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Como foi o 57o Encontro Geral da Associação Europeia de Práticos

O valor do capital humano no cenário de inteligência artificial e navios autônomos foi o foco da reunião

O vice-presidente da Praticagem do Brasil, prático Bruno Fonseca, representou a entidade no 57o Encontro Geral da Associação Europeia de Práticos Marítimos (EMPA). O evento foi realizado em Roma, após 20 anos da última edição na Itália (Gênova).

O valor do capital humano foi escolhido como norte da reunião, diante do interesse mundial em acelerar o desenvolvimento tecnológico sobre inteligência artificial e sistemas autônomos de navegação.

– Evoluções relacionadas a realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial e metaverso são altamente preocupantes, já que propostas específicas prometem substituir o trabalho humano parcial ou totalmente. Nenhuma máquina pode atingir o nível de consciência, alerta ou tomada de decisão dos seres humanos.

Somos únicos em nossa capacidade de responder com inteligência, flexibilidade e proporcionalidade a mudanças de ambientes e situações. A inteligência artificial sempre será limitada em design, confiabilidade e, o mais importante, em segurança – disse em sua mensagem de abertura o presidente da Federação Italiana de Práticos de Porto, Roberto Bunicci.

O presidente da EMPA, Erik Dalege, argumenta a necessidade urgente de enfatizar a contribuição humana como elemento-chave em todo o processo:

– Nossa profissão seria inconcebível sem a intuição humana, a experiência, a competência, o conhecimento, a habilidade e a capacidade de todos os envolvidos na praticagem. Nos referimos não apenas ao prático altamente treinado que conduz uma manobra extremamente complexa do navio com sua tripulação, mas também à importância do treinamento a bordo, à interação do prático com o pessoal em terra e à importante tarefa daqueles que embarcam o prático no navio e dele o desembarcam.

O evento contou com a presença do presidente da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA), Simon Pelletier. Os assuntos foram discutidos em painéis. No primeiro, “Os desafios do fator humano”, debateram-se a realidade dos navios autônomos, a praticagem remota e o cenário atual da praticagem americana.

O segundo painel tratou de “Regulação versus os riscos de embarque e desembarque de práticos”. Foi traçado um panorama sobre a regulação europeia (EU Regulation 352/2017). O prático holandês Arie Palmers ministrou palestra sobre os dispositivos de embarque. Já a Federação Francesa de Pilotos Marítimos (FFPM) exibiu um vídeo educativo com histórico de acidentes de trabalho entre 2001 e 2021 e sobre como reconhecer arranjos irregulares. Também foi apresentado o acordo entre 27 Autoridades Marítimas (Paris MoU) que implementaram sistema único de port state control

No último painel do primeiro dia – “A importância da comunicação na praticagem” –, os temas foram a contribuição dos práticos para a segurança da navegação, o papel do prático na equipe de passadiço, além da presença de mulheres na praticagem e como chegaram à profissão no continente europeu.

No segundo dia, “Trabalho em equipe na praticagem” e “Desenvolvimento do treinamento de segurança ocupacional” foram os tópicos em discussão. Para o vice-presidente da Praticagem do Brasil, a participação nesses eventos é muito importante.

– É uma forma de trocar experiências com colegas de trabalho do mundo todo e perceber como a praticagem brasileira está bemorganizada e ocupa posição de vanguarda no contexto mundial –destaca Bruno.

Todas as palestras estão disponíveis em empagmrome2023.com, na seção Press.

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