostri legislatori e dei nostri governanti. Se l’Italia di oggi è un Paese ancora ricco, infatti, lo si deve anche alle tante rimesse dei nostri emigranti all’estero. Averlo dimenticato, o fare finta di non saperlo, è davvero imperdonabile.
A
Davanti ad un mondo alla rovescia, le vecchie grandi potenze europee sembrano comportarsi ancora con le categorie e i riflessi dello scorso millennio, non più adatte ad affrontare uno scenario radicalmente cambiato, nella forma e nella sostanza. Mentre leggevo quell’articolo riflettevo su un’altra rivoluzione, forse simbolicamente ancora più grande di quella evidenziata dall’opinionista: non sono trascorsi nemmeno cinquant’anni, mezzo secolo, da quando gli italiani andavano in Brasile alla ricerca di fortuna, lavoro, nuove opportunità di vita. Lo avevano fatto scappando da un poverissimo nordest alla fine dell’ottocento e all’inizio del novecento, agli albori dello Stato unitario italiano; hanno continuato a farlo dal centro e dal sud del Paese nel dopoguerra, fuggendo da un’Italia nuovamente segnata dallo spettro della povertà e della disoccupazione.
Penalizzare le rimesse degli emigrati vuole dire essere ignoranti o a corto di memoria
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outubro 2011 | comunitàitaliana
opinione
EzioMaranesi
L’importanza della cravatta
interessi delle caste e delle corporazioni. Pagheranno i soliti poveracci che abbaiano e non mordono. Pagherà pure San Gennaro, che per decisione politica dovrà compiere il miracolo in un giorno diverso da quello stabilito dal calendario ecclesiastico. Vestita la giubba e infarinata la faccia, come il pagliaccio di Leoncavallo, attenti solo ai loro privilegi e distratti dagli stimoli della stagione, i nostri politici hanno perso la grande occasione: gli
Un accessorio che i politici devono usare con precauzione
L’
uomo ha inventato la cravatta per evitare che il sangue, quando alloca nel cervello e permette di ragionare, emigri verso altre regioni del corpo. Ben stretta attorno al collo sotto il colletto della camicia, attentamente annodata con apparente noncuranza, la cravatta è strumento indispensabile per chiunque voglia apparire intelligente. Il problema sta nello scegliere il momento in cui te la annodi: se sbagli, il sangue non riuscirà a salire e non avrai la lucidità necessaria per fare, per esempio, leggi intelligenti. Sicuramente il francese Dominique, futuro candidato all’Eliseo, era senza cravatta quando entrò Ophelia, cameriera africana brutta e grassoccia, nella stanza del suo hotel di New York. Sangue addensato nelle parti basse, cervello annebbiato, parole farfugliate e sconnesse, doveva arraffare senza indugio un amplesso urgente, violento e liberatorio. Fosse stato incravattato avrebbe potuto programmare con calma un incontro meno sgradevole, o addirittura piacevole, ma la natura gridò più forte. E gli procurò un monte di guai. Le donne, fisicamente diverse, non usano la cravatta. La circolazione sanguigna è quindi più libera, e poiché non vi sono “depositi” nei quali il sangue tende ad addensarsi in determinate circostanze, esse sono più razionali e, infine, più intelligenti. Molti hanno pregiudizi in merito e giurano il contrario, ma è cosí. Questa teoria è naturalmente discutibile, ma sempre più spesso la sua fondatezza sembra sia dimostrata da fatti concreti. L’ultimo esempio è fornito dalla irrazionale stupidità della “manovra” che i nostri politici ci hanno testé propinato. Purtroppo, essa è stata concepita – dire pensata sarebbe non senso – in una stagione in cui in Italia faceva molto caldo. Pochi usavano la cravatta, e quei pochi l’avevano allentata. Costretti a rinunciare alle ferie, rimasti a Roma soli, scapoli o nubili con le loro metà al mare, distratti e allupati, i nostri politici non potevano fisicamente pensare; il sangue dilagava e si addensava ovunque, fuorché nel cervello. La massiccia vendita di viagra confessata, fregandosi le mani, dal farmacista prossimo a Montecitorio ha
acuito il problema. I politici hanno detto, negato, fatto, disfatto, deciso e cancellato. A proclami coraggiosi sono seguite ritirate vigliacche. Il parto finale, drammaticamente deludente, dice no alle liberalizzazioni, no al dimezzamento dei parlamentari, no alla riduzione dei costi della politica, no ad una imposta sui patrimoni, no ad una sovraimposta sugli alti redditi, no ad una coraggiosa riforma delle pensioni, no a incentivi allo sviluppo, no ad una drastica lotta all’evasione fiscale, no a tutto quanto possa ferire gli
I nostri politici hanno perso la grande occasione: gli italiani, consapevoli del dramma che stanno vivendo, avrebbero accettato anche incisioni coraggiose nella viva carne, purché eque
italiani, consapevoli del dramma che stanno vivendo, avrebbero accettato anche incisioni coraggiose nella viva carne, purché eque. La gente italica è piuttosto formale e l’uso della cravatta è comune e antico, ma fino ad ora la teoria che oggi esponiamo non era nota. Il maschio italiano, quello meno giovane che prende le decisioni e usa la cravatta, è considerato un uomo elegante. Ora però conosciamo le insidie che nasconde questo variopinto orpello e dobbiamo sperare che Versace o Marinella, nel venderlo, diano ai clienti il foglietto con le istruzioni per un uso corretto. Che poi si riducono ad una esortazione semplice: quando sei freddo, senza stimoli che ti distraggano, ti senti lucido e ragioni, stringi forte il nodo e resisti fintanto che hai preso e formalizzato le tue decisioni. Il molla e stringi della nostra torrida estate peninsulare non poteva dare spazio a pensieri razionali; meglio allora buttare la cravatta e adottare un leggiadro orecchino, come usa il governatore della Puglia: sangue e pensieri in libertà, e che il Cielo ci aiuti.
comunitàitaliana | outubro 2011
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Atualidade
Foco na crise Conferência em Roma reúne autoridades e empresários dos dois países em evento que discutiu o crescimento acelerado da AL e soluções para crise europeia Aline Buaes
Especial para Comunità
E
m meio aos temores europeus de uma nova grande crise econômica, a ideia de que a América Latina e — principalmente, o Brasil — deixaram de ser o problema do mundo para se tornarem parte da solução, dominou os debates da V Conferência Itália-América-Latina e Caribe, realizada entre os dias 5 e 6 de outubro na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália, em Roma. O evento, que representa o principal fórum de encontro e confronto entre a Itália e os países da América Latina e do Caribe, se concluiu com os principais articuladores italianos, como o ex-premier Massimo D’Alema e o ministro italiano das Relações Exteriores Franco Frattini, repetindo as palavras do ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, que esteve presente na conferência representando a presidente Dilma Rousseff. — O Brasil não é mais problema, mas parte das soluções dos problemas internacionais — afirmou o ministro brasileiro em entrevista à Comunità Italiana, ao elencar os motivos que colocam o Brasil em um papel de destaque na economia mundial e na política internacional, 12
como o fato de possuir um mercado interno de consumo de massa muito forte. Mercadante afirma que “foram 40 milhões de pessoas que chegaram à classe média nos últimos anos, e esta é a diferença do Brasil neste mundo em crise”. Ele também reitera que o governo brasileiro está pronto para contribuir com a União Europeia (UE) na superação “rápida e eficaz desta crise”. Durante sua exposição diante de um público formado por representantes dos governos dos países latino-americanos, líderes de organizações internacionais e regionais e expoentes de instituições econômicas italianas, Mercadante afirmou que a economia brasileira, apesar de preparada para enfrentar uma crise econômica, com uma reserva cambial que aumentou US$ 150 bilhões desde a crise de 2008, “não é uma ilha” e depende da economia europeia. — Os países emergentes da Ásia e da América Latina não podem sustentar o crescimento mundial sozinhos — afirmou, deixando clara a posição brasileira de que a UE “precisa de agilidade e comando nas decisões”. “Não há mais tempo a perder”, concluiu o ministro, cujo discurso foi endossado por outras lideranças latino-americanas presentes no evento.
outubro 2011 | comunitàitaliana
O ministro Aloísio Mercadante representou a presidente Dilma e afirmou que o Brasil está pronto para ajudar a União Europeia a sair da crise
Respeito pelo Brasil O Brasil se apresentou deste modo como um dos grandes destaques do evento, que ocorre a cada dois anos, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália (MAE) em colaboração com o Instituto LatinoAmericano (IILA), o Centro Estudos de Política Internacional, o governo da região da Lombardia e outras entidades que integram o Comitê Consultivo para as Conferências Nacionais ItáliaAmérica Latina. A quinta edição do evento se articulou em três sessões de debates dedicadas a aprofundar temas sugeridos pelos países membros, como as possibilidades de cooperação com o Brasil, principalmente em nível de pequenas e médias empresas. Para o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Vincenzo Scotti, principal articulador da Conferência e grande especialista em temas latino-americanos, “o Brasil esteve no centro dos debates da conferência porque é fundamental para a integração entre a América Latina e a Europa”, explicando também que a relação bilateral entre Brasil e Itália serviu como modelo para os outros países latino-americanos de integração comercial em nível de pequenas e médias empresas, mas também no âmbito da criação de pólos produtivos em torno de grandes setores industriais, como o automobilístico. Segundo os dados apresentados pelo embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, nos primeiros seis meses de 2011 houve um crescimento de 37% no intercâmbio comercial entre brasileiros e italianos e, no último ano, 200
novas empresas italianas passaram a atuar no país, somando atualmente 585 empresas que atestam o “forte crescimento do mercado brasileiro”. Entre os setores da economia brasileira que formam o chamado “mapa das oportunidades” para os empresários italianos, está o automobilístico, impulsionado pela abertura da nova fábrica da Fiat em Pernambuco; o setor náutico, especialmente pelas oportunidades nos estados de Santa Catarina e Amazonas; e o setor de mármore e granito, especialmente no Espírito Santo, um estado rico em matéria-prima, mas carente de tecnologias avançadas para o corte do mármore — setor no qual a Itália é líder mundial. Fiat em Pernambuco A experiência da Fiat no Brasil, e, principalmente, o anúncio recente de abertura de uma nova unidade no estado de Pernambuco, foi um dos principais temas discutidos na sessão temática que abordou a cooperação industrial e financeira com o Brasil. Valentino Rizzioli, italiano radicado há mais de 40 anos no Brasil e um dos precursores da Fiat em terras brasileiras, participou da conferência para ilustrar a sua experiência naquele que, hoje, é o principal mercado mundial da fabricante de automóveis de Turim. Além da experiência já consolidada da Fiat, que atualmente emprega mais de 42 mil funcionários nas unidades de Minas Gerais, São Paulo e Córdoba, na Argentina, Rizzioli também ilustrou o projeto piloto para a futura unidade de Pernambuco, que deve começar a operar em 2014, empregar 4.500 pessoas direta e indiretamente, e será baseado na experiência da fábrica de Betim (MG). — O objetivo é criar um pólo de fornecedores localizados a não mais do que 150 km da matriz — explicou o executivo, acrescentando que a Fiat possui hoje mais de oito mil fornecedores em toda a América Latina e que o futuro pólo de Pernambuco será uma grande oportunidade para pequenos e médios empresários italianos do setor automobilístico. Único governador brasileiro convidado para participar do evento, Eduardo Campos, de Pernambuco, apresentou aos diplomatas italianos e latino-americanos as potencialidades do Nordeste, até há pouco tempo desconhecida dos empresários europeus. Hoje, não
por acaso, é a escolhida da Fiat para o seu novo investimento. — Pernambuco vive hoje um momento de reindustrialização. Em vários setores estratégicos, temos a presença de grandes empresas italianas, como no setor automotivo, com a Fiat, no setor de energias renováveis com a Enel, e na área de bebidas com a Campari — afirmou. Campos lembrou que o PIB pernambucano cresceu 15,7% no último ano, um dos mais altos índices do Brasil. Empreendedorismo O presidente do Sebrae, Luiz Barreto, foi o responsável por apresentar a nova menina dos olhos dos investidores italianos no Brasil: o setor das médias e pequenas empresas. — Este setor é fundamental na economia brasileira. Trata-se do
“Trata-se do maior gerador de emprego e principal fator de desenvolvimento atual e futuro do país, pois teremos uma sociedade do futuro com muitos empreendedores com papel cada vez mais importante para o Brasil” Luiz Barreto, presidente do Sebrae
No plenário da Farnesina, o ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini (ao centro), ressaltou o importante papel do Brasil para a integração entre a América Latina e a Europa
maior gerador de emprego e principal fator de desenvolvimento atual e futuro do país, pois teremos uma sociedade do futuro com muitos empreendedores com papel cada vez mais importante para o Brasil — declarou Barreto, ex-ministro do Turismo do governo Lula. A economia brasileira possui hoje quase seis milhões de micro e pequenas empresas, responsáveis por 72% dos empregos formais em 2010 e 20% do PIB nacional, comentou. Barreto também ressaltou a importância de uma cooperação neste setor com a Itália, que possui um forte desenvolvimento histórico no assunto. O presidente do Sebrae citou o caso dos distritos industriais italianos nascidos no pós-guerra e responsáveis pela industrialização do país, como o de Pesaro, na região de Le Marche, com o qual o Sebrae mantém um consolidado acordo de intercâmbio tecnológico no setor de madeira e móveis. Nata do empresariado em Roma Por ocasião da V Conferência ItáliaAmérica Latina e Caribe, de 5 a 11 de outubro, ocorreu, também em Roma, outro encontro que reuniu autoridades e empresários brasileiros para discutir formas de colaboração comercial e industrial com a Itália. O 16º Meeting Internacional, promovido pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), que tem como presidente o empresário brasileiro João Doria Jr., reuniu, em plena sede da poderosa Confederação das Indústrias Italianas (Cofindustria), mais de 150 empresários brasileiros para trocarem informações com industriais italianos sobre as possibilidades de investimentos entre os dois países. Um dos participantes era o presidente da TAM, Líbano Barroso.
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Atualidade
Entrevista
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Itália dilui-se no tecido social brasileiro: humano, cultural, artístico, econômico, empresarial. Mas “a italianidade brasileira descola-se da matriz para integrar outra identidade nacional. A derivação é distinta da origem”, destaca o historiador Amado Luiz Cervo, professor da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Rio Branco, com mestrado e doutorado pela Universidade de Estrasburgo. A questão da identidade nacional italiana e a formação da identidade nacional brasileira é o tema principal do seu livro Relações entre o Brasil e Itália - Formação da italianidade brasileira, que será apresentado este mês, em Brasília, durante o MIB (Momento Itália-Brasil). A publicação é o resultado de um longo período de estudos e análise na Itália e no Brasil que levou o professor Cervo, especializado em História Moderna e Contemporânea, a investigar sobre as diferenças entre as duas identidades. O docente gaúcho de origens italianas (pai de Verona e mãe de Treviso) explicou à Comunità que a “identidade brasileira é multiétnica e pluricultural, ao contrário daquela italiana”.
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iculturalismo versus culturalismo Autor de livro sobre as relações entre Brasil e Itália explica a importância da participação italiana no desenvolvimento brasileiro e as razões que levaram o país à crise por conta da ausência de lideranças Comunità Italiana – A identidade brasileira é uma fusão de etnias originais que demonstra homogeneidade e heterogeneidade. No caso da Europa, pode denominar-se multicultural? Amado Cervo – A experiência do multiculturalismo na Europa falhou, então agora surgiu o culturalismo de prevalência social da etnia própria da nação. É uma experiência muito diferente da brasileira porque aqui, da convivência de diferenças culturas, resultou uma nova identidade e disso nasceu uma nova sociedade multicultural. Ao contrário, a Itália não é um pais multiétnico, muito menos multicultural. Tem uma visão muito mais radical do que os outros países: a Alemanha não quer apagar outras presenças, como a turca, da mesma forma, a França, com a presença árabe e muçulmana, a Inglaterra, com as presenças indiana e africana. Eles não querem esmagar isso, mas não sabem como resolver esse problema, onde vão chegar. E aqui se sabe, se soube sempre: é como temperar uma comida, põe tudo que fica bom! Isso é um problema sério, é um aspecto que interessa muito à Europa e que aqui tem uma experiência única no mundo, em termos de grande dimensão social, porque o Brasil é um país que chega perto de 200 milhões de habitantes.
CI - A identidade italiana tem um peso muito grande na identidade brasileira. Mais do que Portugal? AC - As nossas raízes são lusas, então a influência de Portugal de um ponto de vista étnico, cultural, político é mais relevante do que outras influências quaisquer. Mesmo do que a influência africana, ou italiana, ou espanhola, ou alemã, ou japonesa, ou chinesa, que influenciaram na formação da identidade brasileira. Mas o Brasil se distanciou muito das suas raízes lusas sob todos os aspectos. Portugal não teve presença econômica no Brasil, mas tem um legado histórico muito mais longo. Isso é o que não falta na parceria entre Itália e Brasil: as empresas italianas foram muito importantes para a formação econômica brasileira, sobretudo a partir dos anos 70. O Brasil foi um destino privilegiado dos investimentos italianos e esse componente é muito importante na penetração italiana no Brasil. CI – Como a Itália contribuiu na formação sócio-econômica brasileira? AC - Como a influência étnica e cultural italiana se dilui na sociedade brasileira, a presença econômica também. As relações econômicas entre os dois países, além de investimentos e comércio, são marcadas por alguns ícones ilustrativos, entre
os quais se destaca, em primeiro lugar, a presença da Fiat no Brasil, que chegou décadas depois da Pirelli. O Grupo Fiat tem faturamento aqui superior do que na Itália, e isso representa a importância que tem o Brasil para as empresas italianas. Além dos grandes grupos, está crescendo também o movimento das pequenas e médias empresas italianas em direção ao Brasil. Isso responde à capacidade de atração tradicional desse país, aumentada pela estabilidade econômica e política, pela afinidade cultural e por laços de parentesco que cerca de trinta milhões de oriundi preservam com famílias italianas. CI – E na formação cultural brasileira? O que Itália aportou? AC - A presença cultural e artística italiana no Brasil é enorme. Vem de longe, desde o Américo Vespúcio. Dante, Petrarca, Macchiavelli, Da Vinci e Michelangelo são só alguns exemplos da influência indireta diluída em ensino e na formação artística. Os grandes ícones culturais com uma influência direta foram Luigi Vincenzo De Simoni, Giuseppe Ungaretti, Alfredo Volpi, Candido Portinari, Pietro Maria Bardi e Francisco Matarazzo. Eles deixaram uma marca tão profunda na arte brasileira que moldou um pouco a formação artística nacional do ponto de vista do estilo, da produção artística e do ensino. CI – No seu livro, o senhor analisa o conceito de formação da italianidade brasileira e identifica os fatores que agiram na transformação da italianidade de origem em brasileira. Poderia explicar esse tema? AC – Houve três fases nessa chegada dos italianos ao Brasil: pertencimento, adaptação e agregação. A imigração de massa foi por volta de 1880-1900. O primeiro censo foi feito no Brasil em 1872 e havia só 6.000 italianos residentes. Em 1900, já eram quase 1 milhão e meio. Os italianos se esparramaram bastante. comunitàitaliana | outubro 2011
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Atualidade Uma grande parte trabalhou nas empresas de café, em São Paulo, outra grande parte no Rio Grande do Sul e em Santa Cataria, e uma parte menor no Espírito Santo e em Minas Gerais. Os dois focos principais foram São Paulo e Rio Grande do Sul. Por um tempo, eles se consideravam italianos: eu chamo isso a fase de pertencimento que vai até a Segunda Guerra. A segunda fase é a adaptação, embora não exista uma data firme que mostra a passagem de uma fase para a outra. A primeira poderia resumir-se na frase Eu sou italiano, eu pertenço à Itália, a outra fase, Eu estou num outro país, eu tenho que me articular aqui. A terceira fase é a contribuição. Os fluxos de italianos aumentaram: em 1979 se registraram 2 milhões de italianos que vieram ao Brasil. A Itália contribuiu muito na formação cultural brasileira, difundiu o culto do trabalho e do empreendedorismo, ao lado do culto da família, da religiosidade, da sociabilidade e da festa. É fundamental observar como a imigração italiana para o Brasil vai se diluindo no tecido social e na vida da nação, imprimindo-lhes seus componentes étnico e cultural, de modo espontâneo e natural, como variáveis integrantes do todo. CI – Os italianos que moram na Itália percebem essa influência, esse legado tão forte no Brasil? AC – Não muito. Porém, existe hoje uma cooperação descentralizada que articula regiões na Itália e no Brasil, mas se faz um pouco à margem, é um movimento mais da sociedade. Os contatos se estabelecem sobre tudo nas municipalidades ou nas regiões. Essa cooperação descentralizada é muito grande e equilibra um pouco os problemas que os dois governos têm de relações bilaterais desde os anos 1990. CI – Como foram as relações entre os dois países na era Berlusconi e Lula? AC – Nessa época as relações bilaterais foram confrontacionistas: nós temos um regime político de esquerda e lá tem um regime político conservador, de direita. Lula e Berlusconi não se apreciam. O governo Berlusconi obstruiu os interesses brasileiros em todos os planos e níveis, por exemplo, na questão do Conselho de Segurança da ONU, na OMS, nas relações 16
Entrevista “A Itália vai ter que recuperar a sua tradição de país democrático, liberal, a base dos grandes pensadores italianos e não de um empresário que emergiu de um momento para outro... Ele administra aquilo como se fosse um departamento dos seus empreendimentos” e negociações entre Europa e o Mercosul. A diplomacia brasileira tem a percepção de que a Itália de Berlusconi obstrui os interesses brasileiros, não coopera, não colabora em todos os aspetos, inclusive os econômicos. Por exemplo, Lula foi várias vezes à Itália, enquanto Berlusconi não fez nenhuma visita oficial ao Brasil. Foi só uma vez a São Paulo a um encontro com os empresários, com a Fiesp, a Confindustria e a CNI. As visitas do Lula nunca foram retribuídas. Berlusconi só gosta de sentar-se na mesa dos ricos, não dos países emergentes ou subdesenvolvidos. O ambiente das relações bilaterais deteriorou-se nos anos 90 e, no século XXI, a Itália entra realmente em uma crise econômica e social e também de identidade. CI – Crise de identidade? AC – Sim, claro, porque Berlusconi fez emergir uma Itália que estava dormindo. É uma Itália de direita e ultradireita que tem as suas raízes no fascismo que nunca se apagou definitivamente. O regime Berlusconi fez ressurgir uma pequena Itália que se opõe àquela grande tradição democrática dos grandes intelectuais admiráveis. Essa pequena Itália que triunfa, que tem base na opinião pública. Em razão de todos esses fatores, surgiu um conflito muito grande entre Brasil e Itália. É nesse sentido que deve se entender o caso Battisti. Tem muito de psicologia por trás disso, acima do direito, das regras. A opinião pública, jurídica e técnica era
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favorável à extradição, mas a questão foi pessoal entre o Lula e Berlusconi. CI – Lula e Berlusconi são duas pessoas muitos diferentes, uma de direita e outra de esquerda. Mas têm algo em comum? AC – Os dois querem dar show, cada um do seu jeito. E o Battisti foi um instrumento, ele foi usado. CI – E agora com Dilma? AC – Ela é mais racional, é menos show woman. Há uma diferença de estilo entre Lula e Dilma: ela é mais racional e técnica, Lula era mais político e mais exibido. Mas não há uma diferença de conteúdo, de substância, tanto na política interna quanto na política exterior. Por exemplo, a questão dos direitos humanos: Dilma não mudou nada, só não a utiliza para dar show como Lula fazia. Porém, ela tem as mesmas posições, até mais firmes: não aprova a intervenção da Otan na Líbia, opõe- se junto com os países do Bric a uma eventual intervenção da mesma natureza na Síria. É uma visão mais racional dos direitos humanos, que devem ser respeitados por todos. A presença americana e da Otan no Iraque e no Afeganistão desrespeitam os direitos humanos. CI – Qual será o futuro da Itália? AC – Historiador só é profeta do passado, ele diz como aconteceu, como tinha que acontecer. O futuro, as perspectivas nós fazemos, mas só no exercício das perspectivas. O futuro da Itália é muito vinculado ao da União Europeia e também muito dependente de si. Acho que a Itália tem problemas gravíssimos a enfrentar. Primeiro, o problema econômico: há 20 anos, não há crescimento econômico, e isso significa já uma grande crise social e o descontentamento é o primeiro efeito disso. As eleições e a democracia mantiveram um regime que não trouxe resultados positivos sobre os aspectos econômico, social e político. Acho que a Itália vai ter que recuperar a sua tradição de país democrático, liberal, a base dos grandes pensadores italianos e não de um empresário que emergiu de um momento para outro, que soube manipular a opinião pública e manter-se no poder sem preocupar-se com a Itália. Ele administra aquilo como se fosse um departamento dos seus empreendimentos. A figura dele seduz a opinião pública porque ele é um homem bem sucedido, vive bem: é o ideal que todos os italianos buscam realizar individualmente e pessoalmente. Os italianos têm medo de mudar, mas eles terão que mudar. É preciso fazer emergir novas lideranças que tirem a Itália dessa crise. CI – A manovra financiaria (pacote de medidas econômicas contra a crise) recém aprovada mudará o rumo da economia italiana? AC – Esse pacote foi terrível, não tem muitas coisas substantivas. Não há medidas de crescimento econômico que os italianos exigem e necessitam. É um pacote que conserta erros do passado, mas não avança. CI – E os italianos? Como enfrentam isso? AC – Quando cai a esperança, a confiança no futuro, na nação, nos dirigentes, é o pior ponto de chegada. Acho que a Itália é muito pessimista. E é uma pena, porque tem substância, tem fatores, tem bases para não ter chegado ao que chegou e, para sair disso, não basta o Estado: também a sociedade é importantíssima.
Atualidade
Embaixador lança MIB em Brasília Em coletiva realizada em Brasília, La Francesca ressaltou a amizade entre os dois países e a gratuidade dos eventos dentro do conceito de cultura aberta Stefania Pelusi
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De Brasília
Embaixada da Itália abriu suas portas para lançar, oficialmente, o Momento Itália-Brasil (MIB), no dia 29 de setembro, em Brasília. A iniciativa reúne mais de quatrocentos eventos em 18 estados brasileiros, com uma vasta programação que se estenderá de outubro a junho de 2012. Diante da imprensa e de parceiros comerciais, o embaixador Gherardo la Francesca apresentou o MIB como uma viagem que une os dois países, separados por mais de oito mil quilômetros de oceano. — O projeto é algo que queremos construir junto aos amigos brasileiros e italianos que queiram dar sua contribuição — explicou. La Francesca explicou que se trata de uma festa que abarca todas as coisas que Itália e Brasil criaram e das quais gostam muito: arte, cultura, ciência e tecnologia, música, teatro e dança, arquitetura e design, moda, mas também enogastronomia, festas e feiras tradicionais e esportes.
O projeto nasceu com características um pouco diferentes dos outros eventos anteriores, explica o embaixador. Não se trata de um produto fabricado na Itália e importado pelo Brasil, mas é produzido no Brasil, com a participação de amigos italianos e brasileiros, juntamente com os parceiros ítalobrasileiros e as instituições que dão um apoio essencial. Entre os parceiros, durante a apresentação na Embaixada da Itália, marcaram presença Tim, Fiat, Iveco, Alma Viva, Abrasel, gelati Diletto e a designer de jóias Francesca Romana Diana. Na ocasião, foi apresentada, em primeira mão, a canção criada por Gilberto Gil especialmente para o evento, Sampa Milão, que ele canta com a jovem cantora italiana Simona Molinari. Um dos versos cita algumas cidades dos dois países, como Samba Milano, Napoli, Salvador, Roma e Rio. (...)Canção da Rainha do Mar, o mar no mar daqui e de lá. La Francesca reiterou que o MIB é uma viagem para descobrir tudo o que Itália e Brasil fazem de melhor. Durante nove meses, italianos,
brasileiros e 30 milhões de oriundi se sentirão protagonistas, criadores e espectadores deste projeto. — Por este motivo, escolhemos um passaporte verde com a logomarca na capa, criada por Washington Olivetto, que representa o Coliseu junto com o Cristo do Corcovado, os dois símbolos mais famosos dos dois países. O evento oficial de abertura acontece em 15 de outubro, no Rio de Janeiro, com o espetáculo Ensaio sobre a beleza, com 100 artistas, coreografias aéreas, projeções e efeitos especiais realizadas pelo Studio Festi, encenado na Cinelândia e com entrada franca. A expectativa é atrair um público de mais de 45 mil pessoas. O embaixador ressaltou a importância da mostra Roma, a vida e os imperadores, para se compreender a multiculturalidade como estratégia do Império. A exposição foi inaugurada no dia 22 de setembro em Belo Horizonte, com o patrocínio da Casa Fiat de Cultura. — Nunca na América Latina tivemos uma exposição tão importante, com 300 peças provenientes de vários museus italianos para descrever como o Império Romano absorvia tradições e religiões para criar uma nova cultura, evitando qualquer tipo de enfrentamento — declarou. Outra exposição de relevante importância será dedicada a Caravaggio, o grande maestro do claro escuro. — Nós vamos trazer 10% da obra dele, mas escolhemos as obras mais características do seu estilo — afirmou o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira. Todos os eventos do MIB serão gratuitos, lembra o embaixador italiano. — A cultura nasceu como um fenômeno popular na Grécia e na Roma antiga, sem distinções de classe social. Por isso, queremos recuperar este conceito de cultura aberta — apontou.
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Momento histórico entre o Rio e a Itália Promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria, jantar memorável no Copacabana Palace reúne autoridades e empresários italianos e brasileiros que prometem união pelo desenvolvimento do estado
Fotos: João Carnavos
O Copacabana Palace foi o palco de um encontro entre autoridades do Rio e representantes da Itália no dia 12 de setembro. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, o presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, Pietro Petraglia, o embaixador Gherardo La Francesca e o governador Sérgio Cabral Filho posam para a foto durante o coquetel que acontecia no salão Gallery
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Da Redação
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ma noite para lembrar que a Itália é parceira do estado do Rio de Janeiro nesta fase de grande desenvolvimento. Foi o que representou o jantar de gala em comemoração aos 150 anos da unificação italiana promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria, no último dia 12 de setembro, no Copacabana Palace. O evento reuniu as principais
autoridades dos governos municipal e estadual do Rio, diplomatas dos dois países, presidentes e CEOs de importantes empresas brasileiras e italianas e personalidades de diversos setores. O governador Sérgio Cabral e o prefeito do Rio Eduardo Paes, homenageados com o Troféu Comunità Italiana — premiação entregue a personalidades que contribuem com as relações entre os dois países — compareceram ao coquetel realizado no Salão Gallery, onde foram recebidos pelo presidente da Câmara, Pietro Petraglia. — Os italianos são nossos parceiros e é com muita alegria que observo uma nova movimentação do empresariado no território fluminense em busca de uma participação na evolução de nosso Estado. A Câmara está de parabéns por esta iniciativa — afirmou o governador Sérgio Cabral. Glamour A música foi um dos pontos altos do evento. Enquanto o coquetel foi embalado pelas cordas do Duo Santoro de Violoncelo, formado pelos irmãos Paulo e Ricardo, membros
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da Orquestra Sinfônica Brasileira, o Salão Crystal foi totalmente preenchido de emoção pelo verbo do tenor Francesco Malapena e pela comovente interpretação da soprano Ludmila Bauerfeldt. Além deles, o cantor Alberto Laurenti e sua banda se apresentaram após o jantar. O jantar, assinado pelo chef Francesco Carli, do Cipriani, reuniu 270 pessoas, as quais assistiram a um desfile de joias raras feitas pelo consagrado ourives Gerardo Sacco, que realiza peças para as principais divas do cinema e veio especialmente para a ocasião, apresentadas por modelos em 47 exemplares. Entre os presentes na noite conduzida por Luís Carlos Miele, a atriz Fernanda Montenegro chamou atenção pela sua elegante presença em meio ao seleto grupo empresarial. — Sou muito grata à cultura italiana que tanto deu à humanidade e sou uma legítima oriunda desse povo — declarou a premiadíssima atriz da Globo.
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Marcaram presença no coquetel do dia 12 de setembro: 1. O apresentador da noite, Carlos Miele, com a estrela do cinema e da televisão, a ítalo-brasileira Fernanda Montenegro; 2. O presidente da Eni Saipem do Brasil, Giorgio Martelli, entre Hugh O’Donnell e André Magalhães Pinto; 3. O vicegovernador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner; 4. O novo cônsul-geral do Rio, Mario Panaro, recepcionou a todos, ao lado do seu vice, Giuseppe Romiti; 5. Wagner Cinelli de Paula Freitas, Giuseppe Romiti e Sergio Giacomo, diretor de Comunicação Corporativa da Vale; 6. Alessandro Barillà, diretor da Telespazio, e sua esposa Caroline Donateli Figueira; 7. Eliane Polo Pereira e Denise Esteves Fernandez 8. O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio, Pietro Petraglia, discursa para os convidados
Economia Entre os representantes de empresas, estavam a TIM, Generali Seguros, Piraquê, Tecnimont, Eni, Saipem, Agusta, Ternium, Selex, Petrobras, Vale, ValueTeam, Avio, entre outras. De Minas Gerais, vieram os executivos da Fiat, Iveco e Case New Holland. Durante o evento, o presidente da Câmara Ítalo-Brasileira, Pietro Petraglia, destacou aos presentes a importante presença italiana na sociedade carioca e convocou as empresas italianas a voltarem suas atenções com todo o potencial para o estado fluminense. — Os italianos estão presentes neste estado desde a chegada de Américo Vespúcio, em 1501. Chegou a hora de disponibilizarmos a tecnologia italiana e mostrarmos a complementaridade entre os dois países. Vamos participar deste momento épico de transformação do estado do Rio de maneira ativa em sintonia com a real demanda da sociedade fluminense — convocou. Agenda O embaixador da Itália, Gherardo La Francesca, aproveitou a ocasião para anunciar que no dia 15 de outubro será inaugurado, em solo carioca, o Momento Itália Brasil, durante uma celebração aberta ao público na Cinelândia. Ele não escondeu a satisfação em presenciar mais um evento para celebrar a relação entre os dois países.
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9. Miguelangelo Thome, André Magalhães Pinto, Hugh O’Donnell e Angelo Mazzocchi; 10. A soprano Ludmila Bauerfeldt e o tenor Francesco Malapena emocionaram o público; 11. O presidente da Telespazio do Brasil, Marzio Laurenti, ao centro, compareceu com parte de sua equipe; 12. Da Eni Oil do Brasil, Giuseppe Valenti e sua esposa Angela Bardelli Valenti, Mario Carminatti e a esposa Vera Lúcia Carminatti; 13. O vice-cônsul Giuseppe Romiti ajudou com alegria na recepção dos ilustres convidados; 14. O vice- governador Luiz Fernando Pezão recebe a camiseta do Momento Itália-Brasil das mãos do embaixador Gherardo La Francesca; 15. O cantor Alberto Laurenti, que encerrou a noite, acompanhado da sua banda; 16. O Duo Santoro de Violoncelo, Paulo e Ricardo, da Orquestra Sinfônica Brasileira, durante o coquetel
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— Essa mistura, Itália e Brasil, é uma mistura feliz. É um prazer para mim, por exemplo, ter ao meu lado a atriz Fernanda Montenegro — comentou. O vice-governador Luiz Fernando Pezão, acompanhado de sua esposa Maria Lucia, descendente de italianos, elogiou a iniciativa da Câmara e destacou que o estado precisa do conhecimento italiano para o crescimento em diversos setores. O secretário de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio, embaixador Stélio Amarante, destacou as sinergias existentes e o fascínio exercido pela ex-capital brasileira e pela Itália. Animado, o cartunista Chico Caruso chegou a cantar Te voglio bene assai para um público descontraído, nas últimas horas do evento. O presidente da Generali Seguros na América Latina, Cláudio Mele, disse que a empresa investira pesadamente nos próximos anos no estado. E entre apresentações artísticas, presenças ilustres e conversas entre macro e micro economia, pela primeira vez, num cenário deslumbrante, uma iniciativa reuniu um network de peso para as relações bilaterais na cidade maravilhosa.
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17. O apresentador Carlos Miele conduz a noite; 18. O encontro também foi marcado pela elegância e descontração; 19. Paolo Bassetti, da Ternium, sua esposa Giovanna Benazzo, e Antonio Carbone, da Selex Sistemi Integrati, e a esposa Daniela Forte; 20. O presidente da Generali Seguros do Brasil, Claudio Mele, acompanhado da esposa Maria Cristina Zubiaurre, Alberto Braune, José Alves e Mário Cruz; 21. O embaixador Stelio Amarante, coordenador de Relações Internacionais do Rio, recebe o troféu ComunitàItaliana em nome do prefeito Eduardo Paes, observado pelo vice-cônsul Giuseppe Romiti e pelo cônsul geral Mario Panaro; 22. O ex-embaixador brasileiro em Roma, Adhemar Bahadian, ao lado da atriz Fernanda Montenegro; 23. Ana Maria Temporal, da Zard Brasil; Elio Antonio Ferreira dos Santos; o diretor do Centro Internacional de Negócios da Firjan, Amaury Temporal; o subsecretário de Relações Internacionais do governo do Estado do Rio, Pedro Spadale; o diretor-adjunto do Centro Internacional de Negócios da Firjan, Marco Hupe; 24. A modelo Débora Almeida desfila com a joia criada pelo ourives italiano Gerardo Sacco; 25. Luigi Cardone e Pierluigi Brischetti Sciarra, da TIM, entre Fernanda e Elena Maranesi
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26. O presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novelino, e Maria Rita Marques de Souza e Silva; 27 e 31. O ourives das divas, o italiano Gerardo Sacco, coordena o desfile das modelos com as suas joias; 28. O chargista Chico Caruso e a esposa Eliane Caruso; 29. O empresário Bruno Zanet, empresário do setor de mármore, e sua esposa Athiciane Zanet; 30. O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira Pietro Petraglia cumprimenta o vice-governador Luiz Fernando Pezão, observado pelo embaixador La Francesca
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Tecnologia
Um novo programa
de software e hardware. Em um momento em que os investidores estão contando os prejuízos na Bolsa e tentam achar novos modelos para aplicar o capital, eis que as mentes brilhantes se colocam em jogo e propõem novos objetivos. O evento Start Up atrai gente interessada em tecnologia e com experiência no mercado, no caso de possíveis investidores, e sem nenhuma experiência, os jovens iluminados com rostos ainda de adolescentes.
Num prazo de cerca de quatro anos, se tudo vai bem, um “anjo do negócio” pode avaliar a possibilidade de recuperar o dinheiro investido, ao vender cotas da empresa, e, se for o caso, partir para outra aventura
Cardápios em tablets Os jovens que se aventuram na chamada segunda era da internet apresentam projetos para pôr ordem na casa e organizar melhor os links sociais, por exemplo. E tem até quem use os encontros virtuais para voltar ao passado, ou seja, no
Guilherme Aquino
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De Milão
Itália desce num poço sem fundo. Os jovens aproveitam o período de incertezas para refletir sobre o futuro. E muitos vão muito além. O mês de outubro é importante para mais de 600 apaixonados por tecnologia, que veem na crise um sinal de oportunidade, como reza o famoso ideograma chinês. Eles sonham em ser donos dos próprios narizes e destinos e atuam principalmente no ramo da criação de programas e aplicativos em internet. O final de setembro marcou um divisor de águas para tantas micro-empresas, ainda no papel, que até novembro irão se preparar para enfrentar uma nova convenção de Start up. — Desta vez, o evento vai ser em Roma, depois do sucesso milanês. Existe um grande potencial e estamos atrás de parceiros comerciais, queremos encurtar a distância entre as duas pontas. Mais avança a crise, mais as pessoas querem criar alternativas — diz Francesco Inguscio, fundador da NuvoLab
Nebil Kriedi, criador do programa 90 Minutes
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(www.nuvolab.com) para Comunità. O termo start up é inglês, mas em italiano já se tornou um sinônimo de ousadia, tenacidade e dinamismo. Estes são os três elementos que movem um exército de programadores de computador com uma boa ideia na cabeça e nenhum centavo no bolso. Os eventos rotulados de Start Up servem para colocar em contato criadores, parceiros, investidores e visionários que apostam em novas aplicações que nascem para facilitar, organizar e divertir a vida dos internautas. O trampolim de Milão ocorreu no Collegio, universidade na cidade, incubadora de tantos projetos, no bairro de Famogosta, na periferia. O cenário é de efervescência com tantas apresentações e debates no auditório e rodas de conversa que, ao final, podem levar a um encontro mais profissional e um contrato de financiamento. O modelo é muito parecido com aquele instaurado em Sillicon Valley, nos Estados Unidos, berço das grandes empresas
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Potenciais investidores atentos à palestra
“Num prazo de cerca de quatro anos, se tudo vai bem, um “anjo do negócio” pode avaliar a possibilidade de recuperar o dinheiro investido, ao vender cotas da empresa, e, se for o caso, partir para outra aventura” tempo em que as pessoas se viam de verdade, em carne e osso, e não como nos dias de hoje, quando o mundo virtual ameaça suplantar aquele real. — Este programa, o 90Minutes, leva as pessoas ao social network para dizer aos amigos se você se sente bem ou mal, feliz ou triste, divertido ou chateado, in ou out. É uma fotografia instantânea do seu momento de vida e um convite automático para estar com uma pessoa que precisa de apoio ou dividir um momento de felicidade. Tive esta ideia ao pensar nas chamadas de celular e de telefone codificadas, por exemplo. Um toque significava uma coisa, dois toques podiam ser uma pergunta do tipo “vamos sair hoje?”
— explica o criador de apenas 20 anos de idade que se autodenomina Nebil Kriedi. Um dos setores que mais recebem inovações ou estão com apetite para tal é dos restaurantes. Sergio Cocco, de Wineamore, criou um cardápio de vinho para tablets. Ele é uma aplicação que facilita a vida do cliente e do sommelier. — Esta carta de vinho possibilita que o comensal possa escolher um vinho de um país teclando sobre o desenho do mapa-múndi, e se pode ainda afinar a escolha indo até a vinícola de produção — explica ele. Um concorrente já está no mercado, mas com uma aplicação que permite, entre outras funções, reservar em tempo real uma mesa em um restaurante. Mas há também espaço para jogos, criações de “avatares”, apresentação detalhada de casas com recursos para serem usados no momento do aluguel, compra ou venda e,
ainda, na reserva de um quarto de hotel. Ou seja, é o mundo virtual apontando para aquele real: uma espécie de volta ao passado, pagando pedágio ao futuro. E para isso, os idealizadores contam com a ajuda, imprescindível de um anjo da guarda, ou melhor, do bolso. Para fomentar o desenvolvimento de boas ideias, existe até mesmo uma associação chamada Business Angel (www.italianangels.
Evento Start Up no auditório da Universidade Collegio em Famogosta
net), ou seja, anjos dos negócios. Nestes casos, um “anjo do negócio” é um manager, um consultor que, ao longo da carreira, conseguiu juntar muito dinheiro e conhecimento. Uma vez aposentado ou retirado do mercado, inquieto e com vontade de aventura, ele decide investir em empresas que estão nascendo, se torna sócio e participante ativo do projeto inicial. Depois, dentro de um prazo de cerca de quatro anos, se tudo vai bem, pode avaliar a possibilidade de recuperar o dinheiro investido, ao vender cotas da empresa, e, se for o caso, partir para outra aventura. — Na nossa associação, investimos em empresas com cotas de até 800 mil euros. Com o nosso conhecimento, ajudamos os criadores das empresas a chegar aos empresários. No nosso grupo temos pessoas de várias idades, de 34 a 75 anos, e com diferentes passagens pelo mercado de trabalho — afirma o “business angel” Marco Villa, da Associazione Italian Angels for Growth.
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Negócios
A saudável leveza da massa Rio de Janeiro será a capital do alimento essencial na dieta mediterrânea em outubro Nathielle Hó
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25 de outubro é comemorado o Dia do Macarrão, alimento que ultrapassou as fronteiras do Oriente Médio, conquistou os italianos e hoje é sucesso na mesa dos brasileiros. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) apontam que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de massas e o 17º em consumo per capita. A Itália está no topo do ranking dos adoradores do macarrão, chegando a um consumo anual de 28 kg do produto por habitante. Em 1995, durante o I World Pasta Congress, realizado em Roma, foi criada a data comemorativa. Para comemorar, a Abima vai realizar, no Rio de Janeiro, a terceira edição da “Rota 25, Caminho do Macarrão”. O evento gastronômico acontece entre os dias 14 e 30 de outubro. A proposta é reunir dez 26
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restaurantes cariocas importantes que irão adaptar em seus cardápios pratos à base de massa desenvolvidos especialmente para esse momento. Os estabelecimentos participantes se concentram na Zona Sul e no Centro: Alessandro & Frederico (Rio Design Leblon), Artigiano, Bar d’Hotel, Brasserie Rosário, Gula Gula, La Ficucia, Lorenzo Bistro, Osteria Dell`Angolo, Quadrifóglio e Stuzzi Bar. O evento tem por objetivo aumentar o consumo e o conhecimento dos diferentes tipos de massas existentes no mercado. — Por essa razão, desafiamos os chefs dos restaurantes participantes a criarem um prato a partir
de um tipo de massa que não será repetida em outro restaurante. Queremos que as pessoas provem novas receitas e conheçam as várias possibilidades de preparo de ‘una bella pasta’ — enfatiza Claudio Zanão, presidente da Abima. O cliente que degustar o prato especial em algum dos restaurantes participantes será presenteado com um livreto de dez receitas exclusivas, além de um Espaguetômetro – que oferece a quantidade certa de macarrão a ser servida. A “Rota 25”, que conta com o apoio das marcas Piraquê, Barilla e Renata, tem também caráter social. — A cada prato consumido, os patrocinadores do evento doarão um pacote de macarrão ao
INCA (Instituto Nacional do Câncer). O objetivo é doar mais de uma tonelada do produto — ressaltou a assessoria da Abima. Macarrão é saudável Muitos acreditam que o macarrão é um alimento calórico e com valor nutricional baixo. Mas a professora de Nutrição da Universidade Federal Fluminense, Alexandra Monteiro, desmente essa teoria. — O macarrão é um alimento rico em glicídios, principal nutriente responsável pelo aporte energético, também apresenta baixo conteúdo de gordura e pode não apresentar colesterol quando feito sem ovos. A nutricionista ressalta ainda que o macarrão pode ser utilizado em dietas de emagrecimento, desde que acrescido de molhos com menor valor calórico. A massa deve ser de preferência integral ou grano duro. Receitas leves devem incluir molhos à base de vegetais e hortaliças, tornando a refeição mais saudável. Esportistas veem o macarrão como grande aliado em suas dietas para ganho de energia e melhora do desempenho. — Mesmo considerando as diferenças básicas entre as diversas modalidades de esporte, a presença do carboidrato é fundamental como fonte de energia, o que auxilia na boa performance do atleta, ressalta
a professora de educação física e personal trainer Natália Matta. As reservas de carboidratos são limitadas no organismo e suficientes para poucas horas de exercícios. Por isso, os carboidratos devem ser consumidos antes e após a atividade física. De acordo com o médico especialista em medicina esportiva, o clínico geral Carlos Leitão, o macarrão combinado com uma carne magra como o frango, peixe, peito de peru ou atum, é capaz de fornecer energia, além de prevenir a perda de proteína e massa muscular durante o exercício. O segredo da massa caseira Hoje, encontramos no mercado uma infinidade de tipos e formatos de macarrão, mas nada substitui a boa e tradicional massa caseira. Muitos italianos e descendentes no Brasil ainda conservam o hábito de fazer a massa artesanal. A italiana Bruna Camporese, de 82 anos, nascida em Treviso, conta que, na época da Segunda Guerra Mundial, as pessoas faziam pão e massas em casa porque a comida era racionada, então era uma forma alternativa de se comer macarrão. Ela não perdeu esse costume, que passa de geração em geração. — O segredo do macarrão caseiro é a farinha de semolina e o azeite extravirgem que dão a consistência
O segredo do macarrão caseiro é o azeite extravirgem e a farinha de semolina
necessária à massa — afirma Bruna Camporese. Sobre o azeite extravirgem, ingrediente essencial para o preparo de uma boa massa, a nutricionista Alexandra afirma que é ótimo porque é uma gordura monoinsaturada, que ajuda na redução do mau colesterol e diminui o risco de infarto e AVC, além de ser um ótimo tempero para comidas saudáveis. — E a farinha de semolina, deixa o macarrão al dente, o que é excelente para a mastigação e para a digestão — conclui a professora da UFF.
Molho de hortaliças
Ingredientes: 300g de farinha de trigo; 5 ovos; 200g de semolina (farinha de grano duro); 2 colheres de azeite extra-virgem; 1 colher de chá rasa de sal.
Macarrão Caseiro Preparo: Despejar a farinha de trigo, a semolina e o sal em uma tábua. Fazer um buraco no meio dessa mistura e acrescentar os ovos e o azeite. Bata-os ligeiramente com um garfo. Depois misture tudo com as mãos – sovar bem até obter uma massa homogênea. Cortar a massa e “cilindrar” na máquina ou esticar com rolo de macarrão em superfície polvilhada com farinha de trigo. Após esse processo, corte a massa em tiras finas. Cozinhe em água com filete de óleo e sal e sirva com o molho desejado.
Ingredientes: 1 cebola grande; 2 abobrinhas médias; 1 colher (sopa) de azeite de oliva; 1 pitada de orégano desidratado; 6 aspargos médios em conserva picados; 1/2 xícara (chá) de cogumelo em conserva, picados; 3 tomates secos médios picados; 1 e 1/2 xícara (chá) de leite desnatado; 1 colher (sopa) de farinha de trigo; Sal e pimenta-do-reino a gosto.
Preparo: Limpe as abobrinhas, corte elas em cubos pequenos e reserve. Colocar em uma panela o azeite de oliva e a cebola. Leve ao fogo e refogue-a, Misture a abobrinha, o orégano, o sal e a pimentado-reino. Adicione 4 colheres (sopa) de água. Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, por 10 minutos ou até a abobrinha ficar macia. Picar os aspargos, os cogumelos e os tomates secos. Misturar em uma tigela a farinha de trigo com o leite. Acrescente na panela com a abobrinha os aspargos, os cogumelos, os tomates secos e a farinha de trigo dissolvida. Cozinhe, sem parar de mexer, por mais 5 minutos ou até o molho engrossar. Retire do fogo e reserve. Acrescentar o molho ao macarrão.
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Política
Entrevista
Nova página Mario Panaro assume Consulado Geral no Rio disposto a melhorar os serviços consulares e reforçar a presença italiana através de iniciativas em diversas frentes, a partir de sua vasta experiência como diplomata
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Cintia Salomão Castro
novo cônsul geral no Rio de Janeiro se define como “fruto de um misto da Itália do Sul e do Norte”. Nascido na província de Bari, filho de pai pugliese e mãe da EmiliaRomagna, Mario Panaro retorna ao Brasil após quatro anos em Roma, onde exerceu o cargo de vice-diretor da Unità per il Sistema Paese, no Ministério das Relações Exteriores, tendo participado diretamente da reforma que reestruturou o órgão. Antes disso, foi cônsul geral do Rio Grande do Sul, de 2002 a 2006. Casado com a brasileira Ângela Chanan, tem dois filhos, Pedro Paulo, de seis anos, e Pâmela, de dois, ambos nascidos no Brasil. Graduado em Ciências Políticas pela Universidade de Florença e especializado em direito das comunidades europeias na Bélgica, fala seis idiomas, além de ter atuado em Embaixadas italianas da Europa, África e América Latina. “A Itália possui três grandes áreas culturais, Norte, Sul e Centro, com as quais mantive contato. Depois, viajando, as fundi em maneiras diversas de quem vive sempre na Itália. A mais, está o fato de a minha esposa ser de Porto Alegre, e meus filhos cidadãos italianos e brasileiros”, conta, resumindo sua vivência multicultural. Um dos desafios que prevê para a sua gestão de quatro anos que começou no dia 1º de setembro está no plano da difusão de informações sobre a Itália. “Devemos dar a melhor informação possível a todos aqueles interessados em saber o que acontece nas relações entre os dois países”, destaca. Ele também explica que a agenda do Momento Itália Brasil (de outubro a junho de 2012) assume grande importância no momento em que o país aumenta seu peso político e econômico no mundo. “O peso do Brasil cresceu: superou a Itália no PIB e chegou ao sétimo lugar. A presença brasileira se nota na imprensa internacional”, enfatiza. ComunitàItaliana — Pode contar um pouco do seu trabalho como vice-diretor da Unità per il Sistema Paese, durante quatro anos? Mario Panaro — A Unità per il Sistema Paese, um dos núcleos operativos da secretaria general do Ministério das Relações Exteriores, tem a função de controlar a estrutura e todas as direções gerais, o serviço e as Embaixadas, para assegurar uma integração e um estímulo em caso de necessidade. Em dezembro de 2010, assumi o cargo de vice-diretor central, pois a unidade da qual eu fazia parte se transformou e confluiu nessa nova direção geral, já que, nesse período, o Ministério do Exterior sofreu uma reforma. CI — Pode falar um pouco sobre essa reforma do Ministério italiano do Exterior? 28
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MP — A reestruturação já tem 10 meses de vida e foi feita para dar ao Ministério uma melhor projeção externa, reforçando o seu papel de coordenação e de impulso em relação a todos os sujeitos que promovem o interesse da Itália no exterior, como entes públicos, empresas, especialistas universitários. Quando uma universidade italiana faz um acordo com uma universidade ou entidade brasileira, promove não apenas seus interesses, mas também de outros envolvidos, que podem ser as empresas italianas, os estudantes ou os consulados. Procurou-se fazer um “jogo de equipe”, como se diz. A Itália é um país com 20 regiões, 120 províncias, oito mil prefeituras, tantas associações empresariais etc. Devemos utilizar da melhor forma os ativos que temos, quando se trata de operar em um país e em uma região. CI — Como foi a experiência em Porto Alegre, de 2002 a 2006? MP — Como cônsul geral do Rio Grande do Sul, obtive experiência na realidade brasileira, em um estado onde a presença italiana é muito significativa. Mantive muitos contatos com a comunidade e com entidades locais, universidades, outras sociedades ativas na capital. Conheci bem o território, da divisa com Santa Catarina até a fronteira com a Argentina. Antes, estive em Caracas, onde trabalhei na Embaixada, de 1980 a 1983. Trabalhei na Dinamarca, e na Etiópia, na Embaixada, em Adis Abeba. Estive duas vezes em outras Embaixadas: em Teerã, onde me ocupava de relações políticas e com a imprensa, e em Bonn, na Alemanha, de 1996 a 1999, como assessor de imprensa. CI — Daquele período até agora, notou fortes mudanças no Brasil? MP — A importância e o status do Brasil aumentaram. Vemos no que acontece na ONU, no grupo do G20, e em questões comerciais. Se antes ocupava o 11º lugar entre os países industrializados, hoje pelo PIB, superou a Itália e chegou ao sétimo lugar. O real se valorizou de maneira consistente em relação ao euro e ao dólar. A presença brasileira se nota na imprensa. (Panaro cita uma matéria publicada em 19 de setembro, no diário italiano Il Sole 24Ore: Il Brasile, l’Eldorado del made in Italy). Artigos como esse se tornaram comuns na imprensa italiana.
CI — Quais são os principais desafios da sua gestão no Consulado? MP — Em primeiro lugar, melhorar a estrutura que me foi confiada, ou seja, os instrumentos físicos, técnicos e humanos, nos três estados, porque temos escritórios honorários onde devemos oferecer serviços adequados. Além disso, promovemos os interesses italianos e parcerias com entidades brasileiras em vários âmbitos. Devemos cultivar a relação com a imprensa e estar presentes no plano da informação, que hoje tem um foco muito mais importante em relação ao passado. E temos um instrumento, que é a página do Consulado na internet. Para dar um exemplo, o predecessor Ernesto Massimo Bellelli (cônsul geral do Rio de
“No Brasil, houve um aumento de 30% de presença italiana, de 258.642 a 336.359 pessoas. Além disso, a quantidade de empresas italianas passou de 380 para 600, de 2010 a 2011” 2004 a 2008) publicou o Guia aos Serviços Consulares, de 220 páginas, com informações sobre a geografia política, econômica, cultural dos três estados do Brasil que seguimos, mas também sobre todos os nossos serviços consulares, e também sobre a cidade do Rio, como escolas, assistência médica etc. Vou fazer uma edição atualizada sobre o guia, porque o italiano que não conhece o Rio encontra nessa ferramenta uma primeira ajuda para fazer o que deve sem se perder no universo de fornecedores da região. CI — Como funciona a estrutura atual do Consulado italiano? MP — Somos um apêndice do Estado italiano e fornecemos uma série de declarações úteis aos cidadãos italianos ou de origem italiana, ou a cidadãos brasileiros que precisam de algum atestado para estudar ou trabalhar na Itália, por exemplo. Realizamos atividades culturais
no Instituto Italiano de Cultura e estamos muito empenhados no Momento Itália Brasil, com mais de 400 atividades. O terceiro setor de atividades do Consulado é a relação com as empresas. Diversas empresas italianas estão interessadas em participar de projetos no Brasil para os grandes eventos como as Olimpíadas de 2016, e precisam de um acompanhamento do governo italiano. Eu mesmo estou empenhado em ceder, em aluguel, parte do amplo espaço físico nas dependências do consulado a sociedades italianas. Estamos trabalhando para sermos autorizados a entrar em contato com entidades interessadas em ocupar escritórios, para uso prolongado, em três ou quatro andares do total de nove do edifício. CI — Quantos cidadãos italianos estão registrados no Consulado do Rio, que engloba os estados da Bahia e do Espírito Santo? MP — No último dia 23 de setembro, tivemos acesso, em Brasília, aos últimos números. No Consulado do Rio, passamos, em três anos, de 29.946 inscritos a 42.497, com um aumento de 41.91%. São, sobretudo, pessoas com dupla cidadania, mas também há um pequeno percentual de representantes de empresas italianas que vieram para cá. No geral, no Brasil, houve um aumento de 30% de presença italiana, de 258.642 a 336.359 pessoas. Além disso, uma pesquisa da Embaixada mostrou que a quantidade de empresas italianas passou de 380 para 600, de 2010 a 2011. CI — Como anda a demanda de pedidos de reconhecimento de cidadania na área do Consulado do Rio e qual o tempo atual de espera? MP — Temos uma demanda sempre muito alta de pedidos de reconhecimento de cidadania. Para evitar que se formem filas diante do Consulado, o que não é belo, instituímos o agendamento eletrônico, há alguns anos. Desse modo, informamos quando a pessoa poderá ser recebida para iniciar o seu processo. Não podemos fazê-lo para os pedidos de reconhecimento de cidadania, pois é inútil acolher novas demandas quando temos 17 mil solicitações, então mantemos o agendamento para o processo de legalização de documentos. Basta entrar no site do Consulado para compreender como funciona o sistema. Sob o Consulado do Rio, existem 17 mil pessoas em processo de espera de receber a cidadania, sendo que, no país inteiro, há 435 mil. De 2008 para cá, reconhecemos 80 mil novos cidadãos italianos no Brasil. Quanto ao tempo de espera, no Rio, são cinco anos em média. CI — Que tipo de assistência social o Consulado oferece aos cidadãos italianos mais carentes? MP — Temos entidades que prestam assistência social, como a Societá di Beneficenza e Mutuo Soccorso. Infelizmente, no Rio, há um certo número de italianos abaixo da linha de pobreza. Ouvi dizer que há pessoas que moram em cabanas, em situação pior do que as comunidades das favelas. Temos também um hospital italiano. As pessoas devem se registrar no Consulado e demonstrar que estão em condições de indigência e necessidade. Então, receberão tratamento, que pode ser assistência saúde ou em dinheiro, ou alguém pode ir até a residência da pessoa prestar auxílio. comunitàitaliana | outubro 2011
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Notícias
Agusta voa em São Paulo um momento em que os ventos de crise parecem
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varrer vários países da Europa e “profetas” do apocalipse econômico prenunciam céus carregados, a conhecida empresa anglo-italiana AgustaWestland, grande fabricante de helicópteros, alça voos mais altos na América Latina. Em setembro, a companhia anunciou que o complexo Helipark de São Paulo será seu novo centro de serviços autorizados para a linha de helicópteros comerciais no Brasil. A companhia vendeu, em menos de um ano, 20 unidades do modelo Grande New na capital paulista. O grupo também recebeu um pedido de três aeronaves modelo AW119Ke, feito pelo Estado de Goiás, para utilização em missões de policiamento, combate a incêndios e transportes mais simples. O valor chegou a US$ 11 milhões. Acordos em diferentes países estão no planejamento, com o objetivo de fazer decolar os negócios nos ares latino-americanos.
Conexão italiana etade dos italianos tem acesso à internet em casa,
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abaixo da média de 64% registrada no continente europeu. O dado é da escola Online Business School (Obs). A situação, no entanto, melhorou a partir de 2006, quando o percentual era de 29%. O acesso à banda larga também pulou de 66% em 2005 para 94,9%, cinco anos depois. A União Europeia, por sua vez, dobrou o número de conexões domésticas entre 2006 e 2010. O ranking da conexão mostra que o país italiano aparece em 12º lugar no continente, após Irlanda, Polônia e Espanha. As nações escandinavas ocupam as posições mais altas, com uma média de 80%.
Gucci completa 90 anos marca Gucci comemora 90 anos de existência neste ano
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de 2011. Como outras grandes marcas, deu seus primeiros passos com a fabricação de peças de couro produzidas de forma artesanal pela família. Até os anos 70 e 80, a Gucci caminhou bem, mas as intrigas familiares que permeiam a história da marca viveram seu ápice durante essa época. A trajetória da marca é digna de roteiro de filme, com traições, ambições, intrigas familiares e até um assassinato. Depois de momentos de crise, prestes a decretar falência, começou a viver uma nova época de sucesso, quando Tom Ford assumiu a direção criativa da grife, em 1994. Tom renovou e sexualizou a imagem da marca e, através de uma estratégia muito bem definida, transformou seus acessórios em desejos absolutos de mulheres no mundo inteiro. O principal marco de um ano repleto de iniciativas em nome do aniversário aconteceu em 26 de setembro com a abertura do Museu Gucci, na Piazza della Signoria, em Florença, berço da grife. No local, uma exibição permanente do arquivo rico e culturalmente importante, que tem sido preservado e ampliado ao longo dos anos, vai ser justaposta com instalações de arte contemporânea apoiadas pela Fundação Pinault. Haverá ainda um café, uma “gift shop”, uma loja Gucci e um espaço para eventos.
Velas canarinho em Garda dupla brasileira de velejadores Robert Scheidt e Bru-
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no Prada, da classe Star, foram os campeões da única regata realizada pelo Campeonato Italiano para as Classes Olímpicas, em 25 de setembro, em Garda. Os brasileiros terminaram o campeonato com 23 pontos perdidos, seguidos pelos italianos Diego Negri e Enrico Voltolini, com 25. Este foi o nono título da dupla em 2011, ano pré-olímpico, em onze competições disputadas. A competição em Garda foi mais uma etapa da preparação de Scheidt e Prada para o Campeonato Mundial de Perth, na Austrália, em dezembro. Este será o desafio mais importante da temporada para os velejadores. Em Perth, a dupla vai lutar para classificar a Star brasileira para os Jogos Olímpicos de 2012.
Turismo busca novas atitudes ma das novidades da 39ª edição do Congresso Brasileiro
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de Agências de Viagens, o maior evento de turismo das Américas, é a realização na parte da tarde, juntamente com a Feira das Américas. A estratégia consiste em permitir que o congressista chegue primeiro à Feira, circule pelos estandes e depois escolha uma das atividades do Congresso. Segundo o presidente da Abav Nacional, Carlos Alberto Amorim Ferreira, as novidades otimizam o tempo e permitem um melhor aproveitamento do evento. Mais de 40 países já confirmaram a participação, sendo que oito com espaços ainda maiores que em 2010. A Itália reviu sua participação e decidiu ampliar a área de 75 para 100 metros quadrados neste ano. Com o tema Brasil Bem Sucedido: Oportunidades e Novas Atitudes para o Turismo, haverá mais de 30 oficinas sobre assuntos como tecnologia, estratégia, gestão de negócios, comunicação e marketing e direito do consumidor, além de 24 mil visitantes e 800 expositores. O Congresso ABAV 2011 acontece entre 19 e 21 de outubro, no Riocentro (RJ), das 11h às 18h.
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Notícias
Joia brasileira
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érolas da joalheria brasileira estiveram expostas em Roma durante 15 dias do mês de setembro. A mostra Collect brazilian jewelry, realizada por Dorine Botana e Cristiane Azevedo, ocupou a Galeria de Arte Collezione Saman, na Via Giulia. Estiveram em exibição as criações de Bruna Bert, Claudia Coral, Cristiane Azevedo, Dorine Botana, Glenio de Castro, Julia Dorneles, Kristhel Biancco, Maria Antonelle, Miguel Pereira, Sandra Guarnieri, Tàta Moreno e Vera Monfort.
Resgate à Italcam
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Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (Italcam) prestou uma homenagem a grandes empresas italianas que atuam no Brasil e que contribuíram financeiramente com a entidade em momento de crise. As dificuldades econômicas da Itália levaram à redução da contribuição que o governo italiano repassa para as câmaras de comércio ao redor do mundo. A homenagem foi feita durante o anúncio do Conselho Consultivo da Italcam para o período 2011-2014, no Terraço Itália, em São Paulo, no final de setembro. O evento contou com a presença do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, e foi comandado pelo presidente da Italcam, Edoardo Pollastri. Entre as empresas homenageadas, estavam a Barilla, Bauducco, Campari, Comolatti, Fiat, Pirelli e TIM.
Mobilização
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Partido Democrático tem divulgado entre os italianos que vivem no exterior a campanha que deve mobilizar Roma em uma manifestação marcada para o dia 5 de novembro. Trata-se de um manifesto que denuncia o que os membros do partido italiano chamam de “desastres” do governo da Itália, que passa por uma crise política e econômica. “Contra os cortes na assistência e na cultura, a ausência de políticas para as novas gerações, o endividamento de aposentados, o fechamento dos consulados e a negação da democracia representativa, o PD pede a demissão de Berlusconi e apresenta algumas propostas a favor dos italianos no mundo” — são os dizeres do cartaz que circula em formato PDF na internet.
Moto com motor Ferrari
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mpresa MV Augusta agora representada pela Dafra lançou no salão Duas Rodas as motos F4, Brutale 1090RR e Brutale 1090R, que já têm seus preços definidos. Para impulsionar as vendas, a empresa equipou o produto com motor de qualidade Ferrari, que é capaz de atingir 188 cavalos de potência máxima. A motocicleta tem grande parte do processo de produção feito a mão. O Brasil é o único país do mundo que monta as motos da MV Agusta, além da Itália.
Capa
Mobilidade
Próxima pedalad Prossima pedalata
A moda eco-sustentável das bicicletas elétricas percorre a Itália com modelos de última geração que levam muitos italianos a substituirem os velhos e poluentes motorinos
La moda eco-sostenibile delle biciclette elettriche in Italia. Modelli di ultima generazione fanno sí che molti italiani sostituiscano i vecchi e inquinanti motorini Aline Buaes
Especial para Comunità
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ada
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etade bicicleta, metade motorino. Basta colocar o pé no pedal e esta moderna bicicleta já sai andando sozinha. O híbrido perfeito para um país como a Itália, apaixonado pelas duas rodas motorizadas. O nome técnico é “bicicleta a pedalada assistida”, mas no jargão popular é a velha e boa bicicleta elétrica, que se modernizou, ganhou um design e um peso quase igual ao das bicicletas normais, uma autonomia de bateria de até 90 km e uma velocidade máxima de 25 km/h — o que afastou a má fama que impediu o seu desenvolvimento logo que apareceu no mercado, há algumas décadas. Com os incentivos governamentais que impulsionaram suas vendas na Itália nos últimos anos, a bicicleta elétrica está se tornando também uma opção não apenas ecológica, mas econômica em tempos de crise: sem necessidade de licença para circular, seguro obrigatório, placa e outros requisitos legais que estão tornando os motorinos cada vez mais custosos para os italianos, também não precisa de combustível, pode circular nas áreas fechadas ao tráfego e, melhor ainda, não leva multa. Com um mercado em franca expansão, a bicicleta elétrica, que se torna uma aposta dos governantes europeus para diminuir a poluição e o tráfego nas cidades, até pouco tempo atrás possuía um público consumidor formado basicamente por idosos e pessoas com dificuldades para pedalar que optavam pelos modelos elétricos. Hoje, o principal consumidor são os trabalhadores e pais de família que buscam um meio alternativo e econômico para chegar ao local de trabalho, levar os filhos à escola e fazer compras no mercado. E temos ainda um novíssimo público que está se formando que são os jovens, que enxergam neste produto um modo moderno, sustentável e ecológico de fazer um pouco de esporte, explica o engenheiro e diretor comercial da Atala, principal fabricante de bicicletas da Itália, Massimo Panzeri, salientando o motivo porque as bicicletas elétricas se tornaram também uma moda na Itália. Na Europa, os principais usuários das bicicletas elétricas são os alemães e os holandeses, responsáveis por mais de 70% das vendas no continente, segundo dados da revista internacional Bike Europa, especializada no mercado europeu de bicicletas. Em 2008, foram 300 mil unidades de bicicletas elétricas vendidas em toda a União Européia e em 2009 este número subiu para 400 mil, sendo 30 mil unidades apenas na Itália. A União Europeia é o segundo maior mercado consumidor de bicicletas elétricas depois da China, onde estimativas falam em 120 milhões de unidades em circulação. O público chinês, no entanto, foi praticamente obrigado a adquirir um meio de locomoção não poluente, já que muitas cidades do país asiático proibiram a venda e circulação de motos e ciclomotores à gasolina. O mercado italiano, no entanto, está em forte crescimento já que em 2010 foram 50 mil unidades vendidas, 40% a mais do que no ano anterior, a maior parte delas devido aos diversos incentivos de governos regionais e municipais, principalmente do norte do país.
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età bicicletta, metà motorino. Basta mettere il piede sul pedale e questa moderna bicicletta comincia a camminare da sola. L’ibrido perfetto per un paese come l’Italia, appassionato delle due ruote a motore. Il nome tecnico è “bicicletta a pedalata assistita”, ma per i non addetti ai lavori è la vecchia e pratica bicicletta elettrica, che si è modernizzata, è stata ridisegnata e pesa quasi quanto una bicicletta normale; la batteria ha un’autonomia di 90 km al massimo e fa 25 km/h, allontanandosi cosí dalla cattiva fama [di essere lenta] che aveva impedito la sua produzione quando era stata immessa sul mercato qualche decennio fa. Con gli incentivi governativi che hanno spinto la sua vendita in Italia negli ultimi anni, la bicicletta elettrica sta divenendo anche un’alternativa non solo ecologica, ma anche economica in tempi di crisi: non paga la tassa di circolazione, l’assicurazione obbligatoria, la targa e altri requisiti legali che rendono i motorini sempre più costosi per gli italiani; inoltre non usa carburante, può circolare nelle aree chiuse al traffico e, ancora meglio, non è multata. Con un mercato in grande espansione la bicicletta elettrica, su cui puntano i governanti europei per diminuire l’inquinamento e il traffico nelle città, fino a pochi anni fa vantava un pubblico consumatore formato basicamente da anziani e persone con difficoltà per pedalare, che sceglievano i modelli elettrici. Oggi i principali utenti sono i lavoratori e i genitori in cerca di un mezzo alternativo per arrivare sul posto di lavoro, portare i figli a scuola e fare la spesa. “E inoltre abbiamo un nuovissimo pubblico in formazione, ossia i giovani, che vedono in questo prodotto un modo moderno, sostenibile ed ecologico di fare un po’ di sport”, spiega l’ingegnere e direttore commerciale della Atala, principale fabbricante di biciclette in Italia, Massimo Panzeri, che mette in rilievo il motivo per cui le biciclette elettriche sono anche considerate di moda in Italia. In Europa i principali utenti delle biciclette elettriche sono tedeschi e olandesi, responsabili del 70% delle vendite sul continente, secondo dati della rivista internazionale Bike Europa, specialista di biciclette nel mercato europeo. Nel 2008 sono state vendute nell’Unione Europea un totale di 300 mila unità e, nel 2009, il numero è aumentato a 400 mila, di cui 30 mila in Italia. L’Unione Europea è il secondo maggior mercato consumatore di bici elettriche dopo quello cinese, dove le stime parlano di 120 milioni di bici in circolazione. Ma il pubblico cinese è stato praticamente obbligato ad acquisire un mezzo di trasporto non inquinante, giacché molte città del paese asiatico hanno vietato la vendita e la circolazione di moto e motorini a benzina o miscela. Però il mercato italiano è in forte aumento, visto che nel 2010 sono state vendute 50 mila bici, il 40% in più rispetto all’anno scorso; la maggior parte delle vendite si è dovuta ai vari incentivi dei governi regionali e comunali, specialmente al nord. comunitàitaliana | outubro 2011
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Mobilidade
Alternativa ágil As bicicletas elétricas se dividem por lei em duas categorias. A primeira, na qual o motor auxiliar funciona apenas se o ciclista pedala, são as chamadas bicicletas a pedalada assistida, que possuem um motor de 0,25 KW de potência e velocidade máxima de 25 km/h com o motor ligado. Sensores de velocidade acoplados ao motor não deixam a bicicleta ultrapassar este limite, a não ser que o motor seja desligado. Já o segundo tipo, considerado por lei um ciclomotor e, portanto, sujeito às regras iguais as de um motorino 50 cilindradas, é uma bicicleta com um motor auxiliar que pode ser acionado mesmo que o ciclista não pedale. Normalmente possuem velocidades máximas maiores, entre 30 e 50 km/h.
Os modelos de bicicletas mais antigos possuíam as baterias a chumbo, que além de serem mais pesadas, se desgastavam com o uso e a duração da bateria diminuía progressivamente. Na China, no entanto, estas ainda são as baterias mais usadas, já que o objetivo lá é reduzir os custos. Hoje as baterias de lítio e níquel dominam a nova geração de bicicletas elétricas. Além de serem muito mais leves, permitindo aos fabricantes oferecerem bicicletas com um design igual ao de uma bicicleta normal e com poucos quilos a mais, em torno de 20 a 25 kg (as bicicletas com bateria a chumbo chegam a 35 kg), também possuem uma duração e resistência muito maiores, chegando a 500 ciclos completos de recargas (contra os 200 das baterias de chumbo). As problemáticas relativas à segurança com as baterias de lítio, que no início do desenvolvimento destes modelos criaram dúvidas sobre sua aplicabilidade, foram resolvidas e hoje são as mais confiáveis do mercado. Os produtores garantem uma autonomia das baterias, que precisam de quatro a seis horas para recarregar ligadas na corrente elétrica, que varia entre 40 e 60 km. Alguns modelos de bicicletas possuem uma bateria de reposição, que dobra a autonomia do veículo. A maior parte das bicicletas produzidas possui também um indicador de recarga da bateria, que informa ao ciclista quando a bateria deve ser recarregada. A maior parte dos danos que a bateria de uma bicicleta pode sofrer ocorre durante as operações de recarga, o que torna importantíssimo o uso de carregadores de bateria adequados. Os preços das bicicletas elétricas na Itália variam entre 650 até três mil euros, dependendo da sofisticação dos sistemas eletrônicos instalados e dos acessórios incluídos. 34
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Uma bicicleta elétrica italiana pode custar de 650 até 3 mil euros, dependendo da quantidade de acessórios e da sofisticação do sistema eletrônico instalado
Una bicicletta elettrica italiana può costare dai 650 ai 3mila euro, a seconda della quantità di accessori e del sistema elettronico installato
Agile alternativa Le biciclette elettriche si dividono, per legge, in due categorie. La prima, in cui il motore ausiliare funziona solo se il ciclista pedala, sono le soprannominate “biciclette a pedalata assistita”, che vantano su di un motore di 0,25 KW di potenza e una velocità massima di 25 km/h a motore acceso. Sensori di velocità del motore non permettono alla bici di andare più veloce, a meno che il motore sia spento. Invece il secondo tipo, considerato per legge uno scooter e, quindi, soggetto alle regole identiche a quelle di un motorino 50 di cilindrata, è una bicicletta con un motore ausiliare che può essere azionato anche se il ciclista non pedala. Di solito vanno più rapide, tra i 30 e i 50 km/h. I modelli più arcaici usavano batterie al piombo, che oltre ad essere più pesanti, si deterioravano con l’uso e la durata della batteria diminuiva progressivamente. Però in Cina sono ancora queste le batterie più usate visto che là la meta è quella di ridurre i costi. Oggigiorno le batterie al litio e nichel dominano la nuova generazione di biciclette elettriche. Oltre ad essere molto più leggere, il che permette ai fabbricanti di offrire bici con un design uguale a quello di una bici normale o con pochi chili in più, parliamo di circa 20-25 kg (le bici con batterie al piombo arrivano ai 35 kg), inoltre presentano una durata e resistenza molto maggiori, arrivando a 500 cicli completi di ricarica (contro i 200 delle batterie al piombo). I problemi legati alla sicurezza con le batterie al litio, che all’inizio della progettazione di questi modello avevano creato dei dubbi quanto alla loro applicabilità, sono stati risolti e oggi sono i più affidabili del mercato. I produttori garantiscono un’autonomia delle batterie, che richiedono dalle quattro alle sei ore per essere ricaricate nella rete elettrica, che spazia dai 40 ai 60 km. Dei modelli di bici hanno anche una batteria di riserva, il che raddoppia l’autonomia del veicolo. La maggior parte delle bici prodotte vanta anche su
Ruota intelligente genera energia 100% pulita
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e da fuori sembrerebbe una normale bicicletta, da dentro è il prototipo della prima bicicletta totalmente ibrida già prodotta. Il sistema genera energia ogni volta che sono azionati i freni. L’uso di questa energia, controllabile dal ciclista in persona, aiuta a dare impulso e ad accellerare la bicicletta. Il progetto inedito e innovativo è stato presentato al mondo per la prima volta durante la Conferenza del Clima dell’Organizzazione delle Nazioni Unite (ONU), che ha avuto luogo a Copenaghen nel dicembre 2009, organizzato dall’architetto italiano Carlo Ratti, ricercatore dell’Istituto di Tecnologia del Massachussets (MIT), in collaborazione con la Ducati Energia e il Ministero dell’Ambiente italiano; dovrebbe arrivare sul mercato nel 2012, a prezzi competitivi rispetto a quelli delle biciclette normali. Oltre a produrre un’energia al 100% pulita, la bicicletta vanta altri comfort, come il supporto per l’iPhone sul manubrio, circuiti Bluetooth per integrare l’apparecchio e sistemi per il calcolo della velocità, la distanza percorsa, la vicinanza con le altre biciclette e, addirittura, i livelli di inquinamento dell’aria. Tutto ciò dentro la piccola ruota rossa che può essere installata su qualsiasi bicicletta normale. — La ruota usa una tecnologia simile alla KERS (Kinetic Energy Recovery System), che ha cambiato radicalmente le corse di Formula 1 negli ultimi anni. Quando freni la tua energia cinetica viene recuperata in modo che riavrai l’energia quando ne avrai bisogno — spiega Ratti, direttore del Senseable City Lab, del MIT. — La ruota della bicicletta contiene tutto quello di cui hai bisogno, cosí non c’è bisogno di sensori o parti elettroniche addizionali, e una bicicletta normale può essere facilmente equipaggiata con questa ruota — conclude l’architetto che ha un ufficio anche a Torino. Di recente l’invenzione è stata inclusa nel Libro Verde del secolo 21, iniziativa del Consiglio EuroBrasiliano dello Sviluppo Sostenibile (Eubra) in partnership con l’ONU, che presenta 100 casi importanti per l’Economia Verde nei vari continenti in cui l’uso della tecnologia pulita sta dinamizzando i settori delle finanze, pianificazione urbana e sviluppo locale.
De duas rodas pela bota A fabricante Atala, com uma experiência de décadas no mercado das bicicletas tradicionais, decidiu começar a produzir os modelos elétricos há quatro anos, quando o mercado europeu começava a crescer. — Percebemos que tínhamos as condições tecnológicas para produzir aqui na Itália as reais bicicletas elétricas, leves, com formato igual ao de uma bicicleta normal — explica Panzeri, salientando o rápido crescimento do mercado nos útimos anos e a importância dos incentivos governamentais. Um deles, do Ministério do Meio Ambiente, permitia um desconto de 30% para consumidores de toda a Itália sobre os preços de catálogos das bicicletas elétricas de lojas credenciadas. Hoje, com a forte crise econômica que abala o país, os incentivos se reduziram a níveis municipais ou regionais ou até mesmo privados, como é o caso da própria Atala, que neste mês de setembro ofereceu 25% de desconto para alguns modelos elétricos. Entre os modelos mais vendidos da Atala está o Ecostreet, um modelo de base com preço de catálogo de 820 euros. Com expor-
Hoje, o principal consumidor são os trabalhadores e pais de família que buscam um meio alternativo e econômico para chegar ao local de trabalho, levar os filhos à escola e fazer compras no mercado tações para diversos países, como França, Alemanha e Japão, a Atala pretende em breve também desembarcar no mercado brasileiro, mas ainda sem data definida. Um caso ainda raro de empresa privada que se destacou com um projeto de incentivo às bicicletas elétricas foi a fabricante de fraldas e absorventes Fater, com sede em Pescara, premiada em 2011 com o “Green Public Procurement” do Ministério da Economia italiano, que destaca empresas e administrações públicas que atingiram resultados importantes em projetos de fornecimento sustentável. No início de 2010, a empresa ofereceu aos seus 1.050 funcionários
Oggigiorno i principali utenti sono lavoratori e genitori in cerca di un mezzo alternativo ed economico per arrivare sul posto di lavoro, portare i figli a scuola e fare la spesa
Roda inteligente gera energia 100% limpa
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e por fora parece uma bicicleta normal, por dentro é o protótipo da primeira bicicleta totalmente híbrida já realizada. O sistema gera energia cada vez que se acionam os freios. O uso desta energia, controlável pelo próprio ciclista, ajuda a impulsionar e acelerar o movimento da bicicleta. O projeto inédito e inovador, apresentado ao mundo pela primeira vez durante a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Copenhague em dezembro de 2009, foi coordenado pelo arquiteto italiano Carlo Ratti, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), com colaboração da Ducati Energia e do ministério italiano do Meio Ambiente, e deve chegar ao mercado em 2012, com preços competitivos aos das bicicletas elétricas normais. Além de produzir uma energia 100% limpa, a bicicleta possui outros luxos, como suporte para iPhone no guidão, circuitos Bluetooth para integrar o aparelho e sistemas de medição de velocidade, distância percorrida, proximidade de outras bicicletas e, inclusive, níveis de poluição do ar. Tudo isso dentro da pequena roda vermelha, que pode ser acoplada a qualquer bicicleta normal. — A roda usa uma tecnologia similar à KERS (Kinetic Energy Recovery System), que mudou radicalmente as corridas de Fórmula 1 nos últimos anos. Quando você freia, a sua energia cinética é recuperada por um motor elétrico e então armazenada por baterias localizadas dentro da roda, de modo que você terá a energia de volta quando precisar — explica Ratti, diretor do Senseable City Lab, do MIT. — A roda da bicicleta contém tudo o que você precisa, de modo que não são necessários sensores ou eletrônicos adicionais, e uma bicicleta normal pode ser equipada com esta roda facilmente — completa o arquiteto, que possui também um escritório em Turim. Recentemente, a invenção foi incluída no Livro Verde do Século 21, iniciativa do Conselho EuroBrasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Eubra) em parceria com a ONU, que contém 100 casos de destaque em Economia Verde nos diferentes continentes, onde o uso de tecnologia limpa está dinamizando os setores de finanças, planejamento urbano e desenvolvimento local.
di un indicatore di ricarica della batteria, che dice al ciclista quando questa dev’essere ricaricata. La maggior parte dei danni che possono essere subiti dalla batteria di una bici possono verificarsi duratne le operazioni di ricarica, il che rende importantissimo l’uso di ricaricatori di batteria adeguati. I prezzi delle biciclette elettriche in Italia spaziano dai 650 ai 3000 euro, a seconda di quanto siano elaborati i sistemi elettronici installati e quali accessori saranno inclusi. Su due ruote lungo lo Stivale Il fabbricante Atala, che vanta un’esperienza di decenni nel mercato delle biciclette tradizionali, ha deciso di cominciare a produrre i modelli elettrici quattro anni fa, quando il mercato europeo aveva cominciato a crescere. — Abbiamo percepito che avevamo le condizioni tecnologiche per produrre qui in Italia le vere biciclette elettriche, leggere, con lo stesso formato di una bici normale — spiega Panzeri, mettendo in risalto la rapida crescita del mercato negli ultimi anni e l’importanza degli incentivi governativi. Uno di questi, del Ministero dell’Ambiente, permetteva uno sconto del 30% per i consumatori di tutta Italia sui prezzi di cataloghi delle biciclette elettriche nei negozi credenziati. Oggi, con la forte crisi economica che scuote il paese, gli incentivi si sono ridotti a livelli comunali o regionali o perfino privati, com’è il caso della stessa Atala, che lo scorso ora, a settembre, ha offerto il 25% di sconto per qualche modello elettrico. Tra i modelli più venduti dell’Atala c’è l’Ecostreet, un modello di base con prezzi di catalogo di 820 euro. Esportando in vari paesi come la Francia, la Germania e il Giappone, l’Atala vorrebbe entro un breve periodo sbarcare su coste brasiliane, ma le date non sono ancora state definite. Un caso ancora raro di impresa privata che si è messa in risalto con un progetto di incentivo alle bici elettriche è quello della Fater, che produce pannolini e assorbenti, con sede a Pescara, premiata nel 2011 con il “Green Public Procurement” del Ministero dell’Economia e delle Finanze italiano, che dà enfasi a imprese e pubbliche amministrazioni che hanno attinto importanti risultati con progetti di forniture sostenibili. Agli inizi del 2010 l’impresa ha offerto ai suoi 1.050 dipendenti la possibilità di acquisire bici elettriche per andare al lavoro, con il 70% del valore totale coperto dall’impresa e il restante 30% finanziato comunitàitaliana | outubro 2011
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Mobilidade
a possibilidade de adquirirem bicicletas elétricas para se locomoverem ao trabalho, com 70% do valor total coberto pela empresa e os outros 30% financiados sem juros. Até o momento, mais de 150 funcionários já aderiram ao projeto e a maior parte deles percorre cerca de 20 km diariamente para chegar ao trabalho, o que totaliza uma grande economia não apenas financeira, mas também de poluição produzida. Além disso, a empresa está colaborando com a administração regional para construir uma rede de ciclovias na província, que é uma das mais poluídas da Itália. O caso de Bolzano, no extremo norte da Itália, é outro bom exemplo das reais possibilidades de se instaurarem meios de locomoção sustentáveis nas grandes cidades. Com 100 mil habitantes, a cidade já é chamada de “cidade das bicicletas elétricas”. Segundo dados referentes a 2009, as bicicletas são responsáveis por cerca de 30% do tráfego urbano na cidade em dias úteis, contra 27% dos carros. Destes 30%, quase 20% são de bicicletas elétricas. A cidade possui uma das redes de ciclovias mais longas da Europa e cidadãos empolgados em poderem se locomover diariamente em bicicletas. Cerca de 4% da população possui bicicletas elétricas, totalizando quatro mil unidades em circulação na pequena cidade do extremo norte italiano. Um dos principais fabricantes italianos de bicicletas elétricas, a TC Mobility, produtor das marcas Frisbee e Dinghi, tem sede justamente em Bolzano, onde promove diversas atividades e incentivos à aquisição dos produtos. Em Bolzano, policiais, carteiros, enfermeiros, médicos de família e assessores
Em Bolzano, bicicletas elétricas são responsáveis por 20% do tráfego urbano. Carteiros, policiais, enfermeiros e médicos se locomovem com modelos da marca Frisbee, produzidos na região
O primeiro passo para incentivar a adesão das pessoas às e-bikes é expandir as ciclovias nas cidades, alertam os engenheiros
Il primo passo per dare incentivo alle persone affinché comprino e-bikes è di espandere le ciclovie nelle città, avvisano gli ingegneri
A Bolzano le biciclette elettriche corrispondono al 20% del traffico urbano. Postini, poliziotti, infermieri e medici si spostano con modelli della marca Frisbee, prodotti nella regione senza interessi. Finora più di 150 dipendenti hanno già aderito al progetto e la maggior parte di loro percorre tutti i giorni circa 20 km per arrivare al lavoro, il che totalizza una grande economia non solo finanziaria ma che riguarda anche l’inquinamento prodotto. Inoltre l’impresa sta collaborando con l’amministrazione regionale per costruire una rete di ciclovie nella provincia, che è una delle più inquinate d’Italia. Il caso di Bolzano, nell’Italia settentrionale, è un altro buon esempio delle reali possibilità di impiantare mezzi di locomozione sostenibile nelle grandi città. Con 100 mila abitanti, la città viene già chiamata “città delle biciclette elettriche”. Secondo dati che si riferiscono al 2009, le bici sono responsabili del 30% circa del traffico urbano nella città nei giorni lavorativi, mentre si ha il 27% di macchine. Di questo 30%, quasi il 20% è formato da bici elettriche. La città vanta su di una delle reti di ciclovie più lunghe d’Europa e i cittadini possono muoversi ogni giorno in bici. Il 4% circa della popolazione ha una bici elettrica, il che ne totalizza quattromila in circolazione nella cittadina nell’estremo settentrione italiano. Uno dei principali fabbricanti italiani di biciclette elettriche, la TC Mobility, produttrice delle marche Frisbee e Dinghi, ha per sede proprio Bolzano, dove promuove varie attività e incentivi all’acquisizione dei prodotti. A Bolzano poliziotti, postini, infermieri, medici di base e assessori comunali già si spostano solo con le e-bike, come sono conosciute nel mondo. Vigili su bici elettriche Vari municipi del centro-nord italiano hanno già adottato le e-bike come mezzi di trasporto ufficiale per i loro dipendenti, specialmente i vigili urbani. Gli abitanti ricevono incentivi speciali per comprare o noleggiare una bici elettrica a Rimini, Padova, Milano, Bergamo, Cremona e tante altre città. Nelle regioni del centro-sud italiano la moda della mobilità elettrica sostenibile non è ancora arrivata. — A Roma il mercato è in rapida crescita ma il problema è la lentezza delle istituzioni — spiega Valerino Verrino, gestore di EcoVia, un negozio vicino al Colosseo a Roma, specializzata in biciclette elettriche prodotte dalla TC Mobility di Bolzano. Da un anno e mezzo nella città, Verrino, che è stato trasferito da Bolzano proprio per promuovere il prodotto nella regione centro-sud italiana, sottolinea la difficoltà di lavorare dovuto alla mancanza di incentivi governativi in queste regioni. Di recente la polizia municipale di Roma ha acquisito, grazie all’aiuto di Verrino, 20 biciclette elettriche del modello Frisbee Euro Sete. — E’ un modello molto affidabile, usato già da altre polizie municipali italiane — spiega Verrino, che inoltre noleggia biciclette a turisti e abitanti a cui interessi conoscere il prodotto. — La polizia di Roma ha capito che questo è un mezzo per controllare il territorio molto comodo, economico e agile — dice Verrino, mettendo in
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municipais já se locomovem apenas com as e-bikes, como são conhecidas internacionalmente. Guardas de e-bike Diversas prefeituras do centro-norte da Itália já adotaram e-bikes como meio de transporte oficial para seus funcionários, principalmente os guardas municipais. Os habitantes recebem incentivos especiais para adquirirem ou alugarem uma bicicleta elétrica em Rimini, Pádua, Milão, Bérgamo e Cremona, entre tantas outras. No centro-sul italiano, a moda da mobilidade elétrica sustentável ainda está a caminho. — Em Roma, o mercado está crescendo rapidamente, mas o problema é a lentidão das instituições — explica Valerino Verrino, gerente da EcoVia, loja próxima ao Coliseu, em Roma, especializada nas bicicletas elétricas produzidas pela TC Mobility de Bolzano. Há um ano e meio na cidade, Verrino, que foi transferido de Bolzano justamente para promover o produto na região sul da Itália, salienta a dificuldade em atuar diante da falta de incentivos governamentais nessa região. Recentemente, a polícia municipal de Roma adquiriu através de negociações com Verrino, 20 bibicletas elétricas do modelo Frisbee Euro Sete. — Um modelo muito confiável, já utilizado por outras polícias municipais italianas — explica Verrino, que também aluga bicicletas para turistas e moradores interessados em conhecer o produto. — A polícia de Roma entendeu que este é um meio para controlar o território muito cômodo, econômico e ágil — diz Verrino, destacando entre os acessórios um espaço exclusivo para os policiais apoiarem seus rádios. Verrino também salienta outro tipo de público consumidor que tem crescido atualmente: os apaixonados por bicicletas. — Em Roma, por exemplo, com tantas subidas e descidas, com o modelo elétrico eles continuam usando a bicicleta para ir ao trabalho e ainda treinam um pouco — explica ele, que há quatro anos trabalha no setor. O primeiro passo para conseguir aumentar a sensibilidade dos cidadãos em relação às bicicletas elétricas é aumentar a quantidade de ciclovias dentro de uma cidade, explica a engenheira Nadi Acunzo, do projeto GoPedelec, financiado pela União Europeia com o objetivo de promover veículos elétricos, especialmente a bicicleta a pedalada assistida, que no jargão europeu è conhecida como Pedelec (Pedal Electric Cycle). Há um ano e meio atuando na Itália, o projeto, que possui sede na cidade de Nápoles, provavelmente foi responsável pela sensibilização da prefeitura napolitana, que recentemente equipou a polícia local e assessores municipais com bicicletas elétricas. — Nosso trabalho é organizar momentos de divulgação do produto a fim de sensibilizar cidadãos, mas, principalmente, revendedores de bicicletas, que muitas vezes não conhecem o produto e não sabem reconhecer se é um produto de qualidade — explica a engenheira. Em 2010, uma grande exposição no centro de Nápoles, uma das cidades com pior qualidade de tráfego da Itália e nenhuma ciclovia à disposição dos moradores, apresentou aos cidadãos mais de 20 modelos diferentes de e-bikes. — Algo inédito, já que muitos revendedores nunca tinham visto nenhum modelo — destaca a engenheira, que salienta — em 2011 a maior parte das prefeituras que pediram, e conseguiram, apoio do Ministério da Economia italiano, através de um projeto específico para construir ciclovias, são das regiões do sul da Itália. A região da Puglia, principalmente, tem se sobressaído muito neste sentido — ressalta Nadi.
As bicicletas elétricas já são meio de transporte oficial de guardas municipais em várias prefeituras italianas, como Bolzano
Le biciclette elettriche sono già il mezzo di trasporto ufficiale dei vigili urbani in vari comuni italiani, come a Bolzano
risalto tra gli accessori uno spazio esclusivo, per i poliziotti, per appoggiarvici le loro radio. Inoltre Verrino parla di un altro tipo di consumatori, che sono aumentati negli ultimi tempi: gli appassionati per le bici. — A Roma, per esempio, con tante salite e discese, con il modello elettrico continuano ad usare la bici per andare al lavoro e inoltre si allenano un po’ — spiega Verrino, che lavora da quattro anni nel segmento. Il primo passo per riuscire ad aumentare la sensibilità dei cittadini in rapporto alle biciclette elettriche sarebbe quello di aumentare il numero di ciclovie nel perimetro urbano, spiega l’ingegnere Nadi Acunzo, del progetto GoPedelec, finanziato dall’Unione Europea che mira alla promozione di veicoli elettrici, specialmente la bicicletta a pedalata assistita, che in Europa è conosciuta come Pedelec (Pedal Electric Cycle). Il progetto, in azione da un anno e mezzo in Italia e che ha la sua sede a Napoli, probabilmente è stato responsabile della sensibilizzazione del comune napoletano, che di recente ha equipaggiato la polizia locale e gli assessori comunali con bici elettriche. — Ci occupiamo di organizzare momenti di divulgazione del prodotto per sensibilizzare cittadini ma, specialmente, rivenditori di biciclette, che spesso non conoscono il prodotto e non sanno riconoscere se è un prodotto di qualità — spiega l’ingegnere. Nel 2010 una grande esposizione al centro di Napoli, una delle città dalla peggior qualità di traffico in Italia e nessuna ciclovia a disposizione degli abitanti, ha presentato ai cittadini più di 20 svariati modelli di e-bikes. — E’ un qualcosa di inedito, giacché molti rivenditori non ne avevano mai visto nessun modello — sottolinea l’ingegnere, che aggiunge — nel 2011 la maggior parte dei Comuni che ha richiesto, ed ottenuto, appoggio del Ministero dell’Economia e delle Finanze italiano grazie ad un progetto specifico per la costruzione di ciclovie, è di regioni meridionali. Specialmente la Puglia occupa un posto d’onore in questo senso — mette in risalto Nadi. comunitàitaliana | outubro 2011
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Exposição
O luxo é de casa
Mostra organizada em Milão e eternizada na web deslumbra visitantes com uma imensidão de objetos de luxo da modernidade Guilherme Aquino
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De Milão
a Triennale de Milão, a mostra C25-Options of Luxury: the Exhibition abriu as portas e as janelas dos principais criadores de objetos do desejo comprados por poucos e desejados por muitos, desde que o conheçam, claro. Ao final, o luxo é, ou pelo menos foi, durante muito tempo, uma exclusividade para alguns eleitos. O célebre escritor inglês, Oscar Wilde disse: “Concedam-me o luxo e fiquem com o necessário”. Mas, como fazer a menos de uma Ferrari California, cabriolet, 1964, depois de tê-la conhecida? Ou, como resistir àquela bolsa mágica de Prada? Ou fingir não ter notado aquele vestido longo e vermelho Valentino? E as jóias e Tiffany? E quem não gostaria de tirar da carteira o mítico cartão de crédito Black? Enfim, agora, imagine tudo isso, lado a lado, numa mega exposição, com 225 empresas que revelam e exibem as peças que marcam o mercado internacional do luxo. Pois bem, quase 300 ícones e bens de consumo de alta gama desfilam diante dos olhos dos visitantes hipnotizados pela quantidade, variedade e pelo valor da mostra. Moda, design, motor e tecnologia ditam as regras de um mundo que, lentamente, redescobre no ambiente em exibição uma mega-serra com plantas e a maquete de uma ilha perfeita e, no uso do tempo, os luxos máximos que não estão à venda em nenhum lugar e, por isso mesmo, não podem ser comprados. Para todo o resto existem cartões e contas bancárias, com e sem fundo. A mostra, com curadoria de Italo Rota, comemora os 25 anos 38
da revista Class — uma das mais influentes do mundo do luxo — elaborada dentro de um percurso de 12 instalações. O espaço da Triennale criou um ambiente único, uma espécie de shopping center e museu dentro dos quais estão as peças que marcaram uma época e outras que estão sinalizando o futuro. Não por acaso, a mostra, graças à internet, democraticamente, ganha vida eterna no site http:// class25.com. Nascida em Milão, viaja para Nova York, Seul e, em negociação, São Paulo. Bugingangas de luxo No corredor principal, em meio a dezenas de objetos de níquea, se destaca a miniatura de Steven Jobs, o criador da Apple, o homem que revoluciona o conceito da comunicação online e faz com que Bill Gates pareça um animal pré-histórico. Ambos, por mais parodoxal que seja, se vestem de maneira simples. E como integração e interação
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Entre sapatos, vestidos, bolsas, jaquetas e móveis, o visitante percorre a história do glamour da alta costura
são palavras-chave da sociedade moderna, os curadores da mostras pensaram bem em criar uma bolsa gigante, Hermès, naturalmente, dentro da qual o visitante pode viver sensação de “ser” um objeto em boa companhia, ou seja, com um tablet nas mãos, ele pode ver e ler informações sobre canetas, jóias, celulares de última geração e outra “bugingangas” — de alto luxo, claro — que são transportadas dentro da bolsa. Sem falar nos cartões de crédito e de milhagem, reproduzidos na estofa interna bem à vista. E tudo isso ouvindo a gravação de sons das ruas, dos escritórios, enfim, do mundo externo. Raridades e maestria compõem a sinfonia dos objetos de luxo. Em uma das instalações, sapatos, vestidos, bolsas, malas e jaquetas e
compramos aquilo de que não precisamos?!” E vai além, ao propor uma seção de vintage, bem ao lado de um mostra de plantas tropicais, orquídeas, e de ambientes hostis, como cactos dos desertos, com vídeos que lembram a necessidade de respeitar a natureza. Ali, bem ao lado, como se voltassem para o futuro, estavam também uma motinha Vespa, uma Ape Calessino (dos anos 50) e um manequim vestido com um casaco Loro Piana (um clássico absoluto da lã de caxemira), só para lembrar que verdadeiros ícones nunca saem de moda. E, para terminar, uma paradisíaca ilha em modelo de maquete, com mini-instalações de vídeos, com cenários semelhantes àquele
paletós desfilam diante dos olhos do espectador em pequenos pratos. Eles circulam por uma sala que homenageia os acessórios de quem escreveu a história do luxo da alta costura, como Giorgio Armani, Versace e Valentino. Logo ao lado, uma imensa sala reproduz os bastidores de um desfile. Um gigantesco secador de cabelos ocupa parte do espaço e, ao invés de lançar ar quente, projeta imagens e entrevistas de personagens do mundo da moda. Uma série de espelhos de camarim exibia cenas de mãos que executavam os movimentos que os cabeleireiros e os maquiadores realizam nas modelos. E em araras, os sonhados e desejados vestidinhos Prada. Poltrona Frau e Loro Piana A poucos metros dali, está uma grande instalação, com várias máscaras venezianas, em tamanho grande, dentro das quais o visitante aproximava o rosto e assistia a
A mostra procura dar ferramentas ao espectador para responder à pergunta Por que compramos aquilo de que não precisamos?
diferentes filmes que retratam o estilo luxuoso de viver, como, por exemplo, participar de um cruzeiro marítimo (que hoje se tornou acessível às classes média e remediada) e que levanta a questão do luxo exclusivo e da “popularização” do luxo. Não faltam mobílias de design, como poltronas de Le Corbusier, cadeiras de Philippe Starck e móveis dos brasileiros Fernando e Humberto Campana. Tudo lado a lado, decorando uma hipotética “cabana”. Os organizadores criam uma palafita para abrigar peças produzidas por marcas como Cassina, Driade, B&B Italia, Artemide, Edra, Poltrona Frau, e a lista segue... Enfim, a mostra procura dar ferramentas ao espectador para responder a uma simples pergunta: “Por que
Mobílias de design, entre poltronas Le Corbusier e cadeiras Philippe Starck são o forte da exposição, que inclui artigos de grifes como os casacos da Loro Piana
do filme A Praia (que existe e é uma ilha de verdade na Tailândia). Nas belas enseadas, estão ancorados veleiros e iates futurísticos. Em “terra firme”, na areia e em clareiras abertas na floresta (que lembra aquela do filme King Kong, com direito a um vulcão coberto pela vegetação), havia “pousadas” de refinada arquitetura e aeroportos futurísticos. Como se o grande luxo fosse aquele de viver bem tendo a natureza como quintal da existência, com pés descalços na areia, mas com um anel Cartier no dedo, calça jeans esfarrapada (e não “batida” pelo processo industrial), sem camisa, mas com uma echarpe Hermès no colo. Enfim, o conceito de luxo segue se transformando com as metamorfoses sociais e humanas, e descobre-se que, nos dias de hoje, tempo e espaço não se encontram nas prateleiras das lojas requintadas da via Montenapoleone. Estas duas mercadorias hiper-luxuosas não estão à venda em nenhum lugar. Para encontrá-las, é preciso negociar muito, cada um dentro di si próprio.
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Cinema
Veneza para italiano ver
Festival Internacional de Cinema de Veneza chega à 68ª edição de olho nos filmes estrangeiros, mas sem deixar a prata da casa Janaína Pereira
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De Veneza
68ª edição do Festival de Veneza, o festival de cinema mais antigo do mundo, foi marcada pelo domínio de filmes em língua inglesa, entre os 23 concorrentes ao Leão de Ouro. Mas, surpreendentemente, o júri comandando pelo americano Darren Aronofsky – diretor do aclamado Cisne
Negro – não premiou nenhuma dessas produções. Ok, Michael Fassbender ganhou a Coppa Volpi de melhor ator por um filme inglês, Shame, de Steve McQueen, mas Fassbender é alemão. O grande vencedor de Veneza 2011 foi o russo Aleksander Sokurov e seu Fausto, baseado no clássico de Goethe. O cinema italiano, representado na Mostra Oficial por três filmes – o político Terraferma, de Emanuele Crialese;
o drama Quando la notte, de Cristina Comencini; e a comédia L’Ultimo Terrestre, de Gian Alfonso Pacinotti – saiu vitorioso com o longa de Crialese, que ganhou o prêmio especial do júri, o terceiro mais importante na hierarquia da premiação – fica abaixo apenas do Leão de Prata de melhor diretor e do Leão de Ouro de melhor filme. Os filmes italianos, no entanto, não foram unanimidade. Terraferma, o melhor dos três filmes italianos em competição, traz um tema delicado – e pouco agradável – à tona: a imigração. Ainda que tenha sido premiado, o diretor Emanuele Crialese passou por momentos desconcertantes na entrevista coletiva, logo após a exibição de seu filme para a imprensa. Acusado pelos jornalistas locais de enaltecer a imigração ilegal, o diretor foi duro na resposta. — Eu faço cinema. Tenho que contar histórias. Isso é cinema. O
O cineasta russo Aleksander Sokurov, com o seu Fausto, foi o grande vencedor do Leão de Ouro de 2011, enquanto o político Terraferma, do italiano Emanuele Crialese, levou um prêmio especial do júri
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que retratei no filme é a realidade, se vocês nao gostam, não posso fazer nada, mas aquilo é real. Mas isso era só o começo: uma jornalista tentou defender a legislação mais dura com os imigrantes clandestinos e foi contestada por Crialese, que lembrou o passado de emigração da própria Itália, como uma realidade histórica recalcada. O diretor ainda explicou que a ideia do roteiro veio de uma notícia que leu em um jornal: tentando alcançar a Itália um barco de imigrantes ficou à deriva por 21 dias e dezenas de pessoas morreram na costa de Lampedusa. Apenas quatro se salvaram, e entre os sobreviventes estava uma única mulher, Timnit T., que participa do filme e teve seu nome real preservado por Crialese. Mesmo com todas as justificativas os jornalistas continuaram bombardeando Crialese e os ânimos se exaltaram de vez quando o jovem protagonista Fillipo Pucillo ficou revoltado com as perguntas tendenciosas dos jornalistas italianos. — Se você vê uma pessoa se afogando no mar você faz o quê? Deixa morrer? Não somos racistas — disse, emocionado, referindo-se a uma das cenas do filme. Dias depois, Terraferma ganhou o prêmio especial do júri, mostrando que nem todo mundo pensa do mesmo jeito. O público brasileiro – em particular, o carioca – poderá conferir o filme durante o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, de 6 a 18 de outubro. Comencini vaiada Nada foi pior, porém, do que o constrangimento pelo qual passou Cristina Comencini. Seu filme Quando la notte foi vaiado na exibição para a imprensa, e a diretora acusou os jornalistas de serem machistas. A história, no entanto, não agradou por outros motivos: o drama da mãe que vive uma relação de amor e ódio com o pequeno filho e flerta com um homem casado, começa muito bem, mas do meio para o final fica confusa, com diálogos sem sentido. Cristina, no entanto, explicou que este filme é um marco em sua carreira e que gostaria que as pessoas entendessem que se trata de um tema tabu: a imperfeição das mães. — Os homens não entendem, mas espero que as mulheres percebam que a essência do filme era a dificuldade de uma mulher ser mãe, porque
isso pode ser bom e ruim ao mesmo tempo. A escritora e cineasta tem uma forma bastante peculiar de fazer cinema: ela escreve os romances, depois trabalha a adaptação e então transpõe para a tela. Seus livros e filmes que giram em torno de dramas burgueses, tragédias familiares e comédias. Filha do grande diretor Luigi Comencini, Cristina soma 13 títulos em seu currículo, mas não foi dessa vez que conquistou o público, a crítica e o Leão. Quem viveu melhores momentos no Festival foi Gian Alfonso Pacinotti, estreando na direção com L’Ultimo Terrestre. O cartunista, conhecido como Gipi, faz uma crítica ao preconceito e machismo italiano, em uma trama bem original: como seria a vida dos humanos se os extraterrestres invadissem a terra? Para Gipi tudo seria muito normal, uma convivência que iria gerar debates na televisão, mas os Ets deveriam ser tratados como outra raça qualquer. Ainda que de forma literal, o diretor expõe as mazelas de seu pais, apontando com humor o machismo italiano e apresentando os Ets como o novo, o diferente, o
O cartunista Gian Alfonso Pacinotti estreou como diretor em L’Ultimo Terrestre e saiu-se bem na crítica ao machismo
estrangeiro. Não ganhou prêmios, mas fez sucesso pela criatividade. De um modo geral, este panorama já se apresentou bem melhor do que ano passado, quando o júri presidido por Quentin Tarantino ignorou os quatro concorrentes italianos e causou mal estar por premiar três filmes em duas categorías cada um – fato inédito em Veneza, que tem como critério, justamente, não repetir prêmios para o mesmos filmes.
Claudia Comencini amargou uma sonora vaia ao longa Quando la notte. “Os homens não entendem, mas espero que as mulheres percebam a dificuldade de uma mulher ser mãe”, comentou
Bellocchio recebe homenagem A Itália também esteve presente nos prêmios paralelos: foi de Marco Bellocchio o Leão de Ouro Especial, entregue em homenagem a sua carreira. Diretor de obras-primas como Pugni in Tasca e Vincere, ele recebeu o prêmio das mãos de seu colega Bernardo Bertolucci (vencedor do Oscar com O Último Imperador). Em homenagem a Bellocchio, foi exibido após a premiação uma nova versão de seu filme Em Nome do Pai, de 1971, que narra como um grupo de alunos contesta duramente a escola religiosa onde estuda. O diretor explicou aos jornalistas o porquê de mudar o filme. — Esta versão não tem alguns diálogos extremamente marxistas típicos da época — disse,
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Cinema acrescentando que o filme é muito político — Ele reflete claramente a ressaca pós-68 que a nossa geração vivia na época. Ao ser perguntado se o Leão pela carreira poderia representar um desagravo por não ter sido premiado em outras ocasiões, Bellocchio disse que não pois isso implicaria um ressentimento que ele não tem. Mas acabou revelando, ainda que não explicitamente, como vê as premiações cinematográficas. — Não gosto do poder e das instituições. E o poder e as instituições, sabendo disso, me tratam da mesma maneira. Sobre receber o prêmio das mãos de Bertolucci, ele foi só elogios. — Estou honrado e comovido por receber o prêmio de Bernardo Bertolucci. Sempre houve muita estima e afeto entre nós. Aproveitando a ocasião, o Festival também exibiu um vídeo de 12 minutos chamado Marco Bellocchio, Venezia 2011, desenvolvido pelo diretor Pietro Marcello (La Bocca del Lupo). Mesmo sendo um dos diretores italianos mais respeitados em todo o mundo, Marco Bellocchio nunca ganhou o Leão de Ouro em Veneza. No entanto, já recebera homenagem antes, com um prêmio especial da crítica no festival em 2006. Reverência para Al Pacino Filho de pai italiano, com sangue italiano em suas veias. Este é Al Pacino, um dos atores mais respeitados do cinema contemporâneo, vencedor de um Oscar e com sete indicações na carreira, que foi a Veneza receber o prêmio Jaeger-Le Coultre Glory to the Filmmaker 2011 Award, concedido pelo festival a um artista que deixou uma marca original no cinema contemporâneo. O ator também aproveitou a oportunidade para lançar seu segundo trabalho como diretor, o documentário Wilde Salome. Na entrevista coletiva antes da premiação, o ator foi aplaudido de pé pelos jornalistas. Simpático, mas completamente alheio a badalação ao seu redor, começou a conversa com os repórteres com uma revelação. — Esta noite vou receber um prêmio sobre o qual não conheço muito bem os detalhes — disse. Al Pacino ficou bem mais a vontade quando falou do início de sua 42
Filho de pai siciliano, o ator Al Pacino reverenciou suas origens, recebeu um prêmio e arriscou algumas palavras em italiano, arrancando emoção do público. Marco Bellochio (de óculos), diretor de Em Nome do Pai, foi homenageado com o Leão de Ouro Especial
carreira, e lembrou porque se apaixonou por fazer filmes. — Foi algo mágico para mim. No começo fiz cinco, seis filmes que estão bem guardados e nunca serão exibidos, exatamente como as pinturas que faço. Ele revelou ainda que gosta muito de trabalhar como diretor e que dirigir filmes serviu para tornar mais fácil sua relação com os produtores. — Antes de trabalhar atrás das câmeras não sabia nada sobre as necessidades do diretor. Isso o levou a realizar seu primeiro filme para o público, Ricardo III - Um Ensaio, em 1996. Um filme/documentário que mostra o processo de criação da peça de teatro Richard III e com o qual Al Pacino queria simplesmente conseguir que o público se relacionasse com Shakespeare. Quinze anos, ele chega a Veneza com Wilde Salome, um projeto similar a Ricardo III - Um Ensaio, no qual mostra como foi construída a obra de Oscar Wilde, protagonizada por ele mesmo e por Jessica Chastain.
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Fã de Wilde, Al Pacino revelou que seu objetivo era mostrar o lado genial do escritor, “que foi afastado antes de ser compreendido”, segundo palavras do ator. Sobre receber mais um prêmio, ele disse que, aos 71 anos e com mais de 50 filmes, tem consciência de que sua carreira é um sucesso, mas foi sincero ao avaliar suas escolhas. — Fiz coisas que eu gostaria de não ter feito, muitas coisas. Mas assim é, as coisas são assim mesmo, e todos sabemos disso — afirmou. Durante a entrega do prêmio, Al Pacino falou sobre suas raízes italianas, lembrou o pai nascido na Sicília e a família da mãe, de origem italiana. E tentou falar em italiano – não conseguiu ser muito compreendido, mas ninguém se importava em entender o “dialeto” do ator e diretor. Afinal, Al Pacino é maior que isso. E maior que tudo também é o Festival de Veneza. Sem agradar a todos, mas desagradando o menos possível, o Festival conseguiu chamar a atenção do mundo para filmes com forte teor político e social, e ainda teve em seu tapete vermelho estrelas hollywoodianas, artistas de destaque no cinema europeu e a “prata da casa” mostrando o seu valor. Para os italianos é uma festa, a verdadeira celebração do cinema. E dá uma tristeza quando acaba, mas ainda bem que no ano que vem tem mais.
Entrevista
A bela de Veneza Atriz Monica Bellucci lança no Festival de Veneza Un Été Brulant, de Phillip Granel, e fala sobre sua carreira
De Veneza
ifícil não ficar encantado quando se vê Monica Bellucci pessoalmente. Aos 46 anos, a atriz conserva toda a beleza que lhe deu fama. Ex-modelo internacional, atriz de sucesso desde os anos 1990, Monica não faz o tipo estrela, muito pelo contrário: simples, discreta, afetuosa, conversa tranquilamente em italiano, francês ou inglês, mostrando que sua versatilidade também existe fora das telas. A atriz esteve na 68ª edição do Festival Internacional de Veneza, em setembro, lançando seu último trabalho, Un Été Brulant (em inglês That Summer), em que foi dirigida pelo francês Phillip Garrel e contracenou com o filho do cineasta, Louis Garrel. Mesmo com as críticas negativas ao filme, a imagem de Monica saiu imune, mostrando que ela ainda è uma das maiores estrelas do cinema italiano e mundial. Em entrevista exclusiva à ComunitàItaliana, Monica Bellucci fala de sua carreira e de seu novo filme. Confira. Comunità Italiana – Como foi a mudança de sua carreira de modelo para ser atriz? Monica Bellucci – Nos anos 1980, abandonei os estudos de Direito na Universidade de Perúgia para seguir a carreira de modelo e a carreira cinematográfica internacional. Em 1988 fui morar em Milão, onde fiz parte do casting da EliteModels. Posei para fotografias de moda em Paris e Nova Iorque e isso me levou a conseguir destaque internacional na profissão, foi quando comecei a transição para o cinema, dedicando-me aos estudos de interpretação. CI – Seu primeiro papel em lingua inglesa foi uma pequena participação em Drácula de Bram Stoker, dirigido por Francis Ford Coppola, em 1992. Como foi a experiência?
mundo pelos leitores da revista masculina Maxim’s. Este tipo de reconhecimento faz bem para o seu trabalho ou, pelo menos, para sua auto-estima? MB – Não ligo para isso, mas se as pessoas acham, fico contente (risos). CI – Como você escolhe os filmes que vai fazer? MB – Depende, não tenho um critério, posso escolher pelo diretor, pelo elenco, pela história... depende do meu momento também, às vezes quero trabalhar com um diretor e escolho o filme por isso, sem ler o roteiro.
Janaína Pereira
D
Cinema
CI – Foi o caso de Un Été Brulant? MB – Um pouco, gosto do Phillipe e sempre quis trabalhar com ele. CI – E como foram as filmagens? MB – Foi como ir à escola. E é bonito ver a relação de pai e filho entre Philippe e Louis. CI – O filme recebeu fortes críticas no Festival de Veneza, como você encara isso? MB – Quando você aceita trabalhar com um diretor, você tem de se entregar a ele, tem de confiar nele. Fiquei muito feliz que ele tenha me chamado. Respeito seu trabalho, ele tem seu próprio universo.
MB – Foi ótimo, me deu visibilidade, as pessoas prestaram atenção em mim. CI – Mas o sucesso mundial do filme italiano Malena, de Giuseppe Tornatore, foi que lhe abriu as portas de Hollywood. MB – Verdade, e por isso tive oportunidade de filmar com Bruce Willis e participar de dois filmes da série Matrix, Reloaded e Revolutions, como Perséfone, seguido do papel como Maria Madalena em A Paixão de Cristo, do Mel Gibson. CI – Em 2004 você estava com 40 anos e foi considerada a mulher mais sexy do
CI – Sua cena de nudez logo no começo da trama foi bastante questionada, considerada apelativa. É dificil para você fazer esse tipo de cena? MB – Esse momento da nudez é de abandono. Estava num momento delicado, tinha dado à luz um mês e meio antes. Senti-me protegida porque Philippe respeita e ama seus atores. CI – Você e seu marido, o ator Vicent Cassel, têm uma ligação forte com o Brasil e escolheram o país como locação para a refilmagem de Una Jornada Particular, de Ettore Scola, interpretado em 1977 por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. O que lhe atrai no Brasil? MB – Gosto muito do Brasil, das pessoas, dos lugares. E aproveito para agradecer por se interessarem por mim e pela minha carreira. comunitàitaliana | outubro 2011
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milão
GuilhermeAquino
Mãozinha Fundação Welfare Ambrosiano come-
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ça a tirar do papel a ajuda concreta aos necessitados. Famílias com dificuldades financeiras e jovens que desejam abrir uma atividade poderão se inscrever para ter acesso a um empréstimo de pai para filho, ou seja, com moratória de um ano e outros cinco para pagar a soma (no máximo 20 mil euros), com juros de 4 a 6%, dependendo do caso. O projeto nasceu em 2008, com oito milhões de euros de capital social do Comune, da Província, da Câmara de Comércio e dos sindicatos, em convenção com Banco Intesa Sanpaolo e Bmp.
O mais lido
U
ma pesquisa do instituto Audipress indicou o jornal de informação La Repubblica como o mais lido da Itália, com 3.276 milhões de leitores (um crescimento de 0,8%), seguido pelo Corriere della Sera, com 3.274 milhões (um aumento de 7,1%) e La Stampa, com 2.132 milhões. No geral, como sempre, venceu o jornal esportivo La
Gazzetta dello Sport, com 4.051 milhões de leitores. Já na internet, o site do La Repubblica bate todos os concorrentes, incluindo os de esporte, com 920 mil visitantes ao dia, contra 640 mil do Corriere della Sera e dos 575 mil da Gazzetta dello Sport. A pesquisa foi realizada entre 10 de janeiro e 10 de julho deste ano.
Maternidade Máfia no Norte m empresário em cada cinco paga “pee prefeitura trabalho Udágio” para a máfia, em Milão. Os daRisco Expo Milão vai dar um prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, dos são de um relatório da Dia (Direção A“bônus” nodemomento de uma licitação pública às empresas privadas que melhorem as condições de trabalho das grávidas ou que já tenham filhos pequenos. Empresas que tiverem creches e baby-sitters à disposição em horário de expediente e/ou flexibilizarem ao máximo a presença feminina nos locais de trabalho são candidatas a receber esta espécie de certificado da prefeitura. O objetivo é ajudar na permanência de mulheres no mercado de trabalho. Segundo os dados do sindicato Cgil, em cada sete parturientes, uma fica desempregada.
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O
esteve reunido com o presidente da República, Giorgio Napolitano. Palazzo Marino pede apoio ao Quirinale para levar adiante o compromisso com a Expo 2015, ameaçada pelo novo orçamento varado pelo governo Berlusconi. Milão, se respeitar o pacto de solidariedade, não vai poder honrar tudo o que prometeu. Caso viole o pacto, chegarão pesadas sanções. Ou seja: se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. Falta dinheiro para as obras de infraestrutura. Para compensar, começa, no ano que vem, a Campanha Partners, com o objetivo de encontrar parceiros privados para a Expo 2015.
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Investigativa Anti-máfia, órgão do Ministério do Interior). A reação da Confcommercio, que reúne 45 mil empresários da cidade, afirma que os números não corresponderiam à realidade e o que existiria seriam a lavagem e reciclagem de dinheiro sujo. Pelo sim, pelo não, a criminalidade organizada vai ter a vida dificultada pela criação de uma comissão guiada por Nando Dalla Chiesa — filho do general Carlo Alberto Dalla Chiesa, assassinado por mafiosos, em 1982, em Palermo — para vigiar a presença mafiosa em licitações públicas e destinar melhor e mais rapidamente à comunidade os bens confiscados.
Fotografia
Exposição
atriz inglesa Kate Winslet, que posou nua para as lentes de Testino. Kate, que passou pelo Festival Internacional de Cinema de Veneza no começo de setembro, comentou o trabalho. — Ele faz lindas imagens de mulheres nuas, pois tem a capacidade de fazer com que elas se sintam à vontade com seus corpos. Deixei meus pudores de lado para posar sem roupa para as lentes de Mario porque sei que seu maior atributo é deixar as mulheres lindas. Quando Mario vira para você e diz: ‘Está lindo! Mas acho que funcionaria melhor sem roupa, não?’ Como se pode recusar? Não importa as inseguranças que você pode ter sobre seu corpo, Mario faz desaparecer como um mágico. Em um momento você desejando uma pele mais lisa, pernas longas e pés menores. E, em seguida, Mario chega e, de forma encantadora, te leva pela mão e diz: ‘Não se preocupe, vai ficar incrível’ — revelou Kate Winslet. O lendário fotógrafo é apontado como um dos mais confiáveis dentro da indústria da moda e isso fica visível em seu trabalho. Na nota publicada pela organização da Todo o Nada apresenta série de fotos inéditas com estrelas do exposição, Mario Testino revela cocinema, da música e das passarelas em imagens com e sem roupa mo convence as mulheres famosas a posar para ele. as amigas Verona Carlucci e Anna “Eu digo: ‘quero que Janaína Pereira Nardelli, de Florença, que observocê pose nua para a exDe Roma vavam atentamente os clicks de posição’ e a maioria diz sim imediatamente. A consagrado fotógrafo Testino. — Gosto de moda, mas nunca maioria delas, acho eu, peruano Mario Tesconfia em mim. Eu nuntino apresenta sua tinha visto uma exposição como ca iria decepcioná-las”. exposição Todo o Na- esta. Achei interessante a abordaAlém de valorizar da, no Palazzo Ruspoli, em Roma, gem, de mostrar as roupas, mas o corpo, Testino tamaté dia 23 de novembro. O foco é também o nu como conceito de mobém dá mais glamour às mostrar os melhores cliques de da, dando uma visão do corpo que roupas que suas modeTestino, tendo sempre como es- veste a roupa bonita que vemos na los usam, causando um trelas mulheres famosas vestidas passarela, nas revistas, nas vitrines — disse Verona. impacto visual desconou nuas. Uma das fotos que mais atrai A atriz britânica Kate Winslet (no alto) certante em suas fotos. A lista de personalidades cliA previsão é que cadas por Testino é longa. Isabeli a curiosidade do público é a da posa para as lentes de Testino (acima) Todo o Nada chegue ao Fontana, Julia Roberts Madonna Brasil em fevereiro do ano que vem, e Gisele Bündchen são apenas alabrindo as comemorações dos 35 guns dos nomes que aparecem anos de carreira de Mario Testino. com ou sem roupa nas fotos, mosCaso isso se confirme, ele deve vir trando por que o fotógrafo é o ao Brasil para, pessoalmente, corpreferido das celebridades e das tar a fita inaugural da exposição. top models do mundo inteiro. As Rio e São Paulo estão no páreo para modelos e atrizes que aparecem receber a exposição, mas mesmo a vestidas usam roupas de alta cosCidade Maravilhosa sendo declatura com o patrocínio de Fendi, radamente o cenário preferido do Gucci e Valentino. fotógrafo, a exposição poderá ocorPara conferir de perto o trarer apenas em São Paulo, cidade balho de Testino, turistas e em que Testino abriu recentemenmoradores da cidade pagam nove te um escritório de marketing para euros. A exposição tem chamado investir, cada vez mais, na clientela a atenção especialmente de quem paulistana. está de passagem por Roma, como
Testino agita Roma
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Comunidade
Conhecer a Itália sem sair de São Paulo
Projeto patrocinado pela Iveco fará parte do calendário de eventos do Momento Itália-Brasil Vanessa Corrêa da Silva
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De São Paulo
fabricante italiana de ônibus e caminhões Iveco anunciou sua participação no Momento Itália-Brasil, que acontecerá de outubro de 2011 a junho de 2012, com dezenas de eventos em todo o país. Em anúncio realizado à imprensa no dia 28 de setembro, com a presença do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, a empresa declarou seu apoio à iniciativa cultural promovida pela embaixada italiana no país. — A Iveco é uma empresa de origem italiana e não poderia deixar de estar dentro de um projeto como este — declarou o presidente da empresa na América Latina, Marco Mazzu — Além disso, nos consideramos brasileiros no Brasil, outra razão para apoiar o projeto que vai ser de grande importância para 30 milhões de italianos ou descendentes de italianos que vivem no Brasil — completou. A proximidade entre as duas culturas é muito forte e “queremos construir um evento que venha 46
a celebrar aquilo que temos em comum”, disse o embaixador Gherardo La Francesca sobre o Momento Itália-Brasil. Para La Francesca, é muito importante que as novas gerações também participem dos eventos do Momento Itália-Brasil. — Os jovens precisam abraçar a cultura italiana. Se isso não for feito, a história da imigração italiana
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O presidente da Iveco para América Latina, Marco Mazzu, o embaixador italiano Gherardo la Francesca e o presidente da Câmara de Comércio Ítalo-brasileira de São Paulo, Edoardo Pollastri, durante o anúncio da participação da Iveco no Momento Itália-Brasil
no Brasil corre o risco de se perder — declarou. A empresa irá fornecer os ônibus que serão utilizados no projeto Conheça a Itália sem sair de São Paulo, que acontece a partir de março de 2012 e foi idealizado pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo (Italcam). Realizado pela primeira vez em 2004, por ocasião dos 450 anos da cidade de São Paulo, o projeto será retomado especialmente para o Momento Itália-Brasil. Excursões semanais de ônibus seguirão roteiros que mostram a influência italiana em São Paulo, com visitas a museus, igrejas, praças e edifícios projetados e construídos por italianos. Os roteiros incluirão ainda indicações para quem quer conhecer a moda e a gastronomia italianas em São Paulo. Além desse projeto, a Iveco participará do Momento Itália-Brasil por meio de um patrocínio para a impressão de toda a programação dos eventos, que terá a forma de um passaporte e será distribuído por meio da estrutura diplomática da Itália no Brasil. Foi também incluído na programação oficial do Momento Itália-Brasil o evento Tecnologia Italiana: o Caminhão do Futuro da Iveco, no qual a empresa irá expor seu caminhão-conceito, Glider. O veículo será apresentado ao público durante o 18º Salão Internacional do Transporte (Fenatran), que acontecerá de 24 a 28 de outubro no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Atuando no Brasil desde 1997, a Iveco é atualmente a montadora de caminhões de maior crescimento no país. Localizada na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais, a fábrica da empresa italiana tem capacidade de produção de 70 mil veículos. Desde 2006, quando deu início a um plano de investimentos de R$ 570 milhões, a empresa lançou seis novas famílias de veículos e multiplicou suas vendas por cinco, atingindo, em 2010, a soma de 16 mil caminhões vendidos no país.
Fotografia
Comunidade
Lentes na família
Workshop inédito reuniu profissionais e amadores. Trinta fotos foram selecionadas para uma exposição que acontece este mês em São Paulo Vanessa Corrêa da Silva
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De São Paulo
m workshop de fotografia e cultura italiana que retratou a “Família Italiana em São Paulo”. Este foi o tema do seminário ocorrido nos dias 17 e 18 de setembro como parte dos preparativos para a terceira Settimana Giovane d´Arte e Cultura Italiana a San Paolo, organizada pela comissão de jovens do Comitê dos Italianos no Exterior (Comites), que acontecerá durante entre os dias 17 e 23 de outubro. Cerca de 80 jovens fotógrafos, entre profissionais e amadores, com idade entre 18 e 39 anos, participaram do evento, que contou com palestras de professores da escola de fotografia FullFrame, colaboradora do projeto. No primeiro dia, os participantes receberam dicas sobre como fotografar melhor e, no seguinte, puderam praticar o que aprenderam em um ensaio fotográfico com 15 famílias italianas. Para o ensaio, foi montado um estúdio fotográfico no espaço do Arsenal da Esperança — uma ONG que acolhe pessoas carentes e funciona no local da antiga Hospedaria do Imigrante, no bairro da Mooca. No mesmo espaço funciona o Memorial do Imigrante, com registros da imigração no estado de São Paulo. — A divulgação do workshop foi feita principalmente por meio das redes sociais na internet, a maioria
dos fotógrafos inscritos soube do evento por meio do Facebook e do Twitter. Já as famílias fotografadas foram convidadas pelo Comites — explicou o organizador do evento, Danilo Pericoli. Foi o caso de Dourival Mielotti e Olga Collella, casal de origem italiana que já participou de outros eventos organizados pela comissão de jovens. — Fui ao evento sem saber bem o que esperar e, para minha surpresa, fomos fotografados por dezenas de fotógrafos. Foi uma experiência muito interessante, principalmente porque pudemos conhecer o trabalho maravilhoso da ONG Arsenal da Esperança — disse Mielotti. Os fotógrafos participantes também gostaram de conhecer o trabalho da ONG. — Entre os retratos das famílias e a visita guiada pelo Arsenal, fiz mais de cem imagens — disse
Jamily Passarelli, fotógrafa amadora. — Eram poucas famílias, mas todos foram bastante gentis e conseguimos fazer muitos retratos. Acabei até fazendo amizade com pessoas de uma das famílias. Exposição e prêmios Entre os retratos feitos durante o evento, 30 foram selecionados para uma exposição, que ocorrerá durante a terceira Settimana Giovane d´Arte e Cultura Italiana a San Paolo. A abertura acontecerá no dia 14 de outubro, na sede do Circolo Italiano de São Paulo. Depois disso, as fotos serão expostas simultaneamente nas lojas da Livraria Cultura, nos shoppings Market Place e VillaLobos, em São Paulo, e devem passar por outros espaços culturais. Um júri composto por fotógrafos profissionais e representantes do consulado da Itália e de associações italianas irá eleger as três melhores fotografias, que ganharão prêmios. O autor do melhor retrato será premiado com uma passagem de ida e volta para a Itália. É a segunda vez que a comissão de jovens do Comites organiza o workshop de fotografia. No ano passado, o tema dos trabalhos foi Uma Itália Paulista, e as melhores imagens também receberam prêmios. Para o próximo ano, Pericoli informou que o Comites pretende expandir a exposição de fotografias para cidades do interior que têm grande presença italiana. comunitàitaliana | outubro 2011
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Comunidade
Música
Resgate musical Festival organizado pelo Comites de São Paulo aconteceu em meio a comemorações e eventos da comunidade italiana Vanessa Corrêa da Silva
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De São Paulo
o ano em que o Circolo Italiano de São Paulo comemora seu centenário e às vésperas do início do Momento Itália-Brasil, aconteceu, na capital paulista, o 1º Festival Giovane di Musica Italiana, nos dias 10 e 11 de setembro. Organizado pela comissão de jovens do Comitê dos Italianos no Exterior (Comites) de São Paulo, o festival teve como objetivo divulgar a música italiana para o público jovem brasileiro e contou com a participação da banda italiana de rock Shijo X, de Abruzzo, e dos jovens tenores Larissa Lima e Johnny França. O festival premiou os melhores participantes em cinco categorias: melhor música original, melhor interpretação, mais carismático, melhor cover e melhor presença de palco. Além de especialistas em música, participaram do júri representantes do consulado da Itália em São Paulo, do Comites e do Circolo Italiano. O evento também contou com a presença do vice-cônsul da Itália, Marco Leone.
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Membros da comissão de jovens do Comitê dos Italianos no Exterior (Comites) de São Paulo, durante o primeiro Festival Giovane di Musica Italiana, no mês passado. Abaixo, o cantor Enzo Schiani, vencedor nas categorias de melhor cover e melhor presença de palco, se apresenta
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Cerca de 200 pessoas encheram o salão nobre da sede do Circolo Italiano, localizada na região central de São Paulo. Segundo Gilles Leão, um dos organizadores do festival, o evento atraiu um público heterogêneo, de todas as idades. — A resposta do público foi muito positiva, muitas pessoas já estão perguntando, via email e Facebook, sobre a segunda edição. O festival não atraiu só descendentes de italianos, mas pessoas que gostam da Itália e de música em geral — disse Leão. Prêmios O festival contou com nove participantes, que disputaram as diferentes categorias de prêmios. Todos ganharam placas em agradecimento à participação e os vencedores levaram também troféus. — Vamos divulgar o trabalho de todos os participantes, independentemente do resultado. O intuito
do festival é celebrar a música — afirmou o organizador. Classificado em primeiro lugar na competição de melhor música original, Enzo Schiani acredita que a participação no festival foi um passo importante em sua carreira. — O que mais me deixou surpreso foi a resposta do público. É sempre arriscado apresentar músicas inéditas, mas o público gostou muito e todos participaram bastante — disse. O cantor disse acompanhar o trabalho do Comites de São Paulo há muitos anos e participou das duas primeiras edições da Settimana Giovane d’Arte e Cultura Italiana. Ele participou do festival de música a convite da comissão de jovens e pretende se inscrever na edição do próximo ano. — É a primeira vez que participo de uma competição de música, mas sempre acompanho eventos de divulgação da música italiana. Foi uma grande surpresa vencer em três categorias, pois havia muita gente talentosa participando — declarou. Schiani, que atua como cover do cantor italiano Eros Ramazzotti, também ganhou os prêmios de melhor cover e melhor presença de palco no festival. Descendente de imigrantes da região de Arezzo, na Toscana, o cantor começou a aprender italiano influenciado pela avó e desde cedo teve contato com as canções do país. Em 2004, após assistir a um show de Eros Ramazzotti, em São Paulo, decidiu montar uma banda e fazer apresentações cantando composições do italiano. Agora, ele prepara um álbum próprio, somente com músicas em italiano, que deve ser lançado em dezembro. Em uma das canções fará uma homenagem à cidade de sua família, Terranuova Bracciolini. — O disco fala do resgate às origens, do amor à terra, à cultura e à família —explicou.
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GiordanoIapalucci
Vasari, gli Uffizi e ilinoDuca a Firenze al 30 ottobre presso la Galleria degli
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Uffizi di Firenze si terrà la mostra dal titolo “Vasari, gli Uffizi e il Duca”. Il 2011 è l’anno della ricorrenza dei 500 anni dalla nascita di Giorgio Vasari (1511-1574) ma l’oggetto della mostra è la costruzione degli Uffizi che vide come personaggi fondanti proprio il Vasari e il Duca Cosimo I de’ Medici. Il primo, architetto di grande fama, grazie alla sua capacità di donare all’architettura degli Uffizi elementi spaziali speculari alla politica, il secondo per la visione politica di accentramento delle istituzioni amministrative del governo, delle Magistrature e delle Arti. Ingresso con il biglietto della Galleria degli Uffizi 11 euro. Dalle 8.15 alle 16.00. Lunedì chiuso.
Ispirazioni e visioni
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a mostra presentata al Museo Ferragamo in Piazza Santa Trinita a Firenze nasce dal concetto di analizzare le fonti di ispirazione legate alla nascita e alla elaborazione di un’opera arrivando fino al suo compimento. Si indaga sugli impulsi, i pensieri che hanno ispirato l’artista, i passi che questi ha compiuto per la realizzazione dell’opera provando
Lorenzo Bartolini, ilorenzo bello naturale Bartolini (1777-1850) fu
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un artista le cui opere ebbero un ruolo fondamentale nello sviluppo della scultura dell’Ottocento in Italia, in Europa e negli Stati Uniti. L’esposizione vuole riportare alla luce i modelli di gesso dell’artista originario di Savignano in provincia di Prato di cui la gipsoteca della Galleria dell’Accademia di Firenze dispone di molti esemplari. Dalle opere traspare sia la natura sentimentale e romantica sia il suo impegno politico raccontato attraverso gli eventi storici della sua epoca. La mostra è stata anche un’occasione importante per il Polo Museale Fiorentino al fine di riunire la numerosa documentazione e le varie scritture provenienti dagli eredi di Bartolini. Fino al 6 novembre.
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ad entrare nella sua mente. In esposizione ci saranno più di 250 opere provenienti da collezioni sia internazionali che italiane con un particolare accento a quelle di produzione fiorentina. Vi è poi una sessione di un centinaio di modelli di calzature che va dagli anni venti alla fine del 1950. Ingresso 5 euro. Fino al 12 marzo 2012. Orario 10.00-18.00.
Scultura poliedrica Rose c’est Paris razie all’impegno dell’associazione IUn’esposizione ricca e allo stesso tem-
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“Il Cassero per la Scultura Italiana dell’Ottocento e del Novecento di Montevarchi” al Village Norcenni Girasole Club e nella storica Villa La Palagina a Figline Valdarno sarà presentata la mostra “Nane Zavagno. La scultura attraverso”. Lo scultore, nato a San Giorgio della Richinvelda (Pordenone) nel 1932, nella creazione delle sue opere, pone l’accento sul rapporto che queste hanno o avranno con il paesaggio naturale. Le sue otto opere monumentali di circa sei metri d’altezza, si fondono in maniera armoniosa con il panorama collinare toscano che ne rafforza linee e forme. Fino al 15 ottobre. Ingresso gratuito. Orario 17.00 -20.00.
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po carica di complessità quella presentata al Museo Nazionale Alinari della Fotografia di Piazza Santa Maria Novella. Non semplice anche per la necessità di creare un simbolico ménage à trois tra la fotografia di Bettina Rheims, le pellicole di Segre Bramly e l’elemento ispiratore quale la città di Parigi. Scene filmate come quadri viventi in quella che già è stata definita una nuova e suggestiva forma di narrazione artistica. L’esposizione è allo stesso tempo una monografia fotografica sia un lungometraggio, che dialogano continuamente mostrando una Parigi dagli aspetti surrealisti e dall’identità confusa e annebbiata. Fino al 27 novembre 2011. Aperto tutti i giorni 10.0019.30. Ingresso 9 euro.
Literatura
ABL se recicla Conferências promovem influência italiana na cultura brasileira Nathielle Hó
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Academia Brasileira de Letras (ABL) homenageia a Itália através do ciclo de conferências: “A Itália no Brasil: diálogos e influências”. O evento tem o patrocínio da Petrobras, e acontece às terças-feiras de setembro e outubro, e conta com a coordenação dos acadêmicos Marcos Vilaça, presidente da instituição, e Marco Lucchesi. A ABL apresenta ao público quatro palestrantes de renome para mostrar a influência italiana na literatura, música e arte. — A relação da Academia com a cultura italiana é longeva e profunda, daí a importância desse evento — ressalta Lucchesi. O acadêmico, professor e escritor Alfredo Bosi abriu o ciclo de conferências no dia 20 de setembro, com o tema “A literatura italiana no Brasil”. De forma magistral falou sobre literatura italiana e poesia, e recorreu para isso a autores como Benedetto Croce, São Francisco de Assis e Dante Alighieri. Para exemplificar a poesia italiana nas suas origens, Bosi cita O Cântico das Criaturas, de Francisco de Assis - um texto atemporal, símbolo de louvor a Deus, que mostra o valor iminente da natureza. Já a Estética de Benedetto Croce foi lembrada por Bosi, para fazer distinção entre a Literatura e a Poesia. A literatura para Croce só encontra defensores entre os retrógrados e reacionários. Quanto à poesia, o que a torna persuasiva e não informativa, é o seu ritmo.
João Cândido, filho do saudoso artista plástico Cândido Portinari, e a escritora Márcia Pereira foram prestigiar o conferencista Israel Pedrosa
Para Croce a poesia é solidária com as pessoas. Bosi resume esse pensamento parafraseando Croce: “Não há poesia sem um complexo de imagens e um sentimento que o anima”. E para fechar com “chave de ouro”, Bosi discursa sobre o pensamento filosófico, e teológico hierarquizante de Dante Alighieri na obra A Divina Comédia. A segunda conferência aconteceu no dia 27 de setembro e contou com a presença do acadêmico, jornalista e musicólogo Luiz Paulo Horta. O acadêmico fez uma excursão pela música italiana em nosso país, desde o Gioachino Rossini - compositor erudito, criador de várias óperas e músicas sacras, até Radamés Gnattali - arranjador, compositor, e instrumentista brasileiro.
No dia 4 de outubro aconteceu a terceira conferência, intitulada A presença permanente de Leonardo da Vinci. O conferencista foi o artista plástico Israel Pedrosa, discípulo e amigo de Portinari. Pedrosa há 17 anos vem escrevendo um livro que fala das aulas de mestres como Hieronymus Bosch, Vermeer de Delft, William Turner e Cândido Portinari, e durante sua palestra, ele dá uma prévia do capítulo dedicado a Da Vinci. Previsto para ser lançado em 2013, o público da ABL teve oportunidade de assistir uma síntese do que será o livro Dez aulas Magistrais. O italiano Aniello Angelo Avella encerrou no dia 11 de outubro, o ciclo de conferências, com a palestra A imperatriz Teresa Cristina: uma nova biografia. Durante a conferência, Avella discorreu sobre seu futuro livro que terá a imperatriz como personagem principal. —Antes dela, a presença italiana no Brasil era espalhada, episódica, desencontrada. Após o casamento com D. Pedro II, ela se torna sistêmica. A imperatriz colaborou para o estreitamento das relações entre a Itália e o Brasil — define Avella. Professor da Universidade de Roma Tor Vergata, atualmente professor visitante na UERJ, Avella se incomoda com a “caricatura patética” construída pela historiografia brasileira e propõe uma revisão na biografia que preparou sobre a imperatriz, a ser publicada em italiano no fim deste ano e em português em meados de 2012. —As poucas coisas escritas sobre ela no Brasil dizem que era gorda, feia e manca, mas que, como boa napolitana, tinha temperamento bondoso e voz bonita. Puro folclore!— conclui Avella.
Alfredo Bossi abre o ciclo de conferências coordenado pelos acadêmicos Marcos Vilaça e Marco Lucchesi
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IlLettoreRacconta
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á pouco tempo visitei a cidadezinha de Pendanga, no Espírito Santo: um minúsculo vilarejo, fundado pelos imigrantes do norte da Itália, há mais de cem anos e com poucas mudanças desde então. Ao adentrar a vila, sobre a rua, vi uma faixa de pano roto, amarelada pelas intempéries, seguro por cordas fracas, anunciando em letras verdes e desbotadas: “BENVENUTI AL NOSTRO PAESET TO PENDANGA”. Nesse lugar nasceram minha mãe Yole Cozzuol Castano e minha nona Maria Cozzuol, filha de Giovanni Cozzuol e Líbera Vescovi, ambos do Vêneto, região nordeste da Itália. A cidade de Pendanga mora na minha memória afetiva, pois abrigou muitos dos meus antepassados que vieram a bordo do “Vapor Columbia”. Esse navio trouxe as primeiras cinco famílias do Vêneto para esta colônia e entre meus consanguíneos estavam Ângelo e Liberale Cozzuol. Esses recém-chegados só falavam italiano e viviam da plantação de café. Já a minha avó mantinha outras atividades econômicas: tinha um casarão que era o bilhar e a venda da Vila. No início da colonização italiana nessa área, muitos dos primeiros imigrantes procuravam pelas terras mais altas e frescas, nas montanhas, longe da maleita e de outras doenças tropicais endêmicas. Com o tempo a cidade de Pendanga foi evoluindo. E em 1904 a ferrovia chegou lá e uma estação em estilo inglês foi construída. Depois linhas telegráficas foram instaladas, e o transporte de madeira, café, grãos e outros produtos agrícolas da área começaram a escoar para o porto de Vitória por vagões de trem em fluxo contínuo. Com isso os imigrantes das Terras Altas começaram a descer rumo às estações de trem, para ficarem mais perto do progresso e das novidades. À medida que os bens da região começaram a chegar aos mercados carentes, o dinheiro também começou a fluir no vilarejo, mais imigrantes chegavam à área e Pendanga se tornou uma comunidade vibrante e próspera.
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Durante a Segunda Guerra houve outra bonança na Vila: ao seu redor foram encontradas lavras de cristal. Nesse período, os americanos compravam todo o cristal de rocha disponível – e diziam que esse material seria utilizado como um artifício antitérmico para os canhões navais. Com o fim da guerra, a paz no mundo empatou toneladas de cristais de quartzo no porão do velho casarão dos meus avós, ficando lá até os anos setenta. Eu mesmo cheguei a ganhar bonitas rochas de cristais do avô Benito. Periodicamente, ao viajar para o Brasil, visito sempre a cidade. Gosto de ir ao Armazém do primo Zatta. Lá ainda se ouve um rádio antigo, valvulado, trazendo música sertaneja, em ondas curtas, de distantes estações perdidas. Lá ainda se pode comprar o passado: barras de sabão pintainho, brilhantina em pequenos potes, e linguiças e chouriços caseiros: os mesmos que eu comia quando criança, com polenta, de madrugada, no casarão da frente. O arroz, feijão, milho, sal e açúcar ainda são vendidos a granel e pesados em uma balança antiga. Ainda há bolas de bocha, fumo de corda e rapadura granulada, sardinhas em lata, rape e muitas outras mercadorias e cheiros que não se encontram nas prateleiras dos supermercados das grandes cidades. Com sorte se encontra até piões e bilboquê para crianças. Na rua principal, a Curto Antonio, a fé pode ser manifestada na Capela da Sagrada Família, construída, mobiliada, e com afrescos, altar e imagens também feitas por artesãos da Vila. Adiante do Armazém do Sam de Mattos apreciando vinhos italianos com amigos Zatta, está o antigo casarão da
Dona Angelina Piazzinni, que fazia a melhor gengibirra jamais feita. Ao redor se encontram antigas casas tipicamente italianas, com seus fantasmas, sonhos e as velhas recordações de um passado que persiste estar presente na memória da comunidade. Em Pendanga ainda há uma forte conexão com o Vêneto, que está para os italianos d’Il Paesetto, como Israel está para os judeus. Sam de Mattos Carolina do Sul, EUA
Vêneto Mande sua história com material fotográfico para: redacao@comunitaitaliana.com.br
calcio
AndreaCiprandi Ratto
Il pallone sgonfiato S
enza troppi giri di parole si può dire che l’ambiente calcistico italiano è alla deriva. Contemporaneamente a intoppi giudiziari e aspri confronti fra giocatori, Società e Federazione, l’afflusso di denaro si è ridotto, come ampiamente dimostrato dall’andamento del mercato estivo, fiacco come non succedeva da decenni. A fare da cornice a tutto questo, lo scenario desolante costituito da impianti vecchi, scomodi e trascurati in cui tifosi sempre meno considerati e, per reazione, poco numerosi si riuniscono in occasione di partite sempre meno divertenti. Non si tratta di considerazioni disfattiste: è la realtà. Basta parlare con un qualsiasi fruitore dei servizi legati al calcio. Esclusi coloro che si adattano, peraltro sempre meno, se si ascoltano i tifosi e non fantomatiche fonti ufficiali l’insoddisfazione e lo sconforto sono evidenti. Inutile cercare di risolvere il classico dilemma dell’uovo e della gallina nel tentativo di stabilire quale sia l’origine delle cose: tutto è collegato. E’ sufficiente osservare che molti appassionati non sono più disposti a subire disservizi e frequentare gli stadi in assenza di soddisfacenti condizioni ambientali e organizzative, con le conseguenze che ne derivano. I Comuni tergiversano e ai Club interessano palesemente più gli introiti provenienti dai diritti televisivi e dal merchandising in Asia che quelli derivanti dalla vendita dei biglietti per una partita. Risultato: il cosiddetto ‘dodicesimo giocatore in campo’ rischia di ridursi sempre più a un’espressione retorica e di estinguersi a causa della
L’ inaugurazione del nuovo stadio della Juventus sembra aver dato il via all’era della modernità, ma l’apertura di altri impianti di proprietà dei Club resta ancora poco più che un’ipotesi
contrapposizione fra pubblico e privato che sta paralizzando il Paese. A qualcuno staranno anche bene gli stadi semideserti, col paradosso del Nereo Rocco di Trieste i cui spalti per gran parte della scorsa stagione sono stati ricoperti con pannelli riproducenti il pubblico che non c’era, ma è giusto capire cosa tutto questo indichi e comporti dal punto di vista sportivo. Apparentemente, la recente inaugurazione del nuovo stadio della Juventus ha aperto una nuova era: quella della modernità e del riscatto. Ma questo è il primo impianto privato d’Italia costruito dal
organizzare, però, l’Italia non è riuscita ad affrancarsi dal passato, dovendo rispettare una normativa palesemente anacronistica, che impone a molti stadi comunali di ospitare anche la pista da atletica nonostante poi di queste manifestazioni se ne svolgano pochissime all’anno. E’ cronaca, non speculazione informativa. Detto che con Italia ’90 non si è dato impulso agli stadi al contrario di quanto è successo in ogni altro Paese che abbia organizzato kermesse mondiali, le prospettive sono ancora più sconfortanti. Se in Europa le nazioni trainanti sono altre,
1995, anno di apertura di quello di Reggio Emilia, e contemporaneamente alla sua realizzazione si è abbandonata l’idea della Cittadella Sportiva di Firenze, con l’apertura di altri impianti di proprietà dei Club che resta ancora poco più che un’ipotesi. E’ più indicativo il caso isolato dello Juventus Stadium o l’abbandono di numerosi altri progetti analoghi? Una cosa è certa: all’estero la modernizzazione è un processo in corso e inarrestabile già da tempo, invece da noi chi decide continua a far conto sull’inerzia degli utenti e, con le proprie scelte, induce a pensare che il calcio inteso come sport sia spesso un interesse secondario se non addirittura un’attività di copertura. Un altro spunto di analisi viene dalle manifestazioni internazionali ospitate, coi Mondiali di calcio che sono un indicatore imprescindibile visto che in occasione della loro organizzazione gli impianti vengono rinnovati con l’idea che restino moderni per molto tempo ancora. Nella sola edizione del dopoguerra che ha saputo
molte delle quali emergenti, il mercato si sta anche nettamente affrancando almeno formalmente dal Vecchio Continente al punto che due delle prossime tre edizioni sono fissate in altri continenti e la terza è stata assegnata alla Russia, terra di confine e parte integrante di un’area economica in assoluta espansione – non dimentichiamo infatti che uno degli organizzatori dei prossimi Europei è l’Ucraina. Questo mentre un Brasile veramente in cerca di rilancio sta per vivere una stagione irripetibile con Mondiali, Copa America e Olimpiadi che ospiterà in tre anni successivi. E se, dopo il Sud Africa, il Qatar con le sue irresistibili potenzialità economiche e la sua affidabilità è riuscito ad avere la meglio di potenze europee tradizionali come Inghilterra, Germania e Spagna, tutti Paesi in cui bastano gli stadi di Club di seconda divisione a fare concorrenza a quello nuovo della Juventus, fiore all’occhiello del Bel Paese, come possiamo confidare in un futuro roseo per il nostro calcio?
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saporid’italia StefaniaPelusi
Simples e sofisticado
B
Pizza e focaccia para matar as saudades das delícias da città eterna
rasília - Há um ano, o romano Luigi Tavazza escolheu Brasília para realizar um sonho: abrir um restaurante para celebrar a gastronomia italiana com particular atenção aos sabores da tradição romana. Nasceu assim La Fornacella – Delizie Italiane. — Escolhi esse nome porque queria dar a ideia de um laboratório, de um fogo permanentemente aceso para elaborar e cozinhar os alimentos — explica o chef e dono do restaurante. O trabalho permitiu a Luigi viajar pelo mundo, mas a paixão pela gastronomia o acompanhou sempre. Ele conta que foi uma aproximação gradual do setor da gastronomia e do mundo dos negócios, através de cursos de profissionalização e de experiências organizativas e gerenciais. Depois de uma pesquisa de mercado e de várias viagens pelo Brasil, a cidade escolhida para transformar a paixão em trabalho foi Brasília. — O mercado gastronômico está crescendo e o nível de qualidade está mudando. Isso e ótimo para os clientes que podem escolher uma oferta qualificada — relatou o pizzaiolo romano. No cardápio, figuram como entradas e petiscos os tradicionais aperitivos : supplì, bruschette, crocchete, crostini e panzerottini. O supplì é uma especialidade típica romana que consiste em uma bolinha de arroz alongada frita preparada com molho de carne, parmesão e mussarela. O panzerottini, tradição de Nápoles, pode ser frito ou assado e é recheado com ricota fresca, parmesão, mussarela e presunto cozido ou na outra versão com mussarela, provolone, presunto cozido e molho de tomate. Leva esse nome por ter uma forma inchada, semelhante a uma panza (barriga em dialeto napolitano). A verdadeira vocação do chef é a pizza, inspirada na tradição romana, com uma massa fina e crocante. Luigi elabora uma massa que é Os suplì são bolinhos romanos de arroz com recheio de carne, maturada em três dias, o que parmesão e mussarela. A massa a torna crocante e, ao mesmo da pizza de Luigi matura em três tempo, quebradiça, altamente dias, o que a deixa mais digerível digerível.
Focaccia La Fornacella Rendimento: 3 porções Tempo de preparo: 10 minutos
Ingredientes: duas camadas de massa de pizza, azeite extra virgem de oliva, alecrim. Ingredientes para o recheio: presunto de Parma, mussarela de búfala, rúcula, pêra, vinagre balsâmico, lascas de parmesão. Modo de preparo: Abra as duas camadas de massa da pizza e sobreponha uma camada sobre a outra. Na camada superior, coloque azeite extra virgem de oliva, parmesão e alecrim. Cozinhe no forno. Quando ficar cozida, separe as duas camadas e coloque o recheio. Feche e volte a cozinhar no forno até que fique pronta. Buon appetito! — A ideia é fazer uma pizza que expresse a cultura italiana e mediterrânea, através de uma pesquisa contínua na massa, nos sabores e na combinação dos ingredientes — resume. As pizzas mais pedidas são: a margherita vip (molho de tomate, mussarela de búfala, manjericão, tomatinhos e lascas de parmesão), a boscaiola que tem duas versões branca ou vermelha (cogumelos, linguiça, mussarela e parmesão) e a provoletta (molho de tomate, provolone, linguiça toscana, mussarela, cebola e orégano). A especialidade da casa é a focaccia, preparada com a massa da pizza aberta numa espessura mais fina. Destaca-se a focaccia fornacella — recheada com presunto cru, mussarela de búfala, rúcula, pêras e parmesão. Além das pizzas, as massas caseiras estão ganhando um maior espaço dentro do cardápio: as típicas romanas matriciana e a carbonara, a linguine al pesto genovese e a ravióli verdi são só alguns exemplos. Serviço: La Fornacella – CLN 312 bloco B loja 43, Brasília Tel: (61) 3033-2345. Horário de funcionamento: De terça a domingo, das 18h à 00:30h.
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la gente, il posto ClaudiaMonteiroDeCastro
Catedral de Otranto
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graciosa cidade de Otranto encontrase no ponto mais oriental da Itália. Com um mar transparente e belo, toda a região é famosa por suas praias espetaculares. Sua catedral foi construída a partir de 1080, quando a cidade estava no auge de seu esplendor. A Cadetta reúne diversos estilos: paleocristiano, bizantino e românico. É famosa pelos mosaicos intactos do piso, realizado pelo monge Pantaleone, e pela capela dos mártires, com os teschi de 800 mártires da região que defenderam Otranto da invasão dos turcos.
Sogra all’italiana
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Itália é um dos países do mundo com maior expectativa de vida: 79 anos de idade para homens e 85 para mulheres. Se, no conceito do Brasil, idoso é a partir dos 60, então a Itália tem uma grande população de “super idosos”. No meu bairro, Prati Trionfale, em Roma, existe alta concentração de super idosos. E eles são super ativos: vivem para cima e para baixo nos trams e metrôs, comprando frutas e legumes no mercado do bairro, engatando uma conversa no jornaleiro ou nos cafés. Essa questão da longevidade tem consequências. Uma delas é que a sogra também dura bastante. A sogra italiana tem, como tudo na vida, e como todas no mundo, lados positivos e também negativos. O mais famoso dos defeitos é que ela é uma opinião ambulante. Tem que se intrometer em tudo e sempre faz tudo melhor que a nora, é claro. A sogra italiana sempre cozinha melhor que a nora, passa melhor que a nora, cuidou (e ainda cuida...) melhor dos filhos, enfim, cuida do filho (lembra, o famoso mammone) muito melhor do que a nora cuida do marido. Se a nora têm filhos, aí não tem jeito: a intromissão veio pra ficar. Não poderá dar mais um passo sem ter um comentário. “Teus filhos têm um ano e sabem andar? Puxa, meus filhos com seis meses já andavam e falavam voglio acqua...”, “Teus filhos são tão magrinhos...” e faz questão de trazer a foto do seu príncipe rechonchudo. Mas chega de falar mal da sogra. Devo dizer que, apesar da famigerada “incompatibilidade de gênios” entre nora e sogra, fico impressionada com a minha super sogra de 91 anos. Ela é uma força da natureza. Cem por cento lúcida e fìsicamente, “quase” perfeita. Só tem alguns acciacchi, ou seja, as dorzinhas típicas da velhice. Acorda cedinho, prepara o almoço, coloca no tupperware, pega o metrô, atravessa 15 estações, desce, anda diversas quadras com suas costas encurvadas, seu metro e meio de altura e seus passinhos lentos, quase como um trote em câmera lenta, com sua bolsa pesada cheia de quitutes, e chega em casa. E quando vem visitar os netos, geralmente fica uma semana. E coloca mãos à obra. Se eu não estou, fica com o filho e o ajuda com os meninos, dá mamadeira, papinha, brinca, abraça, pega no colo, lava a roupa dos netinhos e, se eu saí correndo de manhã para trabalhar cedo, até faz minha cama. Às vezes, volto do trabalho e pego ela com a vassoura na mão. E ela brinca: “Onde é que você vai achar uma sogra como eu? Que cozinha, lava, passa e tudo mais...” Bendita longevidade italiana!
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O PRESENTE NUNCA ESTEVE TÃO À FRENTE DO SEU TEMPO.
A Iveco apoia o Momento Itália/Brasil
ECOLINE, A NOVA GERAÇÃO IVECO. Nos últimos cinco anos, a Iveco lançou seis famílias de produtos que redefiniram os parâmetros de inovação do mercado. Agora chega a nova linha de produtos Iveco, batizada ECOLINE, que vem reforçar essa história de sucesso e estabelecer novos patamares de eficiência e confiabilidade para os clientes. São caminhões ainda mais robustos e confortáveis, com motores mais potentes, mais econômicos e menos poluentes.Trata-se de uma nova geração de caminhões para uma nova geração de clientes. Venha conhecer a nova geração Iveco ECOLINE na FENATRAN 2011.
IVECO. A MARCA DA NOVA GERAÇÃO.
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