2 minute read

Programa de treinamento brasileiro é apresentado em evento na Colômbia

Curso de Atualização para Práticos foi tema de palestra de congresso sobre acidentes

O vice-presidente da Praticagem do Brasil, prático Bruno Fonseca, ministrou palestra durante o 2o Congresso de Lições Aprendidas de Graves Acidentes ou Incidentes em Manobras de Praticagem. O evento foi realizado, de 19 a 21 de abril, em Cartagena das Índias, pela Associação Nacional de Pilotos Práticos da Colômbia (Anpra).

Bruno abordou o programa de treinamento dos práticos brasileiros, referência internacional, que já recebeu colegas de Angola, Argentina, México e Uruguai. Por delegação da Autoridade Marítima, essa tarefa cabe ao Conselho Nacional de Praticagem, que coordena o Curso de Atualização para Práticos (ATPR). A reciclagem é obrigatória a cada cinco anos.

O modelo brasileiro completa 20 anos em 2023 e atende às recomendações da Resolução A.960 da Organização Marítima Internacional (IMO). O curso no Brasil se iniciou antes da promulgação da Resolução A.960, que culminou com a revogação da Resolução A.485. Atualmente, o ATPR está no quarto ciclo de treinamento, que se encerra em 2026.

O vice-presidente explicou como a praticagem no país é regulamentada e como o curso é dividido. A primeira fase é feita a distância, com módulos de Legislação, Inglês, Segurança Pessoal, Primeiros Socorros, Sobrevivência no Mar, ECDIS, Radar, Posicionamento Dinâmico e Azipod. Na segunda etapa, prática, grupos de até 12 práticos participam de debates, palestras e exercícios em simuladores. Essa fase acontece em centros de instrução da Marinha no Rio de Janeiro (RJ) e em Belém (PA), mas o centro de simulações do Instituto Praticagem do Brasil, em Brasília, está sendo credenciado para também a oferecer.

– A cada cinco anos, o programa é reformulado, mantendo sempre o enfoque na Resolução A.960 e apresentando ao aluno a evolução dos equipamentos de auxílio à navegação, de propulsão e das técnicas do seu emprego na manobra do navio – informou Bruno.

Ele destacou ainda que o ATPR emprega práticos instrutores formados no Maritime Institute of Technology and Graduate Studies (Mitags), nos Estados Unidos:

– Os instrutores conseguem identificar a relação entre teoria e prática, unindo sua experiência em situações reais à didática de ensino. Isso aumenta a motivação e a eficácia do treinamento.

De forma opcional, os alunos podem fazer uma capacitação, no Panamá, em modelos tripulados reduzidos, que reproduzem o compor- tamento das grandes embarcações. Em 2022, foram formadas três turmas com esse intuito.

Além do ATPR, acrescentou Bruno, quatro praticagens já contam com simuladores próprios para aperfeiçoamento regular da experiência, treinamento de situações de emergência e rápida familiarização com novos navios. São elas as do Ceará (CE), Maranhão (MA), Rio de Janeiro (RJ) e São Francisco do Sul (SC).

Desde 2008, a Anpra promove eventos de segurança marítima e fluvial. Representantes de diversos países e esferas de atuação participaram do segundo congresso. A programação teve temas como controle de estresse, navegação autônoma e seu paralelo com a aviação, incidentes com navios-tanque, controle de tráfego marítimo, uso de simuladores como prevenção de acidentes, análise de riscos e medidas de mitigação, além de casos específicos de ocorrências em diferentes países, não apenas na América Latina. Práticos do mundo todo estiveram presentes, entre eles os do Brasil, Chile, Uruguai, Panamá, Canadá, da Colômbia, Alemanha, França, Espanha e Austrália.

This article is from: