Ano 1
Nº 7 Maio 2013
RODOVIA DA MORTE
Terror no asfalto O medo de quem anda pela pior rodovia federal de Minas enquanto a duplicação não chega
Polêmico
Vou de ônibus
Social
Silas Malafaia dispara contra gays
As aventuras de uma incrível viagem de quatro dias até o Peru
CONCEITO recebe boas vindas em Manhuaçu com toda a pompa
Conheça nossos
Colaboradores CLORES LAGE
INOCÊNCIO MAGELA
JOÃO PAULO DE OLIVEIRA
JANAÍNA DEPINÉ
Bianco Cunha é formado em Comunicação Social pela UFJF e é pós-graduado em Marketing. Tem experiência de trabalho na Rússia e atualmente trabalha na Orquestra Sinfônica Brasileira.
Artista notável nos mais variados campos de expressão. É pintora, escultora, escritora, documentarista, cineasta, inventora. Clores é plural.
Formado em Filosofia pelo Seminário São José e em Pedagogia pela UFMG. É diretor da empresa Dialétika e coordenador técnico de cursos de capacitação do Sicoob em 8 estados.
Formado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Univale. Especializado em Redação Publicitária pelo Ateliê das Letras. Redator na agência Óbvio Comunicação.
Jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Consultora de etiqueta há uma década, ministra cursos e palestras e é autora do site elegantesempre. com.br
JOSÉ FRANCISCO
JULIANA RANGEL
JULIANA TEDESCO
LAURO MORAES
LUCAS PELOSO
TAINÁ COSTA
Mestre em Direito pela UGF/RJ, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Estratégica de Cooperativas. Professor Universitário.
Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Univale. Escreve desde agosto de 2011 o blog julianarangel.com.br abordando moda, beleza e assuntos femininos.
Jornalista valadarense, radicada nos EUA há 12 anos. Formada pela Boston University como tradutora e intérprete em 2009, é proprietária da empresa Mass Translations.
Jornalista e especialista em Políticas Públicas pela Univale. Mestre em Cultura e Turismo pela Universidade Estadual de Santa Cruz, acumula passagens por três afiliadas Rede Globo. É professor em cursos de Comunicação desde 2005.
Graduado em Gastronomia pela Estácio de Sá, Lucas Del Peloso já chefiou grandes empresas como o Grupo Porcão e o La Isla. Atualmente esta à frente das criações do Restaurante Villa Roberti, em BH.
Formada em Comunicação Social pela UFJF. Cursou parte da graduação na Universidad de Salamanca, na Espanha. Hoje coordena o Marketing na BRMALLS e cursa Marketing no Coppead – UFRJ.
ADRIANA PORTUGAL
Adriana Portugal é graduada em Direito pela Faculdade Milton Campos, pós-graduada em Direito do Trabalho pelo Unicentro Newton Paiva, presidente do Grupo da Fraternidade Martha Figner e conselheira do Instituto Nosso Lar.
BIANCO CUNHA
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Editorial P
assados quase 20 anos, o capítulo mais triste da história do sistema penitenciário brasileiro vai finalmente ganhando alguns esclarecimentos que faltaram à época em que de fato aconteceu. No dia 2 de outubro de 1992, acontecia em São Paulo o que convenientemente acabou sendo conhecido por ‘massacre’, como de fato o foi: 111 detentos (números oficiais) do antigo presídio do Carandiru foram mortos por policiais militares durante uma rebelião. Por sinal, o histórico de levantes sanguinários e outras tantas chacinas anteriores àquela não deixa nenhuma saudade dos muros, demolidos em 2002. No mês passado, quando se deu início o processo contra 26 dos 83 policiais acusados de homicídio, o governador de São Paulo na época, Luiz Antonio Fleury Filho, prestou depoimento e deu uma declaração no mínimo espantosa. “Não dei ordem para a entrada. Mas a entrada foi absolutamente necessária e legítima. Se estivesse no meu gabinete, teria dado [a autorização para a invasão da polícia]. A polícia não pode se omitir”, afirmou. Pressupõe-se, até que o contrário seja provado, que o ex-governador referiu-se apenas à entrada dos policiais no presídio e não às execuções em massa lá dentro efetuadas. Mas vem do cinema brasileiro pelo menos uma das lições mais sórdidas de como se dá uma ação policial cujo resultado tenha requintes de violência. Ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope), Capitão Nascimento é o personagem central – e fictício – no aclamado filme de José Padilha Tropa de Elite 2 (2010). No longa-metragem, Nascimento presta depoimento a uma CPI instaurada para apurar a existência de milícias na PM. Ele admite não saber por que nem por quem matou cada bandido, mas faz uma revelação: “policial não puxa
conceito Um novo contexto em notícias
Revista Conceito Ltda. CNPJ: 16.671.290/0001-35 Endereço: Rua Olegário Maciel, 569 Esplanada - CEP: 35010-200 Governador Valadares-MG Site: www.conceitorevista.com Email: contato@conceitorevista.com Telefone: (33) 9989-4092 / 9968-7171 As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.
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esse gatilho sozinho, não”. Fazendo uso dos próprios dizeres iniciais do filme, “apesar das possíveis coincidências com a realidade, este filme é uma obra de ficção”. Mas sem dúvida a forte ligação com a vida real e os acontecimentos da Casa de Detenção nos obrigam a pensar sobre de quem, afinal de contas, parte o comando para determinadas ações que são de responsabilidade do Estado. Alguém que não foi quem deveria ter sido autorizou o massacre, cujo início se deu, segundo relato de testemunha, por conta de uma briga iniciada entre dois detentos no Pavilhão 9. O que talvez tivesse terminado com uma pequena intervenção em alguns segundos se transformou numa carnificina. Um dos peritos que foram ao presídio após o massacre, Osvaldo Negrini Neto afirmou em seu depoimento como testemunha de acusação que, ao entrar no pavilhão, ficou com sangue até a canela. A ação penal contra os acusados é tão complexa que foi dividida em blocos. A previsão da própria justiça é que o processo se arraste ao longo de todo o ano de 2013. Mas, independentemente do veredicto, a pilha de mortos espalhados pelos corredores naquele 2 de outubro de 1992, a dor dos familiares de cada preso assassinado e até o eventual sentimento de justiça que possa vir da ação que ora transcorre parecem ainda não ser motivos suficientes para desencadear uma onda de reflexões acerca do futuro. O sistema penitenciário no Brasil segue rigorosamente o mesmo fluxo, salvo outras poucas ações mais bem sucedidas de ressocialização dos presos, motivadas mais por ONGs e entidades filantrópicas e menos pelos responsáveis de direito. Outras centenas de presídios estão espalhados país afora, alguns com a garantia institucional de serem de segurança máxima. Mas basta riscar um fósforo para que outro Carandiru aconteça. Mesmo 20 anos depois.
DIRETORIA Diretor-presidente Getúlio Miranda Diretoria Executiva Dileymárcio de Carvalho – MG 6697JP Sonia Augusta Miranda REDAÇÃO Jornalista Responsável André Manteufel – MTb MG-10456 Jornalistas Freelancers Ana Paula Teixeira Josi Gonçalves
Correspondente em Caratinga Eduardo Fraga Correspondente em Manhuaçu Lauro Moraes FOTOGRAFIA Ramalho Dias - Gov. Valadares Wellington Sarmento - Manhuaçu CAPA Divulgação EDITORIA DE ARTE Diagramação Andressa Tameirão – MG-14994JP
Designer Gráfico Carlos Faria Projeto Gráfico Andressa Tameirão IMPRESSÃO Gráfica Del Rey - Belo Horizonte-MG TIRAGEM 3.000 exemplares Periodicidade mensal Contato Comercial: Valadares - Fernanda: (33) 3273 1179 / 9952 1411 Manhuaçu - Michel Gantus: (33) 9962.3777 Caratinga: (33) 9954-0297
Índice Nosso chef ensina duas deliciosas receitas de bacalhau
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Pastor Silas Malafaia fala sobre gays e distanciamento dos católicos
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Valadares marca presença no Minas Trend Preview, na capital mineira
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COM A PALAVRA
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BIANCO CUNHA
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JULIANA TEDESCO
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CLORES LAGE
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ESPECIAL
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JOVEM
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GLAMOUR
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INOCÊNCIO MAGELA
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JOSÉ FRANCISCO
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LAURO MORAES
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ADRIANA PORTUGAL
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COLUNA SOCIAL MANHUAÇU
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LUIZ GUSTAVO (BILÓ)
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JOÃO PAULO
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COLUNA SOCIAL CARATINGA
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Boom imobiliário promove verticalização e muda cenário de Manhuaçu
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com a palavra
Por André Merlo E-mail: andremerlo@yahoo.com.br
Revolução
à mineira
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u sempre acreditei que o trabalho é a melhor maneira de transformar qualquer sonho em realidade. E como eu sempre sonhei muita coisa – para mim, para minha família, para minha cidade – eu posso dizer, com satisfação, que conheço bem o poder transformador de um trabalho feito com dedicação, competência e muita vontade de ser o agente da mudança que desejamos para a nossa realidade. Por toda a minha vida, e muito antes de me dedicar à política da forma que faço hoje, eu já compreendia que o inconformismo e a reivindicação só têm valor se vierem acompanhados de ação. Foi com essa consciência que eu me propus a participar mais do que como um associado na minha entidade de classe, a União Ruralista. Coloquei-me à disposição para assumir as rédeas dessa instituição e desde então venho trabalhando muito, sempre respaldado no apoio e no companheirismo da minha diretoria. Da mesma forma aconteceu a minha candidatura a prefeito de Governador Valadares. Tendo comigo um grupo forte, plural na democracia de pensamentos, mas coeso pelo desejo e necessidade de renovação política do cenário regional, e mais especificamente, da nossa cidade, empreendi uma jornada que eu sabia ser hercúlea, mas para a qual, novamente, me cerquei de grandes e fiéis companheiros. Assim combatemos o bom combate, debatemos idéias, projetos, formas de promover mais desenvolvimento e crescimento para nossa região, tão estagnada. Ao final da campanha, se não colhi os louros de uma vitória nas urnas, tive a satisfação de ver a força de uma sólida semente ali plantada. Inicialmente desconhecido de grande parte da população, eu percorri um longo caminho, me fazendo ouvir e ouvindo a voz de tantos que me trouxeram palavras de apoio, de críti-
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ca, de reivindicações e aflições pessoais e comunitárias. Conversar com estas pessoas, com todas as suas diferenças e diversidade, foi um grande aprendizado. Porque é realmente conversando que a gente se entende. Somos mineiros, se não de nascimento, certamente de coração, e temos em nossa herança política a tradição do diálogo e da conciliação. Nada pode ser mais revolucionário do que deixar de lado as diferenças pessoais em nome do que é benéfico para toda a comunidade. A matemática é simples: pra quê dividir as lideranças, se é possível somar forças e multiplicar os resultados? Foi com este pensamento, o da união pelo desenvolvimento, que eu aceitei, recentemente, mais um desafio. Ao assumir a Subsecretaria do Agronegócio da Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, eu, que pautei quase toda minha trajetória profissional na área do Agronegócio, e como representante dos produtores rurais, sempre reivindiquei, solicitei, sugeri mudanças, tenho agora a chance de trabalhar por todo o estado, e de forma especial pela nossa cidade e região, que carecem tanto de investimento. É unindo forças que conquistamos as maiores vitórias. É nisso que eu acredito. É com esta fé que eu me coloco à disposição e quero trabalhar muito mais ainda. Vou onde for chamado e sentir que posso contribuir. Sem deixar de lado minhas convicções, meus valores, a ética e a honestidade que aprendi com meu pai. Mas com os olhos voltados para minha comunidade, minha cidade, meu estado. Porque esse é o nosso jeito de fazer política. André Luiz Coelho Merlo – Engenheiro, Pecuarista, Empresário, Presidente da União Ruralista Rio Doce, Sub-Secretário de Estado do Agronegócio.
bon vivant
Bacalhau
Especial:
Por Lucas Peloso E-mail: lucasdelpeloso@hotmail.com
A
história do bacalhau começa nos mares gelados do Atlântico e Pacífico Norte. Segundo especialistas, os vikings foram os responsáveis pela descoberta do potencial do peixe, conhecido como Cod, espécie em abundância nos mares que navegavam. Como não possuíam sal, secavam o pescado ao ar livre para
poder consumi-lo posteriormente ao longo das viagens que faziam. Já a técnica de salgar o peixe e comercializa-lo é creditada aos bascos, povo que habitava os Pirineus, entre França e Espanha. Eles já dominavam o sal, e utilizaram o processo para conservar o peixe por mais tempo. O bacalhau só chegou ao conhecimento dos
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portugueses no século XV. Como eles precisavam de produtos nãoperecíveis para suas longas viagens, encontraram nesse peixe a chave para a sobrevivência durante asgrandes navegações. Nesse período de descobertas o bacalhau chegou ao Brasil pela primeira vez em 1808, com a vinda da corte portuguesa conduzida por D. João VI. Atualmente o bacalhau é fortemente vinculado à cultura gastronômica brasileira devido ainfluência portuguesa no decorrer da colonização. Datas especiais são marcadas com a presença dessa iguaria em ceias e confraternizações. Tratando-se de bacalhau, é importante ressaltar que a espécie Gadus Mohua é tida como a melhor, sendo classificada como bacalhau verdadeiro. Essa espécie é proveniente do Oceano Atlântico, nas regiões do Canadá e do Mar da Noruega. A espécie Gadus Macrocephalus, que habita o Oceano Pacífico na região do Alasca, ocupa o segundo lugar em termos de qualidade e excelência, sendo largamente comercializada devido ao melhor custo. Já o Saithe é um tipo mais escuro e de sabor mais forte. É o tipo mais importado atualmente e é o campeão de vendas no Brasil. É utilizado para bolinhos, tortas, mexidos, saladas e ensopados de bacalhau. A arte de preparar um bom bacalhau começa pela escolha do produto. Opte sempre por aqueles que possuírem caudas largas e abertas. Se o produto já estiver cortado, prefira as postas largas e grossas. A escolha dos ingredientes também é importante para o sucesso da receita. Pimentões, batatas, tomates, azeitonas, cebolas, palmito e azeite extra virgem são indispensáveis na maioria das receitas. Mas é possível ousar outras combinações como: castanhas, vinho, espinafre, alho-porro, leite de coco e até mesmo azeite de dendê. Além de nutritivo e saudável, o bacalhau é extremamente versátil de se fazer. Basta usar a criatividade.
03 colheres de sopa de creme de leite 01 colher de sopa de manteiga Sal e pimenta do reino a gosto Parmesão para gratinar Modo de preparo Cozinhe o bacalhau, retire a pele e as espinhas. Separe as lascas e reserve. Refogue a cebola na manteiga e reserve. Cozinhe as batatas em água com sal até que elas estejam bem macias. Transfira as batatas ainda quentes para uma batedeira e acrescente a cebola refogada e o creme de leite. Ligar a batedeira na velocidade 1 e ir acrescentando o azeite em fio. Quando a mistura estiver lisa e homogênea, desligue a batedeira e envolva as lascas de bacalhau na mistura. Verifique o tempero e passe para uma fôrma refratária untada com manteiga. Salpique queijo parmesão e leve ao forno para gratinar. Sirva como entrada com torradas ou como prato principal com arroz branco.
A arte de preparar um bom bacalhau começa pela escolha do produto. Opte sempre por aqueles que possuírem caudas largas e abertas. Se o produto já estiver cortado, prefira as postas largas e grossas. A escolha dos ingredientes também é importante para o sucesso da receita. Pimentões, batatas, tomates, azeitonas, cebolas, palmito e azeite extra virgem são indispensáveis na maioria das receitas.
Brandade de bacalhau à Espanhola Ingredientes 400 g de bacalhau demolhado e limpo 02 cebolas bem picadas 02 xícaras de chá de azeite 04 batatas
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Bacalhau Confit Ingredientes 400 g de lombo de bacalhau dessalgado e 10 unidades de cebolas baby 01 pimentão vermelho cortado em tiras 01 pimentão amarelo cortado em tiras 10 unidades de batatinhas baby 01 ramo de tomilho 01 ramo de alecrim 50 g de azeitonas pretas 500 ml de azeite extra virgem Sal e pimenta do reino a gosto Modo de preparo Ligue o forno na temperatura máxima e deixe aquecendo por pelo menos 1 hora. Cozinhe as batatinhas em água com sal
e reserve. Numa frigideira, coloque 2 colheres de azeite, refogue os pimentões e as cebolas até que estejam dourados. Acrescente o tomilho, o alecrim e tempere com sal e pimenta. Reserve. Em uma forma refratária disponha os pedaços do lombo de bacalhau ainda crus, e intercale com as batatas, a mistura de cebolas baby e pimentões refogados e as azeitonas pretas. Regue com o azeite extra virgem até cobrir totalmente os pedaços de bacalhau. Leve a forma refratária ao forno pré-aquecido, conforme indicação inicial. Desligue o forno e não abra mais a porta dele durante 20 minutos. Passado esse tempo, o bacalhau estará confitado e cozido. Sirva com arroz de castanhas.
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colaborador
Por Bianco Cunha E-mail: bianco.cunha@gmail.com
Qual é a sua I
turma?
magine a situação: você está em sua casa, acompanhando o seu programa de TV favorito. Pode ser uma série, um desenho animado ou até o futebol com o seu time do coração. Já reparou que temos a necessidade de comentar ou falar sobre aquilo que gostamos com nossos amigos, conhecidos e parentes? Vamos para um exemplo clássico, o futebol. Os grandes jogos acontecem nos domingos. Logo, as segundas-feiras se transformaram no dia oficial das rodas de bate-papo sobre o assunto. Esta situação mostra a necessidade que temos de compartilhar experiências, opiniões e ao mesmo tempo de nos sentirmos parte de um grupo que compartilha dos mesmos interesses. O mesmo acontece quando falamos sobre internet. Nas antigas comunidades do Orkut, tínhamos grupos de pessoas que compartilhavam os mesmos interesses e gostos. Algumas comunidades eram maiores do que grandes cidades brasileiras. Um exemplo era a “Eu Odeio Acordar Cedo”, que tinha mais de 6 milhões de membros.
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O fato é que as redes sociais acabaram por diminuir distâncias, aproximando naturalmente as pessoas. Só no Brasil, são mais de 46 milhões de pessoas conectadas ao Facebook, compartilhando fotos, vídeos e atualizações. Ainda sem o mesmo sucesso das comunidades do Orkut, o Facebook tenta emplacar seus grupos de discussão. Dentro dos grupos é possível interagir com usuários que tenham o mesmo interesse, compartilhar informações e criar pesquisas. O grande problema dos grupos é que diariamente somos adicionados em discussões das quais não temos o menor interesse em participar. Provavelmente você, que utiliza um perfil no Facebook, já passou por uma situação semelhante. Participando ou não de grupos, o certo é encontrar pessoas que possam trazer algo novo dentro de temas que compartilhamos. O acesso a informação se tornou algo fácil. Com apenas alguns cliques é possível encontrar aquilo que precisamos. E, conhecendo as pessoas certas, esta tarefa se tornará ainda mais tranquila!
bola da vez Fotos: Sonia Miranda
Silas Malafaia Silas Malafaia O pastor movido a polêmicas Por André Manteufel George Gonçalves Sonia Augusta Miranda
A
controversa declaração de Dilma Rousseff (PT), então ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, ao jornal Folha de S. Paulo, em 2009, de que a legalização do aborto se tratava de uma questão de saúde pública e que sua aprovação deveria ser considerada, teve uma profunda repercussão na sociedade brasileira. Àquela altura, ela já era tratada dentro do partido como a pré-candidata petista à sucessão presidencial. Mas, no momento da afirmação, talvez não tivesse imaginado que, um ano depois, já como candidata, sofreria uma enxurrada de críticas e de campanhas contrárias à sua eleição pela opinião assumida publicamente. As mobilizações, promovidas principalmente por grupos religiosos, ganharam tamanha força que ela se viu obrigada a recuar e garantir que este e outros temas polêmicos, como a união civil entre casais do mesmo sexo, ficariam a cargo do Congresso Nacional e não do seu governo. Algumas das críticas mais contundentes à ministra vieram da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Mais especificamente do pastor Silas Malafaia, presidente da congregação e também do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb). “Esse negócio de boato é conversa fiada. Não satanizo partidos políticos, mas está nos anais da Câmara e do Senado a defesa do PT ao aborto. Hoje se protege capim, planta, baleia e a vida humana é banalizada”, afirmou o líder religioso, durante a campanha eleitoral de 2010. Mas os ataques ideológicos do pastor, sempre, segundo ele, baseados nas leis de Deus, não pararam por aí. O posicionamento contrário a proposições que tramitam em Brasília, em especial o Projeto de Lei 122, que legaliza o casamento civil entre homossexuais, transformou-o numa bandeira entre aqueles que apoiam a luta contra a ampliação dos direitos civis dos gays. Por outro lado, Malafaia sai em defesa do pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, cujas declarações vêm causando uma onda de indignação entre boa parte da população brasileira. Além disso, o pastor não esconde seu distanciamento dos católicos. “Não tenho nada de ecumenismo. Tenho diferenças profundas teológicas com a Igreja Católica”, declara. No fim de março, Malafaia esteve em Governador Valadares para um grande evento religioso, que reuniu mais de 100 mil pessoas em dois dias de festa. A REVISTA CONCEITO aproveitou a visita para uma entrevista exclusiva. Naturalmente, repleta daquilo no qual se tornou um especialista: as declarações polêmicas. 11 conceito
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Revista Conceito - Ao longo das décadas em que o senhor atua como pastor, a tônica dos seus discursos é carregada de polêmicas, mas também marcada pelo diálogo aberto com os fiéis. Esta é uma receita que deu certo entre os evangélicos? Silas Malafaia - Tudo o que você faz de maneira natural, sem se programar, sem ser marqueteiro, se você tem convicção do que está falando e que está pautado por princípios... qualquer pessoa vai dar certo. Eu não me programei para fazer o que faço. Eu, há 30 anos, e é mais um pouquinho do que 30 anos que estou na TV, sempre fiz isso. Agora, com o advento da internet, com o crescimento dos evangélicos, isso vem crescendo. Mas eu faço isso há 30 anos. Defesas de fé, de família, de princípios, de influenciar na política, desde que eu tenho programa de televisão eu faço isso. RC - O senhor citou o crescimento dos evangélicos. Uma pesquisa do IBGE divulgada no ano passado mostrou que o percentual destes fiéis no país saltou de 6,6% para 22% em 30 anos. A quê o senhor atribui esse fenômeno? SM - O maior instrumento de comunicação é o ser humano. Ele é insubstituível. Eu acredito que o testemunho das pessoas com a sua família, com os seus amigos, este é o maior instrumento. Maior do que televisão e rádio. A pessoa humana é o principal instrumento de comunicação. Então eu acredito que a propagação do Evangelho é pelo testemunho dos próprios cristãos. À transformação e à maneira aguerrida da evangelização da igreja evangélica. E, lógico, Deus, que está acima disso tudo. Eu estou falando aqui da visão humana...
de cadeia. Então, lá no pátio da minha igreja, se eu tiver dois casais homossexuais se beijando, se essa lei for aprovada e eu impedir, três a cinco anos de cadeia. Que papo é esse? Outra: essa lei diz no artigo 8º, na linha B, que a prioridade – e isso é interessante –, a lei diz que nessa demanda da relação homoafetiva quem tem a prioridade são eles. E indica aos demais cidadãos: quem mandou você ser hétero? Azar o teu, o privilégio é deles! Essa lei diz, e é aqui que está uma das coisas mais vergonhosas e inconstitucionais, que se um homossexual se sentir constrangido eticamente, filosoficamente, vexatoriamente, três a cinco anos de cadeia. Agora vamos para o artigo 5º da Constituição: ‘ninguém será privado por convicção religiosa, filosófica e política’. O que é constrangimento filosófico? Isso é abstrato, subjetivo. Então quer dizer que se um gay cismar... e hoje sem lei eles armam, imagina com a lei. Então eles sabem que eu sou combatedor. Juntam quatro, cinco e dizem: ‘esse cara falou coisas que nos ofendem’. Vai eu responder um processo, contrato advogado para poder provar que não. Hoje já acontece isso. Eu tô lá num processo, ganhei na primeira instância, que eles montaram uma fita com uma palavra minha pra dizer que eu sou homofóbico. Tá lá no Conselho de Psicologia um processo porque um grupo homossexual me denunciou, e isso é tão vergonhoso, porque no meu programa de TV falei contra a PL 122. O meu programa de TV é o quê? De psicicólogo ou de pastor? O Conselho de Psicologia só pode me levar a sanções no exercício da profissão ou como conselheiro.
RC - Passa também por aí a explicação para a queda na proporção de católicos? SM - Não tem jeito. É porque a Igreja Católica ficou muito litúrgica e acabou ali naquela liturgia religiosa. O evangélico acredita que a vida cristã é para ser vivida onde você mora, onde você trabalha, numa interação social. O Evangelho não é teoria, é uma verdade, que muda, que transforma. Então essa prática vai contagiando. O Evangelho é de fato poder de Deus, porque diz a Bíblia e eu creio. Então um camarada na empresa é o camarada chato. ‘Poxa, esse cara mudou’. Aquilo é um testemunho do que o Evangelho faz. Então aquilo vai passando e vai embora. RC - Especialmente nos últimos anos o senhor assumiu discursos que penetram no meio político. O mais marcante deles, sem dúvida, é a luta contra as políticas em favor dos homossexuais. O Projeto de Lei 122, que institui o casamento civil entre os homossexuais, continua tramitando em Brasília. Qual a sua defesa para que isto não ocorra? SM - Eu sempre digo que num estado democrático de direito todos têm o direito de buscar seus interesses e defender suas ideologias, mesmo que eu não concorde. Isso é uma verdade do estado democrático de direito. Mas existe uma segunda: quando você quer seu direito para cercear o meu, aí eu vou te chamar para a briga. Porque o seu direito está no limite do meu e o meu no limite do seu. Então o PLC 122 é uma lei para privilegiar um grupo social em detrimento dos demais. É fácil provar isso. Por exemplo: o PLC 122 diz que se você impedir um ato afetivo entre dois homossexuais, você pega de três a cinco anos
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[...]o PLC 122 diz que se você impedir um ato afetivo entre dois homossexuais, você pega de três a cinco anos de cadeia. Então, lá no pátio da minha igreja, se eu tiver dois casais homossexuais se beijando, se essa lei for aprovada e eu impedir, três a cinco anos de cadeia. Que papo é esse?
Nem uma das duas. Antes da lei aprovada já tem essas aberrações. Eu discordo da união civil homossexual, mas eles têm direito de lutar por aquilo que eles acham que têm direito, mesmo eu discordando. Ok, problema deles. Você acha que eu vou me desgastar? Isso gasta energia, isso gasta um monte de coisa pra ficar aqui discutindo com caras coisas subjetivas. Não. Eles que não me chamaram pra essa briga ideológica. RC - Apesar da sua opinião contrária, o senhor acredita que chance de o projeto passar? SM- É difícilimo porque é incosntitucional, e mesmo se for aprovado existe um tribunal maior. Porque, se for aprovado, e lamentavelmente no Brasil é uma vergonha, na Constituição o que vai acontecer? Vai dar demanda. Aí você tem que contratar um advogado. É uma coisa que você perde tempo. Não é fácil. Aí você tem que ir lá provar que você estava no seu direito. Por exemplo, eu digo: homossexualismo é pecado. Aí um outro diz: ‘não, você está me constrangendo’. Aí eu vou provar que a Constituição no artigo 5º me dá o direito. Então isso cria um ambiente de muita pressão. É o jogo. Eu digo isso aqui e eles ficam loucos quando eu digo isso: no fundo eles não têm convicção do que são, porque quem tem convicção do que é se permite ao debate. Eles não suportam questionamento. Eles não suportam enfrentamento de ideias. Não suportam. O negócio deles é ganhar no grito, é jogar por baixo dos panos. É fazer lei como lá na Câmara: no último dia do recesso, com meia dúzia de deputados no Congresso. Então, esse é o jogo. RC - Aliás, ainda falando de Congresso, o senhor se posicionou em relação a outra polêmica que toma conta da Casa: a indicação do Pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O senhor já disse em entrevistas recentes que ele é vítima de um preconceito injusto. Por quê? SM - Aquilo ali são quatro gays ativistas que mamam grana em tetas de governo estatal para fazer aquilo ali. Aquilo não é povo, não, rapaz. A sociedade brasileira cristã conservadora rejeita. Vocês vão ver quantos votos vai ter o Marco Feliciano. Vão ver quantos votos tem [ Jair] Bolsonaro no Rio de Janeiro. RC - Então o senhor defende Marco Feliciano. SM - É evidente! Opinião não é crime no Brasil. Então vamos fazer o seguinte: a Xuxa nunca mais poderia fazer programa com criança, porque levou um garoto de dez anos para a cama. Então acabou lá, há 25 anos. Que conversa é essa? Um ato, até errado, de uma pessoa vai condenar ela para o resto da vida? Quer dizer que 140 caracteres de um Twitter vão determinar o que eu sou e o que eu penso? Se democracia é falar só o que é certo, não precisa de democracia. Aí eu digo: quem é que determina sobre o que é certo? Ela, a esquerda reacionária, que está por trás disso. E é uma piada. Os caras, todos eles – PSOL, PT e PC do B – que falam em direitos humanos, defendem aborto. Que moral alguém que defende aborto tem para falar de direitos humanos? Todos eles defendem aborto. Os artistas da Globo que agora vão fazer um protesto, todos eles defendem aborto. Isso é uma piada! É o fascismo do politicamente correto. Você não pode ser contra, não pode ter opinião. Eu não concordo com isso e eu adoro esse negócio. Igual, eu estive na Gabi [apresentadora do SBT]: ‘você acredita que dois homens podem criar uma criança?’ – Não! Toda a história da civilização humana é
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um homem, uma mulher e sua prole. Inclusive os gays estão aí e são resultado disso. Então não é uma questão de religião. Eu, em todos os debates, nas audiências públicas no Congresso Nacional, não usei uma vírgula de Bíblia sobre o tema. Eu não uso porque o debate é ideológico. É o modelo humanista ateísta querendo mudar o paradigma social do modelo judaico cristão. Há uma desconstrução da heteronormatividade. A Marta Suplicy tem um projeto: ‘não pode mais chamar de pai, de mãe, sabe. Vamos acabar com isso. É uma ofensa. Masculino, feminino, isso é uma ofensa’. É ideológico. Não é uma coisinha. Eu fico rindo. RC - Na mesma entrevista para a Marília Gabriela, o senhor prometeu acionar judicialmente a revista Forbes, dos Estados Unidos, que publicou em janeiro a lista dos dez pastores mais ricos do Brasil, na qual o senhor aparece com um patrimônio de US$ 150 milhões. Já fez isto? Como anda o processo? SM - Você não entra na justiça americana com conversa. Então a primeira fase foi escolher o escritório de advogados nos Estados Unidos. RC - Já foi escolhido? SM - Já estamos no finalzinho. Nós estamos no Brasil... os escritórios em Nova York ou Washington. Isso não é da noite para o dia. Mas está no final com o escritório. Eu vou entrar, não tem conversa.
RC - Alguma previsão? SM - Eu acredito que demore uns sessenta a noventa dias pra gente entrar com a ação na América. Vou entrar porque é safadeza. Isso é um jogo para denegrir, pra bloquer a sociedade. ‘Tá vendo, todo pastor é ladrão. Se pastor tiver alguma coisa é porque roubou dinheiro dos fiéis’. Como se os fiéis fossem um bando de babacas, como eu digo num português bem claro, idiotas alienados. E o malandro que manipula. Ninguém fala do dinheiro da Igreja Católica. Ninguém pergunta dos milhões e bilhões que são mandados para o Vaticano. Ninguém fala nada! Dos evangélicos, querem rotular como o pastor malandro, dono do dinheiro. Eu fico rindo. Bandido, vagabundo e ladrão tem em tudo quanto é segmento. Tem pastor, tem padre, tem político, advogado, médico e por aí afora. Todo lugar tem. Quem é que pegou imposto de renda e colocou na tela da TV? Eu botei meu imposto de renda na tela do meu programa na Gabi porque é o estilo do programa, eu falei pra ela antes, porque é sigiloso. So o juiz pode quebrar o sigilo do teu imposto. Eu mostrei, nao devo nada. [No programa De Frente com Gabi, do SBT, o pastor revelou quanto declarou à Receita Federal: um total de R$ 4.239.490,32, referentes a vários imóveis e participação em duas empresas das quais é sócio]. RC - Muitas dessas críticas não seriam por conta da teologia da prosperidade, defendida pelo senhor? SM - A crítica nao é por isso, porque o pessoal de fora nao entende disso.
Show evangélico em Valadares: município praticamente divide fiéis católicos e protestantes
RC - Vamos explicar então... SM - Existe o besteirol teológico da prosperidade e existe a teologia bíblica da prosperidade. São dois pontos antagônicos. Prosperidade na Bíblia é obedecer às leis de Deus. Quer ser próspero? Obedeça as leis de Deus. Tem um salmo, Salmo 112: “bem-aventurado o homem que teme ao senhor e que em seus mandamentos tem grande prazer. A sua geração será poderosa na Terra, a descendência do justo será abençoada, fazendo riqueza na sua casa”. Existe a prosperidade. Deus é um Deus que abençoa, que muda. Agora eu pregar que você vem para Deus por causa disso, isso é um besteirol teológico. Eu dizer que você vai ficar rico, é besteirol. Nunca disse isso. Então, tem gente egoísta que não suporta ver o liberal. Mexe com ele quando você fala de oferta. Porque ele é egoísta, ‘então vamos bombardear esse cara’. Agora, eu atendo mais de duas mil pessoas por dia em obras sociais, e isso não se faz com capim, isso se faz com muito recurso. Eu tenho programa em mais de duzentas nações via satélite. Eu tenho programa em rede nacional do Brasil, que é a TV mais cara do mundo. E isso não se faz com conversa. Então essa é a conversa dos covardes, que não apresentam textos da Bíblia. Eu já preguei, eu anunciei um mês: ‘eu vou mostrar qual a minha teologia da prosperidade e eu vou desafiar alguém a me contradizer’. Tô esperando eles até hoje. Eu falei: ‘me contradiz aqui na Bíblia’. Tudo com argumento filosófico. Ninguém disse: ‘esse texto que você citou está errado, esta conjectura teológica está errada’. Então, é um blá blá blá porque eu estou há 30 anos na TV fazendo defesas de fé. Como a gente fala, um apologista, e sendo voz profética há 30 anos.
Para Malafaia, o crescimento de evangélicos se deve à pregação da Palavra, na cotramão do excesso de liturgia dos católicos
RC - No senso comum, muita gente faz ligação entre a teologia da prosperidade e a questão financeira. Então não é por aí? SM - A teologia da prosperidade não envolve só finanças. Envolve
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bem-estar pessoal, relacionamento pessoal com Deus. A teologia da prosperidade da Bíblia não é uma coisa exclusiva de finanças. RC - Mas é o carro-chefe... SM - – Não tem carro-chefe. Prosperidade na Bíblia é obedecer as leis de Deus. Você quer ser próspero? Obedeça a Deus! É o que a Bíblia ensina. Ou você acredita ou não acredita, ou crê ou não crê. Pergunte aos evangélicos por que eles estão na igreja. É por causa de pastor? Eu vou dar gargalhadas. Um cara falar que é por causa de um cabra que está lá na frente falando? Ninguém fica 20, 30 anos numa coisa se não aconteceu algo na vida dele. Porque é Deus que faz isso, não é o pastor. Então a prosperidade na Bíblia é finanças, paz com Deus, bem-estar... Prosperidade é você viver bem com aquilo que Deus permite você ter. Eu brinco sempre com isso, eu falo o seguinte: aqui mora um cara que ganha dois mil, do lado direito dele um que ganha cinco, do lado esquerdo um que ganha sete mil e ele vive melhor do que os outros dois. Isso é properidade. O outro não tem paz, fica perturbado, não dorme direito. Então a prosperidade é um leque maior do que finanças. Mas os egoístas, e aqui é que está, para muitos seres humanos, e eu sou pscicólogo, o seu estilo de vida denuncia o seu defeito. Pra muitos seres humanos a sua virtude denuncia o que está incomodado. Muito camarada no meio evangélico, quando vê alguém no meio liberal, fica louco porque ele não dá nada para ninguém. Eu brinco sempre: o espírito de Judas está aí. Quando uma mulher derramou um alabrasto aos pés de Jesus, Maria, Judas ficou louco. ‘Esse dinheiro aí podia ser dado aos pobres!’ E ele nunca deu nada para os pobres. É o hipócrita. Não é que ele está preocupado com o pobre, porque a liberalidade do outro denuncia o seu egoísmo. É aqui que está a chave da brincadeira, seja no meio evangélico ou em outro meio. Como é que pode o cara que nem é evangélico falar? Pega aí as revistas e os jornais online e veja os comentários. Você é membro de uma igreja evangélica? Por que está preocupado com a instituição? Não. É porque aquilo denuncia o egoísmo dele. RC - Falando um pouquinho de Valadares, por que o município foi escolhido para sediar o Vitória em Cristo? SM- O Brasil tem mais de cinco mil cidades. Eu oro a Deus e analiso para fazer o evento. Como eu estava aqui no ano passado e o Flamarion [Rolando], da Quadrangular, é meu amigo, aí conversa vai, conversa vem, ele disse: “poxa, pastor, podia fazer um evento aqui”. Aí eu falei: “ano que vem vamos fazer”. Eu não escolho ‘ah, vamos fazer só em capitais, cidades acima de um milhão de habitantes’. Minha visão não é essa. RC - O senhor recebeu recentemente o Título de Cidadão Valadarense da Câmara Municipal e nos últimos anos esteve no município, agora para participar do evento “Vida Vitoriosa Para Você”. O
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senhor coloca o município no rol das referências evangélicas do país? SM - Valadares é uma entre tantas cidades que tem uma igreja evangélica forte, que tem um trabalho forte, e que tem milhares de pessoas que precisam ouvir o Evangelho, como qualquer outra cidade. Eu não distingo entre uma cidade maior e uma cidade menor. É povo, é Brasil, é brasileiro. Então eu não faço essa distinção. Eu não vou só em capitais, só em coisas grandes. Não. Faço coisas grandes e faço em cidades menores também. Então eu faço a mesma coisa. O palco aqui tinha 650 metros quadrados. Só teve um palco maior do que esse em Manaus, com 680 metros quadrados. Depois de Manaus foi aqui. Eu estive em Fortaleza, que é um monstro de uma cidade; eu estive em Porto Alegre, que é um monstro de uma cidade; estive em Salvador. Então eu não meço se é uma cidade pequena. Eu faço as mesmas estruturas, anuncio na Globo, outdoor... qualquer lugar que eu vou é o mesmo padrão. RC - O senhor tem alguma proximidade com as lideranças católicas? SM - Eu não tenho. Não tenho nada de ecumenismo. Tenho diferenças profundas teológicas com a Igreja Católica. Respeito porque é uma religião, tem que respeitar. É um país com diversidade de religião. Agora, se amanhã, pode ser até espírita, ateu, disser: ‘eu defendo a família tradicional’, eu vou estar com esses caras nessa causa. Qual o problema? RC - O que espera do Papa Francisco na condução dos católicos? SM - Só mesmo os católicos podem dizer. Quem está de fora, porque eu estou de fora, não sou. Se acham que uma pessoa vai frear o crescimento dos evangélicos, desculpa, mas eu tenho que rir. Só posso dizer isso, eu vou rir porque isso não tem nada a ver. Eu acho que para os católicos isso é bom porque renova, traz uma perspectiva nova. Isso é da natureza. Toda mudança gera crise ou expectativa. Então, eu vejo como o líder de uma grande religião, mas não vejo como sucessor de Cristo, nem como sucessor de Pedro. A nossa teologia não encara isso. Eu respeito como líder de uma religião. Nada mais, nada menos. RC - Que lembrança deixa para Valadares? SM - Eu digo sempre o seguinte: o homem sem Deus nunca será completo. Se dinheiro fosse tudo, rico não dava tiro na cabeça. É Deus quem completa o homem. Deus trata o homem como um ser biológico, psicológico, sociológico e espiritual. Alguns religiosos pensam que o ser humano é só religioso, por isso tem problemas na vida. Outros pensam que não é um ser espiritual. Entenda que você pertence a quatro mundos: ao mundo biológico, ao mundo psicológico, sociológico e espiritual. Se você minar um desses, você vai ter problema. Deixa Deus dirigir a sua vida, ser o senhor da sua vida, e Ele vai ajudar você a ter uma vida melhor. Agradeço a recepção, o carinho, o amor de Valadares e desejo toda sorte de bençãos para a cidade e para as famílias daqui.
Não tenho nada de ecumenismo. Tenho diferenças profundas teológicas com a Igreja Católica. Respeito porque é uma religião, tem que respeitar. 15 conceito
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Dicas para o Por Janaína Depiné E-mail: janaina@leadcomunicacao.com.br
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ão há dúvidas de que o e-mail virou a comunicação mais usada por boa parte da população mundial. Rápido e prático, ele nos poupa de longas conversas ao telefone, agiliza a comunicação, adianta assuntos e – cuidado! – também se transforma em documento. Para fazer um bom uso dessa ferramenta, separei 16 dicas valiosas. Fique atento(a)! 1. E-mail é para comunicação rápida. Então, seja breve e tenha poder de concisão no seu texto. 2. Use parágrafos curtos. Nada de longas
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construções. Vá direto ao ponto. 3. Fique de olho na gramática. Revise antes de enviar. 4. Jamais escreva em caixa alta. Na internet ela sinaliza que você está GRITANDO! 5. Não envie correntes ou spam, especialmente do e-mail corporativo. Também não acredite em qualquer alarmismo que lê. Pesquise bem a veracidade antes de disseminar o caos. 6. Quando mandar e-mail para várias pessoas, coloque os destinatários em cópia oculta (Cco). Assim você evita que as pessoas “roubem” o e-mail do outro e ninguém sabe
uso elegante do e-mail quem mais recebeu sua mensagem. 7. Formate seu texto antes de enviar para o visual ficar limpo e agradável. Textos um pouco maiores exigem que você faça uma “quebra” em várias partes para melhor leitura. 8. Só use abreviaturas (com moderação) com pessoas mais próximas. 9. Quando enviar um e-mail profissional com cópia siga a hierarquia. 10. Não clique em links desconhecidos. 11. Não abuse da opção “Responder a todos”. Só use isto quando for realmente necessário. 12. Escolha o assunto (subject) bem coerente com o conteúdo para que chame a atenção de quem vai receber.
13. Só use URGENTE ou IMPORTANTE no campo “Assunto” do e-mail quando de fato for urgente ou importante. Caso contrário você cairá em descrédito. 14. Ao mandar um currículo por e-mail, faça-o personalizado para o destinatário. Mandar como spam soa desespero ou relaxo. 15. Evite ao máximo mandar e-mail com confirmação de leitura. Soa como fiscalização. Só faça isso quando há prazos envolvidos ou é necessário comprovar que o sujeito leu o e-mail. 16. Em e-mails profissionais nunca se despeça com “Beijos”, mas “Atenciosamente (ou Att.,)”, “Cordialmente”, ou no caso dos mais próximos: “Abraços”.
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Água mineral: de olho na embalagem
Por Ana Paula Teixeira
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e onde vem sua água? A pergunta pode parecer simples, mas você já parou pra pensar nas opções que faz ao consumir o elemento mais importante para a saúde? Você fica de olho na qualidade do líquido e na embalagem? Se a resposta a essas perguntas é ‘não’, é bom mudar de atitude. O rótulo, por exemplo, traz dados imprescindíveis para sabermos se a água a ser consumida está mesmo adequada para o consumo. Já que nem sempre é possível compreender a relação entre a contaminação e a embalagem da água mineral, dar uma conferida nas informações pode ser um bom começo. Alguns empreendimentos localizados em áreas urbanas podem apresentar riscos de contaminação
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bacteriológica pela presença de esgotos sanitários ou industriais. Em outros casos, a contaminação pode ser proveniente da decomposição de matéria orgânica em processos naturais. Outra possibilidade de contaminação também diz respeito à forma escolhida para captação de água, podendo ser poço tubular ou fonte. Dependendo da forma como foi construído, também podem provocar contaminação bacteriológica. Aliás, mesmo com todos os cuidados, a contaminação pode ter início já na distribuição, com a falta de equipamentos, manutenção inadequada e assepsia. Ou, enfim, a água chega até as máquinas para o envase, onde novamente se deve ter cuidados extras na higienização das embalagens, princi-
Na Água Krenak, a qualidade do produto começa antes do envazamento. O cuidado até na armazenagem do produto ganhou aprovação dos órgãos fiscalizadores
palmente as retornáveis, como é o caso das de 10 e 20 litros. Fique atento Na hora de comprar a água mineral, dificilmente o consumidor se atenta a informações como essas. De acordo com Tábata Scherrer, proprietária de uma das fontes da Água Mineral Krenak, é importante ficar de olho na composição química informada no rótulo das garrafas ou galões de água. “As taxas de sódio e bicarbonato, por exemplo, são informações que indicam se trata-se de uma água pesada ou leve; taxas muito altas tornam a água pesada para o consumo diário”, orienta. Tábata também explica que a cada três anos o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) realiza a
coleta da água mineral e faz a análise do produto através do Laboratório de Análises Minerais (Lamin). “É uma análise obrigatória e, de acordo com os resultados, precisamos alterar rótulos de todas as embalagens, conforme a mínima alteração de cada composto químico”, revela. Também é válido conferir no rótulo o controle de qualidade da Anvisa e ainda se a água mineral é fluoretada ou natural, como é o caso da Água Krenak. A última análise química realizada pelo Lamin na água comercializada pela Krenak, em agosto de 2011, provou que os índices detectados em sua composição química garantem a qualidade e a leveza desta água “com um teor maior de sódio e bicarbonato, por exemplo. A água mineral pode ser aprovada pelo laboratório, porém com uma classificação diferente das águas mais saudáveis”, sustenta Tábata Scherrer. “A água Krenak é leve porque apresenta os minerais na dose certa”, acrescenta.
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Baú de
saudades
Por Juliana Tedesco E-mail: julited@gmail.com
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m meio a tantas bugigangas, resolvo abrir uma caixa no fundo de uma das gavetas. Surpresa minha: ali continha uma das mais preciosas jóias que um dia pude adquirir. Minha coleção de fotos que juntei ao longo de uma carreira de dez anos como guia internacional. Meu Deus! Era como se eu tivesse encontrado um baú cheio de moedas de ouro e muita pedra preciosa. Não existe dinheiro no mundo que pague minha emoção. Começo a esmiuçar lentamente cada álbum de foto. O primeiro trazia algumas aventuras numa estação de esqui em Montebello, cidade na província de Quebec, no Canadá. Até “body jump”
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na neve rolou. Olho para a foto e vejo que além de viajar também já fui louca… risos… Sei que cada lugar me marcou unicamente. Não é possível fazer comparações. Abro o segundo maço de fotos e encontro uma Juliana cheia de sorrisos e sem medo, com uma cobra enrolada no pescoço, mostrando aos passageiros que aquilo era normal e que é impossível sair do Marrocos sem tirar uma foto com uma cobra naja saindo de um cesto e provar para todo mundo que andar de camelo era como andar de bicicleta. (Me lembro bem as caras feias pelo cheiro dos pobres bichinhos). Nossa! No terceiro álbum a emoção foi mui-
to grande. Estou na primeira foto com o guia local na cidade de Santiago de Compostela, e ao fundo a maravilhosa Catedral (aquela mesmo que o jogador Ronaldinho quebrou a vidraça tempos atrás). A cidade é pura magia, e por instantes me transporto pelas ruelas da antiga Espanha: Salamanca, Sevilha, Toledo, Granada e a famosa cidade de Alhambra – uma jóia da arquitetura universal com palácios e jardins suspensos, construídos na Dinastia Nazira. Chego a ficar sem fôlego. Foi uma viagem de minutos e tive a sensação de que nunca ia acabar. Um toque de telefone me chama para a real. Atendo e ninguém diz nada. Parece até combinado. Algo queria me trazer um pouco para o presente. Insisto e volto a viajar. Não dava pra parar. Eu fui seguindo na sequência em direção à terra dos nossos amigos lusitanos. Portugal é muito lindo. Percorrendo o norte do país, passo por pequenas vilas onde encontramos as “viúvas de preto”. São famosas. Essas senhoras, ao perderem seus maridos, têm como tradição ficar bordando nas portas de casa. Todas vestidas de preto, dos pés à cabeça. Cenário sem igual. Me encontro depois de alguns quilômetros em Porto. A cidade é muito antiga e um pouco destruída pelo tempo. Mas nada que pudesse tirar a magia da preparação para uma degustação dos famosos vinhos do Porto (me lembro que algumas vezes tinha que levar alguns passageiros para o hotel de táxi. Era um tal de experimentar uma garrafa de cada... Experimentar uma garrafa? Uau! Adrenalina ou álcool puro – chamem como quiser). Lembro-me de um dia estar na frente de uma das mais famosas vinícolas e, por um momento, penso ver alucinações. Vindo em minha direção um ônibus público escrito “Valadares”. Era um bairro de lá. Aí é demais. A mais de dez mil quilômetros da minha pequena e pacata cidade natal, eu vejo um transporte público com direção a Valadares passar na minha frente. E a cena não podia ser outra: eu correndo atrás do ônibus pedindo ao motorista para parar. Ele gentilmente parando para eu embarcar. Mas ele não sabia que eu queria era tirar uma foto para mostrar para o pessoal lá de Valadares, a cidade. Essa foto, que eu agora comento para vocês. Ai ai! Está ficando complicado, porque eu agora estou com saudades de Valadares, cidade, aquela onde passei toda minha infância e onde vou matar um pouco as saudades de um tempo que não volta mais. Que tal combinarmos outra ocasião, levar vocês de novo para outro tour dentro do meu pequeno universo cheio de tantas recordações? Até lá! Lembranças de Marrocos: andar de camelo é tão comum quanto andar de bicicleta
Santiago de Compostela (Espanha), hoje está na memória e no álbum de fotografias de Juliana Tedesco
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Por Clores de Andrade Lage E-mail: cloresalage@hotmail.com
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Se a moda pega
comum perde o lugar. Um casal da nossa cidade (Governador Valadares) queria morar na Ilha dos Araújos, mas em uma residência que tivesse a fachada contemporânea. Caberia aos profissionais contratados (José Drumond e Carla Machado) sedimentarem a ideia para que o cliente pudesse desfrutar com total plenitude. O serviço solicitado serviu de inspiração, foi um desafio gratificante para quem já gosta de inovar e assim poder viajar na fantasia e realizar desejos. Desenvolvi uma escultura de aço inox para uma área externa. Os clientes ficaram encantados, e quem passa na rua fica a observar também. São momentos assim que deixam a gente feliz. Cabeça nas nuvens com os pés no chão.
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Eles usaram produtos ecologicamente corretos, com qualidade obedecendo à gestão ambiental. O jogo de volumes, a mescla de materiais de acabamento, as cores, a escultura e a diversidade deram vida e forma à fachada, despertando os olhares de quem passa pela Avenida Rio Doce. Todos se surpreendem com tamanha beleza. O visual branco com marrom confere a beleza da construção civil. Vamos inovar? Sinta você também essa alegria, coloque obras de arte na fachada da sua casa ou do seu prédio ou jardim. Temos excelentes escultores (grandes mestres na arte de esculpir) e muitos valadarenses não os conhecem. A todos os envolvidos nesse projeto os nossos parabéns. Esperamos que a moda pegue e que a nossa cidade seja referência nacional nessa inovação.
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As 3 dimensões – Mundo onírico
Legenda das fotos: 1 - São José de Calazaus (Escultura em resina de Idalino Santiago Pego –33-32781642 / 8816-8637) 2 - A Lavradora Deficiente, do Weslei 3 - Carregador de Água (Cerâmica de Paulo Cimini) 4 - Tucano - Material Concreto, escultura executada por duas mãos (Paulo Cumini e Idalino Santiago Pego – 33-3278-1642 / 8816-8637) 5 Arandela em concreto (Paulo Cimini – 33-3278-1642 / 8850-1642)
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Quanto TEMPO a gente tem Por Tainá Costa Email: tainaacosta@gmail.com
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tempo é uma coisa muito relativa. Por exemplo: demorar 10 minutos para chegar a um hospital pode ser uma eternidade ou pode ser muito rápido. Completar mais um ano de vida pode ser ótimo quando se faz 18 anos, mas pode começar a pesar quando se passa dos 29 para os 30 anos e você não tem emprego, não casou nem está namorando, não comprou um carro, um apartamento e não está nem perto de completar o checklist da idade adulta imposto pela sociedade. Tudo depende do seu referencial. Hoje as coisas acontecem muito rápido. Isso faz com que um ano, que outrora demoraria quase o dobro do tempo para passar, hoje demore a metade. Portando, eu ouso criar um termo para explicar esse fenômeno. Não existe sensação térmica? Então também pode existir algo que eu chamaria de sensação temporal. Você acha que o tempo passa de uma maneira, mas o que o relógio ou calendário aponta é outra coisa. Parece que foi ontem que, ao encontrar com amigas da minha mãe, elas se assustavam ao saber que eu estava na faculdade. Hoje sou eu que olho para as “crianças” e me assusto quando descubro que elas estão na faculdade e já têm 20 anos e já namoram e dirigem. O tempo passa para todo mundo. Inclusive para mim e para as crianças. A velocidade aparente com que as coisas
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acontecem é tão grande que até assusta. E eu digo aparente porque o tempo passa da mesma forma como há 50 ou 100 anos. Um minuto tem 60 segundos e uma hora tem 60 minutos. Não tem mistério. O que acontece é que uma atividade que antes demandava mais tempo, hoje é feita em minutos, até segundos. Antes você mandava uma carta e demorava dias ou até meses para chegar. Hoje você manda um e-mail e a mensagem chega em segundos, independente da parte do mundo onde o destinatário está. Mas para outras coisas essa regra não vale. Por exemplo: antes era normal casar e ter filhos antes mesmo de fazer 20 anos. Hoje, com 20 anos, os jovens pensam em construir uma carreira primeiro para depois pensar em casamento (já a parte dos filhos não obedece tanto a essa regra). Ao mesmo tempo, as cidades estão crescendo cada vez mais e o tempo que você economiza com a modernização das coisas você acaba perdendo no trânsito, por exemplo. E não há nada mais frustrante que a sensação de perder tempo, seja no trânsito ou em filas. Todo mundo tem tanta coisa pra fazer que o dia precisaria ter 48 horas para dar tempo de fazer tudo e ainda dormir. Onde isso vai parar eu não sei. O que eu sei é que, independente da sensação temporal, uma hora continua tendo 60 minutos e cada um desses minutos é muito precioso para ser desperdiçado.
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Por André Manteufel
Carnificina ocorrida todos os anos na BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, estimula população de Minas a cobrar a duplicação da estrada, que em 2012 fez 277 mortes em 2.564 acidentes 25 conceito
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xcesso de curvas, buracos, pista estreita, sinalização inadequada ou encoberta pelo mato e tráfego intenso de carros e principalmente de caminhões. A combinação de tantos elementos perigosos numa rodovia federal há anos obsoleta só poderia resultar numa estatística fatal: milhares de acidentes ocorridos todos os anos, dos quais mais de mil pessoas saem feridas e pouco mais de uma centena tem suas vidas dizimadas. Os números acabaram por batizar a BR-381 com um nome mais apropriado: ‘rodovia da morte’. Dar fim ao histórico de tragédias que marcam os 310 quilômetros entre Belo Horizonte e Governador Valadares é visto hoje como a prioridade máxima no Estado para dez entre dez mineiros que trafegam pela via ou que já choraram a morte de algum amigo ou familiar. Mas a urgência na duplicação e a reelaboração do traçado da pista vai ganhando adeptos de outros lugares do Brasil. Um deles é Luciano Carlos, de Recife (PE), que há 13 anos arrisca a vida na boleia de um caminhão pela BR-381. Acostumado a se enveredar da capital pernambucana até São Paulo (SP) – aproximadamente 2.670 quilômetros de distância – levando e trazendo mercadorias, ele não hesita em afirmar: a pior parte do longo trajeto é mesmo a 381. “A rodovia precisa de uma revitalização. Tem pontes mui-
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to estreitas, as faixas não dão condição pra gente trafegar com segurança. A deficiência da estrada é enorme. Muitos colegas nossos, parceiros, perderam suas vidas, morreram na estrada”, relata. Ele admite que andar pela rodovia chega a causar frio na espinha até nos caminhoneiros mais experientes. “A gente que atravessa esse pedaço até Belo Horizonte, vê que existe uma segunda faixa com uma vala. Se perder o controle não volta mais”, observa. O colega de profissão Jean Leonardo Stefanelli também redobra os cuidados quando se trata da 381. Embora admita que há outras estradas em condições mais precárias que a rodovia que corta Governador Valadares, o caminhoneiro chama a atenção para alguns perigos iminentes. “A gente vê muita ultrapassagem em lugar perigoso, lugar onde a pista podia ser duplicada ou ter pelo menos uma faixa auxiliar. Outra coisa que está visível pra todo mundo são as placas de sinalização. Tá tudo tapado com mato”, reclama. A avaliação de quem mais transita pela BR pode ser comprovada em números. No ano passado, houve nada menos que 277 mortes, somando os óbitos registrados na Rodovia Fernão Dias, no trecho mineiro que liga Belo Horizonte a São Paulo, e sobretudo no trajeto entre a capital mineira e Valadares. Somente nesta parte da estrada, aconteceram 2.564 acidentes ao longo de 2012.
Fluxo de caminhões circulam próximo a Valadares: além das curvas acentuadas e da imprudência, BR381 coleciona mortes também pelo tráfego intenso de veículos
“Nós temos na BR-381 uma Boate Kiss todo ano. Lá morreram 248 pessoas [sic] num evento. Mas aqui na BR isto acontece sempre, todos os anos”, compara o deputado estadual Hélio Gomes (PSD). A relação com a tragédia de Santa Maria (RS), em janeiro deste ano, leva o parlamentar a fazer outro alerta. Segundo ele, as falhas verificadas na casa noturna geraram uma mobilização nacional para verificar o risco de incêndio em outros lugares. Mas a mesma atenção não aconteceu na rodovia. Hélio Gomes: BR-381 é tão fatal quanto tragédia no Rio Grande do Sul
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Luz no fim do túnel
Os números da duplicação
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- Valor total da obra: R$ 4 bilhões em investimentos - Trecho a ser duplicado: cerca de 205 quilômetros de trecho duplicado - Estão previstas junto com a duplicação: * 64 obras de arte especiais (17 pontes e 47 viadutos) * 5 túneis (2.385 metros de extensão) * 20 passarelas * 99 paradas de ônibus * Mais de 83.300 metros de defensas Fonte: Dnit via site Nova 381
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A boa notícia é que a mobilização reivindicada pelo deputado estadual pode finalmente ter saído do papel. Em janeiro deste ano, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) deu o pontapé inicial para um movimento que pretende ultrapassar as barreiras da simples luta pela duplicação da BR-381. O movimento, intitulado Nova 381, ganhou identidade, adeptos e força política. Em Governador Valadares, o projeto foi apresentado no mês de abril, seguindo um extenso plano de trabalho que seguirá pelos próximos meses. A promessa é de apoiar e monitorar as obras de duplicação até a conclusão e, paralelamente, elaborar e implementar um plano que assegure a chegada do desenvolvimento ao Leste de Minas juntamente com a estrada já remodelada. “O nosso objetivo é que a população e a classe empresarial entendam a Nova 381 como instrumento de desenvolvimento econômico da região leste do Estado. Ela não é um fim em si mesma. Ela é meio para que esse desenvolvimento aconteça, inclusive o desenvolvimento social”, esclarece Sérgio Lourenço, superintendente de Desenvolvimento Empresarial da Fiemg e um dos coordenadores da Nova 381. Para isso, já existem quase 30 empresas e instituições apoiando a iniciativa. Os organizadores querem criar células em cidades que representem cada um dos oito trechos que deverão ser licitados até o dia 6 de junho. Cada célula, formada por representantes da sociedade civil, ficará responsável por monitorar todas as etapas da obra, orçada em R$ 4 bilhões.
“A deficiência da estrada é enorme. Muitos colegas nossos, parceiros, perderam suas vidas, morreram na estrada” Luciano Carlos, caminhoneiro
Batalha Mas ainda há um entrave a ser vencido e que pode emperrar temporariamente a licitação do chamado Bloco 1, correspondente ao trecho entre Belo Oriente e Governador Valadares. Nesta parte não está prevista a duplicação, mas apenas a implantação de uma terceira faixa. A prefeita valadarense Elisa Costa promete empenho para que a duplicação chegue ao município. “Felizmente o edital já foi mais uma vez lançado e aguardamos então o início das obras. Vamos reforçar o pedido ao novo secretário dos Transportes [ministro César Augusto Rabello Borges] e a presidenta Dilma para que a duplicação chegue a Governador Valadares”, garante. A presidenta da Fiemg Regional Rio Doce, Rozâni Azevedo, avalia que o projeto no molde atual se deve à falta de força política. Mas comemora o que já foi conquistado até o momento. “Como Valadares é muito difícil de receber qualquer apoio do Governo do Estado ou do Governo Federal, pra mim a terceira pista já está satisfatória. É melhor do que nada”, sugere, acrescentando que o trecho mais fácil da duplicação seria exatamente o Bloco 1. “Nós não temos nenhuma obra de arte, nenhum viaduto. Nós não temos nada pra ser construído”, diz.
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A gente vê muita ultrapassagem em lugar perigoso, lugar onde a pista podia ser duplicada ou ter pelo menos uma faixa auxiliar. Outra coisa que está visível pra todo mundo são as placas de sinalização. Tá tudo tapado com mato. Jean Leonardo Stefanelli, caminhoneiro
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MINAS
TREND PREVIEW
Verão 2013 / 2014
A moda mineira que invade o Brasil Por Juliana Rangel Blog: www.julianarangel.com.br
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brindo a temporada de vendas para o verão 2014, aconteceu entre os dias 9 e 12 de abril a 12ª edição do Minas Trend Preview, na Expominas, em Belo Horizonte. O evento é uma das principais feiras de lançamento de moda e acessórios do país, promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Nesta edição, o salão de negócios da feira contou com a participação de 205 expositores, e passaram pelo evento compradores de vários estados do Brasil e de países como Estados Unidos, Dinamarca, França, Reino Unido, Polônia, Paraguai, Colômbia e Arábia Saudita. Esta edição teve como tema as tecnologias: analógica e digital. Focando no mercado local, a feira propôs explorar a força do artesanato no trabalho de estilistas e marcas mineiras. Tanto na passarela como no salão do negócio foram apresentadas peças que mesclam o artesanal com o industrial, traduzindo um pouco da essência e dos diferenciais locais da moda mineira. Os bordados, pedrarias, rendas, paetês e aplicações estavam presentes na moda conceitual desfilada nas passarelas e também 30 conceito
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na moda comercial, em quase todos os estandes do salão do negócio, principalmente nas roupas de festa. As coleções de marcas de festa vão abusar do brilho e das transparências, deixando a mulher feminina e elegante. A cartela de cores para o próximo verão passa pelo branco, amarelo, laranja, vermelho, azul e verde. O preto-e-branco, que já é tendência nesse inverno, permanece no verão. Mas o destaque será para peças com estampas geométricas. O animal print, que de um jeito ou de outro está em alta há algumas temporadas, vem no próximo verão na textura de cobra; as onças quase nem aparecem. As estampas são coloridas, digitais e geométricas, mas o que apareceu bastante foram as estampas alegres inspiradas em mar, praia e oceano. Os vestidos vêm com cintura marcada, em modelagens mais amplas estilo kaftan, o também tomara-que-caia. O cropped também é presença garantida. Afinal, é um estilo que combina com o verão. Nos acessórios o que reina é o exagero: maxi brincos enormes, mas feitos com materiais leves e metálicos. Os maxi colares estilo babador saem de cena e dão lugar aos colares grandes, mas quase sempre feitos com aplicação de pedras e peças com brilho.
Marcas valadarenses Governador Valadares marca presença no Minas Trend desde sua primeira edição. Para apresentar as coleções do verão 2014, foram as marcas Amoor, Ananda, Da Isadora e Katmos. Todas com coleções inspiradas nas cores do verão e na modelagem da mulher brasileira. Com os negócios feitos na feira, as marcas valadarenses vestirão mulheres de norte a sul do Brasil.
Hérika Sendas, Ananda; Karina Xavier, Katmos; Raquel Coelho, Da Isadora; Wadson Amorim, Amoor. 31 conceito
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jovem Foto: Vinícius de Souza
Keysiane
Gonçalves Por Sonia Miranda
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esde criança Keysiane Gonçalves já manifestava um desejo intenso de ser cirurgiã dentista. E foi freqüentando junto com a sua mãe estes ambientes que acabou deixando ainda mais evidente sua vontade de trilhar pela área da saúde. Hoje já formada, não esconde a felicidade de ter às mãos o poder de realizar sonhos e ver a alegria de cada paciente ao final de um tratamento, revigorando a auto-estima que estava em baixa. E assim, cada vez mais certa de que realizou o próprio sonho, Keysiane se sente realizada quando está rodeada pelos aparelhos ortodônticos dedicando-se àquilo que sabe fazer: tratamento de canal, cirurgias, clareamento a laser e caseiro, limpeza e muito mais. Mude você também seu sorriso. Agende seu horário pelo contato (33) 3272 2561.
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glamour
Sonia Miranda
Expansão A diretora da Faculdade Pitágoras Mércia Pena, ao lado do superintendente do GV Shopping, Sílvio Figueiredo, recebeu diversas autoridades municipais e a imprensa para anunciar uma importante obra para Valadares e região: o prédio onde funciona a Faculdade irá dobrar de tamanho. Consequentemente, o número de alunos também será maior, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo e solidário, através da principal ferramenta de desenvolvimento de qualquer país: a educação. 1
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Legenda das fotos: 1 - Edison Gualberto e Dênis Leite 2 - Juliano Almeida, Jacqueline e Marcelo Catalumba
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Legenda das fotos: 3 - Silvano Gomes e Silvio Figuereido 4 -Mércia Cristina e Inês Cabral 5 - Sabrina Rena, Elaine Siqueira, Carmen Pina 6 - Pedro da Utilar 7 - Antônio Mario
Evento Bréscia
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O evento em homenagem aos 4 anos de sucesso do programa Tudo de Bom GV, apresentado por Bréscia Gusmão na TV Rio Doce, recebeu diversos convidados ao lado do seu produtor e esposo Fernando Cassapa. A festa foi super prestigiada, e tudo aconteceu no espaço de festa Taj Mahal, que tem a direção de Daniel. E por lá estiveram o presidente do Cisdoce, Juraci Fidelis; a secretária executiva do Cisdoce, Meire Lanes; Gustavo Aroso; Dr. Evandro Santos; prefeitos de Itabirinha (Dego Reis), Capitão Andrade ( Juca), Tumiritinga ( Juliano Vicente) e de Divino das Laranjeiras (Maicon Brito); Gustavo Guimarães; Cleiton Borges; Iline Soares; Juceline Soares; Geralda Cordeiro; Ivanor Tassis; Tessa e Antonio João; Vinícius Queiroz; Flávio Destro, e muito mais gente bacana que fez questão de prestigiar o evento. Parabéns, Bréscia!
Fotos: Fernando César Costa/ Ass. Imprensa Dep. Bonifácio Mourão
Medalha da
Inconfidência O ano de 2013 está sendo especial para André Merlo. O pecuarista, que recebeu posse na Subsecretaria de Agronegócio do Estado de Minas Gerais, foi homenageado com a honrosa Medalha da Inconfidência, entregue no dia 21 de abril, em Ouro Preto. E não é pra menos. Além de ter suas raízes familiares ligadas a pecuária, Merlo é conhecedor das necessidades dos produtores não só de Valadares como de toda a região. Sua trajetória profissional é comprovada também pela participação em empresas e entidades de diferentes segmentos. A indicação do político à maior condecoração de Minas Gerais é motivo de orgulho para os valadarenses e para o deputado estadual e líder de Governo na Assembleia Legislativa, Bonifácio Mourão. 3
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Legenda das fotos: 1 - Sophia, José Miguel, Mourão, Alexandre, Andreia, André e Creuza Merlo 2 - André ao lado do vice-governador Alberto Pinto Coelho 3 - Paulinho Costa, Zenólia Almeida, Mourão e Marcos Sampaio 4 - José Geraldo Prata, Afonso Bretas e André 5 - Guilherme Olinto e Almyr Vargas
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Retalhos Niver Sayonara Calhau
Pureza de alma, simplicidade e carisma. Assim podemos definir Sayonara Calhau, que entra e sai de todas as rodas sociais pela porta da frente. Prova disso é o prestígio com que realiza anualmente a festa para a entrega do Troféu Aplauso. Este ano a 20ª edição do evento já tem data pra acontecer: dia 27 de setembro, no Ilusão Esporte Clube. Mas não é só na badalada festa que Sayonara recebe todos os mimos. O colunismo social feito com altas doses de competência se converteu em cumprimentos no aniversário de 49 anos dessa colunista que está sempre em alto astral! E foi em grande estilo. Sayonara Calhau recebeu os parabéns da prefeita Elisa Costa e de muita gente boa da Princesa do Vale: Áurea Nardely; Carmen e Renato Fraga; Rozâni Azevedo; Valéria e Beto Mol; Kátia Paolielo; Iracy de Matos; Regino Cruz; Fátima Simões; Salete Neves; Aracy Bonfim; Célia Silva e Érika; Deborah Spirit; Beto Monte Alto e Bya; Cristina e Wesley Lima; Berenice Magalhães; Yana Cardoso; Samara Nick e muitos outros amigos.
Show
E está chegando a hora do show de Jota Quest, que se apresenta no próximo dia 11, a partir das 22h, na Sociedade Recreativa Filadélfia, em Governador Valadares, em comemoração aos 46 anos do clube. Informações e venda de ingressos pelo telefone 3276-7645.
Douglas Neves
O presidente do Sindijóias de Minas Gerais, Douglas Neves, teve uma experiência de dar inveja a qualquer mulher: ele conheceu de perto um vestido todo em ouro – no total 7 kg – do estilista Victor Dzenk, com 4.500 paetês em ouro, criado para a Anglo Gold. E aí, meninas, ficaram curiosas?
Univale
Sob a gestão da reitora Mylene Lucca, a Univale está adequando seu portfólio de cursos de graduação, pós-graduação e de serviços, buscando acompanhar as transformações do mercado profissional geradas pelo dinamismo da ciência e da tecnologia. A Universidade vem estabelecendo parcerias no sentido de agregar pesquisadores de renome nacional ao corpo docente de seus programas de mestrado, cumprindo sua missão de promover pesquisas que contribuam para o desenvolvimento da nossa região.
Chica Linda Inaugura sua FlagShip
Chica Linda – marca especializada em moda infanto-juvenil – inaugura sua primeira FlagShip no centro de Governador Valadares, precisamente na Rua Bárbara Heliodora, 369. O ambiente surge com novo conceito de consumo, usando artifícios sensoriais que aguçam os cinco sentidos e a criatividade, a fim de gerar aproximação, integração e uma prazerosa relação da marca com os clientes. Vale a pena conferir! 37 conceito
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Auto-análise
para quem se considera maduro Por Inocêncio Magela E-mail: dialetika@dialetika.com.br
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a evolução do homem deve-se considerar uma dupla dimensão: a do crescimento e a do desenvolvimento. A dimensão do crescimento contempla a evolução física e fisiológica da pessoa, enquanto a dimensão do desenvolvimento contempla a evolução psicológica e sociológica. É bem possível que essas duas dimensões possam andar dissociadas. Quem não conhece um adolescente de 1,80 metro, com a mentalidade de 11 anos? Quem não conhece um adulto barbado, com dependência de sua mãe transferida para sua esposa? É possível identificar uma mulher adulta, cuja filha administra, com bom senso, as inadequações comportamentais de sua mãe?
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Surge então uma questão curiosa para muitas pessoas: o que vem a ser a maturidade? Chris Argyris, um consultor em comportamento organizacional, apresenta alguns critérios de identificação da maturidade nas pessoas. E ele propõe mesmo que façamos um auto-exame a partir de um questionário simples, mas que requer muita sinceridade ao se lidar consigo mesmo. Através do quadro que se apresenta abaixo, procure fazer uma auto-análise, atribuindo mentalmente um valor entre 1 e 10 ao que represente a consciência que você tem do seu grau de desenvolvimento, situado entre os dois polos: a imaturidade e a maturidade. Faça isto, mas antes leia por completo todo o artigo que se lhe apresento.
Continuum Imaturidade 1
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1. Passivo
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Comporta-se de poucas maneiras
Comporta-se de muitas maneiras
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Tem interesses casuais e superficiais
Tem interesses mais intensos e profundos
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Tem perspectiva limitada de tempo
Tem perspectiva ampla de tempo: passado e futuro
6. Posição subordinada
Posição igual ou superior
7. Falta de consciência do próprio eu
Consciência e controle de si
8. Percepção restrita
**Percepção ampla Autor: Chris Argyris. (*) - (**) adaptação de Inocêncio Magela de Oliveira
Conforme se pode observar, pelos asteriscos, o autor apresenta ligeiras mas significativas considerações aos conceitos de Argyris em função de evoluções teóricas ocorridas posteriormente. Buscando compreender os indicadores, expressos no quadro acima, passamos à seguinte reflexão: Indicador 1: Este indicador pressupõe que uma pessoa faça passagem de um estado passivo, tal como é próprio do bebê e da criança em seus estágios iniciais, para um estado de pró-atividade e iniciativa, que caracteriza a fase adulta. A fase adulta pressupõe consciência, liberdade e responsabilidade. Indicador 2: A passagem da dependência para a interdependência pressupõe a ruptura da condição de ser função do outro para a condição da interdependência. A interdependência é a profunda compreensão de que não se é autossuficiente, a ponto de não necessitar do outro. É a compreensão de que depende do outro, e o outro também dele depende, relativa e reciprocamente. Indicador 3: Quando a pessoa se comporta de poucas maneiras mas a evolução na direção da maturidade requer que se comporte de muitas e variáveis maneiras, ela se encontra distanciada do estado pessoal de adequação. A maturidade pressupõe um repertório rico de comportamentos, sugerindo criatividade, flexibilidade e soluções várias para as barreiras que a vida adulta e a realidade se lhe apresentam. Indicador 4: Os comportamentos casuais e superficiais sugerem a assunção da vida de forma morna, pacata e rotineira. Considerar esse indicador leva-me a refletir sobre as palavras, que recentemente li, num poema de Iolanda Aguiar: —“Nadar em águas rasas não tem graça! Eu prefiro me aventurar nas águas profundas...Quero um oceano! Um oceano cheio de vida.” A maturidade pede interesses intensos e profundos. Pressupõe que a pessoa tenha
descoberto um significado para viver e que nele requer um autêntico mergulho. A vida não é própria do “mais ou menos”. Indicador 5: A perspectiva de uma criança é muito limitada. Quem pouco viveu, pouco tem de memória do passado e prospecção do futuro. A maturidade possibilita àquele que se tornou realmente adulto a consciência do passado enquanto história daquilo em que se tornou o que é, ao mesmo tempo em que, pela esperança, se projeta no futuro, criado pelos seus sonhos. Indicador 6: É muito frequente encontrarmos pessoas cuja atitude à frente do outro a coloca de forma inferior, subordinada e submissa. O seu autoconceito a coloca em desequilíbrio com o conceito que tem do outro, tendendo a enfatizar o valor do interlocutor em detrimento de si mesma. A atitude madura pressupõe uma posição de igualdade em relação ao outro. Em determinadas situações, quem sabe, a maturidade pressupõe até uma postura de superioridade em relação ao outro, mas nunca de inferioridade a ele. Indicador 7: Falta de consciência de si em contraposição à autoconsciência e controle de si. É muito frequente observar descontroles pessoais no trânsito, na amizade, em relacionamentos afetivos, por vezes ocasionando mortes. Nestes casos está ausente não apenas o indicador 7, mas outros tantos. Indicador 8: Na vida pode-se observar pessoas cujo grau de percepção atém-se à geografia pessoal. O seu território referencial é restrito à sua pessoa, ao seu quarto, à sua casa e ao seu posto de trabalho. Apesar da globalização, seu referencial é a localização. A maturidade pressupõe percepção ampla para antecipar o que está por vir ou para chegar. Ao fazer a sua auto-análise honestamente, não se permita o auto-engano que consiste na “ignorância potencializada de uma falsa certeza, de quem está seguro de que sabe o que desconhece”.
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Cidade em
Por Josi Gonçalves Lauro Moraes
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ercada por montanhas, Manhuaçu ficou tradicionalmente conhecida pelas moradias inacabadas. A maioria das casas do município centenário foi construída sem levar em consideração o planejamento urbanístico, em ruas estreitas ou às margens do rio. Nem se imaginava também que a cidade cresceria tanto. Porém, 135 anos depois da emancipação, este panorama começa a mudar. O surgimento de loteamentos planejados e prédios modernos estão dando nova cara ao município e movimentando o cenário imobiliário e da construção civil. Hoje Manhuaçu possui mais de 20 empresas que comercializam imóveis e em torno de 70 corretores credenciados pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) em toda região. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Fazenda, só no ano passado foram vendidos 650 imóveis com documentação legaliza-
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da, a um valor médio de R$ 95 mil. No seguimento imobiliário desde 2006, o corretor de imóveis Leandro Gonçalves avalia o momento atravessado pela cidade com otimismo. “O fato de hoje termos uma gama de bons profissionais no mercado, que engloba todo o setor imobiliário na cidade, faz com que existam planejamentos detalhados, exigindo estudos de localizações mais privilegiadas para edificações comerciais e residenciais, e, com isso, temos melhor qualidade nos empreendimentos, tornando assim as obras mais bem projetadas, mais bem acabadas”, destaca o corretor. A área do Alfa Sul, localizada em um dos pontos mais altos da cidade, é um bom exemplo do que está ocorrendo. Fundado em 1997, o bairro cresceu de forma planejada e, 16 anos depois, é um lugar de casas amplas, com estilo contemporâneo. Atualmente, os prédios residenciais também são uma opção para quem quer viver por ali, mais dis-
Fotos: Wellington Sarmento
expans達o
Prédio residencial com mais de 20 andares em construção próximo ao tradicional Edifício Veneza
tante do tumulto da região central. Para a arquiteta e urbanista Dalila Gantus, o crescimento mais ordenado da cidade tem relação com a fiscalização. “Hoje o Conselho Regional de Engenharia (CREA) e as leis de ocupação do solo são mais rígidas, não permitindo loteamentos e construções irregulares. A fiscalização da prefeitura e dos órgãos responsáveis é inevitável”, ressalta Slaibi. Em 2006, foi criado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano para a cidade de Manhuaçu. O objetivo do projeto é fazer com que o município cresça de maneira sustentável, com moradias dignas, saneamento adequado e infraestrutura urbana no que se refere aos serviços públicos, à mobilidade, ao trabalho e ao lazer. Desta forma, bairros tradicionais, como o Coqueiro, passaram a crescer sob uma perspectiva diferente. “É um dos locais que antes eram totalmente residenciais e vêm ganhando construções valorizadas, de grande porte, erguidas de acordo com as normas exigidas por lei”, explica Dalila Slaibi. Crescendo pra cima e para os lados A expansão imobiliária está alterando, ainda, o perfil das construções e das localidades mais valorizadas. Condomínios de luxo e loteamentos mais afastados surgem como a nova tendência para impulsionar o consumo de imóveis das classes A e B. E os “espigões” sobem junto, impulsionados pela falta de espaço para acomodar o crescimento do município. Até bem pouco tempo atrás, o Edifício Veneza, com 11 andares, era o maior prédio da cidade e ponto de referência. Contudo, principalmente nos bairros mais próximos ao centro, Ma-
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nhuaçu está, visivelmente, em processo de verticalização, com edifícios comerciais e residenciais despontando de longe. Vários imóveis antigos foram remodelados ou derrubados para receber grandes estruturas de concreto. Deste modo, acomodaram-se novos empreendimentos comerciais, como redes varejistas, boutiques, supermercados e faculdades. Segundo o engenheiro civil Dênio Thomas Leal Ferreira, o crescimento vertical de uma cidade em desenvolvimento, como Manhuaçu, é um processo natural e inevitável, pois permite que as pessoas vivam próximas dos locais de trabalho e de lazer e compartilhem de uma boa infraestrutura urbana, que pode ser concentrada e potencializada em porções menores espalhadas pela área urbana. “Os lotes em Manhuaçu são escassos e os valores estão altos. A construção de grandes edifícios é uma boa saída, pois dilui o custo dos imóveis e consequentemente gera um valor menor no produto final”, ressalta o engenheiro civil. A preocupação com o preço dos imóveis justifica-se, entre outros fatores, em função da topografia do município, que possui poucas áreas planas. Proprietário da Engesat, empresa especializada em atividades de sondagem geotécnica, estaqueamento de obras e serviços de agrimensura, Dênio Ferreira afirma que, por causa da existência de muitos aclives ou declives, a utilização de técnicas que poderiam auxiliar na execução das obras tornam-se inviáveis. “Como os locais disponíveis para construção são bastante acidentados, o valor de um imóvel pode aumentar muito. Se a cidade fosse mais plana, estes custos certamente seriam menores”, conclui o engenheiro. Nada disso, porém, parece frear a vocação manhuaçuense para o crescimento, agora para cima e para os lados.
PrĂŠdio de uma faculdade no Bairro Alfa Sul
EdifĂcio na regiĂŁo central com salas comerciais e apartamentos residenciais.
Bairro Alfa Sul
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Festa para o médico Wagner Pereira Rodrigues Uma celebração memorável, regada por fartas doses de espumante e das melhores bebidas e drinks, além de um cardápio requintado, com saborosos empratados de salmão, camarão e lagosta. A luxuosa decoração, composta por arranjos de flores e orquídeas, tendas e lounges ao redor da piscina, deu um toque ainda mais refinado à noite. Assim foi a comemoração do aniversário do cirurgião plástico Wagner Pereira Rodrigues, que preparou a própria casa para receber amigos e familiares no último dia 20 de abril. Com um DJ e um grupo de samba animando a festa, a pista de dança tornou-se o lugar mais disputado pelos convidados.
Fotos: Wellington Sarmento
Foto: Arquivo Pessoal
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Legenda das fotos: 1 - Lucrécia 2 - Pedro Paulo e Fran 3 - Maria Emília, Renata Murad e Maísa 4 - Karleny e Albino 5 - João Batista e Eliana 6 - Lusmar e Cláudia 7 - Dr. Frank, Dr. Milton e Patrícia 8 - Marcus Vinícius, Dr. Anderson, Dra. Raquel e Paula Scher 9 - Goreth, Tidinha e Míriam Leitão
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Foto: Arquivo Pessoal
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Legenda das fotos: 9 - Paula Scher 10 - Kaká, Dr. Francisco, Márcio Leitão, Tidinha e Juarez Pena 11 - Lucrécia, Angelita, Lourdinha Bracks e Karleny 12 - Beatriz, Dra. Carla Almeida, Carlos e Flávio 13 - Débora, Marcos Vinícius 14 - Nayna, Jane Pesso e Erika 15 - Fran, Ana Maria Villefort e Dra. Patrícia 16 Eliana, Maria Rita e Kika 17 - Andréia, Flávia e Ana Pires 18 - Ieda e Dr. Michel Hannas
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Foto: Lu Costa
Pscicologia no
Marketing Político A
última eleição em São Geraldo do Baixio, município distante cerca de 90 quilômetros de Governador Valadares, teve uma peculiaridade: o prefeito eleito, Marcos Vicente Mendes, teve de substituir o pai e então candidato, José Vicente, aos ‘45 minutos do segundo tempo’, já na última semana da campanha. Não fosse o cuidado com a imagem de toda a equipe, certamente a história teria tomado outro rumo. José Vicente, de 63 anos, conta que a preparação no decorrer da campanha foi essencial para a vitória, sobretudo por um diferencial: o uso da psicologia no marketing político. “Nós fomos muito bem treinados. Vimos nosssas fraquezas e potencializamos nossas qualidades”, afirma. A coordenação da campanha ficou a cargo da psicóloga Fernanda Rodrigues da Silva, que realiza em Governador Valadares e região um trabalho de coaching, principalmente com candidatos a cargos públicos, como prefeitos, vereadores e deputados. “Em eleição ganha quem erra menos. Nosso trabalho é avaliar e propor melhorias em todos os aspectos do candidato, como fala, expressão corporal e a forma como ele se comporta com os outros”, explica Fernanda. E não resta dúvidas de que o trabalho é mesmo profundo. No consultório, um espelho afixado na parede é usado em etapas, no qual a pessoa faz uma avaliação de si mesma. A pergunta-chave, “você votaria nesse candidato?”, ganha as mais diferentes respostas e reações. Susto para alguns, oportunidade de crescimento para outros. Nas pesquisas, a profissional fica atenta à parte qualitativa das respostas. “Se uma pesquisa revela que 17% dos eleitores consideram o candidato arrogante, fazemos uma análise desse dado a partir do levantamento do perfil dele, feito no consultório, e propomos soluções”. Assim, é possível ir na raiz do problema. O método, segundo Fernanda, tem mesmo dado certo. Nas últimas eleições municipais, a psicóloga, junto com a equipe de uma agência especializada, venceu em 95% das disputas que participou.
Isso porque, simultaneamente, atendeu a vários pequenos municípios da região, como Divino das Laranjeiras, Sabinópolis, Naque, entre outros. Fernanda Rodrigues explica que a diferença entre o coaching formado em Psicologia é justamente a visão mais ampliada do ser humano. “Há casos em que precisamos fazer uma pscicoterapia breve e fortalecer o ego do candidato para que ele tenha mais convicção de seu objetivo na disputa”, esclarece. E acrescenta: “Marqueteiro qualquer um pode ser, mas com esse diferencial são poucos mercado”. Pscicóloga Fernanda Rodrigues da Silva: Rua Arthur Bernardes, 990. Centro Gov. Valadares -MG, Cep 35010-020 - Telefones: :(33) 9140.4420 / 9952 1411 / 8888 5896 / 8423 4128
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É imoral! Por José Francisco Júnior E-mail: costajunior14@yahoo.com.br
“A política não deveria ser o trato da coisa pública em proveito particular. Mas, infelizmente, assim tem sido para muitos parlamentares. Muitos não têm projeto de nação, nem princípios ideológicos, não agem com rigor ético. Porém, são pródigos em retórica, palavras bonitas, promessas vãs. E pensam no próprio futuro político, na prática incansável do alpinismo rumo aos cumes do poder.” (Frei Betto).
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eixo hoje, um pouco, de escrever como advogado e peço licença a você, leitor, para externar como cidadão minha indignação em face de tudo quanto vem acontecendo neste país, desde há muito. Por todos os lados, vemos as leis sendo infringidas escancaradamente. Nós mesmos fazemos isso toda vez que desobedecemos os sinais de trânsito (pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas); toda vez que compramos ou vendemos sem nota fiscal; toda vez que sonegamos; toda vez que corrompemos ou nos deixamos corromper. Pode parecer que não, mas isso nada mais é do que o reflexo daquilo que fazem as pessoas que detêm o poder. Se quem corrompeu com o escândalo das sanguessugas não sofre nenhuma
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punição, por que aquele que vende um “simples” produto contrabandeado deveria? Esse é o pensamento que povoa a mente dos menos aculturados. E há até uma “lógica” nisso: não se concebe a Comissão de Direitos Humanos capitaneada por quem, manifestamente, os infringe. A Comissão de Constituição e Justiça – pasmem! – é formada por ninguém menos do que os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoíno (PT-SP), condenados no processo do mensalão. Isso sem falar no Renan Calheiros! É a inversão de valores que está a nos anestesiar, deixando-nos insensíveis aos gravíssimos problemas com os quais convivemos. A questão atual é a do aumento a ser concedido pelos deputados e senadores a seus pró-
prios ‘”salários”. Todos nós nos indignamos com tamanha “cara de pau” dos senadores e deputados. Quase nos matamos de trabalhar para dar um mínimo de conforto a nossa família – muitas vezes, sequer conseguimos pagar em dia nossas contas – enquanto os parlamentares, que deveriam defender o direito coletivo, passam a quase tão-somente legislar em causa própria. O que mais nos revolta é que eles trabalham de dois a três dias por semana. Além dos vencimentos de R$ 26.700,00, recebem, ainda, vantagens extras que são maiores que o próprio salário: auxílio-moradia: R$3.800,00 mensais; verba indenizatória: R$ 34.000,00 mensais para passagens aéreas, combustíveis, aluguel de imóveis nos estados, correspondência e consultorias, verba de gabinete. Tem mais: plano de saúde: não há limite de gastos dos parlamentares, cônjuge e filhos até 21 anos. A assistência médica é vitalícia, mesmo depois de encerrado o mandato. O deputado paga R$ 250,00 por mês pelo benefício. O senador não paga nada (Revista Veja, de 06.03.2013). A estimativa de gasto com saúde é de R$ 100 milhões por ano. Além disso, possuem a verba de gabinete de R$ 78.000,00 mensais para contratar assessores. A soma seria R$ 26.700,00 + R$ 3.800,00 + R$ 34.000,00 + R$ 78.000,00 = R$ 142.500,00
(+ despesas com Plano de Saúde ilimitada)! Em 2006 os vencimentos eram de R$12.847,20. Sabem qual foi a justificativa dos presidentes do Senado e da Câmara para o aumento? Deputados e senadores precisam ganhar bem para que não se envolvam em corrupção! Ora! E o princípio da moralidade? E boa-fé? E tantos outros, que nem precisamos mencionar? Se “trabalhassem” de graça (como antigamente), mesmo assim, não poderiam se corromper. Senadores e deputados foram eleitos pelo povo para o serviço da coletividade. Recebem de nós poderes para nos prestar um serviço. E não para prestar serviço a eles próprios. Um “salário” de R$ 26.700,00 (sem contar os benefícios) demonstra que eles estão mais interessados em “se dar bem” do que defender a justiça ou a população. Os vencimentos (“salários”) do Congresso provocam efeito cascata no Poder Legislativo dos estados e municípios, porque estes são atrelados. A questão nem é a de discutir se é legal. Pode até ser que seja. Mas é imoral. Pouquíssimos são aqueles que se importam com a coletividade. O que se vê é a velha prática dos políticos brasileiros, que querem mais é que o povo se exploda! Não importa que seja ilegal ou que seja imoral. O que importa é que as contas bancárias deles “engordem”.
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O céu da fé
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e o céu da razão
Por Lauro Moraes E-mail: lauro.jornalismo@gmail.com
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pesar de todo o progresso científico acumulado pela humanidade e de todo o esforço de algumas vertentes das ciências na negação de entes divinos e espirituais, a religiosidade permanece no imaginário coletivo, orientando dialeticamente a vida dos indivíduos. A religião é uma manifestação da cultura espiritual e os ideais religiosos sempre foram importantes para a coesão social desde as comunidades arcaicas. Hoje, observadamente, também promove cisões. Contudo, independente do tempo e do espaço, existem valores religiosos que continuam intocados e imutáveis. Sobretudo nesta sociedade secularizada, de costumes profundamente liberalizados e com agudos traços individualistas, há uma forte propensão dos indivíduos a buscar acolhimento e reconhecimento nas comunidades religiosas. Esses grupos funcionam como tribos modernas, nas quais o ser humano busca a razão de ser, pois é na coletividade que ele se realiza e se orienta. Daí a tendência das pessoas de buscar propostas religiosas mais receptivas, em que o grau de participação na produção dos bens simbólicos é maior, permitindo, por conseguinte, que se sintam reconhecidas. Essa busca explica o porquê de tantas migrações das religiões tradicionais para outros ambientes religiosos – mais “acolhedores” – na atualidade. A bem da verdade, a religiosidade do século XXI não está fundamentada em ideais teológicos ou doutrinários fixos, e muito menos numa fidelidade institucional. Há até uma espécie de “nova es-
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piritualidade” em que os indivíduos têm tomado a liberdade de construir a sua própria religiosidade, muitas vezes com elementos de diversas vertentes religiosas, mesmo que contraditórias. Tudo isso mostra o quão fundamental é a religiosidade para se compreender as sociedades humanas, pois cumpre papel preponderante na transformação e/ ou na manutenção de condutas e estruturas sociais. Em alguns casos, assume até mesmo função política, como as guerras religiosas da Irlanda, o retorno do Islã integrista no Irã ou o crescimento dos misticismos em resposta à crise do Ocidente. Desconsiderar ou tentar diminuir a religião é, portanto, uma atitude dogmática. Não compete à ciência determinar a existência ou inexistência das divindades, nem à religião ser a explicação científica do mundo. Uma abre os horizontes para a razão, a outra para o transcendente. São conhecimentos com perspectivas, objetivos e métodos distintos, cuja dessemelhança foi oportunamente sintetizada pelo renomado e cético paleontólogo Stephen Jay Gould: “a ciência se interessa pelo tempo, a religião pela eternidade; a ciência estuda como funciona o céu e à religião importa como ir para o céu”.
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Por Adriana Portugal E-mail: adrianampmportugal@hotmail.com
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crômio de Oliveira anda de um lado para o outro. Seu coração está a mil, as mãos trêmulas, sensação de desmaio... Os sinais de ansiedade apresentados por Acrômio têm nome e endereço: ele precisa estar em Côndilo, capital do Estado, para prestar concurso público federal para o qual vem se dedicando há três anos quase diariamente, em intensivos estudos. Detalhe: Acrômio está numa cidade do interior, acordou 30 minutos depois da hora programada no despertador e o taxi que o conduzirá ao aeroporto está atrasado. Como pode? Estava tudo milimetricamente programado. Estava preparado como poucos. Chegaria à capital quatro horas antes da abertura dos portões da universidade que sediaria o concurso. Mas agora os sonhos se desfaziam como que representados pelo suor que escorria pelos seus dedos e molhava a sala. Uma buzina que parecia distante “arranca”
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a angústia de Acrômio. Era Olécrano Freitas, o motorista do taxi convocado, quem se apresentava. Rapidamente Acrômio entra no taxi e berra a Olécrano: “pelo amor de Deus, ‘voa’ para o aeroporto!” Olécrano faz o que pode. Dirige infringindo as regras do trânsito: ultrapassa sinal vermelho, ultrapassa os limites de velocidade e segurança permitidos nos trechos percorridos... A menos de mil metros do aeroporto, quando já se avistava a pista, ouve-se um barulho ensurdecedor: o pneu traseiro estourou. “Maldição! Maldição!” Era a única palavra que saía da boca de Acrômio. Avistando o aeroporto, reuniu as últimas forças e pôs-se a correr. Entrou no hall do aeroporto como um fantasma, o sangue “lhe escapara”. Quando se dirige ao portão de embarque (já havia feito check-in on line) vê, ao longe, um avião taxiando e é informado que aquele era o voo em que pretendia embarcar.
Tudo estava perdido. Acrômio senta e chora. Nada mais lhe restava. Os deuses haviam conspirado contra ele. Amaldiçoado era aquele dia que arrancou as suas esperanças e destruiu seus sonhos. Chorou por longo tempo quando percebeu um toque nos ombros. Era Olécrano, que tinha, agora, a triste missão de levá-lo para casa. Ainda a caminho de casa, julgando-se o mais abandonado dos seres, ouve, na voz de um radialista emocionado, a informação de que um avião que decolara a poucos minutos de Maléolo, uma pequena cidade do interior, em direção a Côndilo, capital do Estado, havia sofrido acidente e as notícias que chegavam davam conta da inexistência de sobreviventes. Com o pensamento apenas voltado para si, Acrômio esboça um largo sorriso e brada: “benção, benção, benção. Obrigado, obrigado, obrigado”, inclinando a face para o alto. Se verdadeiro fosse, este seria apenas mais um entre tantos episódios que se repetem e que ora são tachados como maldição, ora como bênção. Ultimamente tenho visto “amigos do Facebook” postarem inúmeras frases e charges sobre a utilização do Facebook, que o categorizam como “maldição” (filhos negligenciados, afazeres domésticos procrastinados, tarefas escolares abandonadas, contato social reduzido a quase zero, relaxamento dos laços de família, etc. etc. etc.). Parece ser esta uma atitude típica de muitos de nós que se arrasta há séculos: encontrar um culpado, crucificá-lo e eximirmo-nos da responsabilidade. Damos autonomia a uma ferramenta, a um instrumento, e, quais crianças, apontamos o dedo e dizemos: “foi ele, foi eu não”. O evangelista Marcos, no versículo 15 do Capítulo 7 de seu Evangelho, traz uma fala do Mestre Jesus que bem se aplica ao caso ora em epígrafe: “nada há, fora do homem,
que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem”. É o Mestre nos dizendo que não é o que está fora, mas o que fazemos com o que está fora, que nos macula, que nos contamina, que é para nós motivo de elevação ou queda. Já ouvi mães afirmarem não saber mais o que fazer porque o filho não sai da internet. Peço a Jesus uma orientação e Ele não falha: Veja o que já foi dito aos antigos: “educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22:6). Como ferramenta que é, a rede social é neutra, não tem brilho nem negritude em si mesma. Um avião pode ser usado para levar mantimentos a pessoas em terras longínquas e isoladas, para transportar feridos com rapidez, para encurtar distâncias entre os corações, para... ou para destruir prédios inteiros, largar bombas sobre cidades, para... É do Mestre dos Mestres o ensinamento de que “a candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas se for mau, também o teu corpo será tenebroso” (Lc. 11:34). A Era é do Espírito. Da consciência. Do assumir responsabilidades. Em se tratando de bênçãos e maldições, o que “é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os bons” (LE, perg.557). Jesus nos diz que se os nossos olhos forem maus, nosso corpo será tenebroso, e se a luz que houver em nós for trevas, quão grandes serão tais trevas (Mt. 6:23). Somos a luz do mundo (Mt. 5:14). Façamos brilhar essa luz em nós. Utilizemos as ferramentas colocadas ao nosso alcance para promover o bem geral. É através do aperfeiçoamento individual que se dá o aperfeiçoamento das massas (LM, XXIX, 350). Bênção ou maldição? O que escolheremos?
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ço Nº 6 Mar
Lauro Moraes
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Conceito recebe boas vindas em Manhuaçu
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O jornalismo regional inaugurou um novo capítulo durante o Simpósio do Café. Expositores, autoridades, parceiros e convidados brindaram a chegada da revista Conceito em Manhuaçu.
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Fotos: Wellington Sarmento
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Social
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Legenda das fotos: 1 - Fernanda, Sonia, Toninho Gama, Josiane Cotrim, Clayton Monteiro, Alexandre Nascimento, Ronald Gripp e Lauro 2 - Ronald Gripp, Patrícia Sad e Prof. Guanayr (Univértix) 3 - Michel Gantus Jr, Josi Gonçalves e Lauro 4 - Lauro com Weverton Ferreira (Carmen Steffens) 5 - Cel. Luiz Carlos Rhodes (ex-comandante do 11º BMP e atual secretrário de Planejamento de Manhuaçu) 6 - Andréia Maria de Oliveira Bahia (Sicoob Credilivre) 7 - Gabrielle Tallon (Coocafe) e Cintia Matos 8 - S.J. de Moraes e Graça Medeiros 9 - Sonia, Darci Braga (prefeita de Manhumirim) e Ruth Almeida 10 - Salvador Pereira, Abla Slaibi (pres. Academia de Letras de Manhuaçu) e Ajinain Slaibi Gantus 11 - João Paulo, Fabrício e Marcos
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Pediu pra sambar? Dorival Caymmi afiançou: “quem não gosta de samba, bom sujeito não é”. E foi com samba no pé que os manhuaçuenses curtiram a apresentação do grupo paulista Sambô, no Parque de Exposições.
Fotos: Wellington Sarmento
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Legenda das fotos: 1 - Thaís Karen, Betisa Pereira 2 - Daniel San, vocalista do Sambô 3 - Edna, Valteir Carvalho (juiz de Direito), Lucas, Tiago e Gilvan 4 - Alex, Lídia, Marcelo e Roberta 5 - Jéssica, Samir, Thainara, Wanderson (prefeito de Caputira) e Rafaela 6 - Hugo e Geysa 7 - Monique e Luma 8 - Fabrício e Mariana Papa 9 - Selma Nascimento e Naiara Vieira 10 - Thaís Karen, Betisa Pereira e André Hott
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Formatura de Roseni Roseni Toledo formou-se em Ciências Contábeis no Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte. Conquista celebrada com a família e os amigos do Vale do Aço e de Manhuaçu no aconchegante Espaço Gourmet, no Bairro Castelo. 2
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Legenda das fotos: 1 - Sinthia Oliveira, Maria das Graças Barbosa, Alessandra Andrade, Roseni e Fabrício Barbosa 2 - Alessandra, Sue Ellen, Ângela, Cíntia, Roseni e Rosalva Toledo 3 - Sue Ellen, Ângela Toledo, Roseni e Alessandra Andrade 4 - Sue Ellen e Marcelo, Roseni e Fabrício Barbosa
Lançando moda Fotos: Lu Costa
Chegou a estação que inspira elegância. E as tendências da coleção outono/ inverno estão nas vitrines das boutiques de Manhuaçu. 56 conceito
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A empresária Luma Barreira e Ariane Emerick no coquetel de lançamento da loja IT Shoes
Cheila Heringer e Gilcia Rodrigues com a empresária Ana Pires (à esquerda), que apresentou as novidades da Ana Pires Espaço de Estilo.
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Fotos: Marcus Vinícius de Abreu
Casamento Jéssica e Anderson Em cerimônia conjunta – religiosa e festiva – no salão nobre da AABB, Jéssica e Anderson casaram-se no dia 6 de abril. Prosperidade, paz e bem ao casal.
Bodas de Ouro Uma história de amor e companheirismo. Dilma e Fernando Lima estão comemorando 50 anos de casados.
Respirando Cultura O espetáculo do Ballet Jovem do Palácio das Artes em Manhuaçu, no dia 13 de abril, ainda é comentado e enaltecido. As três coreografias apresentadas, entre elas a estreia de “Buenos Aires”, fascinaram o público que lotou o Centro Cultural João Bracks. O evento teve também a graciosa participação das crianças do Ballet do Sesi - Manhuaçu. Fotos: Wellington Sarmento
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Legenda das fotos: 1 - Homenagem à Secretária de Estado da Cultura, Eliane Parreiras, ao jornalista Lauro Moraes e ao empresário Silvério Afonso 2 - Nailton Jr., Nailton (prefeito de Manhuaçu) e Vânia Heringer (primeira-dama) 3 - Gilca Napier(secretária de Cultura de Muriaé) e Aparecida Moreira 4 - Rafael Breder, profa. Camila Knupp e Zezé Picada
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Brasil-Peru: Aventura até o Pacífico
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Por Luiz Gustavo (Biló) E-mail: lgustavo@recordminas.com
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omo todo mineiro que se preza, fiquei desconfiado ao receber o convite para fazer uma viagem internacional de ônibus. O itinerário São Paulo-Lima não parecia dos mais agradáveis tendo em vista o longo período na estrada: nada menos que quatro dias e meio. Como manda quem pode e obedece quem tem salário, fiz as malas e me preparei para os solavancos do buzão. A Record, como sempre, havia providenciado uma estrutura invejável para o embarque. Do alto, um helicóptero nos acompanharia para gravar a saída. Em terra, outra equipe faria o mesmo. Queríamos captar de todos os ângulos a histórica façanha na TV brasileira: pela primeira vez uma equipe de reportagem iria percorrer toda a rodovia Transoceânica depois de pronta. Nossa equipe era composta por quatro pessoas: repórter, cinegrafista, operador de áudio e luz e produtor. Ao contrário do que imaginávamos, o ônibus era bastante confortável: dois andares, água, café, vídeo e um banheiro “usável” apenas nas primeiras horas. Levamos uma dúzia de filmes para passar o tempo porque o roteiro contemplava breves paradas e não mais que duas por dia. Era preciso chegar no horário. A bordo, peruanos de volta pra casa. Famílias inteiras que passaram anos na região sudeste do país juntando trocados, agora estavam retornando à origem com os bolsos cheios de reais. Uns tinham montado o próprio negócio, outros construído a própria casa. Mais uma vez, senti orgulho de ser brasileiro e imensamente feliz por saber que a força da nossa moeda estava socorrendo lares aflitos e afogados em dívidas nos países vizinhos. Assim como os mineiros um dia foram embora para os Estados Unidos, agora chegou a vez do nosso Brasil abrir os braços e acolher os que nos batem à porta suplicando por ajuda. A cada quilômetro rodado, o que parecia um programa enfadonho foi se transformando numa fascinante aventura. De Cuiabá pra cima, tive o privilégio de conhecer um pouco mais da imensidão do nosso país. No extremo norte do Brasil, percorremos estradas novinhas sem absolutamente ninguém. De um lado, mata. Do outro, também. Rodávamos horas e horas sem passar por nenhum
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carro na rodovia. A Ormenho, a empresa de ônibus que faz a viagem, adotou uma logística de guerra para honrar o percurso. Como não há postos de combustíveis pelo caminho, no bagageiro vão dois barris enormes lotados de combustível. No meio do nada, o motorista tem que parar e fazer o reabastecimento. A única decepção do itinerário foi a fronteira com o Peru. Chegamos sem aviso e – acredite – do nosso lado brasileiro tinha um aviso da Polícia Federal bem na porta: “expediente só até as 21h”. Ou seja, depois fecha tudo mas a fronteira continua aberta. Vi carros e motos sem placas indo e vindo de um lado para o outro e ninguém parava. Saímos sem sermos importunados. Ninguém vigiou nossas bagagens, verificou se algum passageiro estava armado ou algo parecido. Apenas carimbaram nossos passaportes com a saída do país. Só as autoridades
Muitas fotos e descontração antes de embarcar para 4 dias e meio de viagem
peruanas decidiram dar o ar da graça revirando o bagageiro do ônibus, mesmo assim depois de notar a presença de uma equipe de reportagem a bordo. Ali não é uma porta de entrada de armas e drogas. É um portão aberto, escancarado, na cara das autoridades. Em solo peruano, a Transoceânica se mostra ainda mais bela. A subida a bela Cordilheira dos Andes é incomparável. Para os passageiros não acostumados com o ar rarefeito, o ônibus costuma ceder oxigênio. Numa das paradas, no topo de uma das colinas, nevava e a temperatura era de 5 graus negativos. Ocorre que, 36 horas antes, em Cuiabá, os termômetros encostavam nos 40 graus. Brusca mudança num rápido período. Era domingo de manhã quando o ônibus pegou a principal entrada de Lima. Lá não existe uma rodoviária concentrando todas as empresas como estamos acostumados. Cada empresa tem o seu próprio terminal. Descemos do buzão acabados, mas felizes e muito dispostos a desvendar os segredos de Lima. Na capital do Peru não chove. Não há bueiros nas ruas e guarda chuva ou sombrinha o povo só conhece de ouvir dizer. Mas não foi pelo clima e sim pela boca que os peruanos ganharam fama. O país entrou para a cobiçada rota do circuito internacional da gastronomia. Os culinaristas descobriram como mesclar doce com salgado propiciando iguarias inesquecíveis. Em busca dessa nova perspectiva, muitos jovens peruanos hoje não querem ser médicos nem advogados, mas sim chefs de cozinha. Na nossa lista de entrevistados, estava o inesquecível Javier Hong, o maior cevicheiro do mundo, especialmente preparado com limão, pimenta, salsa, cebola e peixes frescos que vem ali do lado, do Oceano Pacífico. Hong tem um dos restaurantes
mais disputados de Lima e se dá ao luxo de escolher quem vai receber. O cliente bate na porta e o chef olha pelo olho mágico. Se gostou da cara do freguês, passe livre. Caso contrário, a fechadura não abre. Para acompanhar, “pisco”, uma cachaça de uvas verdes que é bem famosa mundo afora. Talvez você já tenha se perguntado ou esteja se perguntando o que aconteceu depois... Não, nós não voltamos de ônibus! Fomos para o aeroporto e em duas horas fizemos o trajeto de volta pra casa. Por incrível que pareça, depois da exibição da reportagem muita gente veio me perguntar como fazer a viagem, quanto custa etc. Meu conselho: vá porque é uma oportunidade histórica, mas compre a passagem de volta. E aérea!
Depois da viagem cansativa, foi possível conhecer atrações culturais da capital Lima
Luiz Gustavo e o chef de cozinha Javier Hong: a boa comida peruana atrai mestres da culinária de todo o mundo, atraídos pela tentação dos ceviches (peixe cru marinado em suco cítrico)
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Música é vida
Por João Paulo de Oliveira Site: http://apontadordelapis.wordpress.com
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ietzsche disse: “sem a música, a vida seria um erro”. E acredito que todos (que eu conheço) concordam. Há muito tempo, quando por teimosia tentei aprender música, descobri em uma frase a definição dessa arte essencial: “a música é a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma mediante o som”. Não faço ideia de quem seja essa frase, mas ela diz exatamente o que acho da música. Como toda arte, a música pode seguir em todas as direções, mas sempre parte de algo já existente essa força gigantesca que ultrapassa gerações. Assim como andar e falar, a música vem do instinto humano, está no DNA. Alguns são mais sensíveis e conseguem ver, ou melhor, ouvir a música e sentir sua harmonia em qualquer situação, como o personagem August Rush, do filme O Som do Coração (2007). Mas não precisamos recorrer ao cinema para ver esse tipo de prodígio. O brasileiro Heitor Villa-Lobos conseguia ver a música como se ela estivesse desenhada no ar. Em sua obra é perceptível a aproximação das notas com os sons cotidianos. Ouvindo sua música, consigo ver o trenzinho caipira sair da estação, e viajo junto com ele. A música tem a força gigante de ultrapassar gerações, ser gravada e regravada em várias versões, por muitos intérpretes diferentes. Ícones nacionais e internacionais são imortalizados por súditos ilustres que demonstram, em suas regravações, toda a admiração por essas músicas e autores que marcaram suas vidas.
Somos fruto do meio, resultado daquilo que amamos, ouvimos e enfrentamos. Todos os músico de sucesso (ou não) tem suas devidas referências, ídolos e músicas preferidas como qualquer pessoa. Como já disse, por si só a música tem força gigantesca. Aliando o poder de uma bela canção ao maravilhoso mundo do vídeo, temos os curta-metragens musicais, os famosos clips, e as inesquecíveis trilhas. A trilha tem o poder de ampliar os sentimentos em um comercial, tornar um filme mais marcante e memorável. John Willians é o gênio por trás de temas como Jurassic Park, Indiana Jones entre outros sucessos. Juntamente com diversos autores clássicos, esse tipo de música, quando toca, diz tudo sem precisar falar nada. A música também é feita para reivindicar e clamar por mudanças. Desde os menestréis errantes dos tempos medievais, que falavam sobre os costumes e desfeitos da monarquia na época, até os autores políticos. Não posso deixar de falar sobre as batidas fortes, que fazem o corpo vibrar. Os batidões, gingados e quebra-quebras que movimentam periferias e arrastam milhões atrás de trios elétricos. Seja qual for o estilo, tipo ou vertente, vejo que a música é uma das maiores dádivas entregue aos homens. Afinal, uma linguagem universal que toca diretamente a alma só poderia mesmo ser um presente de Deus.
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Núcleo do Câncer: missão voluntária em Caratinga Por Ana Paula Teixeira
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té mesmo no universo da medicina, o câncer é uma palavra que ainda causa arrepios em muita gente. Responsável por cerca de 13% de todas as mortes no mundo, ele se caracteriza principalmente pelo aumento incontrolável de células infectadas no organismo. E embora os avanços científicos hoje já permitam o diagnóstico no estágio preventivo e tratamentos que auxiliam no combate à doença, a cura definitiva continua sendo um desafio para médicos e cientistas. Mas em Caratinga o Núcleo de Voluntários no Combate ao Câncer tornou-se a principal alternativa para centenas de pacientes da região que buscam tratamento para a do-
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ença. Em meio a tantas instituições e casas de saúde especializadas, o Núcleo de Caratinga destaca-se por assumir a missão de promover e articular ações de prevenção e tratamento do câncer através de um trabalho voluntário. Um trabalho que não é nada fácil. Apesar das dificuldades enfrentadas para manter em funcionamento os serviços oferecidos, a instituição segue atendendo portadores de câncer de 16 municípios que compõem a microrregião de Caratinga. Hoje são nada menos que 950 pessoas cadastradas, para as quais são feitos de 250 a 300 procedimentos todos os meses. Essencialmente, o Núcleo promove ações de prevenção e tratamento do câncer,
dando apoio e orientando os pacientes e seus familiares de forma a garantir melhor qualidade de vida ao paciente. Os portadores cadastrados são beneficiados com consultas com oncologistas e recebem medicamentos, fraldas geriátricas, cestas básicas, alimentação suplementar, exames, além de outras consultas. Mas as iniciativas não param aí. Segundo a presidente do Núcleo de Combate ao Câncer de Caratinga, Giany Marcia Gomes Alves dos Santos, a instituição oferece ainda atendimentos médico, social, jurídico, psicológico, enfermagem, acupuntura, fisioterapia, terapias de heiki e grupo, oficinas de artesanato, pintura e horta comunitária. “Como atendemos pacientes carentes, todos os serviços são gratuitos, e nossas doações são oferecidas de acordo com o que recebemos da comunidade”, esclarece. “No diagnóstico da doença, sempre acolhemos os pacientes assistidos, bem como sua família, e os orientamos sobre o que devem fazer, onde procurar, exames, dando-lhes total apoio assistencial e psicológico, devido principalmente ao abalo emocional no ato da notícia sobre a doença, mostrando-lhes que a vida continua e que precisamos vivê-la com qualidade e perseverança”, explica a presidente. Mas para sentir o resultado de tanta dedicação do Núcleo, só mesmo ouvindo os relatos dos assistidos, como é o caso da dona de casa Rosimeire Geralda. “Sou assistida pelo Núcleo do Câncer de Caratinga há 11 anos. Quando chego, sou recebida com festa por todos. Mas a preocupação pelo estado de saúde em que me encontro é visível. Aqui recebo de tudo um pouco: carinho, atenção e também “puxão de orelha” quando não me cuido. Aqui me sinto em casa, ou melhor que em casa. Sinto-me muito amada”, conta. Fazendo história O Núcleo de Voluntários de Caratinga no Combate ao Câncer foi fundado há 30 anos, especificamente no dia 17 de março de 1983, e vive das doações feitas pela sociedade, em grande parte sensibilizada com a causa. As doações também são feitas por empresas e parceiros que acreditam no trabalho desenvolvido em favor dos assistidos. As doações atendem a 90% das necessidades do órgão. O restante é obtido através de eventos como lançamentos de livros, happy hours e a já tradicional Feijoada do Catitu, que este ano acontecerá no dia 22 de junho. Os interessados em contribuir com o Núcleo de Combate ao Câncer podem entrar em contato através do telefone (33) 3321-7042 ou fazendo uma visita à sede da entidade, na Rua Coronel Antônio da Silva, 279 (antiga Rua Nova), no centro de Caratinga. Quem quiser conhecer melhor o trabalho também pode acessar o site www. nucleodocancerdecaratinga.com.br.
O Núcleo de Combate ao Câncer tem cadastradas nada menos que 950 pessoas, que recebem toda a assistência durante o tratamento. Mas o trabalho desempenhado pela entidade não é nada fácil: a maior parte da receita provém de doações da comunidade e de apoio aos eventos realizados pelo núcleo (fotos). 65 conceito
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Eduardo Fraga Celebrando os prazeres da vida... 1
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Legenda das fotos: 1 - Daniel Neves e Nathalia Paiva 2 - Tereza Lima, Marta Ribeiro e Felipe 3 - LeneMenegucci e Taciane Salles 4 - Paulo Celeste e Edilene 5 Irene Genelhu com PatrĂcia Carli 6 - Rivanne Grossi, Claudia Sabadini, Alessandra Alves, Sara Soares e Alexsandro Victor Almeida 7 - Aurinha e Mauricio Miranda com Maria Gomes 8 - Dr. Madson Andrade e Rhakell
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“Retalhos ” Em Miami
Sempre procurando reciclar seus conhecimentos, o Dr. Daniel Genelhu participou recentemente em Miami de um evento promovido pela Academia Americana de Dermatologia. Durante o Congresso da AAD, ele apresentou um trabalho sobre “esporotricose”, que também foi apresentado na Faculdade de Medicina de Caratinga.
Feijoada du Fraga
Dia 11 de maio comemoro os meus 19 anos de colunismo social reunindo amigos e parceiros na 8ª Feijoada du Fraga. Será em grande estilo, com música de qualidade, gente bonita e muita animação.
Novo CD
A apaixonante Bel Villela está lançando seu 2º CD, para o deleite dos fãs e admiradores de plantão. ‘Semelhantes’ foi gravado ao vivo com faixas inéditas e regravações. Os shows de lançamento já estão sendo agendados e vão rodar as principais cidades mineiras e capixabas. Manhuaçu, Teófilo Otoni, Vila Velha e Serra já tiveram a oportunidade de conferir o novo trabalho. Caratinga e Valadares também estão no roteiro da cantora. Vamos aguardar!
Novos membros
A nossa Academia de Letras ganhou reforço no dia 30 de março. Em solenidade na UNEC (Unidade I), presidida pelo Prof. Monir Ali Saygli, tomaram posse: Eugênio Maria Gomes, que passa a ocupar a Cadeira nº 9 da Academia, tendo como patrono João Guimarães Rosa; Orides Gomes, Cadeira n° 10, tendo como patronesse a escritora Cora Coralina; e a senhora Sandra Ramalho de Oliveira, Cadeira nº 11, tendo como patrono o Prof. Celso Ferreira da Cunha. A escritora Marilene Godinho fez a saudação aos novos membros. Fazem parte da Academia: Monir Ali Saygli (presidente), Hélio Soares do Amaral, Marilene Pereira Godinho, Monsenhor Raul Motta de Oliveira, José Lacerda da Cunha, Gilson Fonseca, Humberto Luiz Salustiano Costa, Max Portes e, como membros correspondentes, Ziraldo Alves Pinto, Zélio Alves Pinto, Alan Viggiano, Miriam Leitão e Professor Aluísio Pimenta.
Revestir
Irene Genelhu marcou presença na Expo Revestir 2013, que movimentou a Transamérica Expo Centro, em São Paulo. O evento é referência no lançamento de tendências e reuniu arquitetos de todo o Brasil no 11º Fórum Internacional de Arquitetura e Construção. A Expo Revestir é considerado a Fashion Week da Arquitetura e Construção. Nas fotos, um antes e depois da reforma de uma clínica na Cidade das Palmeiras.
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Cristina Luttembarck reuniu amigos e familiares para festejar mais uma primavera... Foto: Wellington Sarmento
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Legenda das fotos: 1 - Cristina Luttembarck com o namorado, João Marcos Grossi Lobo 2 - Cristina ladeada por João Marcos Grossi Lobo, a ex-deputada Maria Elvira, o secretário de Governo de Belo Horizonte, Marcello Abi-Saber, e o ex-deputado Mauro Lobo 3 - Cristina e João Marcos ao lado do casal formado pelo juiz José Antônio Cordeiro e sua esposa Alexandra 4 - A aniversariante entre o namorado, a mãe Hilda e as irmãs Patrícia, Clarisse e Marina Luttembarck 5 Rivanne Grossi e Alércio Alves 6 - Cristina com os primos Fotos: Roberta Paiva
O casal Cacau Nascimento e Jerônimo Pereira comemorou os 10 anos de idade dos gêmeos Victor e Luiza. Festa em dobro! 68 conceito
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Mariane Coelho e Nelson Andrade, em clima de muita festa, comemoraram no dia 09 de abril os dois aninhos do herdeiro Luiz Henrique.
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Foto: Carlos Henrique Cruz
Maurício Júnior solicita implantação do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Manhuaçu ao vice-governador Alberto Pinto Coelho.
Um mandato de
renovação e transparência
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aurício de Oliveira Júnior é um exemplo de quem nasceu para a carreira política. Formado em Direito pela Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (Fadivale), em Governador Valadares, ele realizou o sonho de fazer parte do Legislativo de Manhuaçu. Maurício Júnior, como é conhecido, foi eleito vereador em 2012,com 647 votos. Além de ocupar uma das 15 vagas do Legislativo de Manhuaçu, ele também é o atual presidente da Câmara dos Vereadores, entrando para a história da vida pública do município como mais jovem parlamentar a ocupar o cargo. Maurício defende uma gestão participativa e tem como meta aproximar a população da Casa Legislativa. O advogado que sempre lutou por mais justiça agora amplia sua atuação para fazer um mandato diferente, lutando permanentemente pela população de Manhuaçu. Quais são seus objetivos no mandato? O meu ingresso na política se deu pela vontade de agir e não ficar apenas criticando as coisas que eu via acontecer, coisas que não concordava. O conhecimento traz responsabilidades. Eu sou de pouco discurso e de muita ação! Resolvi então entrar para a política para fazer a minha parte. Se queremos mudança, ela vai acontecer pela política. Quero reafirmar meu compromisso de um mandato ético, transparente e participativo. Não vejo a política como meio de ganhar a vida. Estou nela para deixar uma marca positiva. Não vou decepcionar a nossa população.
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E como tem sido este início de trabalho? Nesses primeiros meses na Câmara de Manhuaçu, tenho trabalhado para a implantação de uma gestão participativa, incentivando a presença e acompanhamento da população perto dos vereadores. O que importa não é uma democracia representativa – aquela em que o eleitor vota, elege seu representante e o deixa de lado. Quero que os cidadãos acompanhem os trabalhos do seu vereador, apoiem, cobrem, enfim, participem democraticamente do mandato. Estou preparando, com toda a equipe da Câmara e os vereadores, um processo de modernização e de criação de relacionamento com os cidadãos, conceito
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ampliando a participação popular e a publicidade dos atos do Legislativo. Estamos preparando a implantação de uma ouvidoria, a implantação do parlamento mirim e o parlamento jovem. Quero a participação das crianças e dos jovens, mostrar que é possível, sim, fazer política com dignidade, ética e transparência; mostrar que político não é tudo igual; que existe, sim, esperança! E como está a relação do Legislativo com o Executivo? A relação do Legislativo com o Executivo é harmoniosa, mas isso não significa dizer que é promíscua ou de subserviência. A Câmara Municipal é independente, cobra explicações, exige transparência do Executivo e está atenta aos anseios da população. Votamos os projetos do Executivo dentro dos prazos legais. Tivemos projetos que foram retirados de pauta e exigimos maiores esclarecimentos. O papel do Legislativo é defender a legalidade, defender o interesse da população. Como vai ser sua postura na Câmara? Estou na Câmara para cumprir o papel de vereador: cobrar, fiscalizar, agir e defender o interesse da população. Todos que me conhecem sabem como eu atuo. Vou colaborar com tudo que o prefeito fizer de correto, boas propostas e ações para o bem da população de Manhuaçu. Ele pode ter certeza que tem na Câmara de Manhuaçu grandes parceiros para o crescimento do município. Agora, quando necessário, também vou cumprir meu papel mais duro, de cobrança, de crítica. A população precisa de um governo comprometido com o bem-estar de todos, e de minha parte lutarei para que seja dessa forma. Neste ano, por exemplo, aprovamos a doação para o IFET do terreno que a prefeitura decidiu desapropriar para construção do campus de Manhuaçu, no distrito de Realeza. Agora, todos assistiram o tanto que cobramos explicações sobre o motivo de escolha daquele terreno, enquanto havia outros disponíveis e cedidos por doação. Não houve diálogo por parte do Executivo. Mesmo assim, podem ver que não impedimos a vinda do IFET. Quero ao final de quatro anos ter a satisfação do dever cumprido. Ver Manhuaçu melhor, este é o sonho, esta é a minha luta.
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