Agroalimentar Tecnologia de Salerno atrai o interesse do Brasil
Marketing Como a Tim conta a história
Vinho Queda de braço entre o nacional e o importado
www.comunitaitaliana.com
ISSN 1676-3220
R 7,00 R$ 11,90
Rio de Janeiro, maio de 2012
Ano XVIII – Nº 166
Casamento dos sonhos
A nova onda dos brasileiros que, com gastos inferiores, dizem o “sim” em cenários deslumbrantes e ainda colaboram com a economia europeia
Fórum econômico traz 250 empresas italianas ao Brasil
Inventividade, criatividade e ousadia são marcas do Rio de Janeiro há muito tempo. Aqui surgiu o frescobol e foi criado o futevôlei. Aqui o homem pode voar, o tempo parar, uma ideia nova surgir na mesa de um bar e de lá ganhar o mundo. Promovemos talentos e empreendedores, e hoje o estado investe mais de 1 bilhão de reais em ciência. A vocação do Rio de Janeiro é pensar grande.
RIO DE JANEIRO. Marca registrada do Brasil. novoRJ.com.br
M a io de 2012
Ano XVIII
Nº166
Nossos colunistas 09 | Cose Nostre O brasileiro Wagner Moura vai encarnar Fellini no novo filme de Henry Bromell
12 | Fabio Porta Uno scandalo di grandi proporzioni costringe Umberto Bossi a dimettersi e mette fine alla favola di un movimento fatto di “duri e puri”
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13 | Ezio Maranesi L’ultimo tango a Gemonio: non sappiamo in questo momento cosa sarà della Lega
Missão de vinícolas oriundas das belas regiões do Cilento e da Costa Amalfitana ao Rio culmina no encontro do governador Sérgio Cabral com o presidente da província de Salerno, dando início a projetos para a troca de know-how no setor agroalimentar. Salerno é conhecida pela excelência de seus produtos como o azeite, o vinho e a mussarela de búfala
Capa 30 | Sim ao glamour Casar no exterior está na moda e pode custar menos do que contratar os mesmos serviços no Brasil. Veja dicas de como realizar esse sonho nos castelos mais românticos da Itália sem correr riscos
Atualidade 26 | Pelo telefone Campanha da Tim conquista o público com spots que “recontam” a história da Itália, com Garibaldi, Da Vinci e Júlio César munidos de celulares
100% Recycling, nello spazio della Bottegad’Arte Merlino, ospita i dipinti di Andrea Mancini, artista fiorentino classe ‘58
Mercado 22 | Protecionismo
Gastronomia 50 | Festival Brasil
47 | Guilherme Aquino O embaixador
Como a questão da proposta de aumento do imposto para vinhos importados é percebida pelos mercados e por especialistas no Brasil e na Itália
Sabor de 2012 homenageia a influência italiana na gastronomia brasileira com o tema Quem tem boca vai a Roma
Luiz Henrique da Fonseca anuncia que se despede de Milão, após quatro anos à frente do Consulado brasileiro
Design
54 | Claudia Monteiro De Castro
Perfil 21 | A meritocracia de Roger Abravanel
Antes de se tornar papa, Benedetto XVI era cliente assíduo da Cantina Tirolese. Próxima ao Vaticano, é conhecida pelos seus deliciosos fondues
A história do homem que saiu da Líbia, venceu na Europa como engenheiro e consultor financeiro e está vendendo livros em que critica o sistema de recomendação italiano
Saúde 38 | Hospitalar 2012 Empresas italianas participam da maior feira na área de saúde da América Latina e mostram o que há de mais avançado no tratamento de doenças como o câncer
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43 | Giordano Iapalucci La mostra
maio 2012 | comunitàitaliana
Missão 14 | Oportunidade
24 | Salone del Mobile Saiba como foi o Salão do Móvel de Milão, que abrigou, pela quarta vez consecutiva, a nata do design do Rio em uma área especial
49 | Italian Style Entre os lançamentos no mercado, as cadeiras, mesas e poltronas de cores vibrantes apresentadas no Salão do Móvel
Mais de 250 empresas e autoridades italianas passam por SP, MG e PR este mês em busca de novos negócios
Cultura 46 | Homenagem Mia Cara Curitiba percorre a capital do Paraná com eventos e espetáculos de 25 de maio a 10 de junho, em comemoração aos 150 anos da Unificação italiana
Outros cookies saem dos livros de receitas. Os nossos, dos livros de memórias do Sr. Bauducco.
Da família Bauducco para a sua família.
Editorial
Expediente
Austeridade rejeitada
O
s resultados das urnas na Europa apontam para uma rejeição pública aos dirigentes e partidos que apoiam políticas econômicas com o receituário alemão de austeridade no continente em crise. O papel da Alemanha e a natureza da sua supremacia, construída por uma extraordinária força econômica, culminou na edificação de um bloco, nos últimos 20 anos, com marcas ideológicas alemãs. A adoção do euro, não por acaso, ajudou a enriquecer ainda mais os alemães. Os paradigmas sociais e culturais, além do insuportável modo austero de lidar com o europeísmo correto, que até agora trouxe os melhores resultados para sua própria casa, fazem com que a Alemanha da chanceler federal Angela Merkel fique isolada e uma forte oposição surja entre os países do continente. A Alemanha, destinada virtualmente há mais de um século a exercer um papel hegemônico, tem uma dificuldade intrínseca de exercitar essa tarefa. Não consegue consenso e tem memória sem carisma pelo passado ditatorial que resulta em uma impossibilidade de transformar a sua potencia econômica em uma dimensão efetiva de domínio político. Falta à Alemanha, guardada as devidas proporções e condições históricas, convencer e seduzir, assim como os EUA conseguiram com o Ocidente, depois de 1945. A volta triunfal dos socialistas na França, 30 anos depois Pietro Petraglia de François Mitterrand, tira o sono de Merkel. O novo preEditor sidente François Hollande promete lutar contra a política de austeridade generalizada no continente e anunciou que quer rever o pacto de estabilidade – costurado por Merkel e Sarkozy – que 25 dos 27 países-membros da União Europeia assinaram em fevereiro. A Grécia tem a ascensão impressionante de extremistas de esquerda e de direita. Pela primeira vez estarão no Parlamento grego deputados de um partido que defende ideologia neonazista, o Aurora Dourada, com símbolo semelhante à suástica. As eleições municipais na Itália também deram provas da resistência do eleitorado às duras medidas de alta de impostos e cortes de pensões implementadas pelo premier Mario Monti, com a ampla vitória da centro-esquerda nas urnas. Aliás, os resultados animaram a legenda vitoriosa a dar um fim precoce ao atual governo técnico para realizar eleições antecipadas e assim consolidar o capital conquistado, o que não deve ocorrer. Na Grã-Bretanha, os conservadores, liderados por David Cameron, perderam as eleições locais para o Partido dos Trabalhistas. Na própria Alemanha, o partido de Merkel perdeu o governo do estado de Schleswig-Holstein, que deverá passar a uma coalizão dos social-democratas com os verdes e a minoria dinamarquesa.
N
o Brasil, toca o alarme para o consumo de agrotóxicos. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola, foram jogados mais de um bilhão de litros de venenos nas lavouras somente em 2010. O país é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de alimentos contaminados. Em busca de soluções no setor, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, recebeu comitiva liderada pelo presidente da Província de Salerno, Edmondo Cirielli. Em pauta, as técnicas da região italiana, que conta com importante know-how no setor agroalimentar, principalmente no que se refere a aplicação da agricultura orgânica. Boa leitura!
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Fundada
em
março
de
1994
Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) Diretor: Julio Cezar Vanni Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 40.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 14/05/2012 às 18:00h Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói, Centro, RJ CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555 e-mail: redacao@comunitaitaliana.com.br Redação: Guilherme Aquino; Gina Marques; Cintia Salomão Castro; Nathielle Hó Vanessa Corrêa da Silva; Renê Arruda; Stefania Pelusi Subedição: Cintia Salomão Castro REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho arte@comunitaitaliana.com.br Capa: Ingimage.com Colaboradores: Pietro Polizzo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Fernanda Maranesi; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Venceslao Soligo; Paride Vallarelli; Aline Buaes; Franco Gaggiato; Walter Fanganiello Maierovitch; Gianfranco Coppola CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão); Gina Marques (Roma); Janaína Cesar (Treviso); Quintino Di Vona (Salerno); Gianfranco Coppola (Nápoles); Stefania Pelusi (Brasília); Janaína Pereira (São Paulo); Vanessa Corrêa da Silva (São Paulo); Publicidade: Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-2555 comercial@comunitaitaliana.com.br RepresentanteS: Espírito Santo - Dídimo Effgen Tel: (27) 3229-1986; 3062-1953; 8846-4493 didimo.effgen@uol.com.br Brasília - ZMC Representações Zélia Corrêa Tel: (61) 9986-2467 / (61) 3349-5061 zeliacorrea@gmail.com Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing Geraldo Cocolo Jr. Tel: (31) 3317-7704 / (31) 9978-7636 gcocolo@terra.com.br São Paulo - Sebastião Zolli Júnior Cel: (11) 9111-3080 zolli@zolli.com.br ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220
cosenostre Julio Vanni
Sai Luca Luciani
A
saída repentina de Luca Luciani da presidência da Tim Brasil no início de maio chegou a derrubar as ações da empresa no Brasil e na Itália, poucos dias após a Promotoria de Milão ter aberto inquérito para investigar a manipulação no número de clientes através do aumento artificial de ativações. O executivo esteve no comando da empresa quando aconteceu a sua grande reviravolta, em 2009: a expansão da clientela foi tamanha que chegou ao posto de segunda maior operadora do país. A assessoria de imprensa da Tim informou que o Conselho de Administração deve empossar interinamente Andrea Mangoni, atual diretor financeiro de Telecom, como diretor presidente.
Entre Hollande e Merkel vitória do socialista François Hollande na eleição pre-
A
sidencial francesa abre um novo ciclo para a esquerda europeia e encoraja aqueles que ansiavam por mais crescimento diante da austeridade imposta pela chanceler alemã, Angela Merkel. A proposta de Hollande de incluir um capítulo de crescimento no pacto fiscal europeu ganha cada vez mais adeptos. A Europa precisa encontrar um ponto de equilíbrio entre a redução de suas dívidas e o estímulo do crescimento, e Hollande deverá negociar, junto a Merkel, questões como o projeto de criar eurobônus e o papel do Banco Central Europeu. O premier italiano Mario Monti já se propôs como mediador.
Moda rápida
Agora é nita oficial Garibaldi, esposa
D
ez empresários do ramo da moda de Divinópolis, no estado de Minas Gerais, associados ao Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), viajaram este mês para a Itália, onde farão um intercâmbio cultural e de negócios. A missão faz parte do projeto Foco Competitivo, do Sebrae, que visa a troca de experiências na produção da chamada “moda rápida” — com peças produzidas em um curto espaço de tempo a preços baixos — já bastante presente na Europa. Em Belo Horizonte existem fábricas e showrooms que trabalham com a moda rápida, mas o conceito ainda precisa ser aperfeiçoado em todo o estado.
A
O
ator Wagner Moura foi escolhido para interpretar Federico Fellini no filme independente Fellini Black and White, que será dirigido pelo americano Henry Bromell. O filme contará a sua primeira viagem aos Estados Unidos para assistir ao Oscar. Ele desapareceu por 48 horas e quase não conseguiu ir à cerimônia. O filme aborda o que pode ter acontecido durante os dois dias de sumiço. O “Fellini brasileiro” vai interpretar ainda o momento em que o cineasta voltou para a Itália para dirigir dois de seus grandes sucessos: La Dolce Vita e Oito e Meio.
Opapa Papa em Milão Cabrerizo Bento XVI participará, entre os dias 1º e 3 de junho, OemdoMilão. 7º Encontro Mundial das Famílias, que será realizado balla Por motivos de saúde, Ratzinger não pôde partidestino foi um tanto inespe-
O
rado para o brasileiro Bruno Cabrerizo, de 32 anos. Quando começou a carreira de jogador de futebol no juvenil do Botafogo, em 1994, ele jamais poderia imaginar que, 18 anos depois, seria parado nas ruas da Itália por ser reconhecido como um modelo famoso e não como um renomado zagueiro. A fama começou após sua participação no programa televisivo Ballando con te, quando acabou em terceiro lugar e ganhou muita visibilidade. Hoje, está perto de estrear como protagonista em sua primeira peça de teatro.
cipar da edição realizada há três anos na Cidade do México. O 7º Encontro Mundial das Famílias católicas, que começará em 30 de maio, tem como tema A família, o trabalho e a festa, e deve atrair 1 milhão de pessoas. O discurso do Papa está previsto para acontecer no dia 1º, na praça do Duomo, seguido de um concerto no Teatro da Scala. No dia seguinte, ele deve seguir para o estádio de futebol de San Siro, onde ocorrerá a confraternização com jovens que se preparam para a crisma.
Pascoli no euro m comemoração aos cem anos da morte de Giovanni Pascoli,
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um dos mais famosos poetas do Baelpaese de todos os tempos, o governo italiano acaba de lançar uma moeda de 2 euros com a esfinge do escritor emiliano que viveu e morreu em Barga, na Toscana. As homenagens anteriores foram dedicadas a mais de 100 personalidades e eventos, inclusive a Benzo de Cavour, pelas comemorações dos 150 anos da Unificação.
de Giuseppe Garibaldi, foi reconhecida oficialmente como heroína do Brasil. A lei que inscreve o seu nome no Livro dos Heróis da Pátria foi publicada no Diário Oficial no dia 2 de maio, após ter sido sancionada pela presidente Dilma. O nome da heroína será esculpido em aço, ao lado de outros “heróis nacionais”, como Dom Pedro I, no livro localizado no Panteão da Praça dos Três Poderes de Brasília. A lei leva as assinaturas da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. A autora do projeto de lei, apresentado em 2009, é a senadora Serys Slhessarenko.
Os Bric em Ferrara 16ª edição do Borsa del tu-
A
rismo delle 100 città d’arte d’Italia será realizada na bela cidade de Ferrara e dedicará uma atenção especial aos países do Bric. A programação, de 25 a 27 de maio, é voltada especialmente para os operadores de turismo que chegam do Brasil, Rússia, Índia e China. A carioca Fit Tour e a paulistana Raidho Viagens estão entre as participantes.
comunitàitaliana | maio 2012
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Opinião enquetes
frases
A Câmara aprovou a Lei Geral da Copa de 2014 sem vetar a venda de bebidas alcoólicas. Você apoia?
“Comer, rezar e amar... Estamos na Toscana! Delícia!”,
Sim - 60%
Giovanna Antonelli, atriz, de férias com o marido pela Itália, em sua página no Twitter
“Minha filosofia de moda se baseia no ideal ‘menos é mais’”, Giorgio Armani, explicando que simplicidade e discrição são extremamente encantadoras, em entrevista ao Eurochannel
Não - 50% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 04/04/12 a 09/04/12.
Tramita no Congresso projeto de lei que legaliza casas de prostituição. Você apoia a legalização?
Sim - 66,7% Não - 33,3%
“Se então o país pedia paz e democracia, agora todos, em todos os níveis, devem aprender a colocar em prática os princípios do rigor, do crescimento e do equilíbrio”,
“Eu não acredito nesses trabalhos que são feitos. Todos ficam com a mesma aparência”,
Mario Monti, premier italiano, durante a celebração do Dia da Libertação
Sophia Loren, em entrevista à revista People, sobre o motivo pelo qual não é adepta de procedimentos cirúrgicos
No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 10/04/12 a 15/04/12.
Mario Resca, do Ministério da Cultura italiano: “Turismo cultural pode diminuir recessão”. Concorda?
“Tudo que acontece no filme que está impregnado de cinema italiano é estritamente algo que absorvi por osmose ao longo dos anos e aflorou”,
Sim - 80%
Woody Allen, em coletiva de lançamento de seu novo filme To Rome, With Love
Não - 20% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 16/04/12 a 22/04/12.
no celular
“Sem dúvida, sou o mais bonito dos homens nesse filme. Minhas desculpas ao senhor Baldwin e a Eisenberg”,
“O desafio da Rio+20 não é ambiental, é econômico”, Acesse comunitaitaliana. com no seu smartphone com o código QR acima
Corrado Clini, ministro italiano do Meio Ambiente em entrevista à revista Época
Roberto Benigni, ator italiano, brincando em entrevista coletiva sobre sua participação em To Rome, With Love
cartas
“A
dorei a matéria sobre o espetáculo que conta a vida de Nise da Silveira. Assisti à peça aqui em São Paulo, e me emocionei com a interpretação da atriz Mariana Terra. Eu também sou a favor do uso da arte como forma de terapia! Valdete Pereira, São Paulo – SP – por e-mail
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“G
ostei muito de saber que o Zucchero fez uma turnê pelo Brasil. Ele é um cantor bem eclético, que sabe misturar de forma exemplar rock, folk e blues. O disco Chocabeck é excelente e chama atenção pela participação especial de Bono Vox. Renato Costa, Rio de Janeiro – RJ – por e-mail
Serviço agenda Traviata contemporânea Sob a organização do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, a companhia italiana de dança Artemis, liderada por Monica Casadei, apresenta, no dia 21 de maio, no auditório
apresenta algumas das imagens ao público. www.sescsp.org.br Miss Itália no Paraná No dia 2 de junho, acontece, no Clube Pinheiros, na cidade de Pato Branco, no Paraná, a eleição da Miss Itália da região sudoeste do estado. Para participar do concurso é obrigatório ser descendente de italianos, ter idade entre 18 e 26 anos, e ser alta e magra. O regulamento do concurso foi desenvolvido por
Brasil Imperial O Museu Imperial de Petrópolis, no estado do Rio, apresenta a exposição Artistas Italianos no Brasil Imperial. O acervo contém pinturas, gravuras, joias e livros de artistas que atravessaram o oceano e
Caravaggio e os caravaggistas A mostra com telas do mestre do barroco italiano e de pintores que nele se inspiraram será inaugurada na Casa Fiat de Cultura no dia 22 de maio. A exposição apresenta sete obras de Caravaggio e 14 de caravaggistas como Jusepe de Ribera, Mattia Preti, Orazio Gentileschi, Giovanni
do Memorial da América Latina, o espetáculo Corpo a Corpo. Traviata. A livre interpretação contemporânea da célebre ópera do italiano Giuseppe Verdi integra as comemorações do Momento Itália-Brasil. www.memorial.org.br Memória do rito O Sesc Vila Mariana, em São Paulo, sedia, de 25 de maio a 12 de agosto, a exposição Memória do rito, tradições populares italianas. O fotógrafo ítalobrasileiro Lamberto Scipioni registrou e filmou vários eventos que acontecem nas cidades italianas todos os anos e
círculos e associações culturais italianas. O público poderá assistir aos desfiles e à premiação e, no final, vai poder dançar ao som da Banda de São Miguel do Iguaçu em um baile de gala. www.clubepinheiros.com
retrataram aspectos típicos do século XIX, como Edoardo de Martino e Alessandro Cicarelli. Até 5 de agosto. www.museuimperial.gov.br
clickdoleitor Carta a um menino que viverá 100 anos Na obra, o italiano Edoardo Boncinelli discorre sobre a ciência moderna e as implicações das novas descobertas na vida das pessoas. Dos últimos experimentos sobre a vida artificial às mais recentes descobertas da genética, Boncinelli oferece todas as informações necessárias para entender as implicações não somente físicas, como éticas, psicológicas e filosóficas dos cenários, às vezes de ficção científica, de um possível futuro. Editora Guarda-Chuva, 152 páginas, R$ 33,00.
Non ti scordar di me A autora Lilian Manes, no livro, elenca os italianismos vigentes no Português do Brasil, na escrita, estabelecendo um elo entre as duas línguas. A partir dessa relação, a autora traça um roteiro da presença italiana no Brasil e aborda o intercâmbio cultural entre os dois países. Os imigrantes trouxeram a cultura italiana no modo de se vestir, na religiosidade, na língua e nos dialetos com os quais se comunicavam. Os italianismos provenientes desse contato foram assimilados principalmente por intermédio da forma oral e escrita, repercutindo na literatura brasileira. Editora Annablume, 240 páginas, R$ 30,00.
Arquivo pessoal
naestante
Caracciolo e Simon Vouet. O público poderá apreciar a tríade “religiosidade, violência e sensualidade”, nas obras Narciso (1599) e Medusa (1596). A exposição integra o Momento Itália-Brasil e permanece em cartaz até 15 de julho. www.casafiatdecultura.com.br
“T
irei essa foto em outubro de 2010, na arena de Pompeia, em homenagem aos meus amigos fãs do Pink Floyd. Eles ficaram enlouquecidos quando contei que passaria pelo palco do show histórico da banda, em 1972. Caroline Grava de Lima São Paulo, SP — por e-mail
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opinione FabioPor ta
C’era una volta la Lega Uno scandalo di grandi proporzioni costringe Umberto Bossi a dimettersi e mette fine alla favola di un movimento fatto di “duri e puri”
S
e Silvio Berlusconi è senza dubbio l’uomo politico che più di ogni altro ha segnato gli ultimi venti anni della politica italiana, c’è un movimento politico al quale va riconosciuto un ruolo altrettanto significativo: la Lega Nord. All’inizio degli anni ’90 la famosa inchiesta Mani Pulite spazzò via nel giro di pochi mesi la classe dirigente che fino ad allora aveva governato il Paese più o meno ininterrottamente per oltre quaranta anni. Sparirono così partiti storici come la Democrazia Cristiana, il Partito Socialista, il Partito Repubblicano; lo stesso PCI (il più grande partito comunista dell’occidente) cambiò nome in PDS (Partito Democratico della Sinistra). L’effetto congiunto della caduta del Muro di Berlino prima, e dell’inchiesta Mani Pulite poi, ebbe come risultato l’azzeramento dell’arco parlamentare così come tutti gli italiani lo avevano conosciuto a partire dalla fine della seconda guerra mondiale. Sulle ceneri di tutto ciò costruirono le proprie fortune, sfruttando in maniera intelligentemente demagogica e pericolosamente populista i due avvenimenti: la leadership conservatrice di Silvio Berlusconi e il partito xenofobo e antimeridionale della Lega Nord. La “Lega” nasceva non soltanto come movimento regionale che rivendicava con orgoglio una certa supremazia morale, oltre che economica, da parte del nord, ma anche come partito di opposizione a “Roma ladrona”; con questo semplice ed efficace slogan si voleva trasmettere un messaggio altrettanto chiaro e forte: la Lega Nord nasceva per fustigare i vecchi partiti corrotti e per restituire ai cittadini e ai territori quel potere che la partitocrazia aveva sottratto loro, come l’operazione Mani Pulite aveva contribuito ad evidenziare in maniera definitiva. 12
maio 2012 | comunitàitaliana
Queste motivazioni di fondo spiegano anche perché il consenso ad un partito come la “Lega” arrivasse non soltanto da ambienti di destra, ma anche da elettori tradizionalmente orientati a sinistra.
Per fare politica non bastano gli slogan o la passione. Ci vogliono competenza e onestà Come spesso avviene in questi casi, il fustigatore prima o poi diviene il “fustigato”. Fu così che la rivoluzionaria e irreprensibile Lega Nord arrivò a Roma, conquistando un numero sempre più rilevante di seggi in Parlamento ed entrando subito con il primo governo Berlusconi nella “stanza dei bottoni”; arrivarono anche le prime poltrone ministeriali e quindi gli incarichi di governo e “sottogoverno”. I padani “duri e puri” iniziarono ad alimentare le proprie fortune politiche ed elettorali grazie al finanziamento pubblico dei partiti inserendo i loro uomini nei consigli di amministrazione di banche e aziende.
Umberto Bossi, fondatore e leader indiscusso dei ‘leghisti’, diverrà presto l’alter-ego di Silvio Berlusconi, il suo miglior alleato; è grazie all’accordo con la “Lega” di Bossi (e ad una legge elettorale ribattezzata “porcata” dal suo stesso ideatore, il ‘leghista’ Roberto Calderoli) che nel 2008 Berlusconi torna per la quarta volta a Palazzo Chigi. Sono bastati pochi mesi per mandare quel quadro in soffitta: il governo Berlusconi non c’è più, l’accordo con la Lega è saltato e – “dulcis in fundo” – uno scandalo di grandi proporzioni ha indotto lo
stesso Bossi a rassegnare le dimissioni da capo indiscusso del movimento che aveva creato e che si era trasformato nel corso degli anni in un centro di potere (con forti caratteristiche di tipo familistico-nepotiste) uguale, se non peggiore, a quei partiti che la “Lega” aveva contribuito a delegittimare e seppellire negli anni ’90. “Chi di spada ferisce di spada perisce”, dicevano i latini e sarebbe fin troppo facile concludere questo articolo con una simile affermazione. La verità è un’altra: la Lega Nord in tutti questi anni non è riuscita a formare una classe politica di qualità all’altezza di quel territorio che (con una certa arroganza e presunzione) i leghisti pretendevano rappresentare a Roma, ossia all’interno delle istituzioni. Da qui gli scandali e gli episodi di queste ultime settimane. La politica non si fa (solo) con gli slogan o con la passione. Occorrono competenza e onestà, e – soprattutto – partiti in grado di selezionare e formare classi dirigenti e di governo. Non essere riusciti in vent’anni a raggiungere questo traguardo è il vero grande peccato commesso da Bossi e dai suoi compagni.
opinione
EzioMaranesi
Ultimo tango a Gemonio Il paesello del Varesotto culla e bara della Lega Lombarda
A
Gemonio è nato il sogno padano. A Gemonio è iniziata la saga dei Bossi. Ora il sogno padano e la saga dei Bossi sono miseramente naufragati. Peccato: il richiamo era forte. Sono lombardo, non ho votato Lega né ho pensato di votarla, ma le idee del Bossi della prima ora erano molto attraenti. Umberto Bossi percepí, 22 anni fa, che c’era spazio per un movimento politico che unisse le genti padane per rivendicare diritti che l’Italia unitaria non riconosceva. Alle genti del nord, lombardi, veneti e piemontesi, diede una bandiera e un credo politico semplice e sensato: l’idea di una Italia federalista, l’esaltazione dei valori del territorio e l’apertura ad una immigrazione molto controllata. Idee condivisibili. Il federalismo assegnerebbe alle Regioni larga autonomia amministrativa e fiscale e, insieme, la responsabilità di spendere solo il valore delle tasse e imposte raccolte. Il governo centrale aiuterebbe le Regioni in difficoltà che, nel tempo, dovrebbero tendere ad essere autosufficienti. Ogni Regione dovrebbe trovare un suo efficiente equilibrio. Non ci sarebbe più spazio per sprechi e clientelismo politico e le gestioni fallimentari alla Bassolino avrebbero vita breve. I cittadini, con il voto, dovrebbero darsi amministrazioni efficienti altrimenti sarebbero punite con imposte più elevate. L’immigrazione, secondo Bossi, dovrebbe essere contenuta e controllata: l’Italia non può semplicemente spalancare le porte al terzo e quarto mondo. Pienamente condivisibile è l’esaltazione dei valori del territorio: l’Italia ha isole di meravigliosa diversità; coltivarne e conservarne le diverse culture è un dovere e un valore. L’idea di una Europa politicamente forte e unita, nella quale convivono e si completano regioni di culture diverse, è affascinante. Queste, in chiave poetica, erano le idee del Bossi della prima ora. Idee che hanno trovato spazio nei cuori padani, e non solo. La Lega Lombarda riuscí ad ottenere oltre il 10% dei voti a livello nazionale, con punte del 30% nelle Regioni
del nord, e oggi governa il Veneto e il Piemonte oltre a sostenere in forma determinante il governo della Lombardia. Ma, cosí come tutte le entità viventi hanno nel loro seno i germi per l’autodistruzione, anche per la Lega è giunta l’ora del dramma. Ed è giunta molto prima di quanto potessimo immaginare, e
in forma drammatica. Soprattutto se si pensa che noi, gente lombarda, siamo i figli di una razza contadina forse un poco rozza, ma sana e concreta, tenace e operosa, che ha dato all’Italia gran parte della sua struttura industriale e della ricchezza che l’ha fatta prospera. Da tempo si percepivano segnali che la Lega non era più la stessa: gesti e parolacce volgari dello stesso Bossi, insulti alla bandiera italiana, dichiarazioni stupide dei suoi seguaci più fedeli, nepotismo, inviti alla secessione del Nord Italia, lotte intestine nel partito, opposizione aspra all’attuale governo per scopi puramente elettorali, l’ inspegabile ascesa di alcuni suoi discutibili dirigenti. Tra essi il tesoriere, una figura il cui aspetto non ispira la minima fiducia; gestí il patrimonio della Lega, che è patrimonio comune, con
fantasiosa disinvoltura investendo, secondo i media, in lingotti d’oro, diamanti, titoli di Cipro e della Tanzania e spendendo in automobili costose e lussi destinati a dirigenti della Lega, tra i quali il figlio di Bossi, detto “ il Trota” per il modestissimo acume del suo pensiero. Ora la Lega affonda, ma si vuole salvare almeno il “ Capo” Umberto Bossi: si dice che non sapeva. Cioè non vedeva. Non mi sembra generoso che lo si dipinga cosí rincitrullito al punto di non vedere l’evidenza. E se ha visto, come lo si può ancora osannare come capo? Bastano i suoi innegabili meriti storici? Non sappiamo in questo momento cosa sarà della Lega. La tempesta è violenta, le lotte interne laceranti, i suoi elettori sconcertati. Perderà molti voti alle prossime elezioni. Dispiace:
le idee originali riflettono ciò che molti italiani pensano anche se poi, per cento motivi, danno il voto ad altri partiti. Onore, nonostante tutto, a
Le idee del Bossi della prima ora erano molto attraenti. Umberto Bossi percepí, 22 anni fa, che c’era spazio per un movimento politico che unisse le genti padane Umberto Bossi: ha dato vita a un movimento nuovo, originale e vicino al suo popolo: purtroppo la sua malattia e la sua debolezza hanno affossato la sua creatura. comunitàitaliana | maio 2012
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Missão empresarial
Sinergia econômica Missão empresarial italiana desembarca no Brasil no dia 22 e traz empresários e autoridades em busca de oportunidades comerciais nos estados de SP, MG e PR
Gina Marques, de Roma; Renê Arruda, de São Paulo; Cintia Castro, da Redação; e Stefania Pelusi, de Brasília
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ais de 250 empresas italianas participarão da missão empresarial Brasil & Itália, de 22 a 24 de maio, em cinco cidades brasileiras: São Paulo, Belo Horizonte, São José dos Campos, Santos e Curitiba. Pela quantidade de empresas participantes, esta é a maior missão internacional no Brasil dos últimos anos. Trata-se de uma oportunidade de colaboração bilateral em vários setores: aeroespacial; agroalimentar; agroindústria; construção/construção sustentável; alta tecnologia; móveis e acessórios para ambientes coorporativos, comerciais e residenciais; logística e náutica; mecânica; moda e energia. A abertura vai acontecer na sede da Fiesp, em São Paulo, na manhã de 22 de maio, com a realização do Fórum Econômico Brasil Itália, que inclui dois painéis. Intitulado “Cooperação entre Estados Brasileiros e Regiões Italianas – Análise do Panorama Atual e Perspectivas 14
Futuras”, o primeiro painel prevê a participação do embaixador italiano Gherardo La Francesca, do governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e dos presidentes da Regiões Marche e Úmbria, Gian Mario Spacca e Catiuscia Marini. O segundo, dedicado a “Instrumentos para a Colaboração Econômica Itália-Brasil”, deve contar com a presença do diretor geral do Ministério italiano do Desenvolvimento Econômico, Pietro Celi, do diretor do Sebrae, Luiz Eduardo Barretto Filho e do presidente do BNDES, Luciano
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O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o diretor geral do Ministério italiano do Desenvolvimento Econômico, Pietro Celi, estarão no fórum econômico que vai abrir a programação da missão em São Paulo, no dia 22
Coutinho, além do novo presidente do ICE, Riccardo Maria Monti. Após o fórum, na parte da tarde, vão acontecer os encontros B2B, entre empresários italianos e brasileiros, agrupados nos 12 setores. A participação às rodadas é gratuita, mas requer a inscrição no site oficial do evento www.missaobrasilitalia.com.br. Em 23 de maio, alguns empresários seguem para São José dos Campos; no dia seguinte, outros seguem para Belo Horizonte, Curitiba e Santos. Cada cidade vai sediar um seminário temático, do qual participarão os membros da comitiva, de acordo com a força econômica de cada região — sempre seguidos das rodadas de negócios, que acontecem na parte da tarde. Em São José dos Campos, o tema será a indústria aeroespacial brasileira e as oportunidades de negócios no eixo Brasil Itália; em Curitiba, os debates vão girar em torno da agroindústria, alta tecnologia
e ciências da vida, e de como a Itália pode contribuir para o crescimento do Brasil; na capital mineira, as indústrias mecânica e automobilística serão o destaque; e, por fim, em Santos, o assunto é a energia, a logística e as novas tecnologias náuticas. A iniciativa é promovida pelos Ministérios italianos do Desenvolvimento Econômico e das Relações
Exteriores, pelo ICE e pela Região Marche. Conta também com o apoio de outras 15 regiões italianas (Basilicata, Campânia, Calábria, Emília-Romanha, Ligúria, Lombardia, Molise, Piemonte, província autônoma de Trento, Puglia, Sardenha, Sicília, Toscana, Úmbria e Vêneto) e do Sistema de Câmaras de Comércio, Indústria, Agricultura e Artesanato Ítalo-Brasileiras, além de instituições brasileiras. A previsão é que sejam assinados acordos e intenções que visam a colaboração entre o complexo
“Será uma excelente oportunidade para avançarmos em projetos de integração econômica” Paulo Skaf, presidente da Fiesp industrial portuário de Suape e a Associação dos Portos da Ligúria (Gênova, Savona e La Spezia) nas áreas de gestão portuária, transporte marítimo e logística, o que deve acontecer em São Paulo, já no dia 22. Para governo brasileiro, missão é oportunidade Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que vê “como positiva a iniciativa do governo italiano em organizar uma missão comercial ao Brasil”. Os produtos italianos são mundialmente reconhecidos por sua qualidade e, claro, há interesse do Brasil em manter uma pauta importadora de qualidade, prossegue o comunicado
O presidente do Sebrae Luiz Barretto Filho e o novo diretor do ICE Ricardo Maria Monti (de branco) vão falar sobre as parcerias entre Brasil e Itália. O presidente da Câmara italiana de Comércio de Minas, Giacomo Regaldo (abaixo), ressalta a importância da missão para o estado mineiro
enviado à Comunità. O Ministério ressalta que a vinda dos italianos constitui uma oportunidade para divulgar os produtos brasileiros aos representantes das 16 regiões italianas: “a Itália já um dos maiores investidores no país, mas acreditamos que ainda há espaço para essa relação aumentar ainda mais”. O presidente da Câmara Italiana de Comércio de Minas Gerais, Giacomo Angelo Regaldo, ressalta a importância da vinda da comitiva italiana ao Brasil: — Esta missão será de suma importância para Minas Gerais na busca da consolidação do estado como o principal parceiro comercial da Itália no Brasil no que diz respeito ao setor automotivo e mecânico — afirma. Já para o representante dos industriais paulistas, a manutenção de uma boa relação comercial com a Itália é indispensável para a economia brasileira: o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, lembra que as fortes relações culturais entre os países, bem como o número recorde de US$ 11,6 bilhões de corrente de comércio bilateral em 2011, reforçam a importância desta missão empresarial. — O encontro contará com importantes representantes dos dois países, tanto do setor público quanto privado, e será uma excelente oportunidade para avançarmos em projetos de integração econômica — disse Skaf à Comunità. Paulo Skaf, que fará o encerramento do fórum no dia 22, lembra que as empresas brasileiras serão beneficiadas por meio de workshops e rodadas de negócios, onde a iniciativa privada terá a oportunidade de prospectar possíveis incrementos em seus processos produtivos.
A missão e a reforma do ICE
P
ara o governo italiano guiado pelo professor e economista Mario Monti, o valor fundamental para o crescimento econômico de um país é a eficiência. Em seus planos, está a reforma do ICE, o Instituto de Comércio Exterior da Itália. A missão empresarial Brasil & Itália será uma das primeiras experiências internacionais de atuação desta mudança. A Itália quer abrir novos mercados, criar parcerias e demonstrar que é um país que vai além da arte e do design, oferecendo competitividade e tecnologia. Melhor ainda se o país interlocutor tiver laços culturais — os quais podem ser reforçados com colaborações mútuas. É o caso do Brasil, cuja economia emergente oferece grandes oportunidades de negócios. Monti quer promover reformas na Itália, com medidas que revigorem a saúde da economia, eliminem gastos inúteis e enxuguem as despesas. O ICE entra nos objetivos da reforma. O instituto é considerado uma carroça que pesa
nas contas do país, ou seja, um cabide de empregos que apresenta poucos resultados. Com a proposta de limpeza e transparência, recentemente, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Corrado Passera, nomeou o engenheiro Riccardo Monti. Aos 44 anos, ele conta com a experiência de diretor do grupo Value Partners para guiar a “Agência para a promoção ao exterior e internacionalização das empresas”, nascida das cinzas do ICE, criticado por muitos empresários como ineficiente. Para começar a reforma, o pessoal que trabalha no ICE foi reduzido de 633 para 300. Um projeto de lei pretende estabelecer o número de 450 funcionários. No segundo semestre, está previsto um plano articulado de 200 iniciativas promocionais, com parceria e financiamento das empresas italianas de diversas categorias. Riccardo Monti vai acompanhar pessoalmente esta missão empresarial no Brasil: afinal, constitui o primeiro passo para demonstrar finalmente o mérito e a eficiência das empresas italianas.
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Notícias
Fotos de Stradelli
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exposição O Filho da Serpente Encantada traz 28 fotografias de autoria do explorador e etnógrafo italiano Ermanno Stradelli (1852-1926). Registrada durante suas andanças em terras amazônicas, as imagens mostram as paisagens e os habitantes do local. Stradelli nasceu na então província de Piacenza, atual Parma. Trabalhou com as línguas indígenas e chegou a organizar vocabulários, traduzindo-
La Mole
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undado pelo italiano Domenico Magliano em 1958, o restaurante carioca La Mole presenteou uma cliente com uma viagem com acompanhante ao Belpaese. O prêmio foi concedido através de um concurso. Juliana de Sá foi a grande vencedora, entre 375 participantes, com um texto em que narra um blackout, ocorrido segundos após seu namorado tê-la pedido em casamento durante um jantar romântico. Juliana, de 29 anos, vai conhecer a torre Mole Antonelliana, que fica em Turim, cidade natal do fundador. O primeiro La Mole começou como uma pequena sorveteria e pizzaria, no bairro do Leblon. Hoje, conta com 15 filiais no estado do Rio.
A paixão de Da Vinci
A
os para o português; escreveu poemas e transcreveu lendas amazônicas, como a do Jurupari. O título da exposição faz referência a um documentário biográfico do explorador, realizado pelo cineasta italiano Andrea Palladino. A mostra faz parte do Momento Itália-Brasil e vai até 8 de junho, no Centro Cultural Galeria Gustavo Schnoor, na Uerj, no Rio de Janeiro.
exposição Leonardo da Vinci: Anatomista é considerada a maior mostra dos trabalhos anatômicos do gênio renascentista, reunindo 87 páginas de seus cadernos e 24 desenhos inéditos. Exibida desde o começo do mês de maio na Queen’s Gallery de Londres, a mostra apresenta obras que retratam com detalhes órgãos como o cérebro e o coração, a estrutura músculo-esquelético das mãos e dos pés, a dissecação de um crânio e o sistema reprodutor. Entre as obras mais famosas, aparece a figura O feto no útero, de 1512. A exposição faz parte da celebração dos 60 anos de trono de Elizabeth II e fica aberta aos visitantes até 7 de outubro.
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Notícias
Eleições municipais
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segundo turno das eleições municipais italianas será realizado nos dias 20 e 21 de maio. Os resultados do primeiro turno indicam uma derrota para os partidos de direita, principalmente o PDL e a Liga Norte. As votações foram marcadas pelo avanço das formações contrárias aos partidos tradicionais, fruto do descontentamento social, e pelo aumento da abstenção em 7% comparado a 2007. O movimento Cinco Estrelas, do comediante Beppe Grillo, que luta contra a “partidocracia”, obteve bons resultados, especialmente em cidades como Gênova e Parma. Estas eleições são o primeiro teste político para o atual governo, caracterizado pela política de austeridade.
A opinião da UE
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comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, declarou que a Itália está “no caminho certo” para sair da crise econômica, após a implantação das medidas de austeridade aprovadas pelo governo de Mario Monti. “O país está no caminho certo para alcançar a paridade estrutural de balanço e não precisa de novas manobras”, disse. Segundo as previsões da UE para este ano, o PIB italiano terá uma queda de 1,4%, mas em 2013 deve ocorrer uma retomada positiva com um aumento de 0,4%, em relação ao 0,5% previsto pelo governo italiano.
Atentado anarquista
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presidente italiano Giorgio Napolitano condenou o atentado que deixou ferido um executivo do grupo de engenharia nuclear Ansaldo, em Gênova, no dia 7 de maio. “Não há razões ligadas às tensões sociais que possam justificar as formas de violência”, comentou. A ação terrorista lembrou o método das Brigate Rosse, mas foi reivindicada pelo grupo anarquista internacional Olga Nucleus. O engenheiro Roberto Adinolfi foi baleado na perna por dois atiradores mascarados, uma cena que fez os italianos relembrarem os chamados “anos de chumbo”. O documento entregue à redação do Corriere della Sera, assinado pelos supostos autores, diz que o ferimento a Adinolfi “propõe uma campanha de luta contra Finmeccanica, sanguessuga e assassina”, além de responsabilizar a vítima pela implantação de centrais nucleares no país.
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Tradição & Excelência
Agricultura
O Brasil redescobre o aroma de Salerno Produtores e autoridades de região conhecida pela excelência do vinho e do azeite encontram importadores brasileiros e esboçam projetos no setor agroalimentar Cintia Salomão Castro
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missão salernitana que aportou nas duas principais capitais brasileiras em abril trouxe não apenas o perfume dos montes da Costa Amalfitana e do Cilento, uma das mais belas regiões da península itálica, famosa por produzir um dos melhores vinhos italianos, o aglianico. Também tornou possível um contato inédito entre os governantes da província conhecida por sua excelência agroalimentar e as autoridades do Rio e de São Paulo — que prometeram a realização de projetos para a troca de know-how no âmbito da tecnologia agrícola.
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Entre os dias 16 e 18 de abril, um grupo de seis vinícolas, acompanhado do presidente da província de Salerno, Edmondo Cirielli, encontrou importadores e promoveu degustações de tintos, brancos e rosados, além dos rótulos de cultivo biológico. Participaram do encontro os representantes das cantinas San Salvatore, Cobellis, San Giovanni, Marisa Cuomo, De Conciliis e Polito. O presidente da enoteca salernitana, entidade que reúne 33 empresas, Ferdinando Cappuccio, acompanhou as rodadas de negócios, seguidas de degustações. Ele destacou que o consumidor brasileiro vive
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O proprietário da vinícola San Salvatore, Giuseppe Pagano, cuida pessoalmente de suas vinhas biológicas, em meio aos montes do Cilento, em Salerno
um momento de incremento de exigência em relação à bebida: — O mercado brasileiro, emergente, registra o crescimento do poder aquisitivo, o que faz com que se exija produtos melhores. Este é o momento vivido no Brasil, que se aproxima cada vez mais da qualidade. A missão de promoção do vinho salernitano, financiada pela União Europeia, já passou pelos Estados Unidos e pelo Canadá, e desembarca na China ainda este ano. — Nós estamos contentes com o resultado, pois, seja no Rio, seja em São Paulo, conseguimos mostrar a importância da qualidade do vinho da nossa região. Encontramos
Cabral conversa com Cirielli Pela primeira vez, um presidente da província de Salerno foi recebido por um governador fluminense. O encontro, organizado pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria, aconteceu no Palácio Guanabara, na tarde do dia 17, quando Sérgio Cabral conversou com Edmondo Cirielli, acompanhado de seu secretário de Agricultura, Mario Miano. Os secretários de Agricultura e de Desenvolvimento do Rio, Cristiano Áureo e Julio Bueno, também estavam presentes. Cirielli, eleito em 2009, aproveitou para convidar Cabral a conhecer de perto o trabalho realizado na área de produtos lácteos, verduras e vinhas, além das operações de turismo de Salerno, província que conta com o maior número de hotéis de catergoria 5 estrelas da Itália. Por sua vez, Cabral demonstrou interesse em trazer ao Rio o know-how de Salerno, cujo PIB agrícola sobe acima da média nacional italiana. O político italiano avaliou a visita no Rio como “importante para ele também enquanto homem político”, por ter iniciado uma relação com o governador do Rio e com o assessor da prefeitura de São Paulo para as relações exteriores, além da aproximação criada com as Câmaras de Comércio Ítalo-brasileiras dos dois estados. — Estamos tentando organizar uma missão, ainda este ano, do Brasil, através das Câmaras de Comércio, aqui em Salerno, o que nos daria muito prazer, pois entendemos que há ótimas possibilidades de intercâmbios econômicos e também culturais e sociais. No setor agroalimentar, somos muito fortes. No campo da produção, o Brasil se destaca, então, podemos fazer trocas de complementaridade. São duas regiões de valor turístico. Além disso, seria uma oportunidade para os empresários italianos investirem no Brasil — afirma, anunciando que, dentro de um mês, será criada uma fundação de salernitanos no mundo, que deverá contar com muitos ítalo-brasileiros. Para o governador de Salerno, a crise na Itália não apresenta
contornos dramáticos, porque, em momentos de dificuldade econômica, “a Itália consegue produzir excelências de nicho e até se afirmar de maneira mais forte”. — Os produtos de alta qualidade, em geral, nunca entram em crise. Desse ponto de vista, acredito que a Itália se sustenta. Ele critica o atual governo técnico que ocupa o Palácio Chigi, apesar de admitir que a equipe do premier Mario Monti conseguiu descongestionar a situação política que andava muito tensa. — O governo tomou medidas e promoveu reformas pela retomada do crescimento que não parecem surtir um grande efeito, pois têm como alvo somente a contenção de despesas, e isso não basta. É, certamente, algo que deve ser feito, mas não pode ser a única medida. É preciso fazer algo pelo crescimento, senão, o trabalho não nasce. Eu sou muito crítico desse ponto de vista sobre o atual governo — avalia Cirielli, que também é tenente coronel da Arma dos carabineiri. Entre o Cilento e o mar Tirreno Situada na Campânia, Salerno possui o privilégio de abrigar duas das mais belas regiões litorâneas do mundo, em um conjunto que une um patrimônio histórico inestimável por ter sido ocupada por
Ernane D. Assumpção
uma grande atenção da parte dos importadores, profissionais da gastronomia e do jornalismo específico, além do interesse da comunidade italiana em geral — contou Cirielli, que recebeu Comunità no Palazzo Sant’Agostino, sede do governo salernitano, uma semana após a missão no Brasil.
O presidente da Câmara Ítalobrasileira de Comércio do Rio, Pietro Petraglia, brinda com o presidente da província de Salerno, Edmondo Cirielli, durante degustação de vinhos salernitanos na sede da Firjan
O encontro entre o governador do Rio Sérgio Cabral e Cirielli, em abril: primeiro passo para a criação de um projeto no setor agroalimentar entre o estado fluminense e Salerno
gregos e romanos, e belas paisagens naturais: a Costa Amalfitana e a Cilentana. Somente a cidade de Paestum possui um sítio arqueológico com três templos da época da Magna Grécia, circundada pelos montes do Parque Nacional do Cilento e do Vallo di Diano. Não é de se admirar que o turismo no local cresça cerca de 6% ao ano, o índice mais alto entre as províncias da Itália. — Estamos satisfeitos, mas é claro que esses índices podem melhorar mais ainda e se manter em todas as estações. É um turismo que não é apenas mar, mas também cultura. Temos um imenso patrimônio arqueológico, arquitetônico,
“Estamos tentando organizar uma missão de empresários e autoridades brasileiras, ainda este ano, em Salerno, o que nos daria muito prazer, pois entendemos que há ótimas possibilidades de intercâmbios” Edmondo Cirielli, presidente da província de Salerno
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Agricultura religioso, artístico, e um grande interior. A nossa província é a maior do país, portanto, temos muito a oferecer em matéria de turismo enogastronômico e esportivo — ressalta Edmondo Cirielli. O aeroporto, que hoje funciona discretamente, deverá se tornar internacional dentro de dois anos, anuncia, o que “será um grande incremento para a nossa economia”, afirma. Outra novidade que deve impulsionar mais ainda o crescimento de Salerno são as obras que estão previstas para serem feitas no porto — que já é considerado um dos mais eficientes da União Europeia e o mais eficiente do Mediterrâneo em relação à capacidade de movimentação de mercadoria. O total de investimentos gira em torno de 300 milhões de euros, informa Cirielli. Vinho em equilíbrio com a natureza A paisagem do interior de Salerno é de tirar o fôlego do turista, com o sol que ilumina os verdes montes do Parque Nacional do Cilento durante boa parte do ano. Como se não bastasse, é a província com mais produtos protegidos pela União Europeia, o que inclui o vinho e o azeite. A San Salvatore 1988 é um exemplo de empresa agrícola que resolveu conjugar respeito à natureza com sucesso empresarial, partindo para o biocultivo. Nascida no meio da crise econômica europeia, parece nunca ter ouvido falar nela. Com apenas duas safras de história e 16,5 hectares de vinhas, produziu 95 mil garrafas de vinho e possui rótulos certificados como biológicos. Apesar de ter iniciado há tão pouco tempo seu empreendimento vinícola, o empresário Giuseppe Pagano, bem-sucedido no setor hoteleiro, proprietário do Savoy Beach Hotel, herdou do pai a intimidade com as uvas. Todos diziam que seria muito difícil criar produtos biológicos que dessem lucro, mas ele não se rendeu. Seguiu a vocação inspirado pelo amor à terra, demonstrado
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claramente quando ele toca em suas vinhas ou visita uma das 450 búfalas que lhe dão a deliciosa mussarela de Salerno. Em meio ao ambiente virgem do Cilento e do Vallo di Diano, Pagano encontrou a fórmula ideal para a empresa dar certo, encontrar seu lugar no mercado e respeitar a natureza tão cara aos seus ancestrais. Antes de colocar em prática a produção biológica, ele estudou as teorias de Rudolf Steiner, que elaborou o conceito de agricultura biodinâmica, a qual defende a produção de alimentos condignos ao ser humano. De acordo com essa filosofia, adubar significa não apenas fornecer nutrientes para as plantas, mas, sobretudo, vivificar o solo. — Preferimos entrar no biológico cuidando da terra. Se somos aquilo que comemos, então a planta é aquilo da qual se nutre, ou seja, a terra. Quanto mais forte e sadio for o terreno, mais forte e sadia será a planta. Nutrimos nossas plantas com o esterco de nossas búfalas, maduro, após dois anos de trabalho, acumulado. Realizamos essa operação no terreno, regularmente, duas ou três vezes ao ano — explica. A qualidade está nos detalhes O universo do cultivo biológico é repleto de minúcias que o consumidor final nem imagina. Um
Salerno abriga duas das mais belas regiões litorâneas do mundo, a Costa Amalfitana e a Cilentana, e conta com muitos produtos protegidos pela União Europeia, como o vinho e o azeite
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exemplo são as máquinas que trabalham delicadamente a uva, com buracos de cilindro em material plástico arredondado que não cortam a casca. Afinal, é a casca que guarda a qualidade da uva. E é sabido que a casca de uvas biológicas “são muito mais espessas do que aquelas de uvas não biológicas”, explica o agricultor e empresário salernitano. — Se a casca guarda o perfume e os aromas do território, na cantina, nossa preocupação é fazer com que isso não se perca. Como toda a fruta, a uva se oxida sem a casca que a protege. Normalmente, se usam os sulfitos, antioxidantes, mas não queremos adicioná-los em grande quantidade. Então, temos a máquina certa para trabalhar sem oxigênio. Abaixamos a temperatura a 10 ou 8 graus com equipamentos específicos. No final das contas, chegamos à garrafa com um terço dos sulfitos que normalmente existem no vinho branco. Por isso, o nosso vinho pode deixar mais “bêbado”, mas não te dá dor de cabeça — brinca, mas com um grande fundo de verdade. Afinal, o vinho biológico é realmente mais corposo e não dá ressaca. Outro detalhe está na colheita — feita à mão. Colocadas em caixas que contêm no máximo 14 quilos, as uvas são manuseadas com todo cuidado para evitar que amassem. Por segurança, as caixas são fechadas por baixo, com buracos laterais. Isso evita que, se, por acaso, durante o transporte, algumas delas acabarem espremidas, o suco não entre na caixa de baixo. — O custo de produção do vinho biológico é maior, mas uma empresa pequena como a nossa não pode competir com grandes fazendas e deve criar um nicho de mercado. Em meio a uma região natural como o Parque Nacional do Cilento, temos uma chance diferenciada, concedida pelo território — conclui, satisfeito com o investimento, o empresário agrícola, que já exporta para o Japão, Alemanha e Estados Unidos, e está em busca de um importador no Brasil para o seu aglianico corposo e aromático.
Perfil
Conselho que vale
a qualidade do professor. Devem ser realizados testes para medir a qualidade dos professores. Isso é fundamental para melhorar a qualidade da instrução — afirmou Abravanel à ComunitàItaliana.
Após deixar uma Líbia arrasada pela guerra em 1946, o consultor bem sucedido Roger Abravanel é autor de livros que criticam o sistema de recomendação italiana e vendem milhares de cópias. Com lançamento de mais uma obra previsto para o final do mês, ele usa a Itália como exemplo de erros que o Brasil não deve cometer nesta fase Gina Marques
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De Roma
biografia de Roger Abravanel é repleta de glórias, mas seu sucesso se deve, sobretudo, ao mérito. Na Itália, vencer profissionalmente sem a recomendação do poder é como escalar uma montanha descalço, mas Roger Abravanel conseguiu. Nasceu em Trípoli, em 1946, na capital de uma Líbia que havia sofrido a dominação italiana e se transformado em um cenário de batalhas durante a segunda guerra mundial. Partiu para a Itália aos 16 anos, antes que o regime de Muammar Khadafi expulsasse definitivamente os ítalo-líbicos em 1970. Com apenas 21 anos, se diplomou em engenharia química, com as máximas notas da Universidade Politécnica de Milão, sendo considerado o “mais jovem engenheiro da Itália”. Na mesma universidade, fez pesquisas junto ao Instituto de Física Técnica, e obteve um mestrado em administração de empresas no prestigioso Institut Européen d’Administration des Affaires, na França, onde, mais uma vez, destacou-se pelas notas altas. Em seguida, foi contratado pela sociedade de consultoria McKinsey & Company, na qual trabalhou 35 anos, morando em diversos países. Atualmente, faz parte de alguns conselhos de administração, como da Luxotica Group, da Banca Nazionale di Lavoro, da gigante indústria farmacêutica israelense Teva e do Instituto Italiano de Tecnologia, além de ser conselheiro de investimentos da Clessidra e da Wanaka, em Israel. Desde 2008, colabora no editorial do maior jornal do país, Corriere della Sera. Roger Abravanel critica os principais defeitos italianos e escreveu
três livros: Meritocrazia; Regole; e Italia cresce o esce — todos pela editora Garzanti. A primeira obra, com quatro propostas concretas para valorizar o talento e render o país mais rico e mais justo, vendeu mais de 40 mil cópias e transformou-se em um ponto de referência para entender os problemas italianos e a necessidade de mudança no sistema do país. — Um dos principais problemas da Itália, por exemplo, é a educação. Muitos pensam que, para melhorar a qualidade do ensino, é necessário gastar mais. Na verdade, o que conta na escola é
Roger Abravanel defende que a indicação a cargos e a discriminação das mulheres no mercado de trabalho bloqueiam o desenvolvimento da Itália
“O Brasil é uma economia extraordinária, baseada em uma grande classe de consumo que cresce. Deve desenvolver um setor público de alta qualidade, sem fazer como a Itália, onde predomina a ineficiência na administração”
Sistema de recomendação bloqueia desenvolvimento A Itália é um país bloqueado, com poucas possibilidades de ascensão social, dominada por um sistema de recomendação dos potentes que indicam amigos e parentes que, muitas vezes, não possuem capacidade para o cargo, analisa o autor. Outro aspecto levantado pelo livro é a participação feminina nos conselhos de administração das empresas italianas. — Se as mulheres são discriminadas, as empresas que acabam perdendo esse talento. No princípio, é preciso forçar, ou seja, começar por impor a participação delas, até que o sistema se equilibre. Obviamente, com mérito, pois não basta a presença feminina e, sim, a capacidade e o talento da mulher — defende. No livro Regole (Regras), Abravanel faz um estudo sobre a relação entre o desenvolvimento econômico dos países e o respeito das regras. Este estudo mostra os problemas de um Estado que não faz respeitar as leis, com a lentidão da justiça e a sonegação dos impostos, e acaba por prejudicar o próprio crescimento econômico com graves consequências sociais. Já o livro Itália, cresce o esce! (Itália, cresce ou sai), cujo lançamento será no final de maio, aborda os problemas do crescimento da economia italiana dentro da zona euro. Roger Abravanel conhece também o Brasil e aconselhou os brasileiros a não cometerem os mesmos erros da Itália: — O Brasil é uma economia extraordinária, baseada em uma grande classe de consumo que cresce muito, é um país emergente de enormes oportunidades. Mas deve prestar atenção para não se transformar em uma bolha, como aconteceu com outros países no setor imobiliário e com o endividamento bancário. A sugestão é a de respeitar as regras, combater a economia submersa e incentivar fundamentalmente o mérito. Além disso, deve desenvolver um setor público de alta qualidade e atrair os melhores talentos, sem fazer como a Itália, onde, na administração pública, predomina a ineficiência.
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Mercado
Quem tem medo de Baco? Como a questão do aumento do imposto para vinhos importados é percebida pelo mercado e por especialistas brasileiros e italianos Lisomar Silva
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De Roma
próxima vindima no hemisfério norte vai acontecer entre a segunda quinzena de agosto e setembro, em pleno verão europeu, mas em clima de mau humor entre os produtores. A causa não está na meteorologia, mas na posição oficial que o governo brasileiro deve exprimir, no segundo semestre, sobre a petição de salvaguarda para os vinhos finos brasileiros, assinada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e enviada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em conjunto com a União Brasileira de Vitivinicultura, a Federação das Cooperativas do Vinho e o Sindicato da Indústria do Vinho do Rio Grande do Sul. Muitos dos 280 viticultores estrangeiros que exibiram seus produtos ao público brasileiro, em feiras e degustações especiais promovidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília em abril, se mostram perplexos com a medida. Consideram a salvaguarda injustificável em um mercado florescente como o brasileiro, com alto potencial de consumo e amplo espaço para a colocação de vinhos finos nacionais e estrangeiros de boa qualidade. Eles assinalam que só o confronto aberto no mercado pode concorrer para melhorar a qualidade dos vinhos nacionais. Os importadores também se opõem, ressaltando que a medida poderia comprometer o 22
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futuro da relação de mercado para esse segmento do setor. As associações brasileiras de importação, exportação, comércio e distribuição de alimentos e bebidas (Abba e Abrabe), além da Abras (do setor dos supermercados), divulgaram, no mês passado,uma carta aberta, afirmando que os “20 mil empregos oferecidos pelo setor produtor nacional referem-se a toda a cadeia produtiva da uva, da qual o vinho fino representa apenas 5,2% do total”. Sublinham a importância da imensa variedade dos vinhos finos estrangeiros, reconhecível através da genuinidade das uvas e dos territórios de produção, que atribuem ao produto uma identidade, como fatores determinantes para sua diversidade. Por essa razão, afirmam que “o Brasil não tem condições de produzir um borgonha, um barolo ou um rioja”. A resposta oficial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai pesar para os produtores da Itália — o primeiro exportador europeu para o mercado brasileiro em 2011. A partir de agosto, os italianos abrem sua batalha contra a salvaguarda, dando maior visibilidade à qualidade de seus produtos no Brasil por meio de um imponente programa de divulgação de vinhos finos originários de pelo menos 15 de suas 20 regiões. Serão investidos 82,3 milhões de euros na divulgação em feiras, degustações, cursos e viagens educativas, além do amplo uso de canais multimídia. Segundo o Ibravin, a Itália exportou 13,1 milhões de litros de vinho ao Brasil no ano passado. Portugal chegou a 8,6 milhões de litros, com aumento de 6,2% no volume em 2011. As vendas de
vinhos franceses, que totalizaram 5,1 milhões de litros, aumentaram 20,4%, e a dos espanhóis (2,8 milhões de litros), cresceram em 31,7%. Uma parte desses produtos — especialmente se é de origem chilena, argentina, uruguaia ou sul-africana — chega ao consumidor com uma razoável relação qualidade-preço, em comparação com os vinhos nacionais. O mercado brasileiro só agora começa a acordar A produção vinícola brasileira atingiu 600 milhões de litros em 2011. Se falarmos em todos os tipos de vinhos presentes no mercado — inclusive espumantes e vinhos de mesa, ao preço unitário médio de 5 reais — os produtores brasileiros dominam 77,4% do setor. Mas esse quadro sofre uma inversão de valores em relação ao comércio e consumo de vinhos finos, onde os importados detêm 78,7% do mercado e os nacionais ficam com os restantes 21,3%. Mesmo assim, a produção brasileira de vinhos finos vem obtendo o reconhecimento de qualidade cada vez melhor através de premiações (cerca de 2500) nos concursos internacionais de maior peso. O mercado de consumo cresceu 11% de 2010 para 2011. Mesmo considerando o consumo crescente e a atitude de maior atenção dos brasileiros para vinhos de qualidade, estamos longe de ver o mercado saturado. Segundo a União Vitivinícola Brasileira, teríamos 0,5-0,9 litro per capita bebido ao ano se todos os brasileiros consumissem vinhos. Pedido de salvaguarda gera críticas Mas o que pode estar por trás desta petição de salvaguarda? O empresário Celso La Pastina, um dos quatro maiores importadores brasileiros, acha que a linha da petição representa mais uma oportunidade perdida para o melhoramento da qualidade dos produtos vinícolas brasileiros: — Esta medida nos surpreende muito. Já temos uma importação extremamente sobrecarregada de impostos, quase sufocada pela burocracia. Colocar novas restrições ou formas de controle representa uma contramão face ao que acontece no mercado internacional. Os problemas que determinam a modesta dimensão e a fragilidade de consumo no mercado brasileiro são de outra natureza: primeiro cultural, pois, durante muitos anos,
O diretor do Ibravin, Carlos Paviani, defende o aumento de barreiras alfandegárias para os vinhos importados no Brasil
foram oferecidos vinhos de mesa, produzidos com uvas americanas. A partir da década de 90, as variedades genuínas e derivadas de vitis vinífera começaram a entrar no Brasil e o consumidor começou a fazer suas comparações. Hoje, a produção nacional tem dados mais resultados satisfatórios para os vinhos brancos e os espumantes, sendo que estes últimos sofrem uma tributação menor em comparação ao vinho, explica Celso. — Precisamos defender a conquista de uma política fiscal favorável para o vinho, como já acontece com a cerveja. Como importador, acho que os protagonistas e representantes nacionais deveriam se ativar para trabalharmos juntos pela melhor qualidade no conjunto dos produtos vinícolas — conclui.
O piemontês Roberto Bava traz ao Brasil, desde 2009, seus vinhos e espumantes produzidos com uvas dolcetto, chardonnay, barbera, nebbiolo e pinot noir. Ele é contra medidas protecionistas de caráter fiscal. — A legislação italiana permite intervenções somente no território e nas videiras, mas é muito rígida quanto à evolução natural do vinho em barris, nos recipientes de aço ou em garrafas. Tais restrições acabam sendo saudáveis, pois contribuem para a melhor qualidade e poderiam estimular os produtores brasileiros a fazerem o mesmo com seus produtos. Medidas restritivas puramente burocráticas ou fiscais para as importações não ajudam a melhorar a qualidade dos vinhos nacionais — analisa. O produtor Maurizio De Rosa, da Campânia, exporta 35% de sua produção total (cerca de 4 milhões de garrafas da vinícola Feudi di San Gregorio) e diz que os brasileiros começam a entender o que é qualidade para os vinhos.: — Recebemos muitos brasileiros em nossa vinícola. Esperamos que o mercado continue a crescer, mas não sob a pressão de novas barreiras ou taxas alfandegárias. O vinho não pode ser visto como produto de luxo, mas como alimento.
Itália participa em peso da Expovinis
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Belpaese teve participação recorde durante a 16ª edição de Expovinis, realizada em São Paulo de 24 a 26 de abril. O espaço, organizado pela Câmara Ítalo-brasileira de Comércio do Rio, ocupou uma das maiores áreas e reuniu vinícolas de diversas regiões, como Sicília, Campânia, Abruzzo, Vêneto, Piemonte, Úmbria e Toscana. O evento atraiu mais de 400
expositores e 19 mil pessoas. Mais de 60 mil garrafas foram abertas para que o público pudesse saborear os melhores nacionais e estrangeiros. Não faltaram oportunidades de negócios entre produtores e importadores de países como Austrália, Brasil, Chile, Uruguai, África do Sul, França, Espanha, Portugal e Itália. Foram mais de 400 encontros e reuniões de trabalho. O volume de contratos estimulou os organizadores do evento a programarem novos encontros para a Expovinis de 2013.
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Design
Charme carioca no Salão
Quarta edição do Rio+Design leva para o Salão Internacional do Móvel de Milão obras de 22 designers em uma “praia” com areia do rio Ticino e chão com a forma do calçadão de Copacabana Guilherme Aquino
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De Milão
capital mundial do design é Milão. Mais uma confirmação disso foi o sucesso do Salão Internacional do Móvel, em sua edição de 2012. A cidade parou para ver e participar dos desfiles, das apresentações e dos eventos de criadores e criaturas, designers e produtos de todo o mundo. É
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verdade que quem quer colocar-se à mostra e fazer as contas com a concorrência e consigo próprio deve medir as forças com o mercado criativo e inovador deste setor da economia italiana, líder absoluta e a uma distância cósmica dos fabricantes espalhados pelos quatro cantos do planeta. É preciso ter coragem e confiança para disputar esta partida, quando os italianos jogam em casa... e que casa! Neste período, algumas oficinas de carro,
lojas de ferramentas, depósitos e galpões abandonados são alugados pelos designers e se transformam em ateliês e galerias, onde as peças ganham novos espaços e novas vitrines na cidade e abrigam centenas de eventos “colaterais”, que acabam se tornando tão ou mais importantes do que o próprio salão principal da feira de Rho. E tudo com fôlego internacional, levando em conta excelências italianas como a marca Cotto, do grupo tailândes SCG Bulding Materials Businesse, um dos líderes mundiais no setor dos revestimentos e sanitários. Em um espaço criativo, foi apresentada a série Mármore Granito-Paradiso, com o uso de argilas diferentes, design novo e uma tecnologia de ponta, transformando-se num material pedregoso semelhante a um robusto granito. Enquanto isso, da outra parte do oceano, chega o design carioca. Milão se torna o cruzamento, a esquina principal do design no planeta, além, é claro, de ser a linfa vital desta atividade que combina artesanato, criatividade e indústria.
Neste ano, o Rio de Janeiro participou, pela quarta vez consecutiva, com a exposição Rio+Design, que já faz parte do roteiro dos visitantes que viajam para Milão durante a semana do evento. Desta vez, ao contrário das edições anteriores, quando foi vista no centro da cidade, no Palazzo della Giurisprudenza, a delegação carioca apostou na vitrine principal do Fuori Salone, em plena via Tortona, a principal artéria criativa da cidade e que irradia uma circulação de gente que faz tendência e que procura as novidades belas e funcionais. E muitos jornalistas, fotógrafos e lojistas bateram ponto na “praia carioca” criada com areia do rio Ticino e espalhada sobre o chão com a forma do calçadão de Copacabana. Cariocas consolidam presença no evento No espaço carioca, todos viram de perto 30 objetos de autoria de 22 designers, em um espaço de 100 metros quadrados. Entre as peças, estavam as cadeiras de Guto Índio da Costa — também curador da mostra —, a espreguiçadeira em forma de Pão de Açúcar e os papéis de parede com os desenhos estilizados com as imagens do Cristo Rendetor de Gilson Martins, e a poltrona Marajó, de Carlos Alcantarino. Móveis, joias e lampadários cariocas possuem em comum a busca pelo uso inédito de matérias-primas com técnicas avançadas, dentro de um conceito de sustentabilidade. Não por acaso, a Rio + Design ganhou a atenção da mídia italiana e conquistou uma página inteira em um dos principais jornais europeus, o La Repubblica, o mais vendido na Itália. A “missão design carioca”, capitaneada pela sub-secretária estadual do Desenvolvimento Econômico, Dulce Ângela Procópio, e pelo superintendente geral do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez, obteve um grande sucesso e contou com o apoio incondicional
do Consulado do Brasil em Milão, através do cônsul Luiz Henrique Pereira da Fonseca, e da Câmara Ítalo-brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, através do secretário Basilio Catrini. — A Rio+Design demonstrou ser uma importante vitrine e é apenas uma parte do que o Rio de Janeiro tem para mostrar. Depois de conhecermos bem o terreno com a presença, em anos anteriores, agora queremos fazer negócios — afirmou Cezar Vasquez, em meio a um burburinho de gente e a um vai e vem contínuo de pessoas no espaço carioca. — O governo do Rio de Janeiro sabe o quanto o design é importante para o desenvolvimento econômico do estado. Estamos consolidando a nossa presença neste evento — disse Dulce Ângela. Dos mais de 300 mil visitantes do Salão do Móvel, os brasileiros responderam por quase 15 mil: um número que reflete o aquecimento do consumo no Brasil. Arquitetos, designers, lojistas e compradores invadiram os estandes de
A Rio+Design foi um projeto desenvolvido pela sub-secretária estadual do Desenvolvimento Econômico, Dulce Ângela Procópio, e pelo superintende geral do Sebrae-RJ, César Vasquez. No Salão, em Milão, foram expostos móveis inspirados em cartões-postais cariocas
empresas como Edra, Moroso e Poltrona Frau, que se tornam objetos de desejo de milhares de consumidores ávidos por uma casa bela e com o estilo que possa espelhar o jeito de viver do morador, atento à beleza e à funcionalidade da mobília e dos objetos de decoração. Um exército de brasileiros disposto a pagar a peso de ouro — leia-se “alta taxa de importação” — para fazer valer o seu novo poder de conta bancária em um mercado que tem no design uma ferramenta para elevar o status quo.
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Atualidade
Como teria sido com o celular Tim conquista o público e a crítica italiana com filmes publicitários que trazem Garibaldi, Da Vinci, Colombo e Júlio César em cenas históricas com um detalhe: estão munidos de smartphones Gina Marques De Roma
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eonardo da Vinci encontra suas invenções copiadas na internet, Cristóvão Colombo fala ao celular com a rainha da Espanha, o imperador Julio César explica aos senadores romanos as vantagens dos planos da companhia telefônica e Garibaldi se preocupa com o custo das ligações de sua mãe. Estes são alguns episódios da História da Itália segundo a Tim, a campanha publicitária que conquistou o público e a crítica do Belpaese. Os anúncios reproduzem diversas épocas que marcaram a história da península com personagens protagonistas interpretados pelos mesmos atores: o grande Neri Marcorè, o coadjuvante Marco Marzocca e a modelo Bianca Balti. Alguns episódios contam com a participação especial de estrelas como Gigi Proietti, interpretando o senador da antiga Roma falando em dialeto romano, e Rafaela Carra, que faz o papel de rainha da Espanha. A campanha tem um desfecho cômico com piadas de duplo sentido entre o passado e o presente e estimulam o telespectador a pensar em como seria a história se os “grandes italianos” tivessem à disposição os meios da tecnologia moderna. Além disso, a qualidade criativa é tratar com ironia os costumes sociais italianos como a mãe extremamente protetora — la mamma italiana de Garibaldi, com a genial interpretação do ator Marzocca. O advertising consumer da Telecom Itália, Gaetano di Tondo, explicou à ComunitàItaliana que, para chegar a esse conceito criativo, foi feita uma licitação entre diversas agências publicitárias, italianas e do exterior. Entre as 25 propostas enviadas, acabou vencendo a Santo, da Argentina. — A ideia venceu por diversos motivos. Primeiro, porque a Tim faz parte da história da telefonia móvel da Itália e, portanto, pode se apropriar da história italiana contando a sua versão. Trata-se de um percurso com vários persona gens, no qual se inserem produtos e se misturam atualidade e passado, valorizando a Itália. Considere também que a campanha começou em 2011, durante a comemoração dos 150 anos da Unificação. Portanto, a proposta é seguir o orgulho nacional através de uma onda positiva — analisa.
Fotos: Alberto Guglielmi
Diversas culturas e nacionalidades durante as filmagens Atrás das câmeras da campanha, trabalha a equipe composta por pessoas de diversas nacionalidades e culturas. O diretor é o norueguês Harald Zwart, que vive em Los Angeles,
Garibaldi e la mamma Enquanto Garibaldi, um pouco nervoso, prepara as estratégias das batalhas, a mãe dele não para de conversar ao celular. Ela explica ao filho que ele não deve se preocupar com o custo das ligações interurbanas, pois a companhia telefônica tem uma ótima oferta para chamar em toda a Itália. — Mãe, a Itália ainda não existe! — Então o que você está esperando? Faça a união para a tua mamma! Ela volta a falar ao celular e continua dizendo: — Sabe, Giuseppe está numa idade difícil. Ele me responde...
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conhecido mundialmente por ter dirigido filmes como A Pantera Cor de Rosa 2 e Karatê Kid, enquanto a cenografia é assinada pelo italiano Tonino Zera, que fez Milagre de Sant’Anna, de Spike Lee, e o diretor de fotografia é Geir Hartly Andreassen. Da agência argentina Santo, a direção criativa conta com Sebastian Wihelm e Maximiliano Anselmo, enquanto o copy traz Lucas Panizza e a arte, Micol Talso. A produção é da Indiana. Para a trilha sonora, foi feito um arranjo do Concerto em G Maior, de Antonio Vivaldi. — Nos sets, falamos em três línguas, e nos compreendemos sem nenhum problema. Esta mistura étnica ajuda, pois assim não temos apenas o ponto de vista italiano, que resultaria em uma história diversa. O distanciamento cultural ajuda na reflexão e na elaboração do humor — comentou o publicitário. Para ambientar as cenas , foram escolhidos diversos lugares na Itália e no exterior. O spot com Leonardo da Vinci foi gravado no Castelo de Bracciano, nos arredores de um lago, perto de Roma. As cenas com
Marco Antônio sem crédito Júlio César, com a armadura coberta de facas, bate à porta de Marco Antônio para se lamentar da conjura. Júlio César: — Marco Antônio, eu e você não somos amigos? Se você sabia do complô, custava fazer uma chamada? Marco Antônio: — Eu estava para te chamar, mas terminou o meu crédito. Júlio César: — Mas passe para a Tim e, por dois anos, aumente o seu crédito. Marco Antônio: — Está bem, na próxima conjura, eu vou fazer assim Júlio César: — Eu vou indo, Morituri manda saudações. Marco Antônio, em dialeto romano, diz: — Ammazza! Júlio César: — Indelicado !
Cristóvão Colombo foram gravadas em parte no porto de Gênova e em Rosignano, perto de Livorno, onde uma praia com areia branca lembra o Caribe. Para a cenografia do spot com Julio César, foi usado um estúdio em Cinecittà e as termas de Montecatini, enquanto as várias cenas internas de Garibaldi foram gravadas em uma Villa perto de Frascati. O próximo protagonista será Marco Polo: a Tim vai contar a
Da Vinci e a internet O grande gênio está pintando o retrato de Monnalisa, enquanto seu assistente Tommasino navega na internet. Tommasino: — Mestre, venha ver! Leonardo da Vinci: — Oh Santa Polenta, me copiaram! Na tela do computador, aparecem vários objetos: xícaras, aventais, latas de cerveja, salsichas, mouse pad etc. Leonardo, sentido, exclama: — Isto é plágio! Mando um email ao meu advogado. Monnalisa olha o computador e comenta: — Olha que linda esta calcinha...
Colombo telefona da caravela O descobridor da América, da caravela, fala no celular com a rainha Isabel da Espanha. Colombo: — Isabel, você quer ser a patrocinadora oficial da minha empresa? Isabel: — Não é o caso. Eu gastei uma fortuna com o meu celular e fiquei sem fundos. Colombo: — Eu tenho já uma solução: Passe para a Tim . Com o que você poupa, poderá financiar a viagem.Vai que eu te trago ouro. Assim, você pode refazer a coroa.
O Brasil e Anita A mãe de Garibaldi telefona ao filho, preocupada com a viagem dele ao Brasil, enquanto ele explica as estratégias de guerra à Anita. — Pepuccio, eu soube que você vai ao Brasil. O que você vai fazer lá? Uma revolução? Como você vai? Com o Galeão? — Quem eu sou? Cristóvão Colombo? — O Brasil é perigoso, lá tem piranha, tem a selva, tem as Amazonas que te matam na floresta amazônica ! — Não, mãe, eu vou comprar ingressos para a Copa de 2014. — Mas você não poderia comprar por internet? Olha que no Brasil faz frio, tem um vento gelado. Você vestiu a malha de lã? — Que malha de lã? — Obedeça! — Tem razão, desculpe, mãe. — Me dá um beijinho... smack, um beijinho. Anita irritada: — Você ainda se deixa comandar pela sua mãe? Para você, ela tem sempre razão e eu estou sempre errada!
sua versão sobre as viagens de Veneza à China. Para esta série, foram usados estúdios no Marrocos. A campanha fez sucesso desde o início, mas o aplauso da crítica e do público culminou com Garibaldi e a mamma. A simpatia do personagem e de sua mãe conquistou a aprovação geral e, agora, muitos pedem entrevistas aos atores. Além do anúncio no tradicional formato de 30 segundos para a televisão, foram gravados spots para a internet (chamadas pílulas), através dos quais o público pode acompanhar os bastidores da campanha. A Tim patrocina a Série A do campeonato italiano de futebol. Por isso, foram feitas ainda cenas breves e cômicas, como a mãe de Garibaldi como goleiro, que deixa sempre o filho marcar o gol. Os anúncios podem ser vistos no Tim Channel na internet.
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Informe
Enteq, mais que serviços, soluções Diferencial torna a empresa uma referência para indústrias italianas e de outros países europeus no setor automobilístico
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ferecer soluções e incrementar os resultados do produto final das empresas é o objetivo da Enteq. Há mais de uma década no mercado, sob a filosofia da produção como o core business de toda indústria, a Enteq se empenha em fornecer serviços complementares que deem suporte à área, o que possibilita que os recursos humanos, materiais e financeiros de seus clientes sejam concentrados nas tarefas diretamente relacionadas ao seu negócio. Fundamentada em uma política de aperfeiçoamento de recursos humanos e técnico, a Enteq, ao longo de existência, ampliou o seu raio de atuação ao firmar parcerias com empresas na Itália e na Alemanha. Fundada em 1999, iniciou suas atividades atendendo os fornecedores da Fiat. Em dois anos de funcionamento, estendeu seus serviços para o ramo automobilístico, com apenas um profissional. Com espírito empreendedor, a empresa abriu filiais na grande Belo Horizonte, em Itaúna e em Sete Lagoas.
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Em seguida, ao prever a necessidade de ampliação de seu raio de ação, além de Minas Gerais, abriu sucursais na capital paulista e em Catalão (Goiás). Em 2008, com o retorno das atividades da Fiat na Argentina, após evidenciar a eficiência e o caráter arrojado, as fronteiras brasileiras foram ultrapassadas e a Enteq passou a atender a indústria automobilística situada no país vizinho. Segundo o diretor presidente Sérgio Lúcio da Cruz Pereira, a empresa se estruturou para atender seus clientes em qualquer situação, com base nas necessidades de cada um. — Para isso, temos parcerias e colaboradores que nos permitem deslocar pessoal com agilidade e ter rapidez nas decisões para adquirir equipamentos e instrumentos que permitam solucionar os problemas, no menor tempo e custo. Parceria com a Câmara Italiana em Minas Atualmente com uma equipe de 250 profissionais, a Enteq atingiu uma dimensão global: proporciona aos seus clientes de qualquer parte do mundo atendimento tanto no Brasil como na Argentina. — Estamos sempre inovando. Iniciamos o ano de 2012 com a abertura de novas frentes de trabalho, diversificando e prestando serviços a outros segmentos. A indústria automobilística é o nosso berço e o objetivo é o trabalho permanente, porém, com o avanço de nossas parcerias. Hoje, já atuamos em diversos mercados através do
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fornecimento de serviços e produtos — ressalta o diretor presidente da empresa. Além do diferencial de disponibilizar profissionais aptos a ir além do diagnóstico e apresentar soluções de desenvolvimento tecnológico, seja por meio de treinamento, seja por meio do desenvolvimento de pessoal ou redesenhos de processos, o presidente ressalta a importância da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais para a efetivação das parcerias. — O papel da Câmara foi e é fundamental, tanto para a efetivação das
Fundada em 1999, iniciou suas atividades atendendo os fornecedores da Fiat. Hoje, atua com 250 profissionais e atingiu uma dimensão global parcerias, quanto para o apoio para a busca destes parceiros, inclusive no auxílio às mais diversas dificuldades que possamos enfrentar. A Câmara tem um papel, de certa forma, semelhante ao da Enteq, que é o de oferecer solução aos seus associados e não somente cumprir uma determinada tarefa que lhe foi apresentada — conclui o executivo.
Informe de ingredientes típicos e indispensáveis — a exemplo dos queijos italianos, como o burrata típico da Puglia, o pecorino romano, o grana padano e o parmigiano-reggiano. A bresaola valtellina da Lombardia, o prosciutto di Parma, os pinoli, as trufas negras e brancas, a bottarga e o alho negro compõem o cardápio.
Villa Roberti, uma viagem aos sabores da Itália
Massas como especialidade No comando da cozinha vitrine, através da qual o cliente pode observar o preparo das comidas, está o chef Lucas Khoury Del Peloso. Além das massas, a especialidade do Villa Roberti, o cardápio inclui antepastos, saladas, risotos, pizzas, panini e carnes nobres grelhadas na parrilla. O risotto speciale ai gamberoni, elaborado com pistache, camarão vg em crosta de panko e redução de tangerina é uma excelente escolha. As sobremesas vão
Restaurante conquista a clientela mais exigente da capital mineira com menu rico de ingredientes italianos e carta de vinhos com rótulos de alta qualidade
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naugurado em dezembro do ano passado, o Villa Roberti é um restaurante italiano criado pelos irmãos Gilvanya, Giselle, Giselda e Daniel Roberti, bisnetos do italiano Nicola Roberti, que emigrou de Sassano, na província de Salerno, para o Brasil, no final do século XIX. A arte gastronômica é perceptível em todos os detalhes da casa. O espaço convida os clientes a apreciarem a cultura italiana retratada na comida, na arquitetura e na decoração. Uniu a elegância
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europeia ao tom familiar das trattorias italianas. A maneira singela com que os proprietários sempre presentes e a equipe recebem os clientes faz com que se sintam à vontade e em casa. Em poucos meses de funcionamento, o Villa Roberti consolidou-se como referência da culinária italiana na capital mineira ao elaborar suas próprias pastas e oferecer uma cozinha de padrão internacional. Com a proposta de divulgar a cultura italiana de várias regiões, seus pratos surpreendem com toques
dmirador do Villa Roberti, o médico oftalmologista Etelvino Teixeira Coelho ressalta a conjugação da harmonia do ambiente, do cardápio e da carta de vinhos como o diferencial do restaurante. — Meus pratos preferidos são os ravióli de pêra, o carré de cordeiro e o prime na parrilla. Além disso, a carta de vinho é riquíssima, de um sommelier de altíssima formação, o que possibilita que quem vem aqui possa jantar acompanhado de vinhos finos muito selecionados — recomenda Coelho, diretor do Centro de Microcirurgia Refrativa e pioneiro das técnicas microrefrativas em Minas Gerais.
Entre os ingredientes vindos da Itália, estão os queijos pecorino romano, grana padano e parmigiano-reggiano, além do presunto de Parma, das trufas e do alho negro
do petit gateau de limão siciliano com sorvete de macadâmia à panna cotta com coulis de framboesa. Com localização privilegiada no Belvedere, o espaço aconchegante remete às construções do Belpaese. O projeto arquitetônico idealizado por Gilvanya Roberti contempla ambientes diferentes, compostos por um lindo salão interno, área externa com deck e uma adega climatizada com 200 rótulos de vinhos cuidadosamente selecionados pelo sommelier Renato Costa. O atendimento personalizado fica por conta da equipe comandada pelo maitre Lima. Serviço: O Villa Roberti funciona às terça e quartas, de 12h à meia-noite; de quinta a sábado, de 12h à 1h; e aos domingos, de 12h às 19h; sem intervalos entre o almoço e o jantar.
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Comportamento
Casamento perfeito Matrimonio perfetto
Com o real valorizado, noivos brasileiros realizam o sonho de conto de fadas casando em castelos italianos com um custo menor de locação e buffet comparado às festas no Brasil e ainda ajudam a economia europeia a se reerguer
Con la valorizzazione del Real, gli sposi brasiliani realizzano un sogno da favola sposandosi in castelli italiani a costi inferiori di affitto e buffet, se paragonati a quelli delle feste in Brasile, e inoltre aiutano la ripresa dell’economia europea Nathielle Hó, da Redação e Gina Marques, de Roma
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s números confirmam que o mercado casamenteiro vive um boom, com o aumento da renda per capita e a presença cada vez mais forte das mulheres no mercado de trabalho: mais de 10 mil casamentos civis são registrados no Brasil por semana e o mercado de fornecedores de produtos e serviços para festas faturou, em 2011, R$ 12 bilhões, de acordo com a Associação dos Profissionais, Serviços para Casamentos e Eventos Sociais (Abrafesta), entidade que calcula um faturamento de R$ 14 bilhões em 2012. E casar na Itália é o sonho de muitos dos noivos brasileiros, que, cada vez mais, estão conseguindo realizá-lo. De acordo com o livro Destination Wedding, a Itália está em primeiro lugar na preferência dos brasileiros, seguida pelo Caribe, Bahamas, México, República Dominicana, França, Ilhas Maurício e Ilhas Malvinas. Com uma vantagem: os especialistas apontam que casar no exterior tornou-se menos dispendioso do que realizar a festa no Brasil. No entanto, é preciso prestar muita atenção para que o sonho romântico de Romeu e Julieta não se transforme em uma batalha na arena de Verona. Para realizar um casamento no exterior, os noivos
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numeri confermano che il mercato dei matrimoni vive un boom grazie all’aumento pro capite e alla presenza sempre più massiccia delle donne nel mercato del lavoro: in Brasile ogni settimana vengono registrati più di 10 mila matrimoni civili e il mercato dei fornitori di prodotti ed erogatori di servizi per feste ha fatturato, nel 2011, R$ 12 miliardi, secondo l’Associazione dei Professionisti, Servizi per Matrimoni ed Eventi Sociali (Abrafesta), ente che prevede un fatturato di R$ 14 miliardi nel 2012. E sposarsi in Italia è il sogno di molti tra gli sposi brasiliani che riescono a farlo in numero sempre maggiore. Secondo il libro Destination Wedding l’Italia è al primo posto nelle preferenze dei brasiliani, seguita da: Caraibi, Bahamas, Messico, Repubblica Domenicana, Francia, Isole Mauricius e Isole Malvine. E con un vantaggio: gli specialisti indicano che sposarsi all’estero è diventato meno caro che fare la festa in Brasile. Ma bisogna stare molto attenti affinché il sogno romantico alla Romeo e Giulietta non si trasformi in una battaglia nell’Arena di Verona. Per realizzare un matrimonio all’estero gli sposi hanno due scelte: cercare
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Comportamento
possuem duas opções: procurar informações, selecioná-las e contatar diretamente o lugar da cerimônia, o buffet e outros serviços, ou contar com uma agência especializada em organização de matrimônios. Considerando que a cerimônia e a festa envolvem diversos detalhes, preparar diretamente um casamento no exterior pode ser muito estressante. Para evitar estes problemas, a sugestão é contratar uma agência especializada. A Associação Italiana de Organizadores de Matrimônio, a Aiom, foi fundada em 2006 com o objetivo de reunir os wedding planner profissionais. Eles seguem um código ético, ou seja, normas de comportamento profissional que respeitam os princípios legais, oferecendo garantias aos clientes. — Diversos casais estrangeiros pedem os nossos serviços. Nosso primeiro passo é saber o orçamento do qual eles dispõem para o evento e, em seguida, fazemos um planejamento dentro das possibilidades econômicas dos noivos — explicou a presidente da associação, Tiziana Lucioli, à ComunitàItaliana. O critério das agências associadas à Aiom é trabalhar com um preço fixo que pode variar de 600 a 2 mil euros pela organização do evento. A vantagem é a transparência, pois cada detalhe é organizado com o consenso do casal. — Conscientes da importância do evento, marcamos alguns encontros através da internet com os casais para mostrar o desenvolvimento do planejamento da organização da festa, seja dos detalhes floreais, como do buffet, do carro e outros. Assim, um casal pode chegar à Itália quatro dias antes da cerimônia e encontrar os detalhes já prontos — disse Tiziana Lucioli. Mais de três mil castelos e torres Na Itália, e na Europa em geral, os matrimônios são celebrados durante o dia. A festa, com toda a fartura gastronômica, pode durar até a noite. Portanto, o período indicado é entre abril e setembro. As localizações mais pedidas são castelos, palácios antigos, chácaras — que, na Itália, são conhecidos como agriturismi — salões de festas de hotéis e restaurantes. Os preços variam de 2 mil a 20 mil euros pelo aluguel do lugar e pode aumentar se o casal pede a exclusividade de cinco horas. Além disso, se o castelo ou o palácio escolhido for badalado pelas celebridades internacionais o preço chega à altura das estrelas. O matrimônio de Tom Cruise e Katie Holmes no castelo medieval de Odescalchi, de frente para o lago de Bracciano, a 40 km de Roma, em 2006, custou 2 milhões de dólares. Foi um dos casamentos mais caros da história. Mas este preço não foi só pelo aluguel do castelo e sim pelo avião particular dos noivos, convidados, o vestido da noiva, decoração de flores, aluguel de carros e outros detalhes rigorosamente preciosos. Porém, não é necessário ser milionário para realizar o sonho de um conto de fadas. A Itália é a terra dos castelos e palácios. Segundo o censo, são 3.163 castelos e torres espalhados pelo território. Mas todo cuidado é pouco, pois a lenda diz que cada castelo tem um fantasma. No entanto, na verdade, o que mais assusta os italianos nos dias de hoje é o fantasma da crise econômica que acaba por prejudicar a manutenção do patrimônio artístico local. Portanto, os noivos estrangeiros são bem-vindos porque ajudam a economia do país. 32
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Tom Cruise e Katie Holmes escolheram o castelo de OrsiniOdescalchi, em Bracciano, a 40 km de Roma, para a cerimônia de casamento (2006) que custou 2 milhões de dólares
Tom Cruise e Katie Holmes hanno scelto il Castello OrsiniOdescalchi di Bracciano, a 40 km da Roma, per la cerimonia di matrimonio (2006) che è costata 2 milioni di dollari
informazioni, selezionarle ed entrare in contatto direttamente il locale della cerimonia, il buffet e altri servizi, o contare su un’agenzia specializzata nell’organizzare le nozze. Se si considera che la cerimonia e la festa coinvolgono vari dettagli, preparare direttamente un matrimonio all’estero può rivelarsi molto stressante. Per evitare questo tipo di problemi viene suggerito di contrattare un’agenzia specializzata. La Aiom (Associazione taliana di organizzatori di matrimoni) è stata fondata nel 2006 per riunire i wedding planner professionisti. Questi seguono un codice etico, ossia norme di comportamento professionista che rispettano i principi legali offrendo garanzie ai clienti. — Molte coppie straniere richiedono i nostri servizi. Il nostro primo passo è sapere il preventivo di cui dispongono per l’evento e, in seguito, facciamo una pianificazione dentro le possibilità economiche degli sposi — ha spiegato la presidentessa dell’associazione Tiziana Lucioli a ComunitàItaliana. Il criterio delle agenzie associate alla Aiom è quello di lavorare con un prezzo fisso, che può spaziare dai 600 ai 2mila euro per l’organizzazione dell’evento. Il vantaggio è la trasparenza, visto che ogni dettaglio viene organizzato con il consenso della coppia.
De acordo com a autora do livro Destination Wedding, Jacqueline Mikahil, a Itália está em primeiro lugar na preferência dos noivos brasileiros, especialmente a Toscana, Veneza, Roma e a Costa Amalfitana
Secondo l’autrice del libro Destination Wedding, Jacqueline Mikahil, l’Italia è al primo posto tra quelli preferiti dagli sposi brasiliani, specialmente la Toscana, Venezia, Roma e la Costiera Amalfitana
Mercado inflacionado torna exterior mais atraente A internet ajuda a divulgar serviços e produtos e também dissemina mais informações e acirra a concorrência. Os noivos atualmente planejam festas cada vez mais personalizadas e a rede acompanha essa necessidade de atualização constante. — O mercado de festas de casamento é muito dinâmico, bastante pulverizado e apresenta concorrência acirrada. Há sempre novas tendências e as empresas que não acompanham as mudanças são facilmente substituídas — afirma Vera Simão, presidente da Abrafesta. De acordo com a empresária da agência de turismo Be Happy e autora do livro Destination Wedding - o casamento como destino, Jacqueline Mikahil, a fantasia da noiva costuma ser uma viagem. Algumas trazem o cenário dos seus sonhos para uma festa de
A questão jurídica: o matrimônio é válido no Brasil?
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s noivos devem ficar atentos à questão da validade da união no Brasil. Se casarem e permanecerem no exterior, para que o casamento tenha efeitos jurídicos no Brasil, precisam registrar o casamento no consulado brasileiro de jurisdição do local do casamento e, posteriormente, fazer a transcrição (registrar) no país. Segundo o consulado, as opções são duas: a transcrição consular ou a legalização do documento na Itália. Neste segundo caso, ao chegar ao Brasil, a certidão italiana precisa ser traduzida por um tradutor juramentado para depois ser registrado perante as leis brasileiras. Em ambos os casos, o documento precisa ser registrado no cartório brasileiro em até 180 dias. Na certidão consular de casamento, constará o regime de bens previsto pela lei local ou, na falta dele, constará regime de bens estabelecido pela legislação brasileira. O Código Civil brasileiro estabelece que o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou cônsules brasileiros, deverá ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio ou, em sua falta, no 1° ofício da capital do estado em que passarem a residir.
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— Consapevoli dell’importanza dell’evento, fissiamo degli incontri in internet con le coppie per fargli vedere gli sviluppi della pianificazione dell’organizzazione della festa, tanto nei dettagli floreali come del buffet, della macchina ed altro. Cosí la coppia può arrivare in Italia quattro giorni prima della cerimonia e trovare i dettagli già pronti — ha detto Tiziana Lucioli. Più di tremila castelli e torri In Italia, come in tutta Europa, i matrimoni vengono celebrati di giorno. La festa, con la sua abbondanza gastronomica, può durare fino a notte tarda. Quindi il miglior periodo per farla è tra aprile e settembre. I luoghi più richiesti sono: castelli, antichi palazzi, agriturismo, sale da festa di alberghi e ristoranti. I prezzi vanno dai 2 mila ai 20 mila euro per l’affitto del locale e può aumentare se la coppia richiede l’esclusività di cinque ore. Inoltre se il castello o il palazzo scelti sono frequentati da celebrità internazionali il prezzo arriva alle stelle. Nel 2006 il matrimonio di Tom Cruise e Katie Holmes nel castello medioevale di Odescalchi, di fronte al lago di Bracciano, a 40 km da Roma, è costato 2 milioni di dollari. È stato uno dei matrimoni più cari della storia. Ma questo prezzo non includeva solo l’affitto del castello, ma anche l’aereo privato dello sposo, gli invitati, il vestito di nozze, decorazione di fiori, noleggio di macchine e altri dettagli rigorosamente preziosi. Ma non bisogna essere milionari per realizzare il proprio sogno da favola. L’Italia è la terra dei castelli e dei palazzi. Secondo il censimento ci sono 3.163 castelli e torri sparsi lungo il territorio. Ma bisogna stare attenti perché la leggenda lo dice: in ogni castello c’è un fanstasma. Ma in realtà quello che spaventa gli italiani dei giorni d’oggi è il fantasma della crisi economica che finisce col pregiudicare la manutenzione del patrimonio artistico locale. Quindi gli sposi stranieri sono benvenuti perché aiutano l’economia italiana.
Il problema giuridico: il matrimonio è valido in Brasile?
li sposi devono fare attenzione al problema della validità dell’unione in Brasile. Se si sposano e rimangono all’estero, per far sí che il matrimonio sia legalmente valido in Brasile devono registrarlo presso il consolato brasiliano di giurisdizione del luogo del matrimonio e, dopo, fare la trascrizione [registro] in Brasile. Secondo il consolato ci sono due opzioni: il registro consolare o la legalizzazione del documento in Italia. Nel secondo caso, arrivando in Brasile, il certificato italiano dev’essere tradotto da un traduttore giurato per poi essere registrato secondo le leggi brasiliane. In entrambi i casi il documento dev’essere registrato da un notaio brasiliano entro e non oltre 180 giorni. Nel certificato consolare di matrimonio risulterà il regime o di Comunione o di Separazione dei beni previsto dalla legge locale o, se non ci fosse, il regime dei beni stabilito dalla legge brasiliana. Il Codice Civile brasiliano stabilisce che i matrimoni dei brasiliani celebrati all’estero al cospetto delle rispettive autorità o consoli brasiliani dev’essere registrato entro 180 giorni a partire dal ritorno di uno o dei due coniugi in Brasile, in un ufficio notarile del quartiere o, non essendoci, presso il 1º ufficio della capitale dello stato in cui vivranno.
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alto nível no Brasil, enquanto outras só se contentam se fizerem suas festas fora do país, seja em castelos, seja em grandes salões, ou até mesmo em paraísos naturais. Jacqueline afirma que a escolha pelos casamentos longe do local de origem tem a ver com um aumento substancial dos preços de produtos e serviços nas festas realizadas no Brasil. — A partir do momento em que os casamentos no Brasil viraram mega-produções, as pessoas começaram a achar os custos com a festa muito altos para poucas horas de comemoração. A celebração de casamentos fora do país ganhou força por se estender por três ou mais dias entre festa e passeios turísticos. O enlace no exterior acaba sendo um evento mais íntimo, que leva a uma seleção natural de pessoas. Além disso, normalmente, fica menos dispendioso contratar serviços e adquirir produtos de um só lugar, o que elimina os gastos excessivos com fornecedores diferentes. Eventos como esse devem ser elaborados com certa antecedência. Os convidados devem ser avisados um ano antes para se programarem. Muitos noivos fazem pacotes especiais e pagam pela viagem e estadia de seus convidados com tarifas reduzidas. Em outros casos, quem paga por esses serviços é o próprio convidado, que fica animado só em saber que vai aproveitar uma grande festa, e ainda vai ter a possibilidade de conhecer lugares diferentes e a cultura de outro país — explica a empresária. Mesmo quem trabalha no setor, como a decoradora de festas Renata Salvadego, que consegue bons descontos com os fornecedores, muitas vezes, opta por fazer a festa fora do país. A celebração do casamento da decoradora será em setembro, no Castello di Vincigliata, na região da Toscana. Renata está pagando R$ 98 mil por um pacote que incluiu comida, bebida, bolo, doces, iluminação, decoração, fotógrafo, quarteto de cordas, DJ, a celebração com o padre e ainda as passagens dos noivos e hospedagem por cinco dias. Como escolheram casarem-se na Toscana, Renata e seu noivo, o economista Alan Cardoso, não tiveram gastos adicionais com a lua-de-mel, uma vez que já estarão no destino. — A média de locação de espaços na Itália varia ente 3.300 a 18.000 euros. No Brasil, os espaços
Um bom casamento na Itália, com todos os serviços, sai a R$ 80 mil para 80 pessoas, com fornecedores de primeira linha. No Brasil, com o mesmo nível, esse valor praticamente dobra
A decoradora Renata Salvadego e o economista Alan Cardoso vão se casar no castelo de Vincigliata, na Toscana, em setembro. Os noivos pagarão R$ 98 mil pela festa L’arredatrice Renata Salvadego e l’economista Alan Cardoso si sposeranno in settembre nel Castello di Vincigliata, in Toscana. Gli sposi pagheranno R$ 98mila per la festa 34
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Un buon matrimonio in Italia, con il servizio completo, costa R$ 80mila per 80 persone, con fornitori di prima linea. In Brasile lo stesso livello di servizio costa praticamente il doppio
Mercato inflazionato rende più attraente l’estero L’internet aiuta a divulgare i servizi e i prodotti e inoltre rende note informazioni e aiuta nella concorrenza. Gli sposi di solito pianificano feste sempre più personalizzate e la rete segue questo bisogno di aggiornamento costante. — Il mercato delle feste di matrimonio è molto dinamico, molto ampio e presenta una forte concorrenza. Ci sono sempre nuove tendenze e le imprese che non riescono a seguire i cambiamenti sono facilmente sostituite — afferma Vera Simão, presidentessa dell’Abrafesta. Secondo l’imprenditrice dell’agenzia di turismo Be Happy e autrice le libro Destination Weddign – il matrimonio come destino, Jacqueline Mikahil, la sposa sogna di fare un viaggio. Qualcuna trasporta lo scenario dei suoi sogno nella festa di alto livello in Brasile, mentre altre rimangono soddisfatte solo se fanno la loro festa all’estero, tanto in castelli come in grandi saloni o perfino in paradisi naturali. Jacqueline dice che la scelta dei matrimoni lontano dal luogo di origine è attribuibile al sostanziale aumento dei prezzi di prodotti e servizi delle feste realizzate in Brasile. — Dal momento in cui i matrimoni in Brasile sono diventati mega produzioni, la gente ha cominciato a considerare i costi della festa troppo alti per poche ore di commemorazione. La celebrazione di matrimoni all’estero è aumentata perché dura di più: tre o più giorni tra la festa e le gite turistiche. L’unione all’estero diviene un evento più intimo, che porta ad una selezione naturale di persone. Inoltre di solito è meno caro contrattare servizi e acquisire prodotti in un posto solo, il che elimina le spese eccessive con diversi fornitori. Eventi di questo tipo devono essere elaborati con un certo anticipo. Gli invitati devono essere avvisati un anno prima perché si programmino. Molti sposi comprano pacchetti speciali e pagano il viaggio e il soggiorno dei loro invitati con prezzi ridotti. In altri casi sono gli invitati stessi a pagare questi servizi, perché rimangono invogliati solo a sapere che parteciperanno ad una grande festa e potranno anche conoscere luoghi differenti e la cultura di un altro paese — spiega l’imprenditrice.
variam entre R$ 12 mil a R$ 70 mil. No buffet italiano, a bebida e o bolo estão incluídos, bem como toalhas, sousplats e taças, que atualmente ficam ao encargo do decorador. O serviço de buffet no Brasil sem as bebidas alcoólicas varia entre R$ 120 a R$ 280 mil. Um bom casamento na Itália, somados todos os serviços, sai a R$ 80.000 para 80 pessoas, com fornecedores de primeira linha. No Brasil, considerando o mesmo nível de serviços, esse valor praticamente dobra. Os demais ornamentos e detalhes da festa, como som, luz, DJ e flores, têm valor similar ao mercado brasileiro. Se colocar na ponta do lápis, vale muito a pena casar fora do país — compara Renata. Os noivos terão o direito de usufruir do Castello di Vincigliata por cinco horas. No Brasil, se a noiva não quiser que outras cerimônias sejam intercaladas com a dela, tem de pagar por todos os horários da igreja, o que equivale às mesmas cinco horas do castelo, sendo que o custo no Brasil é mais alto. E esse aluguel da igreja normalmente tem que ser feito com muita antecedência, devido à grande procura. De acordo com a Abrafesta, em apenas um dia, os casamentos em São Paulo consomem 1,4 milhão de flores, 400 mil doces e mais de mil horas de
Anche chi lavora nel settore e ottiene buoni sconti con i fornitori, come l’arredatrice di feste Renata Salvadego, spesso sceglie di fare la festa all’estero. Il suo matrimonio sarà celebrato a settembre nel Castello di Vincigliata, in Toscana. Renata sta pagando R$ 98 mila per un pacchetto che include cibo, bevande, torta, dolci, luci, arredamento, fotografo, quartetto di corde, dj, la celebrazione con il sacerdote, i biglietti aerei degli sposi e il soggiorno di cinque giorni. Dato che hanno scelto di sposarsi in Toscana, Renata e il fidanzato, l’economista Alan Cardoso, non hanno avuto spese in più come quelle della luna di miele, visto che saranno già sul posto. — La media degli affitti di spazi in Italia va dai 3.300 ai 18.000 euro. In Brasile i locali costano da 12 mila a 70 mila reais. Nel buffet italiano le bevande e la torta sono incluse, cosí come le tovaglie, i sousplat e i bicchieri, di cui di solito si incaricano gli arredatori. Il servizio di buffet in Brasile, senza bevande alcoliche, spazia da 120 mila a 280 mila reais. Un buon matrimonio in Italia, sommati tutti i servizi, costa 80.000 reais per 80 persone, con rifornitori di prima linea. In Brasile, considerando lo stesso livello di servizi, questo valora praticamente raddoppia. Gli altri arredi e dettagli della festa, come musica, luci, dj e fiori, costano praticamente lo stesso che in Brasile. Se si mette tutto nel conto vale veramente la pena sposarsi all’estero — paragona Renata. Gli sposi avranno il diritto di usufruire del Castello di Vincigliata per cinque ore. In Brasile se la sposa non vuole che altre cerimonie siano intervallate con la sua deve pagare per tutti gli orari della chiesa, il che equivale alle stesse cinque ore del castello, ma i costi in Brasile sono maggiori. E questo affitto della chiesa di solito dev’essere fatto con molto anticipo dovuto alla grande richiesta. Secondo l’Abrafesta in una sola giornata i matrimoni a São Paulo usano 1,4 milione di fiori, 400 mila dolcetti e più di mille ore di materiale video registrato. L’Abrafesta ha anche calcolato che un matrimonio in un luogo pomposo di São Paulo, con tutto incluso, costa circa 300 mila reais, mentre in Italia lo stesso matrimonio in un castello ne costa circa 150 mila.
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filmagem. A Abrafesta também calculou que um casamento em um lugar pomposo de São Paulo com tudo incluído gira em torno de R$ 300 mil, enquanto na Itália, o mesmo casamento em um castelo sai em torno de R$ 150 mil. Itália povoa o sonho dos noivos românticos A autora de Destination Wedding, Jacqueline Mikahil, acredita que a Itália é o local preferido fora do Brasil, por incorporar uma aura romântica e apresentar lugares bucólicos, muito propícios para os casamentos diurnos. — A Itália está no imaginário das noivas. Os locais preferidos dos apaixonados são: Toscana, Veneza, Roma e Costa Amalfitana. A Toscana encanta com seu amarelado de girassóis que circunscrevem a paisagem campestre e pinheiros. Isso remete à moda do countryside, de casamentos diurnos no campo, que acontecem na hora do almoço e antes do pôrdo-sol. Esse mercado importador de noivas acontece há muito tempo na Itália, com a presença maciça de noivos americanos e ingleses nas vilas da Toscana, em busca da realização de seus casamentos nesta região. Os meses preferidos dos casais são setembro e
O território italiano conta com 3.163 castelos e torres e a média de locação de espaços na Itália varia entre 2 e 20 mil euros outubro, períodos da baixa estação. E os brasileiros estão apostando cada vez mais neste destino — salientou Jacqueline. A decoradora Renata Salvadego conta que conheceu o Castello di Vincigliata através de um wedding planner. Ela afirma que é a forma mais segura para que tudo aconteça na mais perfeita ordem. — Eu e meu noivo conhecemos o Castello di Vincigliata através da indicação de um profissional italiano, Enrico Taliani. O dono do castelo, Emanuele Graetz, também foi extremamente atencioso e flexível, e o local é maravilhoso.
No castelo de Vincigliata, as paredes em estilo rústico e o ambiente à meia luz servem de cenário para muitos casais que sonham com casamentos em monumentos medievais
Nel Castello di Vincigliata le pareti rustiche e l’ambiente a luce bassa sono lo scenario per molte coppie che sognano di sposarsi nell’interno di monumenti medioevali
Il territorio italiano vanta 3.163 castelli e torri e l’affitto medio di locali in Italia spazia dai 2 mila ai 20 mila euro
Dicas para quem quer casar na Itália ♦ Evite que os agentes matrimoniais peçam comissão sobre o preço de cada detalhe. Quanto mais caro for cada item, mais eles vão ganhar. A melhor opção é pagar um preço fixo pela organização do evento ♦ Procure organizar o casamento com um ano de antecedência, para que os convidados tenham tempo suficiente para tirar férias ou folgas do trabalho e para se organizarem economicamente com relação a custos com passagens e estadia ♦ Procure fazer pacotes que já incluam buffet, decoração, som e iluminação, e contrate todos esses serviços do mesmo local. Comprar itens separados, com fornecedores diferentes, encarece o valor total da festa. ♦ Na Itália, e na Europa em geral, os matrimônios são celebrados durante o dia. Portanto, o período indicado é entre abril e setembro, meses em que a temperatura é agradável e quando os campos estão floridos e verdejantes. ♦ Tente entrar em contato com a Associação Italiana de Organizadores de Matrimônio, a Aiom, que reúne wedding planner profissionais para que você fique seguro de que tudo vai acontecer na mais perfeita ordem. O critério das agências associadas à Aiom é trabalhar com um preço fixo, que pode variar de 600 a 2 mil euros pela organização do evento. Procure mais informações no site www.aiom.eu ♦ Para saber mais sobre os castelos, como valores de aluguel, dependências disponíveis e horários, visite a página www.icastelli.it
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L’Italia popola il sogno dei fidanzati romantici L’autrice di Destination Wedding, Jacqueline Mikahil, crede che l’Italia sia il luogo preferito fuori dal Brasile perché è molto romantico e vanta luoghi bucolici molto appropriati ai matrimoni diurni. — L’Italia fa parte dell’immaginario delle spose. I luoghi preferiti dagli innamorati sono: la Toscana, Venezia, Roma e la Costiera Amalfitana. La Toscana incanta con il giallo dei suoi girasoli che circondano il paesaggio campestre e i pini. Questo ricorda la moda countryside, i matrimoni diurni in campagna che hanno luogo all’ora di pranzo e prima del tramonto. Questo mercato importatore di spose c’è da molto tempo in Italia, con la massiccia presenza di sposi americani e inglesi nelle ville della Toscana in cerca della realizzazione dei loro matrimoni in questa regione. I mesi preferiti dalle coppie sono settembre e ottobre, periodi di bassa stagione. E i brasiliani stanno puntando sempre di più su questa meta turistica — ha sottolineato Jacqueline. L’arredatrice Renata Salvadego racconta che ha saputo del Castello di Vincigliata grazie ad un wedding planner e dice che è la maniera più sicura perché tutto funzioni perfettamente. — Io e il mio fidanzato abbiamo saputo del Castello di Vincigliata su indicazione di un professionista italiano, Enrico Taliani. Anche il proprietario del castello, Emanuele Graetz, è stato molto gentile e flessibile, e il posto è meraviglioso.
Suggerimenti per chi vuole sposarsi in Italia ♦ Evitate che gli agenti matrimoniali chiedano la commissione sul prezzo di ogni dettaglio. Quanto più caro ogni prodotto, più guadagneranno. È meglio pagare un prezzo fisso per l’organizzazione dell’evento ♦ Cercate di organizzare il matrimonio con un anno di anticipo affinché gli invitati abbiano tempo sufficiente per prendersi le ferie o qualche giorno libero al lavoro per organizzarsi, dal punto di vista economico, per pagare aereo e soggiorno ♦ Cercate di fare pacchetti che includano già buffet, arredamento, musica e luci e contrattate tutti questi servizi dallo stesso locale. Comprare prodotti separati, con vari fornitori, rincara il valore totale della festa ♦ In Italia e in genere in tutt’Europa i matrimoni sono celebrati di giorno. Quindi il periodo indicato è tra aprile e settembre, mesi in cui la temperatura è gradevole e i campi sono fioriti e verdi ♦ Cercate di entrare in contatto con l’Associazione Italiana di Organizzatori di Matrimoni, la Aiom, che riunisce wedding planner professionisti per essere sicuri che tutto avrà luogo nel più perfetto ordine. Il criterio delle agenzie associate alla Aiom è quello di lavorare a prezzo fisso che può variare dai 600 ai 2mila euro per l’organizzazione dell’evento. Cercate ulteriori informazioni nel sito www.aiom.eu ♦ Per avere altre notizie sui castelli, come valori di affitto, spazi disponibili e orari, visitate la pagina www.icastelli.it
Náutica
Navegar é preciso
outubro na Europa e pela primeira vez no Brasil; e o C 40, campeão de vendas no Brasil, com 40 pés. Já a Azimut-Benetti, por meio da YachtBrasil, dealer exclusivo do grupo no país, atraiu muitos visitantes para admirar as novidades do maior fabricante de iates e megaites de luxo do mundo. Entre os destaques exibidos no Píer Mauá, estavam o Azimuth 60 pés, totalmente produzido no Brasil; o Sea Ray 350 Sundancer, customizado pelo artista Luciano Matins; e o Azimuth 82 pés, o mais luxuoso do evento, que inclui até hidromassagem em seu interior.
Rio Boat Show concentrou no Píer Mauá as últimas novidades dos estaleiros italianos que comemoraram a alta das vendas no mercado brasileiro Cintia Salomão Castro
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esta vez, em vez de ocupar a Marina da Glória, o maior salão náutico da América Latina aconteceu no Píer Mauá — um dos motores da revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. De 12 a 18 de abril, milhares de pessoas foram conferir de perto as novidades dos 100 expositores ao longo dos 500 metros de cais e dos 45 mil m2 da estrutura interna do Rio Boat Show, uma espécie de “shopping náutico”. O total de R$ 270 milhões em negócios realizados significou uma alta de 8% em relação à expectativa inicial, afirmam os organizadores. — O mercado náutico brasileiro cresce em um ritmo bem forte, com uma média de 10% ao ano, desde 2007 — afirma Márcio Dottori, diretor técnico do Rio Boat Show, que destacou como uma das novidades de 2012 o maior espaço dedicado aos barcos mais “populares”, ou seja, de preço mais acessível para a classe média, tendo em vista as possibilidades oferecidas pelo aumento do poder de consumo. Entre os diversos estaleiros presentes, as marcas italianas Sessa Marine, Ferretti e YachtBrasil, do grupo Azimut-Benetti, também mostraram ao público suas novidades.
A Sessa Marine, presidida no Brasil pelo italiano Massimo Radice, vai inaugurar uma fábrica em Santa Catarina ainda em 2012, com capacidade para produzir 60 embarcações por ano. — Há um ano, abrimos a filial no Brasil, após um estudo de mercado. Vimos que é importante ter uma fábrica aqui. Com as taxas, a importação é muito dispendiosa. É melhor gerenciar as vendas localmente e dar mais credibilidade por causa da nossa presença — avalia Radice. A partir da inauguração da fábrica, o executivo prevê o estabelecimento de mais parcerias. — Com isso, vamos sair da fase de implantação e ingressar na fase de desenvolvimento de mercado. Nessa nova etapa, iremos abrir mais parcerias com distribuidores, focar em vendas e em um grande diferencial que tem grande potencial no mercado brasileiro: o relacionamento pós-venda, com serviços de assistência técnica que vão direto ao cliente — anuncia. A Sessa levou para o evento o seu Fly45, de 45 pés, lançado em
O barco Fly4, com 45 pés, pela primeira vez no Brasil, foi levado pela italiana Sessa Marine ao Rio Boat Show
Infraestrutura na costa deve melhorar O CEO da Benetti, Vincenzo Poerio, estava no estande e conversou com Comunità. Ele comentou que o mercado brasileiro náutico começa a amadurecer e deve, de acordo com o seu desenvolvimento, provocar melhorias na infraestrutura costeira. — Quando se começa a pensar em embarcações, se começa pelos modelos menores. Depois, o cliente começa a amar o mar, e a querer as maiores embarcações para poder navegar durante meses, atravessar o oceano etc. E o Brasil começa a ter clientes assim. Ainda há limitações de infraestrutura local para acolher barcos grandes, mas o Mediterrâneo também tinha esse problema, e o mercado evoluiu. Acho que o Brasil também vai evoluir nesse sentido, como já aconteceu no México e nos países europeus — analisa. A marca italiana Ferretti também seduziu o público com o modelo Pirelli 1100, o maior dos três infláveis (Pirelli 660 e Pirelli 800), em formato aerodinâmico e comando integrado com para-brisa. O chairman Lamberto Tacoli e o CEO no Brasil, Márcio Christiansen, estiveram no local para celebrar a importância do mercado brasileiro para as vendas da empresa, que já representam 30% do total do faturamento na Ferretti no mundo.
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Saúde alergênicos. A empresa tem uma grande preocupação com o risco que os cosméticos trazem, principalmente alergias por níquel, perfumes e conservantes. A BioNike fica em Milão, cidade onde a indústria da área de saúde é muito forte. A cidade é representada na Hospitalar pela Promos, a divisão especial da Câmara de Comércio de Milão para a promoção das atividades internacionais e relações exteriores.
Inovação no tratamento Empresas italianas vão participar mais uma vez da maior feira latino-americana da área de saúde Janaína Pereira
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De São Paulo
Hospitalar — Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios — chega à 19ª edição como o maior evento da área de saúde da América Latina. A feira acontece de 22 a 25 de maio, na capital paulista, e deve receber representantes de 68 países, entre expositores e visitantes. A Itália, que está presente na Hospitalar desde o seu primeiro ano, participa mais uma vez com empresas do setor. Considerada uma vitrine do mercado mundial de saúde, a Hospitalar já tem confirmada a presença de 1250 expositores, sendo 40% internacionais, além de mais de 90 mil visitantes, entre profissionais de saúde, pesquisadores, dirigentes hospitalares e compradores do setor. A feira atrai as atenções dos empresários de diversos países, interessados em ampliar contatos e negócios com o mercado 38
latino-americano, onde 550 milhões de pessoas buscam mais qualidade nos serviços de saúde. Em 2011, a Itália esteve presente com 17 empresas, entre as quais, a Medical Itália, que trouxe, na ocasião, um equipamento inovador para descarte de materiais pontiagudos e cortantes, o 500 SB. Este ano, a participação italiana tende a crescer. Uma das empresas já confirmadas é a BioNike. Fundada em 1930, produz dermocosméticos e dispositivos médicos, com especial atenção aos produtos para peles sensíveis e não
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Na Hospitalar, será apresentado o EchoLaser, um aparelho desenvolvido pela empresa italiana Esaote contra o câncer
Tecnologia no tratamento do câncer Uma das mais recentes invenções italianas é o aparelho EchoLaser, da Esaote. Utilizado no tratamento de câncer, o aparelho é o único no mundo que cauteriza nódulos malignos ou benignos por meio de laser. Já utilizado na Itália e na Alemanha, o Echolaser é usado para o tratamento de câncer de tireoide, pulmão, ossos, fígado e rim. No Brasil, é encontrado apenas no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Porém, espera-se que, durante a Hospitalar, o aparelho possa ser apresentado para outros compradores brasileiros e internacionais, colocando, assim, a Itália na rota das grandes descobertas da medicina. Fundada em 1982, em Florença, a Esaote está entre as maiores fabricantes mundiais de sistemas e aparelhos de diagnóstico médico por imagem nas áreas humana e veterinária. Entre seus produtos, estão os equipamentos de ultrassonografia e ressonância magnética para extremidades. A empresa mantém parceria com outros países e escritórios em vários lugares do mundo, incluindo o Brasil. Segundo Edson Lopes, CEO da Esaote Healthcare do Brasil, o EchoLaser foi pensado para o maior bem-estar do paciente. — Buscamos trazer soluções para os hospitais e clínicas, mas, acima de tudo temos um compromisso com o paciente. Lidamos com a vida. Paralelamente ao evento, vai acontecer a Digital Health, a 1ª Feira e o Fórum Internacional de Telemedicina, Telesaúde e Tecnologia da Informação para Saúde, que também contará com a participação de especialistas italianos durante os workshops. Os dois eventos acontecem nos Pavilhões Expo Center Norte. A Hospitalar é realizada em cooperação com a Medica, a Feira Mundial da Medicina.
Meio ambiente
A evolução da economia verde
sustentáveis estavam focadas no ecodesign — ressaltou Fabiane. No 3º Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, paralelo à Fiema, a temática da eficiência hídrica foi abordada pela professora do departamento de Engenharia Idráulica e Ambiental da Universidade de Pavia, Maria Cristina Collivignarelli. O mesmo tema foi ilustrado pelo perito e consultor ambiental da empresa bresciana Italplant, Daniele Bianchetti. A especialista Sabrina Sorlini, da Universidade de Brescia, falou sobre a eficiência na utilização de matérias-primas e insumos.
Feira de tecnologia ambiental reúne em Bento Gonçalves os melhores produtos e serviços relacionados à produção sustentável e enaltece experiência italiana Nathielle Hó
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o final do mês de abril, na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, a Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema) reuniu empresas e instituições que desenvolvem produtos, serviços e pesquisas voltados à gestão ambiental e à proteção dos recursos naturais. Em sua quinta edição, contou com a organização da Fundação Proamb. Compareceram ao evento 22 mil pessoas, entre as quais, 15 mil representantes de empresas com o intuito de fechar negócios e agregar novas tecnologias para suas entidades. A feira teve a presença de representantes de dez países, como Alemanha, Itália, Finlândia e Portugal, e de todos os estados brasileiros. Entre os expositores, 40% deles eram de fora do Rio Grande do Sul, principalmente originários de São Paulo. Várias missões e empresas estrangeiras expuseram equipamentos, produtos e serviços de ponta no ramo ambiental. A presença de outros países cria um ambiente favorável para contatos de negócios, enfatiza Fabiane Locatelli, diretora executiva da Proamb. — A Itália trouxe para o evento empresas focadas em tratamento de fluentes líquidos, como a Italplant. Esta empresa fechou um empreendimento com a fábrica brasileira Monofrio, atuante no segmento de refrigeração industrial. Nesta parceria, os italianos oferecem conhecimento, pesquisa e o know how, enquanto a empresa
brasileira fica responsável por desenvolver a parte de engenharia e equipamentos — comenta Locatelli. As parcerias na área ambiental com a Itália acontecem há tempos. Exemplo disso é o acordo de cooperação econômica entre a Fundação Proamb e o Instituto de Pesquisa italiano Cetamb, que dura cinco anos. Técnicos brasileiros são encaminhados para a capacitação na área de tecnologia ambiental em cidades italianas. De acordo com Locatelli, o país europeu tem políticas econômicas de gestão verde que devem ser seguidas pelo Brasil. — O Brasil tem 20 anos a serem percorridos para atingir o mesmo padrão da Europa. Nós, organizadores da Fiema, já visitamos várias feiras do setor pelo mundo, e as que mais impressionaram em termos de equipamento e tecnologia, foram a Ecomondo da Itália, a IFAT na Alemanha, e a Pollutec, na França. Na Ecomondo, o grupo verificou o destaque que está sendo dado ao segmento de resíduos sólidos através de destinações que façam o aproveitamento energético dos mesmos. Também se vê o crescimento das alternativas de energia renovável, tanto fotovoltaica, quanto de biodigestores. Em alta na feira, as construções
A diretora executiva da Proamb, Fabiane Locatelli, destaca as parcerias entre Brasil e Itália no setor ambiental, além de enaltecer a experiência italiana em eficiência hídrica e energética e o bom aproveitamento de matérias-primas
Tecnologia verde pode solucionar problemas no Brasil Fabiane Locatteli ressalta que a escolha de palestrantes italianos para o congresso foi intencional. Locatteli destaca que o Brasil pode absorver muitas das experiências de sucesso implantadas no país. — Durante uma missão da Proamb/Fiema à Itália, em 2011, visitamos várias cidades onde vimos o trabalho de algumas empresas que transformam resíduos orgânicos domésticos em adubo para a agricultura. Outras sociedades trabalham com o tratamento de esgotos e efluentes orgânicos para a produção de adubo. As duas tecnologias podem ser aplicadas no Brasil, desde que haja uma coleta seletiva efetiva e o tratamento de esgotos. Esse é apenas um dos exemplos das iniciativas ambientais italianas que podem ser adotadas pelas empresas brasileiras — destaca a diretora. Este ano, a Fiema procurou focar na área econômica, introduzindo o meeting empresarial de estímulo à integração com o empresariado na área de sustentabilidade. Além disso, foi apresentado o projeto Vila + Sustentável, com espaço de convivência e atividades comerciais e de lazer, no qual conceitos como economia solidária foram colocados em prática.
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Avventura
La sirena che coccola gli squali Il racconto della documentarista subacquea che nuota con gli squali senza protezioni ed ha appena finito di girare un documentario nel Pantanal Stefania Pelusi
È
Di Brasília
stata definita la “ladysqualo” che coccola i predatori del mare. Claudia Capodarte, romana, documentarista e subacquea ha sfidato la paura di nuotare con gli squali senza protezioni ed ha girato un documentario nella regione brasiliana del Pantanal. — A sei anni mi buttai in mare e da allora non ne sono mai uscita. A 12 anni ho messo le bombole ed è da 15 anni che lavoro con i documentari — racconta Claudia a Comunità durante la sua breve sosta nella capitale brasiliana, dove “non si ha bisogno di monumenti, perché la natura è già monumentale”, afferma. La documentarista confessa di essere stata colpita dagli immensi spazi verdi che circondano Brasília e dal suo cielo blu con un panorama di 360 gradi che le ricorda le savane africane. Nella sua famiglia la passione per il mare è nel dna. — Sono nata in una famiglia dove tutti sono avventurieri, mio padre (Franco Capodarte) ha portato la subacquea in Italia, ha diretto per molti anni la rivista storica Mondo Sommerso, diffusa anche fuori Italia. È stato uno dei pionieri in questo mondo. Inoltre anche mio fratello Leonardo ha seguito le sue orme ed è diventato un documentarista — commenta Claudia. In questo ultimo documentario girato nel Mato Grosso e Pantanal i due fratelli hanno lavorato insieme. — La parte difficile di questo lavoro è lavorare con estranei perché può essere molto pericoloso. Se non conosci bene le persone con cui lavori, non sai come possono reagire se il mare all’improvviso diventa cattivo. Devi essere molto affiatato, bisogna essere in grado di 40
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capirsi al volo, soprattutto durante le riprese con gli animali marini e inoltre devi avere una grande esperienza di acquaticità. L’esploratore francese Jacques Cousteau le ha rivelato i segreti per avvicinare i grandi mammiferi marini e da allora ha cercato di trasformarsi in una sirena, di nuotare con loro, diventando una specie di richiamo per loro. La foresta di cristallo di Bonito — In ogni documentario — racconta ladysqualo — si segue una storia e poi, seguendo questa trama, si va alla ricerca di questi luoghi dove si possono vedere dei fenomeni naturali molto particolari. Ad esempio in quest’ultima esperienza tra Bonito e il Pantanal Claudia e la sua troupe hanno dimostrato che i caimani (jacaré), non sono aggressivi come in altre zone. — Mi mettevo sdraiata per terra vicino a loro e gli animali rimanevano immobili. Il caimano è una specie a rischio, mentre nella zona del Pantanal è più diffuso. È uno tra gli ambienti più preservati, dove l’ecosistema ancora esiste e in cui i caimani trovano molto cibo e l’uomo non è in pericolo perché loro non attaccano.
Rafael Imolene Fontana, giornalista e consulente dell’Embratur (Istituto brasiliano di turismo) che ha accompagnato la troupe italiana nella spedizione di Bonito, spiega a Comunità che lo stato di Mato Grosso do Sul ha meno di 3 milioni di abitanti e 22 milioni di caimani. — Ci sono più caimani che persone. È una regione in cui ci sono ancora parti inesplorate. Il Brasile ha un’ottima opportunità per l’ecoturismo: qui ci sono tutti gli ingredienti per vivere una grande avventura. C’è la foresta, l’acqua, flora e fauna, situazioni uniche al mondo che soltanto qui esistono. Nel documentario La foresta di cristallo, andato in onda nella famosa trasmissione dedicata all’ambiente Geo&Geo su Raitre, Claudia ha mostrato per la prima volta al pubblico italiano i luoghi sommersi di Bonito e di Aquidauana, nel Mato Grosso do Sul. Claudia racconta che Bonito le ha ricordato il film Avatar per via del mondo sommerso, magico e sconosciuto blu e azzurro, dove ti immagini delle creature sconosciute che appaiono all’improvviso. In effetti i pesci che vivono nel Mato Grosso do Sul sono specie poco conosciute in Europa. Brasile: una terra ricca di animali marini Non è la prima volta che Claudia gira un documentario in Brasile. Sei anni fa era stata nell’isola Fernando di Noronha, dove ha girato Il colore dello smeraldo, già andato in onda sulla Rai. — C’erano moltissime tartarughe marine e barracuda, grandissimi branchi di pesci. La cosa più bella erano i delfini perché è uno dei pochi rifugi conosciuti, dove vivono le grandi famiglie di delfini dell’Atlantico — afferma la documentarista di Geo&Geo. Un altro documentario dal titolo Gli ultimi lamantini è stato girato
Conosciuta come ladysqualo, Claudia Capodarte mostra al pubblico italiano le bellezze naturali del colorato mondo sommerso del Pantanal
a Pernambuco. Il lamantino, che in Brasile si chiama peixe boi, sembra una foca enorme che vive sott’acqua e in superficie, mangia le piante acquatiche ed è erbivoro, si muove piano piano. In Brasile è l’unico mammifero marino di acqua dolce. — Loro ti abbracciano con le mani, sono molto affettuosi, sentono che anche noi siamo mammiferi come loro — spiega Claudia. Nel documentario ha seguito un lamantino che, dopo essere stato salvato dai ricercatori, è tornato alla vita selvatica. Gli studiosi gli hanno applicato un collare, collegato a un’antenna satellitare, per seguire i suoi movimenti e poterlo studiare. Si chiama Xuxu ed è una specie protetta. La documentarista si ricorda di una volta in Messico quando un lamantino l’ha scambiata per una femmina della sua specie — cercava di accoppiarsi, mi abbracciava e non mi lasciava più e io non sapevo come fare perché è un animale di 250 kg e avevo paura che mi tirasse sott’acqua. Le altre persone che lavoravano con me mi hanno tirato su con il lamantino attaccato che non si staccava — ricorda ridendo. “Pregiudizi da sfatare” sugli squali Claudia afferma di essere contenta di aver dimostrato che i caimani, così come gli squali, sono predatori in fondo non così pericolosi. Ci sono dei “pregiudizi su di loro che sono da sfatare”, afferma. Lei ci ha vissuto insieme per un mese e mezzo e si è immersa con loro senza protezione tutti i giorni nel Mar Rosso.
— Gli squali sono animali molto sensibili. Sul muso hanno dei sensori sensibilissimi, una sorta di radar che consente a questi predatori di indentificare cosa hanno di fronte e di avere delle percezioni. Questo li rende degli abili cacciatori, sanno dove si trovano le loro prede. Inoltre sono molto più veloci perché non hanno la vescica notatoria come gli alti pesci, questo gli permette di andare dritto sulla preda. L’immagine dello squalo è sempre stata quella di una macchina per uccidere. Mentre Claudia ha dimostrato che loro addirittura percepiscono le vibrazioni umane. — Se tu sei triste o sei allegro loro ti sentono e addirittura loro partecipano a una festa sott’acqua. Ti festeggiano come fanno i cani quando scondinzolano, cominciando a girarti tutto intorno in un cerchio grande e questo è un carosello che fanno quando sono felici. I carcharhinus sono dei grandi squali e sono incredibili perché hanno avuto contatto con l’uomo e gli hanno insegnato tutte le loro regole. — Se li accarezzi sulla testa loro vanno in estasi ed entrano in una specie di trans. Hanno dimostrato che gli piace perché arrivano sempre a turno a prendersi le carezze — narra Claudia. Gli squali possono essere estremamente socievoli come dei delfini. La documentarista narra che un giorno che era triste, in Honduras, un gruppo di squali l’ha circondata e l’hanno chiusa come se fosse una del branco, portandola insieme sui coralli. — Loro mi tenevano compagnia e mi è passata proprio la tristezza! Si crea un feeling con tutti gli animali, ma soprattutto con quelli marini perché non ti vedono come un invasore del territorio, perché non sei in competizione con la terra. Dentro il mare è diverso: per loro sei un alieno e viceversa. Quindi è un po’ come incontrare gli extraterrestri sott’acqua — afferma. Claudia nelle sue parole trasmette una passione per la vita nel mare: l’unica che l’uomo ancora non è riuscito a distruggere. — Quella sulla terra è piu a portata di mano, è più fragile. La vita subacquea è molto fragile come equilibrio, pero se tu guardi la Terra dai satelliti è tutta blu. Io penso sempre che l’oceano è più grande e forse un giorno sarà il nostro futuro. L’oceano per me è più forte e resiste, è quello che vince, mentre tutto il resto soccombe. È il re per me — conclude.
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Internet
Gli italiani alla web Il numero dei utenti virtuali cresce ma il tempo di navigazione e la quantità di pagine visitate calano tra gli italiani Giada Menichetti
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Di Roma
li italiani? Sempre più “in rete” ma senza perderci troppo tempo. A raccontare la doppia faccia nazionale dell’audience online è l’ultimo report di Audiweb, società che in collaborazione con istituti di statistica come Doxa e organizzazioni internazionali registra identikit e abitudini degli “internauti” nel Bel Paese, osservandone la navigazione dal pc di casa, dell’ufficio e da altri luoghi come biblioteche, internet point e dispositivi mobili. Secondo i dati raccolti a febbraio, rispetto allo stesso mese di un anno fa gli utenti sono passati da 25 milioni e 300.000 a 27 milioni e 600.000, con un incremento percentuale di oltre 9 punti. Anche il numero dei navigatori virtuali nelle giornate medie è aumentato: +7,3%, pari a 13 milioni e 700.000 persone che hanno sfogliato il web contro i 12 milioni e 800.000 utenti della giornata-tipo analizzata a febbraio 2011. Ma le cifre con il segno “più” finiscono qui. Dal rapporto Audiweb, infatti, è emerso che a febbraio il tempo trascorso da ogni “internauta” sul web è stato di un’ora e 26 minuti al giorno, con un calo dell’11,5% rispetto alla navigazione cronometrata un anno fa, quando il responso era stato di un’ora e 37. E va addirittura peggio guardando al numero di pagine pro-capite visitate quotidianamente: da 202 di 42
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febbraio 2011 si è passati, quest’anno, a 166, ossia – 17,9%. Secondo la ricerca, chi ha risentito di più di questa rinnovata velocità sono state le versioni online dei maggiori quotidiani italiani. La “maglia nera”, in questo senso, va al Corriere della Sera che dall’anno scorso ha perso quasi 2 minuti per ciascun cyber-lettore, passando da un tempo medio di consultazione pari a 7 minuti e 08’’, nel 2011, agli attuali 5 minuti e 28’’. Male anche La Repubblica: in media, ogni utente si è fermato sul sito web del quotidiano per 5 minuti e 49’’ contro i 6 minuti e 51’’ di febbraio 2011, con un saldo negativo di oltre 1 minuto. In leggera controtendenza c’è La Gazzetta dello Sport: “la Rosa” ha
Internet audience febbraio-2012
febbraio-2011
Variazione %
Utenti attivi nel mese (.000)
27695
25362
9,20%
Utenti attivi nel giorno medio (.000)
13760
12827
7,30%
Tempo speso nel giorno medio a persona (h:m)
1:26
1:37
-11,50%
Pagine viste nel giorno medio a persona
166
202
-17,90%
Fonte: Audiweb Database, dati febbraio 2012
Ingimage.com
trattenuto ciascuno dei suoi lettori online per 4 minuti e 49’’, 7 secondi in più sul cronometraggio del 2011. Anche uscendo dal campo dell’informazione, la musica non cambia: il sito di e-commerce Ebay, che in un anno ha più che quadruplicato il numero di visitatori giornalieri, ha visto scendere di oltre 1 minuto e mezzo il tempo trascorso da ognuno nel portale, passato da 5 minuti e 01’’ a 3 minuti e 54’’. Ancora: LinkedIn, servizio di rete sociale per costruire contatti professionali, pur raddoppiando gli utenti giornalieri ha perso per strada, dal 2011 ad oggi, 4 secondi di permanenza pro-capite. Il bilancio è presto fatto. Il popolo virtuale cresce e sicuramente continuerà a farlo, dietro la spinta di strade nuove e sempre più alla portata per accedere al web: si pensi alle decine di modelli smartphone oggi sul mercato, cellulari che alla tradizionale (e obsoleta?) funzione di telefono abbinano quella di pc tascabile; ma anche alla rete di connessione wireless che, su iniziativa di enti pubblici e privati, sta cominciando a servire spiagge, strade e quartieri in diverse città, senza più concentrarsi solo all’interno di hotel e centri congressuali. Isolarsi dall’etere, quindi, sta diventando sempre più difficile ed è chiaro che gli internauti italiani aumentino, non potrebbe essere altrimenti. Tuttavia, questo “sovraccarico” di opportunità di sapere e comunicare sembra aver innescato negli italiani una reazione quasi opposta, di rifiuto progressivo. Al netto del tempo libero disponibile, meno “pagine” sfogliate sul web sono sintomo della volontà di circoscrivere, ognuno a proprio uso e consumo, questo campo sterminato di informazioni che è il cyberspazio. Ma anche dell’assuefazione alla rete che corre a mille all’ora, troppo veloce ormai per stimolare, da sola, qualcosa in più di un sapere superficiale. La scelta da fare, quindi, è fra quantità e qualità. Ed è una scelta alla portata di tutti.
firenze
Giordano Iapalucci
International Feel Live at the Museum enerdì 18 maggio si conclude la prima
V
edizione di International Feel - Live at the Museum, una rassegna musicale organizzata e pensata per un pubblico particolarmente attento ai linguaggi della musica sperimentale contemporanea e video art. A chiudere l’evento, in esclusiva italiana, sarà il gruppo Nurse With Wound di Steven Stapleton che presenterà il suo nuovo lavoro dal titolo “Dirter”. Dopo una assenza di circa 20 anni il gruppo è tornato ad esibirsi nel 2005 e vanta più di 100 titoli tra album e cd come anche un notevole numero di artisti che hanno contribuito al loro successo come Current 93, Jim Thirlwell e Christoph Heemann. Ingresso 25 euro.
Mark Kostabi a Firenze U
no degli artisti simbolo dell’arte contemporanea americana, Mark Kostabi presenta la sua mostra personale alla Simboli Art Gallery di Firenze durante tutto il mese di maggio. L’artista californiano ritorna a Firenze dopo alcuni anni con il suo linguaggio artistico autentico e singolare. La sua mano trasforma le pen-
nellate in opere tipicamente post-moderne creando atmosfere oniriche, con la ripresa di elementi di matrice surrealista e della pop art americana. Nella giovane galleria d’arte fiorentina ci sarà una selezione di 25 opere risalenti agli ultimi anni di attività artistica di Kostabi. Ingresso gratuito. Orario 10/13 – 15/20.
100% riciclo Artigianato e ndrea Mancini è un artista fiorentino Aclasse ‘58 ed ha alle spalle un nutrito Palazzo curriculum espositivo sia di mostre personali come anche di collettive in Italia e all’estero. In occasione della mostra fiorentina, dal nome “100% Recycling”, il complesso delle Ex Murate, nello spazio della Bottega d’Arte Merlino, ospita una serie di dipinti olio su tela e tavola realizzati negli ultimi due anni. È proprio il ciclo e il riciclo dei rifiuti ad aver condizionato queste ultime opere di Mancini. Dai suoi dipinti emerge l’attenzione verso questo aspetto al quale non risparmia crudezza espressiva e inquadrature ravvicinate tali da non lasciare il visitatore impassibile. Ingresso gratuito. Aperto dalle 17 alle 20.
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irenze e l’artigianato hanno da sempre avuto un forte e stretto rapporto. La XVIII edizione di Artigianato e Palazzo vuole riprendere questo binomio per rivalutare e rilanciare la figura dell’artigiano come espressione di qualità e tecnica. L’artigiano visto anche in un concetto più moderno, ma pur sempre legato all’elemento della tradizione. Saranno presenti molti artisti artigiani che con i loro manufatti (dal latino “manu facere”: fare con le mani), che si esibiranno dal vivo nelle varie tecniche di lavorazione in cui eccellono. Con l’ingresso a 6 euro sarà possibile visitare tutto il Palazo Corsini sul Prato e l’attiguo giardino.
Vigoroso e le sue sculture l Museo di Storia Naturale di Fi-
A
renze è stata inaugurata la mostra sulle sculture di Innocenzo Vigoroso che rimarranno esposte fino al prossimo autunno. Le opere dell’artista siciliano si distinguono per i movimenti espressivi e gli slanci acrobatici delle figure intere rappresentandole in uno stato di quiete e di tranquillità con forme armoniose ed elastiche. L’elemento femminile nelle sue sculture è primario e viene spesso associato a figure come acrobati, contorsionisti e ballerine. L’ingresso è libero con orario: lunedì, martedì, giovedì, venerdì: 9/13; sabato e domenica 10/17. Mercoledì: chiuso.
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C intiaSalomãoCastro
Toscana inusitada
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uem estiver passando pela capital toscana em maio e for apaixonado por história, poderá embarcar em uma programação especial organizada pela Cooperativa Archeologia. São seis eventos especiais, entre os dias 13 e 26, incluindo visitas às escavações urbanas, sob a supervisão da Superintendência Arqueológica da Toscana, e ao lugar onde Leonardo Da Vinci realizou seus experimentos de voo, junto às grutas de Fiesole. Mais informações podem ser obtidas no site www.archeologia.it/turismoculturale
O que as obras do Rio revelam
A
construção de 70 quilômetros do Arco Metropolitano, obra rodoviária no Rio de Janeiro, revelou, até agora, 58 sítios arqueológicos que contam a história da ocupação humana na Baixada Fluminense. Técnicos do Instituto de Arqueologia Brasileira já encontraram mais de mil cachimbos, louças chinesas, urnas funerárias indígenas e sambaquis que mostram a presença humana no estado há 6.000 anos. O arco liga Itaguaí a Itaboraí e corta oito municípios da Baixada a fim de desafogar o trânsito na Avenida Brasil. O trecho compreende os municípios de Duque de Caxias, Itaguaí, Nova Iguaçu, Japeri e Seropédica. No total, quase 50 mil peças, inteiras ou em fragmentos, já foram encontradas.
Endoscopia da múmia
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omografias computadorizadas e uma endoscopia, realizadas no hospital Fatebenefratelli, em Milão, tornaram possível desvendar o segredo da múmia de Wehem-Ef-Ankh. Assim ficou conhecido o esqueleto do um homem que morreu entre 400 e 100 a.C., aos 40 anos, provavelmente por motivo de doença, sepultado junto ao sarcófago de Ankhpakhered, no Egito. Após dois anos de pesquisas, os especialistas do Mummy Project puderam finalmente identificar e reconstruir o rosto do egípcio que, pelos sinais físicos, não sofria de carências nutricionais e exercia algum tipo de trabalho que envolvia grande força física. Os exames foram realizados no Fatebenefratelli fora do expediente normal de trabalho, de modo a não atrair a atenção de pacientes, informou a direção do hospital milanês.
Depois do tsunami
A
fúria de uma onda anômala na costa salernitana engoliu, há quatro mil anos, um povoado da Idade do Bronze. Aquele tsunami é o ponto de partida de uma história que incluiu metamorfoses culturais de influências etruscas, gregas, romanas e longobardas. Um dos pontos altos da mostra Dopo lo tsunami Salerno antica — em exposição no Museu Arqueológico de Pa-
estum até 30 de setembro — é a reprodução das pegadas deixadas na lama por homens e animais em fuga, narrando o momento dramático vivido pelo povoado de Oliva Torricella, além de cerâmicas etruscas de Fratte e da testa em bronze de Apolo da Salernum romana. O percurso é um motivo a mais para visitar uma cidade com um dos patrimônios arqueológicos
mais importantes da humanidade, a 40 km de Salerno. O museu fica em frente ao santuário da Magna Grécia, com três magníficos templos dóricos: Hera I e II (também conhecido como de Netuno) e o de Atena. A antiga Poseidonia foi fundada pelos gregos por volta do século VII a.C., tendo sido ocupada posteriormente por lucanos e romanos. Não deixe de conferir, no mesmo museu, a pintura da Tomba del Tuffatore, na qual um jovem mergulha, solitário, em um espelho d’água: encontrada em um corredor funerário da Paestum grega, integra uma série de pinturas que mostram homens trocando carícias, em meio a instrumentos musicais e cálices de vinho.
Horário de funcionamento Horáriodas de12h funcionamento 3ª à 4ª feira das 12h às 00h. | 5ª à sábado às 01h.| 3ª à 4ª feira das 12h às 00h. | Domingo 5ª à sábado das às 01h.| das 12h12h às 19h Domingo das 12h às 19h
Ristorante - Forneria - Parrilla Ristorante - Forneria - Parrilla Reservas (apenas por telefone) ReservasTel: (apenas telefone) +55 31por 2534-7714 Tel: +55 31 2534-7714
Serviços especiais Manobristas de 5ª feira à Domingo | Conexão wi fi| Acessibilidade Serviços elevador especiais para Manobristas de 5ª feira à Domingo | Conexão wi fi| Acessibilidade elevador para portadores de deficiência e pessoas com mobilidade limitada| Adega climatizada| portadores de deficiência e pessoas mobilidade limitada| Adegae climatizada| Cardápios disponíveis em português, italiano, inglêscom e espanhol | Ambiente Interno Externo Cardápios disponíveis em português, italiano, inglês e espanhol | Ambiente Interno e Externo
Av. Celso Porfírio Machado, 1520 | Belvedere | CEP 30.320-400 | BH | MG Av. Celsovillaroberti@villaroberti.com.br Porfírio Machado, 1520 | Belvedere | CEPvillaroberti 30.320-400 | BH | MG villaroberti@villaroberti.com.br villaroberti
Cultura
Mia cara Curitiba Capital paranaense promove ciclo de eventos para homenagear o país que deixou profundas marcas no estado Nathielle Hó
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Paraná será palco, de 25 de maio a 10 de junho, do Mia Cara Curitiba, uma manifestação pública criada em comemoração ao aniversário de 150 anos da Unificação italiana. A prefeitura de Curitiba, o Consulado da Itália e o Instituto Municipal de Turismo são os organizadores do evento, que faz parte do Momento Itália-Brasil. A programação será inaugurada com o espetáculo Cidade do Homem, de autoria do italiano Valerio Festi, o festejado autor do Ensaio sobre a Beleza, que abriu o calendário do MIB em outubro do ano passado, no Rio de Janeiro. A apresentação aborda a história da evolução das cidades através de músicas e imagens projetadas na fachada do Paço da Liberdade, prédio que já foi sede da prefeitura da cidade e que hoje abriga o Sesc Cultural. O espetáculo contará a história das metrópoles, desde o surgimento da pólis, na Grécia Antiga, passando pelo Império Romano e pelos centros medievais até chegar a Curitiba, cidade símbolo de planejamento sustentável no Brasil e no mundo. — Mia Cara Curitiba reúne diversos eventos culturais e sociais com o intuito de exaltar a comunidade italiana que tanto contribuiu com o Brasil por meio da arte, da gastronomia, do esporte e do comércio, consolidando e estreitando, assim, os laços de amizade entre os dois países. As famílias curitibanas vão poder participar e se emocionar com essa
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bela festa — ressalta a presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, Juliana Vosnika. Entre os eventos esportivos, destaca-se a tradicional Corritaliabrasile, que promove uma corrida de rua com um percurso que atravessa
Até junho, eventos gastronômicos, científicos, esportivos e artísticos vão percorrer a cidade que abriga uma das maiores populações de ítalo-brasileiros do país
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o bairro tradicional italiano de Santa Felicidade. A passagem terá 10 milhas e é certificada pelo Coni (Comitê Olímpico Nacional Italiano). O evento acontecerá no dia 10 de junho. Outro momento de atividade esportiva vai acontecer em 27 de maio, com a Bicicletada Poty Lazarotto. O circuito ciclístico visitará as obras do artista ítalo-brasileiro conhecido pelos belos desenhos e murais espalhados pela cidade. Para quem gosta de massas, de 28 de maio a 3 de junho, a Sentimana Della Gastronomia Italiana promove um cardápio comemorativo para o jantar, com preço fixo de menu, que será oferecido em vários restaurantes. As casas também oferecerão uma carta dos melhores vinhos do Belpaese. O festival de gastronomia acontece com a presença de um dos chefs da Casa Artusi, muito conhecida em Curitiba por elaborar os melhores pratos da cozinha italiana. Nos dias 24 e 25 de maio, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), um seminário vai tratar de iniciativas relacionadas aos setores da agroindústria e da inovação tecnológica. Para celebrar a relação de amizade entre os dois países, a Festa Nacional vai receber autoridades convidadas pelo cônsul Salvatore di Venezia e pelo vice-cônsul Rosário Grenci, em uma solenidade que está prevista para o dia 2 de junho, na Sociedade Garibaldi. A programação artística do Mia Cara Curitiba inclui ainda cinema, artes plásticas e dança. Entre 5 e 10 de junho, a cinemateca da cidade vai abrigar sessões diárias de filmes italianos contemporâneos, legendados em português. A mostra fotográfica Una Giornata Italiana, no Museu Paranaense, de 26 de maio a 17 de junho, vai retratar um panorama cultural da Itália e de seu povo, com foco na Unificação. O Memorial de Curitiba vai sediar, de 28 de maio a 4 de junho, o lançamento do livro sobre a Colônia Cecília e também será palco de apresentações de grupos folclóricos italianos. A pintura não podia ficar de fora: o Museu Oscar Niemeyer (MON) vai apresentar uma série de retratos femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados do pintor Amedeo Modigliani. Na dança, quem marca presença em 29 de maio, no Teatro Guairá, com o espetáculo Paracasoscia, é a companhia Botega, com dançarinos, atletas e acrobatas.
milão
Guilherme Aquino
Decoração de luxo ilão, capital internacional do design,
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comemora a venda do luxo em plena crise. Segundo o observatório da fundação Altagamma, com sede na capital da Lombardia, as perspectivas da indústria
Milão-Istambul
O
embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca se despede de Milão. Depois de quatro anos à frente do Consulado do Brasil na capital da Lombardia, ele continua a missão diplomática em Istambul, capital turca, na ponte entre a Europa e a Ásia. O anúncio foi feito durante a sua visita à exposição Rio+Design, realizada em abril. O embaixador e a esposa, a
italiana, em particular, no Brasil, na Índia, na China e nas nações do Oriente Médio, são de crescimento a curto, médio e longo prazos. O aumento de 6% nas vendas de artigos de luxo é um sinal de como o lifestyle italiano atrai os consumidores que abrem a carteiras sem preocupação. No Brasil, crescem a olhos vistos.
embaixatriz Solange Bastos, vão deixar saudades. Mas garantem: “Istambul fica a menos de três horas de voo de Milão, é mais perto que ir de trem a Roma”, disse o diplomata, agradecendo à equipe do consulado que viveu o boom econômico brasileiro, organizando inúmeras missões comerciais e diplomáticas entre as autoridades e empresários de ambos os países.
Brasil na mira dos vênetos região do Vêneto incluiu o Brasil
Arquivos A como alvo turístico para o triênio daFundação ditadura Social Housing de 2012-14. O programa de promoBasso, italiana, vai ser a Promos, o braço operativo da Câmara
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responsável pela transcrição e digitalização de 60 mil páginas de documentos de sua própria propriedade sobre a violação dos direitos humanos durante o regime militar no Brasil. Os documentos cobrem o período de 1965 a 1985, um arco de vinte anos durante o qual o país viveu os seus anos de chumbo. O governo brasileiro deverá publicar os documentos em língua portuguesa do Tribunal Russell II sobre a repressão na América Latina.
A
de Comércio de Milão, ativa organização de intercâmbio comercial, prepara uma importante missão empresarial no campo da construção civil social e sustentável. No dia 20 de maio, um grupo de empresários e operadores do setor embarca rumo ao Brasil, como primeira visita, e depois segue para Moscou, Pequim e Dubai. Uma das áreas principais é aquela da indústria madeireira. A viagem de negócios faz parte do evento Momento Itália-Brasil.
ção deve ganhar uma verba de promoção no exterior da ordem de um milhão de euros. O Brasil foi identificado como uma nação de referência para que os produtos da região conquistem novos mercados e novos consumidores. Os recursos irão servir ainda para financiar a visibilidade das belezas e da riqueza dos territórios da região.
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IlLettoreRacconta
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magino-me, em algumas noites insones, viajando com meus ancestrais Bortollo e Giuseppe Sbardelotti, juntamente com as primeiras famílias trentinas e vênetas, a atravessar o Oceano Atlântico em direção à Santa Teresa. Tinham eles a garra típica dos desbravadores e uma ideia fixa: “aqui venceremos”. Esta gente chegava empurrada para novos desafios na América do Sul devido à concentração de renda na Europa. As fábricas não absorviam a mão de obra dos braccianti (braçais) e a Europa estava falida. Na Itália dos pobres, a qualidade da alimentação era péssima, com seres humanos mantidos por polenta, o que gerou muitos casos de inanição. Carne e vinho eram utopias nas mesas dos trabalhadores braçais, sendo produtos consumidos somente no seio das famílias abastadas. Para piorar a situação, na Itália, as taxas de juros altíssimas tornaram as pequenas propriedades endividadas e falidas. Bortollo e Giuseppe Sbardelotti chegaram ao Porto do Rio de Janeiro em 1877, onde receberam para alimentação um fardo de carne seca, que chamaram “sola de sapato”, e farinha de mandioca, denominada “pó de serra”. Tais produtos não eram co-
nhecidos no outro lado do Oceano. Chegaram pela Ilha das Flores, em Niterói, no estado do Rio. Do Rio de Janeiro, Bortollo e Giuseppe partem com outros imigrantes para o Porto de Vitória, no Espírito Santo e, posteriormente, para a periferia de Timbuí. Ao seguirem o curso do rio Santa Maria, colonizaram a montanha capixaba, uma joia: na época, intocada, ainda se encontra envolta por um cinturão de Mata Atlântica a mais de 750 metros de altitude acima do nível do mar. Assim, fundaram Santa Teresa, situada em um vale encantador, cercada por montanhas e florestas na Serra do Mar. A dois quilômetros da cidade, está situada a Reserva Biológica de Santa Lúcia, com 3.600 hectares, relevo acidentado e pássaros à beira da extinção. A reserva abriga ainda lindas cachoeiras e uma das maiores diversidades de plantas do planeta. Essa região é conhecida como a Cidade dos Colibris, graças ao cientista Augusto Ruschi, uma autoridade nas pesquisas sobre a espécie. Com o tempo, muitos imigrantes seguiram viagem, desceram a Serra do Canaã e se estabeleceram em Várzea Alegre. Bortollo e Giuseppe Sbardelotti estiveram sempre juntos, descendo para Várzea Alegre e desempenhando um importante papel no desenvolvimento do local. Existem dois livros, ambos intitulados “Canaã”, que falam sobre este núcleo de desbravadores. O primeiro foi escrito em 1902, por Graça Aranha, e retratou a convivência entre pessoas de níveis culturais diferentes frente aos desafios provocados pela colonização. Canaã significa terra rica e fértil, título propício para designar essa região serrana, abrangida pela descida de Santa Teresa para Várzea Alegre, com mais de 8 quilômetros. O segundo livro A cidade de Santa Teresa celebra a presença italiana com festas típicas. foi escrito pelo primo ArisA bisneta de Giuseppe Sbardelotti, Gislayne teu Sbardelotti, focado na Sbardelotti, participa todos os anos diáspora italiana. Tal obra compara o sacrifício dos imigrantes aos apóstolos de Cristo. Trata-se de um verdadeiro paralelo entre os colonizadores da região, com sua trajetória de dificuldades nos primórdios da ocupação, e os santos discípulos. Os imigrantes italianos escreveram o gran finale na ópera da vida, não só em Santa Teresa, mas também no panorama nacional. Surgiu, então, uma relação bilateral: se, por um lado, o Brasil acolheu essa brava gente disposta a não se resignar no Velho Continente, por outro, recebeu dela forte contribuição na busca de uma identidade nacional. Assim, não podemos falar do atual gigantismo brasileiro sem lembrar-nos da contribuição dos imigrantes para esse sucesso, contagiando diversas regiões do país com o seu empreendedorismo e trabalho árduo. A. Mattos Silva - Niterói - RJ Vêneto
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ItalianStyle
Design colorido O Salão do Móvel de Milão é um dos mais importantes eventos do design mundial. A edição 2012 aconteceu de 17 a 22 de abril e, entre as dezenas de novas tendências apresentadas, uma chamou a atenção da imprensa especializada: as cores fortes e chamativas dos móveis. A maioria dos produtos ainda não teve seus preços divulgados, pois acabam de ser lançados no mercado.
Bloom
Esta cadeira é inspirada na simpática forma do sombreiro mexicano, com uma generosa concha em acrílico transparente e uma borda em relevo colorida, apoiada sobre pernas em metal também coloridas. Produzido pela Calligaris, é um projeto da Archirivolto. Preço: Sob consulta www.calligaris.it
Nuage
Esta prateleira, criada pela designer Charlotte Perriand nos anos 50, ganhou uma nova versão produzida pela Cassina, baseada nos desenhos originais. O móvel é feito de madeira de carvalho com elementos verticais em alumínio e possui cinco alturas diferentes de prateleiras, estudadas para melhor organizar vários formatos de objetos e livros. Disponível nas cores vermelha, preta e amarela. Preço: Sob consulta www.cassina.com
Fotos: Divulgação
EMI
A proposta das cadeiras Emi, produzidas pela Pianca, é a de serem acolhedoras e envolventes. Esta nova série, com mais de 200 variantes, vem nas cores azul elétrico, violeta e lilás. O banco é confortável graças ao estofamento macio e abundante, totalmente revestido em tecido ou couro. Preço: Sob consulta. www.pianca.it
Face and Stripes
O atelier Fornasetti levou para o Salão o coloridíssimo aparador Face and Stripes, em madeira moldada, envernizado e pintado à mão. O rosto enigmático da soprano italiana Lina Cavalieri é atravessado por uma chuva de tiras coloridas. Preço: Sob consulta. www.fornasetti.com
Robin
A família de mesas traz a assinatura do designer Bruno Fattorini para a MDF Italia em cores audaciosas, caracterizada por cantos e pernas arredondados. Disponível em versões quadradas e retangulares, envernizadas, e com 73 cm de altura. Preço: Sob consulta. www.mdfitalia.it
Frolla
Poltrona produzida pela Skitsch, foi projetada pelos designers Andrea Radice e Folco Orlandini para ser um móvel confortável e informal. Aparentemente desestruturada, a poltrona é bem sólida graças à costura diferenciada, feita com fios coloridos nas bordas que delineiam a forma do móvel. Preço: € 590. www.skitsch.it comunitàitaliana | maio 2012
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Gastronomia
Fotos: Letícia Armond
Na mesa, com respeito Festival gastronômico com preços diferenciados fideliza o cliente e reúne restaurantes de todo o Brasil para homenagear a culinária italiana Nathielle Hó
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festival Brasil Sabor, maior evento de gastronomia do país, chega em 2012 à sua 7ª edição, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de vários estados. Em parceria com o Ministério do Turismo e o Sebrae, o evento acontece de 3 de maio a 3 de junho, com o tema Quem tem boca vai a Roma — em uma homenagem à presença italiana no Brasil. Os chefs elaboraram receitas inspirados no BelPaese e qualquer restaurante associado à Abrasel pode participar, desde que coloque à disposição do cliente a refeição pela metade do preço durante dois dias da semana. O festival reúne mais de dois mil restaurantes de 200 cidades, com a participação das 27 capitais do país. — Um evento como o Brasil Sabor é importante, pois fomenta a criatividade dos estabelecimentos e estimula a clientela a conhecer novos restaurantes. Também aquece o turismo e faz com que 50
empresários invistam na estrutura dos restaurantes, no marketing gastronômico e na mão de obra especializada. Acima de tudo, une os empresários na discussão de melhorias para o setor — ressalta o presidente da Abrasel de Santa Catarina, Fábio Queiroz. Muitos restaurantes estão animados com a ideia de desenvolver pratos da culinária italiana: alguns estabelecimentos paulistanos, por esse motivo, inovaram e colocaram em suas criações nomes de regiões, bairros e monumentos italianos. A Pizza Bixiga, criada pela Pizzaria e Wine Bar Prestíssimo,
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Na inauguração do Brasil Sabor, no Rio, estavam a presidente da Abrasel do estado, Ana Maria Torres, o diretor da entidade, Luciano Bartolomeu (na foto acima, no centro), o cônsul da Itália no Rio, Mario Panaro, e a presidente da Accademia Italiana della Cucina, Fernanda Maranesi (abaixo)
homenageia, através de seu prato, o tradicional bairro boêmio e reduto italiano da cidade. O sanduíche Coliseu remete ao cartão-postal romano, oferecido no almoço do restaurante Mortadela Brasil. — O festival é um evento significativo para o setor, pois é terreno fértil para estimular a fidelização de novos clientes, que estarão visitando as casas participantes. Além disso, o prato criado para o festival poderá ser incorporado ao cardápio, tornando as opções dos restaurantes mais atrativas — comenta o presidente da Abrasel de São Paulo, Joaquim Saraiva. A inauguração do Brasil Sabor, em Minas Gerais, estado que conta
com 83 restaurantes participantes, contou com a presença do secretário estadual de Turismo, Agostinho Patrus Filho, que salientou a importância do estado como destino turístico, reconhecido nacional e internacionalmente por sua culinária. — Além de incrementar o calendário de atividades dos municípios, eventos como esse capacitam nossa gente para receber com qualidade o exigente turista internacional, que estará aqui nos próximos anos para eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo — ressaltou o secretário. De acordo com o presidente da Abrasel de Minas Gerais, Fernando Júnior, o objetivo do evento é valorizar a culinária regional e a miscigenação de raças que compõe o povo brasileiro. — Temos uma grande quantidade de imigrantes italianos no Brasil, e isso fez com que nossa culinária tivesse fortes influências da terra da bota. O intercâmbio entre os países sempre traz um ganho a mais para nossa gastronomia local — enfatizou Fernando Júnior. A gastronomia sustentável no Rio de Janeiro No Rio de Janeiro, o lançamento do Brasil Sabor aconteceu no Museu de Arte Moderna (MAM), no dia 3 de maio, ocasião em que os convidados puderam degustar pratos de restaurantes renomados de várias regiões fluminenses. Na inauguração do festival, a presidente da Abrasel do Rio, Ana Maria Torres, assinou compromisso com o Ministério do Turismo para a introdução do projeto Passaporte Verde, cujo objetivo é divulgar atitudes de responsabilidade ambiental no consumo e na oferta de produtos. Paraty foi a cidade escolhida para lançar a campanha piloto, em parceria com a Agenda 21. Com essa iniciativa, a Abrasel do Rio estará mobilizando todo o setor de alimentação fora do lar, já
que esse mercado é um dos grandes responsáveis pela qualidade do meio ambiente, no que diz respeito à reciclagem, ao reaproveitamento de alimentos, ao tratamento correto do lixo e à coleta adequada de óleo. O Passaporte Verde depois será adaptado para outras cidades do Rio e para as demais regiões brasileiras. Leila Braga Passini, sócia-proprietária da Casa do Fogo, em Paraty, ressalta que muitos restaurantes na cidade já seguem práticas sustentáveis há algum tempo. — O projeto procura elucidar as pessoas sobre os lugares, as pousadas e os restaurantes que trabalham de forma sustentável. No meu restaurante, seguimos alguns princípios sustentáveis. Compramos produtos diretamente de quem trabalha de forma ecológica com agroflorestas, com agricultura familiar, e dos pequenos pescadores que respeitam o período de defesa, em que a pesca de determinados frutos do mar está fechada. Nesse período, os restaurantes da gastronomia sustentável não podem comprar tais produtos para não estimular o comércio ilegal. Outra coisa que realizamos é a coleta do óleo: para evitar que ele seja jogado nas águas, lhe damos um destino correto. Quanto ao reaproveitamento de alimentos, usamos composteiras e temos parcerias com produtores. Nada é dispensado. Na cozinha, a criatividade faz uso de tudo — explica Leila. O diretor da Abrasel do Rio de Janeiro, Luciano Bartolomeu, falou sobre a importância das parcerias econômicas e administrativas com instituições como Ambev, Sebrae e Ecolab, para a promoção do evento, e salientou que as redes sociais contribuem muito para a divulgação do festival, gerando uma maior participação do público que utiliza a internet para se informar sobre restaurantes, pratos e preços. — A AmBev, fornecedora das bebidas que acompanham os pratos, e
A inauguração, na capital mineira, contou com o secretário estadual de Turismo, Agostinho Patrus Filho, e o presidente da Abrasel do estado, Fernando Júnior. No Rio, Leila Passini (de cinza), do restaurante Casa do Fogo, é uma das representantes do projeto Passaporte Verde de Paraty
o Sebrae, que auxilia os microempresários, são nossos parceiros, bem como a Ecolab, que é a maior empresa de higienização do mundo. O Sebrae é parceiro da Abrasel na área de soluções para a gestão. Nós criamos com o Sebrae um sistema administrativo chamado “Giro”, um tipo de gestão inteligente, onde os restaurantes podem se organizar com menos desperdício. Contamos também com a participação do Senac, que, junto com o evento, divulga os cursos de bartender e de chef profissional. No estado do Rio, o Brasil Sabor não só é bom pelas parcerias econômicas, como também pelo aumento de mais de 50% no movimento do público nos estabelecimentos. Além disso, promoções nas redes sociais divulgam o festival e possibilitam a troca de informações e opiniões sobre pratos e restaurantes. No Facebook, por exemplo, quem curtir a página do Brasil Sabor concorre a uma viagem de ida e volta a Roma, o que tem a ver com o o slogan Quem tem boca vai a Roma. Além da viagem, são feitos sorteios de jantares e de livros. No final de maio, iremos imortalizar as 33 receitas, na sétima edição do livro Segredos dos Chefs — contou Bartolomeu. O Brasil Sabor desmistifica que a comida italiana se resuma a massas. O evento abre o leque de possibilidades sobre esta culinária europeia, que tanto tem a oferecer e agregar em prática gastronômica, enfatiza a presidente da Accademia Italiana della Cucina, Fernanda Maranesi. — A Itália não deve ser conhecida apenas pela massa, pois a comida mediterrânea é muito rica em vários produtos, e o festival mostra essa variedade de ingredientes e possibilidades de combinações — ressalta. O cônsul da Itália no Rio, Mario Panaro, enfatiza que o evento gastronômico colabora para fortalecer as universidades de gastronomia e fomentar o turismo. Ele vai além e defende que a boa alimentação passa pelos costumes culturais e ajuda a ter uma vida saudável. — O Brasil Sabor ajuda a veicular a mensagem de que gastronomia não é apenas uma boa mesa: é um fato cultural, é saúde, é estilo de vida — concluiu Panaro. comunitàitaliana | maio 2012
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saporid’italia VanessaCorr êadaSilva
O sabor da Emília-Romanha Restaurante em São Paulo inova ao ter como carro-chefe a piadina, pão típico de região central da Itália
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ão Paulo – Inaugurado em 2008, o La Piadina surgiu com uma proposta diferente: apresentar aos brasileiros o prato que dá nome à casa, uma espécie de pão típico da culinária da região italiana da Emília-Romanha. A ideia começou a tomar forma em 2004, quando o casal Gustavo da Veiga e Juliana Passaro se mudaram para a Europa. Advogado de formação, Gustavo pretendia fazer um curso na área de Direito na Espanha e aproveitou a viagem para obter a cidadania italiana. A meta era ficar na Itália somente o tempo necessário para realizar o processo, mas eles acabaram morando em Milão por três anos, onde trabalharam em restaurantes. De volta a São Paulo, fizeram uma pesquisa de mercado para saber que produtos da culinária do país ainda eram pouco explorados e escolheram a piadina. — São Paulo é uma cidade muito concorrida na gastronomia e precisávamos de um bom diferencial. Então, encaramos esse desafio de apresentar a piadina — explica. Como o prato era pouco conhecido, Gustavo e Juliana também colocaram no cardápio massas e carnes. O inhoque artesanal da casa inclusive ganhou o primeiro lugar em um concurso de cozinheiros promovido pela Federazione Italiana Cuochi. O carro-chefe do cardápio, no entanto, continua sendo a piadina, à base de farinha de trigo e azeite de oliva extra virgem, e assada em pedra-sabão, conforme manda a tradição da Emília-Romanha. O prato é oferecido em 29 sabores, com preços que vão de R$ 15,50 (pequena sabor marguerita) a R$ 29,50 (clássica, em tamanho normal). A de marguerita leva mussarela, tomate e manjericão e é servida quente. Já a clássica é servida fria e leva presunto de Parma, rúcula e mussarela de búfala. Para a sobremesa, é possível escolher entre piadinas recheadas com nutella e doce de leite, acompanhadas de sorvete. Os italianos vêm especialmente pela piadina e muitos comem diretamente no balcão: cerca de 20% dos clientes da casa são provenientes do Belpaese que moram em São Paulo. Em 2011, o restaurante foi um dos 30 estabelecimentos que receberam o certificado Ospitalità Italiana, concedido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria a restaurantes que seguem à risca a tradição. O cliente do La Piadina pode pedir pequenas alterações nos pratos, mas não encontrará uma piadina com catupiry, por exemplo. — Adaptamos o mínimo possível as receitas, sempre tentamos Muitos clientes da casa são italianos fazer os pratos do modo que moram em São Paulo e querem mais italiano possível — matar as saudades da piadina diz Gustavo. 52
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Piadina clássica Rendimento : 8 porções Tempo de preparo: 30 minutos
Ingredientes: 500g de farinha; 125 ml de água; 25 g de sal; 10 g de bicarbonato de sódio; 1/5 de um pé de rúcula fresca; 7 fatias de presunto cru cortado fino; 6 unidades de mussarela de búfala cortada ao meio. Modo de preparo: Disponha a farinha em forma de pirâmide em uma superfície lisa. Com a ponta dos dedos, faça uma cavidade no centro da montanha de farinha. Adicione o bicarbonato de sódio bem espalhado e o azeite também bem espalhado sobre a farinha. Misture a água e adicione um pouco no meio da cavidade feita com os dedos. Então, comece a trabalhar a massa com a ponta dos dedos, adicionando a água devagar até o final, sempre trabalhando a massa energicamente até que fique lisa, elástica e homogênea. Faça bolinhas como as de pizza de aproximadamente 100g e deixe-as repousar por meia hora. Estenda as bolinhas de massa com um rolo de pizza ou em cilindro em uma espessura de aproximadamente meio centímetro. Asse os discos em uma frigideira ou chapa bem quente sempre atento à textura da massa, girando-a uma só vez. Coloque a rúcula sobre metade da massa, acrescente a mussarela de búfala em cima e cubra com as fatias de presunto cru.
Serviço: La Piadina Rua Professor Atílio Innocenti, 911 - Vila Olímpia – São Paulo Telefone: (11) 3926-5427 Segunda e terça, de 12h às 15:30h; de quarta a sábado, de 12h às 15:30h e das 19h às 23:30h. Domingo de 12h às 18h
la gente, il posto ClaudiaMonteiroDeCastro
Cantina tirolese
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om esse friozinho que está fazendo na Itália, a melhor coisa é se conformar e aproveitar o que o inverno oferece de bom. Principalmente no mundo da gastronomia. Ora, os favoritos dos gulosos no inverno são dois: chocolate quente e fondue. Uma ótima dica para se aquecer e mangiare che ti fa bene é experimentar o fondue de carne ou de queijo da Cantina Tirolese (Via Giovanni Vitelleschi 23), um restaurante, ora bolas, tirolês. Fica perto do Castel Sant’Angelo e a decoração é rústica, bem estilo chalé austríaco. O Vaticano fica pertinho, e o local é frequentado também por quem trabalha lá. Antes de se tornar papa, Benedetto XVI era cliente assíduo.
A cada morte de papa
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em uma expressão idiomática muito divertida em italiano: ogni morte di papa. Traduzindo para o português, fica “a cada morte de papa”. Usa-se a expressão para ilustrar um evento que acontece muito raramente, e nada como a morte de um papa para exemplificar tal raridade. Afinal, mesmo se alguns papas tiveram papados relâmpago, como Urbano VII (de 15 a 27 de setembro de 1590), que ficou somente 13 dias, na maioria das vezes, duram bons longos anos. O mais longo foi o de São Pedro: mais de 30 anos. O segundo mais longo foi o do Papa Pio IX (de 1846 a 1878): 31 anos, 7 meses e 23 dias. O terceiro lugar fica com o muito querido Papa João Paulo II, cujo papado durou de 1978 a 2005: 26 anos, 5 meses e 17 dias. Quando este papa tão adorado faleceu, não tive dúvidas: acompanhei um amigo que morava em Roma, o padre Harlei, para dar um “pulinho” no velório. Ficamos na fila na Praça São Pedro oito horas para ver o corpo do papa. Afinal, quantas vezes se participa de um evento deste tipo? Ora, ogni morte di papa!!! Foi emocionante ver como as pessoas confraternizam na fila. Da mesma forma, fui ver o novo papa se apresentar na janela, como manda o ritual. No último mês de fevereiro, quando nevou abundantemente em Roma, foi um novo estupor, pois neva em Roma ogni morte di papa. Em Roma, a última vez que nevou dessa maneira foi em 1985 e eu não morava aqui. Quando acordei e vi meu terraço branquinho, todo coberto de neve, minha rua, os carros, as antenas parabólicas, os tetos, tudo branquinho, que grande emoção! A cidade já é linda, com suas ruínas a cada esquina, ruas carregadas de história, seus paralelepípedos e praças grandiosas. Com a neve, ficou um cenário de sonho, irreal, um filme de Fellini. Claro que muitas pessoas ficam furiosas com os políticos que não sabem reagir num momento raro desse tipo e com os comerciantes que, nos bairros menos centrais, fecham tudo. Não se coloca sal nas ruas, os veículos não têm correntes de pneu para neve, a cidade vira um verdadeiro caos. Porém, para quem não tem carro e conta com o metrô perto de casa, como no meu caso, foi uma grande alegria poder ver o centro de Roma branquinho, a piazza di Spagna e sua escadaria, as esculturas dos monumentos com sua nova “roupa” branca, os bonecos de neve, os tetos, tudo branquinho. Era como se fosse uma nova cidade, uma Roma até então desconhecida para mim. Ainda mais emocionante que ver a cidade sob este véu de noiva, foi ver as pessoas esbanjando sorrisos e bom humor, fazendo guerra de bolas de neve, olhando para tudo com ar de surpresa e alegria. Coisa, que, nesse momento de crise, se vê a cada morte de papa!
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